Ucrânia | Conselheiro da Casa Branca vai reunir-se com responsável chinês

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca foi enviado a Roma para conversações na segunda-feira com um responsável chinês, quando aumentam as preocupações com a posição de Pequim em relação à ofensiva da Rússia na Ucrânia.

As conversações entre o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan e o conselheiro sénior de política externa chinesa Yang Jiechi estarão centradas “nos esforços para gerir a competição entre os dois países e discutir o impacto da guerra que a Rússia trava na Ucrânia na segurança global e regional”, disse Emily Horne, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

A Casa Branca acusou Pequim de difundir falsas informações russas sobre alegadas instalações ucranianas de armas químicas e biológicas que seriam apoiadas pelos Estados Unidos.

As autoridades norte-americanas alegam que a China tenta dar cobertura a um potencial ataque russo com armas químicas e biológicas na Ucrânia.

Sullivan disse hoje no programa “Meet the Press” da NBC que quando a Rússia começa a acusar outros países de se prepararem para lançar ataques biológicos ou químicos, “é um sinal de que ela própria pode estar prestes a fazer isso”.

O conselheiro da Casa Branca disse também que a China e outros países não devem ajudar Moscovo a contornar as sanções que lhe foram impostas pelos países ocidentais na sequência da invasão russa da Ucrânia.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, classificou na quarta-feira as alegações russas como “absurdas” e observou que funcionários do Governo chinês também ecoaram as “teorias da conspiração” da Rússia.

“Agora que a Rússia fez essas falsas alegações, e a China aparentemente defendeu essa propaganda, todos nós devemos estar atentos a que Rússia possivelmente use armas químicas ou biológicas na Ucrânia ou crie uma operação de bandeira falsa para utilizá-las. É um padrão claro”, sustentou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

14 Mar 2022

CNN processa Trump e exige regresso de repórter à Casa Branca

[dropcap]A[/dropcap] cadeia de televisão norte-americana CNN anunciou que vai processar a administração Trump, exigindo a restituição da acreditação para a Casa Branca ao jornalista Jim Acosta. A acreditação de Jim Acosta como correspondente da CNN na Casa Branca foi revogada na semana passada na sequência de um confronto verbal entre o Presidente Donald Trump e o repórter.

“A indevida revogação das acreditações da CNN e de Acosta viola os seus direitos de liberdade de imprensa e de um processo justo”, consagrados na primeira e quinta emendas da Constituição norte-americana, adiantou a própria CNN em antena.

O processo visa o Presidente norte-americano e cinco membros da sua equipa, nomeadamente o chefe de Gabinete, John Kelly; a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders; o chefe adjunto de Comunicação, Bill Shine; o diretor dos Serviços Secretos, Joseph Clancy, e um agente anónimo do mesmo serviço.

O processo foi intentado na jurisdição de Washington, segundo a CNN, que exige “a restituição imediata da acreditação” ao jornalista.

A administração Trump revogou, na semana passada, no rescaldo das eleições intercalares norte-americanas, a acreditação do correspondente da CNN após uma tensa conferência de imprensa em que Acosta recusou devolver o microfone quando o Presidente norte-americano o mandou calar.

Trump chamou a Acosta “rude e mal-educado” e um agente dos Serviços Secretos pediu a acreditação ao repórter quando este deixou a Casa Branca. A Casa Branca justificou, na altura, a retirada da acreditação com o facto de Acosta ter tocado numa das estagiárias durante a disputa pelo microfone. A administração Trump não comentou até ao momento o anúncio da CNN.

O Presidente Donald Trump tem uma relação conflituosa com a cadeia de televisão, que acusa constantemente de ser a encarnação do fenómeno ‘fake news’.

A Associação de Correspondentes da Casa Branca emitiu um comunicado a expressar “forte apoio” à acção judicial da CNN, denunciando a decisão do Governo como uma “reação desproporcionada aos factos” que ocorreram na passada quarta-feira.

14 Nov 2018

New York Times revela resistência interna na Casa Branca

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]New York Times publicou na quarta-feira um artigo anónimo de um destacado responsável da Administração Trump que explica porque e como se esforça, com outros, para lutar por dentro contra as “piores tendências” do Presidente norte-americano. Donald Trump reagiu imediatamente, classificando o texto como “cobarde” e criticando duramente a atitude do jornal nova-iorquino, enquanto a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, exigiu ao autor do texto que se “demita”.

Um destacado quadro da Casa Branca revelou num texto no editorial do jornal que um amplo grupo de funcionários que trabalham para o Presidente se esforça conjuntamente para anular algumas das suas políticas que consideram mais gravosas.
O artigo do funcionário da Sala Oval, que permaneceu no anonimato, começa por sublinhar que o maior desafio que Trump enfrenta é que “muitos funcionários seniores da sua Administração estão a trabalhar diligentemente, por dentro, para frustrar parte dos seus objectivos e das piores tendências”.

Esta é a primeira vez que o Times, que diz querer proteger a identidade da fonte para evitar a sua expulsão da Administração, publica um artigo de opinião de uma fonte que mantém o anonimato e que desvenda uma corrente contra o mandatário norte-americano dentro do próprio Governo. “Então o fracassado New York Times tem uma coluna anónima? Dá para acreditar? Anónima. O que quer dizer cobarde. Uma coluna cobarde”, reagiu Donald Trump durante uma reunião na Casa Branca com dezenas de deputados de todo o país.

O autor do texto esclarece que os seus esforços para anular algumas das iniciativas de Trump não partem de uma “resistência popular da esquerda”.

“Queremos que a Administração tenha êxito e queremos que muitas das políticas tenham eco e que os EUA sejam mais seguros e prósperos”, concretiza a fonte, sublinhando que o grupo de funcionários actua contra as políticas de Trump porque o presidente continua a actuar “em detrimento da saúde da República”. “Por ela, muitas das pessoas designadas por Trump juraram fazer o possível para preservar as nossas instituições democráticas”, sublinha.

No texto refere-se que a raiz do problema da actual Administração norte-americana é a falta de moralidade do Presidente e sustenta-se que, apesar de ter sido eleito como representante do partido republicano, não defende as ideias dos conservadores, como a liberdade de pensamento ou a liberdade do mercado.

7 Set 2018