Jogo | Acções das concessionárias com quebras acentuadas

As acções da SJM registaram a maior desvalorização, com uma perda de valor de 17,62 por cento. Contabilizado o dia de ontem, desde o início do ano que as empresas cotadas na Bolsa de Hong Kong estão a perder valor

 

As acções das concessionárias do jogo na Bolsa de Hong Kong registaram fortes quebras, seguindo a tendência dos mercados mundiais, depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter decidido impor novas tarifas aos produtos importados pelo país americano.

No dia de ontem, o índice Hang Seng, o principal da Bolsa de Hong Kong, apresentou uma quebra de 13,62 por cento, e as concessionárias de Macau seguiram a tendência, com perdas semelhantes.

Em termos relativos, a SJM foi a empresa com a maior desvalorização, com o preço das acções a cair 17,62 por cento. Na altura da abertura do mercado, cada acção estava avaliada em 2,44 dólares de Hong Kong, mas à hora do fecho o valor tinha caído para 2,01 dólares de Hong Kong por acção.

A Melco International Development apresentou a segunda maior diminuição, com uma queda de 16,07 por cento para 3,29 dólares de Hong Kong por acção. Na abertura do mercado os títulos estavam avaliados em 3,65 dólares de Hong Kong por acção.

O pódio da desvalorização foi completado pela Sands China, que explora o casino The Venetian. As acções da empresa desvalorizaram 14,63 por cento de 14,5 dólares de Hong Kong para 13,4 dólares de Hong Kong.

Quanto à Galaxy, a redução de valor foi de 13,27 por cento, de 27,9 dólares de Hong Kong para 26,15 dólares de Hong Kong por acção. A concessionária Wynn Macau teve uma redução de valor de 13,02 por cento, de 5,13 dólares para 4,81 dólares. Por último, naquela que foi a desvalorização menos acentuada, as acções da MGM China caíram 12,18 por cento, de 9,5 dólares de Hong Kong para 4,81 dólares.

Tendência negativa

Apesar de em ritmo mais acelerado no dia de ontem, desde o início do ano que as acções das concessionárias estão em queda, no que tem sido uma tendência contrária à do índice Hang Seng, que apesar do descalabro de ontem está a valorizar 1,04 por cento desde o início do ano.

A concessionária mais afectada pela perda de valor é a Sands China, que desde o início do ano desvalorizou 28,5 por cento, de 18,6 dólares de Hong Kong por acção para 13,3 dólares. A nível das perdas segue-se a Melco com uma desvalorização de 23,3 por cento, de 4,3 dólares para 3,3 dólares de Hong Kong por acção. A Galaxy, com uma quebra de 18,6 por cento de 32,2 dólares para 26,2 dólares também está no pódio.

Por sua vez, a MGM China viu, desde o início do ano, o valor das acções cair 17,4 por cento, de 10,9 dólares para 9,0 dólares de Hong Kong, enquanto a SJM Holdings teve uma quebra de 16,7 por cento de 2,4 dólares por acção para 2,0 dólares de Hong Kong., A Wynn Macau teve uma redução de 15,8 por cento, de 5,7 dólares para 4,8 dólares de Hong Kong.

Habitação | Centaline avisa que preços vão cair até 20 por cento

A agência imobiliária traça um cenário negativo do mercado imobiliário, que afecta o preço das habitações, mas também as rendas das lojas. Segundo a empresa, após anos em negação, os senhorios de lojas começam a perceber que vão perder dinheiro

 

A agência imobiliária Centaline prevê que os preços da habitação apresentem quebrad de 10 a 20 por cento ao longo do ano. A previsão consta do mais recente relatório da agência sobre o mercado do imobiliário local, publicado no final da semana passada, e que aponta que o sector atravessa uma “idade do gelo”.

“O mercado imobiliário de Macau está a atravessar uma fase de desenvolvimento em forma de ‘U’, pelo que se espera que a pressão para reduzir os preços da habitação se prolongue”, é referido. “Os preços da habitação vão atravessar uma nova vaga de quebras entre 10 e 20 por cento”, foi acrescentado.

Ao referir a forma de “U”, a Centaline prevê que a queda seja seguida de um período de crescimento, após uma fase de estagnação. No entanto, é necessário atingir o fundo. E esse momento é difícil de prever: “A dimensão da queda vai depender de vários factores, incluindo o ritmo da redução dos juros nos Estados Unidos, assim como das políticas de auxílio ao mercado”, foi explicado.

Com base nesta tendência, a agência admite que se vive uma “idade do gelo”: “O mercado imobiliário entrou na idade do gelo, com os preços da habitação e o volume de transacções a caírem”, foi escrito. “No segundo trimestre, as nossas estimativas apontam para que o volume das transacções seja de cerca de 200 transacções por mês”, foi previsto.

Acordar para a realidade

Em relação ao mercado de arrendamento de lojas, a situação não é muito diferente, e a Centaline indica que os proprietários das lojas vão ter de aceitar a nova realidade, e possivelmente desfazer-se das lojas. “No ano passado, muitos dos investidores ainda acreditavam que a queda do preço das rendas se devia à pandemia ou ao aumento das taxas de juro. Acreditavam que tudo ia voltar à ‘normalidade’, pelo que preferiam pagar os juros [das hipotecas] e manter a aposta nos seus investimentos”, foi explicado.
“Recentemente, começaram a aperceber-se que os dias dos bons de investimentos nas lojas chegaram ao fim, o sector da venda a retalho sofreu uma transformação e a dependência das lojas físicas diminuiu consideravelmente. Por isso, o valor das lojas está a diminuir gradualmente. No caso de segurarem os seus investimentos, muito dificilmente vão obter bons resultados”, foi acrescentado.

A Centaline traça assim um cenário a duas velocidades. Nas zonas mais centrais para o turismo, admite que houve perto de 20 arrendamentos em que o valor da renda ficou acima das 100 mil patacas. No entanto, nos bairros comunitários a situação é muito diferente, principalmente ao nível das lojas no NAPE ou Horta e Costa.

Obras viárias | Au Kam San critica funcionamento da Administração

O antigo deputado Au Kam San critica a burocracia do Grupo de Trabalho para a Optimização da Coordenação de Obras Viárias, lançado pelo Chefe do Executivo.

Numa publicação no Facebook, Au Kam San entende que a criação deste organismo público não vai resolver o problema das obras viárias, tendo descrito que, apesar deste novo grupo seja liderado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, mantém as mesmas ideias do anterior Executivo.

Além disso, o ex-deputado lembrou a criação de uma outra entidade semelhante, o Grupo de Supervisão de Obras Viárias. “A piada que se pode associar a este sistema burocrático é que, se um grupo não conseguir fazer bem um trabalho, haverá outro. Se esse trabalho continuar a não ser feito, haverá sempre mais um grupo e serviço adicionado”, escreveu. Au Kam San concluiu que o problema das obras viárias existe desde o estabelecimento da RAEM, pelo que não acredita que possa ser resolvido através de “melhorias” e “coordenação” com grupos de trabalho.

Entretanto, realizou-se ontem a segunda reunião do ano do Grupo de Trabalho para a Optimização da Coordenação de Obras Viárias, tendo Raymond Tam dito, segundo uma nota oficial, que “o Governo irá exigir ao promotor do empreendimento a reserva prévia de espaços para a instalação de canalização durante a execução das obras, com vista a reduzir a possibilidade de escavações repetidas nas vias públicas”.

Foram dadas “instruções aos membros do Grupo de Trabalho e às empresas de canalização para reduzirem o prazo da execução de obras e aplicarem mais tecnologia, a fim de minimizar o impacto para residentes e lojistas”.

Tabaco | Moradores querem clarificação de zonas para fumadores

A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) defende que o Governo deve demarcar de forma mais visível as zonas para fumadores, afastando-as das áreas de maior afluência de turistas. A posição foi tomada por Che Mei Leng, vice-presidente da UGAMM, em declarações ao jornal Exmoo.

Em reacção aos planos do Governo para criar uma zona para fumar perto das Ruínas de São Paulo, Che indica que é necessário ter em conta que o fumo tende a espalhar-se e que por isso se deve evitar que afecte os outros turistas, moradores e comerciantes da zona. A responsável pede que a zona seja criada longe das grandes concentrações de visitantes.

Contudo, a vice dos Moradores também reconhece que é natural que os fumadores não queiram que a zona fique muito afastada das principais atracções. Por esta razão, Che Mei Leng considera que o Governo tem que encontrar um equilíbrio entre os benefícios para os moradores da zona e os interesses dos fumadores.

Che Mei Leng também sugeriu que seja implementado um período de transição, antes de serem aplicadas punições, para que os turistas possam estar bem informados sobre as consequências dos seus actos. Ao mesmo tempo, Che apelou ao Governo para promover a divulgação da medida nas redes sociais.

Habitação económica | Candidatura permanente volta a ser afastada

Com a atenção focada nos concursos para habitação económica lançados e 2019, 2021 e 2023, o Instituto de Habitação afasta a hipótese permitir candidaturas permanentes. Em relação aos cinco projectos habitacionais suspensos na Zona A dos Novos Aterros, o Governo continua sem planos de construção

 

O Instituto de Habitação (IH) está concentrado “nos trabalhos de apreciação e atribuição das candidaturas à habitação económica de 2019, 2021 e 2023”. Como tal, não está a ser ponderada, a curto prazo, a candidatura permanente à habitação económica, uma vez que é necessário considerar, de forma abrangente, as mudanças sociais e outros factores”, indicou o presidente do IH, Iam Lei Leng, em resposta a uma interpelação escrita de Nick Lei.

O deputado ligado à comunidade de Fujian tem insistido na reforma das políticas de habitação, em particular na sua flexibilização. Nick Lei salientou que não existe na lei um mecanismo que permita a troca das fracções habitacionais, situação que penaliza os candidatos individuais que não podem mudar de casa mesmo se ao longo do concurso casarem ou tiverem filhos. Também sobre a possibilidade de mudar casa, Iam Lei Leng não avançou uma posição concreta, limitando-se a responder que o Governo irá optimizar as políticas de habitação e que para isso lançou um estudo sobre a viabilidade do regime de troca de habitação económica. O deputado perguntou quando estaria concluído o referido estudo e se os seus resultados vão ser divulgados, mas o presidente do IH não respondeu.

Boa zona

Há sensivelmente um ano, o então secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, revelou na Assembleia Legislativa que o Governo iria suspender a construção de seis complexos residenciais de habitação económica na Zona A dos Novos Aterros, que iriam acrescentar 5.700 apartamentos ao parque habitacional da cidade. Refira-se que Raimundo do Rosário revelou a suspensão em resposta a uma interpelação oral de Nick Lei.

Um ano depois, o deputado voltou a interrogar o Governo sobre projectos de construção e desenvolvimento. O presidente do IH respondeu que, “tendo em conta a situação das candidaturas à habitação económica verificada nos últimos dois concursos, o Governo da RAEM, após avaliação, decidiu suspender o desenvolvimento dos projectos de habitação económica nos Lotes A13, B13, B14, B15 e B16, não havendo, por enquanto, novos planos”.

Centro de Ciência | Subsídios cobrem perdas de 141 milhões

No ano passado, o Centro de Ciência de Macau apresentou perdas operacionais de 141 milhões de patacas, que tiveram de ser cobertas pelos subsídios do Governo. Os dados constam dos resultados mais recentes da demonstração de resultados da empresa gerida por Mok Ian Ian e detida a 100 por cento pela RAEM.

De acordo com os números apresentados, as operações do Centro de Ciências geraram perdas de 141,0 milhões de patacas. Este número indica perdas acima das registadas no ano anterior, que tinham sido de 121,8 milhões de patacas.

Em termos operacionais, o Centro de Ciência registou 16,1 milhões de patacas em receitas, ao qual se juntaram 1,4 milhões gerados com juros de capital, além de 3,2 milhões classificados como outras receitas.

Ao mesmo tempo, as despesas foram de 161,8 milhões patacas, mais 16 milhões do que 2023, quando tinham sido de 145,8 milhões de patacas. As principais despesas foram realizadas com os custos de pessoal, no valor de 64,5 milhões de patacas. Mok Ian Ian, como presidente da instituição, tem um salário anual de quase 1,6 milhões de patacas. A segunda maior despesa surge classificada como “depreciação e amortização” no valor de 50,5 milhões de patacas. O terceiro maior gasto deveu-se a publicidade, no valor de 9,2 milhões.

Por sua vez, o Governo entregou subsídios no valor de 141 milhões de patacas, entre subsídio de operações, no valor de 90,5 milhões de patacas, subsídio para aquisição de bens, de 39,2 milhões de patacas, e subsídio para projectos especiais, no valor de 11,3 milhões de patacas. Em 2023, o subido tinha sido de 121 milhões de patacas, uma diferença de 20 milhões de patacas.

Capitais públicos | Membros das empresas ganham milhões

Com um salário anual de 2,8 milhões de patacas por ano, Simon Chan Weng Hong, presidente da Comissão Executiva da CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, recebe o salário mais elevado nas empresas com capitais públicos.

A CAM é uma das empresas com salários mais elevados para os órgãos sociais, que variam entre as 120 mil patacas anuais e 1,7 milhões patacas, excluindo o presidente. Os dados constam do portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP) e foram citados pelo ontem jornal All About Macau.

O empresário Ma Iao Hang preside a Assembleia Geral da TDM e também a CAM, recebendo anualmente 140 mil e 249 mil patacas, respectivamente. Quanto à Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, o presidente do Conselho de Administração, Ho Cheong Kei, ganha anualmente 1,56 milhões de patacas. Os outros membros dos órgãos sociais ganham entre 60 mil patacas e 112 mil patacas.

A ex-presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian é presidente do Conselho de Administração do Centro de Ciência de Macau e tem uma remuneração anual de 1,56 milhões de patacas enquanto outros membros têm remunerações anuais de 56 mil patacas até 1,21 milhões de patacas. A actual presidente do IC, Deland Leong Wai Man, também preside a Sociedade Orquestra de Macau com uma remuneração anual de 112 mil patacas, devido a essas funções.

As empresas que divulgam estes dados são apenas aquelas em que o Governo tem pelo menos uma participação social de 50 por cento.

Segurança nacional | Governo quer rever leis sobre associações

O Executivo de Sam Hou Fai pretende apoiar o desenvolvimento de associações patrióticas e rever as leis que regulam a gestão associativa consoante as exigências inerentes à segurança nacional. As reformas irão seguir “o importante espírito condutor do Presidente Xi Jinping”

 

O Governo vai “rever e optimizar” as leis que regulam as associações, de forma a aperfeiçoar a gestão e “orientar a sua construção”, “consoante as exigências inerentes à perspectiva geral de segurança nacional e as necessidades reais para o desenvolvimento social de Macau”. O compromisso de actualizar a legislação relativa à vida associativa em Macau para acautelar a segurança nacional foi assumido pela directora do Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Ng Wai Han, em resposta a uma interpelação escrita de Lei Chan U.

A intenção do Executivo de Sam Hou Fai é a promoção do associativismo patriótico enquanto pilar essencial da governação de base. “O presente mandato do Governo irá apoiar o desenvolvimento crescente das associações que amam a pátria e Macau na governação de base, aperfeiçoar a rede de trabalhos comunitários, consolidar e expandir a adesão dos residentes”, e “expandir os serviços públicos prestados pelo Governo da RAEM para a camada social de base”. Ng Wai Han acrescenta ainda que o Executivo pretende “coordenar a participação das associações que amam a pátria e Macau na construção comunitária e prestar-lhes ajuda para potenciar as suas contribuições na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Espírito do amor

A directora dos SAFP garantiu também que o Governo pretende “discutir o estabelecimento dos critérios para a qualidade dos serviços sociais e a criação de um sistema de exame e avaliação”.

Na interpelação, o deputado ligado Federação das Associações dos Operários de Macau realçou a importância da governação de base a nível nacional. “Segundo as afirmações do Presidente Xi Jinping, um país é forte quando as suas bases são fortes e o mundo é seguro quando as suas bases são seguras”.

Face a esta linha de pensamento, a directora dos SAFP assegura que “o presente mandato do Governo irá assegurar de modo expedito o importante espírito condutor do Presidente Xi Jinping, atribuindo especial importância à comunicação e cooperação com as associações que amam a pátria e Macau”.

Álvaro Barbosa, vice-reitor da Universidade de São José: “Visto de estudante é muito limitativo”

A Universidade de São José continua a saga de negociações com as autoridades chinesas para recrutar alunos do Interior da China. O vice-reitor Álvaro Barbosa espera, para breve, o aumento a quota de alunos de mestrado de 30 para 200. Quanto à internacionalização do ensino superior, o responsável defende mudanças nos vistos de estudante para facilitar o recrutamento

 

O recrutamento de alunos do Interior da China continua a ser uma questão pendente para a Universidade de São José?

É um processo que está em curso. Temos tido um apoio enorme do Governo de Macau nas negociações para a obtenção da quota para a nossa universidade, e eles têm sido incansáveis no esforço de tentar resolver as questões colocadas pelo Governo Central. Muitas das questões são legítimas e dizem respeito a preocupações que vão surgindo. Foi-nos concedido há cerca de quatro anos uma quota temporária de 30 alunos para mestrados durante um período probatório, que serviu para avaliar como nós, como universidade ocidental, iríamos acolher os alunos da China. Da parte da China, há essa preocupação com o acolhimento dos estudantes em Macau. Acho que temos feito um esforço enorme e os alunos que estão lá, incluídos nesse contingente, estão bastante satisfeitos.

Essa quota é apenas para mestrados?

Sim. Para licenciatura não temos ainda autorização. Desta forma, estamos, neste momento, na fase em que tentamos ultrapassar este período probatório a fim de obtermos uma quota de cerca de 200 alunos para mestrados. Estamos na fase final do processo de avaliação e tudo tem corrido bem. Vamos ter a possibilidade de, no próximo ano lectivo, expandir essa quota. Isso seria óptimo, porque para a nossa universidade, para termos um maior impacto da nossa missão em Macau, é fundamental termos acesso a alunos da China continental. Não podemos ser uma universidade de uma região integrada num país como a China, e não ter contacto com alunos da China.

É mais difícil, para a USJ, competir com outras universidades, como as de Hong Kong, pelos alunos estrangeiros, de fora da China?

A questão do recrutamento dos alunos internacionais tornou-se uma prioridade para as universidades de Macau. Nos últimos dois ou três anos, tem-se tornado evidente que é muito importante essa internacionalização. Qual a dificuldade que existe nisso? Há a questão relacionada com os vistos de estudante, pois actualmente esses vistos não permitem que os alunos façam qualquer tipo de trabalho, negando-lhes esse mecanismo de subsistência local, mínimo, para poderem fazer face a despesas. Também não se contempla a possibilidade de, quando o aluno conclui a sua formação, poder ficar no território e encontrar trabalho. O que todos os países e regiões que são competitivos na área do ensino superior fazem, como Singapura, Hong Kong ou Austrália, é ter políticas de incentivo. Permitem que os alunos trabalhem em tempo parcial, por exemplo. Em Hong Kong quando se termina uma licenciatura o aluno pode ficar no território até um máximo de dois anos para encontrar emprego. Esse tipo de medidas não existe ainda em Macau, mas penso que o Governo está a ponderar essa possibilidade. A partir do momento em que foi tomada a decisão de que é importante a internacionalização do ensino superior, tal tem de ser acompanhado com as medidas correspondentes. O visto de estudante actual é extremamente limitativo e não incentiva a vinda para Macau para estudar, apenas permite a vinda. Essa questão não estava tão presente como está agora, mas agora há uma política estratégica de internacionalização.

É também uma questão de sobrevivência para as universidades locais.

Sim. Talvez não haja maior exemplo de catalisador da diversificação da economia de Macau do que o ensino superior. Temos dez instituições, 60 mil alunos em cerca de 700 mil habitantes. É esse o potencial da internacionalização, o de fomentar a diversificação.

E também a investigação que sai do ensino superior.

A investigação, a dinâmica do trabalho que se faz. Há uma série de vectores que o ensino superior traz a uma região ou país, isso aconteceu com Portugal, por exemplo, com a política das bolsas de doutoramento para estudantes do exterior, que mudou completamente a dinâmica do ensino superior. Cabo Verde desenvolveu-se graças ao impacto do ensino superior.

Falta, então, flexibilizar mais o sistema em Macau.

Não sei se é mais uma questão de ter uma visão holística da estratégia. Pode haver uma ideia, mas depois não se intervém em todas as dimensões necessárias para atingir um certo objectivo. Mas estou muito optimista. Acredito que essa nova política para estudantes é um passo chave a ser tomado em Macau. A estratégia de internacionalização seguida por todos esses países e regiões de que falei, e que foram bem-sucedidos na captação de estudantes internacionais, foi sempre a mesma. Não é preciso inventar muito. Primeiro, deve-se aumentar a capacidade e notoriedade das universidades, e depois é preciso uma política de bolsas de estudo, que vão potenciar um fluxo de alunos, criando uma referência para o território, para que estudar lá se torne um hábito. Depois de haver esse fluxo de estudantes durante uns anos, já se cria uma imagem e pode-se retirar algumas bolsas de estudo, que os alunos vão continuar a escolher determinado território para estudar na mesma. Austrália tem uma enorme indústria do ensino superior, por exemplo, e penso que em Macau só temos de seguir as mesmas estratégias. Fazemos, na USJ, um pouco isso.

Como, em termos concretos?

Oferecemos muitas bolsas, e nesse sentido a Diocese de Macau tem-nos ajudado a construir esse fluxo de alunos internacionais que permita criar essa dinâmica que, esperamos, venha a ser sustentável, por si só, no futuro. Acho que o Governo está também a fazer isso. Sempre houve bolsas de estudo em Macau, atribuídas sobretudo pela Fundação Macau, mas essa medida será fortalecida. Resolvendo a questão dos vistos dos estudantes, criando um sistema de incentivos de bolsas durante cinco a dez anos, Macau terá um futuro brilhante como destino de ensino superior internacional. Mas é preciso investir, continuar, e isso leva alguns anos.

A USJ criou a plataforma “Macau Hub”, em parceria com o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em 2023. Em que fase está esse projecto?

Esse projecto tem a ver com o nosso interesse em desenvolver uma dinâmica de relação dos países lusófonos centrados em Lisboa na área do empreendedorismo, em primeiro lugar. Esse gabinete que temos no CCCM não tem por objectivo oferecer formação em Portugal, mas queremos fazer outra coisa. Como estamos posicionados na Grande Baía e junto a Hengqin, onde se pretende activar um ecossistema empresarial, queremos aproveitar o facto de termos relações com o mundo lusófono para activar o acesso das startups de Portugal, Brasil e Angola, sobretudo, à Grande Baía e Hengqin. Estamos a tentar criar uma espécie de incubadora de empresas transnacional, em que apoiamos o desenvolvimento de negócios lusófonos que queiram estabelecer-se na Grande Baía e também o sistema inverso. Estrategicamente, para uma universidade, é absolutamente fundamental ter uma dinâmica na área do empreendorismo. Actualmente, mais de metade dos nossos alunos não querem ir para o mundo corporativo, mas criar os seus próprios negócios. Da mesma forma que as universidades têm de ter soluções de empregabilidade, também têm de as ter para os empreendedores, que são cada vez mais. Então, uma universidade tem de ter uma incubadora de negócios. A minha visão de futuro para o ensino superior passa por aí: uma universidade, além de ter uma biblioteca e cantina, terá também a sua própria incubadora de negócios. Diria que grande parte dos alunos dos cursos de gestão ou economia sonham ter o seu próprio negócio, sobretudo na China. A China é, talvez, um dos países mais empreendedores do mundo. O CCCM acolhe essa iniciativa em Portugal, mas trabalhamos também com a Universidade Católica Portuguesa.

E resultados concretos, já têm?

Temos uma série de pequenos projectos iniciais que estão a começar agora, e trabalhamos também com muitas organizações empresariais. Negociamos agora uma série de projectos, e penso que tudo se vai desenvolver muito rapidamente, com base nas manifestações de interesse que temos. Estivemos em Angola em Dezembro e já alinhámos uma série de iniciativas, também temos projectos com o Brasil e Portugal.

Exposição de pintura em pigmentos minerais até fim do mês em Ka-Hó

A galeria do projecto Hold On to Hope, situada em Ka-Hó e gerida pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), apresenta até ao dia 27 deste mês uma exposição em parceria com o grupo “Questionmark Workshop”, intitulada “Academia de Artes da China – Exposição de Instrutores da Classe de Pesquisa e Criação em Pintura com Pigmentos Minerais”.

Segundo um comunicado da ARTM, esta exposição “tem como objectivo promover a forma de arte tradicional da pintura com pigmentos minerais, reunindo oito professores influentes da China e do Japão nesta área”. Apresentam-se “criações únicas na área da pintura a cores de rocha, demonstrando uma perfeita fusão desta técnica ancestral com a arte moderna”, acrescenta-se.

A pintura com pigmentos minerais é ainda descrita como “uma importante técnica expressiva na pintura tradicional chinesa, é conhecida pelas suas cores ricas e métodos únicos”. Assim, esta mostra “não apenas destaca os estilos individuais dos artistas, mas também reflecte a sua profunda compreensão e exploração inovadora das técnicas de cor de rocha”.

A ARTM considera que “cada obra dos artistas carrega uma narrativa e emoção únicas, visando provocar a reavaliação e contemplação do público sobre a cultura da cor de rocha”. Com esta exposição, o público poderá “vivenciar o encanto da pintura com pigmentos minerais, sentindo a beleza da arte que funde tradição com modernidade”.

Quem é quem

No tocante aos artistas participantes nesta mostra, destaque para a presença de trabalhos de Wang Xiong Fei, director do Rock Color Painting Institute na China Academy of Art [Academia de Artes da China], e ainda reitor e professor no Institute of Eastern Art na Hebei University of Fine Arts [Universidade de Belas Artes de Hebei]. Podem também ver-se obras de Yiqiwava Yasumiqi, professor honorário na Tama Art University, no Japão; e vice-presidente da Japan Art Academy.

Outro artista presente, é Yu Lv Kui, graduado pela antiga Zhejiang Academy of Fine Arts, actualmente Academia de Artes da China, e antigo aluno da Tokyo Gakugei University, no Japão. Zhang Lee, Wang Long, Li Han Ning, Sheng Xin Yi, Han Dian Liang são outros artistas que participam nesta mostra com as suas obras de arte.

Sismo | Número de mortos em Myanmar aumenta para 3.471

O número de mortos do sismo de 28 de Março em Myanmar aumentou para 3.471, com mais de 4.600 feridos e 214 desaparecidos, avançou ontem a junta militar no poder no país.

As forças armadas divulgaram este novo balanço através do jornal oficial Global New Light de Myanmar, numa altura em que as equipas de resgate, incluindo algumas estrangeiras, continuam a remover escombros e a procurar os desaparecidos.

O anterior balanço, divulgado no sábado, apontava para 3.354 mortos, 4.850 feridos e 220 desaparecidos, tendo sido resgatadas pelas equipas de socorro 653 pessoas. O sismo de magnitude 7,7 atingiu uma grande área do país, causando danos significativos em seis regiões e estados, incluindo a capital Naypyitaw, deixando ainda muitas áreas sem energia e comunicações.

O abalo agravou também a crise humanitária desencadeada pela guerra civil do país, que deslocou internamente mais de três milhões de pessoas, de acordo com as Nações Unidas.

O líder do Governo militar, general Min Aung Hlaing, adiantou que o sismo foi o segundo mais forte da história do país, após o terramoto de magnitude 8 registado a leste de Mandalay, em Maio de 1912.

Ajudas globais

O regime explicou ainda que mais de 150 toneladas de ajuda humanitária — de países como a China, Estados Unidos, Singapura, Índia e Tailândia — entraram no país desde o sismo.

Uma estimativa menciona o colapso ou danos parciais em pelo menos 21.783 casas, 805 edifícios de escritórios, 1.690 pagodes, 1.041 escolas, 921 mosteiros e conventos, 312 edifícios religiosos, 48 hospitais e clínicas e 18 hectares de plantações. Min Aung Hlaing, confirmou — noutro artigo publicado ontem pelo jornal oficial — o plano de construir escolas temporárias para garantir que as crianças regressam às aulas o mais rapidamente possível.

As forças armadas voltaram ontem a acusar as guerrilhas étnicas e a oposição democrática de cometerem “actos terroristas”, referindo-se a alegados ataques contra instalações estatais e militares, em plena disputa territorial que se agravou desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021.

Os militares e vários grupos de resistência armada declararam um cessar-fogo temporário na quarta-feira, após o terramoto, para facilitar o fluxo de ajuda humanitária. Na quarta-feira, o Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou a junta militar de não respeitar o cessar-fogo, tendo efectuado, pelo menos, 16 ataques desde a trégua e um total de 61 desde o terramoto.

Em 28 de Março, um sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter, com epicentro em Myanmar (antiga Birmânia) foi sentido em vários países do Sudeste Asiático, incluindo a Tailândia, onde um total de 22 pessoas morreram na capital.

Sondagens da treta

O que é uma sondagem? É um inquérito realizado por empresas criadas para indagar junto das pessoas algo de que se pretende ter uma ideia generalizada. Bem, generalizada nunca é possível.

Porque a maioria das sondagens políticas é uma treta. Existem os mais variados tipos de sondagens: encomendadas pelos partidos políticos, por canais de televisão e de rádio, por jornais e algumas simplesmente por grupos económicos. As sondagens políticas em Portugal têm sido um chorrilho de enganos relativamente ao resultado final em dia de eleições. Houve um ano, em que as sondagens todas realizadas junto dos inquiridos davam a vitória ao Partido Socialista e quem venceu as eleições foi o PSD. E o contrário também já aconteceu.

As sondagens que ultimamente têm sido divulgadas, em relação à próximas eleições legislativas antecipadas e marcadas para o próximo dia 18 de Maio, têm deixado a maioria da população desorientada. E porquê? Ora, porque as sondagens são uma treta. Algumas sondagens têm sido realizadas – numa população de milhões de pessoas – junto de 500, 800 ou 1000 pessoas, com a agravante de os contactos serem efectuados para números de telefones fixos.

E quem é que tem hoje em dia telefone fixo? Uns quantos velhotes e pouco mais. Ora, uma sondagem deste género, incrivelmente encomendada por uma estação de televisão, outra de rádio e um jornal diário, tem alguma credibilidade? Não tem, mas influencia o potencial eleitorado. E aqui é que está o busílis da questão. Há sondagens que apenas visam a influência mental dos eleitores.

Existem sondagens para todos os gostos. Chega mesmo a ser vergonhoso. Certas sondagens sabemos que estão pagas à nascença por certo partido político e apresentam sempre esse partido à frente. É a manipulação total. Temos tido outras sondagens que são a disparidade total.

Umas dão a vitória à coligação PSD-CDS por seis pontos à frente do Partido Socialista. Outras, apresentam a vitória do PS com três pontos percentuais sobre o PSD-CDS. Há sondagens que dão ao Chega 12,3 por cento enquanto outras fornecem um resultado aos populistas de 18,5 por cento. Obviamente que algo está errado. Até a Universidade Católica que sempre teve a maior credibilidade junto dos portugueses no que respeita a sondagens, para que desta vez não errasse, apresenta um empate técnico entre o PS e o PSD-CDS. A maioria das sondagens é manipuladora do voto futuro do eleitor.

A diferença numérica entre as diferentes empresas de sondagens, mostra bem que não bate a bota com a perdigota. Lembramo-nos perfeitamente do que aconteceu nas eleições de 2022, quando os socialistas conquistaram a maioria absoluta com todas as sondagens a darem a vitória ao PSD? O PS acabou por ter mais 5,5 por cento do que aquilo que as sondagens previam e o PSD teve menos 5,5 por cento. As sondagens foram manipuladas para assustar as pessoas e levá-las a votar de uma determinada maneira.

O PS nunca teria tido maioria absoluta, se as empresas de sondagens como a Intercampus e não só, não andassem a falar num empate técnico e num taco-a-taco entre PS e PSD, que pura e simplesmente não existia. Um erro colossal, um desfasamento clamoroso entre as sondagens e o que aconteceu na realidade, ou resulta de um festival de incompetência, ou foi uma estratégia criminosa de manipulação geral do eleitorado, leia-se uma burla colossal. No primeiro caso essas empresas de sondagens nunca mais deviam ser contratadas, no segundo teria de haver perdas de alvará.

E em ambos os casos, sugerimos que se acabe com a divulgação de sondagens tanto na pré, como em plena campanha eleitoral. Está bem à vista de todos o que se está a passar para as eleições de 18 de Maio. Algumas empresas de sondagens estão mesmo a manipular o eleitorado, inclusivamente quanto ao número de indecisos. Umas sondagens opinam que existem ainda 18 por cento de indecisos, outras dizem que os indecisos andam à volta de 3 ou 4 por cento.

Está mais que provado que na maioria dos casos estamos perante sondagens da treta. Porque manipulam, mentem e obedecem a quem encomenda. Por outro lado, temos dirigentes partidários que se riem dos resultados de algumas sondagens. É sabido que os partidos políticos encomendam sondagens apenas para análise interna. E em certos casos, há partidos que têm sondagens bem realizadas e com um vasto número de inquiridos e sabem que a intenção do voto dos portugueses é absolutamente contrária ao que está a ser divulgado por certos canais de televisão e certos jornais.

Entretanto, o Partido Popular Monárquico, que foi afastado da AD, contestou judicialmente que o nome Aliança Democrática (AD) continuasse a figurar nos boletins de voto para 18 de Maio. E o tribunal deu-lhe razão e o PSD e o CDS foram proibidos de usar a sigla Aliança Democrática.

Mas, como em política a vilanagem é uma constante, logo os dirigentes do PSD e do CDS inventaram uma manobra, para que o Tribunal Constitucional não pudesse reprovar. E apresentaram a denominação “AD-coligação PSD-CDS”. Pronto, venceu a esperteza saloia. Acontece é que existem em Portugal muitos mais monárquicos do que votantes no CDS. Mesmo assim, o PPM já recorreu judicialmente no sentido de suportar que é ilegal manter a sigla AD.

Esta campanha eleitoral vai ser dura. Luís Montenegro será confrontado com todos os cambalachos que lhe incumbem. Pedro Nuno Santos não se salvará de ser acusado de inventar três aeroportos para Lisboa de um dia para o outro e de ter prejudicado o país com tudo o que se passou na TAP. E o André Ventura? Bem, esse está a perder eleitores em cada mês que passa e hoje diz uma coisa e amanhã outra. A credibilidade do seu Chega está a baixar paulatinamente, porque também não lhe têm faltados os casos e casinhos, tais como deputado que roubava malas, outro que é suspeito de pedofilia e tantos outros factos que têm levado potenciais eleitores para outras paragens.

Somos! | Moçambicano vence concurso fotográfico sobre religiões e crenças

Já são conhecidos os vencedores do concurso fotográfico da associação local Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa. Marcos Júnior, de Moçambique, sagrou-se vencedor de um concurso que tinha como tema “O Homem e o Divino”, apresentando a fotografia tirada numa igreja em Moçambique

 

O moçambicano Marcos Júnior foi o vencedor da sexta edição do concurso fotográfico da associação de Macau Somos – ACLP, dedicado ao tema “O Homem e o Divino”, foi ontem anunciado.

Num comunicado, a Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP) anunciou que Marcos Júnior venceu com uma fotografia tirada numa igreja em Moçambique que retrata o gesto de um padre a abençoar um crente, “reflectindo a intermediação entre o terreno e o celestial”.

O moçambicano vai receber um prémio no valor de dez mil patacas e uma viagem e estadia em Macau, para participar na cerimónia de inauguração da exposição do concurso e em ‘workshops’ organizados localmente.

A exposição será organizada, a partir de finais de Maio, no complexo do hotel-casino Parisian Macau, com as fotografias premiadas e cerca de outras 40 que foram seleccionadas pelo júri.

Os portugueses Adelino Meireles e João Carlos completam o trio de premiados, com fotografias da fé da comunidade ucraniana em Portugal e uma imagem inspirada na iconografia clássica da Madonna e o menino Jesus, respectivamente.

Os dois fotógrafos portugueses vão receber prémios no valor de sete mil patacas e cinco mil patacas. A Somos – ACLP sublinhou ter recebido “o maior número de sempre de participantes com cerca de três centenas de fotografias a concurso, com elevada qualidade”.

Mundo lusófono

A avaliação das obras candidatas coube a um júri presidido pelo fotojornalista português radicado em Macau Gonçalo Lobo Pinheiro e que conta ainda com António Leong (Macau), Samba M. Baldé (Guiné-Bissau) e José Sena Goulão, Reinaldo Rodrigues e Alexandre Coelho Lima (Portugal).

Lobo Pinheiro disse, citado no comunicado, que “o nível das obras submetidas surpreendeu o júri”, que recebeu “imagens vindas de diferentes cantos do mundo lusófono, revelando olhares diversos e narrativas visuais potentes”.

O júri atribuiu ainda três menções honrosas, a começar pela brasileira Ana Cláudia Talieri, graças a “Prece no relento”, o retrato de Lucas, homossexual e HIV positivo.

Bruno Taveira, com a fotografia “Cruz nas mãos, Fé no coração”, tirada num domingo de Páscoa, em Trás-os-Montes, e o também português Bruno Pedro, com “O Guardião do Tempo e da Tradição”, a imagem de um homem idoso parado à porta de uma mesquita, receberam as outras menções honrosas.

No arranque do concurso, em Fevereiro, a presidente da Somos – ACLP, Marta Pereira, disse à lusa que o objectivo é contribuir para uma “maior compreensão das diferentes ideologias e credos” entre as regiões onde se fala português.

O concurso, define o regulamento, destina-se “a todos os cidadãos dos países e regiões da Lusofonia ou residentes de Macau” com trabalhos realizados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu.

Ilhas Diaoyu | Guarda Costeira expulsa navio de pesca japonês

A Guarda Costeira chinesa anunciou ontem ter repelido um navio de pesca japonês que se encontrava em águas junto às ilhas Diaoyu, conhecidas como ilhas Senkaku no Japão, mas reivindicadas pela China.

O porta-voz da Guarda Costeira, Liu Dejun, explicou em comunicado que o navio japonês “entrou ilegalmente nas águas territoriais das ilhas Diaoyu nos dias 05 e 06 de Abril” e que os navios da guarda costeira chinesa “tomaram as medidas de controlo necessárias contra ele, de acordo com a lei”, enquanto “o alertaram para se manter afastado”.

“A Guarda Costeira chinesa continuará a proteger a soberania nacional e os direitos e interesses marítimos”, alertou o porta-voz na declaração oficial, acrescentando que as ilhas “são território inerente da China”. O porta-voz pediu ainda ao Japão que “interrompa as suas actividades ilegais” na zona.

Em Maio de 2024, a China concedeu à sua guarda costeira novas capacidades, incluindo a autoridade para deter embarcações estrangeiras suspeitas de entrar ilegalmente nas suas águas territoriais, no meio de crescentes tensões territoriais com o Japão e as Filipinas.

A Guarda Costeira chinesa viu também as suas capacidades operacionais reforçadas do ponto de vista material, graças ao envio de mais embarcações e ao aumento do apoio logístico.

A disputa pelas ilhas Diaoyu, conquistadas pelo Japão após a guerra com a China em 1894-95, intensificou-se depois de o Japão ter nacionalizado três delas, em Setembro de 2012.

Localizadas no mar do Leste da China, a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Taiwan, que também reivindica a soberania, as desabitadas ilhas Diaoyu cobrem uma área de cerca de sete quilómetros quadrados e as águas adjacentes podem conter depósitos significativos de gás e petróleo.

Travado acordo para venda de TikTok nos EUA após Trump impôr tarifas

O Governo da China bloqueou um acordo para a venda a investidores norte-americanos da TikTok, plataforma controlada pela chinesa ByteDance, após a imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos, disse uma fonte.

A fonte, que pediu para não ser identificada, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que a presidência dos Estados Unidos acreditava que as partes estavam perto de um acordo. O acordo previa que as operações da TikTok nos EUA fossem separadas numa nova empresa, sediada no país, detida e operada por uma maioria de investidores norte-americanos, com a ByteDance a manter uma posição minoritária.

O optimismo em torno de acordo terá levado o Presidente norte-americano, Donald Trump, a afirmar sexta-feira que iria manter por mais 75 dias a TikTok operacional no país, na véspera de expirar o prazo para venda da plataforma.

“O meu governo tem trabalhado muito num acordo para SALVAR O TIKTOK, e fizemos um progresso tremendo”, publicou nas redes sociais Trump, que na quinta-feira afirmou que o negócio estava iminente. “Estamos ansiosos por trabalhar com o TikTok e a China para fechar o acordo”, disse ainda o Presidente norte-americano.

Mas Pequim travou o acordo na quinta-feira, um dia depois de Trump ter anunciado tarifas abrangentes em todo o mundo, incluindo uma tarifa adicional de 34 por cento sobre as importações vindas da China.

Por resolver

Os representantes da ByteDance ligaram para a Casa Branca para indicar que a China não iria aprovaria o acordo até que houvesse negociações sobre comércio e tarifas, disse a fonte à AP. O acordo foi construído ao longo de meses, com a equipa do vice-presidente JD Vance a negociar directamente com vários potenciais investidores e funcionários da ByteDance.

O plano previa um período de 120 dias para concluir os procedimentos regulatórios e o financiamento. O acordo contava com a aprovação dos investidores existentes, dos novos investidores, da ByteDance e do Governo dos EUA. Um porta-voz da ByteDance confirmou, em comunicado, que a empresa tem vindo a discutir uma “potencial solução” com o Governo dos EUA, mas salientou que um “acordo não foi implementado”.

“Há questões importantes a resolver”, disse o porta-voz. “Qualquer acordo estará sujeito a aprovação ao abrigo da lei chinesa”, acrescentou. A ByteDance lançou a aplicação Douyin em 2016, e depois do êxito na China, criou, em 2017, uma versão global, o TikTok, crescendo mais depressa que as rivais Facebook e Instagram.

OMC | China apresenta queixa sobre tarifas dos EUA

Pequim contesta veementemente as taxas aplicadas por Trump às suas exportações, acusando os EUA de violarem as regras básicas da Organização Mundial do Comércio

 

A China anunciou sexta-feira que remeteu para a Organização Mundial do Comércio (OMC) a questão das tarifas impostas pelos Estados Unidos às suas exportações, tendo apresentado queixa no mecanismo de resolução de litígios.

“A China apresentou uma queixa no mecanismo de resolução de litígios da OMC”, anunciou o Ministério do Comércio de Pequim, em comunicado citado pela AFP.

A China anunciou também sexta-feira a imposição de uma tarifa de 34 por cento a importações de todos os produtos dos EUA a partir de 10 de Abril, em resposta às novas tarifas impostas pelos EUA.

“A imposição pelos Estados Unidos das chamadas ‘tarifas recíprocas’ viola gravemente as regras da OMC, prejudica gravemente os direitos e interesses legítimos dos membros da OMC e prejudica gravemente o sistema de comércio multilateral baseado em regras e a ordem económica e comercial internacional”, afirmou o Ministério do Comércio.

“É uma prática típica de intimidação unilateral que põe em perigo a estabilidade da ordem económica e comercial global. A China opõe-se firmemente a isto”, acrescentou.

As medidas da China surgem depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter imposto, na quarta-feira, uma nova tarifa de 34 por cento sobre os produtos chineses, parte do que Washington chama de tarifas “recíprocas” sobre os países de todo o mundo. No caso de Pequim, estas tarifas são adicionais às tarifas de 20 por cento já em vigor, o que faz com que as importações chinesas passem a estar sujeitas a uma tarifa de, pelo menos, 54 por cento.

Ásia atacada

O Ministério do Comércio chinês manifestou, na quinta-feira, a sua “firme oposição” às tarifas e prometeu retaliar, para “salvaguardar” os direitos e interesses do país asiático. No início de Março, a China anunciou tarifas de 10 por cento e 15 por cento sobre os produtos agrícolas dos Estados Unidos em resposta às tarifas de 20 por cento que Trump impôs sobre os produtos chineses.

Durante a sua primeira presidência (2017-2021), Trump já tinha tido uma relação tensa com Pequim ao impor várias rondas de tarifas no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares anuais, às quais a China respondeu com taxas sobre as exportações dos EUA.

O Presidente dos EUA também impôs tarifas elevadas na quarta-feira aos países para os quais as fábricas chinesas se mudaram após o primeiro conflito comercial, incluindo o Vietname (46 por cento), o Camboja (49 por cento) e o Laos (48 por cento), bloqueando a saída de produtos chineses.

Exportações lusófonas para a China caem mais de 30% até Fevereiro

As exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 30,7 por cento nos primeiros dois meses de 2025, em comparação com igual período do ano passado.

De acordo com informação do Serviços de Alfândega da China, em Janeiro e Fevereiro o bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de 17 mil milhões de dólares para o mercado chinês. Segundo os dados, reunidos pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), este é o valor mais baixo para os dois primeiros meses de um ano desde 2021, em plena pandemia de covid–19.

A descida deveu-se sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram um terço (33,4 por cento) para 13,7 mil milhões de dólares. Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 16,4 por cento para 2,37 mil milhões de dólares. Também as vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 13 por cento para 444,4 milhões de dólares.

Pelo contrário, as exportações de Moçambique subiram mais de um terço (34,4 por cento) para 332,2 milhões de dólares. Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram 71,2 por cento, para 85,6 milhões de dólares, enquanto as vendas de Timor-Leste encolheram 98 por cento. As exportações de São Tomé e Príncipe também caíram 53,3 por cento, embora o país não tenha vendido mais de mil dólares em mercadorias.

Já Cabo Verde e a Guiné-Bissau não venderam qualquer mercadoria para a China nos primeiros dois meses de 2025.

Por outro lado

Na direcção oposta, as exportações chinesas para os países de língua portuguesa também diminuíram 9 por cento, para 12,2 mil milhões de dólares.

Os dados revelam que o Brasil foi o maior comprador no bloco lusófono, com importações vindas da China a atingirem 10,3 mil milhões de dólares, uma queda de 7,8 por cento em termos anuais. Em segundo na lista vem Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 932,4 milhões de dólares, menos 10,5 por cento do que no mesmo período de 2024.

A China registou um défice comercial de 4,78 mil milhões de dólares com o bloco lusófono nos primeiros dois meses de 2025. Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 29,2 mil milhões de dólares, menos 23,1 por cento do que no mesmo período do ano passado.

Grande Prémio Consumo | Mais de 130 residentes desqualificados

Até ao dia 30 de Março, o Grande Prémio do Consumo gerou cerca 115 milhões de patacas em negócios. Segundo dados do Governo, até sábado tinham sido detectados 131 residentes envolvidos em transacções anormais, que acabaram por ser desqualificados da iniciativa destinada a estimular o consumo

 

Durante a primeira semana do Grande Prémio do Consumo, ou seja, até 30 de Março, “foram utilizados benefícios electrónicos no valor de mais de 23,6 milhões de patacas e desconto imediato para idosos no valor de cerca de 6,15 milhões de patacas”. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), na primeira semana da iniciativa, que arrancou a 24 de Março, foi gerado consumo no valor de cerca de 115 milhões de patacas.

Apesar do crescimento do volume de negócios, uma das prováveis falhas no sistema previstas pelas autoridades veio a confirmar-se. Até ao passado sábado, foram identificados 131 utentes de instituições de pagamento e plataformas online de takeaway envolvidos em transacções anormais, que acabaram por ser “imediatamente desqualificados de participar nesta actividade”, não podendo participar nos sorteios de cupões de desconto ou de os usar, descreve a DSEDT.

As situações anómalas verificam-se quando os residentes obtêm oportunidades de sorteio com meios irregulares, depois de comprarem produtos num valor superior a 50 patacas na “plataforma de takeaway”.

As irregularidades foram descobertas através de um mecanismo de supervisão estabelecido em conjunto pela DSEDT e as instituições de pagamento e plataformas de takeaway, de forma a “garantir a justiça”.

Pontaria certeira

Mais de 20 mil estabelecimentos comerciais aderiram a esta edição do Grande Prémio do Consumo, aceitando os benefícios electrónicos e descontos imediatos para os idosos. A DSEDT acrescenta que mais de 120 destas lojas e restaurantes lançaram “em simultâneo, ofertas adicionais de consumo”.

Como a iniciativa tem o objectivo de estimular os negócios do pequeno comércio e restauração dos bairros comunitários, os descontos não podem ser utilizados para pagar contas de água, electricidade, gás natural, combustíveis, serviços de telecomunicações, transportes transfronteiriços, serviços médicos, serviços prestados por instituições públicas. Também não podem ser usados em casinos, bancos, seguradoras e outras instituições financeiras, casas de penhores, supermercados de grande escala, administração de propriedades, instituições de ensino, parques de estacionamento, táxis, parquímetros, e em produtos de máquinas de venda automática. A iniciativa irá decorrer até ao dia 1 de Junho.

Crime | Jovem transferiu 600 mil patacas para burlões

Um jovem local foi burlado em 600 mil patacas, em mais uma burla em que os criminosos se fizeram passar pela polícia do Interior. O caso aconteceu a 30 de Março, quando o jovem foi contactado por telefone. Do outro lado da linha, disseram-lhe que o seu número de telefone estava associado a vários crimes, pelo que tinha de ser investigado.

Para garantir uma investigação e provar a inocência as alegadas autoridades pediram ao jovem que indicasse as suas informações pessoais, entre as quais os dados bancários.

O residente fez o que lhe foi pedido, através de uma aplicação. No entanto, dias depois, foi contactado pelo seu banco, sobre uma transferência de 600 mil patacas. Foi nessa altura que o jovem percebeu que tinha sido burlado e apresentou queixa junto das autoridades.

Burla | Idoso perde 78 mil patacas

Um homem de idade avançada foi burlado em cerca de 78 mil patacas depois de acreditar que ia receber uma comissão de 12 mil patacas para ajudar uma alegada escola a comprar produtos de limpeza.

De acordo com o jornal Ou Mun, o caso aconteceu a 31 de Março, quando um homem foi adicionado por um contacto desconhecido na aplicação WeChat. Esse contacto apresentou-se como um director de uma escola, que precisava de comprar produtos de limpeza para a instituição.

Contudo, o alegado director contou ao idoso que tinha discutido com o fornecedor, pelo que para ter acesso aos descontos habituais precisava que a transacção fosse feita por outra pessoa.

Ao idoso foi assim prometida uma comissão de 12 mil patacas, que seria paga depois de a escola receber os produtos de limpeza. Sem desconfiar de nada, o homem fez o pagamento online, no valor de 78 mil patacas. Como acabou por não receber a comissão prometida, percebeu que tinha sido burlado e apresentou queixa junto da Polícia Judiciária.

Aeroporto | Arrancou transporte de carga para Madrid

A primeira rota de carga de longo curso entre Macau e Madrid está a ser operada pela companhia Ethiopian Airlines, da Etiópia. O director para a China da empresa defende que Macau é “uma plataforma importante” para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa

 

A primeira rota de carga de longo curso entre Macau e Madrid arrancou na quinta-feira, com um Boeing 777F operado pela Ethiopian Airlines, que levantou voo do Aeroporto Internacional de Macau (MIA).

A companhia aérea etíope efectuará duas viagens de ida e volta por semana, e os Boeing 777F transportarão principalmente mercadorias de comércio electrónico transfronteiriço, de acordo com uma nota da empresa gestora do MIA, a que a Lusa teve acesso.

“A nova rota irá melhorar ainda mais a rede de carga aérea entre a Ásia e a Europa, fornecendo um apoio logístico mais eficiente às exportações da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau (GBA), e impulsionando a competitividade logística” desta região, acrescenta-se na nota.

Segundo a gestora do MIA, Madrid é um dos principais centros logísticos da Europa, pelo que “a abertura desta nova rota irá satisfazer a crescente procura de carga aérea, ao mesmo tempo que reforça a conectividade entre a GBA e os mercados europeus”, esperando-se que os volumes de carga sejam “cada vez maiores”.

O director nacional para a China da Ethiopian Airlines, Aman Wole Gurmu, citado na nota, afirmou que Macau é “uma plataforma importante” para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, pelo que o lançamento da nova rota irá reforçar esse papel, constituindo-se como um corredor logístico aéreo que ligará a Europa e a Ásia.

Preencher lacunas

“Esta nova rota não só preenche a lacuna no transporte de carga entre Macau e Espanha, mas também aproveita a rede local em Espanha para ligar Macau aos mercados em África e na América do Sul, formando uma rede logística triangular ‘Ásia-África-Europa’”, segundo Aman Wole Gurmu, ainda que a rede perseguida pareça ser “quadrangular”, atendendo à inclusão do continente americano na equação.

“Isto ajudará Macau a tornar-se um centro-chave para as exportações transfronteiriças de comércio electrónico e transporte de carga na área da Grande Baía”, acrescentou.

De acordo com a empresa gestora do MIA, assiste-se a um crescimento constante do negócio de carga nos últimos anos, com a procura de logística aérea a ser impulsionada pelo rápido aumento do comércio electrónico transfronteiriço, tendo o aeroporto de Macau estado envolvido num volume de transporte de carga na ordem das 108.000 toneladas em 2024.

Turismo | Mais de 320 mil visitantes entraram em Macau em dois dias

Na sexta-feira, em que se assinalou o feriado do Cheng Ming, e no sábado, entraram em Macau 321.961 visitantes. A afluência de turistas nos dois dias obrigou as autoridades a implementar medidas, que incluíram o controlo do fluxo de pessoas nas imediações das Ruínas de São Paulo na sexta-feira. Além disso, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) interrompeu temporariamente o trânsito na Rua da Nossa Senhora do Amparo, desviando o tráfego para a Rua das Estalagens.

O dia em que se registaram mais entradas de visitantes foi na sexta-feira, quando entraram em Macau 173.256 turistas, com o posto fronteiriço das Portas do Cerco a chegar quase às 78 mil travessias. Nos dois dias, entraram na RAEM pelas Portas do Cerco 148.874 visitantes.

O posto fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau registou o segundo maior fluxo de travessias, com a entrada de mais de 61.100 visitantes no total dos dois dias, seguido do posto de Hengqin, por onde entraram 51.100 visitantes.

Em relação a ontem, até ao fecho desta edição, os últimos dados do CPSP apontavam para a entrada em Macau de 27.671 visitantes até às 11h.

Emprego | Criticada aposta em licenciados de fora sem experiência

O deputado Ron Lam acusa o Governo de se ter desviado da intenção política de permitir às empresas locais a contratação de não-residentes com experiência e sucesso internacionais, e, em vez disso, estar a emitir autorizações de residência para jovens licenciados de fora sem currículo

 

O legislador Ron Lam atacou a política do Governo de permitir a importação como “talentos” de não residentes com formação académica, mas sem qualquer experiência profissional. A crítica surge numa interpelação escrita, em que o membro da Assembleia Legislativa indica que a política é incoerente, dado que se atravessa uma fase em que o desemprego de recém-licenciados está cada vez pior.

No documento divulgado ontem, Lam exige ao Governo que termine com o novo estatuto de autorizar a residência de recém-formados com notas elevadas, mas que sem qualquer experiência profissional.

Na perspectiva do deputado, estas autorizações de fixação de residência em Macau contrariam as políticas apresentadas pelo Governo, e que foram aprovadas na Assembleia Legislativa, que visavam a importação de mão-de-obra qualificada do exterior extremamente bem-sucedida profissionalmente nas suas áreas de actividade.

Ao mesmo tempo que se contrata no exterior, o deputado indica que os jovens licenciados atravessam uma fase muito complicada de entrada no mercado do trabalho, e que as pessoas de Macau que se licenciaram no exterior encontram igualmente um mercado de trabalho com muitos desafios, com dificuldades para encontrarem um emprego de longa duração.

Neste contexto, o deputado pergunta ao Executivo se vai eliminar o regime que permite a contratação de licenciados não-residentes sem experiência profissional.

A realidade dos números

Sobre o problema do desemprego entre os mais jovens, o deputado cita as estatísticas oficiais do ano passado para indicar que 47,1 por cento dos desempregados locais tinham como grau académico pelo menos uma licenciatura. E entre os desempregados com formação no ensino superior, 28,1 por cento tinha entre 25 e 34 anos.

“Os números mostram que em comparação com 2019, a situação do desemprego é mais grave. Muitos jovens e pessoas de meia-idade que têm formação académica ao nível do ensino superior disseram-nos que é cada vez mais difícil encontrar um emprego e que as empresas só querem trabalhadores não-residentes”, descreve Ron Lam.

O deputado escreve também que as várias feiras de emprego organizadas pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais oferecem empregos pouco atractivos, e que em muitos dos casos as vagas de emprego são “falsas”, não levando a contratações.

Lam critica ainda a forma como as estatísticas do desemprego são compiladas, indicando existirem discrepâncias entre os diferentes dados publicados, que em teoria deviam ser semelhantes. O deputado pede ao Governo que corrija este problema o mais rapidamente possível, para poder tomar medidas de emprego de acordo com a realidade do mercado local.

Wong Kit Cheng pede resposta para aumento da criminalidade juvenil

A deputada Wong Kit Cheng está preocupada com a criminalidade juvenil e pretende saber como as autoridades vão lidar com o problema. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita, em que a legisladora ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau destaca que no ano passado os níveis de criminalidade entre os mais novos ultrapassaram os níveis de 2023, havendo um grande crescimento em comparação com 2019.

Com base nos números oficiais, a deputada indica que no ano passado foram registados 131 casos de delinquência juvenil, um aumento de 23 casos face a 2023. Em comparação com 2019, o último ano antes da pandemia, os dados mostram um aumento de 71 casos de delinquência juvenil no ano passado.

Ao mesmo tempo, o número de jovens envolvidos em crimes subiu para 181, o que representou um aumento de 30 jovens face a 2023, quando houve 151 jovens detectados em actividades criminosas.

“Os números reflectem uma tendência contínua de aumento da criminalidade juvenil nos últimos anos, o que é motivo de preocupação”, alerta Wong. “Os jovens são socialmente inexperientes e curiosos em relação a coisas novas, pelo que são facilmente aliciados por pessoas sem escrúpulos para se envolverem em actos ilegais”, acrescentou.

Comércio paralelo

Entre as actividades que têm aliciado os mais novos, Wong Kit Cheng indicou o comércio paralelo, em que os jovens são utilizados para transportarem para o Interior, de forma ilegal, bens que depois são revendidos. Contudo, a deputada também recordou os casos dos jovens atraídos com ofertas de emprego para Taiwan e o Camboja, onde acabaram envolvidos em esquemas de burlas.

“A comunidade espera que as autoridades intensifiquem o trabalho de prevenção e eliminação da criminalidade juvenil, que o desenvolvam em profundidade e à luz da evolução do ambiente social e dos padrões de criminalidade”, foi indicado.

A deputadas das Mulheres pede às autoridades políticas para lidar com o fenómeno e que sejam apresentados planos para garantir que os jovens têm espaço para crescer num ambiente saudável, sem serem aliciados para actividades criminosas.

Além disso, são ainda pedidas medidas, não só para punir os mais novos, mas também para garantir que se voltam a integrar na sociedade, após o cumprimento das penas.

Jiangxi | Sam Hou Fai quer estreitar laços nas áreas do turismo e economia

Equipa que ganha, não mexe. Sam Hou Fai reuniu com mais um dirigente do Interior da China e voltou a afirmar a vontade política de reforço da cooperação na área to turismo, economia e comércio

 

O Chefe do Executivo defendeu o reforço da cooperação com a província de Jiangxi, principalmente ao nível do comércio. A posição foi tomada na quinta-feira, durante um encontro com o vice-secretário do Comité Provincial de Jiangxi do Partido Comunista Chinês e governador da província de Jiangxi, Ye Jianchun.

Na reunião, Sam Hou Fai destacou a posição de Macau como “Centro Mundial de Turismo e Lazer” e defendeu o aumento da cooperação com Jiangxi, que afirmou ser “uma província rica em recursos turísticos”.

Na perspectiva do Chefe do Executivo, as duas partes encontram-se numa situação de complementaridade, podendo alcançar “uma situação com benefícios mútuos”. Sam Hou Fai também indicou que “os dois territórios podem ainda reforçar a colaboração nas áreas economico-comercial, medicina tradicional chinesa, culturas criativas, convenções e exposições e serviços topo de gama”.

Ao mesmo tempo, o líder do Governo de Macau convidou a província do Interior a “tirar melhor proveito do papel singular de Macau como plataforma entre a China e os países lusófonos”, indicando que a RAEM pode ser um ponto de partida para a província implementar políticas de “expansão para o exterior” e “atracção de capital estrangeiro”.

Trabalho de revitalização

No encontro, Sam Hou Fai fez igualmente um balanço do projecto de “revitalização rural do distrito de Xiushui da província de Jiangxi”, que indicou ser “uma iniciativa conjunta do Governo da RAEM e Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM”. De acordo com o Chefe do Executivo, o projecto está na “terceira fase” e “foram concluídas as modalidades previstas”.

A versão oficial da reunião, divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social, não permite conhecer o que se entende por “terceira fase”, nem o investimento realizado pela RAEM no projecto. Porém, o Chefe do Executivo indicou que, “de seguida, Macau e Jiangxi irão continuar a aprofundar uma cooperação pragmática, no sentido de promoverem em conjunto o projecto de revitalização, alcançando, constantemente, novos progressos e novos resultados de eficácia”.

Além do Chefe do Executivo, participaram no encontro o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, e a presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man.