14 Orgasmos Tânia dos Santos - 22 Jan 2020 [dropcap]A[/dropcap]s formas como as vaginas podem atingir o orgasmo são das questões mais discutidas nas revistas cor-de-rosa. Na pornografia continua a ser mal representada, na educação sexual continua a não ser explicada, e ninguém parece insistir numa conversa bem-informada de orgasmos, e das vaginas, em particular. Acontece que os orgasmos para os detentores de pénis são bem mais alcançáveis do que para os quem têm vaginas. Enquanto que a penetração é o caminho preferencial para o orgasmo do pénis, o mesmo não se aplica para as vaginas. A hegemonia cultural do sexo obcecado com a penetração é problemática porque também contribui para as desigualdades no prazer. Ao contrário do que as revistas cor-de-rosa sugerem – a heteronormatividade da penetração não traz, necessariamente, o orgasmo. Ele não vai acontecer só porque ainda não se achou a posição correcta. Na verdade, a penetração é só uma entre catorze formas possíveis para chegar ao orgasmo e as nossas crenças contemporâneas limitam esta descoberta. Parece que nos diz que o prazer do orgasmo é um direito para certos corpos e não para outros, e os outros treze tipos de orgasmos permanecem invisíveis. Há vaginas que se resignaram a estas falsas limitações porque nunca se aperceberam deste cardápio tão variado. Tudo começa no clítoris, o único órgão no corpo humano que se dedica exclusivamente ao prazer. Um órgão muito maior do que o botãozinho que se consegue observar pela vulva. O seu formato assemelha-se a um meio arco interior, onde só uma pequena parte é que se encontra à descoberta. Para a teoria do orgasmo é importante perceber que não existem dicotomias claras entre orgasmos clitorianos e todos os outros. O clítoris pode ser estimulado através da fricção da sua parte descoberta e não só (o mito do ponto G existe porque há certos tipos de penetração que o conseguem envolver). Depois há o corpo e as suas partes erotizadas que ajudam neste processo. Há quem tenha tido um orgasmo pelos mamilos, pela boca ou pelo ânus. Há quem até se venha com o poder da mente. O que só prova que o orgasmo precisa de corpo, mas também precisa de estados mentais particulares para se alcançar. Se, durante uma actividade sexualizada, se estiver a pensar no que é preciso fazer no dia seguinte, não há dica, posição, ou estimulação que salve o orgasmo. O sexo é tão complexo quanto as suas muitas camadas de (des)entendimento. Os factores facilitadores para as vaginas se virem é tanto sociocultural como corporal. A obsessão com corpos magros, bonitos ou perfeitos, complicam o estado de disponibilidade que é necessária para o prazer. Para se ter um orgasmo é preciso sentir-se merecedor de um. É preciso sentir o conforto do corpo que se apresenta nu a outros e aceitar que também é uma fonte de desejo – independentemente das estórias que se ouvem e da repressão sexual que ainda hoje se sente. A conclusão que existe um menu de catorze orgasmos por onde escolher (apesar de alguns deles também se aplicarem ao pénis) foi feita pela Lucy-Anne Holmes, no seu recente livro Don’t hold my head down. Não sou grande crente de que todas as vaginas consigam concretizar todos estes tipos. Para cada vagina será necessário explorar as suas formas de conforto e expressão. Pelo menos é um bom número para convencê-las que a exploração vale a pena. São catorze formas que incentivam a masturbação, a penetração, o toque de boca, de mãos e de todo o corpo. Discutir o orgasmo torna-o numa possibilidade real de auto- e alter- descoberta no sexo – que também põe em causa a visão orgasmo-cêntrica na partilha de intimidades, quando ainda é causa para pressão na sua performance. O orgasmo pode não ser o mais importante no sexo, mas para chegar aí precisa que todos os genitais consigam ter acesso a ele de igual forma.
Ex-pistoleiro à solta na AL João Santos Filipe - 22 Jan 202022 Jan 2020 [dropcap]Q[/dropcap]uero aqui confessar que sou fã do sempre pertinente e muito presente deputado Vitor Cheung Lap Kwan. Num dia em que se discutia a contratação de “agentes secretos” pela Polícia Judiciária e as preocupações legítimas da população com possíveis abusos de poder, Vitor Cheung Lap Kwan foi para o hemiciclo dizer que já estava farto da discussão. É assim mesmo! Um debate “quente” entre deputados e um secretário, que até contribuiu para esclarecer alguns pontos e ideias? Que sacrilégio. O homem não é pago para aturar isso, no entender dele só lhe pagam para carregar no botão “aprovado”, ou, às vezes no “contra”, em ocasiões em que os democratas se esticam com “ideias”. Mais do que ninguém, o ex-pistoleiro Vitor Cheung Lap Kwan tem uma vida empresarial ocupada e não passa pela Assembleia Legislativa. Mas o azar do Vitor é saber votar sempre “bem”. Talvez se começasse a votar “mal” o deixassem ir embora. O pior que lhe podia acontecer era os negócios e as pousadas não ficarem assim tão bem… No entanto, a César o que é de César, no meio do debate de segunda-feira, em que Wong Sio Chak saiu por cima face a Sulu Sou, a melhor tirada pertenceu mesmo a Vitor, quando disse que as armas eram um “bagatela”. O deputado revelou ainda que teve uma arma, que acabou por entregar. Até me bateu uma saudade desse velho Faroeste, que nunca vivi, em que para ser “respeitado” era preciso ter uma arma… Agora vestem-nos de fato e obrigam-nos a ir à AL…
Da candura Nuno Miguel Guedes - 22 Jan 2020 Vamos recuperar a moda do braço dado Vamos dar dignidade aos nomes carinhosos Ema (letra de Samuel Úria para Cindy Kat) [dropcap]E[/dropcap] isso das coincidências, amigos: o que podemos fazer com elas? Olhá-las como sinais misteriosos, aceitá-las como flores do acaso, encará-las com um sorriso? Tudo isso, parece-me. Os dias encarregam-se dessas simetrias improváveis e para quem se dedica ou é mais sensível à sua observação, são sempre fenómenos preciosos que bem aproveitados ajudam a reflectir. De forma que por causa disso aqui estamos hoje. Porque no espaço de pouco tempo houve uma palavra anacrónica e longínqua – que me é estranha e quase desprezada – que resolveu invadir-me de forma improvável. Primeiro, através de uma audição de um disco para o qual me pediram um texto; depois em conversa casual. Essa palavra é candura. Se não a ouvem é porque é pouco usada e ainda menos praticada. Significa, de modo breve, inocência ou ingenuidade. Para hobbesianos encartados, como é o meu caso, trata-se de um território tão estranho como fascinante. É uma paisagem de que não temos memória e a que nem sequer queremos voltar. Mas sabemos que existe, ainda que em imagens mentais tingidas a sépia. Para dizer a verdade, até agora a candura apenas me interessou pela possibilidade da sua perda: os romances de “coming of age”, as ilusões que se esfumam pela implacável realidade têm sempre mais interesse ou lucro para o céptico empedernido. Mas se de repente o tempo e a vida nos resolverem dar uma lição? É aceitá-la com modéstia e proveito. Ao ouvir a canção Embaraçado, do Pedro de Tróia, que já foi divulgada e faz parte de um disco prestes a ser editado, ouvi estas palavras confessionais de um moço que lamenta não ter contrariado a sua, lá está, candura: “Sempre fui embaraçado /Magro corado educado /sem ponta que se desaproveite” para concluir “Não quero ser embaraçado”. Mas a própria canção (e em rigor todo o disco mas sobre isso falaremos um dia) desmente o enunciado. Fez-me lembrar os versos em epígrafe do Samuel Úria, justamente porque surgem em contraciclo, como uma forma de resistência doce mas implacável à dureza dos dias. Ser cândido, como bem o provou Voltaire, é ser sujeito ao escárnio ou, em registo mais solto, à ironia. A inocência ou o olhar meigo sobre as coisas e as pessoas é confundido com tolice e impreparação para a vida. Pode ser e muitas vezes será; mas é um valor que tem de estar sob o entulho do nosso cepticismo sob pena dos tolos serem quem não o conseguem salvar. Eu sei que a candura não só é incompreendida como está fora de moda na idade das caixas de comentários. Mas façamos um esforço para mantê-la. Uma rapariga que cora, um olhar que se baixa, uma frase ingénua que se solta contra o mundo, um pudor discreto mas presente: eis um bom passo para a salvação colectiva.
Senhoras do Ó João Paulo Cotrim - 22 Jan 2020 São Luiz, Lisboa, 16 Janeiro [dropcap]G[/dropcap]oa será sempre assunto. Com curiosidade de se tratar de texto nunca levado à cena, aceitámos a gentileza da Marta [Lapa] e entrámos com Orlando da Costa e Fernanda Lapa no estertor do Império. «Sem Flores Nem Coroas» cruza duas narrativas, a da invasão dos territórios da Índia Portuguesa e a heroicidade exigida pelo ditador de uma resistência até ao último homem, e a de um drama familiar e tradicionalista, que também diz muito dos tempos e dos poderes que os faziam. O piano marca a respiração. «Senhor! Com uma pedra na cabeça/De mãos juntas, meu Deus!/De joelhos pedimos chuva», cantam as crianças em pedido a Santo António. Pouco se esclarece, nem essa seria a intenção, que resulta mais de afectos do que didácticas. As falas parecem modulações de uma única personagem, ladainha de diferentes intensidades, quase monólogo do narrador a várias vozes, a tatear arcanos. Como que a invocar através da palavra uma outra chuva que torne transparentes os modos de cada um ser. Apesar da cor, ainda assim contida, conservo a presença fascinante de uma domadora do fogo: Margarida Marinho. A alegria pode ser um dos rostos da dor, demonstra-o. As voltas sobre as quais se fecha e abre um corpo que concebe, ó Senhora do Ó, terá sempre a carne do mistério. Barraca, Lisboa, 17 Janeiro Soa tolo dizê-lo, mas resulta necessário: cada livro que fazemos, contém em si a força explosiva de uma qualquer singularidade. Os livros não são todos iguais. Não têm importância nenhuma, mas podem mudar-nos a vida. «Os Grandes Animais», citando o meu bem amado Camus («ser senhor dos seus humores é o privilégio dos grandes animais.»), brilha como os olhos da figura da capa, qual de pequeno ecrã, memória de infância quando a noite apagava até as televisões. Coube à Inês [Fonseca Santos] abrir na abysmo o espaço movediço e perigoso da poesia, com «As Coisas», no mesmo mês de Janeiro de 2012. Quase uma década depois, esta antologia afirma um percurso e dá-nos chão. São dispersos, colhidos das mais diversas propostas, encomendas, desafios, árvores, mas com uma organização que lhes acrescenta sentido, que escavam a radicalidade de um projecto. No lançamento, caótico, informal e festivo, como nos assenta, o Henrique Manuel Bento Fialho, disse, entre outras apropriadas coisas, que «ao rigor na distribuição temática dos poemas devemos acrescentar o risco da disparidade, risco esse que se mantém vivo num universo de leitores de poesia que, contra tudo quanto seria expectável, se conserva altamente faccioso, sectário e estupidamente mesquinho. Pela parte que me toca, devo dizer que entre as obras que mais aprecio estão precisamente aquelas que ou resultam inacabadas (Pessoa é o exemplo mais radical disto mesmo) ou assumiram o tal risco da disparidade (Pessoa é, novamente, o exemplo mais radical disto mesmo), recusando trajar de uniforme onde, pela ordem natural das coisas, era suposto andarmos nus.» Muito bem acompanhados pelos deslumbrantes seres do João [Maio Pinto] que vão compondo um jardim bonsai de chamas esfusiantes que tornam orgânicas, à boa maneira do surrealismo, a mistura de metal e árvore, de pele e nuvem, de fumo e rocha. A cada olhar, paisagem exacta para os poemas, com as correspondências da deriva abstratizante. (Espécimen algures na página). Estes poemas surgem-me como entradas de um diário que não deseja sê-lo, construção de geometrias variáveis, mais ser que objecto, mas deles precisando para apoio e lance. A cada momento de fenda e fresta, obscura ou solar, a Inês procura no poema refúgio e combate, miradouro sobre o contínuo discorrer da morte, posto de escuta da canção exacta, mesa das leituras e mapa de correspondências, púlpito de interrogar os livros sagrados, além desse horizonte do corpo, a cama. «O poema:/ Ser horizontal, húmido, bom de foder.// O poema e os meus dedos inúteis:/ trabalho sujo de convencer as palavras// de que este é o corpo e a fala,/ de que esta é a boca e a língua.» O volume fecha-se com narrativa e em prosa, e que, creio, tem espessura de palco. Foi pensada para dois actores, mas usaria apenas um. Estrearia nas óbvias Capelas Imperfeitas, na Batalha, e continuaria onde houve uma representação de Nossa Senhora do Ó. Em oferenda, fica esta raiva macia que atravessa estes modos de perguntar. «Não caminharei sobre os campos da Batalha sem calcar primeiro o chão dos teus lugares. Levo apenas na bagagem a dúvida — provisões, munições. Não que queira que entre nós seja declarada guerra. Mas, se for demasiado tarde para a evitar, que haja meios de defesa: água e comida para as funções vitais, pequenas balas de pólen e de chumbo para as palavras e aquela curiosidade primordial que nos amparou a imperfeição do encontro.» Horta Seca, Lisboa, 21 Janeiro Uns poucos metros estendiam-se à minha frente em incessante rua. Em mim, o oposto: os pulmões encolhiam e faziam o seu trânsito junto à boca. Quando alcancei a dádiva de uma cadeira, já sorvia o mundo em ardências. Como se não o fizesse já de mil modos, o coração reclama para si e com inusitada aspereza o lugar de governador dos dias.
Corrupção | Ex chefe da Interpol condenado a 13 anos de prisão Hoje Macau - 22 Jan 2020 [dropcap] O[/dropcap] ex-presidente da Interpol Meng Hongwei, que desapareceu depois de embarcar num avião para a China, em Setembro passado, foi condenado a 13 anos de prisão por corrupção, anunciou ontem a justiça chinesa. Meng Hongwei, que foi também vice-ministro da Segurança Pública da China, foi ainda punido com uma multa de 2 milhões de yuans, detalhou o Tribunal Popular Intermédio N.º1 de Tianjin. O tribunal esclareceu que Meng aceitou o veredicto e não recorreu. A escolha de Meng para chefiar a Interpol foi na altura celebrada por Pequim, que tem vindo a reforçar a sua presença em organizações internacionais. Mas Meng perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China, a partir de França, em 25 de Setembro de 2018. Depois de vários dias de silêncio sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a China confirmou a detenção. Meng foi posteriormente afastado de cargos públicos e do Partido Comunista Chinês. A mais ampla e persistente campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista. A esposa de Meng Hongwei e os dois filhos receberam asilo político da França no início de Maio passado, segundo o seu advogado. A sua esposa alegou ter sido vítima de uma tentativa de sequestro.
Corrupção | Ex chefe da Interpol condenado a 13 anos de prisão Hoje Macau - 22 Jan 2020 [dropcap] O[/dropcap] ex-presidente da Interpol Meng Hongwei, que desapareceu depois de embarcar num avião para a China, em Setembro passado, foi condenado a 13 anos de prisão por corrupção, anunciou ontem a justiça chinesa. Meng Hongwei, que foi também vice-ministro da Segurança Pública da China, foi ainda punido com uma multa de 2 milhões de yuans, detalhou o Tribunal Popular Intermédio N.º1 de Tianjin. O tribunal esclareceu que Meng aceitou o veredicto e não recorreu. A escolha de Meng para chefiar a Interpol foi na altura celebrada por Pequim, que tem vindo a reforçar a sua presença em organizações internacionais. Mas Meng perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China, a partir de França, em 25 de Setembro de 2018. Depois de vários dias de silêncio sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a China confirmou a detenção. Meng foi posteriormente afastado de cargos públicos e do Partido Comunista Chinês. A mais ampla e persistente campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista. A esposa de Meng Hongwei e os dois filhos receberam asilo político da França no início de Maio passado, segundo o seu advogado. A sua esposa alegou ter sido vítima de uma tentativa de sequestro.
Fórum de Davos | Governo chinês defende méritos da globalização Hoje Macau - 22 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] vice-primeiro-ministro chinês, Han Zheng, fez ontem uma firme defesa da globalização económica, criticando as orientações “proteccionistas e unilaterais” de alguns países, no Fórum de Davos. Sem referir nenhum país em particular, Han Zheng aproveitou para dizer que a China “abrirá ainda mais as suas portas ao mundo”, durante a sua intervenção no Fórum Económico Mundial, o encontro anual que decorre em Davos, na Suíça, reunindo a elite política e de negócios global, desde ontem e até sexta-feira. O vice-primeiro-ministro chinês deixou ainda em aberto a possibilidade de o seu país receber mais empresas estrangeiras em diversos sectores económicos, elogiando a globalização económica que referiu como sendo “uma tendência da história” e uma “potente força motriz por detrás do crescimento económico em todo o mundo”. Han Zheng posicionou a China como um paladino da abertura de mercados e disse que culpar a globalização por falhas no sistema económico mundial “não é consistente com os factos, nem é útil para resolver os problemas”, numa referência compatível com os argumentos invocados pelos chineses no seu conflito comercial com os EUA. Unir esforços Para o responsável governamental chinês, é fundamental que os países procurem novas formas de cooperação global, para resolver desafios como o combate à pobreza, a resolução da emergência climática e a protecção ambiental. “Os assuntos internacionais não devem ser ditados por um país ou por alguns países”, disse Han Zheng, que em várias ocasiões tem criticado as organizações internacionais, como a Organização Mundial do Comércio, de ficarem reféns de lóbis de alguns países ocidentais. As declarações do vice-primeiro-ministro chinês acontecem uma semana depois de ter estado em Washington a assinar um acordo comercial parcial com os Estados Unidos, ao lado do Presidente Donald Trump, para tentar por fim a um conflito que dura há quase dois anos.
Fórum de Davos | Governo chinês defende méritos da globalização Hoje Macau - 22 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] vice-primeiro-ministro chinês, Han Zheng, fez ontem uma firme defesa da globalização económica, criticando as orientações “proteccionistas e unilaterais” de alguns países, no Fórum de Davos. Sem referir nenhum país em particular, Han Zheng aproveitou para dizer que a China “abrirá ainda mais as suas portas ao mundo”, durante a sua intervenção no Fórum Económico Mundial, o encontro anual que decorre em Davos, na Suíça, reunindo a elite política e de negócios global, desde ontem e até sexta-feira. O vice-primeiro-ministro chinês deixou ainda em aberto a possibilidade de o seu país receber mais empresas estrangeiras em diversos sectores económicos, elogiando a globalização económica que referiu como sendo “uma tendência da história” e uma “potente força motriz por detrás do crescimento económico em todo o mundo”. Han Zheng posicionou a China como um paladino da abertura de mercados e disse que culpar a globalização por falhas no sistema económico mundial “não é consistente com os factos, nem é útil para resolver os problemas”, numa referência compatível com os argumentos invocados pelos chineses no seu conflito comercial com os EUA. Unir esforços Para o responsável governamental chinês, é fundamental que os países procurem novas formas de cooperação global, para resolver desafios como o combate à pobreza, a resolução da emergência climática e a protecção ambiental. “Os assuntos internacionais não devem ser ditados por um país ou por alguns países”, disse Han Zheng, que em várias ocasiões tem criticado as organizações internacionais, como a Organização Mundial do Comércio, de ficarem reféns de lóbis de alguns países ocidentais. As declarações do vice-primeiro-ministro chinês acontecem uma semana depois de ter estado em Washington a assinar um acordo comercial parcial com os Estados Unidos, ao lado do Presidente Donald Trump, para tentar por fim a um conflito que dura há quase dois anos.
IPOR, Camões e UM lançam concurso de tradução literária Hoje Macau - 22 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR), o Instituto Camões (IC) e a Universidade de Macau (UM) vão lançar um concurso de tradução, a primeira de “várias iniciativas”, a realizar no âmbito de um novo protocolo, que assinaram ontem em Macau. “Vamos lançar um concurso para jovens tradutores que será tutelado por académicos reconhecidos”, afirmou o director do IPOR, Joaquim Coelho Ramos, em declarações aos jornalistas à margem da assinatura de um novo protocolo de cooperação com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a UM. A iniciativa, de carácter anual, destina-se sobretudo à tradução literária e os tópicos – poesia, contos, ou crónicas – “são rotativos”, adiantou o responsável. A tradução será feita de português para chinês e vice-versa. “A cada ano será dado um tema [diferente]. A muito breve prazo concluiremos as negociações e avançamos para a abertura do concurso”, garantiu. Sobre o protocolo agora assinado, no centro de formação bilingue da UM, Joaquim Ramos destacou as oportunidades da cooperação entre as instituições, que descreveu como “três das mais altas e reconhecidas instituições na promoção da língua portuguesa a nível global”. “Não podemos senão aproveitar a oportunidade e explorar todas as potencialidades que este protocolo possa vir a trazer”, afirmou. Outras negociações Além do concurso de tradução, outras actividades na área da formação estão já a ser negociadas entre as três partes, disse o vice-reitor da UM, Rui Martins, sem avançar pormenores. “Estou certo de que teremos grande sucesso nestas actividades até porque o interesse pela língua portuguesa continua a crescer nesta região”, acrescentou. Por sua vez, o Camões, como uma “instituição transversal para o desenvolvimento de programas de promoção da língua portuguesa”, aporta a esta colaboração local “uma vertente institucional complementar”, afirmou o vogal do conselho directivo João Neves. “Já temos uma rede [de ensino de português no estrangeiro] que abrange cerca de 80 países – e temos hoje, felizmente, a língua portuguesa a caminho de um objectivo de chegar aos 40 países com o português como língua curricular no ensino não superior”, disse. Nesse sentido, a entrada do Camões no protocolo coloca à disposição do IPOR e da UM “ferramentas, saberes e experiências”, afirmou.
Governo confirma primeiro caso de Pneumonia de Wuhan em Macau João Santos Filipe - 22 Jan 202022 Jan 2020 [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau confirmaram esta manhã o primeiro caso de Pneumonia de Wuhan, que já matou nove pessoas no Interior da China. Trata-se de uma mulher natural de Wuhan com 52 anos, que entrou no território no domingo à noite, por volta das 23h, e que se deslocou ao hotel Landmark, onde terá ficado hospedada. Durante a estadia a mulher terá igualmente frequentado restaurantes daquela zona. Depois de se sentir doente, a mulher que viajava com dois amigos, deslocou-se ao hospital ontem, onde lhe foi diagnosticada a doença. Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, afirmou que a doença foi detectada numa fase inicial, porque a mulher ainda não apresentava febre, o que faz com que o risco de contágio não seja tão elevado. Além do caso confirmado, as autoridades têm os dois amigos da mulher em isolamento no Hospital Conde São Januário, onde vão permanecer durante 14 dias, o período de incubação. Caso não apresentam a doença após esse período vão ter alta. Esta manhã foram confirmadas nove mortes pelas autoridades chinesas, assim como um total de 440 infecções.
Gastronomia | Cozinha portuguesa chega a Guangdong com parceria luso-turca Hoje Macau - 22 Jan 202022 Jan 2020 É mais um caso de sucesso da comida portuguesa em terras chinesas. O chef português Dário Silva uniu-se a um empresário turco e juntos querem criar uma cadeia de restaurantes portugueses aqui ao lado [dropcap]U[/dropcap]m gestor portuense, um ‘chef’ lisboeta e um empresário turco uniram-se para criar uma cadeia de restaurantes portugueses na província chinesa de Guangdong, numa aposta inédita no crescente cosmopolitismo da emergente classe média local. “Guangdong é a melhor província para fazer negócios: há dinheiro, há cultura de consumo e as pessoas têm a mente mais aberta do que em outras partes da China”, descreve à agência Lusa Dário Silva, natural do Porto e radicado no país asiático há dez anos. O projecto arrancou este mês com a abertura de um restaurante piloto, o Lusitano, num clube exclusivo de Foshan, centro industrial adjacente a Cantão, a capital de Guangdong. Propriedade do grupo de luxo e entretenimento New World, que tem sede em Hong Kong, o Foshan Golf Club cobra uma anuidade de 200 mil yuan pela filiação e tem mais de 500 membros, sobretudo empresários, executivos e oficiais do Exército. O complexo inclui um campo de golfe e um outro restaurante, que serve comida cantonesa, mas onde os vinhos são todos importados de Portugal, incluindo produtores do Douro ao Alentejo. No corredor que dá acesso ao edifício principal, revestido a mármore e circundado por jardins, surgem quadros de cidades e paisagens portuguesas. “Acho que faz sentido explorar este mercado”, explica à Lusa o ‘chef’ de cozinha, Fábio Pombo, que trabalhou dois anos no Casa Lisboa, restaurante português em Hong Kong antes de rumar ao continente chinês. “A China abre toda uma nova porta”, diz. “Há dez anos seria mais complicado: as pessoas viajavam menos, tinham menos contacto com o exterior. Agora que o poder económico é mais repartido e a classe média mais forte, já viajam e começam a perceber diferentes tipos de cozinha e a apurar os gostos”, observa. Pratos do dia Além de Bacalhau, o Lusitano serve arroz de caranguejo, arroz de pato e outros pratos típicos. Ao contrário dos restaurantes chineses, as mesas aqui são quadradas. Pratos, copos e talheres são ‘Made in Portugal’. Painéis de azulejo cobrem as paredes até meia altura. Música portuguesa completa o ambiente. O ‘chef’ avisa, no entanto, que o sabor vai ser adaptado ao paladar local. “Não são todos os pratos que entram aqui: têm que ser um bocado mais gourmet, mas não em demasia, porque a cozinha portuguesa não é ‘super’ gourmet, é de um estilo caseiro”, explica. “Mas temos que ter uma imagem que lhes permita tirar a fotografia para mostrar aos amigos”, aponta. Encontrar os ingredientes certos, até o arroz, é um desafio para quem cozinha comida portuguesa na China. “Há tantos tipos de arroz, mas o ‘chef’ precisa de um tipo específico”, conta o empresário turco Bahadur Tokayev, nascido no Reino Unido, e que se apaixonou pela cultura e cozinha portuguesas após uma visita a Portugal com Dário Silva. “A boa comida é uma forma fácil de aproximar as pessoas”, explica. “Com um prato podes fazer com que alguém se apaixone por uma cultura”. Para já, o grupo conseguiu encontrar um fornecedor de bacalhau seco e salgado – na China, apenas a importação de bacalhau fresco é permitida – através de um centro de processamento da Riberalves no nordeste do país. “É o mesmo bacalhau que vai para Portugal”, realça Dário. O grupo vai abrir este mês um segundo restaurante, em Cantão, e, até ao final do ano, conta abrir um terceiro, na mesma cidade. A partir daí serão franchisados. “É a forma correcta, do meu ponto de vista, de desenvolver o mercado para os produtos portugueses na China”, aponta o gestor.
Gastronomia | Cozinha portuguesa chega a Guangdong com parceria luso-turca Hoje Macau - 22 Jan 2020 É mais um caso de sucesso da comida portuguesa em terras chinesas. O chef português Dário Silva uniu-se a um empresário turco e juntos querem criar uma cadeia de restaurantes portugueses aqui ao lado [dropcap]U[/dropcap]m gestor portuense, um ‘chef’ lisboeta e um empresário turco uniram-se para criar uma cadeia de restaurantes portugueses na província chinesa de Guangdong, numa aposta inédita no crescente cosmopolitismo da emergente classe média local. “Guangdong é a melhor província para fazer negócios: há dinheiro, há cultura de consumo e as pessoas têm a mente mais aberta do que em outras partes da China”, descreve à agência Lusa Dário Silva, natural do Porto e radicado no país asiático há dez anos. O projecto arrancou este mês com a abertura de um restaurante piloto, o Lusitano, num clube exclusivo de Foshan, centro industrial adjacente a Cantão, a capital de Guangdong. Propriedade do grupo de luxo e entretenimento New World, que tem sede em Hong Kong, o Foshan Golf Club cobra uma anuidade de 200 mil yuan pela filiação e tem mais de 500 membros, sobretudo empresários, executivos e oficiais do Exército. O complexo inclui um campo de golfe e um outro restaurante, que serve comida cantonesa, mas onde os vinhos são todos importados de Portugal, incluindo produtores do Douro ao Alentejo. No corredor que dá acesso ao edifício principal, revestido a mármore e circundado por jardins, surgem quadros de cidades e paisagens portuguesas. “Acho que faz sentido explorar este mercado”, explica à Lusa o ‘chef’ de cozinha, Fábio Pombo, que trabalhou dois anos no Casa Lisboa, restaurante português em Hong Kong antes de rumar ao continente chinês. “A China abre toda uma nova porta”, diz. “Há dez anos seria mais complicado: as pessoas viajavam menos, tinham menos contacto com o exterior. Agora que o poder económico é mais repartido e a classe média mais forte, já viajam e começam a perceber diferentes tipos de cozinha e a apurar os gostos”, observa. Pratos do dia Além de Bacalhau, o Lusitano serve arroz de caranguejo, arroz de pato e outros pratos típicos. Ao contrário dos restaurantes chineses, as mesas aqui são quadradas. Pratos, copos e talheres são ‘Made in Portugal’. Painéis de azulejo cobrem as paredes até meia altura. Música portuguesa completa o ambiente. O ‘chef’ avisa, no entanto, que o sabor vai ser adaptado ao paladar local. “Não são todos os pratos que entram aqui: têm que ser um bocado mais gourmet, mas não em demasia, porque a cozinha portuguesa não é ‘super’ gourmet, é de um estilo caseiro”, explica. “Mas temos que ter uma imagem que lhes permita tirar a fotografia para mostrar aos amigos”, aponta. Encontrar os ingredientes certos, até o arroz, é um desafio para quem cozinha comida portuguesa na China. “Há tantos tipos de arroz, mas o ‘chef’ precisa de um tipo específico”, conta o empresário turco Bahadur Tokayev, nascido no Reino Unido, e que se apaixonou pela cultura e cozinha portuguesas após uma visita a Portugal com Dário Silva. “A boa comida é uma forma fácil de aproximar as pessoas”, explica. “Com um prato podes fazer com que alguém se apaixone por uma cultura”. Para já, o grupo conseguiu encontrar um fornecedor de bacalhau seco e salgado – na China, apenas a importação de bacalhau fresco é permitida – através de um centro de processamento da Riberalves no nordeste do país. “É o mesmo bacalhau que vai para Portugal”, realça Dário. O grupo vai abrir este mês um segundo restaurante, em Cantão, e, até ao final do ano, conta abrir um terceiro, na mesma cidade. A partir daí serão franchisados. “É a forma correcta, do meu ponto de vista, de desenvolver o mercado para os produtos portugueses na China”, aponta o gestor.
Traficante de cocaína faz mais de 100 mil patacas numa semana João Luz - 22 Jan 2020 [dropcap]U[/dropcap]m homem, oriundo de Hong Kong, foi detido depois de na segunda-feira ter sido apanhado a vender cocaína na Taipa. Segundo dados facultados pela polícia, o suspeito terá conseguido apurar 120 mil patacas ao longo de uma semana, valor que lhe rendeu 10 mil patacas de remuneração. A investigação começou há uma semana a partir de informação de que haveria um cartel de tráfico de droga que iria enviar um homem para vender cocaína na zona centro da península de Macau. Segundo informação divulgada pela Polícia Judiciária (PJ), a droga estaria destinada a pessoas que orbitam em torno dos casinos. Após investigação, as autoridades chegaram ao paradeiro do suspeito e na noite de segunda-feira, pelas 22h, acompanharam o táxi em que seguia até à Taipa, onde apanharam o sujeito, em pleno delito, a vender droga a outro homem. Quando os dois suspeitos seguiram cada um o seu caminho, depois da transação, as autoridades fizeram as detenções separadamente. O alegado comprador tinha na sua possa três pequenas embalagens contendo, no total, 1,2 gramas de cocaína. O sujeito de Hong Kong tinha consigo oito pacotes contendo droga. O passo seguinte foi a busca ao quarto de hotel onde o suspeito estava hospedado. Aí, a PJ encontrou 29,78 gramas de cocaína e dinheiro. Vender para pagar De acordo com a investigação, o suspeito terá sido recrutado por uma organização criminosa para pagar dívidas. O indivíduo terá afirmado que foi instruído para usar plataformas online para vender o produto, algo que fazia em Macau há oito dias. Durante esse período, vendeu droga no valor de cerca de 120 mil patacas, que entregou à entidade que o “contratou” para o efeito. Por cada pacote de 0,3 gramas, o suspeito receberia 80 patacas e, até ao momento, já havia angariado 10 mil patacas. Tanto o vendedor como o comprador acusaram consumo de cocaína nas análises a que foram submetidos e foram enviados para o Ministério Público sob suspeita de prática dos crimes de tráfico e consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas.
Areia Preta | Homicida namorou com marido da vítima mortal há 10 anos João Luz - 22 Jan 2020 A mulher que esfaqueou uma família na Areia Preta havia mantido uma relação amorosa com o homem que deixou viúvo há mais de dez anos atrás. Além disso, a suspeita, entregue ao Ministério Público, chegou a pensar que teria sido envenenada pelo homem que procurou no final da fatídica noite de domingo [dropcap]À[/dropcap]s 16h de domingo, Liao, de 33 anos, entrava em Macau pelas Portas do Cerco para procurar o homem com quem havia mantido uma relação amorosa há 10 anos atrás. Ontem a Polícia Judiciária (PJ) deu uma conferência de imprensa para clarificar alguns detalhes errados que circularam na comunicação social, inclusive no Hoje Macau. De acordo com as autoridades, depois de entrar em Macau, Liao foi a um supermercado e comprou uma faca, que acabaria por ser a arma do crime, duas garrafas de vinho e um frasco de piripiri para, alegadamente, atirar aos olhos do homem. Não ficou claro se quando entrou no domicílio, a suspeita estaria embriagada, mas a PJ afirma que a mulher alimentou a ideia de que o homem a havia envenenado, e terá dito às autoridades que chegou mesmo a fazer análises clínicas no Interior da China que nada acusaram. Por volta das 17h, Liao chegou à zona da Avenida de Venceslau de Morais, onde testemunhas a terão visto a andar de um lado para o outro antes de entrar no prédio. Ao contrário do que foi dito ontem, depois de bater à porta da família, e como a mãe do homem a reconheceu, foi convidada para entrar. Sentou-se e falou com a mulher antes de cometer os crimes pelos quais irá responder perante a justiça. Segundo a PJ, de repente, Liao sacou da faca e começou por atacar primeiro o menino de cinco anos e, de seguida, a mãe da criança, que não resistiria aos golpes desferidos e quando a polícia chegou ao apartamento já estaria em paragem cardiorrespiratória. Depois do ataque à esposa, a sogra entrou na luta com a suspeita, situação que os agentes da Polícia de Segurança Pública encontraram quando entraram no apartamento, depois do alerta dado pelo porteiro do prédio que foi avisado pela filha, com 10 anos de idade, que terá sido a única ocupante do apartamento a escapar ilesa do ataque. Amizade tóxica Quando os agentes da autoridade entraram no apartamento, ordenaram a Liao para largar a arma branca e de seguida controlaram-na. Os danos estavam feitos. A mãe, com 33 anos de idade, faleceu na sequência de três golpes profundos no pescoço e duas perfurações no peito, além de ter sofrido múltiplos golpes profundos nos membros. O filho, de cinco anos, sofreu ferimentos no rosto, peito e ombro esquerdo. A avó, de 62 anos, sofreu ferimentos graves em órgãos vitais depois de ser esfaqueada no lado esquerdo do peito, abdómen, ombro direito e nas duas mãos. De acordo com a PJ, a suspeita terá tido uma relação com o homem que procurava há mais de uma década atrás, mas os dois ainda mantinham contacto e encontravam-se num contexto de amizade.
Areia Preta | Homicida namorou com marido da vítima mortal há 10 anos admin - 22 Jan 2020 A mulher que esfaqueou uma família na Areia Preta havia mantido uma relação amorosa com o homem que deixou viúvo há mais de dez anos atrás. Além disso, a suspeita, entregue ao Ministério Público, chegou a pensar que teria sido envenenada pelo homem que procurou no final da fatídica noite de domingo [dropcap]À[/dropcap]s 16h de domingo, Liao, de 33 anos, entrava em Macau pelas Portas do Cerco para procurar o homem com quem havia mantido uma relação amorosa há 10 anos atrás. Ontem a Polícia Judiciária (PJ) deu uma conferência de imprensa para clarificar alguns detalhes errados que circularam na comunicação social, inclusive no Hoje Macau. De acordo com as autoridades, depois de entrar em Macau, Liao foi a um supermercado e comprou uma faca, que acabaria por ser a arma do crime, duas garrafas de vinho e um frasco de piripiri para, alegadamente, atirar aos olhos do homem. Não ficou claro se quando entrou no domicílio, a suspeita estaria embriagada, mas a PJ afirma que a mulher alimentou a ideia de que o homem a havia envenenado, e terá dito às autoridades que chegou mesmo a fazer análises clínicas no Interior da China que nada acusaram. Por volta das 17h, Liao chegou à zona da Avenida de Venceslau de Morais, onde testemunhas a terão visto a andar de um lado para o outro antes de entrar no prédio. Ao contrário do que foi dito ontem, depois de bater à porta da família, e como a mãe do homem a reconheceu, foi convidada para entrar. Sentou-se e falou com a mulher antes de cometer os crimes pelos quais irá responder perante a justiça. Segundo a PJ, de repente, Liao sacou da faca e começou por atacar primeiro o menino de cinco anos e, de seguida, a mãe da criança, que não resistiria aos golpes desferidos e quando a polícia chegou ao apartamento já estaria em paragem cardiorrespiratória. Depois do ataque à esposa, a sogra entrou na luta com a suspeita, situação que os agentes da Polícia de Segurança Pública encontraram quando entraram no apartamento, depois do alerta dado pelo porteiro do prédio que foi avisado pela filha, com 10 anos de idade, que terá sido a única ocupante do apartamento a escapar ilesa do ataque. Amizade tóxica Quando os agentes da autoridade entraram no apartamento, ordenaram a Liao para largar a arma branca e de seguida controlaram-na. Os danos estavam feitos. A mãe, com 33 anos de idade, faleceu na sequência de três golpes profundos no pescoço e duas perfurações no peito, além de ter sofrido múltiplos golpes profundos nos membros. O filho, de cinco anos, sofreu ferimentos no rosto, peito e ombro esquerdo. A avó, de 62 anos, sofreu ferimentos graves em órgãos vitais depois de ser esfaqueada no lado esquerdo do peito, abdómen, ombro direito e nas duas mãos. De acordo com a PJ, a suspeita terá tido uma relação com o homem que procurava há mais de uma década atrás, mas os dois ainda mantinham contacto e encontravam-se num contexto de amizade.
Número de visitantes que chegam de barco cai quase 40% Pedro Arede - 22 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de visitantes que chegam a Macau por via marítima caiu 39,5 por cento em 2019. Segundo os dados divulgados ontem pelos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o barco foi a última opção de escolha para quem visitou Macau no ano passado, tendo sido o meio escolhido por apenas 15,9 por cento dos visitantes (6,2 milhões). Dos que optaram pela via marítima, 41,7 por cento, ou seja 3,5 milhões de visitantes, chegaram pelo Porto Exterior e 36,3 por cento, ou seja 2,7 milhões, chegaram pelo Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa. Por contraponto, os números revelados pela DSEC mostram que a via terrestre foi o meio de eleição de entrada em Macau, onde os barcos perderam peso face à entrada em funcionamento, em Outubro de 2018, da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM). Em 2019 entraram assim em Macau, pela via terrestre, 29,2 milhões de visitantes dos quais a grande maioria entraram pelas Portas do Cerco (20,9 milhões) e os restantes pela ponte HKZM (5,3 milhões). Já a via aérea foi a forma de entrada em Macau de 3,8 milhões de visitantes. Sobre o número total de turistas que entraram Macau em 2019, foi batido um novo recorde, com os números da DSEC a confirmarem que a região recebeu mais de 39,4 milhões de visitantes, traduzindo-se num aumento de 10,1 por cento em relação ao ano anterior. Tendência decrescente Apesar do crescimento, Macau registou em Dezembro uma quebra do número de visitantes, sendo que no último mês de 2019 chegaram a Macau 3.083.406 visitantes, ou seja, menos 13,6 por cento do que em 2018. Segundo a DSEC, o número de excursionistas (1.607.764) e de turistas (1.475.642) diminuíram 12,1 e 15,3 por cento, respectivamente, sendo que os visitantes permaneceram no território por um período médio de 1,2 dias. Recorde-se que Direcção dos Serviços de Turismo (DST) já tinha estimado há dias, para 2020, uma queda de três por cento do número total de visitantes que, a verificar-se, será a primeira queda desde 2015. A estimativa, avançada pela directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, atribui as razões da queda de visitantes em 2020 à actual conjuntura internacional, à guerra comercial entre a China e os EUA e aos sinais que os últimos meses têm dado acerca do número de visitantes.
Porto Interior | Itinerário marítimo reabre com olhos postos na pneumonia de Wuhan Pedro Arede - 22 Jan 2020 Depois de terem sido confirmados os primeiros casos do novo coronavírus em Zhuhai, a travessia marítima entre o Porto Interior e o Porto de Wanzai reabre amanhã com medidas reforçadas para a detecção e prevenção de casos suspeitos da doença. Por dia, serão realizadas 110 viagens entre Macau e Zhuhai [dropcap]M[/dropcap]edidas específicas de detecção e prevenção relacionadas com a nova pneumonia viral de Whuhan vão estar prontas amanhã, a tempo da reabertuta do itinerário marítimo entre o terminal de passageiros do Porto Interior e o Porto de Wanzai (Ilha da Lapa). Foi isso que garantiu ontem, por ocasião de uma visita aberta ao requalificado terminal marítimo do Porto Interior, Tong Iok Peng, chefe do Departamento de Gestão Portuária. Assim, numa altura em que os Serviços de Saúde reforçaram (SS) as medidas de prevenção contra o novo tipo de pneumonia viral admitindo mesmo poder vir a elevar o nível de alerta de emergência para o nível dois (“Muito Grave”), foi assegurado que as entradas de passageiros em Macau, pelo terminal do Porto Interior serão monitorizadas, através do sistema de controlo de temperatura. Além disso, e após terem sido confirmados três casos de pneumonia viral na cidade vizinha de Zhuhai, a responsável afirmou também que, como medida de prevenção e após uma reunião interdepartamental, foi criada na área das chegadas uma zona de quarentena provisória no novo canal, para os casos suspeitos de serem portadores da doença. “No caso de se verificar, já dentro dos barcos, que alguém está com febre, esse facto será imediatamente comunicado e, de acordo com as indicações dos SS, se esses passageiros tiverem estado em Wuhan nos últimos 14 dias, o caso passa a ser encaminhado para as autoridades competentes logo a partir do desembarque. No caso de se tratar de passageiros que não estiveram em Wuhan, a situação será na mesma comunicada as serviços competentes e ao CPSP, que acompanhará essas pessoas para a zona de quarentena provisória (…) até à chegada do pessoal dos SS que fará uma verificação específica”, explicou Tong Iok Peng. A cada 15 minutos Com três embarcações prontas para entrar diariamente ao serviço entre as 7 e as 22 horas, serão realizadas a partir de amanhã um total de 110 viagens por dia, com as travessias a partir do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Interior para o Porto de Wanzai a acontecer a cada 15 minutos, excepto às 12h10, 12h25, 18h10 e 18h25. O preço da viagem do Porto Interior para Wanzai é de 20 patacas e de 30 patacas (ida e volta), para residentes. Para não residentes, acrescem 10 patacas a estes valores. Já o preço da viagem de Wanzai para Macau é de 15 renminbi e de 25 renminbi (ida e volta). Será também possível adquirir o cartão “Macau-Zhuhai” pelo preço de 60 patacas que permitirá aquirir viagens singulares por 12 patacas. Suspenso há quatro meses, o serviço é retomado amanhã, sendo que a primeira viagem do Porto de Wanzai para o Porto Interior será realizada às 12h45, ao passo que a viagem inaugural do Porto Interior para o Porto de Wanzai acontece às 12h55. Comércio | Revitalização de negócios em curso A reabertura da ligação marítima entre o Porto Interior e o Porto de Wanzai (Ilha da Lapa) deu o mote para Direcção dos Serviços de Economia (DSE) e Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM) reunirem, com o objectivo de promover a economia do bairro antigo do Porto Interior que volta a ser, a partir de amanhã, uma porta de entrada para os turistas do interior da China que chegam a Macau. Os trabalhos de revitalização anunciados através de uma nota do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças incluem a instalação de meios de pagamento electrónico, a introdução de projectos culturais e criativos e ainda realização de acções nas redes sociais, através da utilização de influenciadores para promover a história e a gastronomia local. A DSE pretende ainda que, a breve trecho, sejam lançados serviços de visitas guiadas dedicadas aos turistas que chegam ao Porto Interior vindos de Zhuhai.
Porto Interior | Itinerário marítimo reabre com olhos postos na pneumonia de Wuhan Pedro Arede - 22 Jan 2020 Depois de terem sido confirmados os primeiros casos do novo coronavírus em Zhuhai, a travessia marítima entre o Porto Interior e o Porto de Wanzai reabre amanhã com medidas reforçadas para a detecção e prevenção de casos suspeitos da doença. Por dia, serão realizadas 110 viagens entre Macau e Zhuhai [dropcap]M[/dropcap]edidas específicas de detecção e prevenção relacionadas com a nova pneumonia viral de Whuhan vão estar prontas amanhã, a tempo da reabertuta do itinerário marítimo entre o terminal de passageiros do Porto Interior e o Porto de Wanzai (Ilha da Lapa). Foi isso que garantiu ontem, por ocasião de uma visita aberta ao requalificado terminal marítimo do Porto Interior, Tong Iok Peng, chefe do Departamento de Gestão Portuária. Assim, numa altura em que os Serviços de Saúde reforçaram (SS) as medidas de prevenção contra o novo tipo de pneumonia viral admitindo mesmo poder vir a elevar o nível de alerta de emergência para o nível dois (“Muito Grave”), foi assegurado que as entradas de passageiros em Macau, pelo terminal do Porto Interior serão monitorizadas, através do sistema de controlo de temperatura. Além disso, e após terem sido confirmados três casos de pneumonia viral na cidade vizinha de Zhuhai, a responsável afirmou também que, como medida de prevenção e após uma reunião interdepartamental, foi criada na área das chegadas uma zona de quarentena provisória no novo canal, para os casos suspeitos de serem portadores da doença. “No caso de se verificar, já dentro dos barcos, que alguém está com febre, esse facto será imediatamente comunicado e, de acordo com as indicações dos SS, se esses passageiros tiverem estado em Wuhan nos últimos 14 dias, o caso passa a ser encaminhado para as autoridades competentes logo a partir do desembarque. No caso de se tratar de passageiros que não estiveram em Wuhan, a situação será na mesma comunicada as serviços competentes e ao CPSP, que acompanhará essas pessoas para a zona de quarentena provisória (…) até à chegada do pessoal dos SS que fará uma verificação específica”, explicou Tong Iok Peng. A cada 15 minutos Com três embarcações prontas para entrar diariamente ao serviço entre as 7 e as 22 horas, serão realizadas a partir de amanhã um total de 110 viagens por dia, com as travessias a partir do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Interior para o Porto de Wanzai a acontecer a cada 15 minutos, excepto às 12h10, 12h25, 18h10 e 18h25. O preço da viagem do Porto Interior para Wanzai é de 20 patacas e de 30 patacas (ida e volta), para residentes. Para não residentes, acrescem 10 patacas a estes valores. Já o preço da viagem de Wanzai para Macau é de 15 renminbi e de 25 renminbi (ida e volta). Será também possível adquirir o cartão “Macau-Zhuhai” pelo preço de 60 patacas que permitirá aquirir viagens singulares por 12 patacas. Suspenso há quatro meses, o serviço é retomado amanhã, sendo que a primeira viagem do Porto de Wanzai para o Porto Interior será realizada às 12h45, ao passo que a viagem inaugural do Porto Interior para o Porto de Wanzai acontece às 12h55. Comércio | Revitalização de negócios em curso A reabertura da ligação marítima entre o Porto Interior e o Porto de Wanzai (Ilha da Lapa) deu o mote para Direcção dos Serviços de Economia (DSE) e Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM) reunirem, com o objectivo de promover a economia do bairro antigo do Porto Interior que volta a ser, a partir de amanhã, uma porta de entrada para os turistas do interior da China que chegam a Macau. Os trabalhos de revitalização anunciados através de uma nota do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças incluem a instalação de meios de pagamento electrónico, a introdução de projectos culturais e criativos e ainda realização de acções nas redes sociais, através da utilização de influenciadores para promover a história e a gastronomia local. A DSE pretende ainda que, a breve trecho, sejam lançados serviços de visitas guiadas dedicadas aos turistas que chegam ao Porto Interior vindos de Zhuhai.
Diplomatas e especialistas analisam avaliação externa do Fórum Macau Hoje Macau - 22 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] relatório relativo à avaliação externa efectuada ao Fórum Macau foi analisado nos passados dias 16 e 17, mas só ontem foi emitido um comunicado sobre a reunião que juntou “especialistas de nove países e dez partes do Fórum Macau”, que “apresentaram várias opiniões e propostas pertinentes, melhorando o relatório de avaliação”. De frisar que o documento não foi tornado público. A avaliação externa ao Fórum Macau, que já conta com 15 anos de existência, contou com profissionais do corpo diplomático dos países de língua portuguesa em Pequim e da equipa de avaliação da Academia de Ciências Sociais da China, num total de 30 pessoas. Xu Yingzhen, secretária-geral do Fórum Macau, disse esperar que “o relatório de avaliação permita que mais pessoas adquiram conhecimento sobre a história de evolução do Fórum de Macau e das relações económicas e comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, além de disponibilizar “mais experiência e sugestões de referência para o futuro desenvolvimento do Fórum de Macau”. Das opiniões Malam Sambú Interviu, embaixador da Guiné-Bissau em Pequim, disse que o relatório em causa “permite apresentar os resultados obtidos nos últimos 15 anos do estabelecimento do Fórum de Macau e os desafios a enfrentar, facilitando o planeamento da orientação de trabalho para curto e médio prazo e elevando a eficiência de funcionamento do Fórum de Macau”. Isto “com vista a promover a optimização das cooperações, bem como fomentar o desenvolvimento económico dos países envolvidos”. Para este responsável, é necessário “enriquecer o mecanismo de cooperação nos âmbitos de economia, comércio e finanças e desempenhar o papel do Fundo de Cooperação e Investimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa para financiar as pequenas e médias empresas”. A reunião incluiu ainda uma visita ao Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa e o Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, “com o objectivo de conhecerem a evolução das obras das instalações da plataforma de Macau”.
AL | Pedidas explicações à Macau Investimento e Desenvolvimento S.A. João Santos Filipe - 22 Jan 2020 A análise à execução orçamental de 2018 levou a 2.ª Comissão da Assembleia Legislativa a pedir mais explicações à empresa que faz investimentos no Interior da China, bem como a outros Fundos com capitais públicos [dropcap]N[/dropcap]uma altura em que são cada vez mais os deputados eleitos pela via directa que alertam o Governo para a necessidade de legislar a obrigação das empresas com capitais públicos adoptarem práticas de transparência, a Macau Investimento e Desenvolvimento S.A. vai ser chamada às reuniões da 2.ª Comissão da Assembleia Legislativa para explicar a execução orçamental de 2018. A revelação foi feita ontem pelo deputado Chan Chak Mo, no final de um encontro dos deputados da comissão. O presidente da comissão explicou que todo o orçamento de 2018 foi auditado pelo Comissariado de Auditoria (CA), sem que houvesse qualquer reservas. Contudo, os legisladores querem pormenores sobre os gastos dos serviços, principalmente quando estes ficam muito abaixo do orçamento. No que diz respeito à Macau Investimento e Desenvolvimento S.A., o objectivo dos deputados é ficaram melhor informados a respeito dos investimentos sobre esta empresa com capitais públicos: “A Macau Investimento e Desenvolvimento S.A. tem grandes investimentos no Parque de Medicina Tradicional Chinesa”, sustentou Chan Chak Mo. Fundos na gaveta Além da Macau Investimento e Desenvolvimento S.A., os deputados querem ouvir igualmente os dirigentes do Fundo de Desenvolvimento de Apoio à Pesca, Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, o Fundo de Reparação Predial, Fundo para a Protecção Ambiental e Conservação Energética e o Fundo de Pensões. O Fundo de Pensões é chamado depois de ter gerado prejuízos de 1,2 mil milhões de patacas, entre os quais 400 milhões se terão ficado a dever a investimentos. “Em 2018 houve 1,2 mil milhões de patacas em prejuízos. É o que está indicado nos documentos. Houve prejuízos nos investimentos de 400 milhões. Queremos que os representantes façam uma apresentação sobre a situação do Fundo de Pensões. Os montantes são avultados”, indicou o presidente da 2.ª Comissão Permanente. Contudo, a baixa execução orçamental é a principal causa para a chamada dos restantes fundos: “Queremos saber a razão da taxa de execução orçamental ser baixa. Estamos a falar de fundos que têm um grande orçamento para resolver problemas, mas se não gastam também não resolvem as situações. Queremos perceber esse aspecto. Se a taxa de execução for muito baixa, vamos procurar as razões”, explicou. Antes das reuniões com os respectivos departamentos, os deputados vão esperar por informação extra como demonstrações financeiras, registo dos fluxos de capitais e o balanço dos resultados das empresas com capitais públicos. Só depois de recebida esta informação, o que deverá acontecer já depois do Ano Novo Chinês, é que terá lugar o encontro com os dirigentes dos respectivos departamentos.
AL | Pedidas explicações à Macau Investimento e Desenvolvimento S.A. João Santos Filipe - 22 Jan 2020 A análise à execução orçamental de 2018 levou a 2.ª Comissão da Assembleia Legislativa a pedir mais explicações à empresa que faz investimentos no Interior da China, bem como a outros Fundos com capitais públicos [dropcap]N[/dropcap]uma altura em que são cada vez mais os deputados eleitos pela via directa que alertam o Governo para a necessidade de legislar a obrigação das empresas com capitais públicos adoptarem práticas de transparência, a Macau Investimento e Desenvolvimento S.A. vai ser chamada às reuniões da 2.ª Comissão da Assembleia Legislativa para explicar a execução orçamental de 2018. A revelação foi feita ontem pelo deputado Chan Chak Mo, no final de um encontro dos deputados da comissão. O presidente da comissão explicou que todo o orçamento de 2018 foi auditado pelo Comissariado de Auditoria (CA), sem que houvesse qualquer reservas. Contudo, os legisladores querem pormenores sobre os gastos dos serviços, principalmente quando estes ficam muito abaixo do orçamento. No que diz respeito à Macau Investimento e Desenvolvimento S.A., o objectivo dos deputados é ficaram melhor informados a respeito dos investimentos sobre esta empresa com capitais públicos: “A Macau Investimento e Desenvolvimento S.A. tem grandes investimentos no Parque de Medicina Tradicional Chinesa”, sustentou Chan Chak Mo. Fundos na gaveta Além da Macau Investimento e Desenvolvimento S.A., os deputados querem ouvir igualmente os dirigentes do Fundo de Desenvolvimento de Apoio à Pesca, Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, o Fundo de Reparação Predial, Fundo para a Protecção Ambiental e Conservação Energética e o Fundo de Pensões. O Fundo de Pensões é chamado depois de ter gerado prejuízos de 1,2 mil milhões de patacas, entre os quais 400 milhões se terão ficado a dever a investimentos. “Em 2018 houve 1,2 mil milhões de patacas em prejuízos. É o que está indicado nos documentos. Houve prejuízos nos investimentos de 400 milhões. Queremos que os representantes façam uma apresentação sobre a situação do Fundo de Pensões. Os montantes são avultados”, indicou o presidente da 2.ª Comissão Permanente. Contudo, a baixa execução orçamental é a principal causa para a chamada dos restantes fundos: “Queremos saber a razão da taxa de execução orçamental ser baixa. Estamos a falar de fundos que têm um grande orçamento para resolver problemas, mas se não gastam também não resolvem as situações. Queremos perceber esse aspecto. Se a taxa de execução for muito baixa, vamos procurar as razões”, explicou. Antes das reuniões com os respectivos departamentos, os deputados vão esperar por informação extra como demonstrações financeiras, registo dos fluxos de capitais e o balanço dos resultados das empresas com capitais públicos. Só depois de recebida esta informação, o que deverá acontecer já depois do Ano Novo Chinês, é que terá lugar o encontro com os dirigentes dos respectivos departamentos.
Chefe do Executivo quer que comunidade macaense participe “nos projectos da nova era” Andreia Sofia Silva - 22 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, almoçou ontem com membros da comunidade macaense por ocasião da chegada do Ano Novo Chinês e frisou a importância da sua participação nos projectos políticos e económicos do país, tal como a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e “Uma Faixa, Uma Rota”. Projectos que, para Ho Iat Seng, são um símbolo da “nova era”. “A nova era não só traz novas oportunidades para o desenvolvimento da RAEM, como também cria um espaço mais amplo para os macaenses desenvolverem as suas capacidades e realizarem as suas aspirações. Espero que a comunidade macaense participe activamente nos projectos da nova era e desenvolva as suas próprias vantagens”, declarou Ho Iat Seng citado por um comunicado oficial. Para o Chefe do Executivo, as vantagens da comunidade passam pelo facto de existir “uma diáspora espalhada pelo mundo e a partilha de uma mesma língua com os países de língua portuguesa”. Estes factores contribuem “para a criação de uma rede de contactos de excelência que potencia o seu papel de ponte entre a China e os países de língua portuguesa”. Ho Iat Seng destacou também no seu discurso a realização, o ano passado, de mais uma edição do Encontro das Comunidades Macaenses. Trata-se de um “importante evento para a comunidade macaense, que acontece a cada três anos”, sendo que, no ano passado, “cerca de 1000 macaenses, aqui residentes e vindos da diáspora, juntaram-se em Macau, o que contribuiu para fortalecer contactos e amizade e, também, para aprofundar o seu conhecimento sobre o mais recente desenvolvimento da RAEM”, frisou. “Contributos” macaenses No seu discurso, Ho Iat Seng lembrou a visita que o Presidente Xi Jinping realizou a Macau em Dezembro último, por ocasião do 20º aniversário da RAEM. Neste sentido, o Chefe do Executivo destacou os contributos feitos pela comunidade macaense ao longo dos anos. “A economia tem-se desenvolvido prosperamente e a sociedade mantém-se estável e harmoniosa. São factos que estão associados ao trabalho árduo, à participação activa e ao forte apoio dos macaenses e dos portugueses que aqui vivem. A todos vós, gostaria de manifestar o meu sincero agradecimento pelos vossos contributos.” Para Ho Iat Seng, os valores da comunidade macaense devem ser respeitados. “Macau é uma sociedade multicultural, onde convivem em harmonia povos de diversas origens. O Governo da RAEM respeita as diferentes línguas, culturas, costumes e religiões e, valorizando a boa tradição da harmonia entre os povos, continuará a apoiar empenhadamente a comunidade macaense na RAEM.”
Cibersegurança | Ho Iat Seng dá dois meses à comissão para se organizar Andreia Sofia Silva - 22 Jan 2020 Decorreu esta segunda-feira a primeira reunião da Comissão para a Cibersegurança. Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, estabeleceu o prazo de dois meses para a clarificação de competências e gestão do trabalho. Além disso, as entidades que supervisionam a implementação da lei da cibersegurança devem submeter um relatório de trabalho a cada seis meses [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, deu esta segunda-feira ordens expressas para se acelerar o processo de supervisão da lei da cibersegurança após a sua entrada em vigor. As linhas orientadoras foram expressas esta segunda-feira na primeira reunião da Comissão para a Cibersegurança (CPC) e, de acordo com um comunicado, esta tem dois meses para arrumar a casa a fim de poder iniciar a devida supervisão do diploma. “O Chefe do Executivo orientou as entidades de supervisão para, no espaço de dois meses, concluir os planos de actividades da gestão da cibersegurança deste ano, e clarificar as suas competências e responsabilidades, de forma a iniciar o trabalho de gestão o mais rápido possível.” Ho Iat Seng sugeriu ainda que o Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança (CARIC), bem como as demais entidades de supervisão, “necessitam de submeter relatórios de andamento do trabalho na reunião ordinária da CPC que se realizará após seis meses [depois da sua criação]”. O CARIC deve também “fazer um bom trabalho no âmbito da consciência situacional, da divulgação de informações e da comunicação com a CPC e as entidades de supervisão”. Para Ho Iat Seng, a lei da cibersegurança “deve ser implementada de forma sólida e efectiva, sendo necessário levar os operadores das infra-estruturas críticas a dar importância e garantir dinamicamente a cibersegurança”. Para o governante, a entrada em vigor da nova lei “implica, acima de tudo, uma tomada de responsabilidade acerca da cibersegurança por parte do Governo”. A bem do rigor Dentro da linha de transparência e eficiência da máquina administrativa, Ho Iat Seng “exigiu ainda aos membros da CPC o cumprimento rigoroso das suas atribuições, assim como ajudar o Governo da RAEM para elaborar, de forma científica e presciente, medidas e políticas na vertente da cibersegurança”. Na mesma reunião, Wong Sio Chak, secretário para a Segurança e vice-presidente da CPC, apresentou “a situação dos progressos na concretização da lei da cibersegurança” desde que esta entrou em vigor. Chan Si Cheng, representante efectivo da unidade responsável pela coordenação do funcionamento do CARIC e chefe do Departamento de Coordenação de Informática e Telecomunicações da Polícia Judiciária, “fez uma apresentação sobre a designação dos operadores de infra-estruturas críticas, as normas técnicas universais de gestão da cibersegurança e os mecanismos de alerta, comunicação e resposta dos incidentes de cibersegurança”, apontou o mesmo comunicado.
Cibersegurança | Ho Iat Seng dá dois meses à comissão para se organizar Andreia Sofia Silva - 22 Jan 2020 Decorreu esta segunda-feira a primeira reunião da Comissão para a Cibersegurança. Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, estabeleceu o prazo de dois meses para a clarificação de competências e gestão do trabalho. Além disso, as entidades que supervisionam a implementação da lei da cibersegurança devem submeter um relatório de trabalho a cada seis meses [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, deu esta segunda-feira ordens expressas para se acelerar o processo de supervisão da lei da cibersegurança após a sua entrada em vigor. As linhas orientadoras foram expressas esta segunda-feira na primeira reunião da Comissão para a Cibersegurança (CPC) e, de acordo com um comunicado, esta tem dois meses para arrumar a casa a fim de poder iniciar a devida supervisão do diploma. “O Chefe do Executivo orientou as entidades de supervisão para, no espaço de dois meses, concluir os planos de actividades da gestão da cibersegurança deste ano, e clarificar as suas competências e responsabilidades, de forma a iniciar o trabalho de gestão o mais rápido possível.” Ho Iat Seng sugeriu ainda que o Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança (CARIC), bem como as demais entidades de supervisão, “necessitam de submeter relatórios de andamento do trabalho na reunião ordinária da CPC que se realizará após seis meses [depois da sua criação]”. O CARIC deve também “fazer um bom trabalho no âmbito da consciência situacional, da divulgação de informações e da comunicação com a CPC e as entidades de supervisão”. Para Ho Iat Seng, a lei da cibersegurança “deve ser implementada de forma sólida e efectiva, sendo necessário levar os operadores das infra-estruturas críticas a dar importância e garantir dinamicamente a cibersegurança”. Para o governante, a entrada em vigor da nova lei “implica, acima de tudo, uma tomada de responsabilidade acerca da cibersegurança por parte do Governo”. A bem do rigor Dentro da linha de transparência e eficiência da máquina administrativa, Ho Iat Seng “exigiu ainda aos membros da CPC o cumprimento rigoroso das suas atribuições, assim como ajudar o Governo da RAEM para elaborar, de forma científica e presciente, medidas e políticas na vertente da cibersegurança”. Na mesma reunião, Wong Sio Chak, secretário para a Segurança e vice-presidente da CPC, apresentou “a situação dos progressos na concretização da lei da cibersegurança” desde que esta entrou em vigor. Chan Si Cheng, representante efectivo da unidade responsável pela coordenação do funcionamento do CARIC e chefe do Departamento de Coordenação de Informática e Telecomunicações da Polícia Judiciária, “fez uma apresentação sobre a designação dos operadores de infra-estruturas críticas, as normas técnicas universais de gestão da cibersegurança e os mecanismos de alerta, comunicação e resposta dos incidentes de cibersegurança”, apontou o mesmo comunicado.