Crime | Detido por fotografar por baixo de saias Hoje Macau - 2 Nov 2021 Um trabalhador não residente do Interior da China foi detido na sexta-feira por fotografar por baixo da saia de uma mulher num autocarro de transporte público. Tudo começou na quarta-feira, quando as autoridades receberam a queixa da mulher que afirmou ter sido fotografada nas pernas e no rosto e pedido ao homem para apagar as fotografias. Dois dias depois, com a ajuda da videovigilância, as autoridades detiveram o homem que tinha no telemóvel mais de 30 mil fotografias do mesmo género. Interrogado pela Polícia Judiciária, o suspeito afirmou que não se lembrava onde e quando tirou as restantes fotografias. Segundo o jornal Ou Mun, o caso foi encaminhado para o Ministério Público e o indivíduo, com 47 anos de idade, é suspeito do crime de devassa da vida privada.
Ponte HKZM | Empresa de manutenção empregou “trabalhadores-fantasma” João Luz - 2 Nov 20212 Nov 2021 O Comissariado contra a Corrupção revelou um caso suspeito de falsificação de documentos na contratação de trabalhadores locais. A empresa em questão é responsável pela manutenção e reparação do Edifício do Posto Fronteiriço da Ponte do Delta e tinha nos quadros um trabalhador local que saiu de Macau em 2015 e nunca mais voltou a entrar na região Falsificação de documentos, “trabalhadores-fantasma” e apropriação de fundos de apoio no combate à crise provocada pela pandemia são alguns dos ingredientes do mais recente escândalo revelado na segunda-feira pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC). O organismo liderado pelo comissário Chan Tsz King anunciou ter encontrado indícios fortes de várias irregularidades na empresa responsável pela manutenção e reparação do edifício do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau. Para começar, a empresa é suspeita de fornecer dados falsos sobre trabalhadores locais à Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) e ao Fundo de Segurança Social, assim como para solicitar importação de trabalhadores não residentes à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. A empresa, que não é identificada pelo CCAC, declarou aos serviços a contratação de 24 trabalhadores locais, seis destes que apresentaram “registos de movimentos fronteiriços anormais e raramente permaneciam em Macau durante o período de pagamento de contribuições da segurança social”. O CCAC descreve ter descoberto o caso de “alguém que saiu de Macau em 2015 e nunca mais voltou a entrar na RAEM” nos quadros da empresa. No decurso da investigação, alguns trabalhadores “confessaram que nunca tinham trabalhado na empresa” ou recebido salário, afirmando que o pagamento de contribuições à Segurança Social “era apenas para receber a pensão para idosos concedida pelo Governo no futuro”. Labores fictícios “Há fortes indícios de que os trabalhadores em causa são trabalhadores simulados”, aponta o organismo liderado por Chan Tsz King, acrescentando estar a averiguar a veracidade dos restantes empregados locais. O caso foi denunciado ao Ministério Público, pela suspeita do crime de falsificação de documentos. Acresce ainda que no ano passado cada trabalhador, dito local, da empresa em questão recebeu 15 mil patacas “de apoio pecuniário ao combate à epidemia”. Facto que levou o CCAC a comunicar à DSF o recebimento de montantes indevidos. Tolerância zero “O Governo da RAEM não tolera os infractores, uma vez verificada a existência de contratação ilegal ou irregular, será aplicada multa e revogada a autorização de contratação, acompanhada da privação do direito de pedir novas autorizações, por um período até dois anos”, respondeu ontem o gabinete do secretário para a Economia e Finanças. O Governo indica que atribui “grande importância ao caso suspeito”, descoberto pelo CCAC, de prestação de declarações falsas sobre dados de trabalhadores locais. A tutela de Lei Wai Nong anunciou que foram dadas instruções à DSAL para apreciar e aprovar, “de forma mais rigorosa”, os pedidos de importação e renovação de contratos de trabalhadores não residentes.
Eleições | Negada ligação entre desqualificação e abstenção Hoje Macau - 2 Nov 2021 Em resposta a interpelação de Sulu Sou, o director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Kou Peng Kuan reiterou que os desafios colocados pela pandemia e as condições meteorológicas adversas motivaram “em certa medida”, a vontade de voto de alguns cidadãos. Sem estabelecer correlações entre a exclusão de candidatos por não serem fiéis a Macau e não defenderem a Lei Básica e aquela que foi a mais baixa taxa de participação desde a transição (42,38 por cento), os SAFP apontam apenas que as eleições para a Assembleia Legislativa (AL) aconteceram de acordo com a lei. “As eleições (…) decorreram no cumprimento rigoroso das disposições da Lei Básica e da Lei Eleitoral (…), tendo a CAEAL exercido as suas competências de acordo com a lei, incluindo a apreciação da elegibilidade dos candidatos para assegurar a implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas’”, pode ler-se na resposta. É acrescentado ainda que, após rever todo o processo, a CAEAL vai apresentar um relatório final sobre as actividades eleitorais ao Chefe do Executivo, para “referência e estudo”. Recorde-se que Sulu Sou questionou se o Governo iria reconhecer que o incidente da desqualificação foi das principais causas da “frieza” eleitoral registada e que garantias podem ser dadas para que a apreciação da CAEAL não seja “abusivamente utilizada” futuramente para excluir vozes críticas da AL.
LAG | Coutinho quer mais apoios e casinos a pagar “despesas gordas” Pedro Arede - 2 Nov 2021 Durante a reunião com Ho Iat Seng sobre as LAG do próximo ano, a ATFPM defendeu o aumento da comparticipação pecuniária para 12 mil patacas e nova ronda de cartões de consumo de 10 mil patacas. Pereira Coutinho defende ainda que as concessionárias do jogo devem pagar a manutenção do Metro Ligeiro e o novo Hospital das Ilhas O deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), José Pereira Coutinho, defendeu na segunda-feira, perante o Chefe do Executivo o aumento da comparticipação pecuniária para 12 mil patacas e uma nova ronda de cartões de consumo no valor de 10 mil patacas. Além disso, num encontro que serviu para apresentar sugestões acerca das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano, Pereira Coutinho considerou que o Governo deve reforçar o apoio à população. Nomeadamente, atribuindo 10 mil patacas para quem foi forçado a terminar o vínculo laboral devido à crise gerada pela pandemia, a retoma do apoio de 7 mil patacas anuais aos idosos com mais de 65 anos por parte do Fundo de Previdência Central e o suporte aos grupos mais vulneráveis. “Solicitamos a comparticipação pecuniária de 12 mil patacas para o próximo ano, 10 mil patacas para o cartão de consumo e 7 mil patacas que têm de ser devolvidas aos idosos, porque deixaram de receber este apoio do FSS desde 2020. [Neste último caso], tudo somado são 21 mil patacas”, disse à saída da reunião, de acordo com a TDM-Canal Macau. “Todo o tipo de apoio (…) deve ser para os mais desfavorecidos e os que mais precisam. Nomeadamente, os acamados, doentes crónicos, idosos, famílias monoparentais e cuidadores informais. Ou seja, uma série de sectores que, com esta pandemia, estão a sofrer muito”, acrescentou. O deputado pediu ainda que o limite de 144 mil patacas de rendimentos em 2020 previsto para atribuir 10 mil patacas de apoio, seja alargado para 240 mil patacas, de forma a abranger mais trabalhadores do sector privado, profissões liberais e desempregados. Face às dificuldades colocadas pela pandemia, a ATFPM defendeu também o prolongamento do subsídio de desemprego de três meses para um ano, aumentando o valor diário para 200 patacas, a penalização dos despedimentos sem justa causa e a entrada de jovens licenciados nos quadros dos serviços públicos. Assumir responsabilidades Pereira Coutinho apontou ainda o caminho da maior responsabilização das operadoras de jogo para diminuir as despesas do Governo e canalizar verbas para apoiar a população. Segundo o presidente da ATFPM, as concessionárias devem ser incumbidas de pagar a factura de 900 milhões de patacas relativas à manutenção do Metro Ligeiro e ainda do futuro Hospital das Ilhas. “O Governo deve cortar nas despesas gordas, nomeadamente no Metro Ligeiro. Sugerimos, por exemplo, que as seis concessionárias sejam responsabilizadas pelo pagamento da manutenção do Metro Ligeiro (…) e pela manutenção do novo Hospital das Ilhas, no âmbito da parceria público-privada”, começou por explicar. “Nos últimos cinco anos, só em relatórios de consultoria foram quase 10 mil milhões de patacas. Não é melhor cortar aqui e manter todos os apoios sociais aos residentes de Macau? Sugerimos também que 3,0 por cento das receitas de jogo sejam atribuídas directamente a todos os residentes de Macau”, concluiu. Por sua vez, Ho Iat Seng prometeu fazer “o seu melhor” para promover medidas em prol do bem-estar, “quando as condições financeiras forem possíveis”. Já o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, revelou que o Governo deu início à criação de uma plataforma de contratação pública para “simplificar procedimentos administrativos”.
Linhas de Acção Governativa apresentadas a 16 de Novembro Hoje Macau - 1 Nov 2021 As Linhas de Acção Governativa (LAG) para o ano financeiro de 2022 vão ser apresentadas a 16 de Novembro, na Assembleia Legislativa (AL), pelo Chefe do Executivo. Depois da apresentação do Relatório das [LAG], Ho Iat Seng regressa, no dia seguinte à AL para responder às perguntas dos deputados. Os debates sectoriais LAG para 2022 vão decorrer entre 24 de Novembro e 3 de Dezembro, entre as 15h e as 24h, começando com a área da Administração e Justiça. De acordo com o Gabinete de Comunicação Social, seguem-se os debates sobre as áreas da Economia e Finanças (27 de Novembro), Segurança (30 de Novembro), Assuntos Sociais e Cultura (2 de Dezembro) e Transportes e Obras Públicas (4 de Dezembro).
Mais de 90% da energia de Macau vem de zona que enfrenta crise energética Hoje Macau - 1 Nov 2021 Mais de 90 por cento da energia de Macau vem do Sul da China, num momento em que o país enfrenta uma crise energética que já interrompeu a produção industrial em várias províncias, disse à Lusa fonte da Companhia de Electricidade de Macau – CEM. Apesar desta conjuntura, o preço da electricidade não aumentou, não houve falhas de fornecimentos visíveis, nem avisos por parte das autoridades. Em resposta à Lusa, a CEM frisou que os preços da energia em Macau permanecem inalterados há 20 anos. Segundo a empresa de electricidade, em 2020 foram importados da Rede Eléctrica do Sul da China, representando 90,2 por cento do consumo total de electricidade de Macau, 6,9 por cento do consumo é produzido localmente e os restantes 2,8 por cento são provenientes do centro de incineração de resíduos. Ainda de acordo com a CEM, a rede eléctrica de Zhuhai está interligada com a rede do território, e a mistura de energia eléctrica para Macau é despachada pela Rede Eléctrica do Sul da China. Segundo o acordo de cooperação eléctrica assinado entre os dois locais, Macau recebe para consumo cerca de 40 por cento de energia limpa da Rede Eléctrica do Sul e esta “será ajustada em conformidade de acordo com a optimização do cabaz energético na região da Rede Eléctrica do Sul”. A eléctrica fornece energia a Guangdong, Guangxi, Yunnan, Guizhou e Hainão. Escuridão a norte Segundo relatos nos órgãos de comunicação social chineses, várias cidades da província de Guangdong tiveram o fornecimento de electricidade restringido durante quase uma semana, na semana passada. A produção industrial esteve por isso parada durante várias horas nesses dias. Na cidade de Houjie, a cerca de 85 quilómetros de Macau, que conta com mais de 20.000 fábricas, o departamento de Fornecimento de Electricidade avisou, segundo relatos na imprensa chinesa, que “devido ao actual fornecimento apertado de electricidade na província, a fim de assegurar o fornecimento ordenado de electricidade, de acordo com o princípio de proteger a subsistência das pessoas, os serviços públicos, para proteger os pontos-chave, foi implementado o aviso de pico de fornecimento de electricidade a empresas de elevado consumo de energia”. As restrições energéticas foram registadas em várias empresas e indústrias nas cidades de Foshan, Shantou e Jieyang. A razão, de acordo com fonte próxima da rede eléctrica de Guangdong, citada nos media chineses, é a escassez de energia, provocada pelo aumento do preço e da diminuição da oferta de carvão, que fez com que centrais térmicas deixassem de funcionar em plena capacidade.
O Divórcio André Namora - 1 Nov 2021 Portugal está na rua da amargura. A geringonça casou e na semana passada divorciou-se. O Partido Socialista, Partido Comunista e Bloco de Esquerda deram um mau exemplo a um povo que cada vez sofre mais e que tem um nível de vida dos piores da Europa. Há seis anos o entendimento entre os três partidos foi total e deu para formar governo, ao qual os detractores habituais chamaram logo de “geringonça”. O Partido Socialista governou bem, mal ou assim-assim. É conforme a opinião de cada um. Os patrões queixam-se sempre que um governo de esquerda os prejudica, mas o salário mínimo nacional aumentou sempre miseravelmente com o apoio desses empresários que controlam a economia do país. O Orçamento do Estado para 2022 foi a votos e o PCP e o BE resolveram pela primeira vez exigir o impossível e foi triste vermos uma votação onde a esquerda, a direita e os neofascistas estiveram unidos. Quem apoia o PCP e o BE nunca imaginou que os seus partidos de preferência não fossem capazes de se entender com o PS. O Orçamento foi chumbado e agora? Agora vira o disco e toca o mesmo com prejuízo para milhares de famílias. Aumentos da Função Pública e dos pensionistas, reforço de abonos e alterações aos escalões do IRS devem ter ido por água abaixo. O chumbo do Orçamento trava ganhos de mil milhões de euros para as famílias. A direita política bateu palmas de contentamento com a derrota dos socialistas e pensa que vai eleger Paulo Rangel, para que todos unidos venham a ser governo. Rui Rio tem a mesma ideia: formar uma nova AD (Aliança Democrática) com o actual líder do CDS que conseguiu adiar o congresso e deixar Nuno Melo a ver a banda passar. Pessoalmente não acredito nessa vitória da nova AD porque António Costa, como filho de um comunista, sabe bem que não soube negociar seriamente com o PCP porque tem ministros que são incompetentes, corruptos e mentirosos. António Costa só tinha uma coisa a fazer e fez. No seu último discurso no debate sobre o Orçamento do Estado começou já a apelar a uma maioria absoluta em próximas eleições. Eleições que o Presidente da República não desejava e terá de as marcar lá para Fevereiro, depois de se saber se Paulo Rangel conseguirá afastar Rui Rio. Um acto eleitoral que pode ser mais um fiasco, porque se o PS não obtiver a maioria absoluta lá teremos mais um Orçamento do Estado reprovado e assim sucessivamente. Ou então, o PS terá que saber negociar com o Partido Comunista. Perguntar-me-ão que país é este em que os neofascistas sobem nas sondagens e o BE e PCP arriscam-se a ficar com o mesmo número de deputados do CDS e do PAN? É simples esclarecer o labirinto: as facções existentes no seio do PS estragaram tudo. Há gente que quer o lugar de António Costa por qualquer desígnio, mesmo traindo os princípios que aprenderam com Mário Soares. Digladiam-se no interior do partido para a ocupação do lugar de secretário-geral e como alguma dessa gente é ministro, tudo fez para que não houvesse acordo entre o PS e os partidos à sua esquerda. O caldo está entornado e o cozinheiro Marcelo Rebelo de Sousa anda a ouvir os parceiros sociais, os partidos e os conselheiros de Estado, como se de uma prova oral se tratasse. Neste caso, com o país a ser governado em gestão e com as eleições antecipadas mais que decididas pela palavra do próprio Presidente da República, só é tempo perdido andar a fingir que a opinião generalizada de políticos, patrões e sindicalistas é algo de muito importante e decisivo, com a agravante de podermos apenas ter novo Orçamento lá para Maio. O povo está descontente e triste porque o país não avança em nada, a não ser na injecção de milhões de euros na TAP e no Novo Banco. Os pensionistas e reformados iam receber uma miséria de 10 euros, mas sempre era qualquer coisinha, agora lamentam que nem isso vão obter de um governo que vai desaparecer. Façamos votos que nas próximas eleições, como tudo indica, se o PS vencer, que António Costa escolha ministros dignos, competentes, sérios e decididos a transformar o tecido social paupérrimo que existe de norte a sul. Ainda ontem, uma pessoa amiga com quem troco impressões numa rede social me dizia que está desempregada, que tinha um subsídio de 400 euros, mas já não tem, que não pode trabalhar porque sofre de várias doenças tais como artroses, tendinites, hérnias, ciática, fibromialgia, problemas na coluna vertebral e sendo mãe e avó está numa aldeia em casa de seus pais aguentando as dores porque não há médico a menos de 200 quilómetros. Este é o país real que os deputados não conhecem nem querem saber. O que lhes interessa é abrir uma garrafa de champanhe ao jantar após terem votado contra a proposta do Governo e que deitou abaixo o que seria o próximo Orçamento do Estado. Que Natal tristíssimo que Portugal vai ter com a governação sem poder realizar o que estava projectado. Nunca fui simpatizante do Partido Socialista, no entanto, é muito penoso constatar que só a ganância pelo poder ou a negociação radical e exagerada é que coloca um país no pântano, como dizia António Guterres. As próximas eleições, caso o PS não obtenha a maioria absoluta, serão mais um acto de lana-caprina, inútil, prejudicial ao progresso do país e que facilitará o ressurgimento da maioria silenciosa fascista que sempre andou na sombra de certos partidos à espreita do dia da redenção. Estivemos perante um divórcio político do mais lamentável que se podia imaginar numa hora em que até a União Europeia desejava ajudar Portugal a sair do buraco. *Texto escrito com a antiga grafia
Justiça | Condutor que matou cinco peões condenado à morte Hoje Macau - 1 Nov 2021 Um tribunal da China condenou à pena de morte um condutor que guiou propositadamente contra uma multidão, em Maio passado, no nordeste do país, causando cinco mortos e oito feridos. O Tribunal Popular Intermédio da cidade de Dalian disse que o réu foi condenado por “colocar em perigo a segurança pública”. De acordo com a investigação judicial, o condutor, identificado como Liu Dong, guiou contra os transeuntes, por volta das 11h40, do dia 22 de Maio, “porque não conseguiu aceitar o fracasso com um investimento”. O semáforo estava vermelho para carros e os peões encontravam-se na passadeira. O tribunal detalhou que quatro pessoas morreram no local, enquanto outra acabou por morrer mais tarde no mesmo dia. Outras oito pessoas ficaram feridas. Após o incidente, Liu embateu contra uma carrinha, abandonou o seu veículo e deixou o local. Nesse mesmo dia foi a uma esquadra para relatar um acidente de trânsito com outro veículo, mas – segundo informações do tribunal – “não admitiu ter atropelado ninguém”. A fonte indicou que Liu “confessou após interrogatório”. As autoridades chinesas não fornecem dados oficiais sobre o número de condenados à pena de morte, mas, no relatório de 2020 sobre a pena de morte, a organização de Direitos Humanos Amnistia Internacional disse acreditar que “milhares de pessoas são executadas todos os anos na China”.
Evergrande | Incumprimento evitado pela segunda semana consecutiva Hoje Macau - 1 Nov 2021 A construtora chinesa Evergrande pagou os juros respectivos a um empréstimo obrigacionista, pouco antes do final de um período de carência de 30 dias, que ditava a entrada em incumprimento. A empresa chinesa, que atravessa uma grave crise de liquidez, conseguiu pagar os quase 45 milhões de dólares que devia aos investidores. Segundo fontes citadas pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, a empresa pagou os juros sobre um título no valor de 951 milhões de dólares e com um rendimento de 9,5 por cento. O prazo para fazê-lo era 29 de Setembro, mas as cláusulas de caução davam à empresa um período de carência de 30 dias, antes de entrar oficialmente em incumprimento. Trata-se da segunda vez, no período de duas semanas, que a Evergrande evita entrar em incumprimento. No dia 22 de Outubro, pagou os 83,5 milhões de dólares de juros de um outro empréstimo obrigacionista emitido no mercado de capitais internacional, também apenas um dia antes do fim da prorrogação. Mas o conglomerado ainda tem de pagar cerca 720 milhões de dólares em títulos emitidos no exterior, até ao final deste ano, de acordo com o South China Morning Post. Os números oferecidos pelo grupo indicam que, no final do primeiro semestre, acumulava um passivo superior a 300 mil milhões de dólares, dos quais cerca de 37 mil milhões correspondem a empréstimos a serem pagos antes do final de Junho de 2022. A crise da Evergrande alimentou temores de um possível contágio ao sector imobiliário como um todo – o que significa, com impacto indirecto, quase 30 por cento do Produto Interno Bruto chinês -, que experimentou alguns anos de grande expansão amparado por políticas agressivas de alavancagem contra as quais Pequim tomou medidas, restringindo o acesso ao financiamento bancário às construtoras mais endividadas.
Poesia | “Salitre”, de Duarte Drumond Braga, editado na RAEM pela Capítulo Oriental Andreia Sofia Silva - 1 Nov 2021 O novo livro do académico Duarte Drumond Braga tem Macau como musa e tema central. “Salitre” será editado este mês pela Capítulo Oriental e é, como descreve o autor, uma metáfora poética sobre as características do território “É que / na aldeia lê-se o que há na papelaria, / vai-se a tudo o que há no Dom Pedro V / desfraldou-se uma vela / e perseguimos o pirata”. O verso do poema “Sal” espelha bem a matéria do mais recente livro de poemas de Duarte Drumond Braga, académico da Universidade de Lisboa que viveu em Macau. “Sal” é um dos poemas que integra “Salitre”, livro de poesia inteiramente dedicado ao território, com versos escritos entre os anos de 2019 e 2020. Editado este mês no território pela Capítulo Oriental, com apoio da Universidade de Macau, ainda sem data oficial de lançamento devido à pandemia. A obra terá também lançamento em Lisboa. O livro de poesia é uma ode metafórica ao território que acolheu Duarte Drumond Braga. “Salitre é um fenómeno químico bem conhecido que actua nas paredes das casas. O salitre talvez possa ser uma metáfora da acumulação de sinais, traços, uns legíveis outros menos, que constitui uma cidade como Macau. Poderia ser também o bolor ou o mofo, bem conhecidos dos habitantes de Macau, mas já há um livro de Augusto Abelaira com o título do primeiro e talvez estes remetam menos para a escrita como acumulação de traços ou raspagens”, contou ao HM. O poeta e investigador escreveu “Salitre” ao mesmo tempo que ia fazendo versos para “Os Sininhos do Inferno”, mas os poemas do livro agora lançado foram “quase exclusivamente” escritos no território. Escrever novamente sobre Macau surgiu como uma necessidade, dado o interesse constante do autor pelas suas “textualidades”. “É pena termos sempre acesso a um dos lados da moeda apenas, nós que não falamos chinês, porque o texto-Macau tem muitas autorias. O livro procura mostrar, antes de mais graficamente, que esta é uma cidade que é também um conjunto de citações, em línguas diferentes, que se cruzam, formando um texto único, mas de autoria múltipla.” A Macau histórica Nestas muitas versões da mesma história, há também espaço para a Macau histórica, consumo de ópio e piratas. Exemplo disso é o verso “No esterquilínio / é a cena do ópio: / um homem / tragicamente hirsuto / de olhos rolados, / dobrado sobre si mesmo / como um feto ao fogo / e uma mulher / que queima bolas”. Mas, conforme explicou Duarte Drumond Braga, “Salitre” não é apenas isso. Os seus poemas contêm referências “a espaços muito concretos”, e não apenas a eventos históricos. “Volta-se a esse imaginário para colocá-lo de forma diferente, por vezes de forma cortante. Creio que ainda há marcas de um certo exotismo na literatura em língua portuguesa de/sobre Macau. Este livro demarca-se dele, ainda que não se esgote nisso.” A Capítulo Oriental indica que a obra contém uma Macau “lida como uma cidade-texto, feita de letras, signos, sinais”, “uma cidade que é também um conjunto de citações, em línguas diferentes, que se cruzam, formando um texto único, mas de autoria múltipla”. Uma interpenetração “Salitre” é também uma espécie de “livro-colagem”, onde “os versos à esquerda são da minha autoria e os destacados à direita pertencem a vários livros de literatura e até de história de Macau”, aponta o seu autor. Neste processo, “os lugares, as referências históricas e as personagens dessa cidade constituem um mapa que mobiliza a transformação de Macau em tropo da linguagem”. Investigador na área da literatura comparada, Duarte Drumond Braga adianta que “a investigação e a poesia são actividades que se interpenetram”. “Interessa-me cada vez mais a poesia como forma de investigação, interessa-me construi-la em simultâneo com as questões que eu estudo, como sendo a Ásia e a produção escrita de língua portuguesa, essencialmente”, frisou. Editar “Salitre”, o seu terceiro livro de poesia, em Macau é importante para o autor. “Vinte anos depois da transferência da soberania, a publicação de qualquer livro em língua portuguesa em Macau – o que é talvez mais significativo quanto a um livro de literatura – constitui, em si mesmo, um facto cultural de relevo”, rematou. Fundada em 2019, a Capítulo Oriental é a primeira agência literária a trabalhar entre a Ásia e países ou territórios de língua portuguesa, e que tem sede em Macau. Representa também autores de Macau, China, Hong Kong, Taiwan e Portugal, entre outros territórios.
Ambiente | Macau é recordista de produção de lixo ‘per capita’ Hoje Macau - 1 Nov 2021 Na semana em que começa a COP26, a activista ambiental Annie Lao defende uma “mudança de sistema” em Macau para combater as alterações climáticas. Johnson Leong denuncia que a separação de lixo no território é inexistente e que o plástico acaba incinerado A activista ambiental Annie Lao considerou que Macau continua a ser o recordista de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ na região, apesar de, no ano passado, ter recebido menos cerca de 34 milhões de visitantes. “Precisamos de mudar de sistema para combater as alterações climáticas como um todo na sociedade. Governo, sectores privados, indivíduos, organizações, basicamente todos precisam de participar e fazer do combate às alterações climáticas uma prioridade, tal como nós o fazemos para a prevenção da covid-19”, afirmou à agência Lusa a activista. Macau foi um dos primeiros territórios do mundo a ser atingindo pela pandemia e, com isso, praticamente todos os indicadores ambientais melhoraram, não devido a medidas concretas, mas por causa das circunstâncias. Houve uma “descida de 85 por cento no número de visitantes, o PIB baixou consideravelmente em 55 por cento, a quantidade de resíduos sólidos descartados e as emissões de gases com efeito de estufa desceram 20 e 40 por cento, respectivamente, tendo-se verificado ainda uma descida entre 6 e 8 por cento no volume de água facturada e no consumo de electricidade”, exemplificaram. Já em 2020, Macau registou uma queda acentuada: produziu 1,74 metros cúbicos de resíduos por pessoa, diariamente. Ainda assim, o registo continua superior ao de Singapura, Hong Kong, Pequim e Cantão, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental de Macau (DSPA). “Continuamos a ser ‘os campeões’ de geração de resíduos em comparação com as regiões próximas”, evidenciou a activista, fundadora da Macau for Waste Reduction, um dos principais rostos contra o plástico de utilização única em Macau. “Deitar o lixo fora é grátis em Macau e as pessoas não pensam nos resíduos que geram porque não existe uma ‘política de pagamento do poluidor’”, explicou Annie Lao. A activista criticou ainda o Governo por não ter investido o suficiente nas instalações verdes em Macau, tais como instalações de reciclagem, painéis solares, ciclovias, recolha de água da chuva para reutilização, edifícios verdes, telhados verdes, etc. Recorde-se que mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, activistas e decisores públicos estão reunidos até 12 de Novembro em Glasgow, na Escócia, na 26.ªconferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para actualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030. Miragem da reciclagem Por seu turno, o presidente da Federação de Protecção Ambiental de Macau denunciou à Lusa que os resíduos domésticos em Macau não são separados e a maioria dos plásticos domésticos que podiam ser reciclados são enviados para incineradoras. “As medidas de reciclagem introduzidas pelo Governo são totalmente ineficazes”, afirmou Johnson Leong, cuja empresa exporta lixo. Devido ao custo e ao apoio insuficiente do Governo, acrescentou, “não há estações de reciclagem que recebam plásticos em Macau. Além das empresas de jogo que reciclam plástico, a maioria dos resíduos domésticos de plástico produzidos em Macau são enviados para incineradoras para serem queimados”, sublinhou. Não há dados concretos relativamente à quantidade de plástico consumido em Macau por dia, mas na vida diária da cidade a utilização de plástico é uma constante: de embrulhos de fruta em supermercados, na compra de alimentos, como bolos e pães, embalados individualmente, até aos famosos ‘take away’. “Dados sobre plásticos importados de utilização única não estão disponíveis no Governo de Macau, e é difícil para o Governo controlar a importação de sacos e caixas de plástico”, disse Johnson Leong. Questionada sobre os dados relativos ao consumo e tratamento dado a caixas plásticas descartáveis, a DSPA não adiantou quaisquer dados e respondeu: “As caixas plásticas podem ser colocadas na ‘Recolha de resíduos recicláveis por três núcleos’ ou pontos de reciclagem para triagem e reciclagem depois de terem sido lavadas e limpas”. Johnson Leong salientou que esta é uma ideia inviável, já que apenas um número “muito pequeno” de pessoas lava e limpa as caixas para colocar no ecoponto. “O que o Governo fez foi superficial e não foram tomadas medidas de seguimento”, refutou Johnson Leong, reforçando, contudo, que “os resíduos domésticos não são separados e são incinerados”. À Lusa, as autoridades ambientais apenas responderam que no centro de incineração os veículos com lixo são pesados e que o seu conteúdo é verificado, acrescentando que “o resto dos resíduos é incinerado de acordo com os procedimentos estabelecidos”.
Desperdício alimentar | Frigorífico comunitário ajuda quem mais precisa Andreia Sofia Silva - 1 Nov 2021 Localizado no Centro Pastoral Católico, na Rua de Francisco António, o frigorífico comunitário é um projecto de Gilberto Camacho que tem como objectivo reduzir o desperdício alimentar e ajudar quem mais sofrem com esta crise: os trabalhadores migrantes A cada dois ou três dias é deixada comida no frigorífico cujas portas todos podem abrir. É assim há cerca de um mês, quando o projecto do primeiro frigorífico comunitário se tornou realidade graças ao acolhimento do Centro Pastoral Católico, na Rua de Francisco António. Ao HM, Gilberto Camacho, fundador do grupo Macau ECOnscious e conselheiro das comunidades portuguesas, explicou a ideia por detrás da iniciativa que existe em vários países. “Esta ideia não é nova e não é minha, mas pensei em fazer [algo do género] em Junho ou Julho deste ano. Em Agosto participei numa palestra na Universidade de São José, acerca do desperdício alimentar, e apresentei a ideia. Depois tive a ajuda de uns amigos [para a instalação do frigorífico]”, contou. Situado perto da Ponte 16, o Centro Pastoral Católico já fazia doações de comida, sobretudo aos trabalhadores migrantes que mais sofreram com as consequências económicas da pandemia. “Qualquer pessoa pode deixar alimentos ou comida já preparada, desde que esteja em boas condições. Quis juntar o útil ao agradável, porque nós, que doamos comida, também ficamos felizes, porque não a desperdiçamos. Temos os trabalhadores migrantes, que são o suporte da economia em Macau, alguns perderam o emprego ou trabalham a tempo parcial. Se temos excesso de comida que é deitada para o lixo, porque não ajudar estas pessoas?”, questionou Gilberto Camacho. Exemplo a seguir Apesar de estar ainda no seu início, o projecto do frigorífico comunitário poderá chegar a outros espaços. “Estou a pensar abrir um frigorífico noutro espaço, mas neste momento, estou a melhorar esta iniciativa. Talvez tenha de fazer alguns ajustes. Também estou em conversações com hotéis e casinos, por exemplo.” Gilberto Camacho gostaria de trazer para o frigorífico comunitário restos de comida e outros bens alimentares provenientes dos casinos, nomeadamente dos espaços de restauração e hotéis do Venetian, mas o processo ainda não está concluído. Para já, a adesão à iniciativa solidária ainda está nos primórdios, embora, nos últimos dias, o frigorífico comunitário tenha recebido uma grande doação. “Este projecto está no início e coincidiu com um surto de covid-19 em Macau. As pessoas ficaram mais reticentes em sair de casa e estar em espaços fechados.” O relatório da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), relativo a 2020, revela que o lixo orgânico, composto essencialmente por resíduos alimentares, representa 35 por cento de todo o lixo feito no território, representando a maior percentagem. Para o conselheiro das comunidades portuguesas, “esta questão [do desperdício alimentar] deveria ser pensada para ontem”. “Não podemos pensar apenas em momentos de crise como este, mas também de fartura”, rematou.
Galaxy | Desabamento de tecto em obra faz cinco feridos Pedro Arede e Nunu Wu - 1 Nov 2021 Cinco trabalhadores ficaram feridos em mais um acidente no estaleiro de obras da terceira fase de expansão do Cotai Galaxy Resort. No momento da derrocada do tecto falso, os funcionários estavam a instalar um candeeiro de vidro. A DSAL aponta problemas de “concepção” ou de “qualidade da obra” como possíveis causas do acidente. Leong Sun Iok quer melhorias na lei É mais um incidente a somar aos vários que têm acontecido no estaleiro de obras da terceira fase de expansão do Cotai Galaxy Resort tem sido palco. No sábado, o desabamento de um tecto falso com 150 metros quadrados, deixou cinco trabalhadores não residentes (TNR) feridos, dois deles ainda hospitalizados. Segundo a TDM – Canal Macau o acidente, que terá ocorrido durante a instalação de um candeeiro de vidro no tecto falso, levou a que um trabalhador de 36 anos fosse resgatado dos escombros pelos bombeiros, após ficar ferido nas costas, joelhos e no rosto. Um outro trabalhador sofreu uma fractura no pulso esquerdo. Outros três trabalhadores sofreram ferimentos ligeiros e já tiveram alta hospitalar. Em comunicado, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) revela que, após o acidente, destacou “de imediato” pessoal ao local, tendo apurado preliminarmente que, no momento da derrocada, os cinco trabalhadores estavam a “executar obras debaixo do tecto falso”, quando este, “subitamente”, desabou. Os ferimentos dos cinco homens, apurou a DSAL foram causados “por corte” ou “esmagamento”. Quanto às causas do acidente, a DSAL aponta para a possibilidade de a derrocada ter sido motivada por “problemas de concepção ou da qualidade da obra”, assegurando que irá “acompanhar a investigação das causas”. De acordo com o jornal Ou Mun, após averiguação, o engenheiro de obras que esteve em contacto com os agentes do Corpo de Bombeiros enviados ao estaleiro no sábado, apontou suspeitar que a queda do tecto falso possa estar relacionada com o diâmetro insuficiente dos parafusos utilizados para segurar a estrutura. Tudo parado Após o acidente, a DSAL manifestou “grande preocupação” pelo sucedido e apresentou condolências aos trabalhadores feridos. O organismo assegura ainda que irá acompanhar os processos de indemnização dos funcionários em questão e solicitou ao empreiteiro responsável a suspensão de “todos os trabalhos na zona do acidente”. Em comunicado citado pela TDM – Canal Macau, a Galaxy manifestou também “muita preocupação” em relação ao ocorrido, tendo comunicado desde o primeiro minuto com o Governo e destacado representantes para dar seguimento à situação dos trabalhadores feridos. Além disso, a operadora diz ter pedido ao empreiteiro uma “investigação completa” à obra de instalação do candeeiro de vidro. Na sequência do acidente, o deputado Leong Sun Iok disse ao jornal Ou Mun, defender a alteração do Regulamento de Higiene no Trabalho da Construção Civil de Macau, que considera estar “desactualizado”. Além disso, entende ser necessário “melhorar a consciência de empregadores e trabalhadores” em termos de segurança ocupacional, com especial destaque para os agentes de segurança e supervisão dos trabalhos de construção civil. Recorde-se que em Março de 2020 três pessoas morreram esmagadas pela queda de uma plataforma no mesmo estaleiro de obras, que viu ainda mais um trabalhador a perder a vida em Agosto deste ano, após ter caído de uma altura de 38 metros. No segundo caso, a Polícia Judiciária (PJ) considerou existirem indícios que apontam para a tese de suicídio. Agredido por colegas de trabalho Também no sábado, um residente de 36 anos empregado no estaleiro de obras da terceira fase de expansão do Cotai Galaxy Resort, foi agredido por colegas de trabalho após uma disputa sobre a utilização do elevador afecto à construção. De acordo com o jornal Ou Mun, o homem terá sido atacado com guarda-chuvas e capacetes de protecção, e acabou com a testa a sangrar e várias contusões nas costas e no peito. Após a agressão, o homem foi encaminhado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para tratamento.
Jogo | Novo Macau alerta para delegados do Governo nos casinos Andreia Sofia Silva e Nunu Wu - 1 Nov 2021 A Associação Novo Macau (ANM) entregou, na sexta-feira, sugestões à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) a propósito da revisão da lei do jogo. A associação defende que a presença de delegados do Governo no conselho de administração de concessionárias de jogo, uma das propostas avançadas pelo Executivo, pode originar corrupção e trazer impacto negativo na confiança dos investidores. Além disso, as propostas entregues à DICJ fazem referência à necessidade de acabar com as subconcessões de jogo, bem como da importância de mais responsabilidade na garantia dos direitos laborais por parte das operadoras, incluindo os apoios às pequenas e médias empresas e projectos de protecção ambiental. A Novo Macau pede ainda o aumento da percentagem de impostos sobre o jogo destinada ao Fundo de Segurança Social, bem como a contratação de trabalhadores locais para cargos de gestão nas operadoras.
Lei sindical | Consulta pública em marcha. Coutinho quer mais Pedro Arede - 1 Nov 2021 A proposta de lei sindical colocada ontem em consulta pública, prevê limites a sectores de interesse público. Pereira Coutinho, diz que o documento é uma “ajuda”, mas que falta reformar a Lei Laboral e o Conselho da Concertação Social. FAOM espera que “amar a pátria e amar Macau” seja condição para a inscrição de associações Começou finalmente a ser trilhado o caminho para a criação da Lei Sindical em Macau. A criação de associações sindicais e o regime de negociação colectiva integram os conteúdos da consulta pública da futura Lei Sindical de Macau, que decorre desde ontem até 14 de Dezembro. Durante 45 dias, o Governo propõe-se assim a recolher opiniões e sugestões sobre a futura legislação, prevista na Lei Básica de Macau, mas que continua por criar. O documento está dividido em duas partes: a primeira diz respeito ao “regime de inscrição da associação sindical” e abrange temas como os objectivos da associação sindical e princípios a cumprir, âmbito de aplicação da lei e constituição, bem como os direitos e deveres de uma associação sindical. A segunda parte refere-se ao “regime da negociação colectiva”, abordando tópicos como a constituição dos representantes, conteúdo permitido na negociação, e a eficácia e consequências da negociação colectiva. “Estão reunidas (…) as condições para se iniciar os trabalhos preparativos da produção legislativa da ‘Lei Sindical’, que terão um avanço gradual, e através de legislação específica, para se estabelecer a posição jurídica da associação sindical, definir a sua composição e funcionamento, bem como os seus direitos e deveres, a fim de melhor assegurar e garantir a protecção dos direitos e interesses dos trabalhadores”, pode ler-se no documento de consulta. Para quase todos Afirmando tomar por referência as leis de Singapura, Malásia, Portugal, China e Hong Kong e assegurar liberdade sindical a todos os trabalhadores, o documento de consulta prevê limites dedicados às forças de segurança, administração pública, instituições governamentais e de interesse público. “Entendemos necessário que (…) sejam observadas as disposições daquele Estatuto [dos agentes das Forças e Serviços de Segurança], para assegurar que os agentes guarneçam o seu posto e cumpram efectivamente as suas atribuições”, consta do documento. Sobre a administração pública e dada a “natureza” de prestação de serviços à população, o Governo considera necessário “ponderar cuidadosamente sobre o âmbito do exercício do seu direito sindical”, apontando a via da regulamentação especial. Para o Executivo, profissões ou sectores ligados ao abastecimento de água, electricidade, transportes públicos, à saúde e às comunicações devem também ser enquadradas de forma específica “para garantir os interesses da sociedade”. Sobre a representação de trabalhadores em negociações laborais, o Executivo propõe que sejam eleitos delegados sindicais. Finalmente, há esperança Contactado pelo HM, José Pereira Coutinho considerou ser positivo a apresentação de um projecto de lei sindical, depois de, ao longo de vários anos, ele próprio em conjunto com outros deputados, ter apresentado oito propostas nesse sentido, todas rejeitadas pela Assembleia Legislativa (AL). Ainda assim, o deputado considera que este é apenas o primeiro passo rumo ao equilíbrio e modernização da relação laboral entre patrões e empregados. “Até que enfim, o Governo apresenta o projecto da lei sindical. Nós apresentámos oito vezes, mas foi sempre rejeitado na AL. Esta lei vem ajudar um bocado, mas é apenas um pequeno instrumento, pois é necessário reformar o conselho de concertação social e alterar a Lei Laboral para modernizar e equilibrar melhor os pratos da balança entre trabalhadores e empregadores”, disse. Sobre as condições especiais a aplicar ao sector público e forças de segurança, o deputado apontou que “a limitação é exagerada”. Por seu turno, o presidente da Associação dos Operários (FAOM), Lee Chong Cheng apontou ao jornal Ou Mun que a proposta vai “colmatar as lacunas” da actual Lei Laboral e defendeu que o regime de inscrição deve incluir “a condição de amar a pátria e amar Macau”. O responsável disse ainda esperar que a futura Lei Sindical seja elaborada tendo por base o princípio “Um País, Dois Sistemas”. Já o presidente da Associação de Moradores (UGAMM), Chan Ka Leong, defendeu que os sindicatos que participem em organizações internacionais tenham de o declarar ao Governo, para que não enveredem por “finalidades políticas”.
Covid-19 | Surto em 14 províncias criou “elevada proporção de casos graves” Hoje Macau - 31 Out 2021 O atual surto do novo coronavírus na China, que já se propagou a pelo menos 14 províncias, resultou numa “elevada proporção de casos graves”, disse um porta-voz da Comissão Nacional de Saúde, Mi Feng. De acordo com o balanço divulgado hoje pela Comissão de Saúde, a China continental registou mais 71 infetados, 48 deles por contágio local, elevando para 814 o número de casos ativos, 33 dos quais classificados como “graves”. Embora Mi tenha dito que “a situação epidémica está a desenvolver-se rapidamente”, assegurou também que alguns dos locais mais afetados pelo atual surto, como Ejin na Mongólia Interior, conseguiram controlar “o avanço” do coronavírus. De acordo com estatísticas citadas por Guo Yanhong, um perito da Comissão de Saúde afirmou que, entre os infetados, a população com mais de 60 anos excede os 40%, o que explicaria a maior proporção de casos graves. Em surtos anteriores, a percentagem de pessoas mais velhas entre os infetados era de cerca de 18%, disse Guo. As autoridades locais responderam aos surtos da forma habitual: limitando a mobilidade entre cidades, aconselhando as pessoas a permanecer dentro de casa e realizando testes de ácido nucleico em massa. Este último surto foi detetado na China em meados de outubro, após um grupo de reformados ter viajado para zonas turísticas nas províncias de Gansu, Mongólia Interior e Shaanxi. E, de acordo com oficiais de saúde, é causado pela variante delta, que é considerada mais contagiosa. Em Pequim, a capital, há pelo menos 39 casos ativos de covid e a cidade restringiu a entrada de pessoas de áreas com casos e impôs o encerramento de locais de entretenimento em alguns distritos. Embora Mi Feng tenha salientado que 1,07 mil milhões de chineses já foram vacinados com as duas doses da vacina – de um total de 1,4 mil milhões de habitantes – as autoridades chinesas continuam a política de tolerância zero contra a covid-19. Três cidades impuseram um confinamento à população: Lanzhou, Ejin e Heihe. A China registou a sua última morte causada pela covid-19 em janeiro. No total, o país contabilizou 4.636 óbitos e 97.151 infetados desde o início da pandemia.
Governo promove actividades para divulgar história do Colégio de S. Paulo Hoje Macau - 31 Out 2021 O Instituto Cultural (IC) promove, a partir do dia 6, várias actividades que visam dar a conhecer a história do Colégio de S. Paulo e as descobertas arqueológicas na Rua de D. Belchior Carneiro, situada atrás das Ruínas de São Paulo. Entre os meses de Novembro e Dezembro decorrem visitas guiadas, workshops e jogos digitais. “A realização desta iniciativa tem como objectivo enriquecer a forma de exposição e de educação sobre os vestígios históricos encontrados no referido fosso e optimizar o nível de conhecimento e experiência do público sobre a história e o valor destes vestígios e das Ruínas do Colégio de S. Paulo”, explica o IC. As visitas guiadas incluem um itinerário na zona das Ruínas do Colégio de S. Paulo, que abrange os vestígios históricos encontrados no fosso sito na Rua de D. Belchior Carneiro, as ruínas da antiga Igreja da Madre de Deus e os vestígios do Colégio e antigo muro, entre outros elementos. O limite máximo de participação é de 20 pessoas por cada sessão, com uma duração de cerca de 45 minutos. As visitas guiadas decorrem aos fins-de-semana e feriados públicos, pelas 11, 12, 14 e 15 horas, com apresentação feita em cantonês ou mandarim. Já as visitas guiadas exclusivas terão lugar pelas 11 horas dos dias 27 e 28 de Novembro e nos dias 4 e 5 de Dezembro Ainda é possível reservar vagas para as visitas guiadas de grupo, disponíveis em cantonês, mandarim, inglês e português. As reservas são feitas através do número 2836 6320. O “Workshop Familiar de Exploração do Colégio de S. Paulo” nos dias 20, 21, 27 e 28 de Novembro, às 15h, e às 10h30 e 15h do dia 5 de Dezembro. Esta actividade inclui visitas guiadas às zonas arqueológicas do Colégio de S. Paulo e a demonstração de actividades artesanais temáticas. A ideia é que toda a família possa participar neste workshop. Lançadas moedas comemorativas Além destas actividades o IC lança ainda uma colecção de novas moedas comemorativas a propósito da abertura ao público da área de conservação e exposição dos Vestígios Arqueológicos do Fosso do Colégio de S. Paulo. As moedas, com edição limitada, são inspiradas no Colégio de S. Paulo e nos vestígios históricos da Rua de D. Belchior Carneiro. Os interessados podem dirigir-se presencialmente à referida área, entre 6 de Novembro e 31 de Dezembro, à zona das Ruínas de S. Paulo ou à área dos vestígios históricos do Colégio de S. Paulo, para efectuarem a leitura do código QR disponibilizado na placa de informação disposta nestes locais, de modo a acederem ao website. Nessa plataforma, os concorrentes que concluírem com sucesso dois dos três desafios apresentados terão oportunidade de receber uma moeda comemorativa. Os interessados em participar nas visitas guiadas exclusivas e nos workshops familiares podem efectuar a sua inscrição a partir do dia 6 de Novembro através do website www.icm.gov.mo/eform/event.
Turismo | Registado aumento de visitantes entre os dias 20 e 28 Hoje Macau - 31 Out 2021 Macau registou um aumento do número de visitantes nos últimos dias. Segundo dados da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), entre os dias 20 e 28 entraram, em média, 25 mil pessoas por dia no território, sendo que o dia 26 registou o número mais elevado de visitantes diários, com mais de 28 mil pessoas. A DST explica que, “com a estabilidade da pandemia e o efeito gradual das promoções” ao turismo de Macau realizadas na China, “o número de entradas de visitantes voltou a subir nos últimos dias”. Além dos eventos habituais que decorrem em Macau até Dezembro, tal como o Grande Prémio de Macau e o Festival de Gastronomia de Macau, a DST também deposita esperanças no evento “Semanas de Macau” para que este atraia mais turistas.
SSM | Registados 38 casos de suicídio desde Janeiro Hoje Macau - 31 Out 2021 Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) contabilizaram 38 suicídios ocorridos no território desde Janeiro, sendo que no período entre Julho e Setembro 16 pessoas puseram termo à própria vida. Destes, 15, ou seja, 93.8 por cento, eram residentes, enquanto que apenas uma pessoa era não residente. Ainda assim, os SSM afirmam que houve uma redução no número de suicídios na ordem dos 30.9 por cento em relação a igual período do ano passado. Os SSM apelam aos pedidos de ajuda e prevenção através da consulta externa de saúde mental nos centros de saúde, bem como através das unidades de aconselhamento psicológico comunitário subsidiadas das associações subsidiadas pelo Governo.
Orquestra Chinesa de Macau | Concerto “Dança de Cordas” acontece dia 20 Hoje Macau - 31 Out 2021 A Orquestra Chinesa de Macau (OCM) apresenta no próximo sábado, dia 20, o concerto “Dança de Cordas”, que acontece no Teatro D. Pedro V por volta das 20h. Chen Jun irá actuar com a OCM e apresentar a música chinesa em cordas friccionadas. Neste concerto Chen Jun irá colaborar com intérpretes da secção de cordas da OCM para apresentar “Cenas de Uma Aldeia na Montanha”, composta por Chen Yaoxing, que apresenta uma bela melodia lírica com um ritmo alegre e simples, característica do tipo de música de Shandong. Zhang Yueru, concertino da OCM, apresentará “Na Pradaria com Zhonghu”, de Liu Mingyuan, que revela “a deslumbrante paisagem dos vastos campos, bem como o temperamento caloroso e cheio de energia do povo”. Por sua vez, o chefe de Zhonghu, Li Feng, fará uma interpretação de “Melodia Paizi” da Ópera Qinqiang e adaptada por Guo Futuan, acompanhada por Banhu. Com esta actuação o público poderá apreciar o estilo da música de Qinqiang. A OCM vai também interpretar o repertório de Erhu, presente no recente documentário “Um Travo da China”. Chen Jun é considerado o “Guerreiro Taichi de Erhu” e é a segunda geração da família Chen que tem Chen Yaoxing como mestre de Erhu. Além disso, é um dos principais músicos de Erhu da China e um intérprete de primeira classe, tendo actuado em países e regiões como os EUA, Japão, Rússia ou Alemanha, entre outros. Os bilhetes para o concerto encontram-se à venda desde sábado e custam entre 100 e 120 patacas.
Lusofonia | Inaugurada exposição de Reginaldo Pereira Hoje Macau - 31 Out 2021 Foi inaugurada na sexta-feira a exposição “O Homem e a Floresta”, de Reginaldo Pereira, artista brasileiro, e que se insere no ciclo de exposições “Policromias lusófonas”, inserido na 13.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa. A mostra estará patente na sede do Fórum Macau e pretende “revisitar a grande cultura do Brasil que se estende pelas florestas profundas da Amazónia, pelo ecológico Pantanal ou ainda pelas gigantescas metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília ou Belo Horizonte”. Reginaldo Pereira nasceu em 1971 na região do Maranhão, no Brasil, tendo vivido a sua infância “num meio bucólico”. O artista começou a fazer arte sozinho, tendo desenvolvido as suas técnicas de desenho e pintura na cidade de Imperatriz, em Maranhão, onde viveu oito anos. Em 1994 Reginaldo Pereira mudou-se para São Paulo e iniciou os estudos na escola Academia Brasileira de Artes (ABRA). Em 1997 o artista foi viver para em Uberaba, Minas Gerais, onde começou a dar aulas. Com um grupo de alunos abriu um estúdio e galeria de arte, onde pesquisa, estuda e ensina pintura a óleo sobre tela. Desde 1992 que Reginaldo Pereira participou em diversas exposições colectivas e individuais, nomeadamente no Brasil e em Portugal. Com “O Homem e a Floresta” Reginaldo Pereira “integra as diversas cores de uma forma superior ao seu entendimento, é a sua alma em paz que faz toda essa fusão entre o Homem e a Floresta”. Desta forma, “quando as várias cores se tocam e bailam aos sons dos pássaros e do riacho que corre, em palavras em favor das árvores, e animais, e da vida.” A exposição pode ser visitada até ao dia 14 de Novembro, tendo entrada livre. Neste período serão realizados três workshops ministrados pela Casa do Brasil em Macau.
Previdência Central | Regime só será obrigatório entre 2026 ou 2028 Andreia Sofia Silva - 31 Out 2021 O regime de previdência central só deverá ser obrigatório entre 2026 e 2028, e a culpa é da pandemia. Esta é a principal conclusão do relatório de avaliação, elaborado pela Universidade de Macau, e que foi apresentado pelo Governo na sexta-feira. O documento aponta que “se a economia estivesse a acompanhar a tendência positiva do ano 2019, o regime já disporia de condições favoráveis para se tornar num regime obrigatório”. No entanto, com o surgimento da pandemia, “a economia de Macau foi afectada”, pelo que se propõe “fixar um período de observação de três anos” até 2023. Posteriormente deverá ser estabelecido, “conforme a recuperação da economia, duas propostas de ‘Período de preparação de 5 anos’ e ‘Período de preparação de 7 anos’, sendo implementado o regime de previdência central obrigatório no ano 2026 ou 2028”. Relativamente às dotações, o regime obteve 28,6 mil milhões de patacas entre os anos de 2010 e 2020. Além disso, “ao longo dos três anos de implementação do regime contributivo, o número de participações, a dimensão de fundos de pensões e o retorno de investimento tem vindo a aumentar”. Até setembro deste ano estavam registados no regime mais de 264 empregados e cerca de 24 mil trabalhadores participavam no plano conjunto de previdência. Por sua vez, mais de 75 mil residentes criaram os seus planos individuais de previdência. Para este estudo foram realizadas 20 entrevistas, sendo que “a maior parte dos entrevistados concorda com os arranjos do regime existente e tem uma atitude positiva em relação à implementação obrigatória do regime de previdência central”.
Squid Game ainda não motivou pedidos de ajuda à DSEDJ Pedro Arede - 29 Out 2021 Numa resposta enviada ao HM, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) revelou que “até ao momento”, ainda não recebeu “qualquer pedido de ajuda” relacionado com o impacto em Macau da popular série sul-coreana, Squid Game. Recorde-se que a 18 de Outubro, a DSEDJ emitiu um comunicado a sensibilizar os encarregados de educação para não deixar crianças e adolescentes assistirem à série Squid Game devido ao seu grau de “violência” e “elementos chocantes”, tendo disponibilizado um número de aconselhamento psicológico, na eventualidade de haver crianças a apresentar sinais de instabilidade emocional. Segundo o organismo, recentemente, “têm ocorrido em diversas regiões do mundo casos de violência resultantes da imitação de cenas de jogos” da série Squid Game e que, por isso, emitiu a nota para prevenir “situações da mesma natureza” em Macau. Questionada se, à semelhança da série Squid Game, existe uma listagem específica de conteúdos aos quais os pais devem estar atentos, a DSEDJ não respondeu directamente, mas sublinhou que apela aos encarregados de educação, escolas e residentes em geral para “atentarem à influência nefasta da violência e da pornografia sobre os mais jovens, cuidando de verificar se os programas e os meios de comunicação social que os seus educandos visionam são apropriados”. Frisando que as redes sociais e os canais televisivos contêm uma grande quantidade de conteúdos violentos e pornográficos que não são benéficos para o desenvolvimento da saúde psicológica dos jovens, os serviços de educação dizem ainda estar determinados a reforçar a “realização de actividades de aconselhamento nas escolas”, ao nível da prevenção e da utilização correcta da internet. Caso sério Recorde-se que Squid Game é uma das mais populares séries de sempre da plataforma Netflix. Ao longo de nove episódios, um grupo de 456 cidadãos, altamente endividados, são desafiados a participar em vários jogos para crianças. O vencedor final, entre todos os jogadores, é premiado com uma quantia avultada. No entanto, o preço da derrota é a vida. A DSEDJ reforça que, caso os educandos se encontrem num “estado de inquietação psicológica ou com problemas emocionais, devido à série em causa “devem contactar o Centro de Apoio Psicopedagógico e Ensino Especial da DSEDJ, através do número 28401010.
Upopoy ou o coro dos indígenas João Romão - 29 Out 2021 Quase ano e meio decorreu desde a minha última viagem de avião e não por acaso no mesmo trajecto em que agora retomo o transporte aéreo: já a pandemia de covid-19 se propagava intensamente pelo Japão, no início de Abril de 2020, quando tive que viajar de Hiroshima a Sapporo para consumar mudanças: abrir a porta à companhia de transportes, encerrar contratos, acertar contas, dar uma última vista à cidade de longos e intensos invernos onde tinha estado durante quase cinco anos, para me deslocar para o sul, para a quente Hiroshima, de longos e chuvosos verões. Lembro-me da escala em Tóquio, em Haneda, um dos mais movimentados aeroportos domésticos do mundo, subitamente deserto e silencioso, com os sinais evidentes da imobilidade que havia de assinalar as nossas vidas nos tempos vindouros. Quiseram as coincidências que voltasse a viajar de avião com o mesmo destino, outra vez Sapporo, num tardio outono mas ainda sem neve, que apenas se avistava ao longe, nas mais altas das majestosas montanhas de Hokkaido. Depois de reencontrar um aeroporto pleno de passageiros, quase todos em voos domésticos, ainda assim, foi tempo de rever amizades, retomar projectos suspensos pela pandemia, explorar novos rumos e também redescobrir a cidade, agora com a ajuda do novo olhar da minha filha, por acaso feita em Sapporo e nascida em Hiroshima há pouco mais de um ano, uma vida em pandemia permanente, sempre alerta às novidades mais relevantes, que são quase todas. A viagem incluiu visita ao recém inaugurado Museu Nacional Ainu, na vila de Shiraoi. Fizemo-nos ao caminho a partir da estação ferroviária de Sapporo, em pleno centro da cidade, atravessámos subúrbios de alta densidade populacional e funcional organização com a tradicional eficiência logística japonesa, que nem a neve nem o frio conseguem afectar significativamente. Passámos por Kita-Hiroshima, a “Hiroshima do Norte”, local onde foi concentrando população vinda de Hiroshima, a original, a sul, num percurso inverso ao que me calhou fazer. Afastamo-nos da urbanidade em direcção a uma natureza cada vez mais densa, as árvores por vezes muito próximas das carruagens exibem diversidade de cores outonais, vários tons de vermelho, do mais laranja ao mais castanho, a interromper a ainda predominante presença do verde, quase moldura para os tons da estação actual. Aproximamo-nos do aeroporto de Nova Chitose e logo a seguir do porto marítimo de Tomakomai, com as suas plataformas logísticas, as maiores da ilha, a garantir a conexão e as transações de mercadorias com o resto do Japão e do mundo. Foi numa linha que percorre um tranquilo percurso junto ao mar, outra vez com uma omnipresente natureza a convocar espíritos ancestrais e anteriores à urbanidade, que chegámos à vila de Shiraoi, subitamente notória no país ao alojar o primeiro museu nacional dedicado aos Ainu, a comunidade indígena que ocupava a ilha de Hokkaido antes da chegada dos Japoneses – e que só neste milénio viu reconhecidos alguns dos direitos habitualmente reconhecidos a populações indígenas: passaram a ser legalmente valorizados aspectos imateriais como a cultura ou a língua, mas não houve lugar a compensações relacionadas com aspectos materiais – como os terrenos – como aconteceu na generalidade dos países com comunidades indígenas mais ou menos violentamente despojadas dos seus territórios e modos de vida. A construção deste museu – na realidade um magnífico parque ao ar livre com diversas instalações para acolher actividades culturais diversas inspiradas nas tradições Ainu – constitui um dos elementos mais notórios para uma tardia e insuficiente reparação da dívida histórica a uma comunidade indígena que foi forçada a um processo acelerado de assimilação cultural, económica e demográfica quando a população japonesa se instalou em Hokkaido no final do século XXI. Com manifesta vocação turística, o museu está preparado para receber visitantes em larga escala – objectivo que por enquanto suspenso devido às restrições ou proibições inerentes à pandemia de covid-19. Há acesso fácil de comboio, enormes parques de estacionamento para automóveis e autocarros, centros de informação e zonas de repouso adequadas a diferentes tipos de visitante, incluindo estudantes de várias idades ou pessoas com mobilidade reduzida. O museu em si mesmo traz pouca novidade, no entanto. Para quem tenha visitado antes pequenos museus relacionados com a cultura Ainu, poucas ou nenhumas são as surpresas que se podem encontrar entre os objectos expostos, sobretudo relacionados com o quotidiano das comunidades. Há, no entanto, uma maior preocupação em fornecer informação que contextualize as exposições, quer em japonês, quer em inglês, já que a língua Ainu é apenas falada e não se escreve. Há também uma biblioteca com o material publicado sobre o tema (sobretudo em japonês) e a habitual loja de recordações. Magníficos são os restaurantes – ou pelo menos o das carnes grelhadas, onde se servem estupendas refeições alegadamente inspiradas na tradição Ainu. O parque chama-se Upopoy, que na língua Ainu designa a actividade de “cantar em grupo”, essa tradição coral que anima cantares populares pelo mundo fora. É um coro desequilibrado, no entanto, já que a população Ainu continua a ser pouco visível neste espaço: não se nota a sua presença e se há membros desta comunidade será entre os monitores dos diversos workshops oferecidos nas diferentes instalações ou nos espectáculos de música, dança ou artes performativas baseadas na palavra a que se pode assistir num teatro relativamente pequeno mas com um palco que se abre numa majestosa vista sobre o lago em torno do qual se edificou o parque. Ainda que todas as pessoas a intervir nos espectáculos adoptem uma “alcunha-Ainu” (como parecia ser tradição da comunidade), nenhuma delas foi apresentada como tendo origens indígenas. Na realidade, este é um processo de “não-inclusão” há muito tempo visível nas actividades do turismo da região, que utilizam a originalidade da tradição Ainu enquanto atractivo turístico mas sem envolver a comunidade indígena nos negócios. Neste coro que é um parque teve a minha filha – com os seus parcos 16 meses de existência – a sua primeira oportunidade para assistir a espectáculos em auditório, que os tempos de covid não estão para esses ajuntamentos. Primeiro foram danças e cantares e mais tarde filmes de curta metragem alusivos à história e cultura Ainu, duas sessões de meia hora em que se manteve tranquila e atenta. Era tudo muito bom, portanto.