Vacinas | 150 mil doses destruídas por validade expirada

Os Serviços de Saúde destruíram 150 mil doses da vacina desactivada da Sinopharm, cujo prazo de validade expirou no início de Janeiro. O lote incinerado representa quase 10 por cento do total de doses da vacina da Sinopharm compradas pela RAEM. Os custos não são conhecidos por estarem abrangidos por “segredo comercial”

 

No dia 6 de Fevereiro de 2021, chegava a Macau o primeiro lote de vacinas desactivadas contra a covid-19 produzidas pela Sinopharm Group (China National Biotech Group, Beijing Institute of Biological Products).

A chegada das vacinas foi assinalada com uma cerimónia que contou com a presença da secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, Elsie Ao Ieong U, do à altura director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, e representantes do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM.

Passados quase três anos, o Governo mandou destruir o último lote de vacinas produzidas pela Sinopharm Group que tinha armazenado. “Os Serviços de Saúde têm em stock um total de 150 mil doses das vacinas inactivadas da Sinopharm, cujo prazo de validade expirou no dia 2 de Janeiro de 2024”, revelou o organismo liderado por Alvis Lo ao HM.

À semelhança de outras vacinas, os lotes da Sinopharm foram adquiridos e disponibilizados sucessivamente, acompanhando os vários estágios da campanha de vacinação contra a covid-19. “Em resposta à epidemia da COVID-19, os Serviços de Saúde começaram, a partir de 2020, a adquirir, de forma faseada, as vacinas inactivadas da Sinopharm, aprovadas para a utilização de emergência pelo Estado e pela Organização Mundial da Saúde, destinadas à vacinação dos residentes, de modo a proteger a sua saúde”, referiram os SS. No total, o Governo de Macau comprou 1,55 milhões de doses da vacina desactivada da Sinopharm.

Porém, a emergência de novas variantes do coronavírus, assim como a taxa de vacinação da população, motivaram uma nova abordagem das autoridades locais. “Devido à ocorrência de mutações rápidas e imprevisíveis do vírus SARS-CoV-2, o efeito de protecção da vacina inactivada da Sinopharm diminuiu e a predisposição da população em vacinar-se também diminuiu. Deste modo, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde e da Comissão Nacional de Saúde, os Serviços de Saúde forneceram sucessivamente aos residentes as vacinas bivalentes de mRNA e as vacinas monovalentes de mRNA contra a XBB que conferem melhor protecção”, indicaram ao HM os SS.

 

Fogo e fumo

O HM tentou apurar quanto custaram aos cofres públicos as vacinas desactivadas, porém, os SS sublinharam que, “dado que o montante está abrangido pelo segredo comercial, não é possível divulgá-lo ao público”.

Quando começaram a chegar ao mercado as primeiras vacinas, na primeira metade de 2021, o Governo de Macau importou produtos da BioNTech/Pfizer e AstraZeneca, além do produto da Sinopharm. Sem detalhar os preços de cada um dos produtos, o director dos SS da altura, Lei Chin Ion, indicou que estes custos eram diferentes consoante o laboratório responsável e afirmou apenas que iriam chegar a Macau 1,4 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 com um preço aproximado de 350 milhões de patacas.

Em relação à forma como as autoridades da RAEM trataram os lotes fora da validade, os SS indicaram ao HM que as vacinas não utilizadas “são recolhidas de acordo com o mecanismo existente, sendo enviadas para a incineradora sob a supervisão do Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica para efeitos de destruição”.

18 Fev 2024

Ambiente | Lei Chan U questiona metas de lixo

O deputado Lei Chan U quer saber se o Governo acredita que o objectivo de reduzir o volume médio de resíduos urbanos produzidos diariamente per capita para 1,48 quilogramas até 2026 pode ser atingido.

A pergunta faz parte de uma interpelação escrita, em que o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau pede ao Governo que apresente o relatório intercalar de avaliação sobre a implementação do Planeamento de Gestão de Resíduos Sólidos de Macau (2017 – 2026).

Quando este plano foi formulado, em 2016, o volume médio de resíduos urbanos produzidos diariamente per capita era de 2,11 quilogramas. No sentido de proteger o ambiente, Lei Chan U defende ainda que nos últimos anos houve vários desenvolvimentos sociais e económicos, pelo que é necessário rever a Lei de Bases do Ambiente, que entrou em vigor em 1991.

2 Mai 2023

Produção de resíduos e gastos de energia elevados durante a pandemia

Mesmo com menos turistas e as fronteiras condicionadas Macau continuou a gastar muita energia e a produzir muitos resíduos alimentares e domésticos. Os dados foram avançados na sexta-feira pelo Governo. “Com a queda do número de turistas, a produção de resíduos diminuiu, mas não foi significativa”, disse Raymond Tam, director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, adiantou mesmo que entre Janeiro e Outubro a taxa de utilização da electricidade baixou apenas dois por cento em relação ao mesmo período de 2019.

“Com menos turistas reduzimos apenas em dois por cento. Que significado tem este número? Que as tarifas são baratas e as pessoas não tomam muita atenção a isto. Macau é uma cidade rica, as pessoas não ligam ao uso de água e electricidade, todos têm dinheiro para pagar estes bens. Não temos pressão de preços.”

Além disso, Raimundo do Rosário frisou que, nos últimos anos, “[os níveis] de emissão de carbono no interior da China têm diminuído, mas nós estamos a aumentar as emissões”. “Quando se abre um novo casino aumentam as emissões de carbono e reduzi-las não é assim tão fácil”, acrescentou.

Menos plástico

Ainda na área ambiental, Raymond Tam disse que o Governo pondera implementar um programa de redução do uso de plástico em parceria com restaurantes, que passa pela atribuição de descontos a quem utilizar os seus próprios talheres. A proibição de palhinhas e palhetas de plástico deverá ser uma realidade no próximo ano.

Relativamente à ao sector da reciclagem, o director da DSPA adiantou que o Governo não vai conceder um terreno para estas empresas, mas está a “ponderar a atribuir um subsídio”, enquanto o secretário admitiu negociações para que centros de reciclagem chineses recebam resíduos de Macau.

Além disso, está em funcionamento um programa de eco-escolas que conta com cerca de 100 instituições de ensino, ou seja, 80 por cento das escolas do território, e ainda 90 mil professores e alunos.

6 Dez 2021

Ambiente | Macau é recordista de produção de lixo ‘per capita’

Na semana em que começa a COP26, a activista ambiental Annie Lao defende uma “mudança de sistema” em Macau para combater as alterações climáticas. Johnson Leong denuncia que a separação de lixo no território é inexistente e que o plástico acaba incinerado

 

A activista ambiental Annie Lao considerou que Macau continua a ser o recordista de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ na região, apesar de, no ano passado, ter recebido menos cerca de 34 milhões de visitantes.

“Precisamos de mudar de sistema para combater as alterações climáticas como um todo na sociedade. Governo, sectores privados, indivíduos, organizações, basicamente todos precisam de participar e fazer do combate às alterações climáticas uma prioridade, tal como nós o fazemos para a prevenção da covid-19”, afirmou à agência Lusa a activista.

Macau foi um dos primeiros territórios do mundo a ser atingindo pela pandemia e, com isso, praticamente todos os indicadores ambientais melhoraram, não devido a medidas concretas, mas por causa das circunstâncias.

Houve uma “descida de 85 por cento no número de visitantes, o PIB baixou consideravelmente em 55 por cento, a quantidade de resíduos sólidos descartados e as emissões de gases com efeito de estufa desceram 20 e 40 por cento, respectivamente, tendo-se verificado ainda uma descida entre 6 e 8 por cento no volume de água facturada e no consumo de electricidade”, exemplificaram.

Já em 2020, Macau registou uma queda acentuada: produziu 1,74 metros cúbicos de resíduos por pessoa, diariamente. Ainda assim, o registo continua superior ao de Singapura, Hong Kong, Pequim e Cantão, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental de Macau (DSPA).

“Continuamos a ser ‘os campeões’ de geração de resíduos em comparação com as regiões próximas”, evidenciou a activista, fundadora da Macau for Waste Reduction, um dos principais rostos contra o plástico de utilização única em Macau.

“Deitar o lixo fora é grátis em Macau e as pessoas não pensam nos resíduos que geram porque não existe uma ‘política de pagamento do poluidor’”, explicou Annie Lao.

A activista criticou ainda o Governo por não ter investido o suficiente nas instalações verdes em Macau, tais como instalações de reciclagem, painéis solares, ciclovias, recolha de água da chuva para reutilização, edifícios verdes, telhados verdes, etc.

Recorde-se que mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, activistas e decisores públicos estão reunidos até 12 de Novembro em Glasgow, na Escócia, na 26.ªconferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para actualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

Miragem da reciclagem

Por seu turno, o presidente da Federação de Protecção Ambiental de Macau denunciou à Lusa que os resíduos domésticos em Macau não são separados e a maioria dos plásticos domésticos que podiam ser reciclados são enviados para incineradoras.

“As medidas de reciclagem introduzidas pelo Governo são totalmente ineficazes”, afirmou Johnson Leong, cuja empresa exporta lixo.

Devido ao custo e ao apoio insuficiente do Governo, acrescentou, “não há estações de reciclagem que recebam plásticos em Macau. Além das empresas de jogo que reciclam plástico, a maioria dos resíduos domésticos de plástico produzidos em Macau são enviados para incineradoras para serem queimados”, sublinhou.

Não há dados concretos relativamente à quantidade de plástico consumido em Macau por dia, mas na vida diária da cidade a utilização de plástico é uma constante: de embrulhos de fruta em supermercados, na compra de alimentos, como bolos e pães, embalados individualmente, até aos famosos ‘take away’.

“Dados sobre plásticos importados de utilização única não estão disponíveis no Governo de Macau, e é difícil para o Governo controlar a importação de sacos e caixas de plástico”, disse Johnson Leong.

Questionada sobre os dados relativos ao consumo e tratamento dado a caixas plásticas descartáveis, a DSPA não adiantou quaisquer dados e respondeu: “As caixas plásticas podem ser colocadas na ‘Recolha de resíduos recicláveis por três núcleos’ ou pontos de reciclagem para triagem e reciclagem depois de terem sido lavadas e limpas”.

Johnson Leong salientou que esta é uma ideia inviável, já que apenas um número “muito pequeno” de pessoas lava e limpa as caixas para colocar no ecoponto.

“O que o Governo fez foi superficial e não foram tomadas medidas de seguimento”, refutou Johnson Leong, reforçando, contudo, que “os resíduos domésticos não são separados e são incinerados”.

À Lusa, as autoridades ambientais apenas responderam que no centro de incineração os veículos com lixo são pesados e que o seu conteúdo é verificado, acrescentando que “o resto dos resíduos é incinerado de acordo com os procedimentos estabelecidos”.

1 Nov 2021

IAM | Retiradas oito toneladas de lixo do Edifício San Mei On

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou ter retirado oito toneladas de lixo e ferro velho do Edifício San Mei On entre segunda e quarta-feira, da semana passada. Este edifício foi classificado como zona vermelha recentemente, na sequência da descoberta do surto relacionado com os trabalhadores de obras de remodelação, que moram no San Mei On.

Posteriormente, os moradores foram levados para hotéis de quarentena e o Governo tratou de limpar e desinfectar o edifício.

De acordo com o relato das autoridades, o Bloco Um do San Mei On tinha nos lugares comuns vários artigos velhos, ferramentas para obras de decoração, entulho, mobílias, electrodomésticos abandonados e outros materiais. Os objectos foram removidos, com a concordância dos residentes, num total de oito toneladas.

O IAM reconhece que ainda há uma parte menor do entulho por remover, uma vez que os supostos donos não se mostraram disponíveis para cooperar com a limpeza dos espaços comuns.

Em comunicado, o IAM afirmou ainda ter feito uma acção de promoção entre os residentes das práticas de higiene e de saúde pública, tendo explicado como as condições degradas do edifício criaram grandes dificuldade no isolamento e controlo da pandemia.

25 Out 2021

Acumulação de lixo gera mais de 10 mil queixas desde 2019

Desde que a aplicação “IAM em Contacto” foi lançada, no início de 2019, foram submetidas mais de 22 mil queixas, quase metade devido à acumulação de lixo nas ruas. Macau é dos territórios da região que mais produz resíduos sólidos per capita

 

Mais de 10 mil pessoas usaram a aplicação “IAM em Contacto”, desde Janeiro de 2019, para apresentar queixas devido à acumulação de lixo nas ruas, volume que representa quase metade do total de queixas recebidas, e em média mais de uma dúzia todos os dias. O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares, confirmou este número ontem, em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, acrescentando que a aplicação contabilizava mais de 22 mil queixas até no fim do ano passado, o que dá uma média de 30 reclamações por dia, ao longo dos dois anos de actividade.

O segundo problema que gera mais participações é a manutenção de estradas e vias públicas, ainda assim muito distante do volume de queixas geradas por acumulação de lixo, com cerca de 2500 incidentes.

No terceiro lugar do pódio, com 700 queixas em dois anos – em média, uma todos os dias – surgem as reclamações relativas a pontos de recolha de lixo. Em 2018, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) afirmava que tinha como meta reduzir a produção de lixo per capita em cerca de 30 por cento até 2026. Meta que tem sido comprometida, com o aumento da produção de resíduos sólidos, cenário que se agravou, em termos de tratamento, desde que a China proibiu a importação de lixo do exterior, incluindo Macau.

Números assustadores

O mais recente relatório ambiental do território divulgado pela DSPA, relativo a 2019, revelou que “as quantidades de resíduos sólidos urbanos, de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’, de resíduos de materiais de construção registaram aumentos em diversos graus em comparação com 2018”.

O documento que fez o balanço da situação dos resíduos na RAEM apontava para 550.249 toneladas descartadas de resíduos sólidos urbanos, volume que representou um crescimento de 5,3 por cento em relação a 2018.

Em 2019, a quantidade ‘per capita’ diária de resíduos sólidos urbanos descartados foi de 2,24 quilogramas, mais 3,2 por cento que em 2018. Macau superou, consideravelmente, cidades como Hong Kong, Cantão, Pequim, Xangai e Singapura.

22 Fev 2021

Lixo | Solução não passa por mais contentores, diz presidente do IAM

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares, considera que o problema de acumulação de lixo não pode ser resolvido com mais contentores em alguns pontos de Macau. “O ideal é instalar um contentor em cada rua, mas isso não é fácil. Quando instalamos mais contentores aparece mais lixo e corremos o risco de haver propagação de baratas e mosquitos. Colocar mais contentores só vai atrair mais lixo”, afirmou na sexta-feira José Tavares.

As declarações sugiram em resposta a um pedido de esclarecimento de uma cidadã, durante uma sessão aberta na sede do IAM. Na exposição, a cidadã referiu que a colocação de contentores na zona envolvente da Escola Internacional de Macau (TIS), na Taipa, é “desequilibrada”, uma vez que foram colocados dois contentores para servir, no total, quatro ruas. A residente referiu ainda que o caso é mais grave no período nocturno, quando, para além de lixo, se acumulam objectos volumosos, como mobílias.

3 Ago 2020

Ambiente | Aterro verteu lixo em direcção ao Aeroporto de Macau

[dropcap]H[/dropcap]á cerca de duas semanas, parte do lixo do aterro sanitário caiu em direcção ao Aeroporto Internacional de Macau. A informação foi dada ontem em Assembleia Legislativa pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas. Concluindo que o aterro tem um “grande problema”, Raimundo do Rosário explicou que “quanto a esse tipo de lixo já se verificou tal problema e tivemos de parar uma semana de continuar a pôr lixo”.

O secretário defendeu a necessidade de se pensar em limitações ao lixo aterrado no local, por falta de espaço. “Espero que não vá acontecer nenhum grande incidente, mas um pequeno problema já aconteceu”, declarou. O cenário foi mais positivo em relação aos dados da central de incineração. No ano passado, eram tratadas 1570 toneladas de lixo por dia, que este ano desceram para 1200 toneladas.

Raymond Tam, director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), disse aos deputados que espera lançar no próximo ano o concurso para criar um centro de tratamento de resíduos alimentares. Prevê-se que a infra-estrutura tenha capacidade para tratar 200 toneladas de resíduos por dia quando entrar em funcionamento.

O Governo está também a ponderar proibir a importação de esferovite em utensílios de take-away. Recorde-se que no ano passado os sacos de plástico passaram a ser pagos. De acordo com Raymond Tam, mais de dez lojistas doaram as receitas vindas dessa cobrança para associações de natureza de caridade, num total de 430 mil patacas. “Essas taxas ou despesas cobradas não vão todas para o bolso dos lojistas, mas também para efeitos de protecção ambiental”.

31 Jul 2020

AL | Incineradora pode vir a processar 200 toneladas de resíduos por dia

[dropcap]A[/dropcap] nova central de incineração de resíduos sólidos em Coloane pode vir a processar cerca de 200 toneladas por dia de resíduos alimentares produzidos no território.

A informação foi sublinhada ontem pelo responsável pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, Raymond Tam, na Assembleia Legislativa (AL) numa sessão plenária de respostas a interpelações. Este processamento representa a destruição de cerca de metade dos resíduos alimentares produzidos em Macau que se cifra, diariamente, entre as 300 e as 400 toneladas.

“O volume de resíduos alimentares é de facto bastante elevado para o seu tratamento, não podemos adoptar só uma solução: adoptamos o tratamento in loco e também centralizado. Promovemos a cultura da reciclagem junto da população para resolver este problema”, referiu ainda o responsável.

Para combater o excesso de resíduos alimentares e promover o seu processamento, o Governo vai ainda lançar um programa de subsídios dirigido aos restaurantes e hotéis e destinado à aquisição de equipamentos de processamento deste tipo de resíduos.

28 Mar 2019

Ambiente | Proposta de lei prevê cobrança de taxa sobre sacos de plástico

O Governo avançou com uma proposta de lei que vai obrigar o comércio a cobrar pelo fornecimento de sacos de plástico, uma medida há muito exigida por activistas ambientais. O valor da taxa vai ser determinado por despacho do Chefe do Executivo

[dropcap]T[/dropcap]rês anos depois de uma consulta pública sobre a introdução de restrições ao uso de sacos de plástico, o Governo elaborou uma proposta de lei que prevê que os estabelecimentos comerciais cobrem obrigatoriamente uma taxa na hora de fornecer sacos de plástico aos clientes. Os principais contornos do diploma, que segue agora para a Assembleia Legislativa, foram apresentados ontem pelo porta-voz do Conselho Executivo.

Leong Heng Teng escusou-se, porém, a adiantar o valor a cobrar pelo fornecimento de cada saco de plástico nos actos de venda a retalho, a fixar por despacho do Chefe do Executivo. Não obstante, sinalizou que a proposta de uma pataca, “basicamente, recolheu concordância” aquando da auscultação pública.

As verbas resultantes do pagamento da taxa vão reverter a favor dos estabelecimentos comerciais, modelo definido como “o mais apto” para Macau. Estes são, contudo, livres, à luz da lei, de cobrarem um valor acima do fixado, embora o director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), Raymond Tam, não o recomende: “Não há uma pena [se cobrarem mais], mas isso vai prejudicar a sua imagem”.

Das excepções

O diploma, que “visa estabelecer normas sobre as restrições ao fornecimento de sacos de plástico em actos de venda a retalho”, prevê, no entanto, uma série de “situações excepcionais” que beneficiam de isenção de pagamento da taxa. À luz da proposta de lei, “designadamente por razões de higiene e segurança”, os sacos de plástico vão continuar a ser distribuídos gratuitamente quando em causa estiverem, por exemplo, produtos alimentares e medicamentos não embalados.

Os estabelecimentos comerciais, como supermercados, lojas ou até bancas de mercados, que infrinjam as restrições ao fornecimento de sacos de plástico incorrem numa multa de mil patacas. Já caso violem o dever de colaboração com as autoridades arriscam uma multa dez vezes superior: dez mil patacas. A fiscalização compete à DSPA que pode solicitar a colaboração de outras entidades públicas, nomeadamente dos Serviços de Alfândega, da PSP ou dos Serviços de Finanças, se necessário.

“É o primeiro passo para reduzir o impacto negativo dos sacos de plástico no meio ambiente”, afirmou o director da DSPA, realçando que o Governo tem vindo a “empenhar-se nos trabalhos de redução do plástico”, incluindo dentro da própria Administração, com o incentivo, por exemplo, do uso de máquinas de água em detrimento da distribuição de garrafas. Não há, no entanto, actualmente, alternativa à vista para as saquetas de plástico que são distribuídas pelos Serviços de Saúde quando os pacientes aviam medicamentos.

Para metade

Segundo dados facultados pelo director da DSPA, 23 por cento das 1.400 toneladas de lixo produzidas diariamente em 2017 eram plástico, dos quais 13 por cento eram sacos e dois por cento garrafas. Já 1,5 por cento dizia respeito a caixas de ‘take-away’. A cobrança de uma taxa pelo fornecimento de sacos de plástico tem produzido “resultados muito salientes” nos territórios vizinhos, com reduções no uso na ordem dos 80 por cento na fase de arranque da medida, realçou o director da DSPA que, adoptando uma estimativa “mais conservadora”, espera um corte, pelo menos, para metade no início da aplicação da medida.

 

 

15 Mar 2019

IAM | Lixo nas ruas motivou um terço das queixas através da nova ‘app’

O Instituto para os Assuntos Municipais recebeu um total de 1.342 queixas através da nova aplicação de telemóvel, lançada em 1 de Janeiro. O lixo nas vias públicas esteve na origem de um terço das reclamações

[dropcap]E[/dropcap]m sensivelmente dois meses de funcionamento, a nova aplicação de telemóvel do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) registou uma média de 22 queixas por dia. Lixo e obras nas vias públicas motivaram mais de metade das reclamações.

Segundo dados facultados pelo IAM ao HM, desde o lançamento da nova ‘app’, denominada “IAM em Contacto”, até 3 de Março, foram recebidas 1.342 queixas, das quais 451, ou 33,6 por cento, relativas ao lixo acumulado nas ruas. A reparação de vias públicas esteve na origem de 262 reclamações, o equivalente a quase um quinto do total.

A aplicação “IAM em Contacto”, lançada no mesmo dia da criação do IAM (antigo IACM), foi pensada para servir de plataforma para a apresentação imediata, simples e conveniente, de opiniões por parte da população sobre as quatro áreas municipais. A saber: higiene ambiental; jardins/espaços verdes e zonas de lazer; equipamentos e instalações e segurança alimentar.

Essas áreas abrangem a salubridade e danos nas vias públicas, sanitários e instalações de recolha de lixo; reparações dos pavimentos das vias públicas, sistema de drenagem ou tampas do esgoto, elevadores públicos, instalações de arborização ou equipamentos de manutenção física; bem como questões relacionadas com a queda de árvores e a segurança alimentar.

Outras vias

Uma vez submetidas as opiniões, a ‘app’ permite ainda a consulta, a qualquer hora, do andamento dos casos e o resultado do acompanhamento dado aos mesmos. A plataforma encontra-se disponível em três línguas (chinês, português e inglês).

Além da ‘app’, o primeiro novo serviço lançado na sequência da criação do IAM, o público pode fazer chegar as suas queixas ou opiniões através da Linha do Cidadão e da Linha Aberta sobre a Segurança Alimentar, bem como por e-mail, fax ou carta ou pessoalmente.

14 Mar 2019

China detém 576 pessoas por contrabando de lixo estrangeiro este ano

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas detiveram 576 pessoas por contrabando de lixo procedente do estrangeiro, entre Janeiro e Outubro, informou hoje a imprensa local, depois de a China ter deixado de importar vários tipos de resíduos sólidos.

No total, as autoridades do país confiscaram 1,46 milhão de toneladas de lixo, detalha a agência noticiosa oficial Xinhua. A China baniu, no início deste ano, a importação de 24 tipos de resíduos sólidos, incluindo plásticos, papel e tecido, visando combater os danos para o ambiente e a saúde pública.

“É da responsabilidade de todos os países e regiões lutar contra o contrabando transfronteiriço de resíduos sólidos”, afirmou o director da Administração Geral das Alfândegas da China, Ni Yuefeng.

O país asiático converteu-se no maior importador mundial de lixo desde que começou a importar resíduos para reciclar nos anos 1980, criando um fornecimento extra de metais e materiais que faltavam no mercado doméstico.

A China recebia, por exemplo, dois terços dos resíduos de plástico do Reino Unido. As autoridades de Pequim consideram agora que os problemas criados pela importação de lixo ultrapassam em muito os benefícios, apontando que, apesar do proveito industrial e criação de emprego, tem um impacto “muito negativo” para o ambiente.

O país já informou a Organização Mundial do Comércio que, a partir de 2019, a proibição irá alargar-se a outros artigos, como titânio, madeira, ferragens, barcos ou aço inoxidável.

21 Nov 2018

A questão da sustentabilidade (II)

“In his book Collapse, Jared Diamond (2005) lists eight environmental problems that contributed to the collapse of past civilizations: deforestation and habitat destruction, soil problems (erosion, salinization, and soil fertility losses), water management problems, overhunting, overfishing, effects of introduced species on native species, human population growth, and increased per capita impact of people. For modern civilization, Diamond adds four new global problems: human-caused climate change, the buildup of toxic chemicals in the environment, energy shortages, and full human utilization of the earth’s photosynthetic capacity.”
“Sustainability: An Environmental Science Perspective 1st Edition” – John C. Ayers

[dropcap]A[/dropcap] biosfera não reduz o ciclo de materiais. Um castor morto pode ser reencarnado como uma árvore, molusco, águia ou até mesmo outro castor, ou seja, todas as aplicações de alto valor dos materiais reciclados da natureza e das primeiras cianobactérias aos seres humanos, o ciclo virtuoso da reciclagem é contra-intuitiva, porque depende da obsolescência planeada que é a ruína dos ambientalistas. Os fabricantes conscientes entendem compreensivelmente a obsolescência planeada como um vício e projectar um fim prematuro em novos produtos tornou-se uma parte infame da estratégia de Detroit para vender mais carros na década de 1960, e foi amplamente condenada como um desperdício.

A obsolescência biológica é também conhecida como morte e desempenha um papel vital na biosfera. O processo informal de inaugurar o antigo e o novo permite a mudança e sem a biosfera não poderia evoluir, pois no contexto das regras da biosfera, a obsolescência planeada pode-se tornar sustentabilidade, levando a empresa a projectos ecologicamente superiores. A terceira regra é a de explorar o poder das plataformas. A Terra é povoada por espantosos trinta a cem milhões de espécies, as quais compartilham miraculosamente um desenho subjacente. A arquitectura básica da vida foi estabelecida pelos primeiros organismos multicelulares, há mais de três mil milhões de anos e desde então, embora o processo de evolução tenha tornado a vida mais complexa, cada criatura, das trilobites à humana, tem sido uma repetição no projecto original da natureza.

O projecto é uma plataforma de propósito geral que foi aproveitada repetidamente para criar a biodiversidade surpreendente do planeta. Essa estratégia é tão bem-sucedida que a vida pode-se adaptar e existir em qualquer lugar do planeta, das planícies abissais dos oceanos aos picos do Monte Everest, e felizmente para os líderes empresariais, a indústria-lógica concorda com essa regra da biosfera. As empresas de vários sectores exploram há muito tempo o poder das plataformas. O Windows da Microsoft, por exemplo, é uma plataforma computacional de propósito geral que a empresa utilizou em qualquer número de aplicativos, do Word ao Media Player.

A produção também aprecia estratégias de plataforma e no sector automobilístico, por exemplo, diferentes modelos podem usar as mesmas peças ou sistemas de transmissão. Mas o projecto de plataforma na indústria tende a ocorrer ao nível do componente, permitindo que as peças sejam trocadas entre as ofertas de produtos. A indústria precisa de permanecer abaixo desse nível e examinar minuciosamente a composição dos próprios componentes, pois os materiais são uma plataforma mais fundamental, na qual os componentes e os produtos finais são construídos.

As regras da biosfera em acção demonstram o seu valor real quando estão integradas em uma estratégia global para explorar o potencial das plataformas de produtos sustentáveis. Se uma empresa estende essa estratégia a uma linha de produtos, os custos relativos diminuem à medida que a escala de produção cresce, promovendo retornos lucrativos em investimentos na sustentabilidade. A sustentabilidade económica garante a sustentabilidade ambiental e actualmente poucas empresas construíram sistemas de produção sustentáveis ​que estão em conformidade com as três regras.

A Shaw Industries Group, Inc., é uma subsidiária da Berkshire Hathaway, Inc., sendo a maior fabricante de carpetes do mundo, com mais de quatro mil milhões de dólares de vendas anuais e aproximadamente vinte e dois mil e trezentos trabalhadores em todo o mundo, em Dalton, nos Estados Unidos. A empresa também produz telhas de carpete, um piso industrial instalado em edifícios de escritórios em todo o mundo e há cerca de vinte anos quando confrontada com a crescente preocupação ambiental e com o descarte de carpetes (mais de 95 por cento das antigas carpetes foi retirada e depositada em aterros sanitários) e com o aumento dos custos das matérias-primas, a Shaw aderiu a uma importante iniciativa repensando os seus negócios e criando o que denomina de tapete do século XXI.

A telha de carpete da Shaw é composta pelo suporte, que mantém o tapete liso, e a fibra da face, que cria uma superfície de caminhada suave. A Shaw, até metade da década de 1990 produziu um suporte de marca feito de “policloreto de polivinila (PVC na sigla em língua inglesa)”. O PVC é potencialmente tóxico e difícil de reciclar e a um custo substancial, a empresa procurou uma solução mais sustentável e com uma compreensão intuitiva da sustentabilidade, reconheceu a necessidade de uma simples paleta de materiais não tóxicos para o seu produto, tornando como meta o círculo virtuoso da reciclagem.

A escolha de fibra de face nylon 6 e suporte de poliolefina deu aos materiais da empresa que podiam ser reciclados de aplicações de alto valor para outras aplicações sem nunca perder desempenho ou funcionalidade. A empresa desenvolveu um sistema de produção integrado que poderia levar a carpete ao final da sua vida útil, separar o suporte, triturá-lo e recolocá-lo no processo de fabricação e no final resultava uma carpete nova denominado de “EcoWorx”. A “Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA na sigla em língua inglesa)” reconheceu o “EcoWorx”, atribuindo o prémio “Presidential Green Chemistry Challenge”. Assim, a Shaw podia olhar para o futuro quando os arranha-céus das cidades do mundo, começaram a fazer as suas encomendas, e cujo êxito começou pela cidade de Dubai.

A plataforma de produtos sustentáveis ​​da Shaw também ajudou a libertar a empresa dos caprichos dos mercados de matérias-primas que afligem a indústria. A entrada principal para o suporte e a fibra da maioria dos tapetes é o petróleo. Quando a Shaw começou os seus esforços, o petróleo estava a dezanove dólares por barril e com os preços actuais do petróleo, a empresa parece um visionário experiente. As realizações da Shaw não foram de forma alguma fáceis, embora tenham conquistado elogios e produzido benefícios a longo prazo. Os líderes da empresa fizeram uma aposta de dois milhões de dólares em uma tecnologia não comprovada, que ameaçava tornar obsoletas as suas instalações de produção de última geração.

A aposta foi feita sem evidências concretas de que os clientes valorizariam a sustentabilidade da carpete. Os líderes da Shaw reuniram a convicção e a fé necessárias para construir uma plataforma de produto sustentável que criaria uma vantagem competitiva futura. Nem todas as empresas estão dispostas a fazer tal aposta e como a mudança para a produção sustentável é dramática, os líderes empresariais provavelmente enfrentarão a rigidez organizacional enquanto tentam implementar as regras da biosfera.

Tais regras podem, no entanto, ser introduzidas ao longo do tempo de uma forma que limita a interrupção e mais uma vez, há algo análogo da biosfera para este processo, pois na natureza, novos ecossistemas, como florestas de pinheiros e prados alpinos não surgem totalmente formados, desenvolvem-se através de um processo gradual conhecido como sucessão, no qual as espécies colonizadoras alteram o ambiente local e o tornam hospitaleiro para uma comunidade maior e mais diversificada de organismos. As regras da biosfera podem criar um ambiente organizacional hospitaleiro para as etapas subsequentes, pois faseando-as minimiza custos e permite uma transição ordenada e o mais importante, é a possibilidade de pode criar vantagens a curto prazo que proporcionam motivação para esforços contínuos. A primeira fase seria a de pensar em menos materiais.

O primeiro passo para os líderes empresariais que desejam implementar as regras da biosfera será o de repensar as suas estratégias de fornecimento e simplificar drasticamente o número e os tipos de materiais usados ​​na produção das suas empresas. Tal etapa é fundamental se a empresa espera reciclar de forma económica. A fórmula tradicional para a gestão de materiais ambientalmente responsável tem sido “reduzir, reutilizar e reciclar”, mas a sua má aplicação pode levar as empresas a um beco sem saída no caminho para a sustentabilidade. Quanto a reduzir a eco eficiência procura produzir mais “widgets” com menos material de entrada. Mas se no final da sua vida útil um produto contiver muito pouco material valioso para tornar a recuperação económica, está fadado ao enterro em um aterro municipal.

Quanto ao reuso, faz sentido para produtos simples, como copos e garfos, mas pode dificultar os esforços de sustentabilidade para os mais complexos, como carros e fornos de microondas e como os novos produtos são mais eficientes e têm um impacto ambiental reduzido, o ciclo de vida mais curtos de produtos podem trazer avanços mais rápidos e para os maiores ganhos de sustentabilidade, a reutilização deve ocorrer no material e não ao nível do produto.

Quanto a reciclar é fundamental entender que a reciclagem é crucial para a sustentabilidade, mas pode realmente incentivar o uso de materiais nocivos que as empresas devem evitar completamente. Os esforços para reciclar cloreto de polivinil, por exemplo, poderiam criar uma procura perpétua pelo material. No entanto, empresas como a Nike, Honda e Mattel estão a eliminar o PVC por causa de problemas de saúde.

22 Out 2018

Prolegómenos para um manual de sobrevivência em cidades sobrepovoadas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]nosso primeiro-ministro disse a um canal de televisão qualquer, há coisa de dias, que Portugal pode e deve receber mais turistas. Para quem esperava um módico de bom senso e de pudor por parte dos nossos governantes, estamos razoavelmente conversados. Para António Costa e Fernando Medina, as minudências de ter uma cidade selvaticamente ocupada por hordas de mochileiros expondo a periclitância das infraestruturas de Lisboa é largamente compensada pelos dividendos obtidos na forma de impostos e pela diminuição da percentagem de desemprego. É pensar em grande, dir-se-á. Não podemos deter-nos nas tragédias pessoais das rendas meteóricas, nos Robles da situação, nas lixeiras a céu aberto em que se tornaram a maior parte das ruas, no emprego precário e mal pago resultante do turismo com que se maquilham as estatísticas que se atiram para cima das mesas de reunião em Bruxelas com indisfarçável orgulho. Afinal, António Costa e Fernando Medina não vivem na cidade dos turistas, não frequentam os mesmos locais, nem sequer têm que conduzir nela; são as criaturas das garagens: saem da garagem de casa e entram na garagem dos locais para onde se deslocam. Da cidade conhecem o que se vê pelo vidro do carro e uma ou outra rua previamente higienizada para acolher uma arruada ou inauguração. “As pessoas não são números” é um belíssimo mantra pré-eleitoral. Depois da nalga bem assente na cadeira do poder, as pessoas são o que eu quiser.

As coisas não vão mudar por decreto municipal ou governamental. Continuar-se-á a ordenhar a vaca até das tetas só lhe sair areia. E, ainda assim, haverá quem diga tratar-se de leite em pó. A ganância desgovernada só conhece saciedade de curto prazo.

Felizmente, podemos fazer algo em relação a isto. Vivemos num tempo em que muitas das escolhas dos consumidores – e isso inclui o homo turisticus – são decididas por via de ratings e de comentários nas redes sociais e em plataformas disponíveis em qualquer smartphone. E parece ser mais fácil modificar as avaliações resultantes de uma visita a Lisboa ou ao Porto do que o comportamento de quem elegemos.

Comecemos pelo básico. Graças a não sabemos que providência divina, Portugal não tem sido assolado por qualquer tipo de catástrofe. Não temos tido a atenção do Daesh, a violência urbana é residual, as doenças são as que se conhecem um pouco por todo o lado e que não demovem ninguém, o custo de vida é ainda bastante razoável e até o terremoto tem-nos feito a fineza de não despertar abruptamente. Mas, naquilo que nos compete, podemos fingir. Pode não ser o suficiente para impedir a nossa trasladação para os subúrbios dos subúrbios mas, pelo menos, não teremos saído sem dar alguma luta.

Comecemos por ir para a rua de máscara, como em boa parte das cidades da ásia onde, graças à poluição, só se pode andar assim. Se nos perguntarem se é por causa da poluição, responderemos negativamente. Se insistirem em saber por que é, diremos apenas “que achamos que já não é transmissível e que já está tudo bem”. Deixemo-los laborar nos seus próprios receios. Como aprendemos com Hitchcock, uma porta fechada é mais assustadora do que o reflexo de um monstro.

Abandonemos, pelo menos por algum tempo, a nossa cordialidade linguística. Nous sommes super sympa, as everybody knows, mas não carece ser sempre assim. Finjamo-nos iletrados, tontos, distraídos. Reduzamos a nossa competência nas línguas estrangeiras a uns míseros “hello” e “thank you”.

Quando passarem os eléctricos sobrelotados e ávidos de captar para o Instagram os nativos na sua natividade, saquemos dos telefones e captemo-los com o mesmo embasbacamento com que eles nos fotografam. Invertendo a lógica do zoológico, pode ser que eles se manquem.

Não lhes sirvamos os melhores pastéis de nata, as sardinhas mais frescas, a fatia maior do abade de priscos. Abracemos o lema “em cada ementa pelo menos três tipos de hambúrguer excessivamente passado”. As ameijoas da ria são nossas. NOSSAS.

Aqueles que sobreviverem ao atrito civilizacional, adoptemo-los. Serão certamente os melhores. E, como em qualquer relação, temos de ser conquistados.

8 Out 2018

Ambiente | Lixo invade as praias de Coloane

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s praias de Hac Sa e de Cheok Van foram invadidas por uma onda de lixo, essencialmente plásticos, depois da passagem do tufão Mangkhut. “Este é um problema global que em situações de tempestade se torna mais visível. O facto de Macau estar no delta de um dos dez rios do mundo que mais lixo transporta faz com que o território seja mais sensível a este tipo de situações”, afirma David Gonçalves.

Com a passagem do tufão Mangkhut, a zona costeira de Coloane foi assolada por lixo trazido pelas águas do mar.  O facto não é novo nem se cinge geograficamente a esta zona, no entanto Macau situa-se no delta de um dos dez rios que arrasta mais poluição, principalmente plástico, para os oceanos, afirmou o director do Instituto de Ciências e Ambiente, da Universidade de São José, David Gonçalves, ao HM. “Há dez grandes rios no mundo que são responsáveis por cerca de 95 por cento do transporte do plástico por via fluvial, que é uma das principais vias do transporte dos plásticos para os oceanos, e o Rio das pérolas é um deles”, começou por dizer.

Ora Macau situa-se precisamente numa zona sensível a este respeito. “Estamos aqui localizados e daí que não seja de estranhar que quando há uma tempestade ou um tufão, este problema que é mais ou menos invisível, se torne bem palpável”, apontou.

Da análise feita dos lixos que deram à costa no passado domingo, a maioria são itens de esferovite e de plástico, referiu o responsável.

O problema, apontou, não é de fácil resolução até porque as pessoas estão muito dependentes dos derivados de plástico.

Soluções urgentes

A solução passa pela alteração dos hábitos de consumo deste tipo de materiais e pelo evoluir para uma economia circular, ou seja, em que os produtos descartados no final do seu uso, são reciclados e acabam por voltar a integrar a corrente de produção e de circulação. “Apenas desta forma é possível que o desperdício seja praticamente zero e que não seja necessário continuar nesta cadeia linear de produtos descartáveis”, referiu.

Em Macau o problema agrava-se. A produção e lixo per capita, ao invés de diminuir, “tem vindo a aumentar nos últimos anos o que quer dizer que o problema não está na questão de haver mais pessoas, mas de cada uma das pessoas estar a produzir mais lixo todos os anos”, disse. Esta situação mostra que não está a ser feito o que devia ser feito para tentarmos reduzir, quer o consumo, quer a entrada dos produtos de novo na linha de produção”, lamentou.

De acordo com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), num relatório referente a 2016, a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ neste ano superou, “quase no dobro, a de diversas cidades nas regiões vizinhas”. A quantidade de lixo produzido por pessoa em Macau correspondeu a 2,11 quilogramas por dia, “um nível muito alto”, ultrapassando Pequim (um quilograma/dia), Xangai (0,70 quilogramas/dia), Cantão (0,93 quilogramas/dia), Hong Kong (1,39 quilogramas/dia) ou Singapura (1,49 quilograma/dia), indicava um relatório. Deste lixo, 21 por cento era referente a plásticos.

O HM tentou contactar a DSPA e a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) para averiguar se há medidas específicas para inverter o consumo de plástico e da poluição marítima e fluvial, respectivamente, mas não teve qualquer resposta até ao final desta edição.

Fim da linha

Para David Gonçalves, “estes números são o fim de linha e reflectem o que vai parar à incineradora no que respeita a materiais que foram utilizados e descartados”. Recorde-se que no final de Agosto, foi entregue uma petição ao Governo que reunia com 4.700 assinaturas a exigir medidas para banir o uso de plástico descartável. Os promotores da iniciativa solicitavam também uma resposta pública até ao dia 13 deste mês, o que não aconteceu.

O problema não é novo mas agrava-se , considera David Gonçalves, e as estimativas para o futuro não são animadoras. “Estima-se que a produção de plástico vai triplicar até 2050 e aumentou já de uma forma muito exponencial desde os anos 70 até agora”, referiu.

19 Set 2018

Ambiente | Quantidade de lixo produzido ‘per capita’ sem sinais de abrandamento

Macau ambiciona reduzir o lixo produzido diariamente ‘per capita’ em quase 30 por cento até 2026, mas trava uma luta contra a corrente. Segundo o relatório do estado do ambiente de 2017, a realidade é que a tendência de aumento persistiu

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ manteve a inclinação de subida no ano passado, crescendo 2,9 por cento para 2,16 quilogramas por dia. Uma marca que supera os valores (referentes a 2016) de Xangai (0,71 kg/dia), Cantão (0,98 kg/dia), Pequim (1,10 kg/dia), Hong Kong (1,41 kg/dia) e até mesmo de Singapura (1,49 kg/dia).
Os dados constam do relatório elaborado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), tornado público na sexta-feira. Em termos globais, a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados – gerados na vida diária e nas actividades comerciais e industriais – aumentou 1,6 por cento para 510.762 toneladas. O papel/cartão representou sensivelmente 30 por cento dos resíduos sólidos no ano passado, relegando a matéria orgânica (27,4%) para segundo lugar, num pódio que ficou completo com o plástico (23%).
A quantidade de resíduos especiais e perigosos – que inclui químicos, hospitalares, óleos usados, pneus ou carcaças de animais – aumentaram 11,5 por cento em termos anuais para 3.751 toneladas. A inverter a tendência estiveram os resíduos de construção, de lamas, de escórias e de cinzas volantes, cujas quantidades diminuíram comparativamente a 2016.
Em contrapartida, no ano passado, verificou-se um aumento de dois dígitos de todos os tipos de veículos abatidos, à excepção dos pesados, que registaram uma queda. Em termos globais, foram para abate 26.224 veículos, ou seja, o dobro face a 2016. Um aumento que a DSPA atribui a medidas governamentais, como o abate de motociclos e ciclomotores com motor a dois tempos, bem como aos prejuízos resultantes da passagem, há sensivelmente um ano, do tufão Hato por Macau.
Reciclagem praticamente estagnada
Segundo o relatório, a taxa de recolha de resíduos recicláveis, calculada com base nos dados da importação e exportação, subiu 0,8 por cento face a 2016. A quantidade de resíduos recicláveis recolhidos teve, com efeito, diferentes desempenhos consoante os materiais. A título de exemplo, a quantidade de plástico recolhida aumentou, enquanto a de papel e a de metais diminuíram. O maior ‘tombo’ verificou-se no vidro (-25,6%), imputado parcialmente ao facto de o plano de recolha ter sido suspenso em Outubro, na sequência do tufão Hato.
Neste âmbito, o relatório destaca ainda o aumento (+7,3%) de resíduos alimentares passíveis de serem reaproveitados, recordando que, além do primeiro projecto de tratamento de resíduos alimentares nas habitações públicas de Seac Pai Van, foi também instalada na Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau uma máquina dotada com uma capacidade diária de tratamento de 1.000 quilos de resíduos alimentares.
Em paralelo, foram retirados de um universo de quase 900 pontos de recolha espalhados por Macau 6.471 quilos de pilhas e baterias usadas, ao abrigo do plano criado no final de 2016; e recolhidos 7.646 equipamentos de informática e de comunicação à luz do programa lançado em Outubro último.

Qualidade do ar e da água

O relatório do estado do ambiente, com mais de 80 páginas na versão portuguesa, abre com a qualidade do ar. Segundo o documento, que cita os registos de todas as estações de monitorização da qualidade do ar, o número de dias classificados como “bom” e “moderado” ultrapassou 92 por cento, reflectindo um descida face a 2016, sendo que na estação da Taipa chegou a registar-se um dia “muito insalubre”. Segundo a DSPA, os índices de qualidade do ar tiveram melhores resultados em Junho e Julho e foram menos satisfatórios em Dezembro.
O ozono (O3) manteve-se como o principal poluente atmosférico, tendo os níveis mais elevados sido registados em Setembro. Apesar de não ter sido definido o valor padrão de concentração média anual, a DSPA observa que foi registada “uma subida palpável” da mesma em duas estações de monitorização relativamente a 2016. O ozono figura como o principal constituinte do ‘smog’ fotoquímico, que consiste numa mistura de nevoeiro e poluição. A exposição a níveis baixos deste poluente pode reduzir as funções pulmonares, originando dores no peito, tosse, náuseas e congestão pulmonar.
Já as concentrações médias anuais de PM10 e PM2.5 registadas em todas as estações de monitorização em 2017 foram inferiores aos valores padrão. Segundo o documento, a concentração média anual de PM2.5 (as mais finas e susceptíveis de se infiltrarem nos pulmões) registada em todas as estações de monitorização teve, aliás, melhor desempenho do que a do Delta do Rio das Pérolas (Guangdong-Hong Kong-Macau) em geral. De recordar que as PM2.5 foram o principal poluente atmosférico a afectar a qualidade do ar entre 2013 e 2015.
No tocante ao ambiente aquático, o relatório indica que “a qualidade da água potável satisfez todos os padrões e manteve um baixo nível de salinidade” e que “os coliformes totais das redes de abastecimento de água cumpriram os padrões”. Sem alterações relativamente a 2016 esteve também a qualidade das águas costeiras, com o Porto Interior, Porto Exterior e Praia Grande a figurarem como as zonas com águas mais poluídas. Neste âmbito, o relatório refere ainda que “mesmo havendo uma subida no índice de avaliação da exposição a metais pesados, continuou a manter-se um nível muito baixo e inferior aos valores padrão”.

Conservação da natureza

No plano da conservação da natureza, o documento indica que a área de zonas verdes foi semelhante a 2016, embora tenha havido uma ligeira diminuição da área de zonas verdes ‘per capita’. Já o número de árvores nas rodovias sofreu uma redução substancial devido ao tufão Hato, mas a quantidade de espécies (incluindo árvores e arbustos nas bermas) permaneceu inalterada.
Já no que diz respeito às espécies animais houve um aumento praticamente em toda a linha, à excepção da diminuição do número de répteis (23) e de peixes (218) e de anfíbios (9) que permaneceram inalterados. Já o universo de aves aumentou de 126 para 145, o de mamíferos de 27 para 34 e o de insectos deu um ‘pulo’ de 373 para 573.
O relatório do estado do ambiente apresenta ainda estatísticas relativas à aplicação da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES, na sigla em inglês), dando conta de que foram emitidos 6.881 certificados de importação e reexportação, como obriga a lei, traduzindo uma descida de 174 em termos anuais. Em sentido inverso, foram instaurados 101 processos por violação da CITES, ou seja, três vezes mais do que em 2016, envolvendo orquídeas, coroas-de-cristo, bem como cívetas e cavalos-marinhos secos.

Poluição sonora

No que toca à poluição sonora, o relatório sinaliza que os ruídos provenientes da vida social, do tráfego rodoviário e das obras continuaram a ser os de impacto mais considerável. Em 2017, os níveis mais altos foram detectados na estacão de monitorização da Avenida de Horta e Costa (incluindo os intervalos diurnos e nocturnos). À excepção da estação das zonas ecológicas que registou uma subida persistente dos níveis de ruído, atribuída ao desenvolvimento dos aterros do Cotai, todas as outras registaram valores próximos ou inferiores a 2016, segundo a DSPA.
Não obstante, as reclamações por causa do ruído aumentaram, passando de 8.500 para 9.196. Quatro em cada dez queixas foram motivadas por “conversas e gritos”, seguindo-se as desencadeadas devido a “música e karaoke”. As obras de decoração de interiores e de construção ocuparam o terceiro e quarto lugar no ‘ranking’ das queixas.
À luz dos resultados da investigação geral ao ruído, estima-se que aproximadamente metade da população total de Macau esteja exposta a ruído de ambiente exterior superior a 65 dB(A). Este indicador é definido, regra geral, como o limite de tolerância ou aceitabilidade do nível de ruído ambiental.
“Os diversos índices ambientais de Macau em 2017 estão relativamente estáveis, mas ainda há grandes desafios a serem enfrentados nos aspectos relativos ao ambiente atmosférico, gestão de resíduos sólidos e ambiente aquático”, afirma o director da DSPA, Raymond Tam, no prefácio do relatório.

13 Ago 2018

Reciclagem | Associações lançam programa de redução de garrafas de plástico

A Sinergia Macau, em parceria com a Green Future e o grupo Macau Less Plastic Lifestyle, criou um mapa que explica onde as pessoas podem consumir água, com o objectivo de reduzir o uso de garrafas de plástico. O mapa passa a estar disponível nas redes sociais e em aplicações de telemóvel

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês associações juntaram-se para compilar informações relativamente aos sítios onde se pode recolher água para consumo no território, com o objectivo de reduzir o uso de garrafas de plástico. Trata-se da Green Future, liderada pelo activista ambiental Joe Chan, a Sinergia Macau, de Lam U Tou [ex-candidato às eleições legislativas] e o grupo Macau Less Plastic Lifestyle, criado no Facebook.

O mapa dos locais onde a água pode ser consumida estará disponível nas redes sociais, incluindo o Google Maps, e ainda numa aplicação de telemóvel criada em Hong Kong.

Joe Chan, ligado à Green Future, adiantou ontem em conferência de imprensa que, segundo os dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), o número de garrafas de plástico deitadas ao lixo no território atinge as 17 toneladas. Para o activista, a situação é “chocante”.

O ambientalista lembrou que a taxa de reciclagem dessas garrafas é muito baixa, uma vez que se trata de uma actividade que não traz grandes lucros e são os próprios funcionários que, muitas vezes, se recusam a entregar o material.

Rix Un, presidente da Green Future, explicou que esta actividade de recolha de água em garrafas de plástico usadas já teve início em Hong Kong. Com base nas respostas do Instituto Cultural e da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), bem como no apoio dado por voluntários, apurou-se que existem em Macau 104 sítios para recolha de água e que passam a estar sinalizados no novo mapa.

Na perspectiva de Rix Un, o número dos sítios disponíveis é satisfatório, mas no futuro vai continuar a impulsionar a instalação de mais bebedouros para facilitar o consumo de água a residentes e turistas.

Situação “preocupante”

Sonic Pun, representante do grupo Macau Less Plastic Lifestyle Group, explicou ontem que, além das plataformas onde este mapa já está disponível, está a ser pensada a possibilidade de ser utilizado na aplicação Wechat.

Lam U Tou também considerou “preocupante” a situação do excesso do uso de garrafas de plástico em Macau. Além disso, o candidato às legislativas nas eleições de 2017, com uma antiga ligação à Federação das Associações dos Operários de Macau, espera que a DSPA elabore mais instruções para melhorar a qualidade da água e garantir a devida regulamentação. Quanto a este ponto, Lam U Tou prometeu reunir com o director da DSPA, Raymond Tam.

5 Jun 2018

Ano novo | 46 toneladas de lixo produzidas em três dias

Este ano, o máximo da recolha do lixo de grande dimensão no Ano Novo Lunar foi atingido três dias antes da entrada no Ano do Cão.
De acordo com a Rádio Macau, foram recolhidas 46 toneladas de mobílias velhas, equipamentos e de objectos de grande volume na passada terça-feira, 13 de Fevereiro, disse o o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais à mesma fonte.
A população de Macau continuou fiel à tradição de limpar a casa antes da entrada no Ano Novo Lunar, tendo o volume recolhido começado a diminuir gradualmente à medida que se aproximava o Ano do Cão.
A 15 de Fevereiro foram recolhidas 31 toneladas de entulho, um valor considerado dentro da média de um dia normal, que é de cerca de 30 toneladas.
Em 2017, uma média diária de 48 toneladas de mobílias e equipamentos domésticos foi recolhida em Macau nas duas semanas que antecederam a entrada no Ano do Galo, num total de 672 toneladas.
Já no que diz respeito ao lixo doméstico comum, o maior volume recolhido este ano foi no último dia do Ano do Galo, na passada quinta-feira, no total de 934 toneladas. Num dia considerado normal são recolhidas 800 toneladas.
A 9 de Fevereiro, uma semana antes do início do novo Ano Lunar, o lixo doméstico atingiu 820 toneladas.
No primeiro dia do Ano do Cão, na passada sexta-feira, 16 de Fevereiro, a soma destes resíduos não foi além das 544 toneladas, bastante menos do que o habitual.

23 Fev 2018

Superbactéria poderá eliminar resíduos

Principal objectivo é limpar a gigantesca quantidade de líquidos descartada pela indústria têxtil

 

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]um laboratório de Hong Kong, pesquisadores que trabalham na melhoria dos processos de produção de um dos maiores fabricantes de tecidos da China usam um ingrediente especial: bactérias. A TAL Apparel, com fábricas na China continental e no Sudeste da Ásia, se uniu à City University para identificar bactérias que possam limpar de maneira mais eficiente as grandes quantidades de resíduos líquidos descartados pela indústria têxtil, numa iniciativa que pode reescrever as operações da indústria global da moda.

Depois de décadas de crescimento industrial sem travões, que deixou a China com um legado de poluição excessiva, o governo está a pressionar as indústrias, e o sector têxtil é o primeiro da fila. A fabricação de tecidos é a terceira no ranking de descarte de resíduos líquidos — 3 mil milhões de toneladas por ano — atrás das indústrias química e de papel.

Assim, em 2015, o governo lançou um plano de recursos hídricos com dez medidas para controlar a poluição, promover tecnologias e melhorar o manejo da água, com prazo para alcançar os seus objectivos até 2020. Estas medidas atingem o coração de uma indústria que durante décadas beneficiou de mão-de-obra barata e de baixos custos de capital para entregar o chamado fast fashion, que leva a moda das passarelas rapidamente para as lojas com preços que fizeram das roupas um produto quase descartável.

“Os clientes estão mais felizes porque as roupas estão mais baratas do que há uma década, e as lojas podem beneficiar dos custos baixos”, diz Felix Chung, um legislador de Hong Kong que representa a indústria têxtil. “Mas o resultado é uma enorme poluição, e as marcas terão que pagar por isso no futuro”.

Como o sector é alvo de críticas pelo seu histórico ambiental, marcas importantes como H&M, Target e Gap adoptaram padrões de qualidade para uso de água pelos seus fornecedores, monitorando-os para proteger a sua reputação entre os consumidores. O problema é como atingir melhores padrões ambientais e trabalhistas sem elevar os preços a um consumidor, já habituado à moda barata da fast fashion.

“Falamos sobre responsabilidade social, mas as pessoas não querem pagar por isso”, disse o presidente da TAL, Harry Lee. “Uma regulamentação mais rigorosa requer que os fabricantes melhorem suas fábricas, mas isso exige capital”.

A TAL, que abriu a sua primeira fábrica na China continental em 1994, tem comprado bactérias de outros laboratórios para tratar a água usada na lavagem dos tecidos. Com bactérias no lugar de produtos químicos, a empresa pôde reduzir os resíduos líquidos até 80%, além de permitir que 100% da água seja reciclada na própria fábrica. Mas, durante uma folga na produção para comemorar o ano novo chinês no ano passado, as bactérias do seu sistema morreram. Então a TAL montou um programa de pesquisa que usa o sequenciamento de DNA para encontrar uma “superbactéria” mais barata e eficiente.

Mas pesquisar e melhorar a tecnologia é caro. Assim, está a chegar o dia em que os vendedores terão que reajustar os preços já que os fabricantes não conseguem absorver os custos para cumprir as regras ambientais. Perante isto, as grandes redes de distribuição também participam na tentativa de desenvolver técnicas que possam cortar custos e permitir que a indústria gere menos resíduos.

Enquanto isso, no laboratório em Hong Kong, os cientistas esperam desenvolver a sua superbactéria em dois anos. Se forem bem-sucedidos, a TAL compartilhará os resultados com outros fabricantes. “Com sorte, mais fabricantes vão querer usá-la. Mas é um processo muito lento”, concluiu Lee.

23 Jan 2018

Angela Leong alerta para dificuldades na recolha de resíduos

A deputada Angela Leong alertou ontem para o impacto da recente proibição da importação de resíduos sólidos por parte da China, pedindo ao Governo que ajude o sector da recolha de lixo a ultrapassar as dificuldades.

“Isto afectou, sem dúvida, o sector de reciclagem de Macau, já com dificuldades”, afirmou, na sua intervenção antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa, referindo-se à proibição na China da “importação de resíduos de plástico e papel não tratado, entre outros 24 tipos de materiais”, em vigor desde 01 de janeiro.

Angela Leong deu conta de que, no ano passado, foram transmitidos os “elevados custos com a exploração”, mas que o Governo “apenas respondeu que ia ponderar definir medidas para apoiar”.

Apesar de, posteriormente, ter avançado com um plano de apoio financeiro à aquisição de equipamentos para a indústria de recolha de resíduos, o sector criticou “a falta de efeitos” do mesmo e apontou que a Direção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA) “não percebe as dificuldades” que enfrentam e que “políticas gerais para promover o desenvolvimento” do setor se afiguram mais necessárias, afirmou.

“Os apoios concedidos pelas autoridades ao sector da reciclagem são insuficientes”, pelo que “tem vindo gradualmente a diminuir face a diversos tipos de pressão”, disse a deputada, instando o Governo a proceder a “uma análise” sobre o seu funcionamento e a “definir, quanto antes, políticas para responder às suas exigências”.

Angela Leong exortou também o executivo a “reforçar os apoios relativos aos trabalhos de protecção ambiental”, bem como a “ponderar as necessidades do sector ao nível de terrenos, aquando do planeamento dos mesmos a longo prazo”.

17 Jan 2018

Ocidente tem de tratar do seu lixo após China parar importação

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) advertiu ontem que o ocidente terá que “aprender a tratar do seu próprio lixo”, depois de a China ter deixado este ano de importar vários tipos de resíduos sólidos. “A verdade é que o ocidente está preocupado”, afirma o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC. Em editorial, o jornal escreve que os “países ocidentais” estão a ser “gravemente afetados” pela decisão da China de banir a importação de 24 tipos de resíduos sólidos.

O país asiático converteu-se no maior importador mundial de lixo desde que começou a importar resíduos para reciclar nos anos 1980, criando um fornecimento extra de metais e materiais que faltavam no mercado doméstico. A China recebia, por exemplo, dois terços dos resíduos de plástico do Reino Unido, segundo dados citados pelo Global Times.

“Os países desenvolvidos habituaram-se a comprar produtos baratos de países em desenvolvimento, como a China, e a enviar o lixo de volta, mantendo-se limpos”, descreve o jornal. As autoridades de Pequim consideram agora que os problemas criados pela importação de lixo ultrapassam em muito os benefícios, apontando que, apesar do proveito industrial e criação de emprego, tem um impacto “muito negativo” para o ambiente.

Décadas de acelerado crescimento económico causaram sérios problemas ambientais na China, com as principais cidades do país a serem frequentemente cobertas por um manto de poluição e a terem parte dos solos contaminados. O país já informou a Organização Mundial do Comércio que, a partir de 2019, irá banir totalmente a importação de lixo.

“A era em que os países desenvolvidos exportavam marcas e tecnologia, assegurando um padrão de vida mais elevado, enquanto os países em desenvolvimento cresciam à custa de mão-de-obra barata e poluição vai acabar”, prevê o Global Times.

“Não se trata de um argumento nacionalista, mas um desenvolvimento natural na sociedade humana”, aponta.

10 Jan 2018

CSR |  Recolhidas 11 mil toneladas de lixo numa semana

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 11 mil toneladas de lixo foram recolhidas em Macau desde a passagem do tufão Hato, há uma semana, disse à Lusa a Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR). “Até terça-feira (entre os dias 23 e 29 de agosto), a CSR recolheu um total de 11.299,78 toneladas de lixo”, afirmou a empresa numa resposta escrita. A média diária de resíduos na cidade é de aproximadamente 800 toneladas, segundo a empresa. Entretanto, foram criados 40 novos pontos de recolha de lixo na cidade. “A CSR tem cerca de 700 trabalhadores e eles ainda não tiveram folga desde o tufão. Além disso, alugámos mais veículos e recrutámos pessoal adicional depois do tufão”, disse a empresa. “Actualmente, todas as áreas inundadas estão a ser limpas, especialmente as do Porto Interior”, acrescentou a CSR. Sobre o tratamento a dar aos resíduos após a recolha, a CSR respondeu que “o lixo doméstico que pode ser queimado é entregue no incinerador, caso contrário vai para o aterro”.

31 Ago 2017

Ambiente | Macau bate Hong Kong na quantidade de resíduos sólidos ‘per capita’

Macau bate uma série de cidades como Pequim, Xangai ou Hong Kong em termos do lixo produzido ‘per capita’, de acordo com o relatório anual do Estado do Ambiente referente a 2016

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s dados são da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA): embora mantendo o mesmo nível de 2015, no ano passado a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ superou, “quase no dobro, a de diversas cidades nas regiões vizinhas”.

A quantidade de Macau correspondeu a 2,11 quilogramas por dia, “um nível muito alto”, ultrapassando Pequim (um quilograma/dia), Xangai (0,70 quilogramas/dia), Cantão (0,93 quilogramas/dia), Hong Kong (1,39 quilogramas/dia) ou Singapura (1,49 quilograma/dia), indica o relatório.

Neste âmbito, a DSPA destaca ainda que também “vale a pena prestar atenção ao facto de a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ em Macau em 2016 ter sido a mais alta da última década”.

A quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados – gerados na vida diária e nas actividades comerciais e industriais – também subiu em termos globais (1,7 por cento para 503.867 toneladas), mas a DSPA salienta, neste caso, o facto de o aumento ter ocorrido “a um ritmo claramente mais lento em comparação com o crescimento de dois dígitos de 2015”.

Mais de um terço (38,5 por cento) dos resíduos sólidos urbanos era composto por matéria orgânica, com o pódio a completar-se com o papel/cartão (24,4 por cento) e o plástico (21 por cento).

Já a quantidade de resíduos especiais e perigosos (que inclui químicos, hospitalares, óleos usados, pneus ou carcaças de animais) sofreu uma ligeira redução de 0,2 por cento; enquanto a de resíduos de construção para deposição em aterros caiu mais de 30 por cento “devido à conclusão de alguns projectos de turismo e entretenimento” no Cotai face a 2015.

As quantidades de escórias e de cinzas volantes também desceram 8,4 por cento e 11,2 por cento, respectivamente, segundo a DSPA.

Sucata a encher

Em paralelo, no ano passado, verificou-se um “aumento considerável no abate de todos os tipos de veículos – excepto de ciclomotores – face a 2015”, um resultado que “tem que ver com a melhoria da economia, o reforço do controlo no número de veículos, a promoção da deslocação por meios ‘amigos do ambiente’ e a aceleração do abate e substituição de veículos”.

O número total de veículos abatidos (12.856 ou +13,6 por cento) figurou, aliás, como “o mais alto da última década”.

A taxa de recolha de resíduos recicláveis cresceu 1,2 por cento face a 2015, reflectindo uma ligeira melhoria, dada a tendência de redução verificada na última década.

A DSPA destaca que, através de actividades de incentivo à reciclagem, foram recolhidos, no ano passado, mais vidros, metais, latas de alumínio/ferro, passíveis de serem reaproveitados, mas que o mesmo não se passou, no entanto, com o papel e o plástico. A título de exemplo, a quantidade de papel recolhida diminuiu 0,5 por cento e a de plástico 15,1 por cento em termos anuais homólogos.

Quanto ao tratamento de resíduos electrónicos, a DSPA refere ter dado, no ano passado, “prioridade” ao lançamento do plano de recolha de pilhas e baterias usadas, tendo-se procedido à compilação de aproximadamente 830 quilogramas.

Tabaco | Multadas cerca de 4500 pessoas até Julho

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uase 4500 pessoas foram multadas em Macau nos primeiros sete meses do ano por fumarem em locais proibidos, revelaram os Serviços de Saúde.

Entre 1 de Janeiro e 31 de Julho, efectuaram-se 200.419 inspecções a estabelecimentos, ou seja, uma média diária de 945, durante as quais foram sinalizadas 4490 violações à Lei de Prevenção e Controlo do Tabagismo, oito das quais relativas a ilegalidades nos rótulos dos produtos de tabaco.

Mais de metade das multas foi aplicada a residentes de Macau (2277), enquanto os turistas representaram quatro em cada dez infractores (1968 ou 43,9 por cento). As restantes 237 infracções foram praticadas por trabalhadores não residentes (5,3 por cento).

De acordo com os Serviços de Saúde, 3820 infractores (85,1 por cento) já pagaram a multa, sendo que em 115 casos foi necessário o apoio das forças de segurança.

Nos casinos, onde foram efectuadas, com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, 376 inspecções, 451 pessoas foram multadas, na maioria turistas (378 ou 83,8 por cento).

Desde a entrada em vigor da Lei da Prevenção e Controlo do Tabagismo, a 1 de Janeiro de 2012, foram multadas 42.435 pessoas, como resultado de mais de 1,4 milhões de inspecções, segundo os Serviços de Saúde.

7 Ago 2017

Apple quer quebrar domínio de concorrentes na China

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa norte-americana Apple lançou esta semana uma campanha na China para promover a sua plataforma de pagamentos móveis, visando contrariar o domínio exercido no país pelos gigantes Tencent e Alibaba, avançou ontem a imprensa local.

A Apple vai oferecer descontos de até 50%, quando os clientes optarem por pagar com o seu serviço Apple Pay, numa tentativa de aumentar a sua quota de mercado no maior mercado do mundo de pagamentos móveis. Os gigantes chineses da Internet Tencent e Alibaba, através do Wechat e Alipay, respectivamente, dominam 92% do mercado.

“O nosso objectivo é que todos os utentes da Apple utilizem Apple Pay” no país, afirmou a vice-presidente da Apple Pay, Jennifer Baily, citada pelo portal de informação financeira Caixin. A China é o segundo maior mercado do mundo da Apple, a seguir ao dos Estados Unidos da América.

A Apple só lançou o seu serviço de pagamentos móveis no país em Fevereiro de 2016. Na semana passada, a empresa anunciou um investimento de 1.000 milhões de dólares na província de Guizhou, para a criação de um centro de armazenamento de dados, de acordo com as novas regras aprovadas pelo Governo chinês de que as firmas estrangeiras armazenem na China dados recolhidos no país.

Além disso, a Apple anunciou ontem a nomeação de Isabel Ge Mahe, a vice-presidente de tecnologias móveis, como a sua mais nova vice-presidente e directora da região da Grande China, especificamente.

Ge Mahe, que assumirá o novo cargo em Xangai, gerirá os negócios da Apple na China continental e também em Hong Kong, Macau e Taiwan, respondendo diretamente ao CEO Tim Cook e ao COO Jeff Williams.

“A Apple está fortemente comprometida em investir e crescer na China, e estamos contentes que a Isabel trará sua experiência e liderança a para nossa equipa chinesa”, disse Cook. “Ela dedicou boa parte do seu tempo em anos recentes a entregar inovação em benefício dos consumidores Apple na China, e esperamos fazer contribuições ainda maiores sob a sua liderança.”

Suspensa importação de lixo estrangeiro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China informou à Organização Mundial do Comércio nesta terça-feira que deixará de receber carregamentos com detritos do exterior, como plástico e papel, numa nova campanha contra o “lixo estrangeiro”. A medida, que entrará em vigor no final de 2017, incluirá diversos tipos de resíduos provenientes da produção industrial, incluindo subprodutos da siderurgia, cinzas, tecidos e fios.

“Descobrimos que grande quantidade de resíduos sujos ou mesmo resíduos perigosos são misturados nos resíduos sólidos que podem ser utilizados como matéria-prima. Isto poluiu seriamente o meio-ambiente na China”, diz o documento enviado pela delegação chinesa e reproduzido pela Reuters. “Para proteger os interesses ambientais da China e a saúde de sua população, estamos ajustando em caráter de urgência a lista de resíduos sólidos importados, proibindo a importação de resíduos altamente poluídos”.

A China é a maior importadora de resíduos no mundo. No ano passado, o país recebeu 7,3 toneladas apenas de restos de plástico, o que corresponde a 56% do total mundial e a 3,7 mil milhões de dólares em valor de mercado. Além de Hong Kong, os maiores fornecedores foram o Japão e os Estados Unidos, que responderam por cerca de 10% desse volume cada um, de acordo com o Centro Internacional de Comércio. Esses dois países também são as maiores fontes do papel usado comprado pelos chineses, respondendo pela metade do total importado por Pequim.

Em Abril, o governo chinês lançou um plano para reformar a gestão de resíduos importados. No início deste mês, o Ministério de Proteção Ambiental realizou uma grande operação para inspecionar as empresas nacionais do sector, e identificou uma série de irregularidades cometidas pelas mesmas. Ao todo, 66% das companhias visitadas, ou 590, em números absolutos, apresentaram alguma violação.

Mulher presa com 102 iPhones e 15 relógios

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma mulher foi detida pela alfândega de Shenzhen, na China, com 102 iPhones presos ao corpo, além de 15 relógios de luxo. Shenzhen faz fronteira com Hong Kong, sendo rota de contrabandistas que tentam chegar ao outro lado. Existe uma diferença de preço entre iPhones comprados em Hong Kong e os disponíveis na China continental. Em Hong Kong, o smartphone é mais barato, sendo uma óptima “oportunidade” contrabandear os produtos para ganhar algum dinheiro rápido. Claro, quanto mais unidades o criminoso tiver disponível, maior será o lucro. Porém, carregar centenas de aparelhos numa bagagem é um meio de ser apanhado facilmente. Então, o método preferido é amarrá-los ao corpo e tentar agir de forma natural. A mulher tentou isso com 102 iPhones e falhou. Não é para menos: o peso total ascendia a cerca de 20 quilos. Funcionários da alfândega em Shenzhen notaram algumas protuberâncias incomuns no seu corpo e isso chamou a atenção. Uma vez que sua roupa foi totalmente revistada e todos os smartphones e relógios removidos, ela acabou por ser presa.

20 Jul 2017