Imobiliárias políticas, Limitada André Namora - 2 Mar 2025 Eu estava num miradouro serrano para onde os meus pais e avós me levavam há cinquenta anos, quando tinha 10 anos de idade, para admirar a paisagem linda, olhando para cima, a serra cheia de neve e para baixo a globalidade da minha terra, a Covilhã. Resolvi sentar-me e escrever no caderno as primeiras linhas desta crónica sobre o que tinha acabado de ver e sobre as últimas notícias chocantes da semana passada. Há cinquenta anos, a Covilhã era um conjunto de casarios admiráveis sem quaisquer arranha-céus. Hoje, a cidade serrana é tão horrível cheia de prédios por todo o lado da urbe. Prédios de vários andares são infindáveis. Fiquei a pensar como é grandioso o negócio das imobiliárias. Deve ser um negócio melhor que os mais lucrativos do mundo, os gelados, as pizzas e o café. Uma vez, fui uma semana a Lisboa visitar uns familiares e numa só avenida contei dez imobiliárias. Os portugueses sabem que raramente conseguem comprar ou arrendar uma casa sem que seja através de uma imobiliária e que as comissões dessas empresas dão um lucro grandioso. E que se pretenderem adquirir um terreno, o ideal será que toda a papelada seja tratada por uma imobiliária, esteja o terreno perto de uma cidade, de uma vila ou mesmo num interior rústico. As imobiliárias tratam de tudo e as pessoas sujeitam-se ao que está definido no negócio deste tipo de intermediação no que respeita a imóveis, terrenos e ao que se tem de pagar às imobiliárias. Pois bem, na semana passada a discussão política andou à volta de imobiliárias. Chamar-lhes-ei imobiliárias políticas. Porquê? Porque depois de um secretário de Estado do actual Governo se ter demitido quando veio a lume que era proprietário de uma imobiliária e simultaneamente estava a participar na alteração à Lei dos Solos, a comunicação social trouxe à colação que o primeiro-ministro Luís Montenegro tinha uma imobiliária e que afirmou ter vendido, imagine-se, a sua quota à mulher e filhos. O assunto foi à baila na Assembleia da República e os deputados da oposição não ficaram satisfeitos com as explicações, sobre o tema, apresentadas pelo chefe do Executivo. Quanto a nós, Luís Montenegro não teve transparência ao ser interrogado sobre quem eram os clientes da sua empresa familiar. Era importante que se soubesse quem eram os parceiros de negócio, porquanto ficará sempre a suspeição de que esses clientes poderão vir a usufruir de benesses governamentais. Inclusivamente o semanário Expresso, na sua edição da passada sexta-feira, denunciou que os casinos ‘Solverde´ pagam 4.500 euro por mês à empresa de Montenegro. Depois, bem, depois tem sido um chorrilho de notícias sobre imobiliárias detidas por membros do Governo. O ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, que tem a tutela das alterações à Lei dos Solos, também tinha uma imobiliária e veio dizer que já tinha vendido a sua parte, mas só depois da “bronca” com o primeiro-ministro. No entanto, posição diferente foi assumida pela ministra da Justiça, Rita Júdice, que veio a público afirmar que “não tem qualquer intenção de se desfazer do seu património pessoal, constituído com o seu trabalho e dos seus familiares”, nomeadamente as quatro sociedades com negócios imobiliários de que é sócia. A verdade é que da Cultura ao Trabalho, passando pela Defesa e Presidência do Conselho de Ministros, vários Ministérios empregam actuais e antigos sócios de empresas do sector imobiliário. No Ministério do Trabalho, já é público que a própria ministra Maria do Rosário Palma Ramalho inclui a gestão de património imobiliário na sua empresa ‘Palma Ramalho, Lda’. Mas não é a única: o secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira, também inclui no oblecto da sua empresa de consultoria a “gestão de património, podendo para o efeito, alienar, adquirir e arrendar imóveis e proceder à revenda dos adquiridos”. A empresa chama-se agora ‘Orbis Terra – Consultoria e Gestão, Lda’, um nome mais discreto do que o anterior no que diz respeito à ligação ao imobiliário e o governante é sócio único. Mas o apetite pelos negócios imobiliários no Executivo de Luís Montenegro não se esgota nestes governantes e até a responsável pela pasta da Habitação no Ministério de Miguel Pinto Luz foi sócia de uma empresa que se dedica à compra e venda de bens imobiliários. Trata-se da ‘Promobuilding – Serviços Imobiliários Lda’. A empresa onde Patrícia Gonçalves da Costa foi gerente entre 2010 e 2015 e sócia minoritária até 2019 detém ainda 50 por cento da ‘Urbanquestion, Lda’, outra empresa criada em 2023 com o mesmo objecto que inclui a compra e venda de imóveis, construção de empreendimentos próprios para comercialização e promoção de estudos de urbanização. No Ministério da Defesa, o antigo deputado do CDS Álvaro Castelo Branco, agora secretário de Estado Adjunto, é sócio da ‘Rent 4 You – Sociedade Imobiliária, Lda’. Desta sociedade também faz parte o antigo deputado do PSD e actual membro do Conselho de Administração do AICEP Paulo Rios de Oliveira. O historial de actividades empresariais do ramo imobiliário estende-se ao Ministério da Cultura. O recém-nomeado secretário de Estado Alberto Santos deteve 90 por cento da sociedade ‘Villa Gallaecia – Mediação Imobiliária, Lda’, dedicada à mediação e angariação imobiliária, mas também à avaliação de imóveis e consultadorias várias. E a própria ministra Dalila Rodrigues teve quota numa empresa da família: trata-se da ‘Rita Aguiar Rodrigues Arquitectos Lda’, que como o nome indica presta serviços de arquitectura, mas também inclui no seu objecto a construção e remodelação de edifícios e a compra, venda e revenda de bens imóveis. Em comunicado divulgado na noite de terça-feira passada, tanto a ministra como o secretário de Estado confirmaram que detiveram aquelas quotas em sociedades, mas que as cederam antes de tomarem posse no Governo. E na Assembleia da República? Bem, não fiquem de boca aberta. No Parlamento, também não faltam deputados com empresas no ramo imobiliário. Além dos quatro parlamentares do Chega, o partido que viabilizou e tem adiado a votação que pode chumbar as alterações à Lei dos Solos, encontram-se muitos exemplos nas bancadas do PS e sobretudo do PSD. A dar o exemplo de empreendedorismo imobiliário num país onde o preço das casas e das rendas é incomportável para quem vive com salários baixos está o próprio presidente da Assembleia da República. José Pedro Aguiar Branco é sócio da ‘Portocovi – Gestão e Administração de Bens Lda’, que tem por objecto a compra e venda de bens móveis e imóveis, arrendamento, gestão e administração de bens próprios ou alheios e prestação de serviços. Confrontado com a divulgação pública sobre a sua empresa, Aguiar-Branco respondeu aos jornalistas queixando-se de “voyeurismo” sobre os titulares de cargos políticos, onde “tudo é escarrapachado: o seu património, a sua situação do ponto de vista financeiro, tudo o que tem a ver com um acervo particular, ainda que não exista alguma suspeita”. E o que queria Aguiar-Branco? Que os jornalistas fossem uns “macaquinhos” a silenciar, a não ouvir e a não ver? O mais importante é que tudo isto vem a público porque o Governo resolveu alterar a Lei dos Solos e na qual, futuramente, todas estas imobiliárias políticas poderão vir a usufruir de avultados rendimentos…
Hong Kong | Secretário para a Inovação procura negócios em Portugal Hoje Macau - 2 Mar 2025 O secretário para a Inovação, Tecnologia e Indústria de Hong Kong vai estar na quinta-feira em Portugal a “explorar oportunidades de negócios” para o sector da inovação e tecnologia, indicou ontem a região chinesa. Num comunicado, o Governo de Hong Kong disse que Sun Dong partiu ontem à frente de uma delegação de representantes da área da inovação e tecnologia, que estará em Lisboa a 6 de Março. O programa da visita inclui “reuniões e intercâmbios com líderes dos sectores político, empresarial e de inovação e tecnologia locais”, bem como visitas a infra-estrutura, parques tecnológicos, institutos de investigação e empresas. O objectivo é “reforçar os laços e a cooperação” com Portugal neste sector, “promovendo as vantagens da inovação e tecnologia de Hong Kong e explorando oportunidades de negócio no estrangeiro”, segundo o comunicado. A delegação inclui dirigentes de três instituições públicas: a HKSTP, uma empresa criada em 2001 para promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico na região, o Instituto de Investigação em Ciência e Tecnologia Aplicadas e o Instituto de Investigação e Desenvolvimento da Microelectrónica. Além disso, vão estar em Lisboa dirigentes do parque tecnológico Cyberport, bem como representantes de 24 empresas ou instituições de inovação e tecnologia de Hong Kong. Antes de passar por Lisboa, a delegação de Hong Kong vai estar em Barcelona, no nordeste de Espanha, para participar no Mobile World Congress, considerado um dos eventos tecnológicos mais influentes a nível mundial. Esta vai ser a segunda visita a Portugal de um membro do Governo de Hong Kong no espaço de um ano, depois de o secretário para os Serviços Financeiros e Tesouro da região ter passado por Lisboa em Junho. Na altura, Christopher Hui Ching-yu pediu a Portugal para retirar Hong Kong da lista de paraísos fiscais e defendeu que já cumpre os padrões da União Europeia (UE) para combater a evasão fiscal.
Japão | Piores incêndios desde 1992 forçam retirada de duas mil pessoas Hoje Macau - 2 Mar 2025 Cerca de duas mil pessoas tiveram de abandonar as suas habitações no norte do Japão, onde os incêndios florestais queimaram já a maior área desde 1992 e fizeram um morto, disseram ontem as autoridades japonesas. A Agência de Resposta a Desastres e Incêndios japonesa (FDMA, na sigla em inglês) disse que foram evacuadas as zonas em redor da cidade de Ofunato, na região florestal de Iwate. Muitos refugiaram-se junto de amigos ou familiares, e mais de 1.200 foram levados para abrigos, acrescentou a FDMA. Pelo menos uma pessoa morreu nas chamas, que deflagraram na quarta-feira, e também danificaram mais de 80 edifícios. “Ainda estamos a tentar determinar a área afectada, mas é a maior desde 1992”, garantiu ontem um porta-voz da FDMA à agência de notícias France-Presse. Em 1992, um incêndio destruiu 1.030 hectares em Kushiro, em Hokkaido, no norte do país. Segundo a imprensa japonesa, o fogo já se alastrou a 1.800 hectares. Imagens aéreas da emissora pública japonesa NHK mostraram helicópteros militares a sobrevoar nuvens de fumo branco, quatro dias após o início do incêndio. Cerca de 1.700 bombeiros foram mobilizados em todo o país para tentar extinguir as chamas. A causa do incêndio ainda não é conhecida, mas acredita-se que tenha começado num barracão de trabalho e se tenha espalhado a partir daí para uma zona arborizada, onde as condições meteorológicas secas favoreceram a sua propagação. Este é o terceiro incêndio numa semana a afectar as zonas costeiras do sul de Iwate, que estão em alerta para o tempo seco desde 18 de Fevereiro.
Diplomacia | Paulo Rangel em Macau e Pequim no fim do mês Hoje Macau - 2 Mar 2025 Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, fará uma visita oficial a Macau e China no final de Março, confirmou o próprio gabinete do ministro à TDM. A agenda inclui uma ida a Pequim para um encontro com o seu homólogo, Wang Yi, com o ministro português a marcar presença no Fórum BOAO. O Fórum BOAO para a Ásia deste ano será realizado entre os dias 25 e 28 de Março na província de Hainão, dedicando-se ao debate em torno de assuntos comerciais, económicos e de cooperação entre países, com foco na Ásia. O tema da edição deste ano será “Asia num Mundo em Mudança: Em Direcção a um Futuro Partilhado”, focando-se “no desenvolvimento, na exploração de formatos inovadores e na promoção do desenvolvimento internacional e cooperação”, consta na informação oficial sobre o evento. Na RAEM está previsto um encontro entre Paulo Rangel e Sam Hou Fai, Chefe do Executivo, bem como a realização de encontros com a comunidade portuguesa local e com Alexandre Leitão, cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong. A visita de Paulo Rangel não só será a primeira de um político português a Macau desde a pandemia, como é também a primeira vez que um representante do Estado português, ao mais alto nível, reúne com o novo Chefe do Executivo da RAEM, Sam Hou Fai. Dose dupla Ainda segundo a notícia da TDM, Paulo Rangel deverá voltar mais tarde a Macau acompanhando a visita do Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. A comitiva portuguesa virá ao território por ocasião das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das comunidades portuguesas. Na mesma notícia é referido que Portugal vai abrir novos postos diplomáticos a Oriente, sendo que o primeiro será uma embaixada no Vietname. As mais recentes visitas de governantes portugueses do Executivo de Luís Montenegro a Macau, passaram pela presença da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, em Junho do ano passado, bem como de Pedro Reis, ministro da Economia, que veio de propósito para a sexta reunião ministerial do Fórum Macau. Paulo Rangel é uma figura histórica do Partido Social Democrata e, durante anos, foi deputado no Parlamento Europeu, nomeadamente entre 2009 e 2024. É licenciado em Direito, tendo exercido advocacia.
DeepSeek | Nvidia deixa elogios e está atenta às taxas de Trump Hoje Macau - 28 Fev 2025 O fabricante norte-americano de semicondutores Nvidia elogiou o trabalho da empresa chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek e reconheceu incerteza face à política comercial dos Estados Unidos, durante uma conversa com analistas e investidores. Na sequência da apresentação dos resultados referentes ao último trimestre do seu ano fiscal, o presidente executivo da Nvidia, Jensen Huang, destacou a procura pelo ‘chip’ Blackwell, de última geração, e falou positivamente da DeepSeek, apesar de o seu aparecimento ter sido visto como uma ameaça à liderança da empresa norte-americana e ter provocado uma forte queda nas suas acções, no final de Janeiro. “O OpenAI o3 ou o DeepSeek R1 são modelos de raciocínio que aplicam a inferência. Os modelos de raciocínio podem consumir 100 vezes mais computação. E os do futuro, ainda mais”, disse Huang. “O DeepSeek R1 provocou um entusiasmo global. É uma excelente inovação mas, melhor ainda, colocou um modelo de IA de raciocínio de classe mundial em código aberto. Quase todos os criadores de IA estão a aplicar o R1” ou técnicas semelhantes “para escalar os resultados dos seus modelos”, acrescentou. Questionada sobre as suas previsões de negócios, face à possibilidade de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor mais taxas alfandegárias sobre bens dos seus parceiros, a directora financeira da empresa, Colette Kress, admitiu existir um ambiente de “incerteza”. “Relativamente às taxas, é uma incógnita. É uma incógnita até percebermos melhor qual é o plano do Governo dos EUA ou o seu calendário. Estamos à espera”, afirmou. De acordo com Huang, a Nvidia, que planeia aumentar a produção do ‘chip’ Blackwell no próximo trimestre devido à “procura extraordinária”, está “no centro de todo este desenvolvimento”, referindo-se à nova vaga de IA denominada “agentic”, que envolve um pensamento mais autónomo.
Japão | Nascimentos caiem para novo recorde negativo Hoje Macau - 28 Fev 2025 O número de nascimentos no Japão caiu para um novo recorde, aumentando o desafio relacionado com os custos crescentes da segurança social numa sociedade envelhecida, com um grupo cada vez mais reduzido de trabalhadores que pagam impostos. O número de recém-nascidos em 2024 caiu 5 por cento em relação ao ano anterior, para 720.988, prolongando uma série de nove anos de declínio, de acordo com os dados preliminares sobre a população divulgados ontem pelo Ministério da Saúde do Japão. Esta leitura assinala o valor mais baixo desde que estes registos começaram, em 1899. Também as mortes aumentaram 1,8 por cento para um recorde de 1,62 milhões no mesmo período, resultando no maior declínio anual de sempre da população total, segundo o relatório. O declínio sustentado dos nascimentos no país aumenta a urgência sentida por um governo que já está a suportar a dívida mais pesada entre os países desenvolvidos. A dívida pública do Japão será de 232,7 por cento do produto interno bruto (PIB) do país este ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A situação demográfica no Japão está em sintonia com uma tendência global crescente. A taxa de fertilidade da Coreia do Sul aumentou no ano passado pela primeira vez em nove anos, mas, com 0,75, continua muito abaixo da taxa necessária para manter a população. A queda dos nascimentos em França acelerou em 2023, atingindo o ritmo mais rápido em meio século, enquanto a população da China diminuiu durante três anos consecutivos. Menos trabalhadores significa menos receitas fiscais para os cofres do Estado nipónico, ao mesmo tempo que pressiona as empresas, que enfrentam a escassez de pessoal. Esforços em vão Desde que a população em idade activa do Japão atingiu o seu máximo em 1995, o seu mercado de trabalho tem-se mantido relativamente apertado. A taxa de desemprego é de 2,4 por cento, a mais baixa entre os países da OCDE, e tem-se mantido abaixo dos 3 por cento há quase quatro anos. Até 2040, o Japão deverá enfrentar um défice de mão-de-obra de 11 milhões de pessoas, de acordo com uma estimativa do Recruit Works Institute, citada pela Bloomberg. Em 2024, um número recorde de 342 empresas japonesas foram à falência, devido à escassez de mão-de-obra, de acordo com um inquérito do Teikoku Databank, ainda segundo a agência de notícias. Entretanto, os custos da segurança social do Japão continuam a aumentar à medida que uma proporção crescente da população ultrapassa a idade da reforma. Para o ano fiscal que começa em Abril, o governo atribuiu 37,7 biliões de ienes à segurança social, um aumento de quase 20 por cento em relação à última década. O sistema de pensões do Japão também está sob pressão, com menos contribuintes e mais beneficiários. Nas últimas duas décadas, o número de contribuintes diminuiu em cerca de 3 milhões, enquanto o número de beneficiários aumentou quase 40 por cento, de acordo com o ministério japonês da Segurança Social. O declínio contínuo do número de nascimentos reflecte, em parte, a relutância das gerações mais jovens em ter filhos, apesar dos esforços recentes do governo. Com base numa iniciativa do seu antecessor, o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, está a promover um pacote de políticas de cuidados infantis no valor de 3,6 biliões de ienes, que inclui apoio aos futuros pais e melhorias nas condições de trabalho dos trabalhadores das creches.
A Terapia de Casal ou O Amor na Tempestade Tânia dos Santos - 28 Fev 2025 Agora trabalho como terapeuta de casal, um sonho que há muito queria concretizar. A minha compreensão já não se baseia apenas em leituras incontáveis, mas também na experiência direta com o conflito dos casais. Deixo que essas vivências ressoem no meu conhecimento e na minha prática terapêutica, na esperança de que resultem em reflexões mais ricas neste espaço de escrita. Hoje, quero falar-vos sobre o amor na tempestade. Uma relação amorosa pressupõe um vínculo afetivo. Podemos discutir as muitas formas possíveis de “casal”, mas convido-vos a focarem-se na ideia de duas pessoas que se encontram e procuram conectar-se através do que têm de mais íntimo e profundo. Normalmente, nesse tipo de relação, há sexo—o mecanismo de ligação por excelência, que nos remete aos nossos desejos mais primários. A teoria sugere que escolhemos os nossos parceiros porque encaixam na longa história das nossas ligações afetivas, começando pelas relações mais primárias, como a dos nossos pais. Assim, estabelecemos vínculos românticos que, ao mesmo tempo que oferecem a possibilidade de reparação emocional, também alimentam as nossas disfunções. O amor não existe sem essa polaridade. O vínculo vive na tensão entre encontrar o amor das nossas vidas e o risco de esse mesmo amor se tornar no nosso maior inimigo. Esta é, claro, uma caricatura, mas quero que fiquem com a consciência desta dualidade. É comum que os casais, ao tomarem consciência dessa tensão, procurem a terapia. Surge, então, uma questão angustiante: como pode a pessoa que amo despertar em mim tanta tristeza, raiva ou frustração? É a própria evolução da relação que leva a esses caminhos sinuosos. As nossas crenças, a forma como moldam o nosso comportamento e até a nossa compreensão do amor romântico influenciam a maneira como lidamos com essa ambivalência. A verdade é que pouco nos preparamos para essa realidade. Recentemente, um marido em profunda angústia partilhou comigo: “Eu não traí, nem ando atrás de ninguém. Não percebo porque estamos assim.” Na terapia de casal, o objetivo não é eliminar o conflito, mas compreendê-lo. O desencontro é inevitável, e é por isso que se procuram ferramentas para melhor lidar com ele. Um dos pilares desse processo é criar um espaço onde se possa falar francamente sobre os desafios da relação. No entanto, esse desencontro é emocionalmente carregado e nem sempre de fácil resolução. Não basta oferecer um novo mapa para que o casal trilhe um caminho diferente. Nem é papel do terapeuta dar soluções simples. Para reconstruir uma relação, é necessário encarar uma tempestade—daquelas de chuva descontrolada, vento a 100 km/h e trovões ensurdecedores. O terapeuta ajuda a navegar essa tempestade, para que o casal compreenda que o amor contém, em si, essa possibilidade disruptiva. No fundo, o terapeuta confirma que, mesmo que o sofrimento pareça atroz e o desencontro confuso, está tudo bem. O desencontro faz parte da vida. A tempestade é um sintoma de um estado primitivo, um reflexo do corpo perante a frustração das suas necessidades emocionais—sejam elas de proximidade ou de afastamento. É um estado em que o pensamento racional é ofuscado pela reação instintiva. Pode manifestar-se como luta ou fuga, como se o parceiro fosse um predador, ou como evitamento, uma tentativa de se proteger de um parceiro que parece consumir a pouca energia emocional que resta. Em última instância, a forma como reagimos ao desencontro está ligada à maneira como lidamos com o vínculo afetivo. Independentemente da abordagem terapêutica utilizada, todas as escolas psicoterapêuticas convergem nesta estratégia essencial: tornar esses mecanismos internos evidentes. A partir dessa consciência, a terapia ajuda o casal a criar novas “danças” emocionais, promovendo compreensão e empatia para que o desencontro se torne menos destrutivo. Naturalmente, há casais que chegam à terapia num ponto em que o espaço terapêutico serve para preparar o divórcio ou a separação. Nesses casos, a mediação oferecida pelo terapeuta permite que se mantenham formas de comunicação baseadas no respeito. Muitos terapeutas “divorciam” casais, e isso também é um resultado de sucesso. O estigma associado à terapia em geral é uma barreira. Para além do jantar romântico esporádico, ou tempo de qualidade juntos, que muitos terapeutas irão certamente prescrever, a terapia ambiciona ir para outros sítios. Investir na relação é essencial para o amor, seja através da terapia ou de conversas honestas sobre a dinâmica do casal. Porque o amor não acontece simplesmente, ele sobrevive entre o conforto, o prazer e o conflito.
Livraria Portuguesa | Obra do fotógrafo Chris Stowers apresentada domingo Hoje Macau - 28 Fev 2025 Lançado em Janeiro, “Shoot, Ask… and Run!” é o retrato da vida de um fotógrafo britânico e das suas aventuras atrás da lente. Apresentado no próximo domingo na Livraria Portuguesa, com a presença do autor, o livro nasceu de diários mantidos por Chris Stowers durante as suas viagens pela Ásia As aventuras de um fotógrafo em vários países asiáticos nos anos 90 é o mote do livro de Chris Stowers, lançado em Janeiro. “Shoot, Ask…and Run!” é o nome da obra lançada no próximo domingo na Livraria Portuguesa a partir das 18h. O título do livro nasce de um conselho dado ao fotógrafo britânico no início das suas viagens que acabou por se revelar de grande utilidade no dia-a-dia. Segundo a sinopse do livro, Chris Stowers foi “atormentado por forças tempestuosas, tanto pessoais como internacionais”, tendo fugido “da máfia de Jacarta através das selvas do Bornéu, atacado com gás lacrimogéneo pela polícia de choque em Manila e atravessado de comboio uma União Soviética em implosão”. Mas as aventuras não terminaram aí: Stowers chegou mesmo a ser raptado “por um grupo de milícias sérvias fortemente armadas”. Desta forma, nas páginas deste livro “Stowers pinta um quadro duro, humorístico e muito humano da vida dos meios de comunicação social na Ásia – e não só – durante os anos de expansão do início da década de 1990”. O fotógrafo passou também por Hong Kong “nos últimos dias do império e da fotografia analógica”. O livro é, portanto, um desfilar de memórias de um homem que viajou imenso em busca do desconhecido. “Observador nato e nómada, coloca-se a questão: onde fica a sua casa?”, questiona-se ainda na sinopse. Com a chancela da Earnshaw Books, este livro é o segundo da sua série de memórias de viagem publicadas pela editora. Da Inglaterra para o mundo Chris deixou a Inglaterra em 1987, acabado de sair do liceu, com um bilhete de ida para Karachi, no Paquistão. Nunca mais deixou a Ásia, tendo vivido dez anos em Hong Kong antes da transferência de soberania, em 1997, trabalhando como fotógrafo para a revista “Asiaweek”. O seu amor pela fotografia começou logo através do convívio com fotojornalistas freelance empobrecidos em Peshawar, no Paquistão, devastado pela guerra, onde esteve no “The Frontier Post”. Chris Stowers entrou para a prestigiada agência fotográfica Panos Pictures em 1992. As missões fotográficas e o desejo de viajar levaram Chris a mais de 70 países, até à data, e o seu trabalho apareceu em todo o tipo de publicações, incluindo a Time, Newsweek, The Economist, Forbes, Businessweek, National Geographic Traveller e The New York Times. O fotógrafo fez ainda inúmeros guias para a “Insight Guides” e a “Dorling Kindersley”, sendo co-autor do livro de fotografia de viagens da “Insight Guide” e apresentador de vários documentários de viagens na televisão.
GP Macau | FIA confirma Taça do Mundo de GT Sérgio Fonseca - 28 Fev 2025 O Conselho Mundial da FIA da passada quarta-feira confirmou o esperado, que a oitava edição da Taça do Mundo de GT da FIA será realizada como parte do programa do 72.º Grande Prémio de Macau, entre os dias 13 a 16 de Novembro. Contudo, há uma grande novidade para a edição deste ano A federação internacional, que co-organiza esta corrida em parceria com o SRO Motorsports Group e com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), aproveitou a ocasião para anunciar um novo modelo de qualificação para a prova. Para além da sessão de qualificação de 30 minutos igual à das edições anteriores (Q1), foi acrescentado um segundo segmento de qualificação (Q2), reservado aos dez melhores pilotos da primeira sessão. A sessão Q2 será realizada em formato de ‘Super Pole’, com cada piloto a ir para a pista individualmente para um total de duas voltas de qualificação, sendo também permitido a cada piloto utilizar um conjunto de pneus novos nessa sessão. Esta novidade permitirá que a qualificação seja decidida sem interferência de terceiros. O restante programa da prova rainha de GT permanecerá igual ao das edições anteriores, contando com a sessão de treinos-livres, a tradicional corrida classificativa de 12 voltas, na tarde de sábado, seguida da corrida principal de 16 voltas que decidirá o vencedor da Taça do Mundo no domingo. Elogios de veteranos Estas medidas introduzidas pela FIA foram muito bem recebidas pelos mais experientes pilotos de GT. Isto, porque o tráfego sempre foi um enorme obstáculo na obtenção de uma boa volta de qualificação no Circuito da Guia, algo essencial para quem ambiciona conquistar este título. “É uma excelente ideia introduzir a sessão de Super Pole em Macau”, disse o alemão Maro Engel, o vencedor da edição passada da Taça do Mundo pela Mercedes-AMG.“ Esta será uma das sessões mais espetaculares e emocionantes da temporada e deverá também garantir a justiça desportiva. Os fãs têm muito para ansiar.” Raffaele Marciello, por duas ocasiões vencedor deste troféu, e um dos pilotos de fábrica da BMW, também reagiu positivamente, acrescentando: “Em Macau, era sempre complicado fazer uma volta limpa. Com este novo formato, não vais ouvir a desculpa do trânsito ou de uma bandeira vermelha. Ter apenas duas voltas será muito desafiante, mas agora o piloto mais rápido provavelmente ficará na pole.” Esta é uma opinião partilhada por Laurens Vanthoor, o vencedor da Taça do Mundo em 2016, que afirmou que já não haverá “desculpas” na qualificação. O experiente piloto belga da Porsche acredita que “vai haver uma pressão acrescida porque só tens essas duas voltas”, pois num circuito difícil como este, “se cometeres um erro, não há mais nada a seguir. Numa qualificação normal, tens mais oportunidades. Pessoalmente, um ‘shootout’ é sempre algo que aprecio muito. Para os pilotos, numa pista como esta, será quase o ponto alto do fim de semana.” E dos mais novos também O piloto chinês Yifei Ye estreou-se no Grande Prémio no passado mês de Novembro na Taça do Mundo. O piloto oficial da Ferrari, que compete no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), deixou uma boa impressão no Circuito da Guia, e também ele vê com bons olhos as medidas agora introduzidas. “É bom eliminar essas intervenções de bandeira vermelha e bandeiras amarelas, para que, no final, aquele que for realmente o mais rápido consiga a pole position”, referiu Yifei Ye que poderá regressar este ano à corrida. “Em Macau, todos estão muito próximos em termos de tempos, por isso será extremamente difícil para os pilotos tentarem chegar à ‘Super Pole’. Acho que também será ótimo para os espectadores.”
Xiaomi | Valorização das acções tornam fundador no homem mais rico da China Hoje Macau - 28 Fev 2025 A subida de 5,8 por cento na cotação das acções da chinesa Xiaomi, na quarta-feira, tornou o fundador e director executivo da tecnológica, Lei Jun, no homem mais rico da China, noticiou a imprensa local. Lei, que é também o maior accionista da Xiaomi, terá assim ultrapassado o magnata Zhong Shanshan, fundador da empresa de água engarrafada Nongfu Spring, e outros bilionários do sector tecnológico, como Pony Ma, chefe da Tencent – o maior vendedor mundial de jogos de vídeo e criador da rede social WeChat – e Zhang Yiming, líder da ByteDance, dona do TikTok. Segundo a publicação Forbes, Lei Jun tem uma fortuna equivalente a cerca de 41,5 mil milhões de dólares, um valor muito superior aos 10,9 mil milhões de dólares que tinha em 2024. Nos últimos 12 meses, as acções da Xiaomi na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram 286 por cento. A valorização é justificada pela incursão da empresa no emergente sector dos veículos eléctricos e pelos apoios avançados pelas autoridades chinesas para a compra de produtos electrónicos, como telemóveis e ‘tablets’. Lei disse no início de Fevereiro que está a estudar formas de a Xiaomi acelerar a produção de carros eléctricos, depois de o ‘sedan’ SU7, o primeiro modelo da empresa tecnológica, ter batido até as previsões internas ao ultrapassar as 135 mil vendas até ao final de 2024, após o lançamento em Março do ano passado. A Xiaomi planeia lançar este ano o seu primeiro SUV (automóvel utilitário desportivo) eléctrico, o YU7 – um potencial rival do Tesla Model Y -, com Lei a revelar que o objectivo é vender 300 mil veículos até ao final de 2025.
Mixue bate recorde de financiamento em oferta pública inicial em Hong Kong Hoje Macau - 28 Fev 2025 A fase de subscrição da oferta pública inicial (OPI) de acções da empresa chinesa de bebidas Mixue Bingcheng terminou ontem, com o montante do financiamento a fixar um novo recorde nas entradas em bolsa em Hong Kong. Na actual OPI, a Mixue Bingcheng, sediada em Zhengzhou, capital da província de Henan, no centro da China, planeia emitir quase 17,1 milhões de acções, com 1,7 milhões de acções atribuídas à oferta pública de Hong Kong e 15,4 milhões de acções atribuídas à oferta internacional, a um preço de 202,5 dólares de Hong Kong por acção. A Mixue Bingcheng referiu que as receitas da OPI em Hong Kong vão ser utilizadas para melhorar a cadeia de abastecimento, aumentar a capacidade de produção, actualizar a agilidade logística e estabelecer uma rede global de fornecimento para alimentar o crescimento no estrangeiro. A 31 de Dezembro, a Mixue Bingcheng tinha um total de 46.479 lojas em todo o mundo – com cerca de nove mil milhões de bebidas vendidas em 2024. Estes números ultrapassam nomes globais mais conhecidos, como a McDonald’s e a Starbucks, que são os únicos a ultrapassar a marca das 40 mil lojas em todo o mundo. O salto da Mixue do quarto para o primeiro lugar da tabela ocorreu no final do terceiro trimestre de 2024, segundo a consultora Momentum Works, de Singapura, que recorda que a grande maioria dos pontos de venda se situa na China, com apenas cerca de 4.800 espalhados por países da região, como Vietname, Malásia e Tailândia. No entanto, a cadeia chinesa continua a ser a quarta maior do mundo em termos de vendas no sector global de bebidas: os 6,59 mil milhões de dólares que vendeu em 2023 colocam-na atrás da Starbucks, da Inspire Brands – proprietária da Dunkin’ Donuts e da Baskin-Robbins – e da Tim Hortons. Em conta A Mixue concentra-se em bebidas de baixo custo, mantendo os preços dos produtos geralmente abaixo dos 10 yuan, um segmento em que espera um crescimento anual composto de 17,6 por cento, até 2028, altura em que este mercado atingirá o equivalente a cerca de 160 mil milhões de dólares. A Mixue deve estrear-se na Bolsa de Valores de Hong Kong a 3 de Março. A agência de notícias financeiras Bloomberg recordou que vários rivais locais também lançaram ofertas de acções em 2024 e que, em todos eles, a antecipação deu lugar a quedas nos preços das acções, face à forte concorrência no sector.
Clima | China pode perder 35% de terreno arável até 2100 Hoje Macau - 28 Fev 2025 A China pode perder até 35 por cento das terras aráveis até 2100 devido às mudanças climáticas, mesmo que os compromissos do Acordo de Paris sejam cumpridos, segundo um estudo publicado na revista Science China Earth Sciences. A investigação, conduzida pelo Centro de Análise e Dados Geográficos da Universidade Normal de Pequim, foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China e liderada pelo investigador Gao Peichao, noticiou o South China Morning Post, um jornal de Hong Kong. O relatório alerta para o facto de as regiões mais afectadas serem a bacia de Sichuan e as planícies do norte e nordeste do país, onde muitos terrenos agrícolas serão transformados em zonas húmidas e florestas. Além disso, prevê-se uma redução significativa das terras cultivadas no sul e nas zonas costeiras, com uma expansão das zonas húmidas no leste e no sul do país. Consequentemente, as áreas de cultivo de alta densidade seriam reduzidas para quase metade, afectando significativamente a produção de cereais. Calor e stress Os investigadores utilizaram, para a realização do estudo, o CLUMondo e o Modelo de Avaliação das Alterações Globais para avaliar o impacto das alterações climáticas na utilização dos solos num cenário de aumento da temperatura global de 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, o limiar estabelecido pelo Acordo de Paris em 2016 para evitar os piores impactos climáticos. A investigação sublinha a necessidade de os países aumentarem os seus esforços de redução das emissões até 2030, atingindo uma descarbonização mínima de 8 por cento por ano a partir dessa data. O estudo propõe medidas como uma monitorização mais rigorosa das zonas vulneráveis, a melhoria da qualidade dos solos agrícolas e a optimização da gestão dos recursos agrícolas para atenuar os efeitos da perda de terras cultivadas. O contexto mundial agrava a situação. A Organização Meteorológica Mundial informou que 2023 foi o ano mais quente de que há registo, com uma temperatura média 1,55°C acima da época pré-industrial. Apesar disso, apenas 13 dos 195 países que assinaram o Acordo de Paris entregaram os seus planos de redução de emissões dentro do prazo, enquanto grandes economias como a China, a União Europeia e a Índia ainda não cumpriram este compromisso. O governo chinês recebeu os resultados do estudo, que pode levar a uma actualização das suas políticas de proteção das terras agrícolas, pouco antes do início da reunião anual do Assembleia Popular Nacional, um órgão que não tem poder de supervisão e está sujeito ao controlo do Partido Comunista Chinês.
Sa Dula e o terraço onde um ermita pescava oculto Paulo Maia e Carmo - 28 Fev 2025 Yan Guang (nome de cortesia Ziling, 37 a.C.-43), um famoso erudito daoísta, amigo e colega de estudos de Liu Xiu (6 a.C-57) que, reconquistando o poder dos Han, estabeleceria a capital em Luoyang, a este da antiga Chang’an, fundando a dinastia dos Han de Leste (25-220), foi protagonista de um gesto singular. Quando Liu Xiu se tornou no imperador Guangwu, para evitar os perigos e a corrupção na corte, e não se aproveitar da amizade com o monarca para se promover, preferiu afastar-se e ir viver livre e indiferente às solicitações do amigo. Séculos depois, numa pintura feita numa folha de álbum, o pintor Huang Shen (1687-1772) retratou com o seu expressivo traço caligráfico, a memória dessa personalidade capaz do audacioso gesto límpido. Nesse retrato (tinta e cor sobre papel, 28,5 x 34,2 cm, no Museu de Arte da Universidade de Michigan) Yan Guang está sentado, o olhar resignado mas reflectindo grande sabedoria, de longas barbas brancas, a cabeça coberta com um chapéu preto (toujin) usado pelos que não pertenciam à corte nem à burocracia imperial, as vestes de letrado contrastando com os objectos ligados à pesca, dos quais avulta a representação, numa linha horizontal cruzando a sua figura, de uma cana de bambu. Porque foi para se dedicar à pesca que ele disse que se afastava. Ainda antes, uma outra representação evocara Yan Guang através do terraço natural formado na encosta de uma montanha onde ele se sentava com a sua cana estendida a pescar. Essa pintura, O terraço de pesca à linha em Yanling (rolo vertical, tinta sobre papel, 58,7 x 31, 9 cm, no Museu do Palácio Nacional em Taipé), onde se nota um literato numa embarcação de pesca olhando para cima, para o mítico lugar na montanha Yanling (Zhejiang) debruçado sobre o rio Fuchun da «Primavera abundante», foi executada por um pintor e poeta da dinastia Yuan (1271-1368) chamado Sa Dula (c.1308-1355) que estava numa situação privilegiada para entender a condição de Yan Guang como um yuyin, «escondido a pescar». Sa Dula, nascido em Hangzhou, provinha de uma família de origem uyghur oriunda da distante Yanmen. Jovem ter-se-ia dedicado, contrariado, ao comércio e obtendo o grau jinshi em 1327, serviria a corte com imparcialidade na função de censor e seria, por isso mesmo, despromovido e banido para o campo. A independência do seu carácter rebelde estará espelhada nessa pintura que evoca Yan Guang. Mais do que a adesão a um estilo enquadrado nas fronteiras da tradição, percebe-se a sua originalidade no modo invulgar como usa as tonalidades da tinta diluída para estabelecer o contraste entre a luz natural e as sombras na definição dos volumes. Numa inscrição de 1339, que juntou à pintura, explica que a fez quando visitou o lugar com o seu amigo Leng Qian, quando os dois estavam fora de cargos oficiais, percorrendo o país em liberdade.
Hotéis | Recebidos 1,25 milhões de hóspedes em Janeiro Hoje Macau - 28 Fev 2025 Os hotéis de Macau receberam mais de 1,25 milhões de hóspedes em Janeiro, uma queda de 4,7 por cento em termos anuais, foi ontem anunciado. Em Janeiro de 2024, os estabelecimentos hoteleiros do território tinham fixado um novo recorde, ao acolherem mais de 1,32 milhões de hóspedes, o número mais elevado de sempre para o primeiro mês do ano. A queda de Janeiro deste ano deve-se “à redução do número de hóspedes nos hotéis de 5 estrelas”, de acordo com um comunicado divulgado ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No final do mês em análise, existiam em Macau 147 estabelecimentos hoteleiros, mais seis do que no mesmo período do ano passado, a disponibilizar 43 mil quartos (- 7 por cento), refere a DSEC. A taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros, em Janeiro, fixou-se em 89,8 por cento, subindo 3,9 pontos percentuais, em termos anuais, indica-se na mesma nota. Em 2024, os estabelecimentos hoteleiros de Macau acolheram mais de 14,4 milhões de hóspedes em 2024, estabelecendo um novo recorde histórico. O anterior recorde, 14,1 milhões de hóspedes, tinha sido fixado em 2019, antes da pandemia de covid-19, num ano que Macau terminou com apenas 38.300 quartos em 122 estabelecimentos hoteleiros.
Jogo | Lucro da Galaxy aumentou 28,3 por cento no ano passado João Santos Filipe - 28 Fev 2025 No ano passado, o lucro da concessionária Galaxy aumentou 28,3 por cento, face ao período homólogo, para cerca de 8,76 mil milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com um comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong. Em comparação, no ano de 2024, o lucro da empresa tinha sido de 6,83 mil milhões de dólares de Hong Kong. Com a apresentação dos resultados, a concessionária divulgou também um dividendo de 0,5 dólares de Hong Kong, que vai ser pago a 12 de Junho. Em termos de receitas, houve um aumento de 21,7 por cento, face ao período homólogo, para 43,43 mil milhões de dólares de Hong Kong. Ao mesmo tempo, o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) em 2024 foi de aproximadamente 12,19 mil milhões de dólares de Hong Kong, um aumento de 22,4 por cento em relação ao ano anterior. Com a apresentação dos resultados, Francis Lui Yiu Tung, presidente da Galaxy Entertainment, destacou os resultados alcançados a nível do segmento premium de massas, aquele que actualmente produz as maiores receitas no mercado local. “Ao longo de 2024, continuámos a impulsionar todos os segmentos do negócio, em particular o segmento premium, que continua a ser o principal motor de lucro”, afirmou Francis Lui. “Num mercado competitivo, continuamos a afectar recursos com disciplina e a concentrar-nos na sua utilização mais eficiente”, acrescentou. Boa posição Em relação a este ano, Lui ainda indicou que a Galaxy está “bem posicionada para continuar a capitalizar a tendência de aumento do entretenimento em Macau”, e que a organização dos grandes eventos “conduzem a um aumento significativo de visitantes nos nossos resorts”, o que se reflecte “num aumento da actividade de jogo, das vendas a retalho, das receitas de alimentação e bebidas e da procura hoteleira”. A concessionária espera ainda que as novas “mesas inteligentes” em todos os casinos leve a um aumento da eficiência operacional global. A Galaxy é responsável pelos hotéis e casinos Galaxy, Starworld e Broadway.
Turistas | Analistas dizem que aumento não leva a mais receitas João Santos Filipe - 28 Fev 2025 A empresa de serviços financeiros CreditSights Inc. indica que muitos dos novos visitantes possuem um poder de compra mais limitado, pelo que os gastos nos casinos são mais baixos A empresa de serviços financeiros CreditSights Inc. acredita que a dissonância entre o aceleramento do número de turistas e a lentidão na recuperação das receitas dos casinos deve persistir ao longo deste ano. A ideia foi defendida num relatório da CreditSights Inc., citado pelo portal GGR Asia, assinada pelos analistas Nicholas Chen e David Bussey. De acordo com as explicações apresentadas pela CreditSights Inc., a recuperação mais lenta das receitas do jogo deve-se à conjugação de dois factores. Por um lado, os visitantes das províncias com maior produto interno bruto, como Cantão, Jiangsu, Zhejiang, Xangai ou Pequim, atingiram os níveis pré-pandemia, o que limita a margem de crescimento entre estes jogadores. Por outro lado, o crescimento dos visitantes deve-se ao facto de os novos turistas terem origem em províncias com menor poder de compra, sem capacidade para gastar os níveis dos jogadores com mais dinheiro. Esta é uma tendência que os analistas acreditam que vai prolongar-se ao longo deste ano. Em Janeiro, o número de visitantes teve um crescimento de 27 por cento, enquanto as receitas do jogo registaram uma redução de seis por cento. Olhando especificamente para as receitas durante o Ano Novo Lunar de Janeiro, que terão ficaram aquém das expectativas dos analistas, a CreditSights Inc. indicou que tal se explica com o menor número de chegadas, nos primeiros dias do Ano Novo Lunar, assim como com o facto de os jogadores possuirem um menor poder de compra. Novas tendências Em relação aos números de Janeiro, os analistas colocaram ainda a possibilidade de muitos dos novos visitantes procurarem alternativas no território, que não passam pelas mesas ou máquinas dos casinos. “Em Janeiro de 2025, a média das receitas brutas do jogo por visitante apresentou uma redução de 26 por cento em relação ao ano anterior, caindo para 5,006 patacas […] Contudo, este valor pode estar distorcido, devido aos visitantes que não foram aos casinos”, foi indicado. Nos últimos meses, os factores negativos a afectar o jogo de Macau tem vindo a multiplicar-se. No início de Fevereiro, um promotor do jogo contou ao portal GGR Asia que a situação económica do Interior se está a reflectir no jogo VIP em Macau e que contribuiu para “corroer” o pouco que restava deste segmento. Recorde-se que com a nova lei do jogo, as autoridades mudaram a lei dos junkets, o que em conjunto com as campanhas na justiça contra alguns promotores, levou a que o segmento VIP registasse uma grande redução.
Casinos-satélite | Galaxy aguarda decisões do Governo Hoje Macau - 28 Fev 2025 A Galaxy Entertainment está em comunicação com os mais de 100 trabalhadores do casino-satélite Waldo, que opera ao abrigo da concessão da empresa, e com os parceiros empresariais para decidir o futuro do Waldo. Porém, o presidente da concessionária Francis Lui salientou ontem que primeiro será necessário aguardar por uma decisão do Governo sobre o rumo a tomar, uma vez que o período de transição da exploração dos casinos-satélite terminará no fim de 2025. Em conferência de imprensa para apresentar o balanço das operações da Galaxy em 2024, Francis Lui revelou que entre os trabalhadores estão preocupados com a falta de informação sobre onde irão trabalhar e garantiu que seja qual foi a decisão, será dada prioridade aos funcionários residentes da RAEM.
Excursionistas | Número subiu quase 80% em Janeiro Hoje Macau - 28 Fev 2025 No passado mês de Janeiro, 239 mil excursionistas visitaram Macau, número que representou uma acentuada subida de 79,2 por cento face ao mesmo mês do ano passado, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. Deste total, a larga maioria veio do Interior da China (88,4 por cento), com 217 mil visitantes, enquanto que chegaram a Macau em excursões no mês passado 18 mil turistas internacionais, mais 3 por cento em relação a Janeiro de 2024. Entre os excursionistas vindos do exterior, a maior parte veio da Coreia do Sul (11 mil), mercado que cresceu 27,3 por cento, face a Janeiro do ano passado. A DSEC revelou ainda que em Janeiro o número de residentes da RAEM que comprou “viagens ao exterior” em agências de viagens cresceu em termos anuais 18,5 por cento para 38 mil. Salienta-se que 8 mil saídas de residentes aconteceram em excursões (+12,6 por cento), das quais 7 mil se destinaram ao Interior da China.
Criminalidade | Delitos informáticos disparam 71,6% Hoje Macau - 28 Fev 2025 A criminalidade em Macau subiu 6 por cento em 2024, em termos anuais, com os delitos informáticos a dispararem 71,6 por cento, anunciou ontem o secretário para a Segurança Wog Sio Chak. No ano passado, os crimes violentos aumentaram, com particular incidência para os sequestros, que subiram quase 50 por cento face a 2023 O acréscimo da criminalidade geral no ano passado, com o registo de 14.298 casos, contra 13.487 em 2023, “deve-se ao aumento contínuo dos crimes de burla e dos crimes informáticos”, referiu ontem, em conferência de imprensa, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. Durante o ano passado, a Polícia de Macau instaurou 14.298 inquéritos criminais, mais 811 casos do que em 2023 (+6 por cento), e um ligeiro aumento, 0,8 por cento, face a 2019. Também o número de pessoas detidas e presentes ao Ministério Público (MP) aumentaram em 2024 mais de um quinto (+21,5 por cento), com um total de 5.401 indivíduos. Ainda assim, o volume de pessoas detidas reencaminhadas para o MP diminuiu 18,9 por cento face a 2019. Porém, o maior destaque dos dados estatísticos do ano passado foi a criminalidade informática. Se em 2023 as autoridades registaram 578 casos de criminalidade informática, no ano passado, o número ascendeu a 992 – mais 414 casos, ou seja, uma subida de 71,6 por cento. Novas lutas O aumento da criminalidade no território, indicou o responsável, foi ainda influenciado pela entrada em vigor, em Outubro, da lei de combate aos crimes de jogo ilícito, com a tipificação do crime ‘exploração de câmbio ilícito de jogo’, “em relação à qual a polícia registou um total de 89 casos”. Esta nova legislação, assim como o aumento gradual de turistas e a recuperação dos sectores do turismo e do jogo, após a pandemia da covid-19, “levaram a uma subida inevitável do número de crimes ligados ao jogo”, lê-se num relatório do Governo, divulgado ontem. Neste sentido, as autoridades indicaram a abertura de 1.456 inquéritos por crimes relacionados com o jogo, um acréscimo em termos anuais de 349 casos, ou seja 31,5 por cento. As autoridades notaram, porém, que, em relação a 2019, antes da pandemia, o número de casos em 2024 foi “notavelmente inferior” – menos 701, ou seja, uma queda de 32,5 por cento -, “o que demonstra que o trabalho de prevenção e de combate à criminalidade específica” tem vindo a resultar e a “exercer efeitos dissuasores em relação aos potenciais criminosos”. Ainda entre os crimes ligados ao jogo, nota-se ainda no relatório, a burla aparece em primeiro lugar, com 333 casos em 2024, contra 257 no ano anterior. Segue-se a usura, com 252 casos, valor também superior ao ano anterior (119 casos). Outros dados relativos ao crime, apontam para um aumento de 7,4 por cento na criminalidade violenta, com 290 casos assinalados em 2024, além de um acréscimo de 21,3 por cento na delinquência infantil, com 131 casos. No capítulo da criminalidade violenta, destaque para o crime de sequestro que aumentou 48,8 por cento, com um total de 61 casos, ainda assim bastante inferior aos 353 casos registados em 2019. No que diz respeito ao abuso sexual de crianças, este crime diminuiu no ano passado 38,9 por cento, com o registo de 22 casos. Wong Sio Chak deu ainda conta de 2.001 casos de furto em 2024, um ligeiro aumento de 0,9 por cento em termos homólogos, sublinhando um total de 60 casos de furtos dentro de aviões. O tráfico e venda de droga diminuiu 5,6 por cento no território no período em análise. João Luz / Lusa
Fronteiras | Circulação automóvel aumenta cerca de 20 por cento Hoje Macau - 28 Fev 2025 Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram que o volume de circulação automóvel nas fronteiras voltou a aumentar, em termos anuais, em 19,1 por cento, tendo sido totalizados 872.900 veículos em Janeiro deste ano. No caso dos automóveis ligeiros nos postos fronteiriços, foram 825.916, o que representa um aumento anual de 20,7 por cento face a Janeiro do ano passado. Destes veículos, 164 milhares de entradas e saídas eram de automóveis com matrícula única de Macau que circularam entre Macau e Hengqin, enquanto 132 milhares de entradas e saídas eram de automóveis que circulavam ao abrigo da “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong”, com aumentos de 38,6 e 15,2 por cento, respectivamente. Destaque ainda para o aumento anual de 10,4 por cento de voos comerciais no Aeroporto Internacional de Macau, com a realização de 4.961 voos. Relativamente aos novos carros matriculados, em Janeiro havia 1.106, 358 deles eléctricos, uma quebra de 16,5 por cento em termos anuais. Tal quebra deve-se “ao decréscimo do número de automóveis pesados e de motociclos com matrículas novas”.
Incêndio | PJ exclui homicídio após encontrar homem morto João Santos Filipe e Nunu Wu - 28 Fev 2025 Segundo as autoridades, o homem encontrado morto, e com as pernas atadas, tinha um historial de problemas mentais e estava a ser acompanhado pelos serviços sociais. Momentos antes do incêndio terá ligado para os serviços sociais A Polícia Judiciária (PJ) excluiu a hipótese do corpo de um residente encontrado com as pernas atadas após um incêndio ter resultado de homicídio. O caso aconteceu na quarta-feira à noite, em Seac Pai Van, mas as autoridades sublinharam que não houve indícios de luta e que o homem sofria de problemas mentais. De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, o alerta para um incêndio num sexto andar de um dos blocos de habitação pública, na Avenida das Borboletas, em Seac Pai Van, foi dado por volta das 19h36. Quando os bombeiros chegaram ao local, a porta do apartamento de onde vinham as chamas estava trancada por dentro, e havia móveis a bloquear as portas. Esta situação obrigou a que as autoridades tivessem de utilizar diferentes ferramentas para entrar no apartamento, primeiro, para abrir uma porta exterior de metal e, depois, uma porta interior de madeira. Depois de entrarem, os bombeiros extinguiram as chamas e encontraram num dos quartos um homem morto, sentado numa cadeira com as pernas atados. “Após a inspecção e a investigação no local, verificou-se que o fogo tinha começado num quarto e que o falecido foi encontrado numa cadeira do quarto, claramente morto, não tendo sido encontrados sinais de luta ou de roubo no apartamento”, comunicou a PJ. “Depois da autópsia pelos nosso agentes e médicos forenses, os ferimentos do falecido foram considerados consistentes com o ambiente do local, não tendo sido encontrados outros ferimentos suspeitos”, foi acrescentado. A ser acompanhado Com a informação sobre a descoberta de um corpo com as pernas atados a ser revelada ao público por volta das 22h, horas depois, a PJ veio anunciar que tinha excluído a hipótese de se tratar de um caso de homicídio. “Depois da investigação, verificou-se que o morto era uma pessoa com problemas mentais há muito tempo e com um historial de automutilação. Vivia com a família no apartamento onde aconteceu o incidente, mas a família tinha-se ausentado de casa durante vários dias devido a alguns problemas”, indicou a PJ. “O falecido estava a ser seguido pelos trabalhadores dos serviços sociais e recebeu recentemente tratamento médico. O pessoal dos serviços sociais também tinha visitado a casa do falecido a 26 de Fevereiro para acompanhar a situação e partiu ao final dessa tarde”, foi acrescentado. O comunicado indicou ainda que antes do acidente, os serviços sociais tinham sido novamente contactados pelo homem: “Por volta das 19h desse dia, o pessoal dos serviços sociais recebeu uma chamada do falecido. Durante a conversa, verificou-se que o falecido estava alterado e que subitamente se perdeu o contacto, pelo que os serviços sociais chamaram imediatamente a polícia para pedir ajuda”, foi complementado. No entanto, durante a conferência de imprensa de ontem sobre a segurança, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apresentou uma versão alternativa e indicou que as autoridades foram primeiramente alertadas por um transeunte. Ainda na madrugada de ontem, o Instituto de Acção Social emitiu um comunicado com as condolências para a família. As chamas levaram ainda a que cerca de 20 pessoas tivessem de ser retiradas das suas casas e levadas para abrigos temporários, onde passaram as noites.
DSAL | Feiras de emprego com 72 vagas no início de Março Hoje Macau - 28 Fev 2025 A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) irá organizar três feiras de emprego, nos dias 6, 7 e 10 de Março, disponibilizando um total de 72 vagas para o sector da hotelaria. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSAL, as inscrições para as três sessões abrem hoje e os interessados podem inscrever-se no website da DSAL até ao meio-dia da próxima quarta-feira. A primeira sessão está marcada para a tarde de 6 de Março, no Hotel The Venetian Macao, com a oferta de 35 vagas para trabalhar na Sands Venetian Segurança, no cargo de guarda de segurança. Na manhã do dia seguinte, no Edifício da FAOM na Rua da Ribeira do Patane nº 2-6, vão estar disponíveis 17 vagas para gerente de turno, contabilista, empregado de armazém, assistente de engenheiro, porteiro responsável pela inspecção de pisos e recepcionista de área pública. A empresa empregadora é a Novo Macau Landmark – Sociedade Gestora. No dia 10 de Março, serão oferecidas 20 vagas para trabalhar na SJM Resorts nos cargos de chefe de serviço de atendimento de VIPs, técnico eletromecânico, técnico de entretenimento audiovisual, recepcionista e concierge.
Carros eléctricos | Deputado pede prevenção contra incêndios Hoje Macau - 28 Fev 2025 O deputado Ma Io Fong interpelou o Governo sobre a necessidade de reforçar a prevenção de incêndios em carros eléctricos, recordando que as autoridades recomendaram que não se instalem postos de carregamento em pisos inferiores de edifícios. Numa interpelação escrita divulgada na quarta-feira, o deputado questionou se pode ser feita uma maior supervisão quanto à localização destes postos de carregamento devido ao risco elevado de incêndio, pedindo ainda a instalação de mais equipamentos de combate a incêndios. O deputado, ligado à Associação Geral das Mulheres, questionou ainda os planos do Corpo de Bombeiros sobre esta matéria, citando também explicações da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) sobre explicações já exigidas a empresas que gerem os parques de estacionamento. Ma Io Fong entende que a DSAT deve insistir no assunto, questionando a colocação de equipamentos anti-fogo e sobre os critérios para a sua instalação.
Desemprego | Associação relata aumento de pedidos de ajuda João Santos Filipe e Nunu Wu - 28 Fev 2025 A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo admite que há mais pessoas com problemas no sector, e que os trabalhadores se sentem pressionados pela maior carga laboral, ao mesmo tempo que as máquinas electrónicas são vistas como ameaça A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo anunciou que no ano passado houve um aumento do número de pedidos de ajuda para encontrar novo emprego. Os dados foram apresentados pela associação ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) na quarta-feira. De acordo com a apresentação feita pelo deputado Leong Sun Iok e presidente da Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo, no ano passado foram recebidos 229 pedidos de apoio por parte de pessoas que trabalham, ou trabalhavam, no sector do jogo. Entre os pedidos apresentados, 143, ou 66,44 por cento, estavam relacionados com motivos profissionais, como a falta de emprego, 15,38 por cento dos ligados a candidatura a apoios sociais e 10,49 por cento devido ao vício do jogo. Ao mesmo tempo, 6,29 por cento dos pedidos estavam relacionados com questões familiares, 4,9 por cento diziam respeito à educação dos filhos e 1,4 por cento ligavam-se com outros assuntos não identificados pela associação. Em relação aos trabalhadores da linha da frente nos casinos, o presidente da Casa afirmou que actualmente os profissionais queixam-se da redução de quadros, que sobrecarrega os horários dos trabalhadores mantidos. Outra queixa prende-se com a instalação de novas mesas de jogo electrónicas, que criam perspectivas negativas face à redução de mão-de-obra nos casinos, assim como desenvolvimento de doenças profissionais e aumento da pressão devido à supervisão do trabalho pelas empresas do jogo. Leong Sun Iok citou dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos para indicar que os trabalhadores do jogo caíram para 52.724 no segundo trimestre de 2024, quando no segundo trimestre de 2019, antes da pandemia, eram empregadas 58.777 pessoas. Caso de sucesso Em Novembro do ano passado, a Casa publicou um inquérito sobre o estado psicológico dos funcionários do jogo, em que os inquiridos apresentavam grandes preocupações com a insegurança no trabalho, situação que se agravou face a 2021. Entre o auxílio prestado pela associação, fora das questões profissionais, Leong Sun Iok indicou que houve um jovem que pediu ajuda devido a dificuldade em identificar os seus gostos, interesses e vantagens profissionais, que o impediram de decidir o rumo profissional. Este jovem mostrou ainda problemas emocionais, devido à incerteza causada pela situação. O deputado destacou que o caso foi um sucesso, porque o apoio prestado conseguiu orientar o jovem, que optou por um emprego na área da engenharia de informação.