DSSCU | Mais de 800 processos por obras ilegais Hoje Macau - 23 Jan 2025 No ano passado, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) instaurou 838 processos devido a obras ilegais, de acordo com a informação divulgada ontem. Entre os 838 processos, 238 processos foram resolvidos com demolições voluntárias, o que representou um aumento de 85 por cento face a 2023. Houve ainda 39 processos concluídos com a aplicação de multas por execução de obras ilegais, tendo sido emitidos talões de multas no valor de cerca de 1,5 milhões patacas. As multas respeitantes a 8 casos não foram pagas dentro do prazo fixado, pelo que a Administração prometeu ir avançar para a cobrança coerciva, através dos tribunais. Em comunicado, a DSSCU afirmou dar “prioridade aos casos de novas obras ilegais, de renovação de obras ilegais, de construções em estado de ruína e aos casos de obras ilegais”. “A DSSCU apela, pois, aos cidadãos para salvaguardarem em conjunto a segurança dos edifícios e criarem um ambiente com boas condições de habitabilidade e para não violarem a lei”, foi acrescentado.
EPM | MICE deu instruções “precisas” para repor “regular funcionamento” João Santos Filipe - 23 Jan 2025 Face ao desconhecimento “oficial” por parte da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) da intenção de construir um novo bloco na EPM, o ministro da Educação, Ciência e Inovação diz estar a acompanhar a situação e indica que Jorge Neto Valente foi nomeado pelo anterior ministro O ministro da Educação, Ciência e Inovação de Portugal afirma estar “vigilante” face ao funcionamento da Escola Portuguesa de Macau (EPM) e defende que os representantes do Estado português na Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM) receberam “instruções precisas para a reposição do regular funcionamento da EPM”. Foi desta forma que Fernando Alexandre reagiu, ao HM, através do seu gabinete, quando questionado sobre o recente diferendo entre o presidente da FEPM, nomeado pelo Estado português, e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), sobre o anúncio da construção de um novo bloco, que não terá sido discutido pelo Conselho de Administração da FEPM. “O actual Ministro da Educação, Ciência e Inovação está vigilante quanto ao funcionamento da EPM e tem-se mantido permanentemente informado, tendo sido transmitidas aos representantes do Estado português instruções precisas para a reposição do regular funcionamento da EPM”, pode ler-se, na resposta enviada ao HM. Na semana passada, Jorge Neto Valente, na condição de presidente da FEPM, revelou a intenção de construir um novo bloco no edifício onde funciona a escola e considerou que a concessão do terreno onde está o edifício da EPM tinha expirado em 2014. O anúncio apanhou de surpresa a APIM, concessionária do terreno, que através de um comunicado, enviado ao Canal Macau, afirmou desconhecer oficialmente a intenção para a construção de um bloco. Na mensagem assinada por Miguel de Senna Fernandes, presidente da APIM e vice-presidente da FEPM, consta também que o assunto não foi discutido pelo Conselho de Administração da FEPM. O comunicado recusa ainda ter havido qualquer caducidade do terreno em 2014. O ministério não detalhou as instruções emitidas na resposta ao HM, mas em Agosto do ano passado, depois de uma fiscalização realizada pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) ao funcionamento da EPM, Fernando Alexandre deixou uma correcção ao funcionamento do Conselho de Administração da FEPM, sublinhando a necessidade de as decisões terem de ser tomadas pelos cinco membros do conselho, e não apenas pelo presidente. Actualmente, o CA da FEPM é constituído por cinco membros: três escolhidos pelo Estado português, nomeadamente Jorge Neto Valente, como presidente, Patrícia Ribeiro e Raul Capaz, um membro escolhido pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), Miguel de Senna Fernandes, vice-presidente, e um outro membro que resulta do consenso do CA, que actualmente é José Basto da Silva. Legados do passado Em relação à existência de mais um diferendo no seio do Conselho de Administração da FEPM, depois do despedimento de vários professores no ano passado, Fernando Alexandre apontou que a nomeação de Jorge Neto Valente para a posição de presidente do Conselho de Administração da FEPM foi decidida pelo anterior Ministro da Educação, João Costa. “O actual presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau foi nomeado para ocupar o cargo pelo anterior Ministro da Educação”, foi indicado. No comunicado enviado ao Canal Macau, e ao contrário do que tinha sido afirmado por Neto Valente, a APIM defendia também que apesar de o terreno estar afecto à prestação de serviços educativos, não existe a obrigação destes serem prestados pela EPM. Em relação a este aspecto, e quando questionada sobre a possibilidade de APIM avançar um eventual despejo, o que criaria a necessidade de encontrar um plano B, o Governo de Portugal recusou esse cenário, e indicou que a APIM tem “mantido sempre uma atitude de total respeito pela sua qualidade de fundadora” da FEPM. O ministério argumentou ainda que, de acordo com os Estatutos da Fundação Escola de Macau, “a disponibilização do terreno em apreço pela APIM, enquanto fundadora, integra o capital inicial da Fundação EPM” e “só por extinção da FEPM o terreno poderia ser afecto a outro fim”.
Da China e dos Chineses (1) António Graça de Abreu - 23 Jan 2025 São mais de mil e quatrocentos milhões de seres humanos, desequilibradamente espalhados por um imenso território com o tamanho da Europa. Constituem a mais paradoxal de todas as nações, igual a si própria há quatro mil anos, uma civilização única, coerente, apaixonante. São os últimos sobreviventes das grandes civilizações agrárias da Idade Antiga. O Egipto, a Mesopotâmia, os impérios da América Central, tudo se esfumou na voragem dos séculos. A China permaneceu, preservou sua identidade e cultura, continuou a sua História, seus costumes e tradições populares, sua arte, sua poesia. Tal como os egípcios, os Chineses inventaram uma escrita complexa que utiliza símbolos pictográficos e ideográficos. Mas se os hieróglifos do tempo dos faraós são relíquias de museu, os caracteres chineses formam, ainda hoje, a mais surpreendente e espantosa representação gráfica de uma língua. Também o elemento aglutinador fundamental do monolito cultural chinês. Os Chineses são mais numerosos do que norte-americanos, soviéticos e europeus todos juntos; no entanto o seu produto interno per capita ainda está longe do das nações mais avançadas do globo. Irão dentro de algum tempo ultrapassar a economia norte-americana, mas será de considerar que a população da China é cinco vezes superior, o que desequilibra quaisquer estatísticas. Há quase duzentos anos Napoleão lançou o grito: “Quando a China despertar, o mundo tremerá!” Em 1974, o diplomata francês Alain Peyrefitte aproveitou a frase para título de um seu livro, best-seller no hemisfério ocidental. Mas é verdade que a China, o grande Império do Meio, apesar de tantos alvoroços, sofrimentos e vigílias, mais do que acordou e começa a tomar em mãos o futuro, abana a roda da História, produz tudo e polui quase tudo. A China faz estremecer o mundo. É um país paradoxal, repito. Com muitos milhões de habitantes a viverem com menos de dois dólares por dia, conta com algumas das metrópoles mais modernas do globo, lança e recupera satélites, envia homens para o espaço e sondas para a lua e para Marte, possui bombas atómicas desde 1961. Orgulha-se de possuir a mais vasta e volumosa literatura jamais escrita por qualquer povo e, no entanto, no século XX apenas terá produzido um admirável e grande escritor, de seu nome Lu Xun 鲁迅. A Quan Tang Shi 全唐詩, Poesia Completa da Dinastia Tang — época de ouro da poesia chinesa, de 618 a 907 –, é uma antologia composta por 48. 900 poemas de 2. 300 autores diferentes; contudo na China actual o analfabetismo atinge ainda cerca de 5% da população. Os Chineses que nunca foram um povo religioso — pese embora os vinte séculos de confucionismo como doutrina oficial do Estado —, endeusaram Mao Zedong durante os dez anos da catastrófica Revolução Cultural Proletária e logo depois distanciaram-se, sem grande mágoa, da majestosa figura do velho “timoneiro”, mas hoje continuam a respeitá-lo como “pai da Nova China.” Os Chineses que sempre gostaram do sossego, do conforto pessoal, da boa comida, dos prazeres da vida, continuam a ser capazes de se submeter aos trabalhos mais árduos e às mais duras privações. “Sofrem a sorrir”, observava Ferreira de Castro, há setenta anos, na sua “A Volta ao Mundo”. A China, que tem algumas das mais belas mulheres do mundo, tentou, até há umas três dezenas de anos atrás, por via de uma radical moralidade, apresentá-las deliberadamente como as mais feias. A China é um oceano de contradições no qual nós, ocidentais, navegamos sempre com perigo de naufrágio. Por isso é tão difícil a viagem, eivada contudo de todos os fascínios, por dentro deste país e deste povo, e também por isso são comuns tremendos erros de análise em relação às realidades chinesas. Na China diz-se: “O estrangeiro que vem ao nosso país durante quinze dias escreve um livro, o que fica uns meses escreve alguns artigos para os jornais, o que permanece mais tempo parte a caneta e nunca mais escreve nada.” Sei, por experiência própria, que conhecer a China ao longo dos anos, vivê-la por dentro quase até à exaustão, produz um adormecimento da vontade, um torpor suave que martiriza e dá prazer. A China, terra de gente diferente de todos os outros povos, entra em nós, invade-nos e começa a ser difícil falar ou escrever sobre os Chineses, porque os conhecemos melhor, ou seja, ignoramos muito mais acerca deles.
Exposição | “GalaxyArt” apresenta “The Boom and Bloom” até Março Hoje Macau - 23 Jan 2025 Pode ser vista até ao dia 9 de Março a mostra “The Boom and Bloom”, com duas obras criadas por Ray Chan, de Shenzhen; e Sanchia Lau, natural de Macau. A galeria “GalaxyArt”, aberta ao público desde 2021, acolhe esta mostra que chega a tempo de celebrar a chegada de um novo Ano Lunar, e que tem curadoria de Gary Mok, de Hong Kong. Segundo uma nota da Galaxy, Ray Chan quis, em “Shake Money Tree”, misturar “arte pop com tendências populares entre os jovens para reinterpretar as tradicionais bênçãos do Ano Novo Chinês”. “Este não é apenas um banquete visual e artístico; é uma viagem pelo património cultural”, refere, citado pelo mesmo comunicado. Esta obra gira, assim, “em torno de um pinheiro que atrai a fortuna, simbolizando a coexistência harmoniosa entre a riqueza e a natureza e sublinhando a importância da gestão financeira”. No caso de Sanchia Lau, o seu projecto “Wishing Doll” traz “uma nova série de personagens com o tema da benção, em que “a combinação da árvore do dinheiro e da boneca dos desejos representa amor e riqueza”. Aqui reflecte-se “uma profunda compreensão da busca dos sonhos”, misturando-se “símbolos chineses auspiciosos com um design moderno, criando-se um diálogo convincente entre a tradição e a arte contemporânea”. Esta exposição traz ainda “três obras de arte temáticas especialmente encomendadas e estreadas em Macau”, com o nome de “Joy and Glory”, a instalação interactiva que dá nome à exposição, “Boom and Bloom” e ainda “A Propitious Omen”, que “incorpora os conceitos de amor e prosperidade, com o lótus – o símbolo de Macau – a dar um toque único e a representar fortuna e harmonia para o novo ano”.
Óbito | Realizador francês Bertrand Blier morre aos 85 anos Hoje Macau - 23 Jan 2025 O realizador e argumentista francês Bertrand Blier, autor de “As bailarinas” e “Traje de noite”, morreu na segunda-feira em Paris, aos 85 anos, revelou a família à agência France-Presse. Para o jornal Le Figaro, morreu “um dos últimos gigantes do cinema francês”, que “soube inventar seu próprio universo cinematográfico” e deixou “filmes inesquecíveis para várias gerações”. Da filmografia, iniciada nos anos 1960, fazem parte, por exemplo, “Hitler, connais pas” (1963), “Como se eu fosse um espião” (1967), no qual entra o pai, o actor Bernard Blier, “A mulher do meu melhor amigo” e “Que raio de vida!” (1991), com Charlotte Gainsbourg e Anouk Grinberg. Autor de filmes marcados pelo humor negro e pela comédia grotesca, Bertrand Blier venceu em 1979 o Óscar de Melhor Filme Internacional com “Uma mulher para dois”, protagonizado por Carole Laure, Gérard Depardieu e Patrick Dewaere. Gerard Depardieu foi, aliás, um dos actores que mais trabalhou com Bertrand Blier e cuja colaboração marcou o cinema francês nos anos 1970 e 1980, com destaque para “As bailarinas” (1974), “Crimes a sangue frio” (1979), “Bela demais para ti” (1989) e “Quanto me amas” (2005). A propósito de “As bailarinas”, com Depardieu e Dewaere, a AFP lembra que este filme foi considerado subversivo e de culto, e ao mesmo tempo criticado “pela misoginia e pela forma como retratou a predominância masculina”. “Hitler, connais pas” (1963) valeu-lhe um prémio de primeiras obras em Locarno (Suíça) e com “Bela demais para ti” venceu o Grande Prémio do Júri em Cannes.
Exposição | “Flora Macanensis” revela memórias de Macau na Polónia Andreia Sofia Silva - 22 Jan 202523 Jan 2025 O antropólogo local Cheong Kin Man, a residir em Berlim há muitos anos, juntou-se a Marta Sala, artista polaca, para realizar uma nova exposição, “Flora Macanensis”, que pode ser vista na cidade de Katowice, Polónia, até 28 de Fevereiro. Nesta mostra, o casal explora memórias de família e o passado de Macau, numa conjugação de instalações artísticas e peças têxteis Estreou ao público no passado dia 7 a exposição “Flora Macanensis”, o mais recente projecto da dupla de artistas Cheong Kin Man, natural de Macau, e Marta Stanisława Sala, polaca. Esta mostra está patente até ao dia 28 de Fevereiro na Biblioteca Pública Municipal de Katowice, na Polónia, mas a ideia é que possa visitar vários países e territórios, incluindo Macau. Segundo uma nota divulgada pelo Instituto Camões na Polónia, esta mostra é um trabalho da dupla composto por “uma série de sete cartazes que conta a história da Flora, mãe do artista, que chegou a Macau clandestinamente nos anos 80 e como a amnistia portuguesa concedida aos imigrantes ilegais no território, depois de uma visita de Mário Soares em 1990, mudou a vida de Macau”. Mas a mostra inclui também o projecto “A Bússola da Utopia”, com três peças têxteis, que conta a história do pai de Cheong Kin Man. Nesta peça, o artista e antropólogo natural de Macau acaba por “entrelaçar a travessia a nado do pai da China a Macau em 1979 com as estadias do jesuíta polaco Miguel Boym em meados do século XVII e também com a passagem do aventureiro polaco Conde Benyowsky pela colónia portuguesa em 1771”. Gonzaga Gomes e outros Desta forma, este trabalho mistura não só memórias pessoais do artista, há muitos anos a residir em Berlim, mas também outros pedaços da história de Macau. Também em “Flora Macanensis” se pode ver o vídeo experimental “O Monumento Pronto-a-Vestir”, que inclui uma entrevista com o navegador e investigador António Abreu Freire. “A obra audiovisual, inspirada no karaoke, demonstra, letra a letra, as traduções inglesa, polaca e cantonesa das palavras de Freire em português”, destaca-se. A mostra completa-se com “duas dúzias de livros em português e publicados em Macau do tempo da administração portuguesa, incluindo obras do sinólogo Luís Gonzaga Gomes (1907-1976), o jornalista Francisco de Carvalho e Rêgo (1898-1960), bem como um mapa ‘tentativa de reconstituição geográfica da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto feita pelo Visconde de Lagoa'”. Ao HM, a dupla de artistas contou que esta é a primeira vez que expõem no país de onde é natural Marta Stanisława Sala, com os dois a quererem “concretizar o plano de viver entre Berlim, Macau, Cracóvia e Lisboa”. A dupla trabalha junta desde 2021, tendo vindo a criar “várias línguas fictícias”, sempre dentro das áreas da arte e da antropologia visual. Marta Sala destaca, sobre “Flora Macanensis”, que “não só é importante ligar o têxtil e o texto nas narrativas auto-etnográficas, mas também a convivência com as pessoas entre Berlim, a Polónia, Macau e Portugal, fontes da nossa criatividade”. A cidade de Katowice é bastante próxima de Marta Sala, pois no lugar onde hoje existe a biblioteca pública, o seu avô materno teve uma oficina de construção de móveis nos anos do comunismo. Porém, Marta Sala nunca viveu nesta pequena cidade, embora permaneça lá toda a família. A ideia de ali expor surgiu da mãe de Marta. “A directora pediu-nos a contextualizar o nosso trabalho e propôs-nos a tematizar mais Macau”, destacou Marta, sendo que na sessão de apresentação da mostra teve lugar uma conversa sobre a participação da dupla na edição da Bienal de Macau de 2023. Marta Sala adianta que, como dupla, procuram “sempre o universal”, enquanto Cheong Kin Man destaca que é-lhe sempre natural falar da sua terra, Macau. “Tanto na Alemanha como na Polónia, sempre queremos falar de Macau de uma forma a que consigamos ter algum reflexo. Quando falámos [na conversa inaugural da exposição] da existência de três passaportes em China, Macau e Hong Kong, pedimos ao público para imaginar as alfândegas entre Katowice, Cracóvia e Varsóvia. Os casos de Macau e da Polónia não são comparáveis, mas a Polónia foi dividida durante séculos”, explicou. No último ano, a dupla não parou de produzir artisticamente, tendo realizado “De Copenhaga com Amor” e “As Espantosas e Curiosas Viagens” em Nuremberga, que teve o apoio da Fundação Oriente, entre outras entidades. Cheong Kin Man adiantou que esta última mostra poderá realizar-se em Lisboa ainda este ano, estando o projecto em fase de negociações.
Davos | Pequim alerta para consequências “inimagináveis” de divisão do mundo Hoje Macau - 22 Jan 2025 O vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, alertou ontem, no Fórum Económico Mundial, em Davos, para os perigos de uma possível divisão do mundo em dois sistemas separados, advertindo que as consequências seriam “inimagináveis” e prejudicariam gravemente a humanidade. Ao discursar na cidade suíça, Ding sublinhou que a comunidade internacional está cada vez mais preocupada com este risco, uma vez que “seria muito difícil enfrentar em conjunto os desafios comuns”, incluindo as alterações climáticas, a segurança alimentar e a transição energética, “se o mundo estiver dividido”. O líder chinês alertou para os riscos de confronto no “pior cenário”, uma situação em que “nenhum país poderia ficar indiferente”. “Davos continua a ser um fórum fundamental para discutir questões globais e fomentar a cooperação internacional, promovendo novas ideias para o progresso comum”, afirmou. Ding apelou também à solidariedade global, sublinhando que a cooperação internacional é essencial para ultrapassar a turbulência e construir um futuro comum. Segundo o governante, a China tem sido um firme defensor do multilateralismo e continua empenhada no sistema internacional baseado no direito, tendo a ONU como centro. O vice-primeiro-ministro salientou o empenho do seu país na construção de uma globalização económica inclusiva, observando que, apesar das “divergências quanto à sua distribuição”, esta continua a ser uma tendência “vantajosa para todos”. A China é um “defensor e construtor” da ordem internacional, assegurou.
Economia | Bolsas caem após Trump ameaçar com subida de taxas Hoje Macau - 22 Jan 2025 As bolsas chinesas registaram quedas durante a sessão de ontem, depois de o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido que vai aplicar taxas de 10 por cento sobre as importações da China, em retaliação pelo fluxo de fentanil. O índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, caía 1,73 por cento por volta das 13:30 locais, pesando especialmente sobre as acções tecnológicas, que estão entre as mais atingidas pelas tensões entre as duas maiores potências mundiais. Na China continental, as bolsas de Xangai e de Shenzhen estavam também no vermelho à mesma hora, com uma descida de 1 por cento e 0,92 por cento, respectivamente. “Estamos a falar de uma taxa de 10 por cento com base no facto de eles estarem a enviar fentanil para o México e para o Canadá”, disse Trump aos jornalistas na Casa Branca, na terça-feira. O líder republicano referiu que falou “no outro dia” com o homólogo chinês, Xi Jinping, e que este lhe disse que não queria essa “porcaria” no país. No ano passado, foram registadas cerca de 70.000 mortes por consumo excessivo do opiáceo sintético nos Estados Unidos.
Sunac | Primeiro promotor imobiliário a reestruturar dívida Hoje Macau - 22 Jan 2025 Os planos para pagar a dívida de mais de 15 mil milhões de yuan foram aprovados pelos credores A Sunac, outrora um dos maiores promotores imobiliários da China, tornou-se a primeira empresa do sector a reestruturar com êxito a sua dívida emitida nos mercados internos (“onshore”), depois de ter conseguido o apoio dos credores. Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa afirmou que os credores destas obrigações, das quais faltavam pagar cerca de 15,4 mil milhões de yuan, aprovaram o plano apresentado pela empresa. A proposta previa uma redução para menos de metade desse montante e oferecia várias opções, como o prolongamento da maturidade das obrigações até 2034, sem obrigação de começar a pagá-las até 2029. A Sunac já tinha sido pioneira entre os promotores chineses quando, em Outubro de 2023, obteve a aprovação da justiça de Hong Kong para o acordo que tinha alcançado com os credores para reestruturar cerca de 10,2 mil milhões de dólares de dívida emitida nos mercados internacionais (“offshore”). A agência de notação da dívida Standard&Poor’s (S&P) afirmou na altura que a Sunac ia abrir caminho para a reestruturação da dívida ‘offshore’ de outros promotores chineses em situações semelhantes, uma vez que não só procurou prolongar as obrigações para ganhar tempo, como também incluiu instrumentos como ‘swaps’ de dívida. No entanto, a 10 de Março, o gestor de activos estatal Cinda apresentou um pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong por falta de pagamento de um empréstimo de 30 milhões de dólares. A primeira audiência foi marcada para 19 de Março. Este caso distingue-se de outros semelhantes, como os que também enfrentam em Hong Kong gigantes como a Evergrande ou Country Garden, pelo facto de o queixoso ser uma empresa estatal chinesa e não um credor privado, apesar de Pequim ter prometido repetidamente medidas para estabilizar o mercado imobiliário nos últimos meses. Ferida grave As acções do promotor em Hong Kong caíram mais de 25 por cento na sequência desta notícia. Ontem, apesar do acordo com os credores ‘onshore’, caíram 2,41 por cento, durante a parte da manhã da sessão. A Sunac tinha um passivo total de cerca de 896 mil milhões de yuan no final do primeiro semestre de 2024, durante o qual registou um prejuízo líquido de 14,957 mil milhões de yuan. A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em Agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares.
A Geogastronomia e Macau Cidade Criativa em Gastronomia da UNESCO Jorge Rodrigues Simão - 22 Jan 2025 “Geogastronomy offers an innovative lens through the exploration of the deep-rooted cultural connections between food, landscape and people. The synergy of the mix and match from different areas creates a magical creativity to outstand the taste of memories which seated as the greatest piece of a region. As part of the UNESCO Creative City of Gastronomy in Macao, Lisboeta Macau aim to bring together the tradition and innovation of food and fun places to foster the global appreciation of Macao.” Dr. Christine Hong Barbosa. Vice-President of Marketing & Retail Development of Lisboeta A geogastronomia é um termo que funde a geografia e a gastronomia, enfatizando a relação entre a cultura alimentar e as suas raízes geográficas. Este conceito destaca a forma como os ingredientes locais, os métodos de cozedura e as influências culturais convergem para moldar as cozinhas regionais. Ao examinar a gastronomia local, os investigadores e os entusiastas podem obter informações sobre a história, a cultura e a identidade de uma comunidade. A geogastronomia serve, assim, como uma ponte que liga as práticas culinárias aos contextos ambientais e sociopolíticos. Macau, situado na costa sul da China, é um exemplo distinto de geogastronomia em acção. A sua posição como porto de comércio histórico e caldeirão de culturas proporciona um cenário único para a sua evolução culinária. A intrincada mistura de influências portuguesas e chinesas na cozinha macaense mostra como a geografia pode influenciar a cultura alimentar, conduzindo a uma gama diversificada de sabores, ingredientes e técnicas de cozinha. A cena gastronómica de Macau é uma tapeçaria vibrante tecida a partir de vários fios culturais, particularmente os de origem chinesa e portuguesa. A cidade possui pratos icónicos como o caril macaense, o bacalhau e os autênticos pastéis de nata (que não se confundem com as tartes de ovos que pejam as ruas e que a devido tempo revelaremos como surgiu tal fenómeno), cada um reflectindo as suas influências históricas únicas. A fusão de especiarias, ervas aromáticas e estilos de cozinha cria uma identidade gastronómica distinta. A utilização de ingredientes sazonais e de origem local realça a ligação de Macau ao seu ambiente geográfico, reforçando os princípios da geogastronomia. O contexto histórico da gastronomia de Macau é notável. A colonização portuguesa introduziu novos ingredientes e técnicas culinárias que se integraram nas tradições alimentares chinesas. Este intercâmbio cultural resultou numa rica variedade de pratos que combinam o melhor dos dois mundos. Por exemplo, o uso de cominhos, caril em pó e leite de coco reflecte as práticas culinárias portuguesas, enquanto técnicas como a fritura no “wok” significam os métodos tradicionais da cozinha chinesa. Como consequência, a cozinha de Macau desenvolveu-se numa mistura sofisticada, em vez de ser uma mera amálgama das culturas que a influenciam. Várias personalidades influentes desempenham um papel crucial na formação da cena culinária de Macau. Notáveis chefes de cozinha e restauradores dedicaram os seus esforços à preservação e inovação da cozinha macaense. Os renomados Chefes António Neves Coelho e José Avillez são conhecidos por modernizar os pratos tradicionais portugueses, mantendo a sua autenticidade. A sua abordagem serve de exemplo de como os chefes podem honrar a sua herança culinária, adaptando-se às tendências contemporâneas. Eles dão ênfase à utilização de ingredientes locais e à valorização das receitas tradicionais. Através das suas iniciativas, promovem o conceito de geogastronomia como um método para preservar o património culinário. O seu trabalho exemplifica o papel vital que os chefes de cozinha e os profissionais da culinária desempenham no quadro da cidade criativa. A designação de “Macau como Cidade Criativa em Gastronomia da UNESCO”, em 2017, realça ainda mais a importância da inovação culinária e do património. Este reconhecimento enfatiza o compromisso da cidade em manter e promover a sua rica história culinária, ao mesmo tempo que promove um futuro sustentável. O programa incentiva à colaboração entre chefes locais, artesãos e académicos, promovendo uma cultura de gastronomia que reflecte a identidade mista de Macau. A designação de “Macau como Cidade Criativa em Gastronomia da UNESCO” teve um impacto de grande alcance em várias facetas da sociedade macaense, nomeadamente no turismo e nas economias locais que abrandou durante o tempo da pandemia da Covid-19 e que começa a renascer. O Lisboeta Macau, por exemplo, tem contribuído de forma notável sendo a sua visão oficial de “ser um destino turístico temático de Macau, que combina marcos icónicos da sua memória colectiva, com a cultura sino-portuguesa única para promover a sua identidade cultural única. O Lisboeta Macau alinha-se orgulhosamente com a visão de Macau como Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO. A rica história cultural de Macau, que combina influências portuguesas e chinesas, cria uma paisagem gastronómica única e dinâmica. O Lisboeta Macau acredita que este reconhecimento como Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO não só celebra a fusão de sabores e tradições, mas também destaca a importância de preservar e inovar o património alimentar local. Com um forte empenho na preservação do património macaense e na promoção de experiências culinárias inovadoras, o Lisboeta Macau aproveita os pontos fortes da empresa para promover a cultura macaense-portuguesa, apoiando a integração transfronteiriça “Turismo+Gastronomia” através da colaboração com o famoso Chefe português António Coelho no “Angela’s Café and Lounge”, realçando a fusão da herança luso-chinesa de Macau com a cozinha tradicional portuguesa, combinando técnicas culinárias clássicas portuguesas com criações inovadoras para oferecer aos cidadãos e visitantes uma experiência gastronómica memorável e contribuindo para a crescente reputação de Macau como um centro gastronómico vibrante, alinhado com o seu desenvolvimento económico, atraindo entusiastas da comida, turistas e profissionais da indústria”. “O Lisboeta Macau está empenhado em apoiar a estratégia do Governo da RAEM de promover a indústria do turismo, impulsionando de forma consistente o crescimento económico local através da inovação e da integração transfronteiriça. O restaurante temático LINE FRIENDS do Lisboeta Macau “BROWN & FRIENDS CAFE & BISTRO” e a famosa marca de caranguejos de Xangai “CEJERDARY” juntaram-se ao 24.º Festival Gastronómico de Macau, apresentando os diversos sabores locais aos turistas globais e destacando os pontos fortes dinâmicos de Macau como uma plataforma vibrante como Cidade Criativa de Gastronomia da UNESCO. Além disso, o Lisboeta Macau pretende aproveitar as sinergias do “Espaço de Espectáculos ao Ar Livre de Macau” para apresentar a “NOITE LISBOETA-o Mercado Nocturno com Mais Macaenses”, estimulando o desenvolvimento económico da comunidade e imergindo os visitantes numa mistura distinta de cultura tradicional e inovação moderna, mostrando a essência da cultura de inspiração macaense e portuguesa, reforçando ainda mais a economia nocturna de Macau. Estas colaborações ajudam a reforçar a posição de Macau como uma cidade criativa que valoriza tanto a tradição culinária como a inovação, assegurando a sustentabilidade a longo prazo da sua cena gastronómica, ao mesmo tempo que promove o crescimento económico e o intercâmbio cultural”. Tal distinção, posicionou Macau como um destino gastronómico global, atraindo entusiastas da gastronomia e turistas ansiosos por experimentar as suas ofertas culinárias únicas. O sector do turismo beneficiou significativamente com esta designação. Com o aumento do interesse internacional pela gastronomia de Macau, foram organizados vários festivais e eventos gastronómicos para apresentar os pratos locais. Estes eventos não só celebram a cultura gastronómica, como também oferecem aos empresários e às empresas plataformas para mostrarem os seus produtos. Este aumento do turismo traduz-se num aumento das oportunidades económicas para os habitantes locais, incluindo a criação de emprego nos sectores da hotelaria, restauração e produção alimentar caseira ou quase, pese a crise que Macau vive com o baixo poder de compra dos residentes que diminuiu em detrimento do Continente e dos turista daí provenientes que reduziu igualmente, pelas mesmas razões. Além disso, a designação da UNESCO leva o governo a patrocinar iniciativas destinadas a apoiar práticas sustentáveis no sector da gastronomia. Programas que incentivem a cozinha sem desperdício demonstram um compromisso com a sustentabilidade e o envolvimento da comunidade. Esta mudança de paradigma reflecte uma consciência crescente das interligações entre a gastronomia, a gestão ambiental e a responsabilidade social. A educação culinária é outro aspecto crítico da narrativa gastronómica de Macau. As instituições de ensino e as escolas de culinária que devem ser criadas urgentemente não ficando apenas reservadas ao âmbito da Universidade de Turismo desempenharão um papel fundamental na formação da próxima geração de chefes e profissionais de culinária. Ao integrarem a cozinha tradicional macaense nos seus currículos, estas instituições fomentam a apreciação da cultura gastronómica local entre os estudantes. Esta abordagem educativa também incentiva a inovação, uma vez que os jovens chefes fazem experiências com o seu património, dando nova vida às receitas tradicionais. A preservação cultural é fundamental para manter a rica história culinária de Macau. As iniciativas destinadas a documentar as receitas tradicionais e as técnicas de cozinha através de histórias orais e publicações asseguram a salvaguarda destas tradições culinárias para as gerações futuras. O papel das organizações de base e dos projectos comunitários centrados no património culinário reflecte o espírito colaborativo da geogastronomia, em que as comunidades locais se empenham activamente na preservação das suas culturas alimentares únicas. Apesar dos impactos positivos da sua designação pela UNESCO, o sector gastronómico de Macau enfrenta desafios que merecem atenção. Uma preocupação significativa é a potencial diluição das práticas tradicionais devido à globalização e ao turismo de massas. Com a proliferação de restaurantes internacionais e cadeias de fast-food, existe o risco de as tradições culinárias locais serem ofuscadas, levando a uma perda de identidade cultural. Além disso, a pandemia da COVID-19 teve um impacto grave nos sectores da hotelaria e do turismo. As restrições às viagens e à restauração obrigaram muitas empresas locais a adaptarem-se rapidamente ou a arriscarem-se a fechar. Embora alguns estabelecimentos tenham adoptado abordagens inovadoras, como serviços de entrega e aulas de culinária virtuais, outros têm lutado para sobreviver num cenário económico difícil. Outro desafio reside no equilíbrio entre a modernização e a autenticidade culinária. À medida que os chefes experimentam cozinhas de fusão e técnicas de cozinha modernas, podem surgir preocupações relativamente à integridade dos pratos tradicionais. Encontrar um equilíbrio entre inovação e preservação será essencial para manter a autenticidade da cozinha macaense. Olhando para o futuro, vários desenvolvimentos poderão surgir no sector da gastronomia de Macau. Uma das tendências previsíveis é a crescente ênfase nas práticas sustentáveis. À medida que os consumidores se tornam cada vez mais conscientes do impacto ambiental das suas escolhas alimentares, os restaurantes e similares de Macau poderão dar prioridade ao abastecimento local e orgânico. Esta mudança promove um sentido de comunidade e de responsabilidade para com o ambiente. Para além disso, é provável que a tecnologia continue a remodelar a paisagem culinária. Os avanços na produção, preservação e distribuição de alimentos podem proporcionar oportunidades de crescimento e inovação. Por exemplo, a utilização de plataformas digitais pode melhorar os esforços de marketing e reforçar as ligações entre os consumidores e os produtores locais. Inovações como a agricultura vertical e a aquaponia podem também oferecer soluções sustentáveis para o abastecimento de ingredientes numa cidade densamente povoada. A colaboração entre os profissionais da culinária, as autoridades turísticas e os governos de Macau e das províncias do Continente desempenharão um papel crucial na definição da evolução da identidade gastronómica de Macau. As iniciativas conjuntas destinadas a promover a cultura alimentar, a organizar workshops e a apresentar os ingredientes locais podem elevar o perfil da cozinha macaense no palco global. Estes esforços de colaboração promovem o envolvimento da comunidade e podem mitigar os riscos colocados pela globalização e pela pandemia. O futuro da gastronomia de Macau parece promissor, com uma ênfase crescente na sustentabilidade e na inovação. O espírito de colaboração da geogastronomia pode orientar a cidade na navegação destes desafios, assegurando que o seu rico património culinário perdure enquanto se adapta a um mundo em mudança.
Afeganistão | Talibãs afirmam que cidadão chinês foi morto Hoje Macau - 22 Jan 2025 Um cidadão chinês foi morto no nordeste do Afeganistão, anunciou ontem um porta-voz da polícia talibã, apesar de o assassínio de estrangeiros ser raro no país, especialmente desde a retirada das tropas norte-americanas, em 2021. O porta-voz da polícia Mohammed Akbar, na província de Takhar, disse que o homem foi morto na noite de terça-feira por “pessoas desconhecidas”, quando estava a caminho do distrito de Dasht-e-Qala. Akbar disse que o cidadão chinês, de apelido Li, viajou para um destino desconhecido com o seu intérprete e sem informar as autoridades de segurança. O intérprete não ficou ferido no incidente, segundo Akbar. “A polícia iniciou a sua investigação inicial. Fiquem atentos para mais pormenores”, acrescentou Akbar, sem fornecer mais informações. Um grupo chamado Frente de Mobilização Nacional reivindicou a responsabilidade pelo assassínio e disse que os seus combatentes tinham como alvo o veículo do chinês. O grupo alegou que Li estava a treinar os serviços secretos talibãs na monitorização das plataformas das redes sociais, sem apresentar provas. Questionada sobre o incidente, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse ontem que não está familiarizada com o assunto. “Acredito que a Embaixada da China no Afeganistão fará tudo o que estiver ao seu alcance para proteger a segurança dos cidadãos chineses e acompanharemos a situação”, afirmou. A China é de particular importância para os talibãs, que estão a cortejar o investimento estrangeiro e as alianças regionais face ao seu contínuo isolamento na cena internacional devido à sua repressão contra as mulheres.
Panamá | Pequim diz que nunca interferiu na gestão do canal Hoje Macau - 22 Jan 202522 Jan 2025 A China garantiu ontem que “nunca interferiu” na gestão do Canal do Panamá e que “sempre respeitou” a soberania panamiana sobre a infra-estrutura, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter insistido que o canal está sob controlo do país asiático. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que “a soberania e a independência do Panamá não são negociáveis”. “O canal não está sujeito ao controlo directo ou indirecto de nenhuma grande potência”, afirmou Mao. “A China não participou na gestão e no funcionamento do canal, nunca interferiu nos seus assuntos e sempre respeitou a soberania do Panamá sobre o canal”, acrescentou, salientando que a China “reconhece o canal como uma via navegável permanentemente neutra para o tráfego internacional”. A porta-voz disse ainda que a China apoia as declarações do presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que defendeu que o canal “é e continuará a ser do Panamá” e que a sua administração continuará a estar sob controlo panamiano “com respeito pela sua neutralidade permanente”. Na passada segunda-feira, Trump disse no seu discurso de tomada de posse que “a China está a operar o Canal do Panamá”. “Mas nós não o demos à China. Demos ao Panamá e vamos recuperá-lo”, avisou o líder republicano.
EUA | Trump diz que tarifas são “a única forma” do país ser “tratado como deve” Hoje Macau - 22 Jan 2025 Os países europeus vão ser sujeitos a tarifas aduaneiras, “a única forma” de os Estados Unidos “serem tratados como devem ser”, afirmou esta terça-feira o Presidente norte-americano, Donald Trump. “A União Europeia (UE) é muito má para nós. Tratam-nos muito mal. Não aceitam os nossos automóveis nem os nossos produtos agrícolas. De facto, não aceitam muita coisa”, disse o Presidente dos Estados Unidos, acrescentando que, por isso, serão alvos de tarifas. Questionado pela imprensa na Casa Branca, Trump garantiu ainda que a sua administração está a discutir “tarifas de 10 por cento sobre os produtos chineses, porque eles enviam [o opióide] fentanil para o México e Canadá”, que acaba por ser consumido nos Estados Unidos. “É provavelmente para 1 de Fevereiro”, acrescentou Donald Trump, dia que corresponde à data anunciada na véspera para a aplicação de tarifas de 25 por cento sobre os produtos mexicanos e canadianos. A China reagiu ontem, afirmando estar “firmemente determinada” a “defender os seus interesses nacionais”. “Sempre acreditámos que não há vencedores numa guerra comercial ou numa guerra tarifária”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa. A Presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, que participou no Fórum Económico de Davos, na Suíça, na terça-feira, garantiu que a Europa está pronta para falar com o governo dos Estados Unidos, lembrando que Washington é um importante parceiro comercial. A nossa primeira prioridade é iniciar rapidamente as conversações sobre os nossos interesses comuns e estarmos prontos para negociar”, afirmou: “Seremos pragmáticos, mas manter-nos-emos firmes nos nossos princípios: defender os nossos interesses e respeitar os nossos valores”, afirmou a líder europeia. “A Europa continuará a defender a cooperação, não só com os nossos amigos de longa data (…) mas também com todos os países com os quais temos interesses comuns”, acrescentou von der Leyen. “A nossa mensagem para o resto do mundo é simples: estamos prontos para dialogar convosco, se isso puder conduzir a benefícios mútuos”, acrescentou, assegurando que pretende “aprofundar” as relações entre Bruxelas e Pequim. Nada de novo Durante a sua campanha presidencial, Trump já tinha denunciado o défice comercial dos Estados Unidos em relação à UE, comparando o bloco a “uma pequena China” e acusando-o de se aproveitar da primeira potência económica mundial. “Temos um défice comercial com a UE de 350 mil milhões de dólares”, insistiu na terça-feira, referindo que “a China é agressiva, mas não é só a China, outros países também são grandes agressores”. O défice comercial dos EUA com a UE ascenderá a 131 mil milhões de dólares em 2023, de acordo com dados do Representante Comercial da Casa Branca (USTR), e está concentrado principalmente em quatro países: Alemanha, França, Irlanda e Itália. Antes de ser reeleito, Donald Trump já tinha ameaçado a UE com a imposição de direitos aduaneiros sobre os produtos europeus, a menos que o bloco aumentasse as suas compras de petróleo e gás americanos. O Comissário Europeu para a Economia, Valdis Dombrovskis, garantiu na segunda-feira, após a tomada de posse de Trump, que a UE está “pronta a defender os seus interesses económicos”, como já fez “durante a primeira administração Trump, quando introduziu tarifas sobre o aço e o alumínio”.
Óbito / Rocha Vieira: Macau recorda último Governador português Hoje Macau - 22 Jan 202523 Jan 2025 O último governador de Macau, Vasco Rocha Vieira, que morreu aos 85 anos, lançou as bases do sucesso da região chinesa e defendeu os direitos dos funcionários públicos, embora com “alguns desencontros”, disseram à Lusa dirigentes locais. Vasco Rocha Vieira, antigo Chefe do Estado-Maior do Exército entre 1976 e 1978, morreu na madrugada desta segunda-feira aos 85 anos, confirmou à Lusa fonte oficial daquele ramo militar. “É uma figura ilustre, fundamental na história da transição de Macau, mas também, em certa medida, do presente e do futuro”, disse José Sales Marques, presidente do Leal Senado, antiga câmara municipal, entre 1993 e 1999. “Há muita coisa que foi feita durante esse período e que hoje em dia continua. As bases da Região Administrativa Especial de Macau têm muito a ver também com a obra do tenente-general Rocha Vieira”, defendeu Sales Marques. Rocha Vieira exerceu o cargo de governador de Macau entre 1991 e 1999, quando se processou a transferência do território para a China. Foi no seu mandato que foi concluída a construção do aeroporto da cidade. A Macau que Rocha Vieira encontrou e a que deixou “não se compara. Aquilo que se fez naqueles anos todos é qualquer coisa que a história já tem registado”, defendeu Sales Marques. também membro do então Conselho Consultivo de Rocha Vieira. O antigo deputado António Ng Kuok Cheong disse à Lusa que, apesar da desconfiança dos chineses, a administração “tentou fazer alguma coisa para incentivar o crescimento económico da cidade, que era muito pobre nessa altura, antes de devolver Macau”. António Ng, eleito para a Assembleia Legislativa cinco meses depois da nomeação de Rocha Vieira, sublinhou que o principal obstáculo foi a resistência da China à liberalização do setor do jogo, que acabaria por só ser lançada em 2002. Algo que obrigou a administração portuguesa a vender terrenos para financiar os projetos de infraestruturas, inadvertidamente plantando as raízes do problema de habitação que Macau enfrenta atualmente, referiu. “Eles tentaram vender a terra de forma aberta, mas o Governo chinês impediu-os. Assim, a maior parte das terras foi vendida a pessoas poderosas da China por um preço muito baixo, porque a economia de Macau estava muito fraca”, recordou Ng. Estava criada uma classe de senhorios que, após Macau se tornar a capital mundial dos casinos, enriqueceu ao controlar a oferta e manter os preços da habitação elevados, lamentou o antigo deputado. O trabalho nos funcionários públicos Jorge Fão, um dos fundadores da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFMP), em 1987, notou que Rocha Vieira “cumpriu a missão como governador” e “dignificou o seu país”. O ex-presidente da ATFPM, à frente da associação “por mais de dez anos”, lembrou à Lusa que foi “sindicalista antes de ser político” e “teve alguns desencontros” com o tenente-general. Fão explicou que foi “um dos protagonistas” que trabalhou para que, após a transição de Macau para a China, “os funcionários públicos [da administração portuguesa] tivessem direito a uma pensão” paga por Portugal. “Nenhum funcionário das outras colónias teve direito (…) Quando se começou a falar de discutir a entrega de Macau para a China, ficámos muito preocupados. Encetámos as nossas lutas sindicais e tivemos vários encontros com a governança de Portugal e de Macau (…). Nós tivemos uns encontros e também nesses encontros tivemos desencontros”, lembrou. No final, resumiu o atual presidente da Assembleia Geral da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau, “o desfecho não foi mau”. “Todo o mundo deve estar satisfeito, também eu que tomei parte nessa luta e vivo dessa pensão já há mais de 30 anos”, defendeu. Na passagem da administração, contavam-se cerca de 3.600 aposentados com pensões transferidas para Portugal, concluiu. Em 2022, Jorge Fão disse à Lusa acreditar que viviam na região chinesa cerca de dois mil reformados da antiga administração portuguesa de Macau. PS enaltece vida “inteiramente dedicada ao serviço de Portugal” O PS manifestou pesar pela morte do último governador português de Macau, enaltecendo uma vida “inteiramente dedicada ao serviço de Portugal” de um “militar prestigiado” e de um dos “melhores intérpretes da importância de Macau”. Através de um comunicado, o partido liderado por Pedro Nuno Santos lamenta a morte de Vasco Rocha Vieira, “militar prestigiado e último Governador de Macau sob a administração portuguesa”. “A sua vida foi inteiramente dedicada ao serviço de Portugal, quer na sua carreira militar, quer na participação política a seguir ao 25 de abril, como membro do Conselho da Revolução (por inerência de funções enquanto Chefe de Estado Maior do Exército), Ministro da República nos Açores, Secretário Adjunto do Governo de Macau e Governador de Macau”, refere a mesma nota. Referindo que “a sua vida ficou para sempre ligada a Macau”, para o PS este “foi um dos melhores intérpretes da importância” daquele território “para a relação entre Portugal e a República Popular da China”, bem como da singularidade da agora região administrativa especial. “Os últimos anos da administração portuguesa do Território de Macau, sob a liderança do general Rocha Vieira, são marcados pela concretização de várias obras públicas infraestruturais importantes de suporte ao desenvolvimento subsequente de Macau, bem como de reformas na administração para a sua preparação para o período subsequente”, enaltece. Os socialistas referem ainda a cerimónia de transferência de soberania do Território de Macau para a República Popular da China, na qual foi inegável a forma como Rocha Vieira “personificou e simbolizou a dignidade e o tributo à presença portuguesa ao longo de séculos em Macau”. “E marcou a amizade e o respeito que os portugueses mantêm com Macau e com a República Popular da China, e que permite, ao fim de 25 anos de transição, preservar a singularidade de Macau que continua a ser ponto de encontro entre culturas”, acrescentou. O PS dá assim “nota pública do seu profundo respeito pelos serviços ao país” e “endereça à sua família e aos seus amigos as suas mais sentidas condolências”. Palavras de Eanes Já o antigo Presidente da República Ramalho Eanes classificou Rocha Vieira como “um homem de exceção” e “um dos melhores” entre as maiores figuras de Portugal. “O general Rocha Vieira era um homem de exceção pela sua ação de excelência e pela sua responsabilidade social assumida, merecendo ser, justamente, considerado ‘um dos melhores dos nossos maiores’”, escreveu António Ramalho Eanes numa nota enviada à agência Lusa. O primeiro chefe de Estado eleito da democracia portuguesa lembra Vasco Rocha Vieira como “um homem extraordinário”, sobretudo “a três níveis: pela sua personalidade distintiva, pelo seu desempenho militar relevante e pelos serviços prestados ao País a nível político”. A nível pessoal, Eanes considera que Rocha Vieira, que morreu hoje com 85 anos, “possuía qualidades de espírito superiores”, tinha “uma inteligência excecional”, “um bom temperamento” e “dispunha de uma personalidade forte”. Ao nível militar, “foi um dos militares mais distintos da sua geração, prestando, ao Exército, serviços relevantes, em tempos difíceis, nomeadamente, no estertor do regime político anterior ao 25 de Abril, no decurso do 25 de Abril e, mesmo, no 25 de Novembro, tendo, ainda, desempenhado um importante papel enquanto representante das Forças Armadas portuguesas junto da NATO”. Quanto ao nível político, Eanes conclui que Rocha Vieira teve uma atividade de “grande qualidade e grande importância para o país, quer como ministro da República para os Açores, quer ainda, como governador de Macau, colocando todo o seu empenho no desenho e execução, com sucesso, de uma política de transformação bem-sucedida de Macau, participando, igualmente, com o sucesso que é conhecido, na transferência da administração do território de Macau para a República Popular da China”. Recordações dos Açores O presidente do parlamento açoriano, Luís Garcia, manifestou também pesar pela morte de Vasco Rocha Vieira, recordando a “exemplar dedicação à causa pública” e o “contributo inestimável” para o país e para os Açores. “Ao longo da sua notável carreira militar e política, Rocha Vieira revelou um inabalável sentido de Estado, exemplar dedicação à causa pública e um profundo patriotismo, que marcaram de forma indelével o serviço prestado a Portugal”, afirma Luís Garcia numa nota de pesar. O presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) refere que tomou conhecimento da morte do tenente-general, uma “figura ímpar e um dos mais ilustres oficiais do Exército português”, com “profunda consternação”. Segundo a nota, Luís Garcia “expressa as mais sentidas condolências à família enlutada, deixando um profundo testemunho de gratidão pelo seu contributo inestimável para o país e para os Açores”. “Enquanto ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, entre 1986 e 1991, Vasco Rocha Vieira desempenhou as suas funções com elevado compromisso, contribuindo significativamente para o fortalecimento das relações institucionais e para a valorização da autonomia regional”, refere. O líder da ALRAA também salienta que o período em que Rocha Vieira esteve ao serviço dos Açores “é recordado como um tempo de dedicação ao diálogo e à construção de pontes entre os órgãos de soberania nacional e os órgãos de governo próprio da Região”. “Será também recordado pelo simbolismo da sua ação como último Governador de Macau, cargo que exerceu entre 1991 e 1999, momento em que liderou a transferência da administração portuguesa para a chinesa, num exemplo de sentido de responsabilidade e lealdade ao serviço público que ficará gravado na memória coletiva de Portugal”, concluiu. PM português manifesta-se O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recordou hoje Rocha Vieira como “um dos mais brilhantes militares a dar corpo ao sentido patriótico de ser português”, destacando a sua ligação “histórica e marcante e Macau”. O tenente-general Vasco Rocha Vieira, último governador português de Macau e antigo Chefe do Estado-Maior do Exército, morreu hoje de madrugada aos 85 anos, confirmou à Lusa fonte oficial daquele ramo militar. “O general Vasco Rocha Vieira foi um dos mais brilhantes militares a dar corpo ao sentido patriótico de ser português, com especiais serviços na consolidação da nossa democracia e na ligação histórica e marcante a Macau, onde foi o último governador”, escreveu Luís Montenegro, numa publicação na rede social X. O primeiro-ministro apresentou ainda condolências à família e amigos e disse guardar de Rocha Vieira “gestos de amabilidade e palavras de responsabilidade cívica e política”.
Av. da Ponte Macau | Aberta nova faixa de rodagem Hoje Macau - 22 Jan 2025 As autoridades anunciaram que a partir de domingo vai ser aberta ao público parte da nova faixa de rodagem da Avenida da Ponte Macau, no lado leste da Zona A dos Novos Aterros Urbanos. Em comunicado, a Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) indicou que a partir desse dia “os veículos que entram pela Península de Macau para Posto Alfandegário de Macau da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e Ponte Macau necessitam de utilizar a nova Avenida da Ponte Macau”. Com as alterações, a DSAT defende que as novas vias de circulação vão ser “mais convenientes do que as actuais”. Ao mesmo tempo, a Avenida do Mar de Espelho vai ser “temporariamente encerrada”, deixando de admitir a circulação, a não ser para o acesso aos estaleiros naquela zona, mas apenas para “veículos autorizados”. Face a estas alterações, a DSOP pede aos condutores para “prestarem atenção à sinalização de trânsito in loco e ao itinerário alterado”. Anteriormente, a DSOP e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) organizaram uma visita com os vogais do Conselho Consultivo do Trânsito e os representantes das associações à Zona A e à ilha artificial, para se inteirarem dos novos arranjos de trânsito, assim como para ouvirem as opiniões dos conselheiros.
Gripe | Casos colectivos afectam quase 50 pessoas Hoje Macau - 22 Jan 2025 Sete casos de infecção colectiva por gripe afectaram 49 pessoas, de acordo com um comunicado emitido ontem pelos Serviços de Saúde (SS). Os casos foram registados no Centro de Santa Margarida, Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, Escola Secundária Pui Ching, Escola de Santa Teresa do Menino Jesus, Lar de Cuidados Especiais da Obra das Mães, Colégio Anglicano de Macau e Escola das Nações. “As condições clínicas dos doentes são consideradas ligeiras, não foram registados casos graves ou outras complicações”, foi esclarecido pelos SS. Os primeiros sintomas terão começado a 14 de Janeiro. Actualmente, as autoridades de saúde aconselham a população a vacinar-se contra a gripe, uma vacina que está disponível de forma gratuita para quem possui estatuto de residente. SS | Gastroenterite afecta 13 pessoas Os Serviços de Saúde anunciaram a ocorrência de um novo caso de gastroenterite colectiva que afectou 13 pessoas, entre os quais 11 idosos que habitam no Centro de Serviços Integrados para Idosos Rui Xi do Exército de Salvação e ainda dois trabalhadores. De acordo com o comunicado revelado ontem, a maior parte dos infectados é do sexo feminino, com um total de 10 ocorrências. Três são do sexo masculino. “Desde o dia 16 de Janeiro, os doentes começaram a apresentar, sucessivamente, sintomas como febre, vómitos e diarreia, tendo alguns deles sido submetidos a tratamento em instituições de saúde”, foi comunicado. “Não houve registo de casos graves ou de outras complicações graves. Foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar em conformidade com as horas de refeições de pacientes”, foi acrescentado.
PJ | Burlas com recurso à Internet aumentaram 4% Hoje Macau - 22 Jan 2025 As autoridades alertaram para a elevada incidência da criminalidade através das telecomunicações. No ano passado as perdas das vítimas ascenderam a 154 milhões de patacas A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem que registou 906 burlas com recurso à Internet em 2024, mais 4 por cento do que no ano anterior. Num comunicado, a PJ disse que “o aumento da fraude através das redes de telecomunicações desacelerou, mas ainda continua a registar uma incidência elevada”. De acordo com dados oficiais, divulgados durante uma conferência de imprensa, a polícia recebeu 354 queixas devido a burlas através do telefone ou telemóvel, menos 13 por cento do que em 2023. Estes casos originaram perdas avaliadas pelas vítimas em mais de 154 milhões de patacas, menos 1,2 por cento do que no ano anterior. Por outro lado, em 689 casos as vítimas revelaram aos burlões os dados de cartões de crédito quando tentavam comprar bens ou serviços ‘online’, mais do dobro do registado em 2023, causando perdas no valor de 14 milhões de patacas. A PJ acrescentou que, graças a um mecanismo de alerta para suspensão de transacções suspeitas e cessação de pagamento, conseguiu recuperar quase 110 milhões de patacas em 597 tentativas de burla. A polícia denunciou aos bancos 680 contas suspeitas de serem usadas por burlões e bloqueou 991 portais da Internet que serviam para burlas. Tráfico humano Na conferência de imprensa, o director da PJ, Sit Chong Meng, alertou também a população para se manter atenta e desconfiar das propostas de emprego, principalmente em locais do sudeste asiático, em que há uma promessa de um ordenado elevado, apesar das posições exigirem qualificações baixas. Em 12 de Janeiro, a PJ disse ter impedido que um residente fosse vítima de tráfico humano para um centro, no Sudeste Asiático, dedicado à burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet. Duas semanas antes, a PJ disse que cinco residentes tinham sido vítimas de tráfico humano para centros, em Taiwan e no Camboja, enganados com falsas promessas de uma remuneração elevada para supostos empregos. Ontem, Sit comentou a operação de resgate do residente raptado no Camboja. O director da PJ indicou que foi “difícil” e que uma das principais dificuldades passou por localizá-lo. Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Pelo menos 120 mil pessoas foram traficadas para Myanmar e cerca de 100 mil para o Camboja, apontou-se no relatório, divulgado em Agosto de 2023. Em 2019, uma operação coordenada entre a polícia de Taiwan e as autoridades portuguesas desmantelou um centro que operava a partir de Cascais e defraudava vítimas no Interior através do telefone.
Vendas no retalho sofrem nova quebra de quase 10% João Santos Filipe - 22 Jan 2025 Em Novembro, o comércio a retalho registou uma quebra no volume de vendas de 9,2 por cento, em comparação com Novembro de 2023. Os números foram revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no âmbito do “inquérito de conjuntura à restauração e ao comércio a retalho referente a Novembro de 2024”. Segundo os dados apresentados pela DSEC, o volume de negócios da venda de relógios e joalharia registou uma quebra de 24 por cento, enquanto nos produtos cosméticos e de higiene a redução foi de 12,8 por cento e nos artigos de couro de 11,2 por cento. No pólo oposto, os negócios de venda de automóveis apresentaram um crescimento de 26,9 por cento. Em relação à diferença entre Novembro e Outubro, os comerciantes indicaram uma redução no volume de vendas de 8,3 por cento, com os relógios e joalharia com quebras de 15,6 por cento e os supermercados a terem uma redução no negócio de 11,5 por cento. Ao mesmo tempo, a venda de automóveis cresceu 17 por cento. Melhorias na restauração Em termos da restauração, um dos sectores que mais tem sofrido com as deslocações dos residentes ao Interior, os entrevistados pela DSEC indicaram um crescimento do volume de negócio de 1,9 por cento face ao ano transacto. Os restaurantes com comida japonesa e coreana terão sido dos mais beneficiados, com um crescimento nas vendas de 12,6 por cento. O cenário dos restaurantes chineses não foi indicado no comunicado da DSEC, havendo a forte possibilidade de terem existido novas quebras nas vendas, dado que o crescimento médio do volume de vendas anunciado foi moderado. Quando a comparação é feita entre Novembro de 2024 e Outubro de 2024, o volume de negócios dos proprietários entrevistados pela DSEC revela uma diminuição de 4,2 por cento, o que também se explica com o facto de a Semana Dourada, época alta do turismo, ter ocorrido no décimo mês do ano. No âmbito destas quebras no negócio, o volume dos restaurantes chineses e o dos estabelecimentos de comidas e lojas de sopas de fitas e canja baixaram 4,3 por cento e 3,7 por cento, respectivamente.
EPM | APIM desconhece oficialmente construção de novo bloco João Santos Filipe - 22 Jan 2025 Em comunicado, a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses defendeu que apesar de o terreno onde está a escola se destinar a fins educativos, nada obriga a que estes tenham de ser prestados pela Escola Portuguesa de Macau Apesar de a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) ser a concessionária do terreno onde está situada a Escola Portuguesa de Macau (EPM), a associação desconhece oficialmente os planos de construção de um novo bloco, para expandir a instituição de ensino. A posição foi tomada pela associação, através de um comunicado enviado ao Canal Macau, em resposta às declarações de Jorge Neto Valente, presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM). Durante as celebrações do Dia do Mandarim na EPM, Neto Valente revelou a intenção de avançar com a construção de um novo bloco na instituição de ensino. “O projecto grande de construção de um bloco novo, esse é um bloco que terá de ser novo, ainda está atrasado. Há ideias, há esboços, mas não há projectos, ainda. Mas é para se fazer e tem de se começar”, afirmou o presidente da FEPM, em declarações ao Canal Macau. No entanto, a APIM, concessionária do terreno, afirmou através de um comunicado assinado por Miguel de Senna Fernandes, presidente da associação, que oficialmente não tem conhecimento de qualquer plano de construção. Miguel de Senna Fernandes é igualmente vice-presidente do Conselho de Administração da FEPM, presidido por Neto Valente. “Quanto ao mencionado ‘novo bloco’, é assunto de que a APIM não tem conhecimento formal, pois nunca foi abordado no seio do Conselho de Administração da Fundação da EPM. Aliás, nunca foi discutida qualquer obra projectada ou por projectar, sendo que em ambos os casos é fundamental para a sua viabilidade o consentimento da Associação”, pode ler-se no documento citado pela emissora. Recusa de caducidade No comunicado, a APIM nega também que, ao contrário do que foi afirmado por Jorge Neto Valente, tenha ocorrido qualquer caducidade do terreno onde está situada a escola. “Poucas pessoas terão prestado atenção a isso, mas havia aqui uma situação quanto à concessão do terreno e da construção do edifício da escola, que tinha caducado em 2014”, disse o presidente da FEPM. Contudo, a APIM argumenta que essa situação não se verificou, porque as caducidades têm de ser declaradas pela Administração através de um despacho publicado no Boletim Oficial, o que não aconteceu até Dezembro do ano passado, quando a associação pediu ao Governo esclarecesse a situação do terreno e emitisse uma nova concessão gratuita, com o prazo de 25 anos. Nessa altura o Governo declarou primeiro extinto o arrendamento de 1963 e concedeu outra vez o espaço à APIM. Miguel de Senna Fernandes argumentou também que se tivesse ocorrido a caducidade da concessão em 2014, o Conselho de Planeamento Urbanístico nunca teria aprovado as plantas de condicionamento urbanísticos que receberam a aprovação em Junho de 2020. Na mensagem, a APIM esclareceu também que apesar de o terreno ter fins educativos, nada obriga a que esses serviços tenham de ser prestados pela EPM, ao contrário das declarações do presidente da FEPM.
Obrigações | Criada ligação directa com Hong Kong Hoje Macau - 22 Jan 2025 A Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) juntou-se à homóloga Hong Kong Monetary Authority (HKMA) para criar um serviço de ligação de Macau à bolsa de valores da região vizinha. Trata-se da “Central Moneymarkets Unit” (CMU) que será operada pela “CMU OmniClear Limited”, uma empresa subsidiária detida a 100 por cento pelo “Exchange Fund of Hong Kong” e pela Central de Depósito de Valores Mobiliários de Macau, operada pela Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau – Sociedade Unipessoal Limitada. Esta entidade é detida na totalidade pela AMCM. O objectivo da criação da CMU é “promover o desenvolvimento integrado dos mercados de obrigações das duas regiões”. Este projecto irá, segundo uma nota oficial da AMCM, “proporcionar um canal transfronteiriço para financiamento e investimento, permitindo que os investidores de ambas as regiões participem de forma mais conveniente e eficiente nos mercados obrigacionistas de uma e outra parte”.
Trabalho | Sam Hou Fai promete “aperfeiçoar” feriados João Santos Filipe - 22 Jan 2025 Durante as celebrações do 75.º aniversário da Federação das Associações dos Operários de Macau, o Chefe do Executivo prometeu assegurar as condições básicas de bem-estar da população. Sam Hou Fai quer também actualizar o regime do salário mínimo Sam Hou Fai promete que o Governo vai rever os feriados dos trabalhadores e actualizar o “regime do salário mínimo”. A promessa foi feita na segunda-feira à noite, durante um discurso nas celebrações do 75.º aniversário da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). “Iremos continuar a melhorar os diplomas legais no âmbito laboral, aperfeiçoar atempadamente os assuntos relacionados com os feriados dos trabalhadores, bem como actualizar, de forma dinâmica, o regime do salário mínimo”, prometeu o Chefe do Executivo, diante dos membros da associação tradicional. No entanto, o Chefe do Executivo evitou qualquer compromisso temporal para mexer no número de feriados ou no salário mínimo, limitando-se a usar a expressão “atempadamente”. A formulação do discurso também está longe de garantir que haverá um aumento do número de feriados, que actualmente é de seis, ou até do salário mínimo. Sam prometeu igualmente que vai garantir as condições básicas de vida da população, naquela que foi a primeira das seis promessas deixadas na ocasião. “Em primeiro lugar, iremos assegurar as condições básicas do bem-estar da população, envidar mais esforços para promover a inclinação gradual das regalias sociais para que beneficiem mais os grupos de baixo rendimento, os mais vulneráveis e necessitados”, destacou. Entre os trabalhos prioritários, o governante destacou também o que afirmou serem as “questões que preocupam mais a sociedade”, e comprometeu-se a “aumentar constantemente o sentimento de realização, felicidade e segurança”. Representada com quatro deputados na Assembleia Legislativa, a FAOM é tradicionalmente mais próxima dos trabalhadores do território. Também a estes, Sam Hou Fai prometeu melhores condições no futuro. “Iremos salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos trabalhadores, dedicar-nos a criar estabilidade e diversidade no acesso ao emprego e continuar a melhorar o ambiente de acesso ao mesmo”, afirmou. Acesso ao emprego O Chefe do Executivo indicou que a política actual passa por garantir o acesso prioritário de residentes a postos de trabalho. “Iremos garantir a prioridade dos trabalhadores locais no acesso ao emprego e aperfeiçoar o mecanismo de ajustamento dinâmico e de complementaridade positiva entre a garantia do emprego dos trabalhadores locais e a importação de trabalhadores não-residentes”, assegurou. Além de prometer mais formação e oportunidades de emprego para os jovens, o líder do Governo indicou que irá contribuir para que as relações de trabalho se mantenham harmoniosas. “Iremos melhorar o mecanismo de comunicação e coordenação no âmbito laboral, impulsionando a constituição de relações laborais harmoniosas e amistosas”, frisou.
Hengqin | Nick Lei pede regras flexíveis para BIR não-permanentes Hoje Macau - 22 Jan 2025 A questão dos BIR e da integração de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin precisa ser agilizada. A ideia foi defendida, numa interpelação escrita, pelo deputado Nick Lei. O legislador pediu ao Governo flexibilidade nos regulamentos, permitindo a residentes não-permanentes que morem em Hengqin alguma tranquilidade quanto à obrigatoriedade de permanecerem em Macau o tempo suficiente para renovar o BIR. Recorde-se que a legislação obriga à permanência em Macau por, pelo menos, 183 dias por ano. A exigência é vista por Nick Lei como um obstáculo à integração de Hengqin e Macau. Nick Lei quer também que o Governo colabore com as autoridades do Interior da China no sentido de instalar canais de passagem automática exclusiva para alunos e residentes de Macau no Posto Fronteiriço de Hengqin. O deputado ligado à comunidade de Fujian recordou que o Governo havia assumido o compromisso de melhorar os corredores transfronteiriços destinados a estudantes, mas que estas instalações específicas só funcionam até às 18h, não correspondendo às necessidades dos alunos e das suas famílias. Também a falta de abrigo em dias de chuva e a fraca iluminação à noite na zona de passageiros no Posto Fronteiriço de Hengqin para a passagem por veículos, foram alvo das críticas de Nick Lei, que alertou para o perigo de quedas.
Economia | Wong Sio Chak refere que sem segurança não há desenvolvimento Hoje Macau - 22 Jan 2025 O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, vincou que “o desenvolvimento da economia é indissociável de um ambiente social seguro”, numa reunião com a Associação Comercial de Macau em preparação para as linhas de acção governativa. O governante sublinhou que “a tutela da segurança atribui grande importância às “quatro esperanças” apresentadas pelo Presidente Xi Jinping ao novo governo da RAEM” e garantiu que a sua equipa está empenhada na diversificação económica e na “abertura ao exterior de alto nível”. Para tal, cumpre à tutela a defesa da prosperidade e estabilidade social. Wong Sio Chak mencionou também a importância da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin enquanto “ferramenta importante para promover a diversificação da economia de Macau”. Nesse sentido, prometeu “continuar a negociar com os serviços competentes do Interior da China para melhorar a eficiência e capacidades dos postos fronteiriços, incluindo explorar o modelo de ‘passagem fronteiriça sem contacto’ e criar mais passagens automáticas com a utilização da íris”. O responsável indicou que a facilitação das travessias fronteiriças é uma forma de apoiar o sector comercial a investir e a iniciar negócios na Ilha da Montanha.
PME | Lao Pun Lap pede apoio para transformação de negócios Hoje Macau - 22 Jan 2025 O presidente da Associação Económica de Macau, Lao Pun Lap, alertou o Executivo de Sam Hou Fai para a necessidade do lançamento de políticas que apoiem as pequenas e médias empresas (PME) a transformarem o modelo de negócio de forma a tornarem-se mais atractivas. Em declarações ao jornal Ou Mun, Lao Pun Lap referiu a estimativa do Governo quanto ao volume total de turistas previstos para 2025, entre 38 e 39 milhões, que deve atingir o nível de 2019. Porém, o dirigente indicou que os visitantes mudaram os padrões de consumo, assumindo uma postura mais prudente, na sequência de a economia chinesa ainda não ter recuperado completamente. O economista exemplifica esta tendência com uma realidade relativamente nova dos concertos que atraem os turistas chineses para o território, mas que regressam no próprio dia depois do espectáculo, gastando o menos possível. O resultado desta conjuntura reflectiu-se na crise no comércio de luxo e na migração do consumo dos residentes para o Interior da China. Além disso, Lao Pun Lap defende que o Governo deve lançar mais eventos nos bairros comunitários na primeira metade deste ano e actividades que incentivem o consumo.