Guangdong | Pilotos de matriz lusa em evidência

[dropcap]N[/dropcap]o Circuito Internacional de Guangdong, nos arredores da cidade continental chinesa de Zhaoqing, realizou-se o primeiro Festival de Corridas de Macau, a manifestação de automobilismo anual organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) que este ano irá apurar os pilotos locais para a “Taça de Carros de Turismo de Macau” e para a “Taça GT – Corrida da Grande Baía” da 66ª edição do Grande Prémio de Macau.

Com condições climáticas instáveis, em que a chuva marcou presença com especial incidência no dia de sábado, pilotos de Macau, Hong Kong, Taiwan, Japão, Coreia do Sul e China continental lutaram por uma vaga na grande corrida do mês de Novembro. Para os pilotos macaenses, esta jornada do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCC) foi bastante positiva, com vários nomes portugueses a alcançarem resultados promissores e alguns a carimbarem já o passaporte para a prova do Circuito da Guia.

Tal como em anos anteriores, os ultra-preparados Peugeot RCZ da Suncity Racing Team ditaram as leias na categoria “AAMC Challenge 1.6 Turbo”, com Paul Poon a vencer no sábado e Alex Fung no domingo. Num circuito que conhece bem, o veterano piloto português Rui Valente esteve em pleno destaque ao ser sexto classificado na corrida de sábado, em piso molhado, onde a diferença entre o seu Mini Cooper S para os demais não é tão notória. Na corrida de domingo, Valente levou um toque, caindo para último, recuperando num pelotão de mais de duas dezenas de viaturas até ao décimo lugar final, praticamente selando o seu apuramento.

Já Jerónimo Badaraco largou do sexto lugar na primeira corrida, mas deu-se mal com a chuva, terminando no 11º posto. Contudo, na segunda corrida e mesmo com problemas na bomba de água do Chevrolet Cruze, o piloto macaense obteve um valioso quarto lugar.

Vitória macaense

Na classe “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”, que hoje engloba as viaturas que davam corpo ao “Road Sport Challenge”, o favorito Leong Ian Veng triunfou tranquilamente no sábado, terminando à frente do estreante Sabino Osório Lei e de Hélder Assunção.

Depois de um quarto lugar na primeira corrida, Delfim Mendonça Choi fechou o fim-de-semana com uma espectacular vitória no domingo, numa corrida em que o pódio ficou também preenchido pelos pilotos locais Lam Kam San e Chan Chi Ha.

Numa corrida de sábado onde os pilotos de matriz lusa tiveram em evidência, Luciano Lameiras obteve um quinto lugar, ele que desistiu no segundo embate com um problema de caixa de velocidades no seu Mitsubishi. Ao volante de um Audi RS 3 TCR, Filipe Souza teve um fim-de-semana complicado na sua estreia na categoria, mas ainda assim conseguiu um lugar entre os dez primeiros na primeira corrida.

Estreia dos GT

Com vinte e cinco inscritos aos comandos de viaturas de Grande Turismo (GT) num circuito tão exíguo como este, os organizadores optaram por dividir o pelotão em dois na Taça GT – Corrida da Grande Baía. Sendo assim, no Grupo A, Alex Au de Hong Kong, em Audi R8 LMS, e Kevin Tse de Macau, em Mercedes-AMG GT4, dividiram os triunfos. Já no Grupo B, David Pun de Hong Kong, em Aston Martin Vantage GT4, e o conhecido piloto do território Lei Kit Meng, em Ginetta G55 GT4, partilharam as vitórias que uma categoria que também abarca o recém-criado “AAMC GT Challenge”. Eurico de Jesus, que está a participar com um Lotus Exige ex-Taça Lotus, terminou ambas as corridas no quinto posto.

O segundo Festival de Corridas de Macau, também a ser realizado no Circuito Internacional de Guangdong, está agendado para o fim-de-semana de 22 e 23 de Junho.

O bacalhau não existe

[dropcap]C[/dropcap]onheci a Camila em Sampa, no bairro dos Jardins, num jantar em casa de uma amiga comum. Começámos a conversar depois de um dos convivas, artista plástico, acabar de dizer que sem se fazer nada não se consegue fazer coisa nenhuma. Aquela estafada ladainha do ócio criativo. Camila disfarçou o sorriso e, ao reparar que me dei conta disso, pediu-me desculpa, sem que pudesse entender a razão. Devo ter ficado com ar de perplexidade, pois sentiu-se na obrigação de me explicar que se desculpara porque é de mau tom rir-se da humanidade próxima, ainda para mais num jantar com tantos amigos. Confesso que não tinha argumentos nem a favor nem contra. Camila era uma mulher nos seus trintas, magra e alta, descendente de libaneses, e disse-me que ganhava a vida a tratar pessoas. Quase a despropósito, acrescentou que, se achava de mau tom rir-se dos outros, a qualidade que mais apreciava num homem era a capacidade de rir de si mesmo. Brindei a isso! A conversa decorreu à volta do que eu estava a achar de São Paulo e do Brasil. Perguntei-lhe se conhecia o Líbano, ao que respondeu que não, mas tinha intenções de o fazer em breve. E continuamos a falar de viagens, passadas e futuras. As estafadas conversa de circunstância, como o ócio criativo.

Quando viu o gosto com que comia o ceviche que tinha sido servido, perguntou-me qual era o prato que melhor representava Portugal. Respondi que talvez fosse injusto destacar um prato, até porque onde a nossa culinária se expressa com mais originalidade é na doçaria. Mas Camila insistiu: “Por exemplo, quando pensamos no Peru pensamos em ceviche; em Espanha, na paella; qual o prato que as pessoas pensam quando pensam em Portugal?” Apesar de ser uma resposta manca, decidi-me pelo bacalhau, pois segundo consta temos mais de cem modos de confeccioná-lo. Camila permaneceu em silêncio. Resolvi improvisar e dizer-lhe que não deixava de ser curioso que o prato nacional fosse algo que não tínhamos no nosso próprio país. Fazer com que o nosso prato principal derivasse de uma espécie de peixe que íamos capturar a milhares de quilómetros de Portugal, dizia muito do povo que somos. Camila riu com gosto, tocou-me com familiaridade no braço e disse: “E você sabe que o bacalhau não existe, não sabe?” Fiquei atordoado e demorei um pouco a vir ao de cima: Como assim, não existe? Sorrindo, Camila explicou: “O bacalhau é um modo de preparar inúmeras espécies de peixes; não há um peixe que se chame bacalhau. Há várias espécies de peixes que se pescam, se preparam de igual modo e chegam à mesa com o nome de bacalhau. Na Amazónia também temos uma espécie com a qual se prepara bacalhau: o pirarucu.”

Poderia ter dito que só algumas dessas espécies são consideradas bacalhau, pelos portugueses, mas seria indiferente. Enquanto enchia de novo os nossos copos, oiço-a propor um brinde: “Aos portugueses, que fizeram do que não existe o seu prato principal!” Brindei com ela e acrescentei: é a nossa especialidade! Entre elas, a invenção de um país que não existia, o Brasil. Ao que Camila anuiu: “Sim, antes dos portugueses aqui chegarem, o que existia eram várias tribos espalhadas por um vasto território. Provavelmente sem os portugueses este vasto território iria tornar-se inúmeros países, como o que aconteceu no resto da América Latina.” Exactamente, Camila.

Quando os outros povos imigraram para cá, já os portugueses tinham inventado o que não existia. No fundo, o Brasil é uma espécie de bacalhau. Agora foi a vez dela rir e de eu fazer um brinde aos bacalhaus que não existem. Entre ela e eu, ficou tudo em águas de bacalhau, como se não existíssemos.

Cantigas de Santa Maria

[dropcap]M[/dropcap]aio é aquele tempo que sabe a jogral pelo instante da gesta em flor que nos coloca nos cursos de água destes Cantares. Desfolhamos os de Amigo, tão nossos, tão primaveris, e sentimos uma alegria nova, um sentido de chão e cheiro a bailias, de amores, noites fecundas, e descemos até àquela Idade Média que nada tem das ditas trevas. Não devemos nomear assim tempo algum, pois que a todos subjaz a negritude, porém, nem todos nos dão esta forma sedutora. Mais treva do que a dos operários da primeira Revolução Industrial é difícil imaginar, sem recurso aos nichos da flora natural, nem aos campos em flor, morrendo jovens sem nunca ver o sol nos casebres das cidades onde jamais uma flor cresceu. E a Segunda Guerra? Jamais se vira também treva igual. As Primaveras não nasceram nesses anos, suplantadas que foram pelos gases da combustão dos cadáveres, e foi em Maio que findou.

Recuemos pois até ao título polémico «La grand clarté du Moyen Âge», que terá o seu zénite em pleno século XIII, onde se desfolham todas as artes e se unem diferenças mais tarde dissonantes. E é a Afonso X, o Sábio, a quem são atribuídas as Cantigas de Santa Maria desta época remota quem nos prende agora como os sonhos, avô de Dinis, tetravô de D.Pedro I, foi esse rei mecenas que quase poderíamos apelidar de rei da Península Ibérica nesse tempo de reconquistas e cujo extraordinário mérito foi o saber rodear-se de colaboradores muçulmanos, judeus e cristãos, uma forma laboral muito medieva, que só fez proporcionar a chegada deste legado.

Em galaico-português, a estrutura recobre várias temáticas para duas vertentes, a profana e a religiosa, a religiosa é predominante, reunida em quatrocentos poemas e transforma-se assim o rei no trovador mariânico. Escutado amiúde ao som de sinos, é nas noites de Maio que refulgem ainda em nós em ritmos de encantar, e quando despertos destes momentos, todos os sons ao redor nos parecem toscos, tristes, sem aquela infinita humidade cristalina; são os efeitos de uma trança muito bem orquestrada nas três religiões, e se os vários recitativos não são bem entendidos sabemos ouvir neles todas as emanações litúrgicas em seus sons.

Não raro estas Cantigas produzem pequenos milagres vibratórios como “a frescura de asa” que atribuímos sempre à manifestação, dado que as cantigas de milagre são mais expressivas que as de louvor na chamada proporção de nove para um, os milagres não são laudatórios, e em súmula sincrética e sintética, quase equivalem aos “haikus”. O narrador está na primeira pessoa e nada interfere nesta harmonia tão estranha para quem dela padece. Sempre a intertextualidade Bíblica será aqui uma menção honrosa com predomínio para o Velho Testamento, que os tradutores de Toledo, na sua maioria judeus, foram o elo imprescindível para a compilação de tais Cantigas, bem como a influência provençal tão presente e manifesta.

O bestiário da obra é um elemento de verosimilhança elementar na sua estrutura, assim como uma antiga flauta de Pã ou uma harpa de Orpheu encantasse os animais que sujeitos a melodias belas tivessem o ajuste anatómico a uma celebração, esta interação é por si um elemento de extrema delicadeza dado não excluir as criaturas, e foi a elas que por este tempo um outro foi composto «O Cântico das Criaturas», de Francisco de Assis.

O culto da Virgem é o tema dos trovadores que misturando lendas antigas, folclore e outros elementos contribuíram para uma enorme riqueza expressiva havendo em toda esta época a prática das romarias onde os romeiros edificaram os seus altares nas terras onde ainda hoje continuam presença viva estas tradições. As ermidas onde geralmente se tinham dado aparições foram por séculos lugares abençoados e ainda se mantêm transversais aos roteiros das viagens; o reportório de D. Afonso X é considerado o mais rico em termos de milagres narrados e daí a imensa disposição onírica dos cantares que envolve a soberania da manifesta presença a quem humildemente até um rei agradece com devoção e lealdade. A Dama. Ela está sempre presente ajudando um homem a livrar-se da sua natureza primária e dando-lhe o ensejo e a coragem de ser leal nas lutas que trava. É um tempo mariânico com toda a beleza que tal dote transporta, havendo a referência ao leite para testemunhar a divina substância da maternidade onde um seio é elevado a altar, outro dos elementos poéticos deste régio trovador.

E Maio aparece cantado e metaforicamente composto na «Rosa das Rosas» ….Rosa das rosas e Flor das flores Dona das donas “Senhor das senhores” e talvez um género híbrido apareça tomando o Paço de amores pelo pacto entre a Senhora e o monarca. A língua oral encontra-se aqui, a um tempo em que a escrita era reservada, e talvez seja esta a prestação mais humano destes Cantares. A língua é materna se fecundada por poetas. Foram glosadas as três línguas poéticas de então entre os trovadores, o galaico-português, a provençal e o toscano, e por louvor a D. Afonso, em terras distantes, era na língua em que este escrevia que firmavam os seus versos. Uma melodia que convém lembrar.

Coreia do Norte descreve John Bolton como “maníaco da guerra”

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte acusou ontem o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, de ser “maníaco da guerra” por afirmar que Pyongyang violou as sanções da ONU após o lançamento de mísseis de curto alcance.

Numa nota da agência de notícias estatal KCNA, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano descreveu Bolton como “maníaco da guerra” após o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA admitir numa conferência de imprensa no sábado, em Tóquio, que “não há dúvidas” de que os recentes testes com mísseis da Coreia do Norte violaram as resoluções da ONU.

“No que diz respeito às resoluções do Conselho de Segurança da ONU, como já dissemos, representam uma negação escandalosa e total do nosso direito à sobrevivência e ao desenvolvimento. Nunca as reconhecemos nem permitimos que nos restrinjam”, indicou o porta-voz.

A Coreia do Norte lançou vários mísseis de curto alcance em 4 e em 9 de Maio, em testes supervisionados pelo líder norte-coreano. Para alguns países, incluindo o Japão, as manobras violaram as resoluções da ONU.

“Os nossos exercícios não tinham ninguém como alvo, mas Bolton certamente tem uma mentalidade diferente das pessoas comuns ao insistir que são uma violação das resoluções”, refere a nota da KCNA.

Fala Donald

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou ontem, em Tóquio, que entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte existe um “grande respeito” mútuo, apesar do impasse nas negociações e dos recentes lançamentos de mísseis por Pyongyang.

“Muitas coisas boas vão acontecer com a Coreia do Norte (…) já percorremos um longo caminho”, disse Donald Trump. “Um bom respeito foi construído e sem dúvida existe um grande respeito entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte”, insistiu.

No início da visita oficial ao Japão, no sábado, o Presidente norte-americano tinha voltado a minimizar os recentes lançamentos de mísseis por Pyongyang, reiterando confiança no líder norte-coreano, Kim Jong-un.

“A Coreia do Norte disparou algumas armas pequenas, o que perturbou algumas pessoas da minha equipa, mas não a mim”, escreveu na rede social Twitter o Presidente norte-americano, que efectua uma visita oficial ao Japão até esta terça-feira. “Estou confiante que Kim irá manter a promessa que me fez”, acrescentou Trump.

Grande Baía | Candidaturas a financiamento na área do cinema até 14 de Junho

[dropcap]A[/dropcap] “Feira de Investimento na Produção Cinematográfica da Grande Baía – Guangdong-Hong Kong-Macau 2019” lança a partir de hoje o repto aos membros da indústria cinematográfica do território, interessados em submeter as suas candidaturas a financiamento de projectos, entre 28 de Maio e 14 de Junho.

Organizada pelo Instituto Cultural (IC), pela Administração de Cinema da Província de Guangdong, e pela CreateHK, esta feira de investimento está a receber propostas de candidatos locais, com idade igual ou superior a 18 anos, que sejam os realizadores dos projectos que apresentam, contando já com filmes de ficção previamente exibidos ao público, com pelo menos 20 minutos de duração.

Um júri composto por profissionais da indústria, convidados pelo IC, seleccionará até oito propostas locais para serem objecto de recomendação e participação, numa fase posterior de selecção global das três regiões, de acordo com critérios de selecção como: criatividade do argumento, viabilidade do projecto experiência, capacidade de execução do candidato e equipa, bem como razoabilidade orçamental.

A iniciativa realiza-se no território desde 2014, com o objectivo de estabelecer uma plataforma de qualidade e conveniência para o intercâmbio entre produtores e investidores na área do cinema.

Nas edições anteriores participaram 111 projectos e 210 investidores das três regiões. Os formulários podem ser descarregados nas páginas electrónicas do IC e das Indústrias Culturais e Criativas de Macau.

Ciclo afro-americano na Cinemateca Paixão em Junho

Os últimos filmes de Spike Lee e de Barry Jenkins, dois nomes de destaque do cinema afro-americano, vão estar na mostra “Black is Beautiful” que inaugura sexta-feira na Cinemateca Paixão. Cinema de excelência é no mês de Junho

 

[dropcap]A[/dropcap] Cinemateca Paixão inaugura o ciclo de cinema afro-americano “Black is Beautiful”, que decorre de 7 a 20 de Junho em Macau, com festa, filmes e conversas sobre a cultura e a sociedade negra dos Estados Unidos da América. São 10 títulos de excelência que prestam tributo à crescente popularidade do cinema feito por cineastas de etnia africana, com filmes de referência, clássicos e actuais, premiados nos mais importantes festivais da especialidade.

“Já era altura”, explicou a directora da Cinemateca, Rita Wong, “de reunirmos um conjunto de filmes de importantes realizadores afro-americanos, num ciclo temático que representasse a qualidade das produções que têm sido feitas nos últimos anos”. A vontade vem desde há dois anos atrás, quando o filme “Moonlight” (2016), de Barry Jenkins, venceu o Óscar de Melhor Filme da Academia, ao mesmo tempo que o documentário “I’m Not Your Negro” (2016), de Raoul Peck, sobre a vida do escritor e activista James Baldwin, também nomeado para Melhor Documentário aos Óscares da 89ª Cerimónia da Academia de Cinema e vencedor na mesma categoria dos Prémio BAFTA, ambos anteriormente exibidos na Cinemateca.

O projecto “Black is Beautiful” é assinado pelo curador Francisco Lo, “com quem temos trabalhado já em diversas ocasiões, nomeadamente no ciclo que fizemos no ano passado sobre o Novo Cinema Americano, com diversas produções independentes norte-americanas. Ele tem estudado e trabalhado muitos anos como crítico de cinema nos EUA, por isso está bem familiarizado com este cinema de cultura negra, que é hoje uma tendência que desperta enorme interessante, um cinema maduro e experiente, que achámos que merecia uma maior atenção do nosso público em Macau”, sublinhou Rita Wong.

O ciclo é especial e começa logo em clima de festa, com a presença dos DJs convidados de Hong Kong, Kong Matt Force e Fotan Laiki, que são prova de que a cultura pop urbana, como o rap e o hip-hop, evoluíram desde as raízes negras do Bronx até se tornarem num fenómeno global. “Na mostra também vamos conhecer melhor esta cultura, de dentro para fora. Quando escolhemos os filmes, procurámos cobrir diferentes áreas, como a música, os movimentos artísticos, a literatura, a vida em sociedade, todos dirigidos por realizadores afro-americanos, homens e mulheres”, segundo revelou.

O filme de abertura é o mais recente do realizador Spike Lee, “BlacKKKlansman” (2018), que venceu o Grande Prémio de Cannes em 2918 e o Melhor Argumento Adaptado nos Óscares de 2019, baseado na história verídica de um detective policial negro que se infiltra com sucesso, por via telefónica, na Klu Klux Klan. O cineasta volta a bisar nesta mostra com “Do The Right Thing” (1989), sobre o crescendo de tensão e violência, entre negros, brancos, porto-riquenhos e coreanos, num dia demasiado quente em Brooklyn. Exibido três décadas antes, o filme, nomeado em várias categorias aos Óscares e Golden Globes, sairia das passadeiras vermelhas de mãos abanar.

Aos pares

Pela longa e extraordinária carreira de 40 anos, como realizador, produtor, argumentista e actor, Spike Lee tem nesta mostra lugar de destaque, contador por excelência de histórias de conflitos raciais, pesando nas consciências de Hollywood com os temas incómodos do seu país. Os dois filmes, antigo e recente, integram o primeiro dos cinco pares de títulos em que esta mostra está organizada: Um clássico e um Vencedor, Rebelião de L.A., Afro-Futurismo, Estranhos Companheiros de Cama, e Vencidos Pela Lei.

“O curador teve esta ideia interessante, de colocar cada par de filmes numa espécie de confronto, como se fosse um jogo de basquetebol da NBA, muito característico da cultura norte-americana.

Os pares têm, cada um, uma unidade temática, que os relaciona por razões de semelhança ou contraste, em comparações destinadas a criar uma certa química entre eles”, explicou a directora.

Pela ordem acima descrita, o segundo par em confronto é “Killer of Sheep” (1978), de Charles Burnett, sobre os altos e baixos de um trabalhador de matadouro que luta com a família pela sobrevivência num bairro de Los Angeles, e “Daughters of the Dust” (1991), de Julie Dash, sobre uma comunidade descendente de escravos das Sea Islands, na costa da Carolina do Sul, que tenta resistir e preservar a sua cultura e património.

O terceiro par opõe “An Oversimplification of Her Beauty” (2012), de Terence Nance, sobre a sensação de se ficar pendurado num encontro, com a divagação fantasiosa que daí resulta, a “Sorry to Bother You” (2018), de Boots Riley, em que o protagonista, cansado de maus empregos, aprende a usar a sua “voz branca” ao telefone para ascender ao lugar de vendedor de topo.

O quarto par junta “Losing Ground” (1982), de Kathleen Collins, sobre uma mulher negra culta, contadora de histórias de humor e reflexão social, numa interessante comédia cerebral, e “Chameleon Street” (1990), de Wendell Harris Jr, baseado na história de vida de um embusteiro que, entre outras coisas, se fez passar por repórter, cirurgião e advogado, até a lei o apanhar. Foi vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival Sundance de 1990.

O quinto par une os filmes “Fruitvale Station” (2014), de Ryan Coogler, sobre um jovem negro que é abatido por um agente policial numa estação ferroviária de Oakland, um problema de brutalidade e preconceito racial tão comum na América, e “If Beale Street Could Talk” (2018), de Barry Jenkins, a mais recente obra do realizador do oscarizado “Moonlight”, que conta uma história de amor intimista, passada nos anos 70, antes de sofrer uma grande reviravolta em busca do triunfo contra o ódio e a injustiça. O argumento é adaptado do romance homónimo de James Baldwin.

Conversas à parte

Haverá ainda tempo para uma conversa, no dia 15 (sábado) às 16h30, com o curador Francisco Lo e Derek Lam, da Universidade de Hong Kong, que tencionam apresentar o tema “Essa Cena É Minha! – Porque a Arte Negra Importa” e debater com o público sobre o futuro do cinema afro-americano e as implicações sociais, políticas e artísticas na sociedade americana e não só. A entrada da palestra é livre, mas os lugares estão sujeitos a reserva antecipada por telefone.

Quem não pretende perder um fotograma deste festival é a própria directora, Rita Wong, que não elege favoritos, mas confessou que “vou estar muito atenta ao filme do dia 8 de Maio, “If Beale Street Could Talk”, porque gosto muito do realizador e tenho grandes expectativas em relação ao filme, que ainda não vi. Nesse dia vou reservar o melhor lugar da sala para mim…”, gracejou.

Todos os títulos serão exibidos duas vezes durante o festival. Os bilhetes já se encontram à venda, ao preço de 60 patacas.

 

Filmes em Cartaz

“BlacKKKlansman” (O Infiltrado, 2018) de Spike Lee
7 Junho 16H00 | 11 Junho 19h30

“Do The Right Thing” (Não Dês Bronca, 1989) de Spike Lee
7 Junho 19h00 | 16 Junho 21h30

“Losing Ground” (Perdendo Terreno, 1982) de Kathleen Collins
8 Junho 16h30 | 12 Junho 19h30

“If Beale Street Could Talk” (Se Esta Rua Falasse, 2018) de Barry Jenkins
8 Junho 21h30 | 13 Junho 19h30

“Killer of Sheep” (O Matador de Ovelhas, 1978) de Charles Burnett,
9 Junho 16h30 | 15 Junho 19h30

“Daughters of the Dust” (Filhas do Pó, 1991) de Julie Dash
9 Junho 21h30 | 16 Junho 14h30

“Fruitvale Station” (A Última Paragem, 2014) de Ryan Coogler
14 Junho 19h30 | 18 Junho 19h30

“An Oversimplification of Her Beauty” (Uma Simplificação Excessiva da Sua Beleza, 2012), de Terence Nance
15 Junho 14h30 | 20 Junho 21h30

“Chameleon Street” (Street, O Camaleão, 1990) de Wendell Harris Jr
15 Junho 21h30 | 20 Junho 19h30

“Sorry to Bother You” (Desculpe Incomodar, 2018) de Boots Riley
16 Junho 17h00 | 19 Junho 19h30

Violência doméstica | Vítima adia cirurgia para depor no julgamento do marido

Lao Mong Ian optou por se submeter a uma osteo-odonto-queratoprótese no mês de Maio, no Reino Unido, no entanto, adiou a intervenção para Junho. A causa tem que ver com a alteração do julgamento do marido, acusado da agressão que deixou a vítima praticamente sem visão, de 18 de Março para 17 de Junho. Lao faz questão de depor em tribunal contra o agressor

 

[dropcap]A[/dropcap] cirurgia de Lao Mong Ieng, vítima de violência doméstica que ficou praticamente cega e desfigurada depois de um ataque com óleo, foi adiada. A operação que lhe poderá devolver parcialmente a visão estava prevista para o mês de Maio, no Reino Unido, mas na sequência da alteração da data de julgamento do agressor, de 18 de Março para 17 de Junho, Lao optou por também protelar a operação pois faz questão de depor, apontou a deputada Agnés Lam, que tem acompanhado o caso, ao HM.

A intervenção deverá acontecer em Junho, após o depoimento da vítima em tribunal. O agressor enfrenta uma acusação pela prática do crime de ofensa qualificada à integridade física.

Recorde-se que Lao Mong Ieng, escolheu ser operada para tentar reconstruir parcialmente a vista, no Reino Unido. A mulher, de 31 anos, sofreu queimaduras graves em mais de 40 por cento do corpo, em Julho do ano passado, quando foi atacada pelo marido. O caso de violência doméstica foi registado depois de Lao ter pedido o divórcio.

Na sequência do ataque, a vítima foi encaminhada pelo CHCSJ para tratamento no Hospital Prince of Wales, em Hong Kong. Foi também neste hospital que a equipa médica aconselhou a deslocação ao Reino Unido para que Lao fosse submetida à osteo-odonto-queratoprótese, uma cirurgia que pode restabelecer parcialmente a visão. De acordo com o centro hospitalar de Hong Kong, este tipo de intervenção cirúrgica tem uma taxa de sucesso de 80 por cento.

Serviços de Saúde contra

A opção pela osteo-odonto-queratoprótese foi contrária às recomendações dos Serviços de Saúde de Macau que em Fevereiro admitiram que não existe nenhuma alternativa de tratamento para recuperar a visão da vítima de violência doméstica, Lao Mong Ieng, além da referida intervenção cirúrgica. Ainda assim, mantiveram o parecer desfavorável, uma hipótese que deixa em aberto o restabelecimento parcial da visão. “Não podemos ser perfeccionistas. Se fizermos uma cirurgia de alto risco, isso pode fazer com que a paciente perca a sensibilidade à luz”, apontou na altura o director do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), Kuok Cheong U, em conferência de imprensa.

No entender dos SSM, a solução passa pela mudança de estilo de vida da paciente, que se deve conformar com o facto de não conseguir ver. “Recomendamos que a paciente se adapte a uma nova forma de vida. Também pode ajudar outras vítimas de violência doméstica e dar o seu contributo à sociedade”, acrescentou o responsável.

No entanto, a família mostrou-se sempre favorável à opção de tentar uma cirurgia de reconstrução parcial da vista, no Reino Unido, e com esse propósito foi feita uma campanha de recolha de fundos, através do Centro do Bom Pastor tendo sido amealhados 1,3 milhões de patacas.

Uma vez que a opção é contrária à dos Serviços de Saúde, o tratamento não vai ter apoio do Governo.

Saúde | Kiang Wu vai ser reconstruído

[dropcap]A[/dropcap] maior parte do Hospital Kiang Wu vai sofrer obras de reconstrução, revelou no domingo à noite o Canal Macau.

Os trabalhos de reconstrução deverão começar dentro de um ano e quase todos os edifícios vão ser reconstruídos, à excepção do Edifício do Centro de Médicos Especialistas Dr. Henry Fo e o Edifício de Internamento.

O projecto já terá sido entregue às Obras Públicas e os responsáveis pelo hospital estão à espera da aprovação.

Angola, Timor-Leste e São Tomé debatem em Macau investimentos chineses

[dropcap]O[/dropcap]s Governos de Angola, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe vão estar representados num fórum em Macau para debater investimentos chineses, a 30 e 31 de Maio, anunciou ontem a organização em conferência de imprensa.

A edição deste ano do Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF) vai contar com mais de dois mil empresários, académicos e políticos, dos quais mais de 50 governantes oriundos de 40 países e regiões, num evento cujo orçamento está estimado em 39 milhões de patacas e que é promovido sob a orientação do Ministério do Comércio da República Popular da China e do Governo de Macau.

O IIICF inclui 36 fóruns paralelos, exposições, seminários de promoção de projectos e bolsas de contacto, entre outras actividades de negociação comercial, para operacionalizar a cooperação entre os países envolvidos na estratégia adoptada pelo Governo chinês “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa o desenvolvimento de infraestruturas e investimentos em países europeus, asiáticos e africanos.

Na conferência de imprensa, o vogal executivo do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, Sam Lei, destacou a realização, em paralelo, da 5.ª Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e dos Quadros da Área Financeira e de um outro fórum que terá como tema “Maximizando o Papel das Finanças para Motivar a Cooperação Prática entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

Autocarros | Pagamento electrónico a 7 de Junho

[dropcap]A[/dropcap] partir de 7 de Junho as pessoas vão poder utilizar o pagamento electrónico nos autocarros públicos, segundo a informação publicada pelo Chefe do Executivo no Boletim Oficial.

“Embora Macau apresente formas de pagamento em dinheiro e cartão porta-moeda, a evolução tecnológica e o desenvolvimento de Macau nos últimos anos, exigem que os procedimentos se actualizem”, é explicado.

O pagamento é feito através de um código QR, com recurso à aplicação Mpay, e os preços são iguais aos praticados quando o pagamento é feito com Macau Pass, ou seja com uma tarifa de 3 patacas nas carreiras normais. A aplicação está apenas disponível em chinês e inglês.

Imobiliário | Projecto que usou imagem do CE oficialmente falido

O Supremo Tribunal Popular da China declarou a empresa Jiangmen Teda Real Estate Development falida e começou a aceitar os pedidos de recuperação dos investimentos dos credores. Em Macau há cerca de 70 compradores de fracções no projecto Guang Bo Hui (GBH)

 

[dropcap]O[/dropcap] Supremo Tribunal Popular da China aceitou o pedido de falência da empresa proprietária do empreendimento Guang Bo Hui (GBH), a Jiangmen Teda Real Estate Development. Segundo a informação que fez a manchete do Ou Mun Iat Pou, desde o dia 15 deste mês que o tribunal começou a aceitar as queixas dos lesados. Para 26 de Agosto, ficou agendada a primeira conferência em tribunal entre os credores.

As obras do projecto GBH estavam paradas há cerca de dois anos e entre os lesados contam-se cerca de 70 residentes de Macau que, de acordo com os deputados Ella Lei e Leong Sun Iok, investiram 20 milhões de patacas para adquirir lojas e habitações no empreendimento GBH. No entanto, para os legisladores o número poderá ultrapassar os 300 lesados.

Ainda de acordo com a informação de ontem do jornal Ou Mun, as dívidas aos bancos e a outros credores privados superam os 889 milhões de yuan. Foi este montante que levou ao pedido do processo de falência para os credores poderem recuperar o dinheiro emprestado. Além deste problema estrutural, juntaram-se outros como demoras na construção, pagamentos atrasados a fornecedores e várias disputas laborais.

Com dedo local

O lançamento do projecto contou com a presença de Chui Sai On, naquele que foi um empreendimento aproveitado para promover o investimento de capitais de Macau no Interior da China. Contudo, a imagem do Chefe do Governo acabaria por ser utilizada por alguns agentes para promover as vendas, segundo a versão de alguns compradores. Chui Sai On sempre negou qualquer envolvimento com o projecto, porém não é conhecido nenhum processo judicial iniciado pelo Governo no Interior da China.

Recorde-se que a empresa Jiangmen Teda Real Estate Development, responsável pelo empreendimento Guang Bo Hui (GBH), iniciou o procedimento de falência a 25 de Janeiro deste ano, segundo o Supremo Tribunal Popular da China.

De acordo com a informação divulgada na altura, a empresa tem um capital social de 88 milhões de dólares norte-americanos, activos avaliados em 1,68 mil milhões de yuan e uma dívida acumulada de 236 milhões de yuan.

A Jiangmen Teda Real Estate Development conta com capitais de Macau e tem como principal accionista Chan Hac Kim. O empresário nasceu no território, mas mudou-se posteriormente para Jiangmen [Kong Mun, em cantonês]. Contudo, mantém ligações a Macau, com destaque para os cargos de presidente honorário da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau e vice-presidente da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau, de acordo com os portais de ambas as associações.

Fé no continente

A falência da Jiangmen Teda Real Estate Development, proprietária do projecto Guang Bo Hui (GBH) não vai afectar as relações de cooperação entre Macau e Guangdong. A ideia foi deixada ontem pelo director dos Serviços de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional, Mi Jian, após a reunião em que foram assinados nove protocolos de cooperação entre as duas regiões.

Mi Jian destacou ainda as relações próximas entre Macau e Jiangmen, enfatizando que o caso em questão é “individual e específico”, pelo que cabe aos investidores de Macau manterem a “confiança” e serem “corajosos” nos investimentos no continente.

Código Processo Civil | Revisão chega ainda este ano

[dropcap]A[/dropcap] proposta de revisão do Código de Processo Civil deverá entrar na Assembleia Legislativa até ao final do ano e um dos objectivos é acelerar o funcionamento dos tribunais.

A previsão foi deixada ontem por Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça, na AL. “O Governo da RAEM está activamente empenhado nos trabalho de revisão global do Código de Processo Civil, incluindo a revisão dos prazos de actos processuais, da tramitação processual e das situações que provocam o atraso processual”, afirmou a secretária.

“Até agora, o Governo da RAEM já elaborou o projecto da respectiva proposta de lei, que abrange cerca de 300 artigos, e irá concluir o procedimento legislativo interno com a maior brevidade possível, estando previsto apresentar a proposta de lei à Assembleia Legislativa para apreciação ainda este ano”, acrescentou.

IPIM | Revistos 1.200 processos de residência

[dropcap]O[/dropcap] Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) fez uma revisão de cerca de 1.208 processos de autorização de residência temporária até meados deste mês. A revelação foi feita ontem pela presidente da IPIM, Irene Lau.

“A fim de reforçar o trabalho de supervisão, o IPIM destacou internamente funcionários para realizar uma revisão e inspecção abrangente de todos os processos de autorização de residência temporária e, até meados de Maio, foram revistos mais de 1.200 processos”, disse a responsável.

Entre estes casos, Irene Lau apontou que “alguns não tinham qualquer irregularidade” pelo que os pedidos foram renovados.

Em relação aos futuros processo de residência temporária, a presidente do IPIM avisou que Macau precisa de ter em consideração o facto de ser uma região virada para a gastronomia e de estar integrada no projecto da Grande Baía e que as futuras aprovações deverão ter em conta estas políticas. Neste sentido, não está afastada a possibilidade de nos critérios de aprovação as qualificações académicas perderem importância.

Aquando da discussão da mesma interpelação de Ella Lei foi igualmente abordada a questão da importação de trabalhadores não-residentes. Em relação a este aspecto, as respostas foram dadas por Ng Wai Han, directora substituta da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

De acordo com a responsável, foram investigados 30 casos de abuso da importação de trabalhadores não-residentes que resultaram em 107 quotas de TNR canceladas, em espaços como hotéis e restaurantes.

CPTTM | Sulu Sou diz que Shuen Ka Hung levou bofetada do CCAC

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou confrontou o director-geral do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), Shuen Ka Hung, com o recuo face às críticas do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC).

Após um primeiro do relatório do CCAC, o CPTTM foi acusado de ter 16 trabalhadores com ligações familiares de primeiro grau. No entanto, Shuen Ka Hung, num primeiro momento, negou a acusação. O CCAC respondeu com uma actualização da investigação, aumentou o número de familiares contratados de 16 para 21 e criticou a falta de transparência na contratação por parte da entidade com capitais públicos. À segunda, Shuen elogiou o trabalho do organismo liderado por André Cheong.

O mais jovem legislador sublinhou que num primeiro momento, Shuen dizia que os 16 casos “não envolviam irregularidades” e questionou se o director-geral do CPTTM tinha mentido: “Depois do primeiro relatório, o CPTTM mentiu ou não na posição tomada? Depois da segunda divulgação já concorda com as afirmações do CCAC?”, questionou o legislador ligado à Novo Macau. “Parece que levou uma bofetada na cara”, acrescentou.

Na resposta, Sheun apontou em tom de brincadeira que com ele “não havia relações familiares”, mas que não podia garantir que fosse a situação com todos, o que motivou risos de muitos deputados. Seguidamente, afirmou que o relatório do CCAC foi “bom” e que é um “exemplo” para ser seguido. Shuen prometeu ainda que o CPTTM vai começar a publicar online o manual de contratação e que a instituição segue os princípios de imparcialidade e justiça.

Tribunais | Sónia Chan sem solução para pessoas notificadas em língua que não dominam

José Pereira Coutinho perguntou à secretária com a pasta da Justiça se havia intenção de actualizar as leis vigentes para que os tribunais notifiquem as pessoas na língua oficial pedida. Na resposta, Sónia Chan afirmou que mudar a lei é fácil, já a realidade….

 

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho questionou ontem a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, sobre os casos das pessoas que pedem aos tribunais para ser notificadas numa das línguas oficiais, mas recebem respostas no outro idioma, que não dominam.

Segundo o legislador, que abordou a secretária durante o Plenário na Assembleia Legislativa, esta questão faz com que as defesas fiquem prejudicadas quando apenas têm 10 dias para apresentar um recurso. Na resposta, Sónia Chan não avançou com nenhuma solução para o problema e admitiu que não sabia o que iria acontecer caso houve alterações ao decreto-lei 101/99/M, que coloca em igualdade as duas línguas oficiais.

“Quanto à língua utilizada nos tribunais, que eu saiba a língua utilizada nas sentenças depende da escolha do juiz. Acredito que há alguns que utilizam a língua portuguesa e outros a língua chinesa”, começou por realçar. “Eu acredito que depois de haver uma sentença que essa vai ser traduzida para a outra língua e temos de perceber que isso leva algum tempo. Por isso, eu até posso dialogar com os tribunais e alterar a lei actual. Não é difícil. Mas na verdade e na prática se fizermos a alteração, o que vai acontecer depois?”, questionou.

Falta de respeito

Face à ausência de uma resposta mais elaborada, José Pereira Coutinho não insistiu. Mas quando falou na primeira vez no assunto afirmou que os tribunais não respeitam o Decreto-Lei 101/99/M.

O legislador disse ainda que o Governo tem a responsabilidade de corrigir a situação com uma mudança do decreto-lei.

“A defesa pode ter muitas dificuldades nos tribunais quando tem de apresentar um recurso dentro de 10 dias. Apesar da lei 101/99 definir que uma pessoa pode escolher a língua oficial em que é notificada, no sistema judicial este decreto-lei não é assim tão respeitado, porque nem todos obedecem ou respeitam o que lá consta”, acusou. “Quando é apresentado um recurso em língua chinesa, as respostas são recebidas em português e vice-versa. Há toda uma necessidade de rever este decreto-lei”, acrescentou.

Foi depois de apontar esta situação que Coutinho pediu acção ao Executivo e perguntou se havia planos para fazer alterações à lei. “O Governo da RAEM tem a responsabilidade e obrigação de responder às pessoas. O que pensa deste decreto-lei e vai ou não fazer alguma coisa para responder aos pedidos das pessoas [para serem notificadas na língua que dominam]?”, questionou.

A questão não é nova e no passado já houve queixas de advogados e de arguidos sobre esta situação.

Polícia quer colocar videovigilância própria dentro dos casinos

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades estão a considerar instalar câmaras de segurança públicas dentro dos casinos com os novos contratos de concessão do jogos. O cenário foi admitido pelo Adjunto do Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Mui San Meng, depois de ter sido interpelado pelos deputados ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) para o aumento da criminalidade nos casinos.

“Em relação às câmaras com reconhecimento facial, como o secretário recentemente disse, a lei da videovigilância só permite a instalação em espaços públicos. Dificilmente podemos instalar câmaras em lugares privados”, começou por sublinhar Mui San Meng. “Mas na nova ronda de atribuição das concessões podemos considerar introduzir nas exigências condições para este efeito”, acrescentou.

Ainda em relação à videovigilância, Mui San Meng revelou que até 2023 vão ser instaladas mais 980 câmaras de CCTV, no âmbito do Sistema “Olhos no Céu”. Este número vai fazer com que nesse ano o número de câmaras no território chegue às 2.600 o que vai fazer com exista uma câmara para cada 258 habitantes, segundo os números da população no primeiro trimestre deste ano.

Entre estas, 820 já estão instaladas e dizem respeito às primeiras três fases do programa. Outras 800 estão actualmente a ser montadas e dizem respeito à 4.ª fase, que deverá ficar concluída até Março de 2020.

Custos tabu

A 5.ª fase, que ainda está a ser planeada, deve comportar a instalação de 300 câmaras “em locais de grande concentração”, como zonas circundantes a escolas e paragens de táxis. Finalmente a 6.ª fase envolve 680 câmaras e visa estender os olhos das autoridades às zonas circundantes das instalações recreativas e desportivas ou estabelecimentos públicos com grande concentração de pessoas. Estas são as fases mais recentes anunciadas e devem ficar concluídas em 2022 e 2023.
Mui San Meng, que esteve a representar a secretaria para a Segurança, foi ainda questionado sobre o orçamento do sistema, mas em relação a esse assunto não disse uma única palavra.

Grande Baía | Assinados nove protocolos de cooperação ente Macau e Guangdong

Acelerar o trabalho de cooperação entre Macau e a província de Guangdong foi o objectivo da assinatura, ontem, de nove acordos entre as duas regiões. Macau e Guangdong vão colaborar em aspectos como a defesa da propriedade intelectual e a construção das comportas do Porto Interior

 

[dropcap]F[/dropcap]oram nove os protocolos ontem assinados entre os Governos de Macau e de Guangdong com o objectivo de “impulsionar a cooperação entre as duas regiões” dentro do projecto de cooperação inter-regional da Grande Baía.

Do encontro presidido pelo Chefe do Executivo local, Chui Sai On, e o Governador da província de Guangdong, Ma Xingrui, entre os acordos assinados destaca-se a cooperação na questão dos direitos de propriedade intelectual. O objectivo é “atingir uma melhor protecção da propriedade intelectual , bem como uma maior partilha de recursos”, aponta uma nota à comunicação social.

Acerca desta matéria, o Director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Mi Jian, admitiu que se trata de um assunto complexo, salvaguardando que o trabalho realizado em Macau tem sido feito em conformidade com as normas internacionais. “O Governo da RAEM tem prestado muita atenção aos problemas que envolvem a propriedade intelectual. Macau e as cidades da Grande Baía vão trabalhar no sentido de se articularem com os padrões internacionais e em Macau já temos padrões idênticos aos exigidos internacionalmente”, disse aos jornalistas no final do encontro de ontem. Por outro lado, e dentro do quadro da Grande Baía, “este é também um dos aspectos que temos de desenvolver e promover”, apontou.

Comportas técnicas

Já o projecto de construção de comportas no Porto Interior, a Barragem das Marés, também teve direito a um acordo no quadro de cooperação entre Macau e Guangdong, com promessas de reforço na comunicação e coordenação de trabalhos.

No entanto, as obras que podem dar origem à estrutura de prevenção de cheias nesta zona de Macau não têm ainda qualquer calendarização. “Temos os acordos assinados mas em relação a calendário estamos à espera que os serviços competentes divulguem informação”, disse. A razão, apontou o responsável, deve-se à tecnicidade do projecto.

Acordos variados

Da reunião resultou ainda a assinatura de acordos que abrangem a promoção da diversificação económica do território, o acelerar das construção do polo da Grande Baía constituído por Macau e Zhuhai através da colaboração destas regiões na construção do parque de inovação tecnológica na Ilha da Montanha, o financiamento mútuo de projectos de investigação e o reforço na área florestal entre as duas regiões com a promoção da plantação de árvores e construção de espaços verdes.

A promoção da higiene sanitária está presente num acordo que envolve os Serviços de Saúde e que pretende “elevar as resposta dos serviços médicos” nesta área. Houve ainda espaço para o reforço do intercâmbio entre os jovens das duas regiões e para a cooperação entre os serviços de estatísticas a pensar nos censos do próximo ano.

No calendário

O novo posto fronteiriço de Qingmao, na Ilha Verde, pode entrar em funcionamento para a circulação de pessoas ainda este ano. A ideia foi deixada ontem pelo Director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Mi Jian, no final do encontro entre Macau e Guangdong para discutir questões de cooperação entre as regiões. “Estamos a fazer esforços para que o posto fronteiriço possa deixar passar pessoas até ao final do ano. Só pessoas”, apontou o responsável. Já no que respeita à circulação de veículos e mercadorias, o calendário ainda não está definido, acrescentou Mi Jian.

Eleições europeias | PS venceu em Portugal, mas abstenção marcou acto eleitoral

Os distritos portugueses ficaram cor-de-rosa este domingo aquando da ida dos eleitores às urnas para eleger os deputados ao Parlamento Europeu, mas a abstenção, uma das mais elevadas dentro da União Europeia, trouxe um travo agridoce a todos os partidos

 

Com agência Lusa 

[dropcap]P[/dropcap]ela terceira vez, um partido político português que está no Governo conseguiu vencer umas eleições europeias. Este domingo, o Partido Socialista (PS) obteve 33,4 por cento dos votos face aos 21,9 por cento do PPD/PSD, estando previsto que o partido vencedor deverá colocar nove deputados no Parlamento Europeu. A grande novidade da noite eleitoral foi o Bloco de Esquerda (BE), que ficou em terceiro lugar nas escolhas de voto dos portugueses, com 9,8 por cento.

“A nossa prioridade é assegurar a eleição do candidato do PS europeu para presidente da Comissão Europeia”, disse António Costa, primeiro-ministro português e secretário-geral do partido. “Estas eleições significam um voto de confiança no PS. É evidente que houve uma derrota muito clara do PSD e do CDS. Têm sido raras as vezes que o partido que está no Governo vence europeias”, lembrou.

No caso do PSD, Paulo Rangel, cabeça de lista às europeias, vai para Estrasburgo, mas diz que o partido falhou os seus objectivos, pois não elegeu mais um eurodeputado além dos já existentes.

“A criação de novos partidos e alguma turbulência interna” foram os motivos apontados por Rangel para o desaire eleitoral. “O PSD manterá a sua representação no PE, aumentou o seu peso eleitoral mas isso não se traduziu na eleição de mais um eurodeputado”, acrescentou, referindo a diferença de dez pontos percentuais face ao PS. “É uma diferença grande e por isso disse que não cumpri os objectivos”, adiantou em conferência de imprensa na noite de domingo. Marisa Matias, cabeça de lista do BE às europeias, falou de uma derrota da direita e de um aumento da força política do partido no país.

Tiago Pereira, ex-coordenador do PS em Macau, defendeu que “a vitória do PS é indicativa de um consenso na sociedade portuguesa quanto ao Governo actual”.

O PS “não só ganhou, como o fez com uma grande margem. Infelizmente as campanhas não se centraram naquilo que estava em discussão: a União Europeia. É um problema antigo. Dizer que o PS venceu por causa das ideias e da sua visão para o futuro do projecto europeu seria pura ilusão. De assinalar também o bom desempenho do Bloco de Esquerda nestas eleições”, acrescentou.

O CDS-PP teve um dos seus piores resultados e ficou atrás do BE e da PCP, mas leva Nuno Melo para Estrasburgo. O PAN – Partido Animais Natureza, foi a grande surpresa da noite ao conseguiu eleger, pela primeira vez, um deputado. A Coligação PCP-PEV acabou afinal por eleger um segundo deputado.

Ai a abstenção

Vitórias à parte, a participação nas eleições europeias de domingo em Portugal ficou pelos 31,01 por cento, sendo a sexta pior taxa da UE e bastante abaixo da média comunitária, que foi de 50,82 por cento, a maior em 20 anos. Segundo dados provisórios relativos à participação por país divulgados ontem de manhã pelo Parlamento Europeu, a pior taxa dos 28 Estados-membros registou-se na Eslováquia (22,74%), seguindo-se a Eslovénia (28,29%) e a República Checa (28,72%).

Assunção Cristas, líder do CDS-PP, falou da abstenção como “o maior obstáculo” a uma possível vitória, enquanto que Rangel defendeu a reflexão de todos. “É de lamentar a abstenção maciça e que nos obriga a todos, media, cidadãos e responsáveis políticos a fazer uma reflexão”, concluiu.

“Com os resultados de inscritos e votantes já disponíveis (177.356 inscritos e 1.447 votantes) dos consulados que têm suspenso o apuramento por estarem a aguardar, para apuramento, os votos de mesas com menos de 100 eleitores, é possível concluir pela certeza da distribuição dos mandatos a atribuir na plataforma às candidaturas: PS-Partido Socialista: 9 (nove) mandatos; PPD/PSD – Partido Social Democrata 6 (seis) mandatos; B.E. – Bloco de Esquerda 2 (dois) mandatos; PCP-PEV – CDU Coligação Democrática Unitária 2 (dois) mandatos CDS/PP – CDS-Partido Popular 1 (um) mandato; PAN-PESSOAS-ANIMAIS-NATUREZA 1 (um) mandato”, lê-se no portal do Ministério da Administração Interna que acompanha os dados do escrutínio.

 

 

Na Europa, partidos tradicionais perdem terreno. Nacionalistas e verdes crescem

O fim do domínio pelos dois principais grupos políticos europeus de centro-direita e centro-esquerda, com uma subida expressiva dos ambientalistas e ganhos, embora menores do que o esperado, dos nacionalistas, marcaram as eleições europeias de domingo. As duas grandes famílias políticas do Parlamento Europeu (PE), o Partido Popular Europeu (PPE) e os Socialistas & Democratas (S&D), perderam a maioria que detinham há décadas no parlamento europeu.

O PPE mantém-se como a principal força política europeia, com 178 eurodeputados, mas perde 39 lugares no hemiciclo, e o S&D continua a ser a segunda, com 152 deputados, menos 35 que na actual legislatura, segundo uma projecção do PE baseada em resultados oficiais e provisórios em 22 países e em estimativas nos restantes seis.

A Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (ALDE) torna-se, de forma destacada, a terceira força política no PE, com 108 eurodeputados, um crescimento de 40 eurodeputados que passa pela integração do francês En Marche, enquanto os Verdes europeus ganham 15 assentos, para ser o quarto grupo político, com um total de 67 representantes. Segundo dados ainda provisórios, os eurocépticos deverão somar 172 eurodeputados, mais 17 que na actual assembleia, mas distribuídos por três grupos políticos diferentes.

Vitória de Le Pen

A União Nacional, partido de Marine Le Pen, voltou a vencer as europeias em França. Já Matteo Salvini, segundo as sondagens à boca das urnas, ficou aquém do esperado, embora se afirme claramente como principal partido de Itália.

No Reino Unido realizou-se uma eleição “a contra-gosto” por incapacidade para concluir o processo do ‘Brexit’, tendo ocorrido uma vitória expressiva do Partido Brexit, de Nigel Farage, o enfraquecimento dos Trabalhistas e o quase desaparecimento dos Conservadores, relegados para quinto lugar.

Também a Alemanha, onde os eleitores castigaram os partidos da grande coligação – a União Democrata-Cristã (CDU) de Angela Merkel e o Partido Social-Democrata (SPD) -, fazendo os Verdes duplicar a sua votação, para 20 por cento, e subir a segundo partido mais votado e mantendo a extrema-direita eurocéptica da Alternativa para a Alemanha (AfD) com uma votação de cerca de 10 por cento.

Tiago Pereira destaca o facto de “os partidos populistas e eurocépticos terem tido resultados abaixo do que se esperava”, além do fim desse posicionamento do PPE e do PSE. “O parlamento está mais fragmentado, mas não deixa de existir uma maioria liberal. Isso obrigará a um esforço maior de diálogo entre as diferentes cores políticas. Estes resultados também mostram que questões como as alterações climáticas serão cada vez mais importantes. No global, os resultados foram positivos”, disse ao HM.

Europeias | Socialistas vencem na China, mas não têm votos na Tailândia

[dropcap]N[/dropcap]a China confirmaram-se os resultados registados em Portugal nas eleições europeias: o PS venceu com 37,5 por cento dos votos, sendo que apenas nove pessoas votaram neste partido, enquanto que o PPD/PSD ficou como segunda força política, com 25 por cento e apenas seis votos. O BE ficou em terceiro lugar com 12,5 por cento e três votos, enquanto que o CDS-PP registou 8,33 por cento dos votos.

Em Pequim, o PS também ficou à frente com 28,5 por cento dos votos, mas o BE roubou o segundo lugar ao PSD, ao conseguir 21,4 por cento dos votos. O CDS-PP ficou em terceiro lugar com 14,29 por cento. No caso de Xangai, os votos encaminharam-se apenas para o PS e PSD, sendo que o primeiro ficou à frente com 50 por cento. Cada partido ganhou cinco votos, sendo que não houve mais votos para os restantes candidatos.

No que diz respeito aos restantes países da Ásia, houve oscilações entre o PS e PSD, apesar de ainda não estarem contabilizados os votos da Coreia do Sul. No Japão, o PSD e PS empataram com 25 por cento dos votos, tendo o BE sido a terceira força política, com 16,6 por cento. Na Indonésia votaram apenas três pessoas de um total de 102 recenseados, sendo que o PAN, PSD e PS ganharam os votos.

Na Tailândia, onde votaram apenas dez pessoas, o PS não recebeu qualquer voto, tendo o PSD ficado à frente com 30 por cento, o CDS-PP em segundo lugar com 20 por cento e o Aliança, de Pedro Santana Lopes, com dez por cento e um voto, tal como o PAN e o BE.

Em Timor-Leste o PSD ficou à frente com 31,37 por cento dos votos, seguindo-se o PS com 29,4 por cento. O CDS-PP foi a terceira força política com 9,8 por cento. No total, votaram 51 pessoas no país. Em Singapura votaram 76 eleitores, que deram a vitória ao PSD, que registou 21 por cento dos votos.

Eleições europeias | Resultados ainda provisórios dão vitória histórica ao PS

Dados ainda provisórios mostram que os portugueses em Macau votaram mais no Partido Socialista nas eleições para o Parlamento Europeu, um resultado que se verificou também na China. Tiago Pereira, ex-coordenador da secção do partido no território, mostra-se surpreendido com o resultado inédito. Ana Catarina Mendes, número dois do PS, falou dos votos representativos das comunidades portuguesas

 

 

[dropcap]T[/dropcap]ratando-se de um território onde habitualmente sempre se votou à direita, Macau mostrou ontem uma ligeira viragem à esquerda no que diz respeito às eleições para o Parlamento Europeu. Acompanhando a tendência em Portugal, os portugueses em Macau votaram mais no Partido Socialista (PS), de acordo com resultados já apurados, mas que ainda não são finais.

O PS recebeu um total de 126 votos, sendo que o PPD/PSD foi a segunda força política, com 99 votos, enquanto o Bloco de Esquerda (BE) contou com 55 votos. Em quarto lugar ficou o CDS-PP, com 37 votos, seguindo-se o Nós! Cidadãos, com 31 votos. Seguiu-se o PAN – Partido Animais Natureza com 29 votos e o Livre, do historiador Rui Tavares, com 28 votos.

Em declarações ao HM, Tiago Pereira, ex-coordenador da secção do PS em Macau, mostrou-se surpreendido com estes resultados históricos. “A confirmar-se, julgo que é a primeira vez que o PS vence eleições em Macau. É um marco importante e significativo, que naturalmente deixou todos os socialistas de Macau muito satisfeitos. Também de assinalar que o número de votos cresceu muito em comparação com 2014. Foram resultados muito positivos.”

Ana Catarina Mendes, número dois do PS, falou no domingo quando as sondagens já davam conta da vitória do partido, tendo destacado os votos no partido por parte das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

“É uma clara vitória do PS e uma clara derrota da direita. Isso diz bem da campanha que o PS fez ao longo destes seis meses e daquilo que são as nossas respostas para a Europa e da confiança que os portugueses têm hoje no PS”, apontou.

O HM tentou chegar à fala com José Rocha Diniz, actual coordenador da secção do PS em Macau, mas não foi possível estabelecer contacto. Também foi feita uma tentativa de contacto com Vitório Rosário Cardoso, coordenador da secção do PSD em Macau, mas este recusou comentar os resultados das eleições. “Em matérias políticas internas de Portugal só lidamos com os meios de comunicação portugueses”, disse apenas.

Apesar do bom resultado do PS no território, Arnaldo Gonçalves, residente em Macau há vários anos e militante do PSD, afasta o cenário de uma mudança de tendência. “Dos 664 que votaram, 19 por cento votaram PS, acompanha a tendência nacional, e 20 por cento votaram no PSD e CDS.

A esquerda mais radical representada pelo PAN, BE e Livre tiveram 16 por cento. PS e PSD-CDS afirmaram-se como os blocos políticos que alternam na preferência dos eleitores de Macau.”

Contudo, “o voto maioritário no PS é idêntico ao que teve Mário Soares nas presidenciais de 1986 e 1991 e ao que creio – cito de memória – voto em José Sócrates nas eleições legislativas de 2005. Ou seja, o eleitorado de Macau tem votado tradicionalmente no centro-direita, salvo aquelas excepções. Será uma mudança significativa nessa tendência? Não creio”, acrescentou.

Abstenção em grande

O que mais saltou à vista nestas eleições foi a elevada abstenção. Em Portugal rondou os 70 por cento, uma das mais elevadas da União Europeia, e que marcou os discursos políticos da vitória e da derrota. Em Macau, onde a abstenção sempre foi elevada, o cenário não se alterou. De um universo de 71.142 pessoas recenseadas votaram apenas 664 eleitores, o que mostra que a taxa de participação foi inferior a um por cento, ou seja, uma abstenção acima de 99 por cento.

Para Arnaldo Gonçalves, “os eleitores não se sentiram mobilizados por uma eleição que crêem não ter impacto na sua vida”. O analista político prefere fazer as contas sem os portadores de passaporte português que apenas são falantes de chinês.

“A taxa de abstenção foi de 99 por cento em termos numéricos pelas razões da majoração do número de votantes em razão dos eleitores chineses que constam dos cadernos eleitorais e têm dupla nacionalidade. Mas se fizermos um exercício de redução do número de eleitores aos de cultura e língua portuguesa teremos ainda assim uma percentagem de 91.75 por cento de abstenção. O que quer dizer um desinteresse significativo dos residentes portugueses em Macau pelas eleições em Portugal, o que diz muito do distanciamento da comunidade ao país de origem.”

Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM) diz que o maior número de jovens no território poderá ter contribuído para um maior número de votos, mas não ignorou o facto da abstenção ter continuado elevada.

“Aqui a abstenção será inevitavelmente muito alta, sempre. Porque temos muitos recenseados de língua materna chinesa que não estão vocacionados nem esclarecidos para votar.”

Ainda assim, Amélia António nota um desinteresse natural pela política portuguesa, uma vez que, em Macau, “há muita gente que não lê os jornais e não vê televisão, e nem se lembrava que havia eleições”. Além disso, o sistema tem vindo a causar um profundo desinteresse das pessoas pela política portuguesa, notou.

“Os debates eleitorais andam muito à volta das tricas políticas, os partidos estão demasiado longe do eleitorado. Não me parece que seja com grandes comícios (que o cenário muda). As pessoas precisam de sentir que aqueles vão eleger ou que elegeram se preocupam com os problemas reais, e isso acontece muito pouco”, frisou.

Para a presidente da CPM, o problema começa logo na formação das listas de candidatos. “Os partidos organizam as listas que lhes dá jeito, mas na maioria dos casos essas pessoas não têm ligação nenhuma com o eleitorado que os elege. Os deputados da Assembleia da República, em Portugal, são eleitos pelos círculos mas não têm ligação nenhuma a esses locais e não se interessam pelos problemas dessas pessoas. E há queixas sistemáticas. Acho que foi havendo uma degradação muito grande da vida política que leva a esta abstenção. As pessoas reagem virando as costas.”

Hong Kong | Protestos assinalam 30 anos de Tianamnen

[dropcap]M[/dropcap]ais de duas mil pessoas participaram ontem numa marcha em Hong Kong, para recordar os 30 anos do massacre na Praça de Tiananmen, em Pequim, que matou milhares de estudantes que participavam num protesto pró-democracia.

As iniciativas que assinalam o massacre são estritamente proibidas na China continental, mas, em Hong Kong, um grupo de manifestantes quis evocar os acontecimentos de 1989, para que ninguém os esqueça.

Ontem, milhares manifestaram-se nas ruas usando guarda-chuvas amarelos com o ‘slogan’ “Apoie a liberdade, oponha-se às leis do mal”.

Outros carregaram um caixão preto e houve ainda quem empurrasse cruzes brancas com rodas e os números 6 e 4, numa alusão ao dia e mês do massacre: 4 de Junho de 1989.

Entre 15 de Abril e 4 de Junho de 1989, estudantes e jovens intelectuais chineses usaram a Praça Tiananmen como palco de contestação ao governo, que consideravam demasiado repressivo e corrupto.

Os protestos terminaram a 4 de Junho de 1989, depois de os líderes do Partido Comunista da China terem ordenado aos militares que retomassem a Praça Tiananmen.

O ataque, ocorrido na noite de 3 para 4 de Junho de 1989, provocou centenas a milhares de vítimas entre os manifestantes, conforme os números que foram publicados pela imprensa internacional da época, os divulgados pela Cruz Vermelha e os anunciados pelos sobreviventes.

Zheng Zhilong colabora com Macau

[dropcap]C[/dropcap]om a chegada da Dinastia Qing ao trono da China, Macau apoiou militarmente as forças de resistência Ming, mas em Beijing, junto ao manchu Imperador Chunzhi, tinha os jesuítas, pertencentes ao Padroado português, como um forte aliado a interceder por ela.

Tal facto permitiu aos portugueses a manutenção de Macau, servindo para manter aberto ao exterior o comércio da China, pois este estava controlado pelos piratas, pretendentes a restaurar a deposta Dinastia Ming, que varriam toda a costa chinesa. Era o caso de Zheng Sen (1624-83), nascido no Japão em 1624 de mãe japonesa e conhecido pelos europeus por Koxinga. O seu pai, Zheng Zhilong (1604-61) nascido a 16 de Abril de 1604 era natural de Nanan, Quanzhou em Fujian e com 18 anos veio para Macau onde foi convertido e baptizado católico com o nome de Nicolau Gaspar, apesar de nos Arquivos de Macau aparecer Gaspar Nicolau. Reconhecendo o bom dinheiro que se fazia no comercializar, Nicolau regressou a Fujian e colocou-se ao serviço de Li Han, um rico comerciante chinês com negócios no Japão, China e Taiwan. No Japão juntou-se a uma japonesa de apelido Tagawa e dessa relação nasceram o filho Zheng Sen (nome que em 1645 mudou para Zheng Chenggong) e a filha Úrsula de Vargas.

Em 1624 os holandeses tomaram o Sul de Taiwan e Iquan, nome dado por estes a Zheng Zhilong, por saber português, na altura a língua do trato, foi aí colocado pelo seu chefe como intérprete a trabalhar na Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC). Para Taiwan mudou os seus negócios e juntou-se ao pirata Yan Siqi quando a VOC começou a colocar fora da ilha quem lhe fazia frente. Os holandeses tentaram ainda usá-lo para lutar contra os espanhóis em Manila, mas ele em 1625 abandonou o trabalho de tradutor após a morte do seu chefe Li Han. Em Agosto desse mesmo ano herdou os navios e a riqueza deste e assim engrossando o grupo, tornou-o independente e fundou o Shi Ba Zhi. Dotado de grande coragem e ambicionando mais riquezas, o temido pirata comandava 400 juncos, passando a só reconhecer o nome de Zheng Zhilong. Para base usou Taiwan entre 1626 e 1628 de onde atacava as costas de Guangdong e Fujian, colocando aí grandes problemas à dinastia Ming. “Engrossada a sua armada acabaria por controlar todo o comércio estrangeiro da China, hábil intermédio, os seus interesses findariam por servir igualmente os nossos e os dos outros estrangeiros, desde os espanhóis das Filipinas aos holandeses da Batávia”, segundo Almerindo Lessa. Apenas roubava e raptava governantes e ricos negociantes, mas tratava bem o resto da população, ajudando mesmo os mais carenciados, levando as pessoas a acreditarem mais nele do que no Governo Ming.

Em fins de 1627 a frota contava já com mais de mil barcos, tendo-se apoderado de Amoy (mais tarde chamada Xiamen) de onde dominava a costa desde o Changjiang (Rio Longo, ou Yangtzé) a Zhujiang (Rio da Pérola). Com um mar infestado de piratas, o Imperador Chongzhen (1628-44) percebendo a força naval de Zhilong, não tendo como combatê-la, resolveu em 1628 nomeá-lo mandarim, tornando-o general comandante da frota imperial na costa de Fujian. Ficou com a função de limpar os mares de outros piratas, o que aceitou, estabelecendo em Amoy o quartel-general.

Quando no Japão em 1639 os cristãos portugueses foram expulsos, a sua filha aí nascida e baptizada, com eles fugiu para Macau e ao saber de tal, Zheng Zhilong enviou recado aos portugueses para lha mandarem. Mas estes não atenderam às pretensões e nem mesmo as terríveis ameaças lançadas sobre cercar Macau com a sua esquadra demoveram os portugueses da decisão. Em Macau, Úrsula de Vargas casou-se em 1642 com o macaense António Rodrigues, filho de Manuel Belo, e foram depois todos viver para Anhai (Amoy) muito devido à grande fome que grassava em Macau e aos distúrbios provocados pelas decisões do capitão da cidade, D. Sebastião Lobo da Silveira, que levaram à revolta dos habitantes divididos quanto à prisão dos espanhóis.

Na cidade de Anhai, o mandarim Zheng Zhilong tinha uma companhia de 300 soldados negros, cristãos com suas mulheres e filhos que recolheu de Macau e outras partes, sendo capitão um negro de bom talento e razão chamado Luís de Matos e uma vez por ano contavam com a vinda do jesuíta Pedro Canavari para tratar das coisas do espírito.

A 12 de Julho de 1644, numa assembleia do Senado os comerciantes de Macau desesperados sem cabedais, pois estavam há anos impedidos de ir ao Japão vender as suas mercadorias, aproveitaram as fazendas que desde 1641 tinham armazenadas a degradar-se e resolveram confiá-las a Zheng Zhilong, para este corsário amigo as ir vender no Japão. Assim foram transportadas para Nagasáqui à consignação as fazendas dos macaenses, voltando a prata a entrar em Macau, repetindo-se a viagem no ano seguinte. Gonçalo Mesquitela refere, “O contrato feito com os macaenses para esta ida ao Japão, foi cobrando os fretes a estes. Deus foi servido que a nau foi e voltou, tão rica que prosperou Macau em grande parte. A viagem repetiu-se nos anos seguintes e sempre com bons resultados. Iquan cumpriu sempre a sua parte nos contratos, mantendo-se temido corsário e poderoso aliado dos macaenses.”

Quando a nómada Dinastia Ming do Sul se deslocou para Fujian em 1645, Zheng Zhilong, em conjunto com Huang Daozhou, ajudou Zhu Yujian, o Príncipe de Tang, a tornar-se o Imperador Long Wu. Mas no Verão de 1646, o exército Qing atacou e Zheng Zhilong rendeu-se. Long Wu refugiou-se em Tingzhou, onde a 6 de Outubro foi capturado e executado.

Os manchus compraram com um cargo Zheng Zhilong e “para se livrar da sua formidável frota, os manchus lisonjearam-no com a promessa de o tornarem rei de Foquien (Fujian) e Kung-tung (Guangdong). A sua ambição, no entanto era maior: Ching Chi Lung aspirava ao trono dos Mings, o que significava passar por cima dos próprios manchus. Mas, em vez de os suplantar em astúcia, foi ele próprio ludibriado, tendo sido atraído a Pequim onde o imperador manchu o mandou atirar numa masmorra”, segundo Montalto de Jesus. O Padre Manuel Teixeira adita, ter seguido com ele Manuel Belo, pai de António Rodrigues, que aí ficou dois anos, mas refere ter sido Zhilong “preso traiçoeiramente pelos manchus em Amoy. Os escravos opuseram tenaz resistência, sendo mortos uns cem no combate e os restantes colocaram-se ao serviço dos manchus em Cantão, onde muito se distinguiram no cerco de 1647.”

Levado a ferros para Beijing com a família, onde o mantiveram preso, procuraram atrair o filho, Zheng Chenggong, que recusou abandonar os Ming e com outros que o seguiram do grupo do pai desde 1646 governava as costas de Fujian. Este, derrotado no estuário do Rio Yangtzé em 1659, voltou a Fujian e à frente de 25 mil pessoas partiu para Taiwan, onde após um cerco de nove meses tomou em Abril de 1661 a ilha aos holandeses.
Zheng Zhilong foi morto em Beijing em 1661 ou 1662.

Brasil é parceiro no processo de multipolarização mundial, diz Xi Jinping

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou sexta-feira que tanto a China quanto o Brasil, os maiores países em desenvolvimento do oriente e do ocidente, são “duas importantes forças no processo de multipolarização mundial”.

O líder chinês falava no final de um encontro com o vice-Presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que se encontra em visita oficial à China desde a passada quarta-feira, dia 22 de Maio, precisamente numa altura em que em que assume particular relevância o momento de tensão, económica, entre Pequim e Washington, representante, segundo o gigante asiático, de um mundo unipolar.

“O respeito, a confiança e o apoio mútuo servirão para converter a relação entre a China e o Brasil num modelo de solidariedade e cooperação entre os dois países em desenvolvimento, e numa força importante para promover a paz e o desenvolvimento mundiais”, considerou Xi Jinping, citado, segundo a Efe, pela televisão estatal CCTV.

Para Xi Jinping, ambos os países “são importantes mercados emergentes” com “um grande potencial para o desenvolvimento”, pelo que o chefe de Estado chinês convidou o Brasil a participar na iniciativa chinesa de construção de infraestruturas, denominada “Nova rota da seda”.
Hamilton Mourão afirmou, em relação a este tema, que “o Brasil está disposto a promover a convergência dos seus planos de associação em matéria de investimentos com a iniciativa [da Nova rota da seda]”, assim como a alargá-los à cooperação em matéria de comércio, ciência e tecnologia e inovação.

O vice-Presidente brasileiro sublinhou o que, na sua opinião, é uma “importante contribuição da China para a promoção do crescimento económico mundial”, ao mesmo tempo que considerou o país asiático como “um parceiro estratégico fiável e de confiança” e convidou Pequim a aumentar o investimento directo no Brasil, um dos objectivos da visita oficial que terminou sexta-feira.

Pesos na balança

A visita de Hamilton Mourão serviu ainda para preparar a deslocação oficial à China do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no segundo semestre deste ano.

Antes de ser recebido por Xi Jinping, Mourão reuniu-se com vários empresários chineses, entre os quais o vice-presidente e engenheiro-chefe da China Communication and Construction Company (CCCC), Sun Ziyu, e o presidente do conselho de supervisão e do conselho fiscal da empresa da gigante tecnológica Huawei, Li Jie.

A visita de Mourão permitiu a Pequim reforçar garantias às suas alianças com as economias emergentes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), num momento de desencontro com os Estados Unidos.

Neste contexto, um enviado de alto nível de Xi Jinping assistiu sábado, em Pretória, à tomada de posse do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e prevê-se que o próprio chefe de Estado chinês visite o Brasil em Novembro, data em que decorrerá a cimeira dos BRICS em Brasília.

A China é desde 2009 o principal parceiro comercial do Brasil, O volume de negócios na balança comercial entre ambos os países alcançou os 98.900 milhões de dólares no ano passado, de acordo com dados oficiais.

USJ | Finalistas do curso de Comunicação e Media mostram trabalhos

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Emotion” e é o nome da nova exposição dos alunos finalistas do curso de licenciatura em Comunicação e Media da Universidade de São José (USJ). De acordo com um comunicado, a exposição visa mostrar trabalhos multimédia e será inaugurada no próximo dia 29, pelas 18 horas, na Galeria de Exposições Kent Wong, situada na USJ.

A secção de vídeos será apresentada no Auditório Nossa Senhora de Fátima, na USJ, a partir das 19 horas do mesmo dia. “Emotion” tenta abranger o tema dos sentimentos intuitivos interpretados pela fotografia e produção de vídeo. A exibição vai estar patente até ao dia 10 de Junho de 2019.

Os principais temas das obras centram-se no desejo, morte, representações abstractas da vida e conexões humanas, entre outros. “A exposição de fotografia mostra a visão criativa dos alunos na captação de imagens, adicionando mais profundidade aos seus trabalhos através da manipulação de fotos e tratamento técnico”, considera a USJ, enquanto que “a instalação de vídeos mostrará uma série de documentários de curta metragem que abordam assuntos envolvendo a psique humana, incluindo a interacção interpessoal com a comunidade e as novas tecnologias”.