Kiang Wu | Enfermeiros denunciam falta de máscaras e pressões João Santos Filipe - 10 Fev 2020 Em carta aberta, um grupo de enfermeiros revela que nem todos os trabalhadores têm direito a máscaras e que os equipamentos de protecção não são adequados. Porém, para a família de um paciente “VIP” a direcção distribuiu as máscaras com o padrão mais elevado de segurança, afirmam [dropcap]U[/dropcap]m grupo de enfermeiros do Hospital Kiang Wu queixa-se da falta de distribuição de máscaras a todos os trabalhadores e ainda dos baixos padrões de protecção dos materiais repartidos na unidade. A revelação foi divulgada na sexta-feira numa carta aberta. A questão das máscaras é uma das mais focadas no documento com oito pontos, devido ao facto de ao pessoal da linha da frente, assim como a médicos e enfermeiros, não terem sido distribuídas máscaras do tipo de cirurgia. Segundo o documento, apenas houve distribuição de máscaras que protegem de alergias e pós, mas incapazes de impedir transmissão de vírus. Por outro lado, o grupo queixa-se de que para quem trabalha no departamento das doenças respiratórias nem sequer houve distribuição de máscaras. “Os trabalhadores do departamento de doenças respiratórias não podem pedir equipamentos de protecção, quando lidam com doentes com tosse e expectoração. Em que condições é que a direcção do Hospital Kiang Wu considera que se deve utilizar máscaras?”, é perguntado. Se, por um lado, aos trabalhadores não são disponibilizadas máscaras com elevado grau de protecção, o mesmo não acontece com as famílias dos pacientes. Segundo o relato constante no documento, toda a família de um paciente definido como “VIP”, que está internado no hospital, recebeu máscaras de cirurgia, ou seja, das que não estão disponíveis para o pessoal da linha da frente. Outra das questões mencionadas, tem que ver com o isolamento dos trabalhadores que estiveram em contacto com a pessoa que foi confirmada como o oitavo caso do coronavírus de Wuhan em Macau. Segundo o documento, houve enfermeiros que estiveram em contacto com o infectado e a quem não foram disponibilizados espaços de isolamento. “Além de haver o risco de terem ficado infectados, ainda têm de lidar com a pressão de poder levar o vírus para casa”, é apontado. Debaixo de fogo De acordo com a missiva, haverá mesmo trabalhadores que estiveram em contacto com a pessoa infectada e que depois regressaram ao trabalho junto de outras pessoas, sem que tivesse havido cuidado de isolamento. Por exemplo, um trabalhador terá tido febre alta depois do contacto, mas acabou integrado junto de outros trabalhadores só porque os testes deram negativo à primeira. O grupo de enfermeiros defende que deveria ter havido um isolamento de 14 dias. Finalmente, com o objectivo de impedir as travessias da fronteira de não-residentes e alguns residentes, o Governo pediu às empresas que fossem disponibilizados locais para os trabalhadores em Macau. O Kiang Wu terá acedido ao pedido, mas está a obrigar os seus trabalhadores a pagar 380 yuan por noite. O Kiang Wu reagiu durante o dia de ontem e reconheceu a “pressão” a que todos os trabalhadores durante a epidemia foram submetidos e prometeu algumas respostas. Contudo, pediu aos trabalhadores que “não criem rumores”. Quando questionado sobre estas críticas, na conferência de imprensa de sábado, Lei Wai Seng, médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário, atacou os trabalhadores e disse que as opiniões deviam ser “construtivas”. O médico que faz parte do centro de prevenção de doenças da RAEM, sustentou ainda que os enfermeiros não deviam ter vindo a público e que deviam ter falado com a administração do hospital, para evitar que as falhas sejam “aproveitadas” por pessoas com “intenção de causar ambiente negativo”. Não ao privado “Caso suspeite que está infectado com o coronavírus deve evitar o sector privado por completo, porque este não consegue oferecer um sistema eficaz de isolamento”. É esta a mensagem do grupo de enfermeiros em que se pede para que as pessoas evitem o Hospital Kiang Wu e vão directamente ao Hospital Conde São Januário. “Quando os pacientes precisam de ser transferidos entre hospitais, há um risco acrescido de infecção para bombeiros, pessoal médico e pacientes que não estão infectados”, é sustentado.
Epidemia | Pacientes devem ter alta nos próximos dias Pedro Arede - 10 Fev 2020 Os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus em Macau deverão ter alta nos próximos dias, confirmaram ontem os Serviços de Saúde. Apesar de não terem sido registados casos nos últimos dias, as autoridades pedem à população, contudo, que se mantenha alerta Com Lusa [dropcap]H[/dropcap]á sinais de esperança, mas o caminho até à normalidade ainda parece ser longo de percorrer. Todos os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus deverão ter alta no decorrer dos próximos dias, anunciou ontem Chang Tam Fei, coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a doença. “Uma paciente já teve alta. Em relação aos outros nove casos confirmados, o estado clínico é bastante estável, a situação é leve e não há nenhuma situação grave. Sinceramente nos próximos dias vamos dar alta hospitalar aos pacientes e, por isso, vão poder sair”, confirmou o responsável. Acrescentando que o estado de “infecção leve” dos pacientes se traduz no facto de já não apresentarem febre, nem revelarem sinais de pneumonia ou dificuldades respiratórias, Chang Tam Fei, referiu que ainda será necessário repetir os testes “para garantir que os resultados são negativos e que a segurança dos cidadãos é assegurada”. “Nos próximos dias vamos anunciando a saída dos pacientes”, rematou. Num tom menos optimista, mas igualmente cauteloso, Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e controlo de Doença alertou para o facto de, apesar de Macau não ter registado qualquer novo caso confirmado de coronavírus nos últimos dias, não é o momento para descurar o nível de vigilância e de cuidado. “Nos últimos dias não tivemos novos casos, mas não fiquem descontraídos porque este novo coronavírus apresenta realmente um elevado nível de transmissibilidade e, por isso, é preciso ficar alerta. Mesmo que por uns dias não tenham existido novos casos, não podemos dizer que vai tudo voltar à normalidade porque, por enquanto, ainda existe um grande surto em todo o mundo. Por isso, esta epidemia poderá não ser tão fácil de ser controlada”, explicou o responsável dos Serviços de Saúde. Confirmando que “a teceira ronda para a aquisição de máscaras vai iniciar-se em breve”, Lam Chong reforçou também que a transmissão por via aérea é o principal modo de contágio do novo tipo de coronavírus. “Verificámos que a principal via de transmissão é pelo ar (…), porque quando nós temos contacto com pessoas cara a cara, o coronavírus pode ser transmitido (…) e, por isso, temos de tomar medidas necessárias para impedir essa transmissão, como por exemplo pedir aos cidadãos para usar máscaras”, sublinhou. Questionado sobre como tem sido a afluência aos serviços de urgência, Chang Tam Fei indicou ainda que a procura diminuiu, de 400 a 500 casos diários, para os actuais 300, sendo que muitos dos casos dizem respeito à gripe sazonal. Segundo os dados revelados ontem pelos SS, nas últimas 24 horas, foram realizados pouco mais de 100 testes no Laboratório de Saúde Pública. Ecos de Macau em Wuhan Em Hubei, revelou ontem Inês Chan por ocasião da mesma conferência de imprensa, permanecem ainda 91 residentes de Macau, entre estudantes e idosos, espalhados tanto em zonas mais remotas daquela província, como em Wuhan. “A maior parte (…) espera voltar o mais rapidamente possível a Macau e o Governo, através de diferentes meios, está a tentar ajudar”, referiu a responsável do departamento de licenciamento e inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau. Enquanto estuda ainda possibilidades de retirar estes residentes, tarefa muitíssimo dificultada no dia de hoje, devido ao “encerramento” dos transportes na região como medida de prevenção contra a propagação do coronavirus, o Governo, refere Inês Chan, confirma ainda existirem relatos de falta de bens essenciais vindos de Hubei. “Já estamos em contacto com os residentes de Macau em Hubei. Algumas pessoas têm falta de produtos alimentares, outros de bens essenciais e nós estamos a tentar arranjar a melhor forma para os ajudar e fazer o envio dos bens essenciais para que possam ficar lá mais uns dias. Quanto aos projectos de resgate, por enquanto, ainda não podemos fazer nada devido ao fecho dos transportes”, explicou Inês Chan. Já em Macau, continuam 144 pessoas de Hubei que entraram no território ainda em Dezembro. Os SS referiram ainda que, pelo facto de algumas estarem no território há 14 ou mais dias, já foi ultrapassado o período de incubação da doença e, por isso, deixaram de existir existem motivos de preocupação. “Ilibados” do contágio estarão também os quinze residentes de Macau a bordo do cruzeiro World Dream, ancorado em Hong Kong. “Estes residentes de Macau (…) podem voltar a Macau, pois foram declarados como não infectados pelas autoridades de saúde pública de Hong Kong e, por isso, não vão ficar em quarentena. Mas vamos dar-lhes as informações para acompanharem um pouco, por eles próprios, o seu estado de saúde”, partilhou Lam Chong. Menos 15 hotéis Alegando falta de clientes, mais 15 hotéis fecharam portas em Macau. O anúncio foi feito ontem por Inês Chan, dos serviços de Turismo, por ocasião da conferência de impressa diária relativa ao coronavírus, e acontece dias depois de ter sido anunciado o encerramento de sete outros hotéis, incluindo de cinco estrelas: Hotel Legend Palace, Rocks Hotel, Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao. Os 15 estabelecimentos em questão são pensões ou hotéis com menos de três estrelas e representam uma oferta total de 364 quartos. Confrontada com o facto de ser impossível fazer reservas para os próximos dias em alguns hotéis de cinco estrelas, Inês Chan confirmou que a situação se deve à actual falta de recursos humanos, não estando os estabelecimentos hoteleiros obrigados a comunicar tal facto ao gabinete de Turismo.
Epidemia | Pacientes devem ter alta nos próximos dias Pedro Arede - 10 Fev 2020 Os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus em Macau deverão ter alta nos próximos dias, confirmaram ontem os Serviços de Saúde. Apesar de não terem sido registados casos nos últimos dias, as autoridades pedem à população, contudo, que se mantenha alerta Com Lusa [dropcap]H[/dropcap]á sinais de esperança, mas o caminho até à normalidade ainda parece ser longo de percorrer. Todos os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus deverão ter alta no decorrer dos próximos dias, anunciou ontem Chang Tam Fei, coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a doença. “Uma paciente já teve alta. Em relação aos outros nove casos confirmados, o estado clínico é bastante estável, a situação é leve e não há nenhuma situação grave. Sinceramente nos próximos dias vamos dar alta hospitalar aos pacientes e, por isso, vão poder sair”, confirmou o responsável. Acrescentando que o estado de “infecção leve” dos pacientes se traduz no facto de já não apresentarem febre, nem revelarem sinais de pneumonia ou dificuldades respiratórias, Chang Tam Fei, referiu que ainda será necessário repetir os testes “para garantir que os resultados são negativos e que a segurança dos cidadãos é assegurada”. “Nos próximos dias vamos anunciando a saída dos pacientes”, rematou. Num tom menos optimista, mas igualmente cauteloso, Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e controlo de Doença alertou para o facto de, apesar de Macau não ter registado qualquer novo caso confirmado de coronavírus nos últimos dias, não é o momento para descurar o nível de vigilância e de cuidado. “Nos últimos dias não tivemos novos casos, mas não fiquem descontraídos porque este novo coronavírus apresenta realmente um elevado nível de transmissibilidade e, por isso, é preciso ficar alerta. Mesmo que por uns dias não tenham existido novos casos, não podemos dizer que vai tudo voltar à normalidade porque, por enquanto, ainda existe um grande surto em todo o mundo. Por isso, esta epidemia poderá não ser tão fácil de ser controlada”, explicou o responsável dos Serviços de Saúde. Confirmando que “a teceira ronda para a aquisição de máscaras vai iniciar-se em breve”, Lam Chong reforçou também que a transmissão por via aérea é o principal modo de contágio do novo tipo de coronavírus. “Verificámos que a principal via de transmissão é pelo ar (…), porque quando nós temos contacto com pessoas cara a cara, o coronavírus pode ser transmitido (…) e, por isso, temos de tomar medidas necessárias para impedir essa transmissão, como por exemplo pedir aos cidadãos para usar máscaras”, sublinhou. Questionado sobre como tem sido a afluência aos serviços de urgência, Chang Tam Fei indicou ainda que a procura diminuiu, de 400 a 500 casos diários, para os actuais 300, sendo que muitos dos casos dizem respeito à gripe sazonal. Segundo os dados revelados ontem pelos SS, nas últimas 24 horas, foram realizados pouco mais de 100 testes no Laboratório de Saúde Pública. Ecos de Macau em Wuhan Em Hubei, revelou ontem Inês Chan por ocasião da mesma conferência de imprensa, permanecem ainda 91 residentes de Macau, entre estudantes e idosos, espalhados tanto em zonas mais remotas daquela província, como em Wuhan. “A maior parte (…) espera voltar o mais rapidamente possível a Macau e o Governo, através de diferentes meios, está a tentar ajudar”, referiu a responsável do departamento de licenciamento e inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau. Enquanto estuda ainda possibilidades de retirar estes residentes, tarefa muitíssimo dificultada no dia de hoje, devido ao “encerramento” dos transportes na região como medida de prevenção contra a propagação do coronavirus, o Governo, refere Inês Chan, confirma ainda existirem relatos de falta de bens essenciais vindos de Hubei. “Já estamos em contacto com os residentes de Macau em Hubei. Algumas pessoas têm falta de produtos alimentares, outros de bens essenciais e nós estamos a tentar arranjar a melhor forma para os ajudar e fazer o envio dos bens essenciais para que possam ficar lá mais uns dias. Quanto aos projectos de resgate, por enquanto, ainda não podemos fazer nada devido ao fecho dos transportes”, explicou Inês Chan. Já em Macau, continuam 144 pessoas de Hubei que entraram no território ainda em Dezembro. Os SS referiram ainda que, pelo facto de algumas estarem no território há 14 ou mais dias, já foi ultrapassado o período de incubação da doença e, por isso, deixaram de existir existem motivos de preocupação. “Ilibados” do contágio estarão também os quinze residentes de Macau a bordo do cruzeiro World Dream, ancorado em Hong Kong. “Estes residentes de Macau (…) podem voltar a Macau, pois foram declarados como não infectados pelas autoridades de saúde pública de Hong Kong e, por isso, não vão ficar em quarentena. Mas vamos dar-lhes as informações para acompanharem um pouco, por eles próprios, o seu estado de saúde”, partilhou Lam Chong. Menos 15 hotéis Alegando falta de clientes, mais 15 hotéis fecharam portas em Macau. O anúncio foi feito ontem por Inês Chan, dos serviços de Turismo, por ocasião da conferência de impressa diária relativa ao coronavírus, e acontece dias depois de ter sido anunciado o encerramento de sete outros hotéis, incluindo de cinco estrelas: Hotel Legend Palace, Rocks Hotel, Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao. Os 15 estabelecimentos em questão são pensões ou hotéis com menos de três estrelas e representam uma oferta total de 364 quartos. Confrontada com o facto de ser impossível fazer reservas para os próximos dias em alguns hotéis de cinco estrelas, Inês Chan confirmou que a situação se deve à actual falta de recursos humanos, não estando os estabelecimentos hoteleiros obrigados a comunicar tal facto ao gabinete de Turismo.
Raquel Guiomar, do Instituto Nacional Ricardo Jorge, sobre epidemia: “Controlo deve ser variado e coordenado entre si” Andreia Sofia Silva - 10 Fev 2020 Coordenadora do Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do departamento de doenças infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Portugal, Raquel Guiomar assegura que todo o sistema que está a ser implementado no combate ao novo coronavírus beneficia de experiências com a SARS e outro tipo de epidemias [dropcap]E[/dropcap]m traços gerais, como descreve este tipo de coronavírus? Quais as principais diferenças em relação a outro tipo de vírus? Os coronavírus são conhecidos desde os anos 60, estando a sua designação associada à forma que apresentam quando observados por microscopia electrónica, pois apresentam uma forma redonda com projecções na superfície fazendo lembrar uma coroa. É conhecida uma grande diversidade de coronavírus, especialmente no reino animal. Como causa de doença na população humana são conhecidos quatro coronavírus (CoV) que se designam por: CoV NL63 e CoV 229E (Alfacoronvirus) e CoV HKU1 e CoV OC43 (Betacoronavirus). Em 2002 surgiu um novo coronavírus associado à Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) pertencente aos Betacoronavirus (Subgénero Sarbecovirus) que foi transmitido ao Homem por uma espécie de texugos selvagens, mas também cães e furões vendidos num mercado em Guandong, na China. Em 2012, foi identificado pela primeira vez o coronavírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente, MERS-CoV (Betcoronavirus, subgénero Marbecovirus), associado a um surto de pneumonias na Arábia Saudita. Os camelos dromedários são importantes reservatórios deste vírus e pensa-se que também os responsáveis pela transmissão do MERS-CoV à espécie humana. Em Dezembro de 2019 a investigação do agente causal de um elevado número de pneumonias em trabalhadores de um mercado de Wuhan, na China, levou à identificação de um novo coronavírus, actualmente designado como 2019-nCoV, que não tinha sido anteriormente identificado como agente causal de doença na população humana. A sequenciação do genoma dos vírus detectados nos primeiros casos confirmados de infecção mostraram que o genoma do 2019-nCoV era em 85 por cento semelhante aos genomas de CoV identificados em morcegos. As investigações que decorrem ainda para o melhor conhecimento da epidemia indicam que a transmissão poderá ter ocorrido no mercado num período relativamente curto de tempo e por uma mesma fonte. Pensa-se que este novo coronavírus poderá ter sido transmitido ao Homem por uma ou mais espécies de animais selvagens que era comercializada no mercado. Quais os principais cuidados a ter para quem tem doenças crónicas, crianças e idosos? Que respostas devem ser desenvolvidas consoante os vários tipos de doentes? Até ao momento, a maioria dos casos tem sido confirmada na população adulta acima dos 30 anos, tendo sido reportados escassos casos de infecção em crianças. Esta observação é um assunto ainda em investigação pela comunidade científica. Os estudos serológicos e as metodologias em desenvolvimento poderão permitem avaliar qual o papel do sistema imunitário relativamente à diferença de casos de infecção nos vários grupos etários e em grupos de maior risco. As medidas de prevenção da doença, na ausência de uma vacina especifica para este novo vírus, passam muito pelas regras de higienização frequente das mãos, etiqueta respiratória e evitar o contacto com casos de infecção pelo novo coronavírus. Considera ser possível produzir tão rapidamente uma vacina que saiba dar resposta a uma possível epidemia, uma vez que o vírus ainda está no início em termos de análise? A produção de vacinas e a sua aprovação é um processo complexo e que inclui várias etapas até à disponibilização da vacina para a população. O suporte financeiro que está a ser equacionado no contexto da epidemia do 2019-nCoV à comunidade científica, a nível global, decerto contribuirá para que a investigação nas áreas da prevenção e tratamento num futuro próximo venham contribuir para o controlo da epidemia e a disponibilização da vacina. Que comentários faz em relação à avaliação da Organização Mundial de Saúde sobre esta matéria? Actualmente a OMS está em estreita coordenação com os países que se situam no epicentro da epidemia de 2019-nCoV, nomeadamente com a China e com os países próximos, tendo como principais objectivos o controlo da epidemia e a prestação de cuidados aos doentes. Em Portugal o apoio da OMS tem sido efectuado através da Rede Laboratorial onde está inserido o Laboratório Nacional de Referência para a Gripe e Outros Vírus Respiratórios, global Influenza Surveillance and Response System (GISRS), e a nível estatal. Eliminar o comércio de animais exóticos vivos pode ser a única solução para travar esta epidemia ou devem ser tomadas outras medidas? As medidas para o controlo de epidemias devem ser várias e coordenadas entre si, não só no tempo como no espaço. A eliminação do contacto próximo com as fontes de infecção, que neste caso se pensa ser uma espécie animal, em coordenação com medidas de isolamento social, de higiene e de controlo de contactos, nomeadamente a movimentação das populações, são medidas que quando implementadas no momento e local adequado contribuirão para o controlo da transmissão do vírus e da epidemia. Quais as principais análises que estão a ser feitas no vosso serviço relativo a este coronavírus? Estão em contacto com as autoridades chinesas, incluindo Macau? O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios (LNRVG) do seu Departamento de Doenças Infecciosas, garante nesta fase o diagnóstico laboratorial de todos os casos suspeitos de infecção pelo novo Coronavírus (2019-nCoV) sob investigação. A detecção laboratorial do 2019-nCoV é feita através da metodologia de amplificação dos ácidos nucleicos, pela reação de polimerase em cadeia (PCR) em tempo real. O Instituto Ricardo Jorge tem também disponível a metodologia de sequenciação de nova geração, para a realização do estudo do genoma do 2019-nCoV (análise filogenética e detecção de mutações). O PCR é constituído por três reacções de amplificação dirigidas a três diferentes regiões do genoma viral, sendo que um caso confirmado apresentará as três reações de PCR positivas. Os resultados laboratoriais são comunicados à Direcção-Geral da Saúde (DGS) e ao Hospital Referência cerca de cinco horas após a receção das amostras biológicas. Que expectativas coloca em relação à evolução da situação em termos de resposta por parte das autoridades médicas e contágio? Em Portugal, para fazer face ao aparecimento de um novo vírus agente de infecção respiratória, está implementado um plano de contingência que envolve diversas entidades com intervenção na área da saúde, das quais destaco o Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Administrações Regionais de Saúde, hospitais de referência, INEM, SNS 24, INFARMED, DGAV, Alto Comissariado para as Migrações, entre outras. Desde o alerta dado pela OMS relativamente ao surto de pneumonias associadas a um novo coronavírus têm sido promovidas reuniões regulares entre todos os parceiros, publicada documentação para profissionais de saúde, mas também para a população e accionados mecanismos de identificação rápida de casos suspeitos com indicação para investigação. O diagnóstico laboratorial permite detectar a infecção pelo novo coronavírus, constituindo informação essencial para o tratamento dos doentes (na fase de contenção em que nos encontramos), constituindo igualmente informação crítica para a implementação de medidas em saúde pública pelos decisores em saúde de forma a evitar a transmissão da infeção pelo 2019-nCoV na população. Todo o sistema implementado beneficia agora de experiências anteriores, nomeadamente na anterior implementação de planos de contingência para a actuação na pandemia de gripe de 2009, mas também em situações de surtos e de emergências como a do SARS e MERS, surtos de Legionella, de hepatite A, de Sarampo e do diagnóstico de casos suspeitos de ébola e de Zika vírus. Instituição disponível para ajudar países da CPLP no diagnóstico O laboratório de referência em Portugal está disponível para ajudar os países da CPLP no diagnóstico de casos suspeitos de coronavírus e já recebeu pedidos de cooperação de Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde, disse à Lusa o presidente da instituição. “Estamos sempre disponíveis para ajudar naquilo que são as nossas capacidades e disponibilidades”, afirmou o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando de Almeida. O INSA e os laboratórios dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão contemplados num protocolo global que envolve os institutos de saúde pública destes estados. Este acordo, explicou Fernando de Almeida, permite a qualquer momento que sejam solicitados apoios de capacitação e colaboração. Foi o que aconteceu na Guiné-Bissau, aquando da ameaça do vírus Ébola e, mais recentemente, em São Tomé e Príncipe, com o caso da celulite necrotizante, recordou. Em relação ao coronavírus, o INSA já recebeu “pedidos de apoio de colaboração” de Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Mais formação Este apoio poderá ser dado ao nível da formação dos profissionais para os diagnósticos ou da actualização das metodologias ou na análise, em Portugal, das amostras dos casos suspeitos detectados nesses países. Fernando de Almeida recordou que a embalagem de produtos biológicos pressupõe uma formação específica que foi dada a estes países por elementos do INSA que, por seu lado, está certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o fazer. E acrescentou que o INSA tem capacidade para obter os resultados das amostras algumas horas após estas darem entrada no instituto. O presidente do INSA sublinha os contactos já recebidos e congratula-se com o facto de estes países estarem preocupados e mostrarem interesse em garantir uma resposta, no caso de esta ser necessária. “Estamos atentos. Estamos todos a preparar-nos a nível global”, adiantou.
OMS confirma envio de missão internacional para a China Hoje Macau - 9 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou este sábado o envio nos próximos dias de uma missão internacional liderada por aquela organização para a China, país onde surgiu o novo coronavírus. O etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus avançou ter hoje recebido uma resposta positiva por parte de Pequim sobre o destacamento da missão. O director-geral da OMS indicou que o líder da equipa vai partir para o território chinês entre segunda e terça-feira e que os restantes especialistas seguirão nos próximos dias. Questionado se membros do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos irão integrar a missão, o responsável da OMS respondeu apenas: “Esperamos que sim”. Tedros Adhanom Ghebreyesus escusou-se avançar o nome do líder da missão ou dos restantes elementos e não forneceu mais detalhes sobre o trabalho que será desenvolvido pelos especialistas em território chinês. “A OMS irá divulgar tudo assim que estivermos prontos”, concluiu. O novo coronavírus (2019-nCoV), que pode provocar doenças respiratórias potencialmente graves como a pneumonia, foi detetado pela primeira vez no final do ano em Wuhan, na província de Hubei (centro da China). Desde então, e a par do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, foram confirmados outros casos de infeção do novo coronavírus em mais de 20 países.
Vírus | Quase 500 casos suspeitos deram negativo em Macau nas últimas semanas Hoje Macau - 9 Fev 2020 [dropcap]Q[/dropcap]uase meio milhar de casos suspeitos do novocoronavírus chinês deram negativo em Macau nas últimas duas semanas, mantendo-se em nove o atual número de infetados, informaram as autoridades em conferência de imprensa no sábado. Dos 498 casos suspeitos, foram descartados 482. Dez foram confirmados, tendo um dos pacientes recebido alta. Seis pessoas que realizaram testes continuam a aguardar os resultados dos respetivos testes, indicou um dos responsáveis do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng. Só nas últimas 24 horas foram realizados 120 testes, acrescentou. O médico apelou ainda à população que, se sentir alguns dos sintomas associados ao novo coronavírus, deve deslocar-se imediatamente aos serviços de saúde e não deve automedicar-se. Lei Wai Seng lembrou que, apesar de os casinos terem fechado portas, os trabalhadores das salas de jogo, das lojas dos ‘resorts’, motoristas e taxistas tiveram contacto com clientes, anteriormente, pelo que, aos mínimos sinais suspeitos devem recorrer às urgências. “Não aguardem em casa, porque isso pode comprometer a cura”, sublinhou. Uma das primeiras medidas do Governo de Macau para reduzir o risco de contágio foi enviar milhares de funcionários públicos para casa, onde continuam a trabalhar, mas à distância. Dois hotéis fechados Macau fechou também os casinos e anunciou o encerramento de espaços culturais e desportivos, parques, jardins e espaços de lazer, bem como de todo o tipo de negócios, o que praticamente está a paralisar a economia. As autoridades deram ainda conta do fecho de mais dois hotéis, o Hotel Legend Palace e o Rocks Hotel, depois de outros cinco terem encerrado devido ao surto: Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao. Uma medida temporária que a chefe do Departamento de Licenciamento e Inspeção da Direção dos Serviços de Turismo, Inês Chan, explicou que serve “para prevenir o risco de transmissão da epidemia”. Já o chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Lam Chong, adiantou que actualmente existem 89 cidadãos de Macau na província de Hubei, onde começou o surto e existem várias cidades sob quarentena.
Vírus | Quase 500 casos suspeitos deram negativo em Macau nas últimas semanas Hoje Macau - 9 Fev 2020 [dropcap]Q[/dropcap]uase meio milhar de casos suspeitos do novocoronavírus chinês deram negativo em Macau nas últimas duas semanas, mantendo-se em nove o atual número de infetados, informaram as autoridades em conferência de imprensa no sábado. Dos 498 casos suspeitos, foram descartados 482. Dez foram confirmados, tendo um dos pacientes recebido alta. Seis pessoas que realizaram testes continuam a aguardar os resultados dos respetivos testes, indicou um dos responsáveis do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng. Só nas últimas 24 horas foram realizados 120 testes, acrescentou. O médico apelou ainda à população que, se sentir alguns dos sintomas associados ao novo coronavírus, deve deslocar-se imediatamente aos serviços de saúde e não deve automedicar-se. Lei Wai Seng lembrou que, apesar de os casinos terem fechado portas, os trabalhadores das salas de jogo, das lojas dos ‘resorts’, motoristas e taxistas tiveram contacto com clientes, anteriormente, pelo que, aos mínimos sinais suspeitos devem recorrer às urgências. “Não aguardem em casa, porque isso pode comprometer a cura”, sublinhou. Uma das primeiras medidas do Governo de Macau para reduzir o risco de contágio foi enviar milhares de funcionários públicos para casa, onde continuam a trabalhar, mas à distância. Dois hotéis fechados Macau fechou também os casinos e anunciou o encerramento de espaços culturais e desportivos, parques, jardins e espaços de lazer, bem como de todo o tipo de negócios, o que praticamente está a paralisar a economia. As autoridades deram ainda conta do fecho de mais dois hotéis, o Hotel Legend Palace e o Rocks Hotel, depois de outros cinco terem encerrado devido ao surto: Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao. Uma medida temporária que a chefe do Departamento de Licenciamento e Inspeção da Direção dos Serviços de Turismo, Inês Chan, explicou que serve “para prevenir o risco de transmissão da epidemia”. Já o chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Lam Chong, adiantou que actualmente existem 89 cidadãos de Macau na província de Hubei, onde começou o surto e existem várias cidades sob quarentena.
Tailândia | Tiroteio no nordeste do país faz pelo menos 26 mortos e 57 feridos Hoje Macau - 9 Fev 2020 [dropcap]P[/dropcap]elo menos 26 pessoas morreram e 57 ficaram feridas no tiroteio perpetrado por um soldado no nordeste da Tailândia, anunciou hoje o primeiro-ministro tailandês. Prayut Chan-O-Cha afirmou tratar-se de um tiroteio “sem precedentes” no país. “Não há precedentes na Tailândia e quero que esta isto nunca mais aconteça”, declarou, em conferência de imprensa, num hospital de Nakhon Ratchasima, para onde foram levadas as vítimas do ataque. Dos 57 feridos, 25 já tiveram alta, indicou. O chefe do Governo tailândês acrescentou que o motivo do atacante era pessoal e relacionado com um conflito devido à “venda de uma casa”. De acordo com o canal de televisão Thai Rath, que citou fontes policiais, a polícia tailandesa abateu a tiro o soldado, de 32 anos, identificado como Jakrapanth Thomma, que esteve entrincheirado durante 16 horas no centro comercial Terminal 21 Korat, em Nakhon Ratchasima. Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, no sábado e antes de se dirigir para o centro comercial, o soldado matou um outro soldado e uma mulher e feriu uma terceira pessoa, aparentemente devido a uma disputa de terras.
Tailândia | Tiroteio no nordeste do país faz pelo menos 26 mortos e 57 feridos Hoje Macau - 9 Fev 2020 [dropcap]P[/dropcap]elo menos 26 pessoas morreram e 57 ficaram feridas no tiroteio perpetrado por um soldado no nordeste da Tailândia, anunciou hoje o primeiro-ministro tailandês. Prayut Chan-O-Cha afirmou tratar-se de um tiroteio “sem precedentes” no país. “Não há precedentes na Tailândia e quero que esta isto nunca mais aconteça”, declarou, em conferência de imprensa, num hospital de Nakhon Ratchasima, para onde foram levadas as vítimas do ataque. Dos 57 feridos, 25 já tiveram alta, indicou. O chefe do Governo tailândês acrescentou que o motivo do atacante era pessoal e relacionado com um conflito devido à “venda de uma casa”. De acordo com o canal de televisão Thai Rath, que citou fontes policiais, a polícia tailandesa abateu a tiro o soldado, de 32 anos, identificado como Jakrapanth Thomma, que esteve entrincheirado durante 16 horas no centro comercial Terminal 21 Korat, em Nakhon Ratchasima. Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, no sábado e antes de se dirigir para o centro comercial, o soldado matou um outro soldado e uma mulher e feriu uma terceira pessoa, aparentemente devido a uma disputa de terras.
Vírus | 811 mortes, superado total de mortes por SARS em 2002-03 Hoje Macau - 9 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortes por coronavírus aumentou hoje para 811, superando as mortes por SARS em 2002-2003, com um total de casos a chegar a 37.198, segundo dados oficiais. No sábado, a Comissão Nacional de Saúde da China tinha anunciado 722 mortos pelo surto do novo coronavírus. Segundo a Comissão, até ao fim do dia de sábado registaram-se 6.188 casos graves, enquanto 2.649 pessoas tiveram alta. As autoridades fizeram seguimento médico a 371.905 pessoas, que estiveram em contacto com os infectados, dos quais 188.183 continuam em observação. Hoje contabilizaram-se mais 89 mortes em relação aos números de sábado devido ao vírus 2019-nCoV, com epicentro na cidade chinesa de Wuhan, na província central de Hubei. O SARS – Síndrome Respiratório Agudo Severo fez 774 mortes no mundo inteiro. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial. As pessoas infectadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detectado.
Vírus | 811 mortes, superado total de mortes por SARS em 2002-03 Hoje Macau - 9 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortes por coronavírus aumentou hoje para 811, superando as mortes por SARS em 2002-2003, com um total de casos a chegar a 37.198, segundo dados oficiais. No sábado, a Comissão Nacional de Saúde da China tinha anunciado 722 mortos pelo surto do novo coronavírus. Segundo a Comissão, até ao fim do dia de sábado registaram-se 6.188 casos graves, enquanto 2.649 pessoas tiveram alta. As autoridades fizeram seguimento médico a 371.905 pessoas, que estiveram em contacto com os infectados, dos quais 188.183 continuam em observação. Hoje contabilizaram-se mais 89 mortes em relação aos números de sábado devido ao vírus 2019-nCoV, com epicentro na cidade chinesa de Wuhan, na província central de Hubei. O SARS – Síndrome Respiratório Agudo Severo fez 774 mortes no mundo inteiro. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial. As pessoas infectadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detectado.
Vírus | Governo dispensa funcionários públicos até ao dia 16 deste mês Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) emitiram hoje uma nota onde apontam que os funcionários públicos estão dispensados de comparecer no local de trabalho até ao dia 16 de Fevereiro. A decisão, implementada mediante um despacho assinado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determina que apenas se irá manter “prestação de serviços urgentes dos serviços públicos”. Além disso, os SAFP emitiram também orientações aos serviços públicos, “reiterando que a presente dispensa de serviço se destina à redução de risco de propagação de doenças”. Nesse sentido, “os trabalhadores dispensados de comparecer ao serviço, caso não seja urgente nem necessário, devem permanecer em casa e evitar sair à rua, cumprindo deste modo o seu dever”. Alertas no privado Entretanto, também a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) emitiu uma nota onde alerta os “diversos sectores sociais para evitarem ou reduzirem as actividades no exterior que sejam desnecessárias ou haja aglomeração de pessoas”. Sendo assim, “os trabalhadores domésticos devem manter frequentemente a higiene pessoal, enquanto os empregadores devem, consoante a situação em concreto, determinar tarefas e comunicar de boa fé com os seus trabalhadores, garantindo a segurança e a saúde da sua família e dos trabalhadores”. Neste período, “os empregadores devem ponderar, conforme as suas próprias condições, sobre o pernoitamento no local de trabalho dos trabalhadores domésticos com alojamento fora”. Já os trabalhadores “devem, por sua vez, colaborar na medida do possível com as diligências tomadas pelo empregador, reduzindo desse modo a saída de casa, para diminuir o risco de propagação da doença, fazendo conjunta e concretamente um bom trabalho de prevenção”.
Vírus | Governo dispensa funcionários públicos até ao dia 16 deste mês Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) emitiram hoje uma nota onde apontam que os funcionários públicos estão dispensados de comparecer no local de trabalho até ao dia 16 de Fevereiro. A decisão, implementada mediante um despacho assinado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determina que apenas se irá manter “prestação de serviços urgentes dos serviços públicos”. Além disso, os SAFP emitiram também orientações aos serviços públicos, “reiterando que a presente dispensa de serviço se destina à redução de risco de propagação de doenças”. Nesse sentido, “os trabalhadores dispensados de comparecer ao serviço, caso não seja urgente nem necessário, devem permanecer em casa e evitar sair à rua, cumprindo deste modo o seu dever”. Alertas no privado Entretanto, também a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) emitiu uma nota onde alerta os “diversos sectores sociais para evitarem ou reduzirem as actividades no exterior que sejam desnecessárias ou haja aglomeração de pessoas”. Sendo assim, “os trabalhadores domésticos devem manter frequentemente a higiene pessoal, enquanto os empregadores devem, consoante a situação em concreto, determinar tarefas e comunicar de boa fé com os seus trabalhadores, garantindo a segurança e a saúde da sua família e dos trabalhadores”. Neste período, “os empregadores devem ponderar, conforme as suas próprias condições, sobre o pernoitamento no local de trabalho dos trabalhadores domésticos com alojamento fora”. Já os trabalhadores “devem, por sua vez, colaborar na medida do possível com as diligências tomadas pelo empregador, reduzindo desse modo a saída de casa, para diminuir o risco de propagação da doença, fazendo conjunta e concretamente um bom trabalho de prevenção”.
Cônsul diz que pessoas com passaporte português retidas em cruzeiro estão bem de saúde Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong disse hoje que as sete pessoas com passaporte português retidas num cruzeiro em Hong Kong, devido ao novo coronavírus, estão bem de saúde. “Foi-nos dito que todos eles foram submetidos a testes médicos e, até ontem [quinta-feira], não haviam sido detetados problemas de saúde, mantendo-se em quarentena”, escreveu Paulo Cunha-Alves, num e-mail enviado à Lusa. “O Consulado Geral entrou ontem [quinta-feira] em contacto com a empresa proprietária do navio de cruzeiros a quem pediu mais informações sobre a identidade das sete pessoas, aguardando-se uma resposta”, explicou o diplomata. Paulo Cunha-Alves frisou ainda que o consulado já solicitou à empresa que facultasse às sete pessoas com passaporte português os contactos do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. Em conferência de imprensa, na quinta-feira, o chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença de Macau, Lam Chong, afirmou que se os portadores de passaporte português forem residentes de Macau, as autoridades de Hong Kong vão comunicar com as autoridades do território, caso contrário “vão comunicar com os serviços consulares” de Portugal. Há ainda 15 residentes de Macau a bordo do navio. O Consulado Geral de Portugal estima que existam 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados. O Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong pode ser contactado pelo telefone 00 853 2835 6660, pelo email macau@mne.pt ou através de mensagem na respetiva página da rede social Facebook. Mais de 3.000 pessoas, entre tripulantes e passageiros, foram mantidas no navio de cruzeiro no porto de Hong Kong para serem submetidas a exames médicos, depois da confirmação de que três passageiros chineses, que haviam viajado anteriormente na embarcação, estavam infectados com o novo coronavírus. Na manhã de quarta-feira, uma equipa das autoridades de saúde de Hong Kong embarcou no World Dream para realizar inspeções médicas a 1.800 passageiros e 1.800 tripulantes após o navio atracar no terminal Kai Tak, em Kowloon, ao qual chegou depois de ter sido recusado pelas autoridades de Taiwan.
Vírus | Número de mortos subiu para 636, com mais de 31 mil casos confirmados Hoje Macau - 7 Fev 20209 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortos provocados pelo novo coronavírus subiu hoje para 636, com 31.161 pessoas infectadas, anunciaram hoje as autoridades chinesas. Desde o último balanço, na quinta-feira, registaram-se mais 73 mortes e 3.143 casos de infeção no surto que começou na cidade de Wuhan, na província central de Hubei. Dos casos de infeção, 4.821 são considerados graves, enquanto 1.540 pessoas que estiveram doentes já tiveram alta, indicou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. As autoridades acompanharam mais de 314 mil pacientes, 186.000 dos quais continuam sob observação. Na Europa, o número de casos confirmados chegou hoje a 31, com novas infeções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália. O médico chinês que deu o primeiro alerta sobre o surto do novo coronavírus morreu na quinta-feira, depois de ter contraído pneumonia na semana passada, anunciou o hospital onde estava internado. O oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, foi “infelizmente contaminado durante o combate à epidemia de pneumonia do novo coronavírus”, afirmou, na sua conta na rede social Facebook, o hospital central de Wuhan. A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infecção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Vírus | Número de mortos subiu para 636, com mais de 31 mil casos confirmados Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortos provocados pelo novo coronavírus subiu hoje para 636, com 31.161 pessoas infectadas, anunciaram hoje as autoridades chinesas. Desde o último balanço, na quinta-feira, registaram-se mais 73 mortes e 3.143 casos de infeção no surto que começou na cidade de Wuhan, na província central de Hubei. Dos casos de infeção, 4.821 são considerados graves, enquanto 1.540 pessoas que estiveram doentes já tiveram alta, indicou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. As autoridades acompanharam mais de 314 mil pacientes, 186.000 dos quais continuam sob observação. Na Europa, o número de casos confirmados chegou hoje a 31, com novas infeções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália. O médico chinês que deu o primeiro alerta sobre o surto do novo coronavírus morreu na quinta-feira, depois de ter contraído pneumonia na semana passada, anunciou o hospital onde estava internado. O oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, foi “infelizmente contaminado durante o combate à epidemia de pneumonia do novo coronavírus”, afirmou, na sua conta na rede social Facebook, o hospital central de Wuhan. A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infecção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Human Rights Watch detecta “grandes problemas” na resposta chinesa ao coronavírus Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] Human Rights Watch (HRW) apontou hoje “grandes problemas” à resposta da China ao surto do novo coronavírus detectado no país, denunciando que a conduta de Pequim só agravou a propagação da estirpe. “Houve grandes problemas na resposta da China ao coronavírus que agravaram o surto”, disse o diretor da HRW, Kenneth Roth, em declarações aos ‘media’ em Genebra (Suíça), apontando, entre outras falhas, a realização de quarentenas em massa. Kenneth Roth denunciou igualmente como problemas a “eliminação” de relatórios sobre a presença do vírus na China durante os primeiros dias do surto, bem como os esforços de Pequim para silenciar as críticas, grande parte divulgadas via redes sociais, contra o plano de contingência traçado pelas autoridades. “Não há espaço para segredos na luta contra uma epidemia”, afirmou Roth, que em meados de janeiro último foi impedido de entrar em Hong Kong, região administrativa da China, onde planeava apresentar o relatório anual da organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos. “Chegou a hora da transparência total, mesmo que ela seja embaraçosa, porque a saúde pública deve vir antes da preservação de um poder político particular. Infelizmente, não é essa a abordagem de Pequim”, prosseguiu o director da HRW. O novo vírus (2019-nCoV) pertence à mesma família do vírus da síndroma respiratória aguda (SARS, na sigla em inglês), que atingiu 5.327 pessoas entre Novembro de 2002 e Agosto de 2003 e foi responsável por 800 mortes, a grande maioria na China. Atualmente, e segundo os dados oficiais mais recentes, mais de 28.000 pessoas estão infectadas com o novo coronavírus na China, onde várias cidades têm imposto medidas drásticas de confinamento a dezenas de milhões de pessoas. Uma dessas cidades é Wuhan, na província de Hubei (centro da China), onde o novo vírus foi identificado pela primeira vez e onde está identificado o epicentro do surto. Segundo Kenneth Roth, este tipo de quarentena “geralmente não funciona”. “As quarentenas recomendadas pelas autoridades de saúde pública são muito mais direcionadas. São direcionadas para pessoas que foram identificadas como portadoras do vírus”, salientou o representante, insistindo: “As pessoas precisam de ser alimentadas, alojadas, de receber cuidados e existem enormes lacunas na resposta do governo chinês a estas necessidades individuais”. Também hoje a Amnistia internacional (AI) focou como a temática dos direitos humanos deve ser salvaguardada perante o atual surto. A AI pediu hoje os governos que evitem violar os direitos humanos dos cidadãos ao mesmo tempo que tentam conter e eliminar o surto do novo coronavírus. A organização internacional alertou, por exemplo, contra o aumento do uso da censura, de detenções arbitrárias ou de outras restrições, instando as autoridades a garantirem de que todas as pessoas infectadas tenham acesso a cuidados de saúde. Um dos maiores riscos da atual situação envolve potenciais atitudes de discriminação e de xenofobia, ações decorrentes do medo de contágio, seja dentro ou fora do território chinês. Segundo informações recolhidas pela Amnistia Internacional, há relatos de pessoas que foram rejeitadas em hotéis, que são mantidas como prisioneiras nas próprias casas ou que viram os seus dados pessoais a serem publicados na Internet sem autorização. “O governo chinês deve tomar medidas para proteger as pessoas da discriminação, enquanto os governos em todo o mundo devem adotar uma abordagem de tolerância zero perante atos racistas visando pessoas de origem chinesa e asiática”, declarou o diretor regional da AI para o Sudeste Asiático e Ásia Oriental, Nicholas Bequelin. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção do novo coronavírus confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Coronavírus | Morreu médico que deu primeiro alerta sobre surto de pneumonia Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] médico chinês que deu o primeiro alerta sobre o surto do novo coronavírus morreu ontem, depois de ter contraído pneumonia na semana passada, anunciou o hospital onde estava internado. O oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, foi “infelizmente contaminado durante o combate à epidemia de pneumonia do novo coronavírus”, afirmou, na sua conta na rede social Facebook, o hospital central de Wuhan, a cidade no centro da China onde o surto começou. Li foi repreendido em Dezembro passado por “espalhar boatos” sobre a doença, que já matou mais de 560 pessoas e infectou outras 28.200 em mais de 20 países. Numa mensagem na rede social Twitter, a Organização Mundial de Saúde defendeu que é preciso “celebrar o seu trabalho”. A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infectados o balanço do surto de pneumonia provocado pelo coronavírus 2019-nCoV, detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, colocada sob quarentena. A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Coronavírus | Morreu médico que deu primeiro alerta sobre surto de pneumonia Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] médico chinês que deu o primeiro alerta sobre o surto do novo coronavírus morreu ontem, depois de ter contraído pneumonia na semana passada, anunciou o hospital onde estava internado. O oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, foi “infelizmente contaminado durante o combate à epidemia de pneumonia do novo coronavírus”, afirmou, na sua conta na rede social Facebook, o hospital central de Wuhan, a cidade no centro da China onde o surto começou. Li foi repreendido em Dezembro passado por “espalhar boatos” sobre a doença, que já matou mais de 560 pessoas e infectou outras 28.200 em mais de 20 países. Numa mensagem na rede social Twitter, a Organização Mundial de Saúde defendeu que é preciso “celebrar o seu trabalho”. A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infectados o balanço do surto de pneumonia provocado pelo coronavírus 2019-nCoV, detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, colocada sob quarentena. A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Hong Kong impõe quarentena a quem vier de Macau e tenha estado na China até 14 dias antes Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]H[/dropcap]ong Kong notificou Macau de que vai colocar sob quarentena todos aqueles que passarem a fronteira e que tenham estado na China continental nos 14 dias anteriores, foi hoje anunciado. As autoridades do antigo território administrado por Portugal informaram hoje que receberam “uma notificação do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (…) de uma medida que impõe obrigatoriedade de quarentena para todas as pessoas que tenham estado na China interior nos 14 dias anteriores à sua chegada a Hong Kong, incluindo os cidadãos de Macau”. A medida entra em vigor a partir deste sábado. Na mesma nota, o Governo de Macau “apela à população de Macau para aceitar bem esta medida e cooperar com os planos de prevenção da epidemia definidos” pelas autoridades de Hong Kong. Uma cooperação necessária “neste momento crucial de prevenção e controlo da doença”, sublinhou. “O Governo [de Macau] entende que as duas regiões administrativas especiais devem solidarizar-se para, em conjunto com toda população chinesa, darem uma resposta científica à situação e obterem uma vitória na luta contra o coronavírus”, explicou. Na quarta, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, tinha anunciado que os visitantes entrados na região a partir do continente chinês seriam obrigados a um período de 14 dias de quarentena, período máximo de incubação do novo coronavírus, para conter a propagação da doença. A medida é tomada através da invocação dos poderes especiais do cargo de chefe do Executivo sob a Ordem de Prevenção e Controlo de Doenças. Carrie Lam acrescentou que dois terminais de cruzeiros, incluindo um onde se encontra actualmente um navio em quarentena, vão ser encerrados. A região administrativa especial chinesa de Hong Kong anunciou na terça-feira a primeira morte devido ao novo coronavírus e fechou quase todos os postos fronteiriços. As ligações marítimas com Macau foram também suspensas, mantendo-se apenas a travessia pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, neste momento o único acesso da população do território para chegar ao aeroporto internacional de Hong Kong. Enquanto em Hong Kong já foi registada uma morte e mais de duas dezenas de infectados, em Macau as autoridades têm identificados nove casos.
Portugal | Chineses impedidos de doar máscaras devido a subida dos preços Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m grupo de empresários chineses radicado em Portugal lamentou ontem o aumento dos preços de máscaras cirúrgicas nas farmácias portuguesas, quando estão a doar material médico para conter o surto de um novo coronavírus na China. O empresário Xia Yu disse que o preço de uma caixa com 50 máscaras cirúrgicas pode custar até 25 euros, quase dez vezes o preço original. “Entendo que seja o mercado a funcionar, mas um aumento desta proporção, numa altura destas, não é razoável”, considerou. O empresário mostrou à Lusa uma factura no valor de quase 1.800 euros, por um total de 110 caixas de máscaras cirúrgicas, numa despesa acrescida de 435 euros em portes de envio. Num gesto raro, para combater a crise provocada pelo coronavírus, o Governo chinês pediu esta semana a ajuda do resto do mundo, perante a necessidade urgente de repor as provisões de máscaras, fatos ou óculos de protecção, para conter a epidemia. Pequim agradeceu a vários países, como a França, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, pelo envio de material médico. “Observamos que os preços subiram em todo o país, o que torna incomportável fazer mais donativos”, lamentou Xia. “Acreditamos que a maioria dos portugueses são amáveis e atenciosos, por isso é que escolhemos viver aqui”, sublinhou. Por cá também Na China alguns supermercados estão a cobrar até dez vezes o preço original e surgiram já denúncias sobre grupos criminosos que vendem máscaras usadas como novas. O Ministério da Indústria chinês reconheceu esta semana que as fábricas para a produção de máscaras estão a operar apenas com 70 por cento da capacidade máxima, já que a epidemia ocorreu em simultâneo com as férias do Ano Novo Lunar, entretanto prolongadas pelo Governo para limitar os riscos de contágio. O país aumentou as importações de máscaras da Europa, Japão e Estados Unidos, segundo a mesma fonte.
Portugal | Chineses impedidos de doar máscaras devido a subida dos preços Hoje Macau - 7 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m grupo de empresários chineses radicado em Portugal lamentou ontem o aumento dos preços de máscaras cirúrgicas nas farmácias portuguesas, quando estão a doar material médico para conter o surto de um novo coronavírus na China. O empresário Xia Yu disse que o preço de uma caixa com 50 máscaras cirúrgicas pode custar até 25 euros, quase dez vezes o preço original. “Entendo que seja o mercado a funcionar, mas um aumento desta proporção, numa altura destas, não é razoável”, considerou. O empresário mostrou à Lusa uma factura no valor de quase 1.800 euros, por um total de 110 caixas de máscaras cirúrgicas, numa despesa acrescida de 435 euros em portes de envio. Num gesto raro, para combater a crise provocada pelo coronavírus, o Governo chinês pediu esta semana a ajuda do resto do mundo, perante a necessidade urgente de repor as provisões de máscaras, fatos ou óculos de protecção, para conter a epidemia. Pequim agradeceu a vários países, como a França, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, pelo envio de material médico. “Observamos que os preços subiram em todo o país, o que torna incomportável fazer mais donativos”, lamentou Xia. “Acreditamos que a maioria dos portugueses são amáveis e atenciosos, por isso é que escolhemos viver aqui”, sublinhou. Por cá também Na China alguns supermercados estão a cobrar até dez vezes o preço original e surgiram já denúncias sobre grupos criminosos que vendem máscaras usadas como novas. O Ministério da Indústria chinês reconheceu esta semana que as fábricas para a produção de máscaras estão a operar apenas com 70 por cento da capacidade máxima, já que a epidemia ocorreu em simultâneo com as férias do Ano Novo Lunar, entretanto prolongadas pelo Governo para limitar os riscos de contágio. O país aumentou as importações de máscaras da Europa, Japão e Estados Unidos, segundo a mesma fonte.
A vivência e a melodia António de Castro Caeiro - 7 Fev 2020 “Quando inventamos uma melodia, é a melodia que canta em nós muito mais do que somos nós a cantá-la; ela desce pela garganta do cantor como diz Proust. Do mesmo modo que o pintor é fulminado pelo quadro que não existe, o corpo fica em suspenso pelo que canta, a melodia encarna-se e encontra nele uma espécie de servo.” Merleau Ponty, La Nature, Ed. Dominique Séglard (Paris 1995) 228 [dropcap]A[/dropcap] relação intrínseca com a vida transforma a relação com todas as ruas, estradas, caminhos o que lá fazemos, como vamos por lá, vimos por lá. É sempre diferente uma rua quando lá vamos tratar de um assunto ou quando vamos passear. O assunto altera a rua. O sentido da rua e o modo como se percorre a rua é diferente e acentua-se quando não pode ser dissipado no algoritmo da normalidade do modo como usualmente estamos quando por lá passamos, vindos de… indo para… Quando regressamos a um local onde íamos. A rua perfila-se com a estranheza que a revela num tom diferente do tom habitual, que não é necessariamente monótono mas que tem um acento tónico predominante e paradoxalmente é atónico. Conseguimos escutá-lo por contraste, retro-acusticamente, se assim se pode dizer, ainda que estejamos completamente envolvidos por ele. Estamos é tão habituados ao tema monótono que ele se converte numa atonia tal como quando nos habituamos aos ruídos do dia-a-dia ou mesmo ao barulho ensurdecedor de um concerto de um bar ou de uma discoteca. Só quando entramos num meio acústico diferente percebemos o zumbido nos ouvidos e como a música estava alta. O mesmo se passa na cadência, ritmo e melodia, volume sonoro com que as ruas emergem, são ouvidas e escutadas por nós na atmosfera particularmente acústica com que as vivemos na nossa redoma atmosférica. Quando a rua emerge à memória não é nunca uma imagem, muito menos apenas uma imagem óptica como um fresco ou um postal panorâmico. Nem mesmo um postal pode ser reduzido a um conteúdo estritamente visual. Quando passamos em revista as ruas das nossas vidas de que dei um exemplo – cada um terá os seus caminhos, passeios, avenidas, estradas, etc. – podemos activamente tentar lembrar-nos de uma única tal como o fiz aqui. Mas eu percebo que esta rua se destaca na minha vida. Posso perguntar se tem uma carga simbólica, posso perguntar porque razão a rua me surge em tantas memórias. Sei que um grande amigo do meu pai lá foi atropelado. Mas não há um nexo causal entre o facto do atropelamento e a importância simbólica dada à rua. A 24 de Julho não surgiu nunca sempre envolta numa atmosfera lúgubre nem a sua tonalidade vibrou melancolia ou tristeza. A primeira apresentação da 24 de Julho quando estou no carro, deitado ou tão pequeno que só olho para cima, são os carros no exterior, os autocarros gigantescos. Lembro-me de me ter assustado e de me terem acalmado. De repente estava ali no meio do trânsito como se estivesse no meio de dinossauros. Nem percebo como identifico e reconheço claramente a rua como a 24 de Julho. A rua surge pela primeira vez como as primeiras vezes e quando surge traz ainda consigo o que foi aberto nesse encontro, no encontrar-me nessa rua, no abrir-se-me a situação de estar na estrada, no meio do trânsito, a vida vibra o seu ritmo à hora de ponto, com trânsito já nos anos sessenta em Lisboa, estonteante, barulhento, angustiante, estressante, oprimente, imponente e ao mesmo tempo sou sossegado ou tranquilizado ou serenado. O encontro com a rua é revelado ex post facto na vibração tonal particular da atmosfera da rua, portanto, depois do momento ter ocorrido. Mas a vivência desse momento biográfico tem em si implicado a sua verdade, uma verdade que pode ser descoberta ou que se deixa descobrir “musicalmente”.
Irremediavelmente moderno Valério Romão - 7 Fev 20208 Fev 2020 [dropcap]H[/dropcap]á muito pouco tempo uma amiga minha falava-me da inacreditável beleza natural dos Açores. Eu dos Açores conheço unicamente São Miguel onde estive de férias vai fazer uns vinte anos. Como quase sempre que me encontro num sítio abençoado com uma natureza deslumbrante, aborreço-me. E como quase sempre, é difícil explicar isto a qualquer pessoa que se emocione com uma cascata ou um matagal. A verdade é que não tenho a filosofia das paisagens. Pelo menos das paisagens naturais. Raramente me acontece ficar impressionado com a beleza de um local intocado por mão humana. Faltam-me coisas: pessoas, edifícios, bulício, vida urbana. Sou irremediavelmente chato, nesse aspecto. Irremediavelmente moderno. Pelo que quando as pessoas me começam a falar das planícies verdejantes do Alentejo, do pôr-do-sol no grand canyon ou das praias com água azul-turquesa na Tailândia ou em Bali (sim, também não gosto de praia), não evito um bocejo. E as pessoas reagem como é normal as pessoas reagirem ao que consideram um despeito ou uma excentricidade: acham que as estou a ofender ou que sou maluco. Não consigo explicar exactamente o que me aborrece na exuberância da natureza. Mas percebo que enquanto os outros vêm uma magnífica cascata, eu vejo água a cair; enquanto ficam deslumbrados com um bosque, eu vejo boa madeira para a salamandra do meu cunhado e bicheza escondida no mato só à espera que eu por lá passe para me ferroar. A natureza está cheia de coisas que nos querem mal. Levámos séculos a domesticá-la. E mesmo assim, mal temos oportunidade, queremos para lá voltar. O facto de ter nascido na cidade não será alheio à minha indiferença pela natureza nas suas múltiplas declinações. O facto de tendencialmente gostar de pessoas – desde que não em ajuntamento – e de estas normalmente escassearem na tundra ou em praias desertas também não ajudará. Mas tendo a pensar que o maior óbice ao apego pela natureza deriva sobretudo da minha intolerância ao desconforto, coisa que sobeja nos sítios onde o ser humano não se instalou. Detesto acampar. Detesto a areia da praia nos pés. Detesto as mil e uma pecinhas das plantas e dos arbustos que se colam à roupa e à pele. Diante das maravilhas naturais sou um burguês entediado, nos meus melhores dias. Ainda assim, não sou propriamente um apreciador de monumentos ou de edifícios. Na maior parte das vezes que viajo dispenso de bom grado o roteiro arquitectónico das cidades por onde passo. Interessa-me muito mais, na verdade, perder-me nas ruas, sentar-me numa esplanada a ver as pessoas a passar, ouvir (sobretudo quando na percebo a língua) as conversas das pessoas nos transportes públicos ou quando passeiam. As pessoas é que me interessam, sem dúvida. Provavelmente porque escrevo. Como dizia a Virginia Woolf, “o escritor é aquele que tendo aprendido o essencial sobre o carácter humano para levar adiante a vida, não deixa nunca de se interessa por ele” (ela di-lo de forma mais elegante, estou certo). É isto. A natureza pode ficar ali, ao longe, que é mais bonita assim.