Trânsito | Conselheiro pede sanções mais pesadas para peões João Santos Filipe - 27 Mai 2025 Ip Wai Keong defende o aumento das multas por atravessar a rua fora da passadeira de 300 patacas para 600 patacas. O membro do Conselho Consultivo do Trânsito considera que a penalização actual é insuficiente Após o atropelamento de uma turista que atravessou a Avenida de Almeida Ribeiro fora da passadeira, Ip Wai Keong, membro do Conselho Consultivo do Trânsito, defende sanções mais pesadas para peões. A posição foi tomada em declarações prestadas ao Jornal do Cidadão. Na opinião de Ip, a multa actual de 300 patacas é insuficiente para levar as pessoas a utilizarem mais as passadeiras, pelo que defende o aumento da sanção para 600 patacas. Ip Wai Keong lamentou também que a revisão da Lei do Trânsito Rodoviário, que actualmente está a ser discutida na Assembleia Legislativa, apenas aplique multas a quem atravessa as passadeiras ao telemóvel. No entanto, não prevê um aumento das sanções para quem atravessa a estrada de forma ilegal, o que o conselheiro considera que devia ser tido em conta. O membro do Conselho Consultivo do Trânsito considera ainda a medida necessária porque cada vez mais pessoas são multadas, o que na sua óptica mostra que o valor não é tido como suficientemente penalizador. Todavia, reconhece que parte do aumento das infracções pode ser igualmente explicado com o facto de a polícia ter começado a prestar maior atenção ao assunto. Um cenário que o conselheiro afasta, pelo menos para já, é a criminalização da conduta de atravessar a estrada fora da passadeira. Segundo Ip, a infracção é “menor” e não justifica uma penalização tão pesada, a não ser que haja consenso social. Além das multas mais pesadas, o membro do Conselho Consultivo do Trânsito pede às autoridades que façam mais campanhas a alertar a população e os turistas para as consequências de atravessarem a estrada fora da passadeira. Desafios locais Em relação à possibilidade de as autoridades instalarem mais barreiras nos passeios da Avenida de Almeida Ribeiro, para impedir que aos peões entrem na faixa de rodagem, Ip Wai Keong afirmou que os efeitos da medida são limitados. Na lógica do conselheiro, a Avenida de Almeida Ribeiro tem muitos cruzamentos, acessos e paragens de autocarros, o que faz com que haja muitas oportunidades para atravessar a estrada fora da passadeira. Além disso, Ip teme que com mais barreiras naquela zona, e dados os pilares dos edifícios antigos, a visibilidade dos condutores fique ainda mais reduzida. Em relação à possibilidade de haver mais locais com semáforos para a travessia da rua na Avenida de Almeida Ribeiro, Ip mostra-se contra, por considerar que a zona tende a ter muitos congestionamentos e que com mais semáforos a situação vai piorar. O atropelamento que relançou a questão das travessias de rua fora das passadeiras aconteceu no sábado, quando duas turistas do Interior decidiram atravessar uma das vias mais movimentadas da cidade fora da passadeira. Uma das mulheres foi atingida por um autocarro público, e acabou por ser transportada para o hospital.
Turismo | Pedidas medidas para diversificar origem dos visitantes Hoje Macau - 27 Mai 2025 Samuel Tong, presidente do Instituto de Gestão de Macau, defendeu que o Governo deve lançar mais medidas para atrair turistas de outras províncias chinesas além de Guangdong, tendo em conta que o número de visitantes do resto do país, nos primeiros quatro meses deste ano, registou um aumento de apenas 4 por cento em termos anuais. Segundo o jornal Ou Mun, o académico lembrou que a medida de acrescentar mais oito cidades à política de “visto individual” para deslocações a Macau e Hong Kong já está em vigor há um ano. Assim, Samuel Tong destacou que os turistas portadores de “visto individual” oriundos de outras cidades e províncias além de Guangdong registaram uma tendência de queda, destacando o caso das cidades do norte e leste da China em que se demora duas a três horas para viajar para o Japão ou Coreia do Sul, o mesmo tempo gasto numa viagem para Macau ou Hong Kong, tratando-se, porém, de destinos mais atractivos. Samuel Tong sugere a criação de mais voos directos entre as cidades do país mais longínquas e as duas regiões administrativas especiais. Por sua vez, o presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, Andy Wu, argumentou que o aumento significativo dos turistas de Guangdong faz com que o crescimento de visitantes de outras províncias seja mais lento. Este defende também que o número de voos directos não traz grande efeito positivo ao número de turistas, pois estes podem aproveitar os aeroportos de Zhuhai para se deslocarem a Macau. Ao mesmo jornal, Andy Wu concluiu que o maior problema com o sector turístico em Macau é a queda da capacidade do consumo, sendo necessário pensar em estratégias para levar os turistas a consumir em bairros comunitários fora das zonas com maiores atracções.
Coreia do Sul | DST promove Macau com operação de charme em Seul João Luz - 27 Mai 2025 Entre sexta-feira e segunda-feira, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai organizar a promoção de rua “Sentir Macau” em Seul, na Coreia do Sul. A iniciativa pretende incentivar turistas da Coreia do Sul a visitar Macau, em especial jovens “millennials” e da geração Z, durante as férias de Verão e a segunda metade do ano. A delegação de Macau irá organizar vários eventos no maior centro comercial de Seul, o The Hyundai Seoul, e logo no primeiro dia, sexta-feira, irá sortear uma viagem a, de três dias e duas noites, “experienciando de imediato a beleza romântica da cidade e o maravilhoso ‘turismo +’”, indicou ontem a DST. A DST vai apostar no romantismo de Macau para atrair jovens sul-coreanos. Para isso, a DST indica que foram “concebidos jogos interactivos, instalações para tirar fotografias e espectáculos”, para os turistas “explorarem cinco experiências de viagem românticas por Macau”. A aposta do Governo da RAEM passa também pelo lançamento de descontos nos preços dos quartos de hotel e voos, através de parcerias com companhias aéreas como a Cathay Pacific, Korea Airlines, Jeju Air e Air Busan. De acordo com dados provisórios, até 16 de Maio, cerca de 235 mil sul-coreanos visitaram Macau, mantendo a “posição estável” do país no “topo do mercado internacional de visitantes de Macau, com um aumento de 26 por cento em relação ao período homólogo de 2024, e recuperando para 65 por cento” dos valores de 2019. Em Abril, o período médio de permanência dos visitantes sul-coreanos em Macau foi de 2,2 dias. Existem actualmente 35 voos semanais entre a RAEM e cidades da Coreia do Sul.
Cheques | Nick Lei também contra troca por cartão de consumo João Luz e Nunu Wu - 27 Mai 2025 O deputado Nick Lei demarca-se da ideia de converter o cheque pecuniário em cartão do consumo, depois de Pereira Coutinho e Ron Lam terem demonstrado oposição à troca. Nick Lei revela que a opinião de mudar a natureza do apoio foi partilhada por forças associativas minoritárias numa reunião com membros do Governo Afinal, quem defendeu a troca do cheque pecuniário por um cartão de consumo, que pode obrigar a gastos superiores para beneficiar da comparticipação, numa reunião com membros do Governo? Na semana passada, o deputado Pereira Coutinho demonstrou oposição à ideia e garantiu que iria perguntar aos deputados que representam associações que reuniram com o Executivo para saber se concordavam com o fim da atribuição habitual do cheque pecuniário. “Vou contactar os deputados eleitos por sufrágio directo para saber quem apoia esta forma ridícula de atribuição do apoio,” garantiu Pereira Coutinho. Ontem, o deputado Nick Lei, ligado à comunidade de Fujian, publicou um vídeo nas redes sociais a demarcar-se desta posição. A polémica surgiu depois de os gabinetes de Tai Kin Ip e O Lam terem divulgado um comunicado sobre reuniões nos dias 15 e 16 de Maio com associações para ouvir opiniões sobre o aperfeiçoamento da comparticipação pecuniária, vulgarmente designada como cheque pecuniário. Segundo o Governo, alguém sugeriu a “adopção de outras formas de atribuição e combinações de atribuição tais como cartões de consumo ou vales de consumo”. A substituição do cheque por um cartão do consumo poderá implicar a necessidade de consumir primeiro para poder gastar o valor comparticipado pelos cofres públicos. Sem indicar especificamente a associação responsável pela opinião, Nick Lei afirmou que a ideia não contou com a concordância da larga maioria dos participantes na reunião, e que, por isso, “não é necessário recolher as opiniões sobre a forma de atribuição”. Linha na areia Independentemente de quem disse o quê, o deputado que preside à associação Aliança do Povo de Instituição de Macau afirmou ontem ter recebido queixas de residentes contra a conversão do cheque pecuniário em cartão do consumo, medida que considera “inaceitável”. Desde o início da distribuição dos cheques pecuniários, em 2008, a medida tem contado com a opinião favorável dos residentes, correspondendo às suas expectativas, indica o deputado. Porém, Nick Lei defende o lançamento de uma nova ronda de cartão do consumo enquanto complemento do cheque pecuniário. “A sociedade de Macau concorda com a atribuição dos dois apoios. No entanto, se parte do valor do cheque pecuniário for transferido para um cartão de consumo, isso é inaceitável”, concluiu.
Trabalho | Menos despedimentos de Janeiro a Abril Hoje Macau - 27 Mai 2025 O número de despedimentos em Macau está a descer no início deste ano, de acordo com uma notícia da Rádio Macau. Segundo os dados disponibilizados pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) à emissora, entre Janeiro e Abril deste ano foram abertos em Macau 144 processos de despedimento, o que representa um decréscimo de 16 por cento face ao período homólogo de 2024. Entre os processos de despedimento abertos no ano passado, os trabalhadores pertenciam a seis sectores de actividade, com os mais representados a serem a hotelaria e restauração (61 trabalhadores) e a construção (59 trabalhadores). Em 2023, o número de trabalhadores despedidos foi de 266 e no ano passado de 245, ou seja, menos 21 despedimentos de um ano para o outro. Há também uma menor litigância quando existe um processo de quebra do vínculo laboral. Entre os processos de despedimento abertos e concluídos no mesmo ano, os que foram decididos em tribunal foram de 13 por cento, em 2023, e 6 por cento em 2024. Em reacção aos dados, em declarações à Rádio Macau, o deputado José Pereira Coutinho considerou que o número de despedidos vai continuar a descer porque “não há mais por onde despedir”. O deputado afirmou ainda que a questão do emprego é uma das que mais preocupa a população local, principalmente os jovens: “Cada vez há menos postos de trabalho, cada vez é mais difícil encontrar um emprego. Anteontem, estive na graduação dos alunos da Universidade de Macau e quando estive a falar com as famílias e com os próprios alunos, andam todos preocupados para encontrar o primeiro emprego”, afirmou. “Portanto, é normal que essa tendência de diminuição dos despedimentos continue, porque também não há por onde despedir”, acrescentou.
Obras públicas | Secretário quer melhorar regime de concurso público Andreia Sofia Silva - 27 Mai 2025 O Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man, disse ontem, num encontro com o Grupo de Acompanhamento do Desenvolvimento do Sector da Construção Civil de Macau, composto por seis associações do sector, que o regime de concursos públicos será “optimizado com vista a fomentar uma concorrência saudável e o desenvolvimento sustentável da indústria”. Nas palavras do secretário, citadas num comunicado, será estudada “a adopção de um mecanismo de ‘adjudicação pelo preço mais razoável’, em substituição do tradicional critério de ‘preço mais baixo’, garantindo a execução fluída das obras públicas em conformidade com os padrões exigidos”. No encontro, foi também debatida a possibilidade de “ampliar as oportunidades de emprego para trabalhadores residentes e promover a formação e o desenvolvimento de quadros qualificados no sector da construção”. Assim, os documentos dos concursos “deverão estipular a exigência de contratação prioritária de trabalhadores residentes e a fixação de uma proporção mínima dos mesmos, sempre que as condições o permitam”. Além disso, “será incentivado que os adjudicatários aumentem, de forma gradual, a percentagem de trabalhadores residentes em cargos técnicos, de gestão e especializados”, foi referido.
Economia | Mais de 200 milhões usados em descontos João Luz - 27 Mai 2025 Com o “Grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias 2025” a terminar este fim-de-semana, o Governo estima que mais de 200 milhões de patacas em cupões de desconto tenham sido usados até 18 de Maio. O Governo espera que a iniciativa dê início a um ciclo de consumo comunitário, reforçando os negócios das pequenas e médias empresas O “Grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias 2025” termina no próximo fim-de-semana. Os residentes têm até sexta-feira tempo para fazer compras superiores a 50 patacas através de aplicações de pagamento aderentes ao programa para se habilitarem ao último sorteio de cupões de desconto para gastar no fim-de-semana. Segundo informação divulgada ontem pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), até 18 de Maio foram utilizados benefícios electrónicos num valor superior a 200 milhões de patacas. No passado dia 9 de Maio, o Governo adiantava que 160 milhões de patacas de cupões de desconto usados haviam gerado até então 680 milhões de patacas em receitas para os estabelecimentos comerciais onde foram gastos. A DSEDT indicou esperar que, “através dos esforços conjuntos de todas as partes, os residentes sejam continuamente incentivados a consumir nos bairros comunitários durante os fins-de-semana, promovendo o ciclo de consumo comunitário e reforçando a confiança das pequenas e médias empresas na exploração dos seus negócios”. Mais para todos Uma das novidades desta edição da iniciativa para impulsionar o consumo, além do aumento para 200 patacas do valor máximo de desconto, foi a criação dos descontos imediatos para idosos através das versões especiais do Macau Pass. Como tal, a DSEDT relembra que os residentes com mais de 65 anos que ainda não tenham levantado a nova versão do cartão para idosos podem fazê-lo até domingo em mais de 100 postos de serviços, ficando com o resto do dia para gastar as 300 patacas do apoio. As autoridades vincam que os descontos imediatos não gozados depois de domingo “serão automaticamente reduzidos a zero”. Recorde-se que os cupões não podem ser utilizados em algumas cadeias de supermercados, como Royal, PARKnSHOP, San Miu e Sunsco. Além disso, não podem ser usados ser utilizados para pagar água, electricidade, gás natural, combustíveis, telecomunicações, transportes transfronteiriços, serviços médicos, serviços prestados por instituições públicas. Também não podem ser usados em casinos, bancos, seguradoras e outras instituições financeiras, casas de penhores, supermercados de grande escala, administração de propriedades, instituições de ensino, parques de estacionamento, táxis, parquímetros e máquinas de venda automática.
Literatura | MUST aposta em projecto de tradução de Camões para chinês Andreia Sofia Silva - 27 Mai 2025 A Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau está a apostar em projectos de tradução de Luís de Camões. Numa altura em que celebram os 500 anos do nascimento do poeta, Filipe de Saavedra, académico da universidade local, fala da iniciativa e do Congresso do Meio Milénio do Nascimento de Luís de Camões, em Moçambique No ano passado, completaram-se 500 anos do nascimento daquele que é considerado o maior poeta português de todos os tempos. Luís de Camões, autor da epopeia “Os Lusíadas”, nasceu em 1524, navegou pelos mares e percorreu terras por onde os portugueses andaram, nomeadamente Moçambique, Goa e Macau, entre outros, e sobre eles deixou poemas e escritos em cartas. A sua importância está espelhada nas comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das comunidades portuguesas. Todas as manifestações literárias que Camões deixou escritas vão agora ser traduzidas para chinês graças a um projecto que tem vindo a ser desenvolvido pela Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa). Filipe de Saavedra, especialista na vida e obra de Luís de Camões, docente e investigador nesta universidade e doutor em Estudos Portugueses, falou ao HM sobre o projecto. “As nossas traduções sairão ao abrigo de um projecto em curso na UCTM [MUST na sigla em inglês] onde se prevê a tradução integral para chinês de todos os géneros líricos e das cartas de Camões. Os alunos são ali expostos ao poeta desde o primeiro ano da Licenciatura em Estudos Portugueses até ao mestrado, e a resposta deles é entusiástica. Temos trabalhos de grande qualidade feitos por eles e publicados no canal YouTube ‘Português em Macau’. Já tínhamos tido igual sucesso com os alunos indonésios. Neste momento, o número de projectos de vídeo sobre Camões já publicados ultrapassa as duas centenas”, confessou. “O projecto mais ambicioso é o da edição crítica da obra, a que estamos a dar início pelas cartas e pelas odes. Irá combinar os esforços acumulados de várias gerações de estudiosos com as nossas novas leituras dos manuscritos, e novas interpretações. Será o contributo mais duradouro e mais necessário suscitado por estas celebrações”, acrescentou o camonista. A MUST tem também o projecto de atelier de teatro em que “os alunos representam Camões”, além de que “no concurso de poesia deste ano os alunos escolheram recitar Camões, demonstrando grande sensibilidade à poesia dele”. Para Filipe de Saavedra, “a semente está lançada, e dali sairão os tradutores e camonistas do futuro”. Tendo em conta a forte ligação de Macau na vida de Luís de Camões, o território acolheu, no ano passado, o “I Congresso do Meio Milénio”, com representação de académicos de vários países com estudos em torno da figura, obra e vida de Luís de Camões. O balanço feito por Filipe de Saavedra é bastante positivo. “Trouxemos já por três vezes o mestre-tradutor Zhang Weimin, sempre com o apoio da Fundação Oriente, que deu várias aulas magistrais sobre como traduzir Camões para mandarim aos alunos dos cursos mais avançados da UCTM.” Nesse contexto, a MUST tem estabelecido “protocolos com universidades estrangeiras onde existem centros camonianos, para iniciativas em comum”. Um dos mais recentes foi com a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, para a realização da segunda edição do mesmo congresso no próximo mês de Junho, em Maputo e na ilha. Camões em Moçambique Segundo Filipe de Saavedra, “o congresso realiza-se em dias especiais para Camões, e em lugares que ele habitou: 25 de Fevereiro, data mais provável do seu nascimento e 12 de Março, data da publicação da epopeia; e agora 10 de Junho, dia da morte do poeta em Lisboa”. “Como Camões viveu dois anos na Ilha de Moçambique, tarde ou cedo ali iríamos. Já tinham sido realizados congressos sobre Camões em Portugal e no Brasil, mas este é o primeiro que se reúne em toda a África, sendo que na Ásia também já fizemos dois, um na Indonésia e outro em Macau, os primeiros neste continente”, explicou. Em Moçambique, o docente irá falar “sobre os africanos em geral [presentes] na obra de Camões”, sendo que outros académicos vão “ocupar-se da relação dele com Moçambique, com outras pessoas que por ali passaram no tempo em que ele lá esteve, de questões de tradução que são sempre primaciais, e do ensino de Camões nas escolas”. Segundo o académico, este congresso tem o apoio da Comissão Nacional Portuguesa para as Celebrações do V Centenário de Camões. Filipe de Saavedra faz também parte da “Rede Camões na Ásia & África”, que reúne vários especialistas em Camões e que tem organizado os Congressos do Meio Milénio. “A rede de camonismo que implantamos na Ásia será fiel à sua matriz de ponto de encontro dos tradutores com os exegetas. Caracteriza-se por uma perspectiva global e plural, centrada nos textos, mas ancorando-se igualmente na experiência vital do poeta, concretamente nas vivências asiáticas e africanas dele. Este é um ponto de vista diferente do de Portugal.” O III Congresso do Meio Milénio irá decorrer no próximo ano em Goa, em parceria com a Universidade de Goa. “Iremos aprofundar as relações de Camões com a Índia daquele tempo, e não só com a Índia portuguesa. Estamos a oferecer co-tutorias a estudantes indianos de mestrado e doutoramento que queiram trabalhar Camões, bem como assistência bibliográfica. Também investiremos na procura de novos tradutores da poesia de Camões para as várias línguas indianas”, adiantou. Escritos que faltam Questionado sobre o que falta analisar e investigar na obra do poeta, o investigador da MUST salienta os poucos avanços ao nível da obra, e mais na vertente biográfica. “No século XX, e no que vai do XXI, avançou-se sobretudo no conhecimento da vida de Camões. Mas quanto à obra, os progressos têm sido mais lentos. Apesar dos contributos fundamentais prestados por estudiosos portugueses e estrangeiros, pode-se dizer que nenhuma edição da lírica saída até hoje se sustenta no seu conjunto como definitiva, e o mesmo quanto às do teatro. Para as cartas, a pesquisa e edição que eu estou a publicar era ainda mais urgente.” Filipe de Saavedra destaca que “muito está feito e muito está por fazer”, mas no que diz respeito à agitada vida do poeta, “há muitos aspectos da vida de Camões em que até sabemos demasiado, em assuntos sobre os quais o próprio talvez não tivesse gostado que se soubesse tanto”. “Mesmo o estudo da lírica já seria para ele um abuso, uma vez que a não quis reunir nem publicar, quando facilmente o poderia ter feito depois do sucesso de ‘Os Lusíadas’. Foi uma parte renegada da obra dele, já sem falar das cartas privadas, algumas privadíssimas. Pelo que todo esse excesso de conhecimento, esse saber-se quase tudo sobre a vida e sobre a obra de Camões, representa para nós um milagre, e para ele possivelmente uma maldição”, acrescentou. Para Filipe de Saavedra está em causa “o angustiante dilema entre respeitar a vontade e a privacidade de um autor, e perscrutar até aos íntimos recessos a existência terrena dele, sondando mesmo os seus pensamentos mais íntimos”. “Aqui somos forçados a pesar o interesse do indivíduo por um lado, idealmente atendível, e o interesse da cultura e da história por outro, que é maior e soberano. Ganha o segundo, e que Camões nos perdoe”, conclui.
Gaza | Japão promete ajuda humanitária Hoje Macau - 27 Mai 2025 O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, prometeu ontem à Agência das Nações para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) que o Japão irá contribuir para a chegada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. “O Japão pretende trabalhar para garantir a manutenção de um ambiente sustentável no qual as actividades de assistência humanitária possam ser realizadas”, disse Ishiba ao director-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, durante uma reunião em Tóquio, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês. Lazzarini fez uma visita de cortesia de cerca de 20 minutos ao Presidente japonês, que expressou o seu respeito pela organização internacional e as suas condolências aos funcionários que morreram durante o conflito com Israel na Faixa de Gaza. O director-geral da UNRWA expressou a sua gratidão pela assistência prestada pelo Japão até à data e explicou a atual situação humanitária na Faixa de Gaza, assim como as condições que enfrenta a UNRWA e os seus esforços para melhorar a sua gestão, após o congelamento temporário da ajuda de certos países, incluindo o Japão, devido às alegadas ligações de alguns dos seus funcionários com o grupo islamita Hamas. Ishiba e Lazzarini confirmaram que continuarão a colaborar para prestar apoio aos refugiados palestinianos que enfrentam “uma grave crise”, acrescentou o ministério.
Graça Morais e Júlio Pomar na galeria AMAGAO partir de quinta-feira Hoje Macau - 27 Mai 2025 Chama-se “Diálogos de Criatividade” e é o nome da nova mostra promovida pela galeria AMAGAO e que abre ao público esta quinta-feira, a partir das 18h30. Segundo uma nota da galeria, apresenta-se “uma selecção excepcional de artistas portugueses contemporâneos”, sendo que cada um traz uma “perspectiva única e inovadora sobre o panorama artístico actual”. São, ao todo, 24 artistas, sendo que alguns deles já expuseram o seu trabalho em Macau. “Diálogos de Criatividade” integra um total de 50 trabalhos. Do rol de artistas destaque para os grandes nomes da pintura portuguesa contemporânea, como é o caso de Graça Morais e Júlio Pomar. Seguem-se nomes como Abílio Febra, escultor e artista; Alfredo Luz, Ana Cristina Dias, Ana Pimentel, André Pedro, Cunha Nery, Fernando Direito, Francisco Geraldo, João Paulo, Jorge Francisco, José́ Luís Tinoco, Lara Roseiro, Luís Jesus, Luzia Lage, Madalena Pequito, Maria Dulce Martins, Maria João Franco, Maria Leal da Costa, Númparo, Pedro Proença, Raquel Gralheiro e Susana Bravo. Vultos da pintura A pintora Graça Morais, com nome completo Maria da Graça Pinto de Almeida Morais, nasceu no dia 17 de Março de 1948 em Trás-os-Montes. Concluiu o Curso Superior de Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1971. Entre os anos de 1976 a 1979 viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Actualmente reside e tem o seu ateliê em Trás-os-Montes e em Lisboa. Desde 1974 realizou e participou em mais de uma centena de exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro. Destaca-se a representação de Portugal na XVII Bienal de São Paulo (1983) e as exposições individuais no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1984) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1985). Já Júlio Pomar, outro grande nome da pintura portuguesa, nasceu em Lisboa, a 10 de Janeiro de 1926, e faleceu a 22 de Maio de 2018 na mesma cidade. Instalou-se em Paris em 1963. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa (1942-44) e do Porto (1944-46), a qual abandonou depois de uma suspensão disciplinar por actividades estudantis. Fez parte, a partir de 1946, da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD), de resistência à ditadura do Estado Novo em Portugal, tendo sido uma actividade pela qual foi detido no ano seguinte e condenado em tribunal. Em 1949, por ocasião da participação na candidatura presidencial de Norton de Matos, de quem desenhou um retrato muito divulgado, foi afastado do lugar de professor de desenho no ensino técnico. Expôs pela primeira vez em 1942, em Lisboa, numa mostra de grupo no seu atelier, e realizou a primeira exposição individual em 1947, no Porto, na Galeria Portugália, apresentando desenhos que seriam no ano seguinte editados num álbum prefaciado por Mário Dionísio. No início da sua carreira, foi um dos animadores do movimento neo-realista, desenvolvendo uma larga intervenção crítica em jornais e revistas: “A Tarde” (diário publicado no Porto, onde coordenou a página semanal “Arte”, em 1945), “Mundo Literário”, “Vértice”, “Seara Nova”, “Horizonte”, “Portucale”, “Comércio do Porto”, etc. Participou na organização das Exposições Independentes, em 1944-45, no Porto, e depois na da Exposição da Primavera (Porto, Ateneu Comercial, 1946), sendo um dos principais organizadores das Exposições Gerais de Artes Plásticas (Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1946/1956). Em 1956, foi um dos fundadores e primeiros membros da direcção da Cooperativa “Gravura”. Pomar dedicou-se especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e “assemblage”, ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo.
A cama quente Duarte Drumond Braga - 27 Mai 202527 Mai 2025 O texto O que é o Neo abjecionismo foi publicado pela primeira vez em 1967, em Textos Locais e, mais tarde, em 1971, em Exercícios de Estilo. Mas já em 1963 tinha sido lido por Mário Cesariny na Casa da Imprensa. O que é mais importante não é tanto Luiz Pacheco deixar claro, nessa performance-confissão, que pediu sem devolver – que pediu sabendo que não ia devolver –, mas que tentou ser livre sozinho e não conseguiu. Precisou do outro, nem que fosse para lhe pedir esmola. Na verdade, o que estava em causa na mão que pede esmola é justamente a necessidade de haver um outro. Penso que a escrita de Luiz Pacheco se dirige muito a esse outro, é como essa cama já suada por outrem onde temos que nos deitar. E como ser livre sendo pobre?, eis a questão. Ele diz que consegue, que é mesmo “intensamente livre, livre até ser libertino, que é uma forma real e corporal de liberdade; livre até à abjeção, que é o resultado de querer ser livre em português”. E que nos interessa isso, a nós e aos nossos belos salários de Macau, que ainda teimam em resistir? Em 2025, Portugal prepara-se para pedir a Luiz Pacheco que, em troca, nos dê sem que tenhamos que lhe devolver. Se eu fosse um mau cronista diria que este nato a 7 de maio de 1925 foi o enfant terrible das letras portuguesas, um homem que escolheu viver nas margens da sociedade, ou outra parvoíce assim qualquer. O projeto “Luiz Pacheco Passeia por Todo o Papel”, delineado a propósito do seu centenário, promete fazer jus ao homenageado, sem cair em semelhantes clichês. Não haverá públicos peditórios ou muito gente a dormir na mesma cama (as famosas camas quentes de Macau?), como no inesquecível Comunidade. Não nos interessa se Pacheco seria ou não contra este aparato académico, que na verdade vai muito além do académico, pois possui forte dimensão de intervenção cultural, coisas que juntas se acham raramente, e ainda por cima por todo o território nacional. Como diria o próprio: “um cadáver nunca terá razão, mesmo que a tivesse tido antes”. Nos só conseguimos olhar com os olhos dos vivos, com os olhos dos presentes. Nunca conseguiremos olhar com os olhos dos mortos. O projeto “Luiz Pacheco Passeia por Todo o Papel” é o eixo central destas comemorações, reunindo instituições académicas e culturais num esforço coordenado para tornar mais presente e Luiz Pacheco. Organizado pelo Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o programa estende-se até 2026. A Comissão Organizadora, coordenada por Rui Sousa, preparou um programa que pretende abranger as múltiplas facetas da vida e obra do autor, editor e crítico. Através da editora Contraponto, fundada em 1950, Luiz Pacheco foi responsável pela publicação de nomes que se tornaram essenciais nas letras portuguesas, como Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia, Herberto Helder e Vergílio Ferreira. Como autor, Pacheco criou uma obra que possui dimensão autobiográfica e crítica, em textos como “O Libertino Passeia por Braga”, “Comunidade”, “Os Namorados” e “O Teodolito”. Ter que ser escritor, crítico, revisor, editor, até censor, tudo ao mesmo tempo, não é uma graça dada pelo talento, é o percurso obrigatório de um Ulisses que atravessa o bas-fond do fascismo, agora pelos vistos reaparecente. As comemorações incluem congressos internacionais (dois!), exposições, performances teatrais e ainda a publicação das suas obras completas. Cidades como Lisboa, Setúbal, Palmela e Braga – lugares por onde o libertino passeou – serão palco de eventos diversos. O ponto alto das celebrações será o “Congresso Internacional Luiz Pacheco”, nos dias 22 e 23 de outubro em Setúbal e Palmela, que será acompanhada pela inauguração de uma exposição a partir do espólio do autor, em posse do filho Paulo Pacheco, o Paulocas de Comunidade, no dia 23, e por uma leitura encenada de textos, em Setúbal, a 24. A partir de 2026, Luiz Pacheco passeará também além fronteiras, com uma exposição itinerante que, depois de ter passado pelas cidades do seu mapa íntimo, estará também em diferentes países, do Brasil e da Colômbia a Itália, Espanha e Polónia. Na Sertã, no início de julho, a Maratona de leituras ser-lhe-á dedicada. E na Casa da Liberdade Mário Cesariny e Perve Galeria, em Lisboa, está, até final do ano, uma exposição dos seus materiais éditos e inéditos. Também com o apoio do Instituto Politécnico de Santarém, estará patente uma exposição na biblioteca Brancaamp Freire. O texto “O que é o neo-abjecionismo” – a ele voltamos por ser a chave duma obra – procura, precisamente pela ideia de liberdade, transformar em escolha radical certas circunstâncias, antes de mais uma circunstância de 48 anos, é certo, e que toda a gente sabe qual é. Não é fácil. Só se consegue quem tem uma feia cara de gente. E o libertino, não vem passear pelo Fai Chi Kei?
ESAD | Escola do Porto assina acordo com IPOR Hoje Macau - 27 Mai 2025 O Instituto Português do Oriente (IPOR) assinou, no passado dia 16 de Maio, um protocolo de colaboração com a ESAD – Escola Superior de Artes e Design, sediada na zona de Matosinhos, Porto. Segundo um comunicado, o acordo promove a “colaboração no domínio da formação, investigação e intercâmbio cultural”, sendo que parceria “será operacionalizada através da promoção de iniciativas conjuntas e partilha de conhecimento nas áreas das artes, design e cultura”. O IPOR destaca que “a primeira iniciativa enquadrada no acordo envolverá professores e alunos da ESAD, que participarão num projecto no âmbito das comemorações do V Centenário de Luís de Camões, no qual também estarão envolvidos artistas de Macau e alunos da Faculdade de Artes e Design da Universidade Politécnica de Macau”. “Existindo uma relação indissociável entre língua e cultura, compete ao IPOR, no quadro das atribuições inscritas na sua missão, articular estas duas dimensões da sua intervenção. A produção, a divulgação e a exibição de conteúdos que traduzam relações criativas entre a língua e a cultura, de preferência com envolvimento da comunidade alargada de prática da língua que o IPOR configura fica agora reforçada com a celebração deste protocolo”, refere a entidade. Pretende-se ainda “fomentar o intercâmbio na área das artes entre Portugal e a RAEM, estabelecendo pontes que permitam a promoção e a realização de iniciativas como forma de inscrever cada vez mais a língua portuguesa e as expressões das suas culturas nos diálogos com outras línguas e outras culturas”.
ARTM | Mostra sobre os 25 anos da associação em Ka-Hó Hoje Macau - 27 Mai 2025 É já este domingo que a galeria “Hold On To Hope”, um projecto da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau na vila de Ka-Hó, acolhe uma nova exposição. Trata-se do resultado dos projectos criativos desenvolvidos por utentes em contexto de recuperação e reabilitação. A mostra chama-se “Ageing Gracefully” e tem também o objectivo de sensibilizar a comunidade para o efeito terapêutico da arte Intitula-se “Ageing Gracefully” e é a nova exposição patente na galeria Hold On To Hope, gerida pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), com morada na vila de Ka-Hó. A inauguração decorre no dia 1 de Junho, às 16h. “Ageing Gracefully” chega, precisamente, para celebrar os 25 anos de existência da ARTM, fundada em 1993, e que continua a prestar apoio a pessoas com problemas de toxicodependência, proporcionando também programas de reabilitação e integração social. Segundo uma nota da ARTM, as obras de arte e artesanato integradas nesta mostra nascem destas actividades com os utentes, sendo “elementos vitais da vida quotidiana na comunidade terapêutica da ARTM”. “Através de diversos métodos e ferramentas, os participantes podem expressar os seus sentimentos através das suas criações, desenvolvendo as suas competências práticas e criatividade, enquanto exploram as suas percepções sobre o mundo que os rodeia. Essas actividades demonstraram melhorar o funcionamento físico e produzir resultados muito positivos”, lê-se ainda. Na mesma nota, a ARTM diz esperar que a exposição “aumente a sensibilização entre as organizações e departamentos relacionados sobre as situações actuais dos casos especiais”. Além disso, a mostra permite que os utentes da ARTM “apresentem as suas criações ao público, com o objectivo de fortalecer a sua confiança e a compreensão e aceitação da comunidade”. A ARTM pretende também “incentivar o impacto positivo da criatividade e das artes”, “promover o engajamento e positividade dos participantes” e ainda “fortalecer a compreensão dos casos especiais entre organizações e departamentos”. O efeito comunidade A associação descreve, na mesma nota, que desde a sua fundação tem desenvolvido um modelo de “comunidade terapêutica”, procurando “atender às necessidades especiais de cada cliente em reabilitação” e utilizando “uma perspectiva bio-psicossocial”. Diz a associação que “o período de tratamento dura pelo menos um ano e inclui vários componentes, como vida comunitária, desenvolvimento de competências de responsabilidade, aconselhamento entre pares, aconselhamento bio-psicossocial, grupos de terapia, seminários educativos, formação profissional, actividades comunitárias, atividades recreativas, desenvolvimento de interesses e grupos de apoio familiar”. Com estas acções, a ARTM procura “aprofundar a compreensão dos indivíduos sobre a sua dependência e questões pessoais, promover o crescimento pessoal, reconstruir relacionamentos familiares e auxiliá-los na reintegração na sociedade com um novo estilo de vida saudável”, sendo que, “nos últimos anos, acolheram vários casos especiais”.
China / UE | Responsáveis pelo comércio voltam a reunir-se em Junho Hoje Macau - 27 Mai 2025 Os responsáveis pelo comércio da China e da União Europeia (UE) vão voltar a reunir-se em Junho, avançou ontem a imprensa oficial chinesa, num período de reaproximação, face à guerra comercial lançada por Washington. O jornal Global Times referiu que o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, vai reunir-se com o comissário europeu para o Comércio e Segurança Económica, o eslovaco Maros Sefcovic, no âmbito de uma cimeira ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Paris. Após a visita de Sefcovic à China, no final de Março, os dois representantes comerciais “têm estado em estreita comunicação, mantendo discussões extensas e aprofundadas sobre questões relacionadas com a cooperação económica e comercial entre a China e a UE”, de acordo com o Global Times. E, numa videochamada realizada no início de Abril, as duas partes concordaram em iniciar consultas sobre questões de acesso ao mercado e em iniciar imediatamente negociações sobre as tarifas impostas por Bruxelas aos carros eléctricos importados da China. Um especialista citado pelo Global Times enquadrou o aumento dos contactos entre Pequim e Bruxelas num contexto de “crescente proteccionismo e unilateralismo de alguns países ocidentais”, numa clara referência aos Estados Unidos. A Câmara de Comércio da UE na China revelou recentemente que o Governo chinês estendeu o “tapete vermelho” às empresas europeias que operam no país, embora estas continuem a queixar-se de desigualdades no acesso ao mercado e também do tratamento favorável que Pequim dá às suas empresas estatais. A notícia do encontro surge depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter aceitado prolongar o prazo para negociar um acordo comercial com a UE até 09 de julho, para evitar tarifas de 50 por cento. Desde meados deste mês, os EUA e a China estão numa trégua de 90 dias em que reduziram em 115 por cento as taxas adicionais que tinham aplicado um ao outro durante a escalada tarifária das semanas anteriores.
Ucrânia | China reitera que não forneceu armas à Rússia Hoje Macau - 27 Mai 2025 A China reiterou ontem que nunca forneceu armas letais “a nenhuma das partes envolvidas” na guerra na Ucrânia, depois de Kiev ter afirmado novamente que Pequim fornece materiais e equipamentos militares à indústria de armamento russa. “Nunca fornecemos armas letais a nenhuma das partes envolvidas no conflito e controlámos rigorosamente os artigos civis e militares de dupla utilização. A Ucrânia sabe-o muito bem”, disse ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning, numa conferência de imprensa. A porta-voz acrescentou que a China se opõe a “acusações infundadas” e a “manipulações políticas”, em resposta ao chefe do Serviço de Informações Externas ucraniano, Oleh Ivashchenko, que disse à imprensa ucraniana na segunda-feira que “Kiev pode confirmar que Pequim fornece materiais e equipamentos importantes a 20 fábricas militares russas”. No mês passado, a Ucrânia já tinha acusado a China de fornecer assistência militar directa à indústria de armamento russa. De acordo com Ivashchenko, o seu país dispõe de dados que confirmam que “a China fornece máquinas, produtos químicos especiais, pólvora e componentes específicos às indústrias de defesa russas”. Apelos ao diálogo Desde o início da guerra na Ucrânia, a China tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos” os Estados, em referência à Rússia. Pequim opôs-se a sanções “unilaterais” contra Moscovo e apelou a uma “solução política” para o conflito. O Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar russa, o que esta sempre negou, e de fornecer ao líder russo, Vladimir Putin, componentes essenciais para a produção de armas. Os países europeus também têm apelado repetidamente ao líder chinês, Xi Jinping, para que use a sua influência sobre Putin para pôr termo ao conflito, embora alguns argumentem que a China tem dado prioridade ao reforço das suas relações com a Rússia, da qual tem importado petróleo e gás a baixo custo.
Timor-Leste | Adesão plena a ASEAN em Outubro Hoje Macau - 26 Mai 2025 A adesão plena de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) vai acontecer em Outubro durante a segunda cimeira de chefes de Estado da organização, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense. “Numa declaração histórica durante a 46.ª cimeira da ASEAN, realizada em Kuala Lumpur, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, anunciou oficialmente que Timor-Leste irá alcançar a plena adesão à ASEAN na próxima cimeira da ASEAN, agendada para Outubro de 2025, também em Kuala Lumpur”, lê-se num texto publicado na página no Facebook do Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense. “Este é um momento histórico, não apenas para Timor-Leste, mas para toda a família da ASEAN. A jornada de Timor-Leste rumo à adesão plena reflete a nossa visão coletiva de uma ASEAN unida, coesa e orientada para o futuro”, disse o primeiro-ministro da Malásia, citado no texto divulgado pelo Governo timorense. A ASEAN foi criada em 1967 pela Indonésia, Singapura, Tailândia, Malásia e Filipinas e tem como objectivo promover a cooperação entre os estados-membros para garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento económico, social e cultural da região. Brunei Darussalam, Camboja, Laos, Myanmar e Vietname também integram a organização regional.
Zelensky insiste no reforço de sanções contra Rússia após ataque recorde com ‘drones’ Hoje Macau - 26 Mai 2025 O Presidente ucraniano insistiu ontem que só o aumento das sanções impedirá a Rússia de se sentir impune para continuar a intensificar os ataques contra a Ucrânia, após Moscovo ter disparado na passada madrugada um número recorde de ‘drones’. “Só uma sensação de impunidade total pode permitir à Rússia realizar estes ataques e a continuar a aumentar a sua escala”, disse Volodymyr Zelensky, nas redes sociais. As declarações de Zelensky foram feitas depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter voltado a expressar a sua frustração com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, na sequência dos ataques massivos e letais lançados por Moscovo este fim de semana contra Kiev e outras cidades ucranianas. Zelensky afirmou que o ataque russo ocorrido na última madrugada – que envolveu 355 ‘drones’ e nove mísseis de cruzeiro – “não tem lógica militar” e é simplesmente uma mensagem “política”. “Ao fazê-lo, Putin mostra o quanto despreza o mundo, o mundo que faz mais esforços para o diálogo do que na pressão”, prosseguiu o Presidente ucraniano. “Só com força — a força dos Estados Unidos, da Europa e de todas as nações que valorizam a vida — é que estes ataques poderão ser travados e a paz real alcançada”, acrescentou Zelensky, defendendo “o congelamento das finanças russas e a interrupção das vendas de petróleo” russo face à recusa do Kremlin (presidência russa) “em considerar sequer um cessar-fogo”. Manobras de resposta Na semana passada, Putin prometeu a Trump, durante uma chamada telefónica, apresentar à Ucrânia as suas condições para um cessar-fogo de pelo menos 30 dias, conforme solicitado por Kiev, Washington e os principais aliados europeus. Até agora, o líder russo não apresentou essas condições. O Kremlin, através do porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, sustentou que os bombardeamentos das últimas horas foram dirigidos contra alvos militares. Citado pela agência de notícias russa Interfax, Peskov referiu que as manobras foram uma resposta aos ataques lançados pela Ucrânia contra alvos civis. “Os ucranianos estão a atacar a nossa infraestrutura social e a nossa infraestrutura civil”, mas a “retaliação” russa foi dirigida “contra instalações e alvos militares”, afirmou Peskov. A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022, numa nova etapa da guerra que teve início em 2014 com a anexação da península ucraniana da Crimeia.
Princess Mononoke 520 (II) David Chan - 26 Mai 2025 A semana passada, analisámos os pontos de vista sobre o amor patentes na obra “Princess Mononoke” (“幽灵公主”) do mestre japonês de manga Hayao Miyazaki e também na recente série de televisão chinesa ” A História do Meu Melhor Amigo” (“流金歲月”)”. Em primeiro lugar, ambos os trabalhos sublinham que o amor verdadeiro deseja a felicidade do outro e que isso nos torna felizes a nós próprios. Quando o outro está triste, nós também entristecemos e desejamos sinceramente o melhor à pessoa amada. Em segundo lugar, o amor verdadeiro é livre. Os amantes verdadeiros não sequestram nem restringem o outro em nome do amor, porque esse tipo de amor não é verdadeiro, mas sim a manifestação de uma espécie de controlo para satisfação pessoal. Esse amor acaba por aprisionar ambas as partes numa jaula. Por conseguinte, a deixa mais importante da Princess Mononoke é “Virei ver-te quando tiveres saudades minhas.” Se num casamento houver falta de companheirismo, cuidado e apego, não existe amor e a certidão de casamento é apenas um contrato de servidão. O casal vive numa espécie de jaula, impossibilitado de escapar, mas tendo de viver obrigatoriamente um com o outro. Já que numa relação o que é preciso é existir amor, não há muita diferença se existe uma certidão de casamento ou não, certo? A resposta é “não é bem assim”. Um casal compra uma casa em conjunto para aí residir. Depois de se casarem, têm um bebé. Os pais do marido chamam ao bebé “neto”, bem como os pais da mulher. Duas famílias que antes não se conheciam ligaram-se por causa de uma certidão de casamento. A partir desse momento, o homem tem a responsabilidade de tomar conta dos pais da mulher e a mulher tem a responsabilidade de tomar conta dos pais do marido. O casal também tem de criar os filhos em conjunto. Este exemplo fala sobre cuidar dos pais e dos filhos, a custódia dos ancestrais e dos descendentes e da herança de bens. Existem tanto questões práticas como questões legais que só podem ser protegidas pela lei se a relação do casal for confirmada por uma certidão de casamento. Se quisermos ligar-nos à outra pessoa convenientemente, então o companheirismo, o cuidado e o apego que atrás mencionámos não chegam. Como é que podemos falar sobre “envelhecer juntos, tomar conta dos filhos e dos pais e direitos sucessórios”? Como vamos viver futuramente? Claro que o amor entre duas pessoas é o centro de tudo. O centro deve ser estável antes de considerarmos questões como “envelhecer juntos, tomar conta dos filhos e dos pais e direitos sucessórios.” Estas questões podem afectar o amor entre o casal, mas também são afectadas pelas condições de cada dupla. Suponhamos que um homem na casa dos 50 pede a mão de uma mulher divorciada de 38 anos com uma filha e ela aceita. Para este casal, o núcleo do amor – companheirismo, cuidado e apego – continua a ser válido, mas ainda é importante tomar conta dos pais? A resposta é, não necessariamente. Uma vez que o homem já está na casa dos 50, os pais já podem ter partido há muito, por isso a responsabilidade de tomar conta dos pais fica muito reduzida, e a questão da integração familiar é relativamente simples. Como a mulher já tem uma filha, decidiram não ter mais crianças e focar-se na que já existe. Portanto, o impacto destas questões num casamento pode ser mais limitado ou mais complexo. Se me perguntarem se concordo com os pontos de vista da Princess Mononoke sobre o amor, digo-vos que quero perguntar ao meu amor o que pensa. Posso não aceitar todos, mas também não nego todos em definitivo. Respeito a minha amada e quero estar com ela. Questões como tomar conta dos pais, direitos sucessórios e integração familiar não são importantes para nenhum de nós, mas questões como companheirismo, cuidado, apego e envelhecer juntos implicam um empenhamento a dois, não é algo que se faça sozinho. Amo-te, Princess Mononoke, podes vir ver-me quando tiveres saudades minhas. Talvez isto queira dizer, “Quando pensas em mim, ainda me amas tão profundamente como me amavas ontem.” Se não quiseres parar, se não quiseres ficar num certo sítio, então a minha forma de te amar é “caminhar contigo”, vás para onde fores, quer seja no fim do mundo ou num recanto do mar, ou para lá de centenas de rios e de montanhas, continuarei a caminhar contigo, porque quero segurar a tua mão com força quando caminhas ao meu lado. Se eu puder sussurrar ao teu ouvido todas as noites, “sinto a tua falta todos os dias”, e também espero que “seja Verão ou Inverno, vou amar-te cada vez mais”. Vou escrever-te um artigo e declarar o meu amor por ti, todos os anos a 20 de Maio. Se chegarmos ao topo do mundo, já não poderemos seguir em frente, por favor voa comigo e eu estarei sempre contigo. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Faculdade de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Email: cbchan@mpu.edu.mo
Ciclo de cinema documental na Casa de Macau a 3 de Junho Hoje Macau - 26 Mai 2025 A Casa de Macau em Lisboa apresenta, no dia 3 de Junho, o “CineMacau – Ciclo de cinema documental de Macau”, a partir das 16h30, em que se apresentam alguns documentários sobre realizadores locais, ou com ligações ao território. Segundo uma nota de imprensa, pretende-se, com este evento, “alargar o nosso espaço à divulgação do ‘olhar’ de uma nova geração de cineastas que têm registado imagens e sons sobre a realidade de Macau, passado e presente, trazendo novas perspectivas e novas abordagens sobre esta terra a quem também chamam de sua”. A coordenação do evento está a cargo de “Ruka” Borges, produtor, apoiado pelo membro da direcção da Casa, Gonçalo Magalhães. Ambos vão assegurar “o enquadramento temático dos filmes”, sendo que será apresentado o primeiro episódio da colectânea “Os Resistentes: Retratos de Macau” do realizador António Caetano de Faria. Este “recuperou, através da sua ‘lente’, um conjunto de profissões em vias de extinção da antiga Macau”, tratando-se de um projecto cultural sem fins lucrativos apoiado pela Casa de Portugal em Macau, Fundação Macau e pelo Instituto Cultural, com música de fundo composta pela Orquestra Chinesa de Macau. “Os Resistentes” mostra os retratos de antigas profissões ou lojas em risco de extinção, nomeadamente “sapateiros, relojoeiros, alfaiates, farmacêuticos chineses, carpinteiros”, no geral, “pessoas com décadas de experiência, cuja actividade representa uma parte importante da identidade histórica e cultural de Macau”. A série foi desenvolvida ao longo de três temporadas — em 2015, 2017 e 2020 — e consiste em episódios curtos, filmados a preto e branco. “António Caetano Faria começou este projecto ao perceber que muitas destas lojas estavam a desaparecer em silêncio, sem deixar rasto. Ao longo da série, ele procura captar não só os rostos e as vozes, mas também os sons, os gestos e os detalhes do dia a dia desses trabalhadores. O projecto assume um papel quase de arquivo — uma tentativa de preservar, em registo audiovisual, modos de vida e práticas profissionais que deixaram de ser passadas para a geração seguinte”, destaca a Casa de Macau. Outro projecto A sessão do dia 3 de Junho complementa-se com o documentário da cineasta Marisa Marinho, “The Macau Project”, onde se capta “a percepção sobre a transição de poderes na RAEM, suscitando-se interrogações e dúvidas de quem, na sua idade (muito jovem), vive as ambivalências de Macau, território que a irá marcar definitivamente como elemento integrante da sua própria identidade.”. Com este documentário, de 1999, Marisa Martinho apresenta “um ‘olhar’ distanciado e simultaneamente actual na construção de memórias que todos vamos carregando”. Os autores dos projectos cinematográficos estarão presentes na sessão para que haja um debate em torno do cinema. As marcações devem ser feitas junto da Casa de Macau, com um máximo de 20 pessoas por sessão. A entrada é gratuita, mas pede-se o pagamento facultativo de um “bilhete solidário” no valor de cinco euros.
Fotografia | Somos! traz exposição ao Parisian e novos eventos Hoje Macau - 26 Mai 2025 Terminado o concurso de fotografia em torno do tema “O Homem e o Divino”, da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa, eis que chega esta sexta-feira, no Parisian, a exposição que apresenta as imagens, com curadoria do também fotógrafo Francisco Ricarte. A associação apresenta ainda dois novos eventos em torno da imagem, o “FotoPasseio em Macau” e o encontro “FotoSíntess Somos – Imagens da Lusofonia x Halftone” Abre portas esta sexta-feira a nova exposição de fotografia da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP), nascida do concurso de fotografia subordinado ao tema “O Homem e o Divino”. A mostra, que pode ser vista no Parisian Macau, loja 3306, no piso 3, a partir das 18h30, revela as fotografias vencedoras do concurso lançado entre Fevereiro e Março deste ano, assim como as menções honrosas e outras imagens que o júri considerou relevantes por promoverem a comunicação em língua portuguesa e a disseminação das tradições e características lusófonas. A curadoria está a cargo de Francisco Ricarte, também fotógrafo e arquitecto de formação. A mostra está patente até ao dia 28 de Junho. Segundo um comunicado da Somos – ACLP, o vencedor do concurso, o fotógrafo moçambicano, Marcos Júnior, estará em Macau, sendo a primeira vez que um vencedor desta iniciativa vem ao território participar na exposição. A imagem de Marcos Júnior intitula-se “Onde há fé, há luz que guia”. O fotógrafo vai ainda participar em duas novas iniciativas da Somos – ACLP, organizadas em parceria com a associação de fotografia local Halftone, onde se pretende, através da imagem, promover “o papel de Macau como ponte para o intercâmbio cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa e, em particular, um diálogo intralusófono no território, com o foco a recair, este ano, sobre o multiculturalismo religioso e a relação entre o Homem e o Divino”. Passeios e histórias Uma das novas iniciativas realiza-se no próximo sábado, 31, e intitula-se “FotoPasseio em Macau – Locais Sagrados”, consistindo num percurso guiado por sítios religiosos de culto, que os participantes poderão admirar e fotografar com o apoio, ao nível técnico, do vencedor do concurso e de Francisco Ricarte, curador da exposição da Somos e também presidente da associação Halftone. O roteiro, inspirado no tema do concurso, contempla as Ruínas de S. Paulo e sua cripta, o Templo de Na Tcha, o Templo de Tou Tei, o Templo de Pau Kung e o Templo de Kun Iam, “evidenciando a pluralidade religiosa e multiculturalidade da cidade”. Com este evento, “procura-se propiciar uma descoberta coletiva de formas diversas e criativas de captação da espiritualidade local, através das lentes de máquinas fotográficas ou de telefones inteligentes”, refere a Somos. O ponto de encontro será no adro das Ruínas de S. Paulo, sendo que o passeio fotográfico tem início às 10h30 e uma duração de duas horas. No final, cada participante poderá enviar até três fotografias, acompanhadas de legendas, para serem publicadas no website e redes sociais da Somos – ACLP. Além deste passeio fotográfico, a Somos – ACLP organiza também o evento “FotoSínteses Somos – Imagens da Lusofonia x Halftone – com Marcos Júnior” no dia 3 de Junho, às 18h30, em que o vencedor do concurso e alguns fotógrafos de Macau irão participar numa sessão de partilha de experiências sobre a captação de imagens em contextos religiosos e cerimónias sagradas no âmbito da lusofonia, nomeadamente sobre técnicas fotográficas para a captação de imagens no domínio espiritual, que permitem a intensificação de características de misticidade e transcendência. Haverá ainda uma reflexão sobre o diálogo entre o fotógrafo e o sagrado, questionando-se se “deve o fotógrafo ser um mero espectador ou participante, e se devem as suas considerações e crenças pessoais serem factores influenciadores na fotografia”, bem como “sobre o poder das fotografias religiosas e espirituais nas sociedades actuais”. Os dois eventos são gratuitos e abertos ao público, mediante inscrição prévia.
Automóveis | Fabricantes em queda na bolsa chinesa Hoje Macau - 26 Mai 2025 Os construtores automóveis registaram ontem fortes perdas nas bolsas chinesas, depois de a maior vendedora mundial de automóveis eléctricos, a BYD, ter anunciado descontos até 34 por cento em 22 modelos, aumentando os receios de uma escalada da guerra de preços. Na Bolsa de Valores de Hong Kong, foi a própria BYD, que tinha recentemente atingido máximos históricos, que liderou as quedas, caindo 8,08 por cento. A sua filial de componentes, a BYD Electronic, caiu 4,01 por cento. Outras empresas importantes como a Geely (-7,98 por cento), a Dongfeng (-6,37 por cento), a Li Auto (-5,73 por cento) e a BAIC (-2,46 por cento) também registaram perdas, assim como a Xiaomi (-2,26 por cento), que não tem os veículos eléctricos como principal linha de negócio, mas está a apostar nestes produtos, tendo apresentado o seu segundo modelo na semana passada. No continente, o maior construtor automóvel da China, a estatal SAIC (-2,01 por cento), e outras marcas de referência como a Changan (-2,73 por cento) e a Great Wall (-5,52 por cento), registaram quedas em simultâneo. As descidas surgem depois de a BYD ter anunciado descontos em 22 modelos puramente eléctricos e híbridos plug-in até ao final de Junho: por exemplo, o mais barato da sua gama, o carro utilitário Seagull, verá o seu preço reduzido em 20 por cento para 55.800 yuan (6.793 euros). O maior corte será o do sedan híbrido Seal, cujo preço cairá 34 por cento, para cerca de 102.800 yuan (12.514 euros). “Embora alguns destes descontos já estivessem a ser implementados em Abril, o anúncio oficial envia um sinal poderoso sobre o quão difícil é o mercado final”, explicam os analistas da Morgan Stanley, citados pela agência Bloomberg.
Imobiliário | Wanda vende 48 centros comerciais por 50 mil milhões de yuan Hoje Macau - 26 Mai 2025 O conglomerado Wanda recebeu luz verde das autoridades chinesas para vender 48 centros comerciais a um consórcio de investidores, numa operação que ascende a 50 mil milhões de yuan, avançou ontem a imprensa local. O jornal oficial China Daily informou que a Administração Estatal para a Regulação do Mercado (SAMR) autorizou na semana passada a referida operação, que tem entre os compradores a gestora de activos privados PAG e o gigante tecnológico Tencent. O negócio “destaca a consolidação contínua no mercado imobiliário comercial da China, com as principais empresas tecnológicas e financeiras cada vez mais atentas às oportunidades no sector”, indicou o jornal, no contexto da prolongada crise imobiliária do país e da fraca procura. Estes 48 centros comerciais estão localizados em várias cidades do país, incluindo Pequim e Cantão (sudeste). Até ao momento, a SAMR não confirmou o valor da operação, mas o jornal Securities Times cita “fontes do mercado” que afirmam que o valor é de 50 mil milhões de yuan. O fundador da Wanda, Wang Jianlin, chegou a deter 20 por cento do clube de futebol de Espanha Atlético de Madrid e o emblemático Edificio España, no centro de Madrid.
Pequim alerta para espiões que se fazem passar por académicos, turistas ou amantes Hoje Macau - 26 Mai 2025 Pequim afirmou ontem que os cidadãos chineses devem estar atentos a “rostos estrangeiros amigáveis” que possam ser espiões, incluindo falsos académicos, turistas e parceiros românticos que pretendem obter informações sobre o país. Numa publicação na sua conta oficial nas redes sociais, o Ministério da Segurança do Estado da China escreveu que os espiões estrangeiros podem estar escondidos à vista de todos, utilizando várias identidades para levar a cabo actividades que ameaçam a segurança nacional do país. O ministério destacou cinco identidades falsas habitualmente utilizadas por espiões estrangeiros: turistas que não fazem turismo, académicos que não realizam investigação real, empresários que não fazem negócios, e “amantes insinceros” que exploram relações para recolher informações. Alguns agentes podem abordar estudantes chineses no estrangeiro e fingir ser “amigos estrangeiros que partilham os mesmos interesses”, para depois os tentarem recrutar através de relações amorosas, alertou o ministério. “Não se deixem enganar por uma conversa doce e nunca lhes revelem informações sensíveis ou confidenciais”, alertou. O ministério também exortou o público a alertar as autoridades de segurança nacional sobre quaisquer pessoas ou actividades suspeitas. Nos últimos anos, a China intensificou os trabalhos de contraespionagem, com o Ministério da Segurança do Estado a publicar uma série de mensagens nas redes sociais para sensibilizar o público para possíveis ameaças em contextos aparentemente normais. Na publicação de domingo, o ministério alertou para académicos que “se aproximam de repente e de forma excessivamente calorosa” e para amigos estrangeiros e contactos online que são “excessivamente ansiosos e atentos” na procura de relações românticas. Cuidados múltiplos Os espiões estrangeiros podem infiltrar-se em universidades e institutos de investigação fazendo-se passar por académicos interessados em intercâmbios e colaboração, lê-se no comunicado. Eles podem também utilizar incentivos financeiros ou promessas de favores académicos ou pessoais para extrair informações sensíveis e tecnologias fundamentais da China, apontou. É estritamente proibido levar material confidencial para eventos académicos no estrangeiro, acrescentou. Os cidadãos devem igualmente ter cuidado com turistas estrangeiros ocasionais e visitantes familiares que demonstrem interesse por paisagens naturais e pela geografia perto de zonas militares ou sensíveis, ou que vagueiem, fotografem ou tentem utilizar equipamento cartográfico de alta precisão nessas zonas. As pessoas devem também estar atentas a quem tente induzir os residentes locais a efectuar levantamentos ilegais e reconhecimento no local por sua conta.
Comércio | Presidente indonésio e PM chinês abordam expansão Hoje Macau - 26 Mai 2025 Face aos ataques da administração norte-americana, os países do Sudeste Asiático vão desenvolvendo cada vez mais parcerias comerciais que favoreçam as economias da região O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, reuniu-se com o Presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, no domingo, para discutir formas de expandir o comércio, no contexto da guerra comercial lançada pelos Estados Unidos. Li chegou à capital da Indonésia, Jacarta, no sábado à tarde, para uma visita de três dias à maior economia do Sudeste Asiático. Esta foi a primeira paragem da sua primeira visita ao estrangeiro este ano. A Indonésia e a China são membros do Grupo dos 20 (G20), que reúne as principais economias desenvolvidas e emergentes, e do grupo BRICS. Li viajou com 60 empresários chineses para participar na Recepção Empresarial Indonésia–China, no sábado à noite. Nas suas declarações, sublinhou que a economia chinesa registou um crescimento rápido este ano, apesar dos crescentes desafios externos. “A actual situação internacional é um impasse”, afirmou Li, no evento que contou também com a presença de Subianto. “O unilateralismo e o proteccionismo estão a aumentar, e o comportamento de intimidação está a crescer”, vincou. Li referiu que este ano se assinala o 70.º aniversário da criação do Movimento dos Não Alinhados, iniciado por países asiáticos e africanos na cidade indonésia de Bandung, num momento em que o mundo se encontrava numa encruzilhada histórica. O espírito de solidariedade, amizade e cooperação de Bandung desempenhou um papel fundamental na unidade e cooperação entre os países do Sul Global, afirmou. “Mais de sete décadas depois, o mundo está mais uma vez numa importante encruzilhada”, observou. Li apelou a todos os países para que procurem um terreno comum e resolvam as diferenças através do diálogo e da coexistência pacífica. Em crescendo Subianto expressou gratidão ao Governo chinês e às empresas chinesas que participaram na economia indonésia, “criaram postos de trabalho, transferiram tecnologia e geraram confiança entre todas as empresas”. O líder convidou também os empresários chineses a investirem mais na Indonésia. O comércio bilateral ultrapassou os 147,8 mil milhões de dólares no ano passado, registando um crescimento de 6,1 por cento. Li destacou que a China é, há nove anos consecutivos, o maior parceiro comercial da Indonésia. O programa de cooperação internacional “Faixa e Rota”, lançado por Pequim, tem registado um “progresso substancial” no país, incluindo a construção de fundições de níquel e da primeira ligação ferroviária de alta velocidade do Sudeste Asiático. A Indonésia pretende desempenhar um papel mais relevante no fornecimento de níquel e outras matérias-primas aos fabricantes chineses de automóveis eléctricos, um sector em rápido crescimento. Encontro de líderes No domingo, Subianto recebeu Li numa cerimónia no Palácio Merdeka, em Jacarta, antes de ambos se encontrarem à porta fechada para uma reunião bilateral. “A actual situação internacional atravessa uma enorme perturbação, e o desenvolvimento pacífico enfrenta numerosos factores incertos e instáveis”, afirmou Li, no discurso de abertura. Subianto sublinhou a estreita relação histórica entre a Indonésia e a China, afirmando que os dois países vivem um momento importante nas relações bilaterais. “Reitero o nosso empenho em reforçar a nossa parceria estratégica global com o povo e o Governo da China”, afirmou. “Acreditamos que isso trará benefícios não apenas para os dois países, mas também para toda a região asiática”, vincou.