Tibete | Avaliação de danos após sismo de 5,5 na escala de Richter Hoje Macau - 13 Mai 2025 Um terramoto de 5,5 graus na escala de Richter sacudiu ontem a região chinesa do Tibete, onde as autoridades ainda estão a recolher informações sobre possíveis danos e deslizamentos de terras, informaram os meios de comunicação locais. O tremor foi registado às 5:11 locais no condado de Lazi da cidade de Xigaze, com o epicentro a uma profundidade de dez quilómetros, segundo o Centro de Redes Sismológicas da China. Equipas de bombeiros e de salvamento do condado afectado já se deslocaram para a zona do epicentro, onde o tremor foi fortemente sentido, segundo agências locais, citadas pela agência noticiosa oficial Xinhua. As mesmas fontes acrescentaram que estão a recolher informações sobre possíveis deslizamentos de terras e feridos. O Tibete e outras zonas do oeste da China são frequentemente palco de sismos, devido à proximidade do ponto de fricção da placa tectónica asiático-indiana, porém, em razão da baixa densidade populacional da região, os sismos ocorrem frequentemente em zonas pouco povoadas. Ainda assim, no passado dia 07 de Janeiro, um terramoto de magnitude 6,8 na região tibetana, com epicentro no condado de Tingri, perto do campo base norte do Evereste, matou 126 pessoas, feriu mais de 200 e provocou o desmoronamento de centenas de casas e infraestruturas.
Visita | Pequim recebe Lula e outros líderes latino-americanos Hoje Macau - 13 Mai 2025 Pequim recebeu ontem vários líderes latino-americanos, a começar pelo Presidente do Brasil, na véspera de um fórum diplomático que visa reforçar as relações com a região, face às tensões comerciais com Washington. Alguns líderes latino-americanos já estão na China, como Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou à capital no sábado para uma visita de Estado de cinco dias. Desde que regressou ao poder, no início de 2023, o líder de 79 anos tem trabalhado para melhorar as relações do país tanto com Pequim como com Washington. Símbolo das fortes relações bilaterais, as exportações brasileiras para a China ultrapassaram 94 mil milhões de dólares em 2024, segundo dados das Nações Unidas. Como potência agrícola na América do Sul, o Brasil exporta principalmente soja e outras matérias-primas para a China. No sentido contrário, o gigante asiático vende semicondutores, telefones, veículos e medicamentos. Ainda ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, conversou em Pequim com o homólogo cubano, Bruno Rodriguez Parrilla. O gigante asiático intensificou a cooperação económica e política com os países da América Latina nos últimos anos e espera que estes unam forças face à imposição de tarifas às importações pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. Uma aproximação que será celebrada hoje com a abertura em Pequim da cimeira entre a China e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC), uma organização intergovernamental regional. O encontro constitui-se como uma oportunidade para avaliar as relações entre os dois blocos, no contexto da guerra comercial lançada por Trump e da pressão de Washington para conter a influência de Pequim na América Latina. Dois terços dos países latino-americanos já aderiram à Uma Faixa, Uma Rota, o principal programa de construção de infraestruturas comerciais da China (pontes, aeroportos, portos, estradas), realizado sobretudo nos países em desenvolvimento. Num sinal do crescente peso do gigante asiático, a China suplantou os Estados Unidos como principal parceiro comercial de países como o Brasil, Peru e Chile. Presidentes presentes Outros participantes esperados no fórum China-CELAC incluem o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o Presidente do Chile, Gabriel Boric. Na semana passada, Gustavo Petro anunciou que iria assinar, durante a viagem à China, uma carta de intenções para que o país se juntasse à Uma Faixa, Uma Rota. O líder chinês, Xi Jinping, também deverá discursar hoje na abertura do fórum China-CELAC. O ministro assistente dos Negócios Estrangeiros chinês, Miao Deyu, disse no domingo que Pequim “sempre abordou o desenvolvimento das relações China-América Latina numa perspetiva estratégica e de longo prazo”. “Os povos da América Latina e das Caraíbas pretendem construir o seu próprio destino, não servir de quintal a nenhum país”, disse Miao, numa referência aos Estados Unidos.
História | Lançada edição chinesa do livro de Manuel V. Basílio Andreia Sofia Silva - 13 Mai 2025 Chama-se “Histórias e Memórias – Baixa do Monte e Arredores”, é um livro da autoria de Manuel V. Basílio e a sua edição em chinês será lançada no dia 19 de Maio na sede da Associação dos Reformados, Aposentados e Pensionistas de Macau (APOMAC). A obra, apresentada em 2023, ganha agora uma nova versão e conta com prefácio de Lok Po, director do jornal Ou Mun Será lançada na próxima segunda-feira, 19, a edição chinesa de mais um livro de Manuel V. Basílio, professor aposentado que se tem dedicado a várias investigações sobre a história de Macau. Desta vez, trata-se do livro “Histórias e Memórias – Baixa do Monte e Arredores”, já apresentado na sua versão portuguesa em 2023, e que agora conta com prefácio de Lok Po, director do jornal Ou Mun. O lançamento decorre na sede da APOMAC – Associação dos Reformados, Aposentados e Pensionistas de Macau. Segundo um comunicado da APOMAC, desde o primeiro lançamento da obra que “várias pessoas incentivaram o autor a editar também uma versão em língua chinesa, dado o interesse que poderá haver junto da comunidade chinesa na divulgação de um dos períodos mais marcantes da história de Macau – o da integração da população chinesa na chamada ‘cidade cristã'”, quando se deu “a miscigenação efectiva das culturas ocidental e oriental, com a remoção da barreira criada pela velha muralha e portas da cidade, passando todos a viver em harmonia como vizinhos”. Estávamos em meados do século XIX. Mais concretamente, a partir de 1844, a administração portuguesa “autorizou todos os estrangeiros a ‘comprarem ou edificarem casas e possuírem qualquer terreno em Macau”. Assim, “esta medida acabou por favorecer, anos mais tarde, os negociantes chineses que possuíam alguma riqueza e que vieram para Macau, provenientes do sul da China, para escaparem da rebelião Taiping, também conhecida como Guerra Civil Taiping, que durou de 1850 a 1864, tendo aqui fixado residência e reiniciado as suas actividades como empresários”. Segundo a mesma nota, o fim da separação entre a chamada cidade cristã e a zona em que vivia a comunidade chinesa ocorreu graças “ao fim da coexistência de duas jurisdições na península de Macau – a portuguesa e a chinesa, respectivamente, dentro e fora da muralha da cidade que, ao longo de séculos, separavam as duas comunidades”. Foi também fundamental para esta nova fase “o início do chamado período colonial, em que o governo português passou a ter autonomia territorial em toda a península até à Porta do Limite, que mais tarde ficou conhecida como Porta do Cerco”. Zonas de eleição Onde se instalaram então os chineses aquando do fim desta separação entre comunidades e modos de vida? O livro descreve que “uma das zonas preferidas pelos negociantes chineses para residir era precisamente a que era então designada por Baixa do Monte, por se situar perto do coração da cidade”. “Desde então alguns nomes das vias públicas sofreram alterações por desejo dos seus moradores. Sabem, por acaso, o antigo nome da Travessa dos Anjos? E as razões porque foi alterado, e ainda qual foi o método antigo utilizado para dar nomes às vias públicas? Sabiam que alguns chineses também foram agraciados com títulos honoríficos pela corte portuguesa, e que esses títulos tinham prazo de validade para uma ou duas vidas?”, descreve-se na nota. A todas estas curiosidades e factos históricos o livro de Manuel V. Basílio pretende dar resposta. No caso da Baixa do Monte, e segundo a informação disponível no “Cadastro das Vias Públicas e Outros Lugares da Cidade de Macau, de 1957, tratava-se de uma designação para “a encosta da Colina do Monte voltada ao Sul e abrangendo toda uma área, de limites vagamente definidos, que vai desde a fortaleza até às proximidades das Ruas da Palha, de S. Domingos e de Pedro Nolasco da Silva, entre a Rua de S. Paulo e a Calçada do Monte”. Esta era uma zona “onde viveram muitas famílias portuguesas e macaenses”, sendo que, para provar este facto, Manuel V. Basílio “recolheu dados relativos a diversas famílias, sobretudo macaenses, que residiram naquela zona da cidade desde meados e finais do século XIX até à segunda metade do século XX, e cuja recolha inclui, nomeadamente, as famílias Batalha, Baptista, Valoma, Manhão, Marques, Xavier, Crestejo, Remédios, Lopes, Morais, Nogueira, Simões, Cameirão, Costa, Silva, Fernandes, Souza, Pires, Gonçalves, Jorge, Eusébio, Placé, Osório, Santos, Rosário e Martins”. A partir de 1963, constam famílias que viveram nos blocos 3 e 4 do “Kwok Wá Tai Há”, ou seja, “Bairro Capitol”, junto da Calçada das Verdades, e “formaram, durante décadas, um autêntico bairro comunitário de macaenses”. Actualmente “apenas alguns macaenses residem lá”. Biografias e títulos Mas nem apenas de ruas fala este livro. O autor escreveu também biografias resumidas de algumas individualidades e negociantes chineses que viveram na Baixa do Monte, nomeadamente Chou Iau e Fong Seng, que, em 1880, foram agraciados com o título de Cavaleiro por mercê honorífica do rei D. Luís I de Portugal, devido aos valiosos contributos que deram à vida económica e social de Macau. O autor faz também uma breve descrição sobre a divindade Na Tcha, o templo que lhe é dedicado, junto da Calçada das Verdades, bem como as festividades em sua honra que ali se realizam anualmente no 18.º dia do quinto mês do calendário lunar. Faz, também, um breve resumo da história de alguns edifícios que existiram e outros que ainda existem, situados na zona limítrofe da Baixa do Monte, entre os quais se inclui o edifício do Teatro Capitol, desde a sua inauguração, em 18 de Abril de 1931 até ao seu encerramento, em 1 de Agosto de 1987, e a sua posterior requalificação, em que passou a ser o “Centro Comercial do Teatro Capitol”. Assim, “Histórias e Memórias – Baixa do Monte e Arredores” inclui “memórias, vivências, usos e costumes, bem como histórias baseadas na história de Macau”, além de informações valiosas sobre a toponímia de algumas zonas de Macau e a sua história.
Melco | Plano de “Emprego + Formação” oferece 30 vagas Hoje Macau - 13 Mai 2025 Abrem hoje as inscrições para mais um plano específico de “Emprego + Formação” lançado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e, desta vez, pela Melco Resorts & Entertainment, que irá disponibilizar 30 vagas para funções as de “embaixador de entretenimento”. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSAL, o plano segue o regime de “primeiro contratação, depois formação”, “facultando formações em todas as vertentes e oportunidades de desenvolvimento profissional aos residentes de Macau que estejam interessados em exercer actividades de entretenimento não relacionados com o jogo”. Os candidatos admitidos vão participar em acções de formação, organizadas pela Melco, ao longo de um ano e meio, que incluem uma parte prática e contexto real de trabalho. A formação irá apetrechar os candidatos de “conhecimentos de actividades nos teatros e em outros estabelecimentos de lazer” e capacitá-los para darem resposta imediata a “incidentes de segurança e gestão de controlo de crises”. As inscrições encerram a 20 de Maio, daqui a uma semana. Para o dia 27 de Maio, está planeada uma palestra e serão realizadas as entrevistas aos candidatos.
Igreja | Estabilidade nas comunidades cristãs locais Andreia Sofia Silva - 13 Mai 2025 Robert Francis Prevost foi escolhido há dias como o novo líder da Igreja Católica, tendo adoptado o nome de Leão XIV. O HM ouviu dois analistas sobre eventuais impactos no funcionamento das dioceses em Macau e Hong Kong e o que se espera é continuidade e estabilidade, tal como um relacionamento pacífico com Pequim Durou apenas dois dias a escolha de um novo papa, depois da morte de Francisco. Leão XIV, nascido Robert Francisc Prevost em Chicago, EUA, foi a escolha dos cardeais do conclave do Vaticano. O HM falou com dois analistas para tentar perceber eventuais impactos ou mudanças no funcionamento da Igreja Católica nas dioceses de Macau e Hong Kong, mas o rumo parece ser o da estabilidade. “Não creio que vá haver nada de concreto. A situação em Hong Kong e Macau é bastante bem compreendida e estável. Sei que os católicos e as pessoas de boa vontade em ambos os locais estarão a rezar e a desejar ao Papa Leão todas as graças, bênçãos e sucessos no seu pontificado”, defendeu Stephen Morgan, reitor da Universidade de São José (USJ). Já Peter Stilwell, que antecedeu Morgan na reitoria da USJ e que actualmente é director do Departamento das Relações Ecuménicas e Diálogo Inter-religioso do Patriarcado de Lisboa, defende que “a relação de Hong Kong e Macau com a China continental [no tocante à religião] é determinada pelos acordos dos anos 90”. “O que sucederá, no final dos 50 anos previstos para a transição, dependerá de muitas variáveis num mundo e num país (China) em rapidíssima transformação. Entretanto, a Santa Sé estabeleceu com as duas dioceses [de Macau e Hong Kong] uma relação que as mantém fora de qualquer conferência episcopal e numa relação directa com Roma. Será isso afectado pelo final do período de transição? Julgo que as dioceses e Roma gostariam de responder ‘Não’. Contudo, aí a evolução do acordo como o de Beijing, sobre a nomeação dos bispos católicos para as dioceses da China Continental, será um factor importante a observar”, notou Peter Stilwell. Este acrescentou ainda que “os interessados nesta evolução, todavia, estarão a observar de perto como o Papa Leão XIV restrutura, ou não, a Secretaria de Estado do Vaticano – nomeadamente, a equipa que nela acompanha directamente o dossier da China”. Relação antiga Questionado sobre o relacionamento do Estado do Vaticano com Pequim com Leão XIV no poder, o antigo reitor da USJ também não prevê grandes alterações. “A relação continuará, discreta, mas persistente, como até aqui. O contacto tem uma história de 400 anos, e não o devemos reduzir ao recente acordo sobre nomeação dos bispos.” Trata-se de um acordo que “decorre entre duas entidades com memória milenar, que pensam em termos de décadas e de séculos”. “O facto de o novo Papa ser de nacionalidade norte-americana será irrelevante. Como chefe de Estado, a sua nacionalidade passou a ser agora da Cidade do Vaticano; e as interpelações diárias a que irá responder terão a perspectiva de uma comunidade religiosa que hoje se estende a praticamente todos os países do mundo”, defendeu Peter Stilwell. Stephen Morgan acredita que a escolha de Roberto Prevost para papa nada tem a ver com a presença de Trump na Casa Branca ou jogadas políticas face ao relacionamento China-EUA. “A sua eleição terá mais a ver com o facto de ele estar familiarizado com a situação dos católicos no mundo em desenvolvimento e de ter tido alguns anos de experiência no Correio Romano, onde se estabeleceu como um par de mãos seguras que pensa por si próprio e ouve de forma ampla.” Robert Prevost foi trazido para o Vaticano pelo Papa Francisco em 2023 para ser o responsável por examinar as nomeações de bispos em todo o mundo, um dos trabalhos mais importantes da Igreja Católica, ganhando assim destaque no conclave.
Construção civil | DSAL organiza cursos com UM Hoje Macau - 13 Mai 2025 Decorre até final deste mês o processo de inscrições para cursos de formação na área da construção civil, realizados entre a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e a Universidade de Macau (UM). Assim, vão decorrer o “Curso com certificado para inspector de segurança” e o “Curso de formação de chefe de segurança na construção civil”, com um total de 155 vagas para as duas formações. Segundo uma nota da DSAL, estas acções realizam-se tendo em conta que “o sector da construção civil em Macau tem-se vindo a desenvolver de forma rápida”, pelo que “as medidas de gestão da segurança e saúde ocupacional são fundamentais para a segurança no trabalho”. Os formandos terão direito a um subsídio de formação de 2.500 patacas pago pela DSAL e certificado. No caso do curso de formação de técnico superior de segurança na área da construção civil, os formandos que concluírem com aproveitamento o curso e tiverem, pelo menos, dois anos de experiência profissional na área de gestão de segurança na construção civil, podem pedir a licença de técnico superior nesta área. Os dois cursos são ministrados pelo Centro de Educação Contínua da UM.
Trânsito | Mudanças no Beco do Peixe Salgado Hoje Macau - 13 Mai 2025 O Beco do Peixe Salgado, perto da Casa do Mandarim e na Rua do Almirante Sérgio, será alvo de mudanças de trânsito no sentido de se passar a proibir a circulação rodoviária nessa rua, “em resposta às solicitações dos cidadãos e após análise e avaliação”. Segundo uma nota da Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a instalação para a sinalização de trânsito proibido a veículos no Beco do Peixe Salgado será feita amanhã, 14, sendo objectivo “clarificar as medidas de regulamentação aplicáveis a este troço”. Assim, esta quarta-feira prevê-se a “circulação condicionada na Rua do Peixe Salgado durante a intervenção”, pelo que a DSAT apela “à compreensão e atenção dos condutores”.
Turismo | Andy Wu diz que concertos não bastam para atrair visitantes Andreia Sofia Silva e Nunu Wu - 13 Mai 2025 O Governo diz querer apostar na organização de espectáculos de grande escala para dinamizar a economia nos bairros com menos turismo, mas Andy Wu, dirigente associativo ligado ao turismo, diz que isso não basta, defendendo a venda de bilhetes com descontos associados para levar mais pessoas a consumir no território Não é música para os ouvidos do turismo. Na visão de Andy Wu, presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, não basta a realização de grandes espectáculos em Macau, nomeadamente concertos, para aumentar o número de consumidores nos bairros comunitários, ou seja, que estão mais afastados dos pontos turísticos. Segundo o jornal Ou Mun, Andy Wu defendeu que são necessárias medidas complementares à realização dos concertos, nomeadamente a venda de bilhetes combinada com descontos associados em lojas locais, para que as pessoas que vão ao concerto possam também consumir antes dos espectáculos. No tocante à economia nocturna, em bares e discotecas, Andy Wu declarou que ainda não consegue ser atractiva o suficiente para turistas, pelo que é importante ter medidas complementares aos concertos. O Governo referiu que está a negociar com as plataformas de venda de bilhetes uma parceria para que haja pacotes de bilhetes com descontos em lojas, o que deverá ser uma realidade na segunda metade do ano, na sequência de muitos visitantes oriundos do Interior da China assistirem a concertos ou competições desportivas em Macau. Sobre o modelo de descontos a adoptar, Andy Wu defendeu que se pode ter em conta o formato do Grande Prémio de Consumo para as Zonas Comunitárias, actualmente em curso, o que permitiria que os visitantes usassem cupões no comércio local. Tal seria mais indicado do que levar os turistas a consumir apenas nas lojas aderentes ao programa de descontos, disse. Ser eficaz Tendo em conta as negociações levadas a cabo pelo Executivo, Andy Wu referiu ao jornal esperar que estas parcerias sejam lançadas em tempo oportuno, nomeadamente já em Junho, aquando da realização do segundo concerto de grande dimensão no Cotai, na zona de espectáculos ao ar livre, perto do empreendimento Grand Lisboa Palace. Andy Wu não esqueceu ainda o factor transportes públicos, essencial para que os turistas tenham melhor acesso aos bairros comunitários antes e depois dos espectáculos. Ficou feita a sugestão de criação experimental de autocarros exclusivos, do género shuttle-bus, com percursos concretos entre a zona de espectáculos e os bairros comunitários, para que os visitantes se desloquem a bairros menos conhecidos de Macau durante o dia e vejam depois o espectáculo à noite.
Taipa | Mais estacionamento para motos e carros Hoje Macau - 13 Mai 2025 O parque de estacionamento público ao ar livre situado na Estrada Governador Albano de Oliveira passa a reduzir a apenas cinco o número de vagas de estacionamento de veículos pesados, criando lugares para motociclos e aumentar o número de lugares para carros, alterando-se também as tarifas a pagar. A alteração entra em vigor a partir do dia 21 deste mês. Segundo o despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), existem agora 73 lugares para automóveis ligeiros, 50 lugares para motociclos e ciclomotores e apenas cinco lugares reservados a veículos pesados. Além disso, será feito o pagamento a cada meia hora, com as motas a pagar uma pataca durante o dia e 50 avos à noite, enquanto as viaturas pagam quatro patacas por dia e duas patacas à noite. No caso dos veículos pesados, o pagamento é de cinco patacas durante o dia, e metade desse valor no período nocturno.
Jogo | Criticada opacidade em investimentos alternativos João Luz - 13 Mai 2025 Ron Lam acusa o Governo de “actuar à porta fechada” em relação aos investimentos de 130 mil milhões de patacas que as concessionárias vão despender ao longo de 10 anos para revitalizar a cidade. Sem orçamentos públicos, planos e calendarização, o deputado entende que a sociedade fica afastada dos projectos Como ficou estabelecido nos novos contratos de concessão de jogo, as operadoras assumiram o compromisso de contribuir com 130 mil milhões de patacas aos longo dos 10 anos de concessão em investimentos não-jogo. A medida prevista para imprimir “vitalidade” à cidade e estimular o desenvolvimento económico local tem passado ao lado da população e dos vários sectores sociais, na óptica de Ron Lam. Na sessão plenária de hoje de respostas a interpelações orais, o deputado irá perguntar ao Governo que medidas irá promover para aumentar a transparência destes projectos, tanto ao nível do orçamento, mas também sobre os planos e calendarização de execução. Segundo a interpelação divulgada ontem pelo gabinete do deputado, “a sociedade ainda nada sabe sobre a calendarização desses planos e a forma da sua concretização”. Dando como exemplo o Desfile Internacional de Macau, em que o Instituto Cultural afirmou não ter assumido as despesas devido à “cooperação mais estreita com as empresas de lazer neste ano”, Ron Lam critica a falta de transparência das autoridades que argumentaram não ser “conveniente divulgar o valor do orçamento, pois este envolvia investimentos de empresas privadas”. Uma vez que os investimentos resultam de compromissos assumidos em contratos públicos, “o uso e a situação da concretização do respectivo orçamento devem ser tratados de forma equivalente à do erário público”, defende Ron Lam. O deputado acusa o Governo de estar “a actuar à porta fechada”, sem haver uma fiscalização prévia, intercalar e posterior da sociedade sobre os investimentos não-jogo. Aliás, Ron Lam indica que os investimentos, que em média ultrapassam os 10 mil milhões de patacas por ano, “se transformaram em carteira privada do Governo para os seus planos e actividades”. Face à sua natureza, o legislador entende que deveriam seguir as regras dos serviços públicos, empresas de capitais integralmente públicos e empresas de capitais públicos com influência dominante, sendo obrigados a publicar integralmente informações relativas ao capital envolvido. Voltando ao caso do Desfile Internacional de Macau, Ron Lam pergunta em que lei o Governo se baseou “para fugir ao direito do público à informação sobre os investimentos não-jogo”. O quadro maior Face ao cenário traçado, Ron Lam pergunta se o Executivo irá definir mecanismos que garantam a divulgação de dados sobre os investimentos das concessionárias, assim como o ponto de situação da execução dos projectos. O deputado pergunta também qual “o serviço responsável pela fiscalização e concretização dos planos não-jogo das seis concessionárias, pela avaliação do desempenho dos respectivos investimentos” e se existe um regime sancionatório se os resultados não corresponderam às expectativas. Ron Lam aproveita para sublinhar a situação de emprego de residentes e não-residentes contratados pelas concessionárias, denunciando o despedimento de “trabalhadores veteranos que não cometeram erros, sem lhes oferecerem qualquer opção de mudança de emprego”. Além disso, afirma que trabalhadores participantes nos “Planos Específicos de Emprego + Formação” foram despedidos sem justa causa, e que residentes que procuravam emprego a tempo inteiro nas concessionárias acabaram por ficar em trabalhos a tempo parcial, depois de não serem contratados após as entrevistas de emprego. Para Ron Lam, esta situação reflecte a posição dos residentes enquanto “complemento da mão-de-obra importada das concessionárias do jogo”.
AL | Xia diz que relação com Executivo difere de separação de poderes João Luz - 13 Mai 202513 Mai 2025 Num encontro com os deputados, o director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado afirmou que a relação entre o Executivo e a Assembleia Legislativa é diferente do conceito de separação de poderes do “Ocidente”. Xia Baolong caracterizou a relação como uma colaboração com predominância do poder Executivo O director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, deslocou-se no domingo à Assembleia Legislativa (AL) para uma sessão de troca de ideias com todos os deputados do plenário. Durante o encontro, Xia Baolong terá afirmado que “a forma como a Lei Básica regula a relação entre os poderes Executivo e Legislativo não é a mesma relação que existe na separação de poderes utilizada pelo ‘Ocidente’”, contou o presidente da AL. Desde o início da sua passagem por Macau, e à semelhança das visitas anteriores, Xia Baolong é citado por responsáveis de altos cargos do Governo e, neste caso, por Kou Hoi In e alguns deputados. Em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, o presidente da AL indicou que Xia Baolong terá vincado a ascendência do Governo em relação à casa das leis. “[O director] disse que temos de reforçar e optimizar ainda mais a relação entre os poderes Executivo e Legislativo. As duas partes precisam de respeito e apoio mútuo para que possamos beneficiar e desenvolver a particularidade de o nosso sistema político ser caracterizado pela predominância do poder Executivo”, contou Kou Hoi In. Importa referir que em nenhum artigo da Lei Básica da RAEM, ou mesmo do anexo que regula a metodologia para a constituição da AL, é indicada a predominância do poder Executivo face ao poder Legislativo. Aliás, o Artigo 71.º da Lei Básica estabelece a possibilidade de a Assembleia Legislativa aprovar uma moção de censura “acusando o Chefe do Executivo de grave violação da lei ou de abandono das suas funções”. Além disso, apesar de ter poderes para dissolver a Assembleia Legislativa, o Artigo 54.º da Lei Básica indica duas situações de conflito com o poder Legislativo que podem resultar na renúncia do cargo do Chefe do Executivo. Arregaçar mangas Durante o encontro com os deputados, Xia Baolong elogiou o trabalho legislativo, em particular as revisões das leis relacionadas com segurança nacional, leis eleitorais e a legislação relacionada com o sector do jogo. A cooperação com Hengqin foi um dos temas mais discutidos, com deputados e o director a concordarem na necessidade de reforçar a integração entre os dois territórios. O director apontou ser “necessário estar consciencializado” e preparado “para as adversidades, fazer bem os trabalhos da aceleração da integração Hengqin-Macau e da diversificação adequada da economia de Macau, e dar mais um passo na optimização da relação entre o poder executivo e o poder legislativo, no sentido do respeito e apoio mútuos, para potenciar as vantagens institucionais da predominância do poder executivo. Segundo um comunicado divulgado ontem pela AL, o director manifestou o desejo de que Macau, enquanto “pérola na palma da mão” da pátria, venha a luzir de forma mais resplendente. Tarifas | Apelo à determinação das empresas locais O director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, reuniu ontem com mais de 20 representantes do sector empresarial. Num encontro que durou mais de duas horas, o responsável deixou palavras de incentivo e resiliência perante as adversidades causadas pela guerra comercial. De acordo com presidente do Conselho de Administração do Grupo Nam Kwong, Fu Jianguo, o director apresentou quatro requisitos específicos para a comunidade empresarial de Macau. Em primeiro lugar, a necessidade de ter espírito de luta e enfrentar a actual situação geopolítica a um nível mais elevado. Xia Baolong pediu também aos empresários para terem confiança nos planos nacionais de médio e longo prazo e contarem bem as histórias da China, de Hong Kong e de Macau. O presidente da Associação de Bancos de Macau e presidente da sucursal de Macau do Banco da China, Jia Tianbing, afirmou que Xia Baolong terá deixado esperanças de que Macau irá superar as dificuldades de desenvolvimento económico.
Igreja | Vítimas de abuso sexual querem que Leão XIV assuma tema Hoje Macau - 12 Mai 202512 Mai 2025 Um dos porta-vozes do movimento que representa vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica pediu ontem que o Papa Leão XIV ponha o tema como uma prioridade e definas regras globais para lidar com os casos. “Agora que temos um novo papa latino-americano deve ser dado um exemplo em todos os episcopados latino-americanos que, ‘por decisão e por ordem do Papa, não pode existir um duplo padrão’ entre as várias hierarquias católicas espalhadas pelo mundo”, afirmou o argentino Sebastián Cuattromo, do colectivo Adultos pelos Direitos da Criança. No dia em que o Papa fez a primeira saudação dominical na Praça de São Pedro, rezando o Regina Caeli, um grupo de vítimas juntou-se na Praça para pedir que o Vaticano imponha regras comuns a toda a Igreja. Cuattromo, de 42 anos, deu o exemplo do que se passa “nas sociedades do primeiro mundo e a América Latina que funciona como um quintal do Vaticano, onde as mesmas exigências [de reparação] não são sentidas como, por exemplo, são sentidas perante a opinião pública europeia”. “Como sobrevivente de abusos sexuais na infância no seio da Igreja Católica, com outros companheiros sobreviventes deste crime, esperamos que o Papa faça uma menção explícita a esta questão e uma referência explícita ao que tenciona fazer a este respeito para saldar as dívidas muito grandes que, na nossa opinião, a Igreja Católica ainda tem para com as vítimas”, afirmou Cuattromo. “Nós, vítimas, quebrámos o tabu, o silêncio, a negação, a ocultação, com as nossas lutas, com um enorme sacrifício, e alcançámos um nível de visibilidade na opinião pública”, que obrigou a Igreja a encarar o problema. Por isso, o grupo global de vítimas subscreveu uma petição já entregue, em que exigem “uma verdadeira lei de tolerância zero que seja estabelecida como direito canónico”, o que “implicaria a expulsão imediata da vida religiosa de qualquer pessoa que estivesse envolvida nestes actos”. Além disso, propõem uma “comissão da verdade que não deve ser dirigida pelo Vaticano, mas por organizações internacionais de direitos humanos com padrões das Nações Unidas e com as quais o Vaticano teria de cooperar plenamente, libertando todos os arquivos que possui sobre o assunto”. Finalmente, as vítimas pretendem um “processo de justiça para as vítimas, onde, entre outras coisas, haja acções concretas de reparação e justiça para os sobreviventes em todo o mundo”, com os custos suportados pelos próprios bens da Igreja. Na primeira pessoa No seu caso particular, Sebastian Cuattromo moveu uma acção contra um religioso de uma escola católica de Buenos Aires por abusos sexuais e ganhou o processo em 2012, ainda antes da eleição para Papa do então cardeal Bergoglio, arcebispo da capital argentina. “Então, a hierarquia católica da cidade pôs-se contra as vítimas e apoiaram a escola, que pretendia silenciar as vítimas desse delito através de um acordo económico privado”, recordou. “Fizeram-nos sentir uma profunda subestimação da gravidade do crime de que estávamos falando”, até porque, naquele momento, “eu era um jovem que estava a lutar em solidão, com muitas dúvidas, com muitos menos, com muita angústia e senti uma absoluta falta de empatia e, em vez disso, profunda arrogância”, explicou. Depois da eleição de Francisco, “convidei-o publicamente e privadamente para se reunir com as vítimas do seu país, especialmente os que tiveram más experiências”, mas o Papa “nunca teve a coragem nem a sensibilidade de nos convocar”. Para o novo Papa, que é também acusado de ter ignorado queixas de abusos quando era prior geral dos Agostinhos, Cuattromo espera que Leão XIV “assuma este tema pessoalmente” e que demonstre estar disposto “a ir às últimas consequências”. O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito na quinta-feira Papa, após dois dias de conclave, na Cidade do Vaticano, e assumiu o nome de Leão XIV.
Legislativas novas, alternativas velhas André Namora - 12 Mai 2025 Nunca tínhamos assistido a uma campanha eleitoral para eleições legislativas de tão má qualidade. Vê-se perfeitamente que certos políticos não têm nível para governar e para apresentar aos portugueses alternativas que lhes provoquem uma vida melhor. E há outros políticos que não esperavam nem estavam preparados para eleições. Uma campanha eleitoral onde se detecta logo à vista desarmada que o povo não está sensibilizado e em grande parte está desiludido com as promessas nunca cumpridas. O povo não quer saber se Luís Montenegro tem uma empresa familiar e saca dinheiro de clientes potenciais com ligações ao Estado. O povo não quer saber se Pedro Nuno Santos comprou um monte no Alentejo ou um Maserati. O povo quer algo de concreto. Quer que a sua vida melhore, que não vá ao supermercado e veja sempre os preços a aumentar; que ao encher o depósito do seu carro constate que o mesmo combustível em Espanha é muito mais barato; quer saber quando é que se constroem mais centrais eléctricas ao redor da Grande Lisboa, para que um apagão nacional não prejudique todo um país e uma capital cheia de milhares de turistas, alguns a dormir no chão do aeroporto – neste particular referir que o apagão foi uma vergonha relativamente à dependência de Espanha e ao fiasco das eólicas e das infindáveis estações voltaicas -, o povo quer ver os seus salários ao nível da Europa e que acabem as pensões de 200, 300 e 400 euros; quer que os seus filhos e netos parem de emigrar por não existir habitação acessível para jovens; quer ver construídos vários lares públicos, a preço acessível aos idosos pobres, com qualidade no bem-estar e bom serviço; quer que a corrupção abandone os departamentos estatais, nomeadamente nas autarquias onde um investidor de um hotel de charme aguarda dois anos pela licença de abertura apenas porque se negou a entregar determinado pecúlio para o edil; o povo quer deixar de ver os terrenos baldios a servirem de grande negócio de certos presidentes de Juntas de Freguesia; o povo quer que acabem com as urgências encerradas e que as futuras mães não tenham que ter os seus filhos no interior de uma ambulância porque a incompetência de uma ministra da Saúde continua a não resolver nada sobre o encerramento das urgências de obstetrícia; o povo só quer que os políticos se compenetrem de que se governam o país, estão a governar para mais de quatro milhões de cidadãos que vivem ao nível da pobreza. A pré e a campanha eleitoral em si tem sido uma desilusão. Os debates televisivos tiveram um índice de audição baixíssimo. Os políticos líderes de partidos com assento parlamentar demonstraram uma nulidade de propostas alternativas para um futuro de 20 ou 30 anos. Debates televisivos mal moderados, onde o funcionário do canal pretendia ser a vedeta e só sabia interromper quem estava ali para debater. O próprio debate entre Montenegro e Nuno Santos foi desinteressante, apesar de Montenegro, surpreendentemente, ter aparecido tenso e nervoso, e por isso, ter perdido o debate. A campanha eleitoral está nas ruas do país e vocês, caros leitores, não acreditam: os banhos de multidão acabaram. As pessoas não se mobilizam por altifalantes que gritam aos quatro ventos que está ali o melhor para primeiro-ministro. Os partidos pagam a “voluntários” que vão atrás dos líderes partidários com bandeiras e gritando vivas ao partido em causa. Já ninguém liga à passagem de uma caravana partidária e, isto, é grave. É sinal que a democracia não tem cumprido o seu papel. De tal forma, que o neofascista André Ventura, que chegou a dizer que iria ser primeiro-ministro, teve atrás dele em determinada localidade cinquenta pessoas, parou, falou para os jornalistas num tom crítico contra a AD e o PS, e lá foi à sua vidinha “trumpinha”… Depois, nesta campanha eleitoral temos algo de risível, mas vergonhoso. São as sondagens. Já estamos habituados a nunca acertarem e a serem realizadas com a normalidade manobradora. Desta feita, a vergonha não existe. Chegámos ao ponto de uma estação de televisão apresentar uma espécie de sondagem diariamente, dando sempre uma vantagem substancial à AD, quando se repara que aquela “informação” apenas visa manobrar os potenciais eleitores para votarem na AD. Há sondagens para vários gostos, mas uma sondagem da Intercampus, que apresentou o Partido Socialista à frente, não foi divulgada em canal televisivo algum, os quais estão nas mãos de Cristiano Ronaldo e de outros milionários como ele. As sondagens, que manobram a opinião do potencial eleitor são o reflexo do tipo de política que hoje se pratica em campanha eleitoral. “A” insulta “B”. “B” insulta “A”. “A” insulta “C”. “C” insulta “A”. “D” insulta “C”. “C” insulta “D”. Querem que faça um desenho? Eu faço: Montenegro insulta Nuno Santos. Nuno Santos insulta Montenegro. Montenegro insulta Ventura. Ventura insulta Montenegro. Mortágua insulta Ventura e Ventura responde do mesmo modo. E isto é política, é alternativa para termos um país melhor? Nem pensar. Portugal está a viver o pior momento de seriedade e de ética política dos seus 51 anos de regime democrático. É pena. E não se adivinha qualquer medicamento para o doente.
Direito de Resposta da ATFPM Hoje Macau - 12 Mai 2025 Direito de Resposta acerca do artigo “Eleições | PS volta a denunciar alegadas práticas da ATFPM”, da autoria da jornalista Andreia Sofia Silva – Jornal Hoje Macau 9 de maio de 2025 Exmo. Senhor Director, Ao abrigo do Direito de Resposta consignado na Lei de imprensa, os abaixo-assinados, corpos gerentes da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), para os devidos efeitos concernente à publicação mencionada no assunto em epígrafe, em que é referido o alegado envolvimento de “voluntários” da ATFPM na abordagem de eleitores junto de uma estação de correios de Macau, no contexto das próximas eleições legislativas portuguesas, vêm por esta via solicitar a publicação do seguinte esclarecimento relativamente ao conteúdo do artigo “Eleições | PS volta a denunciar alegadas práticas da ATFPM”, da autoria da jornalista Andreia Sofia Silva – Jornal Hoje Macau, 9 de maio de 2025: A ATFPM rejeita, de forma veemente, as falsidades e insinuações emanadas de fontes vinculadas a um partido político estrangeiro, as quais encontraram eco em certos órgãos de comunicação social portugueses. Os factos divulgados são destituídos de veracidade e não possuem qualquer relação, direta ou indireta, com esta Associação. A ATFPM lamenta a persistência do Partido Socialista em veicular alegações infundadas que visam denegrir a imagem desta instituição, o que configura uma inaceitável ingerência nos assuntos de uma associação sediada na Região Administrativa Especial de Macau. A ATFPM manifesta a sua preocupação face à reiterada prática de indivíduos com ligações e interesses ao referido Partido Político da República Portuguesa em invocar falsidades e imputar factos inverídicos a esta Associação, conduta que se verifica desde 2024. Tal prática, desprovida de qualquer fundamento, é abusiva e merece a mais firme condenação pública, porquanto não foi comprovada qualquer ligação desta organização aos alegados factos. A ATFPM reitera o seu veemente repúdio e informa que pondera o acionamento das medidas legais cabíveis contra o Partido Socialista, em face da sua tentativa de influenciar e manipular a opinião pública em seu favor, nomeadamente no círculo eleitoral da China. Acresce que a ATFPM considera censurável o recurso, por parte do Partido Socialista, aos meios de comunicação social em língua portuguesa para a divulgação de comunicados e queixas, o que configura uma forma indireta de propaganda eleitoral, através de órgãos de comunicação social que recebem subsídios do Governo da Região Administrativa Especial de Macau. Esta utilização dos meios de comunicação social de Macau, por parte do Partido Socialista, não é prática comum entre os demais partidos políticos de Portugal. Gratos pela atenção dispensada, aproveitamos a oportunidade para apresentar a V. Exa., Sr. Director do Jornal Hoje Macau, os nossos melhores cumprimentos. Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau aos 9 de Maio de 2025.
Coreia do Sul | Kim Moon-soo confirmado candidato presidencial do partido no poder Hoje Macau - 12 Mai 2025 O Partido do Poder Popular (PPP) da Coreia do Sul formalizou ontem o registo de Kim Moon-soo como candidato às presidenciais do país, após este vencer uma disputa com outro potencial concorrente da formação política. O registo do PPP – partido no poder – foi feito junto da Comissão Nacional de Eleições, depois de a assembleia geral da formação política ter rejeitado, no sábado, uma moção apresentada pela direcção, que queria que o candidato às eleições de 03 de Junho fosse o ex-primeiro-ministro Han Duck-woo. Han e Kim tentaram, sem sucesso, durante a última semana, chegar a um consenso e unir as candidaturas, para evitar uma fragmentação dos votos do partido conservador, que deverá sofrer nas urnas as consequências da profunda crise política desencadeada pela declaração de lei marcial, em dezembro, pelo presidente deposto Yoon Suk-yeol. Han Duck-woo foi presidente interino do país em duas ocasiões distintas, após a destituição de Yoon, e tem procurado dissociar-se do polémico líder e da breve declaração de lei marcial. Kim, por seu lado, foi ministro do Trabalho, tendo sido nomeado candidato presidencial nas primárias do PPP. No entanto, a candidatura do ex-ministro foi posta em causa com o aparecimento de Han, que contava com o apoio da direcção do PPP. “Esta eleição presidencial é crucial, uma vez que irá definir um líder capaz de ultrapassar a crise que a nossa nação enfrenta e trabalhar para a felicidade do povo”, disse Kim aos jornalistas, depois de registar a candidatura nos escritórios do órgão eleitoral em Gwacheon, sul de Seul. Antes das eleições presidenciais de 03 de Junho, o candidato do partido no poder anunciou que vai centrar a estratégia na construção de uma grande coligação, tanto dentro como fora do partido, com o objetivo de alcançar a unidade nacional e ouvir a voz do povo.
Filipinas | Eleições intercalares esta segunda-feira Hoje Macau - 12 Mai 2025 As eleições intercalares de segunda-feira nas Filipinas são vistas como um referendo à gestão do Presidente Ferdinand Marcos Jr., com as sondagens a mostrar que a coligação do ex-chefe de Estado Rodrigo Duterte está bem posicionada. Em jogo, estão metade dos 24 lugares do influente Senado, cujos resultados dominam grande parte das atenções, bem como toda a câmara baixa do Congresso, além de 18.000 lugares nas principais autarquias do país. Marcos Jr., ou Bongbong como é conhecido, tem estado na linha da frente da campanha, com uma lista de 11 candidatos ao Senado. Entre eles, contam-se nomes consagrados da política filipina, como Erwin Tulfo, membro da Câmara dos Deputados e o candidato mais apoiado para um lugar de senador, de acordo com um inquérito da Social Weather Stations (SWS), e o ícone do boxe mundial e ex-candidato à presidência do país Manny Pacquiao. Os candidatos apoiados pela Aliança para as Novas Filipinas (Alyansa para sa Bagong Pilipinas) de Marcos Jr. “continuam a liderar as sondagens apenas uma semana antes das eleições”, com oito deles bem colocados para conquistar um lugar de senador. “Desde que tomámos posse em Julho de 2022, a economia filipina é reconhecida mundialmente como uma das que mais crescem. É por isso que as Filipinas são conhecidas hoje”, afirmou Marcos Jr. num ‘comício de antevisão’ em Manila, como são conhecidos no país asiático os grandes eventos eleitorais em que os partidos encerram as campanhas. Equilíbrio nas sondagens No entanto, as sondagens mostram também a força de outros candidatos apoiados pela coligação do ex-presidente Rodrigo Duterte, acusado de crimes contra a humanidade pela sangrenta guerra contra a droga e detido desde Março em Haia à espera de julgamento. O senador Bong Go, que procura a reeleição, é o segundo candidato nas sondagens, enquanto a nível local uma sondagem realizada pela Universidade de Mindanau apontou que Duterte poderá ganhar a presidência da câmara de Davao, o seu reduto no sul do país, apesar de não estar no arquipélago de mais de sete mil ilhas. A campanha começou marcada pela disputa entre Marcos Jr. e a vice-Presidente filipinas, Sara Duterte, uma aliança formada para conquistar o poder em 2022, mas que pouco depois da vitória começou a desmoronar-se. A detenção de Duterte veio alimentar o confronto entre os dois campos, ultrapassando as linhas políticas. A senadora filipina Imee Marcos, irmã mais velha do Presidente e apoiante de Duterte, assumiu a ruptura com a lista eleitoral de Bongbong. Cerca de 68 milhões de filipinos são chamados a escolher 12 senadores, 254 representantes distritais, 63 representantes partidários e 17.942 governadores, membros de assembleias provinciais, autarcas e conselheiros. O escrutínio vai também abranger os assentos legislativos da região autónoma muçulmana de Bangasamoro, na ilha de Mindanao, a segunda maior do arquipélago, no sul. Olhos portugueses A eurodeputada portuguesa Marta Temido (PS) vai liderar a missão de observação eleitoral da UE a estas legislativas filipinas. Trata-se da primeira missão da UE a umas eleições filipinas que “marca um passo no sentido do reforço das relações entre a UE e as Filipinas”, segundo um comunicado do Serviço de Acção Externa europeu. Marta Temido, que liderou a lista do PS ao Parlamento Europeu nas eleições de Junho do ano passado, foi designada pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas. A missão no 13.º país mais populoso do mundo será “um enorme desafio”, acrescentou a eurodeputada.
Tarifas | Trump anuncia “grandes progressos” nas negociações entre China e EUA Hoje Macau - 12 Mai 2025 O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, congratulou-se no sábado com os “grandes progressos” das negociações com a China, em Genebra, sobre as tarifas. “Muito boa reunião hoje [sábado] com a China na Suíça. Muitas coisas foram discutidas, muitas coisas foram aprovadas. Foi negociado um ‘reset’ total, de uma forma amigável mas construtiva. Para o bem da China e dos Estados Unidos, queremos que a China se abra às empresas norte-americanas. Foram feitos grandes progressos”, escreveu na rede social Truth Social, da qual é proprietário. As conversações entre as delegações dos Estados Unidos e da China sobre as tarifas que ameaçam abalar a economia global foram ontem retomadas em Genebra, após a reunião entre representantes dos EUA e da China, disse um responsável à agência Associated Press. Como sinal da importância do que está em jogo, os dois países enviaram a Genebra, este fim de semana, representantes de alto nível para as conversações: o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante para o Comércio, Jamieson Greer, dos Estados Unidos, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng, da parte chinesa. “O contacto estabelecido na Suíça é um passo importante para promover a resolução do diferendo”, escreveu a agência de notícias Xinhua antes da reunião. No mês passado, Donald Trump, aumentou os direitos aduaneiros dos Estados Unidos sobre a China para um total de 145 por cento, e a China retaliou, com uma taxa de 125 por cento sobre as importações norte-americanas. Tarifas tão elevadas equivalem essencialmente ao boicote dos produtos um do outro, perturbando trocas que, no ano passado, ultrapassaram os 660 mil milhões de dólares. Na sexta-feira, ainda antes do início das negociações, Trump sugeriu que Washington poderia reduzir as tarifas impostas a Pequim, afirmando, numa publicação na rede social Truth Social: “Tarifas de 80 por cento parecem-me bem! É com o Scott [Bessent]”.
Lula da Silva vai à China em busca de investimentos no meio da guerra comercial Hoje Macau - 12 Mai 2025 O Presidente brasileiro visita Pequim hoje e amanhã para atrair investimentos, no meio da guerra comercial iniciada com as tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujo principal alvo é a China. Nesta visita, que se segue à que fez a Moscovo, onde assistiu, sexta-feira, às celebrações do Dia da Vitória sobre o nazismo e se reuniu com Vladimir Putin, Lula da Silva reunir-se-á com o Presidente chinês, Xi Jinping, e participará na quarta reunião do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e o Governo enviou com antecedência uma comitiva composta por ministros para preparar a visita de Lula da Silva, cujo objectivo anunciado é atrair investimentos do gigante asiático em projectos de infraestrutura, além de criar alternativas no comércio global. Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), salientou que a visita acontece num momento delicado e que a China é um parceiro fundamental para o Brasil, mas lembrou que empresários e o Governo brasileiro também trabalham para não perder proximidade com os norte-americanos. “O Brasil nunca teve uma concentração em um único país em toda a história económica brasileira. A China hoje é dona de 35 por cento das exportações brasileiras e 80 por cento do nosso principal produto, que é a soja, e praticamente 70 por cento de derivados de petróleo (…). A China ocupa um espaço no cenário económico brasileiro muito relevante”, lembrou. “Porém, mesmo com este espaço, por várias razões, até mesmo por uma identidade cultural com a realidade americana, hoje há também um pedido formal de lideranças brasileiras empresariais de aproximação com as estruturas produtivas, com as cadeias produtivas norte-americanas”, acrescentou Trevisan. Questionado se a China seria hoje um parceiro no cenário global mais confiável para o Brasil do que os Estados Unidos, avaliação feita pelo assessor internacional especial do Governo brasileiro, Celso Amorim, o especialista reforçou que na relação com os chineses prevalece a ideia “amigos, amigos, negócios à parte”. “A amizade com a China é uma situação, é uma realidade, mas negócios à parte. A China é hoje o grande comprador das exportações brasileiras”, disse. “Mas, levando em conta o que nós temos, o nosso histórico, toda a nossa vivência, tudo o que nós temos com a cultura americana, talvez seja um pouco difícil de a gente dizer que nós vamos repentinamente fazer um giro nesse sentido”, completou. Mapa de vendas Trevisan pontuou que o Brasil não aderiu à Nova Rota da Seda, um projecto internacional de infraestruturas lançado por Pequim há mais de uma década, e observou que, embora sejam menores, as exportações brasileiras para os Estados Unidos têm maior valor agregado. “Enquanto nós vendemos ‘commodities’ à China, para os Estados Unidos nós vendemos produtos que têm valor agregado, produtos que geram emprego aqui, produtos que consomem tecnologia, produtos que de alguma forma tornam o Brasil mais actualizado em cadeias globais de produção”, explicou. Num movimento recente, a China aumentou as compras de soja brasileira devido às tarifas impostas contra os Estados Unidos, outro grande exportador de soja. A substituição da soja norte-americana pela brasileira tem sido citado por associações de produtores dos Estados Unidos, que temem perder o mercado chinês de forma irreversível. Questionado se isto atrapalha a posição brasileira nas negociações sobre as tarifas de 25 por cento ao aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, Trevisan avaliou que não. “Os Estados Unidos compreendem que nós estamos vendendo soja, mas a nossa indústria deixou muito claro que pretende continuar assim, mesmo que seja com cotas, bastante próxima da indústria americana”, repetiu. “Os Estados Unidos provavelmente compreenderão que são negócios momentâneos e que a China se ofereceu para comprar. Outra coisa são laços económicos bem construídos ao longo de décadas com cadeias produtivas”, concluiu.
Índia / Paquistão | China reitera oferta para mediar crise regional Hoje Macau - 12 Mai 2025 Pequim continua a desenvolver esforços para que o cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão se cumpra e seja possível promover um clima de paz duradoura A China reiterou estar disponível para mediar o conflito entre a Índia e o Paquistão e defendeu negociações que levem a um cessar-fogo “integral e duradouro”, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. De acordo com comunicados publicados na manhã de ontem no ‘site’ daquele ministério, Wang Yi falou ao telefone com o homólogo paquistanês, Ishaq Dar, e o conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Ajit Doval. Wang declarou, na conversa com Ishaq Dar, o apoio de Pequim ao “Paquistão, para proteger a sua soberania nacional e dignidade”. O responsável chinês disse esperar que Islamabade “lide com a situação com calma e tome uma decisão que corresponda aos seus interesses fundamentais a longo prazo”. “Sempre que é declarado um cessar-fogo, ambas as partes devem respeitá-lo para evitar que volte a surgir um conflito”, notou. A China “está disposta a continuar a desempenhar um papel activo a este respeito”, afirmou, acrescentando que um cessar-fogo não só beneficiaria as duas potências nucleares, mas também “ajudaria a paz e a estabilidade regionais”. “E é o que a comunidade internacional espera”, indicou. Na conversa telefónica com Doval, Wang congratulou-se com a declaração da Índia, que assumiu que “a guerra não é uma escolha sua”, e disse esperar que os dois lados “mantenham a calma e a contenção, gerindo correctamente as diferenças através de negociações e evitando uma escalada do conflito”. Dar manifestou a disponibilidade do Paquistão para assinar um cessar-fogo, mas avisou que “não vai diminuir a vigilância” e que “vai responder a qualquer violação da soberania territorial” do país. Já Doval afirmou que era necessário levar a cabo acções antiterroristas, após o ataque de Pahalgam, que matou 26 turistas – na maioria indianos -, e que foi o que levou à crise actual. Saudações globais Outros líderes mundiais, como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudaram o acordo de cessar-fogo alcançado entre os dois países, tendo este último afirmado que tal se deveu à mediação norte-americana. No entanto, apenas três horas após o pacto, a Índia acusou o Paquistão de violação da trégua, ao disparar na fronteira, e anunciou uma “resposta proporcional” das tropas indianas. Islamabade assegurou que foi a Índia a violar os termos assinados e reafirmou o compromisso com o cessar-fogo.
As andorinhas suspensas no ramo frágil de Li Shan Paulo Maia e Carmo - 12 Mai 2025 Liu Yuxi (772-842), o poeta de Luoyang (Henan), contemplando os céus reparou em certos pássaros que gostavam de habitar junto das famílias e indiciavam uma permanência dentro da constante mudança das estações. Observando os hábitos das andorinhas e a decadência das classes altas em Jinling, escreveu nos dois últimos versos do poema A rua das mansões das vestes negras: Sob os beirais dos poderosos Wang e Xie antes encontravam-se andorinhas, Agora voando, buscam tantas vezes as nossas humildes moradas. Há muito que era reconhecida essa proximidade de que fala, por exemplo, a lenda fundadora da primeira dinastia de que há registos escritos e que está na origem da linhagem dos Shang (c. 1500-1050 a. C.) com a capital em Yin (actual Anyang, Henan). Aí, segundo o historiador Sima Qian, uma mulher chamada Jiandi teria comido um ovo de andorinha (yan), antes chamada simplesmente xuanniao, «pássaro negro», dando depois à luz um varão chamado Xie, que foi o antepassado dos fundadores da dinastia. Ao longo do tempo, em diversas artes como a arquitectura, a pintura ou a poesia, desdobraram-se repetidas referências a essa relação de percebida amizade com os pássaros negros. Em tempos de inquietação, como os que se seguiram à transição dinástica Ming-Qing em que pintores identificados com os perdedores e pertencentes à anterior família reinante, como Zhu Da (1626-1705) conhecido como Bada Shanren, encontraram novas, expressivas, formas de representação aproveitando a fluidez do traço do pincel caligráfico apurado ao longo das dinastias Tang e Song e que nos Ming Dong Qichang tornaria um ideal. No epítome da sua velocidade, esse traço era designado feiba, o «branco voador», o que deixava no papel apenas os vestígios da passagem do pincel. Um pintor de Xinghua (Yangzhou, Jiangsu) admirador de Bada Shanren mostrou em várias pinturas a mesma atitude independente de cânones que levaria a que fosse considerado como um dos Yangzhou baguai, «os oito excêntricos de Yangzhou». Li Shan (1686- c.1756) que usaria o nome artístico Futang, que se pode traduzir como «recuperador de relações familiares», no rolo vertical Andorinhas (tinta e cor sobre papel, 134,9 x 33 cm, no Metmuseum) pintou devagar, com cuidado duas andorinhas pousadas num ramo feito com a espontaneidade da rapidez do traço usado para escrever com o pincel. E tal como em muitas pinturas de Bada Shanren, as palavras que nele estão escritas operam em harmonia com a figuração, e tal como as andorinhas no ramo dependem uma da outra. Neste rolo Li Shan escreveu: «Assim que chega o Outono os salgueirais começam a murchar, cruelmente,/ Como é que eles se comparam à brisa primaveril e ao canto das andorinhas?/ Não irei pintar de novo a dor das andorinhas pelo regresso do Outono;/ Neste mundo as separações e as partidas são o mais dificíl.»
Osaka 2025 | Arquitecto japonês Kengo Kuma considera IA amiga da arquitectura Hoje Macau - 12 Mai 2025 O arquitecto japonês Kengo Kuma afirma em entrevista à Lusa que quis mostrar a singularidade entre Portugal e o Japão no projecto do Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka e considera a IA (inteligência artificial) amiga da arquitectura. Questionado sobre se a inteligência artificial (IA) é amiga ou inimiga da arquitetura, Kengo Kuma opta pela primeira opção. “Sim, é uma amiga”, até porque na verdade no processo de design “estamos a trabalhar com a IA”. A inteligência artificial “é uma equipa muito forte entre nós” e “gostamos de trabalhar” com esta tecnologia, refere. “Quisemos mostrar a relação com o oceano em Portugal”, diz Kengo Kuma, quando questionado qual foi a inspiração do projecto. Portugal participa na Expo Osaka com o tema “Oceano, Diálogo Azul” e está situado na zona “Empowering Lives”, num lote com 1.836,75 metros quadrados, ficando perto do Pavilhão do Japão. O projecto de Kengo Kuma expressa a dinâmica do momento oceânico, utilizando 9.972 cabos suspensos que pesam mais de 60 toneladas, e redes recicladas para criar um efeito perene e exposto aos elementos naturais como o sol e o vento, de acordo com a organização. Ligações ao mar A vida de Portugal e do Japão está “muito ligada com o oceano”, no sentido em que “comemos peixe, viajamos muito pelos oceanos e a história e a vida estão intimamente ligadas ao oceano”, acrescenta o arquitecto. Há esta “singularidade de Portugal e do Japão e queremos mostrar” essa semelhança entre os dois países. O volume do Pavilhão de Portugal é caracterizado por uma instalação cénica que simboliza a praça superior suspensa como uma onda. “Este design é muito, muito novo para a história da arte. Há muito tempo tentamos usar linhas como um recurso para a navegação. Com essas linhas, tentamos mostrar a beleza dos fenómenos naturais”, no mar “vemos a luz natural e a brisa”, explica. “Tentámos trazer esse tipo de fenómeno natural para a Expo, talvez seja a primeira tentativa na história da Expo de trazer a própria natureza para o pavilhão”, sublinha o arquitecto. Sobre o que vai acontecer ao pavilhão depois de terminar a Expo, o arquitecto diz querer levar a diversidade do projecto (que inclui cabos de diversos diâmetros e comprimentos) para diferentes lugares. “Quero levar essa diversidade para diferentes lugares” e “agora estamos a planear trabalhar com alguns artistas” sobre isso. Kengo Kuma adianta que o projecto do Matadouro, no Porto, está a concluir-se e que tem mais dois projectos em Portugal. O arquitecto diz adorar o lado das grandes cidades em Portugal, mas também o lado montanhoso e o oceano do país. “Queremos desfrutar da diversidade de Portugal”, sublinha. Criar memórias Questionado como é que se pode tornar actualmente a arquitectura mais sustentável, Kengo Kuma considera que “o mais importante para a sustentabilidade é deixar a memória da arquitectura para sempre”. Ou seja, “a arquitectura, a vida, basicamente, não são tão permanentes”. Contudo, “podemos deixar a memória da arquitectura para sempre, que é a conexão entre arquitectura e humanidade” e isso “é o mais importante para a sustentabilidade”, remata. Instado a comentar a polémica à volta da sua escolha para projectar o Pavilhão Português, o arquitecto salienta que tem um escritório internacional que trabalha em Portugal. “Talvez seja por isso que fomos convidados”, conclui. Sobre os desafios que a arquitectura enfrenta actualmente, Kengo Kuma refere que o seu custo está a aumentar “drasticamente” e que todos querem reduzi-lo. “Mas, ao mesmo tempo, as pessoas querem criar um novo monumento” para este pilar. “E o custo e a monumentalidade devem andar juntos” na actualidade. A Expo 2025 decorre desde 13 de Abril e vai até 13 de Outubro na ilha artificial de Yumeshima, localizada na orla de Osaka, Kansai, no Japão.
Veneza recebe “Mundos Paralelos”, de Macau, na Bienal de Arquitectura Hoje Macau - 12 Mai 2025 Foi inaugurada na última quinta-feira, em Veneza, na 19.ª Bienal de Arquitectura, a mostra “Mundos Paralelos”, que representa Macau na Bienal e que se trata de um projecto levado a cabo pelo fotógrafo Iwan Baan com estudantes de arquitectura da Universidade de São José (USJ). A curadoria faz-se ainda com Wang Shu, o último prémio Pritzker, e Lu Wenyu. Trata-se de uma mostra que revela a coexistência de “mundos paralelos” em Macau, combinando “imagens da paisagem urbana de Macau captadas pelo famoso fotógrafo de arquitectura humanista Iwan Baan e instalações criadas pelos professores e alunos da Faculdade de Arquitectura da Academia de Artes da China e da Faculdade de Arquitectura e Design da Universidade de São José de Macau”. Desta forma, representa-se “o tecido urbano da cidade onde as culturas chinesa e ocidental, os estilos antigo e novo coexistem há mais de 400 anos”, destaca uma nota do Instituto Cultural (IC). Há, nesta mostra, quatro “mundos paralelos”, nomeadamente “o espaço profundo da cidade histórica, a arquitectura hoteleira que corporiza a fusão entre Oriente e Ocidente, a ordem geométrica da cidade moderna, representando o seu vibrante desenvolvimento; e a projecção futura de uma cidade digitalizada e intangível, que define uma visão inovadora para Macau”. Revelar o património Segundo o IC, “através da fotografia aérea e de uma perspectiva única, Iwan Baan demonstrou a relação entre a arquitectura, a paisagem urbana e o ambiente natural de Macau, sendo altamente envolvente e narrativa”. Já “os jovens das faculdades de arquitectura do interior da China e de Macau trouxeram para a exposição diversas instalações criativas que fornecem ideias para o futuro desenvolvimento da arquitectura urbana de Macau”. Leong Wai Man, presidente do IC, disse no seu discurso, em Veneza, que “o património cultural mundial com foco no Centro Histórico de Macau e os edifícios modernos espalhados pela cidade mostram a harmonia entre o passado e o presente, constituindo uma representação vívida da integração das culturas chinesa e ocidental”, sendo que esta exposição em Veneza “reflecte exactamente o precioso conteúdo cultural de Macau”. A exposição “Mundos Paralelos” pode ser vista até ao dia 23 de Novembro deste ano no Arsenale, Campo della Tana, Castello 2126/A, 30122, em Veneza.
Teatro MGM | Concerto sinfónico sobre o filme “Frozen”, da Disney, no final do mês Hoje Macau - 12 Mai 2025 O Teatro MGM acolhe, nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, o concerto sinfónico inteiramente dedicado ao filme de animação da Disney “Frozen”, a pensar no Dia Mundial da Criança, que se celebra precisamente no primeiro dia de Junho. A música está a cargo da Orquestra de Macau Os mais pequenos e fãs do filme “Frozen”, da Disney, terão oportunidade de ver e ouvir um concerto inteiramente dedicado à história e personagens desta produção, tratando-se de uma iniciativa para celebrar o Dia Mundial da Criança, efeméride que se comemora a 1 de Junho. O concerto, acolhido pelo Teatro MGM nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, decorre, respectivamente, às 20h e 15h. Com co-organização do Instituto Cultural (IC), trata-se, segundo uma nota deste organismo, de “um concerto encantador e fantástico, que combinará a música sinfónica ao vivo com a tecnologia cénica, levando crianças e amigos adultos de Macau ao mágico mundo gelado”. O som fica a cargo da Orquestra de Macau (OM), que interpretará ao vivo “várias músicas icónicas da banda sonora da animação, sincronizadas com imagens projectadas num ecrã ultra-HD gigante de 900 metros quadrados e 28 milhões de pixéis, instalado no teatro, com o sistema de som envolvente L-ISA de 19.1 canais”. Desta forma, com o uso da tecnologia, a “fusão de som e imagem criará uma experiência imersiva que transporta espectadores para um reino fascinante de gelo e neve”, verificando-se “a excelência dos equipamentos cénicos e audiovisuais de nível internacional” no espaço escolhido para os dois espectáculos, o Teatro MGM. Segundo a nota do IC, esta sala de espectáculos foi, no ano passado, reconhecida oficialmente pela Disney como espaço para realizar os concertos da Disney em Macau. Vozes e dobragens O concerto conta com um “elenco de excelência, reunindo músicos e cantores de topo provenientes de Macau e do exterior”, sendo dirigido pelo maestro assistente da OM, Tony Cheng-Te Yeh. Já as músicas da animação serão interpretadas pela OM e vários “cantores de renome internacional”, tais como Alyssa Fox, que interpretou Elsa na digressão norte-americana do musical da Broadway “Frozen”; Ray Liu, que dobra e canta a voz de Anna na versão mandarim da animação, RJ Woessner, que dá vida às personagens Kristoff e Hans e, CJ Tan como Olaf, bem como o grupo vocal SEMISCON Vocal Band. O filme “Frozen” estreou em 2013 e “conquistou o mundo”, tendo ganho o Óscar de Melhor Filme de Animação. Destaque para a canção, retirada da banda sonora do filme, “Let it Go”, que se tornou um sucesso à escala global. Há também outros grandes sucessos musicais que saíram do filme “Frozen”, como “Do You Want to Build a Snowman?” e “For the First Time in Forever”, que tiveram o poder de “cativar audiências de todas as idades”. “Let It Go” recebeu o Óscar de Melhor Canção Original na 86.ª edição dos Prémios da Academia e arrecadou três importantes galardões no 57.º Grammy Awards.
Telecomunicações | Licenças 3G terminam a 4 de Junho Hoje Macau - 12 Mai 2025 As licenças 3G de telecomunicações terminam já a 3 de Junho, depois do Governo ter prolongado a sua validade em 2022, por dois anos. Desta forma, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) apela a que as quatro operadoras de serviços de telecomunicações móveis de Macau garantam uma transição suave das redes 3G para 4G ou 5G junto dos clientes. Segundo um comunicado dos CTT, foram já realizadas “várias rondas de reuniões com as operadoras”, tendo estas sido incentivadas a “elaborar planos para garantir uma transição tranquila dos utilizadores de 3G para os serviços 4G ou 5G”. Na mesma nota, “os CTT apelam aos cidadãos e comerciantes que ainda utilizam o serviço 3G para que contactem, com a maior brevidade possível, as respectivas operadoras, a fim de se informarem sobre as condições de transição para os serviços 4G ou 5G e escolherem o serviço mais adequado às suas necessidades”. Além disso, destacam os CTT, “é importante que os cidadãos e comerciantes confirmem se os seus telemóveis ou outros dispositivos terminais suportam a tecnologia 4G ou 5G, para a utilização de chamadas de voz, pois os equipamentos devem ser compatíveis com a funcionalidade VoLTE”, caso contrário, “após a cessação da rede 3G, deixará de ser possível utilizar o serviço de chamadas de voz”. “Os CTT continuarão a manter uma comunicação estreita com as operadoras, prestando aos utilizadores o apoio necessário para garantir uma transição tranquila”, lê-se ainda.