Andreia Sofia Silva PolíticaImobiliário | Fim do imposto sobre segunda habitação O Governo vai acabar com o imposto de cinco por cento cobrado a quem adquire um segundo imóvel para fins habitacionais a partir de 1 de Janeiro. Esta é uma das principais alterações propostas pelo Executivo com a revisão da lei de relativa ao “Imposto de selo sobre a aquisição do segundo e posteriores bens imóveis destinados à habitação”, já analisada pelo Conselho Executivo. Segundo um comunicado deste organismo, será mantido o imposto de dez por cento sobre a compra de uma terceira ou mais casas para fins residenciais, além de serem criadas novas medidas relativas à hipoteca sobre imóveis. A ideia de rever este diploma surge no contexto “das novas mudanças do mercado imobiliário e na conjuntura económica de Macau”. Assim, o Governo entendeu haver condições “para o relaxamento das medidas vigentes no âmbito da administração da procura imobiliária”, criadas desde 2010 a fim de travar a especulação no sector.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Construtora Country Garden falha pagamento de obrigação A construtora chinesa Country Garden falhou ontem o prazo final para o pagamento do cupão de uma obrigação em dólares, segundo o jornal Financial Times, tornando-se na mais recente vítima da crise no sector imobiliário do país asiático. Detentores de obrigações da empresa citados pelo jornal britânico afirmaram que não receberam o pagamento dos juros devidos até à meia-noite de terça-feira, correspondentes a uma obrigação no valor de 500 milhões de dólares, com vencimento em Setembro de 2025. A Contry Garden deveria ter efectuado um pagamento de 15,4 milhões de dólares esta semana. Um porta-voz reiterou na quarta-feira que a empresa “não vai ser capaz de cumprir todas as suas obrigações de reembolso de dívida no exterior”. A Country Garden, a maior construtora de imobiliário da China em termos de vendas entre 2017 e 2021, tem estado a lutar para evitar o incumprimento há semanas. O abrandamento do sector imobiliário na China, que se acelerou na sequência do incumprimento do grupo Evergrande em 2021, tem prejudicado as construtoras chinesas e pesado sobre o crescimento da economia chinesa. Vários projectos permanecem inacabados e houve uma queda acentuada nas transações de imóveis e uma perda generalizada de confiança no sector, que gera mais de um quarto da actividade económica da China e é o mais importante veículo de investimento das famílias. O investimento em imobiliário nos primeiros nove meses do ano registou uma contração de 9,1 por cento, em termos homólogos. A dívida da Country Garden emitida nos mercados internacionais ascende a 11 mil milhões de dólares, enquanto o passivo total da empresa era de cerca de 200 mil milhões de dólares no final de Junho. A empresa consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua chefe, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Country Garden admite que pode entrar em incumprimento A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, anunciou ontem que poderá não conseguir pagar todos os empréstimos que contraiu, numa altura em que o sector imobiliário chinês enfrenta uma grave crise de liquidez A construtora, até há pouco considerada financeiramente saudável, foi apanhada nos últimos meses pela crise no imobiliário na China, que ameaça agora a sobrevivência de várias empresas do sector. Uma entrada em incumprimento seria catastrófica para este sector-chave da economia chinesa, que representa um quarto do produto interno bruto (PIB) do país. A empresa, que já esteve formalmente em risco de incumprimento em Setembro, acabou por conseguir reembolsar 22,5 milhões de dólares referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais (‘offshore’), no limite de uma prorrogação de 30 dias. O grupo, que negociou então com os credores novos prazos para o pagamento de vários empréstimos, devia ter efectuado um reembolso referente a uma obrigação na segunda-feira, mas não conseguiu efectuar o pagamento, no valor de 470 milhões de dólares de Hong Kong. O grupo dispõe agora de um período de carência de 30 dias para evitar entrar em incumprimento. No entanto, a Country Garden admitiu “não poder honrar todos os reembolsos das suas obrigações junto dos investidores estrangeiros”. “Um incumprimento podia levar os credores em causa a exigir uma aceleração” dos reembolsos que lhes são devidos ou a iniciar um processo judicial, advertiu o grupo. A empresa pediu paciência aos investidores e disse que está a “avaliar as dificuldades actuais”. Do majongue ao dominó A Country Garden disse ter contratado consultores financeiros “para avaliar a estrutura de capital e a liquidez” das filiais. “A empresa pretende continuar a cooperar e a dialogar com todos os credores para chegar a uma solução realista o mais rapidamente possível”, referiu o comunicado. Um eventual incumprimento ia provocar ondas de choque nos mercados e agravar a crise no sector imobiliário chinês e o abrandamento da economia da China. No final de 2022, a Country Garden tinha uma dívida avaliada em 180 mil milhões de euros. No final de Junho, a empresa dispunha de 147,9 mil milhões de yuan em caixa, destinados sobretudo a concluir habitações já pagas pelos proprietários antes mesmo de serem construídas. A Country Garden “não dispõe de fontes de tesouraria suficientes” para fazer face aos pagamentos futuros, afirmou, no mês passado, a agência de notação financeira Moody’s. A agência baixou o ‘rating’ do grupo em três níveis, para “Ca”, sinónimo de “em incumprimento, com alguma esperança de recuperação”. Há muito que os grupos imobiliários chineses recorrem a pré-vendas como modelo de financiamento. Em 2021, no entanto, os reguladores chineses restringiram o acesso do sector ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, não resistiu. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das dívidas. A Country Garden tem quatro vezes mais terrenos para construção do que o grupo Evergrande, cujo incumprimento em 2021 provocou protestos dos compradores, alguns dos quais se recusaram posteriormente a pagar as prestações mensais. Na terça-feira da semana passada, a Country Garden afirmou que a “prioridade operacional (…) é assegurar a entrega” de casas. Qualquer paragem na construção pode suscitar instabilidade social. A China tem já um grande número de construções inacabadas. Outro construtor chinês sobre-endividado, o grupo Kaisa, admitiu ontem numa audiência em Hong Kong que está “insolvente em termos de liquidez”, depois de não ter conseguido pagar as dívidas em 2021.
João Santos Filipe PolíticaAssociação de imobiliário pede apoios para promover mais vendas de casas O presidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau, Paulo Tse, defende que o Governo deve implementar medidas para apoiar o sector imobiliário. A posição foi tomada ontem e citada pelo jornal Ou Mun, depois do concurso público de concessão de dois terrenos na Taipa apenas ter tido um único participante. Nas declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Paulo Tse apelou ao Governo para ignorar as actividades de especulação no mercado imobiliário, que diz serem praticamente inexistentes, e concentrar-se no relaxamento das medidas que limitam as transacções imobiliárias. Segundo o dirigente, as políticas que tinham sido lançadas para evitar a especulação actualmente só servem para “aumentar os custos de compra e venda de imóveis pelos residentes”, não permitindo à população comprar habitação com melhor qualidade. No ano passado, o mercado imobiliário registou o menor número de transacções desde 1984, com 2.950 compras e vendas de imóveis para habitação. Contudo, após o levantamento das restrições o mercado apresenta uma recuperação. Pregar como São Tomás Sobre a falta de interesse no concurso público para a concessão de dois terrenos na Taipa, em que apenas foi apresentada uma proposta, Paulo Tse considerou que tal se deveu ao facto de não ser “a altura mais oportuna”. Segundo o presidente da associação, face à redução do poder de compra das famílias locais, actualmente a confiança da população está longe de outros tempos, o que faz com que haja uma maior prudência face a investimentos. No entanto, Paulo Tse fez questão de sublinhar aos jornalistas que tem muita confiança no futuro de Macau e no desenvolvimento da economia. Embora não tenha explicado porque razão a empresa que controla, a Keck Seng Investimentos, tenha optado por não licitar pelos terrenos, o empresário desejou que no futuro haja um novo concurso público para a concessão de terrenos. Os terrenos disponibilizados no concurso público tinham preços de licitação de 777 milhões de patacas e 1,136 mil milhões de patacas. O consórcio constituído pela Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada fez a única proposta, no valor de 893,6 milhões. O outro terreno não teve propostas.
Hoje Macau China / ÁsiaCountry Garden | Evitado incumprimento com dívida paga no limite Após ver as suas accões subirem na segunda-feira mais de 15%, a gigante do imobiliário chinês saldou a dívida de 22,5 milhões de dólares a tempo e evitou entrar numa situação de incumprimento A Country Garden, a maior construtora da China, pagou ontem 22,5 milhões de dólares referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais (‘offshore’), no limite de uma prorrogação de 30 dias. A empresa conseguiu assim evitar incorrer em incumprimento, avançou a imprensa local. O pagamento devia ter sido realizado, originalmente, no dia 6 de Agosto, aos titulares de duas obrigações, com um valor combinado de 990 milhões de dólares e maturidades em 2026 e 2030, indicou o jornal de Hong Kong South China Morning Post, que cita fontes próximas da empresa. A Country Garden evitou anteriormente entrar em incumprimento, após negociar a restruturação da sua maior obrigação, um título emitido no mercado chinês, no valor de 3,9 mil milhões de yuan, que vai agora ser pago até Setembro de 2026. As acções da promotora tinham subido quase 15 por cento na segunda-feira, devido ao acordo de restruturação e a medidas de apoio anunciadas por Pequim ao sector imobiliário. A Country Garden foi excluída esta semana do índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, após as suas acções terem perdido quase 95 por cento do seu valor desde o pico, que remonta ao início de 2018. Em 2021, os reguladores chineses restringiram o acesso do sector ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, colapsou. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das suas dívidas. Queda a pique A Country Garden está a tentar não entrar em incumprimento em nenhuma das suas obrigações, o que poderia traduzir-se num risco para o sector financeiro chinês, ainda maior do que o suscitado pela Evergrande em 2021, uma vez que a Country Garden tem quatro vezes mais imóveis e 60 por cento das suas vendas provêm de cidades de terceiro e quarto níveis, onde o mercado imobiliário foi mais afectado do que nas principais cidades do país. A Country Garden, até recentemente considerada uma das promotoras mais bem geridas no contexto da crise imobiliária, anunciou na semana passada perdas de 48.932 milhões de yuan no primeiro semestre e alertou que enfrenta “falta de liquidez”. No final do semestre, o passivo total da construtora fixou-se em cerca de 1,36 biliões de yuan. No total, de acordo com estimativas do banco norte-americano JPMorgan, citadas pelo South China Morning Post, a Country Garden poderá enfrentar mais de 2,5 mil milhões de dólares em vencimentos de obrigações, tanto na China como no estrangeiro, até ao final do ano.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Country Garden tenta negociar restruturação da dívida A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, está a negociar com credores a restruturação da sua dívida, visando evitar a entrada em incumprimento, o que teria consequências muito graves para a segunda maior economia mundial. O grupo, há muito considerado financeiramente sólido, não conseguiu no início do mês pagar o cupão de dois títulos obrigacionistas, correndo assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias. Isto ocorre numa altura em que o sector imobiliário atravessa uma crise sem precedentes na China. A construtora, que está presente sobretudo em cidades de pequena e média dimensão e emprega dezenas de milhares de funcionários, tem ainda de pagar uma obrigação no valor de 3,9 mil milhões de dólares, que vence em dez dias. A Country Garden está em negociações com os credores desde quarta-feira para adiar o prazo para 2026. Os credores tiveram até às 22:00 de sexta-feira para votar ‘online’, segundo a agência de notícias Bloomberg. Um acordo permitiria que a Country Garden evitasse a entrada em incumprimento. Seria a maior dívida na China desde a da Evergrande, há dois anos. A situação da Country Garden está a causar nervosismo nos mercados porque o grupo tinha uma dívida de cerca de 176 mil milhões de euros, no final de 2022, segundo cálculos da Bloomberg. A Country Garden foi a maior construtora na China no ano passado. Tem quatro vezes mais projectos que a Evergrande, cuja paralisação das obras gerou protestos em todo o país. O grupo consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua líder, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia.
Hoje Macau China / ÁsiaCountry Garden | Acções afundam após construtora falhar pagamentos A crise do imobiliário na China conheceu mais um episódio com a queda colossal das acções da Country Garden na praça financeira de Hong Kong As acções da Country Garden, uma das maiores construtoras da China, afundaram ontem mais de 15 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong, numa altura em que a precária saúde financeira da empresa preocupa os mercados. A situação da Country Garden é consequência directa de uma crise de liquidez sem precedentes no imobiliário da China, suscitada por uma campanha lançada por Pequim para reduzir os níveis de alavancagem no sector, que representa um quarto do PIB chinês. A Country Garden está presente sobretudo em cidades de pequena e média dimensão e emprega dezenas de milhares de funcionários. O grupo consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua líder, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia. Mas a Country Garden não conseguiu na segunda-feira passada cumprir com o pagamento do cupão de dois títulos obrigacionistas. O grupo corre assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias. A empresa estimou a sua dívida em cerca de 150 mil milhões de euros, no final de 2022. A agência Bloomberg estima que a dívida ascende a cerca de 176 mil milhões de euros. As acções da Country Garden tombaram 16,3 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong, a meio da sessão de ontem. Crise geral A dona da Country Garden admitiu na sexta-feira passada numa carta que a empresa enfrenta as “maiores dificuldades” desde a sua criação por causa da conjuntura económica. Yang Huiyan, que se tornou bilionária aos 25 anos ao herdar as acções do grupo fundado pelo pai, disse, no entanto, que a Country Garden vai lutar pela sua sobrevivência. Tal como no caso da Evergrande, cujo passivo supera os 300 mil milhões de euros, qualquer colapso da Country Garden teria repercussões catastróficas no sistema financeiro e na economia chinesa. O grupo, que deve publicar os seus resultados semestrais ainda este mês, diz esperar um prejuízo líquido entre 5,6 e 7 mil milhões de euros. Segundo a agência de ‘rating’ Moody’s, 3,9 mil milhões de euros em títulos de dívida emitidos pela empresa vão vencer em 2024. A Moody’s baixou na quinta-feira a classificação da dívida do grupo para “Caa2”, sinónimo de “risco de crédito muito alto”. A reforma habitacional na China, no final da década de 1990, levou a um ‘boom’ no sector, alimentado pelas normas sociais. A aquisição de casa própria é muitas vezes pré-requisito para casar. No entanto, em 2021, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. A falta de liquidez no sector fez com que várias obras em todo o país fossem obrigadas a parar, o que resultou, no Verão passado, num “boicote às hipotecas”, que se estendeu a mais de uma centena de cidades, com os compradores de apartamentos inacabados a deixarem de pagar a prestação mensal aos bancos. Nos últimos meses, o Governo mudou de rumo e anunciou várias medidas de apoio, inclusive a abertura de linhas de crédito, cujo objectivo prioritário é finalizar empreendimentos cujas obras ficaram por completar.
Hoje Macau China / ÁsiaConstrutora chinesa Evergrande anunciou perdas superiores a 72 mil milhões de euros A construtora chinesa Evergrande anunciou hoje perdas líquidas superiores a 72.000 milhões de euros, nos últimos dois anos, ilustrando a crise de liquidez que abalou o setor imobiliário na China. A empresa registou perdas líquidas de 476.035 milhões de yuan, em 2021, e de 105.914 milhões de yuan, em 2022. O grupo, que em 2020 facturou 8.076 milhões de yuan, indicou ainda que, no final de 2022, o seu passivo total ascendeu a cerca de 2,44 biliões de yuan, uma queda de 5,53%, face ao ano anterior, mas ainda quase 25% acima do valor registado no final de 2020. Deste montante, 612.390 milhões de yuan correspondem a empréstimos, mas os números refletem também uma diminuição de 20,1% no valor dos ativos totais da empresa, face a 2020, situando-se agora em 1,84 biliões de yuan. Em 2022, a Evergrande facturou 230.067 milhões de yuan, o que representa uma queda de quase 8%, em relação a 2021, e de perto de 55%, em relação a 2020. Além das perdas operacionais, a Evergrande atribuiu grande parte dos resultados negativos a fatores como a devolução de terrenos ou a perda de valor por imparidade de ativos financeiros. Apesar de a publicação deste relatório de contas ter sido uma das condições para a Evergrande retomar as negociações na Bolsa de Valores de Hong Kong, congelada desde março do ano passado, após ter perdido quase 90% do seu valor desde o início de 2021, a empresa indicou que a suspensão vai manter-se “até novo aviso”. Num outro comunicado, divulgado na segunda-feira, o conglomerado indicou que espera uma audiência no Tribunal de Hong Kong em 24 de julho para discutir os detalhes do plano de reestruturação da sua dívida junto de credores internacionais, com iniciativas semelhantes no mesmo dia no Reino Unido, Ilhas Virgens e, no dia seguinte, nas Ilhas Caimão. A Evergrande revelou este ano que vai precisar de um financiamento adicional de até 300.000 milhões de yuan, para cumprir o objetivo de garantir a entrega dos imóveis vendidos antes de terem sido concluídos. A situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, após os reguladores chineses passarem a exigir às empresas, em 2020, um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. O colapso da Evergrande é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Nos últimos meses, face à crise do setor, o Governo mudou de tom e anunciou diversas medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem linhas de crédito multimilionárias para diversas construtoras.
Andreia Sofia Silva SociedadeImobiliário | Conselho de Consumidores lança alerta O Conselho de Consumidores (CC) emitiu ontem um alerta sobre alguns negócios de pré-venda de imóveis no interior da China sem exigência do pagamento do capital de entrada na concessão de crédito ou onde se pede uma “entrada em sentido contrário”, algo que pode ser ilegal. As autoridades chinesas já emitiram avisos, sendo que o CC apela aos residentes que pretendam comprar casas no interior da China para “conhecer os diplomas legais e procurar esclarecimentos em caso de dúvidas ou desconhecimento”. Assim, um negócio dentro dos contornos legais implica que os imóveis tenham cinco licenças quanto ao uso de terrenos do Estado ou uma certidão de propriedade do imóvel, autorizações do planeamento de terrenos para construção, para o planeamento e execução de obras. O imóvel deve ter ainda uma licença de pré-venda de habitações comercializáveis, devendo-se também verificar “as informações ligadas ao promotor de empreendimento, o destino do terreno dos imóveis, o estado de venda e a área das fracções”. O CC explica que a legislação em vigor nas duas regiões não permite a concessão de crédito sem o pagamento de um montante de capital como entrada.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Mais de 1200 transacções de Janeiro a Março No primeiro trimestre do ano foram transaccionadas 1.207 fracções autónomas e lugares de estacionamento pelo valor de 6,93 mil milhões de patacas, de acordo com os dados revelados ontem pelos Serviços de Estatística e Censos. Em comparação com o último trimestre do ano passado, as transacções de fracções autónomas registaram um crescimento de 14,8 por cento. Foram transaccionadas 848 fracções autónomas habitacionais (mais 199) pelo valor de 5,59 mil milhões de patacas (mais 33,8 por cento), das quais 843 eram fracções autónomas habitacionais de edifícios construídos (mais 33,8 por cento), com os negócios a serem fechados por um valor total de 5,57 mil milhões de patacas (mais 37,2 por cento). Foram ainda vendidas 5 fracções autónomas habitacionais de edifícios em construção (menos 73,7 por cento), cujo valor de venda foi de 27 milhões de patacas (menos 78,2 por cento). O preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais globais (93.351 patacas) aumentou 2,6 por cento, em termos trimestrais. O preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas industriais (50.198 patacas) subiu 5,9 por cento, em termos trimestrais, contudo, o das fracções autónomas destinadas a escritórios (85.499 patacas) baixou 15,7 por cento. Em termos de transacções de estacionamento, no primeiro trimestre de um ano houve um aumento de 17,5 por cento das transacções, face ao trimestre entre Outubro e Dezembro.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Rendas de habitação descem no início do ano No primeiro trimestre do ano as rendas médias das fracções autónomas habitacionais sofreram uma quebra de 7,1 por cento face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Foi a primeira vez que a DSEC publicou os dados oficiais sobre rendas, o que justificou com o desejo de “enriquecer os dados estatísticos do mercado imobiliário”. No primeiro trimestre, a renda média por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais de Macau foi de 130 patacas, tendo diminuído 1,5 por cento, em termos trimestrais. As rendas mais caras ficam na Doca do Lamau (148 patacas por metro quadrado), Baixa da Taipa (130 patacas), Barra e Manduco (128 patacas), Areia Preta e Iao Hon (125 patacas) e ZAPE (111 patacas). A DSEC informou ainda que em comparação com o trimestre anterior as rendas nestes locais desceram 1,3 por cento, 0,8 por cento, 1,5 por cento, 1,6 por cento e 1,8 por cento, respectivamente. Quanto às fracções autónomas não habitacionais, a renda média por metro quadrado (área útil) destinadas a lojas foi de 488 patacas no primeiro trimestre de 2023, subindo 3,6 por cento, em termos trimestrais. A renda média no NAPE e Aterros da Baía da Praia Grande (622 patacas) e na Baixa de Macau (644 patacas) aumentaram 7,8 por cento e 5,7 porcento, respectivamente. A renda média da Baixa da Taipa (758 patacas) e a da Barra e Manduco (308 patacas) também cresceram 1,6 por cento e 1,3 por cento, respectivamente, em termos trimestrais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Bens da Jiayuan International vendidos por ordem judicial A empresa que em 2017 comprou o terreno mais caro de sempre em Macau está em situação de incumprimento. Os tribunais de Hong Kong impuseram a venda de bens para saldar uma dívida superior a 100 milhões de dólares de Hong Kong Um tribunal de Hong Kong declarou a venda de bens do Grupo Jiayuan International para pagar dívidas de 112,8 milhões de dólares de Hong Kong. A decisão contra a imobiliária responsável pela construção do projecto Ocean Hill, na Avenida Dr. Sun Yat-Sen na Taipa, foi conhecida na semana passada. A obrigação de vender o património da imobiliária resulta de dois casos que decorriam nos tribunais da região vizinha relacionados com uma dívida de 112,8 milhões de dólares de Hong Kong, ligada à emissão de um empréstimo obrigacionista e respectivos juros. De acordo com a agência noticiosa Bloomberg, a reclamação da dívida deve-se a um único subscritor do empréstimo obrigacionista. Os dois casos tinham sido tornados públicos em Junho do ano passado, e, na altura, o Grupo Jiayuan International afirmou que “segundo a informação disponível” os pedidos de insolvência não teriam “um impacto material ou significante nas operações ou na situação financeira” da empresa. No entanto, desde essa data, e na sequência da crise financeira do sector imobiliário no Interior da China, que a situação de solvência do grupo tem sofrido uma rápida deterioração. A Jiayuan International entrou no mercado de imobiliário de Macau em 2017, quando adquiriu pelo preço recorde de 3,51 mil milhões de dólares de Hong Kong dois terrenos na Taipa, na Avenida Dr. Sun Yat-Sen. A compra foi feita à Companhia de Fomento Predial San Kin Tai, na altura detida a 40 por cento por William Kuan, condenado a 18 anos de prisão no processo que em que foram também considerados culpados os ex-directores das Obras Públicas, Jaime Carion e Li Canfeng. O projecto Ocean Hill, actualmente em construção, é composto por habitações e lojas. No total, os dois terrenos implicam uma área de 5.597 metros quadrados, o que significa que o negócio foi feito com o pagamento de 627,1 mil dólares de Hong Kong por metro quadrado. Acções suspensas Também desde o início de Abril, a transacção das acções da Jiayuan International na Bolsa de Hong Kong foi suspensa, medida que entrou em vigor depois de o grupo ter falhado a apresentação dos resultados financeiros, como exigido. Os atrasos na publicação dos resultados foram explicados com três motivos: falta de mão-de-obra no departamento de contabilidade da empresa, falta de tempo dos directores da empresa, por estarem em curso negociações com credores, e ainda devido à mudança de auditora. As dificuldades do Grupo Jiayuan International acompanham a tendência das construtoras do Interior, depois da grave crise financeira que começou a afectar o sector no ano de 2020. Nesse ano o Governo Central começou a impor limites ao endividamento destas empresas, o que contribuiu para que várias atravessassem grandes dificuldades, como aconteceu com a Evergrande, Grupo Kaisa, Fantasia Holdings, ou Sinic Holdings.
João Santos Filipe SociedadeTransacções de imobiliário descem no início de Abril A primeira quinzena de Abril apresentou um abrandamento ao nível das compras e vendas de habitação, de acordo com os dados publicados ontem pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Na primeira quinzena do mês passado, foram transaccionadas 128 casas, com o preço médio por metro quadrado a atingir 99.098 patacas. No entanto, em relação à primeira quinzena de Março, os dados mostram um abrandamento de transacções, com menos 84 compras e vendas de habitação. Nesse mês, tinham sido realizadas 212 transacções de imobiliário. Apesar de haver menos compras e vendas, o preço médio está a ficar mais caro, uma vez que em Março a média tinha sido de 91.980 patacas por metro quadrado. Segundo os dados da DSF, no mês passado, o preço médio por metro quadrado subiu para 99.098 patacas. Em comparação com o período homólogo, a primeira metade de Abril do ano passado, o mercado também mostra uma tendência negativa no número das transacções. Na primeira metade de Abril de 2020, tinham sido registadas 165 compras e vendas de habitação, com o preço médio a ser de 94.816 patacas por metro quadrado. A redução das transacções pode ser o resultado de uma primeira semana de Abril marcada por vários feriados, uma vez que coincidiu com os feriados do Cheng Ming e da Páscoa. Tendência de recuperação Depois de em 2022 a compra de habitação ter caído para o nível mais baixo desde 1984, numa altura em que o Governo insistia na política de zero casos de covid-19 e fortes restrições à entrada de pessoas no território, 2023 tem apresentado sinais de recuperação. Apesar da primeira metade de Abril ser a excepção, no primeiro trimestre houve um aumento do número de transacções de 27 por cento, que passaram de 760 compras e vendas, em 2022, para 965 transacções, nos primeiros três meses deste ano. A tendência de recuperação das vendas de imobiliário, levou a que se tivesse atingido nível de 75 por cento das transacções de 2019, o último ano sem efeitos da pandemia. Nesse ano, no primeiro trimestre, foram registadas 1.287 transacções.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBolsa | Venda de acções do Grupo Jiayuan International suspensa A imobiliária de Jiangsu, que fez a transacção mais cara de sempre de um terreno em Macau, falhou a data de apresentação dos resultados financeiros. No ano passado, a empresa foi alvo de dois pedidos de penhora em Hong Kong As acções do Grupo Jiayuan International na Bolsa de Hong Kong estão suspensas desde ontem, depois de ter sido falhada a data para a apresentação dos resultados financeiros. A empresa que é responsável pela construção do projecto Ocean Hill, na Avenida Dr. Sun Yat-Sen na Taipa prometeu apresentar os resultados até 30 de Abril. Em comunicado, a empresa explicou o atraso nos resultados financeiros com três motivos, entre os quais a falta de mão-de-obra. “As recentes demissões de certos empregados-chave, em particular, os que integravam unidade de contabilidade levou à falta de mão-de-obra, que impediu que fosse possível preparar os resultados consolidados do grupo para o ano financeiro que terminou a 31 de Dezembro de 2022”, é justificado. O Grupo Jiayuan International indica ainda que a direcção esteve demasiado ocupada “a lidar com os pedidos de penhora dos bens da empresa” e ainda “a negociar com credores nacionais e estrangeiros” de forma a “criar um plano satisfatório da restruturação das dívidas” do grupo. Por último, o atraso é igualmente explicado com a mudança de auditor da Jiayuan Services Holding Limited, uma subsidiária do grupo, que opera em Hong Kong e tem sede nas Ilhas Caimão. Quase lixo As dificuldades do Grupo Jiayuan International acompanham a tendência das construtoras do Interior, depois da grave crise financeira que começou a afectar o sector no ano de 2020. Nesse ano o Governo Central começou a impor limites ao endividamento destas empresas, o que contribuiu para que várias atravessassem grandes dificuldades, como aconteceu com a Evergrande, Grupo Kaisa, Fantasia Holdings, ou Sinic Holdings. A Jiayuan International não foi excepção, e desde o Verão de 2022 que é avaliada pela agência Moody’s como “lixo”, no nível “Ca”, o segundo mais baixo de toda a escala. A agência de notação financeira tomou a decisão depois de a Jiayuan International ter decidido suspender o pagamento de juros aos investidores internacionais que subscreverem os empréstimos obrigacionistas do grupo. A classificação de “Ca” significa que a empresa é tida como “altamente especulativa com a probabilidade de estar próxima ou em falência”. Segundo esta classificação, os investidores “têm alguma possibilidade de recuperar parte dos empréstimos e dos juros”.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Centaline aponta recuperação de rendas O mercado de arrendamento das lojas nas zonas turísticas e nos resorts recuperou para 73 por cento e 68 por cento, respectivamente, dos valores praticados antes da pandemia. A informação foi avançada pela agência imobiliária Centaline, durante o balanço referente ao primeiro trimestre. Segundo Roy Ho, director da Centaline de Macau e Hengqin, o número de novos arrendamentos mostra uma subida óbvia, motivada pela retoma da circulação entre Macau e o Interior e a recuperação económica e do turismo. Roy Ho revelou igualmente que no primeiro trimestre houve vários arrendamentos novos de montante elevado, entre os quais 14 contratos novos com renda mensal superior a 200 mil patacas. Além disso, houve ainda dois contratos de arrendamento em que as rendas são superiores a um milhão de patacas. Um destes contratos diz respeito a um prédio no Largo do Senado, que foi integralmente arrendado pelo valor mensal de 1,5 milhões patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Compra de habitação caiu para nível mais baixo desde 1984 As transacções estão em quebra há quatro anos, e no ano passado chegou-se ao valor mais baixo das últimas quatro décadas. Julho e Agosto foram os piores meses para o mercado No ano passado foi registado o valor mais baixo de transacções de habitação no território desde 1984. Segundo os dados disponibilizados pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF) em 2022 foram transiccionados 2.950 imóveis. Em comparação com 1984, o ano com o pior registo das estatísticas oficiais da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no ano passado houve menos 540 transacções de habitação, face ao total de 3.490 transacções de 1984. O ano de 2022 é assim inscrito nos registos históricos como o pior desde que começaram a ser publicadas estatísticas de transacções imobiliárias, o que aconteceu em 1983. Nesse ano, quando ainda nem estava prevista a transição da soberania de Macau de Portugal para a China, tinham sido registadas 3.699 transacções de habitação. 2022 foi também o quarto ano consecutivo a acumular recordes de compras baixas de casas em Macau. A compra de habitação está em quebra desde 2018, quando tinham sido comercializadas 10.822 habitações. Esta tendência só encontra paralelo entre os anos de 2011 e 2015, o recorde negativo. Nesses anos, afectados pela crise mundial e a campanha contra o jogo VIP em Macau, as transacções diminuíram de 17.989 trocas para 5.976. Período negro No ano passado, o mercado foi afectado pelas várias medidas de controlo da pandemia, não só em Macau, mas também no Interior, como confinamentos e proibições de circulação. Além disso, sentiu-se o efeito da crise no jogo, que culminou com uma contracção das receitas brutas dos casinos de 51,4 por cento, para 42,2 mil milhões de patacas. A queda é mais significativa quando a comparação é feita com 2019, o último ano sem qualquer efeito da pandemia, quando as receitas foram de 292,5 mil milhões de patacas. No ano passado, o mês com menos transacções foi registado em Julho, com 127 compras de casa, e Agosto, quando o número foi de 157 transacções. Estes meses coincidiram com o principal pico da pandemia em Macau e o surto de Julho, que levou à imposição de um confinamento parcial. Por outro lado, o mês com mais transacções foi Outubro, com 417 transacções.
João Luz Manchete SociedadeImobiliário | Após pior ano em quatro décadas, optimismo para 2023 O ano passado trouxe uma crise ao mercado do imobiliário como não se via nos últimos 40 anos, com pouco mais de 2.900 fracções vendidas. Porém, representantes do sector esperam a retoma este ano, com a procura reprimida a elevar as transacções para mais do dobro das verificadas em 2022 Depois do ano com o pior registo de vendas das últimas quatro décadas, o sector do imobiliário encara 2023 como um virar de página a nível do volume de negócios, optimismo alicerçado na expectável retoma da economia. Entre 2002 e 2021, venderam-se anualmente, em média, 12.500 fracções. No ano passado, venderam-se pouco mais de 2.900, ou seja, 23 por cento dos valores que vinham alimentando a indústria do imobiliário. Em 2022, venderam-se pouco mais de 2.900 fracções residenciais, o que representou uma quebra de cerca de 50 por cento em relação ao ano anterior. Porém, o director da Centaline Macau e Hengqin, Roy Ho, espera que a partir do segundo trimestre deste ano o panorama seja diametralmente oposto ao verificado em 2022, com as vendas a chegar às 6.000 unidades e os preços a recuperarem das quebras do ano passado. A retoma do sector, aliada à recuperação económica de Macau, poderá surgir através da procura reprimida que irá empurrar gradualmente o mercado residencial. O responsável da agência imobiliária prevê que o pico de vendas seja atingido algures no segundo semestre de 2023. Tendo como referência a tendência dos números registados no ano passado, 2022 deve fechar com cerca de 830 fracções vendidas no último trimestre, estima o representante da Centaline, de acordo com um comunicado divulgado na página da empresa. Metros e léguas Em relação ao custo, o director da agência espera que em 2022 o preço médio do metro quadrado de área útil se fixe em cerca de 95.000 patacas, ou seja qualquer coisa como 6.178 patacas por metro quadrado de área de construção. Roy Ho considera que existe muito pouca margem de manobra para os preços caírem mais. A crise também se fez sentir no mercado imobiliário de luxo, com 33 transacções registadas no ano passado, com preço a partir de 20 milhões de patacas, valor semelhante ao praticado em 2011. No total, o segmento da habitação de luxo facturou menos 5,9 por cento em relação a 2021, ainda assim totalizando 1,09 mil milhões de patacas. Mas se recuarmos mais, a quebra nos últimos cinco anos foi de cerca de 70 por cento, com o preço das casas a cair quase um quarto.
Hoje Macau China / ÁsiaFundador da Evergrande promete pagar dívidas após adiar plano de reestruturação O fundador da Evergrande, Xu Jiayin, voltou hoje a prometer que a construtora chinesa vai pagar as suas dívidas, segundo a imprensa local, depois de ter falhado o prazo para apresentar um plano de reestruturação. “O ano de 2023 é crucial para que a Evergrande cumpra com as suas obrigações como empresa (…). Creio que podemos cumprir com a nossa missão de entregar [imóveis], pagar dívidas, eliminar os riscos e iniciar um novo capítulo”, indicou Xu, numa carta enviada aos funcionários da empresa e que foi citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O executivo indicou que, em 2022, o grupo completou 732 projetos e entregou 301.000 imóveis, cumprindo os seus objetivos para o ano. Entre janeiro e novembro, as vendas da Evergrande ascenderam a 29.120 milhões de yuans, muito aquém dos 735.000 milhões de yuans que alcançou em 2020. A Evergrande, que em 2021 somava um passivo de 300.000 milhões de dólares americanos e entrou em incumprimento no pagamento de títulos de dívida, garantiu, em dezembro passado, que as “diferenças” com as partes implicadas na elaboração do seu plano de reestruturação “estavam a reduzir-se”. A empresa está imersa numa campanha para se desfazer de ativos, visando arrecadar dinheiro, enquanto as suas ações, negociadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, continuam congeladas desde março do ano passado, tendo perdido quase 90% do valor desde o início de 2021. Um dos credores, que tem pendente o pagamento de 110 milhões de dólares, apresentou, em junho de 2022, um pedido de liquidação contra a Evergrande na Justiça de Hong Kong. A posição financeira de muitas imobiliárias chinesas deteriorou-se depois de, em agosto de 2020, Pequim ter imposto restrições no acesso ao crédito bancário às construtoras do país que, como a Evergrande, acumularam altos níveis de dívida, após vários anos de políticas agressivas de alavancagem. Nas últimas semanas, o Governo chinês anunciou diversas medidas de apoio, com os bancos estatais a criarem linhas de crédito de milhares de milhões de dólares para várias construtoras.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Visitas a casas caem 50 % após alívio de medidas As visitas a casas por potenciais compradores caíram cerca de 50 por cento desde que o Governo anunciou o alívio das medidas de combate à covid-19. Segundo o jornal Ou Mun, os dados são da agência imobiliária Haoliwoo, que fala de quebras entre 40 a 50 por cento face ao mês de Novembro. O director-executivo da agência, Chris Wong, diz que os actuais moradores, sobretudo os que têm idosos e crianças no apartamento, não querem abrir a porta, evitando também as saídas não necessárias. O responsável frisou que enquanto os casos na comunidade continuarem a subir, os proprietários e compradores vão continuar a adoptar uma atitude prudente. A recuperação das visitas aos imóveis à venda só deverá regressar aos níveis anteriores na primeira metade do próximo ano, uma vez que, em Hong Kong, a recuperação das visitas no sector imobiliário só se fez três meses depois de ter sido registado o pico da pandemia. Chris Wong adiantou que a subida das taxas de juro para os empréstimos à habitação é outra das razões para um menor volume de transacções de casas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Anunciadas linhas de crédito de milhares de milhões para construtoras Vários bancos estatais chineses anunciaram ontem acordos para oferecer linhas de crédito a algumas das maiores construtoras do país, num montante de pelo menos 220.000 milhões de yuans, informou a imprensa local. Os anúncios surgem poucos dias depois de o Governo chinês ter divulgado um plano com 16 medidas de apoio ao fragilizado sector imobiliário e de o banco central e o regulador bancário da China terem reunido com as principais entidades do país para discutir mecanismos de financiamento para as construtoras em dificuldade. O Banco de Comunicações (Bocom) anunciou uma linha de crédito no valor de 100.000 milhões de yuans, para o segundo maior grupo de imobiliário da China, a Vanke, e outra de 20.000 milhões de yuans para a Midea Real Estate. A Vanke assinou ainda um acordo com o Banco da China, que também lhe concederá 100.000 milhões de yuans. O Banco Agrícola da China (ABC) anunciou outro acordo de cooperação com várias construtoras (China Overseas, China Resources Land, Longfor Group, Gemdale e, novamente, Vanke), embora não tenha especificado os montantes que vai disponibilizar. Segundo a agência noticiosa Bloomberg, o maior banco do país, o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), vai disponibilizar um plano de crédito de “dezenas de milhares de milhões”, antes do fim de semana, para os grupos Country Garden e Longfor. A mesma fonte informou que o último dos cinco grandes bancos estatais chineses, o Banco de Construção da China (CCB), ainda não anunciou qualquer acordo, mas já em Setembro criou um fundo de 30 mil milhões de yuans, para comprar propriedades às construtoras. Muda de rumo Devido à falta de liquidez, alguns grupos suspenderam os trabalhos de construção de milhares de condomínios em todo o país. Em protesto, um número crescente de proprietários que adquiriu os imóveis em regime pré-venda recusou pagar as prestações mensais, ameaçando agravar a crise de liquidez. As medidas divulgadas por Pequim “garantem” a conclusão dos imóveis e direccionam os bancos a conceder “empréstimos especiais” para atingir esse fim, segundo a directiva. Essa decisão reflecte uma “viragem” na postura das autoridades, desde que em 2020 decidiram restringir o acesso das construtoras ao crédito.
Andreia Sofia Silva PolíticaImobiliário | Sem margem de manobra em casos de burlas no Interior Há vários anos que são divulgados casos de residentes de Macau burlados por adquirirem imóveis no Interior da China que não correspondem à realidade. Questionado ontem sobre esta questão, pela deputada Ella Lei, Ho Iat Seng afirmou que pouco pode fazer para resolver esses problemas. “Tenho recebido várias queixas, mas posso apenas resolver os problemas segundo a lei. Como Chefe do Executivo não posso resolver os problemas que não são de Macau.” Ainda assim, Ho Iat Seng assegurou que o Conselho dos Consumidores “vai reforçar a fiscalização e a divulgação das informações sobre a venda de casas no Interior da China”. “Caso haja irregularidades vamos proceder a uma análise”, adiantou. O governante não deixou de dar umas sugestões a quem adquire casas em construção. “Espero que a população, quando compra esses imóveis, tenha cuidado, dirigindo-se ao local. O barato sai caro e temos de ter cuidado na compra de imóveis porque isso poderá trazer muitos problemas.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Medidas de apoio para construtoras em crise na China O plano com 16 medidas visa dar um novo estímulo ao sector atingido por uma grave crise de liquidez. O anúncio já teve efeito na bolsa de valores de Hong Kong que cresceu 3 por cento na abertura, animada com fortes ganhos das imobiliárias A China anunciou ontem medidas para impulsionar o sector imobiliário, considerado crucial para a economia chinesa, mas abalado por uma crise de liquidez, depois de as autoridades terem restringido o acesso ao crédito. As autoridades estabeleceram 16 medidas para estimular o sector, incluindo directrizes do banco central e do regulador bancário e de seguros, que visam garantir maior acesso ao crédito para ajudar os construtores mais endividados a concluir projectos inacabados. Devido à falta de liquidez, alguns grupos suspenderam os trabalhos de construção de milhares de condomínios em todo o país. Em protesto, um número crescente de proprietários que adquiriu os imóveis em regime pré-venda recusou pagar as prestações mensais, ameaçando agravar a crise. As medidas divulgadas por Pequim “garantem” a conclusão dos imóveis e direccionam os bancos a conceder “empréstimos especiais” para atingir esse fim, segundo uma directiva citada ontem pela imprensa chinesa. Essa decisão reflecte uma “viragem” na postura das autoridades, desde que em 2020 decidiram restringir o acesso das construtoras ao crédito, de acordo com o economista Ting Lu, do banco japonês Nomura. “Estas medidas mostram que Pequim está pronta para reverter a maioria das suas decisões”, afirmou Lu, num relatório. A notícia fez com que a Bolsa de Valores de Hong Kong subisse ontem mais de 3% na abertura, com destaque para os fortes ganhos das imobiliárias. Sem liquidez O país registou um ‘boom’ no sector imobiliário, desde a liberalização do mercado, em 1998, num país onde a aquisição de propriedade é um pré-requisito para casar e o principal veículo de investimento das classes abastadas do país. Mas os reguladores passaram a exigir, em 2020, um tecto de 70 por cento na relação entre passivos e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. Desde então, o acesso ao crédito pelas construtoras encolheu consideravelmente, enquanto a procura por imóveis afundou na China, face a uma desaceleração económica e à incerteza criada pelas medidas de prevenção contra a covid-19. Várias construtoras chinesas entraram em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada. Diferentes analistas estimam existir na China propriedades vazias suficientes para abrigar mais de 90 milhões de pessoas – cerca de nove vezes a população portuguesa. Em muitos casos, as casas são mantidas vazias pelos proprietários, por serem assim mais fáceis de vender a um próximo especulador. A crise no imobiliário tem assim fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. Algum alívio Também na sexta-feira passada, a China anunciou o relaxamento de várias medidas de prevenção epidémica que penalizaram fortemente a economia, incluindo a redução do período de quarentena para chegadas internacionais. O país asiático é a última grande economia a manter uma política de tolerância zero ao novo coronavírus. Esta estratégia, designada ‘zero covid’, inclui o isolamento de bairros, distritos ou cidades inteiras e o isolamento de todos os casos positivos e respectivos contactos directos em instalações designadas. Esta política tem implicações significativas para as cadeias de fornecimento globais e o consumo doméstico.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Mercado cai para níveis sem precedentes O director distrital de vendas da agência imobiliária Anzac Realty, Ho Kai Meng, considera que o mercado imobiliário caiu para um nível sem precedentes, devido à crise pandémica. Segundo Ho Kai Meng, citado pelo jornal Exmoo, cada vez menos pessoas se mostram interessadas nos preços do mercado imobiliário ou em visitarem habitações à venda. No mesmo sentido, antes de comprarem uma habitação, os clientes levam agora mais tempo a tomar decisões. Ho Kai Meng exemplificou igualmente que no passado as publicidades pagas nas redes sociais levavam a que a agência fosse contactada por vários potenciais clientes. Nos dias que correm, o interesse gerado pelos anúncios é muito mais reduzido. Também as promoções perderam os efeitos do passado. O agente imobiliário informou que antes da crise uma fracção com desconto de cinco a oito por cento fazia com que houvesse um frenesim no mercado. A venda concretizava-se em menos de um dia, após o anúncio com o desconto. Contudo, também esta situação não passa de uma miragem em comparação com a realidade actual. Para Ho Kai Meng, a nova situação reflecte a falta de confiança da população, porque os bancos dão ofertas no empréstimo para compensar a parte da subida das taxas de juros. Segundo o director de vendas da Anzac Realty, a situação é preocupante uma vez que as agências imobiliárias empregam 5 mil pessoas, e o número de transacções reflecte uma crise maior do que aquela em Hong Kong, Zhuhai, Shenzhen e Cantão.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório diz que queda nos lucros agrava crise de liquidez no imobiliário chinês As principais construtoras da China não estão a conseguir gerar dinheiro suficiente para cumprir com as suas obrigações, segundo uma análise dos seus resultados, sugerindo um agravamento da crise de liquidez no setor imobiliário do país. Os lucros líquidos das construtoras caíram, em média, 188%, nos primeiros seis meses de 2022, em termos homólogos, de acordo com um relatório do United Overseas Bank (UOB), banco de investimento com sede em Singapura. O UOB analisou os resultados das 32 construtoras chinesas cotadas em bolsa. As construtoras estatais apresentaram melhores resultados, com uma queda homóloga dos lucros de 27%, em média, segundo o banco. Entre os 32 construtores privados, o total de dinheiro em caixa encolheu 13,8%, prejudicando a sua capacidade de pagar dívidas, apontou o UOB. A CR Land, subsidiária de um dos maiores conglomerados estatais da China, o China Resources Group, foi a única construtora a relatar um aumento do dinheiro em caixa. “É uma situação geral difícil. As construtoras têm muito menos dinheiro para pagar as dívidas e não conseguem obter financiamento”, escreveu Raymond Cheng, analista imobiliário da CGS-CIMB Securities. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. O colapso do grupo Evergrande, cujo passivo supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, é o caso mais emblemático. O UOB considerou que, sem mudanças nas políticas de apoio do governo central ou uma mudança repentina nos níveis de confiança no mercado, mais construtoras chinesas vão provavelmente entrar em incumprimento num futuro próximo. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Esta crise surge também num momento político sensível. O Presidente chinês, Xi Jinping, está prestes a assumir um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês, quebrando com a tradição política das últimas décadas. O mercado imobiliário está em contração desde julho de 2021. Entre as 27 construtoras chinesas cotadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, o lucro por ação do Agile Group Holdings foi o que mais caiu, com uma queda de 59%, em termos homólogos. As construtoras KWG Group Holdings e China Vanke viram os seus lucros por ação caírem mais de 40% em relação ao ano anterior.