Huzhou, capital dos pincéis

A noroeste da província de Zhejiang visitamos Huzhou, atraídos por um dos tesouros da pintura chinesa, os pincéis. Após a compra do mapa, percebemos pelas manchas verdes estar esta cidade recheada de jardins. De triciclo chegamos a um hotel de duas estrelas, apesar da oferta de alojamento no de quatro estrelas, com os descontos, apenas por mais uns trocados nos permitir gozar uma qualidade superior de conforto. Com as malas já no quarto, é na recepção que ficamos a saber da existência na cidade de um Museu do Pincel.

Considerada a capital dos pincéis, pois segundo um ditado, os pincéis de Huzhou, o papel de arroz Xuan de Xuanzhou (Anhui), a tinta da China de Huizhou (também em Anhui) e a pedra Duan para a tinta de Zhaoqing (Guangdong), são os quatro tesouros da pintura chinesa.

Logo na viagem para o hotel deu para perceber ser a cidade pequena pois, desde o terminal de autocarros, em dez minutos estamos no centro, percorrendo metade da avenida principal que longitudinalmente a divide. Agora caminhando, vamos ter a um canal com esplanada nas margens. Parece um bom local para na sombra, tranquilamente refrescar do Sol do meio-dia. Estamos no jardim Hebin. Ainda a sentar e logo de longe nos acenam com um copo e uma garrafa termos. Após um gesto afirmativo, trazem um copo cheio de folhas de chá verde e água quente num recipiente térmico, que sobre a mesa fica para nos servirmos.

Logo aparecem engraxadores que por um reminbi retiram o pó aos sapatos, dando-lhes uma pequena polidela. Os vendedores de óculos rapidamente atormentam o repouso e um tocador de ehru experimenta, com uns sons de amplificador, cativar-nos a usufruir de umas quantas músicas. Mas a sua pequena introdução à música de “Yue liang wo di chin” (A Lua Representa o meu Coração) revela ser mais incomodativa do que cultural.

Espreitando uma movimentada, mas estreita rua pedonal onde, apesar dos edifícios em redor estarem desenquadrados do ambiente, uma recente porta de dragão (longmen) dá acesso à parte da cidade onde um estar de tempos já longínquos se perpetua. Outro longmen, este antigo e feito de madeira, dá a entrada ao templo Fumiao, que será do mesmo período e onde o pavimento sofre arranjos. No exterior, um sem número de vendedores de antiguidades espraiam os artigos pelo chão.

Passamos por lojas de roupa e entre duas dessas lojas, um cubículo com um balcão onde algumas pessoas esperam que do grelhador a carvão em brasa fiquem prontas as espetadas de diferentes pedaços de carne enfiada num longo palito. Petiscamos carneiro para enganar o estômago, pois começam a ser horas de jantar. Vamos caminhando atentos aos restaurantes, que ao longe se distinguem, pois marcados por lanternas redondas vermelhas.

Avenida dos hotéis

É na rua Hongqi Lu, onde se encontram a maioria dos hotéis, que devido ao aspecto escolhemos o restaurante, após passar por muitos de comida rápida, tanto chineses, como das duas principais marcas estrangeiras. À entrada, uma parte de venda para o exterior com muita procura, indica-nos estar num bom lugar. Os pensamentos disfarçam o tempo de espera, quando nos dizem ser o restaurante de pré-pagamento e que não há lista para escolher os pratos. As carnes já cozinhadas são na sua maioria de churrasco e estão expostas no sector de vendas, por detrás de vidros.

Cinco e meia da tarde e já com as senhas compradas para a refeição, escolhida pelos pratos das mesas dos clientes ali a jantar. É-nos servido tofu embebido em molho de soja e uma malga de rissóis cozidos com recheio de carne, a boiar numa sopa. Comida barata para servir de jantar após o emprego.

Embebidos no sabor, somos interrompidos por uma pedinte, corcovada, de certa idade, que parece pedir dinheiro. Oferecendo o que estamos a comer, logo toda a comida é esvaziada para a tigela e nem o molho sobra. Perante tamanha fome, constatada mais tarde quando a vimos numas escadas a comer, ainda lhe oferecemos dinheiro para outra refeição.

A mendicidade é um fenómeno recente na China, apesar de ter havido sempre dois tipos de pessoas que pelas ruas andam e que parecem pedintes. Aqueles que vagueando vivem pelo destino, indiferentes e cujas pessoas lhes oferecem os alimentos e os que de lugares mais pobres migram para as cidades. Claro que também já há pedintes de profissão.

O som de música sai das lojas e o restaurante de comida rápida estrangeira usa uma potente coluna onde uma jovem empregada dança ao som de músicas para crianças, espevitando-as a acompanhá-la.

Procuramos provar as especialidades da terra e por isso, no restaurante do hotel Huzhou, de duas estrelas, provamos pratos referenciados como de cozinha local. Foi-nos servido uma flor de peixe, prato de peixe que depois de assado num molho agridoce, fica retorcido com a sua pele a servir de cálice em forma de flor e assim apresentado. Mas é no hotel Zhebei, de quatro estrelas, que uma cozinha requintada nos dá a provar um tofu que guardamos com saudade.

O preço é mais barato que o anterior. Este restaurante fora recomendado por duas jovens, que esperavam os seus amigos e a quem uma empregada pede ajuda para comunicar connosco, quando um dia subimos ao segundo andar de um restaurante de comida cozinhada na mesa, o vulgar hot-pot. Ao perceber que apenas servem espetadas de vegetais, de carne ou marisco, para serem cozidas na panela aquecida sobre um bico de gás no centro da mesa, levantamo-nos e preparamo-nos para sair.

Solicitamente nos perguntam em inglês a razão de irmos embora. Aí entram as duas jovens estudantes universitárias em Hangzhou, que de férias viviam em casa da família. Explicando não ser esta a comida que nos apetece, aproveitamos para perguntar por outros restaurantes de comida regional. Como que desculpando Huzhou por não ter muitos restaurantes, apresentam como o melhor e de preço barato o restaurante do hotel Zhebei.

Após um lauto manjar e como ainda é cedo, já que na China se começa a jantar às cinco da tarde, voltamos à avenida e logo a seguir ao hotel de onde vínhamos, surge um outro, também de quatro estrelas, o Internacional Huzhou. Continuando pelo mesmo passeio, encontramos a loja de seda Tian Yun. Depois uma loja de pincéis, onde há para todos os tamanhos e preços, chegando pincéis com cabo em porcelana, ou de bambu, a custar milhares de yuans.

Museu dos pincéis

Mergulhando no passado de Huzhou, entrando por uma das ruas mais pitorescas da cidade. Uma igreja cristã domina a rua e em redor, lojas ocupam a parte debaixo das casas de dois andares. Pelos solidéus nas cabeças de algumas pessoas, percebemos que alguns dos negócios pertencem a muçulmanos. Depois de recusar ser fotografado, um vendedor de tangerinas oferece-nos uma deliciosa peça de fruta. Continuando, a curiosidade leva-nos ao encontro da ponte de pedra com três arcos construída em 1539, com algumas pedras ornamentais incrustadas.

Daí e para Sudoeste, vamos até ao jardim da casa museu do pintor e calígrafo Zhao Mengfu (1254-1322). Este era nativo de Wuxing (hoje Huzhou), tendo como nome de cortesia Zi’ang e pseudónimos Songxue, Oubo e Shuijinggong Daoren. Era um príncipe descendente da dinastia Song, mas que serviu a dinastia Yuan dos mongóis como oficial na Academia Hanlin.

Como pintor, era especialista na representação de cavalos e usava recriar temas e estilos dos antigos mestres, com cores simples para fazer as paisagens. Além de mestre nas técnicas da dinastia Tang, foi um exímio calígrafo, considerado um dos quatro principais na História da Caligrafia Chinesa.

Já no jardim, a serenidade com que o verde da vegetação se conjuga no lago com o castanho dos pavilhões de repouso, ou nas madeiras das casas de chá, leva-nos a ali ficar longo tempo, recriando figuras com a reflexão nas águas das pedras ornamentais. Temos de sair do jardim para visitar o Museu dos Pincéis que, apesar de estar englobado no mesmo recinto, tem uma entrada autónoma. Os pincéis de Huzhou estão referenciados como os melhores do país e por isso há que ver como são feitos.

Em termos cronológicos, o pincel foi inventado nos finais do século III a.n.e. por Meng Tian, um comandante militar da dinastia Qin. No entanto, percebe-se pelos vasos pintados de diferentes culturas neolíticas, que deve ter existido há pelo menos cinco mil anos. Por isso, Meng Tian estará ligado, não à invenção mas, ao aperfeiçoamento dos pincéis. Também a cidade de Huzhou não é o verdadeiro local de produção dos melhores pincéis, mas ganhou esse título já que em tempos antigos Shanlian, no concelho de Wuxing, província de Zhejiang, se encontrava sobre a sua jurisdição. Os pincéis de caligrafia aí feitos tiveram o seu apogeu durante a dinastia Yuan e ainda hoje estão considerados entre os melhores de toda a China.

Quatro etapas são necessárias para se fabricar o pincel hu, e usa-se a pelagem do coelho, da cauda de doninha e dos pêlos de cabra. Após a gordura ser retirada com sumo de tília, são cortados os pêlos em tamanhos iguais e entram numa solução para os limpar. Depois são unidos na base com goma arábica e após secar, enfeixados com um atilho que os une ao cabo de bambu.

Com o pincel feito na sua estrutura passa-se a outra fase do processo. Os pêlos são besuntados numa papa feita de algas para os colocar juntos e com o enrolar de um fio é-lhes criada uma ponta, a parte mais importante do pincel. Esse fio que passa pelos pêlos, numa volta dá a forma de cone e serve também para retirar o excesso da papa aglutinadora.

Com extrema paciência e habilidade, os pincéis são limpos, arredondados, criando-lhes uma ponta, ficando com uma boa elasticidade. Depois o pincel, já pronto, passa para as mãos de outro funcionário, onde no cabo de bambu são gravados os caracteres Tian Kuan Trade Mark, que substituiu a antiga marca “Dupla Cabra”.

Os pincéis (hao) de pêlo de cabra são macios e servem para escrever pequenos caracteres, os de pêlo de coelho são duros e os da cauda da doninha estão entre os dois, tendo grande elasticidade servem para a caligrafia de grandes caracteres. Por vezes faz-se uma mistura dos diferentes pêlos, usando-se também os de outros animais.

Há pincéis de todo o tipo de tamanhos, servindo uns para pintar e outros para caligrafar. Os melhores para a caligrafia chinesa são os de mistura de pêlo de coelho e cabra. Os pincéis hu foram muito usados na corte imperial.

Na outra parte do museu, está a sala do pintor Zhao Mengfu com os seus utensílios e algumas obras, onde também não faltam as pedras gravadas. Apesar do museu ter uma secção de vendas, após sair do recinto museológico e já na rua, um conjunto de lojas dedica-se à venda de produtos para pintura chinesa.

Deixando os pincéis, visitamos o mercado e atravessando uma ponte de madeira em forma de zig-zag, percorremos outra parte antiga da cidade. Estendais de roupa escondem vendedores com sacos cheios de folhas de chá acabadas de colher e que pertencem à primeira colheita do ano, a melhor.

A nossa estadia em Huzhou serve também para visitarmos locais a uma hora de autocarro, como Anji, para ver o museu do Bambu e já fora da província de Zhejiang, em Jiangsu, Dingshan, referenciada como o local de produção dos melhores serviços de chá. A margem Sul do Taihu é a linha de fronteira entre o distrito de Huzhou, na província de Zhejiang e a província de Jiangsu, por onde o lago Tai se expande.

Património | Visitas e workshops celebram 20 anos na lista da UNESCO

Para assinalar os 20 anos da entrada do centro histórico de Macau na lista do património mundial da UNESCO, o IC vai organizar uma série de actividades para que residentes e turistas redescubram o coração da cidade. Desde passeios e visitas guiadas a pontos-chave, workshops, jogos e actividades para crianças, não vão faltar propostas para desfrutar do centro histórico

 

No próximo dia 15 de Julho completam-se 20 anos desde que o centro histórico de Macau entrou na lista do património mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO na sigla em inglês). A data não passou ao lado do Instituto Cultural (IC), que propõe um calendário de actividades para assinalar o reconhecimento do valor patrimonial do coração da cidade, polvilhado por um conjunto de edifícios e estruturas históricas que testemunham um passado com mais de quatro séculos de confluências culturais.

Entre o conjunto de actividades planeadas pelo IC para apresentar “novas perspectivas” do centro da cidade, destaque para “workshops com a apresentação de conhecimentos ligados às relíquias culturais, actividades práticas, e visitas guiadas que oferecem olhares renovados sobre o Centro Histórico de Macau”. O programa inclui as actividades “Passeios pelo Património Mundial”, “Jogo de Carimbos do Património Mundial” e “Património Cultural・Paisagem Literária”.

O passeio educativo para jovens “Explorar o Património Mundial” terá duas secções diferentes e irá passar pelo exterior de “atracções” do centro histórico, incluindo a Casa do Mandarim. As informações serão dadas em cantonense sobre “a história, a cultura, e as características arquitectónicas dos locais visitados”. Serão ainda organizadas actividades de criação artística e workshops. A primeira secção do passeio educativo está marcada para os dias entre 10 e 15 de Julho, das 14h às 18h, enquanto a segunda irá decorrer entre 15 e 20 de Julho, ambas com entrada livre.

Os destinatários destes passeios são crianças entre os 9 e 12 anos, com o máximo de participantes fixado em 18 pares por sessão. As inscrições estão abertas na Conta Única.

Próximas páginas

A criação de hábitos de leitura para os mais novos terá um lugar de destaque no rol de actividades planeadas. Todos os sábados e domingos deste mês, a começar já no próximo fim-de-semana, as bibliotecas de Macau vão acolher uma actividade intitulada “O Mundo das Histórias”, para crianças entre os 3 e 12 anos acompanhadas por um adulto. “Com o tema o património mundial, o programa visa cultivar o hábito de leitura das crianças desde tenra idade e melhorar a relação entre pais e filhos, através da narração de histórias, trabalhos manuais, canto e jogos interactivos”, indica o IC.

Aos sábados, entre 5 de Julho e 26 de Julho, sempre entre as 15h e 17h, as sessões vão decorrer nas bibliotecas de S. Lourenço, Bairro da Ilha Verde, Wong Ieng Kuan no Jardim da Areia Preta e no Jardim Luís de Camões.

Aos domingos no mesmo horário, entre 6 e 27 de Julho, as sessões decorrem nas bibliotecas da Taipa, S. Lourenço e Wong Ieng Kuan no Jardim da Areia Preta. Mais uma vez, todas as sessões serão conduzidas em cantonense.

As bibliotecas vão estar em destaque noutro evento, não só como espaço para uma actividade, mas como o objecto a explorar. Nos dias 12 e 19 de Julho, com duas sessões matinais, são propostas visitas guiadas à Biblioteca do Senado e à sala de obras antigas e raras chinesas da Biblioteca Sir Robert Ho Tung. Estas visitas também terão entrada livre e serão conduzidas em cantonense. As inscrições podem ser feitas através da Conta Única.

Pausa à sombra

A cerimónia de lançamento das celebrações do 20º aniversário da inscrição do “Centro Histórico de Macau” na lista do património mundial da UNESCO está marcada para o dia 15 de Julho, entre as 14 e as 18h no Teatro D. Pedro V.

Durante o evento, serão postos à venda num stand montado no local livros do IC que irá oferecer “descontos especiais”, assim como um stand de venda de produtos filatélicos dos CTT, e haverá ainda espaço para um sorteio para quem completar o jogo de carimbos do património mundial.

No capítulo dos workshops, o IC propõe uma degustação de chá de lótus na Casa do Mandarim, no dia 26 de Julho, entre as 14h e as 17. O evento irá contar com a presença de um mestre de chá. “Os participantes poderão acompanhar todo o processo de degustação de chá. A sessão inclui conhecimentos essenciais sobre chá, e explicação sobre variedades de chá, utensílios de chá, processo de infusão e normas de cortesia ao servir chá.

No fim-de-semana de 12 e 13 de Julho, realiza-se a actividade “Macau, pelos Olhos de George Chinnery”.

“Os participantes irão visitar o Largo de S. Domingos para assistir a uma apresentação sobre a vida e obra de George Chinnery. Sob a orientação de instrutores profissionais, os participantes poderão estudar as técnicas artísticas das obras de George Chinnery, e criar as suas próprias pinturas, inspiradas na arquitectura do património mundial e com técnicas artísticas semelhantes”, indica o IC.

O cruzamento entre tecnologia e história será o foco do workshop de impressão de modelos 3D:inspirado nos modelos da exposição “Protecção Arquitectónica da Cidade Proibida”. O evento realiza-se todos os sábados deste mês, entre as 15h e as 17h, no Centro de Preservação e Transmissão do Património Cultural do Museu do Palácio de Macau. Os participantes terão a oportunidade de aprender técnicas de coloração e acabamento em modelos pré-impressos em 3D para completar uma réplica em miniatura de um modelo da exposição “Protecção Arquitectónica da Cidade Proibida”.

Festa longa

As actividades para celebrar os 20 anos de inclusão na lista de património mundial da UNESCO vão prolongar-se até Dezembro, incluindo fóruns, encontros de chá na Casa do Mandarim e Edifício da Santa Casa da Misericórdia, visitas guiadas nocturnas à Fortaleza da Guia. Serão ainda organizados estágios profissionais e workshops de restauro de paredes de terra batida, telhados típicos da arquitectura Lingnan, e criações de estuque.

Em relação ao reconhecimento da UNESCO, o IC afirma que a “distinção, não só pôs em evidência o carácter urbano único de Macau, que conta com a mistura das culturas oriental e ocidental, como também elevou, significativamente, o estatuto cultural de Macau a nível internacional”.

O Governo salienta também o trabalho de protecção do património cultural realizado nos últimos 20 anos, obtendo “resultados expressivos”, que “contribuíram para a consciencialização progressiva dos residentes relativamente à importância da protecção deste património”.

Massagens | Detidos por obrigar empregada a masturbar clientes

Dois irmãos, residentes locais, foram detidos na terça-feira por suspeitas de obrigarem uma empregada de um salão de massagens na zona de Nam Van a masturbar os clientes.

A Polícia Judiciária recebeu a denúncia da empregada, uma trabalhadora não-residente de nacionalidade indonésia, no dia 3 de Junho. De acordo com o relato das autoridades policiais, citado pelo jornal Ou Mun, o salão de massagens terá sido aberto em Maio do ano passado e cerca de dois meses depois a queixosa foi contratada através de uma agência de emprego.

A partir de Setembro, os suspeitos terão começado a pedir à empregada que masturbasse os clientes. O centro recebia 1680 patacas por cada massagem com “final feliz”, enquanto a vítima recebia 150 patacas.

A queixosa indicou às autoridades que sentiu não ter escolha para negar o pedido, uma vez que tinha de pagar a comissão da agência de emprego e alimentar a família. Como tal, desde então, terá fornecido o “serviço extra” cerca de 100 vezes. Os dois irmãos, que recusaram colaborar com a PJ, foram encaminhados ao Ministério Público por suspeitas da prática do crime de lenocínio.

Imobiliário | Número de transacções cai para metade de 2024

No espaço de um ano, o número de transacções de habitação caiu para menos de metade, tendo em conta os dados da primeira quinzena de Junho. Por sua vez, o preço médio do metro quadrado teve uma redução de 29 por cento

 

Na primeira metade de Junho o número de compras e vendas de habitações caiu mais de metade em comparação com o período homólogo, com um total de 80 transacções. Os números foram revelados ontem pela Direcção de Serviços Finanças (DSF).

De acordo com os dados apresentados, os primeiros 15 dias de Junho registaram 80 transacções, das quais 53 aconteceram na Península de Macau, 25 na Taipa e duas em Coloane.

Em comparação com o período homólogo, tinham sido registadas 77 transacções na Península de Macau, 59 na Taipa e oito em Coloane.

A situação do mercado do imobiliário mostra um abrandamento não só em relação ao número de transacções, mas também ao nível do valor médio do metro quadrado, que afundou 29 por cento.

Nos primeiros dias de Junho, o preço médio do metro quadrado foi de 65.618 patacas, com a média a ser de 67.332 patacas na Península de Macau e de 61.813 patacas na Taipa. A média do preço de Coloane não foi especificada, dado que o número de transacções foi inferior a três, o que leva a que os dados não sejam publicados, por questões de privacidade.

Em comparação, na primeira metade de Junho do ano passado a média do valor da habitação foi de 92.439 patacas por metro quadrado. Na Península a média do metro quadrado foi de 82.718 patacas, na Taipa de 105.106 patacas e em Coloane de 102.862 patacas.

Mais estabilizado

Se a comparação tiver em conta apenas a primeira metade de Maio deste ano, o mercado apresenta-se numa situação de maior estabilidade, tanto ao nível do número das transacções como do valor do metro quadrado.

Em termos do número de transacções, o início de Junho apresentou um aumento de duas compras e vendas de habitação em comparação com a primeira quinzena de Maio, passando de 78 transacções para 80 transacções, um crescimento de cerca de dois por cento.

Em Maio, tinham sido registadas 66 compras e vendas de habitação na Península de Macau, nove na Taipa e três em Coloane.

Em termos dos preços, o mercado apresentou uma desvalorização de seis por cento do valor médio do metro quadrado. Em Maio, o valor médio foi de 69.634 patacas por metro quadrado. No entanto, no início de Junho não foi além das 65.618 patacas. No início de Maio, foram registadas 66 transacções na Península de Macau, nove na Taipa e três em Coloane.

Canídromo | Lançado concurso para construção de parque desportivo

A primeira fase das obras inclui a demolição de parte das instalações existentes e um prazo de quase três anos para a construção de três pavilhões e uma cave. Ainda antes do início dos trabalhos, o projecto já envolveu um investimento de pelo menos 31,60 milhões de patacas

 

O Governo lançou o concurso público para adjudicar o contrato de construção da Zona 1 de várias instalações desportivas no antigo terreno no Canídromo, no norte da península de Macau. O projecto tem como nome oficial “Jardim Desportivo para os Cidadãos no Lote do Antigo Canídromo da Companhia de Corrida de Galgos (Yat Yuen)”.

O Jardim Desportivo comporta uma área de 40.425 metros quadrados e vai estar separado em quatro pavilhões, além de incluir um campo de atletismo ao ar livre e uma cave.

O primeiro pavilhão com quatro andares inclui duas piscinas, uma das quais para crianças, um campo de basquetebol, e uma pista de corridas e ciclovia. No segundo pavilhão, de seis andares, vão ser construídos um parque de skate, campos de ténis, zona de escalada, campos de voleibol e badminton.

Em relação ao terceiro pavilhão, o projecto prevê uma construção com sete andares para albergar um campo de futebol de cinco, uma sala polivalente de dois andares, sala de actividades multiusos e espaços para actividades ao ar livre. Finalmente, o quarto pavilhão está pensado para crianças, e segundo o projecto, prevê a construção de uma zona de actividades ao ar livre, um parque infantil e salas de aulas e de leitura.

Na cave, terá lugar um parque de estacionamento público com 69 lugares para carros e 166 lugares para motos. Haverá um outro parque de estacionamento, a ser construído na segunda fase, com 415 lugares de estacionamento veículos ligeiros e 425 para motos.

As obras estão divididas em Zona 1 e Zona 2. Os trabalhos da Zona 1 vão arrancar primeiro e incluem a demolição das estruturas existentes no terreno e a construção dos pavilhões, excluindo o dedicado às crianças, a cave e o parque de estacionamento de menor dimensão.

De acordo com a informação da Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), o prazo máximo de construção da Zona 1 é de 1.014 dias, um período que se aproxima de três anos. As empresas interessadas precisam de pagar uma caução de 28,5 milhões de patacas. As propostas não têm preço máximo e têm de ser entregues até 13 de Agosto.

Gastos de 31,60 milhões

Segundo a informação da DSOP, ainda antes das obras começarem, o projecto já acumulou custos de 31,60 milhões de patacas.

A maior fatia dos gastos foi dedicada à elaboração do projecto, que teve um custo de 19,82 milhões de patacas. Os trabalhos foram atribuídos à empresa P&T (Macau) Limitada, não havendo referência à realização de concurso público.

A segunda maior despesa prendeu-se com a sondagem geotécnica, com o Laboratório de Engenharia Civil de Macau a receber 4,17 milhões de patacas pelos trabalhos. O LECM fez igualmente a Monitorização das Estruturas Periféricas que teve um custo para o erário público de 2,63 milhões de patacas.

Os serviços de medição de trabalhos foram elaborados pela empresa Arcadis Macau que recebeu 2,21 milhões de patacas.

O Instituto para o Desenvolvimento e Qualidade de Macau foi outra das entidades envolvidas e a sua apreciação e verificação do projecto em termos da engenharia electromecânica custou 1,98 milhões de patacas. O mesmo tipo de serviço, mas de uma perspectiva de engenharia civil, foi elaborado pela Umcert Investigação e Ensaios em Engenharia Limitada e teve um custo de 790 mil patacas.

Água NK com valores de bactérias coliformes acima dos padrões recomendados

A água engarrafada NK, ligada à Fábrica de Água Potável NK, chumbou nos testes de qualidade do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), apresentado níveis de bactérias coliformes e bactérias pseudomonas aeruginosa acima dos valores recomendados.

As coliforme são um tipo de bactérias, como a e.coli, que habitam no intestino de mamíferos, enquanto as bactérias pseudomonas aeruginosa podem ser encontradas nas águas e nos solos e podem levar a infecções graves nos pulmões, na pele ou no tracto urinário.

O caso, divulgado na terça-feira pelo IAM, foi detectado durante inspecções de rotina às diferentes águas engarrafadas localmente. Esta é a quarta ocorrência de águas a apresentarem problemas ao nível da qualidade e segurança desde o início do ano.

O primeiro caso, aconteceu a 9 de Março com a marca Iceblue, da fábrica Oi Kou Pou. Mais recentemente, em Maio, as autoridades detectaram problemas com a água da marca Ieong Iat Tat (tradução fonética). O terceiro caso do ano, envolveu a água O Sun, do Miriam Grupo, e foi detectado no âmbito do concurso público de atribuição de água aos Serviços de Saúde.

Medidas de resposta

O comunicado do IAM sobre o incidente indica que foram aplicadas “medidas de prevenção”, que incluíram um pedido à empresa para que suspendesse a produção e desinfectasse os equipamentos utilizados na produção e engarrafamento de água. Ao mesmo tempo, o IAM pediu à Fábrica de Água Potável NK para se desfazer dos lotes de garrafões que apresentaram problemas e que recolhesse os garrafões já distribuídos.

O IAM alertou a população, num comunicado apenas disponibilizado em chinês, que foram identificados dois lotes de garrafões com valores de bactérias superiores aos recomendados, produzidos a 7 de Maio e 21 de Maio. Os garrafões em causa têm uma capacidade de 18,9 litros.

A informação disponibilizada indica que este tipo de água apenas foi fornecida a clientes com contratos regulares de abastecimento com a empresa e que a água não entrou nos locais de venda a retalho. A água também não terá sido fornecida a hospitais nem escolas.

Hospital das Ilhas | Urgências arrancam no quarto trimestre

O Hospital das Ilhas poderá ter o serviço de Urgências a operar em pleno no último trimestre deste ano, com consultas 24 horas por dia para situações clínicas que não sejam graves e entrada de ambulâncias em casos limitados. Para este mês, prevê-se que o hospital comece a disponibilizar serviços de inseminação artificial

 

A abertura de serviços no Hospital Peking Union Medical, também conhecido como Hospital das Ilhas, vai acontecendo progressivamente. O subdirector do hospital, Lei Wai Seng, revelou ontem que o serviço de Urgências deverá começar a operar totalmente no último trimestre deste ano.

No final de 2023, o Posto de Urgência das Ilhas do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), instalado no Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, foi transferido para o Hospital das Ilhas e, na altura, foi referido que iria disponibilizar o serviço de urgência durante 24 horas.

Cerca de um ano e meio depois, o subdirector do Hospital das Ilhas confirma que esse serviço irá começar em pleno no último trimestre deste ano.

Em declarações no programa matinal Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, Lei Wai Seng ressalvou que os serviços de Urgências não iriam receber ambulâncias com doente urgentes, tirando em algumas excepções.

“Os serviços de urgência e os serviços de primeiros socorros são níveis diferentes. Os serviços de urgência, significam que nós fornecemos consultas 24 horas para residentes que não estejam numa situação clínica grave. Quanto aos casos de encaminhamento de doentes por ambulâncias, com quadro clínico exigente, as nossas instalações ainda não estão preparadas para fornecer esse serviço”, explicou o responsável.

Porém, o responsável admitiu excepções em que o Hospital das Ilhas pode receber ambulâncias com doentes urgentes. “Quando estiver mau tempo e o trânsito entre a península e as ilhas estiver interrompido, os nossos especialistas vão coordenar com a equipa médica que o CHCSJ enviará, para prestar primeiros socorros limitados,” acrescentou.

O milagre da vida

Além disso, Lei Wai Seng revelou que foi acordado com os Serviços de Saúde que se os utentes dos centros de saúde nas ilhas precisarem de cuidados especializados, podem ser encaminhados com prioridade para o Hospital das Ilhas.

Outro assunto em destaque no Fórum Macau de ontem, foi a actividade do Centro de Procriação Assistida do novo centro hospitalar. A chefe da equipa médica do centro, Ku Sio Kuan, apontou até ao final deste mês o prazo para que os serviços de inseminação artificial estejam disponíveis ao público. Desde Fevereiro, quando o centro começou a operar, até agora, foram consultados 230 casais, cujo estado clínico foi avaliado e diagnosticado.

Ku Sio Kuan apontou que a idade média destes casais ronda os 37 anos e que 30 por cento têm idade acima dos 40 anos. A clínica indicou ainda que a causa mais frequente de infertilidade é a endometriose, uma doença que afecta os ovários e as trompas de Falópio.

AL | Edifícios para médicos especialistas cancelados

O Governo desistiu de construir o edifício de residências para médicos especialistas do Hospital das Ilhas. Depois de ter sido anunciada a suspensão do projecto na semana passada, o deputado Chan Chak Mo, que preside à comissão permanente que analisou a lei que irá rever o orçamento deste ano, confirmou o cancelamento do projecto. Os deputados da segunda comissão permanente já assinaram o parecer que culmina o processo de análise, faltando a lei ser votada na especialidade no hemiciclo.

Segundo o jornal Ou Mun, Chan Chak Mo revelou que os Serviços de Saúde pediram o cancelamento do orçamento deste ano para o projecto de construção dos Edifícios Habitacionais para Especialistas no Lote SQ2 de Seac Pai Van. O projecto estava orçamentado em cerca de 40 milhões de patacas.

Após ponderação, as autoridades resolveram usar o Edifício Ut Koi na Areia Preta para alojar os especialistas. Recorde-se que este prédio estava destinado a fornecer alojamento temporário a moradores de edifícios sujeitos a obras de renovação urbana.

Chan Chak Mo apontou que o Governo entende que desta forma pode aproveitar este tipo de habitação, ao mesmo tempo que soluciona rapidamente os eventuais problemas de alojamento dos médicos especialistas do novo hospital.

TDM | Inês Chan assume cargo de administradora

Inês Chan Lou que até ao início desta semana liderava o Gabinete de Comunicação Social (GCS), responsável pela propaganda do Governo, foi nomeada membro do Conselho de Administração da TDM – Teledifusão de Macau.

A nomeação foi publicada ontem no Boletim Oficial e a nomeação entrou em vigor na segunda-feira. Apesar da nomeação, o despacho assinado por Sam Hou Fai destaca que Inês Chan continua a fazer parte dos quadros da Direcção de Serviços de Turismo, nos quais se destacou durante a pandemia, ao participar em diversas conferências de imprensa, o que levou a que fosse nomeada para o GCS.

Actualmente, os administradores a tempo inteiro da TDM recebem um salário anual de 1,22 milhões de patacas, o que dividido por 14 meses representa 87.360 patacas por mês. O substituto de Inês Chan no GCS ainda não foi nomeado.

SAFP | Leong Weng In assumiu liderança

A até agora directora dos Serviços de Assuntos de Justiça, Leong Weng In, assumiu a liderança da Direcção dos Serviços de Administração e Justiça (SAFP). O despacho de nomeação de Leong como directora dos SAFP foi publicado ontem no Boletim Oficial e está assinado por André Cheong Weng Chon, secretário para a Administração e Justiça.

Leong Weng In é licenciada em Direito em Língua Chinesa pela Universidade de Macau e tem um Bacharelato em Tradução e Interpretação Chinês-Português no Instituto Politécnico de Macau. Ingressou na Função Pública em 2005 como oficial administrativa da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança. Em 2007, mudou-se para a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, onde ficou cerca de um ano, até ser enviada, em 2008, para a Capitania dos Portos, actualmente Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos.

Em 2016, mudou-se para a DSAJ, onde permaneceu até agora, tendo chegado ao cargo de directora, o qual começou a exercer em Abril de 2023 e que desempenhava até à nomeação mais recente.

Publicidade | Receitas com queda de 15 por cento até Junho

O presidente da Associação das Companhias e Serviços de Publicidade de Macau, Lo Wang Chun, indica que o sector sofreu uma quebra de receitas que varia entre os 10 e 15 por cento, na primeira metade do ano em comparação com o período homólogo.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Lo afirmou que a redução se deve a um ambiente de negócios mais complicado, porque muitos clientes apresentam uma atitude cada vez mais prudente, e menos propícia ao investimento nesta área.

Numa altura em que o Governo está a ponderar avançar com uma proposta de lei para fazer uma revisão do regime geral da actividade publicitária, que entrou em vigor há mais de 30 anos, Lo mostrou-se a favor das alterações, por considerar que a legislação vigente está desactualizada.

Com as mudanças, o dirigente da associação espera que a legislação seja feita tendo em conta a diversificação económica do território e a necessidade de haver novos regulamentos que visem as formas de publicidade ligadas às novas tecnologias que se foram desenvolvendo nos últimos anos.

Em termos das mudanças, Lo Wang Chun espera que os procedimentos relacionados com a publicidade institucional sejam agilizados. Lo explicou que quando é realizada publicidade que envolve mais do que um serviço público, o período de aprovação do material proposto demora 14 dias. Contudo, se for necessário fazer uma alteração, para que haja uma nova aprovação, é necessário esperar mais 14 dias. O dirigente espera que este prazo seja encurtado e todo o procedimento simplificado.

PME | Empresas devem negociar dívidas com os bancos

Com algumas PME a terem dificuldades para pagar os empréstimos contraídos durante a pandemia, os representantes de associações do sector afastam, para já, a possibilidade de haver mais apoios do Governo e aconselham as empresas a resolverem a situação directamente com os bancos

 

O presidente da associação Aliança para Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas de Macau, Sunny Ip, defende que as empresas com problemas de endividamento devem tentar negociar directamente com os bancos. Foi desta forma que o dirigente associativo reagiu aos pedidos de apoios de algumas PME, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau.

No contexto da pandemia, várias empresas pediram empréstimos aos bancos locais e durante alguns anos apenas tiveram de pagar os juros do empréstimo. No entanto, apesar da recuperação da indústria do jogo, e devido ao novo perfil dos turistas, muitas empresas permanecem numa situação difícil e têm dificuldades para pagar os empréstimos.

Neste cenário, o presidente da Aliança para Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas de Macau afastou a possibilidade de novos apoios públicos às empresas. Segundo Sunny Ip, os empresários devem lidar com os seus problemas directamente junto dos bancos e tentar uma reestruturação dos créditos, o que pode passar pelo adiamento do prazo para devolverem o dinheiro emprestado.

Sunny Ip defendeu ainda que as empresas em dificuldades vão encontrar um ambiente favorável para negociarem os créditos se tiverem um passado de cumprimento das obrigações assumidas junto dos bancos.

Além de presidente da associação, Sunny Ip é o presidente da Agência Comercial Vang Kei Hong, responsável pela distribuição de produtos junto de supermercados, responsável pela cadeia de supermercados Vang Kei e pelo restaurante Taipa Fishing Village.

Pensar muito bem

Também o presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, Wong Kin Chong, considera que devem ser as empresas a tentar resolver os seus problemas financeiros directamente com os bancos, em vez de esperarem por eventuais apoios do Governo.

Igualmente em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Wong Kin Chong apelou às PME para terem cautela quando pedem empréstimos bancários e considerarem muito bem se vão ter capacidade para devolver o dinheiro.

Wong defendeu também que as empresas devem ponderar muito bem o seu negócio e se têm realmente capacidades para se financiarem junto dos bancos.

Apesar de deixar de fora uma intervenção directa do Executivo na situação das PME, Wong Kin Chong apelou ao Governo para continuar o trabalho actual de tentar trazer mais consumidores para os bairros comunitários, o que defendeu ser a melhor forma de promover a economia.

HK | Jimmy Lai em solitária há mais de quatro anos

O Governo de Hong Kong garantiu que Jimmy Lai Chee-ying, fundador do jornal pró-democracia Apple Daily, pediu para ficar em regime de solitária, desde que foi detido, há quatro anos e meio.

“O acordo para o afastamento de Lai Chee-ying da associação com outras PIC [sigla em inglês para pessoas sob custódia] foi feito a seu próprio pedido”, disseram as autoridades da região semiautónoma chinesa.

Num comunicado divulgado na segunda-feira à noite, o Governo de Hong Kong não revelou as razões apresentadas para sustentar o pedido da defesa de Jimmy Lai, que não foi autorizado a escolher os seus advogados de defesa.

Mas as autoridades recordaram que “o representante legal” do empresário “esclareceu ainda publicamente que ele está a receber o tratamento e cuidados adequados na prisão”.

Uma advogada irlandesa que representa Jimmy Lai, Caoilfhionn Gallagher, disse, porém, ao jornal canadiano “The Globe and Mail” na segunda-feira estar muito preocupada com a saúde do empresário, de 77 anos, que sofre de diabetes. O Governo de Hong Kong disse que o Departamento de Serviços Correcionais (CSD, na sigla em inglês) “está empenhado em garantir que o ambiente de custódia é seguro, protegido, humano, apropriado e saudável”.

Lai está detido desde o final de 2020 sob a acusação de conluio, ao abrigo da lei de segurança nacional imposta pelo Governo Central chinês.

“Ne Zha 2” | Filme sai das salas como o quinto mais rentável de sempre

O filme de animação chinês “Ne Zha 2” terminou ontem cinco meses de exibição nos cinemas do país asiático, consagrando-se como o quinto filme mais rentável de sempre a nível mundial, segundo o portal de notícias Yicai.

A produção arrecadou mais de 15.900 milhões de yuan, sendo apenas ultrapassada por “Avatar” (2.460 milhões de euros), “Vingadores: Ultimato” (2.375 milhões de euros), “Avatar: O Caminho da Água” (1.950 milhões de euros) e “Titanic” (ligeiramente abaixo dos 1.950 milhões de euros).

Estreado a 29 de Janeiro, primeiro dia do Ano Novo Chinês – principal época festiva do país e temporada alta para a bilheteira -, “Ne Zha 2” surgiu como um sopro de ar fresco para o sector, após uma queda de 22,5 por cento nas receitas em 2024.

O filme tornou-se na primeira produção a ultrapassar os 1.000 milhões de dólares num único mercado, no maior sucesso de animação de sempre – superando “Divertida-Mente 2” – e no filme mais visto na China, com 324 milhões de entradas vendidas.

O êxito foi tal que, apesar de as exibições nos cinemas chineses durarem normalmente um mês, “Ne Zha 2” viu o seu período prolongado por quatro vezes. Tanto este filme como a sua prequela, “Ne Zha” (2019), são baseados num romance clássico chinês do século XVI, “A Investidura dos Deuses”.

A história acompanha Ne Zha, uma criança nascida com poderes sobre-humanos que regressa – após se ter dado a entender que morrera no primeiro filme – para enfrentar um demónio mitológico, depois de os deuses reconstruírem a sua alma com folhas de lótus. A produtora Enlight Media já prometeu uma terceira parte “com padrões ainda mais elevados” e está a negociar com várias cidades chinesas a construção de parques temáticos inspirados no universo de “Ne Zha”.

Tailândia | Tribunal Constitucional suspende PM

O Tribunal Constitucional da Tailândia suspendeu ontem a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra até à conclusão de um processo judicial, iniciado após a divulgação de uma chamada telefónica com um antigo líder cambojano.

De acordo com um comunicado, os juízes votaram unanimemente para aceitar uma petição, apresentada por cerca de 30 senadores conservadores, que acusam Shinawatra de “grave violação ética”.

Em meados de Junho, foi divulgada uma conversa com o ex-primeiro-ministro do Camboja e actual presidente do Senado, Hun Sen, em que Paetongtarn Shinawatra questionava o papel de um alto comandante do exército tailandês, no contexto de um conflito fronteiriço entre os dois países.

Os juízes aprovaram também, por sete votos a favor e dois contra, a suspensão de Shinawatra, que vigorará “até à decisão [final] do Tribunal Constitucional”, o que poderá demorar várias semanas ou mesmo meses, segundo o comunicado. “Aceito a decisão do tribunal”, disse ontem a primeira-ministra aos jornalistas, em frente ao Palácio do Governo, em Banguecoque.

“Quero reafirmar que sempre foi minha intenção agir no melhor interesse do meu país”, acrescentou Paetongtarn Shinawatra. O vice-primeiro-ministro Suriya Jungrungruangkit deverá tornar-se o primeiro-ministro interino, embora não haja ainda qualquer confirmação oficial.

Estabilidade em causa

A China manifestou ontem a esperança de que a Tailândia consiga manter a “estabilidade”, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional. “Como vizinho amigo, esperamos que a Tailândia mantenha a sua estabilidade e desenvolvimento”, afirmou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa.

Em 24 de Junho, o rei Maha Vajiralongkorn ratificou uma remodelação ministerial, após o partido Bhumjaithai ter abandonado a coligação governamental, devido à chamada telefónica. A remodelação resultou no afastamento do Governo do antigo vice-primeiro-ministro e ministro do Interior Anutin Charvirakul, líder do Bhumjaithai.

No dia seguinte, o partido anunciou que iria apresentar uma moção de censura contra a primeira-ministra no Parlamento, em 03 de Julho. Shinawatra enfrenta também investigações por uma alegada violação de ética por parte da agência anticorrupção da Tailândia, cuja decisão também pode levar à sua destituição.

No sábado, milhares de manifestantes juntaram-se na capital da Tailândia para exigir a renúncia da primeira-ministra. Cerca de quatro mil manifestantes, segundo a agência de notícias France Press, encheram as ruas de Banquecoque, agitando bandeiras tailandesas e aplaudindo discursos, intercalados com gritos de indignação.

Também ontem, arrancou num tribunal da capital da Tailândia o julgamento de Thaksin Shinawatra, antigo primeiro-ministro e pai de Paetongtarn Shinawatra, acusado de difamar a monarquia.

Raul Brandão, os Açores e Macau

Raul Brandão (1867-1930), já tocado de uma certa fama pelos seu “Os Pescadores”, visitou os Açores e a Madeira em 1924 e esteve mesmo para partir num cruzeiro às colónias portuguesas da África ocidental. E se esse barco tivesse chegado a Goa, ou a Macau? Contudo, o escritor morreu apenas cinco anos após a sua viagem aos arquipélagos atlânticos, ditos adjacentes, e nem a Angola chegou a ir, muito menos a Cantão. Seria difícil imaginar em que termos leríamos um diário de viagem desse contemplador de almas ao sul da China, que um outro seu contemporâneo, no mesmo ano nascido, Camilo Pessanha, descreveu como a terra do mal. Sobretudo face às outras, as ilhas felizes da Macaronésia. Jorge Arrimar (n. 1953), poeta angolano que nos anos 80 dirigiu a Biblioteca Central de Macau, após ter passado pelos Açores, reflete sobre essa duplicação ou triangulação insular em “Viagem à Memória das Ilhas” (2002). No fundo, Macau também é uma ilha, desdobra a peninsularidade na insularidade.

Ora, os Açores e Macau mantêm ligações antigas, onde o peso da humidade não é o único denominador comum. Houve uma época em que, dizia-se, apenas açorianos e os transmontanos se aventuravam até estas paragens, daí o número vultuoso de nascidos em Freixo de Espada à Cinta ou das Velas, de São Jorge, que se encontravam ao largo do Senado. É o caso do Padre Teixeira e de José Silveira Machado, que aqui chegaram na mesma leva. Este último, açoriano que se tornou cidadão de Macau, é um dos exemplos de alguém que contribuiu para a literatura, jornalismo e educação desta península e duas ilhas ao longo de cerca de setenta anos. Por seu turno, Rodrigo Leal de Carvalho (n. 1932) — terceirense da Praia da Vitória, que desempenhou altas funções na magistratura de Macau durante várias décadas — dedicou-se também à escrita, documentando nemesianamente a vida destes outros arquipelágicos.

Já a tradição açoriana em fornecer o “Mundo Português” de hierarquia eclesiástica teve os seus pináculos em duas figuras: D. João Paulino de Azevedo e Castro (1852-1918), natural das Lajes do Pico, que foi o 19.º bispo de Macau, entre 1902 e 1918. Fundou este em 1903 o longevo “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau” e pastoreou não só em Macau, mas em toda a vasta área do sueste asiático, algumas boas ovelhas. D. José da Costa Nunes (1880-1976), nascido na Candelária do Pico, acompanhou D. João Paulino como secretário em 1903, sendo posteriormente bispo de Macau (1920-1940), arcebispo de Goa e patriarca das Índias Orientais, chegando a receber barrete de cardeal em 1962. Costa Nunes é também escritor de monta, de quem um dia aqui falarei.

A este respeito, li recentemente o volume do investigador açorianófilo Vasco Rosa (n. 1958), publicado em 2019, sobre a recepção crítica da obra brandoneana sobre os Açores, “Raul Brandão e os Açores” (da Companhia das Ilhas, sedeada no Pico), e deparei-me com um livro que embora seja heuristicamente muito competente (quer dizer, pelo levantamento de fontes que promove, sobretudo fontes esquecidas dos jornais, esse vasto necrotério das ideias), revela-se, contudo, analiticamente insuficiente. Apresenta exaustivamente todo o contexto de recensão d’”As Ilhas Desconhecidas” (1926) de Raul Brandão, tanto nos Açores quanto no continente. Identifica os escritores contemporâneos que também se debruçaram sobre os Açores, distinguindo os partidários dos detratores do escritor nortenho. Todavia, poderia ter estabelecido comparações mais aprofundadas entre Brandão e os demais autores, demonstrando inclusivamente como o próprio Brandão provavelmente se inspirou nessas outras fontes.

Rosa prefere apresentar o autor como um génio absoluto — não o questiono — desprovido de influências, apenas gerador de discípulos. Teria sido mais enriquecedor situar a sua obra no contexto de um diálogo com outros escritores, continentais e insulares, abandonando a conceção de um livro isolado, um livro-ilha. Paradoxalmente, apesar de todas as evidências que Vasco Rosa apresenta, sugerindo precisamente que não se trata de uma obra única no panorama literário, essa dimensão permaneceu por explorar no seu, apesar de tudo, bem útil livro.

Macau também foi objeto de inúmeros relatos de viagem, de descoberta com ou sem fascínio, e todos se citam, se reescrevem uns outros. É assim que funciona. As autoridades textuais repetem-se, surgem novas, desaparecem outras, mas muita coisa é citação. Os seus nomes ficarão para próxima crónica, mas podemos perguntar-nos porque razão não funcionaria assim o belo volume de Brandão sobre as ilhas por conhecer.

Albergue SCM | O poder das mulheres e da caligrafia em exposição

Apresenta-se ao público no próximo dia 9, quarta-feira, uma nova exposição no Albergue SCM. Trata-se da “Exposição por convite de obras de mulheres calígrafas e pintoras notáveis” e apresenta uma série de obras de caligrafia onde, como o nome indica, a mulher artista assume o papel principal. Podem ver-se trabalhos de nomes como Hong San San e Ng Choi Ha, entre outros

 

O trabalho artístico desenvolvido por mulheres volta a estar em evidência em mais uma exposição do Albergue SCM – Santa Casa da Misericórdia. Desta vez é através da “Exposição por Convite de Obras de Notáveis Calígrafas e Pintoras” que abre ao público na próxima quarta-feira, dia 9, às 18h30, sendo possível ver dezenas de trabalhos de caligrafia que expressam vários sentimentos e mensagens.

Entre as artistas de destaque estão Hong San San, Ng Choi Ha, Ho Lai Sim, Ma Tang, Fu Sio Fan, Chau Hon Va, Lam Sau Lai, Ng Kam Fong, Hong Iok Chan, He Qunzhen, Lam Hong Kun, Ng Kam Lin, Tou Im Fan, Wang Zhaorong, Wong Hei U, Tsang Tseng Tseng, Mui Kim Fan, Ng Lai Ping e Leong Iok Leng, “que acrescentam destaques significativos à exposição”, lê-se numa nota do Albergue SCM e do CAC.

É ainda referido que a mostra em questão “apresenta um grupo distinto de calígrafas e pintoras a tinta de renome, exibindo uma variedade de obras que destacam vários estilos de caligrafia e pintura a tinta”, sendo que todas estas mulheres que colaboram com os seus trabalhos “utilizam o pincel e a tinta como meios de expressão, revelando as suas qualidades artísticas únicas através do ritmo das linhas e da profundidade da tinta, transmitindo os seus pensamentos íntimos e cultivo artístico”.

Charme feminino

O Albergue SCM e o CAC consideram que esta mostra “não só mostra as capacidades excepcionais das artistas femininas, mas também serve como uma importante plataforma para o intercâmbio cultural e o património artístico”.

Além disso, durante a exposição, “o público terá a oportunidade de apreciar de perto as obras dedicadas criadas por estas artistas, experimentando a sua perseverança e busca no reino da arte, enquanto explora o charme artístico único e a profunda riqueza cultural das artistas femininas”.

“Acreditamos que esta exposição irá adicionar um toque vibrante à atmosfera cultural e artística de Macau, inspirando um maior amor e apreço pela caligrafia e pela pintura a tinta”, descreve a organização.

A exposição prolonga-se por quase todo o período de Verão, podendo ser vista até ao dia 17 de Agosto. Além da organização do CAC, trata-se de uma iniciativa com apoio do Fundo de Desenvolvimento Cultural do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e Associação de Calígrafas, Pintoras e Escultoras de Macau.

Moeda | Analistas projectam subida do yuan face ao dólar

O optimismo do mercado em relação à moeda chinesa continua a aumentar, com analistas a projectarem uma valorização do yuan face ao dólar norte-americano, impulsionada pelas crescentes preocupações com a sustentabilidade da dívida norte-americana.

O Banco Popular da China (banco central) fixou ontem a taxa de referência diária em 7,1534 yuans por dólar, uma valorização face à taxa de segunda-feira, de 7,1656, e o nível mais forte desde o início de Novembro.

Em junho, o yuan transaccionado no mercado interno (onshore) valorizou-se 0,41 por cento face ao dólar, acumulando ganhos de 1,2 por cento no segundo trimestre e 1,86 por cento no primeiro semestre do ano.

“Comparando com o final de Abril, os clientes no mercado interno estão menos pessimistas em relação às perspectivas de crescimento da China a curto prazo, uma vez que os dados macroeconómicos têm sido mais resistentes do que o inicialmente temido, apesar da divergência significativa entre as exportações e a procura doméstica”, escreveu o analista do banco de investimento Goldman Sachs, Lisheng Wang, num relatório divulgado no domingo.

Os investidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade da dívida pública dos EUA, antecipando uma desvalorização do dólar devido à diminuição da confiança na governação do país, às políticas fiscais expansionistas e ao aumento dos custos de financiamento a longo prazo, acrescentou Wang.

O banco de investimento norte-americano prevê que o yuan continue a fortalecer-se, baixando da barreira dos 7 por cada dólar nos próximos seis meses. Wang destacou que o sentimento no mercado interno está a melhorar, com expectativas de que as negociações China-EUA ajudem a sustentar as exportações chinesas no segundo semestre.

Embora as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses continuem a pressionar as exportações, a taxa de câmbio do yuan dependerá sobretudo do apoio político interno – especialmente ao consumo – e dos avanços nas negociações comerciais entre a China e os EUA, concluiu o banco de investimento.

Pequim sanciona ex-legislador filipino que defendeu reivindicações no mar do Sul

A China impôs ontem sanções a um ex-deputado filipino por posições consideradas “antichinesas”, incluindo a autoria de projectos de lei que demarcavam as reivindicações territoriais das Filipinas no disputado mar do Sul da China.

Francis Tolentino, que acaba de terminar o seu mandato como líder da maioria no Senado filipino, está proibido de entrar na China, bem como nos territórios de Hong Kong e Macau, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“Há algum tempo, alguns políticos antichineses nas Filipinas têm adoptado uma série de palavras e acções maliciosas sobre questões relacionadas com a China, visando servir os seus próprios interesses egoístas, o que prejudicou os interesses da China e minou as relações entre a China e as Filipinas”, apontou o ministério, em comunicado. “O Governo chinês está determinado a defender a sua soberania nacional, segurança e interesses de desenvolvimento”, acrescentou.

Numa declaração difundida ontem, Tolentino disse que “continuará a lutar – pelo que pertence por direito à nação” filipina, acrescentando que encarava a sanção como uma medalha de honra e que nenhuma potência estrangeira poderia silenciá-lo.

Disputas marítimas

Tolentino é autor de dois projectos de lei que demarcam as reivindicações das Filipinas no disputado mar do Sul da China. As duas leis, denominadas Lei das Zonas Marítimas das Filipinas e Lei das Rotas Marítimas Arquipelágicas das Filipinas, foram promulgadas em Novembro passado. As leis reafirmaram a extensão dos territórios marítimos do país no mar do Sul da China e o direito aos recursos dessas áreas.

As leis foram rapidamente condenadas e rejeitadas pela China, que reivindica praticamente todo o mar do Sul da China. “Quaisquer objecções da China devem ser respondidas com uma defesa inabalável dos nossos direitos soberanos e adesão aos resultados legais da arbitragem”, disse Tolentino na altura.

Tolentino também acusou a China de planear interferir nas eleições intercalares de Maio nas Filipinas e lançou uma investigação sobre alegada espionagem chinesa quando ainda era senador. As Filipinas e a China têm estado envolvidas em confrontos verbais e físicos sobre as respectivas reivindicações na região.

Tianwen-2 | Captadas novas imagens da Terra e Lua a 590.000 quilómetros

A operação da Tianwen-2 deverá durar mais de uma década e destina-se a trazer amostras de um asteroide para a Terra, além da exploração de um cometa, situado entre Marte e Júpiter

 

A Administração Nacional do Espaço da China (CNSA) divulgou ontem novas imagens da Terra e da Lua captadas pela sonda Tianwen-2, incluindo fotografias tiradas a 590.000 quilómetros de distância. “Depois de transmitidas para a Terra, as imagens foram processadas e produzidas por investigadores científicos”, anunciou a agência espacial chinesa no seu portal oficial.

A Tianwen-2, encontra-se há 32 dias em órbita, estando agora a mais de 12 milhões de quilómetros da Terra, com todos os sistemas a funcionar normalmente. Esta missão representa um marco importante para o programa espacial chinês, sendo a primeira destinada a recolher amostras de um asteroide e trazê-las para a Terra.

A ambiciosa operação, com duração prevista de mais de uma década, incluirá também a exploração do cometa 311P, situado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. A primeira fase da missão concentrar-se-á no asteroide 2016HO3, conhecido como 469219 Kamo’oalewa, considerado um quase – satélite terrestre devido à sua órbita próxima da Terra e em torno do Sol.

Plano de viagem

Segundo o plano estabelecido, a sonda deverá demorar cerca de um ano a alcançar o seu primeiro destino. Após a chegada, realizará manobras de aproximação e permanecerá em órbita do asteroide para identificar a zona mais adequada para recolha de amostras. Uma vez concluída esta operação, a nave regressará às proximidades da Terra, onde uma cápsula separada deverá trazer as amostras para estudo no final de 2027, antes de a sonda prosseguir viagem em direcção ao cometa 311P, localizado a cerca de 300 milhões de quilómetros do nosso planeta.

Este projecto enquadra-se no ambicioso programa espacial chinês, que já alcançou feitos notáveis como o pouso da sonda Chang’e 4 na face oculta da Lua – uma primazia mundial – e a chegada a Marte, tornando a China no terceiro país a conseguir esta proeza, após a antiga União Soviética e os Estados Unidos.

O pensamento durandiano e o imaginário chinês (2)

Por Chaoying Durand-Sun

(continuação do número anterior)

De 1994 a 2016, entre quatro “continuos” de tradução, Hommes, bêtes et démons de Qian Zhong-shu para a Gallimard, Florilège de Su Dong-po para a You-Feng, L’Épopée des Trois Royaumes de Luo Guan-zhong em cinco volumes para a You-Feng, e uma série de adaptações de romances clássicos chineses em Lian huan hua (banda desenhada chinesa) novamente para a You-Feng: Publiquei três monografias, incluindo duas sobre o imaginário rabelaisiano que alargam as ideias desenvolvidas na minha tese: Les Mythologies de Rabelais (1996); Rabelais.

Mythes, images et sociétés (2000); e uma sobre o imaginário chinês aplicando a mitocrítica comparativa e a mitanálise: Essais sur l’Imaginaire chinois. Neuf Chants du Dragon. Mas o que me ensinou muito sobre a investigação do imaginário foi a minha participação em cerca de vinte colóquios internacionais ou publicações universitárias no seio da vasta rede de CRIs, tanto franceses como estrangeiros (chineses, belgas, romenos, italianos, espanhóis, canadianos, etc.), o que me permitiu aprofundar os meus conhecimentos sobre o estudo do imaginário através de uma variedade de temas: “Un Saint Antoine chinois au Gobi” (in Saint Antoine entre mythe et légende, 1996); “L’âge d’or, du Tibre au Fleuve Jaune” (in L’Imaginaire des âges de la vie, 1996); “Le statut saturnien de l’âge de la Grande Concorde (Datong)” (in L’Âge d’or, 1996), “Esquisse d’une structuration de l’imaginaire chinois” (in Imaginaire et Littérature II. Recherches Francophones, 1998); “Rédimer Babel, une Pentecôte rabelaisienne?” (in Études sur l’Imaginaire. Mélanges offerts à Cl.-G. Dubois, editado por G. Peylet, 2001); “Atlantides chinoises” (em Atlantide et autres civilisations perdues de A à Z, editado por J.-P. Deloux e L. Guillaud, 2001) e “L’Atlantide du… Pacifique?” (in Atlantides imaginaires, réécriture d’un mythe, editado por Ch. Foucrier e L. Guillaud, 2004); “Une méthode directive de la naissance et de la disparition des choses: Le Livre des Mutations (Yijing) (in Loxias: Éclipses et surgissements de constellations mythiques. Littérature et contexte culturel, champ francophone, editado por A. Chemain-Degrange, n.º 2-3, 2002); “Essai sur l”androgynie’ du vêtement en Chine” (in L’Entre-deux de la mode, editado por F. Franchi e P. Monneyron); “La pérégrination vers l’Ouest (Xiyou-ji) et les Cinq Points Cardinaux chinois” (in Imaginaires des Points Cardinaux. Aux quatre angles du monde, editado por M. Viegnes, 2005); “Un chaudron rempli de jiao-zi, ou l’imaginaire nocturne de la cuisine chinoise” (in Les Cahiers européens de l’Imaginaire, n.º 5, março de 2013, pp. 188-194); “Les structures fondamentales de l’imaginaire dans L’Épopée des Trois Royaumes de Luo Guan-zhong. Contribution à la mythocritique durandienne” (in “Actualité de la mythocritique. Hommage à Gilbert Durand”, Esprit Critique, editado por F. Gutierrez e G. Bertin, 2014 e a sua versão italiana: Le structture fondamentali dell’immaginario in L’Epopea dei Tre Regni di Luo Guan-zhong Contributo alla Mitocritica durandiana”, trans. M. Pia Rosati, in Atopon, 2015 e Posfácio para Actualité de la mythocritique. Hommage à Gilbert Durand); “Le mythe du Graal dans la légende arthurienne européenne et dans L’Épopée des Trois Royaumes de Luo Guan-zhong”, comunicação para as Journées de Littérature, Culture et Tradition arthurienne, Congrès ibérique, editado por J. Miguel Zarandona, Universidade de Valladolid-Soria, 18-19 de novembro de 2016, etc.

Escrevi também quatro artigos sobre a receção da obra de G. Durand: “Gilbert Durand et l’Imaginaire chinois” (in Symbolon, Bachelard: Art, Littérature, Science, 8/2012); “Gilbert Durand et l’imaginaire de l’Orient” (in L’Imaginaire durandien. Enracinements et envols en Terre d’Amérique, editado por R. Laprée e Ch. Bellehumeur, 2013) e “Gilbert Durand au château de Novéry” (em Gilbert Durand. De l’enracinement au rayonnement, textos compilados por A. Chemain-Degrange e P. Bouvier, 2016), e “L’art et la pensée: univers pictural et anthropologique de Gilbert Durand” (em Gilbert Durand Peintre, catálogo da exposição “L’Aurore dans le crépuscule”, editado por C. Durand-Sun, 2016), que acaba de ser publicado graças ao generoso apoio dos amigos de Gilbert Durand.

Para além destes trabalhos individuais, realizámos também duas publicações e um livro em colaboração com G. Durand: “Renversement européen du dragon asiatique”, publicado três vezes, em Rôle des Traditions populaires dans la construction de l’Europe. Saints et Dragons, n.º 86-87-88, Cahiers internationaux de symbolisme, 1997; Rôle des Traditions populaires dans la construction de l’Europe. Saints et Dragons. Tradition Walonne, n.º 13, 1997; “Il Drago in Asia e in Europa” (trans. M. Pia Rosati, in Atopon Psicoantropologia Simbolica e Tradizioni Religiose, vol. VI, 2000 e 2007); “Il Drago in Asia e in Europa” (trans. VI, 2000 e 2007); “Du côté des montagnes de l’Est (Taishan). Imaginaire chinois de la montagne” (in Montagnes imaginaires, montagnes représentées, 2000); Mythe, thèmes et variations (2000), que se compõe de dez estudos sobre o imaginário, ligados pelo fio vermelho da “viagem antropológica” do imaginário, tratando sucessivamente do labirinto, do Minotauro, do deus mercurial, a árvore divina no imaginário ocidental, os orixás brasileiros, o Graal em todos os seus estados, a “identidade cultural” chinesa, a “grande concórdia” confucionista e o mito antonino chinês, o Tripitaka no Gobi em busca de sutras budistas…

A maior parte destes contributos são uma aplicação, no texto e no contexto chineses, da mitodologia durandiana, da mitocrítica (de textos literários ou artísticos) e da mitanálise (de contextos socioculturais), pacientemente e meticulosamente desenvolvidas e postas em prática pelo próprio fundador do CRI, através dos seus numerosos livros e artigos: desde Le Décor mythique de la Chartreuse de Parme (1961), até L’Introduction à la mythodologie (1996), passando por Science de l’homme et tradition. Le nouvel esprit anthropologique (1975); Figures mythiques et visages de l’œuvre. De la mythocritique à la mythanalyse (1979); L’Âme tigrée (1980), etc. A nossa abordagem pretende ser comparativa, multidisciplinar, antropológica, fenomenológica ou “psicagógica”, com o objetivo de fornecer uma visão geral do pensamento chinês e do imaginário chinês, e de estudar as estruturas antropológicas do imaginário chinês através da literatura, mitologia, filosofia, sociologia, etnologia, antropologia, etc. – “O imaginário é o lugar do interconhecimento”, disse G. Durand – a fim de realçar a importância do imaginário chinês na história da China. Durand – para realçar o carácter primordial e fundamental do imaginário chinês, que não privilegia as estruturas heróicas do Regime Diurno, ao contrário do imaginário ocidental, mas dá maior importância às estruturas místicas e sintéticas do Regime Noturno. Ao contrário do Ocidente, geralmente conquistador, a China preocupa-se mais frequentemente com o equilíbrio, o diálogo, o convívio e a harmonia.

Ao contrário da busca filosófica ocidental desde Sócrates, que se centra na imutabilidade do ser, o paradigma filosófico veiculado e transmitido pelo núcleo do pensamento chinês, o I Ching, o Livro das Mutações, preocupa-se com a impermanência das coisas e o domínio da mudança. Este facto é demonstrado pela dualidade chinesa não exclusiva, mas implícita, que está na base do I Ching, e que é tradicionalmente representada pelos dois princípios fundamentais ou duas forças primordiais, Yin e Yang, cuja união perfeita forma a famosa imagem de Tai Ji, o Governante Supremo, que é o modelo simbólico do Dao (Tao): o caminho, o método, a lei… para gerir e harmonizar as dez mil coisas do mundo.

Confúcio disse: “Aos quinze anos, eu me dediquei ao estudo. Aos trinta, minha mente estava decidida. Aos quarenta, superei minhas incertezas. Aos cinquenta, descobri a vontade do Céu…”. Se pudermos extrapolar, se acreditarmos no grande mestre do pensamento chinês, Wu chi er zhi tain ming (五十而知天命), aos cinquenta anos, deveríamos descobrir a vontade dos Céus, e o CRI também deveria conhecer o desígnio celestial em relação ao seu próprio destino. O que é certo é que, segundo o Yi-jing, O Livro das Mutações, núcleo do pensamento chinês, o hexagrama quinquagésimo, Ding 鼎, o Tripé ou Caldeirão, é um sinal de muito bom augúrio, pois significa Fortuna Suprema, Sucesso e Prosperidade… e que o emblema do hexagrama, o carácter Ding 鼎, oferece a imagem do caldeirão: Na base estão os pés, depois o corpo, depois as orelhas, ou seja, as pegas, e, no topo, as argolas que servem para o transportar, e a imagem do caldeirão evoca a ideia de cozinhar, de alimentar.

O hexagrama Ding também evoca a ideia de preparação de alimentos, com Xun, madeira ou vento, em baixo, e Li, fogo ou chama, em cima. Mas o caldeirão não é apenas uma vulgar peça de louça, um utensílio de cozinha, é também um objeto mágico, como o Graal arturiano, dotado de incorporação divina, e desde a Antiguidade que é um emblema do soberano e do Império e que carrega a imagem do mundo. Fundar um trípode significa literalmente fundar uma dinastia, um reino ou um império. Associado aos dois hexagramas Jing, o poço, e Ge, a revolução, a muda, que o precedem na procissão dos 64 hexagramas, o Ding evoca também a reforma, a transformação… Também se pode dizer que o ano do quinquagésimo hexagrama Ding, o Tripé, é o ano da boa sorte, do sucesso, da prosperidade.

É por isso que, em 1995, a China ofereceu um Tripé gigante de bronze: “Tripé Maravilhoso do Século” (Shi ji bao ding 世纪宝鼎) à ONU em Nova Iorque pelo quinquagésimo aniversário da sua fundação_, e em 2015, o presente especial que o Presidente chinês Xi Jin-ping ofereceu à ONU em Nova Iorque para celebrar o seu 70º aniversário: O “Zun da Paz” (He ping zun 和平尊), adornado com uma série de animais fabulosos: dragão, fénix, elefante, Tao-tie… e nuvens auspiciosas, não é outro senão um dos avatares do tripé primordial Ding.

Neste sentido, o CRI, enquanto “caldeirão alpino”, insere-se, de facto, na vasta constelação de caldeirões mágicos ou Graais iniciáticos, onde se forjaram, em tempos propícios e em lugares de génio, pelo menos duas ou três gerações de investigadores do imaginário…

Em todo o caso, congratulamo-nos por ver tantos amigos reunidos para celebrar o jubileu do CRI e apresentamos as nossas sinceras felicitações pelo seu aniversário e os nossos melhores votos para o seu brilhante futuro… Esperamos que este colóquio inaugure um novo período de esplendor para a investigação sobre o imaginário, tal como anunciado por Jean-Jacques Wunenburger no seu artigo esclarecedor e entusiasta: “L’épistémologie de l’anthropologie de l’imaginaire selon Gilbert Durand”: “O pensamento de G. Durand continua, sem dúvida, a ser uma fonte de grande interesse para nós. O pensamento de Durand está, sem dúvida, ainda por compreender, descobrir, aprofundar e aplicar em novos domínios. A sua receção muda consoante a época e as categorias dominantes.

É provável que os desenvolvimentos actuais das neurociências, a naturalização do espírito e os avanços da interculturalidade favoreçam uma nova sequência de receção, não só em França mas em todo o mundo…”_A décima segunda edição de Structures anthropologiques de l’Imaginaire, que acaba de ser publicada, parece ter chegado no momento certo, tal como o nosso colóquio de celebração do cinquentenário da fundação do CRI, para confirmar este feliz presságio. Em chinês, dizemos tian-shi di-li ren-he (天时地利人和): momento celestial, lugar favorável, entre pessoas consensuais da mesma convicção…

Fechos de casinos-satélite podem levar novos jogadores às concessionárias

Seguindo a lei de Lavoisier, tanto na química, como na física ou nos jogos de casino, nada se perde e tudo se transforma. É o que consideram analistas e profissionais do sector, ouvidos pelo portal GGR Asia.

Com o encerramento dos casinos-satélites, o que acontecerá à clientela fiel habituada a jogar nestes espaços mais tradicionais, com apostas mínimas mais acessíveis e com bebidas e aperitivos grátis (algo que os casinos das concessionárias começaram a implementar há pouco tempo)?

Em primeira análise, os casinos que permanecerão abertos na península são os principais candidatos a receber estes jogadores, abrindo um novo segmento de mercado que no passado estava arredado dos maiores casinos do território.

“O mercado que os casinos-satélite serve parece ser bastante diferente do dos grandes resorts integrados. Snacks e as bebidas grátis têm sido o pilar dos casinos-satélite até que os resorts integrados entraram finalmente em acção no ano passado. Além disso, o mercado dos casinos-satélite é local e de Hong Kong e recorrente, uma clientela regular”, indica o analista da IGamiX Management and Consulting, Ben Lee, citado pelo GGR Asia.

Profundidade da carteira

O portal de notícias de jogo cita também um responsável de uma das concessionárias, que não se identifica, que entende que muitos dos jogadores dos casinos-satélite podem ficar excluídos do mercado devido aos limites mínimos de apostas serem mais elevados nos casinos operados directamente pelas concessionárias. Porém, em vez das mesas tradicionais de bacarat com dealers, estes jogadores podem optar pelas áreas de máquinas de jogo.

Esta visão de jogadores que tipicamente apostam menos é desmistificada por um executivo de um casino-satélite, que também não se identificou.

“A clientela dos casinos-satélite não é inteiramente de baixo nível. Há também alguns jogadores de nível médio que poderiam adaptar-se às ofertas de empresas como a MGM Macau e a Wynn Macau, que não servem apenas o segmento de topo de gama”, indicou. O responsável acrescentou que os casinos da MGM e Wynn na península estão bem colocados para captar parte da clientela dos casinos-satélite no próximo ano.

Ben Lee acrescenta que para captar este segmento “perdido”, os casinos só têm de oferecer o mesmo tipo de serviço providenciado há anos pelos casinos-satélite: bebidas e aperitivos locais grátis e limites-mínimos de apostas mais flexíveis. Recorde-se que nove dos 11 casinos-satélite que vão encerrar no fim deste ano estão localizados no NAPE e ZAPE.

Jogo | Receitas com maior crescimento em mais de um ano

As receitas do jogo em Macau aumentaram 19 por cento em Junho, em comparação com o mesmo mês de 2024, a maior subida em termos anuais desde Maio do ano passado. No mês passado, os casinos do território amealharam 21,1 mil milhões de patacas

 

Os casinos arrecadaram quase 21,1 mil milhões de patacas em Junho em receitas brutas, valor que representou um aumento anual de 19 por cento, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) revelados ontem.

Os resultados de Junho representaram o maior crescimento anual desde Maio de 2024 e seguiram a tendência ascendente, com o mês passado a ser o quinto consecutivo com crescimento em termos anuais, depois de ter começado 2025 com uma queda homóloga de 5,6 por cento em Janeiro. Na altura, a quebra foi explicada pela circunstância de o pico turístico do Ano Novo Lunar ter este ano acontecido mais tarde.

O aumento das receitas dos casinos também acelerou pelo terceiro mês consecutivo. Este valor foi superior ao esperado pelo banco Citigroup, que tinha inicialmente previsto receitas de 19 mil milhões de patacas para o mês, o que teria significado uma subida homóloga de 7,4 por cento. Em 23 de Junho, os analistas do Citigroup disseram, no entanto, que não seria uma surpresa se o valor fosse mais elevado, graças aos concertos do músico de Hong Kong Jacky Cheung, que começaram em 20 de Junho e decorrem até 5 de Julho.

Também os analistas da JP Morgan Securities, disseram que os casinos tinham beneficiado de dois concertos em Macau, em 7 e 8 de Junho, da estrela da pop sul-coreana G-Dragon. O sector do jogo está a ter o melhor arranque do ano desde 2019, antes do início da pandemia de covid–19.

Entre Janeiro e Junho, os casinos de Macau registaram receitas totais de 118,8 mil milhões de patacas, mais 4,4 por cento do que no mesmo período de 2024. Este valor representa 79,4 por cento do acumulado na primeira metade de 2019.

Em 12 de Junho, o Citigroup previu que as receitas do sector do jogo irão crescer 6 por cento no segundo trimestre de 2025, fechando o ano com um aumento de 4 por cento, para 235,7 mil milhões de patacas. Macau obteve em 2024 receitas totais de jogo de 226,8 mil milhões de patacas, mais 23,9 por cento do que em 2022, mas apenas 73,2 por cento do registado em 2019, antes da pandemia de covid-19.

Recorde-se que o Governo previu, no orçamento inicial para 2025, que o ano iria fechar com receitas totais de 240 mil milhões de patacas, o que representaria um aumento de 6 por cento em comparação com o ano passado.

Mas, em 11 de Junho, a Assembleia Legislativa aprovou um novo orçamento, proposto pelo Executivo, que reduz em 4,56 mil milhões de patacas a previsão para as receitas públicas. O secretário para a Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip, admitiu aos deputados que o corte se deve ao facto de as receitas brutas do jogo no primeiro trimestre de 2025 terem “ficado ligeiramente abaixo do previsto”.

Internet | Mostra-se nu e acaba chantageado

Um homem pagou cerca de 22,5 mil dólares de Hong Kong para evitar que imagens suas sem roupa fossem divulgadas. O caso, ocorrido no dia 25 de Junho, foi apresentado ontem pela Polícia Judiciária (PJ). De acordo com o relato apresentado, a vítima conheceu online outro utilizador que se apresentou como mulher.

Os dois começaram a “conhecer-se” melhor e a alegada mulher sugeriu à vítima que fizesse uma vídeo chamada sem roupa. A vítima aceitou, assim como também instalou uma aplicação móvel, a pedido da mulher, para facilitar a comunicação. No entanto, a aplicação móvel serviu para copiar os seus contactos e enviá-los para a alegada mulher.

Com os contactos do homem, a mulher disse à vítima que se não pagasse 10 mil dólares de Hong Kong divulgava as imagens pelos contactos. Após a primeira transferência, a vítima foi extorquida em mais 12,5 mil dólares de Hong Kong, que também aceitou pagar. No entanto, a partir desse momento decidiu fazer queixa às autoridades.

Crime | Mulher queixa-se de furto dentro de avião

Uma mulher do Myanmar queixou-se de ter sido alvo de um furto de 20 mil dólares de Hong Kong, em dinheiro vivo, quando estava num avião que voava de Banguecoque para Macau. De acordo com a queixa feita junto das autoridades, a mulher só se apercebeu que tinha sido roubada quando aterrou e começou os procedimentos fronteiriços para entrar no território.

Foi nessa altura que abriu a mochila e reparou que o dinheiro tinha desparecido. Durante o voo a mochila tinha sido colocada nos compartimentos de bagagem, por cima dos passageiros, e a mulher suspeita que o furto tenha acontecido quando estava a dormir. O caso foi entregue ao Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).