Automobilismo | Couto vence classe Pro-Am do Lamborghini Super Trofeo Asia

Os pilotos de Macau tiveram diferentes sortes nas finais da Lamborghini no Circuito de Jerez, em Espanha. No fim de semana em que estiveram ausentes da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau, André Couto celebrou o título da categoria Pro-Am do Lamborghini Super Trofeo Asia, ao passo que Charles Leong Hon Chio acabou por não repetir o feito na categoria Pro.

André Couto, que esta temporada fez equipa com o chinês Jason Fangping Chen, aos comandos do Lamborghini Super Trofeo EVO2 da Madness Racing Team, conquistou uma vitória e um terceiro lugar na sua classe nas duas provas disputadas na quinta e sexta-feira passadas no ex-circuito espanhol de Fórmula 1. Com estes resultados, a dupla luso-chinesa levou a melhor por seis pontos sobre Thomas Yu e Nikolas Pirttilahti por seis pontos.

“Foi uma óptima forma de terminar a temporada, neste ano fantástico para a nossa equipa Madness Racing Team”, disse o piloto português que tinha chegado ao sul de Espanha em igualdade pontual com os seus directos adversários. “Agradecimentos especiais à minha equipa, ao meu companheiro de equipa, Jason Chen, a todos os funcionários, mecânicos e engenheiros que fizeram um trabalho incrível!”

Charles não conseguiu

Charles Leong sabia que tinha uma tarefa árdua pela frente e tudo se complicou quando o piloto de Macau e a sua companheira de equipa, Miki Koyama, não foram além do terceiro lugar da classe na primeira corrida. Na segunda corrida, a japonesa não aproveitou o facto de arrancar da pole-position, cometendo um erro na primeira curva, traída por uma pista molhada. Na ânsia de recuperar o tempo perdido, já com Charles Leong ao volante, o “touro” da SJM Iron Lynx Theodore Racing tocou no adversário que ultrapassava e entrou em pião. Um segundo lugar à classe, depois de uma recuperação, foi apenas suficiente para garantirem o segundo lugar da classe Pro.

Na pista da Andaluzia, esta dupla alinhou nas provas das Finais Mundiais da Lamborghini juntamente com os concorrentes dos troféus americanos e europeus. Na primeira corrida, após Charles Leong se qualificar no 27.º lugar, o duo que enverga as cores da Theodore Racing terminou no 26.º lugar. Já na corrida final, no domingo, em que Mini Koyama foi a 7.ª mais veloz na qualificação, a dupla finalizou no oitavo lugar final.

Antes da mudança para a F1, Rui Marques foi o director da corrida de Fórmula Regional

Após vários anos como director de corridas em Macau, Rui Marques está a caminho da Fórmula 1, para assumir uma das posições mais desafiantes do automobilismo mundial. Neste percurso, valorizou o Grande Prémio de Macau, que admite tê-lo dotado de uma experiência que dificilmente teria em outro local

 

Macau é tido como um evento de promoção, em que os melhores pilotos acabam por subir à Fórmula 1. Nos últimos anos, também os directores de corridas são convidados para subir à F1, como aconteceu com Eduardo Freitas e agora consigo. Qual a importância do Grande Prémio de Macau neste salto?

Acredito que todos evoluímos nas categorias em que passamos pela história e experiência que vamos tendo. Macau é mais uma dessas experiências. Levamos a experiência de Macau para as provas citadinas, para esse tipo de circuitos, e Macau faz parte desse bolo todo.

Quantas corridas vai fazer na F1?

Neste momento vou fazer as corridas até ao final do ano. Depois logo veremos o futuro.

Ficou surpreendido com o convite para f1?

Não se trata de ser uma questão de ficar surpreendido. As coisas têm a sua evolução e a experiência que vamos tendo vai-nos trazendo essas possibilidades.

O cargo que vai ocupar tem tido várias mudanças nos últimos tempos. Sente que é uma posição amaldiçoada?

Não, é mais uma categoria da qual vou ser director da corrida.

Tem desafios que não tem em Macau, sobretudo em termos mediáticos…

Sim, é um facto.

Como conhecido sportinguista, acha que tem um desafio maior que o de Ruben Amorim?

Espero ser campeão (risos)… Ele vai ter os seus desafios e eu vou ter os meus, são histórias diferentes.

Na Fórmula 1 discute-se a utilização de palavrões e têm sido aplicadas sanções aos pilotos. Como encara a questão?

Não vou entrar nessa questão. Sou meramente um director de corrida (risos).

Há a possibilidade de voltar a Macau no futuro?

Há. Se olharmos para o calendário, o fim-de-semana da prova está disponível. E gosto sempre de voltar.

Qual o contributo do Grande Prémio para a sua experiência profissional?

Este é um dos circuitos citadinos mais difíceis, talvez só seja comparável ao do Mónaco. Por isso, temos uma pista muito específica que exige uma série de procedimentos que fazemos em Macau e que não fazemos em mais lado nenhum. Isso traz-nos uma experiência que dificilmente mais algum circuito nos dará.

Como classifica o desenvolvimento da prova nos últimos anos?

Uma das coisas que apreciamos em Macau é o facto de todos os anos vermos melhoramentos. Alguns não são visíveis para o exterior, como acontece este ano que temos um novo sistema de câmaras no controlo da corrida. Mas todos os anos conseguimos encontrar melhoramentos e diria que 90 por cento das nossas recomendações são seguidas, com melhoramentos no ano seguinte.

Considera que há espaço para haver mais corridas no programa?

Não iria por esse caminho, porque o horário tem as restrições que sabemos. Cada vez que há um acidente em Macau, as probabilidades de termos de reparar um rail ou substituir alguma peça são grandes. Quando metemos mais corridas, começamos a ter outros problemas em termos de horário. Eu não aconselharia esse caminho, mas a escolha é da Comissão Organizadora.

Uma das críticas ao Grande Prémio é o número de bandeiras vermelhas e interrupções. É possível reduzir as interrupções?

Estamos num circuito citadino, e cada vez que se tem um acidente a tendência é para ter uma neutralização, seja com safety car ou com a bandeira vermelha. Para nós, a segurança está sempre em primeiro lugar, e é mais importante do que o espectáculo. O espectáculo é também importante, faz parte, mas a segurança estará sempre em primeiro, por isso, paramos quando realmente temos de parar. Quando estamos em categorias de promoção, de aprendizagem, notam-se mais as bandeiras vermelhas. Com pilotos mais experientes nota-se menos.

Na sexta-feira houve sete bandeiras vermelhas na qualificação da Fórmula Regional. Continua a considerar esta categoria uma boa aposta para Macau?

Continuamos muitíssimo bem por ter a Fórmula Regional em Macau. Tivemos um conjunto de situações que levaram ao que vimos. Foi a primeira vez que os pilotos andaram com a pista seca e todos sabemos a grande probabilidade de haver uma bandeira vermelha em Macau. Todos os pilotos tentaram fazer uma volta rápida o mais cedo possível, e como estamos a falar de pilotos em categorias de aprendizagem é normal haver erros. Não é o que queríamos, mas entendemos as razões.

Após a qualificação houve uma reunião com os pilotos. O que foi abordado?

Estivemos reunidos com os pilotos e equipas para chamá-los à atenção para o que é Macau e o respeito que a pista merece.

Perfil

Sucesso aos 51 anos num percurso constante

Aos 51 anos, Rui Marques vai ser o director de corridas da Fórmula 1 até ao final do ano, quando faltam disputar três provas. Era desde Março de 2022 o director das corridas de Fórmula 3 e Fórmula 2 e desde 2014 que tem desempenhado as funções de director de corridas no Grande Prémio de Macau nas diferentes categorias FIA. Além disso, está ligado à Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting e foi adjunto do director de corridas na Taça do Mundo de Carros de Turismo. A estreia no Circuito de Macau aconteceu em Novembro de 1999, como comissário de pista, na Curva da Maternidade.

71º GPM: Roadsport Challenge | Jerónimo Badaraco queria mais mas ficou feliz com segundo lugar

Lei Kit Meng (Subaru BRZ) venceu uma corrida acidentada em que se fizeram poucas voltas. No final, os pilotos macaenses tiveram sortes distintas, mas todos lamentaram o pouco tempo de pista

 

Jerónimo Badaraco (Toyota GR86) alcançou o segundo lugar na Macau Roadpsort Challenge e foi o melhor piloto macaense, numa corrida ganha por Lei Kit Meng. Apesar de destacar a felicidade com o resultado, Badaraco ficou com a sensação de que poderia ter vencido, dado que no arranque chegou a liderar.

“Na partida fiz um bom trabalho, mas talvez o Lei Kit Meng tenha feito melhor ao longo da corrida. Mesmo assim, estou satisfeito com o segundo lugar, porque ele tinha mais experiência, já tinha conduzido este carro na Guia, enquanto eu estava a fazer a estreia”, afirmou o piloto.

A corrida de sábado acabou por ser bastante acidentada, com a entrada de Safety Car e duas interrupções por acidentes que levaram a bandeiras vermelhas. Por isso, os pilotos tiveram poucas oportunidades para fazer voltas em ritmo de competição. E para Badaraco o pouco tempo de corrida fez a diferença.

“Se não fosse o safety car, a corrida seria mais interessante, porque eu sabia que estava mais rápido do que o Lei Kit Meng na zona de subida do circuito. Ele estava mais rápido na zona rápida, mas acho que poderia ter ficado à frente se houvesse mais voltas”, indicou.

Faltou tempo

Também Rui Valente (Subaru BRZ) se queixou da falta de tempo na pista para melhorar o resultado. O piloto terminou em sexto lugar, depois de perder algumas posições no arranque, ao cair para 10.º. No entanto, no último recomeço fez uma “volta canhão” e ganhou três lugares. Na volta seguinte voltou a subir de posição.

“Faltou tempo para chegar ao pódio, acredito que tinha andamento para isso, mas faltaram voltas”, lamentou Rui Valente, ao HM. “Quando me disseram pelo rádio, depois da confusão, que faltavam oito minutos para acabar a corrida, houve alguma coisa que me mordeu e alterei-me. Tanto que o safety car saiu da pista, e ultrapassei logo três carros”, relatou. “E, depois, na volta seguinte, passei mais carros, mas houve um acidente, e vieram as bandeiras vermelhas. Se não fosse esse acidente, tinha acabado em terceiro, de certeza”, acrescentou.

“Infelizmente não consegui chegar ao pódio, mas estava muito motivado e estive muito perto. Senti que tinha o carro mais rápido na recta, estava a fazer 220 km/h, acho que os outros estavam a fazer 210 ou 215 km/h”, contou. “Mas fiquei feliz porque conseguimos afinações muito boas. O carro estava a responder muito bem e eu estava muito confiante”, acrescentou.

Apanhado no azar

Por sua vez, Célio Dias (Toyota GR86) foi forçado a desistir depois de ter sofrido um toque e batido violentamente contra o muro. O macaense ficou arredado da corrida na primeira volta, no incidente que levou à entrada do safety car.

“Um carro atrás de mim levou um toque e bateu-me. Como todos os carros estavam muito juntos, não consegui evitar bater no carro da frente. Foi uma batida forte e o carro até levantou um pouco da pista com o toque”, explicou Célio Dias, sobre o acidente. “Não era o fim-de-semana que queria, e fiquei um pouco triste, não tanto pela batida, isso acontece porque é automobilismo, mas pela falta de voltas em ritmo competitivo”, desabafou. “Nos últimos dias esteve a chover, e hoje (sábado), com o piso seco, a corrida, para mim, terminou muito cedo, pelo que acabei por não andar a fazer tempos rápidos e a divertir-me”, lamentou.

Apesar do contratempo, Célio prometeu tentar regressar à Guia no próximo ano, por admitir ter gostado de conduzir o Toyota.

Alto

Apesar dos treinos e qualificação com condições muito traiçoeiras, os pilotos do Roadsport Challenge foram dos que menos bateram. Mostraram inteligência emocional para evitar os problemas que outros pilotos mais reputados não tiveram

Baixos

Quem corre por gosto não cansa. Mas o tempo do programa dedicado à categoria com mais pilotos locais é demasiado curto. Com uma bandeira vermelha no domingo, o tempo de prova foi demasiado reduzido. Os pilotos mereciam mais

Resultados

Posição Piloto Carro  Tempo
1 Lei Kit Meng Subaru BRZ 32m055s338
2 Jerónimo Badaraco Toyota GR86 a 0s769
3 Mou Chi Fai Toyota GR86 a 1s788

(…)

7 Rui Valente Subaru BRZ a 6s405
23 Célio Alves Dias Toyota GR86 não terminou

71º Grande Prémio | Chuva força cancelamento da corrida e Davey Todd foi declarado o vencedor nas motos

Entre as cinco sessões previstas, os corredores apenas foram para a pista duas vezes, no sábado de manhã. Após a chuva intensa de domingo de manhã, a organização declarou o britânico vencedor, com base nos resultados da sessão de qualificação

 

O britânico Davey Todd (BMW M1000RR) foi declarado o vencedor do 56.º Grande Prémio de Motos de Macau, apesar da corrida nunca ter sido realizada. Num fim-de-semana em que o território foi afectado pelos Toraji e Man-yi, os troféus foram atribuídos com base na única sessão de qualificação, em que Todd superou Erno Kostamo (BMW M1000RR) e Peter Hickman (BMW M1000RR).

“Estou absolutamente devastado por não ter sido possível correr. Depois de termos ido para a pista no sábado, todos pensámos que o mau tempo tinha passado, e que íamos ter uma boa corrida esta manhã (ontem). Mas não foi isso que aconteceu e foi uma desilusão para todos”, afirmou Davey Todd, depois de receber o troféu.

Na conferência de imprensa do pódio, todos os pilotos concordaram com a decisão de não realizar a corrida por falta de condições e ilibaram a organização de qualquer culpa. “Acho que os organizadores fizeram absolutamente tudo o que estava ao seu alcance. Mas, infelizmente, parece que foi o terceiro tufão na última semana e não foi possível correr”, vincou o vencedor. “Nós queremos sempre correr, mas estou inteiramente satisfeito com a decisão, porque honestamente acho que hoje (ontem) tivemos as piores condições de toda a semana. (…) As pessoas vêem os carros e talvez pensem que nós podíamos ter corrido. Mas, Macau é um circuito muito perigoso, e com chuva as condições ficam muito diferentes, mais perigosas, por isso, respeito totalmente a decisão dos organizadores”, explicou.

Mesmo sem correr, Todd mostrou-se feliz com a vitória, dado que foi a estreia com a equipa FHO Racing BMW Motorrad, propriedade de Faye Ho, neta do falecido Stanley Ho. E a presença em Macau até nem estava prevista: “Não podia ter sido uma estreia melhor, e acho que os rapazes não poderiam ter feito um trabalho melhor, dado que só nas últimas semanas conseguimos chegar a um acordo para estar em Macau. Inicialmente, o nosso acordo só previa que começasse a correr para o ano”, revelou. “Foi um trabalho fantástico da equipa para montar uma mota que se adequasse ao meu estilo, e estou super agradecido”, destacou.

Tudo contra nós

Em segundo lugar terminou Erno Kostamo, da equipa 38 Motorsport by Penz13 Racing, que se limitou a dizer que foi “um fim-de-semana de loucos”, e aproveitou a estadia no hotel. O finlandês tinha sido o vencedor da edição de 2022 da corrida.

Por sua vez, Peter Hickman, colega de equipa de Todd destacou ter feito o “bingo” no pódio em Macau. “Foi uma daquelas edições em que tudo estava contra nós”, afirmou o britânico. “No que me diz respeito, fiz o bingo do pódio, agora tenho o troféu de todos os lugares, de primeiro, segundo e terceiro”, frisou. Até esta edição, Hickman tinha vencido em 2015, 2016, 2018 e 2023 e tinha alcançado o segundo lugar em 2017 e 2019.

O piloto deixou ainda o desejo de regressar no próximo ano, e que tudo corra pelo melhor: “Pessoalmente, não sou um piloto de qualificações, e por isso quero sempre correr, como todos os pilotos”, apontou. “Mas não era isso que tínhamos reservado, e vamos ter de regressar no próximo ano, a fazer figas para que tudo corra bem”, concluiu.

Alto

A organização tentou mexer no programa para garantir que os pilotos tivessem tempo de pista suficiente antes de participarem na corrida. Esta edição foi uma desilusão, mas a opção de não correr foi consensual entre os pilotos

Baixo

O mau tempo. Há coisas que não se controlam, e pouco mais haveria a fazer tendo em conta os horários apertados do fim-de-semana e a insistência da chuva ao longo do dia de ontem

Resultados

Posição Piloto Equipa  Tempo

1 Davey Todd FHO Racing 2m25s563

2 Erno Kostamo 38 Motorsport 2m25s820

3 Peter Hickman FHO Racing 2m26s155

Matt Steven caiu, mas evitou operação

O momento de maior apreensão do Grande Prémio de Macau em motas foi vivido no sábado, durante a sessão de qualificação. O britânico Matt Stevenson caiu e ficou momentaneamente inconsciente no traçado, o que levou à interrupção da prova durante vários minutos. O piloto acabou levado para o Hospital Conde São Januário, onde foi diagnosticado com uma fractura na vértebra T12, uma concussão cerebral e ferimentos nos membros.

Apesar do diagnóstico, num primeiro momento, foi considerado que a recuperação não exige qualquer cirurgia. Ontem de manhã, o piloto fez uma publicação nas redes sociais em que revelava que não sentia dores na vértebra T12, mas que o mesmo não se passava com os braços e pernas. “Sinto que me conseguia levantar e começar a andar… Só não estou autorizado”, brincou. Stevenson agradeceu ainda às várias mensagens de apoio.

Taça GT | Marciello atira Fuoco para fora de pista e Engel vence pela quarta vez

No momento alto do fim-de-semana, Maro Engel esteve longe de ter a corrida perfeita, e até eliminou Dries Vanthoor de prova, o que lhe valeu uma penalização de cinco segundos. Porém, o toque entre Marciello e Fuoco, os mais rápidos, levou a que fizesse a festa no fim

 

Maro Engel (Mercedes-AMG GT3) venceu a Taça do Mundo de GT, depois de ter sido penalizado em cinco segundos, devido a uma batida em Dries Vanthoor (BMW M4 GT3), e ter aproveitado o toque entre os dois primeiros Raffaele Marciello (BMW M4 GT3) e Antonio Fuoco (Ferrari 296 GT3).

“É um sentimento incrível vencer pela segunda vez com a Mercedes. Foi uma corrida com muito a acontecer e foi fantástico”, afirmou o alemão. “Não estávamos nada à espera, porque quando fizemos os treinos com o piso seco não tínhamos andamento para os mais rápidos. Até o pódio nos parecia difícil. Mas quando o António e o Marciello seguiram em frente, percebi que podíamos ganhar”, acrescentou.

Sobre aquele que foi o momento chave da corrida, Engel admitiu que sem o toque entre os pilotos que seguiam em primeiro e segundo nunca teria conseguido vencer: “Não tinha hipóteses de vencer, porque eles ganhavam muita distância na zona rápida. Quando vi que tinham batido, percebi que era uma oportunidade dourada”, reconheceu.

Este foi o quarto triunfo do alemão em Macau, repetindo os feitos de 2015, quando também se disputou a Taça do Mundo GT, e das provas de 2014 e 2022, quando apenas foram contada como Taça GT de Macau, no mais mais recente devido à pandemia.

No momento da vitória, o piloto de 39 anos pediu ainda desculpa a Dries Vanthoor, pelo toque que deixou o belga de fora da prova. “Quero pedir desculpa ao Dries, foi uma pena termos aquele toque. Não houve qualquer intenção, eu tentei ultrapassá-lo, ele tentou fechar o espaço para a manobra, batemos e ele acabou por ir contra o muro”, contou Engel, sobre um momento que não foi totalmente captado pelas câmaras. O alemão foi penalizado em cinco segundos, mas não foi suficiente para perder a primeira posição.

“Não podemos fazer nada”

Arrancando de terceiro, Antonio Fuoco foi um dos grandes animadores na corrida. Num primeiro momento, ultrapassou Dries Vanthoor na Curva R e repetiu a manobra, na mesma curva, face a Marciello, assumindo a liderança. No entanto, o suíço tentou responder na Curva do Hotel Lisboa, e acabou por bater na traseira do italiano, com os dois a seguirem em frente para a escapatória.

Ao HM, Fuoco admitiu a desilusão com o toque que o impediu de vencer a corrida, naquela que foi a primeira vez que conduziu um carro GT no Circuito da Guia. “Quando uma pessoa não consegue aceitar que não vai ganhar, vai agir desta forma. Acho que conduzi bem, que fiz duas ultrapassagens muito limpas na última curva do circuito, e quando o ultrapassei, ele não aceitou e atirou-me para fora de pista”, apontou o italiano. “Acho que a manobra foi clara, ele sabia que não ia ser capaz de travar a tempo”, considerou.

Apesar da desilusão, Fuoco deixou o desejo de regressar num futuro próximo para tentar ganhar a corrida GT, embora tenha admitido que a escolha não depende dele.

Por sua vez, Marciello responsabilizou Fuoco pelo toque, num comentário publicado nas redes sociais. “Infelizmente não tinha para onde ir, porque o carro da frente mudou de trajectória durante a travagem”, escreveu. “Estou muito desiludido, mas tentei o meu melhor”, vincou.

Pódio em português

O pódio da corrida mais interessante do fim-de-semana ficou completo com o brasileiro Augusto Farfus (BMW GT3) e Sheldon Van der Linde (BMW GT3).

E com uma experiência de anos na Guia, devido à chuva praticamente constante, o piloto brasileiro considerou este o fim-de-semana mais complicado em Macau. “Este foi o fim-de-semana mais difícil em Macau, com todo o tipo de tempo, e com as condições sempre a mudarem”, afirmou no final. “Competi com uma equipa de Macau, que teve o apoio da BMW, é uma equipa pequena, mas estou aqui no pódio, o que me deixa muito feliz e mostra o excelente trabalho da BMW na assistência”, acrescentou. “Durante a corrida, senti que alguma coisa poderia acontecer entre os pilotos da frente, aconteceu e consegui chegar ao pódio”, frisou.

Por sua vez, Linde mostrou-se satisfeito com o pódio que lhe tinha fugido no ano passado. “É o meu primeiro pódio em Macau, e depois de ter perdido o pódio nas últimas cinco voltas do ano passado, estou satisfeito, recordou o piloto sul-africano. “Comecei em sexto, e fico surpreendido por estar aqui, porque havia muita pressão dos outros pilotos. Felizmente fui melhorando ao longo da corrida”, finalizou.

Alto

A ultrapassagem de Fuoco a Marciello na última curva do circuito com o piso molhado foi um recital de condução. Uma manobra corajosa de um piloto que merecia mais do que ser colocado fora de pista e terminar em nono

Baixo

Marciello sabia que era o mais rápido no primeiro sector do circuito, que vai da partida até à Curva do Hotel Lisboa. Porém, nada justificou a tentativa desesperada de recuperar a primeira posição que estragou a sua corrida e a de Fuoco.

Posição Piloto Carro Tempo

1 Maro Engel Mercedes-AMG GT3 Evo 45m44s519
2 Augusto Farfus BMW M4 GT3 a 6s641
3 Sheldon Van der Linde BMW M4 GT3 a 10s299

71º Grande Prémio | Triunfo para Han Lichao na Corrida da Grande Baía

Han Lichao (Toyota GR Supra GT4) foi o vencedor na Corrida da Grande Baía.

A prova ficou marcada pelo duelo entre Lo Ka Chun (BMW M4 GT4) e Liang Jia Tong (BMW M4 GT4), que terminaram em primeiro e segundo, separados por 8 milésimas.

Porém, horas depois os dois foram desclassificados não terem respeitado os procedimentos na partida. O melhor piloto de Macau foi Leong Ian Veng (BMW M4 GT4) no sexto lugar.

Damon Chan conquistou Taça do Estabelecimento RAEM

Damon Chan (Toyota GR86) foi o vencedor da prova Macau Roadsport – Taça do Estabelecimento da RAEM, numa corrida que foi praticamente toda disputada atrás do safety car, antes de ser interrompida. O piloto de Hong Kong superiorizou-se ao piloto local Cheang Kin San (Subaru BRZ) e Ivan Szeto Wing Shun (Toyota GR86), outro piloto de Hong Kong.

A corrida ficou marcada pela chuva e começou atrás do safety car, que se manteve em pista durante cerca de cinco voltas. Quando o safety car entrou nas boxes, foi disputada cerca de meia volta, até haver um acidente, que levou a direcção de corrida a decidir mostrar a bandeira vermelha e dar por terminada a prova.

Chuva afastou público

A chuva foi o factor marcante desta edição do Grande Prémio e até o presidente da Comissão Organizadora, e do Instituto do Desporto, Luís Gomes, reconheceu que a chuva contribuiu para afastar muita gente do circuito, principalmente na manhã de ontem.

O responsável também explicou que a proximidade do tufão Toraji levou, como precaução, a remover os toldos da bancada central, que depois acabaram por não voltar a ser colocados. A colocação levaria cerca de 15 horas, tempo que não havia entre os diferentes dias de prova.

71º Grande Prémio | Ugo Ugochukwu foi o primeiro vencedor da Fórmula Regional

O norte-americano foi o primeiro piloto a ganhar o Grande Prémio de Macau na categoria da Fórmula Regional, numa prova que controlou desde o início. Para trás, fica um fim-de-semana em que a chuva foi o principal adversário dos concorrentes

 

Ugo Ugochukwu (R-ace GP) entrou ontem para a História do Grande Prémio de Macau ao tornar-se o primeiro vencedor da prova disputada com carros da Fórmula Regional. O norte-americano arrancou da pole-position, depois de ter conquistado a corrida de qualificação, no sábado, e nunca mais largou a liderança.

“Não consigo descrever o sentimento da vitória, estou super feliz. Foi uma corrida muito traiçoeira, tivemos que forçar o andamento desde o início. Mas desde a segunda sessão de qualificação que sentia que estava muito rápido, por isso, senti que tinha de ganhar a corrida”, afirmou Ugo, no final da prova.

O norte-americano comentou também as várias entradas do safety car em pista, que faziam com que Oliver Goethe (MP Motorpsort), segundo classificado, se fosse aproximando. “Em todos os recomeços após o safety car tentei ser perfeito. Na primeira zona de travagem tive de ser muito defensivo, mas depois conseguia sempre a voltar a ganhar distância”, contou.

No segundo lugar ficou Oliver Goethe, alemão que tinha sido o mais rápido na sessão de qualificação, fazendo sempre tempos muito competitivos.

No final, o segundo classificado lamentou não ganho, considerando ter andamento para mais. “Foi difícil, o Ugo fez um bom trabalho nos recomeços. No final senti que estava perto de ter uma oportunidade para atacar, mas depois os pneus começaram a sofrer. Tentei sempre aquecê-los durante os períodos de safety car, mas não consegui aquecê-los o suficiente para atacar”, lamentou Goethe. “Quando fizemos um período de quatro ou cinco voltas sem paragens senti que os pneus estavam a ficar numa boa temperatura para atacar, mas agora só me resta pensar o que seria”, acrescentou. “Deixo Macau com um sentimento misto, porque queria muito ganhar e acho que tinha capacidade”, concluiu.

Ataque “maluco”

O pódio ficou completo com Noel León (KCM IXO by Pinnacle Motorsport), que terminou no lugar mais baixo do pódio. Na última volta, o mexicano ainda apanhou um susto, com um ataque desesperado de Freddie Slater (SJM Theodore Prema Racing) na Curva do Hotel Lisboa. Como resultado o britânico terminou nas barreiras.

“Todos querem atacar quando estão perto do terceiro lugar para chegarem ao pódio. Foi muito difícil, mas estou super feliz por conseguir nesta posição”, afirmou o piloto. “Eu sabia que ele (Slater) estava disposto a fazer algo maluco, porque era a última volta e ele considerou que valia a pena arriscar. Ele tentou meter o carro na linha interior, mas numa zona mais húmida, pelo que foi uma manobra traiçoeira e stressante. Mas consegui aguentar a posição”, acrescentou.

Quanto a Tiago Rodrigues, o piloto local foi apanhado no primeiro acidente da Curva do Hotel Lisboa e foi obrigado a desistir. O piloto de Macau foi mostrando ritmo ao longo do fim-de-semana, mas sem ter tido tempo para se aproximar do 10.º lugar, que acredita ter capacidade para fazer.

Alto

Oliver Goethe foi batido por Ugochukwu, mas os dois andaram sempre muito perto e a bom ritmo. O americano ganhou, mas o alemão mostrou-se a muito bom nível, foi rápido, mas cauteloso, evitando problemas desnecessários

Baixo

A sessão de qualificação de sexta-feira teve sete situações de bandeira vermelha, antes de ser dada como terminada. A falta de cabeça fria levou mesmo os pilotos a uma reunião extra, onde foram recordados da importância de respeitar o circuito da guia

Posição Piloto Carro Tempo

1 Ugo Ugochukwu R-ace GP 1h06m58s505

2 Oliver Goethe MP Motorsport a 0s412

3 Noel Leon Pinnacle Motorsport a 2s013

Champanhe sem álcool

Depois da confusão do ano passado em que semanas após a entrada em vigor da nova lei contra o álcool foram servidas bebida alcoólicas a menores na cerimónia do pódio, este ano a organização deixou um aviso através da transmissão a destacar que o champanhe do pódio não tinha álcool.

TCR World Tour | Michelisz foi bicampeão em dia dominado pela Honda

Cinco pilotos partiam com hipóteses de vencer o TCR World Tour no início do fim-de-semana, mas foi o húngaro a conseguir o feito. No final, recordou a primeira vitória alcançada em Macau, em 2010

 

A Corrida da Guia consagrou Norbert Michelisz (Hyundai Elantra N TCR) como bicampeão do TCR FIA World Tour. Ao contrário do que aconteceu na temporada anterior, o húngaro não venceu qualquer corrida, somando os pontos suficientes com um pódio no sábado e um quinto lugar ontem.

“Que dia tão bonito, estar nesta posição é muito especial, por isso tenho de agradecer à minha equipa e aos meus colegas. Foi uma época em que nunca colocámos um pé em falso, e com a experiência acumulada sei que uma equipa eficiente permite estar na luta pelo título”, afirmou Michelisz.

O piloto do Hyundai recordou ainda a primeira vitória em campeonatos e taças mundiais de carros de turismo, que aconteceu em Macau, em 2010, ao volante de um Seat Leon. “É um dia muito feliz, especial, lembro-me de há 14 anos ter a minha primeira vitória no campeonato de carros de turismo em Macau”, confessou. “Repetir agora este sentimento, realmente sinto-me uma pessoa muito sortuda, e agradeço a todos os que me apoiaram ao longo desta viagem”, confessou.

Michelisz mostrou-se imune ao facto de a corrida ter sido adiada durante várias horas, devido à chuva, e após uma primeira tentativa de começo que nunca chegou a arrancar. Foi preciso esperar pela corrida de GT, que secou parte do traçado, para que os carros de turismo fossem finalmente para a pista.

Feitas as contas, Michelisz terminou o campeonato com 323 pontos, mais 11 pontos do que o sueco Thed Bjork (Lynk & Co 03 FL TCR), vencedor da primeira corrida do TCR World Tour. Mikel Azcona (Hyundai Elantra N TCR) foi terceiro no campeonato, com 295 pontos.

Vitórias para Bjork e Borkovic

Em relação à corrida de sábado, quando o campeonato ainda estava em aberto para cinco pilotos, Thed Bjork foi o mais rápido e colocou-se a cinco pontos de Michelisz, o que deixava tudo em aberto para a prova de ontem.

Face ao primeiro triunfo, o piloto sueco valorizou a postura dos adversários, principalmente ao nível dos toques, que foram muito poucos. Contudo, no domingo, Bjork arrancou do 10.º lugar, enquanto Michelisz saiu de 7.º. Apesar de todos os esforços, Bjork não conseguiu ir além de um 8.º lugar, o que selou o título.

Mais à frente, ao arrancar de quarto, Dusan Borkovic fez uma corrida imaculada e acabou por vencer. “É uma sensação estranha (…) quando se corre na Europa e na Sérvia sinto que tenho muita pressão porque está sempre toda a gente a olhar para mim, a acompanhar os meus resultados. Até o presidente da Sérvia me manda mensagens”, declarou Borkovic no final. “Aqui correu tudo bem, não senti a pressão”, acrescentou.

Alto

Não é fácil estar mais de 20 minutos na grelha de partida à espera para arrancar para uma corrida que até acaba por ser suspensa, como aconteceu no domingo. No entanto, quando regressaram à pista, os pilotos mostraram cabeça fria e tudo correu sem incidentes de maior

Baixo

Esteban Guerrieri estava na luta pelo título, mas o que pareceu um erro deixou-o de fora na primeira corrida, logo na primeira volta. No final disse que não se arrependeu de nada, mas esperava-se mais

Corrida 1

Posição Piloto Carro Tempo

1 Thed Bjork Lynk & Co 1h04m29s809

2 Norbert Michelisz Hyundai a 1s874

3 Mikel Azcona Hyundai a 2s629

Corrida 2

Posição Piloto Carro Tempo

1 Dusan Borkovic Honda 39m14s582

2 Esteban Guerrieri Honda a 3s568

3 Marco Butti Honda a 4s108

Livro | Papa pede investigação sobre genocídio em Gaza

O Papa Francisco considera que se deve investigar se Israel está a cometer actos de genocídio em Gaza, segundo refere no seu novo livro “A esperança nunca desilude” e cujos primeiros excertos foram ontem publicados no diário La Stampa.

“Segundo alguns especialistas, o que está a acontecer em Gaza tem características de genocídio. Deveria ser cuidadosamente investigado para determinar se se encaixa na definição técnica formulada por juristas e organismos internacionais”, assinala o Papa no livro.

“Penso sobretudo em quem deixa Gaza no meio da fome que atingiu os irmãos palestinianos perante a dificuldade de fazer chegar comida e ajuda ao seu território”, acrescenta Francisco. No seu entender, no Médio Oriente, há “portas abertas de nações como a Jordânia ou o Líbano, que continuam a ser a salvação para milhões de pessoas que fogem dos conflitos naquela zona”.

O novo livro, intitulado “A esperança nunca desilude”, foi editado pelo jornalista Hernan Reyes Alcaide e irá ser publicado na terça-feira em Itália, Espanha e América Latina, e, posteriormente, noutros países.

A obra é publicada antes da celebração do Jubileu, que começa a 24 de Dezembro e decorre durante 2025, e quando se estima que cerca de 30 milhões de fiéis católicos vão em peregrinação a Roma. No livro, o líder da Igreja Católica reflecte ainda sobre a geopolítica, família, clima, educação, realidade social, economia mundial e migração.

Desequilíbrio por acertar

Para Francisco, há “uma globalização da indiferença” à qual se deve responder “com a globalização da caridade e cooperação”, sobretudo em questões como os actuais fenómenos de migração.

“Perante este desafio, nenhum país pode ficar sozinho e ninguém pode pensar em enfrentar a questão de forma isolada através de leis mais restritivas e repressivas, às vezes aprovadas sob a pressão do medo ou para obter vantagens eleitorais”, defende o Papa, que insta a que “se humanizem as condições dos imigrantes”.

Para Francisco, “os países com os maiores fluxos migratórios devem ser envolvidos num novo círculo virtuoso de crescimento económico e de paz que inclua todo o planeta”.

“Para que a imigração seja uma decisão verdadeiramente livre é necessário fazer os possíveis para assegurar a participação igualitária no bem comum a todos, bem como o respeito pelos direitos fundamentais e o acesso ao desenvolvimento humano integral”, considera.

Nesse sentido, “só se garantida esta plataforma básica em todas as nações do mundo poderemos decidir que os que imigram o fazem livremente e poderemos pensar numa solução verdadeiramente global para o problema”.

“Para alcançar este cenário devemos dar o passo preliminar fundamental de pôr fim às condições comerciais desiguais entre os diferentes países do mundo”, apela Francisco. Segundo denuncia o Papa, há “uma realidade que só consiste numa transação entre filiais que pilham os territórios dos países mais pobres e enviam os seus produtos e receitas” para os países desenvolvidos.

“Vêm-me à mente, por exemplo, os sectores ligados à exploração dos recursos naturais subterrâneos. São as veias abertas destes territórios”, afirmou Francisco, numa referência a Eduardo Galeano, autor da obra “As veias abertas da América Latina”.

O Papa reitera ainda o seu apelo ao acolhimento dos migrantes. “Ao pedir que lhes abram as portas, exorto também a que se favoreça o seu desenvolvimento integral, que se lhes dê a oportunidade de se realizarem como pessoas em todas as dimensões que compõe a humanidade prevista pelo criador”, acrescenta.

11 mortos sem importância

Ai, Portugal, Portugal onde acontece tudo o de mais inacreditável referindo apenas os aspectos sociais e políticos. Morreram 11 portugueses por alegada falta de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Custa a acreditar, não custa? Mas foi o caso mais grave e mais triste da semana passada neste jardim mal plantado à beira-mar.

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar, uma profissão que inventaram e que não é carne nem peixe, ou melhor, esses técnicos não são enfermeiros nem médicos – mas alguns têm raiva aos enfermeiros -, só porque aprenderam a executar os primeiros socorros quando uma ambulância se dirige a um paciente que esteja mal de saúde num acidente rodoviário, em casa à beira de um ataque cardíaco ou noutra situação qualquer incluindo confirmarem a morte do socorrido, resolveram reivindicar o pagamento das horas de trabalho extra e, vai daí, decidiram fazer uma greve, como se moralmente os enfermeiros, médicos e técnicos de saúde devessem ter o direito à greve, quando está em causa a vida das pessoas.

E não venham com a conversa da treta dos serviços mínimos. Foi por causa dos serviços mínimos que morreram 11 portugueses sem socorro de emergência. Como assim? Passo a explicar: o referido sindicato enviou para o presidente do conselho de administração do INEM, para a secretária de Estado da Saúde, para a ministra da Saúde e para o Gabinete do primeiro-ministro um aviso de pré greve às horas extraordinárias, que são imensas.

Todas as entidades que receberam o pré-aviso de greve não ligaram nenhuma ao assunto, tomaram conhecimento e assobiaram para o lado. No dia da greve começaram a chover centenas, ou mais, de telefonemas oriundos dos mais diversos locais do país a pedir o habitual socorro do INEM. Mas, os tais serviços mínimos não tinham sido accionados e neste ponto, em nosso entender, a culpa não é só das autoridades avisadas, mas também do sindicato. As senhoras e senhores técnicos de emergência pré-hospitalar tinham a obrigação de ser humanistas e pensarem que estava em causa uma única coisa, a vida dos portugueses.

Obviamente que sem serviços mínimos não haveria socorro e os pedidos de emergência clínica chegaram a ter uma resposta entre meia hora e duas horas, acabando por morrer 11 portugueses alegadamente devido à causa efeito da greve dos técnicos do INEM. Permitam-me um parêntesis apenas para vos dizer que ainda me recordo que todas as ambulâncias do INEM em socorro tinham uma equipa constituída pelo motorista, que algumas vezes era assistente de enfermagem, um médico e um enfermeiro.

Depois, devido à falta de médicos e de enfermeiros, formaram estes técnicos que chegam ao local onde se encontra o doente ou sinistrado, medem a tensão arterial, fazem algumas perguntas ao doente quando este pode falar, registam toda a situação que encontraram num computador e transportam o doente para a ambulância e vão a caminho do hospital mais próximo.

Voltando ao grave acontecimento de 11 mortes por alegada culpa de uma greve de técnicos do INEM e de políticos incompetentes, saliente-se que está tudo preparado para que a culpa morra solteira. O primeiro-ministro pouco ou nada disse sobre o caso, aliás, disse que não podia haver uma ambulância em cada prédio… que horrível para um chefe do Executivo.

A ministra da Saúde quando toda a gente começou a exigir a sua demissão foi à Assembleia da República pronunciar umas baboseiras, entre elas, que não se demitia porque não mentia, não se escondia e que ia assumir a total responsabilidade e a pasta do INEM. Houve deputados que riram para não chorar.

A secretária de Estado da Saúde ficou de boca aberta quando soube pela televisão que tinha ficado sem a tutela do INEM, ficando absolutamente fragilizada politicamente e, nem assim, pediu a demissão do cargo. O presidente do INEM, o quarto presidente do INEM nomeado pela ministra desde que o Governo tomou posse, nem sabia o que dizer aos jornalistas, para além de mais parecer um “menino de copo de leite”…

E o sindicato que foi para a greve e que provocou alegadamente a morte de 11 portugueses por falta de socorro médico? Bem, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar é um caso sui generis. Em primeiro lugar, nunca tinha visto uma entidade sindical a louvar uma ministra. Afinal que raio de sindicato é este politicamente? Defende os seus trabalhadores, a greve ou um governo de direita com aliados da extrema direita? Mas que raio de sindicalismo é este? Ou os sindicatos agora têm cada um a sua cor de política partidária? Este sindicato, depois dos factos graves que vos descrevi, louva a ministra e atira as culpas para a secretária de Estado. Coisa feia e inadmissível para uma instituição que apenas devia defender os direitos dos trabalhadores. Um presidente de sindicato que aparece nas televisões de fato e gravata como se fosse um ministro e a “explicar” o que ninguém entende…

E afinal, de quem é a culpa das 11 mortes sem socorro? A secretária de Estado da Saúde, ao tirar a água do capote, teve o desplante e a pouca vergonha de afirmar que a culpa era do anterior Governo… Ai, Portugal, Portugal ao que chegámos. Então a senhora está a governar há mais de oito meses, mandou embora outros presidentes do INEM e a culpa da falta de socorro em Novembro de 2024 é do Governo de 2023? Absurdo, para não lhe chamar um nome feio. Resumindo: a ministra terminou a semana dizendo que terá de se aguardar pelo resultado dos inquéritos que decorrem sobre as 11 mortes dos portugueses sem socorro, quando todos sabemos que normalmente a abertura de um inquérito tem a intenção de fazer esquecer o assunto grave acontecido e deixar passar um qualquer resultado sentencioso para as calendas. Neste particular, recordando que a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, se demitiu quando morreu uma mulher grávida num hospital por alegada assistência negligente, resta dizer-vos que estamos absolutamente convencidos que a culpa irá morrer solteira e os 11 mortos para toda esta gentinha não tiveram qualquer importância…

P.S. – O Governo nem sequer se pronunciou sobre eventuais indemnizações aos familiares das vítimas por falta de socorro estatal.

Filipinas | Supertufão Man-Yi atinge norte e deixa rasto de destruição

As tempestades sucedem-se nesta região do globo. Em menos de um mês, já se contam seis grandes eventos que provocaram danos massivos

 

O supertufão Man-yi atingiu ontem a ilha de Luzon, a mais populosa das Filipinas, destruindo casas, provocando inundações e a fuga em massa da população, segundo as autoridades locais.

O supertufão destruiu casas, provocou grandes marés e obrigou centenas de milhares de pessoas a fugir para abrigos de emergência, ao atravessar o norte das Filipinas, naquela que é a sexta grande tempestade a atingir o país em menos de um mês.

O Man-yi continuava a registar rajadas de 185 km/h quando atingiu pela segunda vez o arquipélago, no município de Dipaculao, na província de Aurora, na ilha de Luzon, disse à AFP o meteorologista Junie Ruiz.

No sábado à noite, tufão Man-yi atingiu a província de Catanduanes, na ilha oriental, com ventos de até 195 quilómetros por hora e rajadas de até 240 quilómetros por hora. A agência meteorológica do país alertou para uma “situação potencialmente catastrófica e de risco de vida, com “ameaça de inundações, deslizamentos de terras e ondas gigantes”.

Não há notícia imediata de vítimas do tufão, que se prevê que sopre para noroeste, atravessando o norte de Luzon, a região mais populosa do arquipélago.

A região metropolitana de Manila, a capital, seria provavelmente poupada a um impacto directo, mas foi colocada, juntamente com as regiões periféricas, sob alerta de tempestade e avisada de perigosas ondas de tempestade costeiras.

Toda a província de Catanduanes ficou sem electricidade depois de o tufão ter derrubado árvores e postes de electricidade, e as equipas de resposta a catástrofes estavam a verificar quantas mais casas tinham sido danificadas, para além das afectadas pelas tempestades anteriores.

Cerca de metade dos 80.000 habitantes da província insular estavam a ser acolhidos em centros de evacuação.

O receio pela aproximação do tufão era tão grande, que as autoridades de Catanduanes chegaram a ameaçar os aldeões em zonas mais vulneráveis com prisão se não seguissem as ordens de evacuação para locais mais seguros.

Mais de 750.000 pessoas refugiaram-se em abrigos de emergência, incluindo igrejas e um centro comercial, devido ao Man-yi e a duas tempestades anteriores, maioritariamente no norte das Filipinas, informou o secretário-adjunto Cesar Idio, do Departamento de Defesa Civil, e outras autoridades provinciais.

Sequência de desastres

O raro número de tempestades e tufões consecutivos que assolaram Luzon em apenas três semanas causou a morte de mais de 160 pessoas, afectou 9 milhões de pessoas e provocou danos tão consideráveis nas comunidades residenciais, nas infra-estruturas e nas terras agrícolas que as Filipinas poderão ter de importar mais arroz, um alimento básico para a maioria dos filipinos.

Numa reunião de emergência realizada à medida que o Man-yi se aproximava, o Presidente Ferdinand Marcos Jr. pediu ao seu gabinete e aos funcionários das províncias que se preparassem para “o pior cenário possível”.

De acordo com a Autoridade da Aviação Civil das Filipinas e a Guarda Costeira, pelo menos 26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais foram encerrados provisoriamente e os serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas foram suspensos devido ao mar agitado, deixando milhares de passageiros e utentes retidos.

Os Estados Unidos, aliados de Manila, juntamente com Singapura, Malásia, Indonésia e Brunei, forneceram aviões de carga e outros meios de ajuda contra a tempestade para reforçar as agências governamentais de resposta a catástrofes, que se encontram sobrecarregadas.

No mês passado, a primeira grande tempestade, Trami, causou a morte de várias pessoas, depois de ter feito chover em 24 horas o equivalente a um ou dois meses de chuva em várias cidades.

As Filipinas são fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano, são frequentemente atingidas por terramotos e têm mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que as torna um dos países mais propensos a catástrofes do mundo.

Jiangsu | Esfaqueamento em escola faz 8 mortos e 17 feridos

Um ataque com uma faca numa escola no leste da China fez no sábado oito mortos e 17 feridos, disseram as autoridades, acrescentando que o autor do crime foi detido.

“Às 18:30, ocorreu um ataque com uma faca no Instituto Profissional de Artes e Tecnologia de Wuxi”, na província de Jiangsu, que “deixou oito mortos e 17 feridos”, disse a polícia da cidade de Yixing, onde sucedeu a tragédia, refere a Agência France-Presse.

Segundo a força policial, o ataque foi perpetrado por um ex-aluno, que foi “detido no local”.

De acordo com os primeiros elementos da investigação, citados num comunicado de imprensa, o suspeito é um homem de 21 anos, aluno da turma de 2024.

“Por não ter obtido o diploma depois de ter falhado os exames e por estar insatisfeito com a remuneração durante o estágio, [jovem] regressou à escola para expressar a sua raiva e cometer estes homicídios”, disse a polícia de Yixing.

O suspeito “confessou tudo”, acrescentou o comunicado da polícia. “Os serviços estão totalmente mobilizados para prestar cuidados aos feridos, gerir as consequências da tragédia e concluir a investigação deste acontecimento”, concluiu a polícia.

Estes atentados são pouco frequentes no país, mas este é o segundo do género na China esta semana, depois de um ataque com um carro.

Um homem de 62 anos conduziu um SUV contra pessoas que faziam exercício ao ar livre num complexo desportivo em Zhuhai, na província de Guangdong, na passada segunda-feira, matando 35 pessoas e ferindo cerca de 40.

Líderes chinês e japonês encontram-se pela primeira vez e tentam aliviar tensões

Os líderes da China e do Japão encontraram-se pela primeira vez, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em Lima (Peru), para desenvolver a comunicação bilateral entre os dois países e tentar aliviar tensões.

Assim, o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, comprometeram-se, no encontro, a desenvolver a comunicação bilateral para tentar aliviar as tensões entre os dois países, desde a polémica descarga de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima até à disputa histórica sobre as ilhas Diaoyu.

“Acabei de realizar uma reunião de alto nível com o Presidente chinês para promover uma relação mutuamente benéfica baseada em interesses estratégicos comuns e para construir ‘relações construtivas’”, disse o primeiro-ministro japonês numa mensagem na conta oficial do governo japonês na rede social X.

“Continuaremos a melhorar a comunicação, incluindo ao nível da cimeira, para atenuar os problemas e as preocupações, bem como para reforçar a cooperação e a coordenação entre os nossos dois países”, acrescentou o primeiro-ministro japonês após o seu primeiro encontro com o líder chinês. Ishiba é chefe do governo japonês desde 1 de Outubro.

Elefante na sala

Xi Jinping felicitou Ishiba pela sua nomeação, antes de concordar que os dois países se encontram num “momento crítico” para melhorar as relações e estabelecer laços “construtivos e estáveis”, segundo a Europa Press.

Durante o encontro, o primeiro-ministro japonês pediu ao Presidente chinês que acelerasse o levantamento das restrições impostas pelo seu país à importação de peixe e marisco japoneses, decididas em resposta ao derrame de Fukushima, que, segundo Pequim, representa uma ameaça para as suas águas apesar das garantias oferecidas por Tóquio, em troca da implementação de um novo programa de controlo deste procedimento, que incluiria a participação de peritos chineses.

China | Produção industrial cresce 5,3% em Outubro

A produção industrial da China cresceu 5,3 por cento em Outubro, em termos homólogos, segundo dados oficiais divulgados na passada sexta-feira pelo Gabinete Nacional de Estatística do país. O valor relativo ao décimo mês do ano está abaixo das expectativas dos analistas, que previam que crescesse 5,6 por cento. No conjunto, entre Janeiro e Outubro, a produção industrial cresceu 5,8 por cento.

Entre os três grandes sectores em que o GNE divide este indicador, os que mais aumentaram a sua produção em Outubro foram a indústria transformadora e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água, ambos com crescimento de 5,4 por cento.

O GNE destacou também o aumento da produção de bens específicos, como os veículos eléctricos, os robôs industriais ou os ‘chips’ semicondutores.

A instituição também divulgou na sexta-feira outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador-chave para medir o estado do consumo, que acelerou muito mais do que o esperado, passando de 3,2 por cento em Setembro para 4,8 por cento em Outubro, enquanto os especialistas previam um aumento de 3,8 por cento.

Zichun Huang, analista da consultora Capital Economics, afirmou, num relatório, que a economia chinesa “melhorou no início do quarto trimestre, graças a um consumo interno superior ao previsto”, o que se traduziu num aumento da procura.

A taxa oficial de desemprego urbano continuou a descer, desta vez de 5,1 por cento para 5 por cento, ultrapassando também as expectativas de que se manterá inalterada.

Este indicador mantém-se dentro do limite de 5,5 por cento estabelecido pelo Governo chinês para este ano.

Entretanto, o investimento em activos fixos voltou a situar-se nos 3,4 por cento no acumulado até Outubro, o mesmo valor dos últimos dois meses, apesar das expectativas dos analistas de uma ligeira recuperação para 3,5 por cento.

Em construção

Na análise por sector, o investimento na indústria transformadora cresceu 9,3 por cento e nas infra-estruturas 4,3 por cento, enquanto o investimento na promoção imobiliária caiu 10,3 por cento, no contexto da prolongada crise no sector.

O GNE indicou que as vendas de propriedades comerciais medidas em termos de área útil caíram 15,8 por cento em termos homólogos, entre Janeiro e Outubro. Embora se trate de uma queda significativa, também reflecte uma tendência de recuperação relativa: as duas leituras anteriores tinham sido de 18 por cento e 17,1 por cento.

“As medidas de apoio parecem estar a dar algum alívio ao mercado imobiliário”, disse Huang, que prevê uma recuperação nos próximos meses, mas advertiu que, sem uma flexibilização fiscal significativa no próximo ano, este novo impulso “será de curta duração”.

“Acreditamos que a economia voltará a abrandar no segundo semestre do próximo ano, altura em que os fabricantes chineses enfrentarão o obstáculo adicional de uma segunda guerra mundial com [o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump”, afirmou.

Pequim envia tijolos para o espaço para testar construção na Lua

A China enviou na sexta-feira para o espaço tijolos fabricados com material que imita o solo lunar, visando testar a sua viabilidade para a futura construção de uma estação no satélite natural da Terra.

Fabricados na Terra a partir de componentes que imitam o solo lunar, os materiais foram transportados para a estação espacial chinesa Tiangong (“Palácio Celestial”) pela nave de carga Tianzhou-8.

Nas últimas décadas, a China investiu milhares de milhões de euros no seu programa espacial para recuperar o atraso em relação aos Estados Unidos e à Rússia. O país asiático espera enviar um astronauta à Lua antes de 2030 e construir uma base internacional em 2035.

Várias amostras de tijolos de diferentes composições serão submetidas a condições extremas, semelhantes às que se encontram na Lua. Os astronautas chineses vão colocar os materiais no exterior da estação espacial e deixá-los lá, expostos ao ambiente natural, para avaliar o seu desempenho e se se deterioram ou não.

Qualquer material na Lua terá de enfrentar condições extremas, incluindo variações de temperatura, que podem ir de 180 graus a -190 graus. Como a Lua não está protegida por uma atmosfera, é atingida por grandes quantidades de radiação cósmica e micrometeoritos. Terramotos lunares podem também enfraquecer as estruturas construídas no seu solo.

Os materiais foram desenvolvidos com base nas amostras de solo lunar recolhidas pela sonda chinesa Chang’e 5, que no final de 2022 foi a primeira missão no mundo em quatro décadas a trazer de volta material recolhido no satélite natural.

Brinquedo sério

Estes tijolos, de cor preta, são três vezes mais fortes do que os tijolos normais e podem encaixar uns nos outros, evitando a utilização de ligantes, o que seria um desafio na Lua. Uma equipa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan, também concebeu um robô de impressão 3D para desempenhar tarefas de construção.

O objectivo no futuro é utilizar o próprio solo lunar para diferentes tipos de construções. Outros países com ambições de construir uma base lunar estão a trabalhar na construção de tijolos que imitam a superfície da Lua.

No âmbito do programa Artemis da NASA, que pretende enviar seres humanos à Lua em 2026, investigadores da Universidade da Florida Central estão a testar tijolos feitos com impressoras 3D. A Agência Espacial Europeia efectuou também estudos sobre a montagem de tijolos com base na estrutura dos edifícios da Lego.

A Estação Internacional de Investigação Lunar da China é um projecto conjunto com a Rússia. De acordo com a imprensa oficial chinesa, uma dúzia de países (incluindo a Tailândia, o Paquistão, a Venezuela e o Senegal) e cerca de quarenta organizações estrangeiras são parceiros da iniciativa.

EUA | Xi diz a Biden que está pronto para trabalhar com novo Governo

Os dois presidentes encontraram-se pela última vez em Lima, no Perú, antes de seguirem para a cimeira do G20 no Brasil

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse no sábado ao homólogo norte-americano, Joe Biden, que “a China está pronta para trabalhar com um novo Governo” dos Estados Unidos, quando o Presidente eleito, Donald Trump, assumir o cargo, em Janeiro próximo.

Os dois líderes reuniram-se no sábado à margem da cimeira anual da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em Lima, no Peru, e esperava-se que Biden exortasse Xi a dissuadir a Coreia do Norte de aumentar o seu apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, em curso desde Fevereiro de 2022.

Biden declarou-se orgulhoso do trabalho que os dois países realizaram desde a sua última reunião, que decorreu no ano passado, à margem da conferência realizada em São Francisco.

“Nos últimos quatro anos, as relações entre a China e os Estados Unidos sofreram altos e baixos, mas com nós os dois ao leme, também nos envolvemos em diálogos e cooperação frutuosos e, em geral, alcançámos estabilidade”, sustentou Biden.

Xi Jinping notou ainda que EUA e China devem “ter em mente o bem-estar dos dois povos e o interesse comum da comunidade internacional, tomar decisões sensatas, continuar a explorar a melhor forma de as duas grandes nações se entenderem e alcançarem uma longa coexistência pacífica”.

“Os Estados Unidos concluíram recentemente as suas eleições. O objectivo da China de uma relação estável, saudável e sustentável China-EUA não mudou”, acrescentou. Os dois Presidentes concordaram, também no sábado, em não ceder o controlo das armas nucleares à Inteligência Artificial (IA).

“Com base num diálogo franco e construtivo sobre a IA (…), os dois líderes afirmaram a necessidade de manter o controlo humano sobre a decisão de utilizar armas nucleares” e sublinharam “a necessidade de considerar cuidadosamente os riscos potenciais e desenvolver a tecnologia de IA no domínio militar de forma prudente e responsável’, referiu um comunicado da Casa Branca.

Joe Biden falou sobre as “muitas horas” que passou nos quatro anos de mandato a falar com Xi e os progressos alcançados desde a última reunião em Woodside, Califórnia, no ano passado, em matéria de controlo de narcóticos, como o fentanil, e de comunicação militar.

“Nem sempre estivemos de acordo, mas as nossas conversas foram sempre honestas e francas”, disse Xi Jinping.

Pedido final

Xi apelou ainda os Estados Unidos a não ultrapassarem a “linha vermelha” no apoio a Taiwan. A “questão de Taiwan, a democracia e os direitos humanos”, bem como o sistema político e económico e os interesses de desenvolvimento da China “são as quatro linhas vermelhas da China que não devem ser postas em causa”, afirmou Xi Jinping, citado pela emissora estatal chinesa CCTV.

“Estas são as garantias mais importantes e a rede de segurança para as relações entre a China e os EUA”, acrescentou Xi, de acordo com a CCTV.

O dirigente chinês condenou ainda as “acções separatistas” dos líderes de Taiwan, afirmando que são “incompatíveis com a paz e a segurança” na região. É a última vez que os dois líderes se encontram, com Biden como chefe de Estado, uma vez que este está prestes a deixar o cargo para a dar lugar a Trump, a 20 de Janeiro de 2025.

Há muita incerteza sobre o que está por vir na relação EUA-China sob a Presidência de Trump, que fez campanha prometendo cobrar 60 por cento de tarifas aduaneiras sobre as importações chinesas. Os dois responsáveis deverão voltar a encontrar-se já esta semana durante a cimeira do G20 no Rio de Janeiro.

O Imperador Enamorado e a Nobreza Solitária do Eremita

Zhu Jianshen (1447-1487), o imperador Xianzong ou Chenghua, «A mudança bem sucedida», reinou durante vinte e três anos (1464-87) que trouxeram prosperidade e relativa paz ao Império, espelhando o seu carácter fleumático e cauteloso. Essa sua branda disposição é sublinhada pela constância da relação que manteve com Wan Zhen’er (1428-87), que foi sua ama-seca desde que ele tinha três anos e ela, vinte.

Os dezassete anos de diferença não foram obstáculo ao persistente afecto que durou até ao fim: quando soube da sua morte, o monarca passou um dia sem poder falar no fim do qual terá murmurado: «Zhen’er desapareceu, em breve serei eu».

O que de facto sucedeu sete meses depois quando ele tinha apenas trinta e nove anos. A serena e firme personalidade do soberano está patente numa excepcional pintura, feita no Inverno de 1485 por um anónimo pintor da corte. No rolo horizontal Ming Xianzong apreciando a Festa das lanternas (tinta e cor sobre seda, 690 x 36,7 cm, no Museu do Palácio Nacional, em Pequim) onde o imperador está representado três vezes: no princípio, no meio e no fim, numa plataforma elevada diante da escada do dragão esculpido na pedra, notamos com ele o que ele observa:

Dentro dos muros púrpura da Cidade Proibida, pessoas vão usufruindo de actividades lúdicas que caracterizam os dias felizes. Como jogar, ouvir música, assistir a espectáculos de acrobacia, de ópera, magia ou ao lançamento de foguetes. Ou simplesmente passear em família na cidade decorada com as lanternas que distinguem a «festa da noite nobre» (yuanxiao jie) celebrada no décimo quinto dia da primeira lua, marcando na lua cheia o fim das festas do ano novo.

Na última aparição do monarca no final do rolo, o seu olhar é acolhedor e em retrospectiva; dir-se-ia que é para e por causa desse seu olhar permissivo que tudo acontece.

A pintura exuberantemente polícroma, narrativa, é exemplar de um dos caminhos que a arte adoptava no tempo da dinastia Ming. Uma outra via, na tradição da pintura dos letrados seguia paralela, fora dos muros da cidade imperial, exigindo a restrição própria da expressividade do traço caligráfico.

Wu Boli, (activo no fim do século XIV- início do XV), sacerdote daoísta no templo Shangqing da montanha Longhu, «Tigre – dragão» (Jiangxi) seria lembrado como autor de um rolo vertical que pintou para Zhang Yuchu (1361-1410) o quadragésimo terceiro tianshi, o «mestre celestial» da Zhengyi Dao, a seita daoísta da «Unidade ortodoxa». Do Pinheiro-dragão (tinta sobre papel, 121,9 x 33,7 cm, no Metmuseum) em que figura um único pinheiro, de ritidoma escamoso como a pele do dragão, desprende-se uma sensação de energia vital correspondente à vocação do mestre daoista. Cujo olhar estava disponível para reconhecer o mundo da natureza como se este fora feito para ele, para o receber e acompanhar.

25 de Abril | Morreu Celeste Caeiro, a mulher que deu cravos aos militares

Faleceu na sexta-feira a mulher que tornou o cravo um símbolo da revolução portuguesa do 25 de Abril de 1974, que pôs fim a um longo período de ditadura em Portugal. Celeste Caeiro morreu com 92 anos no Hospital de Leiria.

A neta, Carolina Caeiro Fontela, confirmou à Lusa que a avó morreu devido a problemas do foro respiratório, lamentando que Celeste Caeiro nunca tenha sido homenageada em vida.

Em Abril passado, por ocasião das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, ambas, residentes em Alcobaça, esclareceram as lacunas da história: “Há muita gente que ainda pensa que foi uma florista [que deu um cravo a um soldado], mas a minha avó não era florista”, disse a neta à Lusa, lembrando que Celeste trabalhava num ‘self-service’ no edifício Franjinhas, na Rua Braamcamp, em Lisboa.

Com a mãe e uma filha de 5 anos a seu cargo e a viver numa “casa humilde, sem rádio e sem televisão”, só quando chegou ao emprego, no dia 25 de Abril de 1974, é que Celeste soube que estava a haver uma revolução.

Nesse dia, o ‘self-service’, que completava um ano, não iria abrir portas e o patrão, “que tinha mandado comprar cravos para oferecer aos clientes e decorar o espaço, disse aos funcionários que levassem um ramo cada um”.

Celeste pegou no seu ramo de cravos – “vermelhos e brancos” – e rumou ao Rossio para ver “o que há tanto tempo esperava que acontecesse”. Foi aí que perguntou a um soldado o que estavam ali a fazer e se precisava de alguma coisa.

O soldado, “de quem nunca soube a identidade, fez sinal de que queria um cigarro” e Celeste, que sofria dos pulmões e nunca fumou, deu-lhe antes um cravo, que o militar colocou no cano da arma e que acabaria por ser o símbolo da revolução.

A história de Celeste Caeiro, entrelaçada com aspectos políticos e sociais da época, foi contada num documentário da Comissão dos 50 anos do 25 de Abril, com argumento original de Vilma Reis e Roberto Faustino e produção de Tino Navarro e MGN Filmes Lisboa.

FRC acolhe palestra sobre Direito comparado em contratos comerciais

A Fundação Rui Cunha (FRC) recebe hoje a conferência “Crise e alterações de circunstâncias: As lições do Direito comparado”, protagonizada por Dário Moura Vicente. O orador, que fala a partir das 18h30, é professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e professor adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de Macau.

O tema da palestra incidirá sobre a ligação entre as crises económicas ocorridas nos últimos anos, nomeadamente as “severas crises em 2008-2009 e 2019-2020”, e o facto de terem “colocado em evidência os problemas postos pela alteração anormal das circunstâncias, em que as partes fundaram a decisão de contratar”.

É aqui que se fará o exercício do Direito comparado entre os regimes jurídicos nacionais relativos à contratação, pois estes “diferem substancialmente entre si, revelando-se as diferentes concepções acerca do contrato e da sua função social que lhes estão subjacentes”.

Uns e outros

Segundo o comunicado que apresenta a conferência, os sistemas romanistas do Direito possuem “um princípio de equivalência das prestações contratuais, com longa tradição, que permite à parte lesada reclamar, sob certas condições, a modificação ou a resolução dos contratos”, mas depois os “sistemas da Common Law são muito mais restritivos no tocante à admissibilidade da resolução ou modificação do contracto por alteração de circunstâncias”.

Desta forma, “a diversidade de regimes é, inevitavelmente, fonte de insegurança no comércio internacional”, embora “as partes nos contratos disponham de diversos instrumentos que lhes permitem mitigar o problema”, nomeadamente “os acordos de escolha da lei aplicável, as cláusulas de hardship, as convenções de arbitragem que confiram aos árbitros o poder de adaptarem contratos de prestações duradouras a novas circunstâncias e a designação das regras ou princípios comuns a diferentes sistemas jurídicos”.

Na conferência protagonizada por Dário Moura Vicente falar-se-á também das possibilidades encontradas no Direito Internacional Privado, que “faculta aos interessados, em vários dos sistemas referidos, o apelo à reserva de ordem pública internacional a fim de obstarem aos resultados mais injustos da aplicação de leis estrangeiras ou do reconhecimento de sentenças estrangeiras”.

Camões | Anunciada instalação artística comemorativa junto à gruta

Depois da visita a Macau para uma série de actividades de celebração dos 500 anos do nascimento do poeta Luís de Camões, o comissário das celebrações, José Augusto Bernardes, anunciou em Lisboa que Macau passará a ter uma nova pedra comemorativa, nomeadamente “uma peça artística de qualidade”, sem que tenham sido avançados mais nomes ou detalhes

 

A gruta de Camões poderá ter uma nova peça de arte a comemorar os 500 anos do nascimento do poeta. A informação foi anunciada em Lisboa pelo comissário das comemorações do V centenário, o professor catedrático José Augusto Bernardes, que esteve recentemente em Macau.

Segundo a Lusa, Bernardes afirmou que se prevê colocar “uma peça artística de qualidade”, onde estão inseridas diferentes placas assinalando as efemérides relativas ao poeta, como as celebrações de 1880 ou de 1924. O responsável disse que foram já feitos contactos neste sentido, sem adiantar pormenores.

Na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, o comissário-geral da Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, afirmou, na última quinta-feira, querer o país inteiro a celebrar o poeta e “dinamizar a memória camoniana”, tendo sido apresentado o programa das comemorações oficiais, que se estendem até 2026.

O responsável realçou a capacidade de Luís de Camões “unir a comunidade” com os seus escritos, sendo que um dos projectos anunciados para Portugal passa pelos distritos e regiões autónomas escolherem um dia dedicado a Camões, com a colaboração das entidades locais. Nesses casos, a estrutura de missão pode facultar uma exposição itinerante ou um espectáculo musical. A cidade de Coimbra já tem um dia agendado para homenagear o poeta, 12 de Fevereiro do próximo ano, seguindo-se o Funchal a 31 de Março.

Bernardes adiantou que pretende elaborar um “roteiro camoniano”, apesar de lacunas na biografia do poeta, começando pelo local onde nasceu. Foram mencionados municípios como Coimbra, Constância, no distrito de Santarém, e Lisboa.

Debate nas escolas

Mais do que estátuas, como a inaugurada em Lisboa em 1869, Bernardes pretende “debater e não impor Camões”, e levar o poeta às escolas. Para o comissário-geral da Estrutura de Missão, “o tempo das estátuas já acabou” e um “monumento de 12 metros de altura” que ultrapassará a estátua do poeta na Baixa lisboeta, de autoria de Victor Bastos (1830-1894), é a edição das obras completas de Camões, anotadas por camonistas, mas dirigidas ao grande público.

Entre os projectos previstos, José Augusto Bernardes destacou ainda um ‘site’ completo e fundamentado sobre Luís de Camões, tendo referido que na internet se encontra muita informação que constitui lenda ou mito, sendo até “errónea”, sem qualquer verificação científica.

Outro projecto adiantado, foi o de uma “exposição de referência” que ocupará três salas da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), comissariada pelo historiador João Alves Dias, a inaugurar no próximo ano.

A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, encerrou a sessão reforçando o que afirmara na primeira apresentação das linhas programáticas das comemorações camonianas, no passado dia 5 de Junho, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, que assentam em três eixos: cívico-cultural, de investigação e educativo.

As comemorações do quinto centenário do nascimento de Luís de Camões arrancaram oficialmente no passado dia 10 de Junho, com uma programação a estender-se até 10 de Junho de 2026, a difundir em pormenor.

O programa comemorativo dos 500 anos do nascimento de Camões tem uma verba de 2,2 milhões de euros inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2025, mas o comissário-geral espera encontrar outros apoios, como disse à Lusa em Outubro.

Take-away | PJ alerta para casos de burla

A Polícia Judiciária (PJ) emitiu ontem um alerta sobre a ocorrência de vários casos de burla relacionados com serviço de take-away.

Isto porque, segundo um comunicado, “foram criadas falsas páginas no Facebook sobre alegados comerciantes de Macau” que disponibilizavam aos clientes “refeições leves e com baixo teor de gordura”. Numa primeira fase, os mesmos falsos lojistas começaram por vender “diversos tipos de marisco” em promoção.

Após o pagamento feito através da plataforma MPay, com o número disponibilizado nessas páginas falsas, a entrega não foi efectuada no prazo indicado, sendo que os clientes não conseguiram contactar o fornecedor, tendo sido bloqueados no acesso à página. Dados avançados pela PJ falam em 19 queixas desde o início do mês, com prejuízos que variam entre 400 e 1.200 patacas.

Além disso, a burla relacionada especificamente com a compra de refeições com menos gordura “causou prejuízos a várias vítimas entre Maio e Julho deste ano”, sendo que se “transformou numa burla em que falsos lojistas locais vendem marisco a preços promocionais”.

Árvores | Ron Lam exige maior supervisão

O deputado Ron Lam sugere que o Governo melhore a supervisão sobre a segurança das árvores do território, após a recente queda de uma árvore que feriu uma mulher no percurso pedonal da Colina da Guia.

Na interpelação escrita do deputado, este recorda o relatório do Comissariado de Auditoria relativo a 2019 sobre a existência de 647 mil árvores no território, sendo que apenas 24 mil estavam integradas no sistema do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). Além disso, o mesmo relatório dava conta da existência de 79 mil árvores plantadas junto às encostas, perto de zonas onde há grande circulação de pessoas.

Assim, Ron Lam pretende saber como funciona o processo de inscrição e classificação das árvores, e se foram feitas novas inspecções. O deputado quer também saber se a árvore que caiu está no sistema do IAM. Esta entidade confirmou, entretanto, que a árvore foi alvo de inspecção este ano, em Agosto, e que se verificou agora estar podre, o que levou à sua queda.

Mas o deputado questiona porque é que esse problema não foi detectado logo em Agosto, com o respectivo tratamento. Ron Lam pede também uma melhoria do sistema de seguros sobre acidentes em espaços públicos para melhor compensar as potenciais vítimas.

Zhuhai / Atropelamento | Confirmado não haver vítimas de Macau

A polícia de Macau recebeu a confirmação de que nenhum residente da RAEM foi morto ou ferido no brutal atropelamento que tirou a vida a, pelo menos, 35 pessoas em Zhuhai. A polícia da cidade vizinha demorou quatro dias a informar a congénere de Macau. No sábado, foi aprovada a detenção do suspeito, que as autoridades haviam indicado estar em coma

 

Quatro dias depois do ataque que matou, pelo menos, 35 pessoas no Centro Desportivo Xiangzhou, em Zhuhai, as autoridades da cidade vizinha confirmaram aos Serviços de Polícia Unitários de Macau que entre os mortos e feridos não existem residentes da RAEM.

O atropelamento, que ocorreu na passada segunda-feira à noite, deixou 43 pessoas feridas. Porém, desde que a informação oficial sobre o número de mortos e feridos foi revelada, quase 24 horas depois do incidente, não foi feita nenhuma actualização sobre o estado de saúde dos feridos, ou se houve registo de mais óbitos.

À falta de informação sobre o incidente, juntou-se a forte campanha de censura sobre o incidente nas redes sociais chinesas, com quase todo o conteúdo partilhado a ser removido. Uma pesquisa na rede social Weibo sobre o centro desportivo dava apenas alguns resultados no dia seguinte ao atropelamento.

No sábado, o Ministério Público de Zhuhai divulgou um comunicado a indicar ter “aprovado a detenção de Fan, o suspeito no caso de atropelamento e fuga de 11 de Novembro em Zhuhai”, acusado de “colocar em perigo a segurança pública através de meios perigosos”. No WeChat da Procuradoria da cidade vizinha é acrescentado que o caso está em investigação, sem que se saiba o estado de saúde do suspeito, depois de na terça-feira ter sido indicado que Fan estaria em coma depois de golpes de arma branca auto-infligidos.

Estudar o espírito

As autoridades lançaram também um alerta à população da cidade vizinha para a presença de “forças estrangeiras hostis com intenções maliciosas” nas imediações do Centro Desportivo Xiangzhou.

O Comité Permanente do Partido Comunista Chinês da província de Guangdong reuniu no sábado para “estudar e aplicar minuciosamente as importantes instruções dadas pelo secretário-geral Xi Jinping sobre o caso do atropelamento de peões em Zhuhai”, informou ontem o Governo provincial.

O Governo da província vizinha sublinhou que o secretário-geral Xi Jinping “atribui grande importância, e sempre se preocupou,” com a segurança, estabilidade de vida das pessoas, dando “instruções importantes com requisitos claros, que reflectem plenamente os seus sentimentos profundos para com o povo de Guangdong”.

É também realçado que toda a província deve estudar e compreender aprofundadamente o espírito das importantes instruções de Xi Jinping, fazer uma auto-análise ao trabalho desenvolvido até aqui e aprender com o trágico incidente de Zhuhai. O Governo de Guangdong refere que todos os níveis do aparelho partidário devem compreender a “consistente obrigação de aderir a uma abordagem centrada nas pessoas”. “[Devemos] educar e orientar a maioria dos membros e quadros do partido para continuar a estabelecer firmemente o pensamento de desenvolvimento centrado nas pessoas, e colocar a segurança e o bem-estar das massas na posição mais elevada dos nossos corações”, é acrescentado.

Imobiliário | Vendas de fracções e estacionamentos caem 18%

No terceiro trimestre deste ano, foram vendidos 1.289 fracções autónomas e lugares de estacionamento, volume que representa uma descida de 18,1 por cento face ao trimestre anterior. Também o valor pago pelos imóveis caiu 29,9 por cento para um total de 6,53 mil milhões de patacas, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) divulgados na sexta-feira.

No trimestre de referência foram transaccionadas 897 fracções autónomas habitacionais (-129, em termos trimestrais) pelo valor de 5,26 mil milhões de patacas (-20,9 por cento). Já o preço médio por metro quadrado de apartamentos, desceu 5,6 por cento para 86.578 patacas.

Analisando os preços médios de apartamentos, a DSEC indica que na Taipa se registou uma quebra de 14,4 por cento em termos trimestrais, uma descida em Coloane de 11,3 por cento, enquanto na península o preço médio subiu 5 por cento. Importa referir que, no plano global, os preços na península são mais baratos do que nas ilhas.

A DSEC revela também que no terceiro trimestre deste ano, havia 266 fracções autónomas habitacionais com licença de utilização emitida.