Jerónimo Badaraco corre com homenagem a Ayrton Senna

No ano em que se assinalaram 30 anos da morte do piloto Ayrton Senna, Jerónimo Badaraco vai competir com um capacete com as cores que eram utilizadas pelo génio brasileiro. E no regresso à Guia, um circuito onde já triunfou e sempre mostrou um ritmo elevado, Badaraco espera conseguir um lugar nos cinco primeiros.

“É a primeira vez que conduzo o GR86 que tem mudanças manuais neste circuito. Há mais de 10 anos que não ando na Guia com carros com mudanças manuais, mas mesmo assim vou ver se me adapto rapidamente ao carro e espero ficar nos cinco primeiros lugares”, afirmou o macaense ao HM. “Quero ver se me adapto rapidamente, porque se conseguir acho que vou alcançar um bom tempo”, sublinhou.

A sessão de treinos livres de ontem decorreu com o piso molhado, e o macaense foi o segundo mais rápido. No entanto, há a possibilidade de a corrida de sábado acontecer com o piso seco, uma eventualidade para a qual o piloto também está preparado.

“Estou preparado para se a corrida acontecer com o piso molhado ou com seco. Nesta altura, ainda é difícil prever como vão estar as condições”, indicou. “Para mim, não faz assim tanta diferença. Se a pista estiver seca podemos acelerar mais e desfrutar mais do carro, se estiver molhada temos de ter mais cuidado, porque na Guia sabemos que não há margem para errar”, frisou.

O piloto foi 2.º na sessão de treinos livres de ontem e entra em acção às 10h15 de hoje, com a sessão de qualificação, e tem a principal corrida agendada para as 10h55 de sábado.

Célio Dias: a tentar melhorar ao longo do fim-de-semana

Célio Dias vai correr pela primeira vez com um dos vários Toyota GR86 no Circuito da Guia e o objectivo passa por ir melhorando ao longo de todo o fim de semana. Um resultado nos seis primeiros é um bónus, mas ontem o piloto local admitia que seria um resultado difícil.

“O nosso objectivo é chegar ao fim de todas as sessões, porque tenho de ganhar experiência com este carro. Claro que gostava de ficar em sexto ou melhor classificado, mas tenho algumas limitações, porque ainda preciso de procurar as melhores afinações do carro”, afirmou o piloto ao HM. “Vai ser a primeira vez que vou conduzir este carro em Macau, porque é o primeiro ano de competição com este GR86, e ainda estou a tentar encontrar as afinações ideais para o meu estilo de condução, e não tem sido fácil”, admitiu.

Célia Dias também explicou que as provas de classificação para o Grande Prémio de Macau, disputadas no Interior, tiveram resultados aquém das expectativas, mas espera inverter o cenário.

“Fiz duas provas no Interior, antes do Grande Prémio, mas não consegui bons resultados, porque não tinha as afinações que pretendidas”, indicou. “Chego a Macau e sinto que as afinações estão ligeiramente melhores, mas espera melhorar sempre ao longo de todo o fim-de-semana de provas”, acrescentou.

O piloto foi 10.º na sessão de treinos livros de ontem e entra em acção às 10h15 de hoje, com a sessão de qualificação, e tem a principal corrida agendada para as 10h55 de sábado.

O imperador e a escritora. Sem olhos em Gaza.

No seu leito de morte, o imperador Adriano ainda escreveu ou ditou um poema, talvez o último da sua vida irrepetível:

Animula vagula blandula

Hospes comesque corporis

Qua nunc abibis in loca

Palidula, rigida, nudula

Nec, ut solles, dabis locos.

Ou seja, em português de lei:

Pequena alma terna flutuante

Companheira e hóspede do corpo

Agora se prepara para descer a lugares

Pálidos, árduos, nus

Onde terás mais dos devaneios costumeiros.

(Tradução da historiadora Letícia de Andrade)

Andei anos até saber quem era o autor destes versos e nem a Marguerite Yourcenar, aquela extraordinária escritora belga que foi viver para os EUA e pertence ao grupo dos meus imprescindíveis teve a caridade de dizer. Mas em “De Olhos Abertos” disse a Matthieu Galey:

“Quando se ama a vida, eu diria sob todas as suas formas, tanto as do passado como as do presente – pela simples razão de que o passado é maioritário, como diz não sei que poeta grego, sendo mais longo e mais vasto do que o presente, sobretudo este estreito presente de cada um de nós –, é normal que se leia muito. Por exemplo, durante anos li a literatura grega, às vezes de uma forma mais intensa, durante longos períodos, ou ao contrário, aqui e ali, viajando com este ou aquele filósofo ou poeta grego na bolsa. No final, reconstruí a cultura de Adriano: sabia mais ou menos o que Adriano lia, a que é que se referia, a maneira como olhava certas coisas através dos filósofos que lera. Não disse a mim própria: ‘Preciso de escrever sobre Adriano e informar-me acerca do que ele pensava.’ Julgo que nunca se chega lá desta maneira. Acho que temos de nos impregnar de um assunto por completo até que ele saia da terra, como uma planta cuidadosamente regada.»”

Depois da morte do pai, em 1929, Yourcenar decidiu gastar a herança numa vida de boémia, passada entre Paris, Lausana, Atenas, as ilhas gregas, Constantinopla, o Cáucaso e Bruxelas. Teve relações amorosas com algumas mulheres e apaixonou-se por um homossexual, André Fraigneau, escritor e editor da Grasset.

Em 1939, o seu conhecimento da Alemanha nazi e a falta de recursos levaram-na a partir para os EUA, juntando-se a Grace Frick, sua companheira havia dois anos, e com quem viveu até à morte desta, em 1979. A partir de 1950, instalou-se com Grace na ilha de Montes Desertos, designando a sua casa em madeira por “Petite Plaisance”.

O que lhe permitiu deixar a sua atividade docente foi o êxito internacional de “Memórias de Adriano” (1951).

Em meados dos anos 60 visitou Lisboa, Sintra, Évora e a Madeira. Antes de falecer, a 17 de dezembro de 1987, ainda escreveu para sempre “A Obra ao Negro”. Está enterrada no Cemitério de Brookside, em Somerville, no Maine, EUA.

Já de Adriano eu apenas sabia que teve um amante chamado Antino e, quando este se afogou no Nilo, em 130 d.n.e., ficou por se saber se ele caiu nas águas do rio, se cometeu suicídio ou se foi empurrado, mas, depois da sua morte, Adriano imediatamente o declarou um deus e fundou em sua memória a cidade de Antinópolis, no Egito, no local onde o cadáver do seu namorado foi encontrado.

Adriano nasceu provavelmente em Itálica, na Hispânia. Foi um imperador viajante, visitando quase todas as províncias e passando muito tempo longe de Roma. Era um amante da cultura grega e procurou fazer de Atenas a capital cultural do Império, ordenando a construção de vários templos sumptuosos na cidade.

O seu casamento com Vibia Sabina, sobrinha-neta do Imperador Trajano, foi infeliz e não produziu filhos.

Em 138 adotou Antonino Pio e nomeou-o seu sucessor. Faleceu no mesmo ano em Baías. Foi divinizado por Antonino, a despeito da oposição do Senado, que sempre o considerou distante e autoritário.

Adriano tem suscitado opniões divrgentes entre os críticos, descrito como enigmático e contraditório, capaz tanto de atos de grande generosidade como de extrema crueldade, dominado por uma curiosidade insaciável, pelo orgulho e pela ambição.

O renascimento do interesse contemporâneo pela sua figura deve muito ao romance “Memórias de Adriano” de Marguerite Yourcenar , publicado em 1951.

A sua primeira viagem foi em 121, visitando a Gália, a Germânia e a Britânia, uma província agitada por rebeliões, onde iniciou a construção da célebre Muralha de Adriano, destinada a conter as invasões e migrações de bárbaros. Em Roma supervisionou a reconstrução do Panteão e terminou a sua ‘villa’ de repouso, em Tivoli.

Caçou leões no deserto da Líbia e morreu em 10 de julho de 138, em Roma, depois de uma longa doença. O seu corpo foi depositado num mausoléu que veio a ser transformado no atual Castelo de Santo Ângelo, em Roma.

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MUITO antes do “bom samaritano” que Lucas não nomeou, de Anne Frank, de Aristides de Sousa Mendes, de Ho Chi Min e de Mohammad Arafath, já Aristóteles perguntava: “Haverá flagelo mais terrível do que a injustiça de armas na mão?”

De facto, antes e depois do jogo de futebol entre o Ajax de Amesterdão e o Maccabi Tel Aviv, ocorreu variado e abundante vandalismo que a nossa televisão não mostrou de um certo lado, o dos israelitas, e empolou do outro, o dos árabes ou originários de países muçulmanos. Vimos israelitas a entoar canções que enaltecem o comportamento das IDF (Forças de Defesa sionistas) na Palestina ocupada e arrancando as bandeiras palestinianas que iam encontrado na sua marcha por Amsterdão. Muitos de nós viram também “mouros” corajosos a retaliar de forma por vezes igualmente violenta.

A Comissão Europeia condenou estes atos e ignorou a selvageria hebraica. Para Von der Leyen, a islamofobia pode ser um modo natural de respirar no mundo em que vivemos.

Surpreendentemente, até em Israel, o “Haaretz”, um jornal visceralmente sionista, mas avesso a Netanyahu e ao pior de Biden, Harris e Trump, afirmava no dia de S. Martinho, em editorial, que o Exército israelita está a levar a cabo uma operação de limpeza étnica no Norte da a Faixa de Gaza” e que os poucos palestinianos no local estão a ser levados à força”. E mesmo que “foram destruídas casas e infraestruturas bem como há estradas largas a ser construídas para completarem a separação das comunidades do Norte das do Centro da cidade de Gaza!”. Completando o horror da situação, um residente local contava no mesmo dia a “The Washington Times”: “Antes comíamos erva, agora nem isso temos. A cidade é agora um cemitério.”

E isto quando até em Israel, o “Haaretz”, um jornal visceralmente sionista, mas avesso a Netanyahu e ao pior de Biden, Harris e Trump, afirmava no dia de S. Martinho, em editorial, que “o Exército israelita está a levar a cabo uma operação de limpeza étnica no norte da Faixa de Gaza” e que os poucos palestinianos no local estão a ser levados à força” e que “foram destruídas casas e infraestruturas bem como há estradas largas a ser construídas para completar a separação das comunidades do norte das do centro da cidade de Gaza!. (…) Parece que foi atingido por um desastre natural.”

E Lousie Waterige, responsável da UNRWA, o organismo da ONU que Israel nunca respeitou, disse neste fim-de-semana “não há maneira de dizer onde a destruição começa ou acaba. Não interessa de que direção se entra na cidade de Gaza. Casas, hospitais, escolas, clínicas, mesquitas, apartamentos, restaurantes, está tudo totalmente arrasado”.

A cidade e tudo à volta parecem, de facto, “um cemitério em que as vítimas são, sobretudo, mulheres e crianças. Segundo um relatório publicado na sexta-feira pelo supracitado Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, estas “representam quase 70% dos mortos na Faixa Gaza”, uma análise feita com base em 8 119 mortes identificadas durante os primeiros seis meses de guerra.

Ainda segundo este mesmo relatório, também citado por “The Washington Post”, cerca de 80% dos mortos estavam em casas ou outro tipo de habitação, dados estes que “dão peso às alegações de que Israel tem atacado indiscriminadamente”.

COP29 | Organização timorense recupera mangais

Em Hera, nos arredores de Díli, são plantados anualmente 30.000 pés de plantas de mangal para tentar recuperar um ecossistema, fundamental para a protecção da área costeira de Timor-Leste, que perdeu cerca de cinco mil hectares desde 1940.

A iniciativa é da organização não-governamental (ONG) Conservação Flora e Fauna, liderada por Alito Rosa, que além dos viveiros em Hera, tem também um centro de estudos e pesquisa, que pode ser visitado por todas as pessoas para que conheçam os mangais e os benefícios deste ecossistema, mas também sobre os corais e as pradarias marinhas.

“No tempo português, havia nove mil hectares de mangais agora há quatro mil hectares”, disse à Lusa Alito Rosa. Segundo o ambientalista, os mangais em Timor-Leste foram desaparecendo devido ao corte das plantas para lenha, mas também devido às atividades de desenvolvimento e às alterações climáticas.

“O mangal é muito importante porque protege as comunidades da erosão costeira, reduz os desastres naturais, como inundações, além disso o mangal tem um potencial económico para a pesca e turismo, e pode mitigar as alterações climáticas, através da absorção de gases de carbono”, disse.

Tóquio mantém pena de morte contrariando parecer de especialistas

O Governo japonês descartou ontem a abolição da pena de morte, rejeitando o parecer do painel de peritos nacionais que defendem uma revisão daquela pena num contexto de pressão internacional para que o Japão ponha fim às execuções.

“O Governo acredita que não é apropriado abolir [a pena de morte]. A pena de morte é inevitável para uma pessoa que cometeu um crime extremamente grave e atroz”, disse ontem o porta-voz, Yoshimasa Hayashi, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.

Na quarta-feira, um painel 16 especialistas, incluindo antigos procuradores, agentes policiais e académicos, propôs ao Governo e à Dieta (Parlamento Japonês) a criação de um órgão para discutir se a pena de morte deveria ser mantida.

Os peritos, subordinados ao secretariado da Federação Japonesa das Ordens de Advogados, apelaram ao fim da pena de morte devido à “tendência internacional” de abolição da referida pena.

O relatório deste painel de especialistas, criado em Fevereiro, lembrou a história do japonês Iwao Hakamada, o prisioneiro que passou mais tempo no corredor da morte, num total de 47 anos, e que foi absolvido este ano depois de, numa repetição do seu julgamento, ter sido declarado inocente sobre a falsificação de provas.

“Quando ocorre um erro, leva muito tempo para corrigi-lo”, lê-se no relatório do grupo de especialistas.

O Japão e os Estados Unidos são os únicos do Grupo dos Sete países mais desenvolvidos (G7) que têm penas de morte. A União Europeia proíbe a adesão aos Estados onde esta pena está em vigor. A organização de direitos humanos Amnistia Internacional tem pedido a Tóquio para rever esta pena.

Já a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou um protocolo opcional destinado a abolir a pena de morte em Dezembro de 1989, que o Japão não assinou.

A última execução realizada no país asiático ocorreu em 26 de Julho de 2022, quando o então ministro da Justiça, Yoshihisa Furukawa, ordenou o enforcamento de Tomohiro Kato, de 39 anos, responsável por um massacre em 2008 no distrito de Akihabara, em Tóquio.

A referida execução ocorreu com a actual formação governante, o Partido Liberal Democrático (LDP) no poder, à semelhança das 24 anteriores, ocorrida entre 2012 e 2018, com Sadakazu Tanigaki e, posteriormente, Yoko Kamikawa como ministros da Justiça.

Os resultados de uma pesquisa promovida pelo executivo japonês em 2019 sobre o apoio popular à pena de morte no país asiático reflectem que 9 por cento da população japonesa acredita que esta “deveria ser abolida”, enquanto 80,8 por cento considera “inevitável” que se apliquem este tipo de condenações.

Nigéria | Assinado acordo com empresa estatal chinesa para revitalizar fábrica de gás

A Nigéria assinou um acordo de 1,2 mil milhões de dólares com uma empresa estatal chinesa para revitalizar uma fábrica de processamento de gás, que pode garantir a liderança na produção de alumínio.

O acordo entre a empresa estatal chinesa CNCEC e o Grupo BFI, um dos principais investidores da Aluminum Smelter Company of Nigeria, vai revitalizar a fábrica de processamento de gás de 135 milhões de pés cúbicos padrão numa fundição.

O anúncio foi feito na terça-feira pelo ministro de Estado do Gás da Nigéria através de uma publicação nas redes sociais.

O ministro de Estado do Gás, Ekperikpe Ekpo, mostrou-se optimista em relação ao “investimento significativo”, afirmando que este colocaria a fundição “de novo no caminho para se tornar um produtor líder de alumínio para os mercados nacional e internacional”.

A relação económica entre a Nigéria e a China aprofundou-se em 2016, quando a administração do antigo Presidente Muhammadu Buhari visitou o Presidente chinês Xi Jinping e assinou uma série de acordos. Desde então, empresas chinesas foram contratadas para construir caminhos-de-ferro e fornecer infra-estruturas na Nigéria, o país mais populoso de África.

Apesar de ser um grande produtor de petróleo em África, a Nigéria tem alguns dos níveis de pobreza e de fome mais elevados do mundo. O Presidente Bola Tinubu, que tomou posse no ano passado, iniciou reformas para reduzir a despesa pública e atrair o investimento estrangeiro.

No entanto, o país continua a enfrentar desafios económicos, incluindo uma taxa de inflação elevada que dura há 28 anos. A sua moeda, a naira, está a registar mínimos históricos em relação ao dólar.

Nos últimos meses, muitos nigerianos saíram à rua para protestar contra as dificuldades económicas que, segundo eles, são causadas pelas reformas.

Lima | Biden vai ter terceiro e último encontro bilateral com Xi

O Presidente dos EUA, Joe Biden, vai reunir-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, na capital peruana, Lima, durante a reunião do Fórum de Cooperação Económica Ásia Pacífico (APEC) pela terceira e última vez, informaram fontes oficiais norte-americanas.

“É uma oportunidade para pôr em dia os esforços dos últimos quatro anos para gerir uma concorrência responsável e sobre como os dois Estados avançaram em áreas de interesse comum, mesmo com profundas diferenças e intensa concorrência”, indicaram as fontes, durante contactos com a imprensa.

A reunião vai ocorrer amanhã, sendo a terceira vez que se encontram pessoalmente, depois de San Francisco, no Estado da Califórnia, há um ano, e de Bali, na Indonésia, em Novembro de 2022.

“É de esperar que o Presidente expresse a sua profunda preocupação com o apoio da China à Federação Russa na guerra contra a Ucrânia, bem como sobre o destacamento de mais de 10 mil soldados norte-coreanos na Federação Russa”, expressaram aquelas fontes.

Biden também avisará Xi de que os ataques informáticos provenientes da China têm “o potencial de desestabilizar a relação bilateral” e afectar os sectores tecnológicos chineses.

Os funcionários norte-americanos não quiserem especular sobre como o presidente eleito, Donald Trump, vai relacionar-se com a China, mas consideraram que vai enfrentar uma “relação dura e complicada”.

Brasil | Lula e Xi juntos para reforçar parceria

O Presidente chinês, Xi Jinping, estará em Brasília na próxima quarta-feira para uma reunião bilateral com o chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, e reforçar a parceria em “todos os sectores do Governo”, anunciou na quarta-feira a diplomacia brasileira.

Desde quarta e até domingo, Xi Jinping estará em visita de Estado no Peru para participar no fórum Cooperação Económica Ásia-Pacífico (Apec), (ver páginas 10-11) seguindo depois para a cidade brasileira do Rio de Janeiro, para a Cimeira do G20, na qual estarão presentes os principais líderes mundiais, à excepção do líder russo, Vladimir Putin.

Na quarta-feira, o líder chinês vai a Brasília, onde será recebido no Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente do Brasil, por Lula da Silva.

Em conferência de imprensa na passada quarta-feira em Brasília, o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Eduardo Paes Saboia frisou que vão ser assinados vários acordos de uma “magnitude que envolve todos os sectores do Governo, muitos acordos em todas as áreas”.

Essas aéreas incluem agricultura, comércio, finanças, sinergias entre políticas de finanças, infra-estrutura, transformação ecológica, rotas de integração, indústria automóvel, criação de fundos chineses e brasileiro, entre outros, não fosse a China o maior parceiro comercial do Brasil.

Em 2003, de acordo com dados oficiais, o comércio entre os dois países cifrava-se em seis mil milhões de euros. Em 2009, a China tornou-se no primeiro parceiro económico do Brasil e, em 2023, as trocas comerciais chegaram aos 160 mil milhões de euros. A China é responsável por mais de metade do superavit brasileiro, alicerçada em produtos como a soja, minério de ferro e petróleo bruto.

A importância da China para o Brasil foi também evidente numa das primeiras viagens oficiais de Lula da Silva ao assumir o seu terceiro mandato, a 1 de Janeiro de 2023, numa visita de Estado para reafirmar a importância do parceiro estratégico, após quatro anos de turbulências diplomáticas causadas pela administração de Jair Bolsonaro, mais alinhada à política externa norte-americana da administração de Donald Trump.

Estão ainda em negociação mais protocolos para exportação “de mais produtos chineses para a China”, havendo a “expectativa de investimentos e grandes projectos”, detalhou o embaixador brasileiro.

Por traçar

O Brasil e a China, países fundadores do grupo BRICS, juntamente com a Rússia, que comemoram este ano 50 anos do estabelecimento de laços diplomáticos, vão ainda discutir temas geopolíticos como a guerra na Ucrânia, um tema no qual partilham uma opinião comum.

A discussão destes temas “acontecem naturalmente quando se reúnem dois líderes importantes preocupados com a paz e desenvolvimento”, disse Eduardo Paes Saboia.

Questionado sobre a possibilidade de o Brasil ingressar no megaprojecto chinês “Uma Faixa, Uma Rota”, ao qual vários países latino-americanos já aderiram, o embaixador brasileiro preferiu não responder.

China | Crimes com armas e explosivos diminuíram 25,8% em 2023

A China registou ontem uma queda de 25,8 por cento nos crimes relacionados com armas e explosivos em 2023, de acordo com dados do ministério da Segurança Pública do país.

A redução é atribuída a uma operação especial de três anos, lançada em Junho de 2022, que abrangeu tudo, desde o fabrico e tráfico doméstico até ao contrabando transfronteiriço, com medidas que incluem confiscos, vigilância na Internet e coordenação interdepartamental, informou a televisão estatal CCTV.

O ministério anunciou a resolução de 19.000 casos envolvendo armas de fogo e explosivos, o desmantelamento de 54 grupos criminosos e a destruição de 237 bases criminosas.

As autoridades prenderam 831 suspeitos e apreenderam 495 armas de fogo e 290 toneladas de precursores químicos. As províncias centrais de Jiangxi e Hubei destacaram-se pelo desmantelamento das redes de produção e tráfico, com 34 operações coordenadas a nível nacional.

Um aspecto fundamental da operação, segundo a agência governamental, foi a monitorização da Internet, onde foi detectado um aumento das actividades ilegais relacionadas com a venda e o fabrico de armas.

As autoridades observaram que muitos indivíduos publicam métodos de fabrico de explosivos ou peças de armas em plataformas digitais, o que levou a uma intensificação da limpeza de conteúdos ilegais e à imposição de sanções administrativas ao abrigo da Lei de Cibersegurança do país.

Foram ainda reforçados os controlos nas zonas rurais e montanhosas para evitar a utilização indevida de armas, especialmente em actividades como a caça ilegal.

O ministério lançou também uma campanha de sensibilização para informar a população sobre os riscos e as leis relacionadas com as armas e os explosivos. No total, foram recebidas 1.440 queixas, tendo sido resolvidos 567 casos, de acordo com dados oficiais.

Posse restrita

Na China, a utilização de armas de fogo está limitada às forças de segurança, aos militares e ao pessoal que protege instalações de importância estatal. A posse de armas de fogo por civis está restringida principalmente às organizações desportivas e de caça, sendo as armas de fogo ilegais para os indivíduos, excepto em casos excepcionais, como as licenças de caça.

Os dados mais recentes do Swiss Small Arms Survey, um inquérito que estima o número de armas ligeiras nas mãos de civis em todo o mundo, tanto legais como ilegais, mostram que, em 2017, a China tinha quase 50 milhões na posse de cidadãos, um número considerado exagerado pelos analistas chineses.

O estudo afirma que 3,5 em cada 100 cidadãos chineses possuem uma arma, um número que contrasta fortemente com os Estados Unidos, líder mundial, onde a taxa é de 120,48 armas por 100 pessoas.

China | Produção anual de veículos de energia nova supera 10 milhões de unidades

A produção de veículos de energia nova (NEV) na China ultrapassou pela primeira vez, este ano, os 10 milhões de unidades, indicou a Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa, reflectindo o rápido desenvolvimento do sector no país.

A produção de NEV, termo que se refere principalmente aos eléctricos, mas também a outras tecnologias minoritárias, como as alimentadas por células de combustível de hidrogénio, cresceu de forma constante na última década, de apenas 18.000 unidades em 2013 para um milhão em 2018, de acordo com um relatório da associação.

Em 2022, o número anual ultrapassou os cinco milhões e, este ano, a produção aumentou 4,3 por cento em relação às 9,58 milhões de unidades do ano passado, ultrapassando os 10 milhões a mais de um mês e meio do fim do ano.

A Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa prevê que a produção total possa ultrapassar as 12 milhões de unidades até ao final deste ano, impulsionada pelas políticas governamentais que facilitaram as melhorias tecnológicas e de infra-estruturas.

Este aumento da produção surge num contexto de tensões comerciais entre a China e a UE, decorrentes das acusações de Bruxelas de que os fabricantes chineses de veículos eléctricos recebem subsídios estatais que lhes permitem vender os produtos a preços significativamente mais baixos no mercado europeu, o que é considerado uma prática de concorrência desleal.

Dente por dente

Em resposta, a Comissão Europeia impôs, em Outubro, taxas alfandegárias provisórias sobre os eléctricos oriundos da China, incluindo de 35,3 por cento à SAIC e de 17 por cento à BYD, invocando a necessidade de proteger a indústria automóvel europeia.

Estas medidas afectaram igualmente os fabricantes ocidentais que produzem na China, incluindo a Tesla, cujos automóveis produzidos no país asiático passaram a estar sujeitos a uma taxa de 7,8 por cento.

A China negou as acusações e apresentou queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as taxas violam as regras comerciais. Pequim também iniciou investigações sobre importações europeias, como produtos lácteos e carne de porco.

Apesar das tensões, ambas as partes demonstraram progressos nas negociações e comprometeram-se a prosseguir o diálogo para evitar uma escalada que afectaria o comércio bilateral e a indústria automóvel mundial, anunciou o Ministério do Comércio da China, na semana passada.

Peru | Xi diz que porto de Chancay é “caminho da prosperidade”

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem que o porto de Chancay, construído pela China no Peru, vai servir como “caminho para a prosperidade”, num artigo publicado no jornal ‘El Peruano’, a propósito da inauguração da infraestrutura.

Xi, está no Peru para participar na cimeira do fórum de Cooperação Económica Ásia -Pacífico (APEC), e inaugurar o porto, que foi construído e financiado pela China, no valor de 3,5 mil milhões de dólares.

O Peru é, depois do Brasil, o país latino-americano onde a China investiu mais em 2023, segundo dados oficiais. Pequim e Lima vão também assinar um Acordo de Livre Comércio.

Xi lembrou que com a conclusão da primeira fase do porto, a viagem marítima entre o Peru e a China poderá ser reduzida para 23 dias, cortando em mais de 20 por cento os custos com o transporte de bens.

O líder chinês estimou os rendimentos anuais em 4,5 mil milhões de dólares e a criação de mais de 8000 empregos directos para o Peru.

A tecnologia, uma abordagem ecológica e a ênfase na segurança caracterizam o porto, que, no entanto, também gerou críticas pela influência da China sobre uma infra-estrutura vital na região.

Xi defendeu que o Peru pode “estabelecer um paradigma de ligação multidimensional, diversificado e eficiente que liga a costa e o interior do país”.

“Devemos levar a bom termo a construção e a operação deste porto, para que possa ser um verdadeiro caminho para a prosperidade e promover o desenvolvimento comum entre a China e o Peru, e entre a China e a América Latina”, acrescentou.

O porto está localizado 80 quilómetros a norte de Lima e é detido em 60 por cento pela empresa estatal chinesa Cosco Shiping e em 40 por cento pela empresa mineira peruana Volcan Compañía Minera, o quarto maior produtor de prata e zinco do mundo.

A infra-estrutura permitirá ao Peru receber grandes navios com uma capacidade de carga de até 24.000 contentores. O objectivo é mobilizar entre 30 por cento e 40 por cento da carga nacional destinada à China e ao Sudeste Asiático nos primeiros anos de funcionamento. A infra-estrutura é também de interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao Oceano Pacífico.

Amizade frutífera

O projecto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay.

Xi Jinping recordou no artigo que o Peru foi um dos primeiros países latino-americanos a estabelecer relações diplomáticas com a China e que os laços bilaterais “têm vindo a avançar a um ritmo constante, especialmente após o estabelecimento da Parceria Estratégica Abrangente em 2013”.

Xi sublinhou que a cooperação sino -peruana produziu “resultados frutíferos e benefícios tangíveis para ambos” e apelou ao Peru para “praticar o verdadeiro multilateralismo e promover um mundo multipolar igualitário e ordenado”, bem como uma “globalização económica benéfica e inclusiva”.

Oficialmente, a China tem apenas um porto militar além-fronteiras, no Djibuti, no Corno de África. Mas alguns dos seus portos comerciais também são utilizados para reabastecer e carregar navios de guerra, como as instalações em Hambantota, no Sri Lanka.

Na última década, o país asiático construiu de raiz ou comprou participações maioritárias numa vasta rede de portos fundamentais para o comércio mundial, desde o Pireu, na Grécia, a Gwadar, no Paquistão.

Segundo o grupo de reflexão Council on Foreign Relations, as empresas estatais chinesas detêm já participações em cerca de 100 portos em 64 países, em todos os oceanos e continentes, excepto na Antártida. A própria China alberga oito dos dez maiores portos de contentores do mundo.

IIM | Exposição de fotografia sobre “Duplo Aniversário” dia 23

Será inaugurada no próximo dia 23 de Novembro uma nova exposição de fotografia da iniciativa do Instituto Internacional de Macau (IIM). Trata-se da mostra “Celebração calorosa do 75º. Aniversário da implantação da República Popular da China: No 25º aniversário do estabelecimento da RAEM – os sucessos alcançados na preservação e valorização do património cultural”, que tem o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura.

Além disso, associações locais colaboraram também para a realização deste projecto, nomeadamente a Associação dos Embaixadores do Património de Macau e o Grupo de Danças e Cantares de Macau.

Nesta mostra, reúnem-se cerca de 80 trabalhos, da autoria de vários fotógrafos de Macau e de outras regiões, sendo as imagens fruto do concurso de fotografia anualmente realizado pelo IIM.

Segundo um comunicado, “além de conjugar com as épocas festivas de Macau, a mostra retrata imagens da riqueza cultural do património de Macau e também os sucessos alcançados pela RAEM ao longo dos seus 25 anos, na preservação e promoção patrimonial de Macau”.

A exposição pode ser visitada no IIM até ao dia 27 de Dezembro. Poderá ainda ser visto o documentário “Heritople”, dedicado ao tema do património cultural de Macau, e recentemente produzido pelo IIM e apoiado pela Fundação Macau.

Arquitectos da DOCOMOMO debatem hoje preservação de edifícios

Decorre hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), uma conferência promovida pelo DOCOMOMO – Centro de Investigação, intitulada “Entrelaçando Paisagens: Porquê, como é que edifícios podem ser preservados?” apresentada por Diogo Burnay e Cristina Veríssimo.

Segundo um comunicado, esta palestra pretende responder a uma série de questões sobre a preservação de edifícios com interesse histórico ou cultural, nomeadamente “como pode a preservação dos edifícios existentes contribuir para resolver questões ambientais e sociais mais vastas?”, ou “porque é que a memória cultural viva da comunidade pode beneficiar da preservação dos edifícios?”.

Outras questões dão ainda o mote ao debate, como “quais poderão ser as novas histórias, narrativas e resultados que emergem do entrelaçamento do património cultural e das intervenções arquitectónicas contemporâneas”.

Dão-se exemplos de alguns projectos edificados em Portugal, como a plataforma linear e longitudinal da antiga Estação Ferroviária de Mora, que se tornou o caminho de ligação entre os diferentes edifícios do novo Centro Interpretativo Megalítico de Mora.

Por sua vez, o Museu da Tapeçaria de Arraiolos “é a nova vida de um edifício que já foi: um convento, um Hospital e um Quartel-General Militar”. Já a Escola Braamcamp Freire “reúne edifícios antigos e novos de uma forma interligada para formar uma entidade holística e uma experiência espacial para a sua comunidade”.

Irá também falar-se do centro arqueológico fenício de Tavira que “explorou a nova estrutura de cobertura que alberga o antigo povoado fenício, como plataforma pública, ligando os achados arqueológicos à cidade existente”.

Quem é quem

Diogo Burnay é professor associado da School of Architecture, Dalhousie University, Halifax, Canadá desde 2012. Foi director da Escola de Arquitectura de 2012 a 2022. Tem mestrado em Arquitectura, Bartlett School of Architecture, University College London, Londres, Inglaterra, 1995.

Trabalhou em Lisboa com Maria Manuel Godinho de Almeida e Duarte Cabral de Mello em 1989; em Londres, na Building Design Partnership, entre 1988 e 1990; em Macau com Manuel Vicente, entre 1992 e 1995 e na OBS Arquitectos, entre 1995 e 1997.

Diogo Burnay foi também docente na Escola de Arquitectura da Universidade de Hong Kong em 1995; na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, de 1997 a 2011; na College of Design da University of Minnesota em 2002 e 2006 e na Architecture School University of Texas, Arlington, 2007.

Cristina Veríssimo é professora desde 2024 na Escola de Arquitectura da Dalhousie University, Canadá, desde 2013 e desde 2024 é Professora Associada. Tem mestrado em Arquitectura, MArch II, GSD Harvard University, 2002.

Trabalhou em Lisboa com Carrilho da Graça (1987 – 1989). Trabalhou em Londres com Zaha Hadid (1989 – 1991). Em Macau, Cristina Veríssimo esteve na Profabril (1992-1997). Leccionou na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, de 1999 a 2012.

Diogo Burnay e Cristina Veríssimo fundaram a CVDB Arquitectos em 1999. O atelier já recebeu prémios nacionais e internacionais, como o primeiro prémio edifício educacional WAN 2013 e melhor edifício educacional do ano 2014 do Archdaily, Architectural Review 2015. Actualmente o atelier é responsável pela edificação do Supremo Tribunal de Justiça de Moçambique.

Cinemateca | Novembro traz clássicos de Hollywood dos anos 90

“De olhos bem fechados”, o último filme de Stanley Kubrick que juntou o então casal Nicole Kidman e Tom Cruise na tela, é um dos destaques da secção “Encantos de Novembro” da Cinemateca Paixão, com a primeira exibição amanhã. “O Sexto Sentido”, de Bruce Willis, é outro clássico apresentado

 

A Cinemateca Paixão decidiu, este mês, ir buscar dois clássicos do cinema de Hollywood de 1999 para enriquecer o ecrã. Um deles é “De olhos bem fechados”, o último filme de Stanley Kubrick, que fez sucesso por juntar o então casal Nicole Kidman e Tom Cruise, separados há vários anos.

O filme, onde a sexualidade e o erotismo estão bem presentes, será exibido este sábado na Cinemateca às 21h30, com repetição na próxima terça-feira às 19h30.

Tom Cruise interpreta o personagem de um médico bem-sucedido, casado e com uma filha pequena, que um dia embarca numa aventura após conhecer um antigo colega de faculdade num bar. Aí começa uma empolgante teia de mistérios que muda a vida do casal para sempre, com o médico a tentar perceber aquilo que viu num palacete.

Do baú de Hollywood foi também retirado outro êxito, “O Sexto Sentido”, com Bruce Willis, que também se exibe este sábado a partir das 19h30, com repetições no domingo à tarde e depois no dia 23.

Neste filme, Bruce Willis é um psiquiatra que começa a tratar uma criança que vê os mortos. Porém, nesta trama cheia de suspense, depressa se percebe que o terapeuta está demasiado envolvido no caso em termos pessoais, não conseguindo desligar-se e dar atenção à família. O filme exibido na Cinemateca é uma cópia restaurada.

Novos asiáticos

Além dos clássicos de Hollywood, “Encantos de Novembro” traz também cinema asiático. Uma das escolhas recai em “Blossoms under somewhere”, da realizadora de Hong Kong Riley Yip, exibido na próxima quinta-feira a partir das 19h30.

Este filme foi premiado pela Iniciativa Primeira Longa-Metragem do Fundo de Desenvolvimento Cinematográfico de Hong Kong e conta a história de Ching, uma rapariga de liceu que quer apaixonar-se por alguém, mas, como é gaga, sente receio em estabelecer contacto com os outros.

Ching gere um negócio de lingerie em segunda mão juntamente com Rachel, uma amiga, tentando aí atrair não só a atenção dos compradores, mas também o seu amor. Neste processo, Ching acaba por perder a sua única amizade.

“Ghost Cat Anzu”, filme japonês de animação, é a aposta da Cinemateca Paixão para amanhã, a partir das 16h30, e para a próxima quarta-feira, às 19h30. A história remete para Karin, uma menina abandonada pelo pai numa pequena cidade onde vive o seu avô, um monge, mas este pede a Anzu, um gato, para tomar conta da neta.

De Taiwan chega-nos “Yen and Ai-Lee”, que teve oito nomeações para os Prémios Cavalos de Ouro deste ano, e que se exibe no próximo domingo, 24, às 21h.

A história gira em torno de Yen, que depois de cumprir oito anos de prisão pela morte do pai regressa à sua aldeia natal, Hakkanese, procurando reconciliar-se com o passado e a sua própria mãe, Ai-Lee.

Porém, o regresso torna-se ainda mais complicado, pois na cidade de Kaoshiung existe uma misteriosa estudante de representação que ronda a família e que tem grandes semelhanças físicas com Yen. Quando os dois se conhecem, o destino parece trazer consigo um segredo partilhado por ambos que leva o telespectador a questionar o que poderá acontecer aos dois. Todos estes filmes asiáticos seleccionados pela Cinemateca Paixão são deste ano.

SS | Cerca de 20% de idosos sofre de diabetes

Celebrou-se ontem o Dia Mundial da Diabetes, definido pela Federação Internacional de Diabetes (FID) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1991. Dados de Macau de há oito anos, referidos pelos Serviços de Saúde (SS), mostram que “cerca de 20 por cento com idade igual ou superior a 65 anos sofrem de diabetes”, sendo que “com o envelhecimento da sociedade de Macau, a taxa de incidência de doenças crónicas, como a diabetes, vai subir gradualmente e os encargos com estas doenças também vão continuar a aumentar”.

Assim, os SS destacam que esta doença crónica “comum e controlável” é passível de ter um “diagnóstico precoce e gestão eficaz, podendo reduzir o risco de complicações”.

De acordo com estatísticas da FID, os casos de diabetes em todo o mundo atingiram 537 milhões, prevendo-se que o número poderá chegar a 783 milhões em 2045. No caso da RAEM, os SS dizem estar a “promover indicadores de qualidade para a gestão das doenças crónicas, incluindo a regulamentação das normas para diagnóstico e das directrizes de tratamento, como a diabetes, hipertensão, hiperlipidemia e obesidade ou excesso de peso, no sentido de implementar uma gestão normalizada das doenças crónicas”.

Festival de Gastronomia | Alimentação saudável em destaque

Arranca hoje mais uma edição do Festival de Gastronomia de Macau que se realiza até ao dia 1 de Dezembro. O público poderá desfrutar de vários tipos de gastronomia, incluindo espaços de alimentação saudável promovidos pelos Serviços de Saúde, com a participação do restaurante Riquexó

 

O território volta a acolher a partir de hoje, e até ao dia 1 de Dezembro, mais uma edição do Festival de Gastronomia de Macau, que volta a disponibilizar, na praça junto à Torre de Macau, mais uma grande variedade de comida para todos os gostos, numa demonstração pública de cultura gastronómica.

A edição deste ano do evento dá destaque à “Competição de Hanfu ao Estilo Chinês”, com a promoção do vestuário tradicional chinês.

O festival funciona de segunda a quinta-feira das 16h às 23h, e aos fins-de-semana, de sexta-feira a domingo, das 15h à meia noite. A entrada é gratuita, existindo transporte gratuito a partir de quatro locais de recolha, o South Bay International Bank, o West Wan Lake Plaza, o Taipa Central Park e o Guanxi Plaza.

No total, os amantes de comida e curiosos de gastronomias diferentes podem experimentar seis categorias diferentes ao nível da culinária, com 16 bancas de comida chinesa, 33 bancas que disponibilizam pratos macaenses, 22 bancas destinadas à culinária japonesa e da Coreia do Sul, e ainda 20 bancas com comidas da região do Sudeste Asiático. Por sua vez, a comida europeia tem direito a 16 bancas, sendo que as sobremesas estão disponíveis em 34 bancas.

Pela sua saúde

Destaque ainda para espaços destinados à alimentação saudável disponibilizados pelos Serviços de Saúde (SS). Segundo uma nota destes serviços, esta oferta no festival está incluída no programa governamental “Restaurante – Alimentação Saudável”, em parceria com a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, entidade responsável pela organização do evento.

Assim, os SS garantem que dez empresas participantes deste programa, vão disponibilizar, “pelo menos, um prato saudável nas tendinhas de gastronomia, com vista a promover a cultura gastronómica saudável aos residentes e turistas”.

Os restaurantes que participam nesta iniciativa são o “Estabelecimento de Comidas Little Sweet Sweet”, “Riquexó Self Service”, “Casa Rápido”, “Café Bistro Temático dos Amigos” e “Castelo do Reino Unido”, entre outros.

Até à data, mais de 160 restaurantes e cafés de Macau aderiram ao programa “Restaurante – Alimentação Saudável”, com a disponibilização de legumes, fruta, cereais integrais e comidas com menos sal e açúcar.

Ainda em relação à “Competição de Hanfu ao Estilo Chinês”, o grande destaque do festival, haverá um sistema de votação aberto para escolher os vencedores, estando incluídos prémios pecuniários para 13 participantes. O vencedor irá receber 20 mil patacas enquanto que no segundo lugar se pode esperar um prémio de dez mil patacas, com cinco mil patacas destinados ao terceiro prémio.

Febre de dengue | Mais dois casos importados

Os Serviços de Saúde (SS) detectaram mais dois casos importados de febre de dengue esta terça-feira. Trata-se, assim, dos 29.º e 30.º casos importados deste ano, sendo que o 29.º diz respeito a uma mulher de 56 anos de idade, residente, a viver no bloco 1 do edifício Lai Va San Chun, na Avenida da Longevidade.

Depois de uma visita à China, a Jiangmen, para visitar a família, no passado dia 25 de Outubro, a mulher começou a ter sintomas a partir do dia 8 deste mês. Actualmente, a doente está internada e encontra-se em estado estável. Os familiares com quem coabita não apresentaram sintomas de indisposição, descrevem os SS. Já o 30.º caso diz respeito a um homem de 48 anos de idade, também residente, mas a viver no edifício Cheng Tou na Avenida do Conselheiro Borja.

Este visitou Zhongshan entre os dias 4 e 8 deste mês, tendo apresentado sintomas no dia 10. O doente também está internado e numa situação estável, sendo que os familiares com quem vive não apresentaram sintomas de doença.

Rua da Felicidade | Aceites ajustes temporais na zona pedonal

Os moradores e lojistas pediram, e o Governo acedeu. Os ajustes no tempo de duração da zona pedonal na Rua da Felicidade foram feitos mediante consenso e a devida comunicação com quem vive e trabalha na zona, garante o Instituto Cultural. Quanto à renovação de outras zonas antigas com os casinos, os trabalhos prosseguem “segundo o planeamento”

 

Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC) assegura que o consenso foi obtido nos ajustes ao plano de zona pedonal para a Rua da Felicidade, feitos após queixas apresentadas por moradores e comerciantes da zona de que os horários de funcionamento da zona sem carros estariam a prejudicar o negócio.

Numa resposta à interpelação escrita do deputado Lei Leong Wong, a presidente destaca que sempre foi mantida “a comunicação e a troca de opiniões com as empresas de lazer, moradores, comerciantes e associações de moradores da zona”, e que o ajustamento do plano teve em consideração “as opiniões das partes interessadas apresentadas”.

“Visando equilibrar ainda mais as diferentes opiniões dadas e necessidades dos interessados desta zona, em Outubro de 2024, este plano, depois de ter obtido o consenso de várias partes interessadas, foi optimizado ainda mais, com o ajustamento do âmbito e do tempo de execução da zona pedonal provisória. Esta optimização obteve o apoio e o reconhecimento da comunidade em geral”, disse ainda a dirigente.

Para Leong Wai Man, o plano de criação de uma zona pedonal para a Rua da Felicidade, sem a passagem de trânsito, “tem surtido efeitos positivos na promoção do fluxo de pessoas para na zona histórica, na dinamização do ambiente do bairro comunitário e na atracção da chegada de novos comerciantes para na zona histórica”.

Tendo em conta os restantes planos de revitalização de seis bairros antigos ou zonas históricas, feitos em parceria com operadoras de jogo, a presidente do IC diz que “estão a ser desenvolvidos de acordo com o planeamento”.

Novidades nos estaleiros

Um dos exemplos de projectos de revitalização em curso, acontece na povoação de Lai Chi Vun, que outrora albergou uma indústria de construção de juncos de madeira. A presidente do IC adianta que no início do próximo ano haverá novidades em relação a mais dois estaleiros.

“A revitalização dos lotes X11-X15 e X5-X10 dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun divide-se em duas fases. As empresas de lazer estão a proceder à optimização dos terrenos dos lotes X11-X15 da primeira fase, prevendo-se a sua abertura ao público ainda dentro do ano de 2024. Para os lotes X5-X10 da segunda fase, cabe ao IC dar início, em 2025, às obras de recuperação estrutural e da construção de infraestruturas.”

No que diz respeito aos apoios financeiros por parte do Governo, a mesma resposta ao deputado assegura que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) tem prestado apoio financeiro a associações e instituições na realização de actividades turísticas em bairros. Assim, até 30 de Setembro, “nos três planos de apoio financeiro de 2024, foram concretizadas 12 actividades realizadas nas zonas e áreas circundantes, que atraíram no total mais de 58.000 participantes e contaram com a participação de mais de 500 lojas”, é descrito.

Orçamento | Receitas de jogo de 2025 estimadas em 240 mil milhões

O Governo prevê que no próximo ano as receitas brutas do jogo cheguem a 240 mil milhões de patacas, mais 11 por cento face a este ano. Em termos de receitas fiscais, os casinos vão continuar a ser os maiores contribuintes, com quase 70 por cento das receitas. Em ano de mudança de Executivo, o orçamento mantém as medidas de apoio à população

 

Segundo as estimativas do Executivo de Ho Iat Seng, a indústria do jogo irá amealhar no próximo ano 240 mil milhões de patacas em receitas brutas. A estimativa eleva a fasquia da previsão para 2024, que situava as receitas brutas dos casinos e 216 mil milhões de patacas, representando um aumento de 11,1 por cento. Face às receitas brutas do jogo em 2023, a estimativa para 2025 traduz-se num aumento de 31,1 por cento.

As previsões constam da proposta de Lei do Orçamento de 2025, admitida ontem na Assembleia Legislativa (AL) e que será apresentada aos deputados por Ho Iat Seng na próxima terça-feira em sessão plenária.

Na nota justificativa entregue à AL, o gabinete do Chefe do Executivo salienta que este ano “coincide com a mudança do mandato do Governo da RAEM” e que a “proposta de orçamento abrange as despesas necessárias ao normal funcionamento dos serviços e organismos do sector publico administrativo para o próximo ano económico”. Além disso, a proposta pretende satisfazer “compromissos entretanto assumidos, bem como outras despesas que se revelem indispensáveis”.

O documento firma um compromisso com a continuidade de “medidas em prol do bem-estar da população e dos benefícios sociais, nomeadamente, da comparticipação pecuniária, repartição extraordinária de saldos orçamentais do regime de previdência central não obrigatório, saúde, educação, assistência social aos idosos, prestação de cuidados aos grupos em situação vulnerável”.

Calculadora na mão

No panorama geral, o Governo prevê para 2025 um saldo positivo do orçamento ordinário integrado num valor superior a 7,7 mil milhões de patacas, com receitas de quase 121,09 mil milhões de patacas e despesas de 113,384 mil milhões de patacas. Para o próximo ano, está previsto um excedente de 1,17 mil milhões de patacas, ponto de viragem depois de três anos de crise económica devido à pandemia da covid-19.

No lado das receitas, o Executivo aponta para um acréscimo de cerca de 13 por cento em relação ao orçamento do ano anterior, com o imposto especial sobre o jogo a ser responsável por receitas de 84 mil milhões de patacas. As restantes “principais receitas” serão apuradas pelo imposto complementar de rendimentos (6,832 mil milhões de patacas), o imposto do selo sobre transmissão de bens (812 milhões de patacas), o imposto profissional (3 mil milhões de patacas) e as contribuições prediais (1,28 mil milhões de patacas). Feitas as contas, a estimativa apresentada pelo Governo prevê que o imposto especial sobre o jogo contribuía com cerca de 69,4 por cento de todas as receitas fiscais.

Recorde-se que as operadoras de jogo pagam um imposto directo de 35 por cento sob as receitas dos casinos, mais 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico e mais 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.

Do outro lado do espectro

No lado das despesas, o Governo estima um acréscimo de cerca de 7 por cento no próximo ano económico em relação às despesas orçamentadas para 2024. A cerca de um mês do novo Executivo tomar posse, o Governo de Ho Iat Seng garante que será dada continuidade em 2025 às medidas para o bem-estar da população. Como tal, o plano de comparticipação pecuniária (que deverá manter os mesmos valores), a comparticipação de cuidados de saúde, a subvenção das tarifas de energia eléctrica para unidades habitacionais e o programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo vão totalizar despesas num valor que ultrapassa 8,564 mil milhões de patacas.

Para pagar os subsídios de escolaridade gratuita, propinas a alunos residentes da RAEM que não sejam beneficiários da escolaridade gratuita, aquisição de manuais e material escolar, subsídio para docentes de escolas particulares, desenvolvimento profissional, subsídio para idosos e invalidez, pensões para idosos e invalidez e subsídios para famílias em situação vulnerável estão orçamentos quase 13,95 mil milhões de patacas.

É também referido que, em virtude da situação das finanças públicas da RAEM, “estão satisfeitas as condições para a atribuição da verba” da repartição extraordinária de saldos orçamentais no valor de 7.000 patacas. A distribuição deste apoio tem um custo orçamentado superior a 3,27 mil milhões de patacas.

O somatório de apoios pecuniários, subsídios, comparticipações e pensões acima referidos têm um custo orçamentado num valor superior a 25,782 mil milhões de patacas.

Também vão continuar as isenções fiscais que têm vigorado nos anos anteriores, incluindo as isenções aprovadas no passado mês de Abril para impulsionar o mercado imobiliário. Em relação às despesas com o Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA), a proposta de orçamento para 2025 prevê um valor superior a 19,7 mil milhões de patacas.

Estado das coisas

O gabinete de Ho Iat Seng não esquece nesta proposta de orçamento o contexto de crise económica nascida da pandemia da covid-19 e destaca que, “sob o impulso do sector de turismo e lazer integrado, as receitas financeiras têm vindo, a partir de 2023, a aumentar gradualmente”. Como tal, tanto do lado das receitas como das despesas, o orçamento para 2025 espelha as perspectivas de que “no próximo ano, a economia da RAEM venha a recuperar ainda mais”.

Virada a página, o Governo não esquece “os três anos severos” de pandemia e a reacção “determinada”, que obrigaram ao recurso à reserva financeira e “à contenção das despesas correntes”, para “sustentar as diversas medidas em prol do bem-estar da população e do apoio às empresas, bem como a colmatar as lacunas financeiras, superando as dificuldades em conjunto com a população.

71º Grande Prémio de Macau | Corrida da Guia Macau – Kumho FIA TCR World Tour Event of Macau

A tradição ainda é o que era

O conceito TCR que está prestes a comemorar uma década, mas os investimentos das marcas no mercado dos veículos eléctricos afastou-as das corridas de carros de Turismo a combustão. Contudo, o FIA TCR World Tour, que aos poucos se ergue após o trambolhão da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR no final de 2022, volta a reunir na Corrida da Guia os melhores da nata dos carros de Turismo internacionais.

A Link & Co e a Hyundai trazem as suas equipas internacionais, às quais se juntam as suas equipas oficiais do TCR China. A Honda também se faz representar com a sua equipa privada do “mundial” e a homologa do Interior da China, enquanto a Audi foi buscar Rob Huff, um especialista no Circuito da Guia, para defender os seus interesses. Para além de Huff, há mais três pilotos que venceram nas ruas de Macau na grelha de partida: Norbert Michelisz, Ma Qing Hua e Jason Zhang.

Com o título do FIA TCR World Tour em disputa, a estratégia das equipas poderá sobrepor-se aos interesses individuais dos pilotos, o que deverá moldar a dinâmica das corridas e que nos leva a acreditar que vamos ter duas corridas muito engraçado de seguir.

A grande incógnita

Quem sairá de Macau campeão? Norbert Michelisz lidera com 274 pontos ao volante do seu Hyundai Elantra N TCR, destacando-se pela consistência ao longo da temporada. Em segundo lugar, Esteban Guerrieri, com 264 pontos no seu Honda Civic Type R FL5 TCR, ao passo que Thed Björk, no terceiro lugar com 255 pontos e ao volante de um Lynk & Co 03 FL TCR, tem mostrado um desempenho sólido. Ainda com hipótese de ser campeão estão Yann Ehrlacher, também em Lynk & Co, segue em quarto com 251 pontos, Mikel Azcona, que fecha o top 5, com 247 pontos, no Hyundai Elantra N TCR. Com 70 pontos em cima da mesa, 10 deles a atribuir na qualificação, ainda muito pode acontecer.

Facto

Já não tínhamos uma Corrida da Guia sem um piloto de Macau desde 1991.

Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de FR da FIA

A chegada da Fórmula Regional (FR) no lugar da Fórmula 3 abre um novo capítulo no Grande Prémio. Com carros idênticos para todos – o Tatuus F3 T-318, equipado com o motor Alfa Romeo turbo – vinte e sete “jovens lobos”, provenientes dos campeonatos de Fórmula Regional da Europa, Médio Oriente, Oceânia, Américas e Japão, bem como de outras categorias, vão tentar deixar o seu nome na galeria de vencedores da mítica prova de final de temporada.

Na grelha de partida, repleta de talento, estão pilotos das academias da Red Bull (Oliver Goethe e Enzo Deligny), da Ferrari (Dino Beganovic e Tuukka Taponen), da McLaren (Alex Dunne e Ugo Ugochukwu) e da Toyota Gazoo Racing (Rikuto Kobayashi e Jin Nakamura). Estão também filhos de ex-vencedores da prova, como Rintaro Sato (filho de Takuma Sato), recém-coroados campeões de F4, como Freddie Slater e Mattia Colnaghi, e ex-campeões de F4, como Théophile Naël, Cooper Webster e Tiago Rodrigues.

Obviamente, destaque para a presença do jovem piloto de Macau, que é o único piloto da RAEM nas quatro corridas principais do programa. Devido à sua pouca experiência neste carro, a fasquia não pode ser colocada injustamente alta para o campeão chinês de F4 de 2023 nesta sua primeira corrida com este monolugar.

A grande incógnita

Depois do desastre de comunicação que foi o anúncio da troca da F3 pela FR, em que a FIA esteve particularmente mal, agora a FR terá de convencer em pista que não se trata de uma despromoção para Macau, mas sim uma adaptação a uma nova realidade na pirâmide dos monolugares a nível mundial. Não há dúvidas de que a marca “F3” será difícil de igualar a curto prazo, mas um bom espectáculo na tarde de domingo poderá amenizar qualquer sentimento de frustração existente.

Facto

Num espaço de seis edições, a prova rainha do Grande Prémio recebe a terceira categoria monomarca diferente, após a F3 (2019, 2023) e a F4 (2020, 2021, 2022).

71º Grande Prémio | Tudo sobre a 56ª competição do Grande Prémio de Motos de Macau

Suspeitos do costume

Com apenas vinte inscritos, todos eles provenientes do continente europeu, a única prova de duas rodas do Grande Prémio reúne os “suspeitos do costume” e alguns estreantes.

Vencedor no ano passado, Peter Hickman vai tentar obter a sua quinta vitória na mais prestigiada corrida de estrada do continente asiático, enquanto o seu companheiro de equipa na FHO Racing, o veterano Michael Rutter, lutará pelo décimo triunfo. O terceiro membro da FHO Racing, Davey Todd, vai tentar contrariar o domínio dos dois grandes favoritos na terceira BMW M1000RR da equipa, e diz-se que estará muito motivado com a possibilidade de os superar em pista.

A concorrência é liderada pelo finlandês Erno Kostamo, vencedor da corrida em 2022, quando as estrelas anglófonas se recusaram a viajar para Macau. Aos comandos de uma BMW M1000RR, provavelmente a melhor moto de estrada da actualidade, o nórdico chega a Macau igualmente confiante, após de se impor ao ausente Michael Dunlop, em Imatra, em Julho passado.

A grande incógnita

Será que alguém é capaz de superar as motos da FHO Racing? Na teoria tudo indica que a equipa de Faye Ho vai ter um passeio no parque, a exemplo de 2023. Hickman, Rutter e Todd carregam todo o favoritismo nas suas motos. Se alguém os contrariar em pista, nem que seja por breves momentos, será elevado ao estatuto da “grande surpresa” da prova.

Facto

Esta é uma das grelhas de partida mais pequenas da história do Grande Prémio de Motos de Macau.

Ameaça de Chuva

A passagem nas proximidades de Macau do tufão Toraji traz um clima de incerteza acrescida à corrida deste ano. Sendo certo que em caso de chuva as motas não vão para o Circuito da Guia, existe o risco de a corrida sofrer alterações face ao horário programado ou não se chegar mesmo a realizar.

71º Grande Prémio | Taça GT – Corrida da Grande Baía

GT dos pequeninos

Depois de anos a ser o “patinho feio” do programa, a aposta nos carros GT4 e num Balance of Performance (BoP) da SRO Motorsports Group, deu à Taça GT – Corrida da Grande Baía outra credibilidade e outros motivos de interesse.

Num pelotão com muitas caras conhecidas do automobilismo chinês, as marcas começam a fazer-se representar. A Porsche trouxe o jovem francês Alessandro Ghiretti para vencer, enquanto a Toyota confia na presença da “sua” Gazoo Racing China, com Han Lichao ao volante, e a Lotus entregou um Emira ao capaz jornalista-piloto Yan Chuang.

A grelha de partida conta também ex-vencedores desta corrida, como são os casos de Alex Jiang (BMW M4), em 2022, e Kevin Tse (Mercedes AMG GT4), em 2019, e vencedores de outras corridas passadas disputadas no Circuito da Guia, como são o local Kelvin Leong (BMW M4), talvez o mais rápido do contingente de oito pilotos de Macau, ou Lo Ka Chun (BMW M4) de Hong Kong, o mais ornado de todos.

A corrida é também um interessante espectáculo visual, tanto pela acção arrebatadora em pista quanto pela variedade de carros de marcas conhecidas e reconhecidas no automobilismo, como a Audi, a BMW, a Toyota, a Lotus, a McLaren, a Mercedes, a Porsche ou até a Ginetta.

A grande incógnita

Que corrida vamos ter? No ano passado, quando até estava animada, esta mesma corrida teve um final prematuro devido a uma bandeira vermelha. Com uma grelha de partida que é composta maioritariamente por pilotos amadores, embora alguns com profundo conhecimento do Circuito da Guia, a possibilidade de termos mais uma corrida estragada por bandeiras vermelhas e safety-cars é elevada.

Facto

Esta será corrida com a maior grelha de partida com carros GT4 no continente asiático no ano de 2024.

71º Grande Prémio | Macau Roadsport Challenge / Macau Roadsport – Taça do Estabelecimento da RAEM

Espaço para os talentos locais

Desde o primeiro Grande Prémio, em 1954, que a presença dos pilotos locais é levada muito a sério. Quando os grandes nomes internacionais começaram a preencher as grelhas de partida, houve sempre um especial cuidado para manter a “prata da casa” no evento. Muitos se perguntarão qual a diferença entre estas duas corridas com nomes semelhantes e a resposta é simples: nenhuma. Dado o número de inscritos e o entusiasmo em redor das corridas de apuramento para o Grande Prémio, este ano realizadas no circuito chinês de Zhuzhou, que obrigou a separar a grelha de partida em dois, a Associação Geral Automóvel Macau-China conseguiu arranjar forma de encaixar todos os concorrentes no evento do Circuito da Guia.

Todos os pilotos competem em carros Toyota GR86 (ZN8) ou Subaru BRZ (ZD8), o que permite, na teoria, corridas bastantes animadas. As centralinas são sorteadas antes do evento, para evitar excessos de criatividade, e todos os carros são obrigados a utilizar pneus da marca Pirelli.

São treze os concorrentes com licença desportiva da RAEM, quatro deles nomes bem conhecidos da comunidade lusófona – Rui Valente, Jerónimo Badaraco e Célio Alves Dias correm na Macau Roadsport Challenge e Sabino Osório Lei na Macau Roadsport – Taça do Estabelecimento da RAEM.

A grande incógnita

No ano passado, ano da estreia destes carros nas corridas de Turismos locais, houve um ascendente claro dos pilotos de Hong Kong. Um ano depois, e com muito mais quilómetros em cima, será que esta tendência se mantém? Os resultados das corridas realizadas em Zhuzhou dizem que sim, mas o Circuito da Guia é a verdadeira prova de fogo.

Facto

Apesar da igualdade dos carros, 20 pilotos escolheram os Subaru e 34 os Toyota.