Macaenses | Estudo conclui que nova geração assume naturalmente mistura racial

Margarida Cheung Vieira, académica do Instituto de Estudos Europeus de Macau, defende na sua tese de doutoramento que não é óbvio que o macaense da nova geração se queira tornar chinês ou simplesmente assumir uma identidade de Macau, sendo “visível o conhecimento das duas etnias” herdadas dos seus antepassados

 

Há muito que se fala no risco de desaparecimento progressivo da cultura macaense e da diluição da comunidade numa sociedade largamente dominada pela cultura chinesa, mas a tese de doutoramento de Margarida Cheung Vieira teoriza que, afinal, os macaenses da nova geração não querem simplesmente tornar-se chineses, ou ter uma qualquer identidade própria, assumindo a sua mistura racial.

Em “Changing Macanese Identities in the Post‐Handover Era”, tese defendida em 2016 na Universidade de Southampton, mas que só recentemente foi tornada pública, a académica do Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM) conclui que “nenhum dos macaenses [da nova geração] articulou o desejo de se tornar chinês, ou mesmo reflectiu o desejo de assumir uma ‘identidade de Macau’”, conceito desenvolvido por um outro académico e que difere das identidades chinesa e portuguesa.

“O meu estudo contribuiu para mostrar como os macaenses afirmaram a sua percepção de serem racialmente misturados. Apesar da influência da sionização, as conclusões mostram disparidades e desvios em relação aos estudos locais que assumem que os macaenses vão simplesmente tornar-se chineses”, pode ler-se.

Além disso, “em termos do conflito entre o macaense e o chinês, a maior parte dos participantes [da nova geração] demonstraram uma visão mais optimista e estavam mais convictos de que a situação irá melhorar no futuro”.
Margarida Cheung Vieira dividiu a sua amostra em grupos que reflectem uma velha e nova geração de macaenses e olhou para a forma como se assumiram numa sociedade do pós-transição, já sob administração chinesa. Para isso, foram analisados temas como a identidade, linguagem e cultura.

Marginais versus integrados

Mesmo assumindo a sua mistura racial, a nova geração de macaenses acabou por encontrar estratégias de adaptação a uma nova realidade, nomeadamente na escolha da aprendizagem do inglês e do chinês como ferramentas de acesso ao mercado de trabalho. Estes, em comparação a uma geração mais velha, também deixaram de se sentir marginalizados.

Os participantes da nova geração “expressaram uma menor adversidade e mostraram ser mais flexíveis na adaptação ao chinês de Macau”. Tal aconteceu graças a “uma maior formação académica”, uma vez que “a sua competência no cantonês parece ter aumentado a sua confiança enquanto seres racialmente misturados, o que os permitiu misturar-se com a maior parte da população chinesa com uma maior facilidade em relação ao grupo da categoria A [velha geração]”.

Margarida Cheung Vieira conclui ainda que “o grupo da categoria B [nova geração] reconheceu o facto de o novo estatuto político de Macau ser uma realidade não reversível, uma vez que [o território] faz parte da China”. Desta forma, muitos macaenses de uma geração mais recente foram educados com as línguas chinesa e inglesa não por uma questão de identidade, mas numa tentativa de integração no mercado de trabalho chinês.

Esta foi “uma escolha muitas vezes baseada em questões práticas, como a sua empregabilidade no futuro, mais do que uma escolha enquanto indicador de identidade”. Conclui a académica que, “muitos dos participantes do grupo da categoria B [nova geração] fizeram escolhas académicas estruturadas em questões similares, como benefícios nas suas perspectivas futuras e ter uma maior mobilidade no mercado de trabalho chinês”.

Assimetrias passadas

Em relação ao grupo de macaenses da velha geração, e que têm entre 40 e 60 anos de idade, permaneceu “um notável nível de marginalização”, além de que “expuseram mais dificuldades em negociar com os chineses na qualidade de macaenses, sobretudo como membros do funcionalismo público”.

“Esta tensão deve-se em parte ao tratamento assimétrico aplicado a ambos os grupos étnicos (funcionários públicos macaenses e chineses) durante a administração portuguesa que aparentemente não se dissiparam, e essa diferença entre funcionários públicos macaenses e chineses consequentemente expandiu-se depois da transição”.

A académica conclui também que “a parte do papel intermediário do macaense, juntamente com o enfraquecimento da importância formal da língua portuguesa, levou a uma erosão significativa da confiança do grupo da categoria A [velha geração], particularmente aqueles que dominam menos as ferramentas do cantonês. Muitos experienciaram isolamento e sentiram uma degradação por parte do poder chinês dominante”.

Pelo contrário, os macaenses mais jovens “revelaram-se muito mais optimistas como resultado de várias oportunidades conferidas pelo facto de serem membros racialmente misturados de uma nova geração”.

“As suas formações académicas, juntamente com a sua proficiência em cantonês, foram importantes para providenciar uma experiência de vida mais diversa e para não estarem constrangidos a uma única opção: um emprego na Função Pública. Mais do que isso, eles assumiram que o seu conhecimento de cantonês iria inevitavelmente garantir a sua integração na comunidade chinesa, servindo também de qualificação que os permite adaptar-se ao mercado de trabalho”, aponta a autora do estudo.

Desta forma, os macaenses mais jovens que participaram no estudo não sentiram, na sua grande maioria, “marginalização ou vivenciaram um sentimento de alienação em relação à comunidade chinesa”.

Menos vergonha

O facto de muitos optarem por ter uma formação de base em inglês ou chinês não originou um sentimento de vergonha. “Nem todos os participantes que abandonaram a língua portuguesa o fizeram com um sentimento de vergonha, tal como demonstrado anteriormente”, revela o trabalho de Margarida Cheung Vieira.

“À medida que a transição se aproximava, houve um pulsar por novos mecanismos de sobrevivência e tentativas de posicionamento estratégico com vista a uma aproximação ao poder chinês”, descreve a autora.

Neste contexto, “esta provisão de línguas alternativas no sistema educacional de Macau tornou-se largamente adoptada pelos macaenses com o propósito de os preparar para o futuro num mercado de trabalho dominado pelos chineses”.

O cantonês tem tido uma procura elevada em Macau, em grande parte devido ao impacto da influência chinesa e “do rápido crescimento económico, o que se seguiu por uma elevada procura pelo inglês (nos sectores da educação e do turismo). Por último, a língua portuguesa manteve-se em grande uso na área jurídica”.

O português é hoje menos falado, mas “não significa que o idioma tenha desaparecido completamente de Macau”. De facto, explica a autora, “a língua portuguesa continua a desempenhar um papel em termos de cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, apesar de alguns participantes virem isso com alguma suspeita, sugerindo que este papel foi garantido pelo Governo Central chinês para dar ‘face’ à comunidade macaense”.

Desta forma, “muitos participantes acreditam que há falta de convicção no esforço dado na promoção da língua portuguesa da parte do Governo chinês, mesmo que esta seja uma das línguas oficiais”.

Falta de interesse

Outra das conclusões é o facto de a cultura macaense não estar em risco de ser absorvida pela cultura chinesa, mas sim pela falta de interesse dos seus membros em continuar algumas das tradições elementares da sua cultura, como a gastronomia ou o catolicismo.

“Descobri que a falta de interesse dos macaenses nestas práticas, e a sua preocupação com o posicionamento no mercado laboral, foram cruciais e, ultimamente, evitaram a prosperidade destas práticas culturais.”

Assim, o impacto do avassalador progresso cultural chinês na língua portuguesa “foi mais explícito, uma vez que esta tem sido cada vez menos uma escolha para fins académicos ou de conversação”.

Uma vez que os mais jovens “são muitas vezes acusados de desinteresse na sustentação das suas práticas culturais”, mesmo que “não exista um encorajamento suficiente ou motivação por parte dos macaenses mais velhos para desviar a sua atenção para a manutenção destas práticas”. A autora aponta que a família pode assumir aqui um papel importante na transmissão de elementos culturais.

O HM tentou chegar à fala, por diversas vezes, com a autora do estudo no sentido de perceber se algumas conclusões deste trabalho sofreram alterações nos últimos anos, mas até ao fecho desta edição a académica não reagiu aos nossos pedidos de contacto.

Presidente das Filipinas reconhece dificuldades da sua cruzada anti-droga

O Presidente das Filipinas reconheceu ontem, no seu último discurso sobre o estado da nação, que a guerra anti-droga se revelou mais difícil do que esperava quando prometeu, em 2016, acabar com o problema em meio ano.

“Quando no início eu disse que acabaria com as drogas em seis meses, pensei que seria como em Davao”, disse Rodrigo Duterte, referindo-se à cidade onde, como presidente da câmara, se destacou na luta contra o crime pela dureza das suas medidas.

Duterte, que termina o mandato em junho de 2022, reafirmou a validade da estratégia antidroga e enviou um “recado” ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, que abriu uma investigação contra o Presidente filipino por alegados crimes contra a Humanidade na cruzada contra as drogas.

“O TPI pode gravá-lo: aqueles que destroem o meu país, eu mato-vos. E aqueles que destroem a juventude do meu país, eu mato-vos. Acabarei convosco porque amo o meu país. Poderíamos fazê-lo legalmente, mas levaria meses e anos”, disse Duterte, cuja cruzada terá custado a vida a milhares de pessoas.

Em 14 de junho, a procuradoria do TPI solicitou autorização judicial para investigar a guerra contra as drogas promovida por Rodrigo Duterte, por alegados crimes contra a Humanidade.

Os juízes do TPI vão investigar as acusações de que “oficiais da polícia nacional filipina, e outros que agiram em conjunto com eles, matando ilegalmente vários milhares, senão dezenas de milhares de civis”, anunciou então a procuradora Fatou Bensouda.

No pedido de investigação, de 57 páginas, a procuradoria diz ter havido “execuções extrajudiciais” no país que “parecem ter sido cometidas de acordo com uma política estatal oficial do governo filipino”. Nas últimas semanas, muitos analistas têm afirmado que Duterte, 76 anos, poderá concorrer como vice-presidente da filha Sara nas eleições de 2022, para assim evitar responder num eventual processo do TPI em Haia.

No discurso à nação, Duterte minimizou os rumores e elogiou o senador Vicente Sotto como candidato a vice-presidente. “Ele é um bom homem. pode tornar-se um bom vice-presidente”, afirmou.

O último ano e meio do mandato de Duterte foi ensombrado pela crise da covid-19, que provocou mais de 27 mil mortos no país, em mais de 1,5 milhões de infetados, e que ameaça ganhar novamente ímpeto com o aparecimento da variante delta e o medo de vacinas entre uma grande parte dos 110 milhões de filipinos.

Tóquio 2020 | Telma Monteiro eliminada na categoria de menos 57 quilos

A judoca portuguesa Telma Monteiro foi hoje eliminada na segunda ronda da categoria de -57 kg dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao perder com a polaca Julia Kowalczyk, em combate disputado no Nippon Budokan.

Telma Monteiro, medalha de bronze no Rio2016, havia batido Kowalczyk no único combate que tinham realizado, em 2020, mas hoje perdeu já no ‘golden score’, ao somar o terceiro castigo com 9.31 minutos de combate.

A judoca lusa, de 35 anos, competia nos seus quintos Jogos Olímpicos e em Tóquio2020 repete a classificação de Pequim2008, com um nono lugar, resultante de uma vitória e uma derrota na competição.

Tufão atinge Xangai afectando ligações aéreas e terrestres

Um tufão que atingiu Xangai, a “capital” económica da China, na madrugada de hoje, inundou estradas e áreas baixas e obrigou a retirada de 500 mil pessoas, nas segundas enchentes na China no espaço de uma semana.

Ligações aéreas e por comboio foram canceladas e muitos escritórios foram encerrados. Jardins de infância, parques e a marginal neoclássica de Xangai, a zona do “Bund”, também fecharam.

Quase 500.000 pessoas foram retiradas das zonas onde viviam na cidade e colocadas em abrigos e outras foram avisadas para não saírem de casa.

As autoridades locais disseram que os ventos derrubaram cerca de 30.000 árvores, 268 painéis publicitários e placas de lojas. Cortes de energia afetaram 110.000 residências.

O sistema de metro em Xangai foi parcialmente suspenso para evitar possíveis inundações.

O tufão In-fa centrou-se a cerca de 60 quilómetros a sudoeste de Xangai, com ventos sustentados de cerca de 100 quilómetros por hora e atingiu primeiro a província de Zhejiang, a sul de Xangai.

Em Zhejiang, mais de 1,5 milhão de pessoas foram transferidas para locais seguros, de acordo com o governo local.

O governo da província alertou sobre possíveis derrocadas em 23 distritos e condados. Um alerta menos severo foi emitido na província vizinha de Jiangsu, onde cerca de 10.000 pessoas foram evacuadas para um local seguro.

Nenhuma morte ou ferimento foi relatado, embora as perdas para a agricultura devam ser pesadas. No centro da China, o trabalho de resgate continuava e fornecimentos foram enviados para a cidade de Zhengzhou, após enchentes que mataram pelo menos 63 pessoas, incluindo 12 que ficaram encurralados no metro da cidade.

Eleições | Candidatos desqualificados acusam CAEAL e PJ de violarem a lei

Os candidatos do campo pró-democracia excluídos das eleições para a Assembleia Legislativa (AL) acusaram a Comissão para os Assuntos Eleitorais da AL (CAEAL) e a Polícia Judiciária (PJ) de violarem a lei, de acordo com o recurso a que a Lusa teve acesso.

No recurso interposto no Tribunal de Última Instância (TUI), os candidatos proibidos de concorrerem a um lugar na AL sublinharam ainda que “as provas citadas pela CAEAL e pela polícia são insuficientes para fazer a alegação de que os candidatos apoiam e incitam a subversão, a secessão ou o conluio com entidades estrangeiras”.

A defesa das três listas excluídas, que integram 15 candidatos, alegou que “os relatórios policiais padecem do que seria um caso de usurpação de poderes, de violação da imparcialidade e de tentativa de interferência na atividade jurídica e política da RAEM”.

Por outro lado, acrescenta-se, “o ónus da prova é, pois, em matéria de restrição de direitos fundamentais, requisito do Estado de Direito e, logo, princípio legal resultante da Lei Básica, que a CAEAL violou”.

A defesa sustentou que “a Lei Eleitoral não confere qualquer competência à Polícia Judiciária ou ao Secretário para a Segurança para investigar candidatos a deputados para efeitos de determinação da sua elegibilidade”.

No recurso, apontou-se ainda que “os critérios desenhados ilegalmente pela CAEAL são claramente violadores da Lei Básica, da liberdade de expressão, do princípio da proibição do excesso, do direito fundamental a ser eleito e do direito a não ser discriminado por causa das suas opiniões políticas ou de outra natureza”.

Mais, sublinhou-se no documento entregue na quinta-feira: “julgar a conduta de cidadãos com base em critérios inexistentes à data da conduta, aprovados secretamente pela CAEAL, não publicados no Boletim Oficial, é absolutamente inadmissível pondo em causa seriamente a credibilidade da mesma”, entidade acusada de “usurpação de poderes”, lembrando que esta tem apenas uma função administrativa e não judicial.

A mesma defesa alegou que “a CAEAL não aplicou, de facto, o mesmo critério a todos os candidatos” e que cabe agora “ao TUI, num momento histórico de relevo, cumprir uma das suas mais nobres funções: a proteção dos direitos inalienáveis dos cidadãos da RAEM”.

E sublinhou que, se o tribunal não invalidar a decisão da CAEAL, tal “atiraria séculos de história do Direito e de luta pela defesa dos cidadãos face ao poder público para o caixote do lixo da história da RAEM”.

“Se os Tribunais da RAEM apreciassem a prova como a CAEAL apreciou, não haveria liberdade na RAEM, não haveria segurança jurídica, nem haveria como processar a administração pública com sucesso ou defender-se em processo penal”, salientou.

No recurso, não se pouparam críticas à actuação da comissão eleitoral: “Que retrocesso histórico! A CAEAL apagou a luz numa sala já sombria”, de acordo com o documento.

A CAEAL excluiu cinco listas e 20 candidatos das eleições para a AL agendadas para 12 de setembro, 15 dos quais associados ao campo pró-democracia, por não serem “fiéis” a Macau. Na segunda-feira da passada semana, a CAEAL divulgou sete critérios usados para decidir se os candidatos são elegíveis, defendendo a necessidade de avaliar se estes “defendem sinceramente” o território.

Horas antes da entrega dos recursos, na quinta-feira, o chefe do Executivo de Macau afirmou respeitar a decisão da comissão eleitoral, explicando que os nacionais da China devem seguir a lei chinesa. Uma premissa alinhada com anteriores posições publicas das autoridades, nas quais se defendeu: “Macau governado por patriotas”. “Os nacionais chineses deve seguir a lei chinesa, os portugueses devem seguir a lei portuguesa”, exemplificou.

Surto de covid-19 na cidade de Nanjing agrava-se com 38 novos casos

Os novos casos de covid-19 continuaram a aumentar na cidade de Nanjing, no leste da China, com mais 38 infeções diagnosticadas nas últimas 24 horas, disseram hoje as autoridades. A capital da província de Jiangsu registou mais de 60 casos, nos últimos dias.

Dezenas de milhares de pessoas foram colocadas em quarentena e as autoridades estão a testar a população, repetindo a estratégia que tem sido efetiva para suprimir o novo coronavírus no país.

Outro caso de transmissão local foi relatado na cidade vizinha de Suqian e outro na província de Liaoning, no nordeste do país. Ambos estão ligados ao surto de Nanjing, indicou a Comissão de Saúde da China.

Outros 36 casos importados foram relatados, metade deles na província de Yunnan, perto da fronteira com Myanmar, que enfrenta um grave surto. Existem actualmente 741 casos ativos no país. O número de mortos permanece nos 4.636.

Tóquio 2020 | Mais de metade da região de Tóquio assistiu à cerimónia de abertura

Mais de metade das famílias residentes na área metropolitana de Tóquio, na ordem de 56%, assistiram pela televisão à Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, apesar de uma forte oposição à realização do evento.

De acordo com os dados, foi a segunda maior audiência na região para uma Cerimónia de Abertura dos Jogos, que decorrem à porta fechada devido à pandemia de covid-19, e foi superada apenas pela organização de Tóquio em 1964.

A empresa de audiências Video Research Ltd indica que 56,4% das famílias na ‘Grande Tóquio’ assistiram em direto à cerimónia, na qual a tenista Naomi Osaka acendeu a pira olímpica e o imperador Naruhito declarou abertos os Jogos.

A Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio1964 foi, na ocasião, acompanhada na televisão por 61,2% das famílias na região da capital japonesa, e, ainda em comparação, a cerimónia do Rio2016 por 23,6%, de Londres2012 por 24,9% e de Pequim2008 por 37,3%.

A sondagem foi efetuada junto de 2.700 famílias da região Canto, que incluiu Tóquio e mais seis prefeituras, mas as audiências a nível nacional deverão ser divulgadas ainda hoje.

Tóquio 2020 | Japão ameaça China e Estados Unidos ‘aparecem’ ao segundo dia

O anfitrião Japão, com cinco ‘ouros’, acercou-se dos seis da China no topo do medalheiro de Tóquio2020, no segundo dia dos Jogos Olímpicos, também marcado pelas primeiras medalhas conquistadas pelos Estados Unidos, que dececionaram na estreia.

Os nipónicos voltaram a brilhar no judo e venceram de forma inédita a categoria feminina de -52 kg, graças ao triunfo por ‘ippon’ de Abe Uta, de 21 anos, sobre a francesa Amadine Buchard, com a britânica Chelsie Giles e a italiana Odette Giuffrida no terceiro posto.

Poucos minutos depois, o irmão Hifumi Abe, de 23 anos, festejou em -66 kg masculinos, ao bater igualmente por ‘ippon’ o georgiano Vazha Margvelashvili, numa vertente em que o brasileiro Daniel Cargnin e o sul-coreano An Baul ficaram com a medalha de bronze.

O judo ditou três dos cinco ‘ouros’ do Japão, que também viu Yuto Horigome, com 37,18 pontos, impor-se na variante de rua do skate, em estreia nas Olimpíadas, a par do surf, face à ‘prata’ do brasileiro Kelvin Hoefler e ao terceiro lugar do americano Jagger Eaton.

Já a nadadora Yui Ohash cumpriu os 400 metros estilos em 4:32.08 minutos, à frente de Emma Weyant e Hal Flickinger, que ajudaram os Estados Unidos a chegar aos 10 ‘metais’, num dia que atribuiu 18 títulos e deu arranque a basquetebol, canoagem, mergulho e vela.

No sábado, o país mais laureado de sempre no maior evento multidesportivo do mundo não tinha integrado qualquer pódio, quebrando um recorde de 141 dias seguidos a somar medalhas olímpicas nos Jogos de verão, que vigorava desde a renúncia em Moscovo1980.

O nadador Chase Kalisz impulsionou o ressurgimento da ‘Team USA’ nos 400 metros estilos, ao vencer em 4:09.42 minutos, após ter sido ‘vice’ na distância no Rio2016, à frente do compatriota Jay Litherland, ‘prata’, e do australiano Brendon Smith, ‘bronze’.

Maior surpresa ofereceu o triunfo nos 400 livres do tunisino Ahmed Hafnaoui, de 18 anos, que entrou com o pior tempo da qualificação e impôs-se em 3:43.36 minutos ao australiano Jack McLoughlin, segundo, e ao norte-americano Kieran Smith, terceiro.

Com o ‘lendário’ Michael Phelps a comentar nas bancadas, o primeiro dia de finais da natação finalizou com o expectável ‘tricampeonato’ da estafeta feminina da Austrália nos 4×100 livres, bem distante de Canadá, segundo, e Estados Unidos, terceiro, e marcado por novo máximo mundial, de 3:29.69 minutos, contra 3:30.05 por si fixados em 2018.

A tarde trouxe novas marcas olímpicas no decurso das eliminatórias dos 100 metros bruços e dos 100 costas femininos, cujo anterior máximo foi batido por três vezes num espaço de seis minutos, baixando pela primeira vez dos 58 segundos.

Já a China ‘limpou’ a primeira prova de saltos para a água feminina, com a dupla composta por Shi Tingmao e Wang Han a somar 326,40 pontos para vencer na prancha sincronizada a três metros, sem dar esperanças a Canadá, ‘prata’, e Alemanha, ‘bronze’.

A austríaca Anna Kiesenhofer surpreendeu na prova de fundo de ciclismo de estrada, ao cumprir os 137 quilómetros, entre o parque Musashinonomori e a Pista Internacional de Fuji, em 3:52.45 horas, com 1.15 minutos de vantagem sobre a holandesa Annemiek van Vleuten e 1.29 sobre a italiana Elisa Longo Borghini, que repetiu o terceiro lugar do Rio2016.

No tiro, o norte-americano William Shaner bateu o recorde olímpico, com 251,6 pontos, e chegou ao ‘ouro’ na carabina de ar a 10 metros masculino, aos 20 anos, escapando à concorrência dos chineses Sheng Lihao, de 16 anos, segundo, e Yang Haoran, terceiro.

A atiradora russa Vitalina Batsarashkina, ‘vice’ no Rio2016, venceu a prova de pistola de ar a 10 metros feminina, ao impor-se na final à búlgara Antoaneta Kostadinova, somando 240,3 pontos, um novo recorde olímpico, num pódio fechado pela chinesa Ranxin Jiang.

Nessa prova esteve a georgiana Nino Salukvadze, que ficou arredada nas eliminatórias, ao ser 31.ª colocada, tornando-se a primeira mulher a estar presente em nove edições de Jogos Olímpicos, a começar por Seul1988, quando venceu na pistola a 25 metros e foi prata na pistola de ar a 10 metros, variante na qual alcançou o ‘bronze’ em Pequim2008.

Menos uma participação logrou a uzbeque Oksana Chusovitina, de 46 anos, que se despediu como a ginasta mais velha da história olímpica, 29 anos depois da estreia em Barcelona1992, quando foi campeã por equipas pela antiga União Soviética, numa carreira em que também arrecadou a ‘prata’ na prova do cavalo, pela Alemanha, em Pequim2008.

A equipa feminina de tiro com arco da Coreia do Sul continuou implacável, ao subir pela nona vez seguida ao topo do pódio – num dos três mais longos ‘reinados’ olímpicos em vigor -, após ganhar na final à representação russa, por 6-0, com a Alemanha em terceiro.

Inédita foi a ausência de representação italiana no pódio do florete individual feminino desde Seul1988, uma vez que a norte-americana Lee Kiefer subiu ao primeiro lugar, acompanhada pelas russas Inna Deriglazova, ‘prata’, e Larisa Korobeynikova, ‘bronze’.

Quanto ao concurso masculino de espada, o esgrimista Romain Cannone suplantou o húngaro Gergely Siklosi e o ucraniano Igor Reizlin para dar o primeiro título à França, numa tabela de medalhas com 40 países e liderada pela China, com seis ‘ouros’ em 11 ‘metais’.

No halterofilismo, Li Fabin e Lijun Chen pulverizaram os recordes olímpicos nas competições masculinas de -61 kg e -67 kg, ao levantarem 313 e 332 quilos, respetivamente, com Fabin a superar o indonésio Eko Yuli Irawan e o cazaque Igor Son, enquanto Chen bateu o colombiano Luis Mosquera Lozano e o italiano Mirko Zanni.

Já o lutador de taekwondo uzbeque Mirko Zanni sagrou-se campeão na categoria masculina de -68 kg, à frente do britânico Bradly Sinden, ficando o derradeiro lugar do pódio repartido pelo chinês Shuai Zhao e pelo turco Hakan Recber.

Em -57 kg femininos, a norte-americana Anastasija Zolotic ganhou na final à russa Tatiana Minina, com o ‘bronze’ para a taiwanesa Chia-Ling Lo e para turca Hatice Ilgun, que afastara antes a iraniana Kimia Alizadeh, em representação da equipa olímpica de refugiados, vencedora do confronto com a britânica Jade Jones, bicampeã olímpica, nos ‘oitavos’.

O segundo dia de Tóquio2020 trouxe ainda a primeira eliminação de sempre da líder mundial vigente do ‘ranking’ WTA de ténis, dada a derrota em dois ‘sets’ da australiana Ashleigh Barty, recente vencedora em Wimbledon, com a espanhola Sara Sorribes.

De fora está ainda o britânico Andy Murray, consagrado em Londres2012 e no Rio2016 como inédito bicampeão em singulares masculinos, devido a uma lesão crónica na anca.

Outra grande surpresa aconteceu já em fecho de sessão, com a superfavorita equipa dos Estados Unidos, composta pelas ‘estrelas’ da Liga Norte-americana de Basquetebol (NBA), a perder na estreia com a França, por 83-76.

Tóquio 2020 | Tenista japonesa Naomi Osaka vence no regresso à competição

A tenista Naomi Osaka, número dois mundial, venceu ontem a chinesa Saisai Zheng, por 6-1 e 6-4, na primeira ronda de Tóquio2020, que marcou o regresso da japonesa após a desistência de Roland Garros, em maio.

Naomi Osaka, que acendeu a chama olímpica na cerimónia de abertura Tóquio2020, desistiu de Roland Garros na sequência de polémica gerada pela sua decisão de boicotar as conferências de imprensa do ‘major’ francês, para alertar para o tema da saúde mental.

Após a desistência de Roland Garros e de ter ficado de fora de Wimbledon, Osaka decidiu fazer uma pausa a bem da sua saúde mental e revelou ter lidado com uma depressão que a deixou vulnerável e ansiosa.

Na sua primeira partida em quase dois meses, a japonesa, de 23 anos, afastou com facilidade a chinesa Zheng Saisai, 52.ª do ‘ranking’ mundial, por 6-1 e 6-4, na primeira ronda do torneio feminino de ténis de Tóquio2020.

A partida de Naomi Osaka com Zheng Saisai estava originalmente programada para abrir o torneio no sábado, mas foi transferida para hoje devido ao papel desempenhado pela tenista na cerimónia de abertura de sexta-feira dos Jogos.

Tóquio 2020 | China conquista o ouro na primeira prova de mergulho

A China conquistou ontem com facilidade a primeira prova de saltos para a água dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, com a dupla Shi Tingmao e Wang Han a arrecadarem a medalha de ouro na prancha sincronizada a três metros feminina.

A dupla chinesa somou 326,40 pontos e garantiu o primeiro lugar do pódio com 25,62 de vantagem sobre Jennifer Abel e Melissa Citrini-Beaulieu (300,78), que deram a medalha de prata ao Canadá, e à frente das alemãs Lena Hentschel e Tina Punzel (284,97), bronze.

Shi Tingmao já tinha conquistado o ouro no Rio2016, na altura fazendo equipa com Wu Minxia. A China conquistou 37 das 48 medalhas de ouro nos saltos para a água nos últimos sete Jogos Olímpicos

Paseo del Prado e Jardim de Buen Retiro incluídos na lista de património mundial da UNESCO

O Paseo del Prado, o Jardim do Buen Retiro e o complexo arquitetónico, artístico e natural que os rodeiam, em Madrid, Espanha, passam desde ontem a fazer parte da lista do Património Mundial da UNESCO.

As decisões foram tomadas na 44.ª sessão do comité do Património Mundial da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que está a decorrer ‘online’, a partir da cidade de Fuzhou, na China, desde 16 de Julho e até ao próximo dia 31.

A Unesco decidiu inscrever a candidatura espanhola que toma a designação madrilena da “Paisagem da Luz”, e inclui o Paseo del Prado e do Buen Retiro, uma das primeiras alamedas arborizadas da capital espanhola, e onde se encontram edifícios como os dos museus do Prado, Rainha Sofia e Thyssen-Bornemisza, o Palácio de Cibeles e o Banco de Espanha.

A candidatura de Madrid esteve no limbo por alguns instantes, devido, primeiro, às dúvidas sobre o assunto suscitadas pelo relatório técnico do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e, posteriormente, pela intenção do presidente da sessão de adiar a decisão sobre a inclusão, por 24 horas, até segunda-feira.

Uma vez que se atingiu a fase final de revisão da candidatura e, como faltava apenas modificar alguns pontos para a inclusão da “Paisagem de Luz” na lista da UNESCO, vários países, entre eles Omã e a Etiópia, propuseram à presidência o encerramento do processo.

Em poucos minutos a situação foi ultrapassada e decidida a inscrição na lista da UNESCO do espaço urbano, artístico e natural de Madrid, pelo seu “excecional valor universal”.

Com esta inclusão, Espanha passa a ter 49 bens inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO, cinco dos quais estão na comunidade de Madrid: o Hayedo de Montejo, o mosteiro El Escorial, a cidade de Alcalá de Henares, a paisagem cultural de Aranjuez e, a partir de agora, o Paseo del Prado, o Jardim do Buen Retiro e o complexo arquitetónico, artístico e natural que os rodeia.

No sábado, a UNESCO já tinha decidido incluir na lista do Património Mundial onze cidades termais europeias, a expressão do pré-modernismo de Mathildenhöhe, em Darmstadt, na Alemanha, frescos italianos do século XIV, em Pádua, e a área cultural de Hima, na Arábia Saudita.

O Comité do Património Mundial da UNESCO reúne-se ‘online’ até 31 de Julho, para a sua sessão anual, presidida a partir de Fuzhou, pelo vice-ministro chinês da Educação, Tian Xuejun, presidente da comissão local da UNESCO.

A análise de candidaturas vai prosseguir até à próxima quinta-feira, dia 28. Desde o início desta sessão do comité, no passado fim de semana, a zona portuária de Liverpool foi retirada da lista de património mundial, por causa da promoção imobiliária, no espaço urbano, Veneza saiu da lista de património em risco, por ter proibido o acesso de navios de cruzeiro ao seu porto, e à Turquia foi exigido um relatório sobre o estado de conservação da antiga basílica de Santa Sofia, em Istambul, a apresentar até 2022.

Morreu Otelo Saraiva de Carvalho, militar e estratego do 25 de Abril

Otelo Saraiva de Carvalho, militar e estratego do 25 de Abril de 1974, morreu ontem de madrugada aos 84 anos, no hospital militar. O Presidente da República destacou “a importância capital” de Otelo Saraiva de Carvalho na revolução dos cravos, evocando-o como o capitão “protagonista cimeiro num momento decisivo da história contemporânea portuguesa”.

“O Presidente da República, consciente das profundas clivagens que a sua personalidade suscitou e suscita na sociedade portuguesa, evoca-o, neste momento como o Capitão que foi protagonista cimeiro num momento decisivo da história contemporânea portuguesa”, refere Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada na página da Presidência da República.

O chefe de Estado considera que “ainda é cedo para a história o apreciar com a devida distância”, no entanto salienta que “parece inquestionável a importância capital que teve no 25 de Abril, o símbolo que constituiu de uma linha político-militar durante a revolução, que fica na memória de muitos portugueses associado a lances controversos no início” da democracia, “e que suscitou paixões, tal como rejeições”.

Marcelo Rebelo de Sousa relembra o que disse no último 25 de Abril “acerca da aceitação que os portugueses devem procurar construir, todos os dias, relativamente a sua história pátria”.

Na nota, o Presidente da República apresenta à família de Otelo Saraiva de Carvalho e à Associação 25 de Abril os seus sentimentos, realçando o “papel central de comando no 25 de Abril”. “Um dos mais activos capitães de Abril, exerceu funções muito relevantes durante a revolução e candidatou-se à Presidência da República em 1976. Afastado do poder na sequência do 25 de Novembro de 1975, viria a ser considerado, pela Justiça, envolvido nas FP25, condenado e amnistiado”, escreve ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

Vida de militar

Nascido em 31 de Agosto de 1936 em Lourenço Marques, Moçambique, Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho teve uma carreira militar desde os anos 1960, fez uma comissão durante a guerra colonial na Guiné-Bissau, onde se cruzou com o general António de Spínola, até ao pós-25 de Abril de 1974.

No Movimento das Forças das Forças Armadas (MFA), que derrubou a ditadura de Salazar e Caetano, foi ele o encarregado de elaborar o plano de operações militares e, daí, ser conhecido como estratego do 25 de Abril.

Depois do 25 de Abril, foi comandante do COPCON, o Comando Operacional do Continente, durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), surgindo associado à chamada esquerda militar, mais radical, e foi candidato presidencial em 1976.

Na década de 1980, o seu nome surge associado às Forças Populares 25 de Abril (FP-25 de Abril), organização armada responsável por vários atentados e mortes, tendo sido condenado, em 1986, a 15 anos de prisão por associação terrorista. Em 1991, recebeu um indulto, tendo sido amnistiado anos depois.

A treta do teletrabalho e do ensino à distância

Em tempos de confinamento foi instituído o chamado teletrabalho, ou seja, os trabalhadores que normalmente trabalhavam a uma secretária com um computador na frente, passaram a ficar em casa e realizavam as tarefas laborais a partir da sua residência. Sobre este tipo de trabalho existem as mais inúmeras histórias, algumas muito vergonhosas. As empresas começaram a abusar dos seus trabalhadores querendo que efectuassem mais horas das que estavam estipuladas anteriormente quando exerciam a função na sede da companhia ou no escritório de uma sociedade. O confinamento foi terrível, os casais estavam em casa com os filhos e a maioria não conseguia concentrar-se no trabalho para tratar ou distrair os filhos. As reivindicações dos trabalhadores em teletrabalho começaram a suceder-se porque as empresas não pagavam as despesas inerentes a esse trabalho via computador.

Não pagavam a electricidade, a internet, as refeições quando em alguns casos os funcionários tinham refeições na empresa. Trabalhar em casa é um desassossego. Para além da atenção que se tem de dispensar constantemente aos filhos menores, tocam à porta o carteiro, a vizinha, o funcionário da EDP, o da EPAL, o do Gás, é um corrupio de interrupções para quem está a trabalhar. As empresas começaram a queixar-se que os trabalhadores interrompiam muitas vezes o trabalho via net. Pudera, como é que se pode estar concentrado e continuamente a laborar se em casa não há descanso? O problema tem feito correr muita tinta e há quem já se tenha sujado, como por exemplo, alguns sindicatos que não mostram competência nem destreza para resolver o problema dos seus associados. Quem tem sofrido mais têm sido ax mulheres, que para além do que ficou referido, ainda têm de sair de casa muito cedo para comprar os mantimentos, voltar para iniciar o teletrabalho, cozinharem o almoço e às vezes o jantar para o marido e filhos e voltar para o computador e desligando o telemóvel, caso contrário, as chamadas não paravam. A pandemia instalou-se, o incentivo à vacinação teve início e quando se perdem horas e horas para se receber uma dose da vacina, como é que é possível estar em teletrabalho? O que tem deixado muita gente trabalhadora preocupada é o facto de muitas empresas pretenderem que o teletrabalho continue ad eternum, o que desagrada imenso a quem trabalha. O problema não tem tido solução e dificilmente as partes chegarão a um acordo. Já não chegava a preocupação de se apanhar a covid-19 – que ainda na semana passada matou algumas dezenas de pessoas – e ainda querem obrigar os trabalhadores a ficar em casa a exercerem a sua função. Não, assim, Portugal não progride em nada.

Quase no mesmo sentido temos outro grave problema: o ensino à distância. Como sempre decreta-se em cima do joelho e o mexilhão é que paga. São os jovens estudantes mais pobres que estão a sofrer essa medida de obrigar os alunos a ficar em casa à frente do computador e o professor do outro lado à distância de uma fibra óptica. Não, isto não pode acontecer. Os alunos pobres nem têm computador e muitos pais nem sabem onde ir buscar dinheiro para pagar a internet. Concretizar o programa de investimento para a digitalização das escolas, elaborar um plano estratégico de substituição dos meios digitais, aperfeiçoar o sistema de gestão escolar, foram algumas das recomendações do Tribunal de Contas (TdC) ao Ministério da Educação na auditoria que fez ao ensino à distância, em substituição das actividades educativas e lectivas presenciais. O ensino à distância tem provocado um enorme esforço de alunos e professores, especialmente na implementação dos métodos para se ensinar. A auditoria do TdC acrescentou um pormenor de suma importância, quando salienta que a falta de meios digitais, o obstáculo mais significativo ao ensino à distância, beneficiou da solidariedade da sociedade em geral e da crescente adaptação e sofisticação dos procedimentos de suporte adoptados. Embora essa falta tenha sido mitigada por doações e empréstimos por parte das autarquias locais, associações e entidades privadas, não foi solucionada, substituindo um número não quantificado de alunos sem os meioss apropriados. E quando uma auditoria de uma instituição séria como o TdC afirma que a falta de meios para os alunos é uma realidade, estamos em que país? O Orçamento de Estado não fez previsões para que os alunos mais pobres fossem contemplados com um computador e um subsídio para pagar a internet?

Um outro facto que está a perturbar o país é a constatação de que os jovens do ensino superior têm vindo a abandonar a escola e desistem de terminar os cursos superiores, o que tem provocado um aumento de desemprego entre a juventude. Quase 13 mil estudantes que se matricularam no ensino superior em 2018 já não estavam no sistema um ano depois, o que corresponde a mais de 11%. No total, 12.726 entre os cerca de 112 mil alunos que começaram a estudar no 1º ou no 2º ciclo do ensino superior em 2018 já não voltaram à universidade no ano seguinte e isto tem vindo a acontecer anualmente. A primeira consequência é que estes jovens dirigem-se ao departamento de desemprego e a este nível a plataforma mostra que no segundo semestre de 2020 o número de estudantes inscritos como desempregados aumentou de 3,3% para 4,6% no ensino público e de 3,9% para 5,7% no privado. Mais uma vez, temos de desabafar com a expressão que denomina a nossa crónica: Ai, Portugal, Portugal…

Tabuletas e bombas d’incêndio

Os incêndios apareciam relatados nos Boletins Oficiais e as condecorações por actos heróicos eram neles também publicadas, como no B.O. de 2/11/1872 quando o cabo de esquadra n.º 83 da primeira companhia do batalhão de infantaria de Macau, Joaquim Coelho da Rocha recebeu uma medalha de prata, (sem necessidade de pagar direitos de mercê nem de selo) pelos serviços que prestou por ocasião do incêndio ocorrido a 27 de Abril 1872 em Sá-com, salvando com grande risco de vida dois chineses que se achavam sem sentidos dentro de uma barraca já presa das chamas.

Num dos Editais no Boletim da Província de Macau e Timor, de 20 de Março de 1875, João Hyndman, procurador interino dos negócios sínicos fazia saber aos habitantes chineses que o Governador, querendo melhorar o serviço de incêndios para melhor segurança dos habitantes, determinava: 1.º Que por conta do governo serão afixadas nas portas das casas que tiverem poços tabuletas com a palavra poço; 2.º Que todas as vezes que houver incêndio de noite, as lojas e casas em cujas portas estiverem afixadas as tabuletas mencionadas no artigo antecedente, deverão colocar uma lanterna ao lado dessas tabuletas; 3.º Que, nos lugares próximos ao sítio de incêndio, as casas que tiverem poços deverão franqueá-los ao pessoal do serviço de incêndios, na certeza de que o governo dará toda a protecção para que essas casas tenham toda a segurança e não sofram prejuízo algum.

A 22 de Fevereiro de 1877, o mesmo procurador João Hyndman por Edital fazia saber: Tendo sido retiradas em algumas casas as tabuletas designativas da existência de poços, o que causou graves inconvenientes por ocasião do último incêndio que teve lugar na travessa do Tintureiro na madrugada de 13 do corrente mês, e convindo em semelhantes ocasiões de desastre que as pessoas que concorrerem para prestar socorros tenham meios de reconhecer facilmente quais são as casas onde existem poços, vão ser, por ordem do Governador, substituídas as tabuletas acima indicadas, pela letra P acompanhada do carácter sínico que significa poço, sendo ambas as letras [de altura de dois decímetros] de cor branca e pintadas a óleo sobre um quadro preto, o que pelo presente edital se faz público para o conhecimento dos habitantes chineses, os quais são também avisados que os proprietários das casas em que forem pintadas essas duas letras serão responsáveis pela conservação delas, ficando sujeitos a uma multa além da obrigação de pagar as despesas da reparação, quando por culpa ou negligência dos mesmos proprietários ou inquilinos forem deterioradas as ditas letras. Ao mesmo tempo faço saber aos habitantes chineses que o governo lhes garante toda a segurança, quando em ocasiões de incêndios for necessário que eles abram as portas de suas casas para se poder utilizar dos poços que possuírem, pois que serão então colocadas sentinelas para evitar todo e qualquer abuso, de modo que não haverá razão para que em ocasião de semelhantes calamidades procurem os chineses dificultar o acesso dos poços de suas casas; por isso todos que para futuro assim fizerem serão processados e punidos rigorosamente como desobedientes à autoridade.

O lugar de inspector dos incêndios encontrava-se vago por falecimento do capitão da guarnição Frederico Guilherme Freire Corte-Real, o que levou o Governador José Lobo d’ Ávila a publicar no B.O. de 25/9/1875 a Portaria N.º 94, onde o major d’ engenharia, director das obras públicas, Augusto Cezar Supico, era nomeado inspector dos incêndios, pois considerava que do melhor desempenho de tal serviço resultará maior facilidade aos proprietários que desejem segurar as suas casas, nas companhias estabelecidas em Hong Kong. Já a Portaria N.º 95 refere: Já no B.O. de 17/2/1877, o Inspector dos incêndios, Cesar Supico narrava: Os primeiros a comparecer no local foram o comandante e alguns oficiais e praças do corpo de polícia e guarda da cadeia por eles foram empregadas as primeiras diligência para o extinguir. A falta de meios próprios e a grande quantidade das matérias inflamáveis, que existiam no prédio, tornou infelizmente ineficazes aqueles bons serviços e por isso o fogo comunicou-se rapidamente a toda a casa. Nestas circunstâncias tratei principalmente de evitar a sua passagem para os prédios vizinhos, o que felizmente se conseguiu. Compareceram todas as corporações, notando-se a boa vontade e diligência com que trabalharam os piquetes da polícia de terra e mar, e a companhia da limpeza conduzida pelo seu fiscal.

Dentre os indivíduos particulares que prestaram serviços sobressaem, como dignos do maior elogio, os cidadãos António Carlos Brandão e filho José Brandão, trabalhando com uma bomba sua desde o princípio. Ganhou o primeiro prémio a bomba n.º 1 desta inspecção, cujo pessoal foi auxiliado por um soldado da guarda do quartel de S. Domingos e outro da guarda da cadeia. Tendo-se partido uma escada foram precipitados da altura do telhado dois chineses da companhia de limpeza e um da bomba Men-Ki, ficando este último gravemente contuso. Por esta inspecção lhe mandei prestar todos os socorros que foram indispensáveis para o seu tratamento.

A relação das bombas particulares existentes em Macau foi publicada na Procuratura dos negócios sínicos a 17/11/1879, com indicação da cor das cabaias que devem trajar os dois encarregados de cada uma dessas bombas.

Tendo os proprietários das bombas particulares pertencentes a estabelecimentos industriais chineses concordado em dar aos encarregados das mesmas bombas trajos especiais para poderem distinguir-se umas das outras. Assim com cabaia branca apresentavam-se as bombas, de Menki (do hão de chá) com borda azul; da Rua dos Ervanários (ou Quartel Velho) com borda preta; da Rua da Caldeira (Ven-Lum-Fong) com borda vermelha; de Sankiu com borda azul; do Bazar com borda verde; e da Pat-Coc-Tong (Rua da Barca da Fruta) com borda amarela. A cabaia azul era usada pelas bombas de Ch’eongki, (fábrica de tabaco) com borda branca; da Rua do Infante (Simão-Kai) com borda branca; e a de Patane com cabaia azul-claro e borda azul-escura. A bomba de Matapao (Siun-Ho-Hao) trajava cabaia amarela com borda azul.

Diplomacia | Pequim quer “ensinar” EUA a tratar países como iguais

O ministro das Relações Exteriores da China disse que Pequim “tem a responsabilidade de trabalhar com a comunidade internacional para ensinar uma lição aos Estados Unidos” sobre como se relacionar com outros países como iguais

 

“Se os Estados Unidos não aprenderam a tratar outros países em pé de igualdade, temos a responsabilidade de trabalhar com a comunidade internacional para ensinar uma lição aos Estados Unidos”, assumiu Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, num comunicado publicado na noite de sábado na página oficial da internet do ministério.

Segundo a agência de notícias espanhola EFE, a posição de Wang surge um dia antes da chegada, à cidade de Tianjin, no nordeste da China, da vice-secretária de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Wendy Sherman, num momento em que as relações entre os dois países atravessam uma fase de tensões.

“Os Estados Unidos querem pressionar sempre os outros países com a sua própria força, pensando que são superiores. No entanto, quero dizer claramente aos EUA que nunca houve um país superior neste mundo, nem deveria haver, e a China não aceitará que nenhum país se considere superior”, afirmou o ministro chinês.

Canais abertos

A vice-secretária de Estado dos EUA chegou ontem a Tianjin, onde tem encontros previstos com o vice-ministro das Relações Exteriores, Xie Feng, responsável pelas relações EUA-China, e, provavelmente, com Wang.

A “número dois” do Departamento de Estado norte-americano, Wendy Sherman, vai encontrar-se com diplomatas chineses, naquela que é a visita de maior destaque à China desde que Joe Biden chegou à Casa Branca, em janeiro.

“Todas as dimensões do relacionamento estarão sobre a mesa, nessas reuniões”, disse no sábado um alto funcionário dos Estados Unidos, numa conferência de imprensa telefónica.

“Os Estados Unidos acolhem bem a competição dura e constante com a China (…) mas queremos garantir que há barreiras de contenção e regras para administrar o relacionamento com responsabilidade”, acrescentou a mesma fonte.

O principal objectivo de Washington é repetir, em privado, as várias queixas sobre Pequim que tem feito publicamente nos últimos meses.

“O objectivo não é negociar sobre questões específicas, mas manter os canais de comunicação abertos ao mais alto nível. A nossa filosofia é que não devemos evitar tópicos difíceis apenas para sermos simpáticos”, disse o porta-voz da Casa Branca na mesma conferência de imprensa.

Esse funcionário também minimizou as sanções recentemente impostas por Pequim a seis cidadãos norte-americanos.

Entre os cidadãos sancionados está o ex-secretário do Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, que enquanto ocupou aquele cargo expandiu a lista de empresas chinesas que não podem negociar com empresas dos EUA sem uma licença prévia, incluindo as gigantes chinesas das telecomunicações Huawei e ZTE.

Também são visados Carolyn Bartholomew, presidente da Comissão de Monotorização de Segurança e Economia entre os EUA e China, Adam King, do Instituto Republicano Internacional, Sophie Richardson, directora da organização não governamental ‘Human Rights Watch’ e ainda Conselho Democrático de Hong Kong para a China, com sede em Washington.

Arte Macau | Ensaio sobre a gastronomia de Macau nas Oficinas Navais

A exposição “Macau – Cidade da Gastronomia: Bom Apetite” pode ser visitada até ao dia 3 de Outubro e inclui 15 obras de artistas de Macau como Carlos Marreiros e Konstantin Bessmertny. A mostra está integrada numa série de outras exposições espalhadas pelo território dedicadas às “cidades criativas” de Nanjing, Wuhan e Linz

 

Da reinterpretação do cultivo de ostras à projecção dos mais antigos rituais gastronómicos de Macau sob a forma de arte, abriu ao público na passada sexta-feira a exposição “Macau – Cidade da Gastronomia: Bom Apetite”.

A mostra, que pode ser vista nas Oficinas Navais Nº1 do Centro de Arte Contemporânea de Macau, junto ao Templo de A-Má, apresenta 15 obras de 16 artistas de Macau e assume-se como um “banquete visual imperdível” que explora através das artes, “o impacto mútuo da comida na sociedade e na história”.

Do grupo de artistas locais seleccionados fazem parte Carlos Marreiros, Konstantin Bessmertny e a dupla Benjamin Hodges e Crystal Chan. À TDM Canal Macau, Benjamin Hodges e Crystal Chan explicaram que a instalação da qual são autores é inspirada na mitologia chinesa e nos espaços tradicionais do Porto Interior, mais precisamente nos restaurantes de marisco, onde a presença de aquários que alojam seres marinhos é uma constante.

Segundo Benjamin Hodges, as imagens criadas recorrendo aos aquários e às ostras pretendem “projectar uma miragem” que é usada para falar, não só do passado e futuro de Macau, mas também da relação com a vida animal.

Por seu turno, na impossibilidade de expor uma instalação de grandes dimensões no lago do cais das Oficinas Navais, Carlos Marreiros preparou uma versão numa escala mais pequena da obra materializada numa cadeira muito alta que dá acesso a uma mesa longínqua, que pretende simbolizar a ideia de que “para se gozar de boa comida é preciso trabalhar para ela”.

“Comer é um acto de prazer (…) mas temos de pensar sempre nas pessoas que nem migalhas têm para comer. Daí que a comida é algo difícil de atingir e, mesmo quando se tem, às vezes, escorrega”, disse à TDM Canal Macau.

A curadora da exposição, Yoyo Wong, frisou que a mostra concretiza, de certa forma, o ensaio proposto aos artistas locais de diferentes áreas, de tentar abordar o tema da comida de um ponto de vista artístico.

Quatro estações

Ao mesmo tempo que a gastronomia dá o mote para à exposição que representa Macau enquanto Cidade Criativa da UNESCO, noutros pontos do território, outras três mostras procuram demonstrar os atributos distintivos de Nanjing (literatura), Wuhan (design) e Linz (arte dos média).

Desta feita, sob a curadoria principal de Yao Feng, na Galeria Tap Seac, podem ser vistos, por ocasião da exposição “Nanjing: Cidade da Literatura – Abrindo o Reino”, trabalhos de dezenas de poetas, novelistas, críticos e artistas da cidade, tais como Su Tong e Zhao Benfu, incluindo manuscritos, caligrafias e documentários.

Já a exposição “Wuhan: Cidade de Design – Empatia”, patente nas Vivendas de Mong-Há, inclui obras do Presidente da Associação de Fotógrafos da China, Li Ge e da Artista Lou Xian, que dão destaque a indivíduos e a grandes eventos históricos “a partir de uma micro perspectiva” assente na “aura da natureza humana”.

Por fim, também patente nas Vivendas de Mong-Há, a exposição “Linz: Cidade da Arte de Média – A Arte da Interface” apresenta nove obras de arte baseadas em interfaces e suportes de difusão, patentes nas Vivendas de Mong-Há, procurando mostrar “o encanto de vanguarda da arte interactiva contemporânea”. As exposições podem ser visitadas até ao dia 3 de Outubro.

UM | Orange Post recebe carta para retirar fotos de artigo

O jornal Orange Post, da Universidade de Macau, recebeu uma carta do restaurante Next Kitchen para remover de um artigo as fotografias do espaço sob pena de sofrer consequências legais.

A carta foi enviada após a publicação de um artigo que dava conta que os funcionários do espaço ficavam a consumir álcool depois do encerramento, o que alegadamente viola os regulamentos internos do campus. De acordo com o mesmo artigo, houve ainda várias queixas de alunos relacionadas com a actividade do restaurante, que terá organizado um encontro para carros desportivos, em Maio, que resultaram em ruído no campus, estacionamentos ilegais e condução perigosa.

Charles Chang, chefe-de-redacção da publicação universitária, considerou que o artigo é preciso e imparcial e que o Orange Post, enquanto jornal da Universidade de Macau, se limitou a cumprir o papel de quarto poder no campus.

EPM | Manuel Machado inicia novo mandato focado na evolução digital

Manuel Machado assumiu um novo mandato à frente da Escola Portuguesa e prometeu apostar na tecnológica. A EPM conta actualmente com 668 alunos matriculados, mas o número pode subir para 690

 

Manuel Machado, director da Escola Portuguesa de Macau, tomou posse para mais mandato na passada sexta-feira e promete focar as atenções na evolução digital. A nova direcção foi alargada face aos mandados anteriores, e além de Zélia Baptista, que se encontra da EPM desde 2013, a par de Manuel Machado, passa também a integrar Olívia Remédios.

Após a tomada de posse, Machado indicou que a aposta para o novo mandato passa pela digitalização. “A aposta na digitalização enquanto ferramenta útil da qual devem ser retirados os utensílios para melhorar o processo de ensino e aprendizagem é muito importante. Essa é uma aposta futura, a aposta no digital”, apontou o director, ao Canal Macau da TDM.

Contudo, Manuel Machado recusa que a digitalização possa ser uma ameaça ao ensino de carácter humanista, que diz ser um dos traços da EPM. “É uma aposta no digital no sentido de aproveitar o que é útil para o processo de ensino e aprendizagem […] mas, sem nunca pôr em causa a relação próxima entre alunos e professores, sem nunca pôr em causa o pendor fortemente humanístico do nosso projecto educativo”, ressalvou.

A aposta na digitalização vai ser feita em duas fases e com recurso ao subsídio da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “Estamos a procurar melhorar a nossa rede com o subsídio dos Serviços de Educação e Juventude, vamos melhorar, quer este ano quer no próximo ano, em duas fases, o hardware, de forma a que depois possam ser aplicadas as competências digitais que estão a ser trabalhadas pelos docentes e que futuramente vão ser trabalhadas pelos alunos”, apontou.

Os próximos anos, segundo o Canal Macau, vão igualmente ser utilizados para apostar no desenvolvimento linguístico focado para a língua portuguesa, na consolidação da disciplina de educação cívica e desenvolvimento e na divisão da disciplina de língua chinesa em dois níveis.

Mudanças legislativas

O aumento do número de membros da direcção de dois para três foi explicado com o novo estatuto das escolas particulares do ensino não-superior, que entra em vigor em Setembro. É por esse motivo que Olívia Remédios passa a fazer parte da direcção.

Ainda em relação às mudanças nos recursos humanos, Manuel Machado explicou que a saída de oito professores foi colmatada com duas contratações. “Foram oito [os professores] a abandonar a RAEM, desses oito, um professor estava colocado numa outra escola ao abrigo do protocolo que a Fundação Escola Portuguesa de Macau tem com a DSEDJ e os outros estavam e funções da EPM”, começou por explicar. “Dois já foram substituídos, um por um docente residente em Macau e outro por um docente que estava em Portugal, uma vez que tem BIR. Quantos aos restantes foi possível a substituição, porque no âmbito do protocolo é possível a mobilidade de professores”, acrescentou.

Manuel Machado indicou também que uma das soluções passou por reajustar os horários dos docentes, o que permite que nem todos os oito profissionais tivessem de ser substituídos.

Em relação ao ano lectivo 2021/2022, o director da EPM avançou que há 668 alunos matriculados, mas que o número pode subir para próximo dos 690.

Habitação Social | Moradores queixam-se de sujidade em apartamentos

Duas dezenas de moradores queixaram-se da sujidade que encontraram nos novos apartamentos de habitação social em Mong Há. O jornal Ou Mun considera que a entrega das casas foi apressada, sem dar tempo para operações de limpeza

 

Os arrendatários de 20 habitações sociais no Edifício Mong Tak, do novo complexo de habitação social de Mong Há, queixaram-se ao Instituto de Habitação (IH) do estado de sujidade e desgaste das fracções, de acordo com dados oficiais disponibilizados ao jornal Ou Mun. Os moradores começaram a mudar-se para as novas fracções a partir de 19 de Julho e, desde então, houve uma média diária superior a duas queixas.

Segundo o relato de alguns moradores, quando entraram nas novas casas encontraram várias pedras e materiais deixados pelos pedreiros, mas também canos entupidos, manchas que indiciam o uso das casas de banho e pontas de cigarros nas varandas. As fotografias publicadas no jornal mostram a situação, já depois de os arrendatários terem feito parte das limpezas.

A situação levou alguns residentes a dizerem ao jornal que caso tivessem sido eles a comprar a fracção que o nível de imundice na altura da entrega era inadmissível. No que diz respeito à sujidade, houve ainda quem desabafasse que nunca tinha imaginado que a casa “nova” conseguisse ser mais suja que a velha.

Segundo o jornal Ou Mun, na origem do problema terá estado o facto de o Governo ter optado por apressar a entrega das casas, sem que tivesse havido tempo para verificar o estado de limpeza das fracções.

Apesar das críticas, alguns arrendatários optaram por não apresentar queixa ao IH e não entram para a conta dos 20 apartamentos. Alguns moradores que não se queixarem reconheceram que a possibilidade de habitarem em fracções sociais é um privilégio, face à situação de muitas pessoas desfavorecidas. Por isso, no final das contas admitiram não ter apresentado queixa ao IH.

Questões para o empreiteiro

Após a revelação do caso, o Ou Mun ouviu o engenheiro Addy Chan que alertou os moradores para fazerem uma limpeza inicial e procurarem a existência de entupimentos e outros problemas de construção.

O profissional do sector da engenharia afirmou ainda que os arrendatários devem fazer um registo das alterações necessárias, relatar tudo ao IH, e evitar fazer qualquer tipo de obra, de forma a que o Governo possa responsabilizar os empreiteiros, que assim terão de assumir os custos da correcções necessárias.

Addy Chan explicou ainda que no caso das manchas na pintura das casas, erosão química das cores ou manchas de cigarros nos azulejos ou na pedra do chão que os custos das reparações têm de ser assumidos pelos empreiteiros.

Após as queixas, o jornal Ou Mun relatou ainda que o IH procedeu de urgência à verificação de fracções que ainda não foram entregues e que pediu aos empreiteiros para corrigir irregularidades, pedido extensível aos apartamentos dos moradores queixosos.

Solidariedade | Mak Soi Kun doou três salários a Henan

Mak Soi Kun anunciou a doação de três salários para ajudar nos trabalhos de recuperação na província de Henan, gravemente assolada por cheias. Os deputados recebem cerca de 49.949 patacas por mês de salários básico, ao qual acrescem 1.248 patacas por cada reunião de comissão. No caso de presidirem às comissões, como acontece com Mak Soi Kun, na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, o pagamento por reunião é de cerca de 2.497 patacas.

O montante exacto da doação não foi revelado pelo jornal Ou Mun, mas Mak justificou o acto com a vontade de retribuir à sociedade o que recebeu e de ver a província de Henan regressar à normalidade. Por outro lado, o residente de Macau considerou que a prosperidade da RAEM depende da situação do Interior e que por isso há a obrigação de ajudar o país.

Também os representantes de Macau à Assembleia Popular Nacional doaram um total de 600 mil dólares de Hong Kong, através da conta bancária do Gabinete de Ligação do Governo Central. As doações foram coordenadas por Lao Ngai Leong, José Chui Sai Peng e Kou Hoi In e justificadas com a atenção que a população de Macau presta ao Interior e aos residentes do Interior.

Além disso, os representantes de Macau à APN enviaram condolências às famílias enlutadas e afirmaram sentirem-se orgulhosos e emocionados por verem soldados e populações participarem no esforço conjunto de recuperação.

Sida | Subida de casos por contacto homossexual preocupa SSM

Das 34 infecções por HIV registadas entre residentes de Macau até Junho de 2021, 23 foram causadas por contacto homossexual. Os Serviços de Saúde dizem que a tendência “não pode ser ignorada” e que as medidas de controlo e prevenção vão ser alargadas a este grupo. Por outro lado, a DSEDJ quer apoiar alunos a “criar valor sexual e consciência de género correctos”

 

Os Serviços de Saúde (SSM) estão preocupados com o aumento do número de casos de infecção por HIV que resultaram de contacto homossexual. Isto, quando, das 34 infecções por HIV registadas entre residentes de Macau até Junho de 2021, 23 foram causadas por contacto homossexual ou entre pessoas transgénero.

A estatística revelada na passada quinta-feira pela secretária-geral da Comissão de Luta contra a Sida, Leong Iek Hou, aquando da 1.ª reunião de trabalho de 2021 do organismo, contabiliza ainda que, dos 34 casos registados entre Janeiro e Junho deste ano, 29 dizem respeito a homens e cinco são mulheres.

A faixa etária onde foram registados mais casos (13) situa-se entre os 30 e os 39 anos, seguindo-se as faixas etárias dos 20 aos 29 anos (11 casos), 40 a 49 anos (sete casos) e mais de 50 anos (três casos). Além dos 23 casos causados por contacto homossexual, revelou a responsável, oito infecções foram causadas por contacto heterossexual e três casos estão a ser acompanhados no exterior.

Fazendo um balanço sobre a ameaça que as doenças infecciosas como a Sida e a Covid-19 colocam a Macau, o Director dos Serviços de Saúde, Lo Iek Long prevê que a prevenção e controlo deste tipo de doenças no futuro, seja mais difícil. Especificamente sobre a Sida, Lo Iek Long lembrou que “não há método para cura completa” e que esta é uma doença que não se manifesta através de sintomas óbvios por um longo período de tempo após a infecção.

Ao mesmo tempo, o director dos SSM, apontou que o “acréscimo de casos de infecção por contacto do mesmo sexo” é uma tendência que “não pode ser ignorada”. Isto, apesar de Macau ser uma região de baixa incidência. Face à tendência crescente, os SSM vão alargar os serviços de prevenção e controlo da Sida a este grupo, revelou também.

Sobre o programa piloto de autoteste de HIV, foi anunciado que, entre 9 de Março e o final de Junho, foram vendidos 115 kits de autoteste, sendo que mais de 80 por cento dos compradores são homens entre os 31 e os 40 anos. Desde a implementação do programa foi encontrado um caso confirmado de HIV.

Com base no volume de vendas e do “feedback positivo do todas as partes”, os SSM revelaram que os resultados iniciais do programa piloto foram alcançados, estando agora a ponderar “a sua implementação contínua”.

Educação ao centro

Sobre a promoção da educação sexual, o chefe do Centro de Educação Moral da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) apontou que foram realizadas actividades preventivas a pensar nos estudantes.

“Quanto ao apoio pedagógico, foram realizadas actividades pedagógicas, preventivas e desenvolvidas para alunos e disponibilizado aconselhamento por caso concreto para alunos com necessidades, a fim de apoiar os alunos a criar valor sexual e consciência de género correctos”, pode ler-se numa nota oficial.

Além disso, foi ainda estipulado que as escolas de ensino não superior devem disponibilizar educação sexual em todas as fases e foi criada uma base de recursos pedagógicos de Educação Moral e Cívica.

A fim de criar “harmonia” no ambiente escolar, o responsável reportou ainda que foram tomadas medidas como a divulgação de mensagens relacionadas com a educação moral, a subsidiação de escolas para o desenvolvimento da educação moral na escola, a realização de exposições e a criação da Comissão para a Promoção da Igualdade de Género das Instituições de Ensino Superior de Macau.

Bandeira nacional e regional obrigatórias em mais ocasiões

O Governo aumentou o número de dias, locais e ocasiões em que as bandeiras da China e de Macau devem ser exibidas e hasteadas. O dia Nacional da Constituição passa a ser “dia de festa importante” e há regras mais específicas para cerimónias que incluam o Hino Nacional. Na esfera digital, o emblema nacional passa a ser obrigatório em alguns websites do Governo

 

Nem o digital escapa ao âmbito da lei da utilização e protecção da bandeira e hino nacionais. O Conselho Executivo (CE) anunciou na passada sexta-feira a conclusão do diploma complementar da referida lei, que aumenta o número de dias, locais e ocasiões em que a bandeira da China e de Macau devem exibidas ou hasteadas.

O novo regulamento administrativo vem dar “cumprimento às decisões do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional” chinesa “relativas à alteração à Lei da Bandeira Nacional e à Lei do Emblema Nacional” chinesas, disse o secretário para a Administração e Justiça e porta-voz do CE, André Cheong, em conferência de imprensa.

Quanto a locais, o novo regulamento administrativo estabelece como obrigatória a exibição da bandeira nacional nas escolas de ensino infantil “que reúnam as condições necessárias”, nos dias em que se realizem actividades educativas. Além disso, também as instalações culturais e desportivas públicas de grandes dimensões passam a ter que exibir ou hastear a bandeira nacional e a bandeira regional.

O Dia Nacional da Constituição, assinalado a 4 de Dezembro, passa a ser “um dia de festa importante”, em que as bandeiras devem também estar à vista nos locais indicados, como nos espaços públicos (praças e jardins de grandes dimensões) geridos pelo Instituto dos Assuntos Municipais.

André Cheong explicou ainda que, durante as cerimónias do hastear da bandeira nacional, o hino nacional deve ser executado “instrumental e vocalmente”, devendo todos os presentes estar virados para a bandeira e permanecer respeitosamente de pé, olhar para a Bandeira Nacional ou prestar saudação. Enquanto a bandeira nacional é hasteada, ficam proibidos actos que atentem contra a sua dignidade.

“Já explicámos que actos podem ser definidos como prejudiciais à dignidade da bandeira. Não temos formas muito claras, é uma decisão da população”, afirmou o porta-voz do Conselho Executivo, segundo a agência Lusa.
André Cheong acrescentou ainda que “os referidos actos” serão dados a conhecer mais tarde, através “da promoção da Direção dos Assuntos de Justiça”.

Alcance digital

As normas de utilização dos símbolos nacionais estendem-se ainda ao mundo digital, prevendo-se que o emblema nacional seja utilizado “em local bem visível” na página inicial de websites institucionais como o do Gabinete do Chefe do Executivo, do Portal do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, da Assembleia Legislativa, dos Tribunais, do Ministério Público e outros a indicar pelo Chefe do Executivo.

Recorde-se que a proposta de alteração à lei da utilização e protecção da bandeira, emblema e hino nacionais deu entrada na Assembleia Legislativa em Maio.

Na altura André Cheong indicou que a proposta previa “um novo ajustamento” para se conformar com as alterações aprovadas por Pequim, “tais como a proibição de hastear ou colocar de forma invertida” a bandeira chinesa, uma nova infracção que passará a ser punida com multa de “2.000 a 10.000 patacas” tal como já acontecia noutros casos de desrespeito dos símbolos nacionais chineses.

Covid-19 | Registados mais três infectados e quatro casos de contacto próximo

Duas pessoas que voaram para Macau vindas das Filipinas e outra que viajou da Alemanha foram diagnosticadas com covid-19 à entrada na RAEM. As autoridades anunciaram ainda que quatro cidadãos foram submetidos a quarentena devido a contacto próximo com uma pessoa infectada no Interior

 

Macau registou mais três casos importados de covid-19, o que fez subir o número de infecções desde o início da pandemia para 59 infectados. Os casos reportados dizem respeito a um residente de 31 anos que estuda na Alemanha, e outros dois residentes, uma mãe, de 28 anos, e um filho, de 8 anos, que viajaram para Macau vindos das Filipinas. Nos três casos o diagnóstico foi logo feito à entrada.

O caso do estudante que viajou da Alemanha, que partiu de Paris e fez escala em Singapura, foi revelado ontem à tarde. Segundo a informação revelada, “após a chegada a Macau, foi imediatamente encaminhado para a Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), devido a febre baixa”.
Antes de partir, o individuo tinha feito um teste com resultado negativo.

Uma situação idêntica aconteceu com as duas pessoas (mãe e filho) vindas das Filipinas. “Ambos negaram terem sido, anteriormente, diagnosticados com a COVID-19. A mãe foi vacinada em 25 de Junho e 23 de Julho com duas doses da vacina”, pode ler-se no comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “Os resultados do teste de ácido nucleico que efectuaram nas Filipinas em 20, 21 e 22 de Julho foram negativos”, acrescentam as autoridades.

Além dos dois casos, o centro revelou outras duas situações de recaída, também relacionadas com pessoas vindas das Filipinas. “Foram, ainda, registados, outros dois casos positivos no teste de ácido nucleico. Um caso diagnosticado a funcionária do Consulado Geral das Filipinas em Macau, com 27 anos de idade, e outro a uma bebé, de um ano, filha de um outro membro do mesmo consulado”, foi indicado. “Em ambas situações acusaram positivo no resultado do teste de ácido nucleico, mas como tinham sido diagnosticados em Maio como casos confirmados, foram ambos classificados como casos de recaída”, foi explicado.

Também no caso da mulher de 27 anos a infecção aconteceu apesar da inoculação com duas doses já ter sido realizada. Segundo o comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus as pessoas infectadas estão “em condições consideradas normais” e a ser tratadas no Centro Clínico de Saúde Pública.

Contactos próximos

Além dos casos confirmados, as autoridades anunciaram também a existência de quatro pessoas em Macau que tiveram contacto próximo com um infectado do Interior.

A mulher de 23 anos foi diagnosticada a 22 de Julho, como assintomática, num Hospital de Zhuhai, onde fez o teste de ácido nucleico e para onde tinha viajado a partir de Nanjing. Na cidade vizinha, a mulher utilizou os transportes públicos para Zhongshan, onde esteve em contacto com um trabalhador não-residente em Macau, de 32 anos, e três residentes: uma mulher de 64 anos, uma mulher 53 anos e um homem de 28 anos.

Por sua vez, os contactos próximos originaram três contactos gerais e 11 contactos próximos por via secundaria, num total de 17 pessoas. “Todas concluíram o primeiro teste de ácido nucleico e teste de anticorpos. Todos os resultados deram negativo e sem capacidade de transmissão”, afirmou a médica Leong Iek Hou, na sexta-feira, durante a conferência semanal sobre a situação pandémica.

Ainda segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, não existem motivos para preocupação uma vez que foram encontrados “os residentes que estiveram em contacto estreito com os contactos próximos” a quem foi “aplicadas medidas preventivas de observação médica”.

Vacinação é “gravemente baixa”

A conferência de imprensa de sexta-feira serviu igualmente para o Governo insistir no apelo à vacinação, principalmente por entender que a taxa de vacinação entre idosos e jovens é “gravemente baixa”. Nesse sentido, Tai Wa Hou, médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário, anunciou novas medidas como a vacinação nas escolas secundárias e autorização para que as pessoas com mais de 60 anos, ou doenças crónicas, se possam vacinar sem terem de fazer marcação.

Segundo os dados apresentados, desde o início da administração de vacinas, há seis meses, a taxa de vacinação é de 40 por cento. Quando são consideradas as pessoas com mais de 12 anos, a percentagem de vacinados sobe para 45 por cento. Os residentes têm uma taxa de vacinação de 55 por cento e os não-residentes de 45 por cento.

No entanto, Tai Wa Hou alertou que devido ao fluxo fronteiriço entre Guangdong e Macau o risco de infecção “está a aumentar gradualmente” e que as pessoas devem vacinar-se o mais depressa possível.

Quarentena obrigatória para quem esteve em Nanjing

Foi decretada, desde ontem à tarde, quarentena obrigatória de 14 dias para todos os indivíduos que nos 14 dias anteriores à entrada em Macau tenham estado em Nanjing, na província de Jiangsu. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus especificou ontem que quem “tenha estado no Subdistrito de Yongyang do Distrito de Lishui, no Subdistrito de Yaxi do Distrito GaoChun, no Subdistrito de Nanyuan do Distrito de Jianye ou no Distrito de Jiangning da Cidade de Nanjing” terá de se sujeitar a 14 dias de observação médica em local designado pelas autoridades de saúde.

As quarentenas obrigatórias estendem-se a quem tenha estado na cidade de Ruili e Condado de Longchua, da Sub-região Autónoma das Etnias Dai e Jingpo de Dehong, na província de Yunnan, ao Bairro Residencial Rongle do Subdistrito de Jinqiao do Distrito de Dodong da Cidade de Shenyang, na província de Liaoning e na Zona de Fábrica N.º1 situada na Rua Huike da Vila Wujia do Distrito de Fucheng da Cidade de Mianyang, na província de Sichuan.

Arranca hoje nova ronda de venda máscaras

A partir de hoje os residentes e não-residentes podem deslocar-se às farmácias do território para comprarem mais 30 máscaras por 24 patacas, no âmbito do programa de aquisição do Governo. Durante a ronda do plano que terminou ontem, foram vendidas mais 3,67 milhões de máscaras, de acordo com a médica Leong Iek Hou, o que faz com que desde o início da pandemia tenham sido vendidos 210 milhões de máscaras.

China confirma visita de vice-secretária de Estado norte-americana

A vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, vai visitar a cidade de Tianjin, no nordeste da China, nos dias 25 e 26 de julho, onde reunirá com diplomatas chineses, confirmou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Em comunicado, o Ministério detalhou que Sherman vai reunir com o responsável pelas relações entre os Estados Unidos e a China da diplomacia chinesa, Xie Feng, e posteriormente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

Segundo a mesma fonte, a diplomacia chinesa vai deixar claro aos Estados Unidos os seus “princípios de desenvolvimento das relações” entre os dois países, com uma “atitude firme para proteger a sua soberania” e exigir que os Estados Unidos “parem de se intrometer nos assuntos internos da China”.

O Departamento de Estado dos EUA já anunciado, na quarta-feira, a visita, que visa, segundo o comunicado, “manter conversas sinceras” com a China e “administrar com responsabilidade” a relação entre as duas potências.

O encontro entre Sherman e Xie é o primeiro presencial entre emissários de alto nível dos Estados Unidos e da China após a cimeira realizada em março passado, no Alasca, na qual o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o chefe das relações externas do Partido Comunista Chinês, Yang Jiechi, protagonizaram uma tensa discussão.

Esta semana, os dois países trocaram acusações sobre ciberataques. As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se, nos últimos anos, devido a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos na questão dos direitos humanos ou sobre o estatuto de Hong Kong e Taiwan e a soberania do Mar do Sul da China.