Tóquio 2020 | Japão ameaça China e Estados Unidos ‘aparecem’ ao segundo dia

O anfitrião Japão, com cinco ‘ouros’, acercou-se dos seis da China no topo do medalheiro de Tóquio2020, no segundo dia dos Jogos Olímpicos, também marcado pelas primeiras medalhas conquistadas pelos Estados Unidos, que dececionaram na estreia.

Os nipónicos voltaram a brilhar no judo e venceram de forma inédita a categoria feminina de -52 kg, graças ao triunfo por ‘ippon’ de Abe Uta, de 21 anos, sobre a francesa Amadine Buchard, com a britânica Chelsie Giles e a italiana Odette Giuffrida no terceiro posto.

Poucos minutos depois, o irmão Hifumi Abe, de 23 anos, festejou em -66 kg masculinos, ao bater igualmente por ‘ippon’ o georgiano Vazha Margvelashvili, numa vertente em que o brasileiro Daniel Cargnin e o sul-coreano An Baul ficaram com a medalha de bronze.

O judo ditou três dos cinco ‘ouros’ do Japão, que também viu Yuto Horigome, com 37,18 pontos, impor-se na variante de rua do skate, em estreia nas Olimpíadas, a par do surf, face à ‘prata’ do brasileiro Kelvin Hoefler e ao terceiro lugar do americano Jagger Eaton.

Já a nadadora Yui Ohash cumpriu os 400 metros estilos em 4:32.08 minutos, à frente de Emma Weyant e Hal Flickinger, que ajudaram os Estados Unidos a chegar aos 10 ‘metais’, num dia que atribuiu 18 títulos e deu arranque a basquetebol, canoagem, mergulho e vela.

No sábado, o país mais laureado de sempre no maior evento multidesportivo do mundo não tinha integrado qualquer pódio, quebrando um recorde de 141 dias seguidos a somar medalhas olímpicas nos Jogos de verão, que vigorava desde a renúncia em Moscovo1980.

O nadador Chase Kalisz impulsionou o ressurgimento da ‘Team USA’ nos 400 metros estilos, ao vencer em 4:09.42 minutos, após ter sido ‘vice’ na distância no Rio2016, à frente do compatriota Jay Litherland, ‘prata’, e do australiano Brendon Smith, ‘bronze’.

Maior surpresa ofereceu o triunfo nos 400 livres do tunisino Ahmed Hafnaoui, de 18 anos, que entrou com o pior tempo da qualificação e impôs-se em 3:43.36 minutos ao australiano Jack McLoughlin, segundo, e ao norte-americano Kieran Smith, terceiro.

Com o ‘lendário’ Michael Phelps a comentar nas bancadas, o primeiro dia de finais da natação finalizou com o expectável ‘tricampeonato’ da estafeta feminina da Austrália nos 4×100 livres, bem distante de Canadá, segundo, e Estados Unidos, terceiro, e marcado por novo máximo mundial, de 3:29.69 minutos, contra 3:30.05 por si fixados em 2018.

A tarde trouxe novas marcas olímpicas no decurso das eliminatórias dos 100 metros bruços e dos 100 costas femininos, cujo anterior máximo foi batido por três vezes num espaço de seis minutos, baixando pela primeira vez dos 58 segundos.

Já a China ‘limpou’ a primeira prova de saltos para a água feminina, com a dupla composta por Shi Tingmao e Wang Han a somar 326,40 pontos para vencer na prancha sincronizada a três metros, sem dar esperanças a Canadá, ‘prata’, e Alemanha, ‘bronze’.

A austríaca Anna Kiesenhofer surpreendeu na prova de fundo de ciclismo de estrada, ao cumprir os 137 quilómetros, entre o parque Musashinonomori e a Pista Internacional de Fuji, em 3:52.45 horas, com 1.15 minutos de vantagem sobre a holandesa Annemiek van Vleuten e 1.29 sobre a italiana Elisa Longo Borghini, que repetiu o terceiro lugar do Rio2016.

No tiro, o norte-americano William Shaner bateu o recorde olímpico, com 251,6 pontos, e chegou ao ‘ouro’ na carabina de ar a 10 metros masculino, aos 20 anos, escapando à concorrência dos chineses Sheng Lihao, de 16 anos, segundo, e Yang Haoran, terceiro.

A atiradora russa Vitalina Batsarashkina, ‘vice’ no Rio2016, venceu a prova de pistola de ar a 10 metros feminina, ao impor-se na final à búlgara Antoaneta Kostadinova, somando 240,3 pontos, um novo recorde olímpico, num pódio fechado pela chinesa Ranxin Jiang.

Nessa prova esteve a georgiana Nino Salukvadze, que ficou arredada nas eliminatórias, ao ser 31.ª colocada, tornando-se a primeira mulher a estar presente em nove edições de Jogos Olímpicos, a começar por Seul1988, quando venceu na pistola a 25 metros e foi prata na pistola de ar a 10 metros, variante na qual alcançou o ‘bronze’ em Pequim2008.

Menos uma participação logrou a uzbeque Oksana Chusovitina, de 46 anos, que se despediu como a ginasta mais velha da história olímpica, 29 anos depois da estreia em Barcelona1992, quando foi campeã por equipas pela antiga União Soviética, numa carreira em que também arrecadou a ‘prata’ na prova do cavalo, pela Alemanha, em Pequim2008.

A equipa feminina de tiro com arco da Coreia do Sul continuou implacável, ao subir pela nona vez seguida ao topo do pódio – num dos três mais longos ‘reinados’ olímpicos em vigor -, após ganhar na final à representação russa, por 6-0, com a Alemanha em terceiro.

Inédita foi a ausência de representação italiana no pódio do florete individual feminino desde Seul1988, uma vez que a norte-americana Lee Kiefer subiu ao primeiro lugar, acompanhada pelas russas Inna Deriglazova, ‘prata’, e Larisa Korobeynikova, ‘bronze’.

Quanto ao concurso masculino de espada, o esgrimista Romain Cannone suplantou o húngaro Gergely Siklosi e o ucraniano Igor Reizlin para dar o primeiro título à França, numa tabela de medalhas com 40 países e liderada pela China, com seis ‘ouros’ em 11 ‘metais’.

No halterofilismo, Li Fabin e Lijun Chen pulverizaram os recordes olímpicos nas competições masculinas de -61 kg e -67 kg, ao levantarem 313 e 332 quilos, respetivamente, com Fabin a superar o indonésio Eko Yuli Irawan e o cazaque Igor Son, enquanto Chen bateu o colombiano Luis Mosquera Lozano e o italiano Mirko Zanni.

Já o lutador de taekwondo uzbeque Mirko Zanni sagrou-se campeão na categoria masculina de -68 kg, à frente do britânico Bradly Sinden, ficando o derradeiro lugar do pódio repartido pelo chinês Shuai Zhao e pelo turco Hakan Recber.

Em -57 kg femininos, a norte-americana Anastasija Zolotic ganhou na final à russa Tatiana Minina, com o ‘bronze’ para a taiwanesa Chia-Ling Lo e para turca Hatice Ilgun, que afastara antes a iraniana Kimia Alizadeh, em representação da equipa olímpica de refugiados, vencedora do confronto com a britânica Jade Jones, bicampeã olímpica, nos ‘oitavos’.

O segundo dia de Tóquio2020 trouxe ainda a primeira eliminação de sempre da líder mundial vigente do ‘ranking’ WTA de ténis, dada a derrota em dois ‘sets’ da australiana Ashleigh Barty, recente vencedora em Wimbledon, com a espanhola Sara Sorribes.

De fora está ainda o britânico Andy Murray, consagrado em Londres2012 e no Rio2016 como inédito bicampeão em singulares masculinos, devido a uma lesão crónica na anca.

Outra grande surpresa aconteceu já em fecho de sessão, com a superfavorita equipa dos Estados Unidos, composta pelas ‘estrelas’ da Liga Norte-americana de Basquetebol (NBA), a perder na estreia com a França, por 83-76.

26 Jul 2021

Tóquio 2020 | Organização pede ao público para evitar assistir ao vivo à maratona

A organização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e as autoridades japonesas pediram ontem ao público para evitar assistir ao vivo à prova da maratona, devido ao elevado risco de infeção com o novo coronavírus.

A maratona, umas das mais emblemáticas provas olímpicas, e as competições de marcha de Tóquio2020 vão realizar-se em Saporo, 800 quilómetros a norte da capital japonesa, onde se disputarão a maioria dos eventos desportivos, entre 23 de julho e 08 de agosto.

Em março, as autoridades japonesas proibiram a presença de espectadores provenientes do estrangeiro para assistirem aos Jogos Olímpicos e novas medidas restritivas da presença de público podem ser anunciadas ainda durante esta semana.

O Japão passou por uma crise sanitária menos grave do que muitos outros países afectados pela pandemia de covid-19, mas demorou a lançar uma campanha de vacinação, pelos que as infeções continuam em alta na região de Tóquio.

7 Jul 2021