SMG | Nova tempestade tropical daqui a três dias

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) anunciaram ontem a ocorrência, no prazo de três dias, de uma tempestade tropical que deverá passar pela ilha de Hainão e zona oeste da província de Guangdong, tendo origem num sistema de baixas pressões no Mar do Sul da China.

Prevê-se que este sistema se intensifique dentro de dois dias, e que deverá deslocar-se em direcção à região entre a Ilha de Hainan e a província de Guangdong (Oeste) até ao final da semana, podendo trazer chuvas fortes, ventos intensos e agitação marítima. Entretanto, os SMG apontam para a previsão de tempo muito quente para hoje, com céu geralmente pouco nublado e vento fraco.

As temperaturas devem oscilar entre os 27 e 33ºC, sendo que a humidade relativa no ar se deverá situar entre os 65 e 95 por cento. Já ontem, os SMG explicavam no seu website que estas temperaturas se devem à influência “de um anticiclone em grande altitude”.

Reciclagem | Associação ecológica defende incentivos e multas

A Associação de Ecologia de Macau espera que o Governo crie um mecanismo de incentivos e penalizações para promover a reciclagem de resíduos, depois de o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2024 ter demonstrado que não só aumentou a produção de resíduos per capita, como também diminuiu o volume de resíduos recicláveis recolhidos, que passou de uma taxa de 24,5 por cento em 2021 para 21,7 por cento no ano passado.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o vice-presidente da associação Joe Chan destacou a falta de eficácia da reciclagem, algo que só com pode ser alterado com incentivos. Para tal, refere que as leis devem ser alteradas para incentivar a redução de resíduos e a separação de lixo e que se devem cobrar multas para quem não separa o lixo.

O ambientalista argumentou que desde a pandemia, as entregas ao domicílio de refeições e bebidas aumentaram consideravelmente, assim como as encomendas de taobao, criando mais lixo e subcarga para o tratamento de resíduos. Joe Chan acha também que o programa de pontos verdes não é aliciante.

G-Dragon | DSAL sublinha que contornar as leis laborais é ilegal

O Governo e a polícia negaram que os trabalhadores não-residentes sem licença apanhados no concerto de G-Dragon sejam voluntários, estatuto que apenas se aplica em situações sem fins lucrativos. A DSAL enfatiza que usar o estatuto de voluntariado para contornar as leis laborais é ilegal. Ella Lei defende penalizações mais pesadas

 

Depois da operação da conjunta do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laboral (DSAL) no Galaxy Arena no sábado, onde foram encontradas dezenas de trabalhadores sem licença na zona da venda de merchandising, várias publicações nas redes sociais argumentaram que estas funcionárias eram afinal voluntárias.

A situação, verificada no sábado durante os concertos da estrela de K-Pop G-Dragon, levou o CPSP e a DSAL a emitirem um comunicado ontem de madrugada a clarificar a situação.

“Em relação a rumores que circulam na internet, que afirmam que os voluntários não-residentes que trabalhem em concertos não infringem a lei e não estão sujeitos a regulamentação, a DSAL e o CPSP esclarecem solenemente que, de acordo com as leis em vigor, qualquer não-residente que trabalhe em Macau deve obter previamente as autorizações requeridas pela lei”, adiantaram as autoridades num comunicado em chinês.

Foi ainda acrescentado que durante a operação do passado sábado, a DSAL e o CPSP inspeccionaram a identidade de 107 trabalhadores durante os concertos no Galaxy Arena, dos quais 68 eram não-residentes que obrigaram a posterior verificação da condição legal para trabalhar, situação que está a ser investigada. As autoridades não clarificaram se foram cometidas ilegalidades, mas que vão investigar o assunto de forma séria e não vão tolerar actos ilegais.

Jogos de semântica

A DSAL sublinhou em particular que “os serviços de voluntariado só se aplicam a actividades de assistência social pública sem fins lucrativos e que os participantes não podem receber qualquer tipo de remuneração”.

Além disso, as autoridades indicam que qualquer tentativa de contornar o sistema de autorização de trabalho alegando ‘voluntariado’ é ilegal. “Os empregadores podem ser considerados culpados de trabalho ilegal e condenados a uma pena de prisão até dois anos. Os não-residentes que se envolvam em trabalho ilegal podem também cometer infracções administrativas e ser multados até 10.000 patacas”, acrescenta a DSAL.

Ella Lei considera que a legislação deve ser revista de forma a aumentar as penalizações e o efeito dissuasor e assim combater o trabalho ilegal e transfronteiriço. Em declarações ao jornal Exmoo, a deputada dos Operários referiu que no passado o trabalho ilegal era mais comum os sectores da construção e restauração, mas que nos últimos tempos se alastram à indústria dos espectáculos, exposições e guias turísticos.

Rua da Tercena | Edifício em ruínas demolido

Membros da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) executaram “recentemente” uma ordem de demolição de um edifício em ruínas na Rua da Tercena.

Segundo um comunicado desta entidade, “verificaram-se o desmoronamento da cobertura e a acumulação de grande quantidade de materiais diversos no edifício em ruína”, sendo que depois de uma vistoria se confirmou que o edifício em questão corria o risco de queda, “tendo sido remitido um ofício e publicado um edital a exigir aos proprietários a contratação de profissionais qualificados dentro do prazo fixado para a elaboração dos projectos de obra e trabalho de demolição”.

Porém, o prazo concedido pela DSSCU terminou sem que os proprietários do prédio tenham agido em conformidade com o pedido, pela que a DSSCU procedeu à demolição do edifício, sendo as despesas correspondentes imputadas aos responsáveis, é explicado.

Segundo o Regime jurídico da construção urbana, de 2021, “os proprietários dos edifícios devem assumir a responsabilidade de reparar e conservar o edifício”, estando estipulado que “decorridos 10 anos após a emissão da licença de utilização e em cada cinco anos subsequentes, devem proceder à obra de reparação e conservação do mesmo”.

Semana Cultural | Guineenses acreditam em continuidade

Graziela Lopes, presidente da Associação dos Guineenses, confirma a proposta para levar a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa para Zhongshan, mas acredita que vai ser possível manter parte do evento em Macau

 

A presidente da Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau, Graziela Lopes, acredita que a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa vai continuar a ser realizada parcialmente em Macau. O cenário foi traçado em declarações ao Canal Macau, depois de ter sido tornado público pelo jornal Plataforma que o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) pretende levar a totalidade do evento para Zhongshan.

A oposição das associações lusófonas à deslocação total para o Interior já era conhecida. Agora, Graziela Lopes fez um ponto de situação, para destacar que a entrada no Interior é vista como positiva, mas que é necessário também permanecer em Macau.

“Não estamos contra a ida à China. Só estamos a dizer que achamos que a relação que se criou, fundamentalmente à base da realização da Semana Cultural, tem a ver com Macau. Portanto, não faz muito sentido retirar completamente o núcleo da Semana Cultural de Macau e passar só para a China”, afirmou a presidente da Associação dos Guineenses, em declarações ao Canal Macau. “Uma coisa é nós podermos participar noutras ocasiões e levar uma parcela do que é a Semana Cultural de Macau para a China. Mas [o problema] é a forma como [a ida] está a ser planeada. Eles entram directamente na China, e acabou, não há passagem por Macau. Fica em Macau só a parte da gastronomia”, foi acrescentado.

Sem outros eventos em Macau além da vertente da gastronomia, as associações não acreditam que o evento vá ser atraente para as pessoas. “Se a gastronomia ficar em Macau e não houver nada que incentive as pessoas a irem também aos eventos gastronómicos, não vai haver divulgação do evento e aquilo vai estar às moscas”, justificou.

Confiança num acordo

Por outro lado, a presidente da Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau mostrou-se confiante de que vai ser possível obter um acordo com o IPIM sobre os moldes do evento, para que todas as partes possam satisfazer as suas pretensões.

“Eu acho que vamos chegar a um acordo, porque todos estão interessados, mesmo o Fórum [de Macau], está interessado em que se continue a fazer a Semana Cultural”, afirmou. “Temos de ter calma na forma de ver estas questões e temos também de ter alguma paciência. Eles fizeram uma proposta, nós respondemos e estamos a aguardar”, considerou.

Ao Plataforma, o Fórum de Macau, que integra o IPIM, não desmentiu a intenção de realizar todo o evento em Zhongshan, e assumiu que tem como objectivo “garantir o êxito do evento, tanto em Macau como na Grande Baía, para todas as partes envolvidas, bem como para os participantes e o público”.

O Fórum de Macau indicou ainda estar a agir “em conformidade com a decisão tomada por todas as partes participantes do Fórum de Macau, na 20.ª Reunião Ordinária do Secretariado Permanente, de incluir elementos da Semana Cultural na Grande Baía”.

Gás Natural | Anunciada descida de preços entre 4,49% e 8,13%

A redução do custo do gás natural foi justificada com a descida do preço internacional nos últimos anos e com as flutuações da taxa de câmbio do renminbi

 

Desde ontem que o preço do gás natural ficou mais baixo, com reduções que variam entre 4,49 por cento e 8,13 por cento. A informação foi divulgada ontem de manhã em comunicado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), o que significa que o preço vai ser reduzido pela segunda vez em dois anos.

“Em resposta à descida do preço internacional do gás natural nos últimos anos e às flutuações da taxa de câmbio do renminbi relativamente à pataca, o custo de aquisição do gás natural para abastecer Macau baixou. Por esse motivo, o Governo da RAEM ajustou […] os preços de venda do gás natural”, foi comunicado. “Os preços de venda do gás natural a praticar para os quatro grupos de clientes tiveram descidas de cerca de 4,49 por cento a 8,13 por cento”, foi acrescentado.

Em termos das mudanças, a maior redução visa o Grupo D de clientes, também denominados como “especiais”, que vão ser beneficiados com uma redução do preço de 8,13 por cento, para 3,9825 patacas por metro cúbico. Até ontem, o preço era de 4,3348 patacas por metro cúbico. O segundo grupo com o maior desconto é o Grupo A, dos operadores, com um corte no preço de 7,39 por cento, de 7,3190 patacas por metro cúbico para 6,7792 patacas por metro cúbico.

Em relação ao Grupo B, dos residentes não comerciais, o corte é de 4,68 por cento, para 6,4164 patacas por metro cúbico, quando anteriormente o preço era de 6,7314 patacas por metro cúbico. Finalmente, no Grupo C, dos grandes clientes, há um corte de 4,51 por cento, para 6,3568 patacas por metro cúbico, de 6,6556 patacas por metro cúbico.

Alterações no preço

Este é o segundo ano consecutivo com cortes no preço do abastecimento de gás. No início de 2024, o então Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, anunciou uma redução dos preços de 3,4 a 5,6 por cento.

“Nos últimos anos, o preço de mercado do gás natural registado a nível internacional tem-se mantido, ainda, a um nível elevado. No entanto, devido às variações da taxa de câmbio do renminbi relativamente à pataca, o custo de aquisição do gás natural para abastecer Macau baixou”, foi justificado, em Janeiro de 2024, também num comunicado da DSPA.

“Por esse motivo, o Governo da RAEM ajustou […] os preços de venda do gás natural […], entrando os novos preços em vigor a partir de hoje [ontem]. Os preços de venda do gás natural a praticar para os quatro grupos de clientes tiveram descidas de cerca de 3,4 por cento a 5,6 por cento”, foi adicionado.

TSI | Creche Smart vence caso judicial contra IAS

A Zonta Club de Macau, responsável pela gestão da creche Smart, venceu o primeiro caso no Tribunal de Segunda Instância (TSI) para evitar o fim do financiamento pelo Instituto de Acção Social (IAS). A decisão foi tomada na semana passada e divulgada pela associação, através de um comunicado nas redes sociais.

A creche Smart é financiada pelo IAS, mas desde Março que foi tornado público que o Governo pretendia cortar todo o financiamento e recuperar as instalações e equipamentos onde funciona a instituição. Os motivos nunca foram revelados publicamente, com o IAS a limitar-se a responder que se devia a falta de acordo sobre certos detalhes contratuais.

No entanto, a associação recusou sempre este desfecho e avançou para os tribunais. Na semana passada, o TSI decidiu a favor da associação: “Em nome do Zonta Club de Macau, recebemos a decisão final do tribunal com gratidão e vamos respeitá-la. Apelamos ao presidente do Instituto de Acção Social que execute imediatamente a ordem do tribunal, cumpra as principais responsabilidades do Instituto de Acção Social, preste assistência ao funcionamento da creche e pare de gastar os fundos públicos em processos judiciais desnecessários”, reagiu a associação, através da director da Creche, Christiana Ieong Pou Yee.

A Zonta Club de Macau admite que todo o caso tenha sido criado devido à intervenção pessoal do presidente do IAS, Hon Wai, mas pede-lhe que tenha em conta que a continuação da batalha jurídica só vai gastar mais fundos públicos. A direcção da associação lamentou também que o novo Governo tivesse de “gastar demasiada energia” com problemas do passado.

No fim-de-semana, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) também admitiu estar a analisar uma queixa contra a decisão do IAS. No entanto, Ao Ieng Song, em declarações à imprensa em língua chinesa, recusou entrar em pormenores, uma vez que o caso se encontra a ser analisado.

Ensino Superior | Candidaturas a bolsas de estudo abrem a 23 de Junho

As candidaturas para os três planos do “Programa de bolsas de estudo para o ensino superior” do Fundo Educativo para o próximo ano lectivo abrem a 23 de Junho. A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem que os interessados podem submeter as suas inscrições através da aplicação para telemóvel da “Conta Única de Macau”, ou do website da DSEDJ.

O Fundo Educativo vai organizar uma sessão de esclarecimento no próximo sábado, na Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes, para dar a conhecer as bolsas de mérito e de estudo, assim como as condições de candidatura. Os estudantes interessados podem inscrever-se nas escolas que frequentam.

As bolsas de estudo abrangem cursos do ensino superior, desde os pré-universitários aos de doutoramento. A bolsa-empréstimo destina-se a apoiar estudantes com dificuldades económicas, enquanto as bolsas de mérito têm como destinatários “alunos com excelentes resultados académicos”, com bases nos resultados do último ano lectivo. Será também atribuída uma bolsa para alunos que prossigam estudos em Portugal e uma para estudos em áreas especializadas, como big health, finanças modernas, tecnologia de ponta, cultura, turismo, convenções e exposições.

CCAC recebeu mais de 50 denúncias relacionadas com as eleições

O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) recebeu mais de 50 queixas relacionadas com as eleições para a Assembleia Legislativa de 14 de Setembro, das quais 17 estão a ser investigadas pelas autoridades. A informação foi revelada pela comissária Ao Ieng Song, em declarações à imprensa em língua chinesa, citadas pelo jornal Ou Mun.

Entre as queixas recebidas, a responsável do CCAC confirmou que houve denúncias de corrupção eleitoral visando a compra de votos. No entanto, Ao Ieng Song recusou divulgar mais pormenores sobre as queixas, por se encontrarem sob investigação.

Apesar disso, a comissária abordou as queixas públicas de que houve associações a entregar dinheiro aos residentes para assinarem os formulários de constituição das comissões de candidaturas. Cada lista precisa de recolher pelo menos 300 assinaturas de residentes, e um máximo de 500 assinaturas. Cada residente apenas pode assinar por uma comissão eleitoral, e sem as assinaturas não é possível apresentar uma lista para participar nas eleições.

Ao Ieng Song confirmou que houve várias associações a entregarem dinheiro a diferentes pessoas, relacionada com apoios aos familiares de falecidos, ou no âmbito das celebrações do Ano Novo Chinês, mas excluiu a existência de corrupção ou outras ilegalidades. Segundo a responsável, as entregas denunciadas publicamente aconteceram ainda antes do período de recolha das assinaturas para a constituição das comissões eleitorais.

Avisos à navegação

Apesar de dar a bênção ao comportamento destas associações, Ao Ieng Song avisou para que tenham cuidado e que as actividades viradas para o bem-estar da população não devem ser associadas às actividades eleitorais que também desenvolvem.

Além disso, a comissária contra a Corrupção defendeu que o CCAC tem um mecanismo de protecção muito completo para receber as queixas sobre potenciais casos de corrupção durante a campanha eleitoral. Ao Ieng Song pediu também aos residentes que tenham conhecimento de casos de compra de votos que apresentem queixa.

CAEAL | Wong Wai Man procura recolher assinaturas em falta

A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) deu ao “Soldado de Mao” até sexta-feira para resolver problemas com o seu pedido de candidatura. Das 395 assinaturas entregues por Wong Wai Man, 175 não foram reconhecidas pela comissão. Ontem à tarde, o potencial candidato afirmava precisar de mais 77 assinaturas

 

A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) deu um prazo de cinco dias úteis, que termina na sexta-feira, para que Wong Wai Man satisfaça os requisitos mínimos da sua lista, Ajuda Mútua Grassroots, e possa concorrer às próximas eleições legislativas.

No domingo, o residente que é conhecido como “Capitão Macau” ou “Soldado de Mao”, por se vestir de forma semelhante aos guardas vermelhos durante a Revolução Cultural, revelou a carta em que a CAEAL refere que das 395 declarações de apoio (assinaturas) entregues, apenas 222 foram aceites e 173 não passaram no crivo das autoridades. Recorde-se que os pedidos de comissão de candidaturas têm de ser acompanhados por, pelo menos, 300 assinaturas. Num vídeo partilhado ontem à tarde nas redes sociais, Wong Wai Man afirmava precisar ainda de 77 assinaturas e que estará na sede da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, na Areia Preta, 24 horas por dia até conseguir todas as assinaturas.

A CAEAL justificou que entre as razões para não aceitar 173 declarações de apoio à lista Ajuda Mútua Grassroots contam-se declarações onde não foi possível apurar quem as assinou, alterações ao boletim sem declarar as correcções feitas, dados incorrectos, eleitores que já haviam assinado outras comissões de candidatura e pessoas que não podem votar.

O caos nas ruas

Além dos problemas encontrados nas assinaturas, a CAEAL afirmou que o logotipo da lista Ajuda Mútua Grassroots é contrário à ordem pública porque contem o slogan “lutar até à morte”. A CAEAL justificou a sua posição juridicamente com nº2 do Artigo 273º do Código Civil que estabelece que “é nulo o negócio contrário à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes”.

Na quinta-feira passada, quando entregou à CAEAL o pedido de reconhecimento da sua lista, Wong Wai Man afirmou estar tranquilo em relação ao escrutínio das autoridades sobre as assinaturas que entregou. “Não estou preocupado, o meu objectivo é participar no processo eleitoral. Dedico-me à participação cívica e social há cerca de 18 anos. Não preciso de assumir o cargo de deputado, a minha força e energia positiva são maiores do que qualquer deputado”, afirmou na altura o potencial candidato.

Melco e SJM anunciam encerramento de casinos-satélite

A empresa Melco Resorts and Entertainment anunciou ontem que irá encerrar até ao final deste ano um casino e três salas de máquinas de jogo em Macau, mas prometeu não despedir qualquer trabalhador. Num comunicado, a Melco indicou que o casino Grand Dragon e três das seis salas de jogos electrónicos, conhecidas como Mocha Clubs, “cessarão as suas operações antes do final de 2025”.

Os funcionários “serão destacados para trabalhar noutras propriedades da empresa em Macau, o que garantirá a continuidade do seu emprego”, sublinhou a operadora. Também as mesas de jogo do casino Grand Dragon e as máquinas de jogos electrónicos serão “transferidas e continuarão a operar noutros casinos ou áreas de jogo da empresa em Macau”, referiu a Melco.

A Melco anunciou que irá pedir ao Governo para continuar a operar as outras três salas de máquinas de jogo Mocha Clubs. O Grand Dragon e os Mocha Clubs são as únicas propriedades da Melco sob o modelo conhecido como ‘casino-satélite’, em que os espaços são geridos por outras empresas, que pagam à concessionária uma percentagem das receitas.

SJM também fecha

Nove dos 11 ‘casinos-satélite’ actualmente em operação estão sob a alçada da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), que também anunciou, em comunicado, mais encerramentos.

Na nota enviada às redacções, lê-se que vão fechar portas os casinos-satélite Casa Real, Emperor Palace, Fortuna, Grand View, Kam Pek Paradise, Landmark e Legend Palace, sendo que as operações continuam até ao término dos contratos em vigor. Em relação aos espaços de jogo da Ponte 16 e L’Arc, o conselho de administração da SJM Resorts vai “adquirir as propriedades onde se localizam o casino L’Arc e o casino Ponte 16”, tendo em conta “o alinhamento com os objectivos de longo prazo da SJM Resorts, a competitividade global do grupo

e as localizações estratégicas dos casinos satélite”. A mesma nota dá conta que “as negociações relativas às potenciais aquisições ainda não foram iniciadas e não foram celebrados acordos vinculativos”.

A operadora de jogo diz estar “empenhada em salvaguardar o emprego local em Macau”, referindo que “todos os residentes de Macau que trabalham actualmente nos casinos-satélite com encerramento previsto, independentemente de

serem empregados directamente pela SJM Resorts ou por seus parceiros terceirizados, receberão ofertas de emprego dentro do portfólio de propriedades da SJM Resorts”. Além disso, “aqueles que são funcionários da SJM Resorts irão manter os empregos e serão relocados para funções semelhantes relacionadas com o jogo em outros casinos, com base nas necessidades operacionais”, sendo que “os funcionários da SJM Resorts que sejam residentes também serão convidados a candidatar-se a cargos adequados no grupo”.

A SJM Resorts explica ainda que “não espera que a reestruturação tenha qualquer efeito adverso significativo nas operações, liquidez ou rentabilidade do grupo”.

Casinos-satélite | Governo diz que impacto de encerramento será controlado

É oficial: os 11 casinos-satélite vão mesmo encerrar portas até 31 de Dezembro deste ano, sendo que a Melco e a Sociedade de Jogos de Macau anunciaram já os planos de reestruturação. No tocante aos trabalhadores afectados, o Governo apresenta números inferiores aos já referidos por deputados e associações: 5.600. Espera-se ainda algum impacto nas PME, mas sem grande consequência para bancos

 

Depois de muita especulação, eis que finalmente as autoridades e as operadoras de jogo anunciaram o que de facto vai acontecer com os 11 casinos-satélite operados no território. Vão todos fechar, sendo que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) Resorts e a Melco já definiram os planos para o que se segue [ver texto secundário], que inclui aquisições do L’Arc e da Ponte 16, bem como a transferência de trabalhadores e máquinas de jogo.

O Executivo apresentou ontem, em conferência de imprensa, números de trabalhadores afectados com o fecho dos casinos-satélite abaixo dos já referidos por associações do sector. Serão, afinal, 5.600 e não mais de dez mil como disseram alguns deputados ligados a estas entidades, sendo que, deste bolo, 4.800 trabalhadores foram directamente contratados pelas operadoras de jogo, pelo que, se o casino-satélite fechar, poderão ser integrados nos seus quadros. Os restantes, 800, foram contratados directamente pelos próprios casinos-satélite. Existem ainda 400 trabalhadores não residentes (TNR) envolvidos neste processo. No que diz respeito aos Clubes Mocha, contam-se 300 trabalhadores locais e 50 TNR.

Tai Kin Ip, secretário para a Economia e Finanças, disse que “os dados foram recolhidos por diferentes meios”, mas que os cálculos do Governo “são oficiais”. “Como os outros meios chegaram a estes dados, não sei”, acrescentou.

Questionado sobre o apoio a estes 800 trabalhadores, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, explicou que “os proprietários dos casinos-satélite têm a responsabilidade de garantir a relação de trabalho destas pessoas”.

“No caso dos 4.800 contratados pelas concessionárias, como é o caso dos croupiers ou funcionários de tesouraria, podem voltar a trabalhar nos casinos destas concessionárias. Em relação aos 800, as concessionárias garantiram ao Governo que se estes tiverem problemas de emprego podem absorvê-los e fornecer postos de emprego adequados nas propriedades das concessionárias”, frisou.

A deputada Song Pek Kei chegou a falar da possibilidade de existirem cerca de 15 mil desempregados, enquanto Nick Lei, numa intervenção plenária, afirmou que, entre os casinos-satélite e lojas associadas, existiam “13.500 trabalhadores”, representando “4,6 por cento do total da força laboral de Macau”.

Possibilidade de reconversão

Em relação às pequenas e médias empresas (PME) situadas nos bairros que vão deixar de contar com estes casinos-satélite, nomeadamente em zonas como o Porto Interior, ZAPE, NAPE ou Doca dos Pescadores, o Governo prevê algum impacto, mas controlado. São, no total, 320 lojas que funcionam nas imediações com 800 trabalhadores, sendo que “cerca de 400 trabalhadores terão outra situação de emprego segundo a reconversão das lojas”, disse o secretário Tai Kin Ip.

Essencialmente, e após realização de vistorias por parte do Governo, metade das 320 lojas “serão afectadas directamente pelo fecho dos casinos-satélite, como as casas de penhores, lojas de venda de telemóveis, restaurantes e joalharias”. Porém, Tai Kin Ip destacou que haverá outras que não sofrerão grande impacto por dependerem de vendas a residentes.

Acima de tudo, o governante destacou que este cenário até pode constituir uma oportunidade. “Vai ser um desafio e uma oportunidade para a reconversão das lojas. As lojas tradicionais que têm uma relação próxima com os clientes dos casinos satélite têm de se reconverter. Vamos preparar apoios para as lojas que têm interesse em operar de outra forma, como os restaurantes ou lojas a retalho”, explicou.

Destaque para o facto de a consultora de hotelaria Savills ter referido, em Março, que o fecho dos casinos-satélite iria desvalorizar os hotéis em 60 por cento e provocar maior incumprimento aos bancos por parte das PME, com obrigações de crédito à banca avaliadas entre 25 e 39 mil milhões de patacas.

Tai Kin Ip desvalorizou esse cenário. “Do conhecimento que temos, os empréstimos concedidos a casinos-satélite envolvem menos de 1 por cento de toda a actividade de empréstimos bancários, e verificamos que os riscos são muito limitados para o funcionamento dos bancos. Em termos de indicadores de supervisão de riscos na indústria financeira, como fluxo de capitais e outros, o comportamento dos bancos será seguro e estável.”

Quanto às PME, Tai Kin Ip disse que a Autoridade Monetária e Cambial de Macau está a “acompanhar de perto a situação junto dos bancos para atenuar a recuperação dos clientes”, tendo o secretário adiantado que, em Abril, foram injectadas “dez mil milhões de patacas para empréstimos às PME, atenuando as suas pressões”.

Questionado sobre o “timing” de apresentação destas medidas, André Cheong disse que é a altura certa. “Tudo depende das decisões das concessionárias e recebemos agora oficialmente a decisão. Este é um problema que tem a ver com vários casinos e um número considerável de trabalhadores, e não queríamos que apenas no final do ano estes soubessem da sua situação. Faltando seis meses para terminar o período de transição entendemos que esta é a fase indicada para anunciar”, rematou.

Sem impacto nas receitas

Tendo em conta a revisão orçamental para este ano com menos 12 mil milhões de patacas na previsão das receitas de jogo, André Cheong garantiu que o fecho dos casinos-satélite não terá grande impacto no panorama geral das receitas.

“Fizemos a revisão orçamental com menos 12 mil milhões de patacas devido à falta de consumo. Acreditamos que o encerramento dos casinos satélite não traz grande impacto às receitas do jogo”, disse.

O secretário frisou ainda que, quanto à intenção da SJM Resorts de adquirir os empreendimentos Ponte 16 e L’Arc, a concessionária “tem de concluir esse procedimento de aquisição até 31 de Dezembro, e se não conseguir comprar até lá esses casinos-satélite [que operam nos empreendimentos] têm de encerrar”.

Jovens e amas explorados

Os políticos, as associações, os partidos políticos não se fartam de falar no problema da habitação. Palavras ocas e que em nada contribuem para que em Portugal o problema grave da habitação, especialmente a social, tenha uma luz ao fundo do túnel. Portugal é o país da Europa onde o preço das casas mais tem aumentado. Constrói-se muito imóvel, mas são condomínios de luxo, com acesso apenas a ricos. A habitação destinada a rendas acessíveis é focada sempre para as calendas.

E quem sofre mais com esta inércia decisória dos governantes são os pobres e os jovens. Estes, continuam com 40 anos de idade a viver em casa dos pais. Os jovens não têm qualquer possibilidade de arrendar uma casa em Lisboa ou no Porto. Terminam o seu curso secundário e quando decidem seguir para uma universidade em Lisboa é-lhes absolutamente impossível arrendar uma casa e as residências de estudantes são mínimas e caras. Sabem o que acontece em Lisboa? Os jovens universitários são explorados de uma forma infame.

Na capital lisboeta existem centenas de proprietários de casas antigas que foram edificadas com seis e sete quartos. Pois, acontece que esses senhorios alugam os seis ou sete quartos a estudantes por 500 e 600 euro ao mês e na casa existem apenas duas casas de banho para todos. Pior ainda é que os exploradores nem sequer passam recibos e fogem ao fisco no que concerne ao rendimento aproximado de 4200 euros por mês, no caso de se tratar de uma residência com seis quartos. A exploração e oportunismo deplorável deve-se fundamentalmente à falta de habitação a preços acessíveis, com a agravante de serem os pais dos estudantes a pagar o uso desses quartos.

Onde está a fiscalização institucional? Naturalmente que não acreditamos que não será possível descobrir onde existem essas residências que exploram os estudantes. Apenas numa avenida de Lisboa tivemos conhecimento de que há mais de 20 residências com os quartos alugados a estudantes. Trata-se de uma situação que o novo governo bem podia ponderar em criar um agrupamento, tipo ASAE, dedicado exclusivamente às irregularidades cometidas e à exploração dos jovens que precisam de uma cama e uma mesa para poderem ser estudantes numa faculdade.

O problema da habitação prende-se igualmente com a diminuição que se verifica nos índices de natalidade. Obviamente que os jovens não têm possibilidade de se unirem, contrair família e viverem a pensar que o futuro é um problema. Se ficam nas casas dos pais, como podem adquirir ou arrendar uma casa para viverem com a companheira e filhos que venham a nascer? Impossível. Escrevemos com conhecimento de causa porque mantivemos um bate-papo com uma jovem estudante da Faculdade de Letras que nos disse que vive num quarto de uma residência com mais seis habitáculos, todos alugados por 600 euros. E sublinhou que o senhorio informou que se pretendesse recibo o pecúlio a pagar teria de ser de 750 euros. Deplorável.

Um outro problema grave que se regista em cidades como Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Évora, entre outras, é a situação das mulheres que são contratadas por agências de emprego a fim de serem amas de idosos com mobilidade reduzida ou com vários tipos de demência. Essas mulheres, nomeadamente portuguesas, brasileiras e africanas, recebem um salário, quando recebem, menos de metade do que o contratante paga a essas agências de emprego. Habitualmente são os filhos desses idosos e doentes que pagam, por exemplo, 3000 euros por mês e as trabalhadoras amas recebem o equivalente ao salário mínimo. Muitas delas trabalham aos sábados e domingos sem que lhes seja pago a dobrar como a lei obriga.

Por vezes, são mulheres que vivem com dificuldades familiares que têm um emprego, mas que vão trabalhar ao fim de semana para angariarem mais algum dinheiro que ajude na sua sobrevivência. As amas que têm contrato anual para trabalhar de segunda a sexta-feira não têm qualquer pagamento de subsídio de Natal. Mais uma vez, não acreditamos que o Governo não tenha conhecimento desta realidade e que procure terminar com este tipo de exploração vergonhosa. Todos sabemos quanto é difícil tratar de dia e de noite um idoso com demência ou que precisa de uma cadeira de rodas para se deslocar. Estas amas ainda realizam trabalhos extra nas casas onde trabalham, tais como cozinhar, lavar a roupa e passar a ferro, sem qualquer remuneração a mais.

Ainda existem casos em que os idosos possuem animais de estimação e lá são as amas exploradas que têm de tratar dos animais e levarem-nos à rua. Este tipo de exploração, no nosso entendimento, não passa de um novo tipo de escravidão. É disso que se trata, com os governantes a assobiar para o lado. Dois casos pertinentes que seriam merecedores de uma mudança radical para que os “chicos-espertos” não pensassem que o mundo é de quem explora e escraviza o seu semelhante.

Creative Macau | Nova exposição de Miguel Quental com imagens de Goa

Depois da primeira exposição de fotografia na Universidade de Macau, Miguel Quental volta a mostrar imagens da sua autoria, mas desta vez sobre Goa. A mostra é acolhida a partir de sábado na Creative Macau e pretende mostrar ao público a “rica herança de cores vibrantes” de um território que, outrora, foi “capital de um império”

 

A Creative Macau acolhe, a partir de sábado, uma nova exposição de Miguel Quental, mais conhecido pelo trabalho na advocacia, mas que desta vez apresenta as suas imagens tiradas em Goa. “Cores de Goa” é o nome da exposição que inaugura a partir das 18h30 deste sábado, apresentando imagens daquela que foi “capital de um império”, de onde restou “uma rica herança de cores vibrantes, aromas, sabores, imagens e crenças que transcendem a nossa imaginação”, descreve o autor das fotos, citado por um comunicado da Creative Macau.

“Em busca desse legado, parti para Goa, mas a experiência foi muito além do que eu poderia esperar. As suas igrejas antigas e outros locais de culto exibem uma beleza cativante, oferecendo uma paz única e transcendente que vai além da espiritualidade a que se dedicam. As casas senhoriais, cheias de história, detalhes e emoção, assemelham-se a damas nobres, majestosas e impassíveis, cheias de arte e memórias”, descreve ainda.

Miguel Quental não esquece também “as ruelas da Velha Goa, Pangim, Margão e o bairro de Fontaínhas, que respiram e nos oferecem um património vibrante e quase magnético, que toca a alma e nos convida a ir além das memórias históricas e culturais que a memória não nos permite esquecer”. “Nesse espírito, partilho algumas das muitas imagens que tirei lá, mas estou ciente de que muito mais resta por descobrir”, destaca o autor, que espera que a mostra “sirva de convite para que a visite em breve”.

Gosto pela imagem

A residir em Macau desde 2002, Miguel Quental já vai na terceira exposição individual. A última foi na Universidade de Macau em Novembro do ano passado, tratando-se de um projecto fotográfico que nasceu de uma viagem de intercâmbio do Centro de Estudos Jurídicos e Judiciais da Universidade de Macau a Angola e Moçambique.

Além de participar na visita na qualidade de docente, Miguel Quental fotografou o dia-a-dia das populações destes países. “Como gosto de fazer fotografia fui tirando algumas imagens durante essas viagens. Este é um Centro que se dedica ao estudo comparativo do Direito e às publicações que se fazem em língua portuguesa na sua relação com a China, e pensei que fosse interessante dar a conhecer a cultura e a forma de viver de Angola e Moçambique para os alunos da faculdade que nunca tiveram acesso a essa realidade”, explicou ao HM na altura.

Myanmar | Xi manifesta vontade de “acelerar cooperação”

O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem ao chefe da junta militar de Myanmar, Min Aung Hlaing, expressando a vontade de “acelerar a cooperação de alta qualidade” entre a China e a antiga Birmânia.

Xi sublinhou que a amizade entre a China e Myanmar “resistiu ao teste do tempo e saiu reforçada”, segundo um comunicado divulgado no âmbito do 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

“Os dois países mantiveram uma boa vizinhança, aprofundaram a cooperação mutuamente benéfica e apoiaram-se firmemente nas questões relacionadas com os respectivos interesses fundamentais e preocupações essenciais, dando assim um excelente exemplo de intercâmbio amigável entre nações”, afirmou o chefe de Estado chinês.

A China atribui “grande importância” ao desenvolvimento dos laços com Myanmar e está disposta a trabalhar com o país, utilizando o 75.º aniversário dos laços diplomáticos “como uma oportunidade para acelerar a cooperação de alta qualidade no âmbito da Faixa e da Rota”, disse ainda Xi.

O Presidente chinês reuniu-se com Min Aung Hlaing no dia 09 de Maio em Moscovo, no que se acredita ter sido o primeiro encontro pessoal entre os dois desde o golpe de Estado levado a cabo pela Junta Militar em 01 de Fevereiro de 2021, com a prisão do Presidente eleito Win Myint, assim como da ex-lider do partido no Governo, Aung Suu Kyi, e de outros governantes e políticos.

Embora as trocas diplomáticas entre Myanmar e a China não tenham sido interrompidas pelo golpe, tornaram-se mais públicas ao longo dos anos, tal como a mediação de Pequim no conflito.

Hong Kong usa IA para prever riscos de Alzheimer através de imagens da retina

Um centro de saúde de Hong Kong desenvolveu um sistema que utiliza tecnologias de inteligência artificial (IA) para prever o risco de doença de Alzheimer através da análise de imagens da retina, um avanço pioneiro no mundo.

O sistema analisa de forma não invasiva as imagens do fundo do olho, detectando alterações precoces nos vasos sanguíneos e nos nervos da retina que podem estar relacionadas com a doença de Alzheimer, permitindo identificar potenciais casos de risco anos antes do aparecimento de sintomas clínicos.

O Humansa Medical Center, um centro de saúde centrado na longevidade, desenvolveu o sistema em colaboração com a i-Cognitio Sciences, uma empresa de tecnologia oftalmológica da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK).

A inteligência artificial da i-Cognitio foi validada com um vasto conjunto de dados, que inclui quase 13.000 imagens do fundo de olhos de 648 pacientes diagnosticados com Alzheimer e mais de 3.000 indivíduos com cognição normal.

Um estudo publicado em 2022 na revista Lancet Digital Health demonstrou que a tecnologia de inteligência artificial desenvolvida para a detecção do risco de Alzheimer atinge uma precisão de 80 por cento a 92 por cento em populações multiétnicas de diversos países.

A demência afecta cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos na região Ásia-Pacífico, segundo dados recentes. Em Hong Kong, a demência afecta 10 por cento da população com mais de 70 anos e a doença de Alzheimer é responsável por mais de metade dos casos diagnosticados.

Estudos científicos sublinham que até 45 por cento dos casos de demência poderiam ser evitados ou retardados através de intervenções precoces, salientando a importância da detecção precoce para atenuar o impacto da demência na população.

No entanto, os testes cognitivos convencionais e a imagiologia estrutural do cérebro apresentam uma precisão limitada, ao passo que os métodos avançados, como o PET amiloide e a análise do líquido cefalorraquidiano, são invasivos e menos acessíveis à população em geral.

Acção crucial

Neste contexto, este estudo desenvolveu um modelo baseado na aprendizagem profunda com uma abordagem que promete oferecer “uma solução simples, de baixo custo e pouco trabalhosa” para identificar potenciais doentes em ambientes comunitários e proporcionar uma precisão e sensibilidade adequadas.

Num esforço para realçar a relevância da IA no diagnóstico e nos cuidados de saúde do cérebro, Vincent Mok, director e fundador da i-Cognitio, destacou o papel fundamental da retina como janela para o cérebro. Segundo Mok, “através da fotografia do fundo do olho não invasiva, é possível identificar alterações nos vasos sanguíneos da retina e nos nervos da retina ligados à doença de Alzheimer”.

O especialista explicou que essas alterações na retina podem manifestar-se entre 10 a 15 anos antes que os sintomas clínicos da Alzheimer sejam evidentes, o que representa uma oportunidade crucial para uma intervenção precoce.

Vice-primeiro-ministro chinês em Londres pra debater tarifas com os EUA

O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, vai liderar a delegação chinesa nas negociações comerciais com representantes dos Estados Unidos, amanhã em Londres, anunciou sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Num comunicado citado pela agência espanhola de notícias Efe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês indicou que He Lifeng visitará o Reino Unido de 08 a 13 de Junho “a convite do governo britânico” e aproveitará a sua estadia no país para participar na “primeira reunião do mecanismo de consulta económica e comercial China-Estados Unidos”.

He, muito próximo do Presidente da China, Xi Jinping, foi encarregado de liderar as negociações comerciais realizadas no mês passado em Genebra com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que terminaram com uma trégua tarifária entre as duas potências.

O anúncio foi feito um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter antecipado que a reunião sobre tarifas entre delegados comerciais dos EUA e da China, acordada na quinta-feira numa chamada telefónica com Xi Jinping, vai realizar-se esta segunda-feira, em Londres.

A conversa entre os dois líderes ocorreu depois de, na semana passada, Trump ter acusado a China, sem dar detalhes, de violar o acordo bilateral de pausa tarifária alcançado em maio, após o encontro em Genebra. Pequim respondeu argumentando que foi Washington quem violou o acordo, ao impor novas restrições sobre chips e o cancelamento de vistos para estudantes chineses, anunciado na semana anterior.

Guerra aberta

Os dois países tinham iniciado uma escalada de tarifas no dia seguinte ao anúncio feito por Trump, no início de Abril, das suas tarifas ditas “recíprocas”, impondo pelo menos 10 por cento sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos, independentemente da sua origem.

Os produtos chineses foram sujeitos a uma sobretaxa de 34 por cento, para além dos 20 por cento impostos no âmbito da luta contra o tráfico de fentanilo, um opiáceo que está a provocar uma grave crise sanitária nos Estados Unidos, e dos direitos aduaneiros que existiam antes da reeleição de Donald Trump.

Pequim retaliou com tarifas equivalentes, o que levou a uma guerra aduaneira com Washington, atingindo 125 por cento e 145 por cento, respectivamente, sobre os produtos de cada país, provocando um forte abrandamento do comércio entre os dois gigantes.

Hong Kong | Descartada retaliação tarifária que comprometa “ADN de sucesso”

John Lee defende o estatuto da região administrativa especial como um porto livre e quer diversificar o mercado do território afastando-o cada vez mais dos Estados Unidos

 

O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, afirmou que as tensões entre Pequim e Washington não farão a cidade adoptar medidas de retaliação, que comprometeriam o seu “ADN de sucesso” e estatuto de zona portuária livre. Em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, no terceiro aniversário da sua administração, Lee afirmou que o seu governo preparou “planos de contingência para os piores cenários”.

Garantiu também que está a tentar contrariar o impacto das taxas aduaneiras impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à China, que também afectam a região administrativa especial chinesa, apesar do regime “um país, dois sistemas”.

O líder de Hong Kong reafirmou que a metrópole manterá o seu estatuto de porto livre e excluiu a possibilidade de medidas de retaliação contra os EUA, mesmo que as relações entre Pequim e Washington se deteriorem. Lee rejeitou que esta atitude seja “passiva”, defendendo a estratégia como forma de preservar o estatuto económico de Hong Kong.

De acordo com a Lei Básica de Hong Kong, a mini-constituição que rege a cidade, a região manterá o seu papel de território aduaneiro independente da China e não imporá tarifas a não ser que a lei estipule o contrário, consolidando a posição de porto livre.

Por outras águas

Lee afirmou ainda que, nos dois anos que restam do seu mandato, o Governo de Hong Kong intensificará as medidas de diversificação dos mercados em benefício das empresas locais, reduzindo a exposição das mesmas aos Estados Unidos e incentivando a expansão para “oceanos azuis”, em regiões económicas de elevado potencial, como o Sudeste Asiático e o Médio Oriente.

“Com 180-190 economias globais, as oportunidades são vastas. Estamos a falar de reorientar estratégias, desenvolver novas capacidades e forjar alianças estratégicas”, afirmou, sublinhando a necessidade de consolidar a posição de Hong Kong enquanto centro financeiro e comercial mundial face às tensões geopolíticas.

Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação de Hong Kong, com um volume de 37,9 mil milhões de dólares em mercadorias em 2024, liderado por equipamentos e peças de telecomunicações e seguido por computadores, pedras preciosas, jóias, semicondutores e válvulas e tubos electrónicos.

A Guanyin de branco feita no traço preto de Fang Weiye

Du Mu (803-852), o poeta de Chang’an que na sua carreira de funcionário imperial foi sendo enviado em sucessivas missões para postos distantes da capital, mostrou muitas vezes a sua incomodidade face às repetidas separações. Num dos seus mais admirados poemas ele olhou para a antiga narrativa contada desde a dinastia Han, que explica um tradicional festival celebrado no sétimo dia da sétima lua, em que uma vez por ano se actualiza a reunião de um casal, do vaqueiro Niulang e da tecelã Zhinu, identificados com duas estrelas brilhantes separadas pela Via Láctea ao longo do resto do ano.

Esse festival, Qixi jie, «A noite dos setes», é conhecido por ser uma ocasião para relevar publicamente as virtudes e os trabalhos de senhoras, então habitualmente confinadas ao gineceu. Numa noite dessas o poeta reparou numa rapariga solitária:

«Uma vela prateada brilha no Outono

diante do frio painel pintado,

Segurando um pequeno leque de gaze

leve de seda, afasta as traças.

Das escadas chega uma aragem

fresca como a água,

Ela senta-se e contemplando

e entre as estrelas

descobre Niulang e Zhinu.»

As outras mulheres celebrando em grupos, dedicavam-se a variadas actividades. Além da contemplação das estrelas, faziam ofertas aos deuses, recitavam orações ou dedicavam-se à tecelagem.

Tudo isso num ambiente de reverência e alegria que se pode observar, por exemplo, num rolo horizontal de Ding Guanpeng (1708-1771), Senhoras na noite dos setes apelando aos seus talentos (tinta sobre papel, 28,7 x 386,5 cm, no Museu de Xangai). De entre as tecelãs haveria porventura algumas, em especial as de famílias educadas que estariam tecendo quem sabe até com cabelos humanos, uma amada figura do budismo, a bodhisattva Guanyin.

De tal forma as adeptas se sentiam próximas daquela que «contempla os sons» dos que lhe dirigem pedidos, adiando a sua libertação para ajudar a iluminação dos outros, que refaziam a sua figura como uma forma de ascese.

Fang Weiyi (1585-1668) foi uma literata, poeta e pintora que fazia parte desses literatos que, com a sua erudição artística, permeavam o budismo chan. Nascera numa família de altos funcionários e casara cedo em 1602 mas no mesmo ano ficara viúva e perdera a filha desse casamento.

É possível que esses «desgostos do coração» tenham aprofundado a sua fé budista, vivida na reserva do ambiente doméstico. Entre os inúmeros exemplos dessa devoção contam-se poemas e pinturas figurando luohans e um retrato de Guanyin vestida de branco (rolo vertical, tinta sobre papel, 56 x 26,6 cm, no Museu do Palácio, em Pequim). Figurada num contraste entre grossos e ondulantes traços de tinta preta para mostrar as suas largas vestes brancas e a minúcia leve com que retrata a sua face acolhedora. E o rosto tão humano, tanto como o gesto livre das vestes, revela uma estranha transcendência.

Fronteiras | Número de entradas e saídas ultrapassou 100 milhões

Desde o início do ano até às 14h de sábado, as autoridades contabilizaram 100 milhões de entradas e saídas nas fronteiras de Macau. Segundo os dados revelados ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, a fasquia dos 100 milhões de movimentos fronteiriços ocorreu 18 dias mais cedo do que no ano passado.

As autoridades acrescentam que foi assim “batido mais uma vez novo recorde de tempo mais curto a atingir as cem milhões de passagens fronteiriças, com uma média diária de 0,6 milhões entradas e saídas de Macau, representando um aumento de 10,8 por cento em relação ao mesmo período do ano passado”.

O CPSP destaca também que o volume de passageiros/passagens no Posto Fronteiriço das Portas do Cerco ultrapassou 50 milhões no dia 30 de Maio, e que os postos de Hengqin e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau atingiram o “fluxo anual de 10 milhões passagens fronteiriças, sucessivamente em 7 e 9 de Maio, mais cedo que o ano anterior”.

Os 100 milhões de entradas e saídas, cerca de 36,2 milhões foram residentes de Macau, enquanto os movimentos fronteiriços de visitantes chegaram quase aos 34 milhões. Desde o início do ano, até ao passado sábado, 25,9 milhões de trabalhadores não-residentes e familiares entraram e saíram de Macau.

O CPSP explica o aumento do fluxo de pessoas nas fronteiras este ano com o “impulso das políticas favoráveis a Macau como ‘uma entrada por semana’, ‘um visto de múltiplas entradas’ e ‘Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong’”.

Facilitada entrada a estrangeiros através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau

O Corpo de Polícia de Segurança Pública anunciou que os turistas de 82 países, incluindo Portugal, Brasil e Cabo Verde, poderão entrar na região através da maior ponte marítima do mundo, sem precisar de sair do veículo.

A medida entra hoje em vigor na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e abrange todos os visitantes dos 82 países isentos de visto de entrada, disse o CPSP. Num comunicado divulgado na quinta-feira, a polícia adiantou que todos os turistas estrangeiros “munidos de passaporte válido”, independentemente da nacionalidade, poderão sair de Macau e entrar na ponte sem sair do veículo.

O objectivo da polícia é “promover o intercâmbio cultural internacional e ajudar Macau a tornar-se uma plataforma aberta ao exterior (…) e uma janela importante para o intercâmbio entre as civilizações chinesa e ocidental”. A polícia acrescentou que a medida, que abrange os veículos que possam transportar até nove pessoas, foi decidida “após uma avaliação aprofundada da procura de entrada e saída” no posto fronteiriço da ponte.

Para a outra margem

A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a mais longa travessia marítima do mundo, registou mais de 172 mil passageiros estrangeiros até ao final de Abril, um aumento de 70 por cento em comparação com o mesmo período de 2024. “Este aumento deve-se em grande parte à expansão das políticas de isenção de visto pela China, sendo que o posto fronteiriço terrestre de Zhuhai é o único no território continental chinês que oferece acesso rodoviário directo ao Aeroporto Internacional de Hong Kong”, avançou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

No final de Abril, o secretário para a Segurança de Macau anunciou planos para acelerar o controlo fronteiriço de visitantes estrangeiros, sem estatuto de residente ou autorização de trabalho, através da utilização de canais electrónicos automáticos. As autoridades irão expandir os equipamentos de auto-serviço para o Sistema de Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes estrangeiros, explicou Wong Sio Chak.

O secretário acrescentou que o Governo irá estudar a extensão da tecnologia de reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços a não residentes em 2025.

DSAL | Detectadas 96 funcionárias ilegais em concerto de G-Dragon

No sábado, a polícia e os Serviços para os Assuntos Laboral fizeram uma operação nas bancas de merchandising do cantor coreano G-Dragon no Galaxy Arena, onde foram encontradas 96 funcionárias possivelmente em situação ilegal. Dois responsáveis da organização foram levados para a esquadra para investigação

 

O fim-de-semana passado foi de grande euforia no Cotai, com três concertos do popular cantor coreano G-Dragon no Galaxy Arena. Porém, na manhã de sábado uma operação conjunta do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laboral (DSAL) detectou 96 funcionárias suspeitas de estarem em situação ilegal na zona de venda de merchandising.

Posteriormente, o CPSP divulgou um comunicado em que confirmou durante o processo de verificação da identidade das trabalhadoras a presença de 96 trabalhadoras não-residentes, cuja autorização para trabalhar teria de ser confirmada com a DSAL. Na sequência da descoberta, dois responsáveis da organização dos concertos foram levados para a esquadra da polícia para investigação.

As autoridades não acrescentaram mais informações sobre o caso, além da admissão do CPSP de que estaria a investigar a situação e que se foram encontradas infracções, o caso será tratado de acordo com a lei. Até ao fecho desta edição, a DSAL não se tinha pronunciado sobre a ocorrência, nem a empresa que organizou os concertos, a Tencent Music Entertainment Live.

A situação gerou polémica e muitas publicações nas redes sociais. Uma das teorias mais discutidas apontava para uma possível vingança de vendedores clandestinos de bilhetes, que teriam sido expulsos do recinto na sexta-feira, que terão alegadamente alertado as autoridades para a situação ilegal das funcionárias.

Rastos na rede

Além da teoria da vingança, foram também partilhadas imagens de publicações a recrutar trabalhadoras a tempo parcial durante os concertos, em especial nas redes sociais chinesas. Numa das publicações, o organizador procurava recrutar mulheres com menos de 30 anos, referindo como remuneração diária 200 renminbis, além de um bónus adicional em conformidade com as vendas. O anúncio indicava também que o empregador estava disposto a oferecer acomodação às funcionárias que precisassem.

Também ao nível da venda legítima de bilhetes para o concerto da estrela coreana houve confusão. Em Hong Kong, a plataforma da venda de bilhetes Cityline foi alvo de queixas devido à impressão de bilhetes com a data errada, número de bilhetes errados e passividade dos funcionários na resolução e tratamento de queixas.

DSAMA | Arrancam passeios marítimos de fim-de-semana

O “Passeio marítimo no período de defeso de pesca 2025”, organizado pela Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, foi oficialmente inaugurado no sábado. Até 20 de Julho serão operadas três viagens marítimas diárias aos sábados e aos domingos, entre a doca da Ilha Verde e as águas próximas de Shizimen. As viagens, que duram cerca de uma hora e meia, têm partidas às 10h30, 14h30 e 16h30.

Os passeios custam 40 patacas por pessoa e estão limitados ao número máximo de 26 passageiros, sendo que cada pessoa só pode comprar um máximo de quatro bilhetes. A embarcação usada nos passeios é um barco tradicional de pesca de madeira com comprimento de cerca de 31 metros.

Num comunicado divulgado no sábado, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) refere que o “itinerário permite ao público apreciar a paisagem do Porto Interior, das pontes e da modernização da zona comercial de Shizimen”.

A bordo da embarcação são exibidos aparelhos e equipamentos de pesca, assim como modelos de barco. Durante a viagem, os pescadores vão demonstrar técnicas tradicionais de tecelagem e partilhar histórias pessoais sobre a profissão. Os passeios contam o apoio da DSAMA e das concessionárias Galaxy, Melco, MGM e SJM.

Semana Cultural | Governo quer mudar evento para Zhongshan

O Executivo pretende que a 17.ª Edição da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa seja totalmente realizada em Zhongshan, mas as associações lusófonas envolvidas no evento mostram-se contra a mudança do centro nevrálgico do evento, apesar de apoiarem a expansão para a Grande Baía

 

O Governo pretende que a 17.ª Edição da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa seja totalmente realizada em Zhongshan, província de Cantão, apesar de ser financiada localmente. A informação sobre o plano do Instituto para a Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) foi avançada pelo jornal Plataforma na edição de sexta-feira, mas conta com a oposição das associações locais.

Segundo a publicação, o IPIM manteve reuniões separadas com as associações lusófonas envolvidas no evento e comunicou-lhes que, pelo menos este ano, o evento vai deixar Macau para se mudar para o Interior. Após as reuniões, as associações juntaram-se para recusar que o evento seja levado na totalidade para a Zhongshan, apesar de concordarem que a penetração no Interior é positiva para todas as partes.

De acordo com a carta enviada ao IPIM, as associações lusófonas defendem “a importância de preservar a realização do evento na RAEM, mantendo-a como o centro nevrálgico desta celebração cultural”. “Macau tem sido, ao longo da História, a ponte entre as culturas lusófona e chinesa, e acreditamos que este carácter deve permanecer”, foi acrescentado.

Ao Plataforma, o Fórum de Macau não desmentiu a intenção de realizar todo o evento em Zhongshan, e assumiu que tem como objectivo “garantir o êxito do evento, tanto em Macau como na Grande Baía, para todas as partes envolvidas, bem como para os participantes e o público”.

O Fórum de Macau indicou ainda estar a agir “em conformidade com a decisão tomada por todas as partes participantes do Fórum de Macau, na 20.ª Reunião Ordinária do Secretariado Permanente, de incluir elementos da Semana Cultural na Grande Baía”.

Ainda assim, o organismo apontou que “está a colaborar com todos os seus parceiros, sejam eles governamentais ou da sociedade civil, incluindo as associações dos Países de Língua Portuguesa em Macau, com vista a acolher e integrar todas as ideias, preocupações e contributos que recebeu e continua a receber”.

“Papel de embrulho”

Além da deslocação para Zhongshan, as associações queixam-se do novo papel que estão a assumir na organização evento, desde a integração do Fórum de Macau no IPIM, que fez com que perdessem autonomia funcional.

Além deste aspecto, indica o Plataforma, a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa passou a ser adjudicada a uma empresa, que trata de todos os detalhes do evento, à margem das associações, a quem compete o papel de apenas indicarem os nomes a serem convidados. Esta nova realidade levou a que uma fonte das associações, que recusou ser identificada, desabafasse ao jornal que as associações apenas se sentem como “papéis de embrulho”, para legitimar o evento. Entre as queixas face ao novo papel, está o facto de as associações actualmente nem terem espaço de manobra para receberem ou socializarem com os artistas ou agentes económicos convidados para o evento desses países. Face a esta realidade, as associações sugerem a “limitação da intervenção de empresas que não conhecem o conceito cultural desenvolvido ao longo dos anos” para garantir “fidelidade aos valores originais do evento”.