Ucrânia | Xi diz a Putin que está “feliz por ver esforços” para pôr fim à guerra Hoje Macau - 25 Fev 2025 Quando se assinalam três anos do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, a administração chinesa reafirma o seu empenho na luta por encontrar uma solução para o conflito. O Presidente chinês congratulou-se com os novos esforços levados a cabo pelos EUA e Rússia O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ontem ao homólogo russo, Vladimir Putin, que está feliz por ver que a Rússia e outros países estão a fazer “esforços positivos” para acabar com a guerra na Ucrânia. “A China está satisfeita por ver que a Rússia e as partes relevantes estão a fazer esforços positivos para pôr fim a esta crise”, disse Xi, numa conversa por telefone, que ocorre no terceiro aniversário da guerra na Ucrânia. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi disse ainda que os laços entre a China e a Rússia têm uma “força motriz interna forte” e um “valor estratégico único”, e que os dois países são “dois bons vizinhos” e “verdadeiros amigos”, que se apoiam mutuamente na procura de um “desenvolvimento comum”. O líder chinês acrescentou que a relação bilateral “não é dirigida contra terceiros, nem será influenciada por ninguém”, sublinhando que os laços continuarão a desenvolver-se “com facilidade” e “ajudarão o desenvolvimento mútuo, injectando estabilidade e energia positiva nas relações internacionais”. De acordo com a Xinhua, Putin afirmou que está empenhado em “eliminar as causas profundas do conflito” entre a Rússia e a Ucrânia, a fim de “alcançar uma solução de paz sustentável e duradoura”. Do lado da paz A China afirmou ontem que sempre esteve “do lado da paz” e que vai continuar a trabalhar para “construir um consenso” que ponha fim à guerra na Ucrânia, que se prolonga há três anos. “Desde o início desta crise, temos vindo a trabalhar e a manter a comunicação com as partes envolvidas, com o objectivo de construir um consenso para a paz”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. O porta-voz acrescentou que a China sempre esteve “do lado da paz” e manteve uma posição “justa e objectiva”, que tem sido “clara e consistente desde o início”. De acordo com porta-vozes chineses, o país asiático espera “manter a comunicação com todas as partes envolvidas” e continuará a fazer “esforços” para desempenhar “um papel construtivo” na resolução do conflito. Posição central Nas últimas semanas, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou que a posição da China sobre o conflito tem sido “racional” e que Pequim deseja “estabelecer um quadro de segurança equilibrado, eficaz e sustentável para a Europa, visando uma paz duradoura”. “A China quer trabalhar com todas as partes, incluindo a Europa”, afirmou Wang. Desde o início da guerra na Ucrânia, a China manteve uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção pelas “preocupações legítimas de todos os países”, numa referência à Rússia. Pequim opôs-se a sanções “unilaterais” contra Moscovo e apelou ao “desanuviamento e a uma solução política”. No entanto, o Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que o país asiático sempre negou. A China tem enviado representantes diplomáticos para a região e apresentado iniciativas de paz, como o plano que elaborou com o Brasil, no ano passado, que não incluía a retirada das tropas russas e foi rejeitado por Kiev.
Taipa | Incêndio no Edifício do Lago causa dois feridos João Santos Filipe - 25 Fev 2025 Além de duas mulheres hospitalizadas, 18 pessoas necessitaram de auxílio para serem retiradas do edifício, embora sem ferimentos. O combate às chamas foi dificultado pelo vento, dado que várias portas estavam abertas Duas mulheres foram ontem transportadas para o Centro Hospitalar Conde São Januário, na sequência de um incêndio no Edifício do Lago, na Taipa. O caso aconteceu de manhã cedo, e à tarde, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, as autoridades desconfiavam que as chamas tivessem tido origem num curto circuito de uma televisão. O Corpo de Bombeiros (CB) foi alertado para a emergência, por volta das 07h46, numa altura em que imagens do fogo circulavam online em vários grupos das redes sociais. Segundo o segundo-comandante do CB, Lam Chon Sang, inicialmente, as autoridades foram alertadas para um incêndio no 10.º andar do edifício. Contudo, no local, as operações de resposta à emergência acabaram por demorar mais tempo do que o previsto, porque os bombeiros tiveram de procurar das chamas, que estavam activas no 7.º andar e não no 10.º, como inicialmente alertado. De acordo com as declarações de Lam Chon Sang, citadas pelo jornal Ou Mun, as operações de salvamento foram ainda dificultadas pelos danos causados no elevador de serviço, normalmente utilizado pelos bombeiros em caso de incêndio, o que obrigou a que o material para combater as chamas fosse transportado pelas escadas. Quando chegaram ao andar do incêndio, no corredor, os bombeiros depararam-se com duas mulheres inanimadas. As feridas, uma com 79 anos e outra com 51 anos, foram retiradas do local, transportadas para o hospital e estavam ontem em estado grave. As duas viviam na habitação mais afectada pelas chamas. Além das mulheres hospitalizadas, as operações de salvamento implicaram a retirada de outros 18 moradores, que necessitaram de ajuda para abandonar o edifício. Estas pessoas estavam em outros três andares do edifício, que não foram directamente afectados pelas chamas, e nenhuma precisou de receber tratamentos médicos. Calor intenso Sobre o combate às chamas, Lam Chon Sang explicou que os bombeiros encontraram um incêndio de grande dimensão no interior do apartamento onde se suspeita que o fogo tenha tido origem. Como consequência, o calor intenso sentido pelos “soldados da paz” obrigou a esforços redobrados e mais tempo do que seria expectável. Além disso, o facto de várias portas no edifício estarem abertas, ao contrário do que é normalmente aconselhado, terá contribuído para que as chamas se tivessem propagado mais rapidamente graças ao vento. O segundo-comandante do CB indicou ainda como outra das principais dificuldades no combate ao incêndio a demora de cerca de 15 minutos para ligar as mangueiras ao abastecimento da água. As chamas foram declaradas extintas por volta das 08h55, mas a fase de rescaldo prolongou-se até às 09h40. O apartamento onde tudo terá começado ficou muito danificado, além de ter havido mais duas habitações queimadas, com prejuízos de menor dimensão. No total foram mobilizados para o incêndio 54 bombeiros, distribuídos por 12 veículo de resposta a emergências. Segundo o canal chinês da TDM, vários residentes do Edifício do Lago queixaram-se que o alarme de incêndio não tocou. Sobre este aspecto, o Corpo de Bombeiros colocou a hipótese de o som ser fraco em alguns locais mais longe das chamas, dado que quando chegaram ao edifício o alarme estava a tocar. IAS acompanhou o caso Horas depois do incêndio, o Instituto de Acção Social (IAS) emitiu um comunicado a indicar estar muito atento aos desenvolvimentos e referindo ter pedido a associações tradicionais para se envolverem nas operações de apoio. “O Instituto de Acção Social está muito atento ao incêndio que ocorreu no Edifício do Lago, na Taipa. Após tomar conhecimento do acontecimento, foram imediatamente enviados ao local assistentes sociais, acompanhados dos trabalhadores de várias instituições de serviço social na Taipa, incluindo o Centro Comunitário da Taipa da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, o Centro de Serviços do Lago da Taipa da Federação das Associações dos Operários de Macau e o Centro de Apoio à Família Alegria em Abundância da Associação Geral das Mulheres de Macau, com o objectivo de proporcionar apoio emocional, aconselhamento e outros apoios necessários de acordo com as necessidades dos residentes”, foi comunicado. De acordo com a mesma fonte, apesar da destruição em três habitações, à tarde não havia residentes a necessitar de “alojamento temporário” fornecido pelo IAS. Associações no Edifício do Lago Minutos depois das imagens do incêndio começarem a circular online, algumas das associações tradicionais surgiram no local para auxiliar as pessoas afectadas pelo incidente. Os funcionários de associações, como os Moradores ou as Mulheres, publicaram também nas redes sociais fotografias do local e divulgaram contactos telefónicos para quem necessitasse de assistência.
Táxis | Número de infracções triplicou em Janeiro João Santos Filipe - 25 Fev 2025 Os dados mais recentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública apresentam uma redução da mortalidade rodoviária, com a ocorrência de zero casos em Janeiro, ao contrário das infracções dos taxistas que triplicaram face aos números de Janeiro de 2024 No mês de Janeiro, as infracções cometidas por taxistas triplicaram para 187 ocorrências, face ao período homólogo, de acordo com os dados mais recentes publicados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Em Janeiro de 2024, os taxistas tinham cometido 61 infracções. No entanto, no mês passado as infracções subiram para 187, um aumento de 206,56 por cento. A principal infracção cometida pelos taxistas em Janeiro deste ano deveu-se à falta de respeito pela ordem de chegada nas praças de táxis. O facto de ultrapassarem outros colegas que estavam nas praças há mais tempo levou a um total de 126 infracções, uma subida significativa, dado quem em Janeiro do ano passado só tinham sido registadas quatro infracções do género. Ao longo do primeiro mês deste ano, as autoridades identificaram ainda outras infracções, como seis casos de cobrança abusiva do preço, um aumento de quatro casos face ao período homólogo, 32 situações de recusa de transporte, um crescimento de dois casos, e ainda nove casos de “evidente desvio de percurso”, um número de ocorrências igual ao de Janeiro do ano passado. Como resultado do maior número de infracções, aumentou o número de casos comunicados à Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que subiu para 44, quando em Janeiro de 2024 tinha sido de 24. Menos multas Apesar de haver mais infracções a envolver taxistas, em termos gerais verificaram-se menos infracções no trânsito em Janeiro com um total de 60.415 infracções. Em Janeiro do ano passado, o número foi de 66.071 infracções, o que representa que em Janeiro de 2025 se registou uma diminuição de 8,56 por cento. Com menos infracções, diminuiu o montante encaixado pelas autoridades com multas. Em Janeiro deste ano, o valor arrecadado foi de 16,11 milhões de patacas, uma redução de 6,68 por cento face aos 17,27 milhões de patacas registados em Janeiro de 2024. Uma tendência positiva foi também registada ao nível dos sinistros nas estradas locais. Os acidentes de viação caíram de 1.351 ocorrências para 1.345 acidentes. Em nenhum dos acidentes houve vítimas mortais, o que contrasta com Janeiro do ano passado, quando uma mulher perdeu a vida nas estradas locais. Também se registaram menos feridos nos acidentes locais, com uma redução de 3,44 por cento de 465 feridos para 449 feridos. No entanto, num aspecto negativo, o número de acidentes com peões cresceu 91,67 por cento, de 36 acidentes para 69 acidentes. Ao mesmo tempo, o número de infracções cometidas por peões ao atravessar as estradas teve uma redução de 67,68 por cento, de 1751 ocorrências para 566 ocorrências.
Macau e Angola vão assinar acordo para combater lavagem de dinheiro Hoje Macau - 25 Fev 2025 Macau e Angola vão assinar um acordo para trocar informações de formar a prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo, anunciou ontem o Governo. De acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial, o memorando de entendimento para a troca de informação relativa ao combate ao branqueamento de capitais, crimes precedentes associados, financiamento ao terrorismo e financiamento à proliferação de armas de destruição maciça será assinado com a Unidade de Informação Financeira da República de Angola. Segundo o despacho, assinado pelo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, em 14 de Fevereiro, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, pode delegar esta missão ao comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Leong Man Cheong. O Gabinete de Informação de Macau (GIF), responsável pelo combate ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e à proliferação de armas de destruição maciça, está sob a tutela dos SPU. Em Março de 2022, um relatório anual do Departamento de Estado dos EUA designou Macau como um dos principais pontos de branqueamento de capitais a nível mundial. Segundo o relatório anual do GIF, Macau tornou-se em 2019 o único membro do Grupo Ásia-Pacífico Contra o Branqueamento de Capitais (GAFI) que cumpria “todos os 40 padrões internacionais” sobre a prevenção da lavagem de dinheiro, do financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa. Na lista do GAFI Angola foi acrescentada à ‘lista cinzenta’ do GAFI em 2024, depois de ter ficado aquém dos seus regimes legais e de regulamentação financeira. O GAFI, uma organização intergovernamental, estabelece normas internacionais em matéria de luta contra o branqueamento de capitais, o financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição maciça. A ‘lista cinzenta’ identifica os países que estão a trabalhar activamente com o GAFI para resolver deficiências estratégicas nessas áreas. O GIF assinou acordos para a troca de informação com 33 países e territórios, incluindo a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária de Portugal, em 2008, a Unidade de Informação Financeira do Banco Central de Timor-Leste, em 2018, e, em 2019, o Conselho de Controlo de Actividades Financeiras do Brasil e a Unidade de Informação Financeira de Cabo Verde.
Tabaco | Infrações por fumo ilegal subiram 27% em 2024 João Luz - 25 Fev 2025 Os Serviços de Saúde detectaram ao longo do ano passado 3.941 casos de fumo ilegal, mais 840 do que em 2023, apesar da descida anual de 9 por cento do número de inspecções feitas. Em média, as autoridades realizaram 708 inspecções por dia Em 2024, foram detectados 3.941 casos de fumo ilegal, mais 840 do que no ano anterior, o que representou uma subida de mais de um quarto (27,1 por cento), indicaram ontem os Serviços de Saúde. As acções de combate ao controlo do tabagismo foram realizadas por entidades tão díspares como os Serviços de Saúde, o Corpo de Polícia de Segurança Pública, o Instituto para os Assuntos Municipais, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, os Serviços de Alfândega. Outro dado estatístico que salta à vista nos números relativos a 2024, é o de 138 casos de transporte de cigarro electrónico para entrada e saída de Macau, face aos 24 casos detectados em 2023. Além disso, os Serviços de Saúde deram conta de 126 casos suspeitos de violação de outras disposições do “Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo”, nomeadamente, a não afixação dos dísticos de proibição de fumar e de avisos de proibição de venda de produtos do tabaco a menores de 18 anos nos locais de venda. Apesar do aumento de infracções, em 2024 os inspectores dos Serviços de Saúde realizaram menos 9 por cento das inspecções efectuadas em 2023. No total, foram realizadas no ano passado 259.081 inspecções a estabelecimentos, o que perfaz uma média de 708 inspecções por dia, uma descida face às 781 referentes a 2023. Ir para os copos Em relação aos locais e estabelecimentos, foram apanhadas 604 pessoas a fumar em restaurantes em 2024, seguindo-se os casinos onde foram detectados 531 fumadores, na sequência de 709 inspecções a casinos por inspectores da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos e dos Serviços de Saúde. Os parques, jardins e zonas de lazer ocupam o terceiro lugar no pódio com 361 casos de pessoas apanhadas a fumar. Quanto ao controlo do consumo de bebidas alcoólicas, em 2024 registaram-se 47 casos suspeitos de violação de lei de prevenção e controlo do consumo de bebidas alcoólicas por menores, 11 dos quais envolveram a venda ou a disponibilização de bebidas alcoólicas a menores. Os Serviços de Saúde acrescentam que os restantes casos dizem respeito a “estabelecimentos de venda ou disponibilização de bebidas alcoólicas que não afixaram os dísticos de proibição de venda ou disponibilização de bebidas alcoólicas a menores”.
Restauração | Pedidos incentivos financeiros estendidos a turistas Hoje Macau - 25 Fev 2025 A União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau considera que o Governo deve lançar sorteios e lançar vales de desconto para levar os turistas a consumir nos bairros comunitários. Segundo o jornal Ou Mun, o presidente da associação, Fong Kin Fu, recordou que tanto o Interior como outros países lançaram incentivos semelhantes de forma a promover um maior consumo entre os turistas, pelo que pediu que se siga o exemplo. Quanto ao novo Grande Prémio do Consumo, que começa em Março, o responsável revelou que alguns comerciantes já se inscreveram no programa e estão dispostos a participar em mais promoções. No entanto, nesta fase os diferentes estabelecimentos ainda estão a aguardar as indicações sobre os moldes em que vai decorrer a iniciativa. Olhando para o futuro, Fong Kin Fu defende que o Governo deve reforçar os apoios à economia dos bairros comunitários e ao consumo dos residentes, podendo subsidiar os preços para que a confiança de consumo seja melhorada. Ao mesmo tempo, o responsável destacou que os comerciantes também precisam de melhorar a qualidade de serviços e coordenar a oferta com as políticas do Governo.
Metro ligeiro | Obras na Linha Leste vão arrancar Hoje Macau - 25 Fev 2025 A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) anunciou ontem que as obras de construção das entradas e saídas de duas estações do segmento norte da Linha Leste do Metro Ligeiro vão começar “em um curto período de tempo”, pelo que serão feitas algumas alterações na circulação de veículos e pessoas. Segundo um comunicado, “será necessário ocupar uma parte do passeio e vedar a zona das instalações desportivas, no sentido de garantir a passagem segura dos peões”, mas a construção das entradas e saídas das estações será feita de forma faseada. A obra de construção do segmento norte da Linha Leste do Metro Ligeiro teve início em Agosto de 2023, sendo que as estações onde serão feitas as obras localizam-se ao longo da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade. A estação ES1 terá duas entradas e saídas para o atravessamento de rua e acessos que se localizam na Avenida da Longevidade e na Praceta do Bom Sucesso; enquanto a estação ES2 também terá três entradas e saídas para o atravessamento de rua e acessos que se situam na Rua 1.º de Maio, na Rua Central da Areia Preta e na Zona de Lazer da Rua da Pérola Oriental.
Droga | Pedida criminalização e sensibilização sobre etomidato João Luz - 25 Fev 2025 Hoi Sun San, da Comissão de Luta Contra à Droga, quer que o Governo criminalize o etomidato, também conhecido como “óleo espacial”. A responsável pela Clínica dos Operários entende que as autoridades devem combater a popularidade da droga com uma campanha de sensibilização dirigida aos mais novos A intercepção de uma mulher, vinda de Macau, no terminal de ferries de Sheung Wan em Hong Kong com um cigarro electrónico com etomidato, a droga anestésica conhecida como “óleo espacial”, fez soar alarmes em Macau. A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) divulgou ontem um comunicado sobre o tema, em que a chefe da Clínica dos Operários e membro da Comissão de Luta Contra à Droga, Hoi Sun San, pediu a criminalização da droga, à semelhança do que acontece em Hong Kong e no Interior da China. Hoi Sun San argumenta que o caso despertou a preocupação de todos os sectores da sociedade e serviu como um alerta para a necessidade de regulamentação das drogas emergentes em Macau. A responsável espera que o Governo intensifique esforços no combate aos crimes de droga e na educação dos residentes para reconhecerem e se manterem afastados dos efeitos nocivos das drogas, especialmente de novos tipos de substâncias e nas consequências legais do tráfico de estupefacientes. O etomidato é um anestésico hipnótico administrado em cirurgias que chegou a ser um dos componentes químicos usados na execução de uma pena de morte por injecção letal no Estado norte-americano da Florida. Apanhar o comboio A advogada Loi I Man, citada pelo mesmo comunicado da FAOM, salientou que o etomidato foi incluído na lista de substâncias psicotrópicas sob controlo do Interior da China em Outubro de 2023, estabelecendo a criminalização da droga. Em Hong Kong, a lei passou a criminalizar o “óleo espacial” no passado dia 14 de Fevereiro. O tráfico e fabrico passou a ser punido com uma pena máxima de prisão perpétua e multa até 5 milhões de dólares de Hong Kong, enquanto posse e consumo são punidos com uma pena máxima de sete anos de prisão e uma multa de 1 milhão de dólares de Hong Kong. O “óleo espacial” ganhou popularidade e passou a ser a terceira droga mais consumida em Hong Kong, depois da cocaína e canábis, levando o Governo de John Lee a actuar. A chefe da Clínica dos Operários salientou que as autoridades não podem ignorar os danos que as novas drogas podem causar na sociedade, em especial entre os mais novos que são mais susceptíveis a más influências. Além disso, do ponto de vista médico, Hoi Sun San afirmou que as novas drogas, como o “óleo espacial”, são altamente viciantes, causando não só incapacidade funcional, mas também danos permanentes. Contudo, a membro da Comissão de Luta Contra à Droga entende que é preciso ir além da legislação, combatendo o fenómeno através da intensificação do trabalho de educação preventiva e de sensibilização da população, em especial dos jovens.
Ensino | Universidades chinesas sobem em ranking por disciplinas Andreia Sofia Silva - 25 Fev 2025 As universidades chinesas subiram no “World University Rankings by Subject 2025” em várias áreas, apesar de em artes e humanidades a Ásia continuar aquém de outros continentes. Em 11 disciplinas analisadas, como Direito, Gestão e Economia, a China e Singapura constam nas 50 melhores, enquanto Hong Kong destaca-se em Estudos de Educação O mais recente ranking mundial do ensino superior por áreas do saber da Times Higher Education, o “World University Rankings by Subject 2025”, conclui que as universidades do Interior da China têm subido para posições de topo, embora a Ásia continue a posicionar-se uns lugares aquém nas áreas das artes e humanidades. Foram analisadas, no total, 11 áreas académicas. “Artes e Humanidades”, “Negócios e Economia”, “Ciências da Computação”, “Estudos de Educação”, “Engenharia”, “Direito”, “Ciências da Vida”, “Medicina e Saúde”, “Ciências Físicas”, “Psicologia” e “Ciências Sociais”. Conclui-se, segundo uma nota oficial do Times Higher Education (THE), que “China e Singapura aparecem entre as 50 melhores em todas as 11 disciplinas”, com destaque para a Universidade de Pequim e Universidade de Tsinghua a subirem, respectivamente, para o quarto e sexo lugares nas disciplinas relacionadas com “Negócios e Economia”. Aliás, “o melhor desempenho da Ásia regista-se nas áreas de gestão e economia”, com “as suas principais universidades a continuar a ter dificuldades em competir a nível mundial no domínio das artes e humanidades”. “As preocupações com a ‘crise’ nas humanidades parecem estar destinadas a continuar este ano, mas a análise do THE revela a contínua importância para as instituições de elite”. Tendo em conta a análise a 11 áreas académicas, a região vizinha de Hong Kong destaca-se em nove, sobretudo na área da Educação, onde também a Universidade de Pequim e Tsinghua obteve bons resultados. “A Universidade Nacional de Singapura ocupa novamente a nona posição em Engenharia, entrando no top 10 das ciências físicas – a primeira instituição da Ásia a consegui-lo – em 10º lugar”, lê-se ainda. Citada pela mesma nota, Simon Marginson, professor na Universidade de Oxford, uma instituição que costuma liderar os rankings a nível mundial, disse que o desempenho da Ásia nesta classificação mostra “o mundo multipolar do ensino superior” existente hoje, com uma maior amplificação “da capacidade académica nacional”. “Neste contexto, ao longo do tempo, a posição relativa dos países da Anglosfera e da Europa Ocidental tem de diminuir, não porque a sua qualidade absoluta esteja a diminuir, mas porque o campo de comparação está mais preenchido com outros países a surgirem”, afirmou. O mesmo responsável apontou ainda que “os sistemas do ensino superior da Ásia Oriental e do Sudeste Asiático melhoraram nas últimas duas décadas devido ao crescimento do número de estudantes, ao aumento do financiamento público, a uma organização e gestão mais orientadas para o desempenho e a políticas de internacionalização selectivas”. Uma das áreas onde se destaca uma melhor posição das universidades asiáticas é nos Estudos de Educação, tendo mostrado “uma força notável, com três universidades no top 10, com a Universidade de Hong Kong em sexto lugar, a Universidade de Tsinghua em sétimo lugar e a Universidade de Pequim em oitavo lugar”. Além disso, o THE mostra que a Universidade Chinesa de Hong Kong fez “progressos significativos”, passando da 19ª para a 11ª posição. Por outro lado, a Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Taiwan (Taiwan Tech) obteve “a pontuação mais elevada em termos de qualidade da investigação”. Porém, a liderança global vai para a Universidade de Stanford, “ultrapassando a Universidade da Califórnia, Berkeley, demonstrando um desempenho excepcional tanto no ensino como no ambiente de investigação”. China sobe em Direito Olhando para a área do Direito, não existe actualmente, segundo o ranking do THE, melhor lugar para estudar do que a Universidade de Stanford, que alcançou a “excelência no ensino e no ambiente de investigação”, seguindo-se a Universidade de Harvard, com “desempenho excepcional na investigação” e, em terceiro lugar, a Universidade de Nova Iorque, “com a pontuação mais elevada em termos de ambiente de investigação”. Destaque, nesta área, para a entrada da Universidade de Pequim na 14ª posição, em parte devido à boa classificação “no ensino e no ambiente de investigação”. De frisar que, no que respeita ao Direito, foram classificadas 389 instituições de 48 países e territórios, com recurso a 18 “indicadores de desempenho rigorosos”. Na área do Direito, são analisadas especialidades como Direito Constitucional e Administrativo e o exame a estruturas e enquadramentos de governação, ou ainda Direito Internacional, onde se inclui sistemas e tratados jurídicos globais. Conhecimento capital A China também se destaca na área dos Negócios e Economia, liderada pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). A Universidade de Pequim subiu para o quarto lugar, acompanhada por outras 20 universidades chinesas que melhoraram as suas posições na tabela. Nesta área foram analisadas 990 instituições de 85 países e territórios, com a atenção a focar-se na qualidade do ensino e investigação em disciplinas como liderança estratégica, negócios internacionais e desenvolvimento organizacional, bem como finanças empresariais ou econometria. No que diz respeito às ciências sociais, a China surge, de facto, mais abaixo, na lista das 20 melhores, novamente com a Universidade de Pequim em 16º e a Universidade de Tsinghua em 20º. Aqui, a liderança cabe ao MIT, passando a Universidade de Stanford para o terceiro ligar e depois a Universidade de Oxford, com “um desempenho excepcional no ensino e ambiente de investigação”. A London School of Economics and Political Science continua a ser uma instituição integrante do Top 10, ocupando agora o nono lugar. Foram analisadas 1.093 instituições de 100 países e territórios em disciplinas como Comunicação e Estudos dos Media, Política e Estudos Internacionais, incluindo Estudos de Desenvolvimento, Sociologia, Geografia e Antropologia. A China subiu também na disciplina de Ciências da Computação com a Universidade de Pequim a passar do 16º para o 12º lugar. Nesta área, lidera a Universidade de Oxford, atingindo a sua maior pontuação de sempre. MIT lidera em artes O MIT passou a estar à frente da Universidade de Stanford, assumindo o “primeiro lugar nas artes e humanidades, bem como em negócios, economia e ciências sociais”, mesmo que seja reconhecido primeiramente “pela especialização nos domínios da ciência, tecnologia, engenharia e matemática”. Segundo o ranking, é agora “o melhor local para estudar artes – com pontuações elevadas em cada um dos cinco pilares subjacentes à metodologia, em especial a qualidade da investigação e a perspectiva internacional”. Nas 11 disciplinas do ranking THE, “Stanford ficou em primeiro lugar em estudos de Educação, Direito e Psicologia, a Universidade de Harvard ficou em primeiro lugar em Engenharia e Ciências da Vida”. A única instituição local que consta no ranking do THE por disciplinas é a Universidade de Macau (UM), mas em lugares bastante mais abaixo do top 10: na área das ciências computacionais, está no grupo das 126-150 melhores do mundo, posição semelhante ocupada na área da Educação e Engenharia. Na área do Direito, por exemplo, a UM está no grupo das 176-200 melhores, enquanto nas Ciências da Vida está entre as 151-175 melhores.
Entrevista | Shan Hai Jing, um museu e o apetite dos antigos Hoje Macau - 24 Fev 202525 Fev 2025 Uma entrevista com a dupla de autores da próxima publicação em língua inglesa Shan Hai Jing Code 《上古文明密码》, que o Hoje Macau já apresentou, mas que agora se transforma em museu. Michael Du & Julie Oyang, a dupla de autores está actualmente a organizar uma corrida textual sem fôlego através da peça mais importante da literatura chinesa e do tesouro mais pesado da cultura chinesa e… mais além. Julie Oyang é uma crítica de arte e cultura baseada na Europa, comentadora da cultura chinesa e filósofa visual. É professora convidada na Universidade de São José em Macau, China. Michael Du é um conhecedor da cultura antiga chinesa canadiana, detentor da maior coleção da civilização Hongshan do mundo. É o fundador da Haikou KiWen International Art & Culture Co. Ltd. (海口啓運國際文化藝術品有限公司) e Kiwen International Cultural Exchange (Yantai) Co.Ltd (国际文化交流(烟台)有限公司). Ambos os autores estão intimamente envolvidos na operação do Museu de Arte da China para Civilizações Pré-dinásticas (华夏上古文明艺术馆), que abrirá em breve em Yantai, China. P: Na parte I da entrevista, falámos sobre o significado histórico do antigo manuscrito chinês Shan Hai Jing 《山海经》, também conhecido como o Livro das Montanhas e dos Mares, especialmente a sua universalidade. O que é que se segue? Michael: Falámos sobre como um estudo mais aprofundado do Shan Hai Jing pode ajudar-nos a compreender a origem das primeiras civilizações humanas na Terra. Mas nós somos fazedores. Não nos ficamos pelas páginas escritas: queremos assegurar que o Shan Hai Jing é relevante e vivo e torná-lo parte da cultura actual. Com este objectivo, fundei uma nova empresa. A Kiwen International Cultural Exchange (Yantai) Co.Ltd (启运国际文化交流(烟台)有限公司) foi criada depois da Haikou KiWen International Art & Culture Co. Ltd. (海口啓運國際文化藝術品有限公司) é o local onde a investigação global terá lugar e o intercâmbio global de conhecimentos será incentivado e estimulado sob a forma de delegações internacionais e visitantes de alto nível. Sabemos tão pouco sobre os antigos, há tantas perguntas a fazer… Julie: De facto, há tanto para fazer. Há tanto que podemos fazer. Em colaboração com o governo chinês, estamos ambos envolvidos na operação do Museu de Arte da China para as Civilizações Pré-dinásticas (华夏上古文明艺术馆), onde Michael faz a curadoria da sua própria coleção de artefactos, bem como de colecções privadas de renome de todo o mundo, incluindo todas as civilizações pré-dinásticas, como Hongshan, Liangzhu, Shanxingdui, Hongshuihe, Shijiahe, etc. Estes objectos de arte nunca foram expostos e nunca foram explicados pelos historiadores tradicionais. Compreendemos que é extremamente importante para nós proporcionar aos coleccionadores privados um local onde possam mostrar a sua viagem dedicada à procura de respostas a questões sobre a humanidade. Neste sentido, o Museu de Arte da China para as Civilizações Pré-Dinásticas (华夏上古文明艺术馆), que deverá abrir em Yantai em abril, é uma visão única e brilhante. Até temos a arquitetura para corresponder a esta visão. O nosso objectivo é educar o público global em geral, bem como estabelecer uma ligação com o público jovem de uma forma divertida e com elevados padrões de qualidade. Para além da exposição, que mais vão fazer para tornar os misteriosos antigos “vivos e activos” para o público global? Julie: Neste momento, o Michael e eu estamos a planear uma exposição paralela e um workshop em colaboração com o chef artista francês Gil Gonzalez-Foerster (nome chinês: 晓松). De certa forma, o museu em Yantai é uma cápsula do tempo onde está guardada uma memória antiga e desvanecida. E a cozinha de Gil lida com a memória, desta vez partindo destas civilizações pré-dinásticas, partindo de Shan Hai Jing. Sendo o guardião imaginativo da memória, o clássico chinês contém a memória mais antiga da China, ou mesmo do mundo. Shan Hai Jing regista memórias antigas sob a forma de meditações sobre mitologia e os factos mais interessantes sobre a flora e a fauna conhecidas pelo seu poder mágico e força poderosa que vivem de um extremo ao outro da Terra. Esta parece ser a reputação deste texto antigo e inesgotável. Mas Shan Hai Jing é também um extraordinário livro de receitas! Mas porquê comida? Michael: Tu és o que comes. A comida é uma parte essencial da vida humana quotidiana que nos pode dizer mais sobre o passado. Quando um prato deixa de ser recordado, parte de nós deixa de existir. A comida é talvez a memória mais íntima e sensual. Talvez esta seja uma das razões pelas quais Shan Hai Jing foi escrito: recordar através da comida? A nossa exposição com curadoria tornar-se-á mais completa, mais 3D, mais realista, explorando o paladar dos antigos! Julie: Shan Hai Jing documenta experiências gastronómicas diversas, misturando história natural e conhecimentos alimentares. O seu enfoque humanista torna o Shan Hai Jing único no seu género. A palavra shi (食), “comer”, aparece mais de 160 vezes no livro, dos antigos. Há, no entanto, muitos casos sobre comida exótica que curam condições médicas bastante familiares aos homens modernos, mas Shan Hai Jing também oferece cura para condições como arrogância, confusão/falta de sabedoria, afastar perigos físicos. Esta é uma filosofia culinária única! A comida envolve a mente, não apenas o paladar. Para provocar o intelecto. Esta ideia profunda ainda está profundamente enraizada na comida chinesa moderna. Através da nossa exposição, compreendemos também porque é que Confúcio ensinou aos seus discípulos que a comida é uma dádiva virtuosa e porque é que os grandes poetas eruditos chineses eram famosos apreciadores de comida. Actualmente, não sabemos quem foi o autor do misterioso clássico chinês cuja imaginação ultrapassa As Mil e Uma Noites… Michael: Os antigos eram “homens de apetite”. O apetite pode explicar as paisagens históricas e económicas da humanidade com mais clareza do que o jargão académico. Por falar em economia, como é gerida a economia do museu? Michael: O museu é um organismo educativo. É também um negócio. Concentramo-nos em cinco volumes de negócios. A investigação envolve sobretudo a cooperação com várias instituições e programas de formação na China. Organizamos cursos, eventos e publicações. Esta parte irá gerar 7,6 milhões de RMB/ano. A venda de bilhetes irá gerar 7,2 milhões de RMB/ano. A certificação de autenticidade irá gerar 3,5 milhões de RMB/ano. Também iremos formar agentes de leilões de arte e antiguidades, cujo programa irá gerar 4,9 milhões de RMB/ano. Na primavera e no outono, realizar-se-á um leilão em grande escala, com uma estimativa conservadora de 50 milhões de RMB de volume de negócios por leilão. Este montante não inclui as receitas provenientes da comissão de 15% dos vendedores e compradores. Além disso, realizar-se-ão anualmente mais quatro jogos de leilões temáticos, com uma estimativa conservadora de 5 milhões de RMB de volume de negócios e 6 milhões de RMB de comissão por leilão.
China acusa Austrália de exagerar sobre manobras militares Hoje Macau - 24 Fev 2025 O Governo chinês acusou ontem a Austrália de “exagerar intencionalmente” ao abordar os exercícios militares realizados por Pequim em águas internacionais próximas do país oceânico. Os três navios de guerra chineses envolvidos na operação “efectuaram exercícios em águas internacionais, longe da costa da Austrália”, lê-se numa declaração publicada na rede social chinesa Weibo, pelo porta-voz do Ministério da Defesa chinês Wu Qian. “Durante este período, a China organizou exercícios de fogo real com navios de guerra no mar, tendo emitido repetidos avisos de segurança com antecedência. As acções da China respeitaram plenamente o direito internacional e a prática internacional comum, sem afectar a segurança da navegação aérea”, afirmou. As declarações do Governo australiano, que criticou a falta de transparência do exército chinês relativamente aos exercícios “não correspondem de todo aos factos”, afirmou. “A Austrália, plenamente consciente destes factos, fez acusações infundadas contra a China e exagerou intencionalmente a situação. Estamos profundamente chocados e extremamente insatisfeitos”, afirmou Wu. O porta-voz pediu a Camberra para abordar as relações bilaterais e militares “com uma atitude objectiva e racional, mostrando mais sinceridade e profissionalismo, e tomando medidas concretas para promover o desenvolvimento estável das relações entre os dois países e exércitos”. Dedo apontado A Força de Defesa da Austrália acusou na sexta-feira Pequim de estar a realizar exercícios com fogo real sem aviso prévio no mar da Tasmânia, entre a Austrália e a Nova Zelândia, obrigando ao desvio de ligações aéreas. Um dia depois, a ministra da Defesa da Nova Zelândia, Judith Collins, disse que os chineses tinham realizado uma nova vaga de exercícios com fogo real na área. A Austrália disse à agência EFE, na quinta-feira, que coordenou com os parceiros regionais, incluindo a Nova Zelândia, a resposta a esta acção da China, que normalmente realiza exercícios semelhantes em águas mais próximas de território chinês e que são objecto de disputas com países vizinhos, incluindo as Filipinas. Pequim reivindica quase todo o mar do Sul da China, rico em recursos e um ponto chave para o comércio mundial. Nos últimos anos, aumentou a influência nas ilhas do Pacífico Sul, historicamente associadas à Austrália e à Nova Zelândia, parceiros dos Estados Unidos.
Obrigado, Nuno, muito obrigado Carlos Morais José - 24 Fev 202524 Fev 2025 Faz hoje uma semana que perdemos o Nuno. Perdemos o seu olhar azul, enquadrado por um cabelo escuro, e a beleza, por vezes inocente, das suas convicções. Perdemos o seu bom humor, a sua crença na humanidade, no Direito e numa sociedade mais justa. Perdemos o homem bom, equilibrado e excelente companheiro. Eu, pessoalmente, perdi o amigo com quem, dos 14 aos 17 anos, partilhei a minha vida quase diariamente no Liceu Camões, nas praias da Costa da Caparica, nas primeiras festas, na vivência tímida dos primeiros amores. Já nesse tempo o Nuno Fernando Correia Neves Pereira era um apaixonado por desporto, uma paixão que o acompanhou até ao fim. E era o melhor de nós quando tocava a jogar basquete ou futebol. Um predestinado, dizia-se. Depois veio o full-contact. Ainda o fui ver, no Coliseu dos Recreios em Lisboa, realizar um combate de exibição, na primeira parte de um espectáculo de luta livre do famoso Tarzan Taborda. À saída, confessou-me: “Passados 15 segundos já estava todo suado. Passados 30 já me sentia cansado. Nem imaginas como isto é difícil.” E era, mas as dificuldades não o faziam desistir. Contudo, o destino não quis que ele se entregasse totalmente à paixão desportiva que o habitava, talvez porque aos 18 anos o trouxe até Macau. Aqui se formou em Direito, aqui se empregou na função pública como jurista, tendo chegado a Chefe de Departamento, aqui leccionou na universidade, aqui se apaixonou, casou e teve dois filhos: Nuno e Tatiana. Aqui o voltei a encontrar quando, anos depois, também desembarquei na Cidade do Nome de Deus. Em relação ao Direito, o Nuno era um ardente estudioso, conhecedor e defensor do Direito de Macau e das suas especificidades. Fascinava-o a identidade desta legislação única, construída sobre a lei portuguesa e os costumes locais, sobretudo porque entendia ser o Direito local uma expressão da diferença desta terra e ser essa diferença um sinónimo de riqueza cultural. Nesta linha trabalhou, ensinou e uma coisa muito rara é certa: por todo o Macau, da boca de ninguém ouvi uma má palavra sobre o Nuno, o que também não espanta porque nunca ouvi da sua parte uma má palavra sobre alguém. Era assim o Nuno: as suas críticas nunca eram pessoais, mas sobre ideias, factos ou argumentos. Ou seja, como deve ser e tão escasso hoje é. O Nuno não era apenas alguém interessado na sua profissão, porque tinha um amor antigo pela literatura e pelas artes. Lia muito e lia um pouco de tudo, dos calhamaços de Direito a José Saramago, passando por Jorge Amado e Fernando Pessoa. O seu interesse pela pintura também nasceu cedo. Aos 16 anos, sabendo da minha devoção pelos The Doors, ofereceu-me um belo retrato de Jim Morrison, pintado por ele a tinta-da-China, que eu pendurei no meu quarto. Recentemente, disse-me que, agora reformado, se voltaria a dedicar à pintura, afinal a paixão que também nunca o abandonara. Mas o destino também não quis assim, porque o destino é cego e estúpido. De que outra forma poderíamos classificar quem nos roubou assim o Nuno, de forma súbita e bruta, sem um aviso, sem uma nota, uma ameaça ou um prefácio? Pois é, Nuno: não te podias ir embora sem nos dares uma última lição sobre a nossa precaridade, sobre a vacuidade dos nossos planos face à risível sorte, sobre a necessidade de vivermos a nossa vida hoje, perante a incerteza do amanhã. Era escusado, Nuno, mas obrigado. Não tinhas de ter partido assim tão de repente, de forma tão inesperada, mas obrigado. E obrigado por teres partilhado comigo parte do teu caminho e por todas as memórias (ó meu Deus, como elas me assaltaram durante esta semana!) que me deixas. Por tudo: obrigado, Nuno, muito obrigado.
Somos! | Timor-Leste e Brasil vencem concurso de contos e ilustração Hoje Macau - 24 Fev 2025 Já são conhecidos os vencedores do concurso infantojuvenil promovido pela Somos – ACLP (Associação de Comunicação em Língua Portuguesa). Trata-se da Escola CAFE de Liquiçá de Timor-Leste, que arrecadou o primeiro prémio, e a Escola Tiê, em São Paulo, Brasil. As categorias premiadas foram contos e ilustrações sob o tema “Era Uma Vez…A Minha Língua” Escolas de Timor-Leste e Brasil venceram a segunda edição do concurso infantojuvenil “Era Uma Vez… A Minha Língua”, nas categorias de conto e ilustração, respectivamente, anunciou hoje a Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP). O conto “Era uma vez a minha Língua”, da Escola CAFE de Liquiçá, em Timor-Leste, venceu o primeiro lugar com um prémio pecuniário de 7.500 patacas, tendo sido ainda atribuídas menções honrosas à Escola Tiê (São Paulo, Brasil), com o conto “A Viagem de Guind”, e ao Agrupamento XII – Escola Básica de Ponta d´Água (Cidade da Praia, Cabo Verde), com “O menino que queria descobrir novas línguas”. Na categoria de ilustração, a instituição de ensino brasileira levou a melhor, ao desenhar o conto de Timor-Leste, que valeu 5.000 patacas. As duas menções foram atribuídas a Macau (Escola Oficial Zheng Guanying) e a Angola (Escola Primária 1501 “Dom Moisés”, em Luanda). Trabalhar com “escolas de regiões mais isoladas é sempre um grande desafio”, uma vez que “os recursos são, muitas vezes, limitados”, disse à Lusa a presidente da Somos – ACLP. “Contudo, estas instituições de ensino agarraram esta oportunidade única, de integrar um movimento unificador, que valoriza as suas vozes e culturas. Para muitos destes alunos, foi a primeira vez que viram as suas criações reconhecidas, sentindo que as suas palavras e desenhos têm importância e podem chegar a outros lugares e pessoas” acrescentou Marta Pereira. O exemplo de Moçambique Moçambique, indicou ainda a responsável, é “um exemplo particular desta determinação”. “Os alunos enfrentaram desafios significativos devido aos recentes problemas no país”, explicou, notando que, “apesar das dificuldades, estas crianças demonstraram uma resiliência extraordinária”. De acordo com um comunicado da Somos – ACLP, a iniciativa envolveu uma escola por cada país ou região, num total de nove instituições, e destinou-se a alunos do 5.º e 6.º anos de escolaridade das instituições de ensino participantes, onde o português é utilizado como língua veicular. Cada escola concorreu com um conto original produzido individualmente ou em grupo. Depois, os contos foram distribuídos aleatoriamente por todas as escolas para a respectiva ilustração. Participaram ainda o Centro de Formação Doze Pedras (Bissau, Guiné-Bissau), a Escola Primária da Maxaquene Khovo (Maputo, Moçambique) a Escola Básica Dr. Vasco Moniz (Vila Franca de Xira, Portugal) e a Escola Secundária Patrice Lumumba (São Tomé, São Tomé e Príncipe). A escritora portuguesa Adélia Carvalho e o cartoonista brasileiro Cau Gomez foram os júris e padrinhos desta segunda edição. A Somos – ACLP vai publicar até Março os contos e as ilustrações em livro, com os textos traduzidos e adaptados para a língua chinesa. A apresentação da obra decorre em Abril, ainda de acordo com o comunicado.
GP | Célio Alves Dias vai continuar a correr esta temporada Sérgio Fonseca - 24 Fev 2025 O piloto macaense Célio Alves Dias foi um dos regressos saudados da temporada automobilística do território de 2024. O experiente piloto de carros de Turismo vai continuar a apostar nas corridas locais, no Macau Roadsport Challenge, em 2025 O vencedor da Taça de Carros de Turismo de Macau em 2021 esteve afastado do automobilismo na época de 2023 por motivos pessoais, mas fez no ano passado a sua estreia na competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8). Apesar da vasta experiência em provas da especialidade, tendo conduzido várias gerações de carros de Turismo, Célio Alves Dias nunca tinha tripulado os novos bólides que a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) introduziu na sua competição em 2023. A época passada acabou por ser de aprendizagem, com algumas dificuldades nas afinações e no comportamento do carro nipónico. A participação nas corridas no Circuito Internacional de Zhuzhou e no Grande Prémio de Macau fez Célio Alves Dias perceber que o seu Toyota GR86 não estava ao nível da concorrência mais forte. Com base nas conclusões retiradas dessas experiências, decidiu começar a preparar-se para a nova temporada. “O carro teve que ser todo desmontado. O meu carro foi comprado em segunda-mão, e o chassis e o arco de segurança, para mim, não estavam bem feitos”, explicou o piloto da Fu Lei Loi Racing Team ao HM. “Isto, tornava o carro demasiado duro e muito difícil de curvar. Experimentei um carro da China, que foi bem montado, e há uma diferença. Fiz um bom tempo em Janeiro, na China, com esse carro. Os nossos carros, feitos na mesma oficina, estavam muito duros, o que tornava difícil fazer voltas rápidas”. Se no Grande Prémio de Macau, os pilotos da casa, exímios conhecedores do Circuito da Guia, conseguiram equiparar o andamento aos seus adversários de Hong Kong e do Interior da China, nas corridas iniciais na pista de Zhuzhou, na província de Hunan, não foi bem assim. “Há muitas diferenças entre os carros, mas principalmente nos chassis, pois os motores, em termos de potência e cavalos, estão já quase todos ao mesmo nível. Os nossos adversários também experimentaram muitas peças, muitos motores, até caixas de velocidades, e chassis. Os carros de competição são sempre a mesma coisa. Tens que ter potência no motor, mas também chassis. Ter só potência não chega. Ter melhor um bom chassis é o mais importante.” Jubileu de Prata em Novembro Sendo um nome português habitual no Grande Prémio de Macau nas últimas décadas, Célio Alves Dias estreou-se no Circuito da Guia em 2000 e desde aí foi uma presença assídua e sem faltas na prova até 2023. Este ano, o seu objectivo é contabilizar a sua vigésima quinta participação no maior evento desportivo de caracter anual da RAEM, mas para isso terá que alinhar nas provas de apuramento. Enquanto aguarda o anúncio do calendário de 2025 por parte da AAMC, Célio Alves Dias detalha pormenores para iniciar o seu programa de testes, até porque o seu Toyota, depois de revisto, “está já pronto a testar” no Interior da China, algo que acontecerá “muito em breve”, refere o piloto. Na edição passada do Grande Prémio, Célio Alves Dias qualificou-se em 12.º lugar para a corrida Macau Roadsport Challenge. No entanto, a sua participação foi curta e infeliz: ao volante do Toyota com o dorsal nº 11, foi forçado a desistir após ficar imobilizado na subida de São Francisco. O piloto macaense ficou fora da corrida logo na primeira volta, num incidente que provocou a entrada do Safety Car.
Africa CDC | China e Coreia do Sul dão 4 milhões para compensar corte dos EUA Hoje Macau - 24 Fev 2025 A China e a Coreia do Sul enviaram quatro milhões de dólares para o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de África (Africa CDC), anunciou sexta-feira esta entidade, após os Estados Unidos cortarem o valor da sua ajuda. O financiamento de quatro milhões de dólares, cerca de 3,8 milhões de euros, foi noticiado pela agência de informação financeira Bloomberg, que explicou que o continente recebe 84 por cento do financiamento para cuidados de saúde provenientes de fora da região, incluindo os 500 milhões de dólares que os Estados Unidos se tinham comprometido e entregar. Os EUA reduziram a ajuda para 385 milhões de dólares, cerca de 378 milhões de euros, deixando a agência de saúde pública africana com um défice de 115 milhões de dólares, quase 110 milhões de euros, disse o director-geral, Jean Kaseya. Os quatro milhões de dólares avançados pela China e pela Coreia do Sul são consequência e a primeira resposta ao congelamento da ajuda externa dos Estados Unidos. No final de Janeiro, O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu ordem para congelar a ajuda externa do seu país, canalizada principalmente através da USAID, uma organização da qual também ordenou o despedimento da maioria dos seus funcionários em todo o mundo. A decisão provocou o pânico entre as organizações humanitárias de todo o mundo que dependem dos contratos dos EUA para continuar a funcionar. No entanto, a 13 de Fevereiro, um juiz federal bloqueou temporariamente a ordem de Trump, de congelar a ajuda externa dos EUA, enquanto outro tribunal suspendeu o desmantelamento da USAID.
Ano Novo Lunar | Estimativas apontam para mais de nove mil milhões de viagens Hoje Macau - 24 Fev 2025 A China estima que tenham sido realizadas cerca de 9,03 mil milhões de viagens domésticas durante o Ano Novo Lunar, um aumento de 7 por cento face ao mesmo período de 2024, informou ontem a agência de notícias Xinhua. Considerado o maior movimento anual de pessoas no país, este período de 40 dias, conhecido como ‘chunyun’, teve início a 14 de Janeiro e terminou a 22 de Fevereiro, embora o maior pico de viagens tenha sido registado entre 28 de Janeiro e 04 de Fevereiro. De acordo com as estimativas oficiais, a maioria das viagens foi efectuada por estrada (cerca de 8,39 mil milhões), muito acima das de comboio (513,63 milhões), via aérea (90,19 milhões) e marítima (31,15 milhões). O país asiático ultrapassou os 8,4 mil milhões de viagens inter-regionais durante o ‘chunyun’ de 2024, embora as previsões de Pequim para esse ano contemplassem ultrapassar os nove mil milhões. O valor acabou por não ser alcançado devido ao mau tempo, que provocou atrasos e cancelamentos no serviço de transportes e problemas de infraestruturas em várias regiões. No dia 29 de Janeiro, milhões de chineses deram as boas-vindas ao ano da serpente e, durante uma semana, o país parou para cumprir tradições como limpar as casas a fundo, pendurar recortes de papel para atrair boa sorte, decorar as ruas e realizar grandes banquetes familiares.
Gavekal Dragonomics | Campanha anticorrupção intensifica-se, diz “think tank” Hoje Macau - 24 Fev 2025 A campanha anticorrupção na China está-se a intensificar e ameaça paralisar a burocracia chinesa, apontou um grupo de reflexão, numa altura em que Pequim exige ousadia aos funcionários para relançar o crescimento económico. Lançada há mais de uma década pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a campanha atingiu em 2024 um número recorde de 889.000 funcionários do regime, segundo dados divulgados pela Comissão Central de Inspecção e Disciplina – órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista Chinês (PCC). Este número representa um aumento de quase 50 por cento em relação à média anual de cerca de 600.000 entre 2018 e 2023. O ‘think tank’ Gavekal Dragonomics previu que o número continuará a crescer, destacando o alargamento do escrutínio a novos sectores, como finanças, energia, saúde e infraestruturas, bem como para níveis mais baixos da administração pública, incluindo funcionários do PCC nas aldeias, além dos níveis provincial e municipal. “O foco em mais sectores e mais funcionários vai resultar em mais casos – tendência que parece destinada a continuar”, vaticinou. Para durar A campanha anticorrupção foi lançada em 2012 e é hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista. Um dos primeiros alvos foi o ex chefe da Segurança Zhou Yongkang, que outrora tutelou os tribunais, polícia e os serviços de informação, e acabou por ser punido com prisão perpétua, tornando-se no mais alto líder da China condenado por corrupção desde a fundação da República Popular, em 1949. Da lista faz também parte Bo Xilai, estrela em ascensão da política chinesa que caiu em desgraça, num caso que envolveu o homicídio de um advogado britânico. Altas patentes do exército – só no ano passado dois ministros da Defesa foram colocados sob investigação – e centenas de quadros de nível ministerial ou superior foram também expulsos do PCC e punidos com prisão perpétua ou pena de morte. Em Janeiro passado, Xi advertiu que “a corrupção continua a aumentar” e é a “maior ameaça” para o regime. “A campanha anticorrupção é a única forma de quebrar os ciclos de governação e caos, prosperidade e declínio”, apontou. A Gavekal Dragonomics advertiu para os efeitos de paralisia na burocracia chinesa, à medida que os funcionários evitam tomar decisões susceptíveis de os expor ao escrutínio. Xi tem aludido a este problema, queixando-se do ‘formalismo’ e do ‘burocratismo’ no Governo. Documentos do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, mencionam agora as “três distinções” para tranquilizar os funcionários de que não serão punidos por erros honestos, visando “incentivá-los a adoptar uma postura pioneira e a demonstrar iniciativa no trabalho”. Medos e incentivos Isto surge numa altura em que Pequim enceta um plano estratégico para dominar tecnologias emergentes, visando ultrapassar os Estados Unidos na corrida pela supremacia tecnológica. “Os cautelosos fundos de investimento apoiados pelo Estado estão relutantes em investir em empresas tecnológicas de alto risco. Se os funcionários que gerem os fundos estatais ficarem mais preocupados com o facto de as perdas financeiras convidarem ao escrutínio, tornar-se-ão ainda mais conservadores nas suas decisões de investimento”, apontou o grupo de reflexão. Pequim adoptou em 2024 um pacote de medidas de apoio ao sector imobiliário, mergulhado numa prolongada crise. Uma das medidas visa encorajar as autoridades locais a comprar aos promotores unidades habitacionais não vendidas. “O risco é que os funcionários locais utilizem esta ferramenta com moderação para evitar o escrutínio posterior”, notou a Gavekal Dragonomics. “É possível que, ao dar prioridade política à estabilização do crescimento, o Governo central tenha dado aos funcionários de nível operacional o incentivo de que necessitam para agir. Mas também é possível que o receio [de serem punidos] se sobreponha a todos os outros factores e que os funcionários locais não consigam, mais uma vez, apoiar a economia”, acrescentou.
Crime | Adolescentes detidos por furto de telemóveis Hoje Macau - 24 Fev 2025 Três jovens, colegas de escola do ensino secundário, foram detidos por suspeita de terem furtado dois telemóveis e uns auscultadores nos dias 15 e 17 de Fevereiro. Segundo o relato feito ao jornal Ou Mun, após a denúncia feita pelas vítimas o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) investigou o caso e, recorrendo ao sistema de videovigilância “Olhos no Céu”, interceptou um dos jovens suspeitos na passada terça-feira na Rua 6 de Bairro do Iao Hon. O passo seguinte foi convocar os restantes dois suspeitos para irem à esquadra de polícia. De acordo com as autoridades, os furtos aconteceram enquanto as vítimas jogavam basquetebol, em campos das zonas da Sé e Santo António. Aproveitando a distração das vítimas, os suspeitos subtraíram os telemóveis, que um dos suspeitos vendeu no Interior da China por 3.620 renminbis. Os restantes dois suspeitos receberam 320 patacas cada um por transferência bancária. Os jovens foram acusados do crime de furto e o caso foi transferido para o Ministério Público. O CPSP informou ainda a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude para acompanhamento da situação.
Construção civil | Diminuição das obras em perspectiva Hoje Macau - 24 Fev 2025 Harry Lai, CEO da Lai Si Construction Engineering, defendeu, segundo o jornal Ou Mun, que os próximos meses serão pautados por menos obras, pelo que o sector da construção civil aguarda uma queda no volume de trabalho. Lai disse ainda que é esperado que o Governo possa acelerar o processo de aprovação de terrenos para construção e dos respectivos projectos, para que as empresas não tenham um longo período de espera pela frente. Harry Lai recordou que em 2023, pouco tempo depois do fim da pandemia, o sector estava ainda com muitos projectos em mãos, alguns deles no início. Porém, este ano o cenário parece ser diferente, pois as empresas de construção acreditam que haverá menos projectos na segunda metade do ano devido ao facto de terem sido poucos os concursos públicos realizados, incluindo poucos projectos privados, pelo que este ano haverá poucas obras em curso. Harry Lai explicou que, por exemplo, a maioria das obras na área da habitação pública são realizadas por empresas com capitais da China continental, havendo pouco espaço para as empresas locais.
Economia | Refeições de takeaway aceleram inflação Hoje Macau - 24 Fev 2025 A inflação acelerou em Janeiro pela primeira vez nos últimos seis meses, de acordo com os dados oficiais. O aumento dos preços das refeições de takeaway foi o principal responsável pela subida A inflação acelerou em Janeiro, pela primeira vez em meio ano, sobretudo devido ao custo das refeições adquiridas fora de casa, num mês em que contou com o arranque do Ano Novo Lunar, foi anunciado na sexta-feira. O Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu 0,57 por cento em Janeiro, em termos anuais, e aumentou 0,17 por cento em comparação com Dezembro, de acordo com dados oficiais divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Janeiro pôs assim fim a um período de cinco meses consecutivos de desaceleração da inflação. Em Dezembro, o IPC tinha aumentado 0,23 por cento em termos anuais e recuado 0,01 por cento em comparação com Novembro. Dezembro foi o mês em que Macau ficou mais perto de cair em deflação (queda anual nos preços no consumidor) desde Junho de 2021, quando a cidade viveu o último de 10 meses consecutivos de deflação no pico da crise económica causada pela pandemia. A deflação reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Tudo evitado Num comunicado, a DSEC justificou a aceleração em Janeiro com uma subida de 0,88 por cento no sector dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas. O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em Janeiro ou Fevereiro, consoante o calendário lunar. Este ano, celebrou-se entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro. O custo das refeições adquiridas fora de casa subiu 1,7 por cento. Com a progressiva retoma do turismo, Macau registou um aumento de 10,1 por cento no preço dos bilhetes de avião e um crescimento de 17,4 por cento no custo das excursões e quartos de hotéis no exterior. Com o aumento do número de visitantes, a região registou um acréscimo de 23,1 por cento no preço das joias, relógios e produtos feitos de ouro. Os gastos com hipotecas dos apartamentos subiram 0,36 por cento, apesar de o índice dos preços da habitação ter caído 11,7 por cento no ano passado e da Autoridade Monetária de Macau ter aprovado três descidas da taxa de juro nos últimos três meses de 2024. A Assembleia Legislativa aprovou, em 18 de Abril, o fim de vários impostos sobre a aquisição de habitações, para “aumentar a liquidez” no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. Os dados oficiais mostram ainda que os serviços de saúde ficaram 1,1 por cento mais caros e o custo dos seguros subiu 2,47 por cento.
Ensino | Propostas alterações para financiar escolas no Interior Hoje Macau - 24 Fev 2025 O Governo quer mudar a lei para permitir que as escolas a operar na Zona de Cooperação Aprofundada criadas por entidades com sede em Macau possam receber subsídios. As alterações foram anunciadas pelo Conselho Executivo, mas têm de passar pela Assembleia Legislativa. De acordo com a apresentação, as escolas criadas vão ficar sujeitas “ao sistema educativo de Macau, desde que não contrarie as normas estipuladas no Interior da China” e haverá uma igualdade a nível dos “direitos e deveres dos alunos e do pessoal docente, nomeadamente o subsídio de escolaridade gratuita, o subsídio para o desenvolvimento profissional dos docentes de Macau e o cálculo da sua antiguidade”. No que não contrariar as leis do Interior, estas escolas têm de cumprir a legislação de Macau, a nível do registo do pessoal da escola, transferência de recursos financeiros das escolas, exigências de contabilidade e da elaboração do relatório de auditoria das escolas. Educação | Subsídios para aquisição material em Abril A partir de 7 de Abril e até 30 de Maio, os residentes que frequentam cursos do ensino superior que atribuem um grau académico ou com uma duração de dois anos vão poder candidatar-se ao subsídio para aquisição de material escolar do ano lectivo de 2024/2025, com um valor de 3.300 patacas. O programa foi apresentado na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa do Conselho Executivo. Após a candidatura, os processos são avaliados pela Administração Pública, que depois decide sobre a atribuição do apoio. Os interessados têm de apresentar documentos que provem a designação do curso, o número de anos do curso, e o ano lectivo da primeira matrícula. Os subsídios são atribuídos aos estudantes que frequentam cursos na RAEM ou no exterior. O processo de candidatura tem de ser tratado através da aplicação da Conta Única.
Mercados | Governo preocupado com futuro dos vendilhões Hoje Macau - 24 Fev 2025 Actualmente, cerca de 80 por cento dos vendedores nos mercados do território têm mais de 60 anos. O Executivo admite que a profissão deixou de ser atractiva para os mais novos O Governo revelou ter dúvidas sobre o futuro da profissão de vendedor nos mercados, quando mais de 80 por cento dos vendilhões têm mais de 60 anos. As dúvidas sobre a sobrevivência desta actividade foram deixadas, na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa do Conselho Executivo para apresentar as regras do novo regime de gestão dos vendedores. Estas novas regras para regular a actividade dos vendilhões entram em vigor no início de Março. A cidade tem actualmente 543 licenças válidas de vendilhões, mas mais de 100 bancas nos vários mercados da cidade estão por ocupar e mais de 80 por cento dos vendedores têm mais de 60 anos, disse Ung Sau Hong, administradora do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). A responsável prometeu que, depois da entrada em vigor do novo regime, será feita “uma análise à situação” dos mercados em cada bairro. “O vendilhão é uma profissão de longa data, é já uma memória nossa”, mas “esta já não é de facto uma profissão muito atraente”, admitiu o porta-voz do Conselho Executivo, André Cheong Weng Chon. O também secretário para a Administração e Justiça justificou as alterações “com a evolução económica e dos hábitos de consumo dos residentes e turistas”. “Vamos ver se é possível manter esta profissão de vendilhão em Macau”, disse André Cheong. O porta-voz afirmou que o Governo vai, “em algumas zonas, tentar melhorar as condições [dos mercados] para atrair jovens que possam ser vendilhões”. Novas medidas O novo regulamento prevê que compete ao IAM publicitar o anúncio de abertura do concurso público para licenças de vendilhões e ao presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM criar a comissão de avaliação das propostas apresentadas. No caso de empate na avaliação das propostas, a escolha final é feita por sorteio. As novas regras passam a prever que o montante da caução da licença corresponde ao montante da taxa de licença e que a caução pode ser prestada em numerário, cheque, pagamento electrónico ou transferência bancária. O mercado de Coloane, inaugurado há 130 anos, encerrou definitivamente em 16 de Dezembro, depois dos dois últimos vendedores terem abdicado das bancas, uma vez que “o fluxo de pessoas (…) continuou a diminuir nos últimos anos”, disse em Novembro o IAM. O presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau disse, na altura, à Lusa que o mercado costumava ser popular entre os portugueses que viviam na aldeia, mas que estes “foram partindo aos poucos”. “Sem portugueses em Coloane, há menos residentes”, lamentou O Cheng Wong. O Mercado Vermelho, o mais icónico de Macau, reabriu em Maio ao público depois de dois anos encerrado para obras de remodelação, com 118 bancas em funcionamento e 31 que continuavam vazias. Construído em 1936, o Mercado Vermelho é um edifício de influência arquitectónica portuguesa e foi projectado pelo macaense Júlio Alberto Basto.
ATFPM | Falta de visão política dificulta escolha de cursos superiores Hoje Macau - 24 Fev 2025 A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) organizou no sábado o seminário “Emprego e Desenvolvimento Futuro dos Jovens”, que contou com a participação de cerca de 100 pessoas. O presidente da associação, o deputado Pereira Coutinho, destacou que a actual incerteza sobre o futuro de Macau e a ausência de uma visão perspectiva nas políticas têm levado à falta de planeamento racional nos cursos universitários. Esta situação, segundo o responsável, dificulta a compreensão dos jovens locais sobre as reais necessidades de talentos da sociedade, e gera “grande ansiedade entre os jovens quanto ao seu futuro”. Tendo em conta que Macau é uma “economia voltada para o exterior”, Coutinho realçou que o território é impactado com a instabilidade política e económica a nível global, favorecendo apenas as indústrias tradicionais. Neste contexto, Coutinho incentivou os jovens a acompanharem o “desenvolvimento actual das indústrias e a intensificarem o estudo de disciplinas emergentes e promissoras, como inteligência artificial, big data, matemática e línguas”. Também a presidente da Assembleia Geral da ATFPM, Rita Santos, destacou a deterioração do ambiente de emprego em Macau, referindo que “a associação recebe diariamente uma média de 50 casos, na sua maioria relacionados com preocupações de emprego, stress mental excessivo e planeamento de carreira”.
Consumo | Nova ronda de Grande Prémio em Março João Luz - 24 Fev 202524 Fev 2025 O Governo anunciou uma nova ronda do Grande Prémio do Consumo, o programa que distribuiu cupões de desconto para estimular a economia nos bairros comunitários. O valor da redução mais elevada subiu para 200 patacas e os idosos vão ter um cartão Macau Pass com descontos imediatos Exactamente daqui a um mês, no dia 24 de Março, começa o “Grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias 2025”, que se irá prolongar durante 10 semanas até 1 de Junho. A nova versão do programa, orçamentada em 295 milhões de patacas, foi apresentada no sábado, e tem como objectivos “impulsionar o ambiente de consumo local, aumentar a confiança no mercado de consumo e melhorar ainda mais a exploração dos estabelecimentos comerciais nas zonas comunitárias”. A apresentação da nova edição do programa de descontos esteve a cargo da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e da Associação Comercial de Macau. A nova ronda traz algumas alterações face às anteriores. Para quem usa plataformas de pagamento electrónico, como o MPay e apps de bancos, os moldes do programa mantêm-se, com três sorteios semanais de cupões de desconto, depois de ser feito um pagamento superior a 50 patacas, para gastar ao fim-de-semana. Porém, foram acrescentadas duas novidades. O valor máximo do cupão de desconto subiu para 200 patacas, “para estimular o consumo em grande valor no sentido de elevar os sentimentos de obtenção e de participação dos consumidores”, indicou a DSEDT. A nova ronda irá também permitir que o consumidor utilize vários cupões de desconto numa única transacção, aumentando “a flexibilidade de uso dos benefícios”, e “simplificar a operação dos estabelecimentos comerciais”. Exclusão e inclusão Neste programa, que arranca no fim de Março, aumentou o número de superfícies comerciais excluídas. As lojas e restaurantes que estão dentro de hotéis ou “resorts integrados” não vão aceitar cupões de desconto. Na conferência de imprensa que apresentou o programa, o director da DSEDT, Yau Yun Wah, sintetizou a alteração referindo que “em termos simples, desta vez, o público não pode usar os cupões no Cotai”, acrescentando que também não podem ser usados em locais como o Starworld Hotel ou MGM Macau. O objectivo é “focar a aplicação do programa nos bairros comunitários”. A outra novidade reflecte uma das críticas feitas aos programas anteriores: a exclusão de idosos que não sabem usar plataformas de pagamento online. Assim sendo, os titulares do “Cartão da Macau Pass para Idosos” vão poder participar no programa, com benefícios a vários níveis, como um “desconto imediato para consumo no valor de 300 patacas mediante carregamento do cartão”. Ao contrário dos cupões nas plataformas de pagamento online, os descontos do cartão sénior podem ser usados durante toda a semana, dando descontos imediatos de 50 por cento. Além disso, os idosos que usem o Macau Pass para o Grande Prémio do Consumo podem também obter cupões através das plataformas de pagamento electrónico. Para participar no programa, os idosos têm de usar a nova versão do cartão Macau Pass, que pode ser pedido em mais de 100 postos de serviços. O Instituto de Acção Social, em coordenação com várias instituições de serviço social e seis associações civis, irá prestar apoio aos idosos nos primeiros dez dias de Março para substituir o cartão e informar como funciona o plano de descontos. Em relação aos descontos propriamente ditos, os idosos beneficiam de 50 por cento, metade da transacção feita, com a quantia a ser deduzida no saldo do Cartão da Macau Pass para Idosos. Por outras palavras, durante o Grande Prémio do Consumo, “os idosos podem comprar mercadorias ou serviços no valor total de 600 patacas com 300 patacas do seu próprio dinheiro”. Os benefícios não estarão sujeitos ao limite máximo de utilização diária. A nova edição do plano irá, mais uma vez, culminar com um sorteio final. Questão de perspectiva A Associação Comercial de Macau (ACM) e o Governo consideram que a economia local atravessa um período de crescimento. Durante a conferência de imprensa que apresentou o novo Grande Prémio do Consumo, o presidente da ACM, Frederico Ma Chi Ngai, afirmou que Macau é “uma cidade repleta de prosperidade”, como ficou patente durante o Ano Novo Lunar. Assim sendo, os estímulos ao consumo têm como objectivo “dar continuidade a esta boa tendência de crescimento”. Também o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, Yau Yun Wah, disse que “na consequência da implementação das medidas de curto prazo sobre a promoção do consumo, do aproveitamento das medidas de apoio a Macau lançadas pelo Governo Central e do efeito dos feriados do Ano Novo Chinês, o mercado de consumo local mantém uma tendência de crescimento positivo”. Porém, “face à evolução mais recente da economia mundial e da economia das regiões periféricas, ocorreram alterações aos cenários de consumo comunitário de Macau”.