China | Orçamento militar é ‘prato forte’ da sessão anual do órgão legislativo máximo Hoje Macau - 4 Mar 2025 A Assembleia Popular Nacional arranca hoje, e decorre até 11 de Março, contando com a presença de 3.000 delegados. O reforço do orçamento da Defesa deverá ganhar um novo impulso este ano, face aos desenvolvimentos internacionais que cada vez mais promovem o clima de insegurança A China deve anunciar hoje o orçamento militar para 2025, na abertura da sessão anual do órgão máximo legislativo do país, numa altura em que os Estados Unidos propõem um acordo para redução das despesas com a Defesa. Os analistas consideram que o mais provável é que os gastos com as forças armadas continuem a aumentar, à semelhança do que tem acontecido nas últimas décadas. Pequim argumenta que os aumentos são “apropriados e razoáveis” e visam enfrentar “desafios complexos de segurança” e insiste que a sua modernização militar “não constitui uma ameaça para nenhum país”. Nos últimos anos, as despesas de Pequim com as suas forças armadas estabilizaram em taxas de crescimento anuais de cerca de 7,2 por cento do orçamento do Estado chinês. No ano passado, esse valor ascendeu a 1,67 biliões de yuan. Os analistas acreditam, no entanto, que a despesa real da China com a Defesa é significativamente mais elevada do que a anunciada no orçamento oficial. “Se se desviarem significativamente dessa taxa de crescimento de cerca de 7 por cento, seja acima ou abaixo dela, penso que isso será significativo”, escreveu Brian Hart, director-adjunto e membro do grupo de reflexão norte-americano Center for Strategic and International Studies (CSIS). “Também acho que será significativo se virmos os funcionários [chineses] abandonarem as afirmações de longa data de que as despesas com a Defesa estão ligadas ao crescimento do PIB. Não prevejo que eles mudem estas coisas, mas são certamente aspectos a ter em conta”, apontou. Músculo protector Além de possuir o maior exército permanente do mundo, a China tem a maior marinha e recentemente lançou o seu terceiro porta-aviões. O país possui uma enorme reserva de mísseis, caças, navios de guerra capazes de lançar armas nucleares, navios de superfície avançados e submarinos movidos a energia nuclear. Por outro lado, a China tem uma base militar em Djibuti, no Corno de África, e modernizou a base naval de Ream, no Camboja, que lhe oferece uma presença semipermanente no Golfo da Tailândia, de frente para o disputado mar do Sul da China. Sobre as declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propôs a realização de uma cimeira com o Presidente chinês, Xi Jinping, e o Presidente russo, Vladimir Putin, para negociar uma redução nos orçamentos de Defesa das três grandes potências, Pequim contrapôs que Washington deve assumir a iniciativa. “Uma vez que apela à ‘América primeiro’, Trump deve tomar a iniciativa de reduzir as despesas militares”, respondeu o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. “A despesa limitada da China com a Defesa é inteiramente necessária para salvaguardar a soberania nacional, a segurança e os seus interesses de desenvolvimento, bem como para proteger a paz mundial”, apontou. A Assembleia Popular Nacional, cuja sessão anual decorre até 11 de Março, é composta por cerca de 3.000 delegados, entre os quais uma representação das Forças Armadas. Os delegados não são, porém, eleitos por sufrágio directo, e o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês é “um princípio cardial”.
Busan | Pyongyang condena visita de porta-aviões norte-americano Hoje Macau - 4 Mar 2025 A Coreia do Norte condenou ontem a visita a Busan, na Coreia do Sul, do porta-aviões nuclear norte-americano USS Carl Vinson, considerando a manobra uma “provocação política e militar”. “As manobras cruéis dos Estados Unidos para o confronto [com a Coreia do Norte] intensificaram-se em Março com o aparecimento do Carl Vinson na Península Coreana”, apontou Kim Yo Jong, irmã do líder Kim Jong Un, segundo a agência noticiosa oficial KCNA. “Desde a chegada do novo Governo este ano, os Estados Unidos aumentaram as provocações políticas e militares” contra a Coreia do Norte e “deram continuidade à política hostil do antigo Governo”, acrescentou Kim Yo Jong, uma das principais porta-vozes do regime uma das principais porta-vozes do regime. O USS Carl Vinson, navio-chefe de um grupo de ataque sediado em San Diego, na Califórnia, chegou a Busan no domingo para uma visita prevista para domingo, de acordo com a Marinha dos EUA. “A visita a Busan demonstra o compromisso dos Estados Unidos com a região, fortalecendo as relações com a liderança da República da Coreia e com a população local”, detalhou a força norte-americana, em comunicado. O porta-aviões deverá participar nos exercícios anuais conjuntos “Freedom Shield” com a Coreia do Sul dentro de alguns dias. A cooperação militar entre Seul e Washington é regularmente condenada por Pyongyang, que a considera destinada a invadir o seu território e frequentemente retalia com testes de mísseis. Kim Yo Jong criticou “a política hostil dos Estados Unidos”, que, segundo ela, constitui “justificação suficiente (para a Coreia do Norte) fortalecer indefinidamente a sua força de dissuasão nuclear”. A Coreia do Norte justifica o seu programa de armas nucleares pelas ameaças que diz enfrentar por parte dos Estados Unidos e dos seus aliados.
Japão | Rejeitadas afirmações de Trump sobre moeda Hoje Macau - 4 Mar 2025 As ameaças de Trump de impor tarifas adicionais ao Japão levaram a um desmentido do governo nipónico sobre o enfraquecimento propositado do iene O Governo japonês rejeitou ontem as acusações feitas segunda-feira pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o Japão está a desvalorizar a sua moeda, afirmando que está em estreita comunicação com Washington sobre essas questões. “Não estamos a adoptar uma política para enfraquecer a nossa moeda. Se se lembrarem das nossas intervenções no mercado cambial nos últimos anos, compreenderão o que quero dizer”, afirmou o ministro das Finanças, Katsunobu Kato, numa conferência de imprensa após os comentários do Presidente norte-americano. O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, também negou que Tóquio esteja a seguir uma política de controlo cambial e disse que “as questões cambiais continuarão a ser objecto de consultas estreitas” entre Kato e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, como tem acontecido desde a cimeira entre Trump e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em Washington, a 10 de Fevereiro. Os comentários do Governo japonês surgem horas depois de Trump ter ameaçado impor tarifas adicionais ao Japão e à China, alegando que estes países desvalorizam propositadamente as suas moedas para tirar partido dos benefícios comerciais que a desvalorização cambial oferece. “É injusto para nós”, os Estados Unidos, disse Trump, garantindo que a forma de enfrentar uma situação destas “é fácil, [é] com tarifas”. Reverso da moeda O Banco do Japão (BoJ) manteve uma política monetária de depreciação cambial durante mais de uma década para tentar manter a inflação em torno do seu objectivo estável de 2 por cento, provocando uma forte desvalorização do iene em relação a outras moedas, especialmente o dólar norte-americano e o euro. A desvalorização do iene contribuiu para inflacionar os lucros das empresas e o valor das exportações nacionais, além de ter alimentado o ‘boom’ do turismo. Nos últimos anos, porém, o Japão interveio várias vezes no mercado cambial para conter desvalorizações acentuadas do iene, reflectindo a divergência de políticas monetárias entre o Japão e os Estados Unidos. Desde que Kazuo Ueda se tornou governador do BoJ em 2023, o banco central japonês entrou num ciclo de subida das taxas, mas o iene continua fraco. Os comentários de Trump levaram a uma súbita valorização do iene em relação ao dólar, que nas horas anteriores tinha sido negociado na faixa alta de 148 unidades por dólar, antes de se recuperar para 149 unidades.
A hora do diabo Amélia Vieira - 4 Mar 2025 Por incrível que pareça é um conto de Fernando Pessoa em folhas soltas não datadas que em boa hora chegou à Biblioteca Nacional e foi estruturado e numerado para que tivéssemos uma janela de conhecimento atento e renovado deste pensamento modelar. Quanto ao título, é sempre de cariz contemporâneo e de carácter permanente. Estamos a atravessar um tempo assim com características dinâmicas, surtos de inequívoca falta de lucidez e diminuição dos níveis de discernimento onde empoderamentos vários atiram os diálogos, as vozes, e conceitos de civilidade para patamares que não são mais que danações. Em assuntos de seriedade máxima temos sempre os grandes poetas, e nessa fonte clara, poderemos saber do ontem, hoje e amanhã, enquanto nos encontrarmos por cá em sucessivas vagas de encantamentos e flagrantes repetições a um vínculo demasiado telúrico que parece sempre sobrepor-se à transformação para um mais alto patamar de consciência. As lacunas que precisam ser corrigidas a um texto assim, faz de quem o trabalhou um verdadeiro «chef d´ouvre” algumas páginas são manuscritas, outras não, o título passa de «Hora» para «Noite» e nalguns casos folhas não encimadas requerem enquadramento vigilante para não danificar nenhuma alusão ao seu carácter de mensagem, isto para não dizer que passar de uma língua para a outra em arcaísmos consideráveis, pode ser de facto um processo imerso em pura filigrana para que nada fique de fora. Talvez que estes grandes poetas se abstenham de arrumar e compilar bem os seus dados, e na imersão de uma criatividade que os supera, deixem, e muito bem, para outros, o trabalho burocrático da retificação. Se acorda, se não acorda, se se transforma, é aptidão logística, mas escapar ao fluxo criativo, inventivo, e neste caso, visionariamente perene e repleto de analogias civilizadoras, seria um mecanismo menor estar-se agarrado a uma qualquer consequência métrica. Talvez estejam ébrios, desligados, opiados, na busca da ideia em caracteres vários, sempre imperfeitos e irregulares, e mesmo assim, e passe as incongruências, a língua para ser entendida só deveria ser trabalhada por poetas. O que mais se assemelha a esta “fila do pão” que o Diabo amassou, é uma antiga correspondência ao Mago Merlim, que ao não ser aludido, mesmo assim se encontra presente ao longo de todo este trajecto, um acontecimento que se produz na rua do Carmo onde por si mesmo está distante de uma qualquer fantástica existência, mas onde o Diabo resolveu para não morrer de tédio abordar uma jovem lisboeta, ter com ela uma interessante conversa, e mais tarde, quem sabe, por obra do Espírito Santo, ela engravidasse sem que aparentemente se tivesse passado nada. Neste encontro, o púdico Diabo, crê já a ter encontrado grávida, mas o embrião revolvera-se e despojar-se-ia talvez de um inútil marido dessa Maria, para ser filho de um transeunte enigmático: de facto, essa mãe sempre estivera como as suas palavras o proferiram, na presença de um cavalheiro. E retorquiu-lhe ainda o viajante «que homem pousou sobre teus seios aquela mão que foi minha? que beijo te deram que fosse igual ao meu? nas tardes de sonhar, não viste passar, no fundo dos teus sonhos, uma figura velada e rápida, a que te daria toda a felicidade, a que te beijaria indefinidamente? Era eu» Todo este trajecto numa noite de Estio em uma cidade pacata, olhamos apenas para o reflexo da alma de um condenado com um labor inigualável para o encantamento, uma disciplina vigorosa, e um erotismo transbordante. Seguimo-lo de perto como se de um sonho se tratasse na voz do filho que mais tarde se recordaria entre mundos de o haver escutado, como se o verbo que pronunciara se tivesse feito carne. E porque são estilhaços Do ser, as coisas dispersas Quebro a alma em pedaços E em pessoas diversas. Um testemunho bem mais requintado que a «Metamorfose» de Kafka, e longamente sentido como estranha confissão. A nossa heroína é no entanto a grande criatura, quando volvendo para ele os olhos marejados lhe disse: – Sabe? Tenho pena de si- Eu também. É de facto uma obra que só um homem pode escrever.
Finlândia | MNE adverte EUA para risco de Rússia violar acordos na Ucrânia Hoje Macau - 4 Mar 2025 A ministra dos Negócios Estrangeiros finlandesa, Elina Valtonen, avisou ontem que os EUA serão julgados pelo que fizerem se a Rússia desrespeitar um acordo de paz negociado entre Washington e Moscovo para a guerra na Ucrânia. “A nossa mensagem aos nossos amigos na América é que a história nos julgará pelos desenvolvimentos após a assinatura do acordo, e não apenas pelo momento em que qualquer possível acordo está a ser assinado”, afirmou, a propósito da suspensão da ajuda militar dos Estados Unidos a Kiev. O Presidente norte-americano, Donald Trump, determinou na segunda-feira a suspensão do apoio militar à Ucrânia, que combate a invasão russa, na sequência da altercação durante a visita, na semana passada, do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca. Durante um evento no centro de estudos britânico Chatham House, em Londres, Valtonen criticou a estratégia da administração Trump de “apaziguar na prática a Rússia e exercer alguma pressão sobre a Ucrânia” para forçar negociações de paz. “Na minha opinião pessoal, deveria ser exactamente o contrário. Mas estou certo de que, e confio que o Presidente Trump e a sua equipa se aperceberão, a seu tempo, de que isto provavelmente não funciona”, advertiu. A chefe da diplomacia finlandesa lamentou que, “infelizmente, a experiência que temos na Europa é que, especialmente durante o regime de Putin, eles [russos] não estão dispostos a aceitar quaisquer compromissos”. Como exemplo, referiu a invasão russa da Geórgia em 2008, a anexação da Crimeia em 2014 e de território no leste da Ucrânia e o desrespeito pelos acordos de Minsk, que previam um cessar-fogo. “A Rússia partilha uma fronteira terrestre com 14 países. Apenas um deles se manteve constantemente como uma democracia independente durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, e esse país é a Finlândia. A história ensinou-nos que a Rússia só respeita a força e a determinação”, argumentou.
China | Relações com Europa não dependem de terceiros Hoje Macau - 4 Mar 2025 A China declarou ontem atribuir “grande importância” à relação com a Europa, destacando que esta “não é subjugada por terceiros”, numa referência velada aos Estados Unidos, face às incertezas suscitadas pelo regresso de Donald Trump à Casa Branca. “A China e a Europa são forças construtivas para a paz”, disse o porta-voz da Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Lou Qinjian, em conferência de imprensa, antes de pedir a ambas as partes que “não permitam” que os seus laços “sejam afectados por acontecimentos temporários”. Defendendo que a China e a Europa podem ser “parceiros que contribuem para o sucesso um do outro” e que se “complementam em muitas áreas”, Lou Qinjian disse que as relações comerciais “não só impulsionam o crescimento económico de ambos, como também proporcionam estabilidade às cadeias de abastecimento industrial a nível mundial”. O porta-voz afirmou que o seu país “está pronto a trabalhar com a Europa” para “enfrentar conjuntamente os desafios globais”, “opor-se ao unilateralismo e ao proteccionismo” e “impulsionar os laços bilaterais numa boa direcção”. Na véspera da abertura da sessão anual da APN, o órgão máximo legislativo da China, Lou afirmou que as relações “estáveis e seguras” entre a China e a Europa “servem os interesses fundamentais e a longo prazo de ambas as partes” e satisfazem “as expectativas da comunidade internacional”. No bom caminho Nas últimas semanas, alguns analistas apontaram a possibilidade de maior aproximação entre a China e a Europa, face aos desentendimentos entre continente e os Estados Unidos, após o regresso de Trump à Casa Branca, embora persistam atritos comerciais significativos entre Bruxelas e Pequim, em torno de questões como os veículos eléctricos chineses, sobre os quais a União Europeia (UE) impôs taxas alfandegárias adicionais no ano passado. Na próxima semana, no encerramento da sessão plenária da APN, deve ser aprovada a primeira lei específica de apoio ao sector privado do país asiático, que visa aumentar a confiança das empresas e incentivar o investimento, com medidas como a proibição de multas excessivas ou a promessa de igualdade de condições face às empresas públicas no acesso ao mercado. Na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China manifestou esperança de que Pequim aplique “plenamente” medidas para optimizar o ambiente empresarial e atrair o investimento estrangeiro durante o evento político.
Ucrânia | Pequim evita comentar a reunião Trump-Zelensky Hoje Macau - 4 Mar 2025 A China reafirmou ontem a sua posição sobre a guerra na Ucrânia e evitou comentar o tenso encontro entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, na passada sexta-feira. Questionado em conferência de imprensa sobre as declarações de Trump, que acusou Zelensky de arriscar a Terceira Guerra Mundial e de não estar pronto para a paz, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático, Lin Jian, limitou-se a salientar que “a China vai continuar a desempenhar um papel construtivo na procura de uma solução política para a crise na Ucrânia”. Quando questionado novamente sobre a reunião em Washington, o porta-voz reiterou a mesma resposta e acrescentou que a China “não é nem o criador da crise na Ucrânia nem parte envolvida no conflito”. Pequim apoia “todos os esforços que visam uma resolução pacífica” e espera que as partes em conflito encontrem “uma solução sustentável e duradoura que responda às suas respectivas preocupações”, realçou. Desde o início da guerra na Ucrânia, a China manteve uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção pelas “preocupações legítimas de todos os países”, numa referência à Rússia. Pequim opôs-se a sanções unilaterais contra Moscovo e apelou ao “desanuviamento e a uma solução política”. No entanto, o Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que o país asiático sempre negou. A China tem enviado representantes diplomáticos para a região e apresentado iniciativas de paz, como o plano que elaborou com o Brasil, no ano passado, que não incluía a retirada das tropas russas e foi rejeitado por Kiev.
EUA | Pequim adverte que vai retaliar aumento de taxas Hoje Macau - 4 Mar 2025 A China advertiu ontem que vai tomar “todas as medidas necessárias” para defender os seus interesses, em resposta às taxas alfandegárias que os Estados Unidos planeiam implementar a partir de hoje. “A China opõe-se firmemente à decisão dos Estados Unidos de impor mais taxas sob o pretexto de alegadas ameaças à sua segurança”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. “Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os nossos interesses legítimos”, acrescentou. O porta-voz acusou Washington de “politizar questões económicas e comerciais” e disse que “numa guerra comercial não há vencedores”. “As acções dos EUA minam a cooperação económica normal e prejudicam a sua própria economia e credibilidade internacional”, disse Lin. Pequim também avisou ontem que “tentar desacreditar e confrontar a China não trará qualquer benefício para as relações bilaterais” e instou os EUA a regressar ao “caminho correcto do diálogo e da cooperação com base no respeito mútuo”. “Uma mentira, por mais vezes que seja repetida, nunca se tornará verdade”, concluiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. As tensões comerciais entre as duas potências voltaram a intensificar-se nos últimos dias, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado um novo aumento de 10 por cento das taxas sobre produtos chineses, para além dos 10 por cento já aplicados recentemente.
Japão | Maior incêndio em três décadas continua activo Hoje Macau - 4 Mar 2025 O maior incêndio florestal do Japão em três décadas já consumiu 2.100 hectares e mantém-se activo em Ofunato, província de Iwate, estendendo-se a uma floresta e arredores de bairros próximos da cidade de Sanriku. Perante a propagação do incêndio, a cidade emitiu novas ordens de evacuação às 07:00 locais de ontem, afectando 1.197 pessoas, que foram transferidas para 12 centros. “Estamos a trabalhar para extinguir [o fogo] o mais rapidamente possível, procurando ao mesmo tempo a segurança dos residentes”, afirmou ontem o porta-voz do Governo, Yoshimasa Hayashi, numa conferência de imprensa. A agência nacional japonesa de gestão de incêndios e catástrofes apelou este domingo aos bombeiros de todo o país para a união de esforços no combate ao fogo e, especialmente, no impedimento da “propagação do fogo na área dos residentes”, acrescentou Hayashi. Cerca de 1.700 bombeiros de 453 departamentos do arquipélago participam na operação, apoiando a força local no terreno e no ar, com helicópteros das Forças de Auto-Defesa. Desde o início do incêndio, na passada quarta-feira, foi confirmada, pelo menos, uma morte e o número de casas destruídas ascende a 84, mas as autoridades prevêem que os números aumentem quando for possível avaliar a verdadeira dimensão da catástrofe, uma vez que os esforços de combate ao fogo estão actualmente a ser priorizados. Más memórias A costa sul da província de Iwate, onde se situa a cidade de Sanriku, está em alerta de tempo seco desde 18 de Fevereiro, um fenómeno que favoreceu a propagação das chamas. O observatório meteorológico local previa a manutenção do tempo seco esta segunda-feira, embora as temperaturas tenham passado de quentes e primaveris, durante o fim de semana, para uma descida acentuada. O incêndio florestal, o maior no país desde há mais de três décadas, está a suscitar, entre os residentes, memórias do terramoto e do tsunami de 11 de Março de 2011, que devastaram a costa de Ofunato, fazendo mais de 500 mortos e desaparecidos, e destruindo um grande número de casas e edifícios. “É como se o tsunami viesse pela frente e o fogo por detrás”, descreveu um homem de 70 anos que viveu o terramoto de 2011, em declarações à estação pública de televisão NHK.
Aperfeiçoar a economia de Macau (II) David Chan - 4 Mar 2025 A semana passada, analisámos a questão de se encaminhar os visitantes das tradicionais atracções turísticas para as zonas comunitárias, aumentando assim as receitas do comércio local nas áreas onde os residentes vivem o seu dia a dia. Desta forma, mais pessoas poderiam beneficiar do consumo dos turistas e o número de lojas encerradas poderia ser reduzido. Para que este plano seja bem-sucedido, devemos começar a receber concertos e a criar carreiras de autocarros turísticos entre as salas de espectáculos e as áreas turísticas comunitárias. Os organizadores dos concertos terão de assinar contratos com os artistas. Se houver mais do que um artista a actuar deve assinar-se contratos com cada um deles. A sociedade de Macau deve decidir se os autocarros serão cedidos pelas empresas de transportes locais ou por outras empresas. A empresa que ficar encarregue deste serviço deve decidir se as viagens serão ou não gratuitas. Com os autocarros turísticos a fazerem a ligação entre os locais dos concertos e as áreas de turismo comunitário, os turistas podem facilmente ser transportados. Como já mencionámos, estes locais situam-se nas zonas onde os residentes vivem o seu dia a dia. Originalmente, estes locais não eram considerados turísticos. Portanto, a primeira tarefa é atrair turistas para estas zonas e a segunda é levá-los a fazer compras nas lojas locais. Esta segunda questão terá de ser abordada e resolvida pelos comerciantes interessados. A maior parte dos produtos que se encontram nas lojas de Macau vêm de Zhuhai, de Zhongshan e de outros locais. Actualmente, a maioria dos turistas que visitam Macau e Hong Kong provêm do Interior da China. Se encaminharmos turistas vindos da Área da Grande Baía para as zonas comunitárias e esperarmos que façam compras nas lojas locais não teremos grande êxito porque os produtos que aí se encontram à venda estão disponíveis nas cidades onde residem. Além disso, esses produtos são mais caros em Macau do que na Área da Grande Baía e ninguém vai querer comprar por preços mais altos o que pode comprar mais barato. É preciso não esquecer que desde que começou o movimento conhecido como “os carros que se dirigem para Norte”, ou seja, a deslocação em massa dos residentes de Macau para fazer compras nas cidades próximas do Interior da China, o consumo local caiu significativamente. Este foi também um dos motivos da redução do consumo local. Não é surpreendente que a queda no consumo tenha resultado no encerramento de várias lojas que ficaram incapacitadas de pagar os alugueres. Só existe uma forma de resolver o problema de os residentes saírem da cidade para fazer compras e também de levar os turistas do Interior da China a consumirem nas áreas comunitárias, e isso passa por ter produtos de maior qualidade, inovar e ter coragem para procurar a mudança. Existe um famoso restaurante de hot pot na China continental. Quando abriu, não passava de uma pequena loja desconhecida. Mais tarde, à medida que o negócio floresceu, foram abrindo cada vez mais sucursais. O restaurante de hot pot foi diversificando a sua oferta e passou a vender os seus produtos em supermercados, embalados em caixas de plástico que continham tudo o que era necessário para aquecer as refeições. Era um “hot pot portátil”. Os clientes podem adquirir a refeição sem terem de se deslocar ao restaurante. Além disso, quando as pessoas vão aos restaurantes de hot pot ficam impregnadas com um forte odor proveniente das refeições. Esta cadeia criou um serviço de lavagem da cabeça para que o odor desapareça. Todos estes serviços têm a ver com “inovação”. Em gestão, existe uma teoria que defende a inovação das empresas. Se a nossa empresa estagnar, mas os nossos concorrentes evoluírem, significa que os outros mudam enquanto nós não. Se o nosso concorrente for melhor, nós seremos eliminados. Para além de procurar corajosamente a mudança, o tipo de produtos vendidos deve também ser ajustado. Os turistas da área da Grande Baía não compram facilmente produtos que podem adquirir em casa. No entanto, se os produtos vendidos nas lojas de Macau tiverem elementos portugueses que representem a fusão cultural de Macau, tornar-se-ão mais atractivos. Produtos fabricados pelos jovens de Macau, como malas de mão e T-shirts, reflectem a mentalidade da juventude local e são um símbolo da sua forma de estar na vida, que é precisamente o que os adeptos do turismo imersivo procuram. Muitos dos imanes para frigoríficos vendidos nas lojas representam locais turísticos de Macau. E se em vez disso passássemos a fazer imanes com especialidades de Macau? Quando os turistas virem estas imagens nos seus frigoríficos vão naturalmente lembrar-se do tempo que passaram em Macau. Vão voltar a evocar estes sabores e reavivar as suas memórias, que estarão sempre frescas. Para resumir, criar uma carreira de autocarros especial para levar o público dos concertos a consumir nas zonas comunitárias é uma estratégia que vale a pena tentar. Mas é essencial que as lojas destas zonas tenham a coragem de mudar e disponibilizarem produtos e serviços únicos e de boa qualidade. Só desta forma o comércio pode verdadeiramente beneficiar da visita dos turistas. O consumo dos turistas nas lojas das zonas comunitárias é particularmente importante. Este consumo representa receitas para as lojas. À medida que estas receitas aumentarem, os impostos que pagarão ao Governo também irão aumentar. O Governo de Macau pode ter mais receitas criando novos impostos. Desta forma, podemos desfrutar dos benefícios de “um visto para fins múltiplos”. Neste sentido, toda a sociedade de Macau pode lucrar. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.
Jovem timorense quer ser o melhor chef e expandir culinária do país Hoje Macau - 4 Mar 2025 O timorense Melquirudi da Cunha começou a cozinhar com a mãe e hoje tenta concretizar o sonho de ser o melhor chefe de cozinha de Timor-Leste e promover a gastronomia tradicional do seu país no mundo. O jovem, de 19 anos, estuda culinária no centro de formação da Agência de Desenvolvimento de Timor-Leste (ETDA), onde, disse à Lusa, “ganhou mais interesse e paixão pela gastronomia”. Foi através daquele centro de formação que Melqui, diminutivo pelo qual é conhecido, representou o país na competição internacional de jovem cozinheiro, que decorreu no início de Fevereiro na Índia, acompanhado do seu mentor, Marcelino Freitas. “Embora Timor-Leste não tenha alcançado uma classificação elevada, aprendemos muitas coisas. Como gerir melhor o tempo, utilizar ingredientes de forma adequada e a apresentar pratos corretamente”, explicou Melqui. “Aprendi também muito com a troca de experiências com chefes de outros países e destaquei os pratos tradicionais de Timor-Leste para promover os produtos do nosso país a nível internacional”, salientou o jovem. À Índia, Melqui levou um pudim de café de Timor-Leste, considerado um dos melhores do mundo, e “kulu bafa”, fruta pão cozinhada com óleo de coco, um prato tradicional do município de Baucau. “Ficaram impressionados com o sabor e o com o facto de nunca as terem experimentado antes”, disse. O jovem, que quer ser um dos “melhores chefes de cozinha de Timor-Leste”, pretende também promover a gastronomia do país e os seus pratos tradicionais como o “tukir”, cabrito cozinhado em tronco de bambu, e “saboko”, peixe picante. Problemas nutricionais Apesar de uma cozinha rica e nutritiva, dados do Programa Alimentar Mundial referem que 47 por cento das crianças no país com menos de 5 anos estão com o crescimento comprometido, 8,6 por cento sofrem de desnutrição aguda e 23 por cento das mulheres em idade reprodutiva (entre os 15 e 49 anos) têm anemia. Questionado sobre as razões para os timorenses não fazerem uma alimentação saudável, o mentor e chef de cozinha Marcelino Freitas disse que uma das razões é cada vez mais consumirem produtos importados, em vez dos locais. “Se olharmos para as condições e a situação de Timor-Leste vemos que o país está repleto de produtos locais. Falamos de má nutrição em Timor, mas consumimos, na maioria, alimentos importados de outros países, que muitas vezes contêm açúcar e gordura em excesso”, afirmou o cozinheiro e também formador ETDA. “Temos muitos alimentos saudáveis, mas ainda não sabemos utilizá-los correctamente. Por isso, daqui para a frente, é fundamental desenvolver um pensamento mais produtivo”, disse. Segundo Marcelino Freitas, os timorenses têm de comer mais batata-doce, mandioca, e inhame e outros alimentos tradicionais e também aprender a inovar e transformar a forma como se cozinham os alimentos. O formador sublinhou ainda que os produtos locais são ricos em proteínas de qualidade, essenciais para uma alimentação saudável. “O desafio agora é transformar esses alimentos para que sejam mais saudáveis e possam responder às necessidades individuais e comunitárias”, disse, apelando à valorização dos produtos locais para que as pessoas possam ter uma melhor condição física e uma saúde mais equilibrada.
Cinemateca Paixão | Óscares e Coreia do Sul na tela deste mês Andreia Sofia Silva - 4 Mar 2025 “Emília Pérez”, filme com grande presença nos Óscares, e “Mickey 17”, o mais recente do realizador sul-coreano Bong Joon Ho, autor de “Parasitas”, são alguns dos grandes destaques que a Cinemateca Paixão traz para as salas do cinema para este mês Está aí “Encantos de Março”, a habitual escolha mensal de filmes da Cinemateca Paixão. E desta vez há mesmo “grandes encantos”, com o cartaz preenchido com o novo filme do realizador de “Parasitas” e com “Emília Perez”, um dos filmes internacionais que mais nomeações recebeu nos Óscares de Hollywood. “Emília Perez”, protagonizado pela actriz Karla Sofía Gascón, mas também com nomes como Selena Gomez, exibe-se amanhã, domingo, e depois nos dias 12 e 19 deste mês. São várias as oportunidades para ver um filme que também brilhou nos Globos de Ouro, onde arrecadou quatro prémios, incluindo o de “Melhor Filme” nas categorias de musical e comédia. “Emília Perez”, do realizador Jacques Audiard, conta a história de três mulheres mexicanas que se destacam pelas suas profissões e carisma, mas que buscam a sua felicidade. Se “Emília” é líder de um cartel, “Rita” é a advogada que a vai ajudar a fingir a sua própria morte para que possa viver o seu verdadeiro eu, descreve-se na sinopse. De resto, Jacques Audiard é um nome bastante conhecido do cinema francês, tendo sido premiado em vários festivais de cinema e competições. Da Coreia do Sul chega-nos então “Mickey 17”, de Bong Joon Ho, o homem que conseguiu colocar “Parasitas” nas bocas do mundo pela sátira social que representa e pela reviravolta na tela que deixou muitos presos ao grande ecrã. Em “Mickey 17” apresenta-se uma “experiência cinematográfica inovadora” protagonizada por Mickey Barnes, um “herói improvável” interpretado por Robert Pattinson, nome que ficou mais conhecido do grande público com o sucesso da trilogia “Crepúsculo”. Ecrã teatral Destaque ainda, em “Encantos de Março”, para “Prima Facie – National Theatre Live”, exibido nos dias 15, 22, 26 e 30 de Março. Exibido numa tela de cinema, este filme, interpretado e gravado ao vivo no Harold Pinter Theatre, no West End de Londres, mostra uma nova forma de contar histórias. “Prima Facie” conta-nos a história de Tessa, uma advogada de sucesso que subiu na vida a pulso e que tudo faz para jogar o jogo da vida à sua maneira. Porém, a sua vida muda com um acontecimento inesperado, levando-a a estar em confronto interno com a lei e o poder patriarcal, as provas de um caso e questões morais. Justin Martin, realizador inglês de televisão e teatro, é o autor deste projecto. Além de “Encantos de Março”, o público terá ainda oportunidade de assistir a outros ciclos de cinema que já estão na fase final, nomeadamente o que se dedica à actriz Kristen Stewart, com exibições ao longo deste mês. “Heretic”, que conta com Hugh Grant como principal protagonista, e que faz parte da selecção “Encantos de Fevereiro”, ainda pode ser visto esta sexta-feira, 7, e depois na terça-feira seguinte, dia 11. Eis a história mirabolante e aterradora de um homem céptico sobre todas as religiões do mundo que engana duas jovens que pertencem à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
UE | Câmara de Comércio espera por medidas para atrair investimento Hoje Macau - 4 Mar 2025 A Câmara de Comércio da União Europeia na China disse ontem esperar que Pequim implemente “plenamente” medidas para optimizar o ambiente empresarial e atrair investimento estrangeiro, durante a sessão plenária do órgão máximo legislativo do país. A reunião anual da Assembleia Popular Nacional (APN), que tem início na quarta-feira, (ver páginas 2-3), deverá constituir “uma oportunidade” para os dirigentes chineses comunicarem às autoridades locais “expectativas claras sob a forma de orientações e prazos de execução” das suas políticas mais recentes para atrair investimento e capital estrangeiro, referem. “A Câmara espera que continue a ser dada ênfase à estabilização do investimento estrangeiro, em linha com os planos anunciados até à data”, afirmou. No final de Fevereiro, o Governo oficializou um plano para “estabilizar” o investimento estrangeiro em sectores como as telecomunicações, cuidados de saúde e educação, após ter actualizado a sua lista de áreas onde o investimento estrangeiro não é permitido, reduzindo o número de 31 para 29, e eliminando todas as restrições na indústria transformadora. A China prometeu igualmente autorizar a criação de hospitais de propriedade inteiramente estrangeira em certas cidades e regiões do país. Segundo a agência de notícias Bloomberg, a China registou um saldo negativo de investimento estrangeiro no ano passado: só em novembro, o investimento na China foi de 188,9 mil milhões de dólares, enquanto as saídas da China para outros países foram de 234,6 mil milhões de dólares, o que faz deste o maior défice mensal da série histórica. O grupo empresarial europeu considerou que a “plena implementação” das medidas destinadas a optimizar o ambiente empresarial continua a ser “a melhor forma de restaurar a confiança no mercado chinês”. O organismo disse esperar que a reunião se concentre em medidas que possam “estimular o consumo interno” e que, à semelhança de 2024, seja fixado um objectivo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 5 por cento para este ano.
China | Actividade industrial aumentou para um máximo de três meses em Fevereiro Hoje Macau - 4 Mar 2025 A actividade da indústria transformadora da China cresceu em Fevereiro ao ritmo mais forte dos últimos três meses, de acordo com uma análise privada com base em dados do sector divulgada ontem. O Índice de Gestores de Compras (PMI), compilado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit e publicado pela revista chinesa Caixin, subiu 0,7 pontos, para 50,8 pontos, em Fevereiro. Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O valor superou também as expectativas dos analistas, que esperavam uma recuperação mais modesta, para cerca de 50,3 pontos. Este fim de semana, o Gabinete Nacional de Estatística (GNE) divulgou o seu PMI oficial para Fevereiro, que também bateu a sua melhor leitura desde Novembro. Neste caso, passou de negativo em Janeiro (49,1) para o nível de expansão (50,2) no mês passado. Saldos a aproveitar Segundo Wang Zhe, economista da Caixin, a “poderosa recuperação” do consumo durante o período de férias do Ano Novo Lunar impulsionou a confiança no sector, embora assinale que a economia ainda enfrenta problemas, como a incerteza no mercado de trabalho ou nos rendimentos das famílias, que dificultam os esforços para impulsionar a procura interna. Antes da abertura, esta semana, da sessão anual do órgão máximo legislativo da China, a Assembleia Popular Nacional, Wang apelou para que as medidas de apoio se centrem nas expectativas do mercado e nas preocupações da sociedade, dando prioridade às iniciativas do lado da procura. Zichun Huang, analista da consultora britânica Capital Economics, destacou a melhoria tanto da produção como das novas encomendas em Fevereiro, referindo também uma maior procura por parte do estrangeiro. Neste último caso, o analista afirmou que a procura externa de produtos chineses é provavelmente impulsionada pelos importadores norte-americanos, que estão a acelerar as suas compras antes da entrada em vigor das taxas adicionais anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e na expectativa de que sejam aplicadas novas taxas mais tarde.
HK / Bolsa | Acções da Mixue estreiam-se com valorização de 40% Hoje Macau - 4 Mar 2025 A maior cadeia de produtos alimentares e bebidas do mundo, a chinesa Mixue, estreou-se ontem na Bolsa de Valores de Hong Kong com ganhos de até 40 por cento, após uma oferta de acções quase recorde. As acções abriram com um aumento de 29,4 por cento, em relação ao preço de pré-abertura, de 202,5 dólares de Hong Kong e, a meio da sessão, estavam a subir 40,05 por cento. Esta situação contrasta com a tendência de outras empresas rivais locais que também abriram o capital no ano passado e que, após o entusiasmo inicial, registaram fortes quedas, face à intensa concorrência no sector. A Mixue afirmou na passada sexta-feira que a procura das suas acções foi 5.258 vezes superior ao número de acções oferecidas, o que a torna uma das operações de oferta pública inicial (OPI) mais bem-sucedidas na história da bolsa de valores da antiga colónia britânica. A empresa sediada em Zhengzhou, centro da China, angariou 3,455 mil milhões de dólares de Hong Kong com a OPI. A Mixue, que se concentra especialmente nos populares “bubble teas” (chá com leite e bolas de tapioca), cones de gelado ou refrigerantes, tinha mais de 46.000 lojas em todo o mundo no final de 2024, mais do dobro do número no final de 2021, o que atesta a sua rápida expansão, graças ao modelo de produtos baratos. Estes números ultrapassam nomes globais mais conhecidos, como a McDonald’s e a Starbucks, que são os únicos a ultrapassar a marca das 40.000 lojas em todo o mundo. Competição dura O salto da Mixue do quarto para o primeiro lugar da tabela ocorreu no final do terceiro trimestre de 2024, segundo a consultora Momentum Works, de Singapura, que recorda que a grande maioria dos pontos de venda se situa na China, com apenas cerca de 4.800 espalhados por países da região, como Vietname, Malásia e Tailândia. No entanto, a cadeia chinesa continua a ser a quarta maior do mundo em termos de vendas no sector global de bebidas: os 6,59 mil milhões de dólares que vendeu em 2023 colocam-na atrás da Starbucks, da Inspire Brands – proprietária da Dunkin’ Donuts e da Baskin-Robbins – e da Tim Hortons. A Mixue concentra-se em bebidas de baixo custo, mantendo os preços dos produtos geralmente abaixo dos 10 yuan, um segmento em que espera um crescimento anual composto de 17,6 por cento, até 2028, altura em que este mercado atingirá o equivalente a cerca de 160 mil milhões de dólares.
A Liberdade na Peregrinação de Liu Ji e Leng Qian Paulo Maia e Carmo - 4 Mar 2025 Zhu Yuanzhang (1328-1398), quando ainda se não tornara o imperador Hongwu (1368-98), fundador da dinastia Ming e era apenas um rebelde que não pertencia à nobreza, vinha descendo um grande rio quando um vento rijo quebrou o mastro do navio que o transportava. Olhando a margem, reparou numa grande árvore que se erguia junto de um templo e logo desejou utilizá-la para substituir o mastro quebrado. Quando se aproximou porém, o abade do mosteiro aconselhou-o a que, antes de o fazer, consultasse o espírito do templo retirando uma tabuínha de adivinhação. Ao retirá-la, ele leu: «Tudo sob o céu tem um mestre,/ Um homem honrado não tira nada para si próprio./ Embora as qualidades de um herói sejam conferidas pelo Céu,/ Ele deve, a cada passo, sondar qual o caminho correcto.» Logo desistiu da intenção. A história ilustra o carácter do futuro monarca que, sendo orfão ainda muito jovem, foi acolhido num mosteiro budista como monge noviço, percebendo desde cedo o valor do acaso que desde então se empenhou em perscrutar. Na escolha dos seus conselheiros, obedecendo a essa preocupação, encontravam-se estrategas empenhados em planear os passos seguintes. Entre eles destacava-se Liu Ji (1311-1375) também conhecido como Liu Bowen, o «velho sincero» estratega militar, estadista e poeta, a quem são atribuídas obras que respondiam a essa vontade de predizer a sucessão dos dias, como o livro de profecias Shaobing ge quan wen, «A canção completa do bolinho shaobing», ou o tratado filosófico Yulizi, o «Mestre do brilhante trigrama li, o fogo», para esclarecimento do Mundo e dos decisores. Entre os seus curtos 182 capítulos está o edificante relato de um construtor de um qin, o instrumento musical dos literatos, que sendo apresentado na corte foi recusado por não ter o prestígio de ser antigo. Então ele acrescentou-lhe alguns riscos, enterrou-o por um tempo e de novo o apresentou, sendo agora muito bem recebido. De modo contrário, o conselheiro imperial procurava esclarecer-se na verdade. Como numa viagem que fez, no Outono de 1343, com um companheiro pela cordilheira de Huangshan, a montanha Amarela. Leng Qian (c.1310-c.1371), esse amigo que também era erudito nas artes e instrumentos musicais, acompanhou-o num percurso até uma elevação, que a partir do tempo do imperador Jiajing (r.1521-67) foi designada Qiyun, «alta como as nuvens», fazendo parte do caminho por mar, embalados no ritmo cadenciado das ondas. Esse ritmo que Leng Qian, versado nos segredos da alquimia, procurou transmitir na pintura Monte Baiyue (rolo vertical, tinta sobre papel, 84,4 x 41,4 cm, no Museu do Palácio Nacional, em Taipé) que fez a pedido de Liu Ji para memorizar a jornada. A partir da margem do rio Hengjiang, fez uma pintura livre de opções por estilos ou escolas, aproveitando o acaso, como queria o imperador Hongwu.
Banca | Aumentam depósitos em Janeiro Hoje Macau - 4 Mar 2025 Em Janeiro, os depósitos dos residentes nos bancos locais subiram ligeiramente para 763,5 mil milhões de patacas, face a Dezembro, de acordo com a informação divulgada pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Ao mesmo tempo, os depósitos dos não residentes cresceram 5,4 por cento, tendo atingido 314,4 mil milhões de patacas, face ao mês anterior. No mesmo período, o total dos depósitos da actividade bancária registou um crescimento de 1,4 por cento, quando comparado com o mês anterior, tendo chegado a 1.290,3 mil milhões de patacas. A maior parte dos depósitos estavam em dólares de Hong Kong, com uma proporção de 46,2 por cento, seguindo-se os depósitos em dólares americanos, com uma proporção de 24,5 por cento, e a pataca, com 20 por cento. Os depósitos em renminbis representavam 7,5 por cento do total. Também em Janeiro, os empréstimos internos ao sector privado decresceram 0,5 por cento em comparação com o mês anterior, para 513,8 mil milhões de patacas. Por outro lado, os empréstimos ao exterior cresceram 0,3 por cento, para 499,3 mil milhões de patacas.
Crescimento do jogo deve atingir 6,5 por cento ao longo de todo o ano João Santos Filipe - 4 Mar 2025 A correctora Seaport Research Partners estima que as receitas do jogo vão crescer 6,5 por cento ao longo deste ano, o que significaria um valor de 241 mil milhões de patacas. As estimativas constam de um relatório da Seaport Research Partners, citado pelo portal GGR Asia. “Prevemos que o crescimento das receitas brutas do jogo em 2025 seja de aproximadamente 6,5 por cento em termos anuais, com um crescimento mais elevado na segunda metade do ano”, consta do relatório assinado por Vitaly Umansky. “O crescimento deve ser impulsionado pelo aumento dos esforços de marketing das operadoras e pela melhoria da confiança dos consumidores na China”, foi acrescentado. O documento surge dias depois de ter sido revelado que as receitas brutas do jogo cresceram 6,8 por cento em Fevereiro, para 19,74 mil milhões de patacas. Com as reuniões magnas a começarem hoje, em Pequim, o analista admite ainda ter a esperança que sejam anunciadas políticas de maior apoio ao crescimento económico: “Esperamos que as políticas resultantes das duas sessões evidenciem uma posição mais favorável ao crescimento do que a registada nos últimos dois anos”, indicou. Vitaly Umansky explicou também que a expectativa não é da adopção de subsídios de consumo no Interior, mas antes por “estímulos adicionais” relacionados com a as despesas do governo e de políticas para aumentar as despesas dos consumidores e a actividade empresarial privada. Mês positivo Segundo o mesmo portal, o crescimento de 6,8 por cento das receitas do jogo em Fevereiro foi igualmente considerado positivo pelos analistas da JP Morgan Securtities, DS Kim, Selina Li e Mufan Shi. “Apesar das preocupações do mercado quanto a um fraco desempenho no Ano Novo Lunar, as receitas brutas do jogo revelaram-se fortes em Fevereiro e cresceram 7 por cento em termos anuais para 19,7 mil milhões de patacas, ficando 6 por cento acima do consenso”, foi destacado num relatório para os investidores emitido no domingo. No entanto, para este banco de investimento o crescimento ao longo do ano vai ser mais moderado: “Este número faz-nos sentir bastante confortáveis em relação ao consenso sobre o crescimento de 2 a 3 por cento das receitas do jogo ao longo de 2025”, frisaram.
Edifício do Lago | Pedida investigação a dispositivos de segurança João Santos Filipe - 4 Mar 2025 Perante as queixas dos residentes de que o alarme de incêndio não tocou, a deputada ligada à comunidade de Jiangmen pede uma investigação à segurança da habitação social, assim como uma intensificação das inspecções em todos os edifícios de Macau A deputada Lo Choi In apelou ao Governo para realizar uma investigação ao estado dos equipamentos de segurança contra incêndio no Edifício do Lago, após o incêndio da semana passada que obrigou à retirada de 20 pessoas. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita, em que a legisladora ligada à comunidade de Jiangmen sublinha que os moradores não ouviram os alarmes e incêndio. A informação sobre os problemas com os equipamentos contra incêndio tinha sido relatada logo no dia da deflagração das chamas, mas foi também confirmada pelo gabinete da deputada. “O nosso serviço enviou pessoal ao local para compreender a situação. Os moradores do mesmo edifício, bem como os da vizinhança, disseram-nos que não ouviram qualquer som de alarme suspeito durante o incêndio”, relatou. “A partir deste incidente, é possível constatar que a sociedade gestora do edifício pode ter deficiências na gestão do seu equipamento de combate a incêndios, tendo mesmo deixado de fornecer atempadamente informações e orientações correctas aos bombeiros durante o incidente”, complementou. Face a este cenário, Lo Choi In pede a intervenção das autoridades: “O Governo já se inteirou da forma como é feita a gestão no edifício onde aconteceu o incêndio?”, perguntou. “Em relação aos problemas com os equipamentos de segurança no local do incêndio, será que o Governo tem a intenção de lançar uma investigação ao sucedido, para apurar deficiências de gestão?”, questionou. Problemas mais profundos Lo Choi In destacou igualmente que os problemas dos equipamentos de segurança nos edifícios de Macau não são incomuns e recordou o caso na Areia Preta, em 2019, com o Edifício Jardim Kong Fok Cheong. “Soube-se que, nessa altura, a gestão do edifício era extremamente deficiente, pois as portas corta-fumo de muitos andares estavam seriamente danificadas, os extintores tinham expirado há 10 anos, a iluminação das saídas de emergência não funcionava correctamente e as escadas dos andares estavam cheias de objectos diversos”, recordou a deputada. “Pior ainda, quando o incêndio deflagrou, não só o sistema de alarme de incêndio do edifício não soou, como também o sistema de abastecimento de água para incêndios falhou, tendo sido difícil apagar o fogo durante algum tempo na ausência de abastecimento de água, mas, felizmente, os vizinhos telefonaram uns aos outros nessa altura”, complementou. Tendo em conta estas problemas recorrentes, a deputada quer saber se o Governo vai intensificar a fiscalização dos diferentes edifícios e obrigar os condomínios a cumprirem as exigências de segurança.
Metro Ligeiro | Segundo mês de maior utilização Hoje Macau - 4 Mar 2025 O Metro Ligeiro transportou uma média diária de 27.100 passageiros em Fevereiro, que coincidiu com parte dos dias dos feriados do Ano Novo Lunar. No total, foram transportados cerca de 758,8 mil passageiros. Os números foram divulgados ontem no portal da empresa. Em comparação com o mês anterior, registou-se um aumento diário de 1.800 passageiros, dado que em Janeiro a média por dia tinha sido de 25.300 passageiros. Estes números representam o segundo mês com maior utilização do metro desde a abertura. Até agora, a maior média de utilização aconteceu em Dezembro de 2019, quando viajaram em média 33 mil pessoas por dia neste meio de transporte. Todavia, nesse mês, o primeiro de funcionamento, as viagens eram gratuitas, e apenas era possível circular na Taipa. Actualmente, a rede do metro permite viajar para a Barra, Ilha da Montanha e Seac Pai Van.
Óbito | Faleceu empresário Jorge Ferro Ribeiro Hoje Macau - 4 Mar 2025 Jorge Ferro Ribeiro, presidente do conselho de administração da empresa de investimentos Geocapital e histórico parceiro de Stanley Ho, morreu no sábado, na Herdade em Montargil, de acordo com a informação do Jornal Económico. Segundo a publicação o investidor e representante dos interesses de Stanley Ho em Portugal, Jorge Ferro Ribeiro foi presidente da empresa Construções Técnicas, que também operava em Macau, e da Interfina, grupo com diversos negócios, entre os quais de consultoria e gestão. A Geocapital é uma empresa resultante de uma parceria entre os herdeiros de Stanley Ho e o empresário Jorge Ferro Ribeiro. Em 2005, esteve envolvida na compra pela TAP da entretanto rebatizada de TAP Engenharia e Manutenção, mas que na altura se chamava VEM. A Geocapital apresentava Macau e os seus investidores a empresas de outros países, e tentava também aproximar as várias empresas desses países, utilizando as suas ligações. Recorda também o Jornal Económica, que no início dos anos 90, Stanley Ho e Ferro Ribeiro estabeleceram um consórcio com três gigantes das telecomunicações, de França, Alemanha e Hong Kong, e tentaram obter uma das primeiras licenças para operar uma rede de telemóveis em Portugal. No entanto, na altura, perderam para a TMN, que obteve a primeira licença, e para a Telecel, que garantiu a segunda.
Habitação económica | Arranca escolha de 3.000 apartamentos João Luz - 4 Mar 2025 O primeiro grupo de famílias seleccionadas para comprar um apartamento de habitação económica do concurso de 2019 começa hoje a escolher as fracções. O Instituto de Habitação vai dar tempo aos compradores para contraírem empréstimos, não sendo necessário fazer pagamentos no momento da assinatura do contrato-promessa As casas estão prontas desde Setembro de 2024, acrescentando três edifícios de Habitação Económica na Zona A dos Novos Aterros, e a partir de hoje podem ser escolhidas pelas famílias seleccionadas no concurso público que arrancou em 2019. Este concurso, o último realizado ao abrigo da antiga “Lei da habitação económica”, terminou na semana passada com a selecção de 2.993 agregados candidatos pelo Instituto de Habitação (IH). Os apartamentos que vão ser escolhidos situam-se na Zona A dos Novos Aterros. São, no total, 3.017 fracções distribuídas por três prédios: o Edifício Tong Seng (Lote B4), Edifício Tong Chong (Lote B9) e o Edifício Tong Kai (Lote B10). Separando por tipologia, os agregados selecciondos pelo IH podem escolher entre 760 apartamentos T1, 1.000 T2 e 1.257 da tipologia T3. Segundo informação divulgada ontem pelo IH, o organismo está a notificar, por grupos, os agregados familiares habilitados do concurso de habitação económica sobre a escolha das fracções, com o primeiro grupo a ser chamado hoje à sede do IH para escolher os apartamentos. Como deve ser Além das notificações, o IH está a enviar ofícios sobre a escolha de fracções, acompanhados de tabelas com os preços de venda. Recorde-se que o preço médio de venda das fracções aos lotes em questão ronda as 35.600 patacas por metro quadrado. Além disso, os compradores não podem vender as casas durante um período de 16 anos, e depois de decorrido esse prazo têm de compensar o IH, “sendo o rácio bonificado entre 60 e 70 por cento”. Após a escolha dos apartamentos, os candidatos assinam o contrato-promessa de compra e venda dos imóveis, assim como documentos relacionados. “No momento da assinatura do contrato-promessa, não é necessário efectuar qualquer pagamento. O IH irá reservar o tempo suficiente para o tratamento das formalidades relativas aos empréstimos hipotecários pelos respectivos agregados familiares”, garantiu o IH. Depois de contraídos os empréstimos, os compradores são notificados para efectuar “o pagamento dos valores das habitações e o tratamento das formalidades relativas à recepção das chaves das fracções”, acrescentou o IH. Os candidatos seleccionados podem consultar na página oficial do IH os diversos modelos e preços dos apartamentos, ou visitar os andares modelo no Edifício Mong Tak da Habitação Social de Mong Há, para conhecer “tipologias e materiais utilizados” nas fracções.
Drenagens | Ron Lam pede unificação da legislação Hoje Macau - 4 Mar 2025 O deputado Ron Lam defendeu a unificação da legislação sobre a drenagem de água no território, de acordo com o jornal Ou Mun. Segundo a publicação em língua chinesa, o deputado considera premente a unificação das noras de drenagem. O regulamento de águas e de drenagem de águas residuais de Macau está em vigor há mais de 40 anos. Ron Lam justificou a posição com a necessidade de serem adoptados padrões mais exigentes no que diz respeito à drenagem das estações de tratamento de águas residuais, devido às queixas dos moradores de Coloane sobre os odores emitidos pela unidade em funcionamento na vila. Para o deputado, a falta da unificação das normas de drenagem e o conteúdo desactualizado do regulamento de águas e de drenagem de águas residuais fazem com que as exigências legais não respondam às necessidades de protecção ambiental de uma sociedade moderna. Além disso, Ron Lam apontou que mais de metade de águas residuais é drenada pelas estações de tratamento de águas residuais em Macau sem receber um tratamento secundário. Esta opção significa que antes de ser devolvida ao mar, a água passa pelo tratamento de separação de escória. O deputado alertou que o tratamento não pode depender só da diluição para reduzir o impacto da poluição, porque a prática prejudica o ambiente.
AL | Eleições legislativas marcadas para 14 de Setembro João Luz e Nunu Wu - 4 Mar 2025 O Chefe do Executivo marcou ontem o dia das eleições legislativas para o dia 14 de Setembro. O limite das despesas de cada candidatura foi fixado em mais de 3,5 milhões de patacas. A campanha eleitoral arranca no fim de Agosto, segundo as instruções da comissão eleitoral divulgadas ontem Sam Hou Fai marcou ontem as eleições que vão determinar o elenco de deputados da oitava legislatura da Assembleia Legislativa. 14 de Setembro foi a data escolhida, de acordo com a ordem executiva assinada pelo Chefe do Executivo, publicada ontem no Boletim Oficial. Num despacho separado, Sam Hou Fai fixou em quase 3,55 milhões de patacas o limite máximo das despesas que cada candidatura pode gastar nas eleições. O dia de ontem foi também marcado pela reunião da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), e subsequente publicação das instruções para o sufrágio que estabelecem as regras a seguir durante a campanha eleitoral, que começa à meia-noite do dia 30 de Agosto e termina a 12 de Setembro. As instruções publicadas pela CAEAL na sua página oficial estabelecem também os métodos de votação, o dever de neutralidade e imparcialidade de entidades públicas e entidades equiparadas. Este dever de neutralidade e imparcialidade vigora desde ontem e tem de ser respeitado por órgãos da Administração, pessoas colectivas de direito público, sociedade com capitais públicos, assim como as concessionárias de jogo, que ficam proibidos de favorecerem ou prejudicarem candidaturas às eleições. A CAEAL indica que quem infringir estes deveres, no exercício das suas funções, pode ser penalizado com três anos de prisão ou multa até 360 dias. É preciso parecer Ontem, durante uma conferência de imprensa, o presidente da CAEAL, Seng Ioi Man, sublinhou a importância de actividades organizadas por associações ligadas a candidaturas não poderem mencionar informações eleitorais, ou propostas políticas das campanhas. Mesmo que durante essas actividades sejam distribuídos presentes, lembranças, vouchers de desconto em supermercados, os candidatos podem participar nesses eventos, desde que não sejam discutidos assuntos relacionados com as eleições ou a campanha. Na mesma ocasião, o adjunto da Comissária contra a Corrupção, Wong Kim Fong afirmou, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que as eleições legislativas são uma das tarefas mais importantes deste ano da Comissão Contra a Corrupção. O responsável revelou ainda que será aberta uma linha disponível 24 horas e uma plataforma online para a apresentação de queixas relativas às eleições. Patriotismo eleitoral Na próxima quinta-feira, a CAEAL irá disponibilizar os formulários para constituição de candidaturas e, a partir daí começa o prazo para apresentar as comissões de candidatura, que termina a 6 de Junho. Durante esse período, a CAEAL irá avaliar a legalidade do processo e será dada uma semana para “suprir as deficiências existentes”. O presidente da CAEAL salientou ontem que esta é o primeiro depois das alterações à lei que regula as eleições para a Assembleia Legislativa, de acordo com os princípios de Segurança Nacional. Como tal, o acto legislativo “reveste-se de grande importância”. Assim sendo, Seng Ioi Man garantiu que a CAEAL “irá implementar conscienciosamente o princípio de Macau governado por patriotas”, “promover vários trabalhos eleitorais com elevada qualidade, criar um ambiente mais justo, equitativo e limpo para as eleições, e assegurar que as eleições sejam concluídas de forma harmoniosa e ordenada”. O responsável garantiu que a CAEAL irá decidir se os candidatos são elegíveis para concorrer às eleições, em conformidade com o parecer da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, que é assessorada por membros da direcção do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central.