Cheques pecuniários | Serviços da Areia Preta abertos ao fim-de-semana

O Governo anunciou ontem que a partir deste fim-de-semana os balcões de reserva no Centro de Serviços da RAEM na Areia Preta vão abrir aos sábados e domingos para facilitar a apresentação de documentos para a atribuição do cheque pecuniário.

Segundo um comunicado divulgado ontem pelo Gabinete de Comunicação Social, a medida foi tomada “tendo em consideração a falta de disponibilidade dos residentes durante os dias de trabalho”. O horário de atendimento ao público é igual aos dias de semana, ou seja, das 09h às 18h, com serviço contínuo ao meio dia.

O período para apresentação do requerimento para receber o cheque pecuniário começou ontem e estende-se até ao fim de 2028, razão pela qual o Governo salienta que “há bastante tempo” e que “os residentes não precisam de se deslocar apressadamente aos centros de serviços do Governo logo nos primeiros dias”. Além disso, os residentes podem usar a aplicação móvel Conta Única para tratar das formalidades.

Até às 12h de ontem, ou seja, a primeira manhã, a “Conta Única” e os balcões de serviço receberam cerca de 1300 requerimentos.

Orçamento | Saldo deste ano caiu 96% para 290 milhões

O saldo orçamental apresentado na proposta do Governo anterior, pelo ex-secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong, foi cortado significativamente de 7,7 mil milhões de patacas para 290 milhões de patacas. A revisão reflecte a descida das receitas fiscais e o aumento da despesa

 

Um dos diplomas que os deputados da segunda comissão permanente da Assembleia Legislativa têm em mãos é a Alteração à Lei do Orçamento de 2025, que foi votada na generalidade no passado dia 11 de Junho, contando com todos os votos favoráveis dos deputados presentes, à excepção da abstenção de Ron Lam.

Ontem, realizou-se a primeira reunião entre os deputados e membros do Governo para avaliar a revisão orçamental e alinhar o Orçamento da RAEM para este ano com a realidade económica da região.

Uma das novidades avançadas ontem prende-se com a revisão do saldo orçamental para este ano, que foi cortado em 96,3 por cento, para 290 milhões de patacas do valor inicial apresentado pelo ex-secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, de 7,7 mil milhões de patacas.

Os números foram avançados pelo deputado Chan Chak Mo, que preside à comissão permanente que analisa na especialidade a lei de revisão do orçamento. Segundo o deputado, as principais mudanças no diploma dizem respeito à queda de 3,8 por cento das receitas fiscais e ao aumento de 2,5 por cento das despesas.

Para lá das questões orçamentais, importa recordar que os activos da Reserva Financeira de Macau atingiram no final de Março 623,6 mil milhões de patacas, o valor mais elevado dos últimos três anos.

Mundos e fundos

Segundo Chan Chak Mo, os deputados da comissão demonstraram uma particular preocupação com o aumento de 650 milhões de patacas na despesa orçamentada para o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização. O legislador revelou que os representantes do Executivo justificaram o incremento das verbas alocadas para o fundo com a necessidade de apoiar os processos de digitalização e promoção de pequenas e médias empresas, assim como o lançamento do “plano das lojas com características especializadas e delicadas”. Chan Chak Mo indicou que os deputados não ficaram esclarecidos e que esperam que o Governo explique o aumento do orçamento para o fundo mais detalhadamente.

Quanto à Plano de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA), a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública tem dois projectos novos que vão implicar o aumento do orçamento em mais 100 milhões de patacas. O reforço orçamental irá pagar a construção do Centro de Catástrofes de Computação em Nuvem.

Outro dos aumentos de despesa contemplados na revisão orçamental, diz respeito à terceira fase de expansão da Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau, que passou a estar orçamentada em cerca de 200 milhões de patacas, depois do aumento de 114 por cento face ao valor inicial. Também sobre este projecto, Chan Chak Mo indicou que a comissão vai convidar na próxima semana os serviços responsáveis para apresentarem mais detalhes.

Taxa de execução de 22 % até Março

No primeiro trimestre, a taxa de execução do Orçamento da RAEM atingiu 22,8 por cento, de acordo com os números apurados pela Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa. Wong Kit Cheng, recordou que o orçamento do Plano de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) foi de 19,78 mil milhões de patacas para este ano. Wong Kit Cheng explicou também que o PIDDA prevê 23 projectos novos, incluindo as obras de reordenamento da caixa de retenção de águas na Avenida do Aeroporto, na Taipa, e a construção de diques no aterro para resíduos de materiais de construção.

A deputada apontou que 49 projectos registaram zero taxa de execução orçamental, incluindo 13 projectos da Direcção dos Serviços de Obras Públicas, cinco projectos da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água, cinco projectos da Universidade de Macau, quatro projectos do Instituto para os Assuntos Municipais e quatro projectos da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau. A taxa de execução zero significa que estes projectos ainda não estão em andamento.

DSEDJ | Professores “não falantes de chinês” visitam Pequim

A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) organizou uma visita de estudo a Pequim para 28 dirigentes do ensino superior e professores locais estrangeiros ou não falantes de chinês.

De acordo com o comunicado oficial, publicado apenas em língua chinesa, a delegação foi integrada por membros da comunidade académica como Stephen Morgan, reitor da Universidade de São José, e João Veloso, director do Departamento de Português da Faculdade de Letras da Universidade de Macau, e teve como objectivo mostrar aos convidados “as condições nacionais e a cultura chinesa”, assim como “mostrar os desenvolvimentos mais recentes da China”.

Ao longo dos cinco dias de viagem, o director da DSEDJ, Kong Chi Meng, prometeu continuar a desenvolver a internacionalização, o desenvolvimento de alta qualidade do ensino em Macau e atrair na RAEM quadros qualificados internacionais.

Kong Chi Meng garantiu também que o ensino local vai continuar a desempenhar um papel de ligação entre a China e o exterior e apostar na “cultura única” que “integra elementos da cultura chinesa com elementos de culturas ocidentais no sistema de ensino”.

A DSEDJ comprometeu-se ainda a incentivar as instituições de ensino superior de Macau e os talentos internacionais a estudarem no Interior da China e a compreenderem o desenvolvimento das disciplinas e dos campos de investigação científica.

AL | Ho Ion Sang continua no sector dos serviços sociais e educação

Na apresentação da lista, o representante dos Moradores afirmou sentir-se “mais determinado e com maior coragem” para desempenhar as funções de deputado devido aos “importantes discursos de Xi Jinping”, que o deixaram “extremamente emocionado”

 

Ho Ion Sang é o único membro da lista Associação de Promoção do Serviço Social e Educação e deverá manter-se como deputado do sector dos serviços sociais e educacional. Esta é a única lista a concorrer num sector que nunca foi disputado por mais do que uma pessoa desde que foi autonomizado em 2009, face aos sectores culturais e desportivo.

Após entregar a lista, o também deputado dos Moradores, que se fez acompanhar pela presidente da associação, Ng Sio Lai, prometeu que vai continuar a dedicar-se “à população em geral”, aos serviços sociais e à educação.

De acordo com declarações citadas pelo jornal All About Macau, Ho Ion Sang afirmou igualmente ter ficado “extremamente emocionado” com os “importantes discursos de Xi Jinping” feitos durante a vista a Macau no final do ano passado, por ocasião das celebrações do 25.º aniversário da RAEM. Ho Ion Sang explicou que devido a esses discursos “se sente mais determinado e com maior coragem” para continuar a desempenhar as funções de deputado.

Em relação aos objectivos da candidatura, Ho destacou a necessidade de inovar a nível dos serviços sociais e de apostar na diversificação da educação. O legislador destacou ainda a necessidade de garantir que a cidade tenha cada vez melhores condições de habitabilidade e que proporcione uma vida muito feliz.

Ho Ion Sang prometeu também fazer todos os esforços para “ouvir de forma atenta” a população e todos os sectores da sociedade, não se focando exclusivamente nos sectores dos serviços sociais e educação.

Lugar cativo

Ho Ion Sang é vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, plataforma que o apoia como deputado desde 2009, primeiro ano em que passou a integrar Assembleia Legislativa (AL). Nos primeiros dois mandatos, entre 2009 e 2017, Ho foi eleito pelo sufrágio directo. No entanto, desde 2021 que foi incluído na lista pelo sufrágio indirecto, assumindo o lugar que normalmente era ocupado por Chan Hong, colega da associação, e que ontem também esteve presente na entrega da lista.

Ho Ion Sang é ainda funcionário da sucursal de Macau do Banco da China, onde trabalhou durante vários anos e actualmente exerce o cargo de consultor. Além disso, é membro permanente do Comité Nacional da 14.ª Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC).

Na actual legislatura, além de Ho, a associação dos Moradores está representada com os deputados Leong Hon Sai e Ngan Iek Hang. A lista dos Moradores que vai participar no sufrágio directo, com o nome União Promotora para o Progresso, deverá ser conhecida nos próximos dias.

Fracções devolutas | Ip Sio Kai pede mudança do regime fiscal

O deputado Ip Sio Kai defendeu ontem na Assembleia Legislativa (AL), no período de antes da ordem do dia, a alteração do regime fiscal aplicável às fracções devolutas, tendo em conta “as mudanças no mercado” e a “rápida alteração dos hábitos de consumo emergentes”, o que levou à “redução contínua da atractividade das lojas tradicionais”.

Desta forma, o deputado entende que deve ser revisto o Regulamento da Contribuição Predial Urbana “no que se refere à matéria colectável das fracções autónomas desocupadas”, podendo o Executivo “conceder, por exemplo, a isenção ou redução da contribuição predial urbana aos proprietários que pretendem arrendar lojas desocupadas a preços inferiores aos praticados no mercado, para serem indústrias culturais e criativas, start-ups e empresas sociais”. A ideia é que se possa incentivar o uso de “recursos desaproveitados, impulsionando a economia comunitária e o desenvolvimento do empreendedorismo juvenil”.

Ip Sio Kai recorda que “algumas lojas estão desocupadas há muito tempo e, mesmo que os proprietários baixem as rendas, não conseguem arrendá-las”, causando constrangimentos ao pagamento da contribuição predial urbana.

Aviação | Ron Lam teme continuação do monopólio da Air Macau

Foi ontem aprovada, na especialidade, a proposta de lei da actividade de aviação civil, que vem liberalizar o mercado aéreo comercial da RAEM. Porém, o deputado Ron Lam mostrou-se preocupado que, mesmo com o fim do monopólio da Air Macau, a empresa continue a dominar o mercado.

“A proposta de lei abre a possibilidade à concessão de novas licenças de outras concessionárias, mas não sabemos quando é que isso vai acontecer, mantendo-se a Air Macau em actividade. No passado, houve uma subcontratação do direito de concessão [Viva Macau], mas não funcionou porque a actual concessionária ficou com as melhores rotas”, acusou o deputado.

O diploma em questão entra em vigor no próximo ano e o deputado diz-se “preocupado [com a possibilidade] de o direito do tráfego continuar nas mãos da actual concessionária, não se conseguindo uma abertura transparente e justa”, caso “o Governo não actue de forma mais activa”.

Um dos membros do Executivo referiu que o Governo não vai ficar “de braços cruzados”, apesar de “a economia [de Macau] ser pequena”. “Vamos tentar negociar sem limites no tocante ao número de passageiros, permitindo que as companhias aéreas venham para Macau. Não vamos divulgar nomes, mas há mais companhias que têm interesse e vão ter em consideração o mercado e origem dos passageiros. Aí decidem se celebram acordos ou não”, frisou o mesmo responsável.

Subsídio para a infância | Lo Choi In pede alargamento para seis anos de idade

A deputada Lo Choi In usou ontem o período de intervenções antes da ordem do dia para pedir ao Governo a extensão do subsídio para a infância para crianças até aos seis anos de idade. A medida apresentada este ano prevê o apoio para crianças até aos três anos para combater a acentuada quebra na taxa de natalidade

 

É certo que ainda agora o subsídio para a infância foi criado pelo actual Executivo, liderado por Sam Hou Fai. Esta foi, aliás, uma das grandes novidades do seu primeiro relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. Porém, isso não impediu a deputada Lo Choi In de sugerir a extensão do apoio para crianças até aos seis anos de idade, sendo que actualmente o apoio está previsto para crianças dos 0 aos 3 anos. O subsídio começará a ser distribuído a 15 de Julho terá um valor global de 18 mil patacas.

“Apelo ao Governo para que, em relação ao aumento da taxa de natalidade, adopte políticas e medidas mais abrangentes”, nomeadamente “o alargamento do âmbito do subsídio de assistência na infância a crianças até aos 6 anos, agora até aos 3 anos, para abranger mais famílias com necessidades, apoiando-as a suportarem os custos com crianças e elevando a sua qualidade de vida”.

A deputada apresentou os exemplos seguidos noutros países e regiões, nomeadamente o Japão, que definiu a baixa taxa de natalidade como “uma das acções governativas mais importantes a resolver pelo seu Governo”. Segundo a deputada, o Governo japonês “definiu um plano de apoio financeiro de 5 anos, dando assim importância muito maior comparativamente com a nossa medida”. Ao todo, o Japão dá apoios a crianças e jovens até à idade de 18 anos.

Dados citados pela deputada mostram que em 2013 a taxa de natalidade foi de 11,1 por cento, com 6600 recém-nascidos, números que caíram para 5,3 por cento no ano passado, “com apenas 3607 recém-nascidos”. Assim, “os números evidenciam que, em 10 anos, a taxa de natalidade diminuiu para metade”.

Do Japão à Coreia

Lo Choi In dá os parabéns ao Executivo de Sam Hou Fai por se ter “apercebido da situação e tomado de imediato uma série de medidas”, que passam também pelo “aumento do subsídio de nascimento do Fundo de Segurança Social”.

“As despesas familiares são muito elevadas. O novo subsídio de assistência na infância não é abrangente e é insuficiente, não abrangendo as crianças nascidas antes dos anos 2020-2021, ou seja, famílias que já sustentaram dois, três ou mais filhos”, comentou a deputada ligada à comunidade de Jiangmen.

“Actualmente, face à inflação, à recessão económica e a um ambiente social em que se quer dar tudo do melhor para os filhos, teremos de ver quais serão os resultados deste subsídio”, acrescentou.

Além do Japão, Lo Choi In apresentou também o exemplo de Taiwan, cujo subsídio de assistência na infância é atribuído até aos seis anos, enquanto que na Coreia do Sul “a taxa de natalidade é igualmente baixa e é [um país] menos rico do que nós”, embora “o subsídio de assistência na infância abranja crianças até aos sete anos, as quais podem obter um subsídio total superior a 100 mil dólares de Hong Kong”. Lo Choi In referiu que, neste caso, “há subsídios escalonados, para incentivar e ajudar as famílias com mais de dois filhos”.

“Os efeitos do subsídio das referidas três regiões, ao nível do aumento da taxa de natalidade, ainda estão por observar, mas, em comparação, o nosso apoio é obviamente insuficiente”, rematou.

Emprego | Lei Chan U pede reforço do papel Concertação Social

O deputado Lei Chan U considera que o Executivo deve, no actual contexto laboral, “reforçar o papel do Concelho Permanente de Concertação Social (CPCS)”, no sentido de “reforçar as suas funções e aperfeiçoar o mecanismo de diálogo tripartido [Governo, patrões e trabalhadores], com vista a promover a harmonia nas relações laborais e desenvolvimento sustentável da sociedade”, e tendo em conta também “a evolução dos tempos e o desenvolvimento socioeconómico”.

De resto, abordando a área laboral, vários deputados usaram ontem o período de antes da ordem do dia para voltar a chamar a atenção para as consequências do fecho dos casinos-satélite e as necessidades de emprego dos residentes.

Leong Hong Sai disse que “as oportunidades e postos de trabalho dos trabalhadores dos casinos-satélite continuam a ser um problema que urge resolver”, além de que “o número de trabalhadores não-residentes está a aumentar constantemente, e a situação de subemprego e desemprego estrutural dos residentes é também o primeiro tema do Governo da RAEM”.

Já Zheng Anting lembrou os dados do primeiro trimestre deste ano que mostram que “o número de desempregados com ensino superior aumentou em relação ao trimestre anterior, atingindo cerca de 50 por cento do total”, existindo “fraca vontade de contratação por parte das empresas”.

Assim, segundo o deputado, “a sociedade receia que os recém-graduados não consigam encontrar um emprego razoável, mesmo baixando as suas expectativas salariais”.

Ron Lam diz que houve problemas com fim do 3G

Ron Lam referiu ontem na sessão plenária que houve problemas com o fim de utilização da rede 3G. Numa intervenção antes da ordem do dia, o deputado referiu que “a rede 3G deixou de funcionar a 5 deste mês, mas muitos utilizadores de telemóveis tiveram problemas nas chamadas de voz ao utilizarem os serviços de telecomunicações móveis, pelo que se dirigiram aos pontos de venda das empresas de telecomunicações para pedir ajuda, e as longas filas de espera aí suscitaram a insatisfação do público”.

Segundo Ron Lam, os problemas com a transição de rede duravam “há mais de uma semana e ainda havia muitas pessoas a dirigirem-se às empresas de telecomunicações para resolver o problema do 3G”, sendo que só a 12 de Junho o Executivo “explicou que o problema se devia ao facto de o sistema 3G utilizar a tecnologia de comutação de circuitos para prestar serviços de voz, ao passo que os 4G/5G passaram a utilizar a tecnologia de comutação de pacotes”, sendo que tal obrigou os utilizadores a realizar chamadas com a função VoLTE.

Neste contexto, “alguns utilizadores que não activaram a função VoLTE, enfrentando o problema da interrupção da função de voz”. Ron Lam diz ter recebido “queixas de residentes que afirmam que alguns operadores de telecomunicações ofereceram serviços gratuitos de transferência, mas não podem agora utilizar os números originais dos telemóveis do Interior da China e de Hong Kong”, além de que “os operadores não conseguiram fornecer a lista dos telemóveis compatíveis com VoLTE na sua rede, pelo que os utilizadores ficaram muito confusos”.

O deputado diz que muitos idosos ficaram incontactáveis e que este caso “demonstra que o Governo e os operadores não prepararam nenhum plano de contingência para a saída da rede 3G da RAEM”.

O problema dos activos

Para o deputado, a transição de redes com problemas só mostra que é necessário “proceder a uma avaliação séria deste caso, para evitar que casos semelhantes se voltem a repetir”. O deputado diz estar “preocupado com o desenvolvimento das telecomunicações de Macau nos últimos dez anos, que tem sido ‘injusto, pouco transparente e imprevisível'”, lembrando que desde a liberalização do regime de exploração exclusiva da rede fixa em 2011, “foi introduzida uma segunda operadora, mas o Governo não conseguiu acabar com o monopólio da ‘utilização exclusiva’ dos activos da concessão das telecomunicações, nem emitir, o mais cedo possível, a licença de convergência de redes telecomunicações”.

Desta forma, sugeriu que o Governo “deve quebrar e regularizar o actual regime de utilização exclusiva dos activos da concessão, bem como o regime desactualizado de licença de telecomunicações, a fim de estabelecer uma base sólida e um espaço de desenvolvimento sustentável para o desenvolvimento do sector de telecomunicações de Macau”.

Japão | Empresas pedem à China que acelere licenças de exportação de terras raras

A Câmara de Comércio e Indústria do Japão na China pediu ontem às autoridades chinesas que reduzam as restrições à exportação de terras raras e acelerem a emissão de licenças, após meses de atrasos que afectaram a produção.

Durante uma conferência de imprensa realizada em Pequim, o presidente do grupo empresarial, Tetsuro Homma, afirmou que as restrições impostas pela China desde Abril sobre sete tipos de minerais estratégicos estão a afectar tanto a produção como as exportações das empresas japonesas sediadas no país.

Homma indicou que, após uma reunião com o Ministério do Comércio chinês, em 28 de Maio, algumas licenças começaram a ser aprovadas, embora em número ainda limitado. A Câmara alertou que os controlos “podem prejudicar as cadeias de abastecimento de bens de consumo” e apelou a que sejam aplicados apenas quando “realmente necessários por razões de segurança”.

A China detém mais de 70 por cento da produção mundial de terras raras, componentes essenciais no fabrico de produtos como telemóveis, computadores e veículos eléctricos. As restrições fazem parte de um conjunto de medidas adoptadas por Pequim desde 2023, no contexto das tensões comerciais com os Estados Unidos.

Pequim e Washington alcançaram recentemente um princípio de acordo para reduzir essas tensões, no qual a China se comprometeu a aliviar algumas barreiras não tarifárias, incluindo os controlos sobre materiais estratégicos.

Médio-Oriente | China já retirou cerca de 800 cidadãos do Irão

A China já retirou cerca de 800 dos seus cidadãos do Irão, desde o início na semana passada da ofensiva militar de Israel contra aquele país, que provocou várias centenas de mortos.

Desde 13 de Junho, as Forças Armadas israelitas têm conduzido ataques aéreos de grande intensidade sobre território iraniano, justificando a operação com o objectivo de impedir Teerão de desenvolver armas nucleares. Em resposta, o Irão prometeu manter os bombardeamentos sobre Israel até ao fim dos ataques.

“O total de 791 cidadãos chineses já foi transferido do Irão para zonas seguras, e mais de 1.000 pessoas estão em processo de retirada”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Guo Jiakun, durante uma conferência de imprensa em Pequim.

Segundo o mesmo responsável, cidadãos chineses também foram retirados em segurança de Israel. “A China expressa a sua gratidão aos países envolvidos pelo apoio e assistência prestados”, declarou Guo Jiakun.

Israel voltou a atacar o Irão na noite de quarta-feira, pela sexta vez consecutiva, num contexto de crescente tensão, agravado pelas declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exigiu a “capitulação incondicional” de Teerão.

Aliado de Israel, Trump escreveu na rede Truth Social que os Estados Unidos “sabem exactamente onde se esconde o chamado ‘guia supremo’” do Irão, o aiatola Ali Khamenei, mas garantiu que não têm, “pelo menos para já”, intenção de o “eliminar (matar!)”. Confrontado com estas declarações, o porta-voz chinês afirmou que “uma nova escalada de tensões no Médio Oriente não serve os interesses de nenhuma das partes”.

“Os países que exercem influência particular sobre Israel devem demonstrar objectividade e justiça, assumir as suas responsabilidades e desempenhar um papel positivo e construtivo para travar a escalada”, afirmou Guo Jiakun, numa referência implícita aos Estados Unidos.

Brasil tem grande potencial para aumentar exportação de peixe para a China

Um assessor do ministro da Pesca e Aquicultura do Brasil disse ontem que o país tem um enorme potencial para exportar mais peixe e outros produtos aquáticos para o mercado chinês. “Existe muito, muito potencial no Brasil, uma capacidade de produzir alimentos de origem aquática de forma sustentável e a capacidade de exportar é imensa”, defendeu Carlos Mello, em Macau.

“O Brasil tem alimentos de origem aquática, desde a água salgada até a água doce, de climas frios a climas mais tropicais, além de pescados da nossa região amazónica, que são iguarias no nosso país e que poderiam ser muito bem apreciados aqui”, referiu o assessor do ministro André de Paula.

“A capacidade do Brasil e o potencial para exportar para a China é sensacional”, defendeu Carlos Mello. No final de Abril, os dois países assinaram um acordo que abriu o mercado chinês ao peixe e marisco natural e selvagem pescado no Brasil, após negociações que decorriam desde 2016.

Parceiros de confiança

Mello falava à margem do encerramento de um colóquio sobre economia azul, organizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

O assessor disse que a actividade, que reuniu dirigentes governamentais durante duas semanas, demonstrou que os nove estados lusófonos têm “muita força para colaborar, especialmente com a China”, que desde 2009 é o principal parceiro comercial brasileiro.

O Brasil “pode aprender em termos de desenvolvimento tecnológico, de superar desafios como a de geografia, uma população muito extensa e estratégias para segurança alimentar”, referiu o especialista em aquicultura.

Mello deu como exemplo a inteligência artificial (IA), que pode ajudar em sistemas “de precisão” para o cultivo de organismos aquáticos, para consumo humano ou de animais. A IA pode apoiar a tomada de decisões ao processar dados “que levariam muito tempo para pessoas fazerem”, resultando “em maior produtividade”, explicou o assessor.

Futuro frutuoso

No discurso de encerramento do colóquio, o secretário-geral do Fórum de Macau lembrou o destaque que a China tem alcançado em “tecnologia, aquicultura, construção de cadeias industriais e acesso a mercados”. Ji Xianzheng destacou o potencial para cooperação com os estados lusófonos, que “possuem ricos recursos marítimos e grande potencial no sector pesqueiro”.

Também Carlos Mello falou de “uma possibilidade muito forte” de que o colóquio “possa gerar frutos no futuro”, em termos de projectos de cooperação entre os países de língua portuguesa e a China. Os representantes lusófonos estiveram, entre 13 e 15 de Junho, na Exposição Internacional de Pescas e Marisco da China, em Fuzhou, capital da província de Fujian, no sudeste do país.

Segundo um comunicado do Fórum de Macau, o vice-presidente da autarquia de Fuzhou, Liang Dong, expressou o desejo de que empresas locais possam trabalhar com os países de língua portuguesa para “construir bases industriais de pesca”.

A porta das estrelas (II)

“The increase of artificial intelligence mega sites or mega cities will increase the Earth’s temperature by 2° because of the need for the energy input for AI to function. If that’s true then we have already gone beyond the danger point.”

George Lowells

No entanto, para compreender a viabilidade da operação e os seus impactos, é necessário proceder a duas ordens de considerações. Do ponto de vista financeiro, começam a surgir algumas dúvidas. Neste momento, a SoftBank e a OpenAi parecem estar dispostas a investir dezanove mil milhões de dólares cada uma no projecto, com o apoio de sete mil milhões de dólares da Oracle e outros tantos da MGX.

No total, estamos a falar de cinquenta e dois mil milhões de dólares, ou seja, pouco mais de metade do que foi anunciado. Altman e Masa não podem fazer muito mais. O modelo de negócio da OpenAi, que prevê basicamente reinvestir tudo, impede a empresa-mãe da ChatGpt de ter enormes reservas de liquidez para investir no projecto. Da mesma forma, de acordo com o balanço de Setembro de 2024, o fluxo de caixa da SoftBank ascende a «apenas» vinte e cinco mil milhões de dólares, insuficiente para atingir a quota fixada. Estes problemas existem, mas são de alguma forma solucionáveis.

Em primeiro lugar, a nova joint venture legitimada pelo presidente não terá problemas em recorrer ao crédito. E, de qualquer forma, a porta para novos investimentos por parte de um número limitado de parceiros permanece aberta, especialmente numa fase em que Trump prometeu empenhar-se em estimulá-los, simplificando o processo burocrático e livrando-se das regulamentações de Biden. Mas a questão mais problemática diz respeito aos equilíbrios internos do mundo tecnológico americano e à forma como o presidente pretende regular, obviamente de maneira informal, as relações entre os grandes actores do sector. A porta das estrelas parece, de facto, ter sido feita à medida da OpenAi. O objectivo de Altman, há alguns meses, era garantir um acesso mais simples e imediato aos dados, à capacidade de computação e à infra-estrutura física necessária para treinar os seus modelos de IA.

A Stargate responde a todos esses problemas, já que a OpenAi agora pode contar com a nuvem da Oracle (e não apenas da Microsoft), com os investimentos em capacidade de computação da joint venture e com os colossais centros de dados que serão construídos. Como disse uma fonte anónima ao Financial Times «A intenção da Stargate não é fornecer centros de dados ao mundo.

Tudo gira em torno da OpenAI». Além disso, ainda ao nível do hardware, a presença da ARM na joint venture sinaliza a vontade de Masa de oferecer à empresa especializada em chips IA, da qual é o principal investidor, um ecossistema no qual crescer. No momento, a ARM ocupa-se principalmente do design de chips, mas o plano de Masa é integrá-la com a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) com a qual tem excelentes relações para criar uma alternativa à Nvidia. Para fazer isso, obviamente, é preciso muito dinheiro. No momento, a SofBank não tem esse dinheiro mas a Stargate também serve para isso, especialmente se o projecto pegar e a Nvidia tiver problemas para entregar as placas gráficas necessárias.

Os laços entre Masa e Altman são estreitos, porque ambos partilham o mesmo problema na cadeia de valor da IA, ou seja, o «gargalo» constituído pela empresa de Jensen Huang e a sua posição essencialmente monopolista. E as duas estrelas da Stargate têm excelentes argumentos para convencer Donald Trump da necessidade de investir numa empresa capaz de competir com a Nvidia, dado que, em 2024, Jensen fez negócios com a China no valor de cerca de dez mil milhões de dólares.

Não é só negócio. Mas, apesar da advertência chinesa, a escolha de Trump de confiar em Masa e Altman oferecendo-lhes vantagens industriais evidentes não é politicamente neutra. No entanto, tem uma lógica, que podemos compreender se alargarmos o nosso olhar e tentarmos entender como o presidente está a distribuir encargos e honras dentro do mundo tecnológico americano. Premissa, tal como salientado por Trump no seu discurso de tomada de posse, os dois sectores que receberão mais atenção da política tecnológica da sua administração são o Espaço e a IA.

E, observando os primeiros movimentos do presidente, salta imediatamente à vista que nenhum actor que lida com questões espaciais recebeu um papel na Stargate. Musk, que desenvolveu um modelo de IA chamado Inteligência Artificial Explicável (XAI), ficou de fora. Mesmo Bezos que com a Amazon Web Services (AWS) que é um dos principais fornecedores deste serviço não foi considerado. O mesmo vale para quem possui redes sociais e, portanto, é capaz de influenciar a opinião pública. Para Elon, vale o que foi dito anteriormente, enquanto Zuckerberg é mais incentivado a transformar o Meta em um super aplicativo como o WeChat, obviamente sem moderação de conteúdo.

A PayPal Mafia continuará a traficar IA no que diz respeito a questões relacionadas com a defesa, mas permanecerá fora das dinâmicas da Stargate embora continue potencialmente a investir na OpenAi, como fez Peter Thiel através do seu fundo de investimento (Founders Fund) em 2023. O objectivo de Trump é, em suma, evidente. Atribuir a cada actor tecnológico um ou mais nichos, evitando, porém, que surja uma figura dominante capaz de exercer poder em demasiados sectores estratégicos (IA, redes sociais, espaço).

(Continua)

Literatura | Giorgio Sinedino vence 18ª edição do Special Book Award of China

Giorgio Sinedino, tradutor e sinólogo radicado em Macau, venceu a 18ª edição do Special Book Award of China, um dos “mais importantes prémios da China oferecido a estrangeiros no campo das publicações”, destaca o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Este prémio é atribuído há 20 anos

 

Já é conhecido o vencedor do 18º prémio “Special Book Award of China”. Trata-se de Giorgio Sinedino, sinólogo e tradutor, e que foi assessor do antigo Chefe do Executivo, Chui Sai On. Autor de uma vasta obra de tradução de poesia e cultura chinesa, Giorgio Sinedino é docente no departamento de português da Universidade de Macau. Além disso, é também membro do Conselho Executivo da Associação Confuciana Internacional e vogal do Conselho Mundial de Sinólogos.

Segundo um comunicado divulgado pelo Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, este é “o mais importante prémio da China oferecido a estrangeiros no campo das publicações”, sendo que em 20 anos foram destacados 219 tradutores, editores e autores oriundos de 63 países.

O prémio atribuído a Giorgio Sinedino, pelas “suas importantes contribuições”, foi entregue ao visado na terça-feira, em Pequim. Na cerimónia, o tradutor destacou “as impressões sobre a sua trajectória no intercâmbio entre a China e os países de língua portuguesa”, reiterando “o empenho em dar continuidade a tal trabalho”.

A mesma nota dá conta que Giorgio Sinedino, “nas diversas instituições por que passou, empenhou-se de forma consistente na divulgação da cultura chinesa tradicional, promovendo o conhecimento e compreensão desse legado no exterior”, além de fomentar “o diálogo e troca de experiências entre a China e outras civilizações”.

O lugar da experiência

A mesma nota dá conta do vasto currículo que Giorgio Sinedino apresenta na área de tradução e investigação de clássicos chineses, já que, desde 2012, começou a publicar no Brasil edições comentadas de escritos como “Os Analectos”, “Dao De Jing de Laozi com as Glosas do Senhor às Margens do Rio” e “O Imortal do Sul da China – Uma Leitura Cultural do Zhuangzi”.

“Os Analectos” foram a “primeira edição comentada em língua portuguesa a ser traduzida directamente do chinês arcaico”, sendo que, “durante mais de dez anos, permaneceu a única do género disponível no mercado numa língua ocidental”. Além disso, é considerada “um novo clássico da tradução”, tendo já vendido 200 mil cópias.

No ano passado, as três obras aqui referidas ganharam novas edições na China, tendo sido acrescentadas à colecção “Compreendendo a China”, da editora pública “Edições em Línguas Estrangeiras”.

Na mesma nota é também referido que estes livros “afirmaram-se como realizações notáveis no campo dos intercâmbios culturais entre a China e os países de língua portuguesa, colmatando importantes lacunas no campo da publicação de clássicos chineses no mundo lusófono”.

Estão em causa os “méritos singulares” do premiado, conquistados “na tradução de obras clássicas antigas”, sendo que os organizadores do prémio não esquecem o facto de Giorgio Sinedino ter vindo a “buscar novas direcções, expandido as suas especialidades para incluírem também a literatura moderna da China”.

O trabalho de Lu Xun

O Gabinete de Ligação destaca também o novo trabalho de Giorgio Sinedino publicado este mês, no Brasil, dedicado à poesia de Lu Xun, que se intitula “Grito de Lu Xun – Tradução dramatizada e estudos críticos de Giorgio Sinedino” e que tem a chancela da Editora 34.

A obra resultou de “quatro anos de investigação e de experimentação”, e contou com o apoio do Ministério da Educação da China, do Museu Lu Xun de Pequim, da Fundação de Investigação sobre Lu Xun e Cultura Mundial, bem como da Fundação Feng Zikai.

Destaca-se que “o texto final foi calibrado para corresponder ao perfil dos leitores de língua portuguesa”, sendo que, no processo de tradução, Giorgio Sinedino “seguiu certos padrões da literatura desse idioma e conjugou os hábitos de leitura e preferências estilísticas de seu público, produzindo uma recriação fiel do clássico de Lu Xun”.

Esta “dramatização” exigiu o uso, por parte do autor premiado, de “um novo método de tradução literária, no qual se quebram as convenções habituais da tradução”. Houve, assim, o “reforço do texto original consoante o impacto das situações dramáticas e a tensão das caracterizações”, atribuindo “uma nova vitalidade às histórias já canonizadas daquele grande escritor chinês”. Nesse contexto, “Sinedino expressou sua confiança de que seu novo trabalho propiciará uma nova experiência de leitura para os aficcionados lusófonos da literatura chinesa”, destacou.

Giorgio Sinedino também se tem destacado nas edições em Macau, tendo lançado, em 2022, na Fundação Rui Cunha, o livro “Confúcio – O Fundador da Tradição”, uma iniciativa do Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português da Universidade de Macau (UM).

Xangai | Lançado centro internacional para o yuan digital

O banco central da China anunciou ontem a criação de um centro internacional de operações para o yuan digital, em Xangai, no âmbito de novas medidas destinadas a reforçar o papel da cidade como centro financeiro global.

O anúncio teve lugar durante a abertura do Fórum de Lujiazui, um evento anual focado nas reformas do sistema financeiro chinês, onde o governador do Banco Popular da China (banco central), Pan Gongsheng, revelou ainda outras iniciativas, como a criação de um repositório de dados para transações nos mercados interbancários e novas ferramentas estruturais de política monetária.

As medidas visam melhorar a supervisão financeira e promover a inovação em áreas como o comércio internacional e as finanças digitais, incluindo também a criação de uma agência de informação de crédito e o incentivo à utilização da moeda chinesa em contratos de futuros cambiais.

Pan afirmou que o centro para o yuan digital, designado e-RMB, tem como objetivo “facilitar o desenvolvimento de serviços relacionados com a moeda digital em mercados internacionais”.

O responsável destacou ainda que a transformação do quadro de política monetária é “um processo gradual e contínuo”, acrescentando que o banco central continuará a avaliar e ajustar os seus instrumentos para sustentar a estabilidade financeira.

A iniciativa surge numa altura em que Pequim procura reforçar o papel global do yuan, num contexto de tensões comerciais com os Estados Unidos e na sequência das sanções impostas pelo Ocidente à Rússia. Em 2024, a utilização da moeda chinesa em transações transfronteiriças atingiu níveis recorde, impulsionada pelas trocas entre a China e a Rússia.

O crescimento do comércio liquidado em yuan foi também impulsionado pelas linhas de câmbio que Pequim abriu com a Arábia Saudita, Argentina e Mongólia. Novos bancos de compensação para o yuan foram ainda estabelecidos no Laos, Cazaquistão, Paquistão, Brasil e Sérvia.

Tecnologia | China consegue comunicação laser com satélite cinco vezes mais rápida que a da Starlink

Uma equipa de cientistas chineses afirma ter conseguido transmitir dados de um satélite geoestacionário para a Terra a uma velocidade de 1 gigabit por segundo (Gbps) utilizando um laser de apenas 2 watts de potência. O avanço, segundo a equipa de cientistas chineses, traduz-se numa ligação cinco vezes mais veloz do que a oferecida pelo sistema Starlink, da SpaceX, do empresário Elon Musk.

A experiência foi realizada com um satélite a uma altitude de 36.000 quilómetros e um telescópio terrestre de 1,8 metros localizado na província de Yunnan, no sudoeste do país, noticiou ontem o diário South China Morning Post, com sede em Hong Kong. A tecnologia foi capaz de reduzir significativamente as distorções causadas pela turbulência atmosférica, um dos principais obstáculos a este tipo de comunicação.

De acordo com o estudo, publicado por investigadores da Universidade de Correios e Telecomunicações de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências, a equipa combinou duas técnicas bem conhecidas – óptica adaptativa e receção de diversidade modal – para melhorar a fiabilidade do sinal. Com este método, a taxa de sinal útil aumentou de 72 por cento para 91,1 por cento.

Os cientistas afirmam que a tecnologia permitirá transferências rápidas de dados sensíveis ou de grande volume, mesmo a partir de órbitas elevadas, embora a identidade do satélite utilizado não tenha sido especificada.

Nos últimos anos, a China intensificou o desenvolvimento de tecnologias de comunicação a laser baseadas no espaço. Em 2020, o satélite chinês Shijian-20 atingiu um recorde mundial de transmissão a 10 Gbps, embora os pormenores técnicos permaneçam confidenciais.

Pequim identificou a integração das redes espaciais e terrestres como uma prioridade estratégica para as futuras gerações de comunicação, como a 6G.

Ásia Central | Xi anuncia mais investimento no desenvolvimento da região

A Cimeira China-Ásia Central, que contou com a participação de seis países da região, terminou com a assinatura de vários acordos e o reforço substancial do investimento chinês em projectos de desenvolvimento

 

A China anunciou, na terça-feira, que vai investir este ano 1,5 mil milhões de yuan na Ásia Central, em projectos de subsistência e desenvolvimento na região, de crescente importância geoestratégica. Os seis países participantes na Cimeira China-Ásia Central também assinaram um pacto de “amizade permanente”.

“A China está disposta a fornecer 1,5 mil milhões de yuan em assistência financeira aos países da Ásia Central este ano para apoiar projectos de subsistência e desenvolvimento de interesse comum para cada país”, disse o Presidente chinês, Xi Jinping, na cimeira realizada em Astana.

Xi saudou a assinatura do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável Permanente como um marco nas relações entre as seis nações. O acordo representa “um esforço inovador na diplomacia de vizinhança da China – uma contribuição para o nosso tempo que beneficia as gerações futuras”, descreveu.

A China tem tratados semelhantes com a Rússia e o Paquistão. Xi também enfatizou a necessidade de cooperação num mundo que está a “entrar num novo período de turbulência e transformação”.

“Não haverá vencedores na guerra tarifária e comercial. Os defensores do proteccionismo e do hegemonismo prejudicarão tanto os outros como a si próprios”, afirmou Xi, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Xi anunciou ainda a criação de três centros de cooperação no âmbito do quadro de cooperação China-Ásia Central, com foco na redução da pobreza, intercâmbios educacionais e combate à desertificação, juntamente com uma plataforma de facilitação do comércio.

Esta é apenas a segunda vez que a cimeira é realizada, sendo que a primeira edição ocorreu na cidade chinesa de Xian, em 2023. Os esforços reflectem o envolvimento cada vez maior da China com a Ásia Central, que no passado se concentrou em áreas como infraestruturas, incluindo oleodutos, ligações ferroviárias e projetos de mineração.

A Ásia Central ocupa um lugar de destaque na iniciativa chinesa Faixa e Rota – um gigantesco plano de investimentos em infraestruturas que engloba 65 países, compreendendo aproximadamente 62 por cento da população do planeta e 30 por cento do Produto Interno Bruto global.

Segurança na agenda

“Os dois países devem reforçar ainda mais a cooperação em matéria de aplicação da lei, segurança e defesa, combater conjuntamente as ‘três forças’ [terrorismo, separatismo e extremismo] e melhorar a colaboração em matéria de cibersegurança”, afirmou Xi, referindo-se a uma conversa mantida com o Presidente do Turquemenistão, Serdar Berdimuhamedov.

A presença de Pequim na segurança da região está a aumentar gradualmente, através de exercícios conjuntos de contraterrorismo e programas de formação e ajuda militar.

É o caso do Tajiquistão, país com uma longa fronteira com o Afeganistão, que a China teme que possa facilitar a incursão de terroristas da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur na região chinesa de Xinjiang para realizarem operações.

Nas conversações com o Presidente tajique, Emomali Rahmon, Xi apelou a uma cooperação mais profunda em matéria de aplicação da lei e segurança para combater as “três forças”. Rahmon comprometeu-se a “reforçar a coordenação com Pequim, para que a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) desempenhe um papel mais importante”.

A SCO tem sido o principal fórum multilateral de interação entre a China e toda a região. O agrupamento político, económico e de segurança foi fundado em 2001 pela China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão, sublinhando um compromisso com a “neutralidade permanente”.

Xi também manteve conversações separadas com o Presidente quirguiz, Sadyr Japarov, na terça-feira, e descreveu a relação entre os dois países como “a melhor de sempre”. O chefe de Estado chinês afirmou que a construção da ferrovia China–Quirguistão-Uzbequistão é uma prioridade máxima.

Xi instou o homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, a acelerar os projectos ferroviários transfronteiriços e as melhorias na infraestrutura portuária. “Pequim e Astana devem agir como um forte apoio mútuo em tempos turbulentos”, reforçou.

Qing 情como fundamento da ética naturalista de Xun Zi

Li Chenyang

INTRODUÇÃO

XUNZI (荀子) é um ético naturalista. Para ele, a moralidade não provém nem do divino nem da razão pura. No centro da sua filosofia moral está o conceito de propriedade ritual (lĭ禮).1As regras de propriedade ritual são estabelecidas para regular as actividades humanas, de modo a que a sociedade possa acomodar os sentimentos e desejos humanos apropriados com recursos limitados. Mas que tipo de sentimentos e desejos são apropriados? Para Xunzi, estes são determinados tanto por razões naturais como por razões sociais. São determinados em bases naturais, uma vez que as necessidades biológicas e psicológicas humanas têm uma base natural. No entanto, as bases naturais por si só não são adequadas, uma vez que a nossa tendência natural inata é para a satisfação egoísta e conduz à competição e ao caos. Também tem de haver bases sociais para determinar os tipos e quantidades apropriados de sentimentos e desejos. Os fundamentos sociais baseiam-se em recursos limitados e na necessidade de satisfazer os sentimentos e desejos de outras pessoas. Estas considerações sociais exigem que as pessoas ajustem os seus sentimentos e desejos de acordo com as suas respectivas posições sociais e com os níveis viáveis de bens que podem ser disponibilizados para que possam ser satisfeitos sem causar o caos. Quando as pessoas estão habituadas a regras de correcção ritual, podem interiorizá-las e tornar-se pessoas moralmente cultivadas. Uma sociedade que é regulada efectivamente pela propriedade ritual e que está cheia de pessoas moralmente cultivadas é uma boa sociedade.

Intimamente associados à compreensão de Xunzi dos desejos humanos estão três conceitos, xìng 性, qíng 情 e yù 欲. Xunzi define xing como “o que nasce naturalmente assim” em nós (Xunzi, Capítulo 22, Zhengming; ver Knoblock 1994: 127, 136). Embora xing tenha frequentemente
sido traduzido como “natureza (humana)” (e.g., Chan 1963: 128), “natureza” pode ser demasiado rígido para o significado de xing, uma vez que Xunzi defende que, apesar de xing ser má à nascença,
pode ser transformada através de um processo de cultivo moral; assim, a “tendência natural” pode ser mais apropriado para traduzir xing. Xunzi descreve qing como o “material” ou o “corpo” (zhì 質) de xing (Capítulo 22; ver Knoblock 1994: 136). Especificamente, Xunzi diz que “o gosto, o desgosto, o prazer, a raiva, a tristeza e a alegria de xing são chamados qing” (Knoblock 1994: 127). Finalmente, Xunzi caracteriza yu como respostas (yìng 應) a qing (Knoblock 1994: 136). Muitas vezes traduzido como “desejo”, yu representa o que uma pessoa quer. Na visão de Xunzi, os seres humanos nascem com qing; em resposta a qing, chegamos a yu ou desejamos coisas.2 Se o coração-mente (xīn 心 ) decide satisfazer certos desejos, motiva a pessoa a perseguir. Com regras de propriedade ritual, os humanos podem controlar e transformar a sua tendência natural, cultivar qing e regular yu, resultando numa sociedade ordenada.

Uma questão muito discutida é como é que Xunzi explica o primeiro aparecimento da bondade moral, dado que ele pensa que as nossas tendências naturais são más. Existem inúmeras propostas. Fung Yu-lan defende que, embora Xunzi defenda que a tendência inata dos seres humanos é má, eles estão equipados com uma capacidade natural de adquirir conhecimento, uma capacidade de usar a sua inteligência (zhì 知). A inteligência permite que os seres humanos percebam que não podem viver bem sem organização social, e que não pode haver organização social funcional sem moralidade.

Apercebendo-se desta necessidade, os primeiros líderes da civilização chinesa conceberam um sistema moral (Fung 1961: 365). A. C. Graham tem uma visão diferente sobre a origem da bondade moral para Xunzi. Segundo ele, de acordo com Xunzi, os seres humanos possuem desejos bons e maus, e a sua tendência natural é má porque os desejos bons e maus estão misturados de forma “anárquica” (Graham 1989: 248). Na opinião de Graham,

Xunzi defende que em xing existem tanto desejos de “rectidão” (yì 義) como desejos de lucro (lì 利 ), que entram em conflito entre si. A pessoa inteligente pode aprender a desejar a ordem. Uma pessoa assim “pode, através de uma acumulação incessante de pensamentos e esforços severos, levar os seus desejos contraditórios à ordem” (Graham 1989: 248). Por conseguinte, os bons desejos dão origem e promovem a bondade.

Alguns autores, como Zhicheng Zhou e Kim-Chong Chong negam que Xunzi pense que xing é mau. Zhou argumenta explicitamente que Xunzi defende que xing é “pǔ 樸”, ou seja, simples, natural e sem adornos. Ele sustenta que, por ser apenas natural e não mau, nada o impede de se tornar bom (Zhou 2007). Chong argumenta que, para Xunzi, os seres humanos possuem desejos e capacidades que vão para além dos desejos e sentimentos sensoriais e apetitivos básicos.

“Estes desejos implicam, ao mesmo tempo, a necessidade de segurança e as capacidades de prudência, refinamento e, por conseguinte, de estabelecimento de princípios rituais” (Chong 2008: 71). Argumentei que, embora Xunzi defenda que os seres humanos nascem com mau xing, ou seja, que os desejos humanos sem regulação tendem a conduzir a más consequências, eles consideram que a aversão dos primeiros líderes sociais ao caos é a motivação directa para estabelecerem a ordem na sociedade humana (Li 2011).

Embora muita tinta tenha sido derramada sobre o conceito de xing de Xunzi, é o qing, mais do que qualquer outra coisa, que serve como chave para a sua ética naturalista. A ética de Xunzi baseia-se na transformação de xing e na regulação efectiva de yu com propriedade ritual. Xing é constituído por qing como seu material; yu é despertado por qing. Xunzi afirma que, numa sociedade civilizada, “as regras de propriedade ritual são estabelecidas em correspondência com qing” (Capítulo 19, Lilun; ver Knoblock 1994: 69).

Por conseguinte, qing é o elemento fundamental da filosofia moral de Xunzi. Como termo intermédio entre xing e yu, qing é crucial para a nossa compreensão dos dois conceitos e da sua teoria moral. Infelizmente, a descrição de Xunzi sobre qing está espalhada por vários capítulos do Xunzi e, por vezes, Xunzi parece dizer coisas inconsistentes sobre o assunto.

Para compreender com precisão a sua noção de qing, precisamos delinear vários matizes dos seus significados. Este capítulo inicia um estudo cuidadoso da noção de qing de Xunzi. Através de uma análise matizada das evidências textuais, mostro como a ética naturalista de Xunzi se baseia na sua compreensão dos diferentes matizes dos sentimentos humanos.

(continua)

Casinos-satélite | DSAL acompanha situação de 70% dos funcionários

O Governo enviou pessoal aos casinos-satélite que vão encerrar para oferecer aconselhamento legal, encaminhamento para empregos e formação profissional. As autoridades acompanharam quase 3.900 trabalhadores, cerca de 70 por cento dos recursos humanos dos casinos que vão fechar

 

As autoridades estão no terreno a tentar ajudar os trabalhadores dos casinos-satélite que vão encerrar no fim do ano. Pelo menos, de acordo com o trabalho de acompanhamento feito por equipas da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que enviou na segunda-feira 62 inspectores a 10 casinos-satélite e três casas de máquinas de slot.

Segundo um comunicado divulgado na terça-feira à noite pela DSAL, foram organizadas 38 sessões pelas operadoras de jogo, com a supervisão da DSAL, sobre direitos laborais. Além disso, as equipas da DSAL prestaram aconselhamento legal e sobre opções de formação profissional, além de terem sugerido encaminhamento para empregos aos profissionais dos espaços que vão encerrar.

No total, as sessões de aconselhamento contaram com a participação de 3.878 trabalhadores, o que representa quase 70 por cento de toda a força de trabalho dos casinos-satélite que vão fechar. A DSAL acrescentou que irá continuar a organizar este tipo de sessões de esclarecimento sobre direitos laborais e encaminhamento dos trabalhadores.

Encontro de vontades

Ao longo desta semana, a DSAL e as três concessionárias de jogo sob cujas licenças se realizam as operações de jogo dos casinos-satélite organizaram sete sessões de emparelhamento e entrevistas de emprego. A primeira concessionária a participar foi a SJM Resorts, que na segunda-feira fez 84 entrevistas, a 87 profissionais inscritos, para empregos com funções de atendimento ao cliente, alimentação e bebidas e gestão de instalações em oito locais. As outras duas sessões ocorreram na terça-feira e ontem e foram acompanhadas por pessoal da DSAL.

Entretanto, alargando o escopo dos destinatários a todos os residentes de Macau, a DSAL anunciou ontem que vai organizar seis feiras de emprego, com 418 vagas disponíveis, para um leque de empresas ligadas ao sector.

No dia 25 de Julho, vai decorrer a sessão de emparelhamento em que a Venetian Macau irá oferecer 50 vagas para especialista no desenvolvimento de clientes (serviços premium). Na tarde de 27 de Junho, é a vez da Nova Galaxy Entretenimento disponibilizar 177 vagas de emprego para subchefe de cozinha, chefe de equipa de cozinheiros, cozinheiro sénior, chefe de restauração, empregado de mesa, empregado de bar e mestre de chá.

Na manhã de 30 de Junho realiza-se a sessão de emparelhamento para a SLOT – Sociedade de Lotarias e Apostas Mútuas de Macau, com 17 vagas para chefe de auditoria de TI, funcionário de atendimento ao cliente, operador de central telefónica, empregado administrativo e bilheteiro.

As sessões de feira de emprego incluem na SEMAC – Companhia de Segurança de Macau, empresas de gestão de propriedades e condomínios, e empresas de comércio de artigos de roupa. As inscrições abriram esta manhã e os interessados podem inscrever-se no site da DSAL até ao meio-dia da próxima segunda-feira.

Startups | Debate na FRC analisa papel de Macau como plataforma

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, uma conferência subordinada ao tema “Macau como Porta de Entrada às Oportunidades de Investimento nas Start-Ups Tecnológicas”.

Trata-se de um evento organizado pela AEIMCP – Associação para o Empreendedorismo e Inovação Macau – China e Países de Língua Portuguesa, tendo como oradores Rui Ferreira, ex-CEO da Portugal Venture e Sócio-Gerente da Nascente Value Accelerator; Paulo Andrez, empresário, autor e Presidente Emérito da EBAN (European Business Angel Network); e Ana Barjasic, membro do conselho do EIC (Conselho Europeu de Inovação). A moderação fica a cargo de Marco Duarte Rizzolio, Presidente da AEIMCP.

Segundo uma nota da FRC, o debate gira em torno da ideia de Macau poder “servir de ponte fundamental para fomentar a inovação e o investimento em start-ups tecnológicas, ligando a China, os Países Lusófonos e os mercados globais”.

Pretende-se também “explorar oportunidades, desafios e estratégias, para alavancar a posição única de Macau e impulsionar a inovação e o crescimento do investimento”, referiu Marco Rizzolio, citado pela mesma nota.

UM / Hengqin | UMTEC pede empréstimo de mais de 135 milhões

O dinheiro vai servir para cobrir as necessidades de financiamento mais imediatas da segunda fase do novo campus. Os custos da concessão do terreno, pagos às autoridades do Interior, superaram 1,40 mil milhões de patacas

 

A UMTEC, empresa de investigação da Universidade de Macau, pediu um empréstimo de 137,60 milhões de patacas (122,38 milhões de renminbis) para financiar as obras do novo campus na Ilha da Montanha. A informação foi divulgada no portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP).

“Tendo em perspectiva o progresso da construção do campus e o aumento das necessidades de financiamento, a UMTEC pediu um empréstimo bancário de curto prazo de 123 milhões de renminbis junto do Banco Tai Fung, em Junho de 2025”, é revelado no portal.

De acordo com a mesma informação, o empréstimo tem como fiadora a Fundação para o Desenvolvimento da Universidade de Macau, e o dinheiro destina-se a cobrir as necessidades mais imediatas da construção da segunda fase do novo campus.

Em relação à devolução posterior do dinheiro ao banco, é igualmente adiantado que a Universidade de Macau fez um pedido para que a Fundação Macau transfira a verba, mais tarde, para a UMTEC. O valor dos juros que vão ser pagos não foi revelado, nem o prazo de devolução do dinheiro.

A informação divulgada aponta também que a UMTEC ajudou a financiar a empresa Guangdong Hengqin UM Higher Education Development, criada pela UM no Interior, para construir o novo campus. A primeira fase, que implicou a obtenção do terreno, teve um custo de 977 milhões de renminbis, uma verba superior a 1,40 mil milhões de patacas.

Para 10 mil alunos

De acordo com os planos anunciados anteriormente pela UM, o terreno do novo campus está dividido em nove lotes, dos quais seis vão ser utilizados para construir laboratórios, faculdades, e outras instalações universitárias, enquanto outros três lotes se prendem com a obrigação da UM de construir as estradas da Zona de Cooperação Aprofundada.

A UM tem de construir um campus internacional na Ilha da Montanha, com a chancela do Governo da RAEM, virado para o ensino e investigação nas áreas da ciência, engenharia, agricultura e medicina. São esperados pelo menos 10 mil alunos no campus que deverá ficar concluído até 2028, ano em que iniciará as operações com 8 mil alunos, dos quais 4 mil a frequentarem licenciaturas. Espera-se também que o campus necessite de cerca de 500 funcionários para operar, não sendo ainda claro se a UM vai optar por residentes locais ou dar prioridade os residentes do Interior.

Novo fundo

Além do empréstimo, a UMTEC criou um fundo de 10 milhões de patacas apoiar empresas que possam surgir no âmbito da investigação da instituição e contribuir para “o desenvolvimento sustentável” das operações a longo prazo.

O fundo foi ainda explicado com a vontade de promover uma maior coordenação entre as vertentes da investigação e os alunos. Ao mesmo tempo, este dinheiro vai servir para fazer face a despesas inesperadas.

UMTEC tem como principais accionistas a Universidade de Macau, com uma participação de 99 por cento, e o Fundo Educativo, accionista minoritário, com uma participação de 1 por cento.

Habitação Económica | Publicada lista de concurso de 2023

O Instituto de Habitação (IH) publicou ontem a lista definitiva do concurso de habitação económica de 2023, de acordo com um comunicado oficial. No total, foram admitidas 5.128 candidaturas e excluídas 1.434.

A lista provisória de ordenação das candidaturas ao concurso de habitação económica de 2023 tinha sido publicada a 13 de Novembro de 2024. Todavia, entre 13 e 28 de Novembro de 2024, o IH admitiu ter recebido 95 reclamações, o que levou a que 52 candidaturas, mais de metade das inicialmente excluídas, fossem admitidas. Um total de 43 candidaturas foi mantido como excluído.

Os candidatos podem consultar a situação de candidatura através do sistema de consulta da ordenação na página electrónica do IH, do WeChat e do telefone com sistema de atendimento interactivo disponível 24 horas (8490 1300).

As listas encontram-se afixadas desde ontem e ficam até 3 de Julho no quadro de avisos no exterior do Edifício Cheng Chong, sito na Rua do Laboratório e na Travessa do Laboratório, Macau.

Em relação à lista definitiva de ordenação, os candidatos podem interpor recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, sem efeito suspensivo, o que significa que a venda das casas não vai ser afectada, mesmo que se venha a apurar que a Administração errou.

Nacionalismo | UPM fez concurso sobre Constituição e Lei Básica

Um aluno da Universidade Politécnica de Macau (UPM) venceu o concurso de discursos intitulado “Eu, a Constituição e a Lei Básica”, para comemorar o 32.º aniversário da promulgação da Lei Básica da RAEM. Segundo um comunicado divulgado ontem pela UPM, o vencedor foi Zeng Shenghong, um estudante da Licenciatura em Ensino da Língua Chinesa como Língua Estrangeira.

O aluno conquistou o primeiro lugar com o tema “Sob a Bandeira Vermelha com Cinco Estrelas Hasteada ao Vento, as Leis Nacionais Acompanham os Meus Passos”, onde contou histórias sobre hastear a primeira bandeira nacional em Macau, e as experiências como porta-bandeira da Guarda de Honra da Bandeira Nacional da UPM. A universidade indica que o aluno “simbolizou o profundo significado da implantação da Nova China em 1949.

A iniciativa foi organizada pela Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau, pela Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude e pelo Instituto para os Assuntos Municipais.

Portugal | MP local recolhe provas para investigação a Rita Santos

O Ministério Público da RAEM está a “promover as diligências de investigação e de recolha de provas” sobre a eventual prática em Macau “de crime contra a Lei Eleitoral de Portugal”. As diligências foram requisitadas por Portugal, ao abrigo de um pedido de cooperação judiciária, devido a queixas de irregularidades nas eleições legislativas portuguesas

 

Ontem, circularam em grupos de Facebook publicações em chinês que indicavam que Rita Santos teria sido ouvida no Ministério Público (MP) da RAEM na sequência da investigação que corre no Ministério Público português decorrente de queixas que acusavam a dirigente da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) de cometer ilegalidades durante as eleições legislativas portuguesas.

O HM enviou questões ao MP local para apurar se Rita Santos terá sido interrogada, a pedido da entidade congénere portuguesa. A resposta chegou através de um comunicado em que as autoridades locais confirmam diligências, sem identificar directamente a ex-conselheira das Comunidades Portuguesas.

“O Ministério Público de Macau recebeu um pedido de cooperação judiciária formulado pelo órgão judicial da República Portuguesa, acerca de um caso criminal relacionado com as eleições para a Assembleia da República em Portugal, o qual envolve um indivíduo que terá praticado crime contra a Lei Eleitoral de Portugal em Macau. Para esse efeito, o Ministério Público está a proceder aos procedimentos necessários nos termos de lei, e a promover as diligências de investigação e de recolha de provas em conformidade com o pedido concreto do órgão judicial da parte portuguesa”, revelou o MP local.

Cartas e chamadas

O HM tentou contactar por várias vezes a ex-conselheira, que abandonou o cargo no Conselho das Comunidades Portuguesas para se candidatar às próximas eleições para a Assembleia Legislativa de Macau, mas até ao fecho desta edição não recebeu resposta, inclusive a mensagens onde foi detalhada a razão dos contactos telefónicos.

As polémicas e alegações de interferências da dirigente da ATFPM nas eleições portuguesas têm-se repetido ao longo dos últimos sufrágios. Nas eleições de 2024, o Partido Socialista apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) contra Rita Santos e a ATFPM, indicando que várias pessoas terão recebido telefonemas de alegados membros da associação a indicar que “tratavam de tudo”, bastava o eleitor ir à sede da ATFPM com as cartas contendo boletins de voto para as eleições portuguesas.

Essa queixa acabou por ser enviada pela CNE para o MP português. Também este ano, os socialistas voltaram a apresentar queixa à CNE por alegadamente ter sido “reportada e observada a presença de indivíduos que se identificam como ‘voluntários’ à porta de uma estação dos correios de Macau, abordando eleitores para indicar onde devem votar”.