Fundo de Segurança Social | Chan Pou Wan nomeada presidente

Chan Pou Wan foi nomeada presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social (FSS), de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. A presidente ocupa o cargo desde Dezembro, como substituta, sendo a nomeação agora oficializada.

O despacho assinado por O Lam, secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, indica que a nomeação vai vigorar durante um ano, a partir de amanhã.

Chan Pou Wan é licenciada em Finanças pela Universidade de Jinan, e em Administração Pública, pela Universidade da Ásia Oriental de Macau, antiga designação da Universidade de Macau. Além disso, a presidente tem um mestrado em Gestão na South China Normal University.

Em termos de currículo profissional, toda a vida profissional declarada por Chan Pou Wan foi passada na Administração Pública. A presidente do FSS ingressou em 1988 na então Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, onde permaneceu até 2006, desempenhando funções de técnica, técnica superior, adjunta, chefe da divisão e chefe de departamento.

Em Fevereiro de 2006, Chan Pou Wan muda-se para a ainda Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, onde permaneceu até 2010. Aqui voltou a desempenhar as funções de técnica superior e de chefe de divisão.

Finalmente, em 2010, ingressou no FSS onde assumiu as funções de vice-presidente do Conselho de Administração. Agora, é promovida a presidente, naquela que é a função mais importante do seu currículo.

Sufrágio indirecto | Lei Chan U de fora das listas ligadas aos Operários

A Federação das Associações dos Operários de Macau apresenta pela primeira vez duas listas ao sufrágio indirecto no sector do trabalho. Fora da corrida está Lei Chan U, que para se manter deputado pode participar no sufrágio directo ou ser nomeado pelo Chefe do Executivo

 

O deputado Lei Chan U está fora das duas listas ligadas à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) que participam no sufrágio indirecto pelo sector do trabalho. É a primeira vez desde a criação da RAEM que os dois lugares do sector do trabalho são disputados por mais do que uma lista. No entanto, o domínio da FAOM vai continuar a ser absoluto, dado que todos os quatro candidatos fazem parte da associação, como vice-presidentes.

Lei Chan U é deputado desde 2017 e foi sempre eleito através de sufrágio indirecto pela lista Comissão Conjunta da Candidatura das Associações de Empregados, a única a participar nas eleições no sector laboral desde 2001.

Todavia, de acordo com os dois nomes apresentados ontem da Comissão Conjunta da Candidatura das Associações de Empregados, citados pelo Jornal Ou Mun, Lei Chan U ficou de fora. No pólo oposto, o também deputado Lam Lon Wai foi mantido cabeça-de-lista, como acontece desde 2017.

No segundo lugar da lista CCCA surge agora Kong Ioi Fai, que é membro do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social e vice-presidente FAOM. Também Lam Lon Wai é vice-presidente da FAOM.

Na apresentação da lista, Lam Lon Wai citou o “espírito dos discursos de Xi Jinping” durante a viagem a Macau no final do ano passado, e insistiu na necessidade de garantir a elevação da qualidade da governação.

Lam Lon Wai prometeu ainda que a lista vai defender “os direitos e interesses da classe trabalhadora”, acompanhar “as exigências dos operários” e “reflectir junto do Governo a voz das classes trabalhadoras”. Além disso, o deputado prometeu “participar activamente na política e contribuir para a prosperidade e estabilidade de Macau”.

Neste cenário, para se manter como deputado, Lei Chan U pode ser nomeado pelo Chefe do Executivo ou participar na lista do sufrágio directo da FAOM, que dada a diminuta participação poderá eleger três deputados. Os actuais deputados da lista do sufrágio directo da FAOM são Ella Lei Cheng I e Leong Sun Iok.

A outra lista

Por sua vez, a lista União das Associações de Trabalhadores é igualmente constituída por vice-presidentes da FAOM. Naquela que é uma estreia no sufrágio indirecto, a lista vai ser liderada por Leong Pou U. No segundo lugar surge Choi Kam Fu.

Na altura de apresentação da lista, de acordo com o jornal Ou Mun, Leong Pou U prometeu respeitar os princípios de justiça, responsabilidade e progresso ao participar nos assuntos sociais.

Leong Pou U afirmou também que a protecção integral dos direitos e interesses dos trabalhadores só pode ser alcançada com a melhoria da legislação laboral e a criação de um ambiente de trabalho em que todos os trabalhadores se sintam encorajados a contribuir para o crescimento económico, harmonia e estabilidade da sociedade de Macau.

O cabeça-da-lista defendeu também que o Governo só deve permitir a contratação de não-residentes para as situações em que é impossível contratar mão-de-obra local. As duas listas fizeram-se acompanhar por Ho Sut Heng, presidente da FAOM.

Eleições | “Soldado de Mao” afirma-se inocente e diz que esteve seis dias sem conseguir tomar banho

Acusado de corrupção eleitoral e de possuir um negócio ilegal de Mahjong, Wong Wai Man voltou ontem à carga para clamar a sua inocência. O presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço diz ter sido “provocado” para subir até ao telhado onde esteve algumas horas, além de ter estado seis dias sem poder tomar banho ou trocar de roupa

 

O panorama das eleições legislativas para o hemiciclo já ferve. Além de estas serem as eleições com o menor número de listas candidatas desde a criação da RAEM, a polémica está instalada com o quase candidato Wong Wai Man, que tentou submeter a sua candidatura, sem sucesso.

Conhecido também como o “Soldado de Mao” e “Capitão de Macau”, e depois de ter sido acusado de corrupção eleitoral e de possuir um negócio ilegal de Mahjong, eis que Wong Wai Man voltou ontem à carga para dar explicações: recusa as acusações de que é alvo, diz ter sido perseguido pelas autoridades e refere como “tortura” a forma como foi tratado aquando da sua detenção.

O presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço esteve, na segunda-feira, várias horas em cima de um telhado de uma casa feita com chapa metálica na Taipa, tendo sido socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Uma solução que diz ter sido “provocada” depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária (PJ), reencaminhado ao Ministério Público e receber a convocação do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que o acusa de possuir o negócio ilegal.

Wong Wai Man explicou que, pouco tempo depois de ter saído do gabinete do CCAC, na zona do NAPE, foi interceptado por um funcionário deste organismo que alegou a falta de assinatura em alguns documentos. Porém, não satisfeito com a situação, Wong Wai Man apanhou um táxi em direcção à Taipa, acabando por se refugiar no telhado. “Não tive outra opção, o CCAC queria perseguir-me até à morte. Por isso fiquei no telhado”, explicou.

Relativamente às acusações da prática de corrupção eleitoral, o homem diz que é pobre e que não tem condições financeiras para cometer esse tipo de ilegalidades. Sobre o alegado negócio ilegal de Mahjong, Wong Wai Man destacou que a sede da associação a que preside tem, de facto, mesas de Mahjong, mas apenas para usufruto dos sócios.

Sobre o uso de dinheiro nestes jogos, Wong Wai Man disse que sempre existiu um cartaz a dizer que era proibido haver apostas em dinheiro e que havia, na sede da associação, uma caixa para donativos, mas que tal se destinava a apoios voluntários dos sócios para ajudar ao funcionamento da associação.

Isto porque, segundo este, além de ser presidente é também o único a suportar todas as despesas da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, nomeadamente as relacionadas com a renda, água e luz, tendo em conta que desde 2014 que a entidade não recebe subsídios.

Uma coisa é certa: a sede da associação irá fechar portas amanhã devido ao fim do contrato de arrendamento. Wong Wai Man diz que, por enquanto, não vai procurar uma nova morada para a associação pois, para já, tem em mãos um assunto mais premente: a procura de um lugar para viver. Wong Wai Man fazia da sede da associação a sua casa.

Lição para a vida

Apesar de ter perdido a oportunidade de submeter uma lista e ser candidato às eleições para a Assembleia Legislativa pela via directa, Wong Wai Man argumentou que o mais importante foi participar em todo o processo e aprender coisas novas. O “Capitão de Macau” referiu ainda que se dedica à sociedade de coração e não por egoísmo. O seu ideal é fazer coisas com justiça em prol da sociedade, uma vez que defende que as associações tradicionais não defendem o povo.

Wong Wai Man contou ainda aos jornalistas um episódio pessoal para justificar a sua participação nas causas sociais e públicas. “Em 2007 a minha esposa estava grávida e os hospitais convenceram-na a pôr término à gravidez porque a taxa de sobrevivência do bebé seria de 50 por cento, devido ao facto de ter sido detectada uma anomalia fetal depois dos exames. Insisti e o Governo acabou por pagar a operação no valor de 70 mil patacas. Por isso, quero dar a minha contribuição para retribuir um favor ‘ao céu'”, disse.

Seis dias sem banho

Segundo o jornal All About Macau, Wong Wai Man referiu ainda ter estado seis dias sem tomar banho e dormir, tendo permanecido uma semana desaparecido até se apresentar junto do CCAC esta segunda-feira. Antes de o fazer, este referiu ter estado um total de seis dias detido, o que para si foi “uma tortura”, e que no total esteve todo esse tempo sem tomar banho, dormir ou trocar de roupa. No domingo, terá conseguido voltar a casa.

“Ontem à noite [terça-feira] consegui finalmente dormir bem e tomar banho. Fiquei seis dias sem poder tomar banho ou trocar de roupa”, explicou. A subida ao telhado da casa na Taipa foi também uma forma de protesto pela forma como terá sido tratado, assegurou.

A detenção teve lugar na madrugada de quarta-feira passada, dia 11, entre as 3h e as 4h da manhã, com o argumento de que Wong Wai Man manteria um negócio ilegal de Mahjong. Foi então que ficou detido durante 48 horas numa esquadra na Taipa, tendo depois sido transferido para as instalações do Ministério Público (MP) para continuar a prestar declarações.

Depois desse processo, foi notificado para se apresentar junto do CCAC, tendo assinado os documentos pedidos. De seguida, foi novamente detido por mais 48 horas e transferido novamente para o MP. Quando, já na rua, foi novamente informado de que teria de voltar ao CCAC para assinar mais documentos, decidiu fugir e refugiar-se no telhado.

Taiwan | China critica “adulação” de Taipé aos EUA

O Governo chinês acusou ontem as autoridades de Taiwan de adularem Washington, após Taipé ter incluído duas empresas chinesas numa lista negra de entidades estrangeiras com as quais não se podem realizar transacções comerciais sem autorização expressa.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun afirmou que “a China opõe-se firmemente à politização da ciência, da tecnologia e dos assuntos económicos e comerciais por parte dos Estados Unidos”.

As declarações surgem depois de, segundo Pequim, sob pressão de Washington, Taiwan ter adicionado à sua lista de entidades a tecnológica Huawei e a principal fabricante de semicondutores da China, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC).

Guo criticou o que classificou como “generalização do conceito de segurança nacional”, “abuso dos controlos de exportação e da jurisdição extraterritorial” e a “repressão maliciosa contra a China”. “O comportamento das autoridades taiwanesas apenas prejudicará e destruirá Taiwan”, acrescentou o porta-voz.

Na mais recente atualização da lista de entidades da Administração de Comércio Internacional de Taiwan, publicada no fim de semana, figuram agora a Huawei, a SMIC e várias subsidiárias destas empresas, tanto chinesas como estrangeiras.

As novas regras obrigam as empresas taiwanesas a obterem autorização expressa de Taipé antes de poderem vender produtos ou tecnologia a essas companhias.

De acordo com a agência Bloomberg, as restrições vão limitar, pelo menos parcialmente, o acesso da Huawei e da SMIC a materiais e tecnologia taiwaneses relacionados com a produção de semicondutores para inteligência artificial (IA) e com a construção de fábricas do sector.

Taiwan alberga a TSMC, líder global na produção de semicondutores, uma tecnologia considerada crítica para a estratégia de auto-suficiência tecnológica da China, que ainda depende de terceiros para aceder às tecnologias mais avançadas.

FRC | Grande Baía na relação com a Europa em debate hoje

Decorre hoje, a partir das 18h30, mais um debate em torno da Grande Baía, projecto económico e político de Pequim que reúne 11 cidades: Macau, Hong Kong e 9 cidades da província de Guangdong. A Fundação Rui Cunha acolhe a conversa que visa perceber como se pode estabelecer uma relação frutífera com a Europa. É a “2ª Mesa Redonda da Região da Grande Baía – Europa”

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, mais uma sessão do ciclo de debates “Greater Bay Area” [Área da Grande Baía], promovida pelo CREDDM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau, e que se intitula “2ª Mesa Redonda da Região da Grande Baía – Europa”.

O evento de hoje reúne, segundo uma nota da FRC, “líderes empresariais e especialistas num encontro sobre as oportunidades e desafios que moldam as relações entre a Europa e a China, com especial enfoque nas cidades da Grande Baía: Guangdong, Hong Kong e Macau”.

Nesta fase, destaca a FRC, “as relações Europa-China encontram-se num momento crucial no meio das mudanças no cenário geopolítico global, incluindo as trazidas pela Administração Trump”, já que Donald Trump cumpre um segundo mandato à frente dos destinos da Casa Branca.

É também nesta fase que se celebram os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre a República Popular da China e a União Europeia, sendo que ambas as partes se preparam para a tão aguardada cimeira UE-China, prevista para Julho.

Desta forma, o debate pretende dar respostas a questões como “que papéis podem Macau, Hong Kong e a Região da Grande Baía desempenhar neste cenário em evolução?”, ou “Quais são as perspectivas para o comércio, o investimento e as trocas interpessoais sino-europeias?”.

Muitas expectativas

Segundo a FRC, o debate pretende também analisar “as expectativas geradas pela Cimeira UE-China do próximo mês”, sendo que “os participantes serão convidados a comentar a exposição da Grande Baía às actuais fricções comerciais internacionais e outras disputas económicas, nas perspectivas de Guangdong, Macau e Hong Kong”.

Haverá ainda outros tópicos abordados na conversa de hoje à tarde, como “o acesso das empresas europeias ao mercado da China continental e vice-versa, a contribuição da Grande Baía para o comércio e investimento China-UE no sector dos serviços”, ou ainda “os desafios para Macau e Hengqin, as oportunidades para as pequenas e médias empresas e propostas ou sugestões para o reforço dos laços sino-europeus”.

Os oradores e convidados são personalidades locais que, habitualmente, reflectem, trabalham e analisam estes temas, como é o caso Rui Pedro Cunha, presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau e Klaus Zenkel, vice-presidente da Câmara de Comércio Suíça do Sul da China e membro do Conselho para o Sul da China da Câmara de Comércio da União Europeia na China.

Destaque também para a presença de Li Xiaoying, vice-reitor do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Guangdong-Hong Kong-Macau e professor de Economia na Universidade Sun Yat-Sen, ou ainda Marco Wai, representante-chefe de Hong Kong e da Grande Baía na “8 Hours Ahead”, sendo ainda membro do Grupo de Investigação de Políticas da Cimeira da Juventude de Macau.

Jorge Costa Oliveira participará no debate via zoom, a partir de Portugal. Actualmente consultor e ex-Secretário de Estado da Internacionalização da Economia Portuguesa, Jorge Costa Oliveira viveu em Macau e esteve ligado, na qualidade de jurista, ao sector do jogo, conhecendo bem o território.

A conversa será orientada e moderada por José Sales Marques, ex-presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau e José Carlos Matias, director da revista Macau Business.

Israel/Irão | Pequim insta cidadãos chineses a abandonarem Israel “o mais rapidamente possível”

A Embaixada da China em Israel instou ontem os seus cidadãos a abandonarem o país o mais rapidamente possível através das passagens fronteiriças terrestres com a Jordânia e o Egipto, face à escalada do conflito com o Irão.

A missão diplomática recomendou “priorizar” a rota para a Jordânia e indicou que muitos cidadãos chineses entraram em contacto com a embaixada para perguntar sobre a reabertura dos aeroportos ou a retoma dos voos, segundo um comunicado.

As autoridades israelitas mantêm o espaço aéreo fechado e prorrogaram o estado de emergência nacional até 30 de Junho, acrescenta o texto.

A missão diplomática forneceu informações detalhadas sobre os requisitos, horários e taxas dos principais postos fronteiriços e comprometeu-se a garantir a continuidade dos serviços consulares para facilitar a saída dos cidadãos chineses.

A medida surge num contexto de forte escalada da guerra no Médio Oriente, após mais de uma semana de confrontos directos entre o Irão e Israel, que causaram centenas de mortos e aumentaram o risco de um conflito regional em grande escala.

A China expressou na segunda-feira a sua “profunda preocupação” com os ataques israelitas contra o Irão e pediu a todas as partes que “criassem as condições” para a retoma do diálogo, após confrontos que já causaram mais de 240 mortos entre os dois países.

Pequim já havia alertado os seus cidadãos em Israel e no Irão para que tomassem precauções extremas e evitassem zonas sensíveis.

Na segunda-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou a que “toda a gente saia de Teerão imediatamente”, lamentando que o Irão não tenha assinado um pacto nuclear com Washington e sublinhando que o país persa “não pode ter uma arma nuclear”.

Crime | Alerta para sofisticados golpes ‘online’ que afectam vítimas de todas as idades

As autoridades chinesas alertaram ontem para o crescente uso de plataformas digitais para cometer fraudes, num Livro Branco sobre crimes ‘online’ que indica que a idade média das vítimas no país é de 40 anos.

O documento, elaborado pelo órgão fiscal máximo do país, detalha que, em 2024, as autoridades processaram mais de 3.000 pessoas por crimes cometidos na Internet contra menores, o que representa um aumento homólogo de 14,1 por cento.

O relatório alerta que esses crimes já representam 7,3 por cento de todos os crimes cometidos por adultos contra menores, uma proporção superior aos 6,9 por cento registados no ano anterior. Paralelamente, uma campanha nacional de sensibilização contra fraudes por telecomunicações e redes sociais foi lançada este mês com a mensagem “A luta contra a fraude é uma matéria obrigatória”.

De acordo com dados divulgados pela televisão estatal CCTV, o valor mais alto defraudado num único caso ascendeu a 117 milhões de yuan (, embora a maior parte do dinheiro tenha sido recuperado pela polícia.

Entre as vítimas mais notáveis, estão pessoas de até 93 anos e crianças de apenas nove anos, e foram relatados casos em que a mesma pessoa foi vítima de três fraudes diferentes em apenas cinco dias.

As autoridades alertam que os criminosos adaptam constantemente os seus métodos a temas actuais, como auxílios estatais, inteligência artificial ou processos de admissão à universidade, e personalizam os golpes de acordo com o perfil de cada vítima.

O Livro Branco também sublinha a necessidade de reforçar o ambiente digital para os menores e exige maior responsabilidade por parte das plataformas ‘online’.

Astana | Xi reafirma influência da China na Ásia Central

Xi Jinping está na capital do Cazaquistão para participar na Cimeira Ásia Central – China que conta com a presença dos líderes das antigas repúblicas soviéticas da região

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se ontem, no Cazaquistão, com os líderes das cinco ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, onde Pequim se quer afirmar como a principal potência, em detrimento da Rússia e da sua influência histórica.

A cimeira Ásia Central – China, que decorre na capital cazaque, Astana, acontece dois anos após a primeira, realizada na China, e reúne Xi Jinping – que chegou na segunda-feira ao país – com os líderes do Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Turquemenistão.

Um “tratado de boa vizinhança, amizade e cooperação eternas” deve ser assinado, de acordo com a diplomacia cazaque. “Os líderes dos diferentes países traçarão juntos um novo roteiro para a cooperação futura”, disse Guo Jiakun, porta-voz da diplomacia chinesa.

Sob influência russa entre meados do século XIX e a queda da União Soviética em 1991, a Ásia Central, cuja localização geográfica entre a Ásia e a Europa é estratégica e rica em recursos naturais, é cobiçada pelas grandes potências que tentam competir com Moscovo. Embora os líderes da Ásia Central mantenham fortes laços com a Rússia, o declínio da influência deste país acentuou-se desde a guerra na Ucrânia.

As cinco antigas repúblicas soviéticas da região estão a aproveitar este interesse externo crescente e a coordenar as respectivas diplomacias, como demonstra a multiplicação das cimeiras “5+1”. Os países têm reunido neste formato com a China e a Rússia, mas também com a União Europeia (UE), os Estados Unidos e até mesmo a Turquia e outros países ocidentais.

“Os países da Ásia Central oscilam entre diferentes centros de poder, desejando proteger-se de uma dependência excessiva em relação a um único parceiro”, observou Narguiza Mouratalieva, uma analista da política externa da região, citada pela agência France Presse.

Posição russa

Na segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu “não temer” esta aproximação entre a China, um “parceiro estratégico privilegiado”, e os países da Ásia Central, “parceiros históricos naturais”.

Símbolo dessa concorrência, o Cazaquistão anunciou no sábado que os russos construirão a primeira central nuclear do país e os chineses provavelmente uma segunda. A China é o maior parceiro comercial da Ásia Central, com trocas comerciais avaliadas em 95 mil milhões de dólares em 2024, de acordo com as alfândegas chinesas, muito à frente da União Europeia e da Rússia.

A Ásia Central ocupa, por outro lado, um lugar de destaque na iniciativa chinesa Faixa e Rota – um gigantesco plano de investimentos em infraestruturas que engloba 65 países, compreendendo aproximadamente 62 por cento da população do planeta e 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) global.

“Nem a Rússia nem as instituições ocidentais são capazes de alocar recursos financeiros para infraestruturas tão rapidamente e em tal escala, por vezes contornando procedimentos transparentes”, explicou Narguiza Mouratalieva. As empresas chinesas estão também a multiplicar os acordos no domínio energético, procurando, por exemplo, gás no Turquemenistão, urânio no Cazaquistão e terras raras no Tajiquistão.

“A Ásia Central é rica em recursos naturais de que a economia chinesa, em pleno crescimento, necessita. Para Pequim, garantir um abastecimento ininterrupto desses recursos, contornando as rotas marítimas instáveis, é um objectivo importante”, sublinha a politóloga quirguiz.

Ao lado do poder

A China também se apresenta como apoiante dos regimes da Ásia Central, na sua maioria autoritários. Na cimeira de 2023, Xi Jinping apelou à “resistência às ingerências externas”, susceptíveis de provocar “revoluções” que derrubem os poderes instituídos.

“A Ásia Central faz fronteira com a região autónoma uigur de Xinjiang (e) Pequim considera a estabilidade dos Estados da Ásia Central como uma garantia da segurança das fronteiras no oeste” chinês, explicou Mouratalieva.

Droga | Homem detido e acusado de tráfico

Um trabalhador não-residente foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), depois de ter sido interceptado com drogas no valor de cerca de 100 mil patacas. O caso foi divulgado ontem pela polícia. O homem, com nacionalidade das Filipinas, trabalha numa empresa de limpeza.

Segundo os contornos apresentados pela PJ, e citados pelo Jornal Ou Mun, as autoridades receberam informações de que um trabalhador não-residente estaria envolvido no tráfico de droga em Macau.

As investigações levaram a que o homem fosse identificado, com a abordagem ao suspeito a ser feita no domingo, na zona central, perto da sua habitação. Entre a revista e as buscas ao domicílio foram apreendidos 12 pacotes de metanfetaminas com um total de 24,84 gramas. Foram ainda apreendidos 14 pacotes de cocaína, com um peso de 12,75 gramas, uma balança electrónica e 6.800 patacas em dinheiro, que as autoridades acreditam ser o resultado do tráfico da droga. O total dos estupefacientes foi avaliado em 98 mil patacas.

Quando foi interrogado pelas autoridades, o suspeito confessou que tinha sido contratado por um distribuidor de droga para vender os estupefacientes a outros cidadãos filipinos em Macau. Desde Maio, que fazia a distribuição das drogas. O detido confessou ainda ter tido um lucro de 8 mil patacas com a venda dos estupefacientes.

O caso foi encaminhado para o Ministério Público (MP), mas a PJ garante que vai investigar a origem dos estupefacientes, assim como o distribuidor principal.

Concurso público | Governo condenado a pagar 278 mil patacas

Um erro da empresa concorrente e uma correcção do IAM num concurso público esteve na origem de um diferendo judicial que terminou com uma indemnização de 278 mil patacas. Apesar de tudo, o Governo pagou um valor mais baixo do que o pretendido pela concorrente

 

O secretário para a Administração e Justiça foi condenado pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI) a pagar uma indemnização de 278 mil patacas, depois de ter cometido um erro num curso público de recuperação de áreas florestais. A consequência do erro foi divulgada pelo Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, e a decisão tomada a 2 de Abril.

Em causa, está a ponderação da experiência das empresas que concorreram ao concurso 4.ª Fase da Prestação de Serviços de Recuperação de Áreas Florestais, realizado em 2022. A identidade das empresas não foi revelada pelos tribunais.

Num primeiro passo, a empresa que agora venceu o caso em tribunal cometeu um erro e indicou ter realizado um trabalho para o IAM numa área de 2 hectares. O valor da proposta era de 2,78 milhões de patacas.

No entanto, o IAM, como conhecia este trabalho, corrigiu a informação sobre área onde os trabalhos foram feitos para 5 hectares, como de facto tinha acontecido. Com base nesta correcção, a empresa foi a melhor pontuada no concurso, pelo que lhe foi proposto o contrato para realizar parte dos trabalhos do concurso.

Após a proposta do contrato, e antes da assinatura do mesmo, o IAM voltou atrás e decidiu que não devia ter feito a correcção, por sua iniciativa. Como consequência, os trabalhos acabam adjudicados a uma outra empresa, dado que a pontuação no concurso público daquela que tinha sido inicialmente vencedora foi reduzida.

O primeiro diferendo correu nos tribunais da RAEM e subiu até ao Tribunal de Última Instância (TUI), com a vitória a ser atribuída à empresa que tinha sido declarada inicialmente vencedora, e com derrota para o IAM.

Pagar a indemnização

Quando o primeiro diferendo chegou ao fim, os trabalhos do concurso público já tinham sido realizados pela outra empresa. Por esse motivo, dado que não fazia sentido voltar a prestar os trabalhos, o IAM ficou obrigado a indemnizar a empresa prejudicada no concurso público.

Como o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong e a empresa não chegaram a acordo sobre o valor da indemnização a pagar, o caso voltou aos tribunais.

A empresa pedia uma indemnização no valor de 661.745 patacas, acrescida de juros. Por sua vez, o Governo defendia que a indemnização devia ser calculada com base no preço apresentado pela concorrente e numa margem de lucro de 10 por cento, ou seja, de 278 mil patacas.

Em relação aos critérios para definir o pagamento da indemnização, o tribunal alinhou com a Administração, pelo que a indemnização foi fixada em 278 mil patacas. O tribunal justificou este entendimento com o facto de entender faltavam critérios objectivos para perceber os custos da prestação do serviço.

Saúde | Dois casos de gripe com 15 infectados

Os Serviços de Saúde (SS) registaram dois casos colectivos de gripe em escolas locais, que resultaram num total de 15 infectados. Os casos foram detectados no Colégio do Sagrado Coração de Jesus, onde se registaram oito infectados, quatro do sexo feminino e quatro do sexo masculino, e na Escola dos Moradores de Macau, com duas alunas infectadas e cinco infectados.

“Desde o dia 12 de Junho, os doentes começaram a manifestar sintomas de infecção do tracto respiratório superior como febre, tosse e entre outros, tendo alguns deles sido submetidos a tratamentos médicos”, foi comunicado pelos SS.

“As condições clínicas dos doentes são consideradas ligeiras, não foram registados casos graves ou outras complicações”, foi acrescentado. Após os dois casos, foram aplicadas medidas de controlo, “como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações”.

Gastroenterite | Quatro crianças afectadas em infecção colectiva

Um total de quatro crianças foi infectada por gastroenterite, naquele que foi um caso colectivo registado na Creche Internacional de São José, de acordo com os Serviços de Saúde. No total há três crianças do sexo masculino infectadas e uma do sexo feminino.

“Desde o dia 13 de Junho, os doentes começaram a apresentaram, sucessivamente, sintomas como dor abdominal, diarreia, entre outros, tendo alguns deles sido submetidos a tratamento em instituições de saúde. Não houve registo de casos graves ou de outras complicações graves”, consta do comunicado dos SS.

“Foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar em conformidade com as horas de refeições de pacientes. De acordo com as horas de ocorrência da doença, os sintomas, o período de incubação, é provável que o agente patogénico esteja relacionado com uma infecção viral”, foi acrescentado.

AMCM / DSEDT | Alertas para publicidades falsas com celebridades

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) alertam a população para estar atenta a publicidades falsas a circular na Internet. De acordo com um comunicado, circulam “mensagens falsas relacionadas com um suposto plano de cooperação entre celebridades” e a AMCM e a DSEDT.

“Por este meio, esclarecem, de forma solene, que o respectivo conteúdo é totalmente falso, alertando o público para a necessidade de prestar atenção a informações fraudulentas, de forma a evitar situações de burla e de prejuízos inesperados”, foi comunicado.

“A AMCM e a DSEDT condenam, de forma veemente, os actos de falsificação e divulgação de informações falsas perpetrados por malfeitores, reservando-se o direito de responsabilizar judicialmente quaisquer acções que prejudiquem a reputação dos respectivos serviços”, foi acrescentado. A AMCM e a DSEDT não identificam as celebridades, mas nas redes sociais têm circulados anúncios com imagens de Ângela Leong ou Pansy Ho.

Segurança Social | Associação alerta para sustentabilidade

O presidente da Associação de Segurança Social de Macau defende que o cálculo para a pensão para idosos não deve ter em conta o índice mínimo de subsistência usado para definir subsídios para famílias carenciadas. Além da natureza distinta dos apoios, Chan Kin Sun alerta para o risco de subsistência do Fundo de Segurança Social

 

Durante as Linhas de Acção Governativa, Sam Hou Fai anunciou o aumento de 160 patacas da pensão para idosos para 3.900 patacas por mês. Fazendo eco de algumas opiniões de deputados, o Chefe do Executivo abriu a porta à possibilidade de indexar o cálculo para definir a pensão de idoso ao índice mínimo de subsistência, que delimita o risco social de pobreza.

O presidente da Associação de Segurança Social de Macau, Chan Kin Sun, não concorda com esta posição. Num artigo publicado no Jornal do Cidadão, o dirigente e académico começou por realçar as diferentes naturezas dos apoios em causa. Enquanto a pensão para idosos se destina a indivíduos numa perspectiva do seguro social, com contribuições que mais tarde são gozadas em benefícios, o índice mínimo de subsistência tem sido usado para calcular apoios sociais destinados a famílias carenciadas. O dirigente, que também é membro da Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior, destaca os objectivos e naturezas diversas dos dois sistemas e grupos de beneficiários.

O também professor auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau refere ainda que a natureza assistencialista dos subsídios para os mais carenciados nunca teve em conta a sustentabilidade do apoio, enquanto a pensão para idosos é calculada a pensar no desenvolvimento sustentável do sistema.

Numa altura em que o Governo luta contra o envelhecimento populacional, o académico alertou para a possibilidade de a indexação da pensão para idosos ao índice mínimo de subsistência poder ter um impacto negativo na sustentabilidade do Fundo de Segurança Social.

Questão de percepção

Em relação ao aumento da pensão para idosos, Chan Kin Sun indicou que os cálculos que definem o valor do apoio podem não corresponder à realidade económica dos beneficiários e da economia do território. Isto porque o peso da taxa de inflação pode não corresponder à realidade tendo em conta a tendência crescente de consumo no Interior da China, contornando o peso na carteira dos idosos do aumento dos preços em Macau.

Em relação aos serviços sociais para a população mais velha, o académico defende que a rede de serviços não deveria ser sustentada exclusivamente pelos cofres do Governo e que as regras do mercado deveriam funcionar no sector. Chan Kin Sun mencionou a política de Hong Kong que permite aos residentes da região vizinha usar cupões em dinheiro em instituições de serviços sociais qualificados do Interior da China.

As associações dos serviços sociais de Macau devem mudar a forma como operam, não vivendo apenas de subsídios do Governo, mas garantindo serviços de qualidade atractivos para clientes idosos numa perspectiva mais comercial.

ZAPE | Associação quer criar o Darling Harbour de Macau

A Associação Industrial e Comercial da ZAPE de Macau sugeriu ao Governo que aposte na economia nocturna na ZAPE, para transformar esta zona no Darling Harbour de Macau, uma zona portuária de Sidney que mistura iates com restaurantes, café e esplanadas.

Segundo o jornal Ou Mun, o presidente da associação, Wu Tat Chong, explicou que a economia nocturna é uma parte importante para a qualquer cidade moderna, e que a ZAPE pode aproveitar as suas vantagens como a localização e recursos para organizar feiras e espectáculos à noite, transformando-se numa zona comercial que funciona 24 horas por dia.

Com base neste ponto de vista, o responsável sugeriu ao Governo que reforce os esforços na decoração das ruas, na valorização da paisagem verde, para criar um ambiente mais acolhedor e propenso ao consumo. Wu Tat Chong pediu também autorização para que os comerciantes possam instalar mesas e cadeiras nos passeios.

Trabalho | Grupo promete 500 empregos

O Grupo de Trabalho para a Coordenação da Promoção do Emprego deixou a promessa, na Assembleia Legislativa (AL), de que vai disponibilizar 500 vagas de emprego nos próximos seis meses. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, estas palavras foram citadas por Zheng Anting, deputado e presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública da AL, depois de uma reunião com responsáveis deste organismo.

Zheng Anting disse ainda que o Grupo vai cooperar com o sector financeiro na disponibilização de 200 vagas na segunda metade do ano para jovens licenciados, além de que o mesmo Grupo já facultou 300 vagas que serão distribuídas em sessões de emparelhamento a realizar nas próximas semanas.

O deputado citou dados que mostram que, até Abril, Macau possuía 183 mil trabalhadores não residentes, sendo que 82 por cento ocupam cargos não qualificados, com primazia para o sector das limpezas.

ZAPE | DSEDT visita lojas para divulgar apoios a PME

No dia seguinte ao anúncio do encerramento de 11 casinos-satélite, a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) começou a enviar pessoal para a Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE) para falar com os comerciantes cujos negócios sobrevivem nas imediações destes casinos em vias de extinção.

As equipas da DSEDT tiraram fotografias com os comerciantes e, “para dar resposta ao possível impacto na economia das zonas circundantes dos casinos-satélite”, divulgaram os vários planos de apoio às pequenas e médias empresas (PME). Entre eles, o Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas, o Plano de Bonificação de Juros de Créditos Bancários, os Planos de Garantia de Créditos Bancários e os Serviços de Apoio à Digitalização de PME.

O pessoal da DSEDT prestou esclarecimentos sobre os apoios a empresários que tenham vontade de reestruturação ou reconversão dos seus negócios em estabelecimentos como lojas de roupa e restaurantes.

Além de ter aberto uma linha aberta para ajudar os donos de negócios no ZAPE, a DSEDT promete “acelerar a apreciação e aprovação de pedidos, apoiando ainda mais as PME na obtenção de fundo de maneio, aliviando a pressão operacional, apoiando a exploração e o desenvolvimento contínuo das PME e assegurando, ao mesmo tempo, o emprego dos residentes”.

Casinos-satélite | Sands China abre vagas para trabalhadores

A Sands China lançou uma campanha de entrevistas de emprego esta semana para trabalhadores dos 11 casinos-satélite que vão fechar. A primeira sessão decorreu ontem no Sands Macao, com outra sessão de entrevistas marcada para hoje. A SJM e a Galaxy também terão iniciativas semelhantes para funcionários dos seus casinos-satélite

 

Respondendo ao repto do Governo para absorver os recursos humanos dos 11 casinos-satélite que vão fechar portas no final deste ano, a Sands China organizou dois dias de entrevistas de emprego para estes trabalhadores. A primeira sessão decorreu ontem e hoje está marcada outra sessão, ambas no Sands Macao.

A concessionária partilhou nas redes sociais anúncios para as entrevistas de emprego para cargos relacionados com um programa de clientes membros dos seus resorts integrados.

Já aquando do anúncio do encerramento dos casinos-satélite, na semana passada, as concessionárias que detinham as licenças que sustentavam legalmente as operações destes espaços de jogo garantiram que iriam defender os postos de emprego dos residentes.

Num comunicado em que a SJM anunciou o encerramento dos seus casinos-satélite, excepto o da Ponte 16 e L’Arc, a operadora afirmou estar “empenhada em salvaguardar o emprego local em Macau”, referindo que “todos os residentes de Macau que trabalham actualmente nos casinos-satélite com encerramento previsto, independentemente de serem empregados directamente pela SJM Resorts ou por seus parceiros terceirizados, receberão ofertas de emprego dentro do portfólio de propriedades da SJM Resorts”.

A concessionária garantiu ainda que os funcionários que estão nos seus quadros e que trabalham em casinos-satélite “serão relocados para funções semelhantes relacionadas com o jogo em outros casinos, com base nas necessidades operacionais”.

A Melco fez garantias semelhantes, assim como a Galaxy, no dia em que foi anunciada a solução para os casinos-satélite.

Os muitos milhares

No fim-de-semana passado, o Chefe do Executivo voltou a colocar a responsabilidade sobre o futuro emprego dos funcionários dos casinos-satélite nas concessionárias. Segundo os dados apresentados por Sam Hou Fai, os recursos humanos destes espaços têm cerca de 5.600 funcionários locais, perto de 4.800 são contratados pelas concessionárias de jogo, cabendo também as estas empresas contratar os restantes 800 trabalhadores.

Sam Hou Fai garantiu que o Governo irá supervisionar “rigorosamente” as “concessionárias de jogo a fim de assumirem as devidas responsabilidades”.

Em simultâneo, a Direcção para os Assuntos Laborais e a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico estão instruídas para acompanharem de perto a situação, tanto ao nível da mão-de-obra dos casinos-satélite, mas também em relação “aos estabelecimentos comerciais nas imediações dos casinos-satélite”.

Macau Investimento | Empresa com lucro de 1,61 milhões em 2024

As contas da empresa que gere o Parque de Medicina Tradicional Chinesa foram “salvas” no ano passado pelos juros da aplicação do capital acumulado. O lucro contrasta com as perdas de 5 milhões de patacas em 2023

 

A Macau Investimento e Desenvolvimento, empresa com capitais da RAEM, registou um lucro de 1,61 milhões de patacas no ano passado. Os resultados positivos contrastam com a situação de 2023, quando a empresa teve um prejuízo de 5,08 milhões de patacas.

Os dados foram actualizados ontem no portal da Direcção dos Serviços de Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP). A diferença entre o lucro e a despesa tem como grande explicação os ganhos com juros sobre o capital aplicado. Em 2023, a aplicação do capital acumulado tinha gerado 8,72 milhões de patacas, mas no ano passado os juros subiram para 17,77 milhões de patacas, uma diferença de quase 10 milhões de patacas.

Ao mesmo tempo, as despesas também cresceram, principalmente ao nível dos salários. Em 2023 a empresa gastou 5,96 milhões de patacas com remunerações, mas o montante cresceu para 6,74 milhões de patacas no ano passado.

No total, as despesas correntes aumentaram de 13,81 milhões de patacas para 14,35 milhões de patacas. No ano passado, houve uma outra despesa não recorrente, relacionada com tarocas cambiais, que atingiu 1,82 milhões de patacas. Este aspecto colocou o total das despesas de 2024 em 16,16 milhões de patacas.

A Macau Investimento e Desenvolvimento tem como principal função a exploração do Parque de Medicina Tradicional Chinesa, na Ilha da Montanha, e tem como accionistas a RAEM, com uma participação de 94 por cento, o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, com uma participação de 3 por cento, e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), que também tem uma participação de 3 por cento.

Ano de novos contratos

Em relação às actividades desenvolvidas em 2024, a Macau Investimento e Desenvolvimento revelou que foram assinados 57 contratos novos de arrendamento de espaços no Parque de Medicina Tradicional Chinesa, assim como mais sete contratos de cooperação.

Face aos novos contratos, a administração da empresa indica que há um total de 86 empresas de Macau instaladas no Parque de Medicina Tradicional Chinesa, na Ilha da Montanha. A informação oficial indica também que as empresas actuam em áreas como medicina tradicional chinesa, cosmética, produtos de saúde, equipamentos médicos ou biomedicina.

A expansão da Medicina Tradicional Chinesa prevê para Macau um papel de plataforma com os países de língua portuguesa, e nestas funções a administração da empresa divulgou que em 2024 auxiliou empresas de Macau e do Interior da China a registarem 13 patentes de medicamentos em Moçambique, 11 patentes no Brasil, sendo que destes 15 medicamentos começaram a ser comercializados a nível mundial.

A nível da formação em medicina tradicional chinesa, foi ainda indicado que a empresa contribuiu para a formação de 437 residentes.

Universidade de Pequim | Sam Hou Fai agradece formação de quadros

O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, reuniu na segunda-feira com o reitor da Universidade de Pequim, Gong Qihuang, com quem trocou impressões sobre cooperação nos domínios do ensino superior, da investigação académica e da formação de quadros qualificados de alta qualidade.

Como não poderia deixar de ser, Sam Hou Fai salientou o seu Governo “está a implementar plenamente o espírito consagrado nos discursos importantes do Presidente Xi Jinping proferidos durante a sua visita a Macau, e a concentrar todos os esforços no impulsionamento da diversificação adequada da economia local e na construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

O Chefe do Executivo enalteceu a excelência do ensino da instituição, assim como o prestígio internacional e que coloca a Universidade de Pequim entre as melhores do ranking mundial das universidades, e lembrou o número crescente de alunos de Macau que frequentam a instituição.

Como tal, o governante agradeceu ao reitor Gong Qihuang o apoio na “formação de quadros qualificados para a RAEM em todas as vertentes na qualidade de suporte ao desenvolvimento da economia local”.

Cancro da mama | Investigação da UM faz “descoberta revolucionária”

Um estudo desenvolvido por uma equipa liderada por dois docentes da Universidade de Macau procura respostas para o combate ao cancro da mama. Os académicos concluíram que as células cancerígenas se disseminam principalmente através do sistema linfático, e não pela corrente sanguínea

 

“O sistema linfático é a via principal para a disseminação e metástase do cancro da mama, revelado pelo rastreamento da linhagem de células únicas” é um artigo científico que procura aumentar o conhecimento que permita encontrar soluções para a doença. O trabalho foi desenvolvido por uma equipa de investigação liderada pela professora catedrática Chuxia Deng e pelo professor assistente Miao Kai da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Macau (UM) e, segundo uma nota da UM, trata-se de uma “descoberta revolucionária no estudo das metástases do cancro”.

Assim, e pela primeira vez, foi feita “uma análise qualitativa e quantitativa das vias das metástases do cancro da mama”, tendo sido aplicado pelos cientistas “um sistema de código de barras baseado numa abordagem de rastreamento de linhagem de células únicas”, chamado CellTag.

Com este método, foram obtidos resultados que revelam que “as células cancerígenas se disseminam principalmente através do sistema linfático, e não pela corrente sanguínea”. Além disso, aponta a nota da UM, “a investigação também descobriu que a interacção entre as células tumorais e o microambiente tumoral (TME) determina o potencial metastático das células cancerígenas”, ou seja, se estas poderão, ou não, reproduzir-se com facilidade.

Neste sentido, “o estudo demonstra de forma sistemática as vias das metástases tumorais e abre novos caminhos para o desenvolvimento de estratégias de tratamento do cancro”, é descrito.

O artigo foi publicado na revista “Molecular Cancer” e é o resultado de uma investigação realizada por uma vasta equipa, constituída por Kai Miao, Aiping Zhang, Xiaodan Yang, Yipeng Zhang, Anqi Lin, Lijian Wang, Xin Zhang, Heng Sun, Jun Xu, Yuzhao Feng, Fangyuan Shao, Sen Guo, Zhihui Weng, Peng Luo, Xiaoling Xu e Chu-Xia Deng.

Destaque para a colaboração de cientistas de outras instituições do ensino superior da região, como Aiping Zhang, da Universidade Hospitalar Hong Kong-Shenzhen, e Jingyao Zhang e Shuai Gao, ligados à China Agricultural University em Pequim. Por sua vez, Dong Wang e Xiao-Yang Zhao estão ligados à School of Basic Medical Sciences, da Southern Medical University, em Guangzhou.

Microambiente é factor importante

A UM explica, no mesmo comunicado, que o estudo em questão “fornece evidências empíricas para a preferência de rota na metástase do cancro”, demonstrando que as células tumorais estão “pré-programadas” com “informações intrínsecas que determinam o seu potencial metastático”, além de que estas células “adaptam de forma dinâmica a sua expressão genética com base no microambiente dos órgãos-alvo”.

Desta forma, “estas descobertas estabelecem as bases para o desenvolvimento de terapias direccionadas à metástase linfática, como a inibição da sinalização de citocinas ou a interrupção da comunicação entre o tumor e o estroma para suprimir a metástase”.

Na investigação foi utilizada a “tecnologia de sequenciamento de RNA de célula única”, o que permitiu à equipa “descobrir que células tumorais geneticamente idênticas exibem perfis de expressão genética específicos do órgão”, pelo que o microambiente se revela “fundamental na formação do comportamento das células tumorais”.

“Por exemplo, as células metastáticas pulmonares regulam positivamente os genes relacionados com o stress oxidativo, enquanto as células metastáticas hepáticas activam vias reguladoras metabólicas”, é referido.

O perigo das metástases

A UM destaca que, nas doenças oncológicas, as metástases são a principal causa de morte. Porém, até à data, “os mecanismos que governam a selecção da rota” dessas mesmas metástases permaneciam “obscuros”.

“Usando a tecnologia CellTag, a equipa de pesquisa fez o rastreio da disseminação de células de cancro da mama em modelos de camundongos”, tendo descoberto que “menos de 3 por cento das células cancerosas se espalham pela corrente sanguínea, enquanto mais de 80 por cento metastatizam através do sistema linfático para órgãos distantes, como os pulmões e o fígado”.

Assim, “uma análise mais aprofundada mostrou que as células disseminadas pela linfa têm padrões de expressão genética distintos e comunicam estreitamente com as células estromais, tais como fibroblastos e células endoteliais, no microambiente, formando um mecanismo adaptativo ‘semente-solo'”.

Olhando para o estudo, os autores explicam que a metástase do cancro “é um processo no qual as células tumorais do tumor primário invadem a membrana basal dos vasos sanguíneos ou linfáticos (intravasação), viajam pelo sistema sanguíneo ou linfático e colonizam órgãos e ou tecidos distantes para continuar o seu desenvolvimento”. Vários estudos apontam para o facto de as metástases serem responsáveis por 70 a 90 por cento da mortalidade relacionada com o cancro, sendo que “a disseminação de células tumorais na vasculatura e nos vasos linfáticos ocorre simultaneamente na grande maioria dos cancros”.

Estradas de sangue

Na discussão dos resultados, os autores do estudo dizem que, em termos gerais, “as células tumorais metastatizam principalmente através da circulação sanguínea e do sistema linfático”, sendo que até à publicação deste trabalho tinham sido realizados “inúmeros estudos para distinguir o papel de ambos os sistemas nas várias fases da metástase do cancro”, sem se saber “qual a via ‘preferida’ para a metástase à distância”.

É referido no artigo, citando outros estudos, que as “células cancerígenas entram na corrente sanguínea através da intravasação para se tornarem CTCs [Circulating Tumor Cells – Células Tumorais em Circulação], tendo-se revelado altamente correlacionadas com os resultados de sobrevivência de pacientes com cancro da mama”.

Os autores explicam também que “o sistema linfático é considerado crítico para a metástase”, pois “as células de melanoma com experiência no sistema linfático eram mais resistentes à ferroptose e formavam mais metástases”, sendo que nos casos de “ressecção de tumor primário, as células cancerosas podem se disseminar ainda mais dos gânglios linfáticos para os vasos sanguíneos e formar tumores metastáticos nos pulmões”.

Até à data, “embora a disseminação metastática fosse viável por ambas as vias, a importância relativa de cada processo para um determinado tipo de cancro e o órgão-alvo era desconhecida devido à falta de ferramentas quantitativas adequadas”, algo a que este estudo, com recurso ao sistema CellTag, pretendeu dar resposta.

Assim, “demonstramos que a maioria das células metastáticas do pulmão e do fígado pode ser detectada no sistema linfático, em vez de CTCs [Células Tumorais em Circulação] derivadas do sangue, indicando que os vasos linfáticos podem ser a via preferida para a metástase das células tumorais, pelo menos no cancro da mama”.

Os autores prometem não parar por aqui na descoberta do percurso feito pela metástase das células cancerígenas, tendo já realizado “testes preliminares” com algumas células a fim de descobrir a possibilidade de redução “drástica” das células tumorais disseminadas por via linfática. “Continuaremos a trabalhar nisso para aprofundar o mecanismo de disseminação linfática e explorar as interrupções terapêuticas em nossos esforços futuros”, é referido.

Startup brasileira de biotecnologia vence concurso de inovação em Macau

A ‘startup’ brasileira de biotecnologia Hilab venceu ontem um concurso de inovação em Macau, no qual foram distinguidas outras seis empresas portuguesas e brasileiras, abrindo as portas a apoios e financiamento e ao mercado chinês, anunciou a organização.

A Hilab, com um capital de 200 milhões de patacas, dinheiro angariado de 125 milhões de patacas e à procura de contactos, oportunidades de negócio, de financiamento e de expandir-se na China, foi fundada em 2016.

A ‘startup’, que venceu o Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para as Empresas de Tecnologia do Brasil e de Portugal 2025, desenvolveu um dispositivo de diagnóstico portátil que fornece resultados de qualidade laboratorial.

De acordo com informação da Hilab, o dispositivo requer “apenas algumas gotas de sangue” e pode “realizar 25 tipos de exames, cobrindo 85 por cento dos diagnósticos médicos mais solicitados”.
Actualmente, a empresa actua em 1.700 cidades brasileiras e já realizou mais de três milhões de exames, exportando os produtos para países da América do Sul, além de outras geografias, como Indonésia, Angola, Moçambique e África do Sul.

Parabéns ao marketing

Também ontem um painel de investidores, académicos e especialistas em finanças seleccionou o projecto brasileiro, Klike.AI LLC, uma plataforma de análise de marketing alimentada por inteligência artificial, e o projecto português OWLplaces, especializado em inteligência artificial e análise de dados geoespaciais, de acordo com a nota da organização.

O concurso recebeu 20 candidaturas dos dois países e seleccionou 17 finalistas em áreas como inteligência artificial, biomedicina, dispositivos médicos, NB-IoT (baixa largura de banda para a Internet das Coisas).

Os sete projetos premiados receberam prémios monetários, com um valor máximo de 180 mil patacas, e garantiram apoio para facilitar o acesso a financiamento chinês e ao mercado da China, nomeadamente da Grande Baía.

O concurso foi organizado pela Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e realizado pela incubadora Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau.

Os organizadores sublinharam, no comunicado, que os premiados podem participar em intercâmbios, exposições e negociações na China continental, para “promover o desenvolvimento conjunto das indústrias de inovação tecnológica entre a China e os países de língua portuguesa”.

Após o concurso, as finalistas foram convidadas a realizar bolsas de contacto com agências de investimento, empresas, universidades e incubadoras das cidades de Xangai e Shenzhen e da província de Jiangsu (este), “para explorar a viabilidade da cooperação entre indústria, ensino superior e investigação e a implementação de projectos”.

Subsídio de nascimento | Aumentos de 940 patacas

O subsídio de nascimento dos funcionários públicos vai aumentar para 6.580 patacas, um crescimento de 940 patacas, de acordo com a proposta de alteração do estatuto dos trabalhadores da administração pública de Macau e diplomas conexos que está a ser analisada pela 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa.

A alteração foi apresentada ontem por Chan Chak Mo, deputado e presidente da comissão, que explicou que com esta proposta o subsídio que actualmente é de 60 pontos, o equivalente a 5.640 patacas, vai subir para 70 pontos, o que representa uma subida de 940 patacas.

Citado pelo jornal Ou Mun, o também deputado, apontou que a proposta da lei sugere ainda que os atestados médicos têm de ser emitidos pelos hospitais, centros de saúde, postos de saúde ou entidades médicas com protocolos assinados com os Serviços de Saúde.

Chan Chak Mo explicou também que o Governo não vai permitir a apresentação de atestados médicos emitidos por entidades privados, por temer fraudes e pela dificuldade acrescida de supervisão.

UM | Subida de estatuto nos indicadores ESI

A Universidade de Macau (UM) acaba de entrar para o grupo das 0,1 por cento melhores instituições de ensino superior do mundo nos indicadores ESI (Essential Science Indicators), em áreas como a Engenharia, Ciências da Computação, Farmacologia e Toxicologia.

Segundo uma nota da UM, a instituição de ensino superior pública de Macau “subiu uma posição face à anterior”, tratando-se de uma “conquista que destaca o estatuto de classe mundial das três áreas de investigação da UM”. A entidade explica ainda que a base de dados dos indicadores ESI “classifica as instituições com base na frequência de citação dos seus artigos e inclui apenas 1 por cento dos artigos mais citados nos últimos 10 anos”, sendo que “actualmente, a UM está incluída na base de dados ESI em 15 áreas de investigação, com engenharia, ciência da computação e farmacologia e toxicologia classificadas entre os 0,1 por cento melhores do mundo”.

Além disso, “no campo da ciência da computação a UM fez progressos notáveis nos últimos anos”, pois não só “subiu para o top 0,1 por cento no ESI” como está “classificada em 101.º lugar no ranking das melhores universidades globais de ciência da computação da US News & World Report de 2024-2025”.

Agência da ONU alerta para riscos de fugas radioactivas no conflito entre Israel e Irão

O director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, alertou ontem para o risco de fugas radioactivas devido aos ataques israelitas contra instalações nucleares iranianas e ofereceu-se para se deslocar à região.

Apesar do alerta, a AIEA assegurou que não detectou quaisquer fugas radioactivas desde que Israel lançou a ofensiva contra o Irão, na sexta-feira. Grossi informou ontem o Conselho de Governadores da AIEA de que a agência da ONU com sede em Viena acompanha a situação de perto desde o início do conflito.

Disse que o centro de crise da AIEA está a trabalhar 24 horas por dia para avaliar o nível de radiação nas principais instalações iranianas. O objectivo é poder responder a uma eventual emergência no prazo máximo de uma hora, explicou, de acordo com a agência de notícias espanhola Europa Press.

“A escalada militar ameaça vidas, aumenta a possibilidade de uma fuga radiológica com consequências graves para a população e o ambiente e atrasa o trabalho indispensável para uma solução diplomática que garanta a longo prazo que o Irão não obtenha uma arma nuclear”, afirmou.

Contenção máxima

Na intervenção perante o Conselho de Governadores da AIEA, o diplomata argentino à frente da agência desde Dezembro de 2019 apelou também para a “máxima contenção” de “todas as partes”. Apelou ainda a todos os países membros da AIEA para colaborarem numa aproximação entre as partes.

Disse estar pronto para “viajar o mais rapidamente possível para avaliar a situação e garantir a segurança e a não-proliferação” no Irão.

Sobre a situação dos últimos dias, marcada por “circunstâncias complicadas e complexas”, Grossi elogiou a troca de informações entre a AIEA e as autoridades iranianas. A troca de informações é fundamental que a comunidade internacional esteja a par do que se passa no terreno e possa prestar “assistência sanitária” em caso de emergência, afirmou.

Grossi prometeu que a AIEA “não vai ficar à margem” do conflito, o segundo em três anos entre dois países membros da organização que possuem instalações nucleares, como acontece desde 2022 no caso da Rússia e da Ucrânia.

Michael Hui (II)

A semana passada, analisámos os factores determinantes no sucesso dos filmes de Michael Koon-Man’s (許冠文). Michael tem sido uma estrela do cinema dos últimos 50 anos. desde 1977. Uma pessoa que dedica 50 anos a uma carreira, demonstra dedicação, entusiasmo e reconhecimento pela sua profissão.

Michael também compreende a diferença entre o pensamento da geração mais antiga e da geração mais recente e usou esse conhecimento para divertir as audiências. O diálogo sobre o amor no “Talk Show 2005″ é disso um exemplo. Hoje, vamos continuar a explorar os factores do sucesso dos filmes de Michael Koon-Man.

Depois da cerimónia de entrega do seu doutoramento honoris causa, Michael aceitou dar uma entrevista. Assinalou que tinha estudado sociologia na universidade, o que lhe permitiu compreender mais profundamente a influência que os filmes têm nos espectadores. Os bons filmes são uma boa influência e esta é a responsabilidade social do cinema. Os filmes têm de ter uma influência benéfica na sociedade. Como trabalhador da indústria cinematográfica acredita que as películas não servem só para o beneficiar financeiramente, mas também para favorecer a sociedade. Como é que ele podia não se sair bem?

Se uma pessoa quiser obter sucesso na sua profissão é indispensável que tenha visão. Michael dá o exemplo de uma refeição para ilustrar o mercado do cinema actual em Hong Kong. Se um restaurante servir uma óptima refeição, as pessoas da cidade gastam de boa vontade o seu dinheiro para a saborear; da mesma forma, gastam o seu dinheiro para ver um bom filme e, este último,”The Last Dance”, é certamente um bom exemplo. Mas se o filme tiver um travo vulgar, as audiências não vão gastar o seu dinheiro para o ver.

Como é que se faz um bom filme? Uma das chaves para o sucesso é a descoberta de novos temas. É necessário ter coragem para optar por tratar um assunto que nunca foi abordado e transformá-lo no argumento de um filme. O tema de “The Last Dance ” é um funeral. Uma mãe que perdeu o filho acredita que ele pode ser ressuscitado e contrata um agente funerário para embrulhar o corpo e escondê-lo na morgue. Este comportamento leva as pessoas a pensar que esta mãe está louca de dor pela perda do filho, mas também mostra às audiências que ela está a violar as tradições chinesas; que defendem que as pessoas devem ser enterradas em paz.

Num outro momento do filme, o agente funerário que preside à cerimónia distribui pelos familiares e amigos presentes, bonecos feitos à semelhança do falecido e miniaturas dos carros desportivos da sua preferência, para aliviar a atmosfera pesada do funeral. Poucos filmes até à data abordaram este tema, o que faz com que seja uma novidade.

O protagonista “Hello Man” (Hello文) de “The Last Dance” é uma personagem irritante, mas Michael afirmou sem rodeios que a personagem faz as pessoas terem saudades da geração anterior, especialmente da figura do “pai” chinês tradicional. Hello Man é um taoísta (道教傳人) e ensinou ao filho todas as práticas e rituais taoístas (道家) que devem ser realizadas num funeral. O filho disfarçou a sua relutância de seguir as pisadas do pai e vir a tornar-se um monge taoísta (道士), mas porque o seu filho (o neto de Hello Man) queria frequentar uma escola católica, foi baptizado e tornou-se católico. Depois disso, deixou Hello Man, que tinha ficado paralisado devido a um AVC em Hong Kong e emigrou para a Austrália com a família, pedindo à irmã que tomasse conta do pai sozinha. No filme, Hello Man representa a antiga geração que valorizava mais os filhos do que as filhas e que não aceita religiões oriundas de fora da China. Esta é uma mentalidade que a nova geração não aceita. O argumento do filme ilustra o conflito entre duas gerações de forma simples e fácil de compreender, conquistando assim o reconhecimento de todos e indo ao encontro das várias sensibilidades das audiências.

As audiências só podem ser atraídas por filmes com prestígio e nos quais se reconheçam. Só os filmes que tenham sucesso em Hong Kong têm oportunidade de chegar ao mercado internacional e só então o mundo poderá ver o cinema que é feito em Hong Kong.

Na próxima semana, vamos continuar a analisar os elementos que determinaram o sucesso dos filmes de Michael Koon-Man.


Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Faculdade de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Email: cbchan@mpu.edu.mo