Empresas mais interessadas no yuan face a incerteza no mercado obrigacionista dos EUA Hoje Macau - 23 Abr 2025 As empresas estão cada vez mais interessadas em utilizar a moeda chinesa, o yuan, na liquidação de pagamentos internacionais, segundo os resultados de um inquérito publicados ontem pelo Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin. O enfraquecimento do domínio do dólar norte-americano, exacerbado por uma série de políticas da nova administração dos Estados Unidos, criou uma “janela de oportunidade” para a internacionalização do yuan, argumentaram os autores. As conclusões da Universidade Renmin, que fica no norte de Pequim, sobre a internacionalização do yuan nos últimos trimestres são coerentes: a percentagem de empresas que planeiam aumentar as transações em yuan subiu de cerca de 21,5 por cento, no segundo trimestre de 2024, para quase 24 por cento, no primeiro trimestre deste ano. Cerca de 68 por cento das empresas inquiridas afirmaram que estão a utilizar o yuan para liquidações comerciais transfronteiriças, enquanto 53 por cento estavam a utilizar a moeda para transações cambiais. “A volatilidade crescente no mercado do Tesouro dos EUA marca um ponto de viragem”, afirmou Yang Changjiang, professor de Finanças, salientando que, ao contrário de anteriores situações de turbulência, desta vez o capital global deixou de fluir para os EUA. Nas últimas duas semanas, registou-se uma venda de obrigações do Tesouro norte-americano, que chegou a fazer subir os juros para títulos com prazo de maturidade a 30 anos em meio ponto percentual, após o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar “tarifas retaliatórias” contra o resto do mundo. A guerra comercial com a China – que viu as tarifas dos EUA sobre produtos chineses aumentarem 145 por cento este ano, contra 125 por cento impostos pela China – intensificou as preocupações sobre o impacto da dissociação EUA-China na economia global. Num documento conhecido como “Acordo de Mar-a-Lago”, Stephen Miran, presidente do Conselho de Conselheiros Económicos da Administração Trump, defendeu um enfraquecimento do dólar norte-americano e a troca de títulos do Tesouro norte-americano de curto prazo por obrigações a 100 anos. “Costumávamos considerar a liquidação do comércio como o principal motor da internacionalização do yuan, mas agora o foco mudou para a possibilidade de o yuan servir como um activo de refúgio”, disse Yang. “Esta é uma oportunidade que temos de aproveitar”, apontou. Mudanças em curso Apesar da crescente inclinação para utilizar a moeda chinesa além-fronteiras, o alcance dessa utilização continua a ser muito inferior ao do dólar norte-americano. O yuan continua a ser a quarta moeda de pagamento mais utilizada, com uma quota de 4,13 por cento em Março, segundo dados do Swift, o sistema que permite transações interbancárias internacionais. Em comparação, a quota do dólar norte-americano está em 49,08 por cento, de longe a mais alta. Tu Yonghong, vice-director do Instituto da Universidade Renmin, afirmou que o sistema monetário mundial irá provavelmente tornar-se mais diversificado, dado o atual panorama mundial, o que beneficiará a utilização da moeda chinesa no estrangeiro.
Shenzhou-20 | Nova tripulação vai ser lançada para o espaço Hoje Macau - 23 Abr 2025 A meta de ter astronautas na lua a médio prazo mantém-se viva na mente das autoridades chinesas A China vai lançar esta semana uma nova missão espacial tripulada, perseguindo o objectivo de enviar astronautas à Lua nos próximos cinco anos. A missão Shenzhou-20 vai descolar do centro de lançamento de Jiuquan, no noroeste do país, transportando três astronautas. O destino da equipa é a estação espacial Tiangong, onde permanecerá durante cerca de seis meses. A missão pretende contribuir para o ambicioso objectivo da China de colocar astronautas na Lua até 2030, seguido da construção de uma base lunar. A nave espacial Shenzhou e o foguetão lançador Longa Marcha-2F já foram transferidos para o local de lançamento e serão lançados “em devido tempo, num futuro próximo”, afirmou a Agência Espacial Chinesa na semana passada. Fotografias publicadas pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua mostram o longo foguetão branco assente num pedestal azul decorado com bandeiras chinesas, rodeado de faixas vermelhas e douradas que saúdam o programa espacial nacional. “Actualmente, as instalações e o equipamento do local de lançamento estão em boas condições. As inspecções funcionais e os testes conjuntos serão realizados como previsto”, declarou a Agência de Voos Espaciais Tripulados da China (CMSA). As autoridades ainda não revelaram a identidade dos astronautas da missão Shenzhou-20, nem as tarefas exactas que irão desempenhar. A tripulação está “em boas condições, precisa nas suas manobras e bem coordenada”, disse apenas Zhou Wenxing, membro do centro de formação de astronautas do país, citado pela televisão estatal CCTV. A anterior missão tripulada da China, a Shenzhou-19, foi lançada em Outubro passado e deverá estar concluída a 29 de Abril. É liderada por Cai Xuzhe, um antigo piloto de caça de 48 anos, que já voou a bordo da estação espacial Tiangong durante a missão Shenzhou-14, em 2022. A tripulação também inclui Wang Haoze, de 35 anos, a única engenheira de voo espacial do país e a terceira mulher chinesa a participar numa missão espacial tripulada. Song Lingdong, um homem de 34 anos, completa o trio. Deixem-me sonhar A equipa da Shenzhou-19 terá realizado experiências para observar como as radiações extremas, a gravidade, a temperatura e outras condições afectam os “tijolos” feitos de materiais que imitam o solo lunar, de acordo com os comunicados de imprensa emitidos aquando do lançamento. Sob a direcção do Presidente chinês, Xi Jinping, a China acelerou a realização do seu “sonho espacial”. O seu programa é o terceiro no mundo a colocar seres humanos em órbita. A China também já colocou sondas em Marte e na Lua. Pequim afirma estar no bom caminho para enviar uma missão tripulada à Lua até 2030. Nas últimas décadas, Pequim investiu milhares de milhões de dólares na construção de um programa espacial de ponta que rivaliza com os dos Estados Unidos e da Europa. Em 2019, conseguiu pousar a sonda Chang’e-4 no lado mais distante da Lua – uma estreia mundial – bem como um pequeno robô em Marte em 2021. A estação Tiangong, cujo módulo central Tianhe foi lançado em 2021, deverá ser utilizada durante cerca de dez anos.
Liu Cai e as flores de pessegueiro caídas na água Paulo Maia e Carmo - 23 Abr 2025 Shen Zhou (1427-1509), o influente mestre das artes do pincel de Suzhou, num rolo de caligrafia aponta um facto para a origem de um famoso intercâmbio de cerca de noventa poemas entre literatos, despertados pela observação das flores caídas, luohua shi: «Na Primavera do ano de 1505 estive doente um mês inteiro. Quando recuperei, as flores das árvores tinham todas caído cobrindo o chão de pétalas vermelhas e brancas. Olhando a sua decadência sem ter presenciado o seu desabrochar, não podia deixar de me sentir triste. Esse encontro com as flores caídas inspirou-me na composição de versos.» E não apenas versos como se pode ver numa página de álbum intitulada Sentimento poético sobre as flores caídas (tinta e cor sobre papel, 35,9 x 60,1 cm, no Museu de Nanquim) onde surpreendemos um literato num promontório de olhar suspenso em distantes montanhas azuis e no chão à sua volta pontos cor-de-rosa, indicando flores que ele já não está a contemplar. Os dez poemas, que iniciaram a longa e florescente conversa, resultado da percepção das pétalas ao vento como uma silenciosa procissão escoltando a partida da Primavera, inseriam-se numa corrente que inspirara, por exemplo, poemas de Du Mu (803-852) e continuaria no paroxismo sentimental da personagem Lin Daiyu do Sonho do quarto vermelho, de Cao Xueqin (1710-1765), que cavou na terra um buraco para sepultar flores mortas. Um pintor da corte do imperador Huizong (r.1100-1125) abrira uma outra perspectiva ao mostrar o que aconteceria quando se, em vez de caírem na terra, as flores caísssem nas águas de um rio. No rolo horizontal Peixes a nadar entre flores caídas (tinta e cor sobre seda, 26,4 x 255,3 cm, no Museu de Arte de St. Louis, Missouri) o pintor inicia essa visão do mundo submerso com um ramo de flores de pessegueiro caído na água. Um literato observando a pintura podia recordar imediatamente a utopia da Fonte das flores de pessegueiro descrita no poema de Tao Yuanming (365-427) e perceber que estava entrando num desconhecido e grato lugar de felicidade. Liu Cai, a quem é atribuído o rolo, distinguiu-se nessa recriação do mundo marinho habitado por peixes e como tal referido em catálogos imperiais. O seu olhar único perduraria além da sua vida como no rolo horizontal Escola de peixes a brincar alegres entre plantas aquáticas (tinta e cor sobre seda, 29,7 x 231,7 cm, no Museu do Palácio Nacional em Taipé) que datará já da dinastia Ming. De ambos os rolos, no entanto, se desprende a mesma sensação de leveza na facilidade dos peixes deslocando-se na água. No rolo de St Louis, depois do ramo de pessegueiro, nota-se um peixe prateado que apanhou na boca uma pétala cor-de-rosa e parece fugir para o fundo, atraindo logo um cardume dos seus iguais que trigosamente o perseguem. Figuras que recuperam a alegria perdida quando as flores caíram.
FDCT | Candidaturas para bolsas no exterior até ao fim do mês Hoje Macau - 23 Abr 2025 O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) anunciou ontem um novo programa de financiamento da investigação científica e tecnológica no exterior, cujas candidaturas decorrem até ao final do mês. Cada um dos projectos aprovados no âmbito do Programa de Financiamento para Cooperação Externa em Ciência e Tecnologia poderá receber até cinco milhões de patacas, acrescentou o fundo. “Tendo em conta que este é o ano inaugural deste programa, o número exacto de projectos a financiar será decidido com base na qualidade e quantidade de candidaturas recebidas”, sublinhou o FDCT. Em Fevereiro, o FDCT indicou à Lusa que “o financiamento está disponível para projectos de investigação em cooperação com qualquer país de língua portuguesa; não é dada preferência a nenhum país em particular”.
Investigação científica | Macau junta-se à cidade brasileira de São Paulo Hoje Macau - 23 Abr 2025 O Governo de Macau anunciou ontem um programa para financiar, com um limite máximo de 255 mil euros, investigação científica conjunta com o estado brasileiro de São Paulo em áreas como a biomedicina, inteligência artificial e ciências espaciais. Num comunicado, o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (FDCT) de Macau indicou que o programa foi lançado com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O FDCT sublinhou que um dos objectivos do programa, cujo período de candidatura está aberto até 13 de Junho, é “encorajar os intercâmbios científicos e tecnológicos entre Macau e os países de língua portuguesa”. O reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau disse à Lusa que o programa, “criado muito recentemente”, reflecte a política do novo Governo local de reforçar os laços com os países lusófonos. Joseph Lee Hun-wei afirmou que o plano nasceu de um acordo de cooperação com a FAPESP, celebrado durante uma viagem ao Brasil de uma delegação do FDCT. O acordo válido por cinco anos, foi assinado em 3 de Abril pelo presidente do FDCT, Alex Che Weng Keong. Segundo um comunicado da FAPESP, o programa vai financiar projectos de investigação conjunta nas áreas da biomedicina, inteligência artificial, tecnologia dos oceanos, ciências espaciais e agricultura. A FAPESP irá financiar com um valor máximo de 600 mil reais (90 mil euros), enquanto o FDCT irá apoiar com até 1,5 milhões de patacas (165 mil euros), durante um período máximo de três anos.
Turismo | Mais de meio milhão de visitantes na Páscoa João Luz - 23 Abr 2025 Ao longo dos quatro dias dos feriados da Páscoa, entre 18 e 21 de Abril, 520.065 turistas entraram em Macau, total que representou uma subida de 28,1 por cento em termos anuais. De acordo com dados revelados na madrugada de ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, quase 63 por cento dos visitantes vieram do Interior da China (cerca de 327.000), enquanto de Hong Kong chegaram 146.000 visitantes, representando 28 por cento de todas as entradas. Entre os mais de 520.000 turistas que visitaram Macau durante os quatro dias, apenas 37.000 eram estrangeiros. Como manda a tradição, o posto fronteiriço por onde entraram mais turistas foram as Portas do Cerco, com pouco mais de 200.000 entradas, seguido do posto da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau com quase 145.000. Alargando o escopo às travessias fronteiriças de residentes de Macau, os quatro dias de fim-de-semana prolongado da Páscoa foram de grande intensidade nas fronteiras, com as entradas e saídas em todos os postos a ultrapassar os 2,8 milhões de travessias, com as Portas do Cerco a registarem quase metade do movimento com 1,4 milhões de travessias.
CBRE | Receios sobre retaliações a concessionárias “exagerados” João Santos Filipe - 23 Abr 2025 Os analistas da empresa de pesquisa de investimentos consideram que, actualmente, os maiores riscos para o sector do jogo decorrem de um potencial abrandamento da economia do Interior e do impacto das tarifas dos EUA nos mercados de Cantão e Hong Kong Os analistas da empresa de pesquisa de investimentos CBRE consideram que “os riscos políticos” enfrentados pelas concessionárias com capital americano no âmbito da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China “parecem exagerados”. A opinião surge no mais recente relatório da CBRE sobre Macau, ontem citado pelo portal GGR Asia, e que tem em conta a importância destas concessionárias para o orçamento da RAEM e o mercado de emprego. “Os riscos políticos, como políticas retaliatórias contra as concessionárias do jogo dos Estados Unidos em Macau são uma preocupação, mas parecem exagerados”, pode ler-se no relatório assinado por John DeCree e Max Marsh. “Os empreendimentos turísticos de Macau são essenciais para a economia da região e contribuem para mais de 80 por cento das receitas do Governo com impostos, e as concessionárias do jogo norte-americanos, sozinhas, empregam 15 por cento da mão-de-obra”, foi acrescentado. Os analistas da CBRE defendem também que “acções directas contra as concessionárias poderiam destabilizar a RAE”, o que nesta perspectiva “faz com que estas movimentações sejam pouco prováveis”. Actualmente, existem três concessionárias onde o capital americano adquire uma maior importância, a MGM China, Wynn Macau e Sands China. Perigos maiores No relatório, consta também que os danos colaterais de “políticas mais abrangentes” como a “desvalorização do yuan ou as restrições ao fluxo de capitais” são actualmente “riscos maiores” para o sector do jogo. “O crescimento das receitas brutas do jogo de Macau tem sido moderado nos meses mais recentes, e agora as perspectivas são mais sombrias, no âmbito de uma guerra comercial disruptiva”, foi justificado. “Os principais mercados dos jogadores em Macau são Cantão e Hong Kong e ambos têm economias que estão altamente dependentes das exportações. Uma guerra comercial prolongada vai ter impacto nesses mercados, e vai ter um impacto na procura em Macau”, foi explicado. Por isso, no entender dos analistas da CBRE “o maior risco a curto prazo para Macau é mais fundamental do que político”. “A trajectória do crescimento em Macau já vinha a moderar-se nos últimos meses [antes da guerra comercial], com o aumento das receitas brutas do jogo a ser apenas de 0,6 por cento em termos homólogos no primeiro trimestre de 2025”, foi argumentado. “No entanto, isto já se tinha reflectido na avaliação do sector antes dos anúncios das tarifas de 2 de Abril. Agora, a avaliação reflecte um risco económico ainda maior, associado a preocupações regulamentares”, foi vincado. O outro lado Quanto aos riscos para Macau, os analistas indicam que existe a possibilidade de haver um abrandamento da economia da China, o que terá impacto no sector do jogo. Todavia, este aspecto não é totalmente visto como negativo para os analistas, dado que poderão acontecer estímulos fiscais no Interior para relançar a economia e gerar uma maior vontade de gastar. “Se as exportações diminuírem, a China poderá ser motivada a fornecer estímulos fiscais adicionais para desbloquear a montanha de poupanças e impulsionar as despesas internas, o que deverá apoiar a procura de jogo de Macau”, acrescentou a instituição. “Embora tenhamos em conta os riscos económicos e políticos com que Macau e a China se confrontam, as actuais condições de mercado criaram uma vez mais uma oportunidade interessante para os investidores a longo prazo [nas acções das concessionárias]” é acrescentado.
Ponte HKZM | Preço do estacionamento foi reduzido Hoje Macau - 23 Abr 2025 A Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou uma redução do preço para os veículos ligeiros que utilizam o estacionamento da Fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau por mais de 12 horas. De acordo com um comunicado da DSAT, e com a informação publicada no Boletim Oficial, o estacionamento ininterrupto por mais de 12 horas e até um máximo de 24 horas vai ser cobrado sempre ao preço de 120 patacas. Antes destas alterações, o estacionamento custava 10 patacas por hora, o que significava que o estacionamento por um período de 24 horas teria um custo de 240 patacas. Se um condutor deixar o veículo ligeiro estacionado naquele local por cinco dias, o preço passa agora a ser de 600 patacas, quando anteriormente era de 1.200 patacas. O modelo de 10 patacas por hora continua a ser aplicado aos estacionamentos com uma duração inferior a 12 horas. Por exemplo, se uma pessoa estacionar naquele local por oito horas, paga 80 patacas. A DSAT justificou a nova medida com a vontade de “utilizar bem os recursos de estacionamento”, “atrair os turistas a prolongarem a estadia em Macau”, “promover o desenvolvimento económico” e “promover um maior intercâmbio com as regiões vizinhas”. O estacionamento máximo permitido é de oito dias, e no caso de haver menos de 600 lugares disponíveis torna-se necessário fazer reserva online.
Metro Ligeiro | Si Ka Lon pede melhor serviço e novas tecnologias João Santos Filipe - 23 Abr 2025 O deputado ligado à comunidade de Fujian pediu ao Governo que melhore os serviços do Metro Ligeiro e implemente medidas para reduzir o número de avarias. Além disso, Si Ka Lon espera eficácia na exploração dos espaços comerciais das estações Si Ka Lon defende o recurso a novas tecnologias para controlar regularmente o funcionamento do Metro Ligeiro e antecipar eventuais problemas. A proposta faz parte de uma interpelação escrita do deputado ligado à comunidade de Fujian, que foi entregue na Assembleia Legislativa, ainda antes dos problemas de domingo, quando cerca de 30 pessoas ficaram presas nas carruagens. De acordo com o documento, Si Ka Lon indica que o “funcionamento do Metro Ligeiro tem sido afectado periodicamente por falhas que revelam insuficiências em termos de segurança e estabilidade”. Por este motivo, o deputado considera que o transporte “não conseguiu satisfazer plenamente as expectativas do público e dos viajantes quanto a um funcionamento eficiente”. Para lidar com a situação, o legislador acredita que o Governo deve encorajar a empresa que explora o metro a seguir o exemplo do que se faz em Hong Kong e criar “um centro de dados e um sistema de monitorização do desempenho dinâmico da via para verificar instantaneamente o desempenho dos comboios e do equipamento”. “Os dados serão transmitidos para análise aprofundada, de modo a identificar antecipadamente quaisquer irregularidades e efectuar a manutenção preventiva, tornando assim a monitorização mais eficiente e melhorando a eficiência global da operação”, acrescentou. Si Ka Lon pergunta assim ao Executivo se existe intenção de “investir mais em sistemas inteligentes adequados para melhorar a qualidade e a eficiência do serviço do Metro Ligeiro”. Mais negócio O deputado questiona ainda o Executivo sobre os planos para explorar espaços comerciais nas várias estações de Metro Ligeiro. O deputado reconhece que “as lojas da estação da Barra foram todas arrendadas”, mas que o “desenvolvimento comercial noutras estações tem sido lento”, faltando “um plano claro” para esta aposta. Também neste aspecto, o deputado faz o contraste com a situação do metro em Hong Kong, onde as estações têm vários espaços comerciais e também grandes anúncios publicitários, que contribuem para as receitas do da empresa que gere o transporte público. Também neste aspecto, Si Ka Lon pede que se siga Hong Kong, porque ao “introduzirem-se grandes espaços publicitários, lojas especiais ou projectos comerciais nas principais estações, acredita-se que haverá um aumento das receitas além dos bilhetes e que se promoverá a economia do Metro Ligeiro de superfície”. No passado, o ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, explicou que um dos grandes obstáculos à instalação de lojas nas estações prendia-se com o facto de não terem sido planeadas nos projectos de concepção, o que fazia com que não houvesse espaço suficiente.
Economia | Plano de Bonificação de juros entrou em vigor Hoje Macau - 23 Abr 202523 Abr 2025 O Plano de Bonificação de Juros de Créditos Bancários para as Pequenas e Médias Empresas 2025 foi lançado ontem, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT). A medida abrange as Pequenas e Médias Empresas que passam a poder requerer a bonificação de juros de créditos através dos bancos, desde que obtenham, no período entre 22 de Abril de 2025 e 22 de Abril de 2026, o crédito autorizado por um banco licenciado em Macau destinado a financiar as necessidades de fundo de maneio da empresa candidata. Os requisitos cumulativos para poder aceder a este plano implicam que os empresários sejam residentes de Macau ou que mais de 50 por cento do capital das sociedades comerciais seja detido por residentes; que as empresas não exerçam actividades em regime e concessão ou de subconcessão pública; não exerçam actividades financeiras; tenham até 100 trabalhadores, tanto a tempo interior como parcial; não tenham dívidas cobráveis através por processo de execução fiscal; estejam “em situação operacional adequada”; disponham de licença para o exercício das actividades que desenvolvem e tenham aberto actividade até 14 de Abril deste ano. O montante máximo dos créditos a conceder a cada empresário comercial é de cinco milhões de patacas, com o prazo máximo de bonificação de três anos e o limite máximo da taxa anual de bonificação é de 4 por cento. O limite máximo do montante total dos créditos a bonificar é de 10 mil milhões de patacas.
Cancro | Pereira Coutinho pede medidas para acelerar diagnósticos João Luz - 23 Abr 2025 Face ao aumento dos casos de cancro em Macau, o deputado José Pereira Coutinho perguntou ao Governo que medidas serão implementadas para reduzir a espera por testes de despistagem de cancros, aumentar a eficácia dos exames de rastreio e promover a detecção precoce de cancros raros. Numa interpelação escrita divulgada ontem, o deputado cita dados oficiais que revelam “um preocupante aumento no número de novos casos de cancro, que passaram de 1.677 em 2015 para 2.571 em 2021”, tornando-se “uma das principais causas de mortalidade na região, ocupando uma posição de relevo entre as dez principais causas de morte em Macau”. Além do aumento dos casos de cancro, Pereira Coutinho alerta para o “aumento significativo” de cirurgias realizadas no Centro Hospitalar Conde São Januário nos últimos dez anos, prolongando o tempo de espera, situação de sobrecarga do sistema de saúde contraditória perante a celeridade de tratamento que as doenças oncológicas exigem. Entre os tipos de cancro mais prevalentes em Macau, sobressaem o cancro pulmonar, cancro colorretal, cancro do cólon e do reto, cancro da mama, cancro da próstata e cancro da tiroide, indica o deputado. Além do diagnóstico e tratamento, Pereira Coutinho sublinha a “urgência de implementar políticas eficazes de prevenção”, e da sensibilização para os “factores de risco, como o tabagismo e a dieta, bem como a promoção de rastreios regulares, são fundamentais para a detecção precoce da doença”.
Suicídio | Governo reforça consultas e serviços de psicoterapia João Luz - 23 Abr 2025 Face ao recorde de suicídios no ano passado, foram criadas consultas externas de saúde mental em nove centros de saúde e serviços de psicoterapia em duas instituições privadas. O director dos Serviços de Saúde destacou os esforços do Governo na detecção precoce de problemas psicológicos, como a depressão 2024 foi um ano negro em Macau em matéria de suicídio, com 90 pessoas a tomarem a sua própria vida, batendo recordes e causando alarme social. O deputado Ho Ion Sang abordou o tema numa interpelação escrita e perguntou ao Governo que medidas vão ser tomadas para reduzir a trágica estatística. Tendo em conta o crescimento da taxa de suicídio, o director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, começou por garantir que “o Governo da RAEM atribui uma relevância significativa à saúde psicológica dos residentes”. Em termos práticos, os SS “criaram consultas externas de saúde mental em nove centros de saúde, concederam apoio financeiro a duas instituições sem fins lucrativos para a prestação de serviços de psicoterapia”. Além disso, foram criadas “equipas de prestação de serviços psicológicos comunitários”, para estreitar proximidade com casos latentes e fornecer consultas de psiquiatria na comunidade e em lares de idosos. Também ao nível hospitalar, as urgências do Hospital Conde de São Januário passaram a prestar serviços de psiquiatria 24 horas para emergências. Um dos pontos principais da resposta de Alvis Lo prende-se com a recolha e análise de dados sobre o suicídio. Na interpelação escrita, Ho Ion Sang afirma que o registo de 2024 foi o pior dos últimos dez anos. Porém, os dados estatísticos relativos ao suicídio têm estado espalhados em várias categorias ao longo dos anos, entre estatísticas da criminalidade e indicadores da saúde. O HM analisou os dados disponíveis desde 2003 e uma realidade salta à vista: antes de 2017, nunca se verificaram mais de 80 suicídios anualmente. Aliás, a média anual de suicídios entre 2003 e 2013 foi de 53,5 casos, com um total de 589 suicídios nesses 11 anos. Informação é poder Depois desta dispersão de metodologia estatística, o Governo compromete-se em proceder à recolha sistemática de dados relativos ao sexo, idade, profissão e causas do suicídio, efectuando análises multidimensionais e construindo um sistema de prevenção a três níveis. Num primeiro nível, as autoridades apostam em campanhas de sensibilização sobre saúde mental, em especial para os jovens. O segundo nível, prende-se com o rastreio para grupos de alto risco, reforçando a capacidade de identificação e tratamento de crises, “encaminhamento de casos de alto risco e a intensificação da intervenção precoce nos transtornos mentais, como a depressão”. O terceiro nível, inclui “primeiros socorros psicológicos” e intervenção de acção social a indivíduos com tentativa de suicídio, e acompanhamento de luto a familiares. Alvis Lo realça a medida lançada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) para a elaboração de boletins de identificação da saúde mental de alunos, com o objectivo de identificar e intervir precocemente em doenças do foro psiquiátrico. A DSEDJ lançou também o “Plano de linha aberta de aconselhamento para alunos e apoio online – Chat With U”, em cooperação com instituições de serviço social.
Óbito | Comunidade recorda capacidade de diálogo de Papa Francisco Andreia Sofia Silva - 23 Abr 2025 Foram 12 anos à frente dos destinos da Igreja Católica. O Papa Francisco morreu na segunda-feira de manhã aos 88 anos. Ainda participou nas celebrações do domingo de Páscoa no Vaticano, já bastante debilitado. A comunidade católica local recorda o seu legado de diálogo e capacidade de gestão de várias crises na Igreja Jorge Mario Bergoglio ficará para sempre conhecido como Papa Francisco. Faleceu esta segunda-feira aos 88 anos, horas depois de celebrar a sua última Páscoa perante uma multidão no Vaticano. O Papa Francisco não conseguiu sobreviver às complicações de uma pneumonia bilateral, que obrigou a um prolongado internamento há semanas. A notícia da morta do Papa Francisco correu o mundo e as mensagens de condolências e homenagem multiplicaram-se globalmente. A comunidade católica local não foi excepção. “Sem dúvida que a comunidade católica de Macau acarinhava muito o Papa Francisco, graças ao seu sorriso, sem dúvida que foi de um grande ensinamento para a comunidade local. As pessoas sempre demonstraram um grande carinho pelo Papa”, disse ao HM o padre Daniel Carvalho. O sacerdote destacou o facto de Francisco ter sido o primeiro Papa oriundo da América Latina, mais precisamente da Argentina, o que foi “uma grande novidade para a Igreja”. Contrariando a imagem austera do seu antecessor, Jorge Mario Bergoglio rapidamente conquistou a simpatia de crentes e não-crentes pela simplicidade e capacidade de diálogo com vários grupos sociais e minorias. “Foi um Papa que não se destacava pela sua intelectualidade, mas pelo trabalho pastoral. Demonstrou ser uma pessoa de muito diálogo, alguém misericordioso, e muito próximo das pessoas mais simples, sofredoras. Foi um Papa extremamente acessível, mostrando um lado da Igreja que a humanidade talvez não estivesse acostumada a ver. Uma Igreja mais próxima, missionária, aberta ao diálogo.” Questionado sobre o futuro líder da Igreja Católica, o padre Daniel Carvalho diz ser difícil apontar, para já, um possível nome. “A Igreja Católica tem hoje cerca de 120 cardeais, então quando acontece o conclave há sempre uma eleição, e o candidato que obtém dois terços dos votos é eleito Papa. É muito difícil acertar na figura que será o próximo Papa. Existem sempre várias possibilidades. É muito provável que seja alguém da linha do Papa Francisco, pois muitos dos cardeais actuais foram escolhidos por ele. Pode haver uma tendência de continuidade pelo mesmo pensamento”, frisou. Religião “para todos” Stephen Morgan, reitor da Universidade de São José (USJ), recordou as palavras do Papa Francisco em Lisboa, no ano passado, durante as Jornadas Mundiais da Juventude, quanto ao facto de “o catolicismo ser para todos, todos”. “Ele tinha capacidade de comunicar isso, e penso que também estava preocupado em assegurar que, aos mais altos níveis de governação, a Igreja fosse representativa e com alcance global.” Para Stephen Morgan, o Papa Francisco “tinha uma capacidade de comunicação e de ligação com as pessoas”, além de ter criado raízes entre a Igreja Católica em países da zona sul do globo. “Foram ordenados muitos cardeais em lugares como o Myanmar, Timor-Leste ou até Mongólia, numa espécie de reconhecimento da natureza global do catolicismo, e talvez seja algo que só alguém da América Latina, do sul global, poderia promover.” Ao longo de 12 anos de pontificado, o Papa Francisco fez uma aproximação à comunidade LGBT e teve de lidar com o escândalo dos abusos sexuais no seio da Igreja. O posicionamento de Francisco nesse campo é outro ponto destacado por Stephen Morgan. “Ele fez um enorme número de coisas em termos de governação interna da Igreja, criando mecanismos de responsabilização. Não tenho a certeza se a responsabilização já terá acontecido, mas esses mecanismos, na crise dos abusos sexuais ou de gestão dos bens da Igreja, foram realmente muito importantes. Ele tinha uma capacidade de se relacionar com pessoas ‘modernas’, devido ao seu estilo informal”, destacou o reitor da USJ. Quanto à futura liderança da Igreja Católica, também Stephen Morgan diz que há ainda muitas possibilidades em aberto, tendo em conta o elevado número de eleitores papais. Além disso, “uma das características do pontificado deste Papa foi o facto de não se ter reunido com os cardeais muitas vezes, sendo que os seus antecessores tinham tendência para reunir com os cardeais com muito mais frequência”. “O Papa Francisco não o fez, por isso não se conhecem verdadeiramente. Pode ser um conclave muito curto, com a maioria a dizer: ‘Não conheço ninguém, mas conheço esta pessoa’. Pode ser o Tolentino Mendonça, por exemplo. Pode levar muito tempo a que se conheçam”, explicou. Segundo a Al Jazeera, em Janeiro deste ano existiam 252 cardeais, sendo que 138 têm poder de eleição do novo líder da Igreja Católica. O novo Papa irá cumprir o 267º pontificado. Fala-se de vários nomes que poderão suceder a Francisco: além do português Tolentino Mendonça, há os cardeais Peter Erdo, Pietro Parolin, cardeal secretário de Estado; Peter Turkson, do Gana; Luís Tagle, das Filipinas; Mário Grech e Matteo Zuppi. “Vale a pena referir que cerca de 50 por cento dos actuais cardeais vêm do sul global. Por isso, a ideia de que o novo Papa possa ser um asiático ou africano, e não um latino-americano, é elevada. Mas quem sabe?”, deixa no ar Stephen Morgan. Próxima jornada O funeral do Papa Francisco será realizado dentro de nove dias e o conclave para eleger o seu sucessor dentro de um mês, anunciou ontem o Vaticano após a morte do pontífice. Este domingo, Francisco conseguiu falar, sentado numa cadeira de rodas, no âmbito da cerimónia de benção “Urbi et Orbi”: “Urbi”, por ser dirigida a Roma, e “Orbi”, por também se direccionar ao mundo inteiro. Na sua mensagem, lida por um assessor, denunciou-se a “desprezível situação humanitária” em Gaza, e foi feito um apelo ao cessar-fogo. O Papa Francisco alertou também para “o clima de crescente antissemitismo que se está a espalhar pelo mundo”. “Apelo aos beligerantes para que cessem o fogo, libertem os reféns e prestem uma ajuda preciosa às pessoas famintas que anseiam por um futuro de paz”, afirmou Francisco na mensagem. “A missão autodeterminada do Papa Francisco era transformar a Igreja Católica num ‘hospital de campanha’, no sentido de ir ao encontro das pessoas onde elas estão, sem as julgar, curando-as com remédios de graça. Por isso, muitos católicos amavam-no profundamente”, rematou Stephen Morgan. A Diocese de Macau emitiu ontem uma nota oficial sobre o falecimento do Papa, recordando que este “foi chamado à Casa do Pai no Vaticano, em Roma, aos 88 anos de idade”. “Ao longo de seu ministério terreno, o Papa Francisco proclamou ardentemente a infinita misericórdia de Deus, semeou esperança entre os fiéis, percorreu muitas terras e cuidou com ternura dos mais frágeis, tornando-se um modelo exemplar de liderança pastoral”, é referido na nota, a que se segue um comentário do Bispo Stephen Lee. “Neste tempo sagrado da Oitava de Páscoa, Dom Stephen Lee, Bispo de Macau, juntamente com todos os irmãos e irmãs em Cristo, eleva preces fervorosas pelo eterno descanso da alma do Papa Francisco e para que ele seja recebido na glória do Reino Celestial. Expressamos igualmente a nossa sincera gratidão pelas numerosas mensagens de condolências recebidas de todos aqueles que, com bom coração, partilham deste momento de luto”, é referido. A Diocese diz que vai anunciar as cerimónias memoriais do falecimento de Francisco. A nota dá ainda conta da cronologia da vida de Francisco, nomeadamente o nascimento, a 17 de Dezembro de 1936, em Buenos Aires, com o nome de Jorge Mario Bergoglio; e a entrada nos jesuítas em 1958, tendo sido ordenado sacerdote em 1969. Em 2001 foi ordenado cardeal, e cerca de 12 anos depois foi escolhido como Papa. Condolências de Pequim A China apresentou ontem condolências pela morte do Papa Francisco, aos 88 anos, e afirmou que pretende continuar a desenvolver as suas relações com o Vaticano. Francisco foi o primeiro papa sul-americano e jesuíta da história. “A China apresenta as suas condolências pela morte do Papa Francisco”, disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. A Santa Sé e a China não mantêm relações diplomáticas oficiais, uma vez que o Vaticano é um dos cerca de dez países que reconhecem Taiwan. No entanto, em 2018, o pontificado de Francisco assinou um acordo histórico com o Governo chinês sobre a complexa questão da nomeação de bispos católicos na China. “Nos últimos anos, a China e o Vaticano mantiveram contactos construtivos e intercâmbios amigáveis”, afirmou Guo Jiakun. “A China está disposta a fazer esforços conjuntos com o Vaticano para promover a melhoria contínua das relações”, declarou.
Tarifas | Cosco alerta para efeito negativo de taxas Hoje Macau - 21 Abr 2025 A empresa de transporte marítimo estatal chinesa Cosco manifestou ontem firme oposição à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas sobre navios construídos e operados pela China, alertando para o impacto nas cadeias de abastecimento. A empresa disse, em comunicado, que esta medida “não favorece a concorrência leal nem a operação normal dos negócios na indústria global de transporte marítimo”, além de ser baseada em “falsidades”. As novas tarifas portuárias “terão impacto no desenvolvimento estável e saudável do sector de transporte marítimo a nível mundial e comprometerão a estabilidade e a segurança da cadeia industrial e da cadeia de abastecimento”, afirmou a Cosco. “Como empresa internacional responsável pelos sectores de transporte marítimo e logística, aderimos sempre aos conceitos de integridade, transparência e conformidade para participar na concorrência mundial do transporte marítimo”, afirmou a empresa, acrescentando que vai “proteger os interesses” dos seus clientes. A Cosco possui mais de 40 terminais de contentores em todo o mundo e é uma das maiores companhias de transporte marítimo de contentores do mundo, com mais de 300 navios. Na sexta-feira passada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês condenou as novas taxas e instou Washington a “pôr termo imediatamente” às suas “práticas erradas”. “Medidas como a imposição de taxas portuárias e tarifas sobre o equipamento de movimentação de carga da China são prejudiciais para todo o mundo. Aumentam os custos globais de transporte, perturbam a estabilidade da cadeia de abastecimento global e aumentam a pressão inflacionista sobre os Estados Unidos”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian, numa conferência de imprensa. Trump impôs estas tarifas portuárias na última quinta-feira, embora a medida tenha origem na administração de Joe Biden (2021-2025), ao abrigo da Secção 301 do Código Comercial dos EUA, para taxar navios chineses que chegam aos portos norte-americanos.
Países reagem à morte do Papa Francisco, aos 88 anos Hoje Macau - 21 Abr 2025 O Papa Francisco morreu ontem às 7h35, hora europeia, na residência na Casa de Santa Marta, no Vaticano. O líder da Igreja Católica, de 88 anos, tinha estado recentemente internado, em estado grave, por complicações de uma pneumonia bilateral, mas recuperou a tempo de estar presente nas celebrações de domingo de Páscoa no Vaticano. Entretanto, vários líderes de países reagiram à morte de Francisco, um deles o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta. Citado pela Lusa, Ramos-Horta referiu que não foram apenas os católicos que perderam com a morte do Papa Francisco, mas todas as religiões e a humanidade. “Todas as religiões, toda a humanidade, perdeu alguém de grande importância”, disse o Presidente timorense, numa mensagem de vídeo em tétum, a partir de Sofia, Bulgária, onde se encontra em visita oficial. Na mensagem, o também prémio Nobel da Paz, considera que o “Papa Francisco foi um dos papas com maior impacto na história do mundo”, que “abraçou os pobres, os frágeis”. “Um Papa que não hesitou em falar contra os poderes mundiais que promovem a guerra em vez da paz”, disse Ramos-Horta, lembrando que Francisco denunciou também os poderes que ignoram os pobres e exploram os mais fracos. O chefe de Estado timorense recordou também as palavras do Papa Francisco, quando terminou a visita a Díli, em Setembro de 2024. “Segurou na minha mão e disse para cuidarmos bem deste povo querido”, lembrou. Uma das últimas viagens feitas pelo Papa Francisco foi a Timor-Leste durante a qual esteve reunido com o Presidente timorense com as autoridades religiosas, sociedade civil e corpo diplomático acreditado no país. Aos timorenses pediu para continuarem a construir e a consolidar as instituições do país para que “estejam completamente aptas a servir o povo de Timor-Leste” e para que os “cidadãos se sintam efetivamente representados”. “A fé que vos iluminou e susteve no passado continue a inspirar o vosso presente e o vosso futuro”, disse o Papa, lembrando que agora Timor-Leste tem um “novo horizonte, com céu limpo, mas com novos desafios a enfrentar e novos problemas a resolver”. Índia reagiu Outro líder político que reagiu à morte do Papa foi o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que apontou Francisco como “exemplo de compaixão, humildade e coragem”. “Profundamente triste com o falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco. Neste momento de dor e recordação, transmito as minhas sinceras condolências à comunidade católica mundial”, afirmou Narendra Modi nas redes sociais. “O Papa Francisco será sempre recordado como um exemplo de compaixão, humildade e coragem espiritual por milhões de pessoas em todo o mundo. Desde muito jovem, dedicou-se a concretizar os ideais de Cristo. Serviu diligentemente os pobres e os oprimidos”, acrescentou. Modi acompanhou a sua mensagem com várias fotografias tiradas durante um encontro com Francisco, mostrando os dois abraçados, e agradeceu-lhe o “afecto pelo povo da Índia”, onde residem cerca de 26 milhões de cristãos. O líder indiano teve vários encontros com o Papa, o último dos quais em Junho passado, à margem da cimeira do G7 em Itália. Num encontro anterior, em 2021, o primeiro-ministro indiano convidou o pontífice argentino a visitar a Índia. Entretanto, nos EUA, houve também uma reacção à morte por parte do vice-presidente norte-americano, JD Vance. “O meu coração está com os milhões de cristãos de todo o mundo que o amavam”, escreveu Vance, que está actualmente de visita à Índia, nas redes sociais. “Fiquei feliz por o ver ontem [domingo], apesar de estar obviamente muito doente”, acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). O Presidente das Filipinas, o país com mais católicos na Ásia, lamentou hoje a morte do Papa Francisco e disse que os filipinos se juntavam ao luto pela perda do chefe da Igreja Católica. “Um homem de profunda fé e humildade, o Papa Francisco liderou não apenas com sabedoria, mas também com um coração aberto a todos, especialmente os pobres e esquecidos”, disse Ferdinand Marcos Jr. numa mensagem nas redes sociais. Com mais de 118 milhões de habitantes, as Filipinas têm mais de 78% de católicos e ainda muitos fiéis de outras confissões cristãs. “O Papa Francisco ensinou-nos que ser um bom cristão significa dar bondade e cuidado mútuo. A sua humildade trouxe muitos de volta ao seio da Igreja”, disse Marcos na mensagem de condolências citada pela agência de notícias espanhola EFE. “Ao lamentarmos o seu falecimento, honramos uma vida que trouxe esperança e compaixão a tantos e que nos inspirou a amarmo-nos uns aos outros como Cristo nos amou. É um dia profundamente triste”, acrescentou. A Catedral de Manila vai celebrar uma missa na terça-feira, às 09:00 locais, presidida pelo cardeal José Advincula, em honra de Francisco, que se tornou chefe da Igreja Católica em 2013.
Esclarecimento Hoje Macau - 21 Abr 2025 A propósito da polémica lançada a respeito dos painéis alusivos à história da aviação em Macau e do seu desaparecimento, e porque me encontro atualmente em Macau procurei saber in loco o que se passava. No entanto foi-me negada autorização para aceder ao “lado ar” do Aeroporto Internacional de Macau [AIM], embora tenha sido autora de alguns projetos de remodelação interior, designadamente para o corredor estéril em 2013, onde incorporei painéis alusivos à história da aviação em Macau, com base no livro “Aviação em Macau – Um século de Aventuras” de Luís Andrade de Sá (1990). Nos finais de 2024 ao ter percorrido o corredor estéril, após uma chegada a Macau, verifiquei que as paredes laterais do mesmo não incluíam o design que na altura havia concebido, alusivo à história da aviação em Macau e com valor cultural, o que me deixou apreensiva e tive ocasião de explicitar essa minha insatisfação no decorrer de uma conferencia online, ocorrida no Centro Científico e Cultural de Macau por ocasião das Conferências da Primavera 2025. A situação foi igualmente relatada num artigo de Andreia Silva no jornal Hoje Macau de 20 de março 2025, sob o título “Aviação I Maria José de Freitas lamenta retirada de painéis do aeroporto”. Um dos leitores do jornal fez um comentário mencionando que os painéis alusivos à história da aviação em Macau ainda estavam expostos nas paredes do corredor estéril, admitindo que eu pudesse ter chegado pela nova extensão do corredor, onde de facto não existem painéis com o aludido desenho. Após confirmação com os serviços da CAM soube que foi isso mesmo que aconteceu, ou seja, a extensão do corredor estéril praticamente duplicou nos anos recentes, a parte inicial do corredor ainda contém os painéis, sendo que a parte nova não inclui desenho algum. Foi o que pude confirmar. Senti algum consolo, mas no decorrer da investigação que fiz soube mais ainda: está em curso uma remodelação no aeroporto que vai englobar todo o corredor estéril e os desenhos que projetei em 2013 e que tinham a ver com uma parte significativa, e pouco divulgada, da história da aviação em Macau, serão retirados de forma progressiva e substituídos por outros, alusivos a temas generalistas, talvez incluindo o skyline da cidade, ou outras imagens mais banais. Por tudo isto valido a minha afirmação inicial: lamento que sejam retirados os painéis do aeroporto e eliminadas as imagens relativas à história da cidade e, no caso vertente, à história da aviação em Macau, cujo protagonismo foi evidente nos anos 20 do século passado, como dizia a historiadora Cátia Reis na comunicação que apresentou no Centro Científico e Cultural de Macau, em 2025. Se havia lugar para que esta narrativa tivesse visibilidade era ali naquele longo percurso denominado “corredor estéril” que passaria a ser um inovador “corredor histórico e cultural”! Maria José de Freitas Arquiteta, PhD Presidente ICOMOS-ISCSBH
FAM | Actuações adicionais em Maio Hoje Macau - 21 Abr 2025 A 35.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) vai contar com novas actuações em Maio, “em resposta à procura do público”. Assim, podem ser vistas as produções locais “Reino Natalício”, apresentada no dia 18 de Maio às 16h, e “Em Festa.Vibração Z”, apresentada nos dias 24 e 25 de Maio, às 19h45 e 14h45, respectivamente. Os bilhetes para assistir a estas produções, inseridas na programação do FAM, que tem como tema “Crescimento”, já se encontram à venda. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), “Reino Natalício” promete ser “um espectáculo muito divertido para toda a família”, sendo uma criação da companhia Own Theatre em colaboração com o Teatro Free to Play de Hong Kong. “Reino Natalício” promete proporcionar ao público “um milagre de Natal inesperado no início de Maio, entre muito alarido e gargalhadas”. Por sua vez, “Em Festa.Vibração Z” é um projecto da companhia “Four Dimension Spatial” que irá transformar o palco “numa pista de dança vibrante, dissecando a questão da solidão e as aspirações” da chamada “Geração Z”. Pretende-se criar “a experiência de uma festa exclusiva com o público através da combinação de música electrónica e dança contemporânea”.
MAM | Cerâmica de Shiwan para ver até Outubro Hoje Macau - 21 Abr 2025 O Museu de Arte de Macau tem patente, até 7 de Outubro, uma nova mostra que retrata a cultura tradicional chinesa, nomeadamente no que diz respeito à produção da cerâmica de Shiwan, de Lingnan. “Preciosidades de Fornos: Colecção de Cerâmica de Shiwan do Museu de Arte de Macau” inclui também peças do sinólogo português Manuel da Silva Mendes A cerâmica tradicional de Shiwan, na zona de Lingnan, China, é o grande foco da nova exposição disponível para visita no Museu de Arte de Macau (MAM), e que pode ser vista até ao dia 7 de Outubro deste ano. “Preciosidades de Fornos: Colecção de Cerâmica de Shiwan do Museu de Arte de Macau”, apresenta um total de 123 peças ou conjuntos deste tipo de cerâmica, organizadas em quatro grupos: “Cumeeiras em Cerâmica de Shiwan”, “Cerâmica de Shiwan”, “Imagens de Flora e Fauna” e “Figurinhas de Shiwan”. Desta forma, e segundo explicações do Instituto Cultural (IC), a exposição “mapeia a passagem da cerâmica de Shiwan de uma arte regional a uma arte em diálogo internacional, permitindo aos visitantes experienciar esta lenda de Lingnan forjada em terra e fogo”. “Desde o surgimento em meados da dinastia Ming, a cerâmica de Shiwan tem confluído as técnicas dos migrantes das Planícies Centrais e a cultura local de Lingnan, sendo conhecida pela riqueza e variedade cromática dos seus vidrados e pelas técnicas únicas”, descreve ainda o IC. A colecção de Silva Mendes Destaca-se, nesta mostra, peças da antiga colecção do sinólogo português Manuel da Silva Mendes, que viveu entre os anos 1886 e 1931, bastante ligado a Macau. Encontram-se na mostra “emulações de antiguidades das dinastias Ming e Qing, obras da dinastia Qing com motivos florais, de frutos, aves e animais simbólicos, figuras cerâmicas para decorar cumeeiras e obras inovadoras de Pan Yushu e Chen Weiyan que combinaram técnicas de escultura ocidentais”. O público pode também ver figuras cerâmicas em grande escala, como é o caso dos trabalhos intitulados “Hua Tuo” e “Lu Yu”, que testemunham “o diálogo profundo entre a estética chinesa e a ocidental e demonstra o encanto único do artesanato popular”. No caso da cumeeira de Shiwan, trata-se de uma “decoração arquitectónica repleta das caraterísticas locais na cumeeira da região de Lingnan, e é também muito vista em templos de Macau, como o Templo de Pou Chai (Kun Iam Tong) e o Templo de Hong Chan Kuan (Templo do Bazar). Numa das peças, de nome “Cumeeira”, assinala-se “o primeiro ano do reinado de Guangxu (1875) e a identificação do estabelecimento comercial de vasos de flores ‘Feita na Oficina de Wu Qiyu'”. Tal demonstra “a esperança do povo de Lingnan numa vida melhor através da representação de personagens da ópera chinesa na cumeeira”. O público poderá desfrutar de um dispositivo multimédia, no local da mostra, “que proporciona as imagens da cumeeira de Shiwan no Templo do Bazar e mostra os detalhes da colecção, havendo também uma área de interacção entre pais e filhos e a distribuição de postais de edição limitada”. A partir do próximo mês estarão disponíveis visitas guiadas, apenas em cantonense, aos sábados, domingos e feriados públicos. Durante o período de exposição, serão realizadas palestras temáticas, workshops de cerâmica, visitas artísticas para pais e filhos e concertos na área de exposição.
GP | Corridas de apuramento de Turismo decorreram em Zhaoqing Sérgio Fonseca - 21 Abr 2025 A edição de 2025 do Campeonato de Carros de Turismo de Macau – Macau Road Sport Challenge – teve o seu início no Circuito Internacional de Guangdong, com 67 carros divididos em dois grupos, A e B, disputando um total de quatro corridas ao longo do fim-de-semana. Os pilotos de Hong Kong voltaram a mostrar a sua superioridade, mas houve resultados positivos entre os pilotos de Macau Para além dos títulos em jogo, a competição organizada pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC), que se divide em dois eventos, serve igualmente para atribuir as trinta e seis vagas disponíveis para a prova mais importante da temporada: o Grande Prémio de Macau. Como tal, esta primeira jornada no circuito dos arredores de Zhaoqing revelou-se particularmente tensa, com corridas muito disputadas entre os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8), todos equipados este ano com os novos pneus Pirelli de composto DMC. No Grupo A alinharam três pilotos bem conhecidos da comunidade lusófona: Rui Valente, Célio Alves Dias e Maximiano Manhão. No entanto, uma qualificação menos conseguida deixou os três na parte final da grelha de partida, obrigando-os a trabalho redobrado logo na primeira corrida, disputada na tarde de sábado. Essa mesma corrida acabou por ser interrompida com bandeira vermelha a poucas voltas do fim, devido a um derrame de óleo na pista. Damon Chan, vencedor da competição em 2024, triunfou, seguido por Lo Pak Yu e Chan Ka Ping, num pódio inteiramente composto por pilotos de Hong Kong. O experiente Rui Valente protagonizou uma excelente corrida de recuperação, subindo da 29.ª até à 14.ª posição. Maximiano Manhão ganhou três lugares e terminou em 22.º, enquanto Célio Alves Dias subiu oito posições, finalizando em 25.º. Na segunda corrida, Rui Valente voltou a imprimir um forte andamento, chegando a rodar em 5.º, mas a degradação dos pneus impediu-o de manter a posição, terminando em 7.º. Com um sistema de pontuação que privilegia os dez primeiros classificados, este resultado poderá ser determinante para a sua qualificação para o Grande Prémio. No seu fim-de-semana de estreia aos comandos de um carro de Turismo, Maximiano Manhão, cujo Toyota ostenta as cores e o logótipo da histórica Macau Racing Team, terminou no 15.º posto. Célio Alves Dias, num fim-de-semana complicado, foi apenas 23.º e sabe que tem muito que fazer se se quiser qualificar no próximo mês. A vitória coube a Lo Pak Yu, pressionado de perto por Wong Chuk Pan e Leong Keng Hei. O melhor representante do território foi Lou Check In com um 4.º lugar. Vitória da RAEM e Top-10 para Badaraco As corridas do Grupo B também foram marcadas por incerteza e grande animação dentro de pista. Chung Kwok Hei, vencedor em 2023, liderava a prova até que um furo o forçou a abandonar. Cheng Kin Sang, representante da RAEM, aproveitou a oportunidade e assumiu a liderança. Bayern Yip Wai Hei lançou vários ataques, todos eficazmente defendidos por Cheng. Porém, um acidente aparatoso na recta principal, já perto do fim, causou nova interrupção com bandeira vermelha. Cheng Kin Sang venceu, terminando à frente de Bayern Yip e Lam Tou. Na segunda corrida, Bayern Yip ultrapassou Cheng Kin Sang na segunda volta e assumiu o comando. Apesar da entrada do safety car por duas vezes, Bayern Yip manteve a calma e garantiu a vitória, conquistando um primeiro e um segundo lugar no conjunto do fim-de-semana. Rao Long, que partira da oitava posição, mostrou excelente ritmo e subiu até ao 2.º posto nas duas últimas voltas. Cheng Kin Sang concluiu no 3.º posto, somando assim dois pódios na jornada de abertura. Jerónimo Badaraco, o último vencedor da Taça ACP, em 1999, teve um início discreto, terminando em 19.º a corrida de sábado. No domingo, “Noni” mostrou que ainda tem muito para dar ao automobilismo local, alcançando um precioso 10.º lugar. Já Dionísio Albino Pereira concluiu a primeira corrida na 29.ª posição e não alinhou na segunda. A próxima, derradeira e decisiva jornada está agendada para os dias 16 a 18 de Maio, novamente no Circuito Internacional de Guangdong.
Irão | MNE de viagem para a China Hoje Macau - 21 Abr 2025 O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, viaja para a China hoje, anunciou ontem o Governo do Irão, antes das novas negociações sobre um acordo nuclear entre Teerão e Washington que acontecem nos próximos dias. “O Ministro dos Negócios Estrangeiros viajará para a China amanhã [terça-feira]”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaïl Baghaï, numa conferência de imprensa semanal, sem fornecer mais detalhes de imediato. Araghchi já tinha visitado a China em Dezembro. A China é um dos países signatários do acordo nuclear internacional concluído em 2015 com o Irão, mas que foi abandonado após a decisão dos Estados Unidos de se retirarem daquele pacto três anos depois, sob a primeira presidência de Donald Trump. Três outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — França, Reino Unido e Rússia — além da Alemanha e da União Europeia (UE) são também signatários do acordo. O acordo previa o levantamento das sanções internacionais contra o Irão em troca da supervisão do seu programa nuclear pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Desde que regressou à Casa Branca, em Janeiro, Trump instou o Irão a negociar um novo texto, mas ameaçou Teerão com uma acção militar se a diplomacia falhasse. Abbas Araghchi deverá participar numa nova ronda de negociações no sábado, sob mediação de Omã, com o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, de acordo com a diplomacia iraniana. Em 2021, a China assinou um acordo estratégico abrangente de 25 anos com o Irão. Esta importante parceria abrange áreas tão diversas como a energia, a segurança, as infraestruturas e as comunicações.
Hong Kong | China vai retaliar com sanções contra funcionários dos EUA Hoje Macau - 21 Abr 2025 A China vai impor sanções contra funcionários, legisladores e dirigentes de organizações não-governamentais dos Estados Unidos que tiveram um “mau desempenho” nas questões de Hong Kong, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Em Março, os Estados Unidos sancionaram seis funcionários da China continental e de Hong Kong que, alegadamente, estavam envolvidos em “repressão além-fronteiras”. Entre esses funcionários contavam-se o secretário da Justiça, Paul Lam, o director do gabinete de segurança, Dong Jingwei, e o antigo comissário da polícia, Raymond Siu. Como retaliação, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou ontem, em Pequim, que a China condenou veementemente os actos, qualificando-os de “desprezíveis”. Os Estados Unidos interferiram seriamente nos assuntos de Hong Kong e violaram os princípios do direito internacional, afirmou. “A China decidiu impor sanções aos congressistas, funcionários e líderes de ONGs dos EUA que tiveram um mau desempenho em questões relacionadas com Hong Kong”, disse Guo, acrescentando que a resposta foi dada de acordo com a lei anti-sanções estrangeiras, sem fornecer mais pormenores sobre quem está a ser visado. Guo também emitiu um aviso sobre Hong Kong, dizendo que os assuntos da cidade semiautónoma da China não estão sujeitos à interferência dos EUA. Quaisquer acções consideradas erradas pelo Governo chinês relativamente a questões relacionadas com Hong Kong serão objecto de medidas firmes e de retaliação recíproca, afirmou.
Tarifas / EUA | China “não aceitará” que acordos de países a prejudiquem Hoje Macau - 21 Abr 2025 Pequim advertiu ontem que “não aceitará” acordos internacionais que “prejudiquem os seus interesses”, após a imprensa internacional ter noticiado que o Presidente norte-americano, Donald Trump, está a pressionar outros países a limitarem o comércio com a China. O Ministério do Comércio chinês disse em comunicado que os Estados Unidos “têm abusado das tarifas sobre os parceiros comerciais sob a bandeira da ‘reciprocidade’” e “forçaram todas as partes a manter negociações” com Washington. O ministério afirmou que “respeita os esforços de todas as partes para resolver as diferenças económicas e comerciais com os Estados Unidos através de consultas justas”, mas acrescentou que devem “adoptar uma postura de equidade, justiça e correcção histórica” e “defender as regras económicas e comerciais internacionais e o sistema comercial multilateral”. O ministério acusou os EUA de “promoverem uma política hegemónica e de implementarem uma intimidação unilateral no domínio económico e comercial”, advertindo que “o apaziguamento não trará a paz” e que “os acordos não serão respeitados”. O organismo criticou a procura de “pretensas isenções à custa dos interesses dos outros para proveito próprio e temporário” e avisou que esse comportamento “acaba por não beneficiar nenhuma das partes”. “Ninguém pode ficar imune ao impacto do unilateralismo e do proteccionismo”, afirmou o ministério, acrescentando: “Quando o comércio internacional voltar à ’lei da selva’, em que os fortes se aproveitam dos fracos, todos os países se tornarão vítimas”. A China está disposta a “fortalecer a solidariedade e a coordenação com todas as partes e trabalhar para resistir conjuntamente contra o ‘bullying’ unilateral”, afirmou a pasta. Em força A guerra comercial desencadeada por Trump intensificou-se a 02 de Abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” para o resto do mundo, uma medida que mais tarde rectificou face à queda dos mercados e ao aumento do custo de financiamento da dívida dos EUA. Mas enquanto suavizava a ofensiva contra a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10 por cento, Trump decidiu aumentar as taxas sobre a China para 245 por cento, por ter respondido com tarifas de retaliação. Entretanto, Pequim aumentou as suas tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125 por cento. Os EUA decidiram isentar muitos produtos electrónicos chineses das tarifas, embora Trump tenha anunciado a aplicação de taxas sobre semicondutores “num futuro próximo”. Trump disse na quinta-feira que dentro de “três a quatro semanas” poderão ter chegado a acordos tarifários com os seus parceiros e indicou que a sua administração já está a falar com representantes chineses numa tentativa de chegar a um acordo também com Pequim. A China apenas reconheceu, através do seu ministério, que mantém uma “comunicação constante a nível de trabalho” com os seus homólogos norte-americanos, sublinhando que Pequim está “aberta a consultas” com Washington se estas se basearem no “respeito mútuo”.
Chamas consomem locais de venda no exterior do mercado do Iao Hon Hoje Macau - 21 Abr 2025 Um incêndio de grandes dimensões na zona exterior do mercado do Iao Hon, no domingo, obrigou à retirada de 30 pessoas do local e terá causado danos a 24 das bancas de venda. De acordo com o jornal Ou Mun, pelos menos 12 das bancas de vendas apresentam danos de grande dimensão. O alerta para o incêndio foi dado por volta das 20h, as chamas atingiram um tamanho considerável, reflectido numa grande nuvem de fumo preto, mas não houve feridos a serem transportados para o hospital. Ainda assim houve vendedores que tiveram de ser assistidos, porque se deslocaram para o local depois de ouvirem as notícias sobre o fogo, acabando por inalar fumo do incêndio. A publicação em língua chinesa relatou também que vários donos de bancas ficaram agitados, com alguns a tentarem aproximar-se das bancas para tentarem salvar o que fosse possível dos seus bens, enquanto outros simplesmente ficaram em total estado de choque, sem reacção. Situação acompanhada As autoridades suspeitam que o incêndio tenha tido origem num curto-circuito nos fios eléctricos, mas o motivo ainda está a ser investigado. Também os danos dos comerciantes ainda estão por apurar, mas, ao jornal Ou Mun, um vendedor de comida indicou ter perdas de pelo menos 100 mil patacas, que se deve não só às chamas e aos fumos, mas também à água utilizada no combate ao incêndio. Depois das chamas, o IAM publicou um comunicado em chinês a defender-se afirmando que nos últimos anos tem desenvolvido um trabalho de promoção das medidas de prevenção contra incêndios. “O Instituto para os Assuntos Municipais tem-se empenhado na sensibilização dos vendedores ambulantes para a prevenção de incêndios. Em colaboração com o Corpo de Bombeiros, foram realizadas regularmente palestras e exercícios de prevenção de incêndios com os vendedores ambulantes e apelaram aos vendedores para que cumpram as directrizes de prevenção de incêndios”, foi indicado. “Além disso, o Instituto para os Assuntos Municipais reforçará as patrulhas e a aplicação da lei para evitar que os incêndios prejudiquem a segurança pública”, foi acrescentado. O IAM prometeu ainda ir reparar as bancas afectadas pelo incêndio e disponibilizar, o mais rapidamente possível, locais de funcionamento temporário. Sete das 24 bancas afectadas pelas chamas não estavam ocupadas.
Metro | Avaria reteve 30 pessoas nas carruagens João Santos Filipe - 21 Abr 2025 A Sociedade do Metro Ligeiro de Macau lamentou o acidente que terá sido causado por uma falha no sistema eléctrico. Uma das pessoas retidas sentiu-se mal, mas recusou ser transportada para o hospital Uma falha no sistema eléctrico no Metro Ligeiro fez com que cerca de 30 passageiros ficassem retidos dentro das carruagens, e o sistema suspenso aproximadamente durante duas horas, entre a Estação da Barra e o Hospital das Ilhas. O caso aconteceu no domingo de manhã. Uma pessoa sentiu-se mal, tendo recebido tratamento no local das equipas de salvamento. As pessoas ficaram presas quando viajavam perto do Macau Jockey Club e tiveram de ser resgatadas por equipas de salvamento, constituídas por bombeiros e polícia. Quando as autoridades conseguiram abrir as portas do metro, várias pessoas apresentaram queixas de mal-estar, com um residente local, com cerca de 50 anos, a apresentar dificuldades respiratórias. No entanto, este recusou ser transportado para o hospital para receber tratamento, porque ao sair da carruagem afirmou já se sentir melhor. O alerta para o facto de haver pessoas presas dentro das carruagens foi dado às autoridades por volta das 11h27 e a normalidade da circulação do metro só foi retomada por volta das 13h11. Apesar da suspensão entre a Estação da Barra e o Hospital das Ilhas, a circulação entre o Terminal Marítimo da Taipa e o Dome foi assegurada, com uma frequência de nove minutos. Após o incidente, a empresa do metro emitiu um comunicado a lamentar o sucedido: “A Sociedade do Metro Ligeiro de Macau lamenta profundamente o incómodo causado aos passageiros por este acidente e vai continuar a inspeccionar o sistema e melhorar as disposições relativas à comunicação de acidentes e às instruções no local”, foi comunicado. Comunicação com falhas Ao jornal Ou Mun, houve pelo menos uma residente que se queixou sobre a comunicação da empresa, que não tinha qualquer aviso para a interrupção do serviço antes da entrada nas estações. Uma queixa semelhante foi relatada por turistas ao canal português da TDM. Neste caso, a turista ouvida admitiu que poderia ter verificado previamente a informação sobre o serviço através do telemóvel, o que não fez, mas considerou que os avisos deviam ter sido afixados logo nas escadas, para que as pessoas não tivessem de se deslocar ao interior das estações do metro. Desde que foi inaugurado, em 2019, o Metro Ligeiro tem apresentado algumas avarias, o que fez com que o serviço já tivesse sido suspenso durante seis meses para substituir cabos de alta tensão. Contudo, os acidentes não pararam e o mais recente aconteceu em Outubro do ano passado.