HK | Piloto Anson Wong morre durante detenção policial

O piloto de Hong Kong de 57 anos participou em pelo menos 24 edições do Grande Prémio de Macau e representou as cores da equipa Son Veng, com sede em Macau. Segundo a versão da polícia da RAEHK, Wong morreu 20 minutos depois de ser dominado e algemado por três agentes

 

O alegado traficante de droga que morreu na semana passada 20 minutos depois de ser dominado pela polícia de Hong Kong, foi identificado como Anson Wong, piloto que correu no Grande Prémio de Macau pelo menos 24 vezes. A informação sobre a morte de um suspeito de estar envolvido numa rede de tráfico de cocaína foi revelada na quinta-feira, mas a identidade apenas foi tornada pública no sábado.

Quando a morte foi comunicada pelas autoridades, a polícia de Hong Kong defendeu-se ao apontar que o homem tinha oferecido resistência face a uma tentativa de detenção, em que três agentes teriam ficado feridos. O relato inicial indicava igualmente que o suspeito tinha cooperado com as autoridades no início das buscas, mas que se tornou violento, quando os polícias começaram a investigar o carro onde seguia. Também nessa altura, indicaram as autoridades da região vizinha, Anson Wong terá tentado arrancar com a viatura, o que levou a que fosse detido com uso da força por três agentes.

Segundo a versão da polícia de HK, a morte não terá acontecido quando os agentes recorreram à força para fazer a detenção, mas 20 minutos depois, supostamente quando Anson Wong estava algemado e foi “encontrado inconsciente” dentro de uma viatura da polícia.

A vítima mortal foi levada para um hospital em Tuen Mun, nos Novos Territórios, onde foi declarado morto pelas 11h48 de quinta-feira. Logo desde o início, as autoridades indicaram que a morte do homem de 57 anos se tinha devido a problemas cardíacos.

 

Rede de 100 milhões

Anson Wong era suspeito de estar envolvido numa rede de tráfico de cocaína avaliada em 100 milhões de dólares de Hong Kong.

O piloto foi abordado pelas autoridades no âmbito de uma operação resultou na detenção de mais três indivíduos, entre os quais uma mulher com 75 anos, que alegadamente liderava o grupo. Estes estariam ligados a um contentor que chegou a Hong Kong vindo da América do Sul com cerca de 150 quilos de cocaína.

Após a morte, as autoridades de Hong Kong prometeram investigar a ocorrência, para depois submeterem um relatório para tribunal de Coroner, em Hong Kong, para onde são encaminhadas as mortes consideradas suspeitas.

Aos 57 anos, Anson Wong era uma cara bem conhecida do panorama do automobilismo local, dadas as ligações à equipa Son Veng, com a qual competiu várias vezes

Sgundo o jornal The Standard, Wong participou pelo menos 24 vezes no Grande Prémio de Macau com vitórias em diferentes categorias. Além disso, participava em várias provas no Interior, em campeonatos como o de Carros de Turismo da China.

5 Fev 2024

Droga | Três detidos por suspeita de tráfico de 6Kg de cocaína

Três pessoas foram detidas por alegado envolvimento num caso de tráfico de droga em que as autoridades de Macau e Hong Kong apreenderam 16 garrafas de vinho contendo cocaína líquida, com um peso total de 6 quilogramas. Segundo a estimativa das autoridades policiais, a droga terá um valor aproximado de 26,4 milhões de patacas.

A Polícia Judiciária (PJ) indicou na quinta-feira que em Macau foram detidos um homem, de 28 anos, e uma mulher, de 27 anos, num hotel do Cotai, ambos residentes de Taiwan. O outro suspeito, um cidadão da Malásia de 23 anos, foi detido pela polícia de Hong Kong em Tsuen Wan

Segundo a PJ, os dois suspeitos afirmaram ser desempregados e ter recebido a promessa de pagamento de cerca de 51 mil patacas se transportassem vinho para Macau, território onde nunca tinham estado. Porém, não adiantaram mais informações às autoridades.

Também na quinta-feira, a PJ revelou outro caso de tráfico de cocaína que envolveu um estrangeiro que voou para Macau a partir de Kuala Lumpur, na Malásia. No interior do corpo transportava 45 embalagens de cocaína com um peso total de um quilograma.

11 Dez 2023

Droga | Apenas um consumidor com menos de 21 anos até Junho

No primeiro semestre deste ano, o Sistema de Registo Central dos Toxicodependentes contabilizou 61 consumidores, um aumento de 15,1 por cento face a 2022. O Governo diz que apenas uma pessoa com menos de 21 anos consumiu drogas nos primeiros seis meses do ano. O registo é baseado nas pessoas apanhadas a consumir e nas que estão em reabilitação

 

O Instituto de Acção Social (IAS) revelou que durante a primeira metade deste ano, de acordo com o Sistema de Registo Central dos Toxicodependentes de Macau, o número total de pessoas que consumiram drogas foi de 61, o que representa um aumento de 15,1 por cento em comparação com o mesmo período de 2022. Num comunicado divulgado na terça-feira à noite, o IAS vai mais longe e declara que entre Janeiro e o fim de Junho apenas um jovem com menos de 21 anos consumiu drogas em Macau.

A contabilidade, apresentada na segunda Sessão Plenária da Comissão de Luta contra a Droga de 2023, é baseada em pessoas que cumprem penas de prisão por consumo de drogas e em quem se encontra em processo de reabilitação.

Além deste universo, as autoridades esperam que os consumidores de drogas se registem no sistema, uma perspectiva optimista face à criminalização do consumo na RAEM. Recorde-se o caso do residente de Macau na casa dos 20 anos que foi detido em 2021 pela prática do crime de consumo ilegal de estupefacientes, após se ter dirigido aos serviços de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário por não se sentir bem depois de consumir uma substância ilegal.

Para dar uma ideia do desfasamento dos dados de Macau face ao resto do mundo, importa referir que em 2021 o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime revelava que cerca de 5,5 por cento da população mundial, entre os 15 e 64 anos, teria usado drogas pelo menos uma vez no ano anterior. Os dados do primeiro semestre avançados pelo IAS referem que 0,009 por cento da população de Macau consumiu drogas.

Diminuindo o escopo populacional, o IAS afirma que a taxa de toxicodependência dos jovens estudantes de Macau no primeiro semestre foi de 0,96 por cento, uma diminuição de 1,96 por cento em comparação com 2,92 por cento revelado por uma investigação semelhante realizada em 2018. Também no ensino superior, o IAS refere que a taxa de toxicodependência de estudantes caiu significativamente de 4,9 para 1,2 por cento.

Pratos do dia

Durante a reunião, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura afirmou que depois da pandemia a circulação de pessoas aumentou, “o que trouxe um certo nível de desafio aos trabalhos de combate às drogas”. Elsie Ao Ieong U adiantou ainda que o Governo tem cooperado com as regiões vizinhas nas áreas da prevenção e tratamento da toxicodependência.

Com o retomar do normal funcionamento das fronteiras entre as diferentes localidades, o problema de consumo de drogas transfronteiriço voltou a aparecer. A percentagem relativa ao abuso do álcool e dos medicamentos prescritos têm vindo a aumentar, o que é uma situação que merece a nossa atenção, indicou a responsável.

Como é habitual nestas circunstâncias, o Governo enumerou as substâncias mais consumidas em Macau, com a metanfetamina (ice) a continuar a ser droga mais tomada nos primeiros seis meses deste ano, com uma percentagem de 23,4 por cento. A ketamina foi a segunda droga mais popular, consumida por 10,4 por cento das pessoas apanhadas nas malhas da lei.

Os locais de consumo de drogas foram principalmente em Macau, representando 74,2 por cento do total, enquanto quase 80 por cento dos locais de consumo de drogas foram em casa, casa de amigos e hotéis.

16 Nov 2023

Drogas | Governo vai actualizar lei do tráfico e consumo

A inclusão na lei de combate à droga de quinze substâncias que estão sujeitas a controlo internacional é uma das alterações que o Governo vai propor à Assembleia Legislativa, no âmbito da revisão à lei de proibição da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas.

A intenção de rever a lei foi revelada na sexta-feira e justificada com a obrigação da RAEM “incluir na lei de combate à droga as substâncias sujeitas a controlo internacional aprovadas pela Comissão de Estupefacientes das Nações Unidas”.

O Governo vai mais longe e admite incluir também uma outra substância, cujo nome não foi revelado no comunicado de imprensa, que não está “sujeita a controlo internacional”. “Esta substância, que actua principalmente nos sistemas nervoso e cardiovascular do corpo humano, cria uma tendência de consumo abusivo e constitui um grande risco para a saúde pública, não lhe sendo reconhecida nenhuma utilidade terapêutica”, foi justificado.

16 Out 2023

Tailândia | Definida prioridade no combate ao tráfico de droga

O novo Executivo, que tomou posse no início do mês, pede a cooperação de todos no plano de prevenção e supressão do tráfico de droga delineado para durar até 2027

 

O novo governo da Tailândia, no poder desde 5 de Setembro, anunciou ontem que o combate ao tráfico de drogas, especialmente a metanfetamina, é uma prioridade para os próximos quatro anos.

“Temos de combater os traficantes de droga. São criminosos que não temem a prisão, mas temem a confiscação dos bens. Por isso, peço a todos os organismos que acelerem a aplicação da lei”, declarou o primeiro-ministro, Srettha Thavisin, aos jornalistas no domingo.

O Governo tailandês delineou um plano para “prevenir, suprimir e resolver os problemas da droga no período 2023-2027”, incluindo tratar os toxicodependentes como doentes, ressocializar os consumidores de droga, aumentar o controlo e intensificar as operações de combate ao tráfico de droga e ao branqueamento de capitais.

“A resolução do problema da droga é uma prioridade nacional. Todos os organismos devem cooperar para o resolver e devem fazer cumprir a lei de forma séria e eficaz”, declarou, em comunicado.

A prioridade passa por “aumentar a repressão” sobre o tráfico de droga, “medida fundamental” para evitar que a droga chegue às comunidades, sendo criado “um novo centro de prevenção e repressão da droga”, de acordo com a mesma nota.

 

Outras preocupações

No entanto, o plano anunciado pelo governo suscitou preocupações entre os activistas no país, que receiam que a nova “guerra contra a droga” possa repetir os acontecimentos ocorridos há duas décadas, quando o governo de Thaksin Shinawatra concretizou uma política de tolerância zero em relação à droga.

Iniciadas em 2003, as medidas causaram uma onda de críticas dentro e fora da Tailândia devido à violência das forças de segurança, que alegadamente foram responsáveis por mais de 2.500 execuções extrajudiciais de suspeitos de tráfico de droga em apenas três meses, de acordo com estimativas de várias organizações não-governamentais.

“A promessa do governo de erradicar completamente os narcóticos preocupa-me e receio que a história se possa repetir”, disse o diretor da Cross Cultural Foundation, Pornpen Khongkachonkiet, ao jornal Bangkok Post.

Embora a lei tailandesa puna o tráfico de droga com penas que podem ir até 15 anos de prisão – e, em casos extremos, até à prisão perpétua ou à pena de morte -, a Tailândia flexibilizou a política nos últimos anos e passou a adoptar uma abordagem mais centrada na reabilitação, especialmente dos pequenos traficantes, do que na punição.

A reforma da lei procura resolver outro problema: a sobrelotação das prisões do país, onde cerca de 80 por cento dos presos estão detidos por crimes relacionados com a droga, a maioria dos quais de gravidade ligeira a moderada.

Em Junho do ano passado, a Tailândia também retirou a marijuana da lista de estupefacientes ilegais, para promover a canábis medicinal, mas abriu a porta ao consumo e comércio para fins recreativos, levando à multiplicação de lojas e bares para o consumo da substância.

19 Set 2023

Droga | Detidas três pessoas vindas de Hong Kong

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na quarta-feira três pessoas oriundas de Hong Kong, dois adolescentes e um camionista, por suspeitas de tráfico de droga. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, os dois jovens, de 17 e 19 anos, teriam sido recrutados para vender droga em locais de entretenimento noturno na zona do NAPE.

As autoridades tomaram conhecimento de que os jovens estariam a vender estupefacientes, e encontraram um jovem em flagrante delito. Os agentes da PJ conduziram o suspeito ao quarto de hotel, onde encontraram metanfetaminas, ketamina e um pó que não identificaram (e que não foi especificado se constaria da lista de substâncias ilegais). No total, foram apreendidas 47 gramas de droga no valor de 100 mil patacas.

O outro elemento detido foi um motorista, de 57 anos, que seria responsável por distribuir a droga. A PJ acredita que os três suspeitos pertencem à mesma associação criminosa, que operou em Macau, pelo menos, durante um mês.

Um dos jovens terá confessado que receberia dois mil dólares de Hong Kong por dia para vender droga em Macau, enquanto que o motorista terá alegado receber sete mil dólares de Hong Kong para transportar as substâncias para Macau.

21 Abr 2023

ONU | Macau destaca redução de crimes ligados a droga

A redução do número de crimes relacionados com droga, foi um dos principais aspectos destacados pela comitiva de Macau que participou na 66.ª sessão da Comissão de Estupefacientes da Organização das Nações Unidas (ONU). O encontro decorreu entre 13 e 17 de Março, na sede da ONU, em Viena. A RAEM esteve integrada na comitiva da República Popular da China.

De acordo com o comunicado do Instituto de Acção Social (IAS), os representantes do território focaram ainda os trabalhos de prevenção e tratamento da toxicodependência, redução dos danos causados pela droga e promoção dos reabilitados na participação dos cursos de formação profissional, entre outros.

Também o número do pedido de ajuda dos toxicodependentes, assim como a ausência de toxicodependentes infectados com SIDA, foram outros dos assuntos abordados.

Em comunicado, o IAS assinalou que devido “aos trabalhos do combate à droga de alta eficiência do país” o Governo da RAEM consegue preencher “os critérios internacionais e das zonas vizinhas” e cumprir “as obrigações das convenções internacionais”.

Na deslocação à Europa, a RAEM fez-se representar por Hoi Va Pou, vice-presidente, e Ao Wang Tim, chefe de divisão, ambos do Instituto de Acção Social (IAS). Por sua vez, a Polícia Judiciária esteve representada por Sou Sio Keong, subdirector, e Lei Hon Nei, chefia funcional.

20 Mar 2023

PJ | Detido por receber droga pelo correio

Um guia turístico, com 40 anos, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), após ter encomendado 147,45 gramas de canábis pelo correio, avaliadas em 148 mil patacas.

A informação foi revelada ontem, numa conferência de imprensa especial, depois de as autoridades locais terem sido informadas pela congénere de Hong Kong de que havia seis pacotes de correio com destino a Macau que continham drogas. A encomenda veio da América do Sul, e antes de chegar a Macau passou pela RAEHK.

Face à informação, as autoridades locais esperaram que o homem fosse levantar a encomenda aos correios para o deterem. Na terça-feira, o suspeito dirigiu-se à estação de correios no centro de Macau, onde foi interceptado.

Após ter sido detido pela polícia, o homem reconheceu que comprou as drogas através da internet, em vários locais, com o intuito de consumir. Disse ainda que devido à situação económica e à falta de trabalho recorreu a drogas para ultrapassar estados emocionais negativos.

O caso foi reencaminhado para o Ministério Público. O homem está indiciado pela prática dos crimes de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que têm uma moldura penal que pode chegar a 16 anos de prisão, e consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, cuja condenação pode implicar um ano de prisão.

26 Mai 2022

Droga | Prisão preventiva para cinco suspeitos de tráfico

O Juiz de Instrução Criminal decretou prisão preventiva para quatro vietnamitas e um tanzaniano por suspeitas da prática de tráfico de droga em Macau, em dois casos separados, indicou ontem em comunicado o Ministério Público.

Quanto ao primeiro caso, as autoridades detectaram uma rede constituída por quatro indivíduos oriundos do Vietname suspeitos de terem enviado, por via postal, ecstasy da Holanda para Macau. A droga escondida em papel de chocolate totalizava mais de mil comprimidos com um peso líquido de 473,45 gramas. Na sequência do inquérito policial as autoridades apuraram que um dos suspeitos terá entrado ilegalmente em Macau e tinha em sua posse um documento de identificação de outra pessoa.

No caso que envolve um homem oriundo da Tanzânia, a polícia fez a detenção por suspeitas de tráfico de cocaína. O Ministério Público revelou que as autoridades encontraram a droga (17,542 gramas) no quarto da hospedaria onde o indivíduo estava alojado.

Os cincos arguidos foram indiciados pela prática de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, crime que pode resultar numa pena de prisão até 15 anos.

O homem suspeito de uso ou posse de documento alheio e de entrada sem sujeição a controlo de migração arrisca penas adicionais de prisão de até 3 anos e um ano, respectivamente.

A prisão preventiva foi decretada porque o Juiz de Instrução Criminal entendeu haver risco de fuga de Macau e perturbação da investigação e obtenção de prova.

De acordo com os dados estatísticos do Ministério Público, em 2021 foram acusados 99 arguidos pela prática do crime de tráfico de droga e destes a 58 foi aplicada a prisão preventiva.

24 Fev 2022

Droga | Taxista envolvido em tráfico no valor de 110 mil patacas

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na quarta-feira quatro homens suspeitos da prática dos crimes de tráfico e consumo de estupefacientes, entre os quais um taxista que alegadamente utilizava o seu veículo para distribuir droga na zona norte de Macau.

De acordo com dados enviados pela PJ, o caso veio a lume após os agentes terem interceptado o taxista na Areia Preta, encontrando no interior do veículo 1,14 gramas de metanfetaminas e 5.000 patacas em dinheiro.

Depois de o taxista confessar ter adquirido a droga a um residente por 2.500 patacas e de prestar declarações sobre o sucedido, a PJ interceptou outros dois homens na zona norte da cidade, que tinham na sua posse e dentro das suas residências 29,4 gramas de metanfetaminas, 5.500 patacas em dinheiro e utensílios para consumir droga.

Contas feitas, foram apreendidos 31,7 gramas de estupefacientes, com um valor de mercado estimado de 110 mil patacas. De acordo com a PJ, todos os suspeitos acusaram positivo nos resultados efectuados à urina para detectar a presença de droga no organismo.

Os quatro detidos, três residentes e um cidadão de nacionalidade estrangeira, foram ontem presentes ao Ministério Público (MP) por suspeitas da prática dos crimes de tráfico e consumo de estupefacientes e ainda, por posse de utensílios destinados consumo de substâncias ilícitas.

11 Fev 2022

Droga | Wong Kit Cheng preocupada com participação de jovens no tráfico

Wong Kit Cheng está preocupada com o aumento dos casos de tráfico de droga e considera haver muitos estudantes universitários seduzidos por essa via devido à instabilidade do mercado de trabalho. A deputada quer ainda que o Governo tome medidas para contrariar a tendência de consumo oculto de drogas como a marijuana

 

No seguimento da ocorrência recente de dois casos de consumo e tráfico de droga envolvendo estudantes universitários, a deputada Wong Kit Cheng mostra-se preocupada com os efeitos que a pandemia de covid-19 está a ter nos crimes relacionados com estupefacientes e pretende que o Governo tome medidas eficazes para impedir a entrada de produtos ilícitos e sensibilizar os jovens.

Isto, tendo em conta que, de acordo com os dados da Secretaria para a Segurança, entre Janeiro e Setembro do ano passado, registaram-se 64 casos de tráfico de droga, traduzindo-se num aumento de 11 casos em comparação com o período homólogo de 2020. Além disso, aponta a deputada numa interpelação escrita, os casos recentes são demonstrativos de que os crimes estão relacionados com o envio de droga através da via postal e que são os estudantes universitários interessados em obter rendimentos extra, os principais alvos das redes criminosas.

“A epidemia está a afectar bastante a economia. No passado, muitos estudantes universitários trabalhavam em part-time nos seus tempos livres, mas, como agora o mercado laboral está instável, as oportunidades de emprego em part-time para os universitários diminuíram significativamente. Portanto, alguns malfeitores aproveitam a oportunidade para seduzir, com dinheiro, adolescentes e estudantes universitários a receberem pacotes com droga, situação que não se pode menosprezar”, considera Wong Kit Cheng.

Posto isto, a deputada é da opinião de que urge ao Governo “reforçar os seus trabalhos, para combater esta prática de crime narcótico” e colaborar com os sectores da aviação e da logística para “evitar a entrada de pacotes com droga na comunidade”. “Como é que vão fazê-lo?”, questiona.

Consumo oculto

Apesar de os dados do Sistema de Registo Central dos Toxicodependentes de Macau divulgados pelo Instituto de Acção Social (IAS), apontarem para uma redução entre 10 e 20 por cento no número de pessoas registadas (92) no primeiro semestre de 2021, Wong Kit Cheng considera que o consumo oculto de droga, em particular de marijuana, é uma realidade que não pode ser ignorada. Em especial, quando se trata de um estupefaciente cujo consumo é legal em muitos países.

“Tendo em conta a legalização de drogas como a marijuana em certos países, alguns jovens deixam de ser cautelosos em relação a esta droga. Por exemplo, nos casos mencionados, os suspeitos confessaram o consumo de marijuana em casa, portanto, esta situação mostra que se os conceitos dos jovens não forem corrigidos atempadamente, as repercussões, para toda a sua vida, vão ser, possivelmente, irreversíveis”, sublinhou.

Fazendo menção ao facto de estarem actualmente identificados em Macau nove toxicodependentes com idade igual ou inferior a 21 anos que consomem marijuana, a deputada é da opinião de que o Governo deve reforçar as suas acções de divulgação, “para evitar que os adolescentes caiam na armadilha da droga devido à falta de conhecimentos”. Além disso, defende também uma a colaboração com as associações, escolas e outros organismos.

8 Fev 2022

Cidadão chinês detido por traficar cocaína no valor de 21 mil patacas

A Polícia Judiciária deteve um residente do Interior da China na posse de 6,46 gramas de cocaína. O homem estava há três dias em Macau e era responsável por entregar os pacotes com droga a uma outra pessoa. Por dia, fazia até quatro entregas e recebia 1.000 renminbis pelo serviço

 

Um homem de 34 anos de nacionalidade chinesa foi detido na passada terça-feira perto do Hotel Lisboa, por suspeitas da prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes. No decorrer da operação da Polícia Judiciária (PJ) que aconteceu entre segunda e terça-feira na zona do NAPE, foram apreendidos 16 pacotes de cocaína no valor de 21 mil patacas.

De acordo com informações reveladas ontem pela PJ em conferência de imprensa, o caso veio a lume após as autoridades terem recebido uma informação que apontava para o facto de um homem estar dedicado à venda de estupefacientes no NAPE.

No decurso da operação, a PJ conseguiu identificar o suspeito naquela zona da cidade, por volta das 3h00. Seguiu-se uma caça ao homem que só terminou junto ao Hotel Lisboa. Na sua posse, o suspeito não trazia qualquer estupefaciente ou material ilícito.

No entanto, durante as buscas que decorreram no quarto do hotel onde o suspeito estava hospedado, no NAPE, a PJ encontrou e apreendeu 16 pacotes de cocaína, com o peso total de 16,46 gramas. Durante o interrogatório, o homem confessou que estava em Macau há três dias para auxiliar uma operação de tráfico de droga e para jogar nos casinos do território.

Segundo o porta-voz da PJ, o suspeito alegou ainda estar apenas incumbido de apanhar e transportar a droga de um sítio pré-determinado para outro, onde a droga seria finalmente entregue a uma outra pessoa. Juntamente com as doses de cocaína foram ainda apreendidas duas fichas de jogo que o suspeito alegou ter obtido no casino.

Não sei onde estou

Por cada dia de trabalho, o homem recebia um vencimento de 1.000 renminbis e vincou não saber de onde vem a droga nem ser capaz de identificar os locais onde efectou as entregas por “não conhecer Macau”, limitando-se a seguir instruções. Segundo a PJ, o valor de mercado dos 16,46 gramas apreendidos corresponde a 21 mil patacas.

O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde o homem vai responder pela prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas. A confirmar-se a acusação, o suspeito pode vir a ser punido com uma pena de prisão entre 5 e 15 anos.

2 Dez 2021

Droga | Sigilo médico deve ser observado de forma “escrupulosa”

Sobre o caso do paciente detido no hospital público pelo consumo ilegal de estupefacientes, Tai Wa Hou, médico da direcção do São Januário apontou que o caso ainda está a ser analisado mas que o sigilo deve ser garantido de forma “escrupulosa” e a identidade do paciente salvaguardada.

“Claro que temos de assegurar o sigilo, pois é um princípio maior que temos de observar de forma escrupulosa. No entanto, se o sigilo colide com o interesse público ou prejudica terceiros podemos tutelar outros interesses jurídicos. Ainda estamos a analisar o caso e há-que encontrar um equilíbrio, mas, o mais importante, é salvaguardar a identidade do paciente”, partilhou.

Recorde-se que o caso diz respeito a um residente de Macau na casa dos 20 anos detido no dia 19 de Outubro pela prática do crime de consumo ilegal de estupefacientes, após se ter dirigido aos serviços de urgência do Hospital Conde de São Januário, alegando que não se estava a sentir bem. Concluídas as análises, os resultados acusaram positivo para a presença de marijuana e a polícia foi chamada ao local.

5 Nov 2021

Consumidor de canábis detido após pedir ajuda no hospital

Um residente de Macau na casa dos 20 anos foi detido no passado domingo pela prática do crime de consumo ilegal de estupefacientes, após se ter dirigido aos serviços de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, alegando que não se estava a sentir bem.

De acordo com informações prestadas pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) ao HM, o homem apresentou-se no hospital público pelas 23h00, queixando-se de que se estava a sentir “desconfortável” e que precisava de assistência médica.

Os serviços hospitalares acudiram o homem, realizando de seguida vários exames médicos, entre os quais à urina. Concluídas as análises, os resultados acusaram positivo para a presença de marijuana.

Chamadas ao local, as autoridades deram início às diligências processuais, tendo interrogado o suspeito acerca do sucedido. Durante as declarações, o residente admitiu ter consumido droga, apesar de apontar não se lembrar, nem quando nem onde tal terá acontecido.

Segundo o CPSP, o caso seguiu, entretanto, para o Ministério Público (MP), onde o suspeito terá de responder pela prática do crime de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas. A provar-se a acusação, o residente pode vir a ser punido com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias.

Tratar quem precisa

Contactado pelo HM, o presidente da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) recusou-se a comentar o caso, mas ressalvou que o organismo que dirige disponibiliza várias opções de tratamento e oferece confidencialidade.

“Só posso dizer que a ARTM pode providenciar serviços confidenciais a todos aqueles que tenham problemas de toxicodependência. Podem procurar os nossos serviços que nós oferecemos diversas opções de tratamento. E tudo garantindo a confidencialidade”, apontou.

Questionado sobre o actual estado do tráfico e consumo de estupefacientes à luz do prolongamento da pandemia de covid-19, o presidente da ARTM considera que os métodos de tráfico “estão mais sofisticados” e que “a procura está a aumentar”. Isto, apesar de o número de casos que constam nas estatísticas oficiais ser “baixo”.

“O número de casos de tráfico é bastante elevado em comparação com o ano passado e em relação ao número de consumidores que têm sido apanhados”, partilhou.

Apesar do aumento das transacções e da procura, segundo Augusto Nogueira, também o número de utentes acolhidos pela ARTM não registou aumentos.

“O número de utentes da ARTM tem-se mantido, embora achemos que se houvesse uma maior compreensão para com o tratamento, o número de pessoas referenciadas, principalmente no tribunal, podia ser maior”, conta.

20 Out 2021

Droga | Dois residentes detidos por tráfico e consumo de ice

Além de dois residentes de Macau que tinham na sua posse 0,80 gramas de ice, foi detido um indivíduo que trabalhava num jardim público. No cacifo do funcionário foram encontradas mais embalagens. No total foram apreendidos 4,0 gramas de ice no valor de 13 mil patacas

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada segunda-feira dois residentes de Macau e um funcionário subcontratado pelo Governo de nacionalidade estrangeira que trabalhava num jardim público, por suspeitas da prática dos crimes de tráfico e consumo de estupefacientes. A operação resultou na apreensão total de 4 gramas de ice avaliados em 13 mil patacas.

De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa, o caso veio a lume após a PJ ter sido alertada para duas pessoas que alegadamente dedicavam parte do seu tempo ao tráfico de droga na zona da Avenida Almeida Ribeiro.

Iniciada a investigação, a PJ descobriu que as informações diziam respeito a um homem de 44 anos e uma mulher de 52 anos, amigos e residentes de Macau, que moravam na zona do NAPE.

Por volta das 22h de segunda-feira, os agentes destacados para o caso montaram uma operação junto à residência dos suspeitos, acabando por interceptá-los na rua, quando finalmente acabaram por sair de casa. Na sua posse, o homem tinha 0,44 gramas de ice armazenados numa embalagem, ao passo que a mulher trazia consigo dois pacotes com 0,36 gramas de ice no total.

Seguindo as informações prestadas pelos suspeitos, a PJ conseguiu identificar e interceptar por volta das 23h30 do mesmo dia, uma terceira pessoa que terá vendido os estupefacientes aos residentes de Macau.

Na posse do homem de nacionalidade estrangeira, que trabalhava como jardineiro em espaços públicos, a PJ encontrou mais 0,6 gramas de ice. No decurso da investigação, o terceiro suspeito foi levado pela polícia para um jardim localizado na zona central, que era o seu local de trabalho habitual. No jardim público, as autoridades acabaram por apreender mais quatro pacotes de ice com o peso total de 2,6 gramas armazenados no interior do cacifo do funcionário.

Sem colaborar

Na residência do funcionário, na zona do Templo de Kun Iam não foram encontrados estupefacientes nem materiais para consumir droga, embora tenham sido identificados sacos de plástico usados para embalar droga.

Durante o interrogatório, o funcionário do jardim recusou-se a colaborar com a polícia. Os exames médicos efectuados após a detenção revelaram ser negativos para a presença de droga no corpo.

Por seu turno, na casa dos residentes de Macau foram encontrados utensílios destinados ao consumo de droga e os exames médicos revelaram ser positivos para a presença de droga. Sem adiantar quantidades, os dois admitiram ainda que pagavam 3.000 patacas por cada compra feita ao dealer. Contas feitas, foram apreendidos 4,0 gramas de ice, avaliados em 13 mil patacas.

O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde o jardineiro irá responder pelo crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, pelo qual pode ser punido com pena de prisão entre 5 e 15 anos.

Quanto aos dois residentes de Macau, ambos irão responder pelos crimes de tráfico e consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e ainda, detenção indevida de utensílios. Pelos crimes de consumo e posse de material, podem ser punidos, por cada um deles, com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias.

11 Ago 2021

Cozinheiro detido por traficar ice no valor de 135 mil patacas

Um cozinheiro de 21 anos foi detido na Rua do Campo na posse de mais de 11 gramas de ice. Apesar de pouco cooperante com as autoridades, o suspeito admitiu ter começado a vender estupefacientes há cerca de um mês a conterrâneos oriundos da Indonésia. No total, a droga apreendida foi avaliada em 135 mil patacas

 

Na passada terça-feira, a Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 21 anos que trabalhava como cozinheiro, por suspeitas da prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas.

De acordo com as informações avançadas ontem em conferência de imprensa pela PJ, o homem de nacionalidade indonésia foi interceptado na Rua do Campo na posse de 10 pacotes de ice, alegadamente para serem vendidos.

A operação foi iniciada no seguimento de a PJ ter recebido informações a atestar que um “homem asiático” tinha por hábito passear-se frequentemente naquela zona da cidade, aproveitando a oportunidade, não só para consumir, mas também para vender estupefacientes.

Seguindo essa pista, na passada terça-feira a PJ destacou, pelas 19h00, um contingente para patrulhar a zona da Rua do Campo e as redondezas, acabando por localizar o homem quatro horas mais tarde. Na revista efectuada no local da detenção, a PJ encontrou 10 doses de ice com 11,15 gramas, escondidos no interior de uma caixa de máscaras cirúrgicas.

Dirigindo-se a casa do cozinheiro, localizada no bairro de San Kio, a polícia iniciou uma busca que resultou na apreensão de mais um pacote de ice com 0,3 gramas, balanças electrónicas e algumas centenas de patacas em dinheiro.

Durante o interrogatório, o homem demonstrou ser pouco cooperante, já que se recusou a revelar o local de proveniência da droga ou que lucros obteve pelo tráfico. O cozinheiro admitiu, porém, que começou a traficar ice há cerca de um mês a pedido de terceiros. Contas feitas, a PJ apreendeu 11 pacotes de ice com o peso total de 11,45 gramas, avaliados em 135 mil patacas.

Só um aperitivo

O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde o cozinheiro irá responder pelo crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, pelo qual pode vir a ser punido com uma pena de prisão entre 5 e 15 anos.

No entanto, na sequência de os testes à urina terem acusado positivo para a presença de estupefacientes, o suspeito pode vir ainda a responder pelo crime de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, pelo qual pode ser punido com uma pena com uma pena adicional de 3 meses a 1 ano de prisão ou com pena de multa de 60 a 240 dias.

29 Jul 2021

Residente de 23 anos detida por consumo de Ice

Uma residente de Macau foi detida no Iao Hon na posse de três pacotes de ice que tinha acabado de comprar por 1.300 patacas. Outras duas pessoas foram também detidas na zona norte da cidade por suspeitas de tráfico de estupefacientes. No total, a Polícia Judiciária apreendeu 43,96 gramas de ice no valor de 145 mil patacas

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada segunda-feira no bairro do Iao Hon, uma residente de Macau de 23 anos suspeita do crime de consumo ilícito de estupefacientes. A mulher estava na posse de 0,83 gramas de ice que tinha acabado de adquirir naquela zona.

De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa, a PJ começou a investigar o caso, após ter tomado conhecimento de que, recentemente, uma residente de Macau que costumava consumir estupefacientes tinha por hábito circular com frequência no bairro do Iao Hon.

Munida dessa informação, por volta das 20h da passada segunda-feira, a PJ iniciou uma operação na zona norte da cidade, tendo observado que a suspeita se dirigiu à entrada de um edifício. À saída, a mulher foi interceptada pelas autoridades na posse de 0,83 gramas de ice, distribuídos por três doses, que confessou ter adquirido para consumo próprio a uma mulher de nacionalidade vietnamita por 1.300 patacas.

No local onde a residente de Macau tinha estado momentos antes, os agentes destacados para a operação localizaram a segunda mulher, que tinha dois pacotes de ice com o peso total de 0,87 gramas. Durante as buscas na residência da suspeita, a PJ encontrou um homem, também de nacionalidade vietnamita.

No quarto do indivíduo, que vivia com a segunda suspeita, foram encontrados 36 pacotes de ice com o peso total de 42,27 gramas, utensílios para preparar e consumir droga e ainda 3.500 patacas em dinheiro, que terá resultado da venda de estupefacientes.

Durante o interrogatório, os dois suspeitos informaram as autoridades que eram apenas amigos, apesar de viverem na mesma casa, da qual a mulher é proprietária. Os dois são trabalhadores não residentes com documentação expirada.

Na sequência das investigações, a PJ concluiu que os dois vietnamitas começaram a vender droga há seis meses, sobretudo, a frequentadores de espaços de diversão nocturna. Além disso, os dois suspeitos recusaram-se a revelar a origem da droga.

Quando submetidos a exames médicos para comprovar o consumo de estupefacientes, o resultado dos testes foi positivo. Contas feitas, a PJ apreendeu 43,96 gramas de ice, no valor de 145 mil patacas.

Três em um

O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), sendo que a residente de Macau irá responder pelos crimes de consumo ilícito de estupefacientes e detenção indevida de utensílios. A confirmar-se a acusação, poderá ser punida, por cada um deles, com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias.

Quanto aos dois suspeitos de nacionalidade vietnamita podem ser punidos também com uma pena de prisão entre 5 e 15 anos pela prática dos crimes de produção e tráfico de estupefacientes.

Adicionalmente, por albergar um homem que se encontrava em situação de imigração ilegal, a mulher vietnamita é também acusada do crime de acolhimento, pelo qual pode incorrer na pena de prisão até 2 anos.

28 Jul 2021

Legislação | Deputados dão luz verde a vários diplomas

Os deputados aprovaram ontem por unanimidade, entre os 31 dos 33 deputados votantes, a alteração à lei que proíbe o consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas. Com esta decisão, mais 12 substâncias ficam proibidas, como crotonylfentanyl e valerylfentanyl, dois opiáceos analgésicos, o tranquilizante Flualprazolam e a substância Etizolam, utilizada em medicamentos para dormir. A lei entra em vigor no dia seguinte à publicação no Boletim Oficial, o que deverá acontecer na próxima semana.

Bandeira e símbolos | Alterações recebem luz verde

Os deputados aprovaram ontem por unanimidade as alterações à Lei da Utilização e Protecção da Bandeira, Emblema e Hino Nacionais. No final da votação, os deputados Zheng Anting e Ângela Leong apelaram ao Governo para combater activamente qualquer ilegalidade e promover mais educação patriótica. Segundo Zheng Anting, há ainda a necessidade de ensinar melhor os símbolos nacionais às gerações mias novas. No total votaram 31 dos 33 deputados. Kou Hou In, presidente da AL, não votou e Vitor Cheung não compareceu nos trabalhos.

Medicamentos MTC | Nova Lei segue em frente

Os deputados aprovaram ontem por unanimidade a Lei da Actividade Farmacêutica no âmbito da Medicina Tradicional Chinesa e do Registo de Medicamentos Tradicionais Chineses. Com este novo regime a produção de medicamentos com “produtos naturais” fica licenciada, como já acontece com os medicamentos químicos, mais associados à medicina ocidental. Como parte das alterações, os farmacêuticos são obrigados a declarar as informações sobre os medicamentos, que vão ficar disponíveis online, num portal que vai ser criado para o efeito pelos Serviços de Saúde de Macau. A lei vai entrar em vigor no próximo ano.

16 Jul 2021

ARTM | Preocupação com consumo e tráfico de droga junto de migrantes 

Augusto Nogueira, presidente da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), disse ao HM que existe a preocupação relativamente ao aumento de casos de consumo e tráfico de droga junto das comunidades de trabalhadores migrantes.

“A nossa preocupação é relativamente ao facto de as etnias minoritárias se encontrarem, neste momento, vulneráveis por diversas razões. Muitas dessas pessoas acabam por estar sujeitas a pessoas menos íntegras que podem tentar usá-las para coisas menos positivas, tal como o tráfico ou consumo de drogas.”

Segundo o responsável, muitas pessoas oriundas de países como as Filipinas, Vietname ou Indonésia “podem estar a ser usadas ou recorrem ao tráfico para terem alguma fonte de rendimento, e acabam por incorrer na prática de crimes”.

Dessa forma, a ARTM “tem vindo a aumentar os trabalhos de prevenção e divulgação junto destas comunidades”. “Muito em breve iremos ter uma linha aberta em cada idioma, para que as pessoas se sintam mais à vontade para nos contactar.”

Até à data a ARTM não recebeu qualquer pedido de ajuda por parte de trabalhadores migrantes, mas tal pode dever-se ao receio da exposição. “Através de associações que representam estas comunidades tentamos ajudá-los e dar a conhecer o nosso trabalho, para que possam recorrer a nós”, rematou Augusto Nogueira.

14 Jul 2021

Detidos três suspeitos por consumo e tráfico de droga

A Polícia Judiciária deteve três pessoas suspeitas de consumir e traficar estupefacientes. Contas feitas, foram apreendidos 5.07 gramas de ice com no valor de 15.000 patacas. Na casa dos traficantes foram ainda confiscadas garrafas de plástico reutilizáveis, decoradas com motivos diversos e que eram usadas para o consumo de droga

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada segunda-feira três cidadãos suspeitos da prática dos crimes de consumo e tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e ainda por detenção indevida de utensílio ou equipamento destinado ao consumo de droga. No total, foram apreendidos 5.07 gramas de ice com no valor de mercado de 15.000 patacas.

De acordo com as informações reveladas ontem em conferência de imprensa, o caso foi espoletado após a PJ ter recebido uma denúncia que recaía no facto de haver indícios de ser costume um homem consumir estupefacientes nas proximidades da Praça Ponte e Horta, na zona da Barra.

Seguindo a pista, a PJ deu início a uma operação que acabou na detenção do homem, de nacionalidade estrangeira. Na sua posse estava um pequeno saco de plástico que continha 0.21 gramas de ice, sendo que na sua residência não foi encontrado qualquer tipo de estupefaciente.

Durante o interrogatório, o suspeito confessou consumir droga com regularidade, admitindo ter adquirido a dose de ice apreendida por 2.000 patacas a conterrâneos seus, cujo paradeiro terá revelado.

Assim, no seguimento das informações obtidas, a PJ interceptou um homem nas proximidades da Rua da Barca que tinha na sua posse quatro doses de ice com o peso total de 4.86 gramas. Durante as buscas realizadas na residência do homem, a PJ deparou-se com uma terceira suspeita. No apartamento, foram apreendidas balanças electrónicas, sacos para acondicionar as doses dos estupefacientes e ainda cinco garrafas de plástico reutilizáveis, personalizadas com diferentes motivos e cores destinadas ao consumo de droga. Contas feitas, foram apreendidos cinco sacos com 5.07 gramas de ice, avaliados em 15.000 patacas.

Crimes admitidos

No rescaldo das detenções, o suspeito interceptado na zona da Praça Ponte e Horta admitiu ser consumidor regular de estupefacientes e de ter comprado ice, por diversas ocasiões, ao arguido detido na zona da rua da Barca que, por sua vez, confessou ter vendido os estupefacientes ao preço de 2.000 patacas por dose.

Já a mulher que vivia no mesmo apartamento com o segundo suspeito, confessou consumir droga, reiterando, no entanto, não estar envolvida no tráfico dos estupefacientes.

O caso foi entregue ontem ao Ministério Público (MP), onde os suspeitos irão responder pelos crimes de consumo e tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e detenção indevida de utensílio ou equipamento.

Destes, o suspeito detido na zona da Barra é apenas acusado do crime de consumo e tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, sendo os restantes acusados de todos os crimes.

A confirmar-se, os envolvidos podem ser punidos com pena de prisão de 6 a 16 anos, pelo tráfico, e com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou pena de multa de 60 a 240 dias, pelo consumo. Pela detenção indevida de utensílio ou equipamento destinado ao consumo de estupefacientes, os suspeitos podem ser punidos com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias.

14 Jul 2021

Droga | Casal detido por posse e tráfico de ice no valor de 31 mil patacas

Um casal de namorados foi detido após um dos elementos ter sido apanhado pela PJ a vender doses de ice à porta de casa, na zona do Porto Interior. No total, foram apreendidos 8,77 gramas do estupefaciente. Um comprador foi também detido

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada quarta-feira três pessoas, um casal de namorados e um comprador, todos de nacionalidade filipina, por suspeita da prática dos crimes de tráfico e consumo ilícito de estupefacientes, mais precisamente de ice. Feitas as contas, foram apreendidos mais de 9,0 gramas do produto, no valor de 31 mil patacas.

De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa pela PJ, após seguir algumas pistas que indiciavam suspeitas sobre um caso de venda de droga na zona do Porto Interior, foi iniciada uma operação junto a um edifício situado na Rua do Almirante Sérgio.

Assim, por volta das 21h30, os agentes destacados para o local suspeitaram das movimentações de um homem que, após entrar no edifício, dele acabou por sair passados apenas dois minutos. Após seguir o homem durante algum tempo, a polícia viria a interceptá-lo, acabando este por confessar, justamente, que tinha comprado ice no interior do prédio de onde saira momentos antes. Na sua posse, estava um pacote de ice com 0,29 gramas, que tinha sido adquirido por 300 patacas.

No encalce da detenção do comprador, a PJ dirigiu-se ao edifício da Almirante Sérgio e logo encontrou uma mulher à porta da sua residência, segurando num pacote de ice com a mesma quantidade de produto.

Ao entrar na residência do casal, a PJ deteve de imediato o homem e iniciou as buscas ao local, tendo encontrado 22 pacotes de ice, com o peso total de 8,77 gramas e um valor de mercado situado nas 31 mil patacas.

Adicionalmente, foram descobertos dois pacotes de “outro estupefaciente não identificado” na forma de pó branco, com o peso total de 8,47 gramas. Segundo o porta-voz da PJ, estão ainda a decorrer investigações para apurar de que estupefaciante se trata. Foram ainda apreendidos utensílios para embalar droga, balanças, equipamento para consumo e também 1.200 dólares de Hong Kong e 2.100 patacas.

Consumo interno

Interrogado pelas autoridades, o casal confessou a prática do crime, acrescentando que a venda de estupefacientes era exclusivamente destinada a pessoas de nacionalidade filipina. Quanto à origem da droga, os dois terão recusado revelar qualquer tipo de informação.

Realizados os exames para detectar a presença de substâncias ilícitas no organismo, tanto o comprador como o namorado testaram positivo, ao passo que a mulher testou negativo. Os três foram presentes ontem ao Ministério Público (MP).

O comprador, de 28 anos, irá responder pela prática do crime de consumo ilícito de estupefacientes, pelo qual poderá vir a ser punido com pena de prisão de três meses a um ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias. Já a namorada, de 34 anos, irá responder pela prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes, podendo vir a ser punida com pena de prisão entre cinco a 15 anos. Por fim, o namorado irá responder pela prática dos dois crimes, ou seja, tráfico e consumo ilícito de estupefacientes.

26 Mar 2021

PJ | Droga apreendida em varanda avaliada em 410 mil patacas

Um casal de namorados foi detido após a Polícia Judiciária ter apreendido dezenas de doses de ice, ketamina e ecstasy no valor de 410 mil patacas na varanda do apartamento onde moram no bairro do Iao Hon. A venda dos estupefacientes tinha como destinatários os clientes de espaços nocturnos

 

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada terça-feira um casal de namorados com nacionalidade vietnamita, suspeitos do crime de tráfico de droga. No total, o valor de mercado dos estupefacientes apreendidos no apartamento do casal, localizado no bairro do Iao Hon, é de 410 mil patacas, divididos entre 74 doses de ice, 35 doses de ketamina e 78 comprimidos de ecstasy.

Em conferência de imprensa, a PJ revelou que deu início à investigação após ter recebido informações sobre um caso de tráfico de droga ligado a um morador do bairro de Iao Hon, com nacionalidade vietnamita. Informação essa corroborada com a ajuda do grupo da PJ denominado “Amigos da Prevenção Criminal na Área da Habitação”.

Após atribuir desde logo “grande importância” ao caso, a PJ desencadeou uma investigação com o objectivo de identificar e localizar o homem para o deter. Feitos os preparativos, por volta das 16h00 de terça-feira, a PJ conseguiu interceptar o suspeito nas redondezas da sua residência. Na sua posse estavam cinco pacotes de ice com o peso de 3,5 gramas.

De seguida, a PJ levou o homem para casa onde estava também a sua namorada. Durante as buscas, foi na varanda do apartamento que os agentes encontraram, além de mais estupefacientes, sacos de plástico, caixas de chá usadas para transportar droga, balanças electrónicas e ainda 50.500 patacas e 1.300 dólares de Hong Kong em dinheiro, resultantes do tráfico das substâncias ilícitas.

Detalhando, foram apreendidos 74 pacotes de ice com o peso de 96,05 gramas, 35 pacotes de ketamina com peso de 23,17 gramas e 78 comprimidos de ecstasy. De acordo com o valor de mercado, tudo somado, totaliza, segundo a PJ, 410 mil patacas.

No calor da noite

Apesar de se ter recusado a dar mais detalhes sobre a proveniência dos estupefacientes, no decorrer da investigação, o suspeito admitiu a prática do crime e o hábito de consumir droga. Quantos aos destinatários, o homem de 27 anos, portador de passaporte vietnamita e com visto de trabalho expirado, revelou que os compradores eram essencialmente clientes de espaços nocturnos e conterrâneos seus do Vietname.

Quanto à mulher de 25 anos, trabalhadora não residente e massagista de profissão, negou estar envolvida no caso, apontando apenas que começou a viver com o homem há mais de três meses.

Após a detenção, os dois foram submetidos a testes de urina mas, em ambos os casos, os resultados para a presença de substâncias ilícitas no organismo, revelaram ser negativos.

Os suspeitos foram presentes ontem ao Ministério Público (MP) acusados da prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, podendo ser punidos com penas de prisão entre os 5 e os 15 anos.

No caso do homem, a acusação é alargada ao crime de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, perante o qual poderá incorrer numa pena de prisão entre 3 meses a 1 ano ou ao pagamento de multa entre 60 a 240 dias.

25 Nov 2020

Xaropes com opiáceos traficados de Macau podem resultar de fronteiras fechadas

As farmácias em Macau vendem, sem prescrição médica, xaropes para a tosse com substâncias derivadas do ópio. Dados da Polícia Judiciária apontam para a tendência de tráfico de Macau para a China, onde estes fármacos são proibidos e não afasta a hipótese de o fenómeno se dever às restrições fronteiriças que interromperam fluxos de narcóticos como a heroína

 

[dropcap]A[/dropcap]o longo deste ano, a Polícia Judiciária (PJ) descobriu três casos de tráfico ilegal de drogas e substâncias psicotrópicas que envolvem xaropes para a tosse com substâncias controladas no seu conteúdo. “No total, foram detidos quatro suspeitos e apreendidas 83 garrafas de xarope”, contendo quase 10 litros do produto.

De acordo com as autoridades, em 2018 e 2019 não se verificaram casos destes, algo que mereceu uma leitura do fenómeno. “A PJ não afasta a hipótese de estarem relacionados com medidas de restrições fronteiriças, uma vez que os três casos ocorreram todos durante a pandemia do novo tipo de coronavírus”, referiu a PJ.

Do outro lado da fronteira, as apreensões tiveram muito maior expressão. Há exactamente um mês, uma operação conjunta entre as autoridades de Macau e Zhuhai interceptou 752 garrafas de xarope contendo codeína e deteve sete suspeitos de tráfico de droga. De acordo com informação das autoridades fronteiriças de Gongbei, no dia 30 Junho, foram apanhadas duas pessoas que entraram em Zhuhai com 96 garrafas de xarope para a tosse. No dia seguinte, na fronteira para entrar em Shenzhen, um homem foi detido na posse de 640 garrafas.

Tendo em conta a lei da oferta e da procura, o tráfico de substâncias alternativas é uma tendência que se verifica sempre que é interrompido o fluxo normal de narcóticos. Augusto Nogueira, presidente da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), não ficou espantado face às notícias de apreensões de xarope para a tosse contendo opiáceos. “Não me surpreende. É normal, quando há uma restrição, ou dificuldade em obter as drogas, as pessoas que estão habituadas a consumir têm tendência para procurar outras alternativas”, comentou ao HM.

O especialista teoriza que existe a possibilidade de ter surgido procura para a alternativa entre os consumidores de Zhuhai e redondezas, “devido às restrições de deslocações na China”, e que a codeína pode ter-se tornado de novo apetecível.

Mesmo aqui ao lado

Em Julho do ano passado, a agência Xinhua noticiou duas grandes apreensões e avançou que as investigações das autoridades de Shenzhen descobriram que uma rede contratava turistas que iam a Hong Kong para trazerem para o Interior garrafas de xarope para a tosse. Além disso, eram também usados camiões para transportar maiores quantidades.

O desmantelamento da rede que transportava o produto para o Interior levou à apreensão de 11.927 garrafas de xarope com codeína em Shenzhen e mais 11.915 noutra cidade de Guangdong

As várias marcas de xaropes para a tosse com opiáceos na lista de ingredientes “são medicamentos controlados, sujeitos a receita médica”, contextualiza Augusto Nogueira. Porém, podem ser comprados facilmente em qualquer farmácia de Macau, sem controlo ou receita médica, apesar de conterem substâncias listadas na lei da proibição da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas. Nomeadamente, diidrocodeína, etilmorfina e tintura de ópio.

O HM não conseguiu apurar em tempo útil se as quantidades de substância controlada presente nos xaropes ultrapassa os limites, porém, estes podem ser ultrapassados com a compra de várias unidades e sobredosagem.

Ainda assim, Augusto Nogueira entende que “se existir alguma lacuna na regulação, se esta for violada ou houver consumo abusivo isso deveria ser debatido na Comissão de Luta contra a Droga”.

Questão internacional

Um relatório das Nações Unidas publicado em Maio aponta nessa direcção, argumentando que a heroína é uma das substâncias mais traficada por terra. Porém, “devido à pandemia, as rotas marítimas estão a ser cada vez mais usadas para traficar heroína, como mostram as apreensões de opiáceos no Oceano Índico”, refere o relatório intitulado “Covid-19 e as redes de abastecimento de droga: da produção, tráfico e uso”.

O documento elaborado pelo Departamento de Drogas e Crimes, das Nações Unidas, aponta, além das restrições de mobilidade, a crise económica provocada pela pandemia e que mudou o rumo do tráfico de droga internacional. Outro fenómeno decorrente, e que afecta desproporcionalmente populações mais desfavorecidas, foi a passagem para drogas injectáveis mais baratas.

No resumo do relatório, Ghada Waly, directora executiva do departamento de drogas, descreveu a covid-19 o catalisador para “uma crise económica que ameaça exponenciar os perigos do consumo de drogas, numa altura em que os sistemas de saúde e apoio social foram levados ao limite”.

As Nações Unidas recordam que as lições aprendidas com a crise financeira de 2008 deviam ser recordadas, quando o uso de drogas aumentou a ritmo alarmante. Desde então, um dos números mais chocantes é o do aumento global de consumidores de substâncias psicotrópicas. De 2009 a 2018 aumentou 30 por cento, para 269 milhões de pessoas. Deste universo, a organização destaca mais de 35 milhões de pessoas que sofrem com problemas de adição. O relatório aponta adolescentes e jovens adultos como a faixa etária que mais drogas consome.

No final de 2018, a canábis era a droga mais popular do mundo, porém, com um aumento alarmante de consumidores de opiáceos, que levou à subida do número de mortos em 71 por cento na última década.

Outros caminhos

O encerramento de fronteiras devido à pandemia do novo tipo de coronavírus levou à falta de drogas nas ruas, circunstância que, sem surpresa, resultou no aumento de preços e na redução dos índices de pureza das substâncias.

As Nações Unidas reportam que a falta de opiáceos, como a heroína, fez com que os consumidores procurassem outras formas de contornar a sobriedade, nomeadamente recorrendo ao álcool, benzodiazepinas (ansiolíticos) e a misturas de drogas sintéticas.

A dark web tem ajudado à circulação de substâncias, à medida que os traficantes de drogas procuram novas rotas e métodos para continuar um dos negócios mais lucrativos do mundo. Também as rotas tradicionais de circulação de drogas, metanfetaminas e drogas sintéticas por ar e heroína por terra, foram estranguladas pelo cancelamento de voos e encerramento de fronteiras. Todos estes ingredientes apelam à cooperação internacional, algo que as Nações Unidas reconhecem. “Todos governos do mundo têm de mostrar maior solidariedade e apoiar países em desenvolvimento para parar o tráfico de droga e providenciar métodos científicos de tratamento a consumidores. Temos de promover a justiça e não deixar ninguém para trás.” Este foi o “medicamento” prescrito por Ghada Waly para fazer face à nova realidade.

No mundo e em Macau

África está neste momento a braços com uma epidemia de consumo de opiáceos. Além da tradicional e mortífera heroína, que passou a fazer ponto de passagem na Nigéria, o consumo de comprimidos e xarope para a tosse com codeína levaram à necessidade de intervenção das autoridades.
Importa salientar que os xaropes com codeína foram banidos um pouco por todo o mundo, com excepções para vendas reguladas e com receita médica.

Por exemplo, em Hong Kong a codeína está regulada como uma droga de escalão 1 e só pode ser usada por profissionais de saúde, para propósitos de pesquisa científica ou comprado em farmácias com receita médica. Quem vender xaropes, sem prescrição de um médico, pode ser multado em 10 mil dólares de Hong Kong. O tráfico e consumo podem chegar a levar a multas de um milhão de dólares de Hong Kong e até 7 anos de prisão.

A codeína, como a heroína, é um derivado da papoila de ópio, um poderoso narcótico anestésico. Em comparação com a heroína, quem consome codeína em excesso pode criar habituação física e psicológica, com sintomas de abstinência que, apesar de não serem tão graves como os que sofrem os heroinómanos, perturbam o consumidor.

O consumo de xaropes com codeína é um clássico no território. “Há muitos anos, a codeína era bastante consumida em Macau. As pessoas bebiam xaropes como se estivessem a beber uma coca-cola”, recorda Augusto Nogueira. O presidente da ARTM lembra como era frequente encontrar consumidores nas ruas em pleno acesso de surto psicótico, dramas que se desenrolaram perante o olhar de todos, enquanto se multiplicavam os casos de severos danos psicológicos irreversíveis.

“O consumo excessivo pode conduzir a descontrolo físico-motor, mas o mais grave são danos irreversíveis no cérebro, que resultam na necessidade de apoio permanente”, aponta Augusto Nogueira.

6 Ago 2020

Droga | Quatro detidos em noite agitada

[dropcap]U[/dropcap]ma operação de combate às drogas da Polícia Judiciária, efectuada na noite de sexta-feira e na madrugada de sábado, resultou na detenção de um homem e três mulheres, além do reencaminhamento de outras 12 pessoas ao Ministério Público. Os detalhes da campanha foram revelados ontem pela força de investigação, envolveram diferentes casos e fizeram com que 35 pessoas passassem pelas instalações da PJ.

Numa das rusgas da noite ao espaço de entretenimento DD3, a polícia encontrou um cocktail de drogas conhecido como “pó da felicidade” e deteve um homem e uma mulher, ambos de Macau, por serem os alegados donos dos estupefacientes. O homem em causa foi detido quando estava acompanhado por cerca de 15 seguranças privados.

Numa outra situação, uma mulher da Indonésia foi detida no NAPE, uma vez que se encontrava a vender estupefacientes. Quando foi presa, a imigrante indicou às autoridades o local da sua residência, onde a PJ encontrou mais estupefacientes, como cocaína, assim como ferramentas de mistura, balanças e sacos para empacotar droga.

Como balanço da operação, a PJ anunciou a apreensão de drogas no valor de 100 mil patacas, entre as quais 9,8 gramas de cocaína, 12 gramas de “pó da felicidade”, e 0,438 gramas de marijuana.

Os detidos estão indiciados pela prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que dependendo das condicionantes envolve uma pena de prisão que pode ir de 1 a 16 anos.

15 Jul 2020