Jubileu de Prata | Song Pek Kei pede aproveitamento do Edifício Juana Ng Cen - 10 Set 2019 [dropcap]D[/dropcap]e acordo com o jornal Ou Mun, Song Pek Kei entende que o edifício do Jubileu de Prata, no antigo campus da Universidade de Macau, deve ser aproveitado para a realização de provas de ingresso na função pública. Este era o destino a que estava votado o edifício, porém, o director dos Serviços de Administração de Função Pública referiu que o imóvel não corresponde às necessidades dos serviços que dirige. De acordo com um artigo publicado no Jornal Tribuna de Macau, o Jubileu de Prata será alvo de obras, para as quais será lançado ainda este ano um concurso público. Prevê-se que a duração da intervenção seja de um ano. Ainda assim, Song Pek Kei aproveitou o exemplo do edifício do antigo campus da Universidade de Macau para endereçar o problema dos elevados custos para os cofres públicos resultantes do arrendamento de imóveis privados para acomodar serviços públicos. Problema que a deputada considera nascer da falta de comunicação interdepartamental. A deputada acha que teria sido evitável refazer o projecto do Edifício Jubileu de Prata, se os departamentos tivessem mantido comunicação estreita quando foram elaboradas as “normas arquitectónicas para a concepção de design universal e livre de barreiras na RAEM” em 2018.
Jubileu de Prata | Song Pek Kei pede aproveitamento do Edifício Juana Ng Cen - 10 Set 2019 [dropcap]D[/dropcap]e acordo com o jornal Ou Mun, Song Pek Kei entende que o edifício do Jubileu de Prata, no antigo campus da Universidade de Macau, deve ser aproveitado para a realização de provas de ingresso na função pública. Este era o destino a que estava votado o edifício, porém, o director dos Serviços de Administração de Função Pública referiu que o imóvel não corresponde às necessidades dos serviços que dirige. De acordo com um artigo publicado no Jornal Tribuna de Macau, o Jubileu de Prata será alvo de obras, para as quais será lançado ainda este ano um concurso público. Prevê-se que a duração da intervenção seja de um ano. Ainda assim, Song Pek Kei aproveitou o exemplo do edifício do antigo campus da Universidade de Macau para endereçar o problema dos elevados custos para os cofres públicos resultantes do arrendamento de imóveis privados para acomodar serviços públicos. Problema que a deputada considera nascer da falta de comunicação interdepartamental. A deputada acha que teria sido evitável refazer o projecto do Edifício Jubileu de Prata, se os departamentos tivessem mantido comunicação estreita quando foram elaboradas as “normas arquitectónicas para a concepção de design universal e livre de barreiras na RAEM” em 2018.
SAFP | CA refuta declarações de Kou Peng Kuan e fala em “falta de respeito” Andreia Sofia Silva - 10 Set 2019 Hou Veng On, comissário da Auditoria, reagiu às recentes declarações do director dos Serviços de Administração e Função Pública. Kou Peng Kuan negou algumas críticas feitas ao funcionamento do recrutamento centralizado, quando, em resposta ao Comissariado de Auditoria, disse concordar com as conclusões. O organismo diz que os SAFP “não cumprem os padrões de ética” do funcionalismo público [dropcap]O[/dropcap] Comissariado de Auditoria (CA) reagiu ontem às declarações proferidas por Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), após a divulgação do relatório que arrasa o funcionamento do regime de recrutamento centralizado na Administração. Em comunicado oficial, o CA recorda que a resposta oficial dos SAFP, constante no relatório, não está de acordo com o que Kou Peng Kuan disse posteriormente aos jornalistas, o que revela uma “falta de respeito”. “Ao tomar conhecimento das notícias que têm vindo a público sobre este assunto, constatou-se que a Direcção de serviços em causa optou por contrariar factos de importância reduzida referidos no relatório. Tal atitude revela que essa Direcção de serviços não cumpre com os padrões de ética da Administração Pública e, bem assim, revela falta de capacidade de corrigir os erros apontados.” O CA argumentou ainda que “depois da publicação do relatório, o dirigente do SAFP contestou publicamente as opiniões da auditoria e manifestou a sua discordância quanto ao teor do relatório. As suas afirmações contraditam o que foi escrito na resposta ao relatório, demonstrando falta de respeito pelas opiniões expressas pelos serviços interessados”. O CA garante a total integridade do documento que foi divulgado na passada quarta-feira, referindo que “a recolha de provas foi feita através da análise dos documentos fornecidos pelo sujeito a auditoria (os SAFP) e através de reuniões com as chefias no sentido de assegurar que todas as verificações de auditoria sejam devidamente fundamentadas”. Além disso, o relatório terá sido enviado aos SAFP aquando da sua conclusão, pelo que, “com base nesse procedimento, não é possível ao sujeito a auditoria ignorar ou ser apanhado desprevenido quanto aos critérios adoptados”. Período errado A título de exemplo, um dos pontos sobre os quais Kou Peng Kuan mostrou discordância prende-se com o facto do CA ter concluído que as direcções de serviços necessitaram de auxiliar os SAFP no processo de recrutamento centralizado de trabalhadores, quando esta era uma função exclusiva dos SAFP. O CA garante que “um total de 18 dos 39 serviços interessados no recrutamento de pessoal corroboraram essa afirmação”, sendo que “a afirmação de que os ‘serviços tiveram que auxiliar o SAFP na prossecução das suas atribuições’ é corroborada por vários serviços”. Em relação à afirmação do director dos SAFP de que “não se podia recusar a inscrição dos cidadãos nos concursos de recrutamento” e que “havia despesas que não podiam ser evitadas”, no relatório de auditoria revelou-se que, devido ao facto de a concepção do regime de recrutamento ter sido defeituosa, a maioria dos candidatos apresentaram mais de uma candidatura para as vagas postas a concurso, o que provocou um aumento drástico no número de candidaturas à segunda fase, fazendo com que os recursos investidos pelos serviços duplicassem. O CA responde ainda às declarações relativas à plataforma electrónica, uma vez que o director dos SAFP afirmou que “não se podia recusar a inscrição dos cidadãos nos concursos de recrutamento” e que “havia despesas que não podiam ser evitadas”. Além disso, Kou Peng Kuan chegou a afirmar que seria normal a apresentação de várias candidaturas online. “Se existirem residentes que queiram apresentar a sua candidatura com uma maior urgência, acha que eles não vão escolher mais oito ou dez vagas?”, questionou. Contudo, o CA alerta para o facto de esta plataforma electrónica ter contribuído para “uma duplicação dos trabalhos de verificação dos documentos dos candidatos” e ainda “no desperdício de recursos e de tempo”, uma vez que permitia, “através de um simples clique, apresentar a candidatura a todas as etapas de avaliação de competências profissionais ou funcionais”. O CA conclui ainda que os SAFP “responderam às opiniões de auditoria baseando-se no Regime de 2017, algo que não fazia parte do âmbito do relatório de auditoria”.
SAFP | CA refuta declarações de Kou Peng Kuan e fala em “falta de respeito” Andreia Sofia Silva - 10 Set 2019 Hou Veng On, comissário da Auditoria, reagiu às recentes declarações do director dos Serviços de Administração e Função Pública. Kou Peng Kuan negou algumas críticas feitas ao funcionamento do recrutamento centralizado, quando, em resposta ao Comissariado de Auditoria, disse concordar com as conclusões. O organismo diz que os SAFP “não cumprem os padrões de ética” do funcionalismo público [dropcap]O[/dropcap] Comissariado de Auditoria (CA) reagiu ontem às declarações proferidas por Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), após a divulgação do relatório que arrasa o funcionamento do regime de recrutamento centralizado na Administração. Em comunicado oficial, o CA recorda que a resposta oficial dos SAFP, constante no relatório, não está de acordo com o que Kou Peng Kuan disse posteriormente aos jornalistas, o que revela uma “falta de respeito”. “Ao tomar conhecimento das notícias que têm vindo a público sobre este assunto, constatou-se que a Direcção de serviços em causa optou por contrariar factos de importância reduzida referidos no relatório. Tal atitude revela que essa Direcção de serviços não cumpre com os padrões de ética da Administração Pública e, bem assim, revela falta de capacidade de corrigir os erros apontados.” O CA argumentou ainda que “depois da publicação do relatório, o dirigente do SAFP contestou publicamente as opiniões da auditoria e manifestou a sua discordância quanto ao teor do relatório. As suas afirmações contraditam o que foi escrito na resposta ao relatório, demonstrando falta de respeito pelas opiniões expressas pelos serviços interessados”. O CA garante a total integridade do documento que foi divulgado na passada quarta-feira, referindo que “a recolha de provas foi feita através da análise dos documentos fornecidos pelo sujeito a auditoria (os SAFP) e através de reuniões com as chefias no sentido de assegurar que todas as verificações de auditoria sejam devidamente fundamentadas”. Além disso, o relatório terá sido enviado aos SAFP aquando da sua conclusão, pelo que, “com base nesse procedimento, não é possível ao sujeito a auditoria ignorar ou ser apanhado desprevenido quanto aos critérios adoptados”. Período errado A título de exemplo, um dos pontos sobre os quais Kou Peng Kuan mostrou discordância prende-se com o facto do CA ter concluído que as direcções de serviços necessitaram de auxiliar os SAFP no processo de recrutamento centralizado de trabalhadores, quando esta era uma função exclusiva dos SAFP. O CA garante que “um total de 18 dos 39 serviços interessados no recrutamento de pessoal corroboraram essa afirmação”, sendo que “a afirmação de que os ‘serviços tiveram que auxiliar o SAFP na prossecução das suas atribuições’ é corroborada por vários serviços”. Em relação à afirmação do director dos SAFP de que “não se podia recusar a inscrição dos cidadãos nos concursos de recrutamento” e que “havia despesas que não podiam ser evitadas”, no relatório de auditoria revelou-se que, devido ao facto de a concepção do regime de recrutamento ter sido defeituosa, a maioria dos candidatos apresentaram mais de uma candidatura para as vagas postas a concurso, o que provocou um aumento drástico no número de candidaturas à segunda fase, fazendo com que os recursos investidos pelos serviços duplicassem. O CA responde ainda às declarações relativas à plataforma electrónica, uma vez que o director dos SAFP afirmou que “não se podia recusar a inscrição dos cidadãos nos concursos de recrutamento” e que “havia despesas que não podiam ser evitadas”. Além disso, Kou Peng Kuan chegou a afirmar que seria normal a apresentação de várias candidaturas online. “Se existirem residentes que queiram apresentar a sua candidatura com uma maior urgência, acha que eles não vão escolher mais oito ou dez vagas?”, questionou. Contudo, o CA alerta para o facto de esta plataforma electrónica ter contribuído para “uma duplicação dos trabalhos de verificação dos documentos dos candidatos” e ainda “no desperdício de recursos e de tempo”, uma vez que permitia, “através de um simples clique, apresentar a candidatura a todas as etapas de avaliação de competências profissionais ou funcionais”. O CA conclui ainda que os SAFP “responderam às opiniões de auditoria baseando-se no Regime de 2017, algo que não fazia parte do âmbito do relatório de auditoria”.
Plano Quinquenal | Chui elogia união da população e Governo Central Hoje Macau - 10 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] ambiente económico tem vários desafios e está cada vez mais complexo, no entanto, os esforços do Governo Central e a união com a sociedade local vão permitir alcançar os objectivos definidos no Plano Quinquenal. Foi esta a principal ideia deixada pelo Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, no encontro anual de ontem da Comissão para Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer, e surge depois de o Presidente Xi Jinping ter feito um discurso em que definiu Macau, Hong Kong e Taiwan como um dos “desafios” no desenvolvimento da China. Segundo a informação oficial, a reunião de ontem serviu para fazer um balanço do Plano Quinquenal, que começou em 2016 e está previsto que chegue ao fim em 2020. Contudo, o final já será apadrinhado pelo próximo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. Ontem, Chui Sai On focou a transição de Governo e pediu aos representantes dos serviços públicos que façam esforços para “manter uma conjuntura estável de desenvolvimento, dando prioridade a projectos que optimizem a qualidade de vida da população”. Chui pediu igualmente que se garanta que a transição decorra de forma suave, para que a concretização dos objectivos do Plano Quinquenal não seja afectada pela mudança de Executivo. O encontro serviu igualmente para fazer um balanço dos trabalhos entre 2016 e 2018. Segundo o comunicado, “os três níveis de avaliação, ou seja, do Governo, de terceiros e da sociedade, concluíram que o Plano Quinquenal atingiu resultados graduais”, com taxas de concretização anuais dos objectivos a rondar os 90 por cento.
Plano Quinquenal | Chui elogia união da população e Governo Central Hoje Macau - 10 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] ambiente económico tem vários desafios e está cada vez mais complexo, no entanto, os esforços do Governo Central e a união com a sociedade local vão permitir alcançar os objectivos definidos no Plano Quinquenal. Foi esta a principal ideia deixada pelo Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, no encontro anual de ontem da Comissão para Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer, e surge depois de o Presidente Xi Jinping ter feito um discurso em que definiu Macau, Hong Kong e Taiwan como um dos “desafios” no desenvolvimento da China. Segundo a informação oficial, a reunião de ontem serviu para fazer um balanço do Plano Quinquenal, que começou em 2016 e está previsto que chegue ao fim em 2020. Contudo, o final já será apadrinhado pelo próximo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. Ontem, Chui Sai On focou a transição de Governo e pediu aos representantes dos serviços públicos que façam esforços para “manter uma conjuntura estável de desenvolvimento, dando prioridade a projectos que optimizem a qualidade de vida da população”. Chui pediu igualmente que se garanta que a transição decorra de forma suave, para que a concretização dos objectivos do Plano Quinquenal não seja afectada pela mudança de Executivo. O encontro serviu igualmente para fazer um balanço dos trabalhos entre 2016 e 2018. Segundo o comunicado, “os três níveis de avaliação, ou seja, do Governo, de terceiros e da sociedade, concluíram que o Plano Quinquenal atingiu resultados graduais”, com taxas de concretização anuais dos objectivos a rondar os 90 por cento.
Vong Kok Seng desdramatiza efeitos de Hong Kong e Interior no turismo João Santos Filipe - 10 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] vice-presidente da Associação Comercial de Macau, Vong Kok Seng, admitiu que a indústria de vendas a retalho, mais ligada ao turismo, está a sentir o impacto das manifestações de Hong Kong e do abrandamento económico do Interior, relacionado com a Guerra Comercial. Segundo as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, Vong diz que há várias indústrias que têm registado um número inferior de turistas, mas que nenhum sector está a ser tão afectado como as vendas a retalho. Vong afirmou também que nesta altura não há uma previsão para quando estes problemas vão ser resolvidos, mas que considera que por enquanto a situação não é muito preocupante. O também empresário explicou ainda que no quarto trimestre do ano o consumo é impulsionado pelas várias festividades e eventos, pelo que será uma boa altura para que a economia volte a ganhar um novo fôlego. Preços mais baixos Em relação à economia do Interior da China e à desvalorização do yuan, o vice-presidente da Associação Comercial de Macau apontou que é uma medida com impacto no poder de compra do turista, que assim pode consumir menos. No entanto, recusou que esta realidade apenas tenha consequências negativas. Vong explicou que muitos dos alimentos consumidos em Macau são importados do Interior, devido à grande dependência existente, mas que a desvalorização permite abrandar a inflação sentida pelos importadores no momento de comprarem para venderem à população. Por último, Vong Kok Seng abordou a situação do jogo e a quebra de 8,6 por cento em Agosto face ao período homólogo. Assim no oitavo mês do ano as receitas foram de 24,3 mil milhões de patacas, quando no mesmo período do ano passado tinham sido de 26,6 mil milhões de patacas. Sobre esta matéria, o empresário revelou acreditar que a economia é feita por “pequenas flutuações”, que são naturais e que a indústria estava preparada. Vong revelou ainda que no ano passado a indústria estava em crescimento, pelo que há margem para subir e que não é necessário haver alarmismos.
Economia | Secretário alerta para fase negativa motivada por factores externos João Santos Filipe - 10 Set 2019 A economia de Macau contraiu 2,5 por cento nos primeiros seis meses do ano e a tendência deve continuar nos próximos tempos. Após uma queda de 8,6 por cento no último mês no sector do jogo, segundo Lionel Leong, também o mês de Setembro está longe de trazer de volta o crescimento [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças prevê que Macau continue a atravessar um período de volatilidade no que diz respeito à saúde económica e que as receitas do jogo vão ser afectadas de forma negativa nos próximos tempos. De acordo com as declarações prestadas ontem, à margem de um evento organizado pela Associação Comercial de Macau, o secretário explicou a entrada em recessão com factores externos, como a Guerra Comercial, a desvalorização do yuan e a situação das regiões vizinhas. Assim sendo, segundo Lionel Leong, a economia vá continuar a seguir uma tendência negativa. O secretário reconheceu também que nos dois primeiros trimestres do ano que a economia registou uma contracção, o que já constitui uma situação de recessão técnica. Segundo os dados apresentados, nos primeiros seis meses a economia teve uma quebra real de 2,5 por cento. Lionel Leong explicou também que muito dificilmente a situação vai sofrer alterações no terceiro trimestre, uma vez que nos meses de Julho e de Agosto houve uma quebra das receitas no sector das exportações de serviços, o que se ficou a dever, principalmente, ao sector do jogo. Nestes dois meses, as receitas do principal sector da economia registaram quebras face ao período homólogo de 3,5 e 8,6 por cento, respectivamente. Ontem, o secretário alertou igualmente para o facto de que a situação não deverá sofrer alterações durante este mês de Setembro, o que irá contribuir para uma nova contracção do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. Contudo, Lionel Leong recusou ainda a ideia que a contracção esteja ligada a Macau. O secretário justificou a situação principalmente com a Guerra Comercial entre os Estados Unidos e a China, a desvalorização do yuan e os problemas das regiões vizinhas, no que terá sido uma referência à situação de Hong Kong. Face a este cenário o secretário prometeu que o Governo vai acompanhar quaisquer alterações no consumo e na taxa de desemprego de muito perto e dar respostas adequadas, caso seja necessário estimular a actividade económica. Lionel Leong deu ainda um voto de confiança ao sector do jogo e disse que o mesmo está preparado e tem a resistência necessária para enfrentar a situação actual.
Economia | Secretário alerta para fase negativa motivada por factores externos João Santos Filipe - 10 Set 2019 A economia de Macau contraiu 2,5 por cento nos primeiros seis meses do ano e a tendência deve continuar nos próximos tempos. Após uma queda de 8,6 por cento no último mês no sector do jogo, segundo Lionel Leong, também o mês de Setembro está longe de trazer de volta o crescimento [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças prevê que Macau continue a atravessar um período de volatilidade no que diz respeito à saúde económica e que as receitas do jogo vão ser afectadas de forma negativa nos próximos tempos. De acordo com as declarações prestadas ontem, à margem de um evento organizado pela Associação Comercial de Macau, o secretário explicou a entrada em recessão com factores externos, como a Guerra Comercial, a desvalorização do yuan e a situação das regiões vizinhas. Assim sendo, segundo Lionel Leong, a economia vá continuar a seguir uma tendência negativa. O secretário reconheceu também que nos dois primeiros trimestres do ano que a economia registou uma contracção, o que já constitui uma situação de recessão técnica. Segundo os dados apresentados, nos primeiros seis meses a economia teve uma quebra real de 2,5 por cento. Lionel Leong explicou também que muito dificilmente a situação vai sofrer alterações no terceiro trimestre, uma vez que nos meses de Julho e de Agosto houve uma quebra das receitas no sector das exportações de serviços, o que se ficou a dever, principalmente, ao sector do jogo. Nestes dois meses, as receitas do principal sector da economia registaram quebras face ao período homólogo de 3,5 e 8,6 por cento, respectivamente. Ontem, o secretário alertou igualmente para o facto de que a situação não deverá sofrer alterações durante este mês de Setembro, o que irá contribuir para uma nova contracção do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. Contudo, Lionel Leong recusou ainda a ideia que a contracção esteja ligada a Macau. O secretário justificou a situação principalmente com a Guerra Comercial entre os Estados Unidos e a China, a desvalorização do yuan e os problemas das regiões vizinhas, no que terá sido uma referência à situação de Hong Kong. Face a este cenário o secretário prometeu que o Governo vai acompanhar quaisquer alterações no consumo e na taxa de desemprego de muito perto e dar respostas adequadas, caso seja necessário estimular a actividade económica. Lionel Leong deu ainda um voto de confiança ao sector do jogo e disse que o mesmo está preparado e tem a resistência necessária para enfrentar a situação actual.
Macaenses | Inquérito da Universidade da Califórnia destaca mais jovens na diáspora Andreia Sofia Silva - 10 Set 2019 Roy Eric Xavier, director do Projecto de Estudos Portugueses e Macaenses da Universidade da Califórnia, lançou este ano uma nova edição de um inquérito feito à comunidade macaense na Diáspora. Os resultados revelam “um ressurgimento dos jovens na comunidade portuguesa oriunda da Ásia”, quando antes os reformados estavam em maioria. O académico nota também um maior envolvimento destes jovens com as suas origens e mais interesse nas relações comerciais com a China, algo que não está a ser devidamente aproveitado [dropcap]H[/dropcap]á novos dados da comunidade macaense e luso-asiática oriundos do inquérito desenvolvido no âmbito do Projecto de Estudos Portugueses e Macaenses da Universidade da Califórnia, liderado pelo académico Roy Eric Xavier. O professor universitário lançou uma nova edição do inquérito este ano, tendo feito algumas alterações face às questões colocadas em 2013. Os resultados preliminares deste novo inquérito, disponíveis no website “Far East Currents”, revelam que houve um “ressurgimento dos jovens na comunidade portuguesa oriunda da Ásia”, uma vez que “mais de 66 por cento das respostas chegaram dos adultos empregados (idades entre 19 e 64 anos)”. Por comparação, em 2012 e 2013 “70 por cento dos inquiridos estavam reformados, tendo mais de 65 anos”. Tal “sugere que as gerações mais jovens podem estar mais conscientes da sua cultura e estão agora em maioria”. Se os primeiros resultados, de 2012, falavam de uma comunidade na diáspora entre 149.240 a 155.764 pessoas, esse número aumentou para 1.687 milhão de macaenses ou luso-asiáticos em 35 países, e a contagem não fica por aqui, como disse Roy Eric Xavier ao HM. “Devo enfatizar que isto é apenas uma estimativa, mas baseada em dados e corroborada por académicos desta área de estudos, que acreditam que os números são bem mais elevados do que antes”, disse. De entre os inquiridos, 16,57 por cento dizem ser portugueses, enquanto que 61,14 por cento dizem ser macaenses. Apenas 20 por cento afirma ser euroasiático. Origem nos bairros O inquérito de 2019 mostra ainda que 66 por cento dos inquiridos vivem nos Estados Unidos, enquanto que 24 por cento vive no Canadá, Austrália e Europa (muitos deles em Portugal) e os restantes 9 por cento no Japão, Filipinas, Macau e Hong Kong. Além disso, “mais de 72 por cento afirmaram que têm laços familiares com Macau, sendo que 63 por cento têm ligações com Hong Kong”. “Mais de 52 por cento têm antecedentes em Portugal, e mais de 33 por cento com Xangai”, além de que “de forma significativa, em mais de 27 por dos casos os antecessores são oriundos de Goa, Cantão, Japão, Malásia, Singapura e Timor”. Para Roy Eric Xavier, esta é outra novidade trazida pelo inquérito de 2019: a de que há muitos descendentes de bairros portugueses espalhados pela Ásia. “Confirmámos que muitas famílias possuem histórias de emigração ligadas a bairros portugueses de Goa, Cantão, Japão, Malásia, Singapura e Timor, sendo que a grande maioria tem laços com Macau, Hong Kong e Xangai, uma vez que a maior parte dessas zonas foram formadas antes e depois da Guerra do Ópio.” Roy Eric Xavier aponta que “as histórias de emigração das famílias apenas tinham sido teorizadas em 2013, mas agora temos provas de que os luso-asiáticos emigraram durante o período de 500 anos em que houve presença portuguesa na Ásia e Índia”. Por explorar Estes jovens, descendentes de famílias macaenses ou luso-asiáticas, “são profissionais, na sua maioria, da área empresarial, tecnológica, medicina, finanças, Direito ou investimentos”, entre outros. Isto faz com que exista um potencial nas relações com a China e Macau que não está a ser devidamente aproveitado, aponta o académico. “Quero determinar qual é o potencial das relações empresariais na China através de Macau. Em investigações anteriores descobri que muitos jovens na diáspora, entre 19 e 54 anos, têm cargos de topo na área empresarial, tecnologia e finanças, medicina e educação. Este é um ponto fulcral da diáspora que o Conselho das Comunidades Macaenses em Macau tem virtualmente ignorado, ao focar-se apenas nas gerações mais velhas que participam nos Encontros a cada três anos.” Neste sentido, o inquérito deste ano apresenta uma pergunta sobre o número de familiares que trabalham em empresas com ligações à China. “Cerca de 37 por cento afirmaram que fazem esse trabalho, mas numa outra questão, 59 por cento expressou interesse em saber mais sobre oportunidades internacionais de negócio e culturais relacionados com os portugueses da Ásia”, pode ler-se. Para Roy Eric Xavier, “o potencial para desenvolver relações comerciais, por exemplo, deveria ser mais clarificado, sobretudo desde que as regiões administrativas especiais continuam a beneficiar de protecção que não estão garantidas em muitas cidades portuárias da China”. “Este potencial tem sido ignorado por muitas das organizações de Macau, mas tem vindo a tornar-se muito reconhecido na diáspora”, frisou. Além disso, o académico nota um maior interesse não só na preservação da história, mas também na transmissão de valores aos descendentes. Aqui, as redes sociais assumem um importante papel. “Os sítios no Facebook de portugueses da Ásia aumentaram de cinco, em 2013, para 27 em 2019. Muitos dedicam-se a diferentes temáticas, tal como a comida, história, língua, fotografias ou histórias de família”, aponta o inquérito. “Esta tendência é uma indicação de que a nova geração de luso-asiáticos e macaenses estão agora envolvidos e interessados em passar mais informações para as novas gerações”, frisou Roy Eric Xavier. O inquérito vai continuar a manter-se online “de forma indefinida”, com os resultados a serem publicados periodicamente “para acompanhar as mais recentes tendências”. Roy Eric Xavier explicou ainda que a edição deste ano do questionário foi desenvolvida “para chegar a gerações mais jovens na Diáspora que estão a tornar-se mais conscientes da sua etnicidade e que estão a tentar obter mais informações”. “Retirei uma pergunta sobre se a pessoa deixou ou não de viver na Ásia, uma vez que a maioria nasceu noutro lugar. Também eliminei uma questão sobre línguas, e especificamente sobre a capacidade para falar o patuá, mas irei usá-la no futuro. Contudo, mantive as questões relacionadas com a idade e localizações actuais, bem como a dimensão das famílias ou os diferentes lugares no mundo de onde são oriundos os antepassados”, explicou Roy Eric Xavier. Nestas alterações, “foi feita uma tentativa para ter um panorama mais claro de como são as novas gerações em termos demográficos e culturais”, adiantou.
Macaenses | Inquérito da Universidade da Califórnia destaca mais jovens na diáspora Andreia Sofia Silva - 10 Set 2019 Roy Eric Xavier, director do Projecto de Estudos Portugueses e Macaenses da Universidade da Califórnia, lançou este ano uma nova edição de um inquérito feito à comunidade macaense na Diáspora. Os resultados revelam “um ressurgimento dos jovens na comunidade portuguesa oriunda da Ásia”, quando antes os reformados estavam em maioria. O académico nota também um maior envolvimento destes jovens com as suas origens e mais interesse nas relações comerciais com a China, algo que não está a ser devidamente aproveitado [dropcap]H[/dropcap]á novos dados da comunidade macaense e luso-asiática oriundos do inquérito desenvolvido no âmbito do Projecto de Estudos Portugueses e Macaenses da Universidade da Califórnia, liderado pelo académico Roy Eric Xavier. O professor universitário lançou uma nova edição do inquérito este ano, tendo feito algumas alterações face às questões colocadas em 2013. Os resultados preliminares deste novo inquérito, disponíveis no website “Far East Currents”, revelam que houve um “ressurgimento dos jovens na comunidade portuguesa oriunda da Ásia”, uma vez que “mais de 66 por cento das respostas chegaram dos adultos empregados (idades entre 19 e 64 anos)”. Por comparação, em 2012 e 2013 “70 por cento dos inquiridos estavam reformados, tendo mais de 65 anos”. Tal “sugere que as gerações mais jovens podem estar mais conscientes da sua cultura e estão agora em maioria”. Se os primeiros resultados, de 2012, falavam de uma comunidade na diáspora entre 149.240 a 155.764 pessoas, esse número aumentou para 1.687 milhão de macaenses ou luso-asiáticos em 35 países, e a contagem não fica por aqui, como disse Roy Eric Xavier ao HM. “Devo enfatizar que isto é apenas uma estimativa, mas baseada em dados e corroborada por académicos desta área de estudos, que acreditam que os números são bem mais elevados do que antes”, disse. De entre os inquiridos, 16,57 por cento dizem ser portugueses, enquanto que 61,14 por cento dizem ser macaenses. Apenas 20 por cento afirma ser euroasiático. Origem nos bairros O inquérito de 2019 mostra ainda que 66 por cento dos inquiridos vivem nos Estados Unidos, enquanto que 24 por cento vive no Canadá, Austrália e Europa (muitos deles em Portugal) e os restantes 9 por cento no Japão, Filipinas, Macau e Hong Kong. Além disso, “mais de 72 por cento afirmaram que têm laços familiares com Macau, sendo que 63 por cento têm ligações com Hong Kong”. “Mais de 52 por cento têm antecedentes em Portugal, e mais de 33 por cento com Xangai”, além de que “de forma significativa, em mais de 27 por dos casos os antecessores são oriundos de Goa, Cantão, Japão, Malásia, Singapura e Timor”. Para Roy Eric Xavier, esta é outra novidade trazida pelo inquérito de 2019: a de que há muitos descendentes de bairros portugueses espalhados pela Ásia. “Confirmámos que muitas famílias possuem histórias de emigração ligadas a bairros portugueses de Goa, Cantão, Japão, Malásia, Singapura e Timor, sendo que a grande maioria tem laços com Macau, Hong Kong e Xangai, uma vez que a maior parte dessas zonas foram formadas antes e depois da Guerra do Ópio.” Roy Eric Xavier aponta que “as histórias de emigração das famílias apenas tinham sido teorizadas em 2013, mas agora temos provas de que os luso-asiáticos emigraram durante o período de 500 anos em que houve presença portuguesa na Ásia e Índia”. Por explorar Estes jovens, descendentes de famílias macaenses ou luso-asiáticas, “são profissionais, na sua maioria, da área empresarial, tecnológica, medicina, finanças, Direito ou investimentos”, entre outros. Isto faz com que exista um potencial nas relações com a China e Macau que não está a ser devidamente aproveitado, aponta o académico. “Quero determinar qual é o potencial das relações empresariais na China através de Macau. Em investigações anteriores descobri que muitos jovens na diáspora, entre 19 e 54 anos, têm cargos de topo na área empresarial, tecnologia e finanças, medicina e educação. Este é um ponto fulcral da diáspora que o Conselho das Comunidades Macaenses em Macau tem virtualmente ignorado, ao focar-se apenas nas gerações mais velhas que participam nos Encontros a cada três anos.” Neste sentido, o inquérito deste ano apresenta uma pergunta sobre o número de familiares que trabalham em empresas com ligações à China. “Cerca de 37 por cento afirmaram que fazem esse trabalho, mas numa outra questão, 59 por cento expressou interesse em saber mais sobre oportunidades internacionais de negócio e culturais relacionados com os portugueses da Ásia”, pode ler-se. Para Roy Eric Xavier, “o potencial para desenvolver relações comerciais, por exemplo, deveria ser mais clarificado, sobretudo desde que as regiões administrativas especiais continuam a beneficiar de protecção que não estão garantidas em muitas cidades portuárias da China”. “Este potencial tem sido ignorado por muitas das organizações de Macau, mas tem vindo a tornar-se muito reconhecido na diáspora”, frisou. Além disso, o académico nota um maior interesse não só na preservação da história, mas também na transmissão de valores aos descendentes. Aqui, as redes sociais assumem um importante papel. “Os sítios no Facebook de portugueses da Ásia aumentaram de cinco, em 2013, para 27 em 2019. Muitos dedicam-se a diferentes temáticas, tal como a comida, história, língua, fotografias ou histórias de família”, aponta o inquérito. “Esta tendência é uma indicação de que a nova geração de luso-asiáticos e macaenses estão agora envolvidos e interessados em passar mais informações para as novas gerações”, frisou Roy Eric Xavier. O inquérito vai continuar a manter-se online “de forma indefinida”, com os resultados a serem publicados periodicamente “para acompanhar as mais recentes tendências”. Roy Eric Xavier explicou ainda que a edição deste ano do questionário foi desenvolvida “para chegar a gerações mais jovens na Diáspora que estão a tornar-se mais conscientes da sua etnicidade e que estão a tentar obter mais informações”. “Retirei uma pergunta sobre se a pessoa deixou ou não de viver na Ásia, uma vez que a maioria nasceu noutro lugar. Também eliminei uma questão sobre línguas, e especificamente sobre a capacidade para falar o patuá, mas irei usá-la no futuro. Contudo, mantive as questões relacionadas com a idade e localizações actuais, bem como a dimensão das famílias ou os diferentes lugares no mundo de onde são oriundos os antepassados”, explicou Roy Eric Xavier. Nestas alterações, “foi feita uma tentativa para ter um panorama mais claro de como são as novas gerações em termos demográficos e culturais”, adiantou.
ONG acusa subcontratada da Apple de violar direitos do trabalhadores na China Hoje Macau - 9 Set 2019 [dropcap]U[/dropcap]ma organização de defesa dos direitos dos trabalhadores acusou hoje a empresa taiwanesa do sector tecnológico Foxconn, importante montadora dos ‘smartphones’ da norte-americana Apple, de violar vários direitos nas suas fábricas na China. Num relatório intitulado “iPhone 11 Ilegalmente Produzido na China”, a China Labor Watch (CLW) revela que mais de metade dos operários da fábrica da Foxconn em Zhengzhou, no centro da China, tem contratos temporários, violando uma lei chinesa que limita a proporção de precários a 10% do total da força de trabalho de uma unidade. Trabalhadores temporários são muitas vezes usados pelas fábricas para aumentar a produção durante picos sazonais de procura. Estes trabalhadores não têm direito a segurança social, mas são antes oferecidos bónus, que a China Labor Watch acusa a Foxconn de não cumprir. Com uma área total de 1,4 milhões de metros quadrados, a unidade em Zhengshou da Foxconn é a maior fabricante mundial de dispositivos da Apple, sendo conhecida como “Cidade iPhone”. “A Apple e a Foxconn sabem que estão a infringir a lei, mas contratar trabalhadores temporários é lucrativo e, portanto, não se importam”, afirmou Li Qiang, director da China Labor Watch, que tem sede nos Estados Unidos. A organização, que diz ter pessoas infiltradas naquela fábrica, acredita que muitos funcionários não receberam os bónus a que tinham direito. A Foxconn, que emprega mais de um milhão de pessoas na China, é o maior empregador privado do país, onde a mão de obra barata contribuiu para o rápido crescimento da empresa. Em comunicado, a empresa taiwanesa reconheceu na segunda-feira “alguns problemas de conformidade na força de trabalho”, mas garante estar tudo “resolvido”. Também a Apple admitiu ter “descoberto que a percentagem de trabalhadores precários excede” os padrões da empresa, e que está a trabalhar em “estreita colaboração” com a Foxconn para “resolver o problema”. No entanto, a Apple rejeitou outras acusações: “A maioria das alegações é falsa. Confirmamos que todos os trabalhadores estão a ser remunerados adequadamente, incluindo salários e bónus por horas extras. Todo o trabalho de horas extras foi voluntário e não há evidências de trabalho forçado”. As acusações ocorrem nas vésperas de a gigante norte-americana lançar três novos iPhones. A empresa tem sido repetidamente criticada pelas suas práticas de trabalho na sua vasta cadeia de produção na China. No final do ano passado, a Apple lançou uma investigação depois de um outro grupo de direitos dos trabalhadores ter denunciado o uso ilegal de estudantes na montagem dos Relógios Apple, na cidade chinesa de Chongqing.
Haverá um direito à verdade? Sérgio de Almeida Correia - 9 Set 2019 [dropcap]P[/dropcap]onderei se valeria a pena comentar as afirmações produzidas pelo Senhor Secretário para Segurança, na conferência de imprensa que promoveu em 3 de Setembro pp., quando a memória ainda está bem fresca. Depois, avaliando aquele que é o interesse dos residentes de Macau e a gravidade do que foi dito por tão alto responsável, acabei por condescender em que poderia haver interesse em escrever alguma coisa. Pouca, apenas para registo histórico sobre o que interessa. Começarei, todavia, por resumidamente (isto é um texto jornalístico, não é um parecer jurídico) reafirmar que o exercício do direito de reunião e manifestação não precisa de qualquer autorização para poder ser exercido. Nunca precisou. É isso que está no artigo 1.º da Lei 2/93/M, de 18 de Maio, não obstante as diversas alterações que foram introduzidas ao longo dos anos: “1. Todos os residentes de Macau têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, em lugares públicos, abertos ao público ou particulares, sem necessidade de qualquer autorização. 2. Os residentes de Macau gozam do direito de manifestação. 3. O exercício dos direitos de reunião ou manifestação apenas pode ser restringido, limitado ou condicionado nos casos previstos na lei.” Este é o princípio geral. Foi isto que foi aprovado pela Assembleia Legislativa. Se fosse outra a intenção do legislador teria lá ficado escrito que “todos os residentes têm o direito de se reunir (…), desde que obtida previamente a respectiva autorização”. Não foi o que lá ficou. Como o deputado Rui Afonso também elucidou: “O reconhecimento do direito é, no fundo, a defesa contra o poder de intervenção na minha área específica. Eu tenho o direito de me manifestar e de me reunir, o Estado que não interfira nesse meu direito. Isso é uma liberdade.” (p. 242) Esse era também o entendimento do ex-deputado Leong Heng Teng: “De acordo com a minha interpretação a expressão «tem direito» não carece de autorização, e é uma forma de garantir, ou reconhecer (…)” (cfr. ob. cit. p. 249). O próprio Secretário para a Administração e Justiça quando participou na discussão e aprovação da lei referiu: “E também no Direito Internacional tornado, recentemente, extensivo a Macau, no seu artigo 21.º, se reconhece, também, como na Constituição Portuguesa, o direito de reunião pacífica. Não se trata apenas de uma questão gramatical, mas sim de um caso de conteúdo e de distinção entre uma questão que o Estado deve garantir através de prestação social e um direito a que quase se chamaria natural, que não precisa de ser outorgado pelo Estado a qualquer cidadão. Nasce com o cidadão, nos seus direitos individuais perante o Estado. (p. 246, 247) Aliás, ainda na discussão que ocorreu em plenário, em 27/04/1993, o então deputado Neto Valente teve oportunidade de referir, em esclarecimento ao deputado Ng Kuok Cheong, que “[n]ão é necessário pedir ao Leal Senado que dispense lugares para a manifestação. Se a pessoa quiser fazer uma manifestação na via pública, comunica ao Leal Senado, não precisa pedir licença para lhe reservarem espaço para fazer a manifestação” (cfr. Direito de Reunião e Manifestação – Colectânea de Leis Regulamentadoras de Direitos Fundamentais, 2.ª edição, p. 283). Comunicar não é o mesmo que pedir autorização. Pelo menos não era, até há bem pouco tempo. Portanto, aquilo que o Secretário para a Segurança disse a este propósito, salvo o devido respeito, está profundamente errado e induz os cidadãos em erro, o que é inadmissível. Se o objectivo do Secretário for o de alterar a lei, para ficar mais ao seu gosto, então que se promova a alteração e logo se verá o que daí resulta. Depois, a lei também esclarece que o direito de reunião e manifestação apenas pode ser restringido ou condicionado nos casos previstos na lei. Esta é uma excepção ao princípio geral. Por isso lá está o apenas. E quais são os casos em que é admissível a restrição ou condicionamento? A lei refere que são aqueles em que se visem fins contrários à lei. À lei de Macau, evidentemente. Não em relação à lei da RPC ou de Hong Kong, sendo certo que tal avaliação terá de ser feita em função dos dados disponíveis, e não da imaginação, dos temores ou das convicções políticas de quem analisa. Por outro lado, a lei prevê que seja enviado um aviso prévio às autoridades (cfr. art.º 5.º), não para que estas autorizem a manifestação, mas para que tomem boa nota do evento e possam desencadear as medidas de segurança pública indispensáveis à manutenção da ordem e tranquilidade pública, designadamente verificando se tem finalidade ilegal, conhecerem o horário e o trajecto, impondo se necessário algumas restrições, se for o caso, e estiverem devidamente fundamentas, e também evitarem a realização de outras manifestações ou contramanifestações que interferissem e pudessem perturbar o livre exercício dos direitos dos participantes, podendo, para tanto, destacar agentes seus nos locais adequados para garantir a segurança dos manifestantes (cfr. art.º 10.º). Importa ainda esclarecer a opinião pública de que mesmo que se tratasse de uma manifestação espontânea, “feita em reacção imediata a qualquer evento, sem qualquer convocação ou preparação” (cfr. Gomes Canotilho e Vital Moreira, CRP Anotada, vol. I, p. 640), continuaria a merecer de protecção constitucional e legal na RAEM, só podendo ser interrompida se verificados os pressupostos do art.º 11.º do diploma citado. Na ocasião, a Presidente da AL disse que: “[a]s manifestações espontâneas, na sequência de qualquer evento, foram sempre permitidas sem convocação ou preparação, desde que sejam pacíficas, não armadas, e mesmo sem pré-aviso. O pré-aviso não é considerado um requisito obrigatório para essas situações”. E a isto acrescentou Rui Afonso: “É preciso é que seja mesmo espontânea. Ou seja, se houver uma prévia convocação da manifestação, mesmo do género «quando sairmos daqui vamos para ali», isso não será permitido. Portanto, desde que haja elementos indiciários de que quem convoca a reunião, já se preparava para promover uma manifestação, deixa de haver espontaneidade, e usa-se de um recurso para escamotear um processo de prévias intenções. Quando as manifestações são passíveis de convocação, ou se sucedem a reuniões, a espontaneidade não existe, logo, estão sujeitas aos condicionalismos que a lei determina. A lei não pode ser defraudada com o argumento falacioso da espontaneidade, quando se torna notório que esta não existiu, e que a manifestação foi planeada.” (cfr. ob. citada, p. 275) Posto isto, importa sublinhar que a tal manifestação (vigília), cuja realização foi impedida pela PSP no final da tarde do dia 8 de Agosto, para ter sido proibida devê-lo-ia ter sido com base em fundamentos legais, e não com base em suposições e considerações que, se já eram descabidas ao tempo, com a conferência de imprensa do passado dia 3 de Agosto se tornaram ainda mais evidentes. O argumento quanto à ocupação da Praça do Leal Senado também não colhe porque à hora prevista há normalmente poucos turistas nesse local. A essa hora os excursionistas já recolheram. E, de acordo com os horários chineses das refeições, ou já comeram ou estão a comer. Referir a colocação de arranjos decorativos é um argumento que não lembraria a ninguém. Então as obras de decoração na praça são mais importantes do que assegurar o exercício de direitos fundamentais, de “direitos de máximo escalão que beneficiam, ou assim deve suceder, de estatuto e tutela especialmente reforçados?” (cfr. Cardinal, Estudos de Direitos Fundamentais, 2015, FRC, p. 554). De igual modo, dizer que os Tribunais de Hong Kong já decidiram é mais um argumento inqualificável para impedir o exercício do direito de manifestação, mais a mais vindo de um magistrado. Então as decisões dos tribunais de Hong Kong têm aplicação directa em Macau? Fazemos parte da mesma ordem jurídica? E um magistrado atreve-se a dizer isso numa conferência de imprensa? Já quanto à alta possibilidade de vir a ocorrer um crime, gostaria de perguntar se estava em causa o “crime de solidariedade contra a violência policial”? Onde está tipificado? Se este argumento valesse, então o simples facto de os tribunais da RPC condenarem o exercício do direito de opinião seria suficiente para em Macau se proibir o direito de manifestação? No segundo sistema, a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, de imprensa, de edição, de associação, de reunião e de manifestação não são crime, e só o poderão ser havendo violação da lei. Ninguém vai preso (ou não devia ir), nem é ostracizado (ou não devia ser) por pensar de maneira diferente. E se for manifestada solidariedade contra a violência policial isso tem “natureza difamatória grave”? Porque se parte do pressuposto de que houve “violência policial”? E não houve? Há milhares de imagens sobre a violência em HK, tanto por parte de manifestantes como por parte dos polícias. É porque os tribunais de HK condenaram alguns manifestantes pela prática de actos ilegais que se vai deixar de condenar a violência policial? Pela mesma lógica, como na RPC nenhum tribunal confirmou até hoje o número de mortes em Tiananmen, nem houve qualquer condenação oficial da violência, isso quer dizer que não aconteceu nada em 4 de Junho de 1989? O comunicado do Comité dos Direitos Humanos da ONU sobre o que agora aconteceu em HK também tem “natureza difamatória grave”? Por outro lado, para se dizer que a população de Macau tem pontos de vista contrários aos dos residentes de Hong Kong é preciso fundamentá-lo. Perguntou isso à população de Macau? Quando? Foi por sondagem? Finalmente, o argumento a meu ver mais grave é o que faz apelo à nacionalidade para justificar a arbitrariedade. Dizer que o “amigo Neto valente” tem nacionalidade portuguesa, sendo público que também tem a chinesa, a qual lhe terá sido oferecida (cfr. Público, Macau é mais seguro que Portugal, 18/12/2009), levanta a questão de se saber o Secretário para a Segurança vem invocar uma nacionalidade que não merece protecção na China por quem possua a nacionalidade chinesa. Será que a RPC passou a reconhecer o direito à dupla nacionalidade dos seus cidadãos? Essa seria uma novidade. Quanto ao mais, a fiar-me no que li e ouvi, não há qualquer interesse em perder tempo a comentar as infelicidades alheias. Já bastam as nossas. Sim, também tenho os meus momentos maus. Sou o primeiro a reconhecê-lo. E não suportaria que pelo meu silêncio, como vejo fazerem a outros, me julgassem por desonestidade intelectual. Eu não disponho, nem quero dispor, das liberdades, da segurança e da vida dos outros. Procuro antes defendê-las. Faço-o pelos outros, também por mim. Porque eu próprio tenho medo de as perder definitivamente. E não gosto de sentir que estão a querer enganar-me. A mim e aos que ficam calados. Daí estas linhas, abertas à vossa crítica, mas pelas quais desde já me penitencio, agradecendo a paciência e a compreensão de quem me leu até aqui. P.S. Aproveito para dar os meus parabéns ao HojeMacau, ao CMJ e a toda a equipa pelo 18.º aniversário do jornal. Aos poucos vamos todos atingindo a maioridade.
Mundo estranho João Santos Filipe - 9 Set 2019 [dropcap]N[/dropcap]o âmbito das comemorações do 70.º aniversário da criação da República Popular da China está a ser organizada uma exposição sobre Mao Tsé-Tung. Sobre o líder chinês pouco tenho a dizer, tem tanto de marcante como de polémico, mas é sem dúvida a grande figura da Histórica recente chinesa e é uma individualidade incontornável da História mundial. Lançou as bases ideológicas para a emergência da China como potência moderna. No entanto, a exposição permite-nos viver uma daquelas realidades paralelas. Um dos traços que sempre marcou o pensamento de Mao foi o combate ao capitalismo. Na visão de Mao, o capital corrompia o proletariado e era por isso um inimigo natural. É neste contexto, pelo menos ao nível ideológico, que surge a Revolução Cultural. Claro que a história avança, mas Mao manteve-se sempre muito persistente na oposição ao capital. Todavia o que me deixa mesmo perplexo é que mais de 40 anos depois da morte do fundador a sua criação seja celebrada com visitas organizadas por empresas que exploram o jogo. Todos percebemos que as visitas são políticas e que a vontade é mostrar que se é patriótico e se apoia o regime. Muito bem, é compreensível. Mas mesmo assim não posso deixar de me questionar: O que pensaria Mao se soubesse que está a ser celebrado por pessoas que vivem daquilo que ele sempre condenou e combateu? É mesmo caso para dizer que a vida dá muitas voltas e o mundo é um lugar muito estranho…
Leonel de Sousa e o Tratado de 1554 José Simões Morais - 9 Set 2019 [dropcap]P[/dropcap]elo édito Imperial de 1522 estavam proibidas quaisquer relações com os Fu Lan Ki, os desacreditados portugueses considerados na China homens de corações sujos, ladrões e alevantados, pois andavam fora da obediência do seu Rei. Chegavam como marinheiros e comerciantes às ilhas chinesas da costa de Guangdong, aportando para a anual temporada, de Abril a Outubro. Viviam a bordo dos barcos, esperando as sedas aí trazidas pelos mercadores chineses. Alguns seguiam em Junho viagem na monção de Verão para o Japão e no regresso voltavam cheios de prata a estas ilhas, para de novo se fornecerem de sedas e outros produtos chineses e via Malaca, em direcção à Índia e por fim, se a boa-sorte os acompanhasse, até Lisboa, retirando-se para um resto de vida desafogada. Fr. Gaspar da Cruz escrevia em 1556: “Do ano de 1554 a esta parte, sendo Capitão-mor Leonel de Souza, natural do Algarve e casado em Chaul [Índia], assentou com os chineses que pagariam seus direitos e que lhes deixassem fazer suas fazendas nos seus portos. E de então para cá as fazem em Cantão que é o primeiro porto da China; e ali acodem os chins com suas sedas.” (…) “E assim fazem agora os Chins bem seus tratos; e agora folgam muito os grandes e os pequenos com a contratação dos portugueses e corre a fama deles por toda a China. Pelo que alguns principais da Corte vieram a Cantão só para os ver por ouvirem a fama deles. Agora nem nos comunicam debaixo do nome de Portugueses, nem este nome foi à Corte quando assentaram pagar direito; senão debaixo do nome de Fangim [Fan Ian], que quer dizer gente doutra costa.” Sobre os direitos a pagar, o Aitão ofereceu a taxa de 20% aplicada aos navios e mercadores do Sião, país tributário da China, mas Leonel de Sousa não aceitava mais que 10%. Como a alteração da taxa só podia ser concedida por Beijing, significava, havendo acordo, o caso ficaria resolvido no ano seguinte. Torneando de novo a questão, o Aitão propôs para 1554 os portugueses pagarem 20%, mas apenas sobre metade das mercadorias e esperar-se a decisão de Pequim sobre o aceitar a taxa de 10%. Assente a solução, o Aitão pediu a Leonel de Sousa que “mandasse fazer bom agasalho aos mandarins que são como Desembargadores que os vissem fazer (os direitos) aos navios e que não olhasse que eram chineses senão as divisas e Armadas do Estado d’El Rey que traziam”, a fim de não se repetir as causas que inicialmente tinham levado a perder as boas relações com os portugueses. Macau substitui Sanchoão Na preocupação de tornar permanente este estado de coisas, o Aitão . Lembrou o receio que esta gente tem dos forasteiros, principalmente dos portugueses, . Leonel de Sousa lembrou que pelo serviço prestado, além dos proveitos, já não haverá tantas mortes e perdas de navios todos os anos como havia; porque era uma das partes onde se gastava mais gente e cabedal; porque como a terra é muito fria e tempestuosa e na costa sempre andam grandes Armadas em guarda e se não podiam acolher aos portos de Mar, ou de os tomarem não escapavam, ou de se perderem. Assim se celebrou em 1554 o ‘Assentamento’ ao largo de Cantão entre o Capitão-mor Leonel de Sousa e o haidao Wang Bo (subintendente dos Assuntos de Defesa Costeira), conseguindo-se reatar a confiança das autoridades chinesas de Cantão para com os Fan Ian (portugueses). O acordo foi verbal e autorizava os portugueses a negociarem nas águas de Guangdong, em Lampacao (Langbai’ao) e Haojing (Macau), ficando Sanchoão (Shangchuan) de fora, como Leonel de Souza em 1555 pôde perceber, pois, [desculpa para pisar a terra onde o Santo morrera]. Resultado, . Porto de Amagau Os portugueses alevantados, aventureiros que largando tudo partiam em busca de riquezas, fundando colónias espontâneas viviam a bordo dos barcos, mas em 1553 foi-lhes permitido em Haojing erguer cabanas de colmo para pernoitarem em terra enquanto reparavam as embarcações danificadas e secavam as mercadorias, acampamento que depois devia ser destruído. No ano seguinte os mercadores portugueses obtiveram permissão de aí fazer porto de trato e erguer cabanas provisórias para o período comercial, coincidente com as monções. Terminada a época, a península devia ser abandonada pelos mercadores, que na maioria partiam carregados de produtos para Malaca. Em 1555, a resposta positiva de Beijing levou os portugueses a permanecerem após as monções, quando Fernão Mendes Pinto faz a primeira referência a Amagau. Leonel de Sousa regressava a Goa para vir a ser Capitão-Geral de Macau em Junho de 1557, substituindo Francisco Martins que na monção de Verão seguiu viagem para o Japão. 1557 foi o ano do estabelecimento oficial e fixação portuguesa em Macau, com a permissão de construírem habitações permanentes e ter um lugar para esperar a abertura da época de comerciar no porto de Cantão. Como corolário do mandato de haidao de Wang Bo, ainda em 1557 os portugueses ajudaram as autoridades de Guangdong a combater o corsário Ahmah, segundo Victor F. S. Sit e Montalto de Jesus refere Chang-Si-Lao, pirata que ocupava Macau e daí desalojado após derrotado pelos portugueses. Gonçalo Mesquitela refere “Fernão Mendes Pinto acredita que foi após este episódio que os portugueses solicitaram à China a permissão do seu estabelecimento em Macau e nesse ano construíram pela primeira vez sólidas casas de habitação.” Trazendo materiais de construção, tijolos e madeira, nos anos seguintes aí se criou um porto com armazéns e habitações para descanso da dureza das viagens oceânicas, onde muitos portugueses após uma vida no mar se quedavam a tratar dos negócios. Assim, em Haojing foi aparecendo uma povoação de portugueses entre os dois núcleos já existentes de população chinesa: a Sul da península, os pescadores de Fujian junto ao Templo de Ama e a Norte, os agricultores em Mong-Há.
Alunos de Hong Kong formam cordão humano solidário com movimento pró-democracia Hoje Macau - 9 Set 2019 [dropcap]M[/dropcap]ilhares de estudantes formaram hoje um cordão humano em várias escolas de Hong Kong em solidariedade para com os manifestantes pró-democracia, após mais um fim de semana marcado por violentos confrontos. O protesto silencioso dos estudantes é promovido após o Governo de Hong Kong condenar o “comportamento ilegal de manifestantes radicais” e alertar os governos estrangeiros a “não interferirem de forma alguma nos assuntos internos” da região administrativa especial chinesa. Milhares de manifestantes promoveram uma marcha pacífica no domingo até ao Consulado dos EUA para pedirem o apoio de Washington, mas a violência, à semelhança do que aconteceu ao longo de todo o verão, acabou por eclodir mais tarde. Alguns jovens vandalizaram estações de metro, foram responsáveis por vários focos de incêndio no centro da cidade e bloquearam o tráfego, levando a polícia a disparar gás lacrimogéneo e a realizar cargas policiais para dispersar os manifestantes. O Governo de Hong Kong anunciou na semana passada a retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho. Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo. Venezuela condena protestos O Governo venezuelano condenou no domingo os protestos pró-democracia em Hong Kong, dizendo que foram promovidos por interesses estrangeiros, e solidarizou-se com a China e as suas instituições nos esforços para se garantir a tranquilidade pública. “A República Bolivariana da Venezuela expressa o seu mais enérgico repúdio aos factos de violência que durante as últimas semanas se têm gerado na Região Administrativa Especial de Hong Kong, acontecimentos abertamente promovidos por interesses estrangeiros, com o objectivo de lesar a ordem interna, a segurança pública e a integridade territorial da República Popular da China”, explica-se no comunicado. No documento, divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores venezuelano explica-se que a Venezuela registou “eventos análogos induzidos a partir do estrangeiro no seu próprio território, durante os anos 2014 e 2017”, quando se verificaram grandes manifestações de contestação ao regime. “A Venezuela alerta a comunidade internacional sobre a repetição em Hong Kong de um padrão semelhante, que se executa através da promoção de manifestações violentas e actos de vandalismo que atentam contra a vida, a estabilidade e os bens públicos e privados, pretendendo alterar a paz e as leis da República Popular da China”, afirma-se. No documento pode ainda ler-se que o Governo venezuelano “se solidariza com o povo chinês e as suas instituições, e apoia os esforços que as autoridades nacionais e locais realizam para manter a tranquilidade pública e a paz, com a certeza de que uma vez mais triunfará a unidade, o patriotismo e a dignidade da grande nação chinesa, contras as ambições imperialistas de ontem e de hoje”.
Comércio | Trocas com EUA diminuem com escalada da guerra de tarifas Hoje Macau - 9 Set 2019 Enquanto não chega a próxima ronda de negociações, marcada para Outubro, entre os dois gigantes mundiais, os números das trocas comerciais continuam a cair drasticamente [dropcap]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os EUA estão a cair de forma acentuada, reflectindo as crescentes disputas entre os dois países e a incerteza sobre o desfecho da guerra de tarifas, apesar do acordo para retomar as negociações. As importações de produtos norte-americanos pela China caíram 22 por cento em Agosto, face ao mesmo mês de 2018, para os 10,3 mil milhões de dólares, na sequência do aumento de tarifas imposto pela China e de vários cancelamentos de encomendas, indicam dados alfandegários citados pela AP. As exportações para os Estados Unidos – o maior mercado de destino dos produtos chineses – registaram, por seu lado, uma quebra de 16 por cento para 44,4 mil milhões de dólares, reflectindo a pressão das tarifas impostas por Donald Trump em resposta à política de Pequim para o sector tecnológico. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. A imposição de tarifas alfandegárias por ambos os países custou já milhares de milhões de euros em importações e causaram fortes perturbações nas trocas comerciais de vários produtos, desde soja a equipamentos médicos. O outro mundo Além dos efeitos da escalada da guerra comercial com os Estados Unidos da América, as empresas chinesas têm também de lidar com os efeitos do abrandamento da economia mundial, atrapalhando a linha de orientação da China em busca de mercados alternativos ao norte-americano. As exportações totais da China caíram 3 por cento para os 214,8 mil milhões de dólares, enquanto as importações subiram 1,7 por cento para 180 mil milhões de dólares. Na quinta-feira, o Governo chinês anunciou em comunicado que as delegações da China e Estados Unidos que negoceiam um acordo comercial vão voltar a reunir em Outubro, em Washington, informou ontem o Governo chinês, numa altura de crescentes disputas entre os dois países. “Os dois lados concordaram em realizar a décima terceira ronda de negociações económicas e comerciais de alto nível em Washington, no início de Outubro, antes da qual estarão em constante contacto”, revela o comunicado. A mesma nota confirma que as delegações vão reunir, em meados de Setembro, como anteriormente anunciado, “para preparar um progresso significativo durante as negociações de alto nível”. “Ambas as partes concordaram que deveriam trabalhar juntas e tomar medidas práticas para criar condições favoráveis às negociações”, aponta. A nova ronda de negociações ficou marcada após uma conversa via telefone, segundo a mesma fonte. O telefonema realizou-se no início deste mês, no mesmo dia em que entraram em vigor, nos Estados Unidos, novas taxas alfandegárias, de 15 por cento, sobre cerca de 300 mil milhões de dólares de importações oriundas da China. O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou também que vai elevar as taxas de 25 por cento para 30 por cento, sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China, a partir de Outubro. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um, numa guerra comercial que despoletou há mais de um ano. As disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo ameaçam também a economia mundial: o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu este mês as suas projecções de expansão global para 3,2 por cento, em 2019, um décimo a menos do que as previsões feitas em Abril.
Comércio | Trocas com EUA diminuem com escalada da guerra de tarifas Hoje Macau - 9 Set 2019 Enquanto não chega a próxima ronda de negociações, marcada para Outubro, entre os dois gigantes mundiais, os números das trocas comerciais continuam a cair drasticamente [dropcap]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os EUA estão a cair de forma acentuada, reflectindo as crescentes disputas entre os dois países e a incerteza sobre o desfecho da guerra de tarifas, apesar do acordo para retomar as negociações. As importações de produtos norte-americanos pela China caíram 22 por cento em Agosto, face ao mesmo mês de 2018, para os 10,3 mil milhões de dólares, na sequência do aumento de tarifas imposto pela China e de vários cancelamentos de encomendas, indicam dados alfandegários citados pela AP. As exportações para os Estados Unidos – o maior mercado de destino dos produtos chineses – registaram, por seu lado, uma quebra de 16 por cento para 44,4 mil milhões de dólares, reflectindo a pressão das tarifas impostas por Donald Trump em resposta à política de Pequim para o sector tecnológico. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. A imposição de tarifas alfandegárias por ambos os países custou já milhares de milhões de euros em importações e causaram fortes perturbações nas trocas comerciais de vários produtos, desde soja a equipamentos médicos. O outro mundo Além dos efeitos da escalada da guerra comercial com os Estados Unidos da América, as empresas chinesas têm também de lidar com os efeitos do abrandamento da economia mundial, atrapalhando a linha de orientação da China em busca de mercados alternativos ao norte-americano. As exportações totais da China caíram 3 por cento para os 214,8 mil milhões de dólares, enquanto as importações subiram 1,7 por cento para 180 mil milhões de dólares. Na quinta-feira, o Governo chinês anunciou em comunicado que as delegações da China e Estados Unidos que negoceiam um acordo comercial vão voltar a reunir em Outubro, em Washington, informou ontem o Governo chinês, numa altura de crescentes disputas entre os dois países. “Os dois lados concordaram em realizar a décima terceira ronda de negociações económicas e comerciais de alto nível em Washington, no início de Outubro, antes da qual estarão em constante contacto”, revela o comunicado. A mesma nota confirma que as delegações vão reunir, em meados de Setembro, como anteriormente anunciado, “para preparar um progresso significativo durante as negociações de alto nível”. “Ambas as partes concordaram que deveriam trabalhar juntas e tomar medidas práticas para criar condições favoráveis às negociações”, aponta. A nova ronda de negociações ficou marcada após uma conversa via telefone, segundo a mesma fonte. O telefonema realizou-se no início deste mês, no mesmo dia em que entraram em vigor, nos Estados Unidos, novas taxas alfandegárias, de 15 por cento, sobre cerca de 300 mil milhões de dólares de importações oriundas da China. O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou também que vai elevar as taxas de 25 por cento para 30 por cento, sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China, a partir de Outubro. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um, numa guerra comercial que despoletou há mais de um ano. As disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo ameaçam também a economia mundial: o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu este mês as suas projecções de expansão global para 3,2 por cento, em 2019, um décimo a menos do que as previsões feitas em Abril.
Projecto do atelier de Rui Leão na mostra “100 Arquitectos do Ano” em Seul Hoje Macau - 9 Set 2019 [dropcap]U[/dropcap]m projecto do atelier de Macau LBA Arquitectura e Planeamento, do português Rui Leão, foi seleccionado para a mostra “100 arquitectos do ano”, organizada pela União Internacional de Arquitectos (UIA) e a decorrer este mês, em Seul. Contactado pela agência Lusa, o arquitecto sublinhou “a importância deste tipo de reconhecimento” para Macau, “uma cidade de turismo e de património”, que para defender “esta narrativa” deve também erguer-se como “uma cidade de arquitectura”. Sobre o projecto, uma subestação desenhada para a Companhia de Electricidade de Macau (CEM), Rui Leão defende “que contesta a mensagem de que este tipo de infraestruturas são importantes no desenho da cidade”, mesmo que a interacção humana seja “baixa ou nula”. “Normalmente estes edifícios de infraestrutura, por uma razão ou outra, são menos tidos como boa arquitectura. Há um bocado a noção, o conceito de que o lugar da arquitectura é nos equipamentos públicos, museus, assembleias”, apontou. “O público não usa o edifício, mas não é razão, nunca deveria ser, para não ser desenhado com nobreza”, acrescentou o também presidente do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP). O projecto “PSS4” garante a Rui Leão e Carlotta Bruni, co-fundadores da LBA, a segunda presença na mostra anual organizada pelo UIA e o Instituto Coreano de Arquitectos (KIA), que este ano decorre entre 20 e 26 de Setembro em Seul. Em 2017, o atelier ganhou destaque na capital sul-coreana com um projecto de habitação social na zona do Fai Chi Kei, encomendado pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas de Macau. Este novo reconhecimento é, assim, um “encorajamento ao esforço de não fazer um projecto só para responder a um programa, mas que tenha preocupações de responder ao contexto urbano”, salientou o arquitecto. Para Macau se erguer como uma cidade de arquitectura, “é preciso construir o património do futuro”, disse.
Projecto do atelier de Rui Leão na mostra "100 Arquitectos do Ano" em Seul Hoje Macau - 9 Set 2019 [dropcap]U[/dropcap]m projecto do atelier de Macau LBA Arquitectura e Planeamento, do português Rui Leão, foi seleccionado para a mostra “100 arquitectos do ano”, organizada pela União Internacional de Arquitectos (UIA) e a decorrer este mês, em Seul. Contactado pela agência Lusa, o arquitecto sublinhou “a importância deste tipo de reconhecimento” para Macau, “uma cidade de turismo e de património”, que para defender “esta narrativa” deve também erguer-se como “uma cidade de arquitectura”. Sobre o projecto, uma subestação desenhada para a Companhia de Electricidade de Macau (CEM), Rui Leão defende “que contesta a mensagem de que este tipo de infraestruturas são importantes no desenho da cidade”, mesmo que a interacção humana seja “baixa ou nula”. “Normalmente estes edifícios de infraestrutura, por uma razão ou outra, são menos tidos como boa arquitectura. Há um bocado a noção, o conceito de que o lugar da arquitectura é nos equipamentos públicos, museus, assembleias”, apontou. “O público não usa o edifício, mas não é razão, nunca deveria ser, para não ser desenhado com nobreza”, acrescentou o também presidente do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP). O projecto “PSS4” garante a Rui Leão e Carlotta Bruni, co-fundadores da LBA, a segunda presença na mostra anual organizada pelo UIA e o Instituto Coreano de Arquitectos (KIA), que este ano decorre entre 20 e 26 de Setembro em Seul. Em 2017, o atelier ganhou destaque na capital sul-coreana com um projecto de habitação social na zona do Fai Chi Kei, encomendado pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas de Macau. Este novo reconhecimento é, assim, um “encorajamento ao esforço de não fazer um projecto só para responder a um programa, mas que tenha preocupações de responder ao contexto urbano”, salientou o arquitecto. Para Macau se erguer como uma cidade de arquitectura, “é preciso construir o património do futuro”, disse.
“Strata Cabinet”, de Rui Rasquinho, inaugurada na galeria Passevite em Lisboa Andreia Sofia Silva - 9 Set 2019 [dropcap]F[/dropcap]oi inaugurada este sábado, na galeria Passevite, em Lisboa, a exposição “Strata Cabinet”, do artista plástico Rui Rasquinho, radicado em Macau. Os desenhos expostos, todos feitos em blocos de notas que se dispõem sobre a galeria, são o resultado de uma prática “diária e insistente” a que o próprio artista se obriga. “Ando sempre com um bloco de notas atrás, mas em geral isto é feito em casa, e é uma prática diária, de estar sempre a desenhar. Os desenhos hesitam entre a abstração e a figuração, há sempre ali uma tentativa de encontrar um meio termo mas sem um objectivo, o que interessa é a experiência dessa tentativa.” Para Rui Rasquinho, o que está desenhado nos blocos não tem propriamente uma finalidade enquanto objecto artístico, mas revela um exercício de fuga ao quotidiano. “Já se transformou num hábito (desenhar diariamente) e faz parte. Também é uma espécie de fuga em relação a outros trabalhos mais contextualizados que tenho. Aqui há uma liberdade total e é um processo. São esboços que não têm função nenhuma.” “A ideia é não intelectualizar muito, no sentido em que não estou a fazer estudos para um desenho final. Mas é esse processo de experimentação que interessa. Não pensar muito sobre a coisa e deixar, através do tempo, da insistência e de uma certa obsessão, deixar que o desenho tome o seu próprio caminho. Claro que há algum controlo”, acrescentou o artista plástico. Fora do tradicional A forte presença do bloco de notas na exposição é também representativa dessa liberdade de criar sem regras. “O bloco de notas é um veículo. Tem a ver com o formato, em vez de teres uma obra cristalizada tens um bloco de estudos em que todos os desenhos são equiparáveis e tens uma coisa serial.” Depois de ter participado em algumas mostras em Macau, Rui Rasquinho expõe em Lisboa, algo que não acontecia há algum tempo. Em relação à galeria Passevite, o também ilustrador destaca o facto de ser um projecto também ele livre no que diz respeito às mostras que organiza. “Não é uma galeria tradicional, é outro tipo de projecto, menos académico. Expõem tudo, de ilustração à fotografia. É um projecto mais aberto. São um grupo de amigos que fazem isto por puro gosto, porque não ganham muito dinheiro com isto.” Rui Rasquinho vive e trabalha entre Lisboa e Macau. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e Cinema de Animação na Fundação Calouste Gulbenkian. Publica regularmente ilustração em livros, revistas e jornais, desenvolve e expõe também trabalhos em desenho, pintura e vídeo.
TIMC | Wu Tiao Ren destacam entusiasmo do público português Andreia Sofia Silva - 9 Set 2019 Terminou ontem a primeira digressão em Portugal da banda chinesa Wu Tiao Ren, promovida pelo festival This is My City. O HM conversou com Neon, membro da banda, depois do concerto no espaço MusicBox, em Lisboa. Este falou da parceria com músicos de Leiria e da liberdade que há em Portugal para desfrutar dos concertos ao vivo [dropcap]S[/dropcap]exta-feira à noite, MusicBox. Quatro rapazes chineses enchem o espaço deste pequeno clube nocturno situado na zona do Cais do Sodré e põem uma pequena plateia a dançar com as suas sonoridades contemporâneas e, ao mesmo tempo, tradicionais. O acordeão faz-se ouvir ao lado do baixo, numa mistura perfeita de folk e rock. Foi assim o concerto dos Wu Tiao Ren em Lisboa, parte integrante de uma digressão promovida pelo festival This is My City (TIMC) que começou no Porto, chegou a Leiria e a Coimbra, e terminou na pequena cidade de Montemor-o-Novo, perto de Évora, no espaço Oficinas do Convento. Neon, membro dos Wu Tiao Ren, conversou com o HM depois do concerto no MusicBox, tendo feito um balanço positivo da primeira digressão que realizaram em Portugal, uma vez que houve espaço para a criação de novas músicas com artistas portugueses. Surma, nome artístico de Débora Umbelino, natural de Leiria e uma das novas vozes da música portuguesa, foi uma delas. Esta parceria partiu de uma residência artística promovida pela editora Omnichord Records. “Surma foi maravilhosa, mas apenas trabalhámos com ela em estúdio. Queríamos que ela se juntasse a nós aqui em Lisboa, mas não tinha disponibilidade. Trabalhamos muito bem em estúdio, fizemos boas canções, muito à base da improvisação”, contou. Neon destaca também a presença no Salão Brasil, em Coimbra, e do entusiasmo que sentiu no público português. “Esta digressão foi muito boa para nós. Foi a primeira vez que estivemos em Portugal e as pessoas são muito simpáticas. No concerto de Coimbra, foi engraçado ver que, no público, não havia apenas pessoas jovens, sentia-se um ambiente muito rock and roll, muito cool. O público parecia muito entusiasta, e aqui no Music Box também.” Questionado sobre as eventuais diferenças entre o público português e o chinês, Neon destacou a vivacidade com que se desfruta da experiência de ouvir música ao vivo. “As pessoas, nos concertos, desfrutam verdadeiramente da música. É uma grande diferença em relação à China. Porque na China ainda estamos no início. Aqui em Portugal há mais liberdade para isso”, confessou. Olhar o Ocidente Os Wu Tiao Ren falam de amor, contam histórias da sua cidade natal, situada na província de Cantão, mas também dão voz ao impacto da globalização na China e de como isso mudou quase tudo. A mistura de sonoridades aconteceu quase por acaso. “Uma das coisas engraçadas da nossa banda é que começámos há 11 anos e no início eramos apenas duas pessoas. Depois de terminarmos o primeiro álbum, juntou-se o baixista, que tinha outra banda, mais ligada ao punk, ao rock and roll. Eu estudei jazz. Quando nos juntamos fazemos coisas muito diferentes… a nossa música é folk, mas misturada com jazz e algum rock and roll. É diferente.” Depois de uma experiência em São Paulo, também pela mão do TIMC, Neon confessa que os Wu Tiao Ren gostariam de passar por outros países, como o Reino Unido, Alemanha, EUA ou Japão. “Ainda estamos à espera de uma oportunidade”, frisou. Além da experiência musical, os Wu Tiao Ren levam também de Portugal uma intensa experiência gastronómica. “Gostamos muito da comida portuguesa, é maravilhosa. Adoro queijo e Portugal tem o melhor queijo do mundo, tal como o marisco. A nossa cidade na China é junto ao mar, mas aqui é diferente”, apontou Neon.
TIMC | Wu Tiao Ren destacam entusiasmo do público português Andreia Sofia Silva - 9 Set 2019 Terminou ontem a primeira digressão em Portugal da banda chinesa Wu Tiao Ren, promovida pelo festival This is My City. O HM conversou com Neon, membro da banda, depois do concerto no espaço MusicBox, em Lisboa. Este falou da parceria com músicos de Leiria e da liberdade que há em Portugal para desfrutar dos concertos ao vivo [dropcap]S[/dropcap]exta-feira à noite, MusicBox. Quatro rapazes chineses enchem o espaço deste pequeno clube nocturno situado na zona do Cais do Sodré e põem uma pequena plateia a dançar com as suas sonoridades contemporâneas e, ao mesmo tempo, tradicionais. O acordeão faz-se ouvir ao lado do baixo, numa mistura perfeita de folk e rock. Foi assim o concerto dos Wu Tiao Ren em Lisboa, parte integrante de uma digressão promovida pelo festival This is My City (TIMC) que começou no Porto, chegou a Leiria e a Coimbra, e terminou na pequena cidade de Montemor-o-Novo, perto de Évora, no espaço Oficinas do Convento. Neon, membro dos Wu Tiao Ren, conversou com o HM depois do concerto no MusicBox, tendo feito um balanço positivo da primeira digressão que realizaram em Portugal, uma vez que houve espaço para a criação de novas músicas com artistas portugueses. Surma, nome artístico de Débora Umbelino, natural de Leiria e uma das novas vozes da música portuguesa, foi uma delas. Esta parceria partiu de uma residência artística promovida pela editora Omnichord Records. “Surma foi maravilhosa, mas apenas trabalhámos com ela em estúdio. Queríamos que ela se juntasse a nós aqui em Lisboa, mas não tinha disponibilidade. Trabalhamos muito bem em estúdio, fizemos boas canções, muito à base da improvisação”, contou. Neon destaca também a presença no Salão Brasil, em Coimbra, e do entusiasmo que sentiu no público português. “Esta digressão foi muito boa para nós. Foi a primeira vez que estivemos em Portugal e as pessoas são muito simpáticas. No concerto de Coimbra, foi engraçado ver que, no público, não havia apenas pessoas jovens, sentia-se um ambiente muito rock and roll, muito cool. O público parecia muito entusiasta, e aqui no Music Box também.” Questionado sobre as eventuais diferenças entre o público português e o chinês, Neon destacou a vivacidade com que se desfruta da experiência de ouvir música ao vivo. “As pessoas, nos concertos, desfrutam verdadeiramente da música. É uma grande diferença em relação à China. Porque na China ainda estamos no início. Aqui em Portugal há mais liberdade para isso”, confessou. Olhar o Ocidente Os Wu Tiao Ren falam de amor, contam histórias da sua cidade natal, situada na província de Cantão, mas também dão voz ao impacto da globalização na China e de como isso mudou quase tudo. A mistura de sonoridades aconteceu quase por acaso. “Uma das coisas engraçadas da nossa banda é que começámos há 11 anos e no início eramos apenas duas pessoas. Depois de terminarmos o primeiro álbum, juntou-se o baixista, que tinha outra banda, mais ligada ao punk, ao rock and roll. Eu estudei jazz. Quando nos juntamos fazemos coisas muito diferentes… a nossa música é folk, mas misturada com jazz e algum rock and roll. É diferente.” Depois de uma experiência em São Paulo, também pela mão do TIMC, Neon confessa que os Wu Tiao Ren gostariam de passar por outros países, como o Reino Unido, Alemanha, EUA ou Japão. “Ainda estamos à espera de uma oportunidade”, frisou. Além da experiência musical, os Wu Tiao Ren levam também de Portugal uma intensa experiência gastronómica. “Gostamos muito da comida portuguesa, é maravilhosa. Adoro queijo e Portugal tem o melhor queijo do mundo, tal como o marisco. A nossa cidade na China é junto ao mar, mas aqui é diferente”, apontou Neon.
Táxis | Associação quer bandeirada de 22 patacas Hoje Macau - 9 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] vice-presidente da Associação de Taxistas de Macau, Tai Kam Leong defende o aumento de tarifas dos táxis para aliviar custos de manutenção e reparação dos veículos. O dirigente associativo revelou ao Jornal do Cidadão que 10 associações do sector pediram em Julho ao Governo o aumento da bandeirada para 22 patacas, assim como a redução de 240 metros para 220 metros por cada fracção. Em relação à Lei dos táxis que entrou em vigor em Junho, o responsável destacou que a situação de infracções melhorou aparentemente, e concordou que seja feito um novo exame aos condutores que cometam várias infracções num curto prazo. Tai Kam Leong revelou ao Jornal do Cidadão ter recebido queixas de taxistas que se sentem injustiçados devido a multas. Situação agravada por não terem equipamentos de vídeo para provar tais episódios. Como tal, o dirigente associativo espera que o Governo conclua brevemente o concurso público para a instalar equipamentos de gravação e vídeo.