Sérgio Fonseca DesportoEx-F3 de Michael Schumacher exposto no Caramulo [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos carros mais célebres que fez história no Grande Prémio de Macau e que faz parte do espólio do Museu do Grande Prémio de Macau poderá ser visto nas próximas semanas em Portugal. O Museu do Caramulo recebeu, na sua exposição de automóveis, o Reynard 903 Volkswagen ex-Michael Schumacher, cedido pela Fundação Casa da Macau. Trata-se de uma viatura com um historial rico, dado o episódio em que foi protagonista no ano de 1990. O piloto alemão ganhou o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 ao volante deste Reynard 903 Volkswagen, preparado pela Kawai Steel Racing WTS, após uma renhida luta com o seu arqui-rival Mika Häkkinen. Na altura o vencedor da corrida de Fórmula 3 era decidido pelo resultado do somatório das duas mangas. Häkkinen venceu a primeira manga e partiu da pole-position, mas Schumacher rapidamente subiu à primeira posição. Os dois seguiram nesta ordem, rodando sempre muito próximos, até que na 30ª e derradeira volta da corrida, Schumacher fez um erro e Häkkinen tentou ultrapassar o rival germânico. Vendo que ia perder a posição, Schumacher mudou repentinamente de trajectória para defender a sua posição e o finlandês embateu com violência na traseira do Reynard. Häkkinen, a quem o segundo lugar na corrida tinha dado o triunfo na prova, desistiu ali. Com a asa traseira do Reynard muito danificada, Schumacher conseguiu mesmo assim terminar a corrida e sagrou-se vencedor da prova num dos mais marcantes percursos do Grande Prémio. Curiosamente, o bi-campeão do mundo de Fórmula 1, Häkkinen, ainda hoje reconhece que o erro daquele acidente foi acima de tudo dele e não uma manobra mal intencionada do alemão. Para a história Por ter marcado um período importante da história do automobilismo, o Reynard 903 é considerado um dos mais conhecidos modelos da Fórmula 3 e estará em exposição, no Museu do Caramulo, durante os próximos meses. Com mais de 60 anos de existência e visitado por mais de um milhão e meio de pessoas, o Museu do Caramulo alberga no seu espólio uma colecção de arte, uma colecção de automóveis, motos e bicicletas e uma colecção de brinquedos antigos. O museu fundado pela família Lacerda no início da segunda metade do século passado produz ainda, de forma regular, exposições temáticas e temporárias, e organiza vários eventos.
Sérgio Fonseca DesportoTaça do Mundo de GT deve voltar este ano [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Federação Internacional do Automóvel (FIA) ainda não confirmou o regresso da Taça do Mundo FIA de GT ao Circuito da Guia este ano, mas Stéphane Ratel, o presidente da SRO Motorsports Group e figura proeminente das corridas de GT a nível mundial, está confiante que a prova irá ficar na RAEM pelo terceiro ano consecutivo. Apesar dos insistentes rumores que davam conta da possibilidade do moderno circuito francês de Paul Ricard poderia substituir Macau, Ratel, cuja organização ajudou a Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) a colocar de pé este evento nos dois últimos anos, continua a afirmar que Macau é a melhor localização para acolher um evento desta natureza e dimensão. “Penso que Macau é o melhor lugar para o evento”, disse o francês que também organiza as séries Blancpain GT na Europa e Ásia, em entrevista à publicação especializada norte-americana Sportscar365. “A ideia é fazê-lo (o evento) um pouco mais profissional. Cada ano temos mais pilotos amadores e mais acidentes.” Mesmo tendo assumidas pretensões em subir a parada, Ratel admite que será difícil colocar de pé um evento apenas com equipas de fábrica e pilotos profissionais, visto que as corridas de GT (Grande Turismo) estão na sua essência direccionadas à competição-cliente. A Taça do Mundo do ano passado reuniu apenas quatro construtores em Macau, menos um que na edição de 2015 e menos três do que a FIA ambicionava quando em 2014 decidiu avançar com esta prova. O empresário francês conhece melhor que ninguém as dificuldades em persuadir os construtores automóveis em participar oficialmente nesta categoria, pois quando ele próprio tentou organizar um Campeonato do Mundo FIA com viaturas de GT iguais às que vemos em Novembro em Macau este acabou por morrer pelo desinteresse dos próprios fabricantes em apoiar a iniciativa. “Nós sabemos que os construtores da categoria GT3 têm dificuldades em gastar dinheiro em eventos que não sejam bem estabelecidos como as 24 horas de Spa-Francorchamps (Bélgica) ou Nürburgring (Alemanha)”, sublinhou. Para melhor, está bem Contudo, por agora, “a ideia é modificar algumas das regulamentações desportivas para melhor executar o evento e orientá-lo mais para pilotos profissionais”. A edição do ano passado que terminou ao fim de três voltas e com o vencedor com as quatro rodas apontadas para o céu deixou os quatro construtores presentes bastante insatisfeitos, ao ponto da Porsche ameaçar não regressar caso o evento não reúna as condições mínimas para proclamar o estatuto que tem. Para os construtores automóveis envolvidos na Taça do Mundo FIA de GT, que fazem um investimento avultado para estarem presentes oficialmente no Grande Prémio de Macau, o evento tem pecado pela falta de tempo no programa, que este ano terá novamente a Taça do Mundo de Fórmula 3 e mundial de carros de turismo (WTCC), e as pelas interrupções sucessivas causadas por acidentes com pilotos amadores. Isto, apesar do ano passado o maior perturbador ter sido o próprio vencedor da prova, o belga Laurens Vanthoor.
Sérgio Fonseca DesportoJovem de Macau brilha no asiático de Fórmula Renault [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando há doze meses tentou realizar a sua primeira corrida de fórmulas, Leong Hon Chio, ou Charles Leong, foi barrado a participar. Na altura os seus catorze anos e a sua longa experiência de karting não eram suficientes para ser autorizado a correr no Campeonato da China de Fórmula 4. Doze meses passaram, e agora com 15 anos completos, o jovem piloto da RAEM venceu a sua primeira corrida de monolugares. Aliás, Leong fez uma “dobradinha” na prova de abertura do Campeonato Asiático de Fórmula Renault que se disputou no fim-de-semana transacto no Circuito Internacional de Zhuhai, precisamente o mesmo palco onde tinha sido impedido de realizar a sua estreia nas corridas de fórmulas, um feito ao alcance de muito poucos. “Foi um fim-de-semana perfeito para mim. A minha equipa deu-me um bom carro e tudo correu bem”, expressou o humilde representante da RAEM. Para além de ter vencido as duas corridas, Leong fez ainda a pole-position e bateu o recorde da volta mais rápida de Fórmula Renault 2.0 ao circuito da cidade chinesa adjacente a Macau, ao rodar em 1m33.9s. “Esta foi a minha primeira participação no asiático de Fórmula Renault. Comparando com as minhas anteriores corridas de karting e outros fórmulas, o Fórmula Renault é mais rápido, logo a pressão é maior e o desafio também”, disse à comunicação social o piloto do território que corre por uma equipa de Hong Kong. Leong vai completar a temporada asiática de Fórmula Renault 2.0, campeonato que tem até ao final do ano provas na Malásia, Tailândia, Xangai e Zhejiang, esperando que os bons resultados a alcançar este ano e um apoio do Governo de Macau lhe abra portas para uma oportunidade nos maiores palcos do automobilismo mundial. “Este ano estou a lançar as bases para o futuro, pois o meu objectivo é participar na Eurocup Fórmula Renault no próximo ano”, afirma com arrojo aquele que é unanimemente apontado como o melhor da última geração de pilotos de Macau. Entretanto em Zhaoqing Em Cantão, no primeiro fim-de-semana “GIC Challenge” da temporada, Rui Valente venceu à classe as duas corridas de “Sprint”, ambas de 15 voltas, e ficou em segundo da geral na prova de resistência de uma hora, em que fez dupla com Sérgio Lacerda. No Circuito Internacional de Guangdong, o piloto português radicado no território utilizou o Honda Integra DC5 e não o MINI Cooper S que irá conduzir nas provas de apuramento para o Grande Prémio de Macau no Verão.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Circuito permanente em Hong Kong é bem visto por cá [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]pesar de várias tentativas frustradas do passado, Hong Kong continua a sonhar em ter o seu próprio circuito de automobilismo. A organização com sucesso de uma corrida citadina do Campeonato FIA de Fórmula E, para carros eléctricos, no passado mês de Outubro, e a recente possibilidade de nascer um complexo para os desportos motorizados no Kai Tak Sports Park, atirou novamente este tema para a praça, ao ponto desta matéria ter sido levada ao Conselho Legislativo de Hong Kong. Em Macau, este projecto, a concretizar-se, será muito bem-vindo. Com seis anos de experiência no planeamento do Grande Prémio de Singapura, o australiano Simon Gardini é um dos dois designers responsáveis por avaliar a zona do antigo Aeroporto Internacional de Kai Tak onde poderá nascer o circuito. Na conferência de imprensa organizada pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), Gardini explicou que “dado os constrangimentos da zona em termos de desenvolvimento, nós não estamos a falar sobre um circuito Fórmula 1. Estamos a falar de corridas citadinas, e poderá ser algo para FIA Grau 2, o que nos permite ter tudo menos Fórmula 1, como corridas de GT, super carros, turismos, etc”. O desenho da pista ainda está numa fase embrionária, mas poderá ter 2.4 quilómetros de perímetro, sendo que terá que ser construída segundo as exigentes normas da FIA e integrada nos outros complexos desportivos já projectados para o recinto. Lawrence Yu Kam-kee, o actual presidente da HKAA, ambiciona que Kai Tak seja o palco do evento anual da Fórmula E, em vez do circuito improvisado no Porto Vitória e desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes. Este tópico foi levado ao Conselho Legislativo de Hong Kong pelo deputado Michael Tien. “De facto, zonas vizinhas como Macau, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Singapura ou Malásia há muito que apostaram nas corridas de automóveis e por vezes têm eventos que atraem milhares de espectadores, para além do benefício económico adicional”, disse o deputado na sua intervenção, relembrando que “Hong Kong organizou o ano passado pela primeira vez uma pequena prova da Fórmula E. Em dois dias tivemos 21,000 espectadores. Foi um bom espectáculo e foi igualmente bom porque 7% dos espectadores eram turistas de fora”. Tien aproveitou para clarificar que “apesar de eu não ser um entusiasta de automobilismo”, o facto de existir “uma grande parcela de terra, deve ser um bom caso para se estudar”. Para o também membro do Conselho Distrital de Tsuen Wan, “Hong Kong está absolutamente qualificada para ter uma pista. Para além da pista, a infra-estrutura pode incluir hotel, restaurantes, áreas de recreação, fonte termal e uma série de outro tipo de estruturas”. Dada a proximidade à Disneyland, o deputado do Novo Partido do Povo salientou as sinergias que poderão ser criadas em termos de turismo e lazer. Isto, porque “para além das corridas de carros, a pista pode ser usada para provas e actividades de ciclismo”. Benéfico para nós A construção um circuito permanente de automobilismo na RAEM é algo fora de questão, dada a perceptível falta de espaço para o levantamento de uma infra-estrutura desta natureza. Desde 1996 que o Circuito Internacional de Zhuhai, a cerca de 45 minutos de distância das Portas do Cerco, é o palco favorito para os pilotos do território exercitarem as suas capacidades ao volante quando o Kartódromo de Coloane não é uma alternativa. Contudo, devido à complicada logística, causada pelas limitações na importação de veículos de competição construídos no estrangeiro, e os elevados custos de transporte, uma outra opção na região será sempre recebida de braços abertos. Existe uma certa unanimidade quanto às vantagens que poderão trazer aos agentes do território o aparecimento de novo complexo na região vizinha. “A existência de qualquer pista perto de Macau trará sempre vantagens para os pilotos locais. É sempre mais um lugar para treinar, praticar e competir. Sendo localizado fora da China Continental, os trâmites de importação e exportação dos carros e equipamentos serão sempre mais fáceis de resolver”, explicou fonte conhecedora do meio automobilismo do território que pediu anonimato ao HM, realçando que um dos benefícios mais palpáveis está na evolução daqueles que representam Macau nos eventos motorizados: “Podemos comparar a “performance” dos pilotos locais, antes e depois da existência das pistas permanentes vizinhas de Zhuhai e Cantão. Com a existência destas duas pistas, os pilotos locais conseguiram evoluir muito a técnica de condução e afinação dos carros”. Conhecedor do automobilismo asiático e com uma vasta experiência internacional, Duarte Alves também concorda que um circuito em Hong Kong irá ser muito positivo para os desportos motorizados em Macau, pois “um circuito e infra-estruturas para o desporto motorizado numa região vizinha e de fácil acesso, em especial se for de alto nível, é sempre uma mais valia, não só para os pilotos, como também para as equipas que competem sob a bandeira da RAEM”. O engenheiro de pista da B-Quick Racing e da Phoenix Asia Racing acredita que um circuito aqui ao lado irá beneficiar os desporto motorizados da RAEM “é mais um circuito para adicionar ao leque de opções para treinar e competir, podendo assim oferecer uma oportunidade para os pilotos progredirem. O facto de Hong Kong estar tão perto, oferece também mais flexibilidade para os pilotos que tenham uma agenda mais apertada”. Alves, que é também vice-presidente da Associação dos Jovens Empresários de Macau, relembra que o circuito permanente mais próximo da RAEM é o de Zhuhai, que é base operacional da grande maioria das equipas com licença desportiva de Macau e acolhe as duas provas do Campeonato de Carros de Turismo de Macau, hoje “apresenta falta de investimento e fraca manutenção”. Já um novo circuito em Hong Kong “poderá prometer melhores infra-estruturas para as equipas de Macau utilizarem como base, não só dando apoio aos pilotos da RAEM, mas também desenvolvendo esta vertente comercial do desporto motorizado”. Alves alerta também que outras variáveis irão entrar na equação do sucesso deste circuito, pois ”tudo dependerá dos custos de arrendamento das garagens, logística e também de mão de obra. Como qualquer investimento, tudo dependerá se o circuito será financeiramente atractivo para as condições que oferece, comparado a outros circuitos da região. Resumindo, como é típico nesta indústria, as condições financeiras irão ditar se os pilotos e equipas conseguirão tirar máximo proveito”.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio | Taça da Corrida Chinesa também vai mudar [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] quarta edição da Taça da Corrida Chinesa no Grande Prémio de Macau vai muito provavelmente ter um formato diferente daquele visto nas pretéritas edições em que a competição monomarca visitou o Circuito da Guia. Criada em 2014 pela Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, a Taça da Corrida Chinesa é uma competição constituída por quatro provas em que todos os participantes conduzem viaturas BAIC Senova D70 (um carro que tem como base o Saab 9-5), com a particularidade de cada associação automóvel da Grande China – China continental, Macau, Hong Kong e Taipé Chinês – ter o direito de inscrever três viaturas para três pilotos nomeados por si. As restantes viaturas participantes nas corridas são alugadas a pilotos privados e não pontuam para o campeonato das associações automóveis. Contudo, a exemplo da Taça de Carros de Turismo de Macau, esta corrida irá sofrer alterações, juntando duas categorias numa só corrida este ano. Segundo o que apurou o HM, a corrida deste ano em Novembro colocará em pista, para além dos vários BAIC Senova D70, também os carros do recém-criado campeonato TCR China. A organização do campeonato TCR China está também a cargo da empresa Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, que pertence ao empresário Xia Qing, o promotor do influente Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC), e no final do ano passado anunciou uma corrida do seu campeonato nas ruas do território. Quanto ao número de carros por categoria, “ainda não está definido, mas gostávamos de ter entre 16 a 18 concorrentes de TCR e mais 16 a 18 concorrentes na Taça da Corrida Chinesa”, disse fonte da organização chinesa contactada pelo HM. Devido ao interesse na prova da RAEM, a selecção dos participantes deverá ser feita por convites, com a prioridade a recair nos pilotos que participem na temporada completa do TCR China, seguida daqueles que tomarem parte no homólogo campeonato TCR Asia Series, com quem o campeonato chinês terá uma parceria e eventos em comuns nesta época de estreia. Por se tratar de uma competição que apela ao patriotismo chinês, no que respeita à nacionalidade dos pilotos, a mesma fonte esclareceu que “com os TCR não haverá limitações quanto à nacionalidade, mas a Taça da Corrida Chinesa, como nos anos anteriores, só será permitida a participação de pilotos chineses”. O HM acredita que estas alterações, e possivelmente o nome da corrida no programa do evento, só serão oficializadas mais tarde no ano, depois do aval da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. A pontuar Os carros da categoria TCR foram vistos nos dois últimos anos no Circuito da Guia, dando forma à Corrida da Guia. Todavia, em 2017, a Corrida da Guia, a mais importante corrida de carros de turismo do continente asiático, voltará a receber um evento pontuável para o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), campeonato que também aceitará carros da categoria TCR numa segunda categoria. Ao contrário das corridas do WTCC, cujo número de carros na grelha de partida tem diminuído, a categoria TCR está em pleno crescimento, tendo nos últimos meses atraídos grandes construtores como a Audi, KIA e Hyundai. Os carros do CTCC, que o ano passado se estrearam no Circuito da Guia, não deverão ser aceites na Taça da Corrida Chinesa.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauValente surpresa Piloto português de Macau volta a apostar no MTCS e GIC Challenge [dropcap]A[/dropcap] Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) já publicou o regulamento técnico que regerá o Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS, na sigla inglesa) que em 2017 terá duas categorias fundidas numa só. Pela primeira vez os concorrentes a categoria “AAMC Challenge” (para viaturas com motorizações até 1,600cc Turbo) e “AAMC Road Sport” vão dividir a pistas nas mesmas corridas, tanto nas provas de apuramento em Zhuhai, como no fim-de-semana do 64º Grande Prémio de Macau. Para além do formato, o regulamento técnico para as viaturas até 1,600cc Turbo, também sofreu alterações significativas, com destaque para o fim do restritores que limitavam a potência dos MINI, Peugeot, Chevrolet e Ford que pululam esta categoria, e pela ausência de peso mínimo para as viaturas participantes. O experiente piloto português de Macau Rui Valente, que foi um dos pilotos que sempre apostou nesta classe desde o início, recebeu com surpresa o novo regulamento. “É a primeira vez que vejo no automobilismo um regulamento técnico em que não há peso mínimo”, disse Valente ao HM. “Se conseguíssemos ter um 1,600cc Turbo com 300 Kg seria o cenário ideal. Mas isso é impossível. Nos carros actuais, vamos ter que tirar 200 ou 300 Kg, pois mais do que isso já começa a ser perigoso”. Valente, que se notabilizou no automobilismo do território por diversas participações na Corrida da Guia na época dourada dos Super Turismo, vai levar o seu MINI Cooper S a uma “cura de emagrecimento” do outro lado da fronteira. “O meu MINI pesa cerca de 900kg e 50kg são de lastro que será fácil de retirar. Depois vamos trocar o capot, trocar os vidros para plástico, a pintura terá que ser a mínima possível, etc. Se chegarmos aos 700 e tal Kg já ficaria satisfeito”. Rui Valente, que se notabilizou no automobilismo do território por diversas participações na Corrida da Guia na época dourada dos Super Turismo, vai levar o seu MINI Cooper S a uma “cura de emagrecimento” do outro lado da fronteira Basicamente, com os novos regulamentos introduzidos pela AAMC, qualquer carro do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), poderá alinhar no MTCS. Felizmente para a saúde e equilíbrio do campeonato, o preço de um carro do WTCC da última geração, aquela que foi concebida a pensar para motorizações 1,600cc Turbo, é absurdo para a realidade do território. Como Valente não tem 700,000 patacas para gastar num carro do WTCC sem motor, que terá que ser alugado à parte, a aposta recaí também em melhorar a sua viatura a nível de motor. “Vou tentar arranjar um motor melhor, talvez no estrangeiro, mas veremos se consigo reunir verba para cobrir todos estes custos”, explicou o piloto. Preparar Macau Este ano, para além dos concorrentes da classe 1,600cc Turbo se terem que qualificar nas habituais corridas de Zhuhai no Verão, os pilotos do território já terão que se qualificar junto com os rivais de Hong Kong e outras paragens que irão enfrentar nas ruas do território em Novembro. Os 25 melhores serão apurados para o Grande Prémio, mas só 17 serão apurados para a finalíssima de sábado da Taça de Carros de Turismo de Macau. “Vou fazer o carro para que esteja competitivo nas corridas de Zhuhai. Se vir que é possível entrar nesse lote dos 17, então irei participar na corrida. Se vir que não tenho carro para competir pelos primeiros lugares vou ter que avaliar outras possibilidades dentro do Grande Prémio”, explicou o piloto da On Wheels Motorsports que o ano passado terminou a sua corrida do Grande Prémio de Macau na 15ª posição, após sofrer uma quebra brusca de potência na última volta, o que lhe custou três posições. Enquanto o MINI vai sendo preparado, Valente vai voltar a tirar da garagem o saudoso Honda Integra DC5, viatura que utilizará nas cinco rondas do troféu de resistência “GIC Challenge” que se disputa de Março a Setembro no Circuito Internacional de Guangdong, na cidade continental de Zhaoqing. Sérgio Lacerda poderá ser o companheiro de equipa de Valente nesta competição organizada pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) e que conta também com a participação de vários pilotos da RAEM.
Sérgio Fonseca DesportoMudanças no Campeonato de Carros de Turismo não agradam a pilotos locais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] notícia de que o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) irá sofrer esta temporada uma importante alteração na sua estrutura de classes foi recebida com bastante apreensão entre os intervenientes, neste caso, os pilotos de carros de turismo do território. Antes das férias do Novo Ano Lunar, a Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) anunciou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau do 64º Grande Prémio de Macau vai ser composta por dois tipos de viaturas: 1,600cc Turbo e 1,950cc ou superior. Esta decisão terá igualmente reflexos no campeonato local, pois em vez de existirem duas classes, com duas corridas separadas, em 2017 teremos duas classes mas uma só corrida. “Não é uma boa notícia para nós”, afirma Filipe Clemente Souza, o bi-campeão da categoria “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) do MTCS, porque “em comparação com os carros da categoria Road Sport, os nossos carros são muito diferentes”. A diferença a que o experiente Souza se refere está na performance dos carros, fruto de dois regulamentos técnicos concebidos para campeonatos com filosofias bastante díspares. No circuito de Zhuhai, a diferença em pista entre os carros 1,600cc Turbo e os carros da Road Sport chegaram, nas corridas disputadas no ano transacto, a ser de nove segundos por volta. Outros contras O piloto macaense Álvaro Mourato levanta também outra questão: a menor visibilidade que vão ter os pilotos da classe 1,600cc Turbo a partir de agora. “O comum telespectador não percebe. Só sabe quem acabou em primeiro na televisão. Mesmo que venças a classe 1,600cc Turbo, o mais certo é que nem sequer sejas apanhado na TV. Assim, as pessoas não saberão sequer quem venceu a categoria”, explicou ao HM o piloto macaense. Ao mesmo tempo, Mourato realça o potencial perigo de estarem em pista dois tipo de viaturas com andamentos tão díspares. “Isto de ter duas classes numa só categoria poderá ser um grande perigo. Os carros da Road Sport têm mais 500 cavalos de potência e nós nos 1,600cc Turbo, mesmo se o regulamento for alterado, temos apenas 300 e poucos cavalos de potência”, afirma o ex-vencedor da corrida Troféu Hotel Fortuna, lembrando que será “o grande perigo nas curvas de alta velocidades”. O HM contactou vários pilotos, mas nem todos quiseram prestar declarações nesta altura. Há quem opte pela publicação dos regulamentos técnicos da classe por parte da AAMC antes de se pronunciar publicamente sobre o assunto. É esperado que o futuro regulamento da classe 1,600cc Turbo, a apresentar em breve pela AAMC, traga um incremento de performance para os carros elegíveis na categoria, mas, mesmo após as alterações nas viaturas, é do senso comum que dificilmente estas possam chegar ao andamento em pista dos actuais carros da classe Road Sport.
Sérgio Fonseca DesportoTaça de Carros de Turismo de Macau vai sofrer alterações [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ntes das férias do Novo Ano Lunar, a Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) anunciou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau, que nas últimas duas décadas tem sido conhecida por “Taça CTM”, do 64º Grande Prémio de Macau, vai ser composta por dois tipos de viaturas ou duas classes: 1,600cc Turbo e 1,950cc ou superior. Noutras palavras, as duas classes que compunham o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS na sigla inglesa) – a “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) e a “AAMC Macau Road Sport” (1,950cc ou superior) – e que tinham corridas separadas até aqui, vão fundir-se numa só corrida este ano. Divididos em duas classes, os dois tipos de viaturas que formam o MTCS correrão juntos, tanto nas corridas de apuramento, na China continental, como no Grande Prémio, em Novembro. A Taça de Carros de Turismo de Macau, uma das mais importantes, se não mesmo a mais importante corrida do automobilismo local, será igualmente também disputada em moldes diferentes no 64º Grande Prémio de Macau. Ambas as classes vão estar separadas no treino-livre de quinta-feira de 30 minutos e no treino de qualificação de sexta-feira. Os dezoito melhores pilotos de cada classe na sessão de qualificação serão então apurados para a grande corrida a disputar no sábado, onde ambas as classes se juntam como nas provas de apuramento. Contudo, no final da corrida, haverá uma cerimónia de pódio, separada, uma para cada uma das classes. Os trinta e seis apurados para a corrida de sábado ficarão isentos do pagamento da taxa de inscrição. Para todos Como o HM já havia noticiado, a AAMC voltará a organizar dois fins-de-semana de corridas no Circuito Internacional de Zhuhai, que, como habitualmente, servirão de apuramento para os pilotos de carros de turismo locais para o grande evento do mês de Novembro. Contudo, este ano há uma novidade, pois também os pilotos estrangeiros terão de se qualificar pela mesma via. A comunicação da AAMC, escrita também em língua portuguesa, diz que, a partir de agora, os “…pilotos interessados em participar na corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau (…) independentemente da sua nacionalidade, têm que participar nas provas de uma das classes do Festival de Corridas de Macau…”. Após o somatório dos dois eventos, que totalizam quatro corridas, “os 25 pilotos melhores classificados serão seleccionados para participarem” e caso haja uma desistência de um piloto qualificado “esta vaga será substituída pelo piloto que tiver a melhor classificação seguinte”. O primeiro Festival de Corridas de Macau está marcado para de 26 a 28 de Maio, enquanto o segundo encontro acontecerá de 23 a 25 de Junho. As inscrições abrem a 3 de Abril e encerram no dia 21. É esperado para breve um novo anúncio da AAMC, agora com o regulamento técnico de ambas as classes, sendo que a palavra que corre nos bastidores do automobilismo local é que a classe 1,600cc Turbo vai sofrer alterações.
Sérgio Fonseca DesportoBMW Art Car projectado por Cao Fei no Grande Prémio de Macau [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o fim-de-semana passado, em Daytona Beach, nos Estados Unidos da América, a BMW Motorsport confirmou que o próximo “BMW Art Car” – que em 2015 foi concessionado à artista chinesa Cao Fei e que só este ano será apresentado ao público – será visto a competir, pela primeira e única vez, em Novembro no Grande Prémio de Macau. Apesar do enorme historial da BMW no Circuito da Guia, onde é o único fabricante a ter vencido provas de automóveis e motos, esta será a primeira vez que um “BMW Art Car” correrá no evento de automobilismo mais expressivo do Sudeste Asiático. A artista multimédia chinesa Cao Fei foi a escolhida para projectar este 18º carro da colecção BMW Art Car, juntando o seu nome a um rol de artistas famosos como Alexander Calder, Frank Stella, Roy Lichtenstein, Andy Warhol, Robert Rauschenberg ou David Hockney, que pintaram modelos BMW icónicos ao longo nas últimas quatro décadas. Com 39 anos, Fei, talvez mais conhecida por seu projecto online RMB City (um mundo virtual projectado para o jogo de realidade alternativa Second Life), vai tornar-se a artista mais jovem a fazer um trabalho desta natureza para a BMW. Por nunca ter trabalhado com automóveis antes, Fei debruçou algum tempo na investigação da relação intercultural entre o público e avanços na tecnologia de condução, especialmente na República Popular da China, de uma forma nunca antes vista. A escolha da artista chinesa coube a um painel de doze juízes, directores e curadores de alguns dos mais prestigiados museus de arte contemporânea do mundo, tais como o Museu Solomon R. Guggenheim ou o Museu Whitney de Arte Americana, ambos em Nova Iorque. Esta colecção nasceu em 1975 quando o piloto amador francês e apaixonado por arte, Hervé Poulain, em colaboração com o então director da BMW Motorsport, Jochen Neerpasch, pediram ao seu amigo e reputado escultor francês Alexander Calder para lhes desenhar um carro. O resultado foi um BMW 3.0 CSL, que em 1975 participou nas 24 horas de Le Mans e rapidamente se tornou o carro favorito dos fãs pela sua decoração desigual, assim nascendo a Colecção BMW Art Car. Para além de estarem expostos no museu da marca alemã em Munique, estes carros viajam um pouco por todo o mundo para exposições. Um português ao volante? O carro a apresentar por Cao Fei em Macau será um BMW M6 GT3 e até poderá ser conduzido por um piloto português. António Félix da Costa é um dos pilotos que pertence aos quadros da BMW Motorsport e provavelmente aquele que melhor conhece o Circuito da Guia. O jovem de Cascais venceu por duas vezes o Grande Prémio de Fórmula 3 e o ano passado deixou claro em declarações aos jornalistas que queria regressar num futuro próximo à prova de Macau, não num Fórmula 3, mas sim num carro de GT. Sobre a participação no Grande Prémio, a BMW Motorsport ainda não decidiu se alinhará com a sua equipa oficial ou se fará representar por uma equipa privada. “Ainda não decidimos”, disse fonte oficial da BMW ao HM. “Como é sabido, o ano passado participamos com uma equipa-cliente, esta também pode ser uma opção em 2017”. Nenhum dos BMW Art Car até aqui produzidos para competição foi conduzido por pilotos portugueses.
Sérgio Fonseca DesportoTaça do Mundo de GT em Macau não gera consensos [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando o Eurosport Events e então Comissão do Grande Prémio de Macau não renovaram o contrato para o regresso em 2015 do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) ao Circuito da Guia, a Taça do Mundo de GT da FIA foi apresentada com pompa e circunstância como “cabeça de cartaz” do evento. Todavia, depois de duas edições, ambas disputadas em Macau, a prova, que ainda não consta do calendário internacional da Federação Internacional do Automóvel (FIA), está sob fogo cruzado. No seguimento do aumento do envolvimento dos grandes construtores automóveis na categoria GT3, a FIA achou por bem criar um troféu para colocar as marcas frente-a-frente numa categoria inicialmente concebida para pilotos e equipas privadas. Quando Baku, a capital do Azerbaijão, optou por acolher o Grande Prémio da Europa de Fórmula 1, em vez desta Taça do Mundo, a FIA encontrou em Macau o palco ideal para a sua realização. “O objectivo da Taça GT Mundial da FIA é trazer os carros de GT melhores e mais rápidos, bem como acolher equipas e pilotos para correrem num local com prestígio. Quando a FIA considerou pensar num circuito para realizar o primeiro evento mundial, pretendíamos atrair o melhor, tinha que ser apelativo para os fabricantes e para os pilotos, e poder oferecer algo especial”, proferiu Christian Schacht, Presidente da Comissão de GT da FIA, no dia da apresentação da taça. Contudo, após duas edições, a localização da prova está a ser posta em questão pelos intervenientes. Para se perceber porquê é preciso recuar até Novembro de 2016. A corrida de 18 voltas teve apenas quatro e terminou com o carro vencedor virado ao contrário e o público a assobiar a decisão de dar por finalizada a corrida com apenas quatro voltas cumpridas. Um acidente logo na volta inicial, que danificou as barreiras de protecção na Curva dos Pescadores, obrigou à amostragem da bandeira vermelha. No recomeço, e como a reparação necessária foi longa, apenas 15 minutos extra foram atribuídos à corrida. Earl Bamber, em Porsche, colou-se ao então primeiro classificado Laurens Vanthoor e passou-o. Na vã esperança de recuperar o lugar, o piloto belga exagerou na Curva do Mandarim. O piloto da Audi passou por cima do corrector interno, perdeu o controlo do carro, bateu nas barreiras de protecção do lado oposto e o Audi R8 levantou voo, terminando de rodas no ar. Apesar do aparatoso acidente, intensamente partilhado nas redes sociais, Vanthoor não se aleijou, saiu pelo próprio pé e ainda celebrou o triunfo. O resultado não foi de todo do agrado das marcas rivais, tendo a Porsche e a Mercedes-Benz mostrado o seu desagrado pela decisão da direcção de prova, ameaçado até não regressar e levar a prova a discussão no próximo Conselho Mundial da FIA. Infelizmente, até ao fecho desta edição, e mesmo após várias insistências do HM, não foi possível obter um comentário sobre o assunto da federação internacional. Em 2016 construtor de Weissach foi o primeiro a assumir a participação oficial na prova. Este ano, a Porsche, a principal derrotada em 2016, ainda não confirmou se regressará ao Circuito da Guia. Primeiro, porque a equipa oficial do construtor de Weissach está de volta ao Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), cuja prova do Bahrein coincide mais uma vez na data com o Grande Prémio de Macau. Segundo, a Porsche, que apostou forte em 2016, não gostou do final desse fim-de-semana. Para Frank-Steffen Walliser, o responsável máximo da Porsche Motorsport, se a prova recebeu o título de Taça do Mundo da FIA, então “deve ser claro que é o acto principal e que há tempo suficiente para fazer o que é necessário. E ficar sem tempo numa Taça do Mundo FIA não é apropriado”, disse o responsável germânico. Questionada pelo HM, sobre se tem planos para voltar à RAEM em 2017 ou a comentar o que pensa da própria corrida, a Porsche Motorsport ficou-se por um lacónico “não comento”. Audi Alinha A Audi foi das primeiras marcas a apostar na renovada prova de GT da RAEM, até mesmo antes desta ter o estatuto mundial que hoje tem. O sul da China continua a ser um mercado importantíssimo e não foi por acaso que 500 convidados estiveram presentes numa cerimónia realizada pela Audi no hotel JW Marriott durante o evento. “O Grande Prémio de Macau marca uma das datas mais importantes no nosso calendário e é um importante palco de testes para a nossa tecnologia de ponta”, disse o director da Audi Hong Kong, Rene Koneberg, na abertura desta mesma cerimónia. Portanto não é com surpresa que o construtor de Ingolstadt defenda o regresso às ruas do território da prova. “Para um evento excepcional como a Taça do Mundo FIA de GT, precisas também de uma pista especial. Não há dúvida de que o circuito de Macau tem essa condição. É uma pista com o seu próprio ADN, como o Nürburgring Nordschleife na Alemanha ou Bathurst na Austrália”, afirmou ao HM, Chris Reinke, director da competição-cliente da Audi Sport. Contudo, o dirigente alemão realça que “a forma como a corrida se desenrolou em 2016 esteve longe de ser perfeita. Mas eu penso que devemos olhar para os procedimentos de corrida em primeiro lugar, em vez de questionar se Macau é o local certo para este evento”. Mesmo depois ao escândalo das emissões poluentes que está a abalar o Grupo VAG e com reflexos negativos na competição automóvel, o autónomo departamento de competição-cliente da Audi mantém-se a funcionar e para tal, no fim do dia, o que mais importa para os alemães é que a Taça do Mundo continue, independentemente do circuito ou país. “No final do dia, cabe ao promotor escolher a pista adequada para a Taça do Mundo da FIA, e depois nós iremos comprometer-nos com este evento, seja em Macau ou num qualquer outro lugar”, exalta Reinke. A Mercedes-Benz, a Lamborghini, a Aston Martin e a McLaren foram os outros fabricantes que estiveram presentes nas edições passadas desta prova. Se para a Mercedes-Benz, vencedora da Taça em 2015 com Maro Engel, a prova de Macau é usada também com o propósito de promover a marca desportiva AMG, já o mesmo não se pode dizer dos outros construtores. “A Lamborghini só está envolvida na competição cliente, não entramos como equipa oficial”, esclareceu uma fonte oficial do construtor italiano ao HM. “Se uma das nossas equipas quiser participar na Taça do Mundo, como em 2016 a FFF Racing Team, então teremos todo gosto em apoiá-los, como é habitual”, informou. Já os dois construtores britânicos não repetiram a experiência de 2015 em 2016 por falta de equipas parceiras na região, como noticiado anteriormente pelo HM. Pilotos a favor “É algo que nós temos que pensar no futuro com a FIA, se é que realmente querem continuar a fazer a Taça do Mundo nesta pista, porque o resultado não é representativo e não é bom para os fãs”, desabafava o francês Kevin Estre, piloto da Porsche e segundo classificado na corrida do ano passado, após a corrida. Apesar de todas as limitações do Circuito da Guia, para Álvaro Parente, o único piloto com licença desportiva de Portugal a ter participado nesta prova, em 2015, faz todo o sentido manter Macau como palco deste evento. “O Circuito da Guia é muito exigente e muito diversificado e onde os pilotos ainda podem fazer a diferença. Acho que é um grande palco para realizar a Taça do Mundo”, disse o piloto da McLaren GT ao HM. Contudo, para o portuense “talvez se tenha que dar mais alguma importância à competição – com mais tempo de pista – e talvez devam exigir pilotos mais experientes. No entanto, o ano passado foi um piloto muito experiente que causou a situação mais caricata”. A opinião do piloto português é partilhada por vários colegas de profissão, a começar pelo próprio Laurens Vanthoor que acabou por ser o principal responsável por este debate. “Esta é uma pista onde os melhores pilotos de GT e marcas devem competir”, disse aos jornalistas o belga vencedor da prova, momentos depois do episódio do fim-de-semana de Novembro. “Foi uma corrida infeliz e foi bom que a tenham parado”, lamentou, realçando que “no entanto, talvez devêssemos ter a certeza que haverá uma almofada maior de tempo para fazer a corrida. No final, foi o que aconteceu, não nos foi dada a oportunidade de ir novamente para a pista. É claro que haverá sempre “Safety-Cars” e bandeiras amarelas…”, conclui o vencedor da Taça do Mundo, que um mês depois do Grande Prémio de Macau trocou a Audi pela rival Porsche.
Sérgio Fonseca DesportoCarros de Turismo | Campeonatos de Macau voltam a Zhuhai [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sua sigla inglesa) já tem calendário provisório para a temporada de 2017. A competição promovida pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) vai voltar a apostar em dois eventos e ambos a realizar no Circuito Internacional de Zhuhai, como demonstra o calendário de provas para este ano do circuito permanente da cidade continental chinesa adjacente à RAEM. O primeiro “Festival de Corridas de Macau” está marcado para 27 e 28 de Maio, sendo que o segundo fim-de-semana está agendado para 24 e 25 de Junho. Esta é uma boa notícia para os pilotos locais que, na sua maioria, preferem competir na pista de Zhuhai, devido à conveniência da localização e às condições da própria pista. Isto, para além dos custos menores que acarreta competir em Zhuhai, comparando com outras paragens que o MTCS visitou na última década, como por exemplo, o circuito de Fórmula 1 de Sepang, na Malásia. Nos dois últimos anos, em parceria com a Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), a AAMC organizou três fins-de-semana de corridas no Circuito Internacional de Guangdong. Neste momento o circuito localizado nos subúrbios da cidade de Zhaoqing tem duas datas reservadas e por confirmar para o mês de Março para realizar o “GIC Challenge” de 2017. Estes eventos serviram nos últimos anos para os pilotos de Macau preparem os seus carros antes das jornadas decisivas do MTCS que, para além de atribuírem os títulos aos pilotos do território, qualificam-nos para as corridas de carros de turismo do Grande Prémio de Macau. Novidades em 2017? Apesar da estabilidade do calendário, 2017 poderá ser um ano de grandes novidades para os pilotos de carros de turismo locais. Segundo apurou o HM junto de diversas fontes, há movimentações para uma eventual alteração nos regulamentos técnicos da categoria “AAMC Challenge”, destinada às viaturas de preparação local com motores 1.6 Turbo e cujos elevados custos de preparação das viaturas têm sido colocados em causa pelos pilotos. Ao mesmo tempo, poderão também existir mudanças no programa de corridas de suporte do Grande Prémio de Macau que terão impacto directo no número de pilotos do território apurados para o grande evento do mês de Novembro. As próprias provas de qualificação dos pilotos locais para as corridas de carros de turismo de suporte do programa do Grande Prémio poderão sofrer alterações na sua essência e não se restringir, como até aqui, apenas aos pilotos da RAEM. A Taça AAMC de GT, que no passado foi um título atribuído aos participantes em provas seleccionados do campeonato GT Asia Series, também poderá regressar este ano.
Sérgio Fonseca DesportoReportagem | Visita ao mundo das corridas virtuais de Macau [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]outros tempos, os aficionados por velocidade tinham poucas opções para saciarem a adrenalina. Ou viam os Grande Prémios de Fórmula 1 na televisão, e isso só abria ainda mais o apetite, ou davam umas “aceleradelas” em Coloane ou esperavam e desesperavam por Novembro pelo Grande Prémio de Macau. Os tempos mudaram e agora nem sequer é preciso sair de casa ou esperar pelo que quer que seja. Basta um computador bem apetrechado com um volante com force feedback (reprodução exacta da sensibilidade do volante), um banco estilo competição e um bom televisor de plasma e voilá: temos um simulador de alta qualidade. Esta é a receita perfeita para quem gosta dos prazeres da velocidade e não tem possibilidades para “queimar borracha” ao vivo e a cores. https://www.youtube.com/watch?v=mK50O-PXrrU Com o crescimento dos eSports (competições profissionais de jogos electrónicos), que hoje em dia representam uma indústria que movimenta milhões e cujos profissionais, em alguns países já considerados atletas de alto rendimento e chegam a auferir chorudos ordenados, elevou a parada para outros níveis. A capacidade hoje existente de jogar online, contra “pilotos virtuais” de qualquer outra parte do planeta, abriu as portas à materialização e expansão das competições virtuais de automobilismo (ou Sim Racing, na designação inglesa). Esta resulta da fusão da tecnologia avançada da simulação de corridas para criar um desporto totalmente novo atendendo às expectativas cada vez mais exigentes de uma audiência que procura uma melhor experiência, proporcionando quase todas as reacções físicas como em competição num carro “real”. Plataformas como as do Assetto Corsa, iRacing ou a série rFactor, ou, nas consolas, as séries F1, MotoGP, Nascar, Forza, Grid, Gran Turismo e Project Cars, abriram as portas para um novo consumidor de desportos motorizados. É fruto desta pequena revolução digital que nasceu a Associação SimRacing Macau-China (Macau SimRacing Association, na sua designação inglesa); a primeira associação para corridas de simuladores registada em Macau e no Sudeste Asiático, constituída por um grupo de apaixonados de simuladores de automóveis (Sim Racers, na designação inglesa) que esperam competir com os melhores da especialidade em todo o mundo. “A SimRacing é uma plataforma e método de treino para aqueles que são entusiastas e apaixonados pelos desportos motorizados. A nossa missão é levar o Sim Racing (abreviatura de Simulator Racing) até outro nível em Macau e no Sudeste Asiático”, lê-se na introdução da associação fundada por Carlos Fu, Simon Sanchez e Bruno Cardoso, na rede social Facebook. A razão de existir Apesar da sua reduzida dimensão, Macau goza de uma história e reputação no automobilismo mundial que é de fazer inveja às grandes nações do continente asiático. Várias gerações nasceram a ver o Grande Prémio e nem todos escaparam ao “vírus” dos desportos motorizados. Com a possibilidade de participar a sério no Grande Prémio e outras competições automóveis cada vez mais reduzida, devido aos custos cada vez mais altos e profissionalismo exigido, o virtual acaba por ser um escape indicado para aqueles. Aliando uma velha paixão da terra ao rápido desenvolvimento dos desportos virtuais nasceu a Associação SimRacing Macau-China. “Criamos a associação porque verificamos que esta modalidade tem crescido em vários países a nível de números de participantes e do nível de profissionalismo, o que implicou a necessidade de se elevar o nível organizativo”, explicou o presidente Carlos Fu ao HM. “Entendemos que Macau também devia ter uma organização para regular o Sim Racing e uma vez que existe um intercâmbio bastante activo entre várias associações de vários países, decidimos que o nome de Macau podia estar melhor representado nesta modalidade, não só a nível asiático mas também a um patamar mais alto, a nível internacional”. Os esforços das gentes da terra não têm sido em vão, pois “até fomos convidados para ser um dos membros de uma entidade internacional de Sim Racing que se encontra a formar por várias associações internacionais, o que nos deixa bastantes orgulhosos em ver o nome de Macau nos planos de uma organização tão importante do mundo do Sim Racing”. Sabendo que há muitos entusiastas de automobilismo no território, o panorama actual das corridas de simuladores na RAEM está ainda muito verde. “Existem poucas lojas em Macau onde se possa experimentar correr em simuladores e as corridas não são através da internet, ou seja, competem entre os que estão na loja, ao contrário dos membros da MSRT que têm montando em casa os seus próprios simuladores”, clarifica Fu. A Macau SimRacing Team tem actualmente doze pilotos a competir em provas internacionais. “A nível de corridas internacionais podíamos ter mais participantes porque é sabido que todos os anos vemos pilotos locais a participarem em corridas automobilísticas, por isso seria óptimo juntarmos a todos os cidadãos que querem experimentar o automobilismo sem suportar os elevados custos e riscos que o automobilismo acarreta”, aclara Fu que realça que “é ainda do conhecimento geral que os pilotos profissionais usam o Sim Racing para treinos e adaptação a circuitos. Podemos perguntar a todos os pilotos que vêm ao Grande Prémio de Macau, quantos usaram os simuladores para treino de adaptação do Circuito da Guia. Acredito que mais de 90% respondem afirmativamente. Muitas vezes encontramos vários pilotos profissionais com renome a correr na mesma corrida que nós”. A associação apoia a equipa Macau SimRacing Team, que tem experiência em corridas internacionais há mais de 10 anos, e conta com alguns ex-pilotos que já participaram no Grande Prémio e em corridas de karting. A equipa compete neste momento no campeonato asiático de GT3 organizado pela “Sim Racers Asia” e ainda no Campeonato de Fórmula 2.0 organizado pela “Center Force Racing”, ambos na plataforma de iRacing para PC. “Para um futuro próximo vamos entrar em mais corridas e em diferentes plataformas, como o RaceFactor 2, Project Cars, Assetto Corsa, etc”, diz o nosso interlocutor. “Bem como em breve a associação irá organizar um troféu e já recebemos aceitação de convites de vários pilotos da Ásia, Europa e dos EUA. Com a corrida a ser transmitida em directo no Youtube, com comentários em directo e em diferido para o Youku para os entusiastas da China. Estamos a obter bons resultados em quase todas as competições em que participamos, falo em vitórias e em posições do pódio em várias corridas. Esperamos ganhar o campeonato a nível de pilotos e em equipas na classe “clubman” do campeonato asiático de GT3”. Recentemente dois pilotos de Macau estrearam-se na “World Cup of iRacing 24 Hours Endurance race” a convite do iRacing Asia Club. Falta de apoios Até aqui a associação ainda não recebeu qualquer apoio do governamental e os únicos suportes com que conta são os pequenos patrocinadores que apoiam a equipa nas corridas do mundo virtual. “Todo o equipamento é pessoal. A equipa da Macau SimRacing Team tem patrocinadores que apoiam a modalidade e em troca têm a sua marca divulgada nos nossos carros. O SimRacing tem sido largamente divulgado nos media, as corridas são transmitidas em directo no Youtube e até tem comentários profissionais. Existem equipas que por exemplo têm patrocínios oficiais de grandes empresas mundiais, tal como acontece nas corridas de automobilismo”, explica Bruno Cardoso. Os custos de competir não se aproximam do real, apesar das despesas dependerem da carteira de cada um. Qualquer novo entusiasta tem que estar preparado para o investimento inicial. “O preço do material varia bastante”, diz-nos Fu. “O essencial é o conjunto volante e pedais. Existem volantes a 2 ou 3 mil patacas, como também existem uns melhores que podem chegar às dezenas de milhares patacas. O mesmo para os pedais e outros acessórios. Ainda se pode adquirir um “cockpit” fixo constituído por suportes de monitores, volante, pedais, mudanças, banco, etc, ou até um cockpit com suporte de movimentos, que se podem adquirir por dezenas de milhares até os mais sofisticados que ascendam a um milhão de patacas!” De Macau para o mundo A curto prazo a Associação SimRacing Macau-China espera, para além de aumentar o número de associados, crescer internacionalmente. Fu não esconde que “a associação foi convidada para ser membro de uma organização internacional, que é constituída por associações de SimRacing de vários países e que eventualmente irá funcionar como a FIA. Queremos ser mais activos e sermos vistos como uma associação activa em prol do desenvolvimento do SimRacing na Ásia e progressivamente a nível internacional”. Os objectivos não se ficam por aqui, pois “queremos juntar mais praticantes de Sim Racing e prestar apoio técnico, com a ajuda de membros mais experientes, para desenvolver e regular o Sim Racing em Macau com o intuito de ajudar pilotos que competem automobilismo e para aqueles que competem Sim Racing para todos obterem bons resultados em competições internacionais em representação de Macau”. Mas para crescer e para que alguns destes objectivos sejam palpáveis, Fu espera que lhe sejam concedidos “apoios por parte das entidades governamentais e até empresariais. Todos juntos temos condições de ter um papel importante no mundo Sim Racing”, conclui. Tal como o automobilismo real, esta vertente virtual pode ser atractiva para uma RAEM que procura “diversidade” na área do turismo e diversão. Fu relembra que “eventos internacionais de SimRacing, como a Simrace Expo 2016, que se realizou em Nürburgring, Alemanha, atraem bastantes entusiastas e patrocinadores do automobilismo. Sabemos que Macau tem todas as condições de organização de eventos internacionais deste tipo, o que certamente poderá ajudar muito na diversidade do turismo local”. https://www.youtube.com/watch?v=O0GTv6iaqn8 Casos de Sucesso A GT Academy – uma iniciativa da Playstation e da Nissan – tendo vindo ao longo dos anos a permitir que vários candidatos a piloto saltem do sofá para as mais reputadas pistas deste mundo. O espanhol Lucas Ordoñez foi o primeiro vencedor de sempre da GT Academy, o pioneiro da história “da virtualidade para a realidade” da Nissan. Foi o primeiro vencedor da GT Academy a competir nas 24 horas de Le Mans, dominando as manchetes quando terminou a grande corrida francesa com um lugar no pódio à classe. Jann Mardenborough, que se estreou no Grande Prémio de Macau no passado mês de Novembro, é outro caso de sucesso maior da GT Academy até o momento. O piloto galês foi vencedor do programa em 2011, superando 90 mil candidatos. Filho de um ex-futebolista, Jann tem agora a sua carreira a ser gerida pela Nissan e compete ao mais alto nível no Japão, tanto na Fórmula 3, como no campeonato Super GT. Em Portugal, Miguel Faísca também teve a oportunidade de sair do virtual para uma temporada a sério, em 2014. No super-competitivo campeonato Blancpain Endurance Series, o português de 27 anos conduziu um Nissan GT-R Nismo GT3 igual aquele que André Couto tem competido nos últimos anos no Japão. Em 2015, o sonho de uma carreira no desporto motorizado esvaneceu-se, mas Faísca foi viver para Inglaterra, seguindo a paixão de criança, e este ano voltou a competir, correndo nas 4 horas do Estoril com um protótipo Ligier JS P3 Nissan. Edgar Lau é talvez o melhor exemplo na região. O “gamer” de Hong Kong participou na GT Academy nos Estados Unidos da América. Não venceu, mas esta participação deu-lhe motivação para tentar algo mais no automobilismo. Este ano alinhou pela primeira vez no Grande Prémio de Macau, com um SEAT Léon Cup Racer com o logótipo da Associação SimRacing Macau-China no carro, terminando num honroso 13º lugar na Corrida da Guia. Uma perninha em Zhuhai No fim-de-semana de 10 e 11 de Dezembro, a MRS Motor Racing Simulator, que pertence ao ex-piloto de Macau de Fórmula 3 Michael Ho, organizou um evento na cidade vizinha de Zhuhai que contou com a participação de algumas caras conhecidas do automobilismo da região, como André Couto ou Adderley Fong (primeiro piloto de Hong Kong a conduzir um F1 da era moderna), para além de pilotos de topo das corridas de carros de turismos locais, como Kelvin Leong, Jerónimo Badaraco ou Andy Yan (campeão do TCR Asia Series). A associação foi convidada a prestar apoio à organização do evento como “oficiais”, tendo sido responsável por colocar de pé o regulamento da prova, realizando o briefing aos participantes, para além de ter supervisionado as corridas, para que o respeito em pista fosse mantido, tal e qual como acontece na vida real. https://www.youtube.com/watch?v=1IpV89kO5gg
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTCR China anuncia corrida no Grande Prémio de Macau [dropcap]N[/dropcap]o passado domingo, na Exposição da Indústria de Desportos Motorizados em Xangai, foi apresentado o campeonato de carros de turismo TCR China Series que, antecipando-se à Comissão Organizadora do Grade Prémio de Macau, anunciou uma corrida para o Circuito da Guia em Novembro do próximo ano. A China segue as pisadas de outros países, como a Alemanha, Itália, Portugal ou Espanha, ou regiões, como o Benelux e Ásia, e terá o seu próprio campeonato que segue o regulamento técnico de sucesso do TCR International Series. A organização do TCR China estará a cargo da empresa Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, que pertence ao empresário Xia Qing, o promotor do influente Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC). Marcello Lotti, o pai do conceito TCR, esteve em Xangai a abençoar a iniciativa, agradecendo à “Shanghai Lisheng Racing por concretizar uma ideia que juntos vínhamos a perseguir há dois anos”. O calendário do TCR Asia, que arranca em Ordos, na Mongólia Interior, conta com dois eventos em Zhejiang, um deles com concomitância com o TCR Asia Series e outro com o TCR International Series, um evento no circuito de Fórmula 1 de Xangai e por uma corrida de resistência de 12 horas em Zhaoqing. Isto, para além da prova de Macau. Corrida na RAEM? “Uma corrida extra campeonato e por convite será realizada em Macau”, diz o comunicado da organização do TCR China. Fontes ouvidas pelo HM clarificaram que esta corrida não se “trata de certeza da Corrida da Guia”. A Shanghai Lisheng Racing, que goza de relações privilegiadas com a federação chinesa de desportos motorizados, conhece bem Macau, tendo nos últimos três anos colocado o seu troféu monomarca “Taça da Corrida Chinesa” no programa do Grande Prémio. Sobre qual corrida se trata, fonte próxima da organização do campeonato disse ao HM que “haverá um anúncio com informação mais tarde”. Na apresentação de domingo os únicos detalhes conhecidos foram que a prova terá um treino-livre, uma qualificação e uma corrida de 60 km. Caso se materialize, esta corrida ou irá substituir uma das corridas do programa ou será uma prova adicionada ao programa, cenário pouco provável dado o congestionamento actual do programa do evento, como foi patente na última edição. Legado na região Após dois anos a dar corpo à Corrida da Guia, o TCR International Series abandonará o Grande Prémio de Macau em 2017, abrindo espaço ao regresso do Campeonato do Mundo FIA de Turismos (WTCC). Contudo, Marcello Lotti, ex-CEO do WTCC, vê com bons olhos a continuidade do seu conceito que criou em qualquer uma das corridas de carros de turismo que enchem o programa do fim-de-semana prolongado do Grande Prémio. “Eu acho que o TCR encaixava perfeitamente”, disse Lotti ao HM durante o evento do passado mês de Novembro. “Se virmos quantos pilotos e equipas de Macau e Hong Kong já compraram carros da categoria TCR para correr no TCR Asia Series e noutros campeonatos locais, temos a resposta. De facto, 30% dos nossos concorrentes este ano na Corrida da Guia eram de Hong Kong ou Macau”.
Sérgio Fonseca DesportoMotos | Stuart Easton poisa o capacete [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]conteça o que acontecer até Novembro de 2017, uma coisa é certa, a lista de inscritos do 51º Grande Prémio de Motos de Macau será mais pobre. O tetra-vencedor da prova de motociclismo da RAEM, Stuart Easton, anunciou que aos 33 anos irá pousar o capacete e dedicar-se à família e ao negócio de venda de automóveis dos pais. Depois de 18 anos a competir ao mais alto nível, onde somou dois títulos de campeão britânico da categoria de Supersports, Easton teve dois acidentes graves na sua carreira, um deles, em 2011 na North West 200, em que esteve em estado crítico. O susto não o demoveu e o escocês continuou a correr nos palcos mais importantes da velocidade a nível mundial. Easton venceu no Circuito da Guia de 2008 a 2010, voltando a repetir o triunfo na edição de 2014. Este ano, na sua despedida de um circuito que tantas alegrias lhe deu, o “Ratboy”, como era conhecido no meio, terminou a corrida na sexta posição, aos comandos de uma BMW. Easton despede-se do Grande Prémio, mas continua a ter o recorde da melhor volta ao traçado da RAEM em duas rodas, ao ter rodado em 2:23.616 na edição de 2010 com uma Kawazaki. Em declarações à revista Bike Sport News, a quem deu a entrevista de anúncio da despedida das pistas, Easton lembrou a surpresa que foi correr no Circuito da Guia pela primeira vez. “Quando fui a Macau pela primeira vez, não sabia o que era uma corrida citadina. O McGuiness falou nisso e eu pensei que correr de motas no Inverno era uma grande ideia e estava pronto – não foi preciso muito para me persuadir. Quando lá cheguei é que fiquei a perceber o que era um circuito citadino. Mas isto foi na época pré-internet e ninguém me disse como seria…”
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio Internacional de Kart de Macau teve vitória francesa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] francês de 17 anos Tom Leuillet (chassis / motor / pneus – Sodi / TM Racing / MG) venceu a prova rainha da edição deste ano do Grande Prémio Internacional de Kart de Macau. O piloto gaulês, que na caminhada para o triunfo venceu as mangas de qualificação e a pré-final, levou para casa o troféu Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ de 2016, ao bater na final de 25 voltas ao Kartódromo de Coloane, com uma margem confortável de quatro segundos, o espanhol Jorge Pescador (Praga / TM Racing / MG). O australiano Joshua Fife (Ricciardo Kart / TM Racing / MG) completou o pódio de uma prova que contou com vinte e sete dos vinte e oito inscritos. Porém, o piloto australiano seria penalizado por irregularidades na frente do seu Karting, o que lhe valeu uma penalização de 10 segundos, caindo para sexto. O monegasco Louis Prette (Sodi / TM Racing / MG) foi promovido à terceira posição. O português de 16 anos Yohan Azedo Sousa (CRG / TM Racing), que fez a sua estreia em Macau e ao mesmo tempo na categoria KZ, onde se inserem os karts mais rápidos e equipados com caixa de velocidades, terminou no sexto posto, acabando por ser promovido a quinto com a penalização de Fife. Sousa esteve em destaque nas mangas de qualificação, ao ser o segundo melhor e até foi o mais rápido no Warm-Up de domingo. Contudo, na pré-final, o único representante luso caiu para quinto, perdendo depois na finalíssima mais uma posição que recuperaria na secretaria. Os da casa O melhor dos pilotos de Macau acabou por ser Charles Leong Hon Chio (Tony Kart / Vortex / MG) que terminou na 14ª posição, apesar de ter realizado a participação neste evento ainda limitado por um braço magoado. Porém, como houve mais concorrentes penalizados por irregularidades técnicas, o piloto de 15 anos da RAEM acabou classificado no 10º lugar. Obviamente satisfeito por ser o melhor representante do território, Leong admitiu que melhor seria difícil, pois o “seu karting tinha um motor normal, enquanto os concorrentes mais rápidos alugaram motores de fábrica à TM Racing”. Andy Chang Wing Chung (CRG / TM Racing / MG) que poderia ter terminado numa posição do “Top-10”, abandonou à quinta volta devido a um toque, enquanto João Afonso (Parolin / TM Racing / MG) foi um dos primeiros a desistir, ainda a corrida ia no seu início. A edição deste ano da prova foi novamente organizada pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC), com o apoio do Instituto do Desporto e da Direcção dos Serviços de Turismo, e tutelada pela Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA).
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio Internacional de Kart de Macau acontece este fim-de-semana [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]ntem, no Kartódromo de Coloane, já se ouviram os rugidos dos motores de mais uma edição do Grande Prémio Internacional de Kart de Macau, evento que tem como cabeça de cartaz o Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ e que também acolhe uma série de outras competições asiáticas. A prova tutelada pela Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) e a mais importante do sudeste asiático contará este ano com vinte e oito participantes, de catorze diferentes países ou territórios, mais seis que o ano passado. A edição de 2015, ganha pelo italiano Lorenzo Camplese (Parolin/TM Racing – Chassis/Motor), ficou ligeiramente aquém no que respeita à qualidade do leque e número de pilotos internacionais à partida. Na tentativa de atrair mais e melhores participantes, Macau voltou a colocar à disposição dos concorrentes estrangeiros um pacote de incentivos, incluindo um cheque de 3,000 dólares norte-americano a cada participante internacional. Segundo a entidade que rege esta modalidade do automobilismo a nível mundial, a aposta terá, em certa medida, resultado: “A Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) fez o seu melhor para cobrir uma parte significativa dos custos, particularmente no que respeita à acomodação. Esta iniciativa atraiu seis pilotos europeus e cinco australianos, contra três pilotos de Macau e cinco de Hong Kong. O nível da competição é esperado ser mais alto que em 2015”, diz o comunicado emitido pela CIK-FIA. A maior novidade em termos desportivos da prova rainha do programa é a possibilidade dos pilotos escolherem os seus pneus, isto de um leque colocado à disposição pela CIK FIA. Esta medida poderá apimentar a competição, dada a importância da escolha de pneus a este nível. Primeiras impressões Quinta-feira, como é habitual, foi dia de testes com os pilotos e equipas a experimentarem novas afinações e a terem um primeiro contacto com um asfalto que irá comportar-se de forma diferente com o decorrer do evento. O mais rápido na última sessão do dia foi o australiano Joshua Fife (Ricciardo Kart / Parilla) que bateu por duas décimas o favorito Francesco Celenta (Formula K / TM Racing), que o ano passado foi o segundo classificado aqui na RAEM. O português de 16 anos Yohan Azedo Sousa (CRG / TM Racing), que se estreia em Macau e ao mesmo tempo na categoria KZ, onde se inserem os karts mais rápidos e equipados com caixa de velocidades, foi o nono mais rápido. Os pilotos de Macau não desiludiram e é expectável que venham a subir posições durante o desenrolar do fim-de-semana. Andy Chang Wing Chung (CRG / TM Racing), que este fim-de-semana troca os monolugares pelos karts, foi o 15º, uma posição à frente de Charles Leong Hon Chio (Tony Kart / Vortex), o promissor piloto de 15 anos que ainda recupera de uma lesão num braço. O veterano João Afonso (Parolin / TM Racing) ficou com a 23ª marca. Numa organização da Associação Geral de Automóvel de Macau-China, com o apoio do Instituto do Desporto e da Direcção dos Serviços de Turismo, as corridas têm entrada gratuita para os quatro dias. A Pré-Final está marcada para às 10h15 de domingo, enquanto a Final tem a partida marcada para as 15h15.
Sérgio Fonseca DesportoConselho Mundial confirma corrida do WTCC em Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) confirmou no final de quarta-feira aquilo que a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau foi incapaz de fazer durante a 63ª edição. O Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) está de regresso ao evento automobilístico da RAEM, ocupando o lugar do TCR International Series na Corrida da Guia. O calendário do WTCC foi aprovado em Viena, na Áustria, e a prova do território está pendente apenas da aprovação da associação desportiva nacional da RAEM, neste caso, a Associação Geral-Automóvel de Macau-China (AAMC). Depois de dois anos ausência, os organizadores do WTCC estão bastante satisfeitos em voltar ao território no próximo ano. “Nós sempre mantivemos a porta aberta a Macau e estamos muito felizes por regressar a um dos mais icónicos circuitos citadinos do mundo”, disse François Ribeiro, o responsável máximo pela Eurosport Events, a empresa que tem os direitos de promoção do campeonato. “Macau é muito especial, provavelmente a mais forte corrida na Ásia. Discussões com a nova gestão local voltaram no início deste ano e foram harmoniosas e simples com uma grande vontade de ambos os lados para criar um evento extremamente bem sucedido. Obviamente há uma sinergia com outras categorias da FIA que fazem parte do fim-de-semana do Grande Prémio de Macau”. De 2005 a 2014, o Grande Prémio de Macau foi a prova final do WTCC, no entanto, em 2017, a prova do Circuito da Guia será a penúltima, pois será Losail, no Catar, quem encerrará a temporada. Em 2017 o Grande Prémio de Macau deverá ter três corridas sob a égide da FIA: WTCC, Mundial de F3 e Mundial de GT. Espaço para os locais Com o abandono da Citroen e da LADA, e confirmada apenas a continuidade das equipas de fábrica da Volvo e Honda, o WTCC encontrou uma solução de recurso para o seu parque automóvel ultrapasse a dúzia e meia de viaturas em 2017. A competição mundial vai introduzir no próximo ano uma segunda categoria, a chamar-se “WTCC 2”. Esta categoria será aberta a carros que cumpram o regulamento FIA TCN2 e que assim poderão correr lado a lado com os actuais e extremamente caros Super 2000 TC1 nas provas do mundial. A categoria TCN2 é a categoria mais significativa da Taça Europeia FIA de Carros de Turismo (ETCC). Basicamente usa os carros do conceito TCR com alguns requerimentos para os fazer legais à luz do regulamento TCN2, como componentes de segurança e um depósito de gasolina especial da FIA. Esta abertura no regulamento irá permitir aos pilotos da região participar na Corrida da Guia com os mesmos carros que utilizaram este ano na mesma corrida.
Sérgio Fonseca DesportoGP Kart | Concorrentes estrangeiros recebem subsídios [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] território voltará novamente a apostar forte no Grande Prémio Internacional de Kart de Macau. O evento organizado desportivamente pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC), que ressuscitou em 2015, terá novamente como cabeça de cartaz o Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ e será tutelado pela Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA). E este ano Macau vai fazer-se representar com os seus três melhores pilotos de karting da actualidade. João Afonso, que o ano passado foi o único representante da RAEM na prova, regressa com a equipa de Hong Kong CKS Kart Racing. O piloto que mais títulos nacionais de Karting possui optou por um conjunto chassis-motor Parolin/TM Racing. Também à partida vai estar Andy Chang Wing Chung, que ainda há quinze dias disputou a Taça do Mundo de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau. Apesar de já ter completado o seu percurso no karting, Chang tem a escola toda da disciplina, tendo sido no passado piloto de fábrica da TonyKart, para além de conhecer muito bem o Kartódromo de Coloane. Chang apostará no conjunto chassis-motor Parolin/TM Racing, como o jovem português Yohan Sousa. Por fim, e a competir pela equipa Advance Racing de Hong Kong, vai estar o jovem de 15 anos Charles Leong Hon Chio. A maior esperança do automobilismo de Macau e que este ano já subiu ao pódio em corridas de monolugares, está a recuperar ainda de um acidente na última prova do Campeonato de Karting da China, realizada em Pequim, onde fracturou um braço. Pacote atractivo A edição de 2015, ganha pelo italiano Lorenzo Camplese (Parolin/TM Racing/Bridgestone – Chassis/Motor/Pneus), ficou ligeiramente aquém no que respeita à qualidade do leque e número de pilotos internacionais à partida. Na tentativa de atrair mais e melhores participantes, Macau voltou a colocar à disposição dos concorrentes estrangeiros um pacote de incentivos. De acordo com uma comunicação da CIK FIA, a AAMC irá de novo oferecer incentivos aos concorrentes internacionais. Um subsidio de 3,000 dólares norte-americanos, cerca de 24,000 patacas, será entregue a cada concorrente que se inscrever na prova e marcar presença à partida. Este pagamento só será realizado aos participantes em Macau. Para ajudar à deslocação das equipas, por cada concorrente inscrito, serão oferecidos dois quartos duplos por cinco noites no Hotel Pousada Marina Infante, em Coloane, e um serviço vaivém gratuito entre o hotel e o kartódromo. O transporte, em Macau, e o desalfandegamento do material e equipamento das equipas no território também será executado a custo zero. A lista provisória de inscritos conta com 28 concorrentes, entre eles Ma Qing Hua, o primeiro e único piloto chinês que participou numa sessão oficial de treinos da Fórmula 1. Programa recheado Para além da prova do Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ, o programa da edição de 2016 do Grande Prémio conta ainda com as seguintes provas registadas no calendário internacional: “Taça Macau”, para a categoria KZ, e a “Taça AAMC”, para a categoria Max Sr. Depois da visita à RAEM no primeiro fim-de-semana de Junho, o Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) regressa neste mesmo fim-de-semana e traz a nata do karting do sudeste asiático nas categorias Rotax Max Júnior & Sénior, ROK Sénior, X30, 125 Júnior, 125 Sénior e Veteranos Open. O orçamento da edição deste ano não foi ainda revelado ao público em geral, mas de acordo com dados publicados em Boletim Oficial, o Fundo de Desenvolvimento Desportivo apoiou, através da AAMC, a edição de 2015, em 2,499,084 patacas. A edição de 2016 do Grande Prémio Internacional de Kart de Macau decorre de 7 a 10 de Dezembro no Kartódromo de Coloane.
Sérgio Fonseca DesportoYohan Sousa estreia-se no Grande Prémio Internacional de Karting [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ortugal vai a ter um piloto no Grande Prémio Internacional de Karting. A emblemática competição que será disputada no Kartódromo Coloane, em Macau, entre 8 e 11 de Dezembro, contará com Yohan Sousa no Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ, a corrida cabeça de cartaz. O jovem luso – que não tem passado despercebido às principais estruturas de Karting internacional –, será́ a aposta dos italianos da CRG, apesar do piloto português nunca ter disputado a categoria KZ, onde se inserem os karts mais rápidos e equipados com caixa de velocidades. Um marco muito importante para Sousa mas também para Portugal. Desafio jovem Com quatro títulos de campeão nacional de Karting, quatro Taças de Portugal e um ‘inesquecível’ terceiro lugar no Mundial Iame em Le Mans, França, entre outras conquistas importantes, Yohan Sousa, com apenas 16 anos de idade, tem necessariamente de apostar nas competições onde alinham os melhores do mundo para assim poder evoluir mais e tentar conquistar resultados de relevo internacional, não só importantes para si mas também para Portugal, que passará assim a ter mais pilotos do desporto automóvel a dignificar as cores nacionais além-fronteiras. Por isso mesmo, Yohan Sousa aceitou o desafio lançado pelos italianos da CRG e vai correr na RAEM. “Gosto muito de correr em Portugal onde já conquistei vários títulos, mas naturalmente se quero evoluir como piloto e alcançar algo mais para mim e para o meu país, tenho de disputar as melhores competições internacionais. Por isso mesmo, a minha participação no Campeonato Ásia-Pacífico é muito importante e também para a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. Será a minha estreia na competição, bem como na categoria KZ onde actuam os melhores pilotos do mundo e que, curiosamente, vi correr nas categorias de topo mundial quando ainda me estava a iniciar no Karting.”, sublinhou Sousa, na antevisão da prova. O jovem piloto vai correr aos comandos de um kart equipado com chassis CRG e motor TM. Sousa não será o único português em pista, pois João Afonso vai novamente estar presente, mas em representação da RAEM.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauPresidente da República portuguesa felicitou pilotos do Grande Prémio de Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s sucessos dos pilotos portugueses António Félix da Costa, na Taça do Mundo FIA de Fórmula 3, e de Tiago Monteiro, na Corrida da Guia, na 63ª edição do Grande Prémio de Macau não passaram ao lado em Portugal. Ontem, o Presidente da República felicitou os dois pilotos lusos. “Foi com enorme satisfação que tomei conhecimento das vitórias dos pilotos Tiago Monteiro e António Félix da Costa no Grande Prémio de Macau”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em nota publicada no portal da Presidência da República. “Neste circuito citadino e emblemático de Macau, e com enorme apoio da comunidade portuguesa e luso descendente, Tiago Monteiro tornou-se no primeiro português a ganhar a Corrida da Guia e que contou para o campeonato do mundo de WTCC, enquanto Félix da Costa, repetiu a vitória de 2012, vencendo a corrida de Fórmula 3, nesta que foi a 63ª edição do Grande Prémio de Macau”, acrescentou. “Em meu nome pessoal e de todos os Portugueses felicito os pilotos Tiago Monteiro e António Félix da Costa por mais estas vitórias, que vêm consolidar a carreira de dois dos mais bem sucedidos pilotos portugueses, e que dão relevo a Portugal nos desportos motorizados”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa. FPAK também gostou A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) também emitiu no final de domingo uma nota de imprensa, com as palavras do presidente da associação. “Ver os nossos pilotos a conseguirem títulos mundiais e a levarem o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo é um enorme privilégio. Sabemos que temos alguns dos melhores pilotos do mundo e acreditamos que são estes sucessos que nos vão fazer continuar a trabalhar para formar mais pilotos de nível internacional”, referiu Manuel de Mello Breyner, Presidente da Federação, que foi um dos convidados no 60º aniversário do evento. Para além de Félix da Costa e de Monteiro, o responsável máximo da FPAK e ex-praticante referia-se também ao piloto algarvio Rui Águas, cujo o irmão Paulo é capitão na Air Macau, e que este fim-de-semana venceu o troféu de pilotos da categoria GTE-Am do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC).
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau MancheteGrande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Supremo Félix da Costa Estava escrito nas estrelas que ontem iria ser o dia de Portugal no Grande Prémio de Macau. Quatro horas depois de Tiago Monteiro vencer a Corrida da Guia, António Félix da Costa triunfou com enorme classe na Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] jovem de 25 anos de Cascais, que nem era suposto cá vir e conduziu um Dallara-VW sem um único patrocinador, numa clara aposta da equipa Carlin no talento do português, repetiu o feito de 2012 e juntou-se a Felix Rosenqvist e a Edoardo Mortara na galeria daqueles que venceram por duas vezes esta prova. Apesar de só ter tido a oportunidade de efectuar dois dias de testes num Fórmula 3 antes de viajar até nós, Félix da Costa chegou a Macau confiante e bem disposto, sem qualquer pressão e com um espírito bem diferente daquele que em 2013 “só” lhe valeu o segundo lugar. Na quinta-feira o português fez a pole-position provisória para a Corrida de Qualificação, mas acabaria por perder a primeira posição nos treinos de sexta-feira para os britânicos George Russell e Callum Ilott. No sábado, no arranque, ao lado do brasileiro Sérgio Sette Câmara, deixou para traz o poleman George Russell, subindo a segundo. Callum Ilott manteve o primeiro posto. No recomeço após o primeiro momento de Safety-Car, após 5 voltas decorridas, na primeira abordagem à Curva do Hotel Lisboa, Félix da Costa fez a manobra decisiva da corrida e ultrapassou o britânico Ilott, assumindo o primeiro posto. No domingo, na verdadeira corrida de 15 voltas que atribuía o título mundial da categoria de Fórmula 3, o piloto português não esteve tão bem no arranque e foi surpreendido por Ilott nos primeiros metros, mas o rookie inglês ficou à mercê de Da Costa e de Câmara. Na travagem para o Lisboa, com três carros lado-a-lado, o brasileiro, que estava por dentro, levou a melhor sobre o seus rivais. O português caiu para segundo e viu o seu companheiro de equipa fugir ligeiramente nas primeiras voltas. Mas o cenário mudou com a entrada do “Safety-Car” à quinta volta, para retirar o bólide danificado de Nikita Mazepin no Paiol. No reinicio, Félix da Costa passou ao ataque e ultrapassou Câmara. Daí até ao final o piloto luso não mais descolou da liderança, nem mesmo depois de mais um período de “Safety-Car” que a três voltas do fim permitiu a Félix Rosenqvist, que tinha arrancado de sexto e vinha a subir lugares, suplantar Câmara. Lá na frente, Félix da Costa já preparava a festa que vinha a seguir. Para gáudio dos muitos portugueses que estavam ontem no Circuito da Guia, “A Portuguesa” voltou a tocar e António em lágrimas no pódio comemorou um triunfo em todo merecido, sem antes ter brindado o público com uns donuts em pista! A meio do pelotão, e sem dar nas vistas, o jovem piloto de Macau Andy Chang conseguiu um refulgente 12º lugar, apenas três lugares atrás de outro brasileiro, Pedro Piquet, filho de Nelson Piquet. O representante da RAEM veio sempre a melhorar a sua performance ao longo do fim-de-semana e partindo do 16º lugar, chegou mesmo a rodar à porta do “Top-12” com o Dallara-NBE da equipa inglesa T-Sport. O 12º lugar de Chang, que esta época só fez duas provas de Fórmula 3, é o seu melhor resultado no Grande Prémio de Macau. O que eles disseram… 1º António Félix da Costa – “O Tiago ganhou hoje de manhã, e eu meti na cabeça que também tinha que ganhar. Sou competitivo e não conseguia vir aqui sem ser para ganhar. Estar ali no pódio e ver o apoio dos portugueses, e com toda a gente a cantar o hino, foi emocionante. Hoje (a vitória) foi para a equipa. Agora quero voltar aqui a Macau, mas não de Fórmula 3, mas sim ali com os maduros, nos GT.” 2º Felix Rosenqvist – “Não foi um fim-de-semana fácil. Tivemos que trabalhar muito duro, ontem o carro não estava bom. Para hoje fizemos muitas mudanças e andamos muito melhor. Tirei vantagem nos reinícios após os Safety-Car para ganhar posições. Dei o meu melhor mas não chegou para vencer.” 3º Sérgio Sette Câmara – “Desde ontem à noite, depois de ter ficado em terceiro na Corrida de Qualificação, comecei a acreditar que podia ganhar Macau. Quando eu na primeira volta estava em primeiro, comecei a acreditar ainda mais mas depois veio o Safety-Car. Este ano nunca estive na primeira posição atrás do Safety-Car e não arranquei bem, e o António passou-me. Depois comecei a perder a minha traseira e o Félix conseguiu ultrapassar-me também.”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauFilipe Clemente de Souza: “O meu objectivo é chegar ao pódio” Filipe Clemente Souza é bicampeão do AAMC Challenge, a categoria máxima do Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS, na sigla inglesa) e é um dos pilotos do território que almeja um lugar no pódio na Taça de Carros de Turismo de Macau – CTM. Souza ocupa o terceiro posto no campeonato TCR Asia Series que, integrado na Corrida da Guia, também pontua e chega ao fim em Macau. Podia ter corrido na Corrida da Guia, onde é terceiro no TCR Asia, como na Taça CTM. Porque é que escolheu esta última? A Corrida da Guia é uma prova a pensar nos concorrentes internacionais. A Taça CTM é mais pensada para pilotos como eu, pilotos locais. As hipóteses de conseguir um bom resultado à geral são muito maiores para mim na Taça CTM do que são na Corrida da Guia, onde as equipas e os pilotos do TCR International Series têm outros meios à disposição que nós, pilotos de Macau, não temos. Paul Poon e a equipa Teamworks Motorsport têm dominado a Taça CTM e são novamente favoritos. Acha que tem alguma hipótese de lutar pelos lugares da frente? Estou confiante que sim, que este ano o meu carro está mais forte. Fiz várias alterações no meu carro (Chevrolet Cruze 1.6T) para a corrida deste ano e está melhor ainda do que estava quando vencemos o AAMC Challenge no Circuito de Zhuhai. O carro agora tem um motor novo, mais potente, e o objectivo é terminar nos lugares do pódio. Sempre foi um dos pilotos que se manifestou contra o actual regulamento 1.6T Produção que tem criado dificuldades à maioria dos pilotos da RAEM. O regulamento 1.6T da Taça CTM foi introduzido com o intuito de não se gastar tanto dinheiro, mas não foi isso que aconteceu. Estamos a gastar mais do que antes. É um regulamento que não existe noutro lado do mundo. Não há ninguém mais a correr com este regulamento. Temos de ser nós, os pilotos, a gastar dinheiro para desenvolver os nossos carros. É preciso testar muito e isso custa muito dinheiro. E qual dos dois gosta mais de conduzir? O Volkswagen Golf Gti TCR ou Chevrolet Cruze 1.6T? É uma escolha difícil porque, apesar de serem ambos dois carros de turismo, são dois carros diferentes e ambos têm o seu lado bom. O Volkswagen é mais rápido, tem maior velocidade de ponta, mas quando se trata do prazer de controlar, o Chevrolet é um carro que dá muito mais gozo de conduzir.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauFélix da Costa conquistou a pole-position provisória para a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 Num dia muito luso no Grande Prémio de Macau, António Félix da Costa conquistou a pole-position provisória para a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3. [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós ter sido o sétimo mais rápido no treino-livre da manhã, o piloto português foi o mais forte na qualificação, que teve quatro interrupções, batendo por duas décimas de segundo Callum Ilott e o super favorito Felix Rosenqvist, que procura a terceira vitória consecutiva na prova, mas que ontem se queixou do comportamento dos pneus. Kenta Yamashita, o campeão japonês de F3, foi o quarto mais rápido, após ironicamente ter perdido uma roda no início da sessão. Por seu lado, Dani Juncadella, outro ex-vencedor, fez o quinto tempo, mas teve uma sessão atribulada, causando mesmo o acidente que ditou o fim prematuro da sessão, ao colidir nas barreiras de protecção da Curva dos Pescadores. “Ainda estamos no início e muito pode acontecer num fim-de-semana de Grande Prémio de Macau, mas é sempre melhor começar à frente do que atrás”, disse Félix da Costa. “Rapidamente consegui rodar depressa, não estava muito contente com a minha sessão desta manhã, mas a equipa fez um grande trabalho em efectuar mudanças no carro e que funcionaram. Estou bastante satisfeito”, concluiu o piloto luso, que tripula um Dallara-VW da equipa inglesa Carlin. Sobre o que acontecerá daqui em diante, Félix da Costa diz que “a experiência conta muito em Macau, mas não há dúvidas que os jovens pilotos estão a andar muito e está mais difícil do que nunca”. Esta está a ser a primeira edição da prova com pneus Pirelli, depois de 33 anos de reinado da Yokohama, mas por agora não houve felizmente qualquer problema. Os pilotos apenas assinalaram um maior desgaste das borrachas italianas, o que obrigou a FIA a autorizar o uso de cinco jogos novos de pneus para o fim-de-semana, em vez de três jogos e meio que eram usados no tempo do fabricante nipónico. Hoje os concorrentes têm ainda uma sessão de treinos-livres pela manhã e uma segunda qualificação de tarde para determinar a grelha de partida para a corrida de qualificação de amanhã. Se hoje os aguaceiros marcarem presença em Macau, então a qualificação de hoje poderá ficar comprometida e os resultados da qualificação de ontem poderão acabar por prevalecer para delinear a grelha de partida de sábado.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauAntónio Félix da Costa: “A comunidade portuguesa faz-me sentir em casa” António Félix da Costa regressa este ano ao Circuito da Guia e à prova de F3 que venceu categoricamente em 2012. O piloto da linha de Cascais está confiante num bom resultado, mas sabe que tem pela frente uma concorrência fortíssima a todos os níveis. [dropcap]O[/dropcap]s olhos da comunidade portuguesa do território na prova de F3 vão estar em si e a torcer por um resultado igual ao de 2012. O que tem para lhes dizer? Que o apoio deles é fundamental e faz-me sentir verdadeiramente em casa, é uma corrida espectacular e todo aquele carinho pode fazer a diferença, por isso o que peço é que tragam a nossa bandeira de Portugal e encham as bancadas! Do meu lado, tudo farei para lutar pela vitória. A Prema PowerTeam – Theodore Racing tem dominado completamente a F3 nos últimos tempos. Acredita que a Carlin poderá ter um carro à altura para lutar pela vitória? Sim, Macau é uma corrida à parte onde a afinação base do carro é totalmente diferente dos circuitos convencionais, portanto acredito que poderemos lutar contra eles, que obviamente são uma excelente equipa. Mas em 2012 venci com a Carlin, pelo que vamos entrar em pista com esse objectivo em mente. Não fez qualquer corrida de F3 este ano, assim como o Felix Rosenqvist ou o Dani Juncadella. Acredita que a vossa experiência num circuito como este poderá fazer a diferença contra pilotos com menos experiência na Guia, mas que conduziram estes carros o ano todo? Sim, em Macau principalmente a experiência, conhecimento do circuito e a maturidade contam muito, mas há sempre roockies a andar bem e de certeza que vamos ter vários pilotos mais novos a andarem rápido em Macau. Vai ser entusiasmante ver a luta dos “velhos” contra os miúdos novos com sangue na guelra. Depois de ter estado cá, mais nenhum jovem piloto português veio ao Grande Prémio de F3. O que acha que está a faltar em Portugal para existir uma sucessão? Esta pergunta daria para estarmos um dia inteiro a falar deste tema, mas basicamente é preciso investir desde novo numa carreira. No meu caso, abdiquei de muitas coisas desde os meus 12 anos, não se pode querer ser piloto profissional aos 16 ou 17 anos, ai já é tarde, tem de haver um trabalho e uma preparação desde cedo, um foco, um objectivo em que se aposta tudo. Não falo especialmente do lado financeiro, mas sim de um piloto, toda a sua família e estrutura de gestão acreditarem e focarem-se num único objectivo – levar um jovem o mais longe possível.