Casa de Portugal | Surto do Covid-19 coloca actividades em causa Hoje Macau - 24 Fev 2020 A cerca de dois meses da data que assinala a Revolução dos Cravos, a realização do tradicional evento da Casa de Portugal é uma incógnita. À agência Lusa, Amélia António colocou em cima da mesa a possibilidade de a celebração para este ano ser cancelada [dropcap]A[/dropcap]s tradicionais celebrações do 25 de Abril da Casa de Portugal estão em causa, devido ao surto do coronavírus. A revelação foi feita por Amélia António, presidente da instituição, em declarações à Lusa. No entanto, o jantar de comemoração da Revolução dos Cravos não é o único evento que poderá ser suspenso e o mesmo poderá acontecer com a abertura da nova sede, assim como a realização do Campo de Férias. Com mais de um milhar de associados, a Casa de Portugal é incapaz neste momento de prever o reinício das aulas da Escola de Artes e Ofícios, adiou a transferência para a nova sede e está a avaliar o cancelamento de uma série de actividades que vai desde a realização de campos de férias, na Páscoa e no Verão, e de projectos ligados às celebrações do 25 de Abril, explicou Amélia António. “São tudo incógnitas”, sublinhou a responsável, à frente da associação há cerca de 15 anos, que admitiu “um grande impacto” na Casa de Portugal devido às medidas de prevenção face ao risco de epidemia no território. “Está tudo parado” em relação ao processo de mudança de sede, que estava programado. “Neste momento não conseguimos avaliar quando recomeçamos as aulas”, acrescentou. Para as comemorações do 25 de Abril, existiam projectos, mas a associação está agora a ponderar “avançar ou não”. Amélia António salientou “a actividade cultural muito activa e intensa [da associação], que tem de começar a funcionar o mais cedo possível”, de forma “a contribuir para a normalização da vida do território e para transmitir” aos portugueses “alguma tranquilidade e confiança”. O pessoal foi enviado para casa, para se reduzir o risco de contágio, “mas a Casa de Portugal não forçou férias a ninguém”, frisou. “Ficam em casa nas mesmas condições [a receber os respectivos salários], como se estivéssemos abertos. Eu acho que é uma questão de imperativo moral, imperativo de solidariedade, não é quando aparece uma dificuldade que começamos todos a sacudir a água do capote”, argumentou. Ensino preocupa Já no que diz respeito à comunidade portuguesa, Amélia António apontou a preocupação com o encerramento das escolas, apesar de a medida ser apoiada. “De uma maneira geral, acho que as pessoas têm estado extremamente calmas, preocupadas, atentas, mas sem entrar em grandes histerismos”, frisou Amélia António. Contudo, ressalvou, uma das grandes preocupações dos pais resulta do encerramento does estabelecimentos escolares, “sobretudo por não se perceber qual vai ser a extensão da paragem e não se perceber ainda o problema dos exames”, tanto aqueles que dizem respeito à passagem de ano, como de acesso ao ensino superior. “Esses anos de exame são os mais problemáticos. Preocupam os pais”, completou.
Casa de Portugal | Surto do Covid-19 coloca actividades em causa Hoje Macau - 24 Fev 2020 A cerca de dois meses da data que assinala a Revolução dos Cravos, a realização do tradicional evento da Casa de Portugal é uma incógnita. À agência Lusa, Amélia António colocou em cima da mesa a possibilidade de a celebração para este ano ser cancelada [dropcap]A[/dropcap]s tradicionais celebrações do 25 de Abril da Casa de Portugal estão em causa, devido ao surto do coronavírus. A revelação foi feita por Amélia António, presidente da instituição, em declarações à Lusa. No entanto, o jantar de comemoração da Revolução dos Cravos não é o único evento que poderá ser suspenso e o mesmo poderá acontecer com a abertura da nova sede, assim como a realização do Campo de Férias. Com mais de um milhar de associados, a Casa de Portugal é incapaz neste momento de prever o reinício das aulas da Escola de Artes e Ofícios, adiou a transferência para a nova sede e está a avaliar o cancelamento de uma série de actividades que vai desde a realização de campos de férias, na Páscoa e no Verão, e de projectos ligados às celebrações do 25 de Abril, explicou Amélia António. “São tudo incógnitas”, sublinhou a responsável, à frente da associação há cerca de 15 anos, que admitiu “um grande impacto” na Casa de Portugal devido às medidas de prevenção face ao risco de epidemia no território. “Está tudo parado” em relação ao processo de mudança de sede, que estava programado. “Neste momento não conseguimos avaliar quando recomeçamos as aulas”, acrescentou. Para as comemorações do 25 de Abril, existiam projectos, mas a associação está agora a ponderar “avançar ou não”. Amélia António salientou “a actividade cultural muito activa e intensa [da associação], que tem de começar a funcionar o mais cedo possível”, de forma “a contribuir para a normalização da vida do território e para transmitir” aos portugueses “alguma tranquilidade e confiança”. O pessoal foi enviado para casa, para se reduzir o risco de contágio, “mas a Casa de Portugal não forçou férias a ninguém”, frisou. “Ficam em casa nas mesmas condições [a receber os respectivos salários], como se estivéssemos abertos. Eu acho que é uma questão de imperativo moral, imperativo de solidariedade, não é quando aparece uma dificuldade que começamos todos a sacudir a água do capote”, argumentou. Ensino preocupa Já no que diz respeito à comunidade portuguesa, Amélia António apontou a preocupação com o encerramento das escolas, apesar de a medida ser apoiada. “De uma maneira geral, acho que as pessoas têm estado extremamente calmas, preocupadas, atentas, mas sem entrar em grandes histerismos”, frisou Amélia António. Contudo, ressalvou, uma das grandes preocupações dos pais resulta do encerramento does estabelecimentos escolares, “sobretudo por não se perceber qual vai ser a extensão da paragem e não se perceber ainda o problema dos exames”, tanto aqueles que dizem respeito à passagem de ano, como de acesso ao ensino superior. “Esses anos de exame são os mais problemáticos. Preocupam os pais”, completou.
Transportes públicos | Lei Chan U pede medição de temperatura Hoje Macau - 24 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] deputado Lei Chan U considera que deve ser introduzida a medição da temperatura corporal nos transportes públicos de Macau. A medida de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, surge numa altura em que o território, à semelhança do que acontece em muitas cidades do Interior da China, procura retomar alguma normalidade com o regresso progressivo dos cidadãos ao trabalho, facto que, de acordo com Lei Chan U, aumenta, não só o número de passageiros nos transportes, mas também, “o risco de propagação”, pode ler-se num comunicado enviado às redacções. Apontando que em Cantão já foram introduzidos termómetros de rosto para medição de temperatura que “verificam a temperatura em segundos e (…) não necessitam da intervenção directa dos motoristas”, o vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) afirma que “Macau deve tomar a iniciativa e considerar a instalação destes equipamentos (…) em algumas carreiras mais movimentadas”. Lei Chan U considera ainda, que a instalação dos termómetros possa vir a ser estendida a algumas estações mais concorridas do metro ligeiro e ainda, a departamentos governamentais e edifícios de escritórios, por forma “a reduzir recursos humanos e a sobrecarga de trabalho dos funcionários”.
Transportes públicos | Lei Chan U pede medição de temperatura Hoje Macau - 24 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] deputado Lei Chan U considera que deve ser introduzida a medição da temperatura corporal nos transportes públicos de Macau. A medida de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, surge numa altura em que o território, à semelhança do que acontece em muitas cidades do Interior da China, procura retomar alguma normalidade com o regresso progressivo dos cidadãos ao trabalho, facto que, de acordo com Lei Chan U, aumenta, não só o número de passageiros nos transportes, mas também, “o risco de propagação”, pode ler-se num comunicado enviado às redacções. Apontando que em Cantão já foram introduzidos termómetros de rosto para medição de temperatura que “verificam a temperatura em segundos e (…) não necessitam da intervenção directa dos motoristas”, o vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) afirma que “Macau deve tomar a iniciativa e considerar a instalação destes equipamentos (…) em algumas carreiras mais movimentadas”. Lei Chan U considera ainda, que a instalação dos termómetros possa vir a ser estendida a algumas estações mais concorridas do metro ligeiro e ainda, a departamentos governamentais e edifícios de escritórios, por forma “a reduzir recursos humanos e a sobrecarga de trabalho dos funcionários”.
Economia | Sulu Sou quer apoio imediato para PME e independentes Pedro Arede - 24 Fev 2020 Deputado pede ao Governo que faça uso da reserva financeira para criar um fundo de combate à epidemia que preste assistência “directa, rápida e direccionada” às pequenas e médias empresas e a trabalhadores por conta própria [dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou quer que o Governo faça uso das reservas financeiras disponíveis para criar um fundo de combate à epidemia, que vá além do pacote de medidas de apoio económico apresentadas para fazer face à crise provocada pelo novo coronavírus, Covid- 19. Segundo afirmou Sulu Sou, numa interpelação escrita enviada ao Executivo, em causa estão as “necessidades imediatas e urgentes” sentidas, não só pelas pequenas e médias empresas (PME), mas também por muitos trabalhadores independentes, obrigados a interromper a sua actividade devido ao surto. “Muitos empresários estão sob enorme pressão para pagar as rendas e os funcionários estão a ser confrontados com cortes de salários, licenças sem vencimento e até mesmo demissões. Além disso muitos trabalhadores independentes como motoristas, funcionários do sector dos transportes, formadores e artistas foram forçados a parar de trabalhar”, sustentou o deputado. Apontando que as PME “representam mais de 90 por cento das empresas em Macau e que são responsáveis por proporcionar 40 por cento das oportunidades de emprego”, Sulu Sou referiu que, particularmente, o comércio a retalho, a restauração, centros de explicações, salões de beleza, bares e karaokes têm sido os estabelecimentos mais afectados pelas medidas de prevenção decretadas pelo Governo. O deputado afirma ainda, que as PME enfrentam “necessidades imediatas e urgentes” e pede ao Governo que vá mais longe em relação ao pacote de medidas de apoio económico anunciado e que inclui, entre outras, a isenção ou diminuição de impostos e a abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME. “As medidas de alívio económico anunciadas pelo Governo são de longo prazo e indirectas. Será que o Governo pode fazer uso das reservas financeiras que dispõe, na criação de um fundo de combate à epidemia para prestar assistência directa e rápida às pequenas e médias empresas, de forma a que estas possam cumprir com as suas obrigações operacionais mais imediatas?”, questiona Sulu Sou, referindo também que este apoio deveria incluir o fornecimento de equipamento de combate à epidemia. Aliviar pressão Na interpelação escrita enviada, Sulu Sou pede ainda ao Governo que conceda subsídios com vista à redução dos encargos das PME relativos às rendas, dando igualmente incentivos aos senhorios de forma reduzir o valor do arrendamento a curto prazo. De forma a assegurar os postos de trabalho dos funcionários das PME, que acordaram recentemente uma redução de salário ou licenças sem vencimento, o deputado sugere ainda que o Governo possa vir partilhar com as empresas alguns encargos salariais. Motivado pela crise, Sulu Sou questiona também o Governo se “pode conceder subsídios para apoiar os trabalhadores independentes afectados” e ainda um subsídio especial de solidariedade “para trabalhadores da linha da frente que desempenham funções nas áreas da segurança e da limpeza”.
Economia | Sulu Sou quer apoio imediato para PME e independentes Pedro Arede - 24 Fev 2020 Deputado pede ao Governo que faça uso da reserva financeira para criar um fundo de combate à epidemia que preste assistência “directa, rápida e direccionada” às pequenas e médias empresas e a trabalhadores por conta própria [dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou quer que o Governo faça uso das reservas financeiras disponíveis para criar um fundo de combate à epidemia, que vá além do pacote de medidas de apoio económico apresentadas para fazer face à crise provocada pelo novo coronavírus, Covid- 19. Segundo afirmou Sulu Sou, numa interpelação escrita enviada ao Executivo, em causa estão as “necessidades imediatas e urgentes” sentidas, não só pelas pequenas e médias empresas (PME), mas também por muitos trabalhadores independentes, obrigados a interromper a sua actividade devido ao surto. “Muitos empresários estão sob enorme pressão para pagar as rendas e os funcionários estão a ser confrontados com cortes de salários, licenças sem vencimento e até mesmo demissões. Além disso muitos trabalhadores independentes como motoristas, funcionários do sector dos transportes, formadores e artistas foram forçados a parar de trabalhar”, sustentou o deputado. Apontando que as PME “representam mais de 90 por cento das empresas em Macau e que são responsáveis por proporcionar 40 por cento das oportunidades de emprego”, Sulu Sou referiu que, particularmente, o comércio a retalho, a restauração, centros de explicações, salões de beleza, bares e karaokes têm sido os estabelecimentos mais afectados pelas medidas de prevenção decretadas pelo Governo. O deputado afirma ainda, que as PME enfrentam “necessidades imediatas e urgentes” e pede ao Governo que vá mais longe em relação ao pacote de medidas de apoio económico anunciado e que inclui, entre outras, a isenção ou diminuição de impostos e a abertura de uma linha de empréstimo com juros bonificados para as PME. “As medidas de alívio económico anunciadas pelo Governo são de longo prazo e indirectas. Será que o Governo pode fazer uso das reservas financeiras que dispõe, na criação de um fundo de combate à epidemia para prestar assistência directa e rápida às pequenas e médias empresas, de forma a que estas possam cumprir com as suas obrigações operacionais mais imediatas?”, questiona Sulu Sou, referindo também que este apoio deveria incluir o fornecimento de equipamento de combate à epidemia. Aliviar pressão Na interpelação escrita enviada, Sulu Sou pede ainda ao Governo que conceda subsídios com vista à redução dos encargos das PME relativos às rendas, dando igualmente incentivos aos senhorios de forma reduzir o valor do arrendamento a curto prazo. De forma a assegurar os postos de trabalho dos funcionários das PME, que acordaram recentemente uma redução de salário ou licenças sem vencimento, o deputado sugere ainda que o Governo possa vir partilhar com as empresas alguns encargos salariais. Motivado pela crise, Sulu Sou questiona também o Governo se “pode conceder subsídios para apoiar os trabalhadores independentes afectados” e ainda um subsídio especial de solidariedade “para trabalhadores da linha da frente que desempenham funções nas áreas da segurança e da limpeza”.
Hubei | Macau ainda sem plano para retirar residentes Hoje Macau - 24 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau continua sem planos para retirar os 133 residentes que continuam em regime de quarentena na província de Hubei, noticiou ontem a TDM Rádio Macau. Inês Chan, responsável da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), disse que as autoridades continuam a tentar localizar os residentes, mas que é difícil saber onde todos se encontram, uma vez que estão dispersos por 18 localidades diferentes, muitas delas de difícil acesso. Inês Chan explicou mesmo que, em alguns dos casos, está em causa uma viagem de cinco horas até à cidade de Wuhan, epicentro do surto do Covid-19. “Também temos que analisar a probabilidade de infecção dos motoristas que os iriam transferir, por isso, estamos ainda a equacionar qual a solução mais adequada e viável”, afirmou a representante dos Serviços de Turismo. Na cidade de Wuhan estão 23 residentes de Macau, adiantou a responsável, mas o Governo assume que não tenciona ir buscar primeiro este grupo de pessoas. “Estamos a pensar em tentar poupar os recursos e, ao mesmo tempo, ter em conta a segurança para transferir todos os residentes de Macau na província de Hubei de uma só vez”, rematou Inês Chan.
Hubei | Macau ainda sem plano para retirar residentes Hoje Macau - 24 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau continua sem planos para retirar os 133 residentes que continuam em regime de quarentena na província de Hubei, noticiou ontem a TDM Rádio Macau. Inês Chan, responsável da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), disse que as autoridades continuam a tentar localizar os residentes, mas que é difícil saber onde todos se encontram, uma vez que estão dispersos por 18 localidades diferentes, muitas delas de difícil acesso. Inês Chan explicou mesmo que, em alguns dos casos, está em causa uma viagem de cinco horas até à cidade de Wuhan, epicentro do surto do Covid-19. “Também temos que analisar a probabilidade de infecção dos motoristas que os iriam transferir, por isso, estamos ainda a equacionar qual a solução mais adequada e viável”, afirmou a representante dos Serviços de Turismo. Na cidade de Wuhan estão 23 residentes de Macau, adiantou a responsável, mas o Governo assume que não tenciona ir buscar primeiro este grupo de pessoas. “Estamos a pensar em tentar poupar os recursos e, ao mesmo tempo, ter em conta a segurança para transferir todos os residentes de Macau na província de Hubei de uma só vez”, rematou Inês Chan.
Coreia do Sul | Macau classifica região como zona de alta incidência do Covid-19 Pedro Arede - 24 Fev 202024 Fev 2020 A partir de hoje, todos visitantes ou residentes que tenham estado na Coreia do Sul nos últimos 14 dias serão submetidos a uma observação médica. Os voos de e para a região vão também ser cancelados. Hong Kong e Japão ficam para já fora do radar das regiões de alto risco [dropcap]D[/dropcap]esde as 00:00 de hoje, que a Coreia do Sul é considerada pelo Governo de Macau, uma zona de alta incidência epidémica. A informação foi avançada ontem por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a situação do novo coronavírus, o Covid- 19, tendo a decisão sido justificada com a escalada do número de casos confirmados dos últimos dias. “A partir das zero horas de amanhã [segunda-feira] vamos considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência. Por isso, aqueles que tenham ido à Coreia nos 14 dias anteriores, ao chegarem às fronteiras de Macau, terão de se sujeitar ao exame nos postos clínicos do campo dos operários ou no posto clínico do Pac On. Depois de fazerem o respectivo exame é que poderão entrar em Macau”, revelou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. Referindo mesmo que em “poucos dias o número de casos confirmados aumentou em flecha” na Coreia do Sul, Leong Iek Hou anunciou ainda o cancelamento de voos de e para o país e apelou aos residentes de Macau para não viajarem para a Coreia do Sul. Recorde-se que, em apenas 24 horas, a Coreia do Sul anunciou mais duas mortes causadas pelo Covid-19, elevando para quatro o número de vítimas mortais no país, enquanto o total de pessoas infectadas subiu para 556, após o anúncio de mais 123 novos casos. Já quando questionada sobre o critério utilizado para considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência e descartar regiões como Hong Kong e o Japão, que nos últimos dias também registaram um aumento significativo do número de casos, a responsável não exclui essa hipótese, mas considera que o cenário ainda é diferente. “Claro que estamos a verificar a situação de cada país e (…) esta avaliação poderá vir a ser aplicada a outros territórios”, admitiu Leong Iek Hou, apontando de seguida que no caso de Hong Kong “não é ainda um surto alarmante” e que no caso do Japão “os casos confirmados do Diamond Princess são considerados à parte. Já em Macau, apesar de o território estar sem registo de novos casos ao fim de 19 dias e numa altura em que se vê mais pessoas a circular nas ruas após a abertura de mais espaços públicos, o Governo voltou a apelar para os cuidados de prevenção num momento que é “crucial”, esperando que a população consiga “aguentar mais um bocado”. Alvo de queixas O Governo anunciou ainda que, desde a passada quarta-feira, data de reabertura dos casinos, receberam uma queixa dos trabalhadores destes espaços, denunciando falta de máscaras. No entanto, apesar de ter exposto o caso, Vong Chi Fu, responsável da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) não revelou a operadora em causa. “Uma operadora não distribuiu máscaras para os seus trabalhadores. Já contactamos a operadora de jogo e ela respondeu, dizendo que espera que os seus trabalhadores possam utilizar razoavelmente as máscaras. Sabemos que todas distribuem máscaras (…) mas se calhar só distribuem para um turno e não há segunda máscara”, explicou Vong Chi Fu. Sobre uma queixa relativa à elevada concentração de jogadores junto às mesas, o responsável, reiterou as medidas já anunciadas e explicou o sucedido. “Quando uma mesa está a dar mais sorte (…) os jogadores costumam concentrar-se para ver o que se está a passar (…) ou tentar ganhar. No entanto, nós já emitimos as nossas recomendações para poderem separar os jogadores por diferentes mesas”, explicou. Serviços públicos no activo Funcionamento Normal: Tribunais da RAEM Comissão de Perícia do Erro Médico Funcionamento Condicionado: Serviços de Saúde Direcção de Serviços de Finanças Direcção dos Serviços de Correios Telecomunicações Direcção de Serviços de Economia Fundo de Segurança Social Conselho de Consumidores Instituto para os Assuntos Municipais Direcção dos Serviços de Identificação Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça Ministério Público Direcção dos Serviços Correccionais Assembleia Legislativa Comissariado Contra a Corrupção Direcção dos Serviços do Ensino Superior
Coreia do Sul | Macau classifica região como zona de alta incidência do Covid-19 Pedro Arede - 24 Fev 2020 A partir de hoje, todos visitantes ou residentes que tenham estado na Coreia do Sul nos últimos 14 dias serão submetidos a uma observação médica. Os voos de e para a região vão também ser cancelados. Hong Kong e Japão ficam para já fora do radar das regiões de alto risco [dropcap]D[/dropcap]esde as 00:00 de hoje, que a Coreia do Sul é considerada pelo Governo de Macau, uma zona de alta incidência epidémica. A informação foi avançada ontem por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a situação do novo coronavírus, o Covid- 19, tendo a decisão sido justificada com a escalada do número de casos confirmados dos últimos dias. “A partir das zero horas de amanhã [segunda-feira] vamos considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência. Por isso, aqueles que tenham ido à Coreia nos 14 dias anteriores, ao chegarem às fronteiras de Macau, terão de se sujeitar ao exame nos postos clínicos do campo dos operários ou no posto clínico do Pac On. Depois de fazerem o respectivo exame é que poderão entrar em Macau”, revelou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. Referindo mesmo que em “poucos dias o número de casos confirmados aumentou em flecha” na Coreia do Sul, Leong Iek Hou anunciou ainda o cancelamento de voos de e para o país e apelou aos residentes de Macau para não viajarem para a Coreia do Sul. Recorde-se que, em apenas 24 horas, a Coreia do Sul anunciou mais duas mortes causadas pelo Covid-19, elevando para quatro o número de vítimas mortais no país, enquanto o total de pessoas infectadas subiu para 556, após o anúncio de mais 123 novos casos. Já quando questionada sobre o critério utilizado para considerar a Coreia do Sul como zona de alta incidência e descartar regiões como Hong Kong e o Japão, que nos últimos dias também registaram um aumento significativo do número de casos, a responsável não exclui essa hipótese, mas considera que o cenário ainda é diferente. “Claro que estamos a verificar a situação de cada país e (…) esta avaliação poderá vir a ser aplicada a outros territórios”, admitiu Leong Iek Hou, apontando de seguida que no caso de Hong Kong “não é ainda um surto alarmante” e que no caso do Japão “os casos confirmados do Diamond Princess são considerados à parte. Já em Macau, apesar de o território estar sem registo de novos casos ao fim de 19 dias e numa altura em que se vê mais pessoas a circular nas ruas após a abertura de mais espaços públicos, o Governo voltou a apelar para os cuidados de prevenção num momento que é “crucial”, esperando que a população consiga “aguentar mais um bocado”. Alvo de queixas O Governo anunciou ainda que, desde a passada quarta-feira, data de reabertura dos casinos, receberam uma queixa dos trabalhadores destes espaços, denunciando falta de máscaras. No entanto, apesar de ter exposto o caso, Vong Chi Fu, responsável da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) não revelou a operadora em causa. “Uma operadora não distribuiu máscaras para os seus trabalhadores. Já contactamos a operadora de jogo e ela respondeu, dizendo que espera que os seus trabalhadores possam utilizar razoavelmente as máscaras. Sabemos que todas distribuem máscaras (…) mas se calhar só distribuem para um turno e não há segunda máscara”, explicou Vong Chi Fu. Sobre uma queixa relativa à elevada concentração de jogadores junto às mesas, o responsável, reiterou as medidas já anunciadas e explicou o sucedido. “Quando uma mesa está a dar mais sorte (…) os jogadores costumam concentrar-se para ver o que se está a passar (…) ou tentar ganhar. No entanto, nós já emitimos as nossas recomendações para poderem separar os jogadores por diferentes mesas”, explicou. Serviços públicos no activo Funcionamento Normal: Tribunais da RAEM Comissão de Perícia do Erro Médico Funcionamento Condicionado: Serviços de Saúde Direcção de Serviços de Finanças Direcção dos Serviços de Correios Telecomunicações Direcção de Serviços de Economia Fundo de Segurança Social Conselho de Consumidores Instituto para os Assuntos Municipais Direcção dos Serviços de Identificação Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça Ministério Público Direcção dos Serviços Correccionais Assembleia Legislativa Comissariado Contra a Corrupção Direcção dos Serviços do Ensino Superior
Covid-19 | Português do navio em quarentena no Japão infectado Hoje Macau - 24 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m português que é tripulante do navio Princess Cruises, atracado no porto de Yokohama (Japão) na sequência de 700 pessoas infectadas com Covid-19, foi diagnosticado “positivo” com o novo coronavírus. A notícia foi avançada este sábado pela esposa do homem, natural da Nazaré e posteriormente confirmada à SIC pelo autarca local. Contactada pela Lusa, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, afirma que ainda está à espera de confirmação oficial, mas admitiu que recebeu informação do Japão na sexta-feira à noite a informar que a tripulação do navio tinha começado a ser testada no dia 20. “Estamos à espera de informação. Como é de noite agora no Japão, calculo que amanhã tenhamos informação concreta sobre os resultados”, afirmou. O português, Adriano Maranhão, é, segundo a sua mulher, canalizador do navio e só foi testado há quatro dias, tendo sido colocado numa cabine em isolamento. Este é o primeiro caso diagnosticado de um português com Covid-19. Segundo adiantou no sábado a esposa de Adriano Maranhão, Emmanuelle, o português “foi examinado pela primeira vez há dois dias”, após “terem desembarcado os passageiros”. “Neste momento, está numa cabine, fechado, desde há 7 ou 8 horas, ou mais, sem apoio, sem medicação, sem tratamento, sem nenhum tipo de procedimento nem encaminhamento e sem comer sequer”, lamentou, à altura, Emmanuelle Maranhão, referindo que tem tentado contactar com o Governo, a embaixada, a empresa do navio, mas sem obter mais informações. O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, é o maior foco de Covid-19 fora da China continental, tendo registado mais de 600 infectados entre os passageiros, dois dos quais morreram. Na quarta-feira, as autoridades japonesas deram início à operação de desembarque dos passageiros saudáveis, findo o período de quarentena do navio, iniciado em 3 de Fevereiro, operação que terminou na sexta-feira. Emmanuelle Maranhão lamenta a falta de apoio ao marido, referindo que “ainda não obteve resposta nenhuma” e que Adriano continua no quarto sem que ninguém lhe dê mais informações. “Um cidadão português que está infectado, está em serviço, está a cumprir as suas funções e está dentro desta confusão tem de ter um apoio”, afirmou, sublinhando que Adriano Maranhão “é pai de três filhos pequenos”. Governo acompanha situação O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou estar a acompanhar a situação, mas admitiu que não tem ainda informação das autoridades japonesas. O ministério “está em contacto com as autoridades japonesas” através da embaixada em Tóquio, e está a acompanhar “a evolução dos resultados dos testes que vão sendo realizados”, avançou o gabinete do ministério em comunicado enviado à Lusa. “Não temos ainda informação da parte das autoridades japonesas de que haja algum caso confirmado de infecção com o coronavírus, entre os tripulantes portugueses do navio Diamond Princess”, O ministério liderado por Augusto Santos Silva acrescentou ainda estar também a acompanhar “os tripulantes portugueses e respectivas famílias”. De viva voz Já ao fim da tarde de ontem, as autoridades japonesas confirmaram o caso do português infectado, relata a TSF, que falou com Adriano Maranhão. “A embaixada já tem conhecimento do meu caso, já falou com as autoridades japonesas, já tem o comprovativo em como é positivo e a única coisa que me disseram foi que vão tentar tirar-me daqui para um hospital local o mais cedo possível”, explica à TSF. O canalizador no Diamond Princess, ainda não sabe quando vai sair do navio e garante que não foi visto por nenhum médico nos últimos dias: “Não fui visto por ninguém. Telefonaram para a minha cabine a perguntar qual era o meu estado, se eu estava bem, se eu tinha medido a minha febre. Eu disse que sim, que não tinha febre nem sintomas. Não me disseram mais nada”, adiantou à estação de rádio portuguesa.
Covid-19 | Português do navio em quarentena no Japão infectado Hoje Macau - 24 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m português que é tripulante do navio Princess Cruises, atracado no porto de Yokohama (Japão) na sequência de 700 pessoas infectadas com Covid-19, foi diagnosticado “positivo” com o novo coronavírus. A notícia foi avançada este sábado pela esposa do homem, natural da Nazaré e posteriormente confirmada à SIC pelo autarca local. Contactada pela Lusa, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, afirma que ainda está à espera de confirmação oficial, mas admitiu que recebeu informação do Japão na sexta-feira à noite a informar que a tripulação do navio tinha começado a ser testada no dia 20. “Estamos à espera de informação. Como é de noite agora no Japão, calculo que amanhã tenhamos informação concreta sobre os resultados”, afirmou. O português, Adriano Maranhão, é, segundo a sua mulher, canalizador do navio e só foi testado há quatro dias, tendo sido colocado numa cabine em isolamento. Este é o primeiro caso diagnosticado de um português com Covid-19. Segundo adiantou no sábado a esposa de Adriano Maranhão, Emmanuelle, o português “foi examinado pela primeira vez há dois dias”, após “terem desembarcado os passageiros”. “Neste momento, está numa cabine, fechado, desde há 7 ou 8 horas, ou mais, sem apoio, sem medicação, sem tratamento, sem nenhum tipo de procedimento nem encaminhamento e sem comer sequer”, lamentou, à altura, Emmanuelle Maranhão, referindo que tem tentado contactar com o Governo, a embaixada, a empresa do navio, mas sem obter mais informações. O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, é o maior foco de Covid-19 fora da China continental, tendo registado mais de 600 infectados entre os passageiros, dois dos quais morreram. Na quarta-feira, as autoridades japonesas deram início à operação de desembarque dos passageiros saudáveis, findo o período de quarentena do navio, iniciado em 3 de Fevereiro, operação que terminou na sexta-feira. Emmanuelle Maranhão lamenta a falta de apoio ao marido, referindo que “ainda não obteve resposta nenhuma” e que Adriano continua no quarto sem que ninguém lhe dê mais informações. “Um cidadão português que está infectado, está em serviço, está a cumprir as suas funções e está dentro desta confusão tem de ter um apoio”, afirmou, sublinhando que Adriano Maranhão “é pai de três filhos pequenos”. Governo acompanha situação O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou estar a acompanhar a situação, mas admitiu que não tem ainda informação das autoridades japonesas. O ministério “está em contacto com as autoridades japonesas” através da embaixada em Tóquio, e está a acompanhar “a evolução dos resultados dos testes que vão sendo realizados”, avançou o gabinete do ministério em comunicado enviado à Lusa. “Não temos ainda informação da parte das autoridades japonesas de que haja algum caso confirmado de infecção com o coronavírus, entre os tripulantes portugueses do navio Diamond Princess”, O ministério liderado por Augusto Santos Silva acrescentou ainda estar também a acompanhar “os tripulantes portugueses e respectivas famílias”. De viva voz Já ao fim da tarde de ontem, as autoridades japonesas confirmaram o caso do português infectado, relata a TSF, que falou com Adriano Maranhão. “A embaixada já tem conhecimento do meu caso, já falou com as autoridades japonesas, já tem o comprovativo em como é positivo e a única coisa que me disseram foi que vão tentar tirar-me daqui para um hospital local o mais cedo possível”, explica à TSF. O canalizador no Diamond Princess, ainda não sabe quando vai sair do navio e garante que não foi visto por nenhum médico nos últimos dias: “Não fui visto por ninguém. Telefonaram para a minha cabine a perguntar qual era o meu estado, se eu estava bem, se eu tinha medido a minha febre. Eu disse que sim, que não tinha febre nem sintomas. Não me disseram mais nada”, adiantou à estação de rádio portuguesa.
Marta Temido, ministra da Saúde em Portugal, sobre o Covid-19: “Não há necessidade de reforço de medidas” Andreia Sofia Silva - 24 Fev 2020 Em declarações ao HM, a ministra da Saúde em Portugal, Marta Temido, traça um balanço positivo da última reunião em Bruxelas sobre o Covid-19 e diz que não há, por enquanto, necessidade de reforço das medidas nas fronteiras para quem viaja de Macau, Hong Kong ou da China para Portugal. Ainda assim, está a ser equacionada “para muito breve” a distribuição de cartões de localização dos passageiros nestes voos. A ministra promete analisar, “em tempo oportuno”, a possibilidade de a lei vir a prever a quarentena obrigatória neste tipo de casos [dropcap]D[/dropcap]isse que, para já, não serão implementadas medidas nas fronteiras, apesar das muitas críticas ouvidas pelo nosso jornal por parte de cidadãos portugueses a residir em Macau que viajaram voluntariamente para Portugal. Porquê o adiamento de uma tomada de decisão desta natureza? Até agora não há evidência de necessidade de reforço de medidas. As decisões nesse sentido serão consideradas em linha com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, sempre numa medida de proporcionalidade e numa permanente observação e avaliação da evolução do surto de coronavírus. Sublinhe-se que a quase totalidade dos países da União Europeia (UE) segue precisamente as mesmas recomendações. Há espaço para debater uma eventual mudança na legislação relativamente à questão da quarentena obrigatória? Ao abrigo da Lei n.º 81/2009, de 21 de Agosto, e da nova Lei de Bases da Saúde, a possibilidade de determinação de isolamento profilático obrigatório não está afastada, enquanto medida de excepção e em contexto de emergência em saúde pública. A reponderação de quaisquer aspectos deste regime ou de outros, com ele conexos, a entender-se necessária, será efectuada em momento oportuno. Qual o balanço da última reunião em Bruxelas sobre o novo coronavírus? Além da possibilidade de serem distribuídos formulários aos viajantes, que outras medidas podem vir a ser tomadas? Foi uma reunião muito construtiva, com todos os países a reforçar a preocupação em adoptar medidas proporcionais e de acordo com aquilo que é a evidência científica e as recomendações da OMS e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. Nos voos originários da China com destino a Portugal são já distribuídos a bordo folhetos informativos com aconselhamento e contactos úteis relativos ao coronavírus. Portugal está a equacionar para muito breve a distribuição de cartões de localização dos passageiros nestes voos. Esta e qualquer medida serão tomadas em linha com as recomendações das autoridades sanitárias referidas. Esta crise causada pelo surto de um novo coronavírus vai obrigar a repensar estratégias por parte do Ministério da Saúde no que diz respeito à resposta dada pelo Serviço Nacional de Saúde? As unidades do Serviço Nacional de Saúde têm preparadas os respectivos Planos de Contingência para infecções emergentes. A Direcção-Geral da Saúde tem seguido, desde o primeiro momento, o desenvolvimento do surto de Coronavírus no contexto da identificação do novo vírus. Foi activado o dispositivo de Saúde Pública do país, com monitorização e vigilância epidemiológica, gestão e comunicação de risco, habituais nestas situações. Como avalia a postura das autoridades chinesas no que diz respeito ao diálogo com outros países relativamente ao coronavírus? As autoridades chinesas têm mantido uma postura de total cooperação sobre esta matéria.
Covid-19 | Número de mortos sobe para 2.442 na China continental Hoje Macau - 23 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortos de coronavírus Covid-19 subiu hoje para 2.442 na China continental, com mais 97 vítimas mortais nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China registou mais 648 novos casos de infeção para um total de 76.938. Na província chinesa de Hubei, sobretudo na cidade de Wuhan, onde a epidemia surgiu em dezembro passado, foram registadas 96 novas mortes (menos dez do que no sábado) e mais 630 pessoas infectadas (264 mais) com o Covid-19. Há um mês, as autoridades chinesas isolaram Wuhan e, em seguida várias cidades de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas. Mais de 80% dos casos confirmados na China continental encontram-se em Hubei, onde o número de mortos também é mais elevado do que no resto do país. Além de 2.442 mortos na China continental, morreram seis pessoas no Irão, três no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan. Em Portugal, já se registaram 12 casos suspeitos, mas nenhum se confirmou. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há mais de meia centena de casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.
Covid-19 | Número de mortos sobe para 2.442 na China continental Hoje Macau - 23 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortos de coronavírus Covid-19 subiu hoje para 2.442 na China continental, com mais 97 vítimas mortais nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China registou mais 648 novos casos de infeção para um total de 76.938. Na província chinesa de Hubei, sobretudo na cidade de Wuhan, onde a epidemia surgiu em dezembro passado, foram registadas 96 novas mortes (menos dez do que no sábado) e mais 630 pessoas infectadas (264 mais) com o Covid-19. Há um mês, as autoridades chinesas isolaram Wuhan e, em seguida várias cidades de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas. Mais de 80% dos casos confirmados na China continental encontram-se em Hubei, onde o número de mortos também é mais elevado do que no resto do país. Além de 2.442 mortos na China continental, morreram seis pessoas no Irão, três no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan. Em Portugal, já se registaram 12 casos suspeitos, mas nenhum se confirmou. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há mais de meia centena de casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.
Óbito | Pedro Baptista, escritor e ensaísta, morreu de doença súbita Hoje Macau - 21 Fev 202021 Fev 2020 [dropcap]M[/dropcap]orreu o escritor e ensaísta Pedro Baptista, de 71 anos, comissário das comemorações da Revolução Liberal do Porto, que arrancam esta quinta-feira, avançou ontem o Jornal de Notícias. Ao que JN apurou, Pedro Baptista terá sido vítima de doença súbita, na madrugada de ontem, em casa, no Porto. Pedro Baptista era esperado ontem de manhã, às 11 horas, na Casa do Infante, para uma visita prévia à exposição que recorda a Revolução Liberal de 24 de Agosto, no Porto. A autarquia do Porto reagiu com consternação à notícia, conhecida esta manhã, aquando da visita prévia à exposição, inaugurada ontem no Porto. A exposição, na Casa do Infante, vai estar patente até 6 de Setembro. Segundo apurou o JN, a mostra passará a ter um caráter mais simbólico, de homenagem a Pedro Baptista. O autor com ligações a Macau, onde passou parte da vida, foi também colaborador por diversas vezes do Hoje Macau.
Óbito | Pedro Baptista, escritor e ensaísta, morreu de doença súbita Hoje Macau - 21 Fev 2020 [dropcap]M[/dropcap]orreu o escritor e ensaísta Pedro Baptista, de 71 anos, comissário das comemorações da Revolução Liberal do Porto, que arrancam esta quinta-feira, avançou ontem o Jornal de Notícias. Ao que JN apurou, Pedro Baptista terá sido vítima de doença súbita, na madrugada de ontem, em casa, no Porto. Pedro Baptista era esperado ontem de manhã, às 11 horas, na Casa do Infante, para uma visita prévia à exposição que recorda a Revolução Liberal de 24 de Agosto, no Porto. A autarquia do Porto reagiu com consternação à notícia, conhecida esta manhã, aquando da visita prévia à exposição, inaugurada ontem no Porto. A exposição, na Casa do Infante, vai estar patente até 6 de Setembro. Segundo apurou o JN, a mostra passará a ter um caráter mais simbólico, de homenagem a Pedro Baptista. O autor com ligações a Macau, onde passou parte da vida, foi também colaborador por diversas vezes do Hoje Macau.
Filme de Carlos Fraga alerta para discriminação de chineses em Portugal Andreia Sofia Silva - 21 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m grupo de jovens chineses, residentes em Portugal há vários anos, pediu ao realizador Carlos Fraga para fazer um vídeo com o objectivo de combater a discriminação de que a comunidade chinesa em Portugal está a ser vítima devido ao surto do novo coronavírus. O filme passa-se na zona do Chiado, em Lisboa, onde o grupo de jovens, com máscaras, enverga cartazes que apelam à não discriminação. No final, vários transeuntes dão abraços e apertos de mão, solidários com a acção. Ao HM, Carlos Fraga diz que resolveu dar o seu contributo a esta causa por conhecer de perto vários casos de discriminação. “Falo principalmente de discriminação no trabalho. Alguns estão dispensados do trabalho durante dois ou três meses, quando são pessoas que nasceram cá ou que vivem cá há vários anos. Não há explicação. Não vieram da China, nem estão cá temporariamente. São diversos os empregos que têm, mas trabalham por conta de outrem. Os que têm negócios próprios, como lojas ou restaurantes, também se estão a ressentir seriamente.” Com férias e sem trabalho Anting Xiang, uma das promotoras do vídeo, vive em Portugal há vários anos e trabalha numa loja de uma conhecida marca de alta costura na Avenida da Liberdade há cinco anos. Apesar de não ter viajado para a China recentemente, os chefes pediram-lhe para tirar férias durante dois meses assim que começou a crise do coronavírus. Anting acabou por tirar apenas um mês de férias. “Ligaram-me a dizer que podia tirar as férias todas naquele momento. Mas tenho uma amiga que tem uma filha na escola e os colegas não querem aproximar-se dela, dizem-lhe coisas más. Os colegas não se querem aproximar no recreio. Por isso quis fazer este vídeo para dizer às pessoas de todo o mundo para nos dar apoio e para dizer que não somos um vírus”, disse ao HM. A jovem assegura que as lojas na Avenida da Liberdade se ressentiram muito com a falta de turistas chineses. Já Lucas Borges, um colega de trabalho brasileiro, diz ter assistido a muitas cenas na loja, em que clientes estrangeiros evitaram aproximar-se de clientes chineses. Xu Ye, com 23 anos, também participa no vídeo e viu-se obrigado a deixar de trabalhar temporariamente como agente de viagens. Daniela Yin, trabalhadora num escritório de contabilidade, não foi vítima de discriminação, pois o patrão é chinês. Mas a jovem deseja que o racismo não estrague a boa relação que portugueses sempre tiveram com chineses. “A relação entre a China e Portugal é muito boa e vai desenvolver-se”, adiantou ao HM.
Politicamente correcto João Romão - 21 Fev 20205 Mar 2020 [dropcap]C[/dropcap]om mais ou menos acordo sobre normas ortográficas cuja discussão prefiro evitar, mas assumindo-me – por não ter outro remédio – como pessoa relativamente aborrecida e vagamente anacrónica, mantenho profunda simpatia pela ideia de “politicamente correcto”, escreva-se lá como for, por essa tentativa de assumir que os nossos comportamentos quotidianos, as nossas escolhas, as nossas opções de vida, a forma como nos relacionamos com o trabalho e com a sociedade, a nossa linguagem, ou até o que comemos e consumimos, têm frequentemente implicações sobre as outras pessoas, sobre a vida comunitária que temos e a que podíamos ter, sobre o presente em que vivemos e o futuro a que podemos aspirar. Muito do que fazemos é da esfera da política e tem consequências sobre nós e também sobre as comunidades em que nos inserimos. Comportarmo-nos, escolhermos, agirmos, falarmos, votarmos, em função dos nossos valores e das nossas preferências em relação ao tipo de sociedade em que queremos viver é aquilo a que gosto chamar “politicamente correcto”. Tem mais a ver com uma certa decência cívica do que com regras de etiqueta, boa educação e preceitos sociais que nos fazem aceitar, frequentemente com alguma hipocrisia, determinadas normas de linguagem e ação com as quais se harmonizam suficientemente comportamentos sociais dominantes que garantem certa harmonia entre as pessoas nas suas interações quotidianas. São coisas diferentes, portanto: as normas de etiqueta conduzem necessariamente a uma certa homogeneização que tende à eliminação do conflito, por assentarem em regras colectivamente aceites, ainda que de forma implícita; a ação politicamente correta frequentemente conduz (ou devia conduzir) ao conflito, por traduzir valores e consciências políticas individuais, com frequência divergentes e com fundamentos em diversos interesses, individuais ou de grupo, e diversas formas de entender o mundo e a sociedade. Que esse conflito fosse aceite com naturalidade e resolvido tranquilamente seria o mínimo a esperar em sociedades democráticas. Que esse diferenças sejam motivo para que supostas maiorias imponham violentamente a exclusão de comportamentos, acções ou grupos minoritários, há muito que deixou de ser aceitável em democracia. Ou pelo menos assim parecia. Vem isto, evidentemente, a propósito de Marega, acidental ponta-de-lança da defesa dos valores democráticos na sociedade portuguesa, com os dedos do meio em riste e apontados com inequívoca clareza e determinação à turba alarve e ululante que o foi brindando com reiterados e sistemáticos insultos racistas durante um jogo de futebol. Que magnífica demonstração de correcção política, a do avançado que a seguir abandonou o relvado, deixando subitamente em claro fora de jogo companheiros de equipa, adversários, árbitros, espectadores no estádio e na televisão, enfim, quase todos nós, os que em nome de uma certa pacificação da convivência social vamos aceitando a normalização da alarvidade, do racismo e de tantas outras formas de intimidação e violência sobre quem é tido como mais fraco, seja por estar em minoria, seja por não ter acesso a formas de poder que lhes garantam a proteção necessária frente à boçalidade ou a outras formas mais ou menos evidentes de intimidação e agressão. Os estádios de futebol têm sido zonas francas para esta selvajaria. Paga-se o bilhete e entra-se numa arena onde muito remotamente se aplica a legislação em vigor sobre o direito ao bom nome ou à proteção perante o insulto, a violência verbal e a intimidação psicológica, quando não física. Tudo faz parte da normalidade de uma tradição alegadamente desportiva e popular, generalizadamente aceite à esquerda e à direita do espectro político. As coisas ficarão mais evidentes quando se vai ao futebol com uma criança pequena, como me aconteceu quando levei o meu filho, na altura com 3 ou 4 anos, a ver um jogo de um obscuro campeonato distrital. Aquilo que seria uma oportunidade de vivenciar um suposto ritual festivo rapidamente se transformou num penoso exercício explicativo – ou evasivo – sobre variantes e nuances da língua portuguesa, ali aplicadas com profunda sabedoria e ampla variedade na agressão e intimidação de quem ouse aparecer pela frente da nossa maravilhosa equipa. Vale tudo nessas bancadas – e sabemos disso, as pessoas que vamos a estádios porque gostamos de futebol ou porque somos adeptos de um formidável clube, muito mais formidável do que qualquer outro. Viria o árbitro da partida a registar em competente acta o ignóbil comportamento dos adeptos em questão. Fica-lhe bem a tardia atenção mas falhou no essencial, que é aplicar as regras do jogo no momento certo: interrupção imediata e derrota da equipa cujos adeptos praticaram reiterada e inequivocamente actos de agressão racista em relação a um jogador adversário, como mandam as leis. Está tudo escrito e é o mínimo que a decência impõe, por muito que façamos de conta que não se passa nada. O mesmo se aplica, de resto, aos colegas de equipa, treinadores e dirigentes do clube de Marega: lá estiveram eles, diligentes e ufanos, a tentar convencer o jogador a permanecer no rectângulo de jogo. Debalde: não houve grito ou obstáculo que demovesse da sua correcta e sábia decisão o magnífico avançado dos dedos em riste. Ficamos a dever-lhe a lição de civismo e reivindicação dos nossos direitos mais enquanto pessoas. Corremos menos riscos de que as coisas se passem da mesma forma na próxima ocasião. E vai haver uma próxima ocasião, evidentemente. Esta esteve longe de ser a primeira, quer em Portugal quer noutras paragens. Em Inglaterra, por exemplo, esta tem sido uma temporada de recordes no que diz respeito a incidentes racistas contra jogadores. Não será tão estranho como isso, afinal. Vivemos tempos em que a alarvidade da violência racista – e machista, já agora – vai ganhando peso e representação institucional, com cada vez menor dissimulação da linguagem e dos comportamentos intimidatórios. Além de abjectos, estes actos constituem atropelos evidentes aos direitos humanos e crimes claramente definidos por lei. Vivemos tempos em que o autoritarismo e a violência sobre minorias se vêm legitimadas pelo discurso de presidentes, primeiros-ministros, deputados, presidentes de câmara, seja em Portugal, em Itália, em Inglaterra, nos Estados Unidos, na Bolívia ou no Brasil. Não pode haver tréguas, por parte dos que queremos estar do lado de cá da democracia, no combate politicamente correcto a esta recuperação do fascismo: não é com diálogo, é com o dedo do meio devidamente em riste.
Chave na ignição Pedro Arede - 21 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s sinais são positivos. Ausência de novos casos há mais de uma quinzena. Jardins parcialmente abertos. Mais movimento. Casinos de volta à vida. Admito que, ao contrário do que esperava, ver novamente as luzes dos casinos acesas dá algum alento, apesar de não ter vontade (nunca tive) de fazer apostas. No entanto o sentimento é agridoce. Na rua, os altifalantes continuam a pregar apelos para evitar concentrações e ficar em casa sempre que possível. As grades de muitos estabelecimentos continuam em baixo e atrás delas não é difícil imaginar algumas histórias trágicas, derivadas da ausência de negócio. Não tenho dúvida que daqui a alguns anos vamos voltar a falar dos dias que estamos a viver e da forma como se deu a volta à situação e o que mudou numa cidade, que talvez nunca mais vai voltar a ser mesma e que, como disse até o empresário Jorge Neto Valente, sofreu danos irrecuperáveis a nível económico. Vejamos agora como é que Macau e as suas pessoas irão acolher as inúmeras ondas de choque desta crise, que só agora estão a chegar e deverão fazer vir ao de cima todo o tipo dificuldades, mesmo a nível pessoal, económico ou familiar. Não há receitas certas e mesmo as boas ideias para solucionar problemas podem dar errado mas, pelo menos, há boa vontade e parece começar a haver algum alento, pelo menos, para recomeçar em algumas frentes. Acredito que o motor ainda não começou a andar mas pelo menos a chave já está na ignição. Veremos agora se chega a hora de a rodar ou voltar a tirar para esperar mais um pouco.
Uma vida simples Valério Romão - 21 Fev 20205 Mar 2020 [dropcap]A[/dropcap] despeito de tudo quanto penso ter aprendido ao longo do titubeante percurso a que chamo “a minha vida até agora” – de certa forma bastante privilegiado por contraste com a vida dos meus pais, por exemplo – há coisas que me descubro a fazer nas quais as figuras de pai e de mãe se intersectam em mim, pequena roda dentada movendo a intemporal engrenagem do cuidado e da preocupação que em cada geração e sob diferentes roupagens transforma um ser humano banalmente autocentrado em mãe, e, com alguma sorte e mais trabalho, em pai. Ao contrário do que imaginava na adolescência, ser mãe ou pai não é de todo fácil. E a dificuldade não reside “nas grandes questões” mediante as quais os adolescentes fazem questão de ridicularizar a geração que lhes precede. O problema, como quase sempre, não são os grandes ideais, o abstracto ou as questões morais da época. O problema é mesmo o dia-a-dia, as pequeninas coisas que conformam a teia mais ou menos segura da quotidianidade: o lugar da pasta de dentes, a conta da luz, o facto de ninguém se parecer importar com a forma como o tapete fica geometricamente desalinhado em relação à cómoda quando se passa por ele sem ter o cuidado de o endireitar depois. Apesar dos inegáveis avanços técnicos, sociais e culturais que o império a prazo a que chamamos humanidade tem produzido, ainda ninguém nasce herdando qualquer tipo de conhecimento. A enormíssima vantagem do humano – a sua indeterminação cognoscente originária – implica, por outra parte, que cada um tem de aprender tudo outra vez: a andar, a falar, a comer com talheres, a namorar, álgebra e metafísica, a mudar uma fralda, a fazer o luto. Somos todos repetidamente principiantes. E isso nota-se quando se tem um filho: aqueles que nos precederam sentiram aquilo que estamos a sentir em cada fase do processo pelo qual se consolida paternidade ou maternidade. As mesmas inseguranças, as mesmas dúvidas, a mesma incapacidade de confessar a ocasional vontade de desistir de tudo. É quando muito cedo pela manhã e em modo automático preparo o meu filho para o deixar na escola que mais sinto o quanto cresci enquanto pai (há outras ocasiões em que sinto precisamente o oposto, pelo que o saldo oscila entre neutro e suficiente menos, não dando lugar a qualquer assomo de orgulho). A necessidade acaba por instalar alguma disciplina nos lugares das coisas, nos gestos, na sequência dos actos. A pobre criança, que outrora tinha de acordar muito mais cedo para parecer vagamente humana ao passar pelo portão da escola tem agora a oportunidade de, acordando uma hora mais tarde, sair de casa mais compostinha. Deve ser a isso que os economistas da nossa praça chamam eficiência. Talvez me tenha tornado alemão na questão da paternidade. Há um conto do Tolstói, chamado Padre Sérgio, no qual um clérigo tomado pelas dúvidas em relação ao comportamento adequado em terra para chegar ao céu acaba, depois de muitas atribulações particularmente gráficas, por compreender a simplicidade e a sua necessidade, a segurança da rotina, os pequenos passos indispensáveis para percorrer um caminho que ele queria atalhar num salto grandioso. A vida é muitas vezes isso mesmo: uma difícil e demorada tensão para a simplicidade.
Ser é querer António de Castro Caeiro - 21 Fev 2020 [dropcap]“S[/dropcap]er é querer” leio no tratado da liberdade humana (Investigações Filosóficas sobre a Essência da Liberdade Humana, 1809) de Schelling (Friedrich Wilhelm Joseph Schelling 1775-1854). Não é um querer de uma vontade qualquer, dessas que se apregoam nos livros de auto ajuda, como se não fôssemos os objectos preferenciais de ajuda. Nem é o querer da frase batida: “querer é poder”. Não se entendermos a frase como o slogan do empreendedorismo da self-made mulher/homem de sucesso, entendido como o êxito expresso no que pode financeiramente, na vida boa que “tem”. Schelling interpreta este “querer” como o agir acção de uma vontade de um “eu”, não existindo nada que não seja conforme a um “eu”. Toda realidade objectiva estudada pela mecânica pode ser considerada uma natureza morta. Contudo, a natureza morta existe paredes meias com a natureza viva. A inércia existe em tensão com o movimento. São manifestações possíveis de um mesmo sujeito. O inorgânico tem em si partículas subatómicas numa dança louca inimaginável e como quer que pensemos átomos, não é de certeza em sossego. Diz Schelling que o ser humano em particular no fundo do seu ser tem um querer. Querer é ser. Cada pessoa para existir passa por este ser a querer. Todo o viver é interpretado como um querer. O romper da aurora tende ao nascer do dia. O crepúsculo tende ao cair da noite. Ir nas horas tende ao fim de cada uma. O fim de cada hora e de cada tempo é o início de cada outra hora e de cada outro tempo ou fase de tempo. Todo o instante está cheio de um ser que é um querer mesmo quando não pensa que quer ou deixa de querer, mesmo até quando explicitamente não quer ou quer que qualquer coisa não aconteça. Não querer não é nada. Não querer exprime-se em cada pessoa de formas extraordinárias de protesto, em que se diz não, age contra, interdita, proíbe, boicota, cria distância, afasta, desiste, renuncia. Querer testemunha-se de modo extremo quando achamos que não conseguimos, quando sentimos que estamos à beira da desistência, quando parece mesmo que não se é capaz. Querer é oferecer resistência, é não desistir, é insistir. Falamos connosco na segunda pessoa do singular do presente do imperativo “aguenta!”. Pedimos capacidade de resistência e um instante de tempo para perseverar. Um só instante em que “não deitamos a toalha ao chão”, um breve lapso de tempo, pode representar toda uma vida de sentido. O momento em que se desiste dura o mesmo tempo que o momento em que se resiste menos aquele brevíssimo instante em que se fica ainda. Esse brevíssimo instante de resistência dá sentido a toda uma vida. O tempo da desistência, mais breve do que o da resistência, estende a sua sombra por toda a nossa vida, é lamentado e temos pena de não ter aguentado. Não ter sido não quer dizer que não “seja”. Aquilo de que desistimos e não fizemos, aquilo a que renunciamos e que não fomos, o “não”, o negativo, a nulidade existe e está encastrado nas nossa vidas. Mas Schelling dá um sentido decisivo ao querer ser de que cada pessoa é portadora. Não é apenas um querer resistir nem um não querer desistir, nem a avaliação complexa das diversas possibilidades que se jogam nas nossas decisões com verdades e consequências, bases, motivos e fundamentos num complexo de relações. Desistir pode ser sensato como resistir. É óbvio. Em todo o caso, parece que é depois de “elas se darem” que podemos fazer um diagnóstico da situação, o que contradiz a própria ideia de diagnóstico, porque vem tarde demais. E não só. Não sabemos bem se poderíamos escolher de outra maneira, adoptar outras medidas diferentes, resolver de outro modo. Ser é querer porque o seu sentido como todo o querer é futuro. Não apenas o que cada um de nós quer não é possuído ou se o é, queremos continuar a ter isso à nossa disposição, como o que move todo o querer é algo que se quer ao manifestar-se a partir do futuro como um polo de atracção que nos atrai para si, que é sexy, tem sex appeal, nos vira para lá, mexe connosco, faz-nos virar para lá, orienta-nos e dirige-nos. Mas o querer do ser não é de uma única coisa, de muitas coisas ou de todas elas. Para o querer do ser é o querer de si, um querer-se a si nas suas manifestações positivas: querer simplesmente e positiva: “não quero mais isto!”. Schelling diz que há em cada ser humano uma saudade que faz vibrar todo o nosso ser, porque é a própria vibração do ser a ser, independente de mim, ti, dela ou dele. É uma saudade do ser que faz querer, um querer de nada em particular mas sempre de um querer-se-a-si, não para continuar a ser o que é, mas que se perspectiva como nunca tendo sido. Querer-se a si descobre-me como não existindo, não tendo sido verdadeiro, não tendo sido o meu potencial. E desse meu eu verdadeiro que não fui ou ainda não fui que o ser tem saudades, afinal eu não fui ainda. As saudades de me parir.
Surto | China e ASEAN juntos no combate ao Covid-19 Hoje Macau - 21 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] China e dez países do sudeste asiático concordaram ontem em fortalecer a colaboração para combater o novo coronavírus (Covid-19), que deixou mais de 2.100 mortos e mais de 74.000 infectados na China continental, epicentro da epidemia. O anúncio foi feito através de uma declaração conjunta dos dez ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, após uma reunião especial na capital do Laos. Os ministros comprometem-se a trocar informações e tecnologia para combater a epidemia. Prometeram ainda visitas recíprocas de especialistas e a promoção da investigação de medicamentos e vacinas contra o coronavírus. Também concordaram em combater a desinformação e as notícias falsas, além de ajudar os sectores económicos, especialmente as pequenas e médias empresas, afectados pela epidemia. “A troca de comunicação entre a ASEAN e a China é essencial”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Retno Marsudi, num comunicado de imprensa separado, pedindo que uma linha directa seja estabelecida entre o bloco e Pequim. Retno também observou a importância de aumentar a educação pública para evitar confusões sobre a epidemia. Wang Yi agradeceu a ajuda de mais de 160 países e 30 organizações internacionais dada à China. Alguns países da ASEAN, como Singapura, Vietname e Filipinas, proibiram a entrada de viajantes da China, enquanto a Malásia impôs restrições aos que chegavam da província chinesa de Hubei e o Vietname fechou parte da fronteira terrestre com a China. No passado, Pequim descreveu essas medidas excessivas e lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou contra a restrição do tráfego internacional de passageiros. A ASEAN é composta por Myanmar (Birmânia), Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.
Surto | China e ASEAN juntos no combate ao Covid-19 Hoje Macau - 21 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] China e dez países do sudeste asiático concordaram ontem em fortalecer a colaboração para combater o novo coronavírus (Covid-19), que deixou mais de 2.100 mortos e mais de 74.000 infectados na China continental, epicentro da epidemia. O anúncio foi feito através de uma declaração conjunta dos dez ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, após uma reunião especial na capital do Laos. Os ministros comprometem-se a trocar informações e tecnologia para combater a epidemia. Prometeram ainda visitas recíprocas de especialistas e a promoção da investigação de medicamentos e vacinas contra o coronavírus. Também concordaram em combater a desinformação e as notícias falsas, além de ajudar os sectores económicos, especialmente as pequenas e médias empresas, afectados pela epidemia. “A troca de comunicação entre a ASEAN e a China é essencial”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Retno Marsudi, num comunicado de imprensa separado, pedindo que uma linha directa seja estabelecida entre o bloco e Pequim. Retno também observou a importância de aumentar a educação pública para evitar confusões sobre a epidemia. Wang Yi agradeceu a ajuda de mais de 160 países e 30 organizações internacionais dada à China. Alguns países da ASEAN, como Singapura, Vietname e Filipinas, proibiram a entrada de viajantes da China, enquanto a Malásia impôs restrições aos que chegavam da província chinesa de Hubei e o Vietname fechou parte da fronteira terrestre com a China. No passado, Pequim descreveu essas medidas excessivas e lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou contra a restrição do tráfego internacional de passageiros. A ASEAN é composta por Myanmar (Birmânia), Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.