Biografia de Pedro José Lobo editada em inglês

O Instituto Internacional de Macau (IIM) vai apresentar no próximo sábado no Salão Nobre do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), uma edição em língua inglesa da biografia de Pedro José Lobo intitulada “Everyday is Mine”.

Lançada originalmente em 2020, a obra da autoria do seu neto, Marco Lobo, retrata a vida do antigo presidente do Leal Senado de Macau (1959-1964), nascido em Timor-Leste e considerado um importante empresário, político, filantropo, funcionário público, músico, dirigente associativo e dinamizador cultural.

A biografia agora integrada na colecção “Suma Oriental”, pode ler-se num comunicado oficial, relata ainda o período de Pedro José Lobo enquanto chefe de Repartição Central dos Serviços Económicos, altura em que se destacou durante a Segunda Guerra Mundial, na resolução do Incidente das Portas do Cerco. A sessão de apresentação acontece pelas 18h00 e requer uma inscrição prévia por parte dos participantes.

Covid-19 | Alvis Lo rejeita vacinação ou teste obrigatório em crianças

No seguimento da aprovação da vacinação a partir dos três anos, o Director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long, garantiu que a apresentação de certificado de vacinação ou teste negativo à covid-19 não será obrigatória para ir à escola, como já acontece na Função Pública. Nova aplicação do código de saúde com função de rastreio já foi descarregada 40 mil vezes

 

Alvis Lo Iek Long, director dos Serviços de Saúde (SSM) assegurou ontem que, apesar da inclusão da faixa etária entre os 3 e os 11 anos no grupo elegível para ser inoculado contra a contra a covid-19, a apresentação de certificado de vacinação ou resultado negativo de um teste de ácido nucleico, não será obrigatória para as crianças irem à escola.

Citado pelo canal chinês da TDM-Rádio Macau, o responsável disse que, pela sua natureza, as escolas não podem seguir o exemplo da Função Pública, mas que o aumento das exigências de vacinação será bem-vindo, desde que não vá contra a o princípio da voluntariedade.

“Não podemos impor esse tipo de restrições ao nível da vacinação, impedindo assim as crianças [não vacinadas] de ir à escola”, apontou o director dos SSM, referindo-se aos alunos do ensino não superior.

Recorde-se que, actualmente, as orientações dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) estipulam que todos os funcionários públicos tenham de apresentar comprovativo de vacinação ou teste de ácido nucleico com resultado negativo feito nos últimos sete dias.

Tudo vai bem

Sobre a nova aplicação para telemóvel do Código de Saúde, que inclui a funcionalidade de registo de itinerários das população e está actualmente em fase experimental, Alvis Lo revelou que o software já foi descarregado por 40 mil utilizadores desde o seu lançamento a 28 de Novembro. O responsável classificou ainda a resposta da população como “positiva” e salientou que “não foram identificados grandes problemas” com a utilização da aplicação.

Paralelamente, acrescentou, está a decorrer um programa de sensibilização que visa os proprietários de estabelecimentos e outras instituições. Questionado sobre a utilização da aplicação de rastreamento será obrigatória para frequentar transportes públicos, Alvis Lo disse que o tópico terá que ser estudado.

Recorde-se que a nova aplicação serve para fazer um ‘scan’ a um código QR dos locais frequentados, permitindo assim a entrada no interior dos espaços e registar o percurso dos utilizadores.

Relativamente ao alargamento do prazo dos testes de ácido nucleico de 48 horas para sete dias, para entrar em Zhuhai, Alvis Lo referiu que a decisão foi tomada após um “estudo de ambos os lados da fronteira”, lembrando que as medidas anti-epidémicas de Macau são “altamente consistentes” com as restrições impostas pela Comissão Nacional de Saúde.

Pearl Horizon | Direitos de aquisição em venda judicial


Encontram-se em venda judicial dois “direitos de aquisição” de fracções no empreendimento Pearl Horizon. A informação consta do portal dos tribunais da RAEM e os direitos resultaram de contratos-promessa assinados com a Sociedade de Importação e Exportação Polytex, a 19 de Março de 2013.

Segundo os dados revelados, a venda é o resultado de um pedido de execução de dívida. O direito de aquisição da fracção habitacional B35 tem um preço mínimo de 2,5 milhões de patacas. O direito para a fracção E25 tem um preço mínimo de 3,1 milhões de patacas.

O empreendimento de luxo Pearl Horizon era para ser construído na Areia Preta. Contudo, a construção foi abortada, porque o Governo da RAEM recuperou o terreno, por considerar que o mesmo não foi aproveitado durante a concessão de 25 anos. A decisão, ao abrigo da nova Lei de Terras, resultou em vários lesados e vários processos em tribunal com diferentes envolvidos.

Após a recuperação do terreno, o Governo decidiu utilizar a terra disponível para construir habitação económica e habitação para troca, no âmbito do futuro programa de Renovação Urbana. Os lesados do empreendimento tiveram direito de preferência na compra das fracções que vão ser construídas pela Administração, e 1.902 deles aceitaram a opção de ficar com uma casa na futura construção.

Turismo | Número de visitantes a subir e CCTV elogia Macau

Um “ponto iluminado”. É desta forma que um dos principais órgãos estatais chineses elogiou a RAEM e as medidas de controlo da pandemia

 

A RAEM é um “ponto iluminado” para o turismo, devido à segurança e às medidas aplicadas para controlar a pandemia. Os elogios partiram de um artigo publicado na segunda-feira no canal estatal CCTV, citado pela Reuters, sobre o mercado do turismo do Interior este ano.

A região de Macau é assim destacada no que diz respeito às previsões sobre o crescimento do turismo por parte dos cidadãos do Interior. De acordo com as estimativas oficiais, apresentadas pela CCTV, até ao final do ano o mercado do turismo do Interior deverá ser de 25,62 milhões de viajantes, o que representa um aumento de 25 por cento face a 2020, quando o número registado foi de 20,34 milhões de viajantes.

No entanto, grande parte dos turistas não viajaram para Macau. De acordo com as estatísticas oficiais, entre Janeiro e Setembro, a RAEM foi visitada por 5,24 milhões de pessoas do Interior.

O número de 25,62 milhões de viajantes está muito longe dos níveis pré-pandemia, quando o mercado do turismo do Interior representava um valor superior a 100 milhões de turistas e 255 mil milhões de dólares norte-americanos em despesas nos lugares visitados.

Macau tem sido um dos destinos mais afectados com a queda do turismo do Interior. No ano de 2019, o último antes da pandemia, a RAEM tinha recebido 27,93 milhões de turistas do Interior. Em 2020, os visitantes foram “apenas” 4,75 milhões.

E o futuro?

As estatísticas oficiais não apresentam estimativas para o mercado do turismo no próximo ano. No entanto, a mensagem transmitida é que as viagens podem ser facilitadas, dependendo das medidas de controlo da pandemia adoptadas pelos diferentes destinos.

Segundo a CCTV, citada pela Reuters, o ritmo da recuperação em 2022 vai “depender de como cada destino lidar com a pandemia”. Com as medidas restritivas de circulação em Macau e o encerramento ao exterior, tal poderá indicar que o mercado vai continuar a crescer.

Macau é uma das poucas jurisdições com uma bolha de viagem com o Interior, que dispensa o cumprimento de medidas de quarentena. Estas só são implementadas quando são detectados casos em regiões específicas ou na própria RAEM.

O Governo já mostrou vontade de recuperar entradas ao nível das visitas de excursionistas, suspensas desde o início da pandemia. Esta retoma seria um reforço para o turismo local.

Contudo, Ho Iat Seng já indicou que a taxa de vacinação entre a população vai ter de subir para 80 por cento. Por outro lado, o esforço pode implicar que a RAEM vai continuar a exigir quarentenas elevadas a destinos considerados de risco elevado, como é classificado todo o mundo, à excepção do Interior, Hong Kong e Taiwan.

Deputados querem aumentar segurança nos centros de explicações

A garantia da segurança física e psicológica é a principal preocupação dos deputados que estão a analisar a lei da actividade dos centros particulares de apoio pedagógico complementar. O objectivo foi traçado por Ella Lei, presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, após a reunião de ontem.

“No nosso encontro de hoje [ontem] discutimos a questão do número mínimo de alunos para que os centros estejam regulados pela lei. A proposta do Governo diz que os centros são abrangidos se tiverem pelo menos cinco alunos”, começou por destacar Ella Lei. “Mas, e os centros com menos de cinco alunos, com por exemplo três? Ficam num vazio legal e fora da regulamentação? São vários os deputados preocupados porque o essencial é garantir a segurança e a integridade física e psicológica dos alunos”, justificou.

Com a proposta, espera-se também afastar dos centros os funcionários que tenham sido condenados por crimes de violência doméstica e crimes sexuais. O assunto esteve ontem em cima da mesa, mereceu grande atenção, e é visto como um dos requisitos mais importantes para que os centros possam ser licenciados para o exercício da actividade pelo Governo.

O nome das coisas

Ainda para assegurar o bem-estar dos alunos do ensino não-superior há mais aspectos da lei que colocam reservas aos legisladores, como a exigência de condições de iluminação e ventilação “adequadas”. Segundo os membros da comissão, a definição do diploma é demasiado geral.

“Na proposta de lei consta que as instalações dos centros têm de ser adequadas ao nível da iluminação e ventilação, para assegurar a integridade dos alunos. Só que nos parece que o texto deve ser mais concreto nas exigências face a estes aspectos e ao que se entende pelas condições adequadas”, justificou.

Os temas em discussão identificados nesta primeira reunião interna, que só envolveu deputados, vão ser levantados junto dos representantes do Governo, numa próxima reunião que deve ser agendada rapidamente.

Educação | Marcelo e Ho aplaudem cooperação no ensino superior

Ho Iat Seng e Marcelo Rebelo de Sousa participaram na abertura da Conferência do Fórum de Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa. Os governantes destacaram o papel da cooperação das instituições de ensino superior na divulgação da língua portuguesa, na formação de quadros qualificados e na preparação para os desafios da era pós-pandémica

 

O Instituto Politécnico de Macau e o Instituto Politécnico de Setúbal recebem até sexta-feira a 11.ª Conferência do Fórum de Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (FORGES), transmitida simultaneamente na internet para países e regiões de língua portuguesa, para o Interior da China e para Macau.

O evento tem como objectivo “aproximar toda a comunidade académica, em especial decisores da política educativa, membros dos órgãos de gestão das instituições de ensino superior, administradores, docentes e investigadores”, com o intuito de reflectir sobre os principais temas estruturantes do ensino superior, assumindo-se como espaço de cooperação, partilha, aprendizagem e investigação de referência”. Ao longo desta semana, até sexta-feira, o evento vai reunir investigadores e instituições de ensino superior de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor.

No discurso de abertura, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, começou por afirmar que o formato da conferência online se “enquadra perfeitamente no tema ‘A Cooperação no Ensino Superior dos Países e Regiões de Língua Portuguesa Perante os Desafios Globais’”. O Chefe de Estado agradeceu a hospitalidade do Instituto Politécnico de Setúbal e o “empenho particular do Instituto Politécnico de Macau”, e afirmou que o Ensino Superior tem de estar à altura dos desafios que o Mundo tem pela frente.

O Presidente português destacou o desempenho das instituições académicas durante as fases mais difíceis da pandemia, principalmente em termos de resposta científica, pedagógica e de apoio social aos estudantes e o serviço à comunidade. Mas também minimizando o impacto da pandemia, contribuindo com conhecimento importante para a testagem, criação de equipamentos e sensibilização para a vacinação.

“Como académico que sempre fui e serei, a dimensão mais importante da minha vida, mas também como Presidente da República Portuguesa, quero testemunhar-vos a solidariedade, em torno dos valores que são os nossos e são os vossos”, afirmou realçando o empenho das instituições, “no sentido de recomeçar e ressurgir neste período, quase, quase, quase pós-pandémico”.

O papel que lhe cabe

Por seu lado, Ho Iat Seng garantiu que Macau assumirá o papel de servir de “plataforma sino-lusófona, aprofundando os intercâmbios e a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

O Chefe do Executivo assinalou que o Governo da RAEM apoia a cooperação profunda com os Países de Língua Portuguesa no ensino superior e na formação de quadros qualificados. Assim sendo, o governante garantiu que serão dadas condições para o “intercâmbio de professores e alunos, de organização conjunta de cursos conferentes de grau académico e de construção conjunta de laboratórios de investigação e a formação de mais quadros bilingues em chinês e português”.

O evento junta mais de 500 participantes, vindos de mais de 60 instituições de ensino superior e instituições dos países e regiões de língua portuguesa.

Lei Chan U | Lei de captação de talentos deve desenvolver Macau

Lei Chan U está preocupado com a possibilidade de os novos talentos serem canalizados exclusivamente para o desenvolvimento do projecto da zona de cooperação em Hengqin, deixando Macau para segundo plano.

Para o deputado, o Regime de Captação de Quadros Qualificados, “não apresenta recomendações claras” sobre a forma de desenvolver os talentos locais. “O futuro regime deve definir claramente as obrigações e responsabilidades que os talentos devem cumprir para fomentar e orientar os talentos de Macau”, declarou Lei Chan U em comunicado.

Por isso mesmo, o deputado ligado aos Operários defende que a nova lei deve definir como “requisito obrigatório” que os talentos “importados” ao abrigo do diploma contribuam para o crescimento da economia local. Isto, quando o documento de consulta prevê a atribuição de “pontos adicionais” para candidaturas destinadas a desenvolver as áreas da saúde, finanças modernas, tecnologia de ponta e cultura e desporto, apontadas a Hengqin.

“Se não se exigir aos quadros qualificados (…) que invistam e desenvolvam Macau, como é que isso poderá contribuir para o crescimento das indústrias locais, especialmente das emergentes, e à criação de empregos para a população local, especialmente para os jovens?”, questionou Lei Chan U.

Talentos | Comissão não esclarece exclusões por nacionalidade

A nova lei de captação de talentos que se encontra em consulta pública prevê a exclusão de indivíduos de “determinadas nacionalidades”. A Comissão de Desenvolvimento de Talentos recusou-se a especificar ao HM os países excluídos e vincou que a medida tem como referência a experiência das regiões vizinhas, nomeadamente Hong Kong

A Comissão de Desenvolvimento de Talentos (CDT), entidade responsável por submeter a consulta pública o novo Regime de Captação de Quadros Qualificados, escusou-se a esclarecer as nacionalidades que podem justificar a exclusão de candidatos que pretendam trabalhar em Macau.

Recorde-se que no capítulo referente aos factores de ponderação, a nova lei prevê, sem especificar, que algumas nacionalidades possam servir de argumento para excluir candidatos. “O Programa de Captação de Quadros Qualificados não é aplicável a indivíduos de determinadas nacionalidades (caberá aos serviços competentes a apreciação e imposição de restrições)”, é referido no documento que está em consulta pública até 24 de Dezembro.

Questionado pelo HM sobre os países a que se refere o novo regime e as razões para introduzir as restrições, a Comissão de Desenvolvimento de Talentos, limitou-se a dizer que a medida está em linha com as práticas de outros países e regiões.

“O facto de prever a não aplicabilidade do programa a indivíduos de determinadas nacionalidades tem por referência a experiência adquirida em programas semelhantes praticados por outros países e regiões, cabendo futuramente aos serviços competentes proceder à apreciação desta matéria”, pode ler-se na resposta enviada ao HM.

Sobre a possibilidade de a medida ser considerada discriminatória, dado que pode resultar na exclusão de talentos necessários a Macau, não pela sua qualificação profissional, mas devido à proveniência dos quadros qualificados, a CDT não respondeu directamente, mas acrescentou que a sua principal inspiração foi o “Quality Migrant Admission Scheme”, de Hong Kong.

“Tomando como referência as experiências das políticas de captação dos quadros qualificados das outras regiões, também existem restrições dirigidas a determinados destinatários, como o ‘Quality Migrant Admission Scheme’ de Hong Kong, que também não é aplicável aos cidadãos de certos países”, acrescentou o organismo.

De referir que o “Quality Migrant Admission Scheme” não é aplicável a nacionais do Afeganistão, Cuba, Laos, Coreia do Norte, Nepal e Vietname, não constando no regulamento do plano qualquer explicação adicional sobre a matéria.

Como água

Na resposta enviada ao HM, a Comissão de Desenvolvimento de Talentos vinca que o novo Regime de Captação de Quadros Qualificados “irá prever critérios de notação que sejam abertos e transparentes”, assentando sobretudo em factores de ponderação como a habilitação académica, qualificação profissional ou credenciação sectorial, experiência profissional e realização pessoal.

“Os indivíduos provenientes de outros locais podem apresentar a sua candidatura e aqueles que satisfaçam os requisitos essenciais, de acordo com a sua classificação e pontuação atribuída, poderão preencher as devidas quotas”, apontou a CDT.

Recorde-se que o novo regime de captação de talentos prevê três programas de diferentes níveis, designados como “quadros altamente qualificados”, “quadros de excelência” e “quadros altamente especializados”. Entre as principais metas está a necessidade de desenvolver as áreas da saúde, finanças modernas, tecnologia de ponta e cultura e desporto para construir a zona de cooperação de Hengqin e colmatar lacunas de recursos humanos. O número total de quotas anuais de todos os programas não deve exceder as mil.

Vacina da Sinopharm aprovada para crianças a partir dos 3 anos

O Governo aprovou a vacinação para maiores de três anos com a vacina inactivada da Sinopharm. A informação foi revelada através de um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial (BO).

“A vacina inactivada é aplicável às pessoas com idade igual ou superior a três anos e inferior a 60 anos e às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos com boas condições de saúde e maior risco de exposição”, pode ler-se no despacho.

Por outro lado, a vacina contra a covid-19 da BioNTech, baseada no RNA mensageiro (mRNA), continua apenas aplicável a maiores de 12 anos, é dito na mesma nota.

Dado que o despacho entrou ontem em vigor, os pais ou encarregados de educação das crianças incluídas no intervalo etário ​​podem proceder de imediato à marcação da vacina. Em comunicado, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus lembra que os menores de 18 anos que pretendem administrar a vacina contra a covid-19 devem obter o consentimento dos pais ou tutores.

Seguir o exemplo

A decisão das autoridades de Macau, vem no seguimento do anúncio da inclusão das crianças entre os 3 e os 11 anos no lote de elegíveis para a toma da vacina, tanto no Interior da China, como em Hong Kong.

Recorde-se que na sexta-feira, o Centro de Coordenação indicou que a taxa de vacinação em Macau atingiu os 70 por cento, uma percentagem que inclui pessoas inoculadas com a primeira e segunda dose, mas que “continua baixa” entre os idosos. Isto, tendo em conta que a percentagem de habitantes com as duas doses tomadas é de 58,96 por cento.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus indicou que a taxa de vacinação mais baixa se verifica a partir dos 60 anos: 57,8 por cento entre os 60 e os 69 anos, 37,1 por cento entre os 70 e os 79 anos e 12,2 por cento no grupo de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos.

As maiores taxas de vacinação concentram-se entre os 20 e 29 anos (91,4 por cento), entre os 30 e os 39 anos (94 por cento) e entre 40 e 49 anos (97,8 por cento).

Na mesma ocasião, Centro de Coordenação aproveitaram para frisar que “o risco de ocorrência de doença grave e até mortal”, nesse grupo etário, “após a infecção por covid-19 é 100 vezes maior do que o normal” e que os idosos que não foram vacinados “apresentam um risco de infecção grave e de morte nove vezes maior do que os idosos que foram vacinados.

Respostas de bandeja

A semana passada, numa escola secundária de Hong Kong um professor fez um teste de preparação para os seus alunos com perguntas muito semelhantes às do exame uinificado. Depois do exame ter terminado, alguns alunos apresentaram queixa e a escola decidiu invalidar os resultados e submeter os alunos a nova prova em data posterior.

A comunicação social divulgou que a queixa tinha sido apresentada por alunos de outra turma. Os queixosos alegaram tratamento diferenciado, porque o teste de preparação que certos alunos fizeram tinha perguntas muito semelhantes às do exame final. Os alunos que fizeram este teste tiveram muito mais facilidade em responder correctamente às perguntas do exame e em obterem boas notas.

Depois de ter conhecimento deste incidente, a escola anulou os resultados do exame unificado, elaborou um outro, escreveu uma carta a informar os pais e notificou o conselho directivo para que o professor fosse auditado. Além disso, foi enviado um relatório ao Serviço de Educação de Hong Kong a expôr o sucedido.

Alguns pais e alunos também lamentaram publicamente que situação tenha levado os jovens que estudaram para o exame a terem de o repetir, pelo que estão muito insatisfeitos com a decisão que a escola tomou. Outros pais queixaram-se que, por terem de repetir o exame, os filhos tinham de estudar aos sábados e domingos e não podiam ir ao parque temático!

A questão é simples, embora represente um prolema sério que merece ser analisado. A educação permite que os alunos adquiram conhecimentos, compreendam a verdade, se venham a tornar pilares da sociedade e que no futuro venham a ter funções relevantes. Se os estudantes souberem de antemão as perguntas dos exames, vão apenas estudar algumas matérias. Claro que as matérias que não são abrangidas por essas perguntas vão ser ignoradas. Se estes estudantes se tornarem médicos, advogados, contabilistas e arquitectos, qual será o seu nível académico? Será que os doentes só podem ter as doenças que os médicos estudaram? Da mesma forma, quem tem problemas legais terá de se restringir às questões que os advogados conhecem? Será este tipo de coisas aceitável na sociedade do futuro?

A responsabilidade da escola é assegurar que o desempenho dos alunos está à altura dos padrões académicos requeridos. É inegávelmente injusto para aqueles que estudaram, que se esforçaram para rever a matéria e que não tiveram acesso ao teste de preparação, terem de repetir o exame unificado, voltarem a estar sob pressão, e mais uma vez correrem o risco de falharem. No entanto, é muito difícil determinar quais os estudantes que tiveram acesso a este teste. Assim sendo, elaborar um novo exame unificado é a única forma justa de avaliar as competências académicas dos estudantes.

Para impedir que os estudantes tenham acesso às perguntas dos exames de antemão é necessário, em primeiro lugar, que o professor tenha auto-disciplina. O professor deve saber que é prejudicial para os alunos e nunca deve enveredar por este caminho. A escola é a guardiã do nível académico dos alunos. Deve encorajá-los a estudar arduamente e a darem o seu melhor e os pais devem compreender que um exame tem de ser feito em condições justas e imparciais. Se os alunos participarem em testes injustos, ou se tiverem dúvidas sobre a sua justiça, o teste deixa de ter validade e não há garantias de que o seu desempenho atinja o nível académico exigido.

Os alunos devem entender que o propósito fundamental da aprendizagem é o conhecimento, aprender a raciocinar e a distinguir o que está certo daquilo que está errado. Os médicos não podem exigir que os pacientes sofram apenas das doenças que estudaram. Mais um teste é apenas mais uma oportunidade para provar que o desempenho académico de cada um está à altura do nível académico exigido.

Doutrina pouco secreta

Ao nosso redor a vida toda se manifesta, num raio pequeno podemos abarcar o mundo, e tê-lo, não raro, a nossos pés. Sabemos das coisas entre uma saída e outra, e medimos o pulso vadio das sociedades até na banca do quiosque da esquina. Sabido, é que há por toda a malha do tecido social muita enfermidade nervosa como a violência doméstica, pontapés de uns e de outros, raivas já não muito surdas, grupos muito mais terríveis que os javalis que se abeiram das zonas urbanas, e é claro, um estado de nervos impróprio para uma salutar vivência de grupo. – Sim, grande parte do cérebro reptiliano encontra-se intacto mau grado as tentativas da Civilização, recrudescendo num tempo como este. – Pois passemos aos factos.

Na vasta ausência de reparo todo ele atormentado pela moléstia observante, há ainda quem possa ver numa quente tarde soalheira, presentes que gelam as veias na imagem de facas gigantescas. Não será apenas uma imagem, mas de um objeto que publicitariamente funciona como brinde; – dizem, é para a cozinha!- Pode ser, agora que toda a gente se dedica aos alimentos com manifesta incapacidade para outras coisas, presentes assim serão grandes incentivos para golpear o que quer que seja. Passamos então por dezenas de facas como se fossem rosários, descambando pelos lados dessas revistas cuja trapalhada também é tanta que deixa antever cruéis desfechos, talvez, quem sabe, por armas brancas.  Tudo isto se passa no mesmo tecido social em que os agentes defensivos como a Polícia, que ganha mal e não pode accionar os materiais, habita. Um cidadão precisa dela! Sobretudo aqueles que não têm mais ninguém que os defenda. Mas um país que acorda armado com facas, à boleia de publicidade de imprensa enganosa, pode ter um breve instante de insuportável lucidez.

É claro que nem sempre passamos por chamamentos belos com almas lustrais em nossos caminhos, por vezes os mesmos locais dão-nos encontros diferentes, como este, utensílios que devemos denunciar num estertor momentâneo: e mais nos parece inquietante quando o senhor do quiosque nada pareceu intrigado, acabando até por afirmar: – facas? Até já vêm metralhadoras! – Na «Doutrina Secreta» esse ramo Teosófico que piscava o olho ao nazismo havia…havia…como hei-de dizer? Havia então um lado ideológico ou fantasista que se nos debruçarmos não é completamente displicente, códigos, extravasar do fantástico, enfim, não nos repugna a silhueta cénica e enaltecida, os doidos deitaram-se nela correndo, compreendendo tudo à letra de modo infantil que é por natureza cruel, o que nos dá uma perspectiva também incrível do poder de persuasão deste pensamento, tido então como pensamento mágico: mas agora isto, ou seja, este outro nazismo, é destituído destes graus iniciáticos, é tudo à “machada”. Não se lhes nota nas paragonas de qualidade duvidosa que por detrás esteja a noção de um avatar vindo da Atlântida e outros locais imaginários. É a vacuidade em estado puro, duro, com objectos muito cortantes.

A sugestão que se segue para oferendas passaria talvez por chupetas um convite «Baby-Boom» para uma sociedade envelhecida demais onde as casas foram transformadas muitas delas em campos de batalha, que este nazismo já está demasiado incutido nas células de casebre para dele tirarmos mais benefícios. Também, e por desenjoo, formas mais orientais de manejo culinário, onde: oh bênção! Nem faca cortante nem garfo dentado servem para com eles se comer, e até macerar os alimentos, estando os utensílios contundentes entregues a chefes “kamikases”. É uma pobre Europa, esta, entregue aos vícios lúdicos do seu passado trucidario que todos os dias encontramos ao redor mesmo da nossa vizinhança. É um emblema de uma não “desconfinação” e uma chamada de atenção para os monstruosos adereços da antiga gruta dos sacrifícios. Estamos a ser orientados para fins bárbaros, continuadamente, já sem os aspectos subliminares que respeitem uma comum cidadania, e não me espantaria se como bem afirmou o senhor do quiosque as metralhadoras forem para breve ali vendidas.

« a noite para mim?…mantém-te forte, meu valente coração!

     não perguntes: por quê? –

Nietzsche – O Sol desce…

 

Pensamos com todo o corpo, este é o momento em que tudo é linguagem e observamos como acordam as sombras.

Sudeste Asiático | Xi diz que China não vai procurar o domínio sobre a região

Xi Jinping, numa conferência virtual com os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, reiterou a intenção do país de manter boas relações com todos vizinhos e de promover um clima de paz na região

O Presidente chinês disse ontem que o país não procura o domínio sobre o Sudeste Asiático ou intimidar os vizinhos menores, face aos atritos provocados pelas reivindicações territoriais sobre o Mar do Sul da China.

Xi Jinping fez estes comentários durante uma conferência virtual com os dez membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, ou ASEAN, que serviu para celebrar o 30.º aniversário das relações.

“A China opõe-se resolutamente ao hegemonismo e à política de poder, deseja manter relações amigáveis com os seus vizinhos e, em conjunto, cultivar uma paz duradoura na região. A China absolutamente não vai procurar hegemonia ou, menos ainda, intimidar os [países] pequenos”, disse o chefe de Estado chinês, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

A China tem procurado, repetidamente, amenizar as preocupações sobre o seu crescente poder e influência, particularmente a sua reivindicação de praticamente todo o Mar do Sul da China, que se sobrepõe às reivindicações dos membros da ASEAN como a Malásia, Vietname, Brunei ou Filipinas.

O comentário de Xi surge dias depois de navios da guarda costeira chinesa terem bloqueado e usado canhões de água contra dois barcos filipinos que transportavam suprimentos para tropas, numa área disputada no Mar do Sul da China.

A China quer reforçar a sua presença naquele território, por onde passam rotas marítimas cruciais, e onde existem depósitos submarinos de petróleo e gás.

O país asiático construiu pistas para aviões e outras instalações militares em ilhas artificiais construídas sobre recifes de coral.

Acordos na mesa

A China e a ASEAN negoceiam há anos um código de conduta, para lidar com os assuntos no Mar do Sul da China, mas essas negociações tiveram pouco progresso.

A China continua a ser um mercado crucial para os países do Sudeste Asiático, bem como uma fonte de investimento, e a ASEAN tem procurado evitar conflitos com Pequim. Pequim também tem fortes laços com o Camboja e o Laos, membros da ASEAN.

Xi frisou que a paz é o “maior interesse comum” de todos os lados e que a China vai fazer o possível para evitar o conflito.

“Devemos ser os construtores e protectores da paz regional, insistir no diálogo em vez do confronto, na parceria e alinhamento, e dar as mãos para lidar com vários factores negativos que ameaçam minar a paz”, disse Xi.

Rota das Letras | Festival literário decorre entre 3 e 5 de Dezembro

A 10.ª edição do Rota das Letras realiza-se de 3 a 5 de Dezembro e conta com a participação de José Eduardo Agualusa e João Morgado. Deolinda da Conceição e o papel da mulher na literatura de Macau é o tema de abertura do festival literário, que inclui lançamento de obras, representações, concertos e exposições

O festival literário, Rota das Letras, está de volta a Macau entre os dias 3 e 5 de Dezembro e, como já vem sendo habitual, terá na Casa Garden uma base para homenagear e interagir com autores, apresentar novas obras e providenciar uma série de eventos que vão desde workshops de literatura infantil e concertos, às artes de palco, passando por exposições de fotografia e escrita. José Eduardo Agualusa e João Morgado marcam presença virtual no evento.

Em foco na abertura daquela que é a 10.ª edição do festival literário do território, estará a escritora macaense, Deolinda da Conceição, que dará o mote para se descortinar sobre o papel da mulher na literatura e na sociedade de Macau.

No centenário do nascimento da escritora macaense, o Rota das Letras leva ao palco principal do evento uma série de escritores, académicos e tradutores para “celebrarem a sua vida e obra”. Além disso, pode ler-se numa nota oficial, será levada à cena uma performance baseada no seu livro de contos, “A Cabaia”. A produção, a cargo do grupo de teatro experimental “Artistry of Wind Box” será exibida nos dias 4 e 5 de Dezembro, na Galeria da Livraria Portuguesa.

Entre os escritores que vão participar na edição deste ano do Rota das Letras, destaque para o angolano José Eduardo Agualusa, que falará virtualmente e a partir do exterior, da obra “Paraíso e de Outros Infernos”, um livro de crónicas que vai passar agora a ter edições em língua chinesa e inglesa.

Também à distância, mas com o apoio da tecnologia, o escritor português João Morgado irá marcar presença para apresentar a obra “Contos de Macau”, uma colectânea que resulta da anterior passagem do autor pelo Festival Rota das Letras, em 2017.

 

Entre as obras não editadas pelo Rota das Letras que serão apresentadas no palco da Casa Garden, destaque para “Farol”, da escritora chinesa Wang Yixin, “Amor Incondicional”, romance de ficção científica assinado por Leong Sok Kei, “Eu Desenho a Minha Vida”, da escritora e designer Un Kei; “Desenhando a Minha Cidade”, antologia poética de Arthur Ng, “Para Além da Memória”, do arquitecto André Lui e “Retratos de Luso-Asiáticos do Sri Lanka, do também arquitecto João Palla.

O segundo dia do festival, terminará com uma sessão de poesia, organizada pela associação “Macau Outersky Poets”, que será também responsável por realizar um workshop de literatura infantil. A iniciativa será conduzida por Jojo Wong, vice-presidente da associação.

Outras paragens

De Macau para Praga, o centésimo aniversário do nascimento de Jorge Listopad, escritor, crítico literário e encenador, dá o mote para levar o Rota das Letras até Praga, capital da República Checa, onde Joaquim Coelho Ramos, director do IPOR nos últimos três anos, ficará a cargo de homenagear o autor.

Passando para o palco, estão previstas seis representações da peça “Por Confirmar”, baseada na obra “A Alma Perdida”, da escritora polaca Olga Tokarczuk, Prémio Nobel da Literatura em 2018. Todas as sessões, ainda sem data, terão lugar no terraço do edifício Bela Vista, na Residência do Cônsul de Portugal em Macau. A encenação é da responsabilidade do grupo de teatro “Cai Fora”.

Ao longo de duas noites do festival, o Art Garden vai ainda acolher uma performance da autoria de Isaac Pereira (texto) e François Girouard (música) intitulada “Não-Querer-Saber-de-Nunca-Saber-para-Onde-Ir”.

No quadrante musical, haverá lugar para um concerto da banda “Work Tone” e dos vocalistas Gabriel e Maria Monte, sendo que a ocasião servirá também para a cantora portuguesa estrear em Macau canções do seu mais recente trabalho, o EP “Laços”. O concerto está agendado para a noite de 4 de Dezembro na sede da associação “Art For All”.

Já no campo das artes plásticas, serão apresentadas duas exposições. A primeira, reúne trabalhos vencedores do concurso de fotografia organizado pela Macau Closer, “Uma Estranha Familiaridade”. A segunda, dá pelo nome de “Visto com os Pés, Escrito com os Olhos” e materializa-se numa mostra de trabalhos de fotografia e escrita de Carlos Morais José e Rosa Coutinho Cabral, que estiveram recentemente presentes no Festival Literário de Óbidos (Folio).

De acordo com a organização do Rota das Letras, o programa detalhado do festival será divulgado nos próximos dias.

Segurança | Criminalidade violenta subiu quase 20% até Setembro

Durante os primeiros nove meses de 2021, a criminalidade violenta em Macau aumentou 19,5 por cento, incluindo homicídios, rapto e ofensas corporais graves. Os crimes informáticos, burlas e infracções de taxistas foram os delitos que mais aumentaram

Ao longo dos primeiros noves meses de 2021, a Polícia de Macau instaurou 8.802 inquéritos criminais, mais 24,1 por cento em relação ao período homólogo do ano passado, de acordo com o balanço da criminalidade divulgado ontem.

No resumo das estatísticas do crime, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, evidenciou “a manutenção da casuística do crime cibernético”, e a subida de crimes relacionados com a troca ilegal de moeda. O responsável justifica as tendências com o “aumento do número de turistas entre Agosto e Setembro, período anterior ao registo de casos epidémicos e, bem assim, da frequência do uso e do tempo que as pessoas despendem nas redes sociais”.

Entre os delitos com maior impacto social, destaque para a subida da criminalidade violenta, com o registo de 202 delitos violentos entre Janeiro e Setembro de 2021, face a 169 no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 19,5 por cento.

Neste capítulo, as autoridades realçam os pontos em comum dos três homicídios cometidos no período em análise. Todos estiveram relacionados com troca ilegal de moeda e tanto as vítimas como os suspeitos são oriundos do Interior da China. Todas as vítimas são mulheres “que exerciam a actividade de troca ilegal de moeda, foram mortas em quartos de hotel por indivíduos de sexo masculino que se fizeram passar por “clientes” e que, em seguida, roubaram os pertences da vítima”.

Além destes fios condutores, é também mencionado que os três casos foram resolvidos com a ajuda sistema “Olhos no Céu”, apontado como determinante para resolver cerca de 30 por cento de todos os crimes. Como tal, o secretário para a Segurança afirmou que vão ser instaladas mais 300 câmaras, que devem entrar em funcionamento em 2023.

Quanto aos crimes de natureza sexual, a tendência mais preocupante verificou-se no número de violações, com o aumento de 18 para 25 casos, uma subida de 38,9 por cento. Mais de metade das violações registadas ocorreram em quartos de hotel e, segundo as autoridades, 70 por cento das vítimas estaria em estado de embriaguez. Wong Sio Chak afirmou a este propósito que foram “reforçadas as inspecções nos locais de entretenimento e arredores destes”, assim como os esforços de sensibilização para a segurança pessoal.

Os crimes de abuso sexual de crianças, que foram uma das manchas do ano passado, desceram 16,7 por cento para 15 casos nos primeiros nove meses de 2021, em comparação com o período homólogo de 2020.

Património desprotegido

Além da retoma ligeira dos crimes de usura, um clássico das estatísticas criminais do território, com o aumento de 5,3 por cento, as burlas dispararam para 987 casos, um crescimento de 47,1 por cento. A mesma tendência foi seguida pela falsificação de documentos que, com um total de 343 crimes registados, aumentou 54,5 por cento e pelas ocorrências de fogo posto, que subiram 47,8 por cento para 34 casos. Até agora, foram resolvidos 24 casos, entre os quais 12 provocados de forma dolosa devido a razões emocionais, vingança e embriaguez, e oito causados por pontas de cigarro.

Depois das fortes restrições fronteiriças impostas pelas medidas de combate à pandemia, as rotas de tráfico de drogas foram interrompidas e o crime evoluiu adaptando-se à nova realidade. Nos primeiros nove meses de 2021, as autoridades registaram 64 casos de tráfico de droga, o que representou uma subida de 20,8 por cento. As substâncias apreendidas foram, principalmente cocaína, metanfetamina (Ice), canábis e suas substâncias psicoactivas (THC). Face às referidas restrições fronteiriças, “os grupos de tráfico de droga começaram a recorrer aos pacotes postais para traficar drogas para Macau”, aponta Wong Sio Chak.

Maldita internet

Até agora, 2021 está a ser marcado pelo crescimento exponencial dos crimes informáticos, com um total de 744 casos nos primeiros três trimestres do ano, representando uma subida de 279,6 por cento. Uma prática que se tornou particularmente frequente foi o furto de dados de cartões de crédito.

Wong Sio Chak destaca as operações conjuntas das autoridades das duas regiões autónomas especiais que desmantelaram quatro associações criminosas, com mais de 50 membros interceptados, um montante aproximado de 7 milhões de patacas.

Também as burlas online aumentaram, nomeadamente os “namoros” e “investimentos” com casos a aumentarem 50 por cento e 18,8 por cento, respectivamente, causando um prejuízo total de quase 60 milhões de patacas.

Outro destaque negativo no período em análise refere-se às infracções cometidas por taxistas, 133 casos, que aumentaram 143 por cento. Entre os delitos as autoridades destacaram a cobrança excessiva, recusa de tomada de passageiros, regateio do preço e comportamentos indevidos, desrespeitosos ou indelicados por parte de taxistas.

AL | Comissão quer rever medidas de apoio aos desempregados

A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública preteriu outros temas para se focar exclusivamente nas medidas de apoio aos desempregados. Numa altura em que a taxa de desemprego é de 3,9% e muitos recém-licenciados estão sem trabalho, os deputados querem saber que medidas vai tomar o Governo e se o regime de incentivos e formação criado em 2004 vai ser revisto

Das várias cartas colocadas ontem em cima da mesa pelos deputados da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública, apenas uma foi seleccionada enquanto tema a debater nos próximos tempos: o apoio aos desempregados.

Para os membros da Comissão, face à subida da taxa de desemprego, fixada actualmente em 3,9 por cento, o aumento dos casos de suicídio e do número de recém-licenciados que não consegue entrar no mercado de trabalho, urge perguntar ao Governo que medidas vão ser tomadas para colmatar a situação e, por consequência, se o Regulamento dos Incentivos e Formação aos Desempregados em vigor há 17 anos vai ser revisto.

“Este regulamento foi criado em 2004 e (…) estamos a constatar que há mais desemprego em Macau. Por isso, queremos saber quais as medidas de apoio que o Governo vai conceder aos desempregados e se o regulamento vai ser ou não alvo de revisão ou actualização, porque queremos também acompanhar o ponto de situação dos finalistas e desempregados”, explicou ontem Zheng Anting, que preside à Comissão de Acompanhamento.

Questionado especificamente sobre os tópicos a abordar com o Governo em futuras reuniões, o secretário da Comissão, Lei Chan U, apontou que os deputados estão “preocupados com a eficácia [geral] do regulamento”, nomeadamente com os montantes dos subsídios, os “mecanismos de elevação de competitividade dos trabalhadores” e os apoios a desempregados com deficiência física ou comportamental ou dificuldades de integração no mercado de trabalho.

O secretário partilhou ainda que, a reboque da pandemia, segundo um relatório do Fundo de Segurança Social (FSS), em 2020, foram recebidos 14.820 formulários de pedidos de ajuda para a atribuição de subsídios de desemprego e concedidos apoios a 5.339 candidatos, num montante de 52 milhões de patacas. O valor representa um aumento de 2,6 vezes relativamente ao ano anterior.

Fica para a próxima

Durante a reunião de ontem, foi também sugerido pelos deputados o acompanhamento de outros temas, como a formação de talentos, as carreiras da função pública, mecanismos e legislação afecta à zona de cooperação em Hengqin, a atracção de investimento, medidas de apoio ao sector cultural e artístico e o desenvolvimento das quatro indústrias apontadas para a diversificação económica de Macau.

Contudo, após votação, ficou decidido que, a breve trecho, a Comissão irá abordar apenas o tema das medidas de apoio aos desempregados por ser uma questão complexa e premente.

“Estamos a ver que o ponto de situação do desemprego implica vários serviços públicos e até o FSS. Não sabemos se a situação do desemprego ainda se vai agravar mais e, por isso, queremos acompanhar os assuntos, um por um, para podermos tomar conhecimento das medidas a adoptar pelo Governo. Só depois é que vamos acompanhar outro assunto”, justificou Zheng Anting.

Novo armazém para substâncias perigosas concluído em Setembro

A Assembleia Legislativa aprovou ontem na generalidade e por unanimidade o Regime Jurídico do Controlo de Substâncias Perigosas. O diploma visa regular a produção, comercialização, transporte, armazenagem e utilização de substâncias perigosas e surge na sequência das explosões de Tianjin, que em 2015 vitimaram 173 pessoas.

Com a apresentação do diploma, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, mencionou os detalhes sobre o futuro armazém permanente de substâncias perigosas, que deve ficar concluído em Setembro de 2022. O edifício vai ser construído no antigo centro de reabilitação de toxicodependentes Desafio Jovem, em Ká-Ho, atrás do estabelecimento prisional.

“A exploração das novas instalações pode ser feita por entidades públicas ou privadas. Neste momento, estamos mais inclinados para uma entidade privada, porque, por um lado, o Governo não pode fazer tudo, e por outro, uma entidade privada pode ter mais experiência a lidar com estes materiais”, justificou Wong Sio Chak.

Segundo o secretário, as Obras Públicas estão a trabalhar no terreno para abrir uma estrada para o local e a nivelar os acessos. O terreno está envolvido numa acção judicial, ainda em curso, assunto em que Wong Sio Chak não tocou, mas que prometeu não irá afectar a conclusão das obras.

O armazenamento vai ser pago pelas empresas, mas o preço ainda não está definido, porque necessita de um “diálogo com o sector”. Numa primeira fase, as sete substâncias mais perigosas vão ser transferidas para um novo local, “em edifícios industriais”. O secretário identificou as substâncias consideradas mais perigosas.

A nova lei vai ainda criar um novo “crime de detenção, produção ou utilização de substâncias perigosas proibidas, punida com uma pena de prisão de três anos. Ao mesmo tempo, é criado um novo crime de desobediência, para quem se opuser à fiscalização das autoridades, que pode implicar uma pena de prisão de dois anos.

Abuso de menores | Wong Kit Cheng quer prisão obrigatória

Wong Kit Cheng defende a aplicação de penas de prisão mais pesadas e sempre efectivas para punir crimes de abuso sexual de menores. A sugestão da deputada surgiu no seguimento do acórdão do Tribunal de Segunda Instância que condenou a pena de prisão efectiva de um ano e seis meses um indivíduo por este tipo de crime. Na primeira instância, a pena tinha sido suspensa.

De acordo com Wong, a suspensão da pena chocou a comunidade: “Há muitas vozes na sociedade que entendem que a sentença do Tribunal Judicial de Base que suspendeu a execução da pena é demasiado leve. Se se seguisse a sentença inicial, o resultado ficaria muito aquém das expectativas da sociedade”, sustentou.

“O Governo deve rever a parte do Código Penal relativa a crimes sexuais, estudar a alteração legislativa para reforçar as penas para o crime de abuso sexual de menores, e prever que, no caso deste crime, não haja suspensão da execução da pena, nem à aplicação de multas, nem sequer à substituição de penas de prisão por multas”, apelou.

Em cima da mesa ficou igualmente a criação de um sistema de registo com os nomes dos criminosos: “Desta forma, os empregadores que prestam serviços a menores e a pessoas incapacitadas podem consultar o registo de condenação por crimes sexuais, o que lhes permite tomar a iniciativa de saber se os seus futuros empregados cometeram crimes sexuais e proteger melhor os menores”, sugeriu Wong.

A legisladora recordou ainda que em 2020 houve 24 casos de abuso sexual de crianças, “o maior número dos últimos 20 anos”, sublinhou. De acordo com os dados, a ocorrência em 2020 foi superior à média de todos os anos desde 2000, que foi de 9,76 casos por ano.

Pensões | Deputados querem reforma obrigatória de trabalhadores idosos

Os deputados do sector comercial e financeiro querem que o privado tenha um regime de reforma forçada, como na função pública. O objectivo é evitar o despedimento de trabalhadores mais velhos e encarar a reforma como a celebração de uma nova vida

Wang Sai Man, Chui Sai Peng, Kou Hoi In e Ip Sio Kai querem que seja estabelecida uma idade de reforma, para que as empresas não tenham de despedir os funcionários. A ideia foi apresentada ontem na Assembleia Legislativa pelo deputado Wang Sai Man. “Face à necessidade de garantir a segurança no trabalho e a renovação dos recursos humanos, os empregadores só podem recorrer ao despedimento sem justa causa para despedir os trabalhadores idosos, afectando a relação laboral harmoniosa entre trabalhadores e empresas”, afirmou. Segundo Wang, estes despedimentos acabam por transformar “a reforma, que devia ser um momento para celebrar uma nova fase da vida, num cenário de usar e deitar fora”.

O legislador sugeriu que o sistema de reformas da função pública fosse referência, nomeadamente a obrigatoriedade de passar à aposentação quando atingida uma idade limite.

Presidente da AL apoia

Durante a sua intervenção, Wang Sai Man mencionou falar em nome de Chui e Ip, no entanto, na conclusão do discurso afirmou tratar-se de um pedido conjunto dos quatro deputados do sector comercial e financeiro, o que implica que a medida tem apoio do presidente da AL, Kou Hoi In. A menção não causou alarido nem qualquer protesto de Kou.

“O que falta é definir uma idade para a reforma na Lei das relações de trabalho, e que seja a mesma na função pública e no sector privado”, apelou. “Nós, os quatros deputados do sector comercial e financeiro, apelamos ao Governo para estudar o estabelecimento de um regime que defina bem a idade da reforma, aperfeiçoando a legislação, com vista a consolidar a base em prol de Macau”, acrescentou.

Além da questão da relação laboral, os deputados acreditam também que um regime de reforma é benéfico para, o que dizem ser, o início de uma nova fase na vida. “Um regime humanizado com a definição da idade da reforma permite que os seniores usufruam duma vida nova e de liberdade num ambiente mais seguro e adequado”, concluíram.

 

Online | Ma Io Fong quer jornais a transmitir energias “positivas”

Ma Io Fong considera que os órgãos de comunicação social online são a principal fonte de informação dos jovens e que, por isso, devem transmitir “energias positivas”. Segundo o deputado apoiado pela Associação das Mulheres, esta responsabilidade é uma forma de consolidar a formação dos mais jovens para se integrarem na Grande Baía e no desenvolvimento social. “Os meios de comunicação online são a fonte de informação com que os jovens mais contactam. Sugiro aos diversos sectores da sociedade e aos órgãos de comunicação social que assumam a sua grande responsabilidade, e que, em conjunto, aumentem e ajudem a reunir energias positivas, com vista a fornecer informações positivas aos jovens, a promover a formação de valores éticos e bons costumes, e a criar, em conjunto, um lar saudável para o crescimento dos jovens”, apelou.

Estudo de políticas | Ella Lei arrasou falta de dados

Ella Lei criticou o Governo devido à falta de dados sobre desemprego ou habitação na altura de discutir políticas novas, apesar dos muitos estudos encomendados. “Nos últimos dois anos, quando a sociedade pretendeu discutir com o Governo algumas políticas, este ignorou ou rejeitou tal solicitação, com o pretexto de falta de dados”, recordou. “E, muitas vezes, o Governo até pede à sociedade para lhe facultar dados sobre desemprego, procura de emprego, trabalhadores em férias não remuneradas e necessidades e habitação”, indicou. “Os serviços públicos responsáveis pelo estudo das políticas gastam anualmente avultados montantes do erário público para incumbir instituições de efectuar pesquisas e estudos […]. Então, aquando da discussão, porque é que o Governo alega sempre ‘não ter informações’? Isto é totalmente incompreensível!”, apontou.

Função Pública | Deputado alerta para trabalho depois do expediente

Lei Leong Wong, deputado ligado à comunidade de Fujian, recebeu queixas de funcionários públicos devido a contactos de chefias no horário pós-laboral com pedidos urgentes de trabalho. “Embora o uso de mensagens instantâneas possa aumentar a eficiência de trabalho, aumenta ao mesmo tempo o volume de trabalho dos funcionários, especialmente no período fora do horário de expediente e nos feriados, porque têm de tratar com frequência das ordens de superiores”, relatou Lei. “Como nestas circunstâncias não estão reunidas condições para o cálculo de trabalho extraordinário, caso a situação seja comum e contínua, os direitos e o descanso dos trabalhadores são afectados”, acrescentou. Segundo Lei Leong Wong, muitas mensagens chegam aos funcionários depois das 23h ou 00h e, mesmo para tarefas não urgentes, requerem resposta imediata.

 

Dia inglório para Souza

Filipe Souza tinha razões para estar desgostoso no final do dia. O piloto de Macau viu novamente fugir-lhe um lugar no pódio. Depois de ter obtido um brilhante segundo lugar na qualificação, na corrida de sábado, o piloto do Audi RS 3 LMS TCR caiu para sexto no arranque, recuperando duas posições até ao final da corrida de oito voltas para garantir a quarta posição na grelha de partida para a corrida decisiva de ontem. Porém, rapidamente todo o esforço se esfumou.

“O sistema de luzes não é igual às provas internacionais, o ritmo aqui é diferente”, explicou Souza ao HM. “As luzes têm um ritmo diferente de acender e apagar. Por isso, falhei o arranque e recebi um ‘Drive Through. Foi azar.”

Apesar de reconhecer o erro, Souza também aponta o dedo à direcção da corrida pelo que sucedeu a seguir. “Eu reparei que tinha o ‘Drive Through’, mas eles também falharam. Primeiro mostraram-me o aviso com o número nº26, o meu número, e depois mostram-me com o nº27. Fiquei na dúvida se seria o meu número ou não, e se não era um erro. Por isso, não entrei nas boxes imediatamente e ao dar mais uma volta recebi logo a bandeira preta. Não dava para entrar nas boxes”, esclareceu o piloto do território.

“Eu disse à organização que tinha visto dois números diferentes, mas sabia que tinha feito uma falsa partida. Só que a ver uma bandeira com um número diferente, pensei que tinham errado. Esperei que me mostrassem o número correcto mais uma vez, só que em vez disso, mostraram-me a bandeira preta. Acho que falharam um bocado. Complicaram as coisas. Mas não sei… Foi um azar”, disse o conformado experiente piloto da RAEM.

Num fim de semana em que voltou novamente a rodar na parte da frente da corrida, Souza acredita que teria sido possível terminar nos três primeiros classificados: “Eu estava com um ritmo bom e se não fosse o ‘Drive Through’ teria passado os dois carros que estavam à minha frente e tinha ido ao pódio. Tinha reparado que eles estavam com problemas de pneus e acabaram por rebentar. O carro estava bom, bem afinado. Estava com boas sensações e a lutar com pilotos de fábrica. Nunca poderia competir contra eles, porque eles têm apoios muito melhores. Para o ano ainda não sei o que vou fazer, vou parar e ver.”

Pneus decidem vencedor da 50.ª Corrida da Guia

Jason Zhang Zhi Qiang venceu a 50.ª edição da Corrida da Guia, obtendo o seu segundo triunfo consecutivo na prova e o terceiro da marca chinesa de automóveis Lynk & Co. A equipa oficial do construtor automóvel do grupo Geely Auto confirmou o seu favoritismo, mas o que parecia um triunfo fácil acabou por se tornar uma vitória à tangente. Quanto aos pilotos do território, continua a manter-se a tradição de meio século sem pilotos locais no pódio.

Com o título do campeonato TCR Ásia também em jogo, Ma Qing Hua venceu a corrida de 8 voltas de sábado e colocou-se na pole-position para corrida de ontem, tendo ao seu lado Jason Zhang. Para este último, o segundo lugar atrás do seu companheiro de equipa era o suficiente para ir para casa com o título no bolso. Todavia, logo nos primeiros metros da prova ficou perceptível que esta não ia ser uma corrida aborrecida.

Inesperadamente, Sunny Wong, no terceiro Lynk & Co 03 TCR oficial, intrometeu-se entre os dois pilotos que discutiam o título. Depois, Lo Sze Ho, que guiava aqui pela primeira vez um Hyundai i30 N TCR, juntou-se ao grupo, mostrando que era capaz de, também ele, ter uma palavra a dizer na luta por um lugar no pódio. Acrescentando uma pressão suplementar aos favoritos, Filipe Souza seguia imediatamente atrás, a aguardar um erro de algum dos seus adversários.

Na primeira metade da prova, Ma, Zhang e Wong trocaram diversas vezes de posições, com Ma a subir a primeiro, seguido de Zhang e Wong. Entretanto, Filipe Souza desaparecia. O melhor dos pilotos de Macau recebeu uma penalização de “Drive Through” por alegada falsa partida, mas, como não a cumpriu ao fim de duas voltas, mostraram-lhe a bandeira preta e foi desclassificado.

 

 

Para todos os gostos

O construtor de pneus inglês Avon foi nomeado este ano como fornecedor exclusivo de pneus para a Corrida da Guia, sem nunca antes ter equipado a grelha de partida de uma corrida internacional com viaturas TCR. E acabaram por ser mesmo os pneus a ditar o vencedor da corrida.

Na última volta, quando Ma seguia à frente e Zhang era um feliz segundo classificado, o ex-piloto de testes de F1 teve um furo. O seu companheiro de equipa apercebeu-se da situação, mas não quis ficar com a vitória, até porque o título já não lhe fugia, e ambos os carros continuaram em marcha lenta sem trocar de posições num espectáculo bizarro.

Zhang aguentou a tentação até onde foi possível, mas como Lo Sze Ho rapidamente recuperou os seus trinta segundos de atraso, o piloto chinês partiu rumo à vitória na corrida, colocando a “cereja no topo do bolo”, vencendo pela segunda vez a mais prestigiada corrida de carros de Turismo da Ásia, conquistando assim o seu primeiro título internacional.

Lo Sze Ho subiu ao segundo lugar do pódio, fruto de mais um fim de semana imaculado, enquanto a “coxear” Ma cortou com esforço a linha de meta no terceiro lugar. Pior sorte teve Wong, no terceiro carro da equipa, que desistiu também ele com um furo.

E continuando a falar de furos, Kelvin Wong, em SEAT Leon TCR, foi o melhor dos pilotos de Macau, na 11.ª posição, também ele a terminar com um furo. Já no sábado, um furo arruinou as esperanças de um bom resultado final a um dos favoritos da corrida. Andy Yan (Honda Civic) foi obrigado a desistir quando seguia na terceira posição a pressionar os Lynk & Co.

Oito horas depois da corrida, foi confirmada a desclassificação de Lo Sze Ho, por irregularidades no turbo do Hyundai, sendo promovido Ma a segundo e Yang Xiao Wei (SEAT Léon) a terceiro.

Penalização relegou Junio Pereira para o 26.º lugar

O macaense Junio Pereira realizou a estreia no Grande Prémio ao participar na corrida de Carros de Turismo de Macau. Apesar de um enorme susto, e de ter entrado em pião no principal acidente do fim-de-semana, Pereira conseguiu atravessar a confusão sem qualquer dano.

No final, admitiu ter adorado a adrenalina da competição. “Era um sonho participar no Grande Prémio e depois desta corrida, se tiver a oportunidade, vou regressar”, disse Pereira, ao HM. “Depois dos problemas dos primeiros dias, hoje [ontem] ganhei muitos lugares. Acabou por ser um fim-de-semana muito mais intenso do que estava à espera”, confessou.

Na altura das declarações, Pereira ainda não tinha sido penalizado com 30 segundos, por ultrapassar durante o período de Safety Car.

Rui Valente terminou em 5.º apesar de acidente

Rui Valente esteve envolvido num acidente muito violento e, no final, não conseguiu esconder toda a emoção. Numa altura em que atravessa um momento complicado da vida pessoal, devido à morte do pai, o português não conseguiu evitar as lágrimas.

“Tinha dito que se ganhasse era o último ano de Grande Prémio de Macau. Não ganhei, apesar de fazer uma grande corrida. Não sou vaidoso no que faço, mas acho que foi uma das minhas melhores prestações em Macau”, disse Rui Valente.

“Estava muito empenhado. Muita coisa se passou nos últimos dois meses, com o falecimento do meu pai, e agora com este acidente. Estou muito emocionado, mas não ganhei. Vou voltar”, prometeu.

Sabino Osório Lei alcançou o segundo lugar da corrida de Carros de Turismo de Macau

Para Sabino Osório a corrida acabou por ter um sabor misto. Feliz por ter terminado no pódio, o piloto não deixou de lamentar os violentos acidentes. “Estou feliz com o segundo lugar, porque é a terceira vez que estou a competir nesta pista, que é um lugar muito especial para mim. Adoro esta corrida”, começou por dizer Sabino.

“Infelizmente aconteceu este acidente, e só desejo que todos fiquem bem. São acontecimentos que ninguém gosta de ver nas corridas”, acrescentou.

Célio Alves Dias venceu a corrida de Carros de Turismo de Macau

A corrida de ontem marcou a estreia de Célio Alves Dias a vencer em Macau, depois de várias tentativas e de um ritmo muito forte. “Estou contente com a vitória, mas foi uma corrida muito agridoce. Não estava à espera de ganhar e acabar com o carro todo destruído. Era novo e vai para a sucata. É uma sensação agridoce”, afirmou, no final, ao HM.

Apesar da destruição, Célio não afasta a possibilidade de voltar a competir no próximo ano. “Claro que quero voltar para competir. Mesmo sem carro, vou pensar numa solução”, sublinhou.