Vietname vai construir ligação ferroviária junto à fronteira com a China

O Vietname aprovou ontem a construção de uma linha ferroviária a ligar o porto de Haiphong a Hanói e à fronteira com a China, com custo superior a oito mil milhões de dólares. A linha férrea entre a costa norte do Vietname e a região que faz fronteira com a província chinesa de Yunnan visa reforçar as ligações entre os dois países fronteiriços e facilitar as trocas comerciais.

A nova ligação vai servir as principais fábricas do Vietname, onde se situam a Samsung, a Foxconn, a Pegatron e outros gigantes da electrónica mundial, muitos dos quais dependem de carregamentos regulares de componentes provenientes da China.

Com cerca de 390 quilómetros de comprimento, a ligação vai partir da cidade portuária de Haiphong com destino a Lao Cai, no norte montanhoso do Vietname, na fronteira com Yunnan, via Hanói. Substitui a antiga linha em funcionamento, construída há mais de um século durante o período da Indochina francesa.

A China vai financiar parte do projecto através de empréstimos. Durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Hanói, em Dezembro de 2023, os dois países assinaram mais de trinta acordos.

A nova linha vai “impulsionar a cooperação económica, comercial, de investimento e turística entre os dois países”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vietnamita, Pham Thu Hang, na semana passada.

A nova ligação ferroviária pode ajudar a atenuar as dificuldades das rotas de abastecimento internacionais causadas pela actual dependência de camiões lentos e dispendiosos, que são “propensos a estrangulamentos na fronteira”, explicou Dan Martin, um perito da empresa de consultoria Dezan Shira & Associates.

“A China fornece uma grande parte das matérias-primas que alimentam o sector industrial do Vietname e é essencial manter este sistema estável”, disse o analista, citado pela agência France-Presse. “Uma ligação ferroviária moderna elimina as ineficiências e assegura o transporte sem problemas das mercadorias, quer sejam enviadas para as fábricas vietnamitas ou para os mercados mundiais através do porto de Haiphong”, acrescentou.

Uma outra linha para a China, que ainda não foi aprovada pelo parlamento, acabará por ligar Hanói à província de Lang Son, que faz fronteira com a região chinesa de Guangxi, passando por outra vasta zona onde se encontram fábricas estrangeiras.

O Vietname prevê igualmente a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade a ligar Hanói à cidade de Ho Chi Minh, a capital económica do sul, com um custo estimado em 67 mil milhões de dólares, com o objectivo de reduzir o tempo de viagem de 30 horas para cerca de cinco horas.

Médio Oriente | Pequim rejeita que Gaza seja “moeda de troca” em negociações

O líder da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou na ONU a posição da China em defesa de Gaza e da Cisjordânia como a terra natal dos palestinianos

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, defendeu na terça-feira que Gaza não seja transformada numa “moeda de troca” em negociações políticas, frisando ainda que o enclave e a Cisjordânia são “a terra natal do povo palestiniano”.

“A situação no Médio Oriente continua tensa e frágil. Gaza e a Cisjordânia são a terra natal do povo palestiniano, não uma moeda de troca nas negociações políticas. A governação palestiniana pelos palestinianos é um princípio importante que deve ser seguido na governação pós-conflito”, afirmou Yi, numa intervenção perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

“É vital defender a solução de dois Estados, pressionar por uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana e trazer paz e segurança duradouras ao Médio Oriente”, acrescentou o líder da diplomacia da China, país que detém este mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança.

A posição de Pequim surge uma semana após o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter reafirmado o seu compromisso “em comprar e possuir” a Faixa de Gaza, acrescentando que os palestinianos não teriam direito ao regresso ao território.

Trump adensou ainda mais a polémica ao propor que os habitantes de Gaza sejam reinstalados em outro lugar “permanentemente”, nomeadamente nos países vizinhos Jordânia e Egipto.

Contudo, essas ambições foram duramente criticadas por grande parte da comunidade internacional e pela ONU, com o secretário-geral, António Guterres, a alertar que “qualquer deslocamento forçado da população é equivalente a uma limpeza étnica”.

No debate de nível ministerial do Conselho de Segurança, subordinado ao tema “Praticar o multilateralismo, reformar e melhorar a governação global” e convocado por Pequim, Wang Yi abordou ainda a guerra na Ucrânia, sublinhando que a “China apoia todos os esforços que conduzam às conversações de paz”.

“A crise na Ucrânia arrasta-se há quase três anos. Recentemente, o ímpeto de procura pelo diálogo e pela negociação está a aumentar. Desde que a crise eclodiu, a China tem defendido uma solução política e promovido negociações de paz. A China apoia todos os esforços que conduzam às conversações de paz”, disse o ministro, num momento em que os Estados Unidos e a Rússia estão em negociações directas para esse fim, mas sem incluir a Ucrânia ou a União Europeia.

De acordo com o líder da diplomacia chinesa, Pequim continuará a trabalhar com todos os países, especialmente os países do Sul global, “para construir um consenso para pôr fim ao conflito e para abrir caminho à paz”.

Mudança de planos

Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da Rússia — o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, — reuniram-se na terça-feira na Arábia Saudita para discutir a melhoria dos laços e negociar o fim da guerra na Ucrânia — conversações que representam uma mudança na política externa norte-americana sob a liderança de Donald Trump.

Trata-se da primeira reunião russo-americana a este nível e neste formato desde o início do conflito. O encontro foi criticado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que condenou o facto de Kiev não ter feito parte das discussões.

“As negociações estão agora a decorrer entre representantes russos e norte-americanos. Mais uma vez, sobre a Ucrânia e sem a Ucrânia”, condenou o líder ucraniano durante uma deslocação à Turquia. Zelensky disse que o seu país não aceitará quaisquer resultados das negociações desta semana se Kiev não participar.

Turismo | DST procura consolidar mercado de Hong Kong

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai lançar este ano uma série de promoções em Hong Kong para expandir e consolidar este mercado, depois da quebra de 8,9 por cento dos visitantes oriundos da região vizinha durante os feriados do Ano Novo Lunar deste ano.

Como tal, a DST realizou recentemente um almoço de Primavera na região vizinha, no qual participaram mais de cem representantes do sector da antiga colónia britânica, onde Helena de Senna Fernandes garantiu que a RAEM irá continuar a promover o destino Macau em Hong Kong através de “plataformas online, redes sociais e actividades online e presenciais”.

O organismo que coordena as políticas de turismo da RAEM indicou ontem, em comunicado, que este ano vai realizar “sessões de apresentação de produtos, visitas de familiarização temáticas, promoções conjuntas” dirigidas a consumidores para consolidar o mercado de Hong Kong, tradicionalmente o segundo mais forte mercado emissor de turistas.

A directora da DST recorda que foram convidados 20 “micro influencers” para promover as actividades comemorativas do Ano Novo Lunar em Macau, campanha que foi alargada à imprensa generalista e jornais de turismo e lazer.

O Governo vai também lançar a campanha “Experience Macao” Mega Sale, em colaboração com agências de viagem de Hong Kong, para vender pacotes turísticos com desconto e atrair mais residentes de Hong Kong. Além disso, a DST vai ainda participar na “Holiday & Travel Expo 2025”, que terá lugar em Hong Kong entre hoje e domingo.

Cooperação | Águas de Macau preparada para abastecer Hengqin

Embora a concessão do abastecimento de água esteja limitada ao território da RAEM, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau admite, caso seja convidada, ter capacidade para abastecer a Zona de Cooperação Aprofundada

 

A Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) está preparada para abastecer a Zona de Cooperação Aprofundada, no caso de ser convidada para entrar neste mercado. A garantia foi deixada ontem por Nacky Kuan Sio Peng, directora-executiva da empresa, à margem de um almoço com os órgãos de comunicação social.

“Em termos do abastecimento de água, devido ao contrato de concessão, estamos limitados ao território de Macau e não fomos convidados para expandir o serviço [à Zona de Cooperação Aprofundada]”, começou por responder a responsável, quando questionada sobre a possibilidade de participar através do abastecimento de água na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Cantão na Ilha da Montanha. “Sem dúvida que temos a capacidade para fornecer a água a Hengqin. A nossa capacidade de fornecimento actual seria capaz de fazer esse abastecimento”, acrescentou.

Contudo, a directora-executiva da empresa não deixou de realçar que as Águas de Macau cooperam com diferentes universidades da Grande Baía em projectos de investigação como acontece as universidades de Sun Yat-sen ou Zhongshan.

Sobre a situação actual do abastecimento de água em Macau, Nacky Kuan revelou que no ano passado foi batido um novo recorde, com o fornecimento de 100 milhões de metros cúbicos, um aumento de 6 por cento face ao ano anterior.

Este aumento do volume de abastecimento de água foi explicado com a “recuperação geral do sector do turismo”.

Em relação a 2025, a dirigente explicou que “com a conclusão gradual de vários projectos de construção e de novos edifícios na Nova Zona Urbana e tendo em vista o desenvolvimento económico de Macau, a SAAM espera que a bombagem da cidade venha a aumentar cerca de 3 por cento em 2025”.

Mais capacidade

Sobre o ano que terminou, foi explicado que serviu para concluir a instalação de equipamentos e condutas de água na zona envolvente da Barragem de Ká Hó, o que permitiu aumentar “a capacidade efectiva total dos reservatórios locais para 2,64 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 10 dias de consumo de água em Macau”.

No entanto, em termos dos novos aterros, a empresa diz esperar continuar a “cooperar com os trabalhos de construção de condutas de abastecimento de água e de condutas subterrâneas partilhadas na Zona A da Nova Zona Urbana, a fim de contribuir para o desenvolvimento contínuo da RAEM”.

O almoço de ontem serviu também para a empresa dar início às celebrações do 90.º aniversário, com Nacky Kuan Sio Peng a realçar que ao longo da história a qualidade da água tem vindo a melhorar progressivamente: “Desde a sua fundação em Macau, em 1935, a empresa expandiu a sua escala operacional, passando de pequena estação de tratamento de água a quatro grandes estações modernas, e evoluindo a partir de um processo mecânico de produção de água para um processo automatizado e actualmente digitalizado”, apontou. “A qualidade da água tem vindo a melhorar progressivamente desde os primórdios da empresa em que a água era submetida a um tratamento simples até à actualidade, em que são cumpridas as normas de água potável de Macau, da China, da União Europeia e da Organização Mundial de Saúde”, acrescentou.

Taiwan / Explosão | Rejeitadas acusações de recusa de transporte dos corpos

A Air Macau e a Starlux, empresas que operam voos entre Macau e Taiwan, negaram as informações referidas na comunicação social de Taiwan de que teria sido recusado o transporte dos corpos dos falecidos numa recente explosão em Taichung, Taiwan, por parte de uma companhia aérea, sem que tenha sido mencionado o seu nome.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a imprensa de Taiwan também referiu que a família optou pela cremação dos corpos, trazendo as cinzas para Macau, mas a Air Macau respondeu que fez todos os contactos necessários com a família e que manteve com esta uma comunicação estreita, estando disposta a prestar qualquer apoio e assistência no transporte dos corpos. Já a Starlux, afirmou que realiza transporte de restos mortais há muitos anos, pelo que não teria qualquer problema em fazer o transporte neste caso concreto.

A explosão num centro comercial, ocorrida na última quinta-feira, resultou em quatro mortos, dois deles de Macau, e 39 feridos. Uma criança de dois anos, de Macau, cuja avó faleceu neste acidente, está em estado estável. O HM consultou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) para obter mais esclarecimentos, mas até ao fecho desta edição não foi obtida qualquer resposta.

PME | Dívidas aos bancos representam cerca de 6 por cento

Dados da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) revelam que até finais do ano passado as dívidas das pequenas e médias empresas (PME) aos bancos, por falta de pagamento de prestações dos empréstimos concedidos, atingiu os 6,2 por cento, correspondendo a 4,9 mil milhões de patacas.

Além disso, verifica-se que o novo crédito aprovado para as PME no segundo semestre de 2024 registou um decréscimo de 25,9 por cento face ao primeiro semestre, tendo sido de 3,3 mil milhões de patacas.

Até finais de 2024, atendendo a que se verificou, neste período, o reembolso de vários empréstimos de elevado montante, o balanço utilizado dos empréstimos concedidos às PME atingiu 78,4 mil milhões de patacas, registando-se uma quebra de 3,2 por cento quando comparado com o final de Junho.

Os dados da AMCM traçam ainda a análise consoante o uso económico dos empréstimos, sendo que, entre finais de 2024 e finais de Junho do ano passado, houve um aumento de 15,8 por cento nos empréstimos concedidos ao sector da educação. Segue-se o aumento de 9,2 por cento para a área de “transportes, armazenagem e comunicações”. Já no que diz respeito aos sectores em “comércio por grosso e a retalho” e “construção” registaram-se decréscimos de 7,7 e 1,1 por cento, respectivamente.

Justiça | TUI agrava pena de Kong Chi para 21 anos

Song Man Lei, José Maria Dias Azedo e Ho Wai Neng deram como provado que Kong Chi foi líder de uma associação criminosa e o ex-Procurador-Adjunto Kong Chi viu serem somados mais quatro anos à pena de prisão de 17 anos

 

O Tribunal de Última Instância (TUI) agravou a pena do ex-Procurador-Adjunto Kong Chi, por considerar que cometeu criou e liderou uma associação ou sociedade secreta. O acórdão com a decisão sobre os recursos apresentado pelos arguidos e pelo Ministério Público foi divulgado na noite de terça-feira.

A 17 de Janeiro do ano passado, Kong Chi tinha sido condenado a 17 anos de prisão, pela prática de 22 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 19 crimes de prevaricação, 7 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de abuso de poder, 1 crime de favorecimento pessoal e 1 crime de riqueza injustificada. No Tribunal de Segunda Instância, que julgou o ex-Procurador-Adjunto em primeira instância, Kong Chi tinha conseguido evitar a condenação pelo crime de associação ou sociedade secreta.

Contudo, no TUI, os juízes Song Man Lei, José Maria Dias Azedo e Ho Wai Neng deram como provado que Kong Chi foi o líder da associação o que permitiu agravar a pena final, mesmo se vários outros crimes tenham prescrito.

Em relação a Kong Chi, a pena a 21 anos de prisão resulta da condenação por 1 crime de direcção ou chefia de associação ou sociedade secreta, 10 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de prevaricação, 1 crime de abuso de poder, e 2 crimes de inexactidão dos elementos.

Ao mesmo tempo, face a Kong Chi, o TUI considerou prescritos 1 crime de corrupção passiva e 3 crimes de prevaricação, dando ainda como não provada a acusação por um crime de abuso de poder.

Casal envolvido

No entendimento do TUI, a associação criada por Kong Chi era ainda constituída pelo casal de empresários Choi Sao Ieng e Ng Wai Chu, os outros arguidos do caso que acabaram igualmente condenados.

Choi Sao Ieng vai ter agora pela frente uma pena de 16 anos de prisão que resulta da condenação por 1 crime de participação em associação ou sociedade secreta, 9 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de prevaricação, 1 crime de abuso de poder. Na primeira decisão, a empresária tinha sido condenada a uma pena de 14 anos de prisão, pela prática de 14 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 15 crimes de prevaricação, 6 crimes de segredo de justiça, 3 crimes de abuso de poder e 1 crime de favorecimento pessoal.

Por sua vez, Ng Wai Chu, cônjuge de Choi, foi condenado com uma pena de 10 anos de prisão, devido à prática de 1 crime de participação em associação ou sociedade secreta, 7 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de prevaricação, 1 crime de abuso de poder. Anteriormente, Ng tinha sido condenado a 6 anos de prisão pela prática de 2 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de prevaricação, 2 crimes de violação do segredo de justiça, 2 crimes de abuso de poder e 1 crime de favorecimento pessoal.

A advogada Kuan Hoi Lon chegou a ser acusada no âmbito deste caso, mas acabou absolvida pelo TSI, sem que este aspecto tenha sido alterado pelo TUI.

Economia | CE alerta para riscos de instabilidade internacional

O Chefe do Executivo (CE) alertou ontem para o perigo económico das tarifas impostas pela Casa Branca à China e o efeito na economia de Macau, muito exposta ao exterior. Numa reunião do Conselho para o Desenvolvimento Económico, Sam Hou Fai diz serem precisas respostas para os desafios que a economia chinesa atravessa

 

O líder da RAEM, Sam Hou Fai, lançou ontem um alerta para os tempos difíceis que se avizinham para a economia de Macau, durante a primeira reunião do ano do Conselho para o Desenvolvimento Económico. O Chefe do Executivo começou por afirmar que o mundo está a enfrentar o aceleramento de “grandes mudanças não vistas num século”, com a entrada “num novo período de mudanças turbulentas”.

O agravamento significativo do unilateralismo e proteccionismo dos últimos anos acrescentaram instabilidade e incerteza na economia global, especialmente em Macau enquanto “micro-economia altamente aberta ao exterior”, que “não pode ficar imune”. Além de destacar a crescente concorrência internacional ao principal sector do território, o turismo, Sam Hou Fai salientou o aumento das taxas aduaneiras impostas este mês pelos Estados Unidos (EUA) às importações chinesas. “A estratégia internacional do novo governo dos EUA e a incerteza das políticas em relação à China trazem-nos um novo impacto negativo”.

Também a nível nacional o panorama não é o mais optimista. “O funcionamento económico do nosso país continua a enfrentar muitas dificuldades e desafios, continuando a confrontar com certas pressões respeitantes nomeadamente à insuficiência de procura doméstica, às dificuldades de produção e exploração de algumas empresas, ao emprego e aumento do rendimento dos residentes”, indicou o líder do Governo.

Rol de dependências

Tendo em conta as fragilidades apontadas, Sam Hou Fai afirmou ser essencial “atenção redobrada e resposta adequada, uma vez que a economia de Macau tem como pilar a indústria de turismo e lazer integrado e está altamente dependente do mercado de visitantes do Interior da China”.

O governante voltou a apontar o dedo aos desequilíbrios estruturais da economia local com o “desenvolvimento exclusivo do sector de jogo como um único sector da economia”, admitindo que durante “um determinado período de tempo” será difícil alterar “substancialmente” esse cenário. Até lá, “os velhos problemas como escassez de recursos, estrutura única das fontes de turistas, desequilíbrio das receitas financeiras e insuficiência da capacidade de inovação, persistirão por resolver mais efectivamente”.

O Chefe do Executivo salientou também que a economia de Macau está “numa fase crucial de transição de um desenvolvimento de recuperação para um desenvolvimento de alta qualidade” e pediu a contribuição dos membros do Conselho para o Desenvolvimento Económico.

Porém, Sam Hou Fai mostra-se confiante que “a longo prazo a economia do Interior da China e o navio da economia do país irá certamente navegar no vento e quebrar as ondas para um futuro mais brilhante”. Para contornar as dificuldades económicas, o governante apontou para o cumprimento dos objectivos traçados pelo Governo Central para a RAEM, não defraudando as expectativas do Presidente Xi Jinping para o território.

“A grande pátria é, desde sempre, o nosso firme respaldo e, o ‘apoio do país e interligação com o mundo’ constituem, sem dúvida nenhuma, as maiores vantagens da RAEM”, afirmou Sam Hou Fai.

IPIM | Macau ajudou três empresas de capitais lusos em Hengqin

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) de Macau disse à Lusa que ajudou três empresas de capitais portugueses a estabelecer negócios na zona económica especial da vizinha Hengqin. “Actualmente, existem três casos de investidores portugueses que obtiveram licenças comerciais na Zona de Cooperação [Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin]”, acrescentou o IPIM.

Numa resposta a questões enviadas pela Lusa, o instituto revelou que as três empresas de capitais portugueses estão a operar em “áreas como a consultoria jurídica e a gestão de projectos”. O IPIM disse que as empresas de Macau com investimento estrangeiro, de Portugal, Alemanha, República Checa e Austrália, representam cerca de 7 por cento dos pedidos recebidos para registo em Hengqin.

Em 6 de Fevereiro, o IPIM disse, em comunicado, que tinha recebido 100 pedidos de empresas de Macau, através de um serviço transfronteiriço de registo comercial na zona económica especial, com quase 90 já aprovados. O instituto disse à Lusa que os restantes processos ainda não foram aprovados porque “incluem casos em acompanhamento, à espera de documentos adicionais ou em que houve ajustamentos efectuados pelos próprios requerentes”.

As empresas de Macau com capitais estrangeiros “estão optimistas” quanto a aproveitar a zona económica especial para uma expansão no mercado do Interior da China, referiu o IPIM, no comunicado de 6 de Fevereiro.

Mais de 40 por cento das empresas de Macau que já apostaram em Hengqin estão envolvidas em indústrias de turismo e lazer integrados, saúde e bem-estar, finanças modernas, tecnologias de ponta, convenções e exposições, comércio, cultura e desporto, acrescentou o instituto.

IAM | Tam Wai Fong nomeada para o Conselho de Administração

Tam Wai Fong, que era subdirectora dos Serviços de Planeamento e Construção Urbanos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, foi nomeada para integrar o conselho da Administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

A decisão do Chefe do Executivo foi publicada ontem no Boletim Oficial e entra em vigor na próxima quarta-feira. Tam é licenciada em arquitectura pela Universidade Huaqiao, em Fujian, e ingressou na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes em 2010.

Desempenhou também as funções de técnica superior do Gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas, entre 2012 e 2014, técnica superior do então Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, entre 2014 e 2018, tendo chegado à posição de chefe da Divisão de Manutenção do Departamento de Vias Públicas e Saneamento do Instituto para os Assuntos Municipais.

Além da nomeação para o IAM, foi exonerada da Direcção dos Serviços de Planeamento e Construção Urbanos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

AL | Kou Hou In quer mais articulação entre leis de Macau e do Interior

O presidente da Assembleia Legislativa pretende que os deputados se inspirem na forma como Shenzhen utiliza novas tecnologias para facilitar a governação e fornecer serviços mais convenientes aos cidadãos

 

O presidente da Assembleia Legislativa defendeu a necessidade de se avançar com medidas que melhorem a articulação das leis, regras e sistemas entre Macau e as cidades da Grande Baía. As declarações de Kou Hoi In foram citadas pelo jornal Ou Mun, após a visita de uma delegação de deputados a Zhuhai e Shenzhen.

Em jeito de balanço, o também empresário considerou que a visita oficial às cidades do Interior foi muito produtiva e que serviu para alargar os horizontes dos deputados, ao mesmo tempo que lhes permitiu ficar a conhecer melhor os feitos alcançados pela cidade de Shenzhen nos últimos 40 anos.

Sobre a cidade vizinha de Hong Kong, Kou Hoi In explicou que mostrou aos legisladores o “desenvolvimento pelo sector privado nas tecnologias de ponta”, assim como aplicação destas tecnologias aos serviços sociais, o que defendeu dever servir como inspiração para o desenvolvimento da RAEM.

Kou Hoi In defendeu assim um reforço da cooperação com Interior da China e sejam tidos como exemplos os feitos alcançados a nível das novas tecnologias de ponta para impulsionar o desenvolvimento da RAEM, melhorar a governação local, aumentar o nível dos serviços prestados, e tornar os serviços mais convenientes para os residentes.

O político recordou também que o Presidente Xi Jinping apontou a necessidade de continuar a promover a construção da Grande Baía, através de uma maior articulação das regras e dos sistemas em vigor tanto no Interior, como em Macau e Hong Kong.

Desafios em Hengqin

Sobre a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin, o presidente da Assembleia Legislativa reconheceu que existem desafios para as empresas de Macau, que decorrem do facto de se aplicarem nesta zona o sistema e as regras do Interior da China. Kou Hoi In deu como exemplo os produtos alimentares que são desenvolvidos por empresas de Macau em Hengqin, mas que têm de ser identificados como “feitos na China”, em vez de “feito em Macau”.

O presidente da Assembleia Legislativa destacou ainda que esta foi a primeira vez que uma delegação da actual Legislatura visitou oficialmente Zhuhai e Shenzhen. Todavia, deixou o desejo que Macau e as cidades da Grande Baía se estudem mutuamente, e que as vantagens de Macau no âmbito do princípio “Um País, Dois Sistemas” sejam melhor entendidas. Neste capítulo, o político expressou a esperança que a Ilha Montanha possa ser aproveitada como um projecto experimental.

Na deslocação ao Interior, a delegação da AL visitou algumas das empresas mais conhecidas de alta tecnologia chinesas, como a BYD, Huawei e a empresa de drones DIJ. A delegação visitou ainda o cento de serviços municipais para conhecer as medidas digitais mais convenientes para os residentes, também participou numa actividade de intercâmbio com as autoridades legislativas de Zhuhai e Shenzhen.

Mark O’Neil lança obra biográfica sobre Liang Sicheng e contributo para a arquitectura chinesa

Mark O’Neill, jornalista e autor a residir em Hong Kong, publicou uma biografia de Liang Sicheng, responsável por documentar a arquitectura chinesa antiga, e que durante a Revolução Cultural foi alvo de perseguição política. O livro escrito pelo autor de origem inglesa, lançado pela editora Joint, intitula-se “Liang Sicheng: Guardião da História Arquitetónica da China”

 

Quando teve contacto com a figura de Liang Sicheng?

Quando vivi em Pequim interessei-me pela parte antiga da cidade, pois era como nenhuma outra no mundo. Liang Sicheng disse o seguinte sobre esta parte antiga de Pequim: “O traçado geral mostra o sistema tradicional das cidades históricas da China, sendo resultado da geografia, condições políticas e económicas das dinastias Yuan, Ming e Qing. Exprime também uma gestão artística que conduziu a um elevado nível de sucesso. Serviu bem a era feudal e serve também muito bem a vida na nova era. Pode ser a capital da nova era. Isto não impede de forma alguma um bom desenvolvimento. Toda esta criatividade ao longo de muito tempo deixa-nos orgulhosos”. Na década de 1950, Liang e um colaborador elaboraram uma proposta de 25.000 caracteres para a construção de um novo centro administrativo na parte ocidental da cidade, para albergar todos os ministérios e edifícios oficiais e deixar a cidade antiga como estava. Mas o novo Governo rejeitou esta proposta e demoliu a maior parte da cidade antiga. Construiu a sua nova capital no centro da cidade antiga. Isso partiu o coração de Liang e da sua esposa Lin Huiyin. Em Pequim, conheci a segunda esposa de Liang, Lin Zhu. Ela explicou-me todos estes acontecimentos dramáticos. Foi um estímulo para escrever o livro. Tanto ela como a sua filha, Liang Zaibing, escreveram excelentes livros que descrevem tudo isto. Foram um material de investigação fundamental para o livro.

O que considera mais fascinante na carreira de Liang Sicheng?

Admiro muito os valores estéticos de Liang e o seu trabalho meticuloso na documentação dos edifícios antigos da China, 2.738 no total. Em 1944, no meio dos piores horrores da guerra do Japão contra a China, que matou muitos dos seus amigos e familiares, escreveu uma carta ao representante militar dos Estados Unidos da América em Chongqing. Fez uma lista de locais históricos em Nara, Quioto e Osaka, e propôs que fossem poupados à destruição pelos bombardeiros americanos. Que generosidade e sentido de humanidade extraordinários. Em 2009, Nara ergueu uma estátua em sua honra. Viveu durante a guerra anti-japonesa e as terríveis campanhas do início do período comunista. Mas manteve o seu sentido de missão: preservar os tesouros da arquitectura chinesa e formar uma nova geração de arquitectos e a Universidade de Tsinghua.

Quais as principais correntes arquitectónicas, ou edifícios específicos, que Liang ajudou a preservar ou a chamar a atenção?

Ele e a sua mulher [Lin Huiyin] documentaram 2.738 edifícios antigos, com medições preciosas, em chinês e inglês, e chamaram a atenção nacional e internacional para eles. Sem isso, muitos poderiam ter sido destruídos ou deixados cair no processo de degradação. Definiu as caraterísticas da arquitectura tradicional chinesa e descreveu os arquitectos e artesãos que a construíram.

Pode dizer-se que, enquanto intelectual, Liang Sicheng sofreu perseguições durante a Revolução Cultural. Em termos concretos, como foi esse período para Liang?

No capítulo 10, descrevemos a Revolução Cultural como o calvário de Liang, tal como o foi para milhares de intelectuais e funcionários do partido [Partido Comunista Chinês]. Liang viveu e trabalhou no campus da Universidade de Tsinghua. O Governo entregou o controlo do campus a guardas vermelhos frívolos. Liang era um alvo óbvio para eles porque tinha estudado nos Estados Unidos, falava inglês e tinha muitos amigos estrangeiros. A perseguição que sofreu foi tão severa que acabou por o levar à morte. Em 1966, a sua saúde já era frágil; tinha 65 anos. Foi obrigado a escrever “auto-confissões” e a assistir a sessões de crítica em massa. Os guardas vermelhos saquearam o seu apartamento. Mas ele não cometeu nenhum crime, era simplesmente um arquitecto e professor. As críticas eram absurdas.

Após os anos do regime de Mao, duas das suas obras foram publicadas. O que nos dizem sobre a arquitectura do país?

Após a morte de Mao e o fim da Revolução Cultural, foi reabilitado e as suas obras foram publicadas em chinês e inglês. O seu maior legado é a explicação da história da arquitectura chinesa, a análise dos edifícios antigos e das técnicas utilizadas para os construir. Um dos mais famosos é o templo budista Fo Guang Si, situado nas montanhas Wutai, em Shanxi. Liang Sicheng chamou a atenção do mundo chinês e estrangeiro para este legado.

Liang Sicheng foi um dos poucos arquitectos da época com formação estrangeira. Quais foram as principais influências reveladas nos principais projectos arquitectónicos da época?

Liang e a sua mulher, bem como um pequeno número de colegas chineses formados no estrangeiro, trouxeram de volta à China a arquitectura moderna. Ensinou-a na Universidade do Nordeste, em Shenyang, de 1928 a 1931, e na Universidade de Tsinghua, de 1945 até à sua morte, sendo que, durante a Revolução Cultural, estas aulas tornaram-se impossíveis. Este é outro legado importante – as centenas de arquitectos que formou e os livros didácticos que escreveu para eles. Na memória global da arquitectura chinesa antiga, o seu trabalho foi fundamental. Lançou os alicerces para a mesma. Desde então, muitos seguiram o seu exemplo na investigação, tanto chineses como estrangeiros.

Liang Sicheng, uma “vida extraordinária” devota à arquitectura

Segundo uma nota oficial sobre a obra, divulgada pela editora Joint Publishing, Liang Sicheng teve “uma vida extraordinária”. Filho de Liang Qi-chao, um dos intelectuais mais famosos da China, Liang Sicheng cresceu no Japão. Educado na Universidade da Pensilvânia, Liang também estudou em Harvard e foi muito influenciado pelos arquitectos e pela arquitectura americana.

Um dos poucos chineses do seu tempo com conhecimento profundo sobre arquitectura moderna, Liang Sicheng regressou à China em 1928 e passou mais de 12 anos a investigar a arquitectura da China antiga, continuando o seu trabalho mesmo durante os anos da Segunda Guerra Mundial, quando a China foi parcialmente ocupada pelos japoneses.

Publicou as suas descobertas em jornais chineses e ingleses, revelando ao mundo, pela primeira vez, a história, os conhecimentos e a beleza da arquitectura chinesa. Após a Segunda Guerra Mundial, leccionou na Universidade de Yale e foi o representante da China na concepção da nova sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque.

A vida pós-1949

Depois de 1949, permaneceu em Pequim como chefe do departamento de arquitectura da Universidade de Tsinghua. Projectou os principais edifícios do novo regime comunista, mas não conseguiu persuadir o Presidente Mao Zedong a preservar a antiga cidade de Pequim. Na década de 50, e nos anos da Revolução Cultural, foi severamente criticado.

Em Janeiro de 1972 acabou por falecer na capital chinesa. Com o fim da Revolução Cultural, a sua figura e reputação foram reabilitados e a as suas foram publicadas a título póstumo. Em 1984, a sua “História Pictórica da Arquitectura Chinesa” foi publicada em inglês por Wilma Fairbank, amiga do arquitecto e da sua esposa, e casada com o o sinólogo John Fairbank.

Helicóptero chinês voa a menos de três metros de avião filipino

Um helicóptero da marinha chinesa voou ontem a menos de três metros de um avião de patrulha filipino, numa zona disputada do Mar do Sul da China, levando o piloto filipino a emitir um aviso por rádio.

O helicóptero chinês estava a tentar forçar um avião pertencente ao Gabinete de Pescas e Recursos Aquáticos das Filipinas a sair do que a China afirma ser o seu espaço aéreo, sobre o disputado recife de Scarborough, ao largo do noroeste das Filipinas.

Um jornalista da Associated Press e outros órgãos de comunicação estrangeiros convidados que se encontravam no avião testemunharam o tenso impasse de 30 minutos, enquanto o avião filipino prosseguia a sua patrulha a baixa altitude em torno de Scarborough, com o helicóptero da marinha chinesa a pairar por cima dele ou a voar para a sua esquerda, em tempo nublado.

“Estão a voar demasiado perto, são muito perigosos e põem em perigo a vida da nossa tripulação e dos nossos passageiros”, disse o piloto filipino ao helicóptero da marinha chinesa, por rádio, a certa altura. “Afastem-se e distanciem a vossa aeronave de nós, pois estão a violar as normas de segurança estabelecidas pela FAA e pela ICAO”, acrescentou.

O piloto estava a referir-se à distância padrão entre aeronaves exigida pela Organização da Aviação Civil Internacional, para evitar desastres aéreos.

A Guarda Costeira das Filipinas e o Gabinete das Pescas afirmaram em comunicado que continuam “empenhados em afirmar a nossa soberania, os nossos direitos soberanos e a nossa jurisdição marítima no Mar das Filipinas Ocidental, apesar das acções agressivas e de escalada da China”.

O Gabinete das Pescas referiu-se ao nome filipino para o trecho de águas no Mar do Sul da China mais próximo da costa ocidental das Filipinas.

Tensão crescente

As autoridades chinesas não comentaram imediatamente o incidente, mas em encontros anteriores afirmaram com firmeza os direitos soberanos da China sobre Scarborough e as águas circundantes, e avisaram que as suas forças protegeriam os interesses territoriais do país a todo o custo.

O incidente de ontem, que deverá ser protestado pelo Governo filipino, é o mais recente ponto de inflamação num impasse territorial de décadas numa das rotas comerciais mais movimentadas do mundo.

Nos últimos dois anos, registou-se um aumento dos confrontos em alto mar entre as guardas costeiras chinesas e filipinas em Scarborough e no recife de Tomás Segundo, onde um navio da marinha filipina, que se encontra encalhado, tem servido de posto militar territorial desde 1999.

DeepSeek | Pequim garante que protege privacidade

A China afirmou ontem que atribui grande importância à protecção da privacidade, após Seul ter dito que a aplicação chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek enviou dados sobre utilizadores sul-coreanos à ByteDance, dona da rede social TikTok. “O Governo chinês atribui grande importância à privacidade e à segurança dos dados e protege-os de acordo com a lei”, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakoun.

É a primeira vez que um regulador nacional confirma a potencial fuga de dados de utilizadores da DeepSeek para terceiros e acontece depois de a Coreia do Sul se ter juntado a outros países, no dia anterior, na proibição da utilização da aplicação chinesa de IA, devido aos seus riscos para a segurança.

Seul suspendeu na segunda-feira o serviço local da DeepSeek devido a preocupações com o seu sistema de recolha de dados, ao que Guo já tinha respondido que Pequim pede às suas empresas que cumpram as leis dos países onde se instalam.

O porta-voz disse que a China espera que “os países relevantes evitem adoptar uma abordagem baseada em generalizações ou politizar questões económicas, comerciais e tecnológicas”.

Vietname | 100 mil funcionários públicos vão ser despedidos

O parlamento do Vietname aprovou ontem um plano de redução da despesa pública, como parte do objectivo de alcançar um crescimento anual de 8 por cento, e que vai implicar o despedimento de cerca de 100 mil funcionários públicos.

A Assembleia Nacional vietnamita aprovou a lei da organização governamental com 463 votos a favor de um total de 465 assentos no hemiciclo, noticiou o jornal oficial Nhan Dan.

De acordo com a reforma, cerca de 100 mil funcionários públicos vietnamitas vão perder o emprego e a dimensão dos ministérios vai ser reduzida em cerca de 20 por cento, naquela que é a maior reestruturação desde as mudanças pró-mercado do país na década de 1980.

O secretário-geral do Partido Comunista e líder máximo do Vietname, To Lam, defendeu as reformas, afirmando, em Dezembro, que, “para se ser saudável, por vezes é preciso tomar um remédio amargo”, indicando que a prioridade é racionalizar a gestão do país e aumentar a transparência e a descentralização.

O Governo vietnamita está a levar a cabo uma campanha anticorrupção, que os críticos denunciam como visando facções opostas do sistema de partido único. As autoridades anunciaram em Dezembro que planeiam reestruturar ou fundir 14 ministérios ou agências ministeriais, sendo que apenas oito se vão manter como estão.

O plano também faz parte dos objectivos traçados pelo Governo de um crescimento de 8 por cento para este ano, contra 7,09 por cento em 2024, o que, segundo as autoridades, vai abrir caminho para que o país atinja um crescimento de dois dígitos a partir de 2026.

As estratégias governamentais para atingir o objectivo incluem, além das reformas institucionais, a aceleração do investimento público e privado e o reforço dos sectores da indústria transformadora e da alta tecnologia.

Plano B

O Vietname estabeleceu-se como um centro de produção regional líder na produção de semicondutores, um destino de produção alternativo à China, maior parceiro comercial de Hanói. No entanto, o país poderá ser afectado pelas taxas aduaneiras que o Presidente dos EUA, Donald Trump, está a considerar impor às nações com tarifas elevadas.

Na passada sexta-feira, o ministro da Indústria vietnamita, Nguyen Hong Dien, afirmou que o país está disposto a “abrir o seu mercado através do aumento das importações de produtos agrícolas dos EUA”, a fim de evitar possíveis tarifas.

Hanói espera que as importações e exportações cresçam 12 por cento este ano, embora os preços das exportações de arroz, um dos principais produtos, tenham caído na semana passada para o nível mais baixo dos últimos nove anos. O impacto que as tarifas de Trump vão ter no Vietname ainda é desconhecido.

GP TCR | Austrália confirma presença em Macau

A temporada de 2025 do TCR Austrália terminará em grande ao juntar-se ao FIA TCR World Tour na Corrida da Guia do 72º Grande Prémio de Macau, que decorrerá de 13 a 16 de Novembro

 

Depois de ter acolhido o TCR China em 2024, os “mundialistas” do FIA TCR World Tour vão ter a companhia dos aguerridos concorrentes australianos na prova mais exigente da temporada, como o HM já tinha previsto no final do ano passado.

Este anúncio é a segunda novidade no calendário de uma das maiores competições nacionais de TCR do mundo, depois do anúncio de um novo promotor para o campeonato.

Um piloto que certamente ficou satisfeito com a notícia foi o australiano Ben Bargwanna, que correu nas ruas de Macau em 2023. A primeira participação internacional do TCR Austrália foi tornada possível pelo detentor global dos direitos, o WSC Group, que garantirá a cobertura total dos custos de transporte para as equipas australianas que viajarem para Macau.

“O TCR Austrália sempre foi uma das competições mais importantes e emocionantes do TCR, enraizada na longa tradição do automobilismo de turismo no país”, afirmou o presidente do WSC Group, Marcello Lotti. O empresário italiano deixou claro que “quando questões logísticas nos forçaram a cancelar as rondas australianas do Kumho FIA TCR World Tour no ano passado, começámos imediatamente a trabalhar para regressar em 2025. É fantástico termos conseguido estender a cooperação para um segundo evento e oferecer aos concorrentes australianos a oportunidade única de terminar a temporada em Macau.”

Outros aplausos

O novo promotor do TCR Austrália, David Sonenscher, um velho conhecido de Macau, destacou a importância do momento para a categoria.

“Estou muito feliz por levar o TCR Austrália a um dos circuitos mais icónicos do mundo e certamente um dos maiores desafios para um piloto”, disse o ex-piloto e empresário inglês radicado na Malásia e co-fundador do TCR Asia. “A oportunidade de expandir a nossa cooperação com o FIA TCR World Tour e de mostrar os talentosos pilotos australianos no mais alto palco internacional em Macau demonstra a oportunidade única que o TCR Austrália e a plataforma global TCR proporcionam a todos os participantes.”

A confirmação da presença do TCR Austrália na Corrida da Guia não deverá ser impeditiva à participação de pilotos locais e do Interior da China na mais celebre corrida de carros de Turismo do continente asiático.

China | Detido suspeito de “roubar segredos militares”

As autoridades chinesas informaram ontem terem detido um homem suspeito de “roubar segredos militares”, incluindo informações sobre localização de tropas, equipamento militar e condições das casernas, e enviá-las para uma agência de espionagem estrangeira.

Numa publicação na rede social WeChat, o Ministério da Segurança do Estado chinês afirmou que as autoridades descobriram que uma conta doméstica, chamada “Noite de Inverno”, estava em “contacto frequente” com pessoal de uma agência de espionagem estrangeira, através da Internet.

Após investigação, os funcionários confirmaram que o número de telefone ligado a essa conta estava registado em nome de um idoso de 80 anos que vivia “a milhares de quilómetros de distância da área envolvida e que não era elegível para cometer este crime”.

Finalmente, as autoridades identificaram o suspeito, um indivíduo de apelido Ni, que tinha servido nas Forças Armadas durante dois anos e que foi dispensado mais cedo “devido a problemas disciplinares”, de acordo com o comunicado oficial.

As autoridades chinesas interceptaram então uma ordem da agência estrangeira que instruía o ex-militar a roubar informações de uma base militar “localizada numa região remota com terreno difícil e tempestades de neve frequentes”.

Os agentes organizaram uma operação secreta e, após uma semana de espera, conseguiram deter Ni enquanto este captava imagens da base militar, informou o Ministério da Segurança do Estado, que não deu pormenores sobre a agência de informação estrangeira envolvida no caso.

Yibin | Sobe para dez número de mortos em deslizamento de terras

O número de mortos no deslizamento de terras ocorrido a 8 de Fevereiro, no centro da China, subiu para dez, com a recuperação de corpos nos últimos dias, enquanto 19 pessoas continuam desaparecidas, informou ontem a imprensa local. O deslizamento de terras, causado por vários dias consecutivos de chuva, soterrou dez casas, na vila de Junlian, parte do município de Yibin.

Cerca de 800 pessoas de 139 agregados familiares foram retiradas e transferidas para locais seguros, segundo as autoridades, que também informaram que o deslizamento de terras danificou mais de 100 hectares de áreas agrícolas.

Desde a ocorrência do incidente, mais de 3.000 elementos das equipas de emergência, polícia, bombeiros, serviços médicos e transportes estiveram no local para participar nos esforços de salvamento, com a ajuda de unidades caninas, veículos aéreos não tripulados e equipamento que detectam sinais de vida, segundo a agência de notícias oficial Xinhua.

Paralelamente às buscas, foram também iniciados trabalhos de reconstrução das zonas e casas afectadas. O deslizamento de terras afectou uma zona montanhosa íngreme, o que dificultou os trabalhos de resgate, que também enfrentaram condições meteorológicas adversas, com chuva e nevoeiro.

Na sequência do incidente, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou a “esforços máximos” para minimizar o número de vítimas e a uma “gestão adequada” das consequências do incidente. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal organismo de planeamento do país, anunciou a atribuição de 50 milhões de yuan para os trabalhos de socorro e recuperação.

Acções das tecnológicas sobem com demonstração de apoio de Xi Jinping

As acções das empresas tecnológicas da China subiram ontem durante a sessão da manhã na Bolsa de Valores de Hong Kong, depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, se ter reunido com executivos do sector, na segunda-feira.

O índice Hang Seng Tech, que reúne as acções das grandes tecnológicas do país, subiu 3,04 por cento, até ao intervalo da sessão, tendo já acumulado uma valorização de cerca de 30 por cento este ano, também devido ao optimismo em relação ao sector chinês da inteligência artificial (IA), após o lançamento do grande modelo de linguagem da DeepSeek.

Os melhores desempenhos da sessão foram do fabricante de dispositivos electrónicos e veículos eléctricos Xiaomi (+5,87 por cento) e a plataforma de partilha de vídeos curtos Kuaishou (+9,7 por cento).

Os gigantes digitais Tencent e Alibaba, as duas maiores empresas do índice por capitalização de mercado, subiram 3,42 por cento e 4,34 por cento, respectivamente. No continente chinês, as subidas foram mais modestas, com a Bolsa de Shenzhen – centrada precisamente nas empresas do sector tecnológico – a subir 0,13 por cento e a Bolsa de Xangai 0,29 por cento.

Hora H

Durante o encontro com os empresários, na segunda-feira, Xi apelou para que “aproveitem ao máximo as suas capacidades”, no que classificou como um “momento privilegiado” para “reafirmar a confiança” no sector privado.

A reunião contou com a presença dos responsáveis da Xiaomi, BYD e Huawei, embora a figura mais proeminente tenha sido o fundador da Alibaba e outrora o homem mais rico do país, Jack Ma, na sua aparente reconciliação oficial com o líder chinês, depois de mais de quatro anos praticamente desaparecido da vida pública, após ter criticado os reguladores financeiros, durante um discurso, em Xangai.

O encontro foi visto como uma demonstração de apoio de Xi a um sector que, nos últimos anos, sofreu uma campanha reguladora das autoridades, que resultou em multas multimilionárias a empresas como a Alibaba, a Tencent e a “Uber chinesa” Didi.

Ucrânia | China defende participação da Europa nas negociações de paz

Pequim defende a participação de representantes do continente europeu nas conversações para pôr fim à guerra na Ucrânia. Delegações da Rússia e dos EUA reuniram ontem em Riade

 

O representante permanente da China na ONU, Fu Cong, disse ontem que Pequim saúda o acordo entre Estados Unidos e Rússia para iniciar conversações de paz sobre a Ucrânia, mas considerou imperativo que a Europa participe.

“Esperamos que todas as partes envolvidas na crise na Ucrânia se empenhem no processo de diálogo de paz e cheguem a um acordo justo, duradouro e vinculativo aceite por todos”, disse Fu, durante uma sessão dedicada ao assunto, no Conselho de Segurança da ONU, cuja presidência rotativa é ocupada pela China em Fevereiro.

As declarações de Fu, divulgadas ontem pela imprensa estatal, são as primeiras de um representante chinês sobre o acordo entre EUA e Rússia.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, reuniram-se em Riade, num encontro que poderá conduzir a uma cimeira entre os Presidentes Donald Trump e Vladimir Putin.

Assunto próximo

O diplomata chinês espera que as partes “abordem as causas profundas desta crise através da negociação e encontrem um quadro de segurança equilibrado, eficaz e sustentável para alcançar uma estabilidade duradoura na região”.

Fu considerou, no entanto, ser imperativa a participação da Europa nas negociações, já que o conflito “ocorre em solo europeu”.

“A China tem defendido consistentemente a resolução pacífica de disputas e conflitos globais através do diálogo e da consulta”, algo que “se aplica ao problema da Ucrânia”, no qual Pequim “tem estado ativamente envolvida através da mediação diplomática”, mantendo contactos com todas as partes, afirmou.

Defendeu também a proposta apresentada pela China há dois anos, uma iniciativa de 12 pontos que defendia o respeito pela soberania e integridade territorial de todas as nações, mas que também tinha em conta as “preocupações legítimas de segurança” dos países.

Esta proposta foi recebida com cepticismo pelo Ocidente devido à ambiguidade demonstrada pelo país asiático durante o conflito e a sua aproximação a Moscovo. “A evolução da situação demonstrou que a proposta da China é objectiva, justa, racional e pragmática, reflectindo o amplo consenso da comunidade internacional”, defendeu o diplomata chinês.

Cinemateca Paixão | Ciclo de filmes em homenagem a Kristen Stewart

A Cinemateca Paixão apresenta nos próximos dias um ciclo de filmes que contam com a actriz norte-americana Kristen Stewart como protagonista ou no elenco. Desde “Spencer”, em que interpreta a Princesa Diana, à saga de “Twilight”, que a catapultou para a fama mundial, não faltarão motivos para ir à Travessa da Paixão

 

Chama-se “Retrato dela – Actriz em Foco: Kristen Stewart” e é o novo ciclo de cinema disponível para os fãs da actriz americana na Cinemateca Paixão. O público poderá ver, ou rever, alguns dos principais filmes da carreira da actriz, que começou a ser mais conhecida do grande público a partir de 2002, mas, sobretudo, desde que fez de Bella Swan na saga “Twilight”, uma jovem apaixonada por um vampiro numa história de aventura e muito romantismo.

Mas a selecção da Cinemateca Paixão traz também outros registos cinematográficos bem diferentes de Kristen Stewart e mais afastados do público adolescente da saga “Twilight”. É o caso de “Spencer”, filme de 2021 em que a actriz faz de Diana de Gales, que ficou conhecida como a “Princesa do Povo” e que faleceu num fatídico desastre de automóvel em Paris, em 1997. Este filme será exibido esta sexta-feira, a partir das 21h30, e no domingo a partir das 19h30.

Diana de Gales ficou famosa em todo o mundo pelas suas acções quando ainda era casado com Carlos, então Príncipe de Gales da coroa inglesa e actual rei Carlos III. O filme aborda o fim do casamento entre ambos e as polémicas relacionadas com o caso.

Segue-se, já num registo menos biográfico, “A Sociedade do Café” [Café Society], filme do aclamado realizador Woody Allen, que também se exibe esta sexta-feira a partir das 19h30, e depois na quarta-feira, dia 5 de Março, também no mesmo horário. “Café Society” é um filme de época, passado nos anos 30 em Nova Iorque, e gira em torno de um rapaz que procura a sua sorte em Hollywood, apaixonando-se por uma miúda que, por azar, já tem namorado. É aí que as coisas tomam um rumo inesperado.

Maratona de vampiros

Mas para aqueles que anseiam ver ou rever a trilogia de “Twilight”, nomeadamente os filmes “Crepúsculo”, de 2008; “Crepúsculo: Lua Nova”, de 2009 e ainda “Crepúsculo: Eclipse”, pode esperar sessões nocturnas já este sábado, a partir das 23h30 e até de madrugada, numa verdadeira maratona de cinema para quem quer sentir a adrenalina das estórias de vampiros, com um toque de suspense, na grande tela. A mesma maratona de filmes repete-se no dia 1 de Março, também sábado, mas desta vez com “Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1” e “Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2”.

A Cinemateca Paixão criou uma actividade interactiva para os espectadores, sendo que aqueles que assistirem aos três filmes da “Maratona da Saga Crepúsculo – Parte 1” e aos dois filmes da saga “Amanhecer”, irão receber “uma lembrança especial do festival”. Os bilhetes para estes filmes serão vendidos em separado.

Outras fitas

Voltamos aos trabalhos em que Kristen Stewrt desempenhou papéis em filmes para outro tipo de público. É o caso de “As Nuvens de Sils Maria”, em que faz de assistente da personagem desempenhada por Juliette Binoche, outra actriz de renome.

Este filme, de 2014, também se apresenta ao público de Macau este domingo, numa sessão matiné que começa às 16h30, e sábado, 8 de Março, a partir das 19h30. Com este papel, Kristen Stewart ganhou um César, em França, na categoria de Melhor Actriz Secundária. Também venceu na mesma categoria nos prémios da National Society of Film Critics Awards, nos EUA.

A selecção da Cinemateca Paixão não podia, porém, deixar de fora o filme que levou Kristen Stewart para as telas do cinema, quando ainda era bastante jovem. Ao lado da veterana Jodie Foster, a actriz participou em “Sala de Pânico”, um espaço onde as duas ficam presas num apartamento em Nova Iorque, com uma câmara secreta. Stewart é Sarah, a filha de Meg Altman, personagem de Foster, e ambas tentam escapar de um cenário de violência. O filme exibe-se este domingo a partir das 21h30, repetindo depois no domingo a 16 de Março.

Nesta selecção inclui-se ainda “Seberg: A luta pela liberdade”, de 2019, em que Stewart ganhou na categoria “Melhor Actriz Internacional” nos Prémios Júpiter, na Alemanha.

“Seberg” baseia-se na história real de Jean Seberg, actriz estrela do filme de “O Acossado”, que no final dos anos 60 foi alvo do programa de vigilância ilegal do FBI, nos EUA. Kristen Stewart faz de Jean Seberg. O cartaz sobre Kristen Stewart fecha-se com “Assistente de Compras”, exibido na próxima quarta-feira, 26, e depois no dia 21 de Março.

Além deste ciclo, a Cinemateca Paixão apresenta ainda outros filmes, como é o caso de “Herege”, o mais recente de Hugh Grant, em que este desempenha o papel de um estranho homem que consegue atrair para sua casa duas novatas da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, levando-as a um cenário de terror em que a génese das religiões é dissecada de forma brutal. Destaque ainda para a última sessão do novo de Pedro Almodóvar, “O Quarto ao Lado”, este domingo, a partir das 19h. “Nosferatu”, remake do clássico de 1922 que tem estado nas salas de cinema de todo o mundo, será também exibido no sábado.

CPSP | Detido por roubar produtos avaliados em 3 mil patacas

Um homem do Interior foi detido por suspeita de furto num supermercado, de acordo com os contornos do caso apresentado ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). O homem, que chegou a Macau a 14 de Fevereiro, conseguiu entrar no armazém de um supermercado de onde tirou 1.400 patacas em dinheiro vivo, e mais dois telemóveis avaliados em 3.200 patacas.

No entanto, os trabalhadores deram por falta dos bens e recorreram ao sistema de videovigilância do armazém para perceberem o que tinha acontecido. Foi desta forma que viram que um homem tinha entrado no armazém e levado os bens em causa.

Após queixa junto das autoridades, o homem foi detido pela polícia, com recurso ao sistema de videovigilância da cidade. Depois de ter sido detido, admitiu ter entrado no armazém, mas recusou ter sido responsável pelo roubo do dinheiro vivo ou dos telemóveis.

Durante as investigações, as autoridades aperceberam-se que o homem estava alojado numa pensão ilegal, o que desencadeou uma nova investigação. Quando os hóspedes da pensão que pernoitavam em beliches foram questionadas pelas autoridades, admitiram pagar entre 150 patacas a 300 patacas por noite pela dormida.

Face aos novos desenvolvimentos, as autoridades admitiram estarem também à procura do homem responsável pelo alojamento, que até ontem se encontrava em parte incerta.

Suicídio | Macau voltou a bater recordes com 90 casos em 2024

O número de suicídios continua a aumentar em Macau. No ano passado, 90 pessoas tomaram a própria vida no território, um dos registos mais elevados em mais de duas décadas e desde que há registo, afectando pessoas entre os 12 e os 76 anos de idade. O Governo aponta doenças mentais, problemas emocionais e financeiros entre as principais causas dos suicídios

 

No ano passado, o número de suicídios em Macau bateu o recorde absoluto desde, pelo menos, 2003, quando os casos eram quase metade dos actuais. Em 2024, 90 pessoas tomaram a sua própria vida, ultrapassando a marca negra de 2023 em 2,27 por cento.

Quando comparado com 2022, no ano passado registaram-se mais 12,5 por cento de suicídios. A discrepância é ainda maior face a 2021, com o registo de 2024 a representar um crescimento de 50 por cento. Em termos demográficos, no ano passado, cometeram suicídio 48 pessoas do sexo masculino e 42 do sexo feminino, com idades compreendidas entre 12 e 76 anos. Segundo os Serviços de Saúde (SS), entre os 90 suicídios cometidos em 2024, 76 eram residentes da RAEM e 14 não-residentes ou turistas.

O HM analisou os dados estatísticos relativos ao suicídio desde 2003, que têm estado espalhados em várias categorias ao longo dos anos, entre estatísticas da criminalidade e indicadores da saúde. Uma realidade salta à vista: antes de 2017, nunca se verificaram mais de 80 suicídios anualmente. Aliás, a média anual de suicídios entre 2003 e 2013 foi de 53,5 casos, com um total nesses 11 anos de 589 casos. Total que fica muito aquém da soma dos anos entre 2014 e 2024, período durante o qual se suicidaram em Macau 806 pessoas, ou seja, uma média anual de cerca de 73,3 casos.

Face a mais de duas décadas de estatísticas, o período durante e depois da pandemia regista não só uma tendência crescente, com a excepção de 2021, como também supera os registos anuais de suicídios desde 2003.

Palavras já ditas

No comunicado divulgado ontem sobre a monitorização do suicídio no quarto semestre de 2024, os SS apontam que as causas do suicídio “são complexas e frequentemente envolvem doenças mentais, factores psicológicos, socioeconómicos, familiares, de relações humanas e factores genéticos biológicos”.

As autoridades acrescentam que a prevenção requer a atenção de todos e que “para reduzir a incidência de suicídio, os residentes devem contactar, comunicar e preocupar-se mais com as pessoas que estão ao seu redor, com as suas vidas diárias e incentivar aquelas que estão com problemas emocionais a procurar activamente ajuda profissional”.

Apesar dos números, o Governo indica que “tem dado grande importância à saúde mental dos residentes”, aumentando a acessibilidade aos serviços, e alargando a rede de apoio social, “mas também mobilizando toda a sociedade, através das famílias, escolas e da comunidade”.

Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

Número de suicídios por ano:

2024 – 90 casos

2023 – 88 casos

2022 – 80 casos

2021 – 60 casos

2020 – 74 casos

2019 – 67 casos

2018 – 82 casos

2017 – 73 casos

2016 – 60 casos

2015 – 61 casos

2014 – 71 casos

2013 – 68 casos

2012 – 51 casos

2011 – 75 casos

2010 – 50 casos

2009 – 60 casos

2008 – 69 casos

2007 – 49 casos

2006 – 51 casos

2005 – 39 casos

2004 – 55 casos

2003 – 46 casos

Fontes: Serviços de Saúde e DSEC

PJ | Detida por acusar homem de violação

Uma mulher foi detida depois de ter acusado um homem de violação, devido a uma disputada relacionada com jogo. De acordo com a Polícia Judiciária (PJ), o caso aconteceu no domingo, quando a mulher, com 30 anos, contactou as autoridades e acusou um homem de a ter violado.

Segundo a queixa da detida, os dois tinham-se conhecido no Dia dos Namorados, e ela aceitou passar a noite no quarto dele. Contudo, na manhã seguinte, dizia, tinha sido violada.

Durante as investigações preliminares, os agentes da PJ consideraram o caso suspeito, uma vez que depois de alegadamente ter sido violada a mulher tinha aceitado ir jogar para o casino com o mesmo homem durante todo o dia.

A queixa só foi apresentada no dia seguinte a terem estado juntos nas mesas dos casinos. Quando confrontada com estes factos pela PJ, a mulher confessou que não tinha sido violado e que tinha inventado a acusação devido a uma dívida de 5 mil dólares de Hong Kong.