UE | Câmara de Comércio espera por medidas para atrair investimento Hoje Macau - 4 Mar 2025 A Câmara de Comércio da União Europeia na China disse ontem esperar que Pequim implemente “plenamente” medidas para optimizar o ambiente empresarial e atrair investimento estrangeiro, durante a sessão plenária do órgão máximo legislativo do país. A reunião anual da Assembleia Popular Nacional (APN), que tem início na quarta-feira, (ver páginas 2-3), deverá constituir “uma oportunidade” para os dirigentes chineses comunicarem às autoridades locais “expectativas claras sob a forma de orientações e prazos de execução” das suas políticas mais recentes para atrair investimento e capital estrangeiro, referem. “A Câmara espera que continue a ser dada ênfase à estabilização do investimento estrangeiro, em linha com os planos anunciados até à data”, afirmou. No final de Fevereiro, o Governo oficializou um plano para “estabilizar” o investimento estrangeiro em sectores como as telecomunicações, cuidados de saúde e educação, após ter actualizado a sua lista de áreas onde o investimento estrangeiro não é permitido, reduzindo o número de 31 para 29, e eliminando todas as restrições na indústria transformadora. A China prometeu igualmente autorizar a criação de hospitais de propriedade inteiramente estrangeira em certas cidades e regiões do país. Segundo a agência de notícias Bloomberg, a China registou um saldo negativo de investimento estrangeiro no ano passado: só em novembro, o investimento na China foi de 188,9 mil milhões de dólares, enquanto as saídas da China para outros países foram de 234,6 mil milhões de dólares, o que faz deste o maior défice mensal da série histórica. O grupo empresarial europeu considerou que a “plena implementação” das medidas destinadas a optimizar o ambiente empresarial continua a ser “a melhor forma de restaurar a confiança no mercado chinês”. O organismo disse esperar que a reunião se concentre em medidas que possam “estimular o consumo interno” e que, à semelhança de 2024, seja fixado um objectivo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 5 por cento para este ano.
China | Actividade industrial aumentou para um máximo de três meses em Fevereiro Hoje Macau - 4 Mar 2025 A actividade da indústria transformadora da China cresceu em Fevereiro ao ritmo mais forte dos últimos três meses, de acordo com uma análise privada com base em dados do sector divulgada ontem. O Índice de Gestores de Compras (PMI), compilado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit e publicado pela revista chinesa Caixin, subiu 0,7 pontos, para 50,8 pontos, em Fevereiro. Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O valor superou também as expectativas dos analistas, que esperavam uma recuperação mais modesta, para cerca de 50,3 pontos. Este fim de semana, o Gabinete Nacional de Estatística (GNE) divulgou o seu PMI oficial para Fevereiro, que também bateu a sua melhor leitura desde Novembro. Neste caso, passou de negativo em Janeiro (49,1) para o nível de expansão (50,2) no mês passado. Saldos a aproveitar Segundo Wang Zhe, economista da Caixin, a “poderosa recuperação” do consumo durante o período de férias do Ano Novo Lunar impulsionou a confiança no sector, embora assinale que a economia ainda enfrenta problemas, como a incerteza no mercado de trabalho ou nos rendimentos das famílias, que dificultam os esforços para impulsionar a procura interna. Antes da abertura, esta semana, da sessão anual do órgão máximo legislativo da China, a Assembleia Popular Nacional, Wang apelou para que as medidas de apoio se centrem nas expectativas do mercado e nas preocupações da sociedade, dando prioridade às iniciativas do lado da procura. Zichun Huang, analista da consultora britânica Capital Economics, destacou a melhoria tanto da produção como das novas encomendas em Fevereiro, referindo também uma maior procura por parte do estrangeiro. Neste último caso, o analista afirmou que a procura externa de produtos chineses é provavelmente impulsionada pelos importadores norte-americanos, que estão a acelerar as suas compras antes da entrada em vigor das taxas adicionais anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e na expectativa de que sejam aplicadas novas taxas mais tarde.
HK / Bolsa | Acções da Mixue estreiam-se com valorização de 40% Hoje Macau - 4 Mar 2025 A maior cadeia de produtos alimentares e bebidas do mundo, a chinesa Mixue, estreou-se ontem na Bolsa de Valores de Hong Kong com ganhos de até 40 por cento, após uma oferta de acções quase recorde. As acções abriram com um aumento de 29,4 por cento, em relação ao preço de pré-abertura, de 202,5 dólares de Hong Kong e, a meio da sessão, estavam a subir 40,05 por cento. Esta situação contrasta com a tendência de outras empresas rivais locais que também abriram o capital no ano passado e que, após o entusiasmo inicial, registaram fortes quedas, face à intensa concorrência no sector. A Mixue afirmou na passada sexta-feira que a procura das suas acções foi 5.258 vezes superior ao número de acções oferecidas, o que a torna uma das operações de oferta pública inicial (OPI) mais bem-sucedidas na história da bolsa de valores da antiga colónia britânica. A empresa sediada em Zhengzhou, centro da China, angariou 3,455 mil milhões de dólares de Hong Kong com a OPI. A Mixue, que se concentra especialmente nos populares “bubble teas” (chá com leite e bolas de tapioca), cones de gelado ou refrigerantes, tinha mais de 46.000 lojas em todo o mundo no final de 2024, mais do dobro do número no final de 2021, o que atesta a sua rápida expansão, graças ao modelo de produtos baratos. Estes números ultrapassam nomes globais mais conhecidos, como a McDonald’s e a Starbucks, que são os únicos a ultrapassar a marca das 40.000 lojas em todo o mundo. Competição dura O salto da Mixue do quarto para o primeiro lugar da tabela ocorreu no final do terceiro trimestre de 2024, segundo a consultora Momentum Works, de Singapura, que recorda que a grande maioria dos pontos de venda se situa na China, com apenas cerca de 4.800 espalhados por países da região, como Vietname, Malásia e Tailândia. No entanto, a cadeia chinesa continua a ser a quarta maior do mundo em termos de vendas no sector global de bebidas: os 6,59 mil milhões de dólares que vendeu em 2023 colocam-na atrás da Starbucks, da Inspire Brands – proprietária da Dunkin’ Donuts e da Baskin-Robbins – e da Tim Hortons. A Mixue concentra-se em bebidas de baixo custo, mantendo os preços dos produtos geralmente abaixo dos 10 yuan, um segmento em que espera um crescimento anual composto de 17,6 por cento, até 2028, altura em que este mercado atingirá o equivalente a cerca de 160 mil milhões de dólares.
A Liberdade na Peregrinação de Liu Ji e Leng Qian Paulo Maia e Carmo - 4 Mar 2025 Zhu Yuanzhang (1328-1398), quando ainda se não tornara o imperador Hongwu (1368-98), fundador da dinastia Ming e era apenas um rebelde que não pertencia à nobreza, vinha descendo um grande rio quando um vento rijo quebrou o mastro do navio que o transportava. Olhando a margem, reparou numa grande árvore que se erguia junto de um templo e logo desejou utilizá-la para substituir o mastro quebrado. Quando se aproximou porém, o abade do mosteiro aconselhou-o a que, antes de o fazer, consultasse o espírito do templo retirando uma tabuínha de adivinhação. Ao retirá-la, ele leu: «Tudo sob o céu tem um mestre,/ Um homem honrado não tira nada para si próprio./ Embora as qualidades de um herói sejam conferidas pelo Céu,/ Ele deve, a cada passo, sondar qual o caminho correcto.» Logo desistiu da intenção. A história ilustra o carácter do futuro monarca que, sendo orfão ainda muito jovem, foi acolhido num mosteiro budista como monge noviço, percebendo desde cedo o valor do acaso que desde então se empenhou em perscrutar. Na escolha dos seus conselheiros, obedecendo a essa preocupação, encontravam-se estrategas empenhados em planear os passos seguintes. Entre eles destacava-se Liu Ji (1311-1375) também conhecido como Liu Bowen, o «velho sincero» estratega militar, estadista e poeta, a quem são atribuídas obras que respondiam a essa vontade de predizer a sucessão dos dias, como o livro de profecias Shaobing ge quan wen, «A canção completa do bolinho shaobing», ou o tratado filosófico Yulizi, o «Mestre do brilhante trigrama li, o fogo», para esclarecimento do Mundo e dos decisores. Entre os seus curtos 182 capítulos está o edificante relato de um construtor de um qin, o instrumento musical dos literatos, que sendo apresentado na corte foi recusado por não ter o prestígio de ser antigo. Então ele acrescentou-lhe alguns riscos, enterrou-o por um tempo e de novo o apresentou, sendo agora muito bem recebido. De modo contrário, o conselheiro imperial procurava esclarecer-se na verdade. Como numa viagem que fez, no Outono de 1343, com um companheiro pela cordilheira de Huangshan, a montanha Amarela. Leng Qian (c.1310-c.1371), esse amigo que também era erudito nas artes e instrumentos musicais, acompanhou-o num percurso até uma elevação, que a partir do tempo do imperador Jiajing (r.1521-67) foi designada Qiyun, «alta como as nuvens», fazendo parte do caminho por mar, embalados no ritmo cadenciado das ondas. Esse ritmo que Leng Qian, versado nos segredos da alquimia, procurou transmitir na pintura Monte Baiyue (rolo vertical, tinta sobre papel, 84,4 x 41,4 cm, no Museu do Palácio Nacional, em Taipé) que fez a pedido de Liu Ji para memorizar a jornada. A partir da margem do rio Hengjiang, fez uma pintura livre de opções por estilos ou escolas, aproveitando o acaso, como queria o imperador Hongwu.
Banca | Aumentam depósitos em Janeiro Hoje Macau - 4 Mar 2025 Em Janeiro, os depósitos dos residentes nos bancos locais subiram ligeiramente para 763,5 mil milhões de patacas, face a Dezembro, de acordo com a informação divulgada pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Ao mesmo tempo, os depósitos dos não residentes cresceram 5,4 por cento, tendo atingido 314,4 mil milhões de patacas, face ao mês anterior. No mesmo período, o total dos depósitos da actividade bancária registou um crescimento de 1,4 por cento, quando comparado com o mês anterior, tendo chegado a 1.290,3 mil milhões de patacas. A maior parte dos depósitos estavam em dólares de Hong Kong, com uma proporção de 46,2 por cento, seguindo-se os depósitos em dólares americanos, com uma proporção de 24,5 por cento, e a pataca, com 20 por cento. Os depósitos em renminbis representavam 7,5 por cento do total. Também em Janeiro, os empréstimos internos ao sector privado decresceram 0,5 por cento em comparação com o mês anterior, para 513,8 mil milhões de patacas. Por outro lado, os empréstimos ao exterior cresceram 0,3 por cento, para 499,3 mil milhões de patacas.
Crescimento do jogo deve atingir 6,5 por cento ao longo de todo o ano João Santos Filipe - 4 Mar 2025 A correctora Seaport Research Partners estima que as receitas do jogo vão crescer 6,5 por cento ao longo deste ano, o que significaria um valor de 241 mil milhões de patacas. As estimativas constam de um relatório da Seaport Research Partners, citado pelo portal GGR Asia. “Prevemos que o crescimento das receitas brutas do jogo em 2025 seja de aproximadamente 6,5 por cento em termos anuais, com um crescimento mais elevado na segunda metade do ano”, consta do relatório assinado por Vitaly Umansky. “O crescimento deve ser impulsionado pelo aumento dos esforços de marketing das operadoras e pela melhoria da confiança dos consumidores na China”, foi acrescentado. O documento surge dias depois de ter sido revelado que as receitas brutas do jogo cresceram 6,8 por cento em Fevereiro, para 19,74 mil milhões de patacas. Com as reuniões magnas a começarem hoje, em Pequim, o analista admite ainda ter a esperança que sejam anunciadas políticas de maior apoio ao crescimento económico: “Esperamos que as políticas resultantes das duas sessões evidenciem uma posição mais favorável ao crescimento do que a registada nos últimos dois anos”, indicou. Vitaly Umansky explicou também que a expectativa não é da adopção de subsídios de consumo no Interior, mas antes por “estímulos adicionais” relacionados com a as despesas do governo e de políticas para aumentar as despesas dos consumidores e a actividade empresarial privada. Mês positivo Segundo o mesmo portal, o crescimento de 6,8 por cento das receitas do jogo em Fevereiro foi igualmente considerado positivo pelos analistas da JP Morgan Securtities, DS Kim, Selina Li e Mufan Shi. “Apesar das preocupações do mercado quanto a um fraco desempenho no Ano Novo Lunar, as receitas brutas do jogo revelaram-se fortes em Fevereiro e cresceram 7 por cento em termos anuais para 19,7 mil milhões de patacas, ficando 6 por cento acima do consenso”, foi destacado num relatório para os investidores emitido no domingo. No entanto, para este banco de investimento o crescimento ao longo do ano vai ser mais moderado: “Este número faz-nos sentir bastante confortáveis em relação ao consenso sobre o crescimento de 2 a 3 por cento das receitas do jogo ao longo de 2025”, frisaram.
Edifício do Lago | Pedida investigação a dispositivos de segurança João Santos Filipe - 4 Mar 2025 Perante as queixas dos residentes de que o alarme de incêndio não tocou, a deputada ligada à comunidade de Jiangmen pede uma investigação à segurança da habitação social, assim como uma intensificação das inspecções em todos os edifícios de Macau A deputada Lo Choi In apelou ao Governo para realizar uma investigação ao estado dos equipamentos de segurança contra incêndio no Edifício do Lago, após o incêndio da semana passada que obrigou à retirada de 20 pessoas. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita, em que a legisladora ligada à comunidade de Jiangmen sublinha que os moradores não ouviram os alarmes e incêndio. A informação sobre os problemas com os equipamentos contra incêndio tinha sido relatada logo no dia da deflagração das chamas, mas foi também confirmada pelo gabinete da deputada. “O nosso serviço enviou pessoal ao local para compreender a situação. Os moradores do mesmo edifício, bem como os da vizinhança, disseram-nos que não ouviram qualquer som de alarme suspeito durante o incêndio”, relatou. “A partir deste incidente, é possível constatar que a sociedade gestora do edifício pode ter deficiências na gestão do seu equipamento de combate a incêndios, tendo mesmo deixado de fornecer atempadamente informações e orientações correctas aos bombeiros durante o incidente”, complementou. Face a este cenário, Lo Choi In pede a intervenção das autoridades: “O Governo já se inteirou da forma como é feita a gestão no edifício onde aconteceu o incêndio?”, perguntou. “Em relação aos problemas com os equipamentos de segurança no local do incêndio, será que o Governo tem a intenção de lançar uma investigação ao sucedido, para apurar deficiências de gestão?”, questionou. Problemas mais profundos Lo Choi In destacou igualmente que os problemas dos equipamentos de segurança nos edifícios de Macau não são incomuns e recordou o caso na Areia Preta, em 2019, com o Edifício Jardim Kong Fok Cheong. “Soube-se que, nessa altura, a gestão do edifício era extremamente deficiente, pois as portas corta-fumo de muitos andares estavam seriamente danificadas, os extintores tinham expirado há 10 anos, a iluminação das saídas de emergência não funcionava correctamente e as escadas dos andares estavam cheias de objectos diversos”, recordou a deputada. “Pior ainda, quando o incêndio deflagrou, não só o sistema de alarme de incêndio do edifício não soou, como também o sistema de abastecimento de água para incêndios falhou, tendo sido difícil apagar o fogo durante algum tempo na ausência de abastecimento de água, mas, felizmente, os vizinhos telefonaram uns aos outros nessa altura”, complementou. Tendo em conta estas problemas recorrentes, a deputada quer saber se o Governo vai intensificar a fiscalização dos diferentes edifícios e obrigar os condomínios a cumprirem as exigências de segurança.
Metro Ligeiro | Segundo mês de maior utilização Hoje Macau - 4 Mar 2025 O Metro Ligeiro transportou uma média diária de 27.100 passageiros em Fevereiro, que coincidiu com parte dos dias dos feriados do Ano Novo Lunar. No total, foram transportados cerca de 758,8 mil passageiros. Os números foram divulgados ontem no portal da empresa. Em comparação com o mês anterior, registou-se um aumento diário de 1.800 passageiros, dado que em Janeiro a média por dia tinha sido de 25.300 passageiros. Estes números representam o segundo mês com maior utilização do metro desde a abertura. Até agora, a maior média de utilização aconteceu em Dezembro de 2019, quando viajaram em média 33 mil pessoas por dia neste meio de transporte. Todavia, nesse mês, o primeiro de funcionamento, as viagens eram gratuitas, e apenas era possível circular na Taipa. Actualmente, a rede do metro permite viajar para a Barra, Ilha da Montanha e Seac Pai Van.
Óbito | Faleceu empresário Jorge Ferro Ribeiro Hoje Macau - 4 Mar 2025 Jorge Ferro Ribeiro, presidente do conselho de administração da empresa de investimentos Geocapital e histórico parceiro de Stanley Ho, morreu no sábado, na Herdade em Montargil, de acordo com a informação do Jornal Económico. Segundo a publicação o investidor e representante dos interesses de Stanley Ho em Portugal, Jorge Ferro Ribeiro foi presidente da empresa Construções Técnicas, que também operava em Macau, e da Interfina, grupo com diversos negócios, entre os quais de consultoria e gestão. A Geocapital é uma empresa resultante de uma parceria entre os herdeiros de Stanley Ho e o empresário Jorge Ferro Ribeiro. Em 2005, esteve envolvida na compra pela TAP da entretanto rebatizada de TAP Engenharia e Manutenção, mas que na altura se chamava VEM. A Geocapital apresentava Macau e os seus investidores a empresas de outros países, e tentava também aproximar as várias empresas desses países, utilizando as suas ligações. Recorda também o Jornal Económica, que no início dos anos 90, Stanley Ho e Ferro Ribeiro estabeleceram um consórcio com três gigantes das telecomunicações, de França, Alemanha e Hong Kong, e tentaram obter uma das primeiras licenças para operar uma rede de telemóveis em Portugal. No entanto, na altura, perderam para a TMN, que obteve a primeira licença, e para a Telecel, que garantiu a segunda.
Habitação económica | Arranca escolha de 3.000 apartamentos João Luz - 4 Mar 2025 O primeiro grupo de famílias seleccionadas para comprar um apartamento de habitação económica do concurso de 2019 começa hoje a escolher as fracções. O Instituto de Habitação vai dar tempo aos compradores para contraírem empréstimos, não sendo necessário fazer pagamentos no momento da assinatura do contrato-promessa As casas estão prontas desde Setembro de 2024, acrescentando três edifícios de Habitação Económica na Zona A dos Novos Aterros, e a partir de hoje podem ser escolhidas pelas famílias seleccionadas no concurso público que arrancou em 2019. Este concurso, o último realizado ao abrigo da antiga “Lei da habitação económica”, terminou na semana passada com a selecção de 2.993 agregados candidatos pelo Instituto de Habitação (IH). Os apartamentos que vão ser escolhidos situam-se na Zona A dos Novos Aterros. São, no total, 3.017 fracções distribuídas por três prédios: o Edifício Tong Seng (Lote B4), Edifício Tong Chong (Lote B9) e o Edifício Tong Kai (Lote B10). Separando por tipologia, os agregados selecciondos pelo IH podem escolher entre 760 apartamentos T1, 1.000 T2 e 1.257 da tipologia T3. Segundo informação divulgada ontem pelo IH, o organismo está a notificar, por grupos, os agregados familiares habilitados do concurso de habitação económica sobre a escolha das fracções, com o primeiro grupo a ser chamado hoje à sede do IH para escolher os apartamentos. Como deve ser Além das notificações, o IH está a enviar ofícios sobre a escolha de fracções, acompanhados de tabelas com os preços de venda. Recorde-se que o preço médio de venda das fracções aos lotes em questão ronda as 35.600 patacas por metro quadrado. Além disso, os compradores não podem vender as casas durante um período de 16 anos, e depois de decorrido esse prazo têm de compensar o IH, “sendo o rácio bonificado entre 60 e 70 por cento”. Após a escolha dos apartamentos, os candidatos assinam o contrato-promessa de compra e venda dos imóveis, assim como documentos relacionados. “No momento da assinatura do contrato-promessa, não é necessário efectuar qualquer pagamento. O IH irá reservar o tempo suficiente para o tratamento das formalidades relativas aos empréstimos hipotecários pelos respectivos agregados familiares”, garantiu o IH. Depois de contraídos os empréstimos, os compradores são notificados para efectuar “o pagamento dos valores das habitações e o tratamento das formalidades relativas à recepção das chaves das fracções”, acrescentou o IH. Os candidatos seleccionados podem consultar na página oficial do IH os diversos modelos e preços dos apartamentos, ou visitar os andares modelo no Edifício Mong Tak da Habitação Social de Mong Há, para conhecer “tipologias e materiais utilizados” nas fracções.
Drenagens | Ron Lam pede unificação da legislação Hoje Macau - 4 Mar 2025 O deputado Ron Lam defendeu a unificação da legislação sobre a drenagem de água no território, de acordo com o jornal Ou Mun. Segundo a publicação em língua chinesa, o deputado considera premente a unificação das noras de drenagem. O regulamento de águas e de drenagem de águas residuais de Macau está em vigor há mais de 40 anos. Ron Lam justificou a posição com a necessidade de serem adoptados padrões mais exigentes no que diz respeito à drenagem das estações de tratamento de águas residuais, devido às queixas dos moradores de Coloane sobre os odores emitidos pela unidade em funcionamento na vila. Para o deputado, a falta da unificação das normas de drenagem e o conteúdo desactualizado do regulamento de águas e de drenagem de águas residuais fazem com que as exigências legais não respondam às necessidades de protecção ambiental de uma sociedade moderna. Além disso, Ron Lam apontou que mais de metade de águas residuais é drenada pelas estações de tratamento de águas residuais em Macau sem receber um tratamento secundário. Esta opção significa que antes de ser devolvida ao mar, a água passa pelo tratamento de separação de escória. O deputado alertou que o tratamento não pode depender só da diluição para reduzir o impacto da poluição, porque a prática prejudica o ambiente.
AL | Eleições legislativas marcadas para 14 de Setembro João Luz e Nunu Wu - 4 Mar 2025 O Chefe do Executivo marcou ontem o dia das eleições legislativas para o dia 14 de Setembro. O limite das despesas de cada candidatura foi fixado em mais de 3,5 milhões de patacas. A campanha eleitoral arranca no fim de Agosto, segundo as instruções da comissão eleitoral divulgadas ontem Sam Hou Fai marcou ontem as eleições que vão determinar o elenco de deputados da oitava legislatura da Assembleia Legislativa. 14 de Setembro foi a data escolhida, de acordo com a ordem executiva assinada pelo Chefe do Executivo, publicada ontem no Boletim Oficial. Num despacho separado, Sam Hou Fai fixou em quase 3,55 milhões de patacas o limite máximo das despesas que cada candidatura pode gastar nas eleições. O dia de ontem foi também marcado pela reunião da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), e subsequente publicação das instruções para o sufrágio que estabelecem as regras a seguir durante a campanha eleitoral, que começa à meia-noite do dia 30 de Agosto e termina a 12 de Setembro. As instruções publicadas pela CAEAL na sua página oficial estabelecem também os métodos de votação, o dever de neutralidade e imparcialidade de entidades públicas e entidades equiparadas. Este dever de neutralidade e imparcialidade vigora desde ontem e tem de ser respeitado por órgãos da Administração, pessoas colectivas de direito público, sociedade com capitais públicos, assim como as concessionárias de jogo, que ficam proibidos de favorecerem ou prejudicarem candidaturas às eleições. A CAEAL indica que quem infringir estes deveres, no exercício das suas funções, pode ser penalizado com três anos de prisão ou multa até 360 dias. É preciso parecer Ontem, durante uma conferência de imprensa, o presidente da CAEAL, Seng Ioi Man, sublinhou a importância de actividades organizadas por associações ligadas a candidaturas não poderem mencionar informações eleitorais, ou propostas políticas das campanhas. Mesmo que durante essas actividades sejam distribuídos presentes, lembranças, vouchers de desconto em supermercados, os candidatos podem participar nesses eventos, desde que não sejam discutidos assuntos relacionados com as eleições ou a campanha. Na mesma ocasião, o adjunto da Comissária contra a Corrupção, Wong Kim Fong afirmou, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que as eleições legislativas são uma das tarefas mais importantes deste ano da Comissão Contra a Corrupção. O responsável revelou ainda que será aberta uma linha disponível 24 horas e uma plataforma online para a apresentação de queixas relativas às eleições. Patriotismo eleitoral Na próxima quinta-feira, a CAEAL irá disponibilizar os formulários para constituição de candidaturas e, a partir daí começa o prazo para apresentar as comissões de candidatura, que termina a 6 de Junho. Durante esse período, a CAEAL irá avaliar a legalidade do processo e será dada uma semana para “suprir as deficiências existentes”. O presidente da CAEAL salientou ontem que esta é o primeiro depois das alterações à lei que regula as eleições para a Assembleia Legislativa, de acordo com os princípios de Segurança Nacional. Como tal, o acto legislativo “reveste-se de grande importância”. Assim sendo, Seng Ioi Man garantiu que a CAEAL “irá implementar conscienciosamente o princípio de Macau governado por patriotas”, “promover vários trabalhos eleitorais com elevada qualidade, criar um ambiente mais justo, equitativo e limpo para as eleições, e assegurar que as eleições sejam concluídas de forma harmoniosa e ordenada”. O responsável garantiu que a CAEAL irá decidir se os candidatos são elegíveis para concorrer às eleições, em conformidade com o parecer da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, que é assessorada por membros da direcção do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central.
Cheque pecuniário | Chui Sai Peng pede cuidado com mudanças Hoje Macau - 4 Mar 2025 O deputado Chui Sai Peng alertou para os impactos da mudança do programa de comparticipação pecuniária, conhecido por cheque pecuniário que é distribuído aos residentes. Em declarações à TDM, Chui explicou que qualquer mudança tem de ser bem explicada e resultar “numa boa decisão”. “Os velhos hábitos são difíceis de alterar, mas as mudanças poderão acontecer. É preciso dar e tirar. É preciso fazer concessões para fazer uma escolha que beneficie a maioria das pessoas, mas também é preciso persuadir as pessoas que a acção irá produzir resultados”, afirmou. “Temos de ter um bom Governo, que não só consiga tomar uma boa decisão, mas também dar boas explicações. Estas duas coisas têm de estar de mãos dadas, seja qual for o resultado”, acrescentou. Na semana passada, Sam Hou Fai admitiu a hipótese de deixar de distribuir os cheques de 10 mil patacas para residentes permanentes e 6 mil patacas para não-permanentes a pessoas sem ligação ao território.
Comunicação | Ng Kuok Cheong destaca cautela de Sam Hou Fai Hoje Macau - 4 Mar 2025 O ex-deputado Ng Kuok Cheong considerou que a falta de interacção directa entre o Chefe do Executivo e os órgãos de comunicação social se deve a receios do governante de proferir afirmações que firam susceptibilidades das autoridades centrais. Foi desta forma que Ng tentou explicar o facto de em dois meses de governação, Sam Hou Fai apenas ter respondido numa única ocasião a perguntas dos órgãos de comunicação social. Em declarações ao jornal All About Macau, Ng indicou que existe muita pressão para que os governantes locais “contem a história de Macau bem”. Por isso, considerou que Sam Hou Fai prefere falar pouco, mesmo correndo o risco da sua imagem sofrer danos junto da população de Macau, a prestar declarações que lhe criem problemas com o Governo Central. “Ao reduzir o número de intervenções em público, consegue minimizar as hipóteses de ter problemas, porque actualmente em tudo o que diz tem de seguir as instruções das autoridades centrais”, afirmou o ex-deputado. Ng explicou igualmente que o Executivo tem uma postura muito mais cautelosa de comunicação face aos anteriores, e que apenas se pronuncia sobre os assuntos da governação quando sente que pode “contar a história de Macau bem”. Por outro lado, Ng Kuok Cheong defendeu que a principal agenda de Sam Hou Fai passa por manter um sistema de governação de elite, em que um conjunto de indivíduos tomam todas as decisões. Contudo, ao mesmo tempo, prevês que haja um esforço para passar uma imagem de abertura perante as opiniões da população, mesmo que estas não sejam adoptadas. Em relação à elite de Macau, Ng indicou que com base nas reuniões com certas associações nos primeiros meses de Governação, Sam Hou Fai mostrou um esforço para aumentar a confiança da elite local no modelo de governação das autoridades centrais.
Integração | Membro da CCPPC quer autocarros de Macau em Hengqin João Santos Filipe e Nunu Wu - 4 Mar 2025 Lee Chong Cheng quer facilitar a circulação para a Ilha de Montanha para levar mais residentes para a zona de cooperação aprofundada. Por sua vez, o empresário Frederico Ma defende a diversificação de Hengqin, que considera muito dependente do parque Chimelong O membro de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) Lee Chong Cheng defende a circulação de autocarros públicos de Macau na Ilha da Montanha, para facilitar a vida dos residentes. O desejo foi expresso em declarações ao jornal Ou Mun, antes de Lee Chong Cheng viajar para Pequim, onde vais participar nas “Duas Reuniões”. Na perspectiva do também presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, se os autocarros puderem circular entre Macau e Hengqin, a vontade dos residentes de se mudarem para o outro lado da fronteira vai aumentar “significativamente”. Actualmente, para se deslocarem à Ilha da Montanha, os residentes precisam apanhar transportes de Macau para a fronteira. Uma vez do outro lado da fronteira, podem recorrer a táxis ou à rede de transportes públicos de Hengqin. Lee pretende que os autocarros de Macau possam entrar directamente na Ilha da Montanha, sem necessidade de trocar de transporte. Para promover s circulação em Hengqin, Lee Chong Cheng espera igualmente que as autoridades centrais façam mudanças à circulação de carros particulares na fronteira. Lee sugere mais flexibilidade de procedimentos de passagem da fronteira, para que passageiros com necessidades especiais não sejam obrigados a sair das viaturas. Actualmente, pessoas com mais de 70 anos, ou menos de 10, grávidas e deficientes, podem permanecer dentro da viatura durante a inspecção fronteiriça. Segundo o dirigente da FAOM, as condições devem ser mais flexíveis para abranger pessoas com 60 anos ou mais, jovens com idade até aos 15 anos, e ainda para quem procura cuidados médicos. Quanto à corrente medida de circulação de veículos de Macau na província de Guangdong, Lee Chong Cheng espera que as autoridades do Governo Central estabeleçam um corredor específico na fronteira só para carros de Macau durante os fins-de-semana e feriados. Actualmente, o corredor é partilhado com os veículos de Hong Kong. Expansão industrial Por sua vez, Frederico Ma, também membro de Macau na CCPPC, considera que Macau e Hengqin devem aproveitar as sinergias para promoverem a entrada de mais indústrias da RAEM na zona de cooperação. Além disto, o responsável que também preside à Associação Comercial de Macau recordou que é necessário que o desenvolvimento do turismo de Hengqin se diversifique, dado que actualmente todas as atracções turísticas passam pelo parque temático e hotel Chimelong. Frederico Ma defende que Hengqin não pode depender de um único projecto, e defende um maior desenvolvimento industrial de Hengqin, para aproveitar as vantagens locais e diversificar a economia. Como uma opção de diversificação, Frederico Ma defende a aposta na acupunctura em Hengqin, por considerar que é uma prática cada vez mais adoptada pelos atletas nas competições desportivas internacionais.
Pequim | “Duas Sessões” arrancam hoje com foco na economia Andreia Sofia Silva - 4 Mar 2025 O mês de Março é sinónimo de movimentações políticas em Pequim, com a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, que começa hoje, e a sessão da Assembleia Popular Nacional, que se inicia amanhã. Nas reuniões serão discutidas metas e planos políticos e económicos para este ano, sem esquecer a evolução do panorama internacional Começa hoje mais uma sessão da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), em Pequim, enquanto que para amanhã está agendado o arranque da Assembleia Popular Nacional (APN). Os dois acontecimentos são os mais importantes do sistema político chinês, materializando o sistema de representatividade política do país, contando com a participação de delegações todas as províncias e regiões da China, incluindo as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong. A CCPPC tem, como o nome indica, um carácter consultivo, enquanto a APN é o mais importante órgão legislativo do país. As chamadas “Duas Sessões”, com periodicidade anual, chamam a atenção de todo o mundo porque é nessa altura que o Governo chinês apresenta as suas metas económicas e principais medidas políticas para o resto do ano. Segundo a agência estatal Xinhua, os dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) do país é um dos pontos que mais atenção atrai, mas as “Duas Sessões” “também irão servir para lançar algumas luzes sobre a política externa da China, algo particularmente notável num cenário global turbulento e em rápida mudança”. Até ao dia 11 de Março, data prevista para o encerramento dos trabalhos, definem-se objectivos, calendários e políticas essenciais, moldando “a direcção política do país” num “ambiente doméstico e global complexo e desafiante”, lê-se ainda na Xinhua. Olhemos, então, para aquilo que poderemos esperar em matéria de valores do PIB. “À medida que a economia chinesa se orienta para o desenvolvimento de alta qualidade, o PIB não é a única medida da economia, mas continua a ser um indicador importante. Em 2024, a China atingiu o seu objectivo de crescimento económico de cerca de cinco por cento, graças, em grande parte, a uma série de medidas macroeconómicas significativas, introduzidas para compensar a pressão da recessão económica”, lê-se. Esperam-se, assim, “políticas mais concretas para estimular a actividade económica”. Segundo a Xinhua, a “China deu já sinais de mudança na sua orientação macroeconómica”. “Na última Conferência Central do Trabalho Económico, em Dezembro, os responsáveis políticos comprometeram-se a aplicar políticas macroeconómicas mais proactivas em 2025”. Foi decidido, assim, a adopção de uma “política monetária ‘moderadamente flexível’, o que representa um afastamento significativo da abordagem ‘prudente’ adoptada nos últimos 14 anos”, descreve a agência. Neste encontro foram ainda definidas “nove prioridades fundamentais”, sendo a primeira “o aumento do consumo”. Desta forma, espera-se que, nas “Duas Sessões”, a “China dê ênfase à procura interna como principal prioridade económica”, sendo que, este ano, se espera “que as actualizações de equipamento em grande escala e os programas de troca de bens de consumo sejam promovidos com maior intensidade e num âmbito mais alargado”. É indicado que “a China irá utilizar de forma activa a margem de manobra para um défice mais elevado e aumentar a emissão de obrigações especiais das administrações locais”, além de “continuar a emitir obrigações do tesouro especiais com maior prazo e aumentar os pagamentos de transferências do Governo Central para as administrações locais”. As “Duas Sessões” irão revelar mais detalhes neste sentido. IA em destaque Ainda no plano económico, a Xinhua descreve como o Presidente Xi Jinping sublinhou noutras ocasiões “as principais prioridades, como o apoio ao crescimento do sector privados”, “a aceleração do desenvolvimento da economia digital” e ainda o aprofundamento da abertura do país. Os membros da APN “irão analisar o orçamento anual e o plano de desenvolvimento do Governo”, esperando-se ainda “propostas e sugestões relacionadas com a inteligência artificial (IA)”. Aliás, este é “um dos principais pontos de interesse para os observadores da China”, a par dos valores do PIB. Importa salientar que, neste campo, o país tem procurado marcar pontos e ganhar um crescente posicionamento no mercado com a criação da plataforma DeepSeek. Segundo o jornal Global Times, empresas chinesas como a Tencent, Baidu e BYD integram a DeepSeek nos produtos e serviços que disponibilizam, sendo que “alguns governos locais também anunciaram colaborações com modelos IA da DeepSeek para melhoria dos serviços públicos”. “Muitos planos relacionados com a IA mencionados em relatórios de trabalho dos governos provinciais [da China] centram-se na construção de plataformas de inovação, na promoção de uma integração mais profunda da indústria e na melhoria dos quadros políticos. É importante notar que a ascensão de plataformas como a DeepSeek reflecte o compromisso da China em assumir a liderança nos avanços tecnológicos e um maior foco estratégico no cultivo de talentos e na existência de um ambiente propício à inovação”, lê-se. As “Duas Sessões” constituem ainda “uma plataforma crucial para legisladores e conselheiros políticos apresentarem sugestões e promoverem um amplo consenso sobre o desenvolvimento nacional” na área da IA, sendo que “alguns deles são executivos de empresas e investigadores de renome”. PIB: a manutenção Ainda no que diz respeito ao PIB chinês, uma análise de Neil Thomas e Jing Qiang, do Asia Society Policy Institute, defende que as “Duas Sessões” deverão revelar “uma agenda ainda mais em prol do crescimento do que em relação ao ano passado, com objectivos aproximados de cinco por cento para o crescimento do PIB, de quatro por cento para o rácio do défice fiscal no PIB e de dois por cento na inflação em termos de consumo”. “Deverão ser também introduzidas medidas para aumentar o consumo e encorajar o sector privado em matéria de inovação”, escrevem os autores. A mesma análise do Asia Society Policy Institute destaca também as medidas económicas de prevenção e combate ao desemprego, um problema que tem afectado a economia chinesa nos últimos tempos. “A China irá anunciar também os objectivos anuais para os novos postos de trabalho nas áreas urbanas e a taxa de desemprego urbano. No ano passado, Pequim fixou estes objectivos em 12 milhões de novos postos de trabalho e 5,5 por cento de taxa de desemprego, e os números deste ano serão provavelmente semelhantes”, é referido. No que diz respeito ao consumo interno, pretende-se que a China seja, cada vez mais, “um hub para lançamento de produtos, turismo de Inverno e que tenha uma ‘economia de prata’ com foco na área da restauração para uma população mais idosa”. Ainda segundo a análise do Asia Society Policy Institute, “outras prioridades incluem reequilibrar as regulações de plataformas económicas, estimular a actividade económica nas pequenas cidades, uma maior integração na área da Grande Baía e expandir o investimento nas indústrias marítimas”. Atenção ao investimento As “Duas Sessões” decorrem com Donald Trump de regresso à Presidência dos Estados Unidos da América e certamente que esse ponto irá marcar a agenda externa das reuniões em Pequim ao longo da semana. Mas ainda no tocante à economia, as autoridades chinesas vão procurar apresentar e discutir medidas que possam manter a atracção de investimento estrangeiro no país, após o lançamento do “Plano de Acção para a Estabilização do Investimento Estrangeiro”, no passado dia 19 de Fevereiro. Verifica-se, aqui, uma “mudança estratégica na abordagem de Pequim, afastando-se dos benefícios fiscais e subsídios e dirigindo-se à liberalização de sectores específicos, à racionalização da regulamentação e incentivos ao re-investimento”, apontam os mesmos analistas. Assim sendo, Pequim pretende “enquadrar as empresas estrangeiras no quadro regulamentar da China para as transformar em partes interessadas a longo prazo, tornando a expansão local mais atractiva do que a reafectação de capitais para outros mercados”. Os analistas esperam também que as “Duas Sessões” revelem políticas concretas nesse sentido. Sam Hou Fai em Pequim O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, está em Pequim desde ontem para assistir à cerimónia de abertura da terceira sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional (APN), que decorre amanhã. Sam Hou Fai estará na capital chinesa até quinta-feira desta semana. Segundo um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, Sam Hou Fai será substituído pelo secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, que passa a exercer, interinamente, as funções de Chefe do Executivo. Na 14ª APN será feita a revisão do relatório de trabalho do Governo e a análise ao relatório sobre a implementação do plano anual de desenvolvimento económico e social nacional para 2024. Na agenda inclui-se ainda a análise ao projecto de desenvolvimento económico e social nacional para este ano. Será também analisado o relatório sobre a implementação dos orçamentos central e locais para 2024, bem como os projectos de orçamentos central e local para 2025.
Economia | Viagens à China aumentam devido a diversidade e preços baixos Andreia Sofia Silva - 3 Mar 20253 Mar 2025 Ir à China nunca foi tão fácil, rápido e barato. Dois residentes de Macau de nacionalidade portuguesa revelam ao HM o que os leva a atravessar a fronteira com frequência, principalmente ao fim-de-semana. Diversidade cultural, preços baixos e maior qualidade de serviço em bares e restaurantes fazem toda a diferença As pequenas e médias empresas (PME) de Macau têm enfrentado, desde a reabertura de fronteiras no período pós-pandemia, enormes dificuldades para recuperar o negócio, sobretudo as que estão mais afastadas das zonas turísticas. Numa altura em que viajar para a China se tornou extremamente fácil e barato, dois residentes explicam porque preferem deslocar-se com frequência à cidade vizinha de Zhuhai, ou mesmo a Shenzhen, e consumir lá ao invés de ficarem em Macau. Opções como jantar fora, apanhar um táxi ou beber um copo ficam bastante mais baratos, além da possibilidade de conduzir fora do território tornou essa opção mais frequente. Mas o comércio electrónico também contribuiu para a queda do consumo a nível local, asseguram. Nelson Moura, jornalista e residente de nacionalidade portuguesa, vai a Zhuhai sempre que tem um fim-de-semana livre ou feriados. Chega a ir entre três a quatro vezes por mês. “Os custos são mais reduzidos no Interior da China, e depois há o factor novidade. Nunca foi tão fácil para um residente não chinês de Macau ir à China. Antes precisava de pedir um visto, tinha um prazo reduzido e isso limitava muito as minhas idas, e escolhia sempre sítios mais longínquos, num contexto de viagem turística. Os residentes locais já podiam ir à China antes, mas a conveniência actual, com as fronteiras organizadas e desenvolvidas, sobretudo Hengqin, com a ligação ao Metro Ligeiro, permite ligações mais fáceis”, contou ao HM. Desde que a China flexibilizou a política de vistos e aumentou a oferta de circulação fronteiriça, viajar para o país deixou de ser encarado como uma grande viagem. “Como estrangeiro a residir em Macau, ir à China era um pouco como ir de viagem a outro país asiático. Na pandemia não saímos praticamente de Macau, mas agora desde que a política de vistos para portugueses foi flexibilizada, passa a ser possível ir à China sempre que quisermos”, destacou Nelson Moura. “Tenho a mesma facilidade que um residente chinês tem, e passou a ser uma opção viável ir passar os fins-de-semana e feriados à China, conhecendo sítios diferentes. A comida é um terço do preço do que é praticado em Macau, tem mais qualidade, com produtos frescos, as ofertas de acolhimento são melhores. Macau é uma óptima cidade, mas depois de três anos de pandemia sabe muito bem sair daqui sempre que queremos. É uma opção mais conveniente agora do que antes.” Nelson Moura considera ainda que “para a comunidade chinesa de Macau e Hong Kong existe uma maior conveniência de viagens”, pois “há muitos residentes a conduzir todos os fins-de-semana para a China só para irem às grandes superfícies comerciais, que permite comprar grandes quantidades de comida”. “O tráfego perto da fronteira das Portas do Cerco ou ponte HKZM está a um nível nunca antes visto. Há a opção de poder conduzir na zona de Grande Baía o que é bom para cidades pequenas e caras como são Macau e Hong Kong”, adiantou. PME, o eterno problema Do lado de Macau as associações ligadas ao sector comercial da comunidade chinesa clamam por socorro, pedindo mais medidas como o Grande Prémio do Consumo, ou mesmo cartões de consumo, ou seja, mais campanhas e iniciativas para que os residentes possam comprar mais em Macau com descontos ou apoios. Uma das últimas vozes a mostrarem preocupação sobre este cenário foi Stanley Au, presidente da Associação de PME de Macau. À TDM Canal Macau, o responsável defendeu que nas próximas Linhas de Acção Governativa o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, tem de mostrar medidas eficazes para evitar encerramentos e, consequentemente, mais desemprego. “A situação mais urgente e actual é o encerramento das empresas. Acredito que a população viu muitas lojas encerradas em diferentes bairros do território. Às vezes, na mesma rua, há mais lojas encerradas do que abertas. Além disso, o maior problema é que Macau está a enfrentar um abrandamento económico contínuo. Se não resolvermos este problema, a sociedade não melhora”, acrescentou. Porém, segundo Nelson Moura, será sempre difícil combater a atracção do consumo da grande China. “O comércio local de Macau é uma questão complicada. Nota-se uma grande redução de consumidores, sobretudo aos fins-de-semana e dias em que as pessoas têm tempo para sair da cidade.” O comércio electrónico acaba por potenciar também uma redução do consumo a nível local. “Os residentes sabem que encontram mais e mais barato lá fora. Há empresas chinesas de comércio electrónico, como o Taobao, que permitem compras de toda a China para Macau sem encargos de transporte, o que reduziu o consumo interno. As pessoas vão às lojas ver o que querem comprar para depois o fazer no Taobao. Não sei como é que se pode contornar essa tendência. É o capitalismo a funcionar”, explicou Nelson Moura. O residente chama também a atenção para o facto de agora ser mais fácil usar plataformas de pagamento online na China com cartões estrangeiros ou de bancos de Macau, nomeadamente através do MPay. Nelson Moura acredita que as PME locais só se aguentaram tanto tempo por estarem numa espécie de circuito económico fechado. “Os negócios locais viveram um pouco numa economia de ilha, e sobreviviam pelo facto de o mercado de Macau se ficar pelo território, sem as pessoas poderem sair tanto. Agora que passou a haver a concorrência com o que a China tem para oferecer, as empresas sofrem porque não oferecem, muitas vezes, o serviço com tanta qualidade e a um preço tão atractivo. Sei que a situação em Hong Kong é semelhante.” “Curtir” na China O macaense Miguel Rosa Duque sempre trabalhou em Macau e passou no território grande parte dos dias da semana, mas desde que começou a dar aulas em Zhuhai a sua vida passou a fazer-se mais do outro lado da fronteira. Destaca as saídas nocturnas bem mais baratas, bem como a oferta de restauração. “Macau não tem variedade e as pessoas fartam-se pelo facto de o território ser pequeno. Temos hotéis e restaurantes, mas são caros porque as rendas são caras. Face à China, em termos de preços, a diferença é como entre o céu e a terra. Dou um exemplo: para apanhar um táxi das Portas do Cerco para a universidade onde dou aulas são 40 minutos de viagem, 28 quilómetros, e pago cerca de 60 a 80 renminbis. É baratíssimo. Em Macau, das Portas do Cerco até Coloane pagamos 150 patacas ou mais, a diferença de preços é enorme.” Miguel Rosa Duque conta que as idas à China no seu círculo de amigos se tornaram tão frequentes que até criaram um grupo na rede social WhatsApp para facilitar passeios em grupo. “Prefiro mil vezes ir para a China só para me divertir. Tenho muita variedade de bares e discotecas e em Macau está tudo morto. Uma massagem para duas pessoas custa 600 renminbis, em Macau custa o dobro. Não falo de massagens em hotéis sequer. O serviço ao cliente é muito melhor na China, com mais atenção aos clientes, mais atenciosos, além de que é tudo mais barato. Se gastarmos 1000 patacas numa noite em Macau, na China gastamos 400 renminbis e somos tratados como reis. A variedade é infinita em termos de restaurantes. Macau não dá para competir”, contou. Miguel Rosa Duque conta que tem amigos que, mesmo com carro em Macau, acabaram por adquirir outra viatura com matrícula chinesa que deixam estacionada no parque de estacionamento junto à fronteira, por ser mais barato alugar um lugar para estacionar. O macaense entende que entre as PME locais e o comércio na China “não há competição possível”, sobretudo com as plataformas de venda online. “As pessoas já não vão às lojas aqui, há mil escolhas e dá para comprar a partir de casa. A minha namorada raramente vai ao supermercado, faz tudo online, por exemplo”, acrescentou.
Demografia | Natalidade é uma “responsabilidade social” Hoje Macau - 3 Mar 2025 O Chefe do Executivo considerou que o aumento da natalidade é “uma responsabilidade social”, em declarações prestadas numa altura em que o Governo pretende que os residentes tenham mais filhos. “O subsídio de nascimento é atribuído a cada um dos progenitores, que recebem mais de 10 mil patacas. Não existem outros subsídios relacionados com a assistência à infância, pelo que iremos considerar outras formas de incentivar a natalidade”, afirmou o líder do Governo, citado pelo Canal Macau da TDM. “Se a situação financeira o permitir, o Governo pode dar um sinal à comunidade, apoiando pais jovens a ter mais filhos, mas também consideramos que isso é uma responsabilidade social”, acrescentou.
Apoios | Sam Hou Fai prepara mudanças no cheque pecuniário Hoje Macau - 3 Mar 2025 O Chefe do Executivo admitiu que irá promover mudanças na distribuição do cheque pecuniário no próximo ano, por considerar que foi gasto muito dinheiro com este programa social. Nas declarações prestadas à comunicação social fim da semana passada, Sam Hou Fai vincou que desde que o cheque começou a ser distribuído, em 2008, o Governo gastou cerca de 92,1 mil milhões de patacas, o que entende ser uma quantia avultada. “É muito dinheiro. É um número que supera os 92 mil milhões de patacas”, adiantou Sam, citado pelo portal All About Macau. “Todos podem dar a sua opinião [sobre o cheque], e algumas pessoas já deram a sua opinião. Este ano o cheque vai ser distribuído. E no próximo ano como vai ser a distribuição? Depende da conjuntura económica global”, vincou o governante. Este ano, o orçamento de cheque pecuniário é de 7,48 mil milhões de patacas, com os residentes permanentes a receberem 10 mil patacas e os não-permanentes 6 mil patacas. Nos últimos tempos, tem-se intensificado uma campanha para acabar com a distribuição do cheque a residentes que não passem metade do ano em Macau. E este aspecto foi destacado pelo Chefe do Executivo, que apontou ter ouvido opiniões a pedir que o apoio reflicta “justiça, exactidão e uma ligação efectiva à RAEM”. Apesar do “muito dinheiro” despendido nos cheques pecuniários, o montante não impediu o Governo de acumular uma reserva financeira com mais de 600 mil milhões de patacas nem de seguir uma política de grandes investimentos, com construções de vários milhares de milhões de patacas, como o Metro Ligeiro, Terminal Marítimo da Taipa ou a Ponte Macau.
Casinos-satélite | Sam Hou Fai confirma transição ou encerramentos João Santos Filipe - 3 Mar 2025 O Chefe do Executivo confirmou a política que pode ditar o encerramento definitivo dos casinos-satélite até ao fim do ano. Sam Hou Fai atirou a responsabilidade em relação aos postos de trabalho para as concessionárias de jogo O Chefe do Executivo atirou a responsabilidade sobre a eventual extinção dos postos de trabalho ligados aos casinos-satélite para as concessionárias de jogo. Na quinta-feira à noite, em declarações aos órgãos de comunicação social, Sam Hou Fai confirmou que as concessionárias e os casinos-satélite têm de até ao final do ano terminar o modelo de exploração dos espaços de jogo. Os casinos-satélite resultam de acordos entre algumas concessionárias e empresas independentes, que exploram alguns espaços de jogo, como acontece com os casinos Kam Pek ou Ponte 16, num total de 11 casinos. Neste modelo, as empresas independentes exploram os casinos, mas com trabalhadores, mesas de jogo e fichas das concessionárias, com quem têm um acordo e a quem efectuam pagamentos. No entanto, a última revisão à lei do jogo estabeleceu um período de três anos para terminar este modelo. Como resultado, as concessionárias podem optar por assumir, por si, a exploração destes casinos ou fechar os espaços. A última opção pode ser uma ameaça aos empregos directos dos trabalhadores destes casinos, dado que podem deixar de ser necessários, mas também aos empregos indirectos, ligados aos espaços como restaurantes e lojas que vivem dentro ou nas imediações destes casinos. Questionado sobre o assunto, Sam Hou Fai confirmou que o Governo espera ver a lei cumprida, pelo que não está em cima da mesa a possibilidade de permitir um prolongamento do período de transição. “Acredito que as operadoras de jogo vão comunicar bem com os seus casinos-satélites sobre como vão tratar deste assunto, quando acabar o período de transição”, afirmou Sam, citado pelo Canal Macau da TDM. “Mas, sei que os trabalhadores dos casinos-satélite estão distribuídos pelas empresas de jogo, portanto as operadoras têm a responsabilidade de os absorver ou de ter planos para estes trabalhadores”, frisou. Sam Hou Fai não explicou o que entende por “planos” para os trabalhadores, mas podem passar por despedimentos ou reformas antecipadas, com condições mais vantajosas do que as legalmente previstas. Por enquanto, o governante afirma desconhecer os planos das concessionárias, mas não afastou a possibilidade de apoios sociais: “Temos de ver como as concessionárias de jogo vão tratar esses trabalhadores dos casinos-satélite. O Governo vai dar apoio caso, caso haja necessidade”, destacou. No entanto, o novo líder do Governo não revelou os apoios previstos. Actualmente, o valor do subsídio de desemprego é de 150 patacas por dia, com os trabalhadores a poderem receber um máximo de 90 dias, o que significa 13.500 patacas. Sector importante Apesar do impacto da medida, Sam Hou Fai destacou a importância do sector. “A indústria do jogo é um sector muito importante para Macau e esperamos um desenvolvimento estável, saudável, ordenado e com base em leis. Esse é o caminho correcto a longo-prazo para o nosso território”, indicou Sam. Nos últimos meses vários deputados têm demonstrado preocupação com uma possível vaga de desemprego, como Ron Lam, José Pereira Coutinho e Ella Lei. A nova vaga de redução de empregos no jogo pode chegar depois de nos anos da pandemia terem sido perdidos quase 20 mil empregos, de acordo com os dados indicados por Ella Lei, em Fevereiro de 2023. Para este número contribuíram também as campanhas contra a promotoras de jogo e a implementação de novas regras, que tornaram as promotoras economicamente inviáveis, face à competição das concessionárias, a existência de promotores.
Habitação | Novo regime de despejo em vigor Hoje Macau - 3 Mar 2025 O novo regime torna mais fácil as acções de despejo de arrendatários com três rendas, ou mais, em atraso entrou em vigor no sábado. De acordo com a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), o “novo regime de despejo destina-se a responder à situação de atraso prolongado no pagamento de rendas, tendo introduzido um novo procedimento mais simples e célere”. Com as mudanças, os senhorios passam a ter direito ao pagamento de indemnizações pelas rendas em atraso, quando estas atingem os três meses, além de poderem exigir os pagamentos devidos, acrescidos de juros de mora, assim como a possibilidade avançarem para a resolução do contrato. As alterações legais permitem ainda aos juízes abdicar da fase de julgamento nos processos de despejo.
FAOM | Pedida mais tolerância face a infracções de vendilhões Hoje Macau - 3 Mar 2025 Com a entrada em vigor no sábado do novo regime de gestão dos vendilhões, os deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) fizeram um comunicado a pedir ao Governo para adoptar uma postura tolerante, face às primeiras infracções. De acordo com Ella Lei e Leong Sun Iok, os comerciantes precisam de tempo para adaptar-se às alterações legislativas e as autoridades devem adoptar uma postura mais didáctica, numa primeira fase de adaptação, até porque os vendilhões são tidos como pessoas idosas e com maiores dificuldades de adaptação. Uma das novas exigências passa pelo facto de os comerciantes terem de manter a banca aberta por um período mínimo de 240 dias. No entanto, esta exigência levanta várias preocupações, porque os comerciantes não têm a certeza de que as faltas por doença sejam tidas como justificadas, logo excluídas das contabilidade dos dias de encerramento. Os deputados pediram também compreensão para a nova realidade dos vendilhões, uma profissão cada vez mais exercida por pessoas idosas e que não conseguem mudar de emprego. Os membros da Assembleia da Legislativa da FAOM pediram ainda ao Governo para permitir que as bancas diversifiquem o tipo de produtos vendidos.
PIB | Economia de Macau cresceu 8,8% em 2024 Hoje Macau - 3 Mar 2025 O produto interno bruto de Macau cresceu 8,8 por cento em 2024, em comparação com o ano anterior, apoiado pelo aumento da indústria do jogo e da procura interna. Por outro lado, a despesa do Governo desceu 5,1 por cento face a 2023, com o fim dos cartões de consumo O produto interno bruto (PIB) atingiu, no ano passado, 403,3 mil milhões de patacas, “equivalendo a 86,4 por cento do volume económico do ano 2019”, indicou na sexta-feira a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) em comunicado. O valor do PIB no fim do ano passado representou um crescimento anual de 8,8 por cento face a 2023. “As exportações de serviços e a procura interna (incluindo a despesa de consumo privado, a despesa de consumo final do Governo e o investimento) cresceram 9,2 e 2,3 por cento, respectivamente, em termos anuais”, lê-se na mesma nota. Em relação ao crescimento das exportações de serviços, a DSEC salienta o impulso dado pelo aumento anual de 23,8 por cento do número de entradas de visitantes registado em 2024. O factor determinante para a evolução positiva do PIB foi o aumento de 21,8 por cento das exportações de serviços do jogo ao longo do ano passado. Crescimento que contrastou com descida anual de 6,1 por cento das exportações de outros serviços turísticos, “devido à base de comparação relativamente elevada do ano 2023”. Ainda assim, neste capítulo, o registo de 2024 representou um crescimento de 13 por face a 2019. A DSEC referiu ainda que o comércio externo de mercadorias e as exportações e importações de bens caíram, no ano passado, respectivamente, 14,5 e 7,6 por cento, quando feita uma comparação com 2023. Ainda de acordo com os dados, o consumo privado em 2024 aumentou 4,9 por cento, em termos anuais, “graças à recuperação contínua das actividades económicas e à ininterrupta estabilidade do mercado de trabalho”. A DSEC revelou também que “o PIB per capita, que mede o valor médio dos bens e serviços produzidos por pessoa, foi de 587.922 patacas”, valor que representa uma subida de 7,6 por cento em relação a 2023. O outro lado No sentido contrário, a despesa do Governo caiu, no período em análise, 5,1 por cento, após o fim de medidas de apoio económico, lançadas para aliviar o impacto da pandemia, com a DSEC a salientar as rondas de cartão do consumo lançadas até 2023. No sector público, o investimento em equipamento subiu 1,2 por cento, face a 2023, enquanto o investimento em construção caiu 10 por cento, “devido à conclusão de parte das obras públicas de grande envergadura”, lê-se na nota. No que diz respeito ao privado, o investimento em equipamento cresceu 31,1 por cento e em construção subiu 5,1 por cento, em termos anuais. Já no último trimestre de 2024, o PIB de Macau aumentou 3,4 por cento, face ao mesmo período de 2023. A DSEC destacou que a procura interna e as exportações de serviços tiveram acréscimos homólogos de 2,8 e 2,1 por cento, respectivamente. João Luz / Lusa
ISAF | Recolhido medicamento do São Januário Hoje Macau - 3 Mar 2025 O Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF) mandou recolher um lote do medicamento antiviral, “ZOVIRAX IV INFUSION INJ 250MG”, produzido pela italiana “GlaxoSmithKline Limited”, depois da descoberta de “partículas em forma de vidro num dos seus frascos”. O lote do medicamento afectado foi fornecido apenas ao Centro Hospitalar Conde de São Januário, que parou “imediatamente” de o utilizar. O medicamento destina-se apenas aos doentes internados, para tratar infecções por herpes simplex e varicela-zóster. As autoridades acrescentam não terem recebido “nenhuma notificação de caso de indisposição após o consumo do medicamento”. Segundo o fabricante, não há provas de que outros produtos do mesmo lote tenham sido afectados.