Take-away | Restaurantes queixam-se das comissões

Com comissões que podem chegar a 30 por cento do preço cobrado aos clientes, os restaurantes queixam-se das plataformas de entrega de comida tentam criar alternativas mais baratas

 

As plataformas cobradas pelas plataformas de entrega de comida estão novamente a ser criticadas pelo sector da restauração. De acordo com um artigo do Jornal Ou Mun, os montantes cobrados chegam a 30 por cento do preço final, ou seja, numa encomenda de 100 patacas, o restaurante tem de pagar 30 patacas à empresa de entrega da comida.

Segundo um dono de um restaurante, que o maior jornal da região não identificou, quando se inscreveu numa plataforma havia a promessa de que a comissão cobrada seria de 20 por cento. Contudo, esta comissão era apenas para a distribuição de comida.

De forma a poder utilizar a aplicação, ao restaurante eram exigidas outras despesas relacionadas com a exposição dos produtos do restaurante na plataforma online e até de promoção da própria plataforma. Como consequência destas despesas acrescidas, cerca de 32 por cento do preço cobrado pela refeição é entregue à plataforma online.

O responsável citado indicou ainda que as aplicações de distribuição de comida têm “uma margem de lucro enorme” e que os restaurantes que vendem através delas praticamente não fazem dinheiro, quando têm em conta que além da comissão ainda têm de pagar as rendas, salários, despesas com água e electricidade, entre outras.

Com estes desafios, e também com mais gente a preferir consumir no Interior, devido à política de permitir que os carros da RAEM circulem em Cantão, o proprietário apontou que há uma maior aposta em levar as pessoas de novo para os restaurantes. Outra estratégia, passa por criar estratégias para que seja o cliente a ir buscar a comida encomendada para fora, com a oferta de descontos que podem variar entre cinco e 10 por cento.

Excluídos da sociedade

Outro proprietário de um restaurante, confirmou a situação e lamentou que actualmente sem presença nas aplicações de distribuição de comida os restaurantes ficam praticamente desligados da sociedade.

O comerciante queixou-se ainda da evolução das aplicações e recordou que no início as comissões eram baixas, quando havia poucos utilizadores. Nessa altura, havia ainda muitas promoções para incentivar uma maior utilização por restaurantes e clientes. Contudo, com a popularização das plataformas, as promoções para os restaurantes tornaram-se cada vez mais raras, o que fez subir os preços.

Outro dos exemplos indicados no jornal Ou Mun, fala do caso de um dono de um café que no início do seu negócio praticamente só trabalhava no modelo de take-away. Contudo, depois do aumento das comissões, começou a fazer contas e apostou numa estratégia diferente: criou um espaço para os clientes comerem e criou a sua própria equipa de distribuição.

Segundo este proprietário, face às encomendas que recebe para a entrega de comida fica mais barato ter uma equipa de distribuição do que recorrer às plataformas de distribuição de comida mais populares.

24 Jan 2024

Segurança alimentar | Lojas de “take-away” vão ter registo obrigatório

[dropcap]A[/dropcap]s lojas de take-away e online aumentaram com o contexto de pandemia, e uma vez que não estão reguladas “serão incorporadas no sistema de fiscalização através do regime obrigatório de registo”, disse ontem o secretário para a Administração e Justiça.

A proposta de lei está feita e prevê-se que o regime de registo seja lançado ainda este ano, por motivos de higiene e segurança alimentar. Durante o debate, André Cheong disse que pretende atingir este objectivo no próximo mês. “Não esperamos com a implementação deste regime obrigatório que as actividades desses lojistas venham a ser afectadas”, comentou.

Desde que a Lei de Segurança Alimentar entrou em vigor, o Instituto para os Assuntos Municipais emitiu 250 acusações de infracção, num valor de 12,5 milhões de patacas, e 13 foram remetidas para o Ministério Público. Apesar disso, o secretário disse que a lei já entrou em vigor há vários anos e “é necessária uma revisão”.

31 Jul 2020