Startup brasileira de biotecnologia vence concurso de inovação em Macau Hoje Macau - 17 Jun 2025 A ‘startup’ brasileira de biotecnologia Hilab venceu ontem um concurso de inovação em Macau, no qual foram distinguidas outras seis empresas portuguesas e brasileiras, abrindo as portas a apoios e financiamento e ao mercado chinês, anunciou a organização. A Hilab, com um capital de 200 milhões de patacas, dinheiro angariado de 125 milhões de patacas e à procura de contactos, oportunidades de negócio, de financiamento e de expandir-se na China, foi fundada em 2016. A ‘startup’, que venceu o Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para as Empresas de Tecnologia do Brasil e de Portugal 2025, desenvolveu um dispositivo de diagnóstico portátil que fornece resultados de qualidade laboratorial. De acordo com informação da Hilab, o dispositivo requer “apenas algumas gotas de sangue” e pode “realizar 25 tipos de exames, cobrindo 85 por cento dos diagnósticos médicos mais solicitados”. Actualmente, a empresa actua em 1.700 cidades brasileiras e já realizou mais de três milhões de exames, exportando os produtos para países da América do Sul, além de outras geografias, como Indonésia, Angola, Moçambique e África do Sul. Parabéns ao marketing Também ontem um painel de investidores, académicos e especialistas em finanças seleccionou o projecto brasileiro, Klike.AI LLC, uma plataforma de análise de marketing alimentada por inteligência artificial, e o projecto português OWLplaces, especializado em inteligência artificial e análise de dados geoespaciais, de acordo com a nota da organização. O concurso recebeu 20 candidaturas dos dois países e seleccionou 17 finalistas em áreas como inteligência artificial, biomedicina, dispositivos médicos, NB-IoT (baixa largura de banda para a Internet das Coisas). Os sete projetos premiados receberam prémios monetários, com um valor máximo de 180 mil patacas, e garantiram apoio para facilitar o acesso a financiamento chinês e ao mercado da China, nomeadamente da Grande Baía. O concurso foi organizado pela Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e realizado pela incubadora Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau. Os organizadores sublinharam, no comunicado, que os premiados podem participar em intercâmbios, exposições e negociações na China continental, para “promover o desenvolvimento conjunto das indústrias de inovação tecnológica entre a China e os países de língua portuguesa”. Após o concurso, as finalistas foram convidadas a realizar bolsas de contacto com agências de investimento, empresas, universidades e incubadoras das cidades de Xangai e Shenzhen e da província de Jiangsu (este), “para explorar a viabilidade da cooperação entre indústria, ensino superior e investigação e a implementação de projectos”.
Subsídio de nascimento | Aumentos de 940 patacas Hoje Macau - 17 Jun 2025 O subsídio de nascimento dos funcionários públicos vai aumentar para 6.580 patacas, um crescimento de 940 patacas, de acordo com a proposta de alteração do estatuto dos trabalhadores da administração pública de Macau e diplomas conexos que está a ser analisada pela 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa. A alteração foi apresentada ontem por Chan Chak Mo, deputado e presidente da comissão, que explicou que com esta proposta o subsídio que actualmente é de 60 pontos, o equivalente a 5.640 patacas, vai subir para 70 pontos, o que representa uma subida de 940 patacas. Citado pelo jornal Ou Mun, o também deputado, apontou que a proposta da lei sugere ainda que os atestados médicos têm de ser emitidos pelos hospitais, centros de saúde, postos de saúde ou entidades médicas com protocolos assinados com os Serviços de Saúde. Chan Chak Mo explicou também que o Governo não vai permitir a apresentação de atestados médicos emitidos por entidades privados, por temer fraudes e pela dificuldade acrescida de supervisão.
UM | Subida de estatuto nos indicadores ESI Hoje Macau - 17 Jun 2025 A Universidade de Macau (UM) acaba de entrar para o grupo das 0,1 por cento melhores instituições de ensino superior do mundo nos indicadores ESI (Essential Science Indicators), em áreas como a Engenharia, Ciências da Computação, Farmacologia e Toxicologia. Segundo uma nota da UM, a instituição de ensino superior pública de Macau “subiu uma posição face à anterior”, tratando-se de uma “conquista que destaca o estatuto de classe mundial das três áreas de investigação da UM”. A entidade explica ainda que a base de dados dos indicadores ESI “classifica as instituições com base na frequência de citação dos seus artigos e inclui apenas 1 por cento dos artigos mais citados nos últimos 10 anos”, sendo que “actualmente, a UM está incluída na base de dados ESI em 15 áreas de investigação, com engenharia, ciência da computação e farmacologia e toxicologia classificadas entre os 0,1 por cento melhores do mundo”. Além disso, “no campo da ciência da computação a UM fez progressos notáveis nos últimos anos”, pois não só “subiu para o top 0,1 por cento no ESI” como está “classificada em 101.º lugar no ranking das melhores universidades globais de ciência da computação da US News & World Report de 2024-2025”.
Agência da ONU alerta para riscos de fugas radioactivas no conflito entre Israel e Irão Hoje Macau - 17 Jun 2025 O director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, alertou ontem para o risco de fugas radioactivas devido aos ataques israelitas contra instalações nucleares iranianas e ofereceu-se para se deslocar à região. Apesar do alerta, a AIEA assegurou que não detectou quaisquer fugas radioactivas desde que Israel lançou a ofensiva contra o Irão, na sexta-feira. Grossi informou ontem o Conselho de Governadores da AIEA de que a agência da ONU com sede em Viena acompanha a situação de perto desde o início do conflito. Disse que o centro de crise da AIEA está a trabalhar 24 horas por dia para avaliar o nível de radiação nas principais instalações iranianas. O objectivo é poder responder a uma eventual emergência no prazo máximo de uma hora, explicou, de acordo com a agência de notícias espanhola Europa Press. “A escalada militar ameaça vidas, aumenta a possibilidade de uma fuga radiológica com consequências graves para a população e o ambiente e atrasa o trabalho indispensável para uma solução diplomática que garanta a longo prazo que o Irão não obtenha uma arma nuclear”, afirmou. Contenção máxima Na intervenção perante o Conselho de Governadores da AIEA, o diplomata argentino à frente da agência desde Dezembro de 2019 apelou também para a “máxima contenção” de “todas as partes”. Apelou ainda a todos os países membros da AIEA para colaborarem numa aproximação entre as partes. Disse estar pronto para “viajar o mais rapidamente possível para avaliar a situação e garantir a segurança e a não-proliferação” no Irão. Sobre a situação dos últimos dias, marcada por “circunstâncias complicadas e complexas”, Grossi elogiou a troca de informações entre a AIEA e as autoridades iranianas. A troca de informações é fundamental que a comunidade internacional esteja a par do que se passa no terreno e possa prestar “assistência sanitária” em caso de emergência, afirmou. Grossi prometeu que a AIEA “não vai ficar à margem” do conflito, o segundo em três anos entre dois países membros da organização que possuem instalações nucleares, como acontece desde 2022 no caso da Rússia e da Ucrânia.
Michael Hui (II) David Chan - 17 Jun 2025 A semana passada, analisámos os factores determinantes no sucesso dos filmes de Michael Koon-Man’s (許冠文). Michael tem sido uma estrela do cinema dos últimos 50 anos. desde 1977. Uma pessoa que dedica 50 anos a uma carreira, demonstra dedicação, entusiasmo e reconhecimento pela sua profissão. Michael também compreende a diferença entre o pensamento da geração mais antiga e da geração mais recente e usou esse conhecimento para divertir as audiências. O diálogo sobre o amor no “Talk Show 2005″ é disso um exemplo. Hoje, vamos continuar a explorar os factores do sucesso dos filmes de Michael Koon-Man. Depois da cerimónia de entrega do seu doutoramento honoris causa, Michael aceitou dar uma entrevista. Assinalou que tinha estudado sociologia na universidade, o que lhe permitiu compreender mais profundamente a influência que os filmes têm nos espectadores. Os bons filmes são uma boa influência e esta é a responsabilidade social do cinema. Os filmes têm de ter uma influência benéfica na sociedade. Como trabalhador da indústria cinematográfica acredita que as películas não servem só para o beneficiar financeiramente, mas também para favorecer a sociedade. Como é que ele podia não se sair bem? Se uma pessoa quiser obter sucesso na sua profissão é indispensável que tenha visão. Michael dá o exemplo de uma refeição para ilustrar o mercado do cinema actual em Hong Kong. Se um restaurante servir uma óptima refeição, as pessoas da cidade gastam de boa vontade o seu dinheiro para a saborear; da mesma forma, gastam o seu dinheiro para ver um bom filme e, este último,”The Last Dance”, é certamente um bom exemplo. Mas se o filme tiver um travo vulgar, as audiências não vão gastar o seu dinheiro para o ver. Como é que se faz um bom filme? Uma das chaves para o sucesso é a descoberta de novos temas. É necessário ter coragem para optar por tratar um assunto que nunca foi abordado e transformá-lo no argumento de um filme. O tema de “The Last Dance ” é um funeral. Uma mãe que perdeu o filho acredita que ele pode ser ressuscitado e contrata um agente funerário para embrulhar o corpo e escondê-lo na morgue. Este comportamento leva as pessoas a pensar que esta mãe está louca de dor pela perda do filho, mas também mostra às audiências que ela está a violar as tradições chinesas; que defendem que as pessoas devem ser enterradas em paz. Num outro momento do filme, o agente funerário que preside à cerimónia distribui pelos familiares e amigos presentes, bonecos feitos à semelhança do falecido e miniaturas dos carros desportivos da sua preferência, para aliviar a atmosfera pesada do funeral. Poucos filmes até à data abordaram este tema, o que faz com que seja uma novidade. O protagonista “Hello Man” (Hello文) de “The Last Dance” é uma personagem irritante, mas Michael afirmou sem rodeios que a personagem faz as pessoas terem saudades da geração anterior, especialmente da figura do “pai” chinês tradicional. Hello Man é um taoísta (道教傳人) e ensinou ao filho todas as práticas e rituais taoístas (道家) que devem ser realizadas num funeral. O filho disfarçou a sua relutância de seguir as pisadas do pai e vir a tornar-se um monge taoísta (道士), mas porque o seu filho (o neto de Hello Man) queria frequentar uma escola católica, foi baptizado e tornou-se católico. Depois disso, deixou Hello Man, que tinha ficado paralisado devido a um AVC em Hong Kong e emigrou para a Austrália com a família, pedindo à irmã que tomasse conta do pai sozinha. No filme, Hello Man representa a antiga geração que valorizava mais os filhos do que as filhas e que não aceita religiões oriundas de fora da China. Esta é uma mentalidade que a nova geração não aceita. O argumento do filme ilustra o conflito entre duas gerações de forma simples e fácil de compreender, conquistando assim o reconhecimento de todos e indo ao encontro das várias sensibilidades das audiências. As audiências só podem ser atraídas por filmes com prestígio e nos quais se reconheçam. Só os filmes que tenham sucesso em Hong Kong têm oportunidade de chegar ao mercado internacional e só então o mundo poderá ver o cinema que é feito em Hong Kong. Na próxima semana, vamos continuar a analisar os elementos que determinaram o sucesso dos filmes de Michael Koon-Man. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Faculdade de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Email: cbchan@mpu.edu.mo
Fundação Oriente inicia ciclo documental asiático sobre Goa Hoje Macau - 17 Jun 2025 A Fundação Oriente (FO), em Lisboa, inicia esta sexta-feira um ciclo de cinema documental intitulado “Goa em Foco – Vozes e Visões Documentais”; entre os dias 4 e 11 de Julho; 5 e 12 de Setembro e depois entre 3 e 10 de Outubro, sempre a partir das 18h. Segundo o programa oficial, o ciclo centra-se “na produção de realizadores e produtores goeses e revela a diversidade cultural, social e histórica deste território”. Além disso, “a par da exibição de filmes, o ciclo promove debates com cineastas e especialistas, afirmando o papel do documentário na resistência ao esquecimento e valorização das identidades plurais que definem Goa”. O “Goa em Foco” pretende afirmar-se “como uma mostra relevante ao panorama do cinema documental, ao concentrar-se na produção de realizadores e produtores goeses e, assim, relevar a diversidade cultural, social e histórica deste território”. “Através das narrativas visuais densas e multifacetadas, a selecção de documentários propõe uma viagem pelas memórias históricas de Goa, mas também pelo pulsar contemporâneo da sua sociedade, capturando o quotidiano, o sentido de pertença e as profundas transformações sociais e políticas que marcaram as últimas décadas”, lê-se ainda no programa. A voz de Aquino O filme exibido esta sexta-feira, “Enviado Especial”, da autoria de Nalini Elvino de Sousa foi realizado em 2018. Trata-se de um projecto que retrata a história de Aquino de Bragança, um intelectual e jornalista indiano que teve como objectivo de vida lutar contra o colonialismo e ajudar Goa e todos os países africanos a obter a independência e a paz. É também a história da sua amizade com Samora Machel, que foi tragicamente selada por um acidente de avião, a 19 de Outubro de 1986, onde ambos perderam a vida. No dia 4 de Julho apresenta-se “As Maçãs Azuis”, de Ricardo Leite; “A Dama de Chandor”, de Catarina Mourão, chega a 11 de Julho; enquanto “I Am Nothing, Vamona Navelcar”, de Ronak Kamat, exibe-se no dia 5 de Setembro. O cartaz prossegue com “Saxtticho Koddo: O Celeiro de Salcete”, de Vince Costa, exibido a 12 de Setembro; “A Delicate Weave”, de Anjali Monteiro e K.P. Jayasankar, marcado para 3 de Outubro; e ainda “Outra Goa”, filme do ano passado da autoria de Rosa Maria Perez, exibido a 10 de Outubro. Este documentário, da RTP2, “revela uma Goa desconhecida”. “Goa tem sido objecto de interesse privilegiado pelas ciências sociais e pelas humanidades, pelo cinema (particularmente de Bollywood) e pela literatura. As representações sobre este estado da Índia têm, todavia, adoptado uma perspectiva dominantemente lusocêntrica: a ideia de que Goa é maioritariamente católica, de língua e cultura portuguesas e, nesta medida, um prolongamento de Portugal na Índia”, explica o programa. Porém, “a Goa contemporânea força-nos, todavia, a um redimensionamento permanente de expectativas criadas pelos textos, pelos media e outros, e convida-nos a aceitar que, como Embree disse uma vez sobre a Índia, ela é uma cultura em formação onde as relações entre indivíduos e grupos são moldadas numa atmosfera social singularíssima”, lê-se ainda.
Fotografia | Imagens de Jorge Veiga Alves celebram Macau em Lisboa Andreia Sofia Silva - 17 Jun 2025 A Casa de Macau em Lisboa apresenta, na próxima segunda-feira, 23, o projecto fotográfico “À Procura de Macau”, da autoria de Jorge Veiga Alves, ex-residente de Macau e fotógrafo amador. O principal objectivo deste evento é celebrar o Dia de Macau e das Casas de Macau, data marcada no calendário a 24 de Junho Junho é o mês de celebrar Macau e o seu santo padroeiro, São João Baptista, nomeadamente no dia 24 de Junho, conhecido como o Dia da Cidade, em comemoração da vitória sobre os holandeses em 1622, na Batalha de Macau. É assim, num mês já com muito calor e pautado pelos Santos Populares que se celebra a tradição e a história de Macau, algo também feito, este ano, pela Casa de Macau em Lisboa, desta vez com recurso à fotografia. Assim, apresenta-se, na próxima segunda-feira, 23, o fotoprojecto da autoria de Jorge Veiga Alves, ex-residente do território e fotógrafo, intitulado “À Procura de Macau”. A partir das 16h30 podem ver-se imagens da Macau de um outro tempo. Segundo uma nota da Casa de Macau, trata-se de um evento que “simboliza a data festiva do dia de Macau e das Casas de Macau (24 de Junho)”, podendo o público participante ver “o trabalho foto-artístico das imagens e sensações capturadas ao longo de décadas distintas de pré e pós transição, recuperando memórias ao mesmo tempo que nos vai oferecendo a exaltação de uma Macau sempre presente em nós”. A apresentação digital de fotografias feitas em Macau percorre os anos de 1986-1994, 2005-2016 e 2024, tendo sido apresentada no Centro UNESCO de Macau da Fundação Macau e na Fundação Rui Cunha. As imagens serão apresentadas em 190 slides, e pretende-se dar respostas às questões “como era Macau no final da década de 80-princípios da década de 90” e ainda “como evoluiu ao longo do tempo aos olhos de um português curioso em tentar conhecer a cultura chinesa, as marcas portuguesas em Macau e a interacção entre as duas comunidades”. Desta forma, o público poderá ver o contraste entre o analógico e o digital, pois as fotografias feitas no período 1986-1994 foram captadas em modo analógico, tendo sido digitalizadas e alvo de alguma recuperação e tratamento em pós-produção digital. As imagens mais actuais foram já todas feitas no formato digital. Jorge Veiga Alves confessou: “Ao longo dos anos procurei evoluir na minha técnica fotográfica, todavia, algo tem permanecido constante: a admiração e afecto pela singular História de Macau e do que foi produzido nesse percurso, pela sua riquíssima cultura multifacetada e de convivência multisseculares, pelas suas gentes e locais”. Economista criativo Apesar de ser licenciado em Economia, Jorge Veiga Alves sempre teve uma grande paixão pela imagem. Exerceu grande parte do tempo da sua actividade profissional no Banco de Portugal, mas durante oito anos (de 1986 a 1994) esteve requisitado pelo Governo de Macau para trabalhar na AMCM – Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Fotógrafo amador que entrou, no início da década de 70, no maravilhoso mundo da fotografia através do modo analógico, fez fotografia submarina e foi totalmente conquistado pelo modo digital. Participou em exposições e apresentações audiovisuais de fotografia colectivas e individuais. Em 2017, realizou uma apresentação digital de fotografias na Casa de Macau em Portugal com o título “Macau: Um Olhar de Jorge Veiga Alves”. Criou o projecto “À Procura de Macau /Searching for Macau” que abrange a recuperação, divulgação e disponibilização de imagens em fotografia e vídeo que fez em Macau quando aí residiu e quando revisitou. Este projecto foi concretizado na realização de diversas iniciativas, nomeadamente, exposições e apresentações digitais de fotografias e a disponibilização de imagens a diversas instituições em Portugal e em Macau com o objectivo de preservação de memórias e utilização e divulgação com fins científicos e culturais sem fins lucrativos. Grande parte do seu espólio de imagens feitas em Macau está depositado na Biblioteca digital do CCCM – Centro Científico e Cultural de Macau. Diversas fotografias da sua autoria estão presentes em sítios e instituições nacionais e internacionais, nomeadamente no sítio “Memória de Macau” da Fundação Macau, no Arquivo de Macau e no Museu de Arte de Macau. Algumas fotografias foram distinguidas em concursos nacionais e internacionais.
América Latina | Pequim exige que EUA deixem de interferir nos assuntos internos Hoje Macau - 17 Jun 2025 A China exigiu ontem aos Estados Unidos que deixem “de interferir nos assuntos internos de outros países”, após a embaixada norte-americana no Panamá anunciar que vai substituir 13 equipamentos de telecomunicações da empresa chinesa Huawei naquele país. “O Governo dos Estados Unidos tem há muito tempo conduzido vigilância e ciberataques na América Latina e Caraíbas, o que teve um impacto negativo no hemisfério ocidental e gerou insegurança nos países do continente americano”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo salientou que “a China sempre apoiou os países da América Latina e Caraíbas, incluindo o Panamá, defende a independência e opõe-se à hegemonia, intimidação e ingerência externa”. “Pequim nunca procurou esferas de influência, nem se envolveu em competições geopolíticas, nem coagiu outros países a tomarem partido”, afirmou, acrescentando que a América Latina “não é o quintal de ninguém”. O porta-voz pediu ainda a Washington para “deixar de politizar os assuntos económicos, comerciais e tecnológicos, de interferir nos assuntos internos de outros países e de minar a sua soberania e independência”. As declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China surgem depois de o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ter exigido na semana passada aos Estados Unidos “respeito” e que se abstenham de arrastar o país para o “conflito geopolítico” entre Washington e Pequim. A reação do chefe de Estado panamiano seguiu-se ao anúncio feito pela embaixada norte-americana no Panamá, que declarou que o Governo liderado por Donald Trump substituirá, “por tecnologia norte-americana segura”, 13 equipamentos da Huawei no âmbito de uma campanha para “contrariar a influência maligna da China” na região.
Ásia Central | China defende projectos conjuntos Hoje Macau - 17 Jun 2025 Pequim defendeu ontem projectos conjuntos com os cinco países da Ásia Central para promover o desenvolvimento e beneficiar a população local, antes da realização da Cimeira China – Ásia Central, esta semana, em Astana. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun revelou ontem, em conferência de imprensa, que o volume comercial entre a China e os cinco países da região – Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Turquemenistão -, cresceu 116 por cento, entre 2013 e 2024. Guo afirmou que projectos de infraestrutura de transporte, como a ligação ferroviária China – Tajiquistão ou a auto-estrada China – Quirguistão – Uzbequistão, “elevaram a conectividade regional a um novo nível”. “A economia digital e a transformação verde ampliaram novas áreas de cooperação pragmática entre ambas as partes”, acrescentou o porta-voz, ao mesmo tempo que os intercâmbios culturais e pessoais entre a China e os países da Ásia Central “ganharam impulso” nos últimos tempos. Segundo Guo, uma série de planos para a cooperação futura entre a China e a Ásia Central serão elaborados em conjunto durante a cimeira, que se realiza em Astana desde ontem até quarta-feira, um evento que conta com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping. Nos últimos anos, a China fortaleceu os seus laços com a Ásia Central, uma região vasta e rica em recursos que Pequim considera crucial para a expansão das suas rotas comerciais e segurança energética, bem como para manter a estabilidade na região ocidental de Xinjiang, onde vivem numerosas minorias étnicas de religião muçulmana.
Acidente | Busca por vítimas após explosão em fábrica de fogos-de-artifício Hoje Macau - 17 Jun 2025 Uma explosão abalou ontem uma fábrica de fogos-de-artifício na cidade de Changde, na província central chinesa de Hunan, anunciaram as autoridades locais, indicando que o número de eventuais vítimas ainda está a ser verificado. O incidente ocorreu pelas 08:23, na fábrica Shanzhou, localizada na aldeia homónima, no concelho de Linli, segundo o jornal local The Paper. Equipas de emergência, bombeiros, pessoal médico e forças de segurança deslocaram-se de imediato para o local, onde prosseguem os trabalhos de resgate. De acordo com o Gabinete de Gestão de Emergências local, “o número de vítimas ainda está em processo de verificação”, enquanto decorre a investigação para apurar as causas do acidente. As autoridades referiram que estão a ser tomadas “medidas de resposta de forma ordenada”. Nas redes sociais chinesas foram divulgados vídeos que mostram uma densa coluna de fumo a sair da fábrica, ilustrando a dimensão da explosão. Os fogos-de-artifício e os foguetes são muito populares no país asiático em diversas celebrações, embora as autoridades locais tenham tentado limitar o seu uso nos últimos anos, para reduzir a poluição e os riscos de segurança.
Irão/Israel | China apela a criação de condições para diálogo Hoje Macau - 17 Jun 2025 Na sequência dos ataques israelitas ao Irão, mais de 240 pessoas já perderam a vida. Pequim pede que seja aberto o caminho do diálogo antes que o conflito continue a escalar e traga ainda mais caos à região A China defendeu ontem que se criem “condições para retomar o caminho certo do diálogo” entre Irão e Israel, na sequência dos ataques dos últimos dias, que causaram mais de 20 mortos israelitas e mais de 220 iranianos. “Estamos profundamente preocupados com os ataques israelitas contra o Irão e com a súbita escalada do conflito militar”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo apelou a todas as partes para que “tomem medidas imediatas para aliviar as tensões e evitem que a região mergulhe numa agitação ainda maior”, defendendo que “a força não pode trazer uma paz duradoura”. “O aprofundamento ou eventual alastramento do conflito entre Israel e o Irão terá como primeiras vítimas os países do Médio Oriente”, alertou, acrescentando que a China continuará a “manter a comunicação com as partes relevantes e a promover a paz e o diálogo”. No sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, manteve conversações com os seus homólogos do Irão e de Israel, nas quais condenou o ataque aéreo israelita em território iraniano, que classificou como “violação do direito internacional” com potencial para desencadear “consequências desastrosas”. Wang reiterou, em ambas as chamadas, a oposição da China ao uso da força, defendeu a via diplomática como única solução para a questão nuclear iraniana e voltou a oferecer a mediação de Pequim para evitar uma maior desestabilização no Médio Oriente. Alvos definidos Entre os mortos do lado iraniano, contam-se pelo menos oito oficiais superiores, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh. Os ataques israelitas, efectuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte), as centrais de enriquecimento de urânio de Fordow e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares. O Irão retaliou com centenas de mísseis direccionados às cidades de Telavive e Jerusalém. O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
Ainda Camões: Biografia imaginada (con)sentida Ana Cristina Alves - 17 Jun 2025 Investigadora auxiliar e Coordenadora do Serviço Educativo do CCCM Junho de 2025 Muito se tem escrito sobre Luís Vaz de Camões no seu quinto centenário, celebrado ao longo destes dois últimos anos, dado o ponto de interrogação, subsistente relativo à data exata do seu nascimento, 1524, 1525 ou sempre renascente? É no movimento perpétuo do seu eterno renascimento que o presente artigo se enquadra, desta feita na busca da biografia recriada a partir de poetas contemporâneos, leia-se nados e criados nos séculos XX e XXI, que estiveram, passaram ou simplesmente pernoitaram em sonhos em Macau. Alguns deles identificaram-se com o poeta nacional, outros dialogaram, distanciaram-se ou, simplesmente, o silenciaram. Diálogos Entre os que dialogaram com Camões, encontra-se Cecília Jorge1, que na obra dedicada ao escritor João Aguiar, com prefácio da Professora Vera Borges, medita e recria a identidade macaense, apresentando a valiosa perspetiva de filha da terra, na qual procura fornecer um olhar realista sobre o que é “ser macaense”, desconstruindo mitos. Já o antepassado português é apresentado na sua versão menos romantizada, no poema “Mestiçagem”, como “corsário, reinol, aventureiro”, na esteira da tradição cultural de Fernão Mendes Pinto. Assim sendo, é natural que Camões surja não no espaço solar do enaltecimento e mais no de diálogo, na sombra da desmistificação de uma ideia muito cara a uma certa intelectualidade macaense e portuguesa, a da “lusitanidade”, que remonta culturalmente ao poema épico Os Lusíadas e aos seus maravilhosos heróis a contracenarem com ilustres divindades do mundo greco-latino. Em “Fazendo de conta…” (sem esquecer as reticências), afirma o eu poético na última quadra do poema: Pés de barro da lusitanidade caravelas de vela solta que se vão rasgando no retorno à pátria (Jorge, 2021, 33) Ainda assim é a figura de Camões quem dá força ao poema, mesmo com uma “lusitanidade de pés de barro”, pois, numa leitura possível, enquanto as caravelas (ou naus) se mantiverem no mar, há um destino a cumprir, com pés de “carne e osso”, ou melhor dizendo, com pés íntegros; o espaço problemático parece surgir quando se dá o regresso que afasta os aventureiros da sua predestinada aventura marítima. Discute-se o ideário camoniano, talvez, para o melhor defender. António Duarte Mil-Homens2 será um poeta português, desta vez em diálogo aberto com Camões na sua obra Poemografia, no poema, sem título, iniciado pelo verso “Há uma gruta”: Há uma gruta No meu peito E não é a da Camões. Estrofes de sofrimento, Karma de outras vidas, Eco doutros poemas, Estoiro doutros panchões. Senda de muitas vindas, Rasgo de muitas idas, Sede da mesma fonte, Falha de outras paixões. (Mil-Homens, 2019, 16) Há uma nítida identificação existencial do eu poético de Mil-Homens com o poeta quinhentista, muito embora a gruta não seja a mesma, porque eles concretamente não são a mesma carne, é, no entanto, idêntico o espaço poético em que habitam, um e outro, tecido a sofrimento, alimentado por um movimento constante entre cá e lá, em que se imagina ambos a pararem apenas para irem beber à fonte inspiradora e alimentadora das mesmas paixões. Mitos e Imagens Camões é fonte inesgotável de mitos, não apenas pelo seu percurso existencial, mas ainda pela epopeia poética em torno da qual se desenvolveu, desde a sua morte aos nossos dias, uma imagem nacional que contribuiu para a criação de um imaginário coletivo e de uma filosofia portuguesa em torno dos heróis nacionais, os lusitanos e a lusitanidade. Os ilustres descendentes dos lusitanos são um povo de aventureiros e poetas, todos eles gente ligada ao mar, onde vão buscar a sua maior inspiração. Assim somos apresentados e vistos pelas lentes de descendentes, que se estendem de Portugal ao Oriente, passando naturalmente pelo Brasil. Leem-se os versos de “Taprobana Blues” de Ricardo Portugal3 em De Passagens, com os quais muitos portugueses instintivamente se identificam, simpatizam ou, mesmo quando se distanciam, não são capazes de se manter indiferentes: Mundo redondo o nome do pai Que soe a Camões, curto e grosso (…) Todo marinheiro busca o porto, todo poeta é marinheiro. Português o mar oceano que o porto abre pelas cristas de outro mar escrito, mal sagrado pelo fio da poesia, texto de outros textos, um país, mar morto sem bíblia. Todo o português é mal nascido, todo o poeta é português. (Portugal, 2004, 55) O apelo romântico do mar é mais forte nestes versos que cruzam marinheiros e poetas, ligando o mar indissoluvelmente a Portugal, “Português o mar oceano”, como um outro poeta maior, Fernando Pessoa4, já o dissera em “Mar Português”, vertido em sal, tanta lágrima de Portugal: Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! (Pessoa, 1986, 86) É claro que “valeu a pena”, até pelos mitos que tem vindo a acalentar sobre esta alma portuguesa, recriada literariamente até ao presente. O mar dos poetas, ou talvez o mar inspirado no Poeta Nacional, mas também o dos espíritos amorosos, onde mais uma vez Camões surge em lugar cimeiro. Este será aqui trazido pela pena de António Manuel Couto Viana5 no livro Até o Longínquo China Navegou… no longo drama em verso “Camões e Dinamene, Argumento para um Bailado”, no qual se narra o triste naufrágio de Camões e a sua história de amor com “Dinamene”6 . Couto Viana nada olvida, nem mesmo os versos poéticos do Poeta Nacional, que introduz no “argumento poético”. A reter a referência explícita a Os Lusíadas, que imbrinca na trama, a fim de explicar que a amada de Camões faleceu, mas o destino tinha outras contas para ele: Há-de o poeta terminar o canto. Se o não termina, Portugal é mudo. E Deus deseja que esta pátria seja A palavra do mundo. E Os Lusíadas São a fonte e a raiz dessa palavra. (Viana, 1991,84) Certas imagens podem ser discutidas por alguns intelectuais, mas ficarão para sempre ligadas a Macau, como a de Camões ter estado no Território, sendo estreitamente relacionado a um jardim, homónimo, no qual figura um busto seu e a primeira, segunda e terceira estâncias do Canto I de Os Lusíadas gravadas no pedestal. António Bondoso7 na obra Em Macau por acaso (1999) dedica-lhe o poema “Jardim de Camões”, contribuindo, com tantos outros poetas, incluindo os citados neste texto, para o consolidar da ligação da imagem cultural do Poeta Nacional a Macau, num poema de certeira simplicidade: No jardim há flores e pedras com história. E a sombra do busto do poeta recortada na laje húmida do tempo eterniza séculos de palavras! (Bondoso, 1999, 41) Camões na China e, especificamente, a sua morada de pedra em Macau são ainda cantados por José Augusto Seabra em “Da Gruta”, por José Valle de Figueiredo “na Gruta de Camões”, ou por Josué da Silva8 em “Camões a Oriente triste”, deste se traz a última estrofe: Por fim aqui me encontro Insigne Varão nesta gruta tão triste e tão sombria, tentando nela haurir toda a paixão que obriga com que desta pedra fria, se oiça o palpitar de um coração que fez de Portugal, a alma da Poesia. (Kelen e Han, 2009, 305) Mitos e diálogos, à parte, ou mitos e diálogos incluídos, a verdade é que ainda hoje os portugueses, errantes e migrantes, com mais ou menos portugalidade embutida, arrastam a tristeza, partilhando-a com Camões, alguns bem contrafeitos, devido à esperança de melhor e maior destino, aquele que só pode ser encontrado na “alma da Poesia”, com Josué Silva, ou “pátria da língua portuguesa” com Pessoa/Bernardo Soares . Este espaço conta com a colaboração do Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, sendo as opiniões expressas no artigo da inteira responsabilidade dos autores” https://www.cccm.gov.pt Referências Bibliográficas Bondoso, António. 1999. Em Macau por acaso. Macau: Edição de autor com o patrocínio do Gabinete do Secretário Adjunto para a Comunicação, Turismo e Cultura e Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau. Jorge, Cecília. 2021. Poemas para Macau. (2ªed.). Macau: Livros do Oriente. Kelen, Kit, Lili Han. 2009. Poetas Portugueses de Macau. Portuguese Poets of Macau. Macau: ASM-Association of Stories in Macau. Mil-Homens, António Duarte. 2019. Poemografia de Macau. Macau: Instituto Cultural da Região Administrativa Especial de Macau. Pessoa, Fernando. “Mar Português”, in Mensagem. Blog Mar Português – Fernando Pessoa. Organização Internacional Nova Acrópole, Brasil. https://nova-acropole.org.br/blog/mar-portugues-fernando-pessoa/ Pessoa, Fernando. 1986. Mensagem. Tradução de Jin Guo Ping. Macau: Instituto cultural de Macau. Portugal, Ricardo. 2004. Depassagens. Porto Alegre: Ameop – ame o poema editora. Viana, António Manuel Couto. 1991. Até ao Longínquo China Navegou…Macau: Instituto Cultural de Macau. Informações adicionais: Cecília Jorge é natural de Macau, oriunda de uma ilustre família macaense. Veio a Portugal cursar Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa na década de 70 do século XX. A partir de 1973, dedica-se ao jornalismo. Nos anos 80, desenvolveu atividade cultural através do Instituto Cultural de Macau e da Direção dos Serviços de Assuntos Chineses. Em 1990, passa a desenvolver atividade editorial, fundando com Rogério Beltrão Coelho, consorte, a editora Livros do Oriente. Na sua obra, tem aprofundado, sob diversos ângulos, a identidade cultural macaense, atenta às influências das matrizes culturais portuguesa e chinesa, como o testemunham quer os trabalhos publicados em revistas, por exemplo, a Revista Macau, quer os livros que nos tem vindo a legar como autora, onde aborda temáticas relativas à sociedade e cultura macaenses. Do seu labor poético, destaca-se a obra Poemas para Macau. António Duarte Mil-Homens nasceu em Lisboa a 9 de outubro de 1049. Fotógrafo desde 1974, profissionalizou-se em 1984. Realiza desde 1989 cursos e workshops de fotografia, tendo participado em cerca de meia centena de exposições, individuais e coletivas, de fotografia e arte. Distingue-se também na atividade poética, quer em coletâneas, quer em obras individuais, destas últimas se referem Vida ou Morte duma Esperança Anunciada (2010), Universália (2019) e Poemografia de Macau (2019). Ricardo Portugal nasceu em 1962 em Porto Alegre, a 28 de fevereiro. É licenciado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sendo diplomata. Foi professor de literatura brasileira e língua portuguesa, bem como, em Porto Alegre, organizador de atividades culturais na área de literatura, na Secretaria Municipal de Cultura. Participou em diversas atividades de divulgação de poesia, como recitais, espetáculos, publicação em periódicos e antologias de poesia. Aqui se destaca Depassagens, texto poético individual publicado em 2004. Fernando Pessoa nasceu em Lisboa a 13 de junho de 1888, viveu na África do Sul, tendo frequentado a Universidade do Cabo. Aí se distinguiu como aluno, tendo sido premiado com o “Queen Victoria Memorial Prize”. Em 1905, regressou a Portugal para não mais voltar a sair do país, onde subsistiu penosa e solitariamente como correspondente estrangeiro, empregado de escritório e tradutor, colaborando esporadicamente em jornais. Da sua vasta obra poética, homónima e heterónima, apenas deixou publicada em vida a Mensagem. António Manuel Couto Viana nasceu em 1923 em Viana do Castelo. Foi poeta, dramaturgo, ensaísta, memoralista e autor de literatura infantil. Foi também ator, encenador e empresário teatral, tendo dirigido a Companhia de Teatro Gerifalto e a Companhia Nacional de Teatro. Dedicou-se ainda ao teatro experimental, tendo sido ator, cenógrafo e encenador do Teatro-Estúdio do Salitre. Publicou, além de 40 títulos de diversos géneros literários, 25 obras em poesia, traduzidas em espanhol, inglês e chinês, das quais aqui se distinguem “No Oriente do Oriente” e “Até o Longínquo China Navegou…” Dinamene pode ser uma forma aportuguesa de referir um nome chinês “Dina Mei”, que talvez possa ser traduzido por “Menina Dina”. António Bondoso nasceu em Moimenta da Beira em 1950. Andou pelo espaço das antigas colónias portuguesas. Primeiro esteve em S. Tomé, onde cresceu, estudou e casou. Aí se profissionalizou na Rádio e também cumpriu serviço militar, que o levou a Nova Lisboa, em Angola. De regresso a Portugal em outubro de 1974, continuou ligado à rádio, primeiro na Emissora Nacional em Lisboa, depois no Emissor Regional do Norte, no Porto. Dedicou muita da sua atenção à área de formação, tendo participado no Centro de Formação de Jornalistas do Porto e na Fundação da Escola Superior de Jornalistas do Porto. Foi para Macau em 1994, tendo sido Chefe de Redação da TDM (Teledifusão de Macau), onde realizou uma série 31 Programas (Macau – O Oriente da História) para assinalar a Transferência da Administração Portuguesa de Macau para a RPC, em 1999. Possui mais de doze títulos publicados, dos quais se distingue aqui na poesia Em Macau por Acaso (1999). Josué da Silva nasceu em 1930. Foi jornalista, tendo iniciado a sua carreira no Diário de Lourenço Marques em 1955, em Moçambique. Colaborou depois com vários jornais portugueses como o Século, semanário Actualidades, Jornal do Fundão, entre outros. Enquanto escritor, foi colaborador do jornal Artes e Letras e dos suplementos literários do Diário de Lisboa e de A Capital. A sua primeira experiência poética data de 1963, Cadernos da Montanha. Passou a residir em Macau desde 1990, tendo publicado, entre outras obras, a novela Amor Oriente, em 1993.
Sequestro | Anunciada detenção de três pessoas Hoje Macau - 17 Jun 2025 Três membros de um grupo de troca ilegal de dinheiro foram detidos pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), depois de terem sequestrado duas pessoas. O caso foi relatado ontem pelas autoridades e citado pelo jornal Ou Mun. Segundo a informação divulgada, na origem do crime esteve uma troca de dinheiro ilegal que correu mal entre dois grupos. Num primeiro momento, o grupo com três membros concordou trocar dinheiro com um outro grupo. Os três membros ficaram assim de receber uma transferência bancária numa conta do Interior. Contudo, o outro grupo utilizou dinheiro com origem desconhecida nessa transferência bancária, o que levou a que os fundos fossem congelados, resultando numa perda de 94,5 mil renminbis para os três detidos. Insatisfeito, o grupo dos três detidos combinou uma nova troca de dinheiro, mas presencial. Assim que o outro grupo enviou duas pessoas para um quarto de hotel, onde a troca devia acontecer, os três detidos partiram para a violência e para o sequestro. Quando os sequestrados tiveram oportunidade de contactar o grupo a que pertenciam, inicialmente para pedir a devolução de 94,5 mil renminbis, aproveitaram a oportunidade para pedir auxílio. Por sua vez, o grupo dos sequestrados contactou as autoridades. Segundo a investigação da Polícia Judiciária (PJ), os suspeitos começaram a dedicar-se à troca ilegal de dinheiro em Fevereiro deste ano. Contudo, recusaram cooperar com a PJ. As autoridades ainda perseguem um suspeito. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, e os membros em causa estão indiciados pela prática de exploração de câmbio ilícito para jogo, sequestro, ofensa simples à integridade física, dano e ameaça.
Turismo | Paul Wong quer aposta no mercado internacional Hoje Macau - 17 Jun 2025 O presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, considerou necessário realizar mais campanhas de promoção de Macau junto dos grupos de jovens, mulheres da Coreia do Sul e melhorar as ligações aéreas. Estas são tarefas que Paul Wong espera ver concretizadas durante a segunda metade do ano, além de defender a continuidade de outras acções, como a Semana de Macau e os contactos entre empresários. Segundo o jornal do Cidadão, o responsável considerou que os resultados na atracção de turistas internacionais nos primeiros meses deste ano foram bons, principalmente depois de o Governo lançar a promoção para atrair os turistas internacionais que visitam Hong Kong, com a oferta de bilhetes de autocarros dourados e ferries gratuitos. Com base nesta promoção, Wong indicou que o número de turistas sul-coreanos aumentou mais de 30 por cento. Paul Wong espera que o Governo se coordene com o sector de turismo e as companhias aéreas para criar um grupo de promoção de visitantes estrangeiros, de forma a ponderar mais voos directos para o território.
Saúde | Médicos formados na UM vão poder exercer em Portugal Hoje Macau - 17 Jun 2025 Os médicos formados na futura Faculdade de Medicina da Universidade de Macau, a partir de 2028, poderão também exercer em Portugal. Os cursos na UM vão funcionar em co-tutela, o que garante que os alunos formados na Universidade de Macau obtenham equivalência e reconhecimento da universidade portuguesa Os licenciados na futura Faculdade de Medicina da Universidade de Macau (UM), a partir de 2028, vão poder exercer em Portugal, disse ontem à Lusa um dirigente da Universidade de Lisboa (ULisboa). A Faculdade de Medicina da ULisboa está a colaborar com a UM para criar um currículo com uma estrutura “próxima daquela que é a estrutura” dos cursos na instituição portuguesa, disse o director da instituição. Luís Graça explicou que os cursos vão funcionar em co-tutela, permitindo aos médicos formados na UM obter “uma equivalência e um reconhecimento” pela Faculdade de Medicina da ULisboa. Entre as vantagens, estará a possibilidade de “os médicos formados aí no território [Macau] possam também exercer medicina em Portugal”, sublinhou o investigador. Em Dezembro, o vice-reitor da UM, Rui Martins, afirmou que a ULisboa vai ajudar a criar a primeira faculdade de medicina pública de Macau, no novo campus da instituição, na vizinha Hengqin (ilha da Montanha). A Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, uma instituição privada, tem desde 2008 uma Faculdade de Ciências da Saúde, oficialmente rebaptizada como Faculdade de Medicina em 2019. Numa entrevista ao canal em língua portuguesa da televisão pública local TDM, Martins disse que Medicina será uma das quatro novas faculdades a nascer no novo campus da UM em Hengqin. “Teremos uma Faculdade de Ciências da Informação, uma Faculdade de Engenharia, com novos tipos de engenharia, e também uma Faculdade de Design e que deverá incluir arquitectura”, referiu o académico português. “A ideia nesse campus é termos ‘dual degrees’ [cursos em co-tutela] com universidades estrangeiras. A medicina já está com Lisboa e agora estamos a definir para as outras faculdades”, acrescentou Martins. De mãos dadas O novo campus em Hengqin, cuja primeira pedra foi lançada em 9 de Dezembro, deverá ser inaugurado em 2028 e permitir à UM passar dos actuais 15 mil para um máximo de 25 mil alunos, sublinhou o vice-reitor para Assuntos Globais. Luís Graça, especialista em imunologia de transplantes, demonstrou também entusiasmo com potenciais colaborações entre as duas universidades na área da investigação científica. “Se pensarmos em termos de ciência, o reforço do potencial científico de ambas as instituições com uma colaboração próxima entre si é algo que claramente vai beneficiar ambos os lados dessa parceria”, disse o dirigente. Graça disse que a Faculdade de Medicina da ULisboa está a organizar o primeiro simpósio para reunir os investigadores da instituição e da UM, com vista a promover projectos conjuntos de investigação. A faculdade tem tido “colaborações pontuais de investigadores com investigadores de outras universidades chinesas”, uma vez que “é importante uma proximidade com locais onde se faz ciência de excelência e ensino de excelência”, disse o director. Mas Graça acrescentou que a colaboração com a UM é “mais institucional (…) e pode permitir um reforço ainda maior dessas parcerias”.
Macau Legend | Melinda Chan sai do conselho de administração Hoje Macau - 17 Jun 2025 Melinda Chan já não faz parte do conselho de administração da Macau Legend Development, de acordo com uma nota entregue pela empresa na sexta-feira à bolsa de valores de Hong Kong. O anúncio de que a ex-deputada e esposa de David Chow deixaria o cargo de directora executiva da Macau Legend foi feito durante a primeira assembleia geral deste ano da empresa, que ocorreu na passada sexta-feira. Segundo avançado pelo portal GGR Asia, Charles Wang Hongxin também saiu do cargo de director não-executivo independente durante a mesma reunião. Para o lugar de Melinda Chan, foi escolhida Lam Shu Yan e para ocupar o cargo deixado vago pela saída de Charles Wang Hongxin foi escolhida Ma Cheuk Ling. A saída de Melinda Chan da administração da empresa surgiu quatro dias depois do anúncio de que o Casino Legend Palace iria fechar até ao final do ano, seguindo a vaga de encerramentos de casinos-satélite e a decisão da SJM Holdings, detentora da licença de jogo que legitima as operações do Casino Legend Palace, em não adquirir a propriedade. Ao longo dos últimos anos, as ligações de Melinda Chan e David Chow à Macau Legend foram diminuindo, apesar de a ex-deputada ter ascendido interinamente em Março de 2022 a CEO da empresa depois da detenção do seu antecessor Levo Chan, durante a campanha contra as grandes empresas de junkets. Em Dezembro do mesmo ano, Melinda Chan deixaria o cargo de CEO para ocupar a posição que detinha até à passada sexta-feira.
Centaline | Índice aponta para recorde negativo Hoje Macau - 17 Jun 2025 O índice da agência imobiliária Centaline indica que o mercado de Macau atingiu o ponto mais baixo desde que estes dados começaram a ser compilados, de acordo com os números mais recentes, referentes a Maio. Segundo o índice da Grande Baía de Maio da imobiliária, que tem em conta aspectos como o preço das transacções de novos apartamentos, dos apartamentos em segunda mão e o Produto Interno Bruto anual das cidades da Grande Baía, o valor de Macau foi de 75,94 pontos, o que representou uma quebra de 1,03 por cento em termos mensais. A empresa apontou ainda que a queda do índice geral foi alargada a várias cidades da Grande Baía e que o índice está a mostrar uma degradação do mercado há cinco meses consecutivos. O valor de toda a Grande Baía foi de 93,25 pontos, abaixo dos 100 pontos, o valor referência que indica uma situação estável. Em termos mensais, estas variações representaram uma redução de 1,79 por cento. Quanto à queda de Hong Kong e Macau, a empresa justificou que o impacto da taxa de câmbio resultou num declínio significativo porque o índice geral é baseado em renminbis como a unidade de conta. Para além disso, entre as cidades da Grande Baía, Zhaoqing foi a única cidade em que se registou uma subida no índice, o que indica que a situação do mercado imobiliário apresentou melhorias.
Médio-Oriente | Cinco países dispensados de visto em Macau Hoje Macau - 17 Jun 2025 Cidadãos nacionais da Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Barém e Omã estão dispensados de visto para entrar em Macau anunciaram ontem as autoridades, que estão a tentar atrair mais visitantes internacionais. A medida entra em vigor a partir de 16 Julho O Chefe do Executivo assinou um despacho que determina a dispensa de visto e autorização de entrada em Macau a nacionais de cinco países do Médio Oriente. “Ficam dispensados de visto e de autorização prévia de entrada na Região Administrativa Especial de Macau os nacionais do Reino da Arábia Saudita, do Estado do Qatar, do Estado do Kuwait, do Reino do Barém e do Sultanato de Omã”, lê-se no despacho publicado ontem no Boletim Oficial. A medida, que entra em vigor em 16 de Julho, surge numa altura em que o Governo de Macau quer atrair mais visitantes internacionais e após as autoridades e operadores turísticos do território terem visitado, em Fevereiro, a Arábia Saudita e o Dubai, para promover a cooperação. A Direcção dos Serviços de Turismo lançou, nessa ocasião, “um guia turístico de Macau para muçulmanos, com divulgação de opções ‘halal’ [nomeadamente na alimentação, em acordo com a lei islâmica]”, referiu a DST em comunicado. “O guia apresenta os aspectos a ter em conta durante a estadia em Macau, cultura gastronómica, recomendações de itinerários, entre outras informações úteis para visitantes muçulmanos”, lê-se na nota. Fronteiras flexíveis No sentido de facilitar a entrada de visitantes de outras geografias fora da China, o secretário para a Segurança anunciou, no final de Abril, planos para acelerar o controlo fronteiriço através da utilização de canais electrónicos automáticos. Durante a apresentação do programa político para 2025, Wong Sio Chak afirmou que o território vai alargar a utilização de pontos de passagem automática a cidadãos estrangeiros sem estatuto de residente ou autorização de trabalho. Para facilitar os “intercâmbios com o exterior”, as autoridades irão expandir os equipamentos de autosserviço para o Sistema de Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes estrangeiros, explicou o dirigente. Aos deputados na Assembleia Legislativa, o secretário acrescentou que o Governo vai continuar a optimizar a tecnologia de reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços e a estudar a extensão a não-residentes em 2025. De acordo com dados oficiais, Macau recebeu no ano passado 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8 por cento do que no ano anterior, mas apenas 2,42 milhões (6,9 por cento) foram turistas internacionais. O grosso dos visitantes – 70,1 por cento – chegaram do Interior da China, sendo que outros 20,6 por cento são de Hong Kong e 2,4 por cento de Taiwan.
AMCM | Novos empréstimos para comércio caíram 22% em Abril Hoje Macau - 17 Jun 2025 No passado mês de Abril, foram contraídos mais novos empréstimos hipotecários para habitação em relação a Março, enquanto os novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias caíram, de acordo com as estatísticas divulgadas ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Uma das maiores variações verificou-se nos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias, que decresceram 22,1 por cento em Abril, face a Março, para um total de 1,52 mil milhões de patacas. Destes empréstimos, os concedidos a residentes da RAEM foram os que registaram maior quebra mensal, reduzindo 45,6 por cento no mês em análise, para um total de 1,01 mil milhões de patacas. Importa referir que o segmento de residentes representa cerca de dois terços de todos os empréstimos comerciais, uma proporção muito mais equilibrada do que nos empréstimos para habitação. No mês em análise, os novos empréstimos para habitação subiram mensalmente 13,8 por cento para um valor total de 883,28 milhões de patacas. Analisando no trimestre entre Fevereiro e Abril, o número médio mensal de novos empréstimos para habitação caiu 15,7 por cento em comparação com o período entre Janeiro e Março. No fim de Abril, o crédito malparado em empréstimos para habitação manteve-se em 3,6 por cento, o mesmo registo de Março, correspondendo a um aumento de 0,1 por cento face a Abril de 2024. O crédito malparado nos empréstimos comerciais atingiu 5,5 por cento do total emprestado, aumentando 0,1 por cento em relação a Março deste ano, e subindo 2,1 por cento em termos anuais.
Casinos-satélite | Sam Hou Fai reitera que impacto será reduzido João Luz - 17 Jun 2025 O Chefe do Executivo não está preocupado com o impacto do encerramento dos casinos-satélite no PIB da RAEM. Além disso, garante que o Governo irá acompanhar de perto da a situação laboral dos trabalhadores destes espaços e preparar um plano de acção para salvaguardar o comércio nas áreas destes casinos, em especial no NAPE Sam Hou Fai está tranquilo em relação ao impacto que o encerramento dos casinos-satélite pode ter na economia do território, no PIB e ao nível do emprego. Depois de participar no domingo na cerimónia de outorgação de grau académico honorífico 2025 da Universidade de Macau, o Chefe do Executivo endereçou alguns dos temas que dominam a agenda política da RAEM. Num comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social na noite de domingo, é indicado que “o mais importante é o Governo tratar da questão” dos casinos-satélite “com o objectivo de garantir o desenvolvimento legal, saudável e ordenado do sector de jogo”. “Quanto ao PIB não tenho dados muito detalhados. Li algumas investigações análises e artigos nos média de Hong Kong. Não me lembro se foi no ano passado ou em 2023, os casinos-satélite tiveram receitas de pouco mais de dez mil milhões de patacas. O PIB do ano passado foi de 400 mil milhões de patacas, portanto as receitas dos casinos-satélite ocupam uma proporção muito pequena. O impacto não deverá ser muito grande”, comentou o Chefe do Executivo, citado pelo Canal Macau da TDM. Sobre o futuro dos trabalhadores destes espaços, Sam Hou Fai reiterou que foi solicitado às concessionárias de jogo que tratem de forma apropriada da colocação de emprego dos funcionários e garantam a sua continuidade. Voltando a colocar a força de trabalho dos casinos-satélite em cerca de 5.600 funcionários locais, Sam Hou Fai indicou que perto de 4.800 são contratados pelas concessionárias de jogo e que quanto à colocação dos restantes 800 “será aplicado rigorosamente o princípio de ‘a entidade contratadora será responsável’ por garantir o emprego. A primeira responsabilidade deverá incidir sobre os proprietários dos casinos-satélite, a quem é pedido que transformem as “empresas subordinadas em postos de trabalho”. Se não estiverem numa posição que possa garantir o emprego dos residentes, a responsabilidade passará para as concessionárias. Buraco no meio da cidade O Chefe do Executivo referiu que o seu Governo irá supervisionar com rigor a forma como as concessionárias vão assumir as suas responsabilidades. Mas que também o Governo “irá preparar e planear políticas de acções conjuntas para o desenvolvimento comunitário na zona da NAPE e nas suas imediações”, para apoiar os estabelecimentos comerciais que sobrevivem graças à proximidade destes lugares de jogo que vão desaparecer. O governante sublinhou que a prioridade do Executivo é estabilizar o sector do emprego. Para tal, salientou a criação do Grupo de Trabalho para a Coordenação da Promoção do Emprego para “coordenar os recursos inter-serviços e impulsionar de forma plena os trabalhos de garantia de emprego dos residentes locais”.
CB | Wong Wai Man recusou sair de telhado, pelo menos, cinco horas Nunu Wu - 17 Jun 2025 Na tarde de ontem, pouco tempo depois da conferência de imprensa da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), começaram a ser partilhadas fotografias e vídeos de um homem no telhado de uma casa feita de chapas metálicas. Muitos internautas identificaram o indivíduo como sendo Wong Wai Man, o líder da lista Ajuda Mútua Grassroots, que foi alvo de duas acções policiais que acabaram por ditar o afastamento da inscrição nos boletins de voto das próximas eleições legislativas. Imagens mais nítidas permitiram confirmar que o homem era de facto Wong Wai Man, e podem-se ver também na beira do telhado membros do Corpo dos Bombeiros (CB) e do Corpo de Polícia de Segurança Pública. O HM contactou o CB que, sem confirmar a identificação da pessoa, indicou que um homem de meia idade estava no telhado de uma casa de chapa metálica na Povoação de Cheok Ka, na Taipa, desde as 13h, ou seja, há cinco horas desde que foi feita a chamada. Na altura, o CB referiu que estava em alerta e a acompanhar o desenrolar da situação. Nos vídeos partilhados nas redes sociais pode ouvir-se Wong Wai Man gritar algo, mas o que diz é imperceptível. Até ao fecho desta edição, o HM não conseguiu apurar o desfecho do impasse, nem o que Wong Wai Man reivindicou.
Eleições | Confirmada exclusão da lista da Ajuda Mútua Grassroots João Santos Filipe - 17 Jun 202517 Jun 2025 Os 14 lugares na Assembleia Legislativa escolhidos por sufrágio directo vão ser discutidos por oito listas, o número mais baixo de sempre na RAEM. A CAEAL considera que operações das autoridades contra a potencial lista de Wong Wai Man decorreram dentro das competências atribuídas, mas recusa comentar interferência eleitoral As eleições legislativas com menor número de listas a participar no sufrágio directo desde a criação da RAEM. É esta a realidade das eleições de 14 de Setembro, confirmada ontem pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), sendo que o número de listas ainda pode encolher, dependendo de eventuais vetos de candidatos pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado. De acordo com a CAEAL, foram aprovadas oitos comissões de candidatura no sufrágio directo que têm de entregar até quinta-feira da próxima semana (26 de Junho) a lista com o nome dos candidatos e o programa político. A CAEAL confirmou que a comissão de candidatura da lista Ajuda Mútua Grassroots, ligada ao “Soldado de Mao”, não reuniu as assinaturas necessárias para ser constituída e participar nas eleições. No entanto, o presidente da CAEAL, o juiz Seng Ioi Man, recusou confirmar que a lista foi visada numa operação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) por corrupção na recolha de assinaturas devido “ao segredo de justiça”. Os membros da associação ligada à potencial lista Ajuda Mútua Grassroots foram alvos de duas operações da polícia na semana passada, quando tentavam reunir as assinaturas em falta para participar nas eleições. Após entregarem as assinaturas exigidas, a CAEAL, num primeiro momento, recusou várias assinaturas por considerar que estavam duplicadas ou que não cumpriam os requisitos legais. Face às assinaturas invalidadas, a potencial lista teve um prazo extra de cinco dias úteis para corrigir as falhas. No entanto, no decorrer do prazo, foi alvo de duas operações das autoridades. A primeira operação visou o membro mais mediático e cabeça-de-lista em 2017 pela Ajuda Mútua Grassroots, Wong Wai Man, também conhecido como “Soldado de Mao” e “Capitão de Macau”. Wong está indiciado por explorar ilegalmente um espaço de mahjong. No dia seguinte à primeira operação, outros membros da associação foram alvo de uma rusga do CCAC, por alegada corrupção na recolha de assinaturas. As duas operações terão deixado a lista sem possibilidade de apresentar as novas assinaturas. Dentro das competências Questionado sobre o impacto das operações das autoridades na recolha de assinaturas da lista Ajuda Mútua Grassroots e uma possível interferência nas eleições, Seng Ioi Man recusou fazer qualquer associação das operações da polícia com a lista. Contudo, defendeu que a actuação da polícia decorreu dentro das competências legalmente previstas: “Sobre os trabalhos de acompanhamento e operações de investigação que os órgãos policiais ou de investigação estão a realizar, a nossa comissão não vai comentar”, começou por responder Seng Ioi Man. “Os corpos policiais fazem os trabalhos deles dentro das suas competências e só dentro dessas competências recebem denúncias e fazem os trabalhos de investigação. E nós não vamos comentar o trabalho deles”, acrescentou. Em relação ao facto de o acto eleitoral apenas contar com oito listas, e de haver possibilidade de haver exclusões por parte da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, o presidente da CAEAL respondeu que os trabalhos foram feitos de acordo com a legislação em vigor e que garantem o princípio “Macau governada por patriotas”. Seng Ioi Man também destacou que os deputados que foram eleitos têm de “amar Macau e amar o nosso país”. Listas em queda As oito comissões de candidatura aprovadas são: União para o Desenvolvimento (ligada à associação dos Operários), União Promotora para o Progresso (Associação dos Moradores), Associação dos Cidadãos Unidos de Macau (comunidade de Fujian), Poder de Sinergia (Ron Lam), Aliança de Bom Lar (Associação das Mulheres), Nova Esperança (Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau) União de Macau-Guangdong (comunidade de Jiangmen), e Força da Livelihood Popular em Macau. Apenas esta última comissão não está ligada a qualquer deputado eleito. As eleições deste ano contrastam assim com os anos anteriores, dado que pela primeira vez há menos de 10 listas candidatas no sufrágio directo. Até esta edição, a menor participação tinha acontecido em 2001, as primeiras eleições após o estabelecimento da RAEM, quando houve um total de 15 listas. No pólo oposto, 2017 foi o ano mais participando com 25 listas, um número que caiu para 14 listas em 2021, naquele que foi o primeiro ano em que passou a haver exclusão política de candidatos. Após apresentarem a lista de candidatos e os programas políticos, as listas ainda precisam de passar pelo crivo político da Comissão de Defesa da Segurança do Estado. Em relação ao sufrágio indirecto foram aprovadas seis comissões de candidatura.
Comércio | Gestor do Cuppa Coffee pede apoio a empresas portuguesas Andreia Sofia Silva - 17 Jun 2025 A história do Cuppa Coffee remonta a 2008 quando era difícil encontrar um espaço em Macau para beber um bom café. A localização na Taipa Velha trouxe fama ao projecto, mas o espaço acabou por fechar portas e mudar-se para o Studio City. João Encarnação, que gere o café, fala das novidades e da importância de apoiar projectos de matriz lusófona Tudo começou na mente da portuguesa Cristiana Figueiredo, numa altura em que para um português ou apaixonado por café a viver em Macau era difícil encontrar um espaço para desfrutar desta bebida acompanhada por produtos de padaria ou pastelaria, à boa maneira lusa. Cristiana Figueiredo disse, numa numa entrevista ao Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), o que a levou a investir neste tipo de negócio. “Na Europa, as pessoas têm por hábito frequentar cafés tanto para descansar como para trabalhar. Quando vim para Macau, há mais de 20 anos, apercebi-me de que a cultura do café português não é popular em Macau, daí ter nascido a ideia de abrir um café em Macau, esperando promover a comida e a cultura do café português”. Desde 2008 que o Cuppa Coffee, associado ao projecto inicial da empresária, Nata Bakery, fundado em 2007 e focado nos produtos de padaria e pastelaria, se tornou num dos espaços preferidos da comunidade portuguesa, estrangeira e até residente do território. Porém, o rumo do ambiente económico, com maiores dificuldades no pagamento de rendas, tem ditado algumas transformações ao projecto, que agora encerra portas à entrada da Taipa Velha e também junto aos lagos Nam Van, para estar apenas no empreendimento Studio City, no Cotai. O encerramento nos lagos Nam Van deu-se em Janeiro. Ao HM, João Encarnação, director e accionista da empresa que gere o Cuppa Coffee, explica que, na verdade, a mudança para o Cotai já estava decidida há muito tempo. “Costumo dizer que não houve uma mudança para o Studio City, porque esse era um plano que já existia e que surgiu independentemente do fecho da loja da Taipa. Iríamos sempre abrir este espaço independentemente de continuarmos, ou não, com a loja na Taipa, cujo fecho se deveu a uma negociação falhada relativamente à renda do espaço.” Segundo João Encarnação, que hoje gere a empresa com Nicole Massa Helm, ambos consideraram que “na situação económica actual não havia condições para continuar naquele espaço, que é relativamente grande e tinha os seus custos”. “Precisávamos de fazer alguma contenção se queríamos que o negócio continuasse a funcionar, porque a alternativa é sempre fechar completamente. Não desistimos da ideia de abrir qualquer coisa na Taipa e de estarmos um pouco mais próximos dos nossos clientes regulares e mais fiéis, pelo que continuamos com esse propósito de abrir outro estabelecimento na Taipa que possa servir os clientes que lá vivem. Portanto, não há propriamente uma deslocação para o Studio City”, adiantou João Encarnação. O director e accionista entende que esta mudança acarreta sempre alguma nostalgia. “Temos pena de o ter fechado. Custou-nos, temos realmente muita pena”, confessou. “Era uma decisão que podia ter sido tomada há mais tempo, pelo menos um ano, mas ainda tentámos manter ali o estabelecimento, mas não nos foi possível. Veremos o que o futuro nos reserva.” Apesar destas mudanças, o Cuppa Coffee pode ser considerado um caso de sucesso. “Funcionou ali durante muitos anos e funcionou bem. Este é um negócio que tem de ter determinadas condições para funcionar porque, como sabemos, tem muito movimento, mas com pouco rendimento relativamente a cada cliente. Trata-se de um negócio que precisa de muitos clientes para se sustentar, e durante muitos anos, ao nível dos valores das rendas e de tudo o resto, fornecedores por exemplo, era bastante mais barato e as coisas funcionavam melhor”, recorda. A localização na Taipa Velha deu ao Cuppa Coffee “um reconhecimento e uma clientela muito grande”, apesar das crescentes dificuldades. “À medida que os preços foram aumentando, também precisámos de aumentar os nossos preços, mas nunca na proporção do aumento das despesas. Houve uma altura em que não podíamos continuar”, assumiu. O que o futuro reserva João Encarnação assegura que aquilo que os clientes sempre procuraram neste espaço vai continuar no Studio City: bons produtos de café e pastelaria, com a presença de Portugal. “Tentamos sempre introduzir produtos novos. Criámos uma bebida nova, à base de café e coco, que é excelente. Introduzimos também o ‘Nata Bomb’, um conceito de batido ‘milkshake’ com sabor a nata, uma verdadeira bomba”, descreveu. Há também “produtos tradicionais portugueses que não existiam antes, como o pão de louro”, bem como os donuts com sabores diferentes, “para completar a oferta que temos”. “A nossa oferta já é tão variada que, mesmo sem introduzirmos mais produtos, é suficiente para satisfazer os valores dos clientes portugueses e de outros também.” João Encarnação disse ainda que a mudança do estabelecimento para o Studio City nasceu de um convite. “Não sabemos ainda como vai correr, é uma aposta que estamos a fazer neste momento”, sendo que o objectivo é sempre voltar ao café de rua. “O conceito de ter uma loja de bairro ou na rua é algo que nos interessa muito e já estamos a ver outras possibilidades”, acrescentou. “Não tenho dados suficientes para, neste momento, lhe dizer que a mudança para o Studio City é ou não uma aposta vencedora. É diferente, tal como o conceito, e vamos ter outro tipo de clientes além dos habituais.” Um projecto “do coração” Olhando para trás, João Encarnação conta que, por exemplo, nunca se registaram grandes problemas em matéria de recursos humanos. “Até hoje não sentimos o grande problema da falta de mão-de-obra, nunca foi algo que nos tenha afectado grandemente. Hoje em dia não é tão fácil como antigamente ter quotas [para trabalhadores não-residentes], pois há bastantes locais que precisam de colocação. É capaz de nos ser mais fácil, neste momento, arranjarmos mais trabalhadores locais do que antigamente”, disse, confirmando que as rendas continuam a ser o grande problema para negócios deste tipo. “O Cuppa Coffee é um projecto do coração e durante a pandemia apercebi-me que ia fechar. Percebi também que estavam a ocorrer uma série de encerramentos, quase em simultâneo, de outros estabelecimentos portugueses. Falei com a minha sócia, que tem muita experiência nesta área, e disse-lhe que gostava de tentar manter o Cuppa Coffee aberto. Ela cedeu ao meu repto e comprámos [à Cristiana Figueiredo], fizemos todos os possíveis para que continuasse exactamente com o mesmo conceito e a mesma qualidade que vinha tendo com a Cristiana, que fez um excelente trabalho na criação e crescimento do Cuppa Coffee.” Ultrapassados os anos da pandemia, e numa altura em que Macau enfrenta uma quebra no consumo local, João Encarnação diz que “cumpre um bocadinho à comunidade portuguesa fazer os possíveis para apoiar o esforço que fazemos para que tudo continue aberto”. “Não falo apenas do Cuppa Coffee, mas também da Trigo D’Ouro, da Manteigaria, dos restaurantes portugueses e do Lord Stow, que não sendo um negócio tipicamente português baseia-se na cultura portuguesa. Todos estes negócios têm de ser alimentados e suportados. Da nossa parte, cumpre-nos manter a qualidade, mas a comunidade portuguesa tem de aproveitar o que existe e apoiar os negócios portugueses”, apelou. Apesar da quebra do consumo por parte dos locais, João Encarnação diz que se garante um equilíbrio com o consumo dos turistas. “Sentimos um pouco isso [quebra de consumo], mas conseguimos contrabalançar com as ofertas que fazemos e que satisfazem o gosto dos chineses locais e dos visitantes. Mas claro que isso [quebra de consumo] tem, naturalmente, impacto nos negócios, não apenas nos portugueses, e isso vê-se na cidade. Mas penso que ainda há alguma massa crítica para manter os negócios portugueses abertos”, rematou.
Índia/Acidente | Piloto declarou “Mayday” segundos após descolagem Hoje Macau - 16 Jun 2025 O Ministério da Aviação Civil da Índia revelou sábado que o piloto do voo AI171 da Air India, que caiu com 242 pessoas a bordo, declarou um “Mayday” de emergência segundos depois da descolagem, e que a aeronave caiu quase exactamente um minuto depois. Na primeira declaração oficial do governo indiano desde o acidente de quinta-feira, o Secretário da Aviação Civil, Samir Kumar Sinha, fez um relato minuto a minuto dos momentos finais do voo. “O avião descolou às 13:39, hora local, e, em segundos, depois de atingir uma altitude de cerca de 650 pés (quase 200 metros), começou a afundar-se, ou seja, a perder altitude”, disse Sinha. O responsável acrescentou: “Às 13:39, o piloto informou o Controlo de Tráfego Aéreo (ATC) em Ahmedabad que se tratava de um ‘Mayday’”. De acordo com o secretário, quando o ATC tentou contactar novamente o avião, após a chamada de emergência, não obteve qualquer resposta. “Exactamente um minuto depois, às 13:40, o avião despenhou-se em Meghaninagar, uma zona situada a cerca de dois quilómetros do aeroporto”, acrescentou. O ministério confirmou também que 242 pessoas estavam a bordo do avião: 230 passageiros, dois pilotos e 10 tripulantes. Sobre o estado anterior do aparelho, o secretário informou que, antes do acidente, o avião tinha efectuado a rota Paris-Delhi-Ahmedabad sem incidentes. O número de mortos na tragédia do voo AI171 da Air India subiu para pelo menos 279.