Turismo | Excursionistas crescem 9,1 por cento Hoje Macau - 30 Abr 2025 Entre Janeiro e Março, o número de excursionistas a entrar em Macau aumentou 9,1 por cento, face ao período homólogo, para um valor de 550 mil pessoas, de acordo com os dados revelados ontem pelos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No início do ano, manteve-se a tendência da maior parte dos excursionistas serem provenientes do Interior, de onde chegaram 477 mil excursionistas dos 550 mil, uma proporção de 86,7 por cento do total. A nível do mercado internacional, chegaram a Macau 60 mil excursionistas, o que representou um crescimento anual de 19,8 por cento. Neste mercado, mais de metade dos excursionistas vieram da Coreia do Sul, um total de 33 mil, o que representou um crescimento de 43,5 por cento. Neste período, os estabelecimentos hoteleiros disponibilizavam um total de 44 mil quartos, uma redução de 5,8 por cento face ao primeiro trimestre de 2024, o que se justifica com o facto de alguns dos maiores empreendimentos turísticos terem estado a realizar obras de renovação dos quartos. A taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes fixou-se em 90,1 por cento, um crescimento de 5,2 pontos percentuais. O período médio de permanência dos hóspedes em Macau manteve-se em 1,7 noites, significando que neste capítulo não houve alterações em relação ao ano anterior. Ainda no primeiro trimestre do ano, o número de saídas de residentes de Macau que viajaram para o exterior através de serviços de agências de viagens foi de 124 mi, um aumento de 8,7 por cento em termos anuais. Cerca de 31 mil saídas de residentes aconteceram em excursões, das quais 27 mil tiveram como destino o Interior.
Dubai | DST promove território até amanhã Hoje Macau - 30 Abr 2025 A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) está no Dubai a participar, até amanhã, dia 1, no Arabian Travel Market 2025, a fim de “explorar o mercado do Médio Oriente e atrair mais visitantes internacionais com elevado poder de compra” para o território, diz o organismo numa nota oficial. Este evento é considerado como sendo “a maior feira internacional de turismo realizada anualmente no Médio Oriente”, sendo que o stand representativo da RAEM tem como tema “Sentir Macau”. Além de se apresentarem as atracções mais tradicionais em Macau, a aposta da DST faz-se com “iniciativas para acolher turismo muçulmano, como a publicação do novo ‘Macau para Viajantes Muçulmanos – Guia de Viagem Halal'”, distribuído na feira. No stand estão ainda representadas seis agências de viagens e hotéis de Macau, pretendendo-se estabelecer bolsas de contactos com parceiros do Médio Oriente e outras regiões. A DST levou, em Fevereiro deste ano, uma delegação de operadores turísticos de Macau a Riade, na Arábia Saudita, e ao Dubai, tendo sido realizados seminários de promoção do turismo local. Além disso, o Governo pretende realizar “visitas de familiarização para operadores turísticos em Junho e para órgãos de comunicação social em Setembro”, a fim de “aproveitar o potencial do vasto mercado de turismo muçulmano”.
Troca de dinheiro | Detido homem com 38 anos Hoje Macau - 30 Abr 2025 Um homem, com 38 anos, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), por suspeitas de troca ilegal de dinheiro. O caso foi apresentado ontem pela PJ e relatado pelo jornal Ou Mun. De acordo com a informação disponibilizada, as suspeitas para a prática do crime sugiram quando os agentes viram o homem a disponibilizar um código QR no seu telemóvel a um alegado jogador. Além disso, depois da digitalização do código, o suspeito entregou 15 mil dólares de Hong Kong ao jogador, que deixou o local da troca de dinheiro. As autoridades seguiram os dois homens, e verificaram que o jogador utilizou as fichas para apostar 4 mil dólares numa mesa de jogo. O dinheiro foi perdido nas apostas, mas autoridades abordaram o jogador para confirmar que tinha havido uma troca de dinheiro. O jogador indicou ter recebido os 15 mil dólares de Hong Kong a troco de 14,470 yuan. Também o homem de 38 anos acabou detido e confessou a prática do crime. O detido afirmou ainda que tinha começado a trocar dinheiro em meados de Março nos casinos de Macau, tendo um lucro, desde essa altura, de 4 mil renminbis. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.
Portugal / Apagão | Macau atento à segurança de estudantes Hoje Macau - 30 Abr 2025 As autoridades de Macau disseram ontem que estão a acompanhar de perto o impacto do corte generalizado de energia em Portugal e Espanha devido a preocupações com a segurança dos estudantes da RAEM. A DSEDJ recomendou que ficassem em locais seguros, mantendo contacto com familiares O Governo de Macau está atento ao impacto do corte de electricidade que paralisou na segunda-feira a Península Ibérica e em contacto com os estudantes da RAEM em Portugal e Espanha. Ontem de manhã, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) emitiu um comunicado a afirmar que “os estudantes devem acompanhar as informações oficiais, priorizar a sua segurança e manter contacto com as famílias”. Na manhã de ontem, o organismo liderado por Kong Chi Meng indicava que “até ao momento, não foram registados pedidos de ajuda por parte de estudantes”. Ainda assim, a DSEDJ enviou alertas por telemóvel a recomendar que os estudantes permaneçam em locais seguros e sigam as actualizações das autoridades locais e das instituições de ensino que frequentam. Apesar de o fornecimento de energia eléctrica ter sido restabelecido, a DSEDJ realça que “os governos de Portugal e de Espanha declararam o estado de emergência”. Como tal, se os estudantes em zonas afectadas enfrentarem situações de emergência, devem contactar a polícia local ou a embaixada ou consulado chinês, através da linha 24 horas do Serviço Global de Protecção Consular e Emergência do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O mesmo comunicado sugere ainda como alternativas de contacto em casos de emergência Linha Aberta para o Turismo 24 horas, a Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa e a própria DSEDJ. Regresso à normalidade Um corte generalizado no abastecimento eléctrico afectou na segunda-feira, desde as 11h33 (18h33 em Macau), Portugal e Espanha, que continuava ontem sem ter explicação por parte das autoridades. Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades foram algumas das consequências do “apagão”. O restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo de segunda-feira, começando pela zona centro do país. O operador de rede de distribuição de electricidade E-Redes informou que até à meia-noite de segunda-feira (07h de ontem em Macau) estavam ligadas parcialmente 424 subestações, alimentando cerca de 6,2 milhões de clientes, mas não consegue prever a reposição integral.
Exportações chinesas para os países lusófonos atingem recorde até Março Hoje Macau - 30 Abr 2025 As exportações chinesas para os países de língua portuguesa tiveram o melhor arranque de ano de sempre, aumentando 2,3 por cento nos primeiros três meses, em comparação com igual período de 2024, segundo dados oficiais. De acordo com informação do Serviços de Alfândega da China, divulgada na segunda-feira, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até Março atingiram 19,7 mil milhões de dólares. Este é o valor mais elevado para um primeiro trimestre desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar estes dados, em 2013. Os dados divulgados revelam que a principal razão para o novo recorde foi Angola, cujas importações vindas da China mais que duplicaram, para 1,58 mil milhões de dólares. Ainda assim, e apesar de uma descida homóloga de 2 por cento, o Brasil continua a ser o maior comprador no bloco lusófono, com as mercadorias vindas da China a atingirem 15,8 mil milhões de dólares. Contas portuguesas Em terceiro na lista, agora atrás de Angola, vem Portugal, que comprou à China produtos no valor de 1,48 mil milhões de dólares, mais 1,3 por cento do que nos primeiros três meses de 2024. Na direcção oposta, as exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 30,1 por cento no primeiro trimestre de 2025, em comparação com igual período do ano passado. Entre Janeiro e Março o bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de 24,5 mil milhões de dólares para o mercado chinês. Este é o valor mais baixo para os três primeiros meses de um ano desde 2020, no início da pandemia de covid–19. A descida deveu-se sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram mais de um terço (34,1 por cento) para 19,3 mil milhões de dólares. Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 10,6 por cento para 3,87 mil milhões de dólares. Da mesma forma, as vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 14,4 por cento para 635,3 milhões de dólares. Pelo contrário, as exportações de Moçambique subiram 18,5 por cento para 484,5 milhões de dólares. Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram quase um terço (32,1 por cento), para 204 milhões de dólares. Também as vendas de Timor-Leste e São Tomé e Príncipe encolheram 97,4 por cento e 53,2 por cento, respectivamente, embora nenhum dos dois países tenha exportado mais de três mil dólares em mercadorias para a China. Cabo Verde e a Guiné-Bissau não venderam quaisquer produtos para o mercado chinês nos primeiros três meses de 2025.
Desemprego | Joey Lao relativiza “leve subida” da taxa João Luz e Nunu Wu - 30 Abr 2025 A subida de 0,2 por cento do desemprego no primeiro trimestre deste ano não preocupa Joey Lao, que considera a flutuação normal e abaixo dos níveis de Hong Kong e Singapura. Porém, o presidente da Associação Económica de Macau alerta para os problemas operativos das pequenas e médias empresas Nos primeiros três meses deste ano, a taxa de desemprego global aumentou 0,2 pontos percentuais face ao último trimestre de 2024, fixando-se em 1,9 por cento. A taxa de desemprego de residentes teve uma subida semelhante, atingindo 2,5 por cento no período em análise. O presidente da Associação Económica de Macau e ex-deputado, Joey Lao, considera que a flutuação da taxa, que se mantém num nível de pleno emprego, é normal. A ideia foi partilhada numa opinião publicada ontem no jornal Ou Mun, em que o economista argumenta que, de um modo geral, o mercado de trabalho de Macau mantém “boa saúde” e que, por isso, a população não precisa preocupar-se excessivamente com a situação. Apesar da subida ligeira do desemprego, Joey Lao salientou que a taxa global continua abaixo dos 2 por cento, um nível muito inferior ao verificado em regiões vizinhas. O dirigente da Associação Económica de Macau deu como exemplo a taxa de desemprego em Hong Kong que se fixou em 3,2 por cento nos primeiros três meses de 2025. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego geral e a taxa de desemprego dos residentes de Singapura foi de 2,9 por cento e 3,1 por cento, respectivamente, subindo em relação aos últimos três meses do ano passado. Boas bases O ex-deputado salienta que o Governo de Macau tem conseguido manter o desemprego em níveis seguros, apesar do elevado grau de incerteza que afecta a economia global e das disrupções no comércio externo, mostrando que a base económica de Macau e o mercado laboral mantêm a estabilidade. No artigo de opinião publicado ontem, o economista mostra maior preocupação com as dificuldades operativas das pequenas e médias empresas. Como tal, Joey Lao salientou que o Governo tem mostrado que conhece os desafios enfrentados por este segmento do tecido empresarial e por isso voltou a lançar um plano de bonificação de juros de créditos bancários em 2025 e a prestar apoio às PME para reformularem os seus negócios e tornarem-se mais competitivas. Além disso, o ex-deputado também vincou que o Governo de Sam Hou Fai garantiu nas Linhas de Acção Governativa que, para assegurar a estabilidade do mercado laboral, será dada prioridade aos residentes no acesso ao emprego.
Hong Kong | DST volta a oferecer viagens de grátis a partir de amanhã Hoje Macau - 30 Abr 2025 A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) anunciou ontem que, a partir de amanhã, regressa a promoção de “bilhetes de autocarro directo e de barco gratuitos, destinada a turistas internacionais que visitam Hong Kong (vindos de fora da Grande China)”. A iniciativa parte da cooperação da DST com os operadores de serviços de transporte de passageiros de autocarro e de barco entre Hong Kong e Macau e tem como objectivo alargar o número de visitantes internacionais que prolongam a viagem a Macau. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes recorda que no ano passado, entre Fevereiro e Dezembro, a promoção foi gozada por 310 mil visitantes internacionais, que aproveitaram para visitar Macau. A promoção conjunta com os Serviços de Transporte de Passageiros no Aeroporto Internacional de Hong Kong (não confundir com os autocarros dourados), e os operadores de ferries Turbojet e Cotai Water Jet irá decorrer até ao fim do ano. A reserva de bilhetes pode ser feita na página oficial das operadoras de transportes. Durante a promoção, os visitantes terão direito, sem limite de número de vezes, a “bilhetes de autocarro directo e de barco gratuitos”, mas a DST alerta que os “descontos estão sujeitos aos termos e regras das entidades exploradoras dos serviços e à disponibilidade de lugares”. Após a chegada ao Aeroporto Internacional de Hong Kong, basta mostrar o “passaporte estrangeiro e cartão de embarque, dentro da zona restrita, para obter o bilhete gratuito e apanhar o autocarro directo para Macau, via Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, no terminal de transferências SkyPier”.
Grande Baía | Sam Hou Fai considera Jiangmen exemplo a seguir João Santos Filipe - 30 Abr 2025 O Chefe do Executivo terminou a visita de dois dias a três cidades da Grande Baía, tendo inclusive passado pela sua cidade natal, Zhongshan, que elogiou devido ao desenvolvimento acelerado Numa visita a Jiangmen, o Chefe do Executivo afirmou que as experiências da cidade do Interior da China são exemplos que Macau deve seguir. As declarações de Sam Hou Fai foram citadas num comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS), sobre a deslocação do líder da RAEM à Grande Baía. Ao ser recebido na tarde de segunda-feira por Chen Anming, secretário do Comité Municipal de Jiangmen do Partido Comunista Chinês (PCC), Sam Hou Fai afirmou que “a cidade de Jiangmen é muito conhecida pelos seus recursos humanos e pela riqueza histórica cultural dos chineses ultramarinos”. O líder político da RAEM destacou que Macau também tem uma grande comunidade de chineses nascidos fora da China e que deve seguir “as experiências de sucesso de Jiangmen”, para promover este tipo de turismo. Em relação à cooperação entre as cidades, o governante da RAEM indicou “que as duas partes podem aproveitar os recursos comuns para se desenvolverem em conjunto e criarem produtos turísticos de alta qualidade na área do património cultural mundial”. Por outro lado, Sam Hou Fai destacou os “recursos terrestres ricos”, a “boa rede de transportes” de Jiangmen para fora da Grande Baía e uma base industrial bem instalada que, considerou, criar “uma grande perspectiva de avanço integral”. Face às perspectivas de crescimento de Jiangmen, o Chefe do Executivo afirmou que Macau “espera, em conjunto e de mãos dadas, agarrar as oportunidades geradas pelo desenvolvimento da Grande Baía, gozar da actual base aprofundada entre as duas cidades, aproveitar as vantagens-núcleos de cada uma das cidades” e “criar um novo capítulo de desenvolvimento altamente qualificado”. Outras paragens Antes de se deslocar a Jiangmen, a comitiva liderada por Sam Hou Fai fez uma paragem em Zhongshan, a sua terra natal, onde reuniu com Guo Wenhai, secretário do Comité Municipal de Zhongshan do Partido Comunista Chinês e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Municipal de Zhongshan. De acordo com o comunicado oficial, Sam Hou Fai sublinhou no encontro que Macau e Zhongshan “possuem uma ligação profunda em termos históricos, com trocas de contactos frequentes” e que “têm mantido uma relação amigável”. O Chefe do Executivo elogiou ainda a cidade natal por se ter “desenvolvido rapidamente, apresentando boas tendências de progresso, tanto a nível social como económico, com potencialidades de cooperação com Macau em várias áreas”. Sam Hou Fai afirmou ainda “esperar também que as empresas das duas localidades possam agarrar as oportunidades e trabalhar de mãos dadas na expansão dos seus negócios”.
Apagão | Normalidade retomada ontem, causa ainda por apurar Andreia Sofia Silva - 30 Abr 2025 A semana arrancou de forma atípica na Península Ibérica. Passavam poucos minutos das 11h30 de segunda-feira, quando uma falha generalizada de electricidade paralisou Portugal e Espanha. Só perto das 23h a luz voltou à casa dos portugueses, mas a conta-gotas Era uma segunda-feira aparente normal, mas essa normalidade dissipou-se ao final da manhã com a falha de electricidade que, gradualmente, levou a falhas de comunicação e impossibilidade de utilização de dados móveis. Portugal e Espanha estiveram sem electricidade durante demasiadas horas na segunda-feira, num episódio sem precedentes em termos de falhas de energia. No caso de Lisboa, a luz começou a falhar poucos minutos depois das 11h30, seguindo-se a impossibilidade de comunicação via dados móveis. O trânsito no centro da capital portuguesa tornou-se caótico, sem semáforos em funcionamento, gerando alguns acidentes rodoviários. Os supermercados, cafés e restaurantes, sem possibilidade de manter o normal funcionamento e os alimentos devidamente refrigerados, fecharam portas. Muitas pessoas, assustadas com a possibilidade de ficarem vários dias sem luz, correram aos supermercados, açambarcando alimentos enlatados, garrafões de água, velas e pilhas. Além dos constrangimentos pouco habituais no dia-a-dia das pessoas, com o Metro subitamente fechado e transportes congestionados, houve voos suspensos e aeroportos encerrados. O restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo de segunda-feira, começando pela zona centro de Portugal. A circulação no Metropolitano de Lisboa (ML) foi retomada na totalidade às 08h38, hora de Lisboa, primeiro nas Linhas Azul e Vermelha às 08h, na Amarela às 08h15 e na Verde às 08h38. “O Metropolitano de Lisboa teve uma vasta equipa a trabalhar durante a noite de ontem [segunda-feira] e a madrugada de hoje [terça-feira] para assegurar a reposição dos sistemas operacionais afectados pela falha generalizada de energia ontem ocorrida”, informou o ML em comunicado. Palavras do Governo Numa nota emitida pelo Governo português nas primeiras horas da manhã de ontem, foi referido que já estavam “praticamente todos os serviços, incluindo o fornecimento de energia, restabelecidos”, disse à Lusa o ministro da Presidência, António Leitão Amaro. Segundo o ministro, todos os 6,4 milhões de clientes tinham já acesso a electricidade às primeiras horas da manhã de terça-feira, com excepção de 800 que tinham avarias não relacionada com o apagão. Leitão Amaro referiu ainda que o abastecimento de água está a funcionar em praticamente todo o país, registando-se apenas algumas dificuldades de pressão em “dois ou três concelhos” que serão “resolvidas rapidamente”. Relativamente aos transportes, o ministro avançou que os “comboios estão a funcionar”, sendo ainda necessário estabilizar alguns pontos da operação, mas devido aos efeitos de greve de 24 horas que decorreu na segunda-feira. Sobre os aeroportos, “estão operacionais”, referiu Leitão Amaro, reconhecendo que, no caso do Aeroporto de Lisboa, que foi o mais afectado pela falha de energia, devendo demorar dois dias [até hoje] a ter os fluxos estabilizados, embora os sistemas estejam todos operacionais. Escolas e saúde normalizados O governante português adiantou ainda que, relativamente às escolas, a orientação emitida durante a madrugada a todos os directores foi para abrirem e funcionarem normalmente, com excepção dos casos em que pode, eventualmente, verificar-se alguma razão de segurança específica. “O fornecimento de combustíveis está normalizado e não se registaram, durante a noite, ocorrências relevantes de segurança ou de protecção civil” no país, avançou Leitão Amaro, salientando ainda que a situação está estabilizada também nos serviços de saúde. “Os hospitais e centros de saúde estão com condições, em termos de fornecimento e abastecimento, para funcionarem normalmente”, assegurou. “Neste momento, o que podemos dizer é que os sistemas [energéticos] estão estabilizados, quer no transporte, quer no abastecimento aos consumidores”, realçou o ministro da Presidência. Em Espanha também houve vários constrangimentos, sobretudo ao nível dos transportes. Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, disse na segunda-feira, citado pela Lusa, que este episódio foi inédito no país. O governante falou ao país após a segunda reunião do dia do Conselho Nacional de Segurança de Espanha. “Estão a analisar-se todas as causas potenciais sem descartar qualquer hipótese”, acrescentou. Perda de gigawatts O líder do Governo espanhol revelou que, segundo explicaram os técnicos e peritos da rede eléctrica espanhola, 15 gigawatts de geração “perderam-se subitamente do sistema, em apenas cinco segundos, algo que nunca tinha acontecido”. Segundo explicou, para dar uma dimensão do ocorrido, 15 quilowatts de geração correspondem aproximadamente à procura de electricidade total no país à hora do apagão (12h33 em Espanha, 11h33 em Lisboa). “O que provocou este desaparecimento súbito do abastecimento” é algo que os especialistas ainda não conseguem explicar, acrescentou. Nas primeiras horas após o apagão começaram a circular informações sobre um possível ciberataque, que nunca se confirmaram. Poucas horas depois do apagão, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, referiu na rede social Linkedin que tinha falado com os primeiros-ministros Pedro Sánchez e Luís Montenegro sobre o acompanhamento do caso. “Reafirmei que a Comissão Europeia tem apoiado e monitorizado a situação com as autoridades nacionais e europeias e juntamente com o nosso Grupo de Coordenação de Electricidade. Vamos reunir esforços e partilhar informações para ajudar a restaurar o sistema de fornecimento de electricidade, concordando em mantermos um contacto estreito”, pode ler-se numa das publicações. Eduardo Prieto, chefe de operações da espanhola Red Eletrica, disse à Associated Press que a situação não tinha precedentes, tratando-se de algo “excepcional e extraordinário”. Uma das possíveis causas apontadas para o apagão é um fenómeno atmosférico raro, referido como “vibração atmosférica induzida”, que pode ter originado “oscilações anómalas” nas linhas de alta tensão da rede de energia espanhola. “Estas oscilações provocaram falhas de sincronização entre os sistemas eléctricos, levando a perturbações sucessivas nas redes europeias interligadas”, disse a empresa portuguesa de energia REN à BBC na tarde de segunda-feira. Porém, mais tarde a REN desmentiu estas informações. Muitas questões Outra das causas poderá ter sido problemas técnicos na própria rede eléctrica. Onyema Nduka, professor catedrático de sustentabilidade energética na Universidade de Londres, afirmou que as redes eléctricas estão normalmente interligadas porque as centrais de produção que as alimentam estão localizadas longe das cidades. Isto significa que um corte de energia numa parte da rede pode “levar a um efeito de cascata noutras áreas”. “Idealmente, as redundâncias são incorporadas no sistema, como ter vários pontos de abastecimento, geradores de reserva situados em diferentes locais, fios e cabos interligados, etc.”, afirmou. A solução passa por as empresas de energia restabelecerem a electricidade aos clientes afectados o mais rapidamente possível, mas o procedimento para o fazer “ainda não foi revelado”, acrescentou Nduka. As autoridades portuguesas, citadas pela AP e pelos meios de comunicação social locais, atribuíram até agora a falha de energia a problemas técnicos não especificados, com origem no exterior do país, mas referiram que a investigação ainda está em curso. A possibilidade de um ciberataque está, para já, afastada. “Espanha tem mecanismos para lidar com este tipo de situações. Mais uma vez, apelo aos cidadãos para que colaborem com todas as autoridades e actuarem de forma responsável e civilizada, como sempre fizemos”, escreveu Pedro Sánchez nas redes sociais. O Centro Nacional de Cibersegurança português também afirmou, em comunicado, não existirem indícios de que a falha tenha sido causada por um ataque informático. Em declarações à Euronews, Taco Engelaar, director-geral da Neara, especialista em infra-estruturas energéticas, afirmou que a interconectividade das redes nacionais e dos seus sistemas significaria que uma falha ou um ataque teria o mesmo resultado líquido. “Uma falha tão generalizada da rede é extremamente invulgar e pode ser causada por uma série de factores: uma falha física na rede que provoque o corte de energia, um ciberataque coordenado ou um desequilíbrio dramático entre a procura e a oferta que tenha feito o sistema da rede ultrapassar os limites”, afirmou. “Se for uma falha do sistema, então a interconectividade entre as diferentes redes regionais e nacionais pode levar à grande quantidade de cortes de energia a que estamos a assistir hoje [segunda-feira]”, acrescentou. “O mesmo se aplica a um ciberataque – muitos destes sistemas estão ligados e partilham activos – derrubar um pode derrubar muitos”, rematou. Com agências
A miudagem do telemóvel André Namora - 29 Abr 2025 Miúdo de 10 anos de idade: “Pai, se não me compras um novo telemóvel, não vou à escola!”. A situação dos nossos jovens infantis e adolescentes é incompreensível. A mudança no mundo repercute-se no dia a dia de Portugal. Os miúdos querem isto e aquilo sem compreender que na maioria dos casos os pais não têm dinheiro para as suas reivindicações. Os miúdos veem na escola uma minoria que usa sapatilhas de marca, um telemóvel topo de gama e uma mochila das mais caras e todos querem produtos iguais. Já aconteceu que um miúdo de 11 anos não gostou do iogurte que a mãe comprou e atirou-o contra a cara da mãe. Um outro, com 12 anos, foi à garagem furar o pneu da bicicleta do pai por este não lhe ter comprado a bicla que desejava. Um outro, chegou à sala de aula e disse à professora que ela devia ser lésbica porque só dava beijos às meninas. Tivemos conhecimento que um outro miúdo pediu ao avô 20 euros e como o velhote disse que não tinha, o miúdo atirou a bengala do avô para o recipiente do lixo municipal. Um outro, chegou com os pais a um hotel e queria ver televisão quando já eram horas de dormir. Os pais desligaram o televisor e o miúdo foi à casa de banho buscar um copo de vidro e partiu o televisor. Mas, estamos a entrar em que tipo de sociedade, em que nos interrogamos sobre o futuro para estes jovens. Os pais e avós queixam-se que a culpa é dos computadores, quando os aparelhos foram oferecidos pelos avós ou pais. Que as redes sociais estão a estupidificar os jovens que passam horas ao telemóvel ou ao computador. Mas, os pais é que têm de controlar a actividade dos filhos e educá-los sob as regras mínimas a cumprir. Há dias, um amigo lamentou-se que o seu filho andava a enlouquecê-lo porque no carro não quis colocar o cinto de segurança. Ao ser obrigado pelo pai atirou com o telemóvel contra o monitor do GPS do veículo e partiu o telemóvel e o visor digital. Os casos são intermináveis e diversos. A miudagem senta-se num café com os pais e está todo o tempo agarrada ao telemóvel. Culpa deles? Não, os seus pais não deviam permitir. Dizem até que se contrariarem os filhos estes fogem, sabe-se lá para onde. A educação de menores hoje em dia está realmente a degradar-se. A maioria dos pais trabalha o dia inteiro e muitos quando chegam a casa já os filhos dormem ou estão há horas agarrados ao computador. Depois, temos o reverso da medalha. Cada vez mais aumenta o número de crianças abusadas sexualmente por pedófilos que através da internet usam todos os subterfúgios para virarem a cabeça dos menores. Por seu turno, a juventude adolescente está a preocupar as diferentes comunidades. Os jovens entre os 13 e 16 anos estão a ter um comportamento surpreendente pela negativa. Querem sair à noite, bebem cerveja ou shots, fumam cannabis, embriagam-se, chamam um carro da Uber e são violadas, se se trata de uma jovem. As casas de banho das discotecas servem para o sexo. Os gangues instalados introduzem drogas nas bebidas das jovens para posteriormente as poderem violar. Assistimos recentemente a um caso trágico em Braga. Um jovem do ensino secundário, no interior do clube da Associação Académica da Universidade do Minho, onde era permitido entrar todo e qualquer indivíduo, deu-se conta que uns estranhos, não portugueses, estavam a introduzir drogas nas bebidas das raparigas. Dirigiu-se ao segurança e chamou-lhe à atenção do que estava a acontecer. O segurança do bar em vez de proteger de imediato o jovem denunciante, mantendo-o no interior do bar ou no gabinete da gerência, cometeu o “crime” de atirar com o jovem juntamente com os membros do gangue para o exterior do bar. E a Polícia Judiciária investiga se o segurança comunicou aos membros do gangue o que o jovem denunciante tinha acabado de lhe transmitir. Resultado: fria, cobarde e violentissimamente, os membros do gangue esfaquearam acto contínuo o jovem português até à morte. Ao que chegámos. Uma coisa é o que assistimos durante anos e anos: desavenças, discussões e pancadaria a murro e pontapé. Outra, absolutamente incompreensível, são os jovens a matarem-se por uma razão qualquer, seja por ciúme ou por tentativa de drogar o semelhante para fins abusivos. Aquele bar estudantil era algo inqualificável, e nunca poderia ter sido autorizada a sua funcionalidade. Estava situado num beco e como podem verificar na fotografia que publicamos, o bar tinha grades em todas as janelas e sem saída de emergência. Em caso de incêndio tinham morrido dezenas de jovens no interior do bar. E é neste Portugal, com factos deste género, que a juventude actual se diverte. O crime entre os jovens aumenta. As cenas de violência pululam por todos os bairros. Obviamente que a polícia não pode estar em todo o lado, mas voltamos à mesma tecla: os pais de hoje não pensam que o futuro dos seus filhos com este comportamento irá ser um desastre social? Infelizmente, já existem casos em que um filho mata o pai porque este não lhe deu dinheiro para comprar uma nova droga, a K9, que já está a matar dezenas de jovens. As autoridades governamentais têm forçosamente que olhar a sério para o problema da juventude e tomar certas medidas rigorosas, entre as quais, a proibição na entrada de bares e discotecas nocturnos a menores de 18 anos.
Défice da balança comercial caiu 2 mil milhões em três meses João Santos Filipe - 29 Abr 2025 No primeiro trimestre do ano, o défice da balança comercial cifrou-se em 26,83 mil milhões de patacas, uma redução de 2 mil milhões de patacas, face ao trimestre homólogo do ano anterior, quando o défice tinha sido de 28,83 mil milhões de patacas. Os dados foram revelados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Neste período, o valor total do comércio externo de mercadorias no primeiro trimestre de 2025 correspondeu a 33,82 mil milhões de patacas e desceu 4,5 por cento, face aos 35,42 mil milhões de patacas registados nos primeiros três meses de 2024. O valor exportado de mercadorias situou-se em 3,49 mil milhões de patacas, mais 6,1 por cento, comparativamente com o primeiro trimestre do ano transacto. A reexportação (3,15 mil milhões de patacas) e a exportação doméstica (345 milhões de patacas) aumentaram 6,4 por cento e 3,5 por cento, respectivamente. Ao mesmo tempo, o valor importado de mercadorias foi de 30,33 mil milhões de patacas, um decréscimo homólogo de 5,6 por cento. Interior mais fraco Nos primeiros três meses, os valores das exportações de mercadorias para Hong Kong aumentaram 14 por cento para 2,69 mil milhões de patacas, enquanto que as exportações para os Estados Unidos registaram um crescimento de 7 por cento para 50 milhões de patacas. No entanto, as exportações de mercadorias para o Interior da China diminuíram 5,8 por cento, para 173 milhões de patacas, enquanto para as exportações para a União Europeia tiveram uma redução de 10,5 por cento para 56 milhões de patacas. A DSEC indica ainda que as exportações para os países participantes na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota tiveram uma redução de 60,4 por cento para 66 milhões de patacas, mas não são indicados os países que se inserem neste mercado. Analisando por mercadorias, exportaram-se 357 milhões de patacas de produtos têxteis e vestuário, no que foi um crescimento de 4,3 por cento, e ainda houve exportações de 3,14 mil milhões de patacas de produtos não têxteis, uma subida de 6,3 por cento face ao período homólogo.
UM | Lucros da UMTEC caíram para 781 mil patacas em 2024 João Santos Filipe - 29 Abr 2025 No ano passado, a UMTEC teve uma redução dos lucros de 80 por cento face ao período homólogo. No entanto, a “almofada” acumulada pela empresa controlada pela Universidade de Macau atingiu 27,5 milhões de patacas No ano passado, os lucros da UMTEC, empresa de investigação da Universidade de Macau, caíram praticamente 80 por cento, em comparação com o ano anterior. O lucro de 781,5 mil patacas foi revelado ontem no portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP). Em comparação, em 2023 a empresa fechou o ano com um resultado positivo de 3,8 milhões de patacas. E no ano anterior, em 2022, os lucros tinham sido de 2,6 milhões de patacas, pelo que os dados recentes mostram o valor mais baixo dos últimos três anos. A diferença de resultados explica-se com os maiores custos relacionados com a venda de serviços da empresa que se dedica à investigação. De acordo com os dados apresentados, as receitas operacionais apresentaram um crescimento de quase 4 milhões de patacas, de 14,3 milhões de patacas para 18,1 milhões de patacas, o que se deveu a contratos celebrados. Além disso, os lucros financeiros, gerados com os juros do dinheiro acumulado, atingiram 888 mil patacas, um crescimento face às 650 mil patacas do ano anterior. No entanto, para vender mais, a empresa teve de pagar mais. Os “custos de vendas” declarados subiram de 9,0 milhões de patacas para 15,3 milhões de patacas. A maior parte dos custos de vendas declarados relacionou-se com o pagamento de “salários” que escalaram de 3,9 milhões de patacas para 7,8 milhões de patacas. Estes custos prendem-se com a realização de acções de vendas e não estão ligados ao pessoal que trabalha a tempo inteiro na empresa. A nível dos salários dos trabalhadores contratados pela UMTEC, os custos aumentaram entre 2023 e 2024, de 1,2 milhões de patacas para 1,9 milhões de patacas. Reservas gordas Apesar da redução dos ganhos, a empresa declarou uma reserva acumulada, no final do ano passado, de 27,5 milhões de patacas, quando no relatório anterior a reserva era de 26,8 milhões de patacas. Em relação a 2025, a UMTEC declara no relatório que vai transmitir a participação de 27,65 por cento na Guangdong Hengqin UM Higher Education Development Co. Ltd., avaliada em 1,1 mil milhões de renminbis para a Universidade de Macau. A subsidiária a ser transferida tem um capital social total de 4 mil milhões de renminbis, e vai ser a empresa utilizada pela UM para criar um novo campus na Ilha da Montanha. Com a transferência, a empresa fica a ser detida a 100 por cento pela Universidade de Macau. A Universidade de Macau é a accionista maioritária da UMTEC, com uma participação social de 99 por cento. O restante 1 por cento é detido pelo Fundo de Investimento.
Hotelaria | Quatro hotéis em fase de construção Hoje Macau - 29 Abr 2025 No primeiro trimestre do ano, estavam em construção quatro hotéis que vão disponibilizar 2.928 quartos, de acordo com os dados publicados ontem pela Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU). Estes hotéis vão ainda disponibilizar 1.106 lugares de estacionamento para automóveis ligeiros e 291 para motociclos. Além dos hotéis em construção, havia outros nove em fase de projecto que disponibilizam um total de 1.000 quartos, assim como 187 lugares de estacionamento para automóveis ligeiros e 48 para motas. “No primeiro trimestre de 2025, encontravam-se em construção 4 empreendimentos hoteleiros que proporcionarão 2 928 quartos e em fase de projecto 9 empreendimentos hoteleiros que proporcionarão 1000 quartos”, foi indicado. Em relação à construção de habitação, no primeiro trimestre foram emitidas licenças de utilização para quatro empreendimentos com 212 apartamentos, assim como 43 lugares de estacionamento para automóveis e 18 para motos. Havia ainda 11 prédios concluídos em vistoria, que disponibilizam 104 habitações, sem lugares de estacionamento. Além disso, contavam-se 38 prédios em construção, compostos por 1.785 habitações e 974 lugares de estacionamento para carros e 260 para motos. Finalmente, os dados da DSSCU mostram a existência de 77 prédios com 5.174 habitações, que trazem para o mercado 2.936 estacionamentos para carros e 840 para motos.
Ponte HKZM | Travessias de estrangeiros sobem 70% Hoje Macau - 29 Abr 2025 Desde o início do ano, até domingo, mais de 172 mil passageiros estrangeiros usaram a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, volume que representa uma subida anual de 70 por cento. No total, mais de 10 milhões de pessoas utilizaram a ponte no mesmo período, quase mais 19 por cento do que no ano passado A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a maior travessia marítima do mundo, registou mais de 172 mil passageiros estrangeiros até domingo, um aumento de 70 por cento em comparação com o mesmo período de 2024. “Este aumento deve-se em grande parte à expansão das políticas de isenção de visto pela China, sendo que o posto fronteiriço terrestre de Zhuhai é o único no território continental chinês que oferece acesso rodoviário directo ao Aeroporto Internacional de Hong Kong”, avançou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Até domingo, o número total de viagens através da ponte tinha aumentado 18,9 por cento em termos homólogos, ultrapassando os 10 milhões de passageiros, meta alcançada 25 dias mais cedo do que em 2024. De acordo com a Xinhua, as viagens de residentes do Interior da China aumentaram 30,3 por cento para 4,18 milhões, enquanto as travessias de veículos registados em Hong Kong e Macau pelo posto fronteiriço de Zhuhai subiram 32,4 por cento para quase 1,2 milhões este ano, com uma média diária superior a 10 mil, de acordo com dados fornecidos pelas autoridades alfandegárias. A terra no mar A ponte, que liga as três regiões, é a mais longa travessia marítima do mundo, com uma extensão de cerca de 55 quilómetros, que incluem um túnel subterrâneo de quase sete quilómetros entre duas ilhas artificiais para facilitar a navegação no delta do Rio das Pérolas. A construção da ponte arrancou em 2009, mas foi afectada por atrasos, a morte de mais de 20 trabalhadores e derrapagens orçamentais. O custo final da infra-estrutura está estimado em 16,4 mil milhões de dólares, mais 25 por cento do que o inicialmente previsto. A infra-estrutura inaugurada em 2018, que reduziu em cerca de metade o tempo de viagem entre Macau e Hong Kong, foi apontada pelo Governo da China como um importante símbolo da política de integração da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
Economia | Projectos-chave vão custar mais de 40 mil milhões Hoje Macau - 29 Abr 2025 Sam Hou Fai avançou com uma estimativa para o custo dos quatro projectos destinados a diversificar a economia, numa conferência de imprensa exclusiva para alguns meios locais e média da Grande Baía. O Chefe do Executivo apelou aos jovens para “saírem da sua zona de conforto” e procurarem oportunidades no Interior da China Antes de partir para uma visita oficial a Zhuhai, Zhongshan e Jiangmen, o Chefe do Executivo anunciou detalhes sobre os chamados quatro projectos-chave para diversificar a economia, apresentados nas Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. Numa conferência de imprensa para meios de comunicação social nacionais, e alguns locais seleccionados, Sam Hou Fai apresentou estimativas de custos para três das quatro grandes infra-estruturas que serão construídas ao longo da próxima década. O projecto que parece ter a factura maior é a Cidade (Universitária) de Educação Internacional de Macau de Hengqin que, segundo a imprensa local, poderá custar 20 mil milhões de patacas aos cofres públicos. O projecto, que será construído na Ilha da Montanha, irá avançar com a Universidade de Macau na dianteira, enquanto a “primeira instituição de ensino superior de Macau a implementar o modelo de extensão pedagógica na Zona de Cooperação em Hengqin”. O objectivo é o alargamento posterior a outras instituições públicas e privadas de Macau e procurar obter autorização para construir mais Laboratórios de Referência do Estado. Segundo as LAG, o projecto tem como objectivo “criar um ambiente pedagógico que esteja uniformizado com o de Macau, e configurar um projecto piloto de integração de Macau com Hengqin no âmbito do ensino superior”. O projecto do Bairro Internacional Turístico e Cultural de Macau é o segundo mais caro na lista, com um custo estimado de 12 mil milhões de patacas. Ainda sem um local escolhido, Sam Hou Fai mencionou a zona do Parque Oceanus e as imediações da Torre de Macau como possibilidades. “Temos de construir algo que seja icónico na região da Ásia-Pacífico e mesmo a nível mundial. Deve também reflectir o intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente em Macau e promover os elementos principais da cultura chinesa e do nosso património histórico”, afirmou o Chefe do Executivo, segundo o Canal Macau da TDM. O concurso público para este projecto deve ser lançado na segunda metade deste ano, e deve ter uma duração de dois a três anos. O projecto integrará elementos culturais, turísticos e comerciais, destacando-se o Museu Nacional de Cultura de Macau, o Centro Internacional de Artes Performativas de Macau e o Museu Internacional de Arte Contemporânea. Os ares de fora Os restantes projectos-chave são o Hub (Porto) de Transporte Aéreo Internacional de Macau na margem oeste do Rio das Pérolas e o parque industrial de investigação e desenvolvimento das ciências e tecnologias de Macau. Para este último, Sam Hou Fai não avançou com uma estimativa quanto ao custo. Já o hub de transporte aéreo, tem duas fases previstas. A primeira, tem o objectivo de aumentar a capacidade e os recursos em termos de rotas aéreas internacionais do Aeroporto de Macau e a segunda, aproveitar as vantagens da cooperação com o Aeroporto de Zhuhai. Este projecto tem um custo estimado de 6 mil milhões de patacas. O Chefe do Executivo deixou ainda uma mensagem para a juventude de Macau, aconselhando a aposta nas oportunidades de emprego na Grande Baía. “Temos de sair da nossa zona de conforto e libertar-nos da mentalidade antiga de nos contentarmos a ficar confortáveis no nosso canto. Através de Hengqin, podemos entrar na Grande Baía e compreender o desenvolvimento global do país”, afirmou o governante.
LAG 2025 | Secretária diz que cabe aos doentes reagirem contra doenças mentais Andreia Sofia Silva - 29 Abr 2025 O Lam, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, defendeu ontem que o consumo de cultura e a prática de desporto podem ajudar a resolver muitos problemas do foro mental da população, defendendo que muitas vezes cabe aos próprios doentes ter uma outra reacção perante o problema. “Todos prestam atenção à questão da saúde psicológica, e este é um dos temas com que o Governo se preocupa neste sexto mandato. Há que ter uma vida mais activa, a saúde mental é um trabalho a longo prazo e temos de ter medidas a curto, médio e longo prazo, mas também tem a ver com a atitude da própria pessoa”, começou por dizer. “Sabemos que a cultura e o desporto são importantes na nossa vida, e com o desporto pode-se, por exemplo, conviver com outras pessoas num grupo. Com o esforço de todos os departamentos públicos, vamos reforçar as políticas a partir da idade infantil, pensando sempre na interacção com os pais. Há diferentes pressões em todas as idades, desde os jovens que chegam ao ensino superior, procuram o primeiro emprego e até os idosos. Podem dialogar uns com os outros sobre as suas emoções, e a cultura e o desporto podem ajudar a digerir tudo isso. Podem, por exemplo, ver um filme em conjunto”, referiu. Mais vagas O Lam disse também que recentemente foram criadas medidas de reforço da resposta em termos de saúde mental. “Vai ser reforçado o desporto para todos e nas escolas a curto prazo, além de que os centros de saúde criaram serviços para esta área com mais de dez mil vagas criadas. O Instituto de Acção social tem trabalhado bastante e temos hoje oito plataformas de linha aberta para diferentes gerações de pessoas.” Só no ano passado 90 pessoas perderam a vida devido a suicídio, segundo dados dos Serviços de Saúde (SS). Foram criadas mais consultas externas em nove centros de saúde, além de terem sido atribuídos apoio financeiro a duas associações que trabalham de perto com a comunidade. Recentemente, Alvis Lo, director dos SS, referiu que foram criadas “equipas de prestação de serviços psicológicos comunitários”, para estreitar proximidade com casos latentes e fornecer consultas de psiquiatria na comunidade e em lares de idosos.
Hospital das Ilhas | Prometido reforço de profissionais de saúde Andreia Sofia Silva - 29 Abr 2025 O debate de ontem sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) na área dos Assuntos Sociais e Cultura centrou-se na saúde, nomeadamente na falta de resposta do Hospital das Ilhas, o Peking Union Medical College Hospital. “Sabemos que há muita pressão no serviço de urgência. Como pode haver uma melhor distribuição de trabalhadores entre o Centro Hospitalar Conde de São Januário e o Peking Union Hospital? Como se pode equilibrar a nossa equipa médica com a centralização de recursos”, questionou a deputada Ella Lei. O responsável pelo novo hospital prometeu uma melhor distribuição de recursos humanos. “Temos um plano em que definimos para 2026 e 2027 prestar um serviço de saúde em termos macro. Prevemos que até 2027 o pessoal do nosso hospital seja composto por mais 1.200 pessoas, 200 dos quais serão médicos. Naturalmente que esperamos contratar mais locais para as vagas de médicos. Neste momento temos 150 especialistas. Depois da construção gradual do nosso hospital teremos maior procura por parte de profissionais de saúde de Macau e de Hong Kong”, adiantou. Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, disse que o novo hospital presta atenção “aos cuidados de saúde comunitários e à pressão sentida pelo hospital público”. “Temos colegas que saíram do nosso sistema [público] e temos de recrutar mais pessoal para colmatar a saída de pessoas para a reforma. Espero que a situação [dos recursos humanos] possa ser melhorada”, frisou.
LAG 2025 | Um quarto da população de Macau será idosa até 2041 Hoje Macau - 29 Abr 2025 Coube ontem à secretária para os Assuntos Sociais e Cultura apresentar o relatório das Linhas de Acção Governativa para este ano. O Lam sublinhou o cenário de envelhecimento populacional, esperando que até 2041 quase 25 por cento da população seja idosa, afectando a distribuição de recursos financeiros públicos O Governo disse ontem que prevê uma “superbaixa taxa de natalidade” ainda esta década e perto de um quarto da população idosa até 2041. “Em 2029, iremos entrar numa fase de superbaixa taxa de natalidade. E com esse fenómeno, podemos já entender que isso vai ter implicações na nossa força laboral, no nosso ensino e na distribuição dos nossos recursos”, disse a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, ao apresentar, na Assembleia Legislativa (AL), as Linhas de Acção Governativa (LAG) para a tutela. Macau registou no ano passado 3.607 nascimentos, menos 105 em termos anuais, registando uma taxa de natalidade – número de recém-nascidos por mil habitantes – de 5,3, de acordo com dados oficiais. Além disso, o território registou em 2024 uma taxa de fertilidade de 0,58 filhos, a menor de sempre em Macau. Também conhecida como taxa de fecundidade, esta é uma estimativa do número médio de filhos que uma mulher terá até ao fim do período reprodutivo. A taxa de fecundidade de 0,58 é ainda mais baixa do que a estimativa feita num relatório divulgado em Julho pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA, na sigla em inglês): 0,68 nascimentos por mulher. Nesse relatório, a UNDESA apontava que a estimativa de 0,68 era a mais baixa do mundo. “E todo o nosso paradigma de apoio às famílias também vai ser diferente”, anunciou O Lam, que foi pela primeira vez à AL como secretária do Governo. O novo Governo, que tomou posse em dezembro, quer “incentivar a procriação”, apostar na educação e reforçar apoio às famílias, reforçou O Lam. “Muito trabalho” por fazer A secretária lembrou que vai ser instituído, a partir deste ano, um subsídio de assistência à infância, no valor de 1.500 patacas mensais, destinado a crianças com menos de três anos e que sejam residentes de Macau. O subsídio de nascimento “foi aumentado” para um total de 6.500, lembrou a responsável, referindo ainda o “programa de apoio à reprodução medicamente assistida”. Na AL, O Lam indicou que até, ao final desta década, Macau vai ultrapassar “o critério de superenvelhecimento”. E expôs números: em 2024, os idosos (com 65 anos ou mais) representavam 14,6 por cento da população total; até 2029 deverão ser 21,4 por cento e até 2041 quase um quarto da população (24,8 por cento). Neste sentido, a secretária lembrou que “há muito trabalho a fazer”, nomeadamente em relação aos lares de terceira idade. O tempo médio de espera para entrar numa instituição destas é de 16 meses, notou, salientando que vão ser criados mais lares, incluindo privados.
Ensino | Deputados pedem estabilização de escolas e docentes Andreia Sofia Silva - 29 Abr 2025 Vários deputados colocaram questões ao Executivo sobre a necessidade de estabilização do corpo docente e equilibrar o número de alunos por turma, tendo em conta a quebra de natalidade. “Temos uma baixa taxa de natalidade, e a curto prazo como podemos manter a estabilidade do nosso corpo docente e manter os recursos nesta área? Temos de estabilizar o corpo docente”, questionou Ron Lam U Tou. Já Lei Chan U disse que é necessário “ajustar o número de alunos por turma para que a baixa taxa de natalidade não afecte o funcionamento das escolas”. “O Chefe do Executivo referiu que serão investidos 14 mil milhões de patacas, mas muitos docentes referem que o investimento público não basta, e que nas actividades extra-curriculares necessitam de apoio dos encarregados de educação, pois demora-se muito tempo a receber do Fundo Educativo (FE)”, acrescentou. Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, explicou que o ajustamento do número de alunos por turma será entre 25 e 35. “Damos apoio às escolas que têm menos de 25 alunos por turma”, adiantou. Quanto ao FE, o responsável mencionou ajustes para aumentar celeridade na distribuição de fundos. “Simplificámos procedimentos e comunicamos com os contabilistas das escolas, sendo que a assinatura pode agora ser digital e pode ser feito um conjunto de pedidos de uma só vez. Em 2023, o pagamento chegava depois das actividades, mas agora adiantamos uma parte do subsídio, e essa maior flexibilidade pode ajudar”, explicou.
Regime de previdência central | Obrigatoriedade afastada Andreia Sofia Silva - 29 Abr 2025 Não será para breve a entrada em vigor da obrigatoriedade do sistema de previdência central. A garantia foi dada ontem pela secretária O Lam, da área dos Assuntos Sociais e Cultura, quando questionada por vários deputados. “Vemos que ainda não é oportuno, pois temos de ter consenso da sociedade e esse processo leva tempo”, frisou. O deputado Lei Chan U foi um dos que questionou o Governo sobre a entrada em vigor da obrigatoriedade do regime de previdência central e sobre a divulgação do mais recente estudo encomendado. “Quanto ao estudo sobre a previdência central não obrigatória, o relatório foi finalizado em 2024. Quando será divulgado? Temos uma calendarização para implementar a obrigatoriedade do sistema?”, inquiriu no âmbito do debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. “O relatório está concluído e será divulgado em tempo oportuno”, disse O Lam. No último estudo sobre o assunto, elaborado pela Universidade de Macau e divulgado em 2021, uma das conclusões apontava para a obrigatoriedade do sistema em 2026 ou 2028, sugerindo-se duas propostas de “Período de preparação de 5 anos” e “Período de preparação de 7 anos” para a mudança do sistema. Também o deputado Ron Lam U Tou defendeu alterações a pensar no envelhecimento populacional. “É importante que tenhamos várias formas de resolver os problemas relacionados com os idosos, e a longo prazo teremos o regime de previdência central obrigatório, mas como vamos fazer? O Governo diz que quando a economia não está boa não se podem implementar políticas, mas tem de liderar os trabalhos sobre o que se pode ou não fazer”, rematou.
Coreia do Sul | DeepSeek regressa após rever processamento de dados Hoje Macau - 29 Abr 2025 A aplicação chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek voltou ontem a estar disponível na Coreia do Sul, depois de lançar uma versão parcialmente revista em coreano da sua política de processamento de dados. O descarregamento da aplicação estava suspenso na Coreia do Sul desde 15 de Fevereiro, depois de o Governo sul-coreano ter acusado os seus operadores de enviarem dados dos utilizadores a outras empresas sem obterem consentimento. O serviço revelou ontem uma política revista de tratamento de informações para os utilizadores sul-coreanos, depois de a Comissão de Protecção de Informações Pessoais da Coreia do Sul ter revelado, na semana passada, que o DeepSeek transferiu dados pessoais dos utilizadores para três empresas na China e uma nos Estados Unidos, sem que essa divulgação estivesse abrangida pelas suas políticas. As autoridades sul-coreanas acusaram anteriormente o serviço de enviar informações para uma empresa afiliada à ByteDance, proprietária da rede social chinesa TikTok, e pediram aos proprietários da empresa que estabelecessem rigorosamente a base legal para as suas transferências de dados para o estrangeiro e destruíssem imediatamente as informações comprometidas, bem como uma versão em coreano das suas políticas. Nos seus termos e condições revistos, a DeepSeek estabeleceu um regulamento suplementar separado para a Coreia do Sul, que estipula que processará as informações pessoais de acordo com as leis nacionais de protecção de dados. A DeepSeek “comunicará os resultados das recomendações de correcção e melhoria no prazo de 60 dias”, disse um funcionário da comissão sul-coreana, citado pela agência noticiosa local Yonhap.
Comércio | Tarifas podem criar maior mercado negro do mundo Hoje Macau - 29 Abr 2025 As tarifas recorde impostas por Washington sobre produtos chineses podem criar o “maior mercado negro do mundo”, à medida que as empresas recorrem ao transbordo por países terceiros e à subfacturação, apontou um ‘think tank’. Apesar de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter fixado taxas alfandegárias de 145% sobre a maioria dos bens oriundos da China, as exportações chinesas vão continuar a chegar ao mercado norte-americano através de canais alternativos, frisou num relatório a Gavekal Dragonomics, grupo de reflexão norte-americano focado na economia chinesa. O documento destacou que a diferença tarifária entre a China e os restantes parceiros comerciais dos EUA está a criar “incentivos poderosos para a evasão”, sobretudo através do ‘comércio triangular’ e da subfacturação. Uma das vias mais utilizadas consiste em enviar produtos da China para países como México ou Canadá, onde são depois reetiquetados ou levemente modificados, para posteriormente entrarem nos EUA ao abrigo de tarifas reduzidas ou isenções. O chamado regime de ‘minimis’, que isenta de impostos as remessas até 800 dólares, também tem sido amplamente explorado. Esta excepção será, no entanto, revogada para a China continental, Hong Kong e Macau a partir de 2 de Maio. As novas regras determinam que qualquer pacote de baixo valor proveniente desses territórios pagará uma tarifa fixa de 120 por cento do valor declarado. De acordo com os autores do relatório, mesmo os exportadores que não recorrem ao ‘comércio triangular’ têm agora fortes incentivos para subfacturar as encomendas. Esta prática já era significativa: em 2021, um estudo da Reserva Federal dos EUA concluiu que a subfacturação explicava mais de 55 mil milhões de dólares de discrepância entre os dados das importações dos EUA e os de exportações da China.
Tarifas | Pequim considera estar do “lado certo da História” Hoje Macau - 29 Abr 2025 Um alto funcionário do Governo chinês disse ontem que Pequim está “do lado certo da História” na guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Desde que regressou à Casa Branca em Janeiro passado, Trump impôs tarifas de pelo menos 10 por cento sobre a maioria dos parceiros comerciais dos EUA e uma sobretaxa separada de 145 por cento sobre os produtos chineses. Pequim retaliou com a sua própria sobretaxa de 125 por cento sobre os produtos norte-americanos. “A China está do lado da esmagadora maioria dos países do mundo, do lado certo da História e do progresso humano”, afirmou Zhao Chenxin, vice-director da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico da China, numa conferência de imprensa, em Pequim. Zhao Chenxin e vários altos funcionários de diferentes ministérios chineses prometeram que Pequim vai tomar mais medidas para impulsionar a economia e o consumo interno, visando mitigar os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos. “Estamos convencidos de que a oposição ao mundo e à verdade só conduz ao isolamento. Só avançando de mãos dadas com a comunidade mundial e defendendo a moralidade e a justiça poderemos construir o futuro”, sublinhou Zhao. Os Estados Unidos “praticam a intimidação e a hegemonia, renegando constantemente os seus compromissos”, denunciou. No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, defendeu a política tarifária de Donald Trump, que está a perturbar a economia mundial, considerando-a como uma forma de criar “incerteza estratégica” para dar vantagem a Washington. Instado ontem a responder a estes comentários, Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, afirmou que os Estados Unidos devem “conduzir o diálogo com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”. “Se os Estados Unidos querem realmente resolver o problema através do diálogo e da negociação, devem deixar de ameaçar e chantagear”, disse Guo, em conferência de imprensa. Alta tensão Pequim prometeu travar a guerra comercial “até ao fim” se Washington continuar com as suas medidas proteccionistas. No entanto, a China reconheceu ontem que a tempestade comercial desencadeada por Donald Trump está a ter um impacto na sua economia, que continua fortemente dependente das exportações. “Embora a economia [nacional] continue a recuperar, as bases para uma melhoria sustentável exigem um maior reforço face às crescentes pressões externas”, disse Yu Jiadong, vice-ministro dos recursos humanos, em conferência de imprensa. “A imposição sucessiva de taxas exorbitantes por parte dos Estados Unidos criou dificuldades de produção e de funcionamento a algumas empresas exportadoras e afectou o emprego de alguns trabalhadores”, sublinhou.
Corte de electricidade afecta Portugal, Espanha e partes do sul de França Hoje Macau - 29 Abr 202529 Abr 2025 Uma falha de electricidade afectou, pelas 11h33 (18h33 em Macau), Portugal, Espanha e algumas zonas do Sul de França. Nos primeiros instantes, disseminaram-se informações e especulação sobre a causa do apagão, nomeadamente em relação a um possível ciberataque de larga escala, hipótese que não foi excluída numa primeira instância pela Secretaria-Geral da Administração Interna. Até ao fecho desta emissão, a causa ainda não era clara, nem havia uma estimativa para o retorno da electricidade, mas o primeiro-ministro Luís Montenegro afirmava que tinha esperanças de que o abastecimento de luz fosse retomado ainda durante o dia de ontem, de acordo com a hora da Lisboa (menos 7 em relação a Macau). Porém, havia notícias em meios de comunicação social portugueses que apontavam para o retorno da electricidade em vários pontos do país, assim como em Espanha. O jornal Expresso citava dados recolhidos pelos operadores da rede eléctrica na Península Ibérica que apontavam para desequilíbrios de tensão como explicação para o “apagão”, em vez de um ciberataque destinado a afectar as infra-estruturas energéticas. Até ao fecho desta edição, o Governo português não afastava qualquer explicação para o incidente. A E-Redes alertou que a previsão de reposição da electricidade se mantinha indefinida e que poderia ser prolongada, sem adiantar uma estimativa. “Face aos problemas da rede que persistem a previsão de reposição da energia mantém-se indefinida e poderá ser prolongada”, informou a operadora da rede de distribuição de energia eléctrica em Portugal continental, em comunicado. A E-Redes reiterou que o fornecimento de electricidade em Portugal estava a ser afectado por constrangimentos a montante da rede de distribuição, na rede de muito alta tensão em Espanha. De acordo com a REN – Rede Elétrica Nacional, o apagão de ontem pode ter sido provocado por oscilações anormais de temperatura em Espanha. A notícia foi avançada pela BBC, que menciona um fenómeno atmosférico. Cenário de pandemónio O incidente causou o caos no país. Nos aeroportos, os check-ins passaram a ser manuais e começaram a ser anunciados atrasos em voos num primeiro momento, mas acabaram por ser cancelados. A TAP divulgou um comunicado a apelar aos passageiros para não se dirigirem aos aeroportos, visto funcionamento estar temporariamente condicionado devido ao apagão. Também o tráfego ferroviário foi totalmente interrompido em toda a Península Ibérica. Nos hospitais foram accionados geradores de emergência e os serviços de urgências e cirurgias foram priorizados para dar resposta a casos urgentes. Além da reunião da emergência do Conselho de Ministros, o Centro de Coordenação Operacional Nacional, que integra as entidades no âmbito das operações de protecção e socorro, reuniu-se para a acompanhar a situação e adoptar os procedimentos necessários devido à falta de energia em Portugal Continental. Os sistemas telefónico e informático do Instituto Nacional de Emergência Médica estava a funcionar até ao fecho desta edição com recurso a geradores e os postos de abastecimento de combustíveis interromperam os serviços. Por outro lado, o grupo Águas de Portugal (AdP) apelou ao consumo de água apenas para usos essenciais, de forma “muito moderada”, e disse que existiam apenas “falhas pontuais”. Ouvida pela Lusa a propósito do corte generalizado de electricidade e de uma possível falha de água, fonte oficial da empresa alertou que poderá haver constrangimentos de consumo, embora sem avançar dados mais concretos. A AdP, que junta mais de uma dezena de fornecedores de água no continente, “apela ao uso de água apenas para o essencial” . “A AdP está a acompanhar a situação em todas as empresas”, disse a fonte. A empresa, acrescentou, pretende garantir que os serviços essenciais têm água e recordou que os reservatórios têm água mas que é preciso energia para a transportar, e que mesmo os próprios prédios precisam de energia para fazer chegar a água às torneiras dos consumidores.