Saúde | Médicos formados na UM vão poder exercer em Portugal

Os médicos formados na futura Faculdade de Medicina da Universidade de Macau, a partir de 2028, poderão também exercer em Portugal. Os cursos na UM vão funcionar em co-tutela, o que garante que os alunos formados na Universidade de Macau obtenham equivalência e reconhecimento da universidade portuguesa

 

Os licenciados na futura Faculdade de Medicina da Universidade de Macau (UM), a partir de 2028, vão poder exercer em Portugal, disse ontem à Lusa um dirigente da Universidade de Lisboa (ULisboa).

A Faculdade de Medicina da ULisboa está a colaborar com a UM para criar um currículo com uma estrutura “próxima daquela que é a estrutura” dos cursos na instituição portuguesa, disse o director da instituição. Luís Graça explicou que os cursos vão funcionar em co-tutela, permitindo aos médicos formados na UM obter “uma equivalência e um reconhecimento” pela Faculdade de Medicina da ULisboa. Entre as vantagens, estará a possibilidade de “os médicos formados aí no território [Macau] possam também exercer medicina em Portugal”, sublinhou o investigador.

Em Dezembro, o vice-reitor da UM, Rui Martins, afirmou que a ULisboa vai ajudar a criar a primeira faculdade de medicina pública de Macau, no novo campus da instituição, na vizinha Hengqin (ilha da Montanha).

A Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, uma instituição privada, tem desde 2008 uma Faculdade de Ciências da Saúde, oficialmente rebaptizada como Faculdade de Medicina em 2019. Numa entrevista ao canal em língua portuguesa da televisão pública local TDM, Martins disse que Medicina será uma das quatro novas faculdades a nascer no novo campus da UM em Hengqin.

“Teremos uma Faculdade de Ciências da Informação, uma Faculdade de Engenharia, com novos tipos de engenharia, e também uma Faculdade de Design e que deverá incluir arquitectura”, referiu o académico português. “A ideia nesse campus é termos ‘dual degrees’ [cursos em co-tutela] com universidades estrangeiras. A medicina já está com Lisboa e agora estamos a definir para as outras faculdades”, acrescentou Martins.

De mãos dadas

O novo campus em Hengqin, cuja primeira pedra foi lançada em 9 de Dezembro, deverá ser inaugurado em 2028 e permitir à UM passar dos actuais 15 mil para um máximo de 25 mil alunos, sublinhou o vice-reitor para Assuntos Globais.

Luís Graça, especialista em imunologia de transplantes, demonstrou também entusiasmo com potenciais colaborações entre as duas universidades na área da investigação científica. “Se pensarmos em termos de ciência, o reforço do potencial científico de ambas as instituições com uma colaboração próxima entre si é algo que claramente vai beneficiar ambos os lados dessa parceria”, disse o dirigente.

Graça disse que a Faculdade de Medicina da ULisboa está a organizar o primeiro simpósio para reunir os investigadores da instituição e da UM, com vista a promover projectos conjuntos de investigação. A faculdade tem tido “colaborações pontuais de investigadores com investigadores de outras universidades chinesas”, uma vez que “é importante uma proximidade com locais onde se faz ciência de excelência e ensino de excelência”, disse o director. Mas Graça acrescentou que a colaboração com a UM é “mais institucional (…) e pode permitir um reforço ainda maior dessas parcerias”.

Macau Legend | Melinda Chan sai do conselho de administração

Melinda Chan já não faz parte do conselho de administração da Macau Legend Development, de acordo com uma nota entregue pela empresa na sexta-feira à bolsa de valores de Hong Kong. O anúncio de que a ex-deputada e esposa de David Chow deixaria o cargo de directora executiva da Macau Legend foi feito durante a primeira assembleia geral deste ano da empresa, que ocorreu na passada sexta-feira.

Segundo avançado pelo portal GGR Asia, Charles Wang Hongxin também saiu do cargo de director não-executivo independente durante a mesma reunião. Para o lugar de Melinda Chan, foi escolhida Lam Shu Yan e para ocupar o cargo deixado vago pela saída de Charles Wang Hongxin foi escolhida Ma Cheuk Ling.

A saída de Melinda Chan da administração da empresa surgiu quatro dias depois do anúncio de que o Casino Legend Palace iria fechar até ao final do ano, seguindo a vaga de encerramentos de casinos-satélite e a decisão da SJM Holdings, detentora da licença de jogo que legitima as operações do Casino Legend Palace, em não adquirir a propriedade.

Ao longo dos últimos anos, as ligações de Melinda Chan e David Chow à Macau Legend foram diminuindo, apesar de a ex-deputada ter ascendido interinamente em Março de 2022 a CEO da empresa depois da detenção do seu antecessor Levo Chan, durante a campanha contra as grandes empresas de junkets. Em Dezembro do mesmo ano, Melinda Chan deixaria o cargo de CEO para ocupar a posição que detinha até à passada sexta-feira.

Centaline | Índice aponta para recorde negativo

O índice da agência imobiliária Centaline indica que o mercado de Macau atingiu o ponto mais baixo desde que estes dados começaram a ser compilados, de acordo com os números mais recentes, referentes a Maio.

Segundo o índice da Grande Baía de Maio da imobiliária, que tem em conta aspectos como o preço das transacções de novos apartamentos, dos apartamentos em segunda mão e o Produto Interno Bruto anual das cidades da Grande Baía, o valor de Macau foi de 75,94 pontos, o que representou uma quebra de 1,03 por cento em termos mensais.

A empresa apontou ainda que a queda do índice geral foi alargada a várias cidades da Grande Baía e que o índice está a mostrar uma degradação do mercado há cinco meses consecutivos. O valor de toda a Grande Baía foi de 93,25 pontos, abaixo dos 100 pontos, o valor referência que indica uma situação estável. Em termos mensais, estas variações representaram uma redução de 1,79 por cento.

Quanto à queda de Hong Kong e Macau, a empresa justificou que o impacto da taxa de câmbio resultou num declínio significativo porque o índice geral é baseado em renminbis como a unidade de conta. Para além disso, entre as cidades da Grande Baía, Zhaoqing foi a única cidade em que se registou uma subida no índice, o que indica que a situação do mercado imobiliário apresentou melhorias.

Médio-Oriente | Cinco países dispensados de visto em Macau

Cidadãos nacionais da Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Barém e Omã estão dispensados de visto para entrar em Macau anunciaram ontem as autoridades, que estão a tentar atrair mais visitantes internacionais. A medida entra em vigor a partir de 16 Julho

 

O Chefe do Executivo assinou um despacho que determina a dispensa de visto e autorização de entrada em Macau a nacionais de cinco países do Médio Oriente. “Ficam dispensados de visto e de autorização prévia de entrada na Região Administrativa Especial de Macau os nacionais do Reino da Arábia Saudita, do Estado do Qatar, do Estado do Kuwait, do Reino do Barém e do Sultanato de Omã”, lê-se no despacho publicado ontem no Boletim Oficial.

A medida, que entra em vigor em 16 de Julho, surge numa altura em que o Governo de Macau quer atrair mais visitantes internacionais e após as autoridades e operadores turísticos do território terem visitado, em Fevereiro, a Arábia Saudita e o Dubai, para promover a cooperação.

A Direcção dos Serviços de Turismo lançou, nessa ocasião, “um guia turístico de Macau para muçulmanos, com divulgação de opções ‘halal’ [nomeadamente na alimentação, em acordo com a lei islâmica]”, referiu a DST em comunicado. “O guia apresenta os aspectos a ter em conta durante a estadia em Macau, cultura gastronómica, recomendações de itinerários, entre outras informações úteis para visitantes muçulmanos”, lê-se na nota.

Fronteiras flexíveis

No sentido de facilitar a entrada de visitantes de outras geografias fora da China, o secretário para a Segurança anunciou, no final de Abril, planos para acelerar o controlo fronteiriço através da utilização de canais electrónicos automáticos.

Durante a apresentação do programa político para 2025, Wong Sio Chak afirmou que o território vai alargar a utilização de pontos de passagem automática a cidadãos estrangeiros sem estatuto de residente ou autorização de trabalho.

Para facilitar os “intercâmbios com o exterior”, as autoridades irão expandir os equipamentos de autosserviço para o Sistema de Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes estrangeiros, explicou o dirigente.

Aos deputados na Assembleia Legislativa, o secretário acrescentou que o Governo vai continuar a optimizar a tecnologia de reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços e a estudar a extensão a não-residentes em 2025.

De acordo com dados oficiais, Macau recebeu no ano passado 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8 por cento do que no ano anterior, mas apenas 2,42 milhões (6,9 por cento) foram turistas internacionais. O grosso dos visitantes – 70,1 por cento – chegaram do Interior da China, sendo que outros 20,6 por cento são de Hong Kong e 2,4 por cento de Taiwan.

AMCM | Novos empréstimos para comércio caíram 22% em Abril

No passado mês de Abril, foram contraídos mais novos empréstimos hipotecários para habitação em relação a Março, enquanto os novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias caíram, de acordo com as estatísticas divulgadas ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Uma das maiores variações verificou-se nos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias, que decresceram 22,1 por cento em Abril, face a Março, para um total de 1,52 mil milhões de patacas. Destes empréstimos, os concedidos a residentes da RAEM foram os que registaram maior quebra mensal, reduzindo 45,6 por cento no mês em análise, para um total de 1,01 mil milhões de patacas. Importa referir que o segmento de residentes representa cerca de dois terços de todos os empréstimos comerciais, uma proporção muito mais equilibrada do que nos empréstimos para habitação.

No mês em análise, os novos empréstimos para habitação subiram mensalmente 13,8 por cento para um valor total de 883,28 milhões de patacas. Analisando no trimestre entre Fevereiro e Abril, o número médio mensal de novos empréstimos para habitação caiu 15,7 por cento em comparação com o período entre Janeiro e Março.

No fim de Abril, o crédito malparado em empréstimos para habitação manteve-se em 3,6 por cento, o mesmo registo de Março, correspondendo a um aumento de 0,1 por cento face a Abril de 2024. O crédito malparado nos empréstimos comerciais atingiu 5,5 por cento do total emprestado, aumentando 0,1 por cento em relação a Março deste ano, e subindo 2,1 por cento em termos anuais.

Casinos-satélite | Sam Hou Fai reitera que impacto será reduzido

O Chefe do Executivo não está preocupado com o impacto do encerramento dos casinos-satélite no PIB da RAEM. Além disso, garante que o Governo irá acompanhar de perto da a situação laboral dos trabalhadores destes espaços e preparar um plano de acção para salvaguardar o comércio nas áreas destes casinos, em especial no NAPE

 

Sam Hou Fai está tranquilo em relação ao impacto que o encerramento dos casinos-satélite pode ter na economia do território, no PIB e ao nível do emprego. Depois de participar no domingo na cerimónia de outorgação de grau académico honorífico 2025 da Universidade de Macau, o Chefe do Executivo endereçou alguns dos temas que dominam a agenda política da RAEM.

Num comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social na noite de domingo, é indicado que “o mais importante é o Governo tratar da questão” dos casinos-satélite “com o objectivo de garantir o desenvolvimento legal, saudável e ordenado do sector de jogo”.

“Quanto ao PIB não tenho dados muito detalhados. Li algumas investigações análises e artigos nos média de Hong Kong. Não me lembro se foi no ano passado ou em 2023, os casinos-satélite tiveram receitas de pouco mais de dez mil milhões de patacas. O PIB do ano passado foi de 400 mil milhões de patacas, portanto as receitas dos casinos-satélite ocupam uma proporção muito pequena. O impacto não deverá ser muito grande”, comentou o Chefe do Executivo, citado pelo Canal Macau da TDM.

Sobre o futuro dos trabalhadores destes espaços, Sam Hou Fai reiterou que foi solicitado às concessionárias de jogo que tratem de forma apropriada da colocação de emprego dos funcionários e garantam a sua continuidade.

Voltando a colocar a força de trabalho dos casinos-satélite em cerca de 5.600 funcionários locais, Sam Hou Fai indicou que perto de 4.800 são contratados pelas concessionárias de jogo e que quanto à colocação dos restantes 800 “será aplicado rigorosamente o princípio de ‘a entidade contratadora será responsável’ por garantir o emprego. A primeira responsabilidade deverá incidir sobre os proprietários dos casinos-satélite, a quem é pedido que transformem as “empresas subordinadas em postos de trabalho”. Se não estiverem numa posição que possa garantir o emprego dos residentes, a responsabilidade passará para as concessionárias.

Buraco no meio da cidade

O Chefe do Executivo referiu que o seu Governo irá supervisionar com rigor a forma como as concessionárias vão assumir as suas responsabilidades. Mas que também o Governo “irá preparar e planear políticas de acções conjuntas para o desenvolvimento comunitário na zona da NAPE e nas suas imediações”, para apoiar os estabelecimentos comerciais que sobrevivem graças à proximidade destes lugares de jogo que vão desaparecer.

O governante sublinhou que a prioridade do Executivo é estabilizar o sector do emprego. Para tal, salientou a criação do Grupo de Trabalho para a Coordenação da Promoção do Emprego para “coordenar os recursos inter-serviços e impulsionar de forma plena os trabalhos de garantia de emprego dos residentes locais”.

CB | Wong Wai Man recusou sair de telhado, pelo menos, cinco horas

Na tarde de ontem, pouco tempo depois da conferência de imprensa da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), começaram a ser partilhadas fotografias e vídeos de um homem no telhado de uma casa feita de chapas metálicas. Muitos internautas identificaram o indivíduo como sendo Wong Wai Man, o líder da lista Ajuda Mútua Grassroots, que foi alvo de duas acções policiais que acabaram por ditar o afastamento da inscrição nos boletins de voto das próximas eleições legislativas.

Imagens mais nítidas permitiram confirmar que o homem era de facto Wong Wai Man, e podem-se ver também na beira do telhado membros do Corpo dos Bombeiros (CB) e do Corpo de Polícia de Segurança Pública.

O HM contactou o CB que, sem confirmar a identificação da pessoa, indicou que um homem de meia idade estava no telhado de uma casa de chapa metálica na Povoação de Cheok Ka, na Taipa, desde as 13h, ou seja, há cinco horas desde que foi feita a chamada. Na altura, o CB referiu que estava em alerta e a acompanhar o desenrolar da situação.

Nos vídeos partilhados nas redes sociais pode ouvir-se Wong Wai Man gritar algo, mas o que diz é imperceptível. Até ao fecho desta edição, o HM não conseguiu apurar o desfecho do impasse, nem o que Wong Wai Man reivindicou.

Eleições | Confirmada exclusão da lista da Ajuda Mútua Grassroots

Os 14 lugares na Assembleia Legislativa escolhidos por sufrágio directo vão ser discutidos por oito listas, o número mais baixo de sempre na RAEM. A CAEAL considera que operações das autoridades contra a potencial lista de Wong Wai Man decorreram dentro das competências atribuídas, mas recusa comentar interferência eleitoral

 

As eleições legislativas com menor número de listas a participar no sufrágio directo desde a criação da RAEM. É esta a realidade das eleições de 14 de Setembro, confirmada ontem pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), sendo que o número de listas ainda pode encolher, dependendo de eventuais vetos de candidatos pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado.

De acordo com a CAEAL, foram aprovadas oitos comissões de candidatura no sufrágio directo que têm de entregar até quinta-feira da próxima semana (26 de Junho) a lista com o nome dos candidatos e o programa político.

A CAEAL confirmou que a comissão de candidatura da lista Ajuda Mútua Grassroots, ligada ao “Soldado de Mao”, não reuniu as assinaturas necessárias para ser constituída e participar nas eleições. No entanto, o presidente da CAEAL, o juiz Seng Ioi Man, recusou confirmar que a lista foi visada numa operação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) por corrupção na recolha de assinaturas devido “ao segredo de justiça”.

Os membros da associação ligada à potencial lista Ajuda Mútua Grassroots foram alvos de duas operações da polícia na semana passada, quando tentavam reunir as assinaturas em falta para participar nas eleições. Após entregarem as assinaturas exigidas, a CAEAL, num primeiro momento, recusou várias assinaturas por considerar que estavam duplicadas ou que não cumpriam os requisitos legais. Face às assinaturas invalidadas, a potencial lista teve um prazo extra de cinco dias úteis para corrigir as falhas.

No entanto, no decorrer do prazo, foi alvo de duas operações das autoridades. A primeira operação visou o membro mais mediático e cabeça-de-lista em 2017 pela Ajuda Mútua Grassroots, Wong Wai Man, também conhecido como “Soldado de Mao” e “Capitão de Macau”. Wong está indiciado por explorar ilegalmente um espaço de mahjong. No dia seguinte à primeira operação, outros membros da associação foram alvo de uma rusga do CCAC, por alegada corrupção na recolha de assinaturas. As duas operações terão deixado a lista sem possibilidade de apresentar as novas assinaturas.

Dentro das competências

Questionado sobre o impacto das operações das autoridades na recolha de assinaturas da lista Ajuda Mútua Grassroots e uma possível interferência nas eleições, Seng Ioi Man recusou fazer qualquer associação das operações da polícia com a lista. Contudo, defendeu que a actuação da polícia decorreu dentro das competências legalmente previstas: “Sobre os trabalhos de acompanhamento e operações de investigação que os órgãos policiais ou de investigação estão a realizar, a nossa comissão não vai comentar”, começou por responder Seng Ioi Man. “Os corpos policiais fazem os trabalhos deles dentro das suas competências e só dentro dessas competências recebem denúncias e fazem os trabalhos de investigação. E nós não vamos comentar o trabalho deles”, acrescentou.

Em relação ao facto de o acto eleitoral apenas contar com oito listas, e de haver possibilidade de haver exclusões por parte da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, o presidente da CAEAL respondeu que os trabalhos foram feitos de acordo com a legislação em vigor e que garantem o princípio “Macau governada por patriotas”. Seng Ioi Man também destacou que os deputados que foram eleitos têm de “amar Macau e amar o nosso país”.

Listas em queda

As oito comissões de candidatura aprovadas são: União para o Desenvolvimento (ligada à associação dos Operários), União Promotora para o Progresso (Associação dos Moradores), Associação dos Cidadãos Unidos de Macau (comunidade de Fujian), Poder de Sinergia (Ron Lam), Aliança de Bom Lar (Associação das Mulheres), Nova Esperança (Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau) União de Macau-Guangdong (comunidade de Jiangmen), e Força da Livelihood Popular em Macau. Apenas esta última comissão não está ligada a qualquer deputado eleito.

As eleições deste ano contrastam assim com os anos anteriores, dado que pela primeira vez há menos de 10 listas candidatas no sufrágio directo. Até esta edição, a menor participação tinha acontecido em 2001, as primeiras eleições após o estabelecimento da RAEM, quando houve um total de 15 listas. No pólo oposto, 2017 foi o ano mais participando com 25 listas, um número que caiu para 14 listas em 2021, naquele que foi o primeiro ano em que passou a haver exclusão política de candidatos.

Após apresentarem a lista de candidatos e os programas políticos, as listas ainda precisam de passar pelo crivo político da Comissão de Defesa da Segurança do Estado. Em relação ao sufrágio indirecto foram aprovadas seis comissões de candidatura.

Comércio | Gestor do Cuppa Coffee pede apoio a empresas portuguesas

A história do Cuppa Coffee remonta a 2008 quando era difícil encontrar um espaço em Macau para beber um bom café. A localização na Taipa Velha trouxe fama ao projecto, mas o espaço acabou por fechar portas e mudar-se para o Studio City. João Encarnação, que gere o café, fala das novidades e da importância de apoiar projectos de matriz lusófona

 

Tudo começou na mente da portuguesa Cristiana Figueiredo, numa altura em que para um português ou apaixonado por café a viver em Macau era difícil encontrar um espaço para desfrutar desta bebida acompanhada por produtos de padaria ou pastelaria, à boa maneira lusa.

Cristiana Figueiredo disse, numa numa entrevista ao Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), o que a levou a investir neste tipo de negócio. “Na Europa, as pessoas têm por hábito frequentar cafés tanto para descansar como para trabalhar. Quando vim para Macau, há mais de 20 anos, apercebi-me de que a cultura do café português não é popular em Macau, daí ter nascido a ideia de abrir um café em Macau, esperando promover a comida e a cultura do café português”.

Desde 2008 que o Cuppa Coffee, associado ao projecto inicial da empresária, Nata Bakery, fundado em 2007 e focado nos produtos de padaria e pastelaria, se tornou num dos espaços preferidos da comunidade portuguesa, estrangeira e até residente do território. Porém, o rumo do ambiente económico, com maiores dificuldades no pagamento de rendas, tem ditado algumas transformações ao projecto, que agora encerra portas à entrada da Taipa Velha e também junto aos lagos Nam Van, para estar apenas no empreendimento Studio City, no Cotai. O encerramento nos lagos Nam Van deu-se em Janeiro.

Ao HM, João Encarnação, director e accionista da empresa que gere o Cuppa Coffee, explica que, na verdade, a mudança para o Cotai já estava decidida há muito tempo. “Costumo dizer que não houve uma mudança para o Studio City, porque esse era um plano que já existia e que surgiu independentemente do fecho da loja da Taipa. Iríamos sempre abrir este espaço independentemente de continuarmos, ou não, com a loja na Taipa, cujo fecho se deveu a uma negociação falhada relativamente à renda do espaço.”

Segundo João Encarnação, que hoje gere a empresa com Nicole Massa Helm, ambos consideraram que “na situação económica actual não havia condições para continuar naquele espaço, que é relativamente grande e tinha os seus custos”.

“Precisávamos de fazer alguma contenção se queríamos que o negócio continuasse a funcionar, porque a alternativa é sempre fechar completamente. Não desistimos da ideia de abrir qualquer coisa na Taipa e de estarmos um pouco mais próximos dos nossos clientes regulares e mais fiéis, pelo que continuamos com esse propósito de abrir outro estabelecimento na Taipa que possa servir os clientes que lá vivem. Portanto, não há propriamente uma deslocação para o Studio City”, adiantou João Encarnação.

O director e accionista entende que esta mudança acarreta sempre alguma nostalgia. “Temos pena de o ter fechado. Custou-nos, temos realmente muita pena”, confessou. “Era uma decisão que podia ter sido tomada há mais tempo, pelo menos um ano, mas ainda tentámos manter ali o estabelecimento, mas não nos foi possível. Veremos o que o futuro nos reserva.”

Apesar destas mudanças, o Cuppa Coffee pode ser considerado um caso de sucesso. “Funcionou ali durante muitos anos e funcionou bem. Este é um negócio que tem de ter determinadas condições para funcionar porque, como sabemos, tem muito movimento, mas com pouco rendimento relativamente a cada cliente. Trata-se de um negócio que precisa de muitos clientes para se sustentar, e durante muitos anos, ao nível dos valores das rendas e de tudo o resto, fornecedores por exemplo, era bastante mais barato e as coisas funcionavam melhor”, recorda.

A localização na Taipa Velha deu ao Cuppa Coffee “um reconhecimento e uma clientela muito grande”, apesar das crescentes dificuldades. “À medida que os preços foram aumentando, também precisámos de aumentar os nossos preços, mas nunca na proporção do aumento das despesas. Houve uma altura em que não podíamos continuar”, assumiu.

O que o futuro reserva

João Encarnação assegura que aquilo que os clientes sempre procuraram neste espaço vai continuar no Studio City: bons produtos de café e pastelaria, com a presença de Portugal. “Tentamos sempre introduzir produtos novos. Criámos uma bebida nova, à base de café e coco, que é excelente. Introduzimos também o ‘Nata Bomb’, um conceito de batido ‘milkshake’ com sabor a nata, uma verdadeira bomba”, descreveu.

Há também “produtos tradicionais portugueses que não existiam antes, como o pão de louro”, bem como os donuts com sabores diferentes, “para completar a oferta que temos”. “A nossa oferta já é tão variada que, mesmo sem introduzirmos mais produtos, é suficiente para satisfazer os valores dos clientes portugueses e de outros também.”

João Encarnação disse ainda que a mudança do estabelecimento para o Studio City nasceu de um convite. “Não sabemos ainda como vai correr, é uma aposta que estamos a fazer neste momento”, sendo que o objectivo é sempre voltar ao café de rua. “O conceito de ter uma loja de bairro ou na rua é algo que nos interessa muito e já estamos a ver outras possibilidades”, acrescentou.

“Não tenho dados suficientes para, neste momento, lhe dizer que a mudança para o Studio City é ou não uma aposta vencedora. É diferente, tal como o conceito, e vamos ter outro tipo de clientes além dos habituais.”

Um projecto “do coração”

Olhando para trás, João Encarnação conta que, por exemplo, nunca se registaram grandes problemas em matéria de recursos humanos. “Até hoje não sentimos o grande problema da falta de mão-de-obra, nunca foi algo que nos tenha afectado grandemente. Hoje em dia não é tão fácil como antigamente ter quotas [para trabalhadores não-residentes], pois há bastantes locais que precisam de colocação. É capaz de nos ser mais fácil, neste momento, arranjarmos mais trabalhadores locais do que antigamente”, disse, confirmando que as rendas continuam a ser o grande problema para negócios deste tipo.

“O Cuppa Coffee é um projecto do coração e durante a pandemia apercebi-me que ia fechar. Percebi também que estavam a ocorrer uma série de encerramentos, quase em simultâneo, de outros estabelecimentos portugueses. Falei com a minha sócia, que tem muita experiência nesta área, e disse-lhe que gostava de tentar manter o Cuppa Coffee aberto. Ela cedeu ao meu repto e comprámos [à Cristiana Figueiredo], fizemos todos os possíveis para que continuasse exactamente com o mesmo conceito e a mesma qualidade que vinha tendo com a Cristiana, que fez um excelente trabalho na criação e crescimento do Cuppa Coffee.”

Ultrapassados os anos da pandemia, e numa altura em que Macau enfrenta uma quebra no consumo local, João Encarnação diz que “cumpre um bocadinho à comunidade portuguesa fazer os possíveis para apoiar o esforço que fazemos para que tudo continue aberto”.

“Não falo apenas do Cuppa Coffee, mas também da Trigo D’Ouro, da Manteigaria, dos restaurantes portugueses e do Lord Stow, que não sendo um negócio tipicamente português baseia-se na cultura portuguesa. Todos estes negócios têm de ser alimentados e suportados. Da nossa parte, cumpre-nos manter a qualidade, mas a comunidade portuguesa tem de aproveitar o que existe e apoiar os negócios portugueses”, apelou.

Apesar da quebra do consumo por parte dos locais, João Encarnação diz que se garante um equilíbrio com o consumo dos turistas. “Sentimos um pouco isso [quebra de consumo], mas conseguimos contrabalançar com as ofertas que fazemos e que satisfazem o gosto dos chineses locais e dos visitantes. Mas claro que isso [quebra de consumo] tem, naturalmente, impacto nos negócios, não apenas nos portugueses, e isso vê-se na cidade. Mas penso que ainda há alguma massa crítica para manter os negócios portugueses abertos”, rematou.

Índia/Acidente | Piloto declarou “Mayday” segundos após descolagem

O Ministério da Aviação Civil da Índia revelou sábado que o piloto do voo AI171 da Air India, que caiu com 242 pessoas a bordo, declarou um “Mayday” de emergência segundos depois da descolagem, e que a aeronave caiu quase exactamente um minuto depois.

Na primeira declaração oficial do governo indiano desde o acidente de quinta-feira, o Secretário da Aviação Civil, Samir Kumar Sinha, fez um relato minuto a minuto dos momentos finais do voo. “O avião descolou às 13:39, hora local, e, em segundos, depois de atingir uma altitude de cerca de 650 pés (quase 200 metros), começou a afundar-se, ou seja, a perder altitude”, disse Sinha.

O responsável acrescentou: “Às 13:39, o piloto informou o Controlo de Tráfego Aéreo (ATC) em Ahmedabad que se tratava de um ‘Mayday’”. De acordo com o secretário, quando o ATC tentou contactar novamente o avião, após a chamada de emergência, não obteve qualquer resposta.

“Exactamente um minuto depois, às 13:40, o avião despenhou-se em Meghaninagar, uma zona situada a cerca de dois quilómetros do aeroporto”, acrescentou. O ministério confirmou também que 242 pessoas estavam a bordo do avião: 230 passageiros, dois pilotos e 10 tripulantes.

Sobre o estado anterior do aparelho, o secretário informou que, antes do acidente, o avião tinha efectuado a rota Paris-Delhi-Ahmedabad sem incidentes. O número de mortos na tragédia do voo AI171 da Air India subiu para pelo menos 279.

Teerão | Novas explosões ouvidas ontem na capital iraniana

Novas explosões foram ontem ouvidas em Teerão, capital do Irão, no terceiro dia de um ataque israelita em grande escala contra a República Islâmica, avançou um jornalista da agência AFP no local.

Os meios de comunicação social iranianos, Khabar Online e Ham Mihan, noticiaram que os sistemas de defesa aérea no oeste e noroeste de Teerão tinham sido activados “para contrariar novos ataques”, enquanto o diário iraniano Shargh transmitiu um vídeo que mostrava colunas de fumo no leste da capital. O exército israelita garantiu ter ontem atingido mais de 80 alvos em Teerão, em ataques aéreos nocturnos que envolveram “cerca de cinquenta caças”.

“Durante toda a noite, os caças da Força Aérea sobrevoaram Teerão e atingiram infraestruturas e alvos do projeto nuclear iraniano”, segundo um comunicado militar, citado pela AFP.

Israel atingiu “mais de 80 alvos, incluindo o Ministério da Defesa [e o que Israel descreve como] a sede do projecto nuclear [militar] iraniano [a Organização de Investigação e Inovação Defensiva, ou Sepand, segundo a sigla persa], bem como alvos onde o regime escondia arquivos nucleares”.

Por sua vez, o governo iraniano anunciou ontem que o metro e as mesquitas de Teerão permanecerão abertos 24 horas por dia para que a população se refugie dos ataques israelitas, que retomaram ao meio-dia os bombardeamentos contra a capital iraniana.

A porta-voz do governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, anunciou que “as mesquitas, as escolas e o metro estarão à disposição do público como abrigos”, quando os meios de comunicação social nacionais começaram a noticiar novos bombardeamentos israelitas nos bairros de Saadat Abad e Punak, no noroeste da capital. O portal iraniano Khabar Online noticiou que o Instituto de Investigação Niroo, na região noroeste de Teerão, foi atacado por Israel.

Segundo a agência Young Journalists Club, próxima do governo iraniano, as defesas aéreas da cidade já foram activadas para repelir o ataque.

Entre mortos e feridos

A porta-voz do governo iraniano apelou à calma. “Os centros de serviços, como os bancos e os centros médicos, estão ao serviço do público e outros centros têm também a possibilidade de alguns funcionários trabalharem à distância”, explicou perante os meios de comunicação social, segundo a agência noticiosa oficial iraniana IRNA.

A guerra entre Israel e o Irão, desencadeada na madrugada de 13 de Junho por bombardeamentos israelitas que visaram instalações militares e nucleares iranianas, causou já mais de 100 mortos e 800 feridos no Irão, entre lideranças militares, cientistas e civis.

Os ataques israelitas, efectuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e as centrais de enriquecimento de urânio de Fordow e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.

O Irão retaliou com centenas de mísseis direccionados às cidades de Telavive e Jerusalém, que fizeram pelo menos 13 mortos e 150 feridos.

Violência a aumentar sob a saudação nazi

Factos: nas comemorações do 25 de Abril um grupo de neonazis insultou e agrediu os manifestantes democratas e os agentes da polícia com paus e cadeiras de ferro de uma esplanada em pleno Largo de São Domingos, em Lisboa; No Bairro Alto lisboeta quatro neonazis após terem feito a saudação nazi perante três negros, dois turistas sul-africanos e um português, espancaram e pontapearam até os negros ficarem inconscientes; Num restaurante junto ao Teatro ‘A Barraca’ um grupo neonazi juntou-se em reunião/almoço e ao saírem do repasto dirigiram-se à porta do teatro onde se encontravam alguns funcionários e actores a conversar. Vestindo camisolas de um grupo neonazi começaram a insultar um dos presentes que vestia uma camisola com uma estrela vermelha e a silhueta de Che Guevara “Ah és Guevara, nós também, mas é para vos matar a todos”.

Entretanto, chegou o conhecido actor Adérito Lopes e tentou apaziguar a discussão e um dos neonazis com uma soqueira de ferro enfiada na mão esmurrou o actor na face deixando-o gravemente ferido numa vista e tendo de ser hospitalizado; Junto ao pavilhão desportivo do Sporting, após um encontro de Hóquei em Patins, um grupo encapuzado de adeptos sportinguistas, dois deles já identificados como conotados com um grupo de extrema direita, atacou e incendiou o carro onde iam cinco adeptos portistas tendo uma das vítimas ficado gravemente ferido; No Porto, duas senhoras da associação CASA que prestavam apoio aos sem-abrigo foram cercadas por indivíduos neonazis que depois de fazerem a saudação nazi começaram a agredir o sem-abrigo, a insultar e a agredir as senhoras voluntárias, dizendo: “Vocês param já com esta merda de ajudarem estrangeiros!”.

A polícia chegou pouco depois e um dos agressores, ao pedirem-lhe a identificação, esmurrou o agente policial; Nas comemorações do 10 de Junho junto ao monumento dos Antigos Combatentes, em Belém, um indivíduo depois de estender o braço ao estilo da saudação nazi, começou aos gritos insultando o Imã da comunidade muçulmana, que há mais de 17 anos participa naquela comemoração junto do capelão católico das Forças Armadas, dizendo: “Ó traidor vai-te embora, vai para a tua terra que isto é dos portugueses”. Os presentes na cerimónia afastaram de imediato o indivíduo que insultava e alguns tiveram de se conter para não lhe darem uma sova; Um sem-abrigo africano deitado junto à porta de uma casa de Alcântara foi completamente pintado de preto e deixado o desenho de uma cruz suástica no lençol que cobria o sem-abrigo.

Factos violentos, impunes e revoltantes. Ao ponto de o poder judicial ter mandado em liberdade o agressor do actor Adérito Lopes e os agressores do agente policial e das senhoras voluntárias da CASA. A violência por parte de grupos neonazis está a generalizar-se de uma forma que na maioria das cidades já não existe um idoso que saia à rua sem receio de ser atacado e roubado, especialmente se não for branco. O fenómeno é naturalmente uma realidade triste desta partidocracia que tende a aumentar. E porquê? Porque esses grupos neonazis começaram a sentir as costas quentes.

Se não, vejamos. Desde que André Ventura e os seus simpatizantes do partido Chega começou a iniciar discursos de racismo, xenofobia, de ódio e de insultos a outros deputados da Assembleia da República, as redes sociais encheram-se de mensagens de ódio, de xenofobia, de racismo e de incentivo à agressão a todos os que fossem imigrantes. André Ventura é o principal culpado desta onda de violência que se está a gerar no país por parte de grupos neonazis e mesmo de alguns elementos do Chega. Mas a culpa não é só de Ventura. Assistimos vergonhosamente que o primeiro-ministro Luís Montenegro nem uma palavra de reprovação proferiu sobre o caso da agressão ao actor Adérito Lopes.

A nova ministra da Administração Interna veio a público com uma simples declaração, onde o que proferiu significou zero, sobre a violência que começa a ser semanal. Como é que os serviços de informações da República e a PSP não tivessem conhecimento da reunião de muitos elementos neonazis num restaurante junto ao Teatro A Barraca? Como foi possível que não estivessem a controlar os seus movimentos? E que esses elementos pudessem sair do restaurante indo pelas ruas, armados em donos do mundo e pudessem chegar à agressão a um actor?

Muito se tem falado, desde a última campanha eleitoral para as eleições legislativas do passado 18 de Maio, em segurança. Ouvimos dizer que o país é o mais seguro da Europa. Balelas. Quando o povo já tem medo de sair de casa, vivemos num país seguro? As associações policiais estão fartas de reivindicar melhores condições na sua actividade, de salientar que prendem criminosos e que o poder judicial os manda em liberdade. Até mesmo os agentes policiais já têm receio de efectuar patrulhas a pé. De noite, nem pensar. Passam os carros patrulha e “vivó velho!”. A segurança das populações é um tema que tem de ser levado muito a sério pelo novo governo. A situação a que assistimos de violência extrema por parte de grupos neonazis só tem uma solução: assim que forem detidos após um acto de violência têm de ser mandados judicialmente para a prisão.

E pergunta-se o que faz a ministra da Justiça, especialmente com uma reforma inexistente nos quadros, quando se sabe que um grande número de juízes é simpatizante de André Ventura? O governo anunciou que o apoio financeiro à Ucrânia irá aumentar e que o investimento na Defesa será de muitos milhões de euros. Não seria mais lógico que primeiramente se pensasse na segurança do povo e que o número de agentes policiais aumentasse substancialmente? Real e preocupante é o aumento de casos de violência sob a saudação nazi.

Museu de Macau | Cultura de Gansu exposta até Julho

Até ao dia 13 de Julho, estará patente no Museu de Macau uma exposição inteiramente dedicada à cultura chinesa. Trata-se de “Génese e Espírito – Mostra do Património Cultural Intangível de Gansu”, que “apresenta a cultura de Longyuan e o encanto da Rota da Seda”, segundo a descrição do Instituto Cultural

 

Foi inaugurada no fim-de-semana a exposição “Génese e Espírito – Mostra do Património Cultural Intangível de Gansu”, patente no Museu de Macau até ao dia 13 de Julho. A mostra integra-se nas celebrações do Instituto Cultural (IC) do “Dia do Património Cultural e Natural da China” de 2025.

Pretende-se, segundo uma nota divulgada pelo IC, “aprofundar o intercâmbio e a cooperação entre o Interior da China e Macau no domínio do património cultural intangível”, além de que esta mostra ajuda Macau a “desempenhar activamente o papel de ‘Uma Base’ na promoção da excelente cultura tradicional chinesa”.

Inaugurada no sábado, a iniciativa cultural conta com o apoio de diversas entidades, nomeadamente o IC e o Departamento da Cultura e Turismo da Província de Gansu, sendo ainda co-organizada pelo Centro de Protecção do Património Cultural Intangível da Província de Gansu e pelo Grupo de Música e Dança da Província de Gansu, contando com tantos outros apoios.

Situada no curso superior do Rio Amarelo, a Província de Gansu constitui um trecho importante da antiga Rota da Seda, onde diversas culturas convergiam e se misturavam, dando origem a uma rica variedade de património cultural intangível, com fortes caraterísticas regionais e diversidade étnica. Esse património, que tem vindo a ser continuamente acumulado, transmitido e desenvolvido, “tornou-se um tesouro para a nação chinesa”, aponta o IC.

Muitas actividades

Até ao dia 13 de Julho decorrem várias actividades em torno da exposição, nomeadamente actuações, demonstrações de técnicas artesanais e workshops experimentais, pretendendo-se exibir “o rico e diversificado património cultural intangível da Província de Gansu, para que o público possa experimentar a cultura de Longyuan e o encanto da Rota da Seda”.

Terminam hoje as demonstrações de técnicas artesanais e vendas de produtos do património cultural intangível no Museu de Macau, onde transmissores de Gansu apresentam a essência das técnicas incorporadas no património cultural intangível da sua província, permitindo ao público experimentar a herança e a criatividade desse património cultural intangível.

Relativamente à mostra propriamente dita, apresenta-se “sachês de fragrância de Qingyang, esculturas em tijolo de Linxia, esculturas coloridas de Dunhuang, taças luminosas esculpidas e outras obras, em quatro secções, nomeadamente, ‘Baladas de Longyou’, ‘Rios Turbulentos’, ‘Flores de Dunhuang’ e ‘Brisa Eterna ao longo da Rota da Seda’”.

Pretende-se, com a exposição “mostrar o encanto único das técnicas artesanais do património cultural intangível da Província de Gansu”, além de que decorrem hoje as “Actuações do Património Cultural Intangível de Gansu 2025”, às 19h30 no Largo do Senado e, à mesma hora, no Jardim do Mercado de Iao Hon. Aqui o público pode esperar “programas emocionantes como canções folclóricas de Hua’er, canto acompanhado por longtouqin (harpa de estilo chinês com cabeça de dragão), e artes marciais da escola Kongtong”.

FIA | Assembleias Gerais Extraordinárias em Macau

As Assembleias Gerais Extraordinárias da Federação Internacional do Automóvel (FIA) realizaram-se em Macau na semana passada. Organizadas pelo clube membro da FIA na RAEM, a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), com o apoio do Galaxy Entertainment Group, o evento decorreu tão bem que o órgão máximo que rege o automobilismo pretende regressar ao Galaxy International Convention Center em 2026 e 2027

 

A FIA é o órgão regulador do desporto automóvel a nível mundial e a federação das organizações de mobilidade a nível global. É uma organização sem fins lucrativos, dedicada a impulsionar a inovação e a defender a segurança, a sustentabilidade e a igualdade no desporto motorizado e na mobilidade. Fundada em 1904, com escritórios em Paris, Londres e Genebra, a FIA reúne 245 organizações membros em cinco continentes, representando milhões de utilizadores das estradas, além de profissionais e voluntários do desporto motorizado. Entre muitas outras funções, desenvolve e aplica regulamentos para o desporto motorizado, incluindo os sete campeonatos mundiais FIA.

As Assembleias Gerais Extraordinárias da FIA decorrem no âmbito da Conferência Anual da federação internacional e costumam ter um carácter rotativo entre países. Contudo, após a excelente recepção deste ano no território, a organização com sede em Paris prepara-se para regressar a Macau novamente nos próximos dois anos.

É possível ler no comunicado de imprensa da federação internacional que “após o sucesso da Conferência FIA de 2025, organizada em Macau pelo clube membro Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), com o apoio do Galaxy Entertainment Group, os membros da FIA votaram a favor de realizar as Assembleias Gerais Extraordinárias de 2026 e 2027 em Macau. Ficou igualmente decidido que a Conferência FIA de 2026 e 2027 terá lugar no Galaxy Macau.”

Fixar metas

No final da edição deste ano, o Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, relembrou que “a nossa Conferência de meio do ano é uma oportunidade valiosa para interagir com os nossos clubes membros, celebrar os nossos sucessos e traçar objectivos para o futuro. É um momento para reforçar ligações e impulsionar a nossa estratégia com um novo dinamismo, continuando a cumprir os nossos compromissos.”

O evento recebeu mais de 500 delegados séniores da FIA, nas áreas da mobilidade e do desporto, provenientes de 149 países, oferecendo a oportunidade de abordar iniciativas-chave em segurança rodoviária, mobilidade sustentável, crescimento regional do desporto e inovação no transporte.

Igualmente durante o evento, em vésperas de eleições para a presidência, a FIA apresentou e aprovou as suas contas e o Relatório de Actividades de 2024, detalhando o sucesso da recuperação financeira da FIA durante a presidência de Mohammed Ben Sulayem. No início deste ano, a FIA anunciou que registou em 2024 um resultado operacional de 4,7 milhões de euros, cerca de 40,42 milhões de patacas, o seu melhor resultado financeiro desde 2018.

Transportes | Testado em linha real comboio de alta velocidade que pode atingir 400 km/h

A China iniciou na semana passada os primeiros testes em linha real do novo comboio de alta velocidade CR450, totalmente desenvolvido no país e projectado para atingir uma velocidade operacional de 400 quilómetros por hora, noticiou sexta-feira a imprensa local.

Os ensaios, com uma duração prevista de cerca de 15 dias, decorrem no troço Wuhan-Yichang da recém-construída linha Wuhan-Chongqing-Chengdu, na província central de Hubei, considerada adequada para validar o desempenho técnico sem interferir no tráfego ferroviário regular.

O comboio partiu na quinta-feira da estação de Yichang Norte, tendo percorrido o trajecto a várias velocidades para recolher dados sobre aceleração, travagem, estabilidade e consumo energético, no âmbito do que é designado como “teste de tipo”.

Embora a velocidade máxima em operação comercial seja de 400 km/h, o CR450 foi concebido para atingir até 450 km/h em condições de teste, numa tentativa de ultrapassar os actuais limites técnicos da rede de alta velocidade chinesa, fixados em 350 km/h.

O CR450 representa uma evolução do modelo Fuxing, o primeiro comboio de alta velocidade totalmente desenvolvido na China sem recurso a tecnologia estrangeira. Integra um programa de inovação iniciado em 2018, apoiado pelo actual plano quinquenal de desenvolvimento do Governo chinês, que define as prioridades estratégicas e económicas do país a cinco anos.

Entre os objectivos técnicos do projecto está a manutenção de níveis de consumo energético e ruído semelhantes aos dos modelos actualmente em operação, apesar do aumento de velocidade. Se os testes forem concluídos com sucesso, o novo comboio poderá entrar em serviço comercial a partir de 2026, segundo especialistas do Instituto de Ciências Ferroviárias da China.

Aviação | Xi Jinping envia condolências à Índia pelas vítimas do acidente em Ahmedabad

O Presidente da China, Xi Jinping, enviou sexta-feira mensagens de condolências à homóloga indiana, Droupadi Murmu, e ao primeiro-ministro, Narendra Modi, pelo acidente aéreo ocorrido em Ahmedabad, que causou pelo menos 279 mortos, incluindo sete cidadãos portugueses. “Estou profundamente entristecido ao saber do acidente do voo da Air India, que causou numerosas vítimas”, afirmou Xi, numa mensagem citada pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Em nome do Governo e do povo chinês, o chefe de Estado expressou “as mais sentidas condolências” às famílias das vítimas mortais e desejou rápidas melhoras aos feridos. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, também enviou uma mensagem semelhante a Narendra Modi, associando-se às manifestações oficiais de solidariedade com o Governo e o povo da Índia.

Durante uma conferência de imprensa realizada sexta-feira em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lin Jian revelou ainda que Xi Jinping endereçou mensagens de condolências ao rei Carlos III e que Li Qiang fez o mesmo com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, dada a presença de cidadãos britânicos entre as vítimas.

A aeronave, um Boeing 787 com destino a Londres, despenhou-se pouco depois de descolar da cidade indiana de Ahmedabad, na manhã de quinta-feira. O acidente, já considerado uma das piores tragédias aéreas da história recente da Índia, provocou 268 mortos, incluindo várias pessoas em terra, e apenas um sobrevivente.

Segundo as autoridades indianas, o avião perdeu potência pouco depois da descolagem e embateu num complexo residencial, provocando uma grande explosão alimentada pelo combustível a bordo. O avião transportava 230 passageiros — 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadiano — e 12 tripulantes.

Irão | China condena e pede fim dos ataques de Israel

Israel continua a levar a guerra ao Médio-Oriente. Depois do genocídio em curso em Gaza, e de ataques ao Líbano e à Síria, o governo radical de Netanyahu volta-se agora para o Irão

 

A China condenou sexta-feira os ataques israelitas contra o Irão e apelou a Israel para que pare a actividade militar contra a República Islâmica durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. “Aumentar as tensões na região não beneficiará ninguém e apelamos a Israel para que pare os ataques ao Irão”, disse o embaixador da China junto do Conselho de Segurança, Fu Kong, citado pela agência noticiosa oficial iraniana IRNA.

O representante permanente da China nas Nações Unidas afirmou que Israel “causou massacres no Irão e danificou instalações nucleares no país”. Fu referia-se aos ataques lançados por Israel contra instalações militares e nucleares no Irão que causaram pelo menos 78 mortos e 320 feridos, segundo as autoridades de Teerão.

Nos ataques, segundo a IRNA, morreram o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, major-general Mohammad Bagheri, o comandante do Quartel-General Central de Khatam-al Anbiya, major-general Gholam Ali Rashid, e o comandante dos Guardas da Revolução, major-general Hossein Salami. Também foram mortos o físico Mohammad Tehranchi e o cientista nuclear Fereydoon Abbasi, além de civis.

“De acordo com as autoridades israelitas, estes ataques vão continuar. A China condena estas acções que violam a segurança e a integridade territorial do Irão”, afirmou o diplomata chinês.

Fu advertiu que os ataques “terão consequências graves”, que não especificou, e que o agravamento das tensões na região “não beneficiará ninguém”. “Apelamos a Israel para que ponha termo aos ataques e para que todas as partes respeitem o direito internacional”, insistiu.

Contra escalada

Fu Kong disse que a China estava “muito preocupada” com os efeitos directos dos ataques no processo diplomático do Irão. “A China sempre apoiou a diplomacia e opôs-se a acções unilaterais”, afirmou.

Fu defendeu ainda o respeito pelo direito do Irão, enquanto signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, de utilizar a tecnologia nuclear para fins pacíficos.

“Há muito tempo que se verificam conflitos no Médio Oriente e a situação continua crítica. A comunidade internacional deve procurar obter um cessar-fogo em Gaza, uma desescalada na região e a prevenção da escalada das tensões e dos conflitos”, afirmou.

Fu Kong apelou aos “países com influência sobre Israel”, numa alusão aos Estados Unidos, para que desempenhem “um papel construtivo”. “O Conselho de Segurança [da ONU] deve desempenhar o papel de guardião da paz”, acrescentou, segundo a agência iraquiana. Na sequência dos ataques israelitas, o Irão lançou centenas de mísseis e ‘drones’ contra Israel.

O Tempo de Cozedura do Sorgo Amarelo

Lu Dongbin, o imortal, esperava sentado numa estalagem em Handan, a cidade de Hebei no termo de Hanshan, a montanha púrpura-avermelhada. Trazia uma almofada de porcelana e esperava, saber-se-ia depois, para fazer uma demonstração das possibilidades oferecidas na finitude do fluir dos dias.

Sem saber que vinha para um encontro luminoso, Lu Sheng estava imerso em pensamentos obscuros suscitados por repetidos reveses da fortuna, mas chegaria com a precisão da estrada que o colocaria face a face com o paciente imortal. Entabulando uma breve troca de palavras, Lu Sheng percebeu que o homem amável, que estava à sua frente com as vestes de um sacerdote daoísta, se disponibilizava para escutar as suas queixas. E o desiludido viajante contou como tinha, por pouco, reprovado o exame jinshi que lhe permitiria uma vida tranquila ao serviço do Império e que agora nem sequer admitia imaginar um futuro.

Depois de o escutar, Lu Dongbin estendeu-lhe a almofada que trazia e disse-lhe para descansar um momento enquanto uma reconfortante papa de sorgo amarelo cozia ao lume. Logo o viajante adormeceu. E sonhou o sonho mais consolador: que passava o exame imperial, conhecia a mais bela e inteligente esposa, que lhe daria muitos filhos, com quem viveria muitos anos num bem remunerado e tranquilo posto imperial. Subitamente porém despertou do sonho que lhe parecia ter durado uma vida inteira. Perguntando ao mestre daoísta quanto tempo tinha dormido, este respondeu-lhe que a papa de sorgo ainda não tinha acabado de cozer.

O antigo relato em que um imortal permite a um mortal viver, de facto, uma outra vida durante um curto espaço de tempo para lhe mostrar o carácter ilusório e transitório das ambições para ele próprio deduzir um outro caminho, seria retomado em 1601 pelo dramaturgo Tang Xianzu (1550-1616). Mas era há muito conhecido como um dos muitos provérbios de Handan, reduzido a quatro breves caracteres: 黄粱美梦 huangliang meimeng, «um sonho bom, o sorgo amarelo».

Huang Ding (c.1650-1730), um pintor de Changzhou, fez uma série de pinturas «à maneira de» augustos pintores do passado como Wang Meng, Dong Yuan ou mesmo paisagens no estilo inconfundível de Nizan (rolo vertical, tinta sobre papel, 92,7 x 35,1 cm, no Instituto de Arte de Minneapolis) como querendo abarcar sob o seu pincel a longa história da pintura feita durante um tempo largo.

Nesse tempo circulava um pequeno álbum com anotações do influente Dong Qichang, mas que é atribuído a Wang Shimin (1592-1680) intitulado Xiaozhong xianda, «Revelação de coisas grandes em pequenas», que continha, num formato reduzido, recriações de obras de grandes mestres. Dar a ver algo muito grande pode ser feito num formato pequeno, mas uma vida inteira em pouco tempo? Porque o que viaja é o espírito, Lu Dongbin fê-lo em menos de uma hora, o tempo que demora a cozer o sorgo amarelo.

Justiça | TSI mantém pena de 9 meses de prisão por furto de colar

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) recusou suspender uma pena de prisão de 9 meses, aplicada a um turista que furtou um colar de uma loja de joias em Macau. A decisão foi anunciada na sexta-feira passada, através de um comunicado do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância.

O caso aconteceu a 11 de Março de 2023, quando o criminoso trouxe um colar falso para Macau, com o intuito de ir a uma loja e trocá-lo por um original, ficando com o mais valioso. Na loja que frequentou, depois de entrar em Macau, o colar do qual se pretendia apropriar estava avaliado 37.300 patacas.

Com a desculpa de que pretendia comprar o colar, o homem conseguiu trocá-lo pelo outro que trazia no interior do casaco. Com a troca feita, acabou por deixar a loja sem realizar a compra. Inicialmente, os trabalhadores da loja não detectaram a troca do colar original pelo falso, mas, no final do dia, aquando as limpezas antes do encerramento aperceberam-se do tinha acontecido, pelo que chamaram as autoridades.

O homem acabou por ser julgado e condenado a 9 meses de prisão efectiva pelo crime de furto qualificado. Contudo, o detido contestou a primeira sentença para o Tribunal de Segunda Instância por entender que uma vez que tinha confessado os factos a pena deveria ser suspensa. Contudo, o TSI recusou a pretensão, pelo que o detido vai ter mesmo de cumprir a pena.

G Dragon | 12 burlas em compra de bilhetes

Um total de 12 pessoas foram burladas em 87 mil patacas quando procuravam comprar bilhetes no mercado negro para os concertos do cantor G Dragon, que decorreram entre 6 e 8 de Junho. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ), e citado pelo jornal Ou Mun.

Apesar da identidade do artista do espectáculo não ter sido revelada, o cantor sul-coreano foi o único com concertos em Macau naqueles três dias consecutivos. De acordo com o modus operandi, os burlões prometiam vender bilhetes para os diferentes dias e depois de receberem o pagamento ficavam incontactáveis.

Em 10 casos, as burlas foram feitas através da Internet e em outras duas ocorrências as burlas foram presenciais, dado que os alegados vendedores não compareceram na altura de entregar os bilhetes. As perdas por bilhete variaram entre 1.000 patacas e 25 mil patacas, num total de 87 mil patacas.

Vendas online | Burlas geram perdas de 25 mil patacas

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou o registo de 19 burlas em vendas online que resultaram em perdas de 25 mil patacas. De acordo com a informação da polícia, citada pelo jornal Ou Mun, as burlas foram realizadas através da venda online de mariscos, buffets em restaurantes locais, bilhetes para parques de diversões ou pacotes de hotéis locais.

A PJ está a investigar todos os casos, que afectaram um total de 19 vítimas, 11 mulheres e 8 homens. Em relação ao perfil das vítimas, foi ainda anunciado que 16 são de meia idade e três são jovens.

As vítimas foram enganadas depois de terem acedido a publicidade online e de terem feito o pagamento por transferência bancária entre os dias 7 e 11 de Junho. No entanto, apesar de terem realizado os pagamentos nunca receberam os bens que compraram. Em termos individuais, as burlas variaram entre as 320 patacas e 3.800 patacas.

Crime | Idoso desagradado com jantar mata esposa à facada

A polícia suspeita que o desagrado perante o jantar poderá ter levado um homem de 74 anos a assassinar a esposa, de 71 anos, ao fim de cerca de 50 anos de casamento. A vítima terá sofrido, pelo menos, 16 golpes de cutelo, a maioria na cabeça e pescoço. O homem está indiciado pelo crime de homicídio qualificado, que pode implicar uma pena até 25 anos de prisão

 

Por volta das 17h de sexta-feira, uma mulher encontrou um cenário macabro quando regressou a casa, na zona dos lagos Nam Van. Entre a sala e a cozinha, os seus pais estavam no chão numa autêntica piscina de sangue. A mãe acabaria por perder a vida na sequência de múltiplas facadas e o pai seria detido por suspeitas de homicídio qualificado.

De acordo com a Polícia Judiciária, a insatisfação em relação ao que seria o jantar poderá ter estado na origem de um desacato que acabou em tragédia, com o marido, um reformado de 74 anos de idade, a assassinar a esposa, de 71 anos, com quem estava casado há cerca de 50 anos.

Quando as autoridades chegaram ao apartamento, encontraram um cutelo e uma tesoura de cozinha no lava-loiça e sinais de luta na cozinha, com sangue em todo o lado.

O suspeito apresentou também golpes na cabeça e múltiplas lacerações que não necessitaram de suturação e aparentava estar num estado mental estável. Depois de receber tratamento médico, foi conduzido para a Polícia Judiciária para interrogatório. A arma do crime terá sido um cutelo, descoberto no lava-loiça, com que o suspeito terá desferido, pelo menos, 16 golpes na vítima, a maioria na cabeça e pescoço.

Crime e castigo

Numa conferência de imprensa no sábado, a Polícia Judiciária indicou que era frequente o casal ter discussões por questões triviais, mas sem registos de pedidos de intervenção policial para resolver disputas.

O caso foi encaminhado para o Ministério Público e o homem é suspeito da prática do crime de homicídio qualificado. De acordo com o Código Penal, “se a morte for produzida em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade do agente, este é punido com pena de prisão de 15 a 25 anos”.

Mpay | Aplicação vai permitir chamar táxis

A companhia Macau Pass anunciou que a aplicação Mpay passou a incluir uma função para chamar táxis, que surge denominada como Gaode, a fonética dos caracteres em mandarim.

Segundo a informação divulgada pela Macau Pass, que é controlada pela Alibaba, actualmente, o serviço de chamada de táxis apenas abrange os táxis normais, identificadas pela cor preta, pelo que deixa de fora os táxis reservados por telefone.

Se os utentes viajarem no Interior da China, a função de Gaode pode ser usada não só para a chamar táxis, mas também oferecer serviços como Uber e Didi, ou seja, serviços de transporte que não são fornecidos por táxis. Em Macau, este tipo de serviço é considerado ilegal, dado que os veículos não têm a licenças necessárias.

IIICF | Assinados acordos de 10,1 mil milhões de dólares americanos

O 16.º Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIICF) ficou marcado pela assinatura de 31 protocolos de cooperação em áreas como transportes, construção civil, energia eléctrica, recursos hídricos e energias renováveis

 

Trinta e um protocolos de cooperação, no valor de 10,1 mil milhões de dólares americanos, foram assinados durante um fórum de infra-estruturas em Macau. Um terço envolvem empresas lusófonas e da RAEM, foi ontem anunciado.

Os acordos estabelecidos durante o 16.º Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIICF), com um valor de “cerca de 10,1 mil milhões de dólares americanos, prevêem a cooperação em domínios como transportes, construção civil, energia eléctrica, recursos hídricos e energias renováveis, em 22 países e regiões”, lê-se num comunicado do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

Cerca de um terço dos projectos assinados, entre terça e quinta-feira, envolvem empresas dos países de língua portuguesa e de Macau.

Ao longo dos três dias, indica o IPIM, organizaram-se mais de 200 sessões de bolsas de contacto, tendo mais de 70 contado com a presença de empresas de Macau e de Hengqin, “o que representa um aumento superior a 30 por cento”, face às 52 sessões do ano anterior.

“Esses resultados destacam ainda mais o papel de Macau como plataforma sino-lusófona, bem como os esforços desta região na articulação proactiva com as estratégias nacionais de desenvolvimento, sobretudo a construção da Grande Baía”, escreve o IPIM.

Neste sentido, continua a nota, representantes dos países de língua portuguesa “reconheceram o papel eficaz de Macau” enquanto ponte para estabelecer contactos entre empresas e instituições da China e lusófonas.

“Revelaram, inclusive, que durante o IIICF conseguiram acordos de cooperação com empresas do Interior da China nas áreas da tecnologia da informação e da engenharia eléctrica, sublinhando a sua satisfação”, lê-se na nota do IPIM. Em 2003, Pequim estabeleceu Macau como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau.

Números da grande baía

A Grande Baía é um projecto de Pequim que tem como objectivo criar uma metrópole mundial a partir das regiões administrativas especiais chinesas de Macau e de Hong Kong e outras nove cidades da província vizinha de Guangdong, onde habitam mais de 80 milhões de habitantes.

Também lançada por Pequim, em 2021, a iniciativa da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, em Hengqin, abarca uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados.

Mais de 3.500 profissionais da área das infra-estruturas, de mais de 70 países e regiões, participaram neste fórum, que registou “um novo recorde em termos de presença de convidados de alto nível, especificamente com quase 70 dirigentes de nível ministerial”.

Durante estes dias foi ainda divulgado o Índice de Desenvolvimento de Infra-estruturas “Uma Faixa, Uma Rota”, liderado pela Arábia Saudita, Indonésia e Malásia, no qual o Brasil é o país de língua portuguesa com melhor pontuação.

A iniciativa, anunciada pelo líder chinês, Xi Jinping, em 2013, envolve mais de 80 países no plano estratégico internacional de Pequim de desenvolver ligações marítimas, rodoviárias e ferroviárias, mas também investimento em recursos energéticos.

Auto-Silos | Recebidas 12 propostas para exploração

O concurso público para a concessão da exploração dos estacionamentos do Auto-Silo do Jardim Comendador Ho Yin, do Auto-Silo da Rua de Malaca, do Auto-Silo do Edifício Mong Sin, do Auto-Silo do Edifício Mong In, do Auto-Silo da Rua da Tranquilidade e do Auto-Silo da Rua do Almirante Sérgio recebeu 12 propostas. No entanto, apenas 11 propostas acabaram por reunir os requisitos exigidos, pelo que uma foi excluída, além de ter havido ainda uma outra desistência, que por esse motivo nem foi tida em conta.

As propostas admitidas variam entre 1,068 milhões de patacas, que partiu da Companhia de Administração de Propriedades Nam Ou, e 3,500 milhões de patacas, proposta da Pro Administração e Limpeza.

O prazo da concessão da exploração do serviço público de estacionamento dos seis auto-silos é de seis anos, abrangendo 1119 lugares de estacionamento para automóveis ligeiros e 1772 para motociclos e ciclomotores. A entidade concessionária será responsável não só pela gestão e exploração quotidiana dos auto-silos, mas também pela optimização do sistema de pagamento electrónico e sem contacto dos auto-silos, pelo reforço dos sistemas de vigilância de segurança, pela implementação de equipamentos ecológicos e energeticamente eficientes, e pela melhoria das instalações existentes.