DSEC | Veículos matriculados registam nova subida

No final do primeiro trimestre estavam registados em Macau 250.702 veículos matriculados, o que representa um crescimento de 0,4 por cento face ao período homólogo, de acordo com os dados da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Segundo o comunicado da DSEC, os números de automóveis ligeiros (116.337) e o de motociclos (108.657) matriculados subiram 1,9 por cento e 0,1 por cento.

O número de veículos com matrículas novas foi de 3.085 (960 eléctricos) mais 3,0 por cento, face ao mesmo período de 2023. Entre os veículos com matrículas novas, o número de automóveis ligeiros fixou-se em 1.583 (400 eléctricos) e o de motociclos foi de 1.143 (244 eléctricos), o que significou variações homólogas de um aumento 44,8 por cento e uma redução 32,8 por cento, respectivamente.

Ainda no primeiro trimestre de 2024, o número de acidentes de viação totalizou 3.755, mais 20,6 por cento, em termos anuais, verificando-se duas vítimas mortais e 1.324 feridos. Só em Março, ocorreram 1.301 acidentes de viação, mais 23,3 por cento, em termos anuais, causando uma vítima mortal e 471 feridos.

A estatísticas revelam ainda o grande movimento de veículos ao abrigo do programa “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong”, que tem sido responsabilizado entre os comerciantes locais pela redução do consumo na Zona Norte da cidade. Segundo a DSEC, a circulação de automóveis ligeiros de passageiros nos postos fronteiriços foi de 1.951.065 movimentos, um aumento de 39,7 por cento. Entre estes, 344 milhares de entradas e saídas eram de automóveis ao abrigo do programa Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong, um aumento de 267,6 por cento, face ao ano passado.

DSAMA | Começou ontem a época balnear

A época balnear começou ontem e termina a 31 de Outubro. Como tal, pessoal da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) delineou antecipadamente as zonas balneares com bóias nas praias de Hác Sá e de Cheoc Van.

Durante a época balnear, a DSAMA envia nadadores-salvadores e pessoal de enfermagem para as duas praias, de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 18h, e nos sábados, domingos e feriados entre as 09h e as 18h.

Nos últimos dias, devido à chuva intensa a montante do Rio das Pérolas, o volume de lixo nas áreas marítimas e nas praias de Macau aumentou bruscamente. A DSAMA recolheu cerca de 30 toneladas de lixo no mar, enquanto o Instituto para os Assuntos Municipais e a empresa concessionária de limpeza recolheram cerca de 50 toneladas de lixo nas praias.

“Prevê-se que esta situação de grande quantidade de lixo dure por algum tempo, pelo que as autoridades competentes vão continuar a acompanhar de perto a situação das áreas marítimas e das praias, reforçar a frequência da recolha de lixo e enviar pessoal adicional diariamente na manhã para recolher o lixo acumulado durante a noite”, indicou a DSAMA na terça-feira.

Meteorologia | Trovoada e granizo afectaram Macau

Durante a noite de terça-feira e madrugada de ontem, Macau foi afectado por uma tempestade, com trovoadas, chuva torrencial e queda de granizo, algo que não acontecia no território desde 2011. Devido à influência de uma depressão de baixa pressão, o tempo hoje vai continuar instável

 

Na noite de terça-feira, por volta das 21h20, foi registada chuva de granizo em várias zonas de Macau. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) indicaram ontem de madrugada que o fenómeno não se verificava desde 2011, quando choveu granizo na zona do aeroporto de Macau.

Os SMG começaram por emitir mensagens de aviso sobre o estado do tempo por volta das 19h25 de terça-feira, e às 20h45 emitiram um alerta para a possibilidade de chuva de granizo, e avisos de tempestade amarelo e vermelho. Durante este período, além do granizo, o território foi afectado por intensas chuvadas e rajadas de vento forte, sem que tenha havido registo de estragos ou feridos.

As autoridades referem que os dados de monitorização recolhidos por radar mostraram o aparecimento de vórtices de mesoescala no ar a leste da Península de Macau. Estes fenómenos estão associados a chuvas torrenciais, rajadas violentas de vento, granizo, descargas atmosféricas e, eventualmente, tornados. Devido ao aparecimento dos vórtices, os SMG não afastavam ontem a possibilidade de ontem surgirem trombas de água.

Os SMG apelaram à população para prestar atenção extra às mudanças meteorológicas antes de sair de casa e para seguir as informações e alertas de tempestade. Segundo as previsões meteorológicas, Macau poderá voltar a ter céu limpo amanhã, e subida de temperatura, com a máxima a atingir 28 graus.

Noite eléctrica

Na região vizinha, o Observatório de Hong Kong registou 9.437 relâmpagos ou descargas nuvem/terra durante um período de 14 horas, a partir das 21h de terça-feira. O mau tempo levou mesmo a problemas no aeroporto de Hong Kong, com vários voos a terem de ser desviados para outros aeroportos.

Em Zhuhai, as autoridades emitiram alertas de tempestade e apelaram à população para a possibilidade de rajadas de vento forte e para a ocorrência de tornados.

No início de Abril, uma tempestade de vento e granizo que se abateu durante quatro dias na província de Jiangxi, no sudeste da China, causou sete mortos e afectou 93.000 pessoas.

No fim-de-semana passado, pelo menos cinco pessoas morreram e 33 ficaram feridas depois de um tornado ter atingido Guangzhou. A agência Xinhua disse que cerca de 140 fábricas ficaram danificadas, mas não houve relatos de casas desmoronadas na capital da província de Guangdong.

Agentes dos SA acusados de baixas falsas de mais 2.300 dias

Dois agentes dos Serviços de Alfândega (SA) estão a ser investigados por terem declarado mais de 2.300 dias de baixas médicas, que o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) acredita que terem sido falsas. O caso foi revelado na segunda-feira, e terá levado a que os agentes tivessem recebido mais de 3 milhões de patacas em salários indevidos, pelo que estão indiciados da prática do crime de burla de valor consideravelmente elevado.

De acordo com o CCAC, de forma a terem certificados de baixas médicas, os verificadores alfandegários alegavam “problemas lombares”, o que fazia com que os médicos passassem os “atestados médicos”.

Num dos casos, as autoridades acreditam que os dias de baixas falsas sejam superiores a 1.400 dias (quase quatro anos), o que terá levado ao pagamento de mais de 1,7 milhões de patacas de forma indevida. No total, desde 2016, terão sido passados mais de 250 atestados falsos. Além disso, o CCAC indicou que quando estava de baixa, o verificador deslocava-se ao Interior, onde explora uma oficina de automóveis, e onde fazia longas viagens, de carro, avião, comboio e até caminhava em trilhos.

No outro caso, os dias de falsa baixa são superiores a 900 (quase três anos), desde 2018, o que significa mais de 1,3 milhões de patacas em salários. Este trabalhador, segundo o CCAC, disse aos médicos que por “utilizar bengala para caminhar e também por causa das dores não podia trabalhar”. Recebeu mais de 160 atestados médicos. Porém, nos dias das consultas e das baixas médicas, o homem “saía e entrava com frequência da fronteira de Macau, chegando mesmo a deslocar-se várias vezes, por via aérea, ao Sudeste Asiático, a Taiwan e ao Interior da China para tratar dos seus negócios privados”.

Processo disciplinar

Após o caso ter sido revelado, os Serviços de Alfândega anunciaram ter instaurado um processo disciplinar aos dois agentes. Em relação a um deles, os SA revelaram mesmo que tinha sido demitido em Dezembro do ano passado, por ter recebido um subsídio familiar a que não tinha direito.

Também o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apelou aos serviços sob a sua tutela para fazerem um controlo rigoroso dos trabalhadores. “O secretário para a Segurança Wong Sio Chak presta elevada atenção ao caso e exortou de imediato todos os serviços da sua tutela para reforçarem a imperatividade da observação da lei nas áreas da gestão interna e do pessoal”, foi adiantado, em comunicado.

Crime | 86 suspeitos detidos por troca de dinheiro

Uma operação conjunta das polícias de Macau e do Interior da China desmantelou uma rede criminosa de troca de dinheiro e passagem de moeda falsa que resultou em prejuízos de cerca de 18 milhões de dólares de Hong Kong. No total, foram detidos 86 suspeitos. A larga maioria das vítimas são cidadãos chineses

 

Na terça-feira, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou o desmantelamento de um grupo criminoso transfronteiriço que se dedicava há, pelo menos, um ano e três meses à troca de dinheiro e passagem de moeda falsa. No total, o grupo causou prejuízos de 18 milhões de dólares de Hong Kong em, pelo menos, 70 casos de fraude em troca de dinheiro em casinos de Macau. As vítimas eram na sua larga maioria turistas e jogadores chineses.

Em conferência de imprensa na terça-feira, Tang Kam Va, da divisão de investigação de crimes relacionados com o jogo, da PJ, explicou como o grupo operava. Em primeiro lugar, as vítimas entregavam ao grupo quantias em renminbis através de transferência bancária ou aplicações de pagamento electrónico. Em retorno, as vítimas recebiam em numerário dólares de Hong Kong, onde estavam incluídas réplicas, ou seja, notas de treino e notas falsas usadas para produções de televisão e cinema.

Depois de identificado o dinheiro falso, as vítimas tentavam, em vão, contactar o “patrão” para serem reembolsadas.

“Desde Janeiro do ano passado, detectámos um total de 70 casos semelhantes envolvendo o modus operandi desta associação criminosa, dos quais 60 casos envolveram o uso de notas de treino e em 10 casos foram usadas notas de adereço para cinema e televisão, resultando num prejuízo total de 18 milhões de dólares de Hong Kong”, indicou Tang Kam Va, citado pelo Canal Macau da TDM.

Molhos de réplicas

No total, no fim da operação conjunta, foram apreendidas perto de 20 mil notas de treino e 2 mil de adereço para produções televisivas e cinematográficas. As réplicas eram de notas de 500 e 1.000 dólares de Hong Kong.

Foram detidos 65 suspeitos em Macau e 21 no Interior da China, incluindo dois cabecilhas do grupo, nas províncias de Guangdong, Zhejiang e Guangxi. Entre os suspeitos detidos na RAEM encontra-se o mais novo de todos, um jovem de 16 anos de idade.

Segundo as autoridades policiais, os dois cabecilhas do grupo aliciavam online pessoas para trazer de Zhuhai para Macau as notas falsas, pagando entre 6 a 30 por cento do valor transportados aos contrabandistas. Além disso, mais de uma dúzia de pessoas disponibilizaram as suas contas bancárias e de aplicações móveis de pagamento electrónico para receber o dinheiro apurado pelo esquema fraudulento.

No quarto mês do ano, as receitas dos casinos foram de 18,55 mil milhões de patacas

Em Abril, as receitas brutas do jogo registaram um crescimento de 26 por cento, em comparação com o período homólogo. Os números foram divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), no portal oficial. De acordo com os dado revelados, em Abril as receitas atingiram 18,55 mil milhões de patacas, quando no ano passado, para o mesmo mês, tinham sido de 14,72 mil milhões de patacas.

O montante divulgado ontem pela DICJ é o segundo registo mais baixo dos quatro meses do ano, mas está acima do valor de Fevereiro (18,49 mil milhões de patacas), quando se celebrou o Ano Novo Chinês, que tradicionalmente é uma época alta para as receitas do jogo.

Quando a comparação é feita com Março deste ano, as receitas de Abril tiveram uma quebra de 4,9 por cento ou de quase mil milhões. Em Março, as receitas tinham sido de 19,50 mil milhões de patacas. Em relação aos primeiros quatro meses do ano, as receitas brutas dos casinos atingiram 75,87 mil milhões de patacas, o que representa um crescimento de 53,7 por cento, face ao ano passado, quando o montante das receitas ficou nos 49,36 mil milhões de patacas.

Longe de 2019

Apesar das melhorias nas receitas dos casinos desde o levantamento das restrições relacionadas com a covid-19, as receitas ainda não se encontram ao nível do registado em 2019, o último ano antes da pandemia.

Em Abril de 2019, os casinos tinham registados receitas de 23,59 mil milhões de patacas. O número deste ano, representa “apenas” 78,6 por cento desse montante.

Quando a comparação é feita entre os primeiros quatro meses deste ano e os de 2019, a diferença é ligeiramente maior. Entre Janeiro e Abril de 2019, os casinos tinham encaixado 99,73 mil milhões de patacas em receitas brutas. Nos primeiros quatro meses deste ano registaram 75,87 mil milhões de patacas, ou seja, 76,08 por cento dos níveis de 2019.

Jogo | Melco apresenta lucros de 15,2 milhões de dólares

A empresa liderada por Lawrence Ho está de volta aos resultados positivos, depois da longa travessia do deserto pandémico. Além disso, na segunda-feira, foi anunciada uma nova parceria, que permite à Melco estar presente no mercado do Sri Lanka

 

A concessionária Melco Resorts and Entertainment registou um lucro de 15,2 milhões de dólares americanos, no primeiro trimestre do ano. Os resultados foram anunciados na segunda-feira, e contrastam com os prejuízos de 81,3 milhões de dólares apresentados no período homólogo.

As receitas operacionais da operadora atingiram 1,11 mil milhões de dólares, um aumento de 55 por cento face ao período homólogo, em que as receitas não foram além dos 716,5 milhões de dólares.

“O aumento nas receitas operacionais está essencialmente ligado ao melhor desempenho em todos os segmentos de jogo e operações não relacionadas com o jogo, em grande parte impulsionadas pela recuperação contínua do turismo”, justificou a empresa em comunicado.

Em Macau, a Melco é responsável pela exploração dos hotéis-casinos City of Dreams, Studio City e Altira, todos situados na Taipa e Cotai. Nas Filipinas, a empresa explora o casino City of Dreams Manila. Com a apresentação dos resultados, o presidente do Grupo, Lawrence Ho, mostrou-se satisfeito com o desempenho.

“Após o relaxamento nas restrições de entrada em Macau, durante o primeiro trimestre de 2023, houve um início de ano muito encorajador”, começou por destacar Ho, em comunicado. “Continuamos a assistir a essas melhorias, como aconteceu em Abril e na Semana Dourada, deste ano, com as receitas brutas do jogo a excederem as receitas em comparação com o mesmo período de 2019”, acrescentou.

Em relação, à presença em Macau, o presidente do Grupo destacou a oferta não-jogo desenvolvida desde a pandemia, como vários “concertos residenciais”, a abertura da 2.ª Fase do Studio City e o novo parque aquático interior. “Estas iniciativas reforçam o nosso compromisso de longa data de desenvolver em Macau a indústria do entretenimento e ofertas hoteleiras únicas e de classe mundial”, garantiu.

Expansão internacional

A aposta da empresa criada pelo filho do magnata Stanley Ho não se fica por Macau, e além do casino nas Filipinas, e do casino City of Dreams Mediterranean, que abriu as portas no ano passado no Chipre, a empresa anunciou que tem uma nova parceria, para estar presente Sri Lanka.

A nova aposta é feita em parceira com a empresa John Keells Holdings PLC, o maior conglomerado cotado na bolsa de valores de Colombo, capital do país asiático. O projecto prevê o ‘resort’ integrado, com o nome City of Dreams Sri Lanka, que se estima que tenha um custo superior a mil milhões de dólares. O empreendimento turístico está construção e inicialmente estava previsto que tivesse como nome Cinnamon Life Integrated Resort.

Além desta parceria, a Melco revelou igualmente que uma das suas subsidiárias no Sri Lanka recebeu uma licença para explorar o jogo no país com uma duração de 20 anos, que vai permitir-lhe explorar o casino no novo casino.

“Estamos entusiasmados por fazer parte deste projecto de referência no Sri Lanka e por estarmos em parceria com a John Keells. Acreditamos que o Sri Lanka tem um potencial imenso e esta oportunidade vem complementar a nossa oferta”, afirmou Lawrence Ho, em comunicado. “Espera-se que o City of Dreams Sri Lanka sirva de catalisador para estimular a procura turística e promover o crescimento económico no Sri Lanka, inspirando-se nos exemplos de sucesso de outras jurisdições”, concluiu.

Aliança do Povo | Pedida revisão de horário de trabalho

Os deputados da Aliança do Povo de Instituição de Macau, Si Ka Lon, Song Pek Kei e Nick Lei, sugeriram ao Governo a revisão do sistema de horário de trabalho, para assegurar que a legislação corresponde à realidade actual do mercado e para proteger os direitos dos trabalhadores.

Segundo um comunicado emitido na terça-feira pela associação, os deputados sublinham que a semana de cinco dias de trabalho tornou-se prevalente a nível global, e que existem países e regiões, como Singapura, onde foi implementado quatro dias de trabalho por semana. Sem afirmar perentoriamente que Macau deveria seguir estes sistemas, os deputados salientam que o equilíbrio entre trabalho e tempo passado em família melhora a qualidade de vida e a felicidade dos trabalhadores, proporcionando relações laborais mais estáveis e harmoniosas.

No comunicado que antecipou o Dia do Trabalhador, os legisladores ligados à comunidade de Fujian sugeriram ao Governo a implementação de medidas que torne a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin mais atractiva para jovens profissionais de Macau.

Além disso, pediram atenção para a taxa de desemprego dos jovens, disponibilizando formação para combater o desemprego de pessoas com elevadas habilitações académicas.

TUI | Recusado agravamento de penas no caso Obras Públicas

O Tribunal de Última Instância (TUI) recusou o recurso do Ministério Público (MP) para agravar as penas do caso relacionado com os ex-directores das Obras Públicas, Li Canfeng e Jaime Carion.

De acordo com a decisão citada pelo Canal Macau, face ao recurso assinado por Ip Son Sang, Procurador da RAEM, o TUI afirmou que houve “exageros na forma como os procuradores apresentaram o caso”. O tribunal superior recusou assim a pretensão de condenar Li Canfeng e os empresários Sio Tak Hong, Ng Lap Seng, Si Tit Sang e William Kuan Vai Lam por sociedade secreta.

Na decisão, de acordo com a TDM, o TUI terá ainda entendido que “não parece adequado” falar da criação de uma associação criminosa porque “não há nada que prove de forma minimamente segura que existia um grupo em que todos eram beneficiados”.

Segundo os juízes Sam Hou Fai, Song Man Lei e José Azedo, o MP adoptou mesmo uma “interpretação excessivamente lata dos conceitos de associação criminosa” e que o crime não se verificou. Para os juízes também é “pouco credível” que Li Canfeng, que no início não fazia parte do suposto grupo criminoso, passasse imediatamente a liderá-lo.

No entanto, o acórdão vais mais longe e deixa entender que o caso foi apresentado pelo MP “com várias opiniões, em vez de factos” e que essas “opiniões foram transplantadas para a decisão do Tribunal Judicial de Base”.

Wong Kit Cheng pede medidas para aumentar taxa de natalidade

A deputada ligada à Associação das Mulheres de Macau está preocupada com a pressão económica que a redução da taxa de natalidade vai acarretar para as gerações mais novas

 

Wong Kit Cheng defende que o Governo deve lançar políticas para incentivar o aumento taxa de natalidade, e alerta que a tendência actual vai diminuir a força de trabalho. A posição da deputada ligada à Associação das Mulheres de Macau foi tomada em declarações ao canal chinês da Rádio Macau.

Wong mostrou-se igualmente preocupada com a dependência dos mais velhos face aos rendimentos dos filhos, o que em conjunto com a redução da natalidade, vai aumentar a pressão económica para as gerações mais novas.

“Actualmente, a taxa de dependência é de 24,8 por cento, o que significa que cada idoso é sustentado por quatro pessoas. Porém, há cada vez menos pessoas a sustentar cada idoso, o que significa que os encargos económicos com a família vão ser uma das maiores pressões para as novas gerações”, justificou Wong Kit Cheng. “A baixa taxa de natalidade tem impacto no desenvolvimento sustentável da sociedade, reduzindo a mão-de-obra disponível no futuro, o que vai ser um desafio para a economia. É necessário que o Governo intervenha através das políticas públicas para aumentar da taxa de natalidade,” acrescentou.

Tradicionalmente, na cultura chinesa, os filhos depois de começarem a trabalhar entregam mensalmente parte do salário aos pais para sustentarem a família, mesmo que estes trabalhem.

Relatório e contas

Em relação ao trabalho desenvolvido, a deputada considera que tem tentado pressionar o Governo para tomar mais medidas pró-família e natalidade. “Na Assembleia Legislativa, tento promover o aumento da taxa de natalidade, ao sugerir o aumento da licença de maternidade e licença de paternidade. Estas são direcções para reagir à baixa taxa de natalidade,” argumentou.

A deputada também apontou que, ao contrário do que actualmente acontece, as habitações públicas devem ser desenhadas a pensar nas famílias, o que passa pela oferta de fracções maiores, assim como a proximidade a serviços sociais.

Wong Kit Cheng argumenta que também nas políticas habitacionais deve haver melhor articulação entre habitação social, habitação económica e habitação intermédia, para que também as famílias desfavorecidas possam ter mais membros e a possibilidade de mudarem para habitações com mais espaço.

Dinheiro em causa

Por sua vez, o subdirector da Escola Choi Nong Chi Tai, Kong Iam Iok, revelou no programa Fórum Macau da TDM que a baixa taxa de natalidade é o grande desafio de futuro dos jardins infantis. “A queda consecutiva da taxa de natalidade pode ser um problema a nível das novas admissões. O impacto vai ser sentido mais fortemente pelas escolas pequenas e com menos recursos”, vincou.

Kong Iam Iok reconheceu também que actualmente o “período de admissão” está em curso, e que metade das escolas ainda têm vagas. Para fazer face aos problemas, Kong sugere que o Governo reforce os apoios às escolas a curto prazo. Quanto ao longo prazo, o responsável defendeu que o Governo pode aumentar a proporção de professor por turma.

FRC | Sandro Mendonça fala hoje do impacto das ‘Big Tech’

Sandro Mendonça, recentemente nomeado Fellow Economist da Comissão Europeia, estará hoje na Fundação Rui Cunha para falar das cinco grandes empresas tecnológicas Apple, Microsoft, Google, Amazon e Facebook e da ligação ao mercado europeu. Ao HM, declara que Macau começa a ter bons exemplos na área da tecnologia

Marcas como Apple, Microsoft, Google, Amazon e Facebook fazem parte do dia-a-dia de cada um de nós. Nas regiões administrativas especiais é comum o uso de aparelhos criados por Steve Jobs, bem como a rede social de Mark Zuckenberg, enquanto na China aposta em alternativas, com a Baidu, Tencent, ByteDance ou Temu.

O posicionamento que as cinco empresas tecnológicas ocupam no mundo e, em particular, no mercado europeu será hoje tema de uma conferência promovida pela Fundação Rui Cunha (FRC) e que conta com a presença de Sandro Mendonça, professor associado do departamento de economia do ISCTE Business School – Escola de Negócios do Instituto Universitário de Lisboa, cronista da Macau Business. O académico foi recentemente nomeado Fellow Economist da Comissão Europeia, para liderar um projecto de análise ao papel e impacto das Big Tech na Europa até 2040.

Aliás, esse será o âmbito da conferência que irá apresentar na FRC, intitulada “The Future of Big Tech” [O Futuro das Grandes Tecnológicas].

Ao HM, Sandro Mendonça destaca que estas empresas dominam “de forma consistente” o sector tecnológico mundial desde 2010, tanto em “termos de capitalização bolsista, lucros ou alcance nos mercados internacionais”. As cinco grandes empresas “estão por todo o lado”, quer “nos sistemas operativos móveis e fixos, na busca na Internet, nas redes sociais, nas vendas por comércio electrónico ou no armazenamento de dados empresariais em nuvem”. Com menor presença na China, embora no país o Windows “esteja por todo o lado, assim como os Iphones”, estas tecnológicas “estão fortemente em Macau e Hong Kong”.

“Quando lançamos o escrutínio sobre estas gigantes megapolistas, alguns padrões vêm ao de cima. É notório que nenhuma delas é europeia, tendo, todas o seu quartel-general nos EUA.”

O académico destaca ainda “um facto central que pode ser chocante”, no sentido em que “o investimento destas tecnológicas em investigação e desenvolvimento, num só ano, é maior do que todo o esforço conjunto nesta área que os 27 países da União Europeia fazem num programa-quadro, ou seja, em sete anos”.

Sandro Mendonça coordenou um estudo sobre a presença destas cinco empresas no mercado europeu para o Directorado-Geral da Investigação e Inovação (DG Research) em Bruxelas, intitulado “O Futuro das Grandes Tecnológicas na Europa” [The Future of Big Tech”, já publicado.

“Fome de inovação”

Segundo um comunicado da FRC, a conferência de hoje alerta para o facto de estas “Big Tech” terem vindo “para ficar”, tratando-se de empresas que “não conseguem estar paradas, tendo fome de inovação”.

Citado pela mesma nota, Sandro Mendonça destaca que as “grandes empresas tecnológicas aproveitam as infra-estruturas em nuvem, os modelos de negócio das plataformas digitais e, cada vez mais, as tecnologias de Inteligência Artificial, para captar áreas de mercado em expansão e alcançar um desempenho superior”, embora continuem a estar mais ausentes do mercado europeu. Há ainda “outros gigantes internacionais a aproximarem-se, como a Alibaba ou a Tencent”.

Desta forma, Sandro Mendonça irá debruçar-se sobre o papel da Europa “numa economia totalmente orientada para o mercado” e ainda sobre “as soluções convencionais, como a regulamentação e a política de concorrência”, e se estes instrumentos serão “suficientes para lidar com as repercussões” oriundas do posicionamento destas empresas.

“Será altura de passarmos à fase neoliberal e de nos envolvermos num activismo industrial informacional do tipo disruptivo? Ou, pelo contrário, será que o incremento da descentralização empresarial resolverá quaisquer falhas temporárias de competitividade e governação europeias?”, questiona o responsável.

Questionado pelo HM sobre a ligação destas grandes empresas tecnológicas ao mercado chinês, o académico defende que o país saído do processo de reforma e abertura liderado por Deng Xiaoping “nunca se deixou enfeitiçar pelo mercado”.

“A China usou o mercado, mas não se deixou levar por ele. Parece-me que a China dos nossos dias tem uma base inovadora endógena, o que lhe dá centralidade e criatividade. Dá-lhe também maior autonomia e maior segurança, pois está menos sujeita a chantagens que outros lugares que são dependentes de outros para efeitos de tecnologia, segurança e sistemas financeiros”, declarou.

Bons exemplos de Macau

Numa altura em que o Governo local quer apostar no sector da tecnologia para diversificar a economia, o HM questionou Sandro Mendonça quanto às reais capacidades do território para o fazer.

O autor declarou que o “futuro está perto”, pelo facto de Macau estar incluído no “Silicon Valley chinês”, ou seja, a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Contudo, na hora de fomentar o desenvolvimento, Sandro Mendonça deixa um alerta: “Macau só serve aos residentes, à China e ao mundo se continuar a ser Macau”, preservando a sua identidade.

“Dou um exemplo real e prático, que já é um caso significativo que resulta da cooperação entre Zhuhai, Hengqin e Macau. Hengqin conseguiu atrair uma jovem engenheira de Pequim, Lyu Jinyan, para um projecto radicalmente importante para a China, o desenvolvimento de biomateriais para a área médica.”

Neste contexto, foi lançado, no final do ano passado, “um produto complementar a esta agenda de longo prazo”, intitulado “Machloom 麥士能”, virado “para o bem-estar e reparação da fadiga cerebral”, que já marca alguma presença em farmácias locais e que “ostenta o símbolo das Ruínas de São Paulo no símbolo comercial” do produto.

Outro exemplo de sucesso destacado por Sandro Mendonça diz respeito às empresas “e-Research Solutions” e da “uMax Data Technology”, consultoras e tecnológicas fundadas por Angus Cheong, formado na Universidade de Macau.

Angus Cheong lançou um instrumento multi-modal movido a inteligência artificial chamado DiVoMiner”. Sandro Mendonça lamenta a pouca visibilidade que este projecto tem a nível local. “Tudo isto é mais conhecido lá fora do que em Macau. Lá fora [Angus Cheong] é conhecido, escutam a sua opinião. Não sei porque estas empresas, de raiz local, não são mais conhecidas.”

Papel dos portugueses

“Vejo aqui o papel histórico de Macau, uma área híbrida em que novas propostas de negócio ganham uma camada cultural que lhes agrega valor e potencial para escalar internacionalmente”, referiu o académico, que aponta “o grande trabalho de contexto” que se encontra em curso, também feito “por portugueses que acreditam nas virtudes das boas relações Oriente-Ocidente”.

Sandro Mendonça destaca os casos de Rui Pedro Cunha, presidente da Câmara de Comércio Macau-Europa, Bernardo Mendia, na qualidade de secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, e ainda Rodrigo Brum, que deixou o Fórum Macau há uns anos para fundar a Câmara de Comércio e Indústria dos Países de Língua Portuguesa na Grande Baía de Guangdong, Hong Kong e Macau (China). “Estamos com boas dinâmicas em curso. Espero que prossigam, pois não é cedo”, remata.

A palestra de hoje começa às 18h30 e integra-se no ciclo “Roda de Ideias” promovido pela FRC. Sandro Mendonça está de regresso a Macau depois de, em Abril, ter falado, também na FRC, sobre “A Mudança nas Comunicações: Do 5G à IA através das Plataformas Digitais”.

América Latina | MNE de três países de visita à China

As visitas à China esta semana dos chefes da diplomacia da Argentina, Peru e Bolívia “vão dar um bom impulso” às relações entre Pequim e a América Latina, afirmou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que as viagens dos ministros da Argentina, Peru e Bolívia, Diana Mondino, Javier González-Olaechea e Celinda Sosa, respectivamente, “vão abranger uma vasta gama de questões”, incluindo “relações bilaterais e questões de interesse mútuo a nível internacional e regional”.

“As relações entre a China e estas nações registaram um crescimento constante nos últimos anos, caracterizado por uma confiança e colaboração crescentes”, afirmou Lin. O porta-voz mostrou-se confiante de que as reuniões vão contribuir significativamente para o desenvolvimento futuro das relações entre a China e a América Latina: “Continuaremos a reforçar a unidade e a cooperação com os países latino-americanos”, afirmou.

Mondino, González-Olaechea e Sosa iniciaram as suas respectivas visitas oficiais no domingo. Lin acrescentou que os três ministros dos Negócios Estrangeiros vão reunir-se com o seu homólogo chinês, Wang Yi, que já teve um encontro, este domingo, com o chefe da diplomacia boliviana, com quem reafirmou a “amizade tradicional” que une os seus países.

A visita de Mondino, acompanhado por uma delegação de autoridades económicas do país, incluindo o presidente do Banco Central, Santiago Bausili, e o secretário das Finanças, Pablo Quirno, surge num momento particularmente importante para as relações bilaterais, uma vez que Buenos Aires procura abordar o acordo de troca de divisas com Pequim.

Para além deste mecanismo que permite à Argentina pagar as importações da China na moeda chinesa, o yuan, e não em dólares, a viagem do Ministro dos Negócios Estrangeiros argentino tem como objectivo reforçar a cooperação no sector do lítio e atrair o investimento chinês para obras públicas.

Paris | Xi reúne com Macron a 6 e 7 de Maio

O Presidente chinês, Xi Jinping, tem prevista uma visita de Estado a França, a 06 e 07 de Maio, para discutir a guerra na Ucrânia com Emmanuel Macron.

“Esta visita tem lugar por ocasião do 60.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países e ocorre na sequência da visita do Presidente a Pequim e Cantão em Abril de 2023”, afirmou o Palácio do Eliseu num comunicado de imprensa.

“Os contactos vão concentrar-se nas crises internacionais, nomeadamente a guerra na Ucrânia e na situação no Médio Oriente, nas questões comerciais, na cooperação científica, cultural e desportiva, bem como nas nossas ações comuns para enfrentar os desafios globais, em particular a emergência climática, a proteção da biodiversidade e a situação financeira dos países mais vulneráveis”, acrescentou a Presidência francesa em comunicado.

No ano passado, na República Popular da China, Emmanuel Macron apelou a Xi Jinping para “chamar a Rússia à razão” relativamente à Ucrânia “e para que todos regressem à mesa das negociações”.

O Presidente chinês disse na altura que estava pronto para contactar o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, de acordo com a delegação francesa. O contacto telefónico teve lugar pouco tempo depois, mas os progressos diplomáticos esperados por Paris na frente russo-ucraniana não evoluíram.

Segundo a Agência France Presse (AFP), um ano depois, a “análise francesa não mudou”: Pequim continua a ser o principal aliado político e económico de Moscovo e o diálogo com a superpotência chinesa sobre o conflito ucraniano continua a ser uma prioridade.

“Temos de continuar a envolver a China, que é objectivamente o actor internacional com maior influência para mudar a mentalidade de Moscovo”, disse uma fonte diplomática francesa a AFP, reconhecendo, no entanto, que não se pode esperar uma grande mudança “de um dia para o outro”.

Canais abertos

Apelando a uma solução de paz, as autoridades chinesas nunca condenaram a invasão russa. O Presidente russo Vladimir Putin deve visitar a República Popular da China em Maio.

“Com esta visita, a França demonstra que é um dos poucos países do mundo capaz de manter canais de discussão a todos os níveis com a segunda maior economia do mundo, a China, numa altura em que as relações com os Estados Unidos e o Reino Unido são tensas. Trata-se de uma mais-valia única para a França”, acrescentou a mesma fonte diplomática.

Em meados de Abril, o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu ao Presidente Xi Jinping, em Pequim, para pressionar Moscovo a parar a “campanha sem sentido” na Ucrânia, afirmando simultaneamente o apoio germano-chinês a uma conferência de paz em Junho na Suíça.

Na semana passada, o líder chinês recebeu também o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, a quem pediu que os Estados Unidos “sejam parceiros e não rivais”. O secretário de Estado norte-americano disse ter manifestado a Pequim preocupações relativamente ao apoio dado à Rússia, afirmando que a invasão da Ucrânia seria “mais difícil” sem o apoio de Pequim.

Esta visita a França marca o início da primeira deslocação de Xi Jinping à Europa desde a pandemia de Covid-19. De acordo com a imprensa francesa, Xi Jinping vai visitar a Sérvia e a Hungria de 08 a 10 de Maio.

Declarações românticas

Recentemente, a imprensa de Hong Kong divulgou uma notícia especial. O comandante de uma companhia aérea polaca saiu do cockpit, apresentou-se através dos altifalantes e anunciou o seguinte “Neste voo está alguém muito especial. Senhoras e senhores, há cerca de um ano e meio, conheci neste trabalho a pessoa mais incrível e isso mudou a minha vida”. Antes de iluminar com um sorriso os olhos marejados de lágrimas, apoiou um joelho no chão em frente a uma das hospedeiras e declarou:

“És o meu maior tesouro e tornas os meus sonhos realidade. Aceitas casar comigo?”

Esta breve e sincera declaração fez a hospedeira sorrir de felicidade e, de seguida, aceitou o pedido com um aceno de consentimento. Nesse momento, enquanto os passageiros iam aplaudindo, a hospedeira lançou-se nos braços do comandante e disse a palavra sacramental: “Aceito”.

Depois da entrega do anel, os dois beijaram-se enquanto os passageiros aplaudiam e os abençoavam. Os que estavam sentados mais longe perguntaram em voz alta,

“Ela aceitou?”

E o comandante gritou feliz, “Aceitou!”

Depois revelou que se tinham conhecido num voo para a cidade de Karkow, por isso tinha decidido pedi-la em casamento no mesmo voo.

Circulam na Internet pedidos de casamento surpreendentes, a saber: 10 declarações românticas, que incluem aventura, parques temáticos, viagens, estadias à beira-mar, concertos, estadias em casas normais, vídeos para memória futura, pedidos do porta-bagagens e pedidos no local do primeiro encontro. O pedido de casamento do comandante seguiu este último modelo – no local do primeiro encontro.

Como o nome indica, estes pedidos não são difíceis de entender. Mas o pedido no porta-bagagens é muito especial. Quando o noivo abre a bagageira, saem lá de dentro, em direcção às alturas, enormes quantidades de balões e simultaneamente surge um enorme bouquet de rosas encimado pelo anel de noivado.

A proposta da bagageira torna indispensável a existência de um carro, de um bolo, balões, rosas e de um anel de noivado. Se juntarmos a tudo isto uma bela declaração e canções, e mais importante do que tudo – dois corações sinceros, teremos sem dúvida o pedido de casamento perfeito.

Para já, não sabemos o que o futuro reserva à hospedeira e ao comandante depois do casamento. A taxa de divórcios em Hong Kong e em Macau tem sido alta nos últimos anos. Depois das felizes cerimónias de noivado, acontecem sempre muito divórcios desagradáveis. Quer se trate de um conflito mais grave ou de incompatibilidades da forma de estar, os casais ficarão frustrados se não falarem um com o outro depois de cada discussão, facto que pode dar origem a um divórcio.

Porque é que estes problemas, que não existiam durante o namoro, surgem depois do casamento? Muitos especialistas matrimoniais assinalaram que o namoro é romântico porque tanto o homem como a mulher querem passar momentos felizes um com o outro, e não olham muito a despesas para o conseguir. Mas depois do casamento, a vida em comum comporta muitas despesas. Se um casal tiver de pagar a prestação da casa educar os filhos, fica sujeito a grandes pressões.

Como havemos de solucionar os conflitos, as incompatibilidades e a pressão no matrimónio? A forma mais eficaz é ter sempre em mente que a outra pessoa é o mais importante. Os casais que têm este pensamento presente são como a letra de uma velha canção de Hong Kong: “Se for feliz contigo, tudo me satisfará, o peixe salgado e a couve também me vão saber muito bem.”

O pedido de casamento perfeito vai ajudar os namorados a unirem as suas vidas, mas para manter uma união durável, os corações de ambos têm de estar envolvidos. Só amando-se um ao outro do fundo do coração podem envelhecer juntos. Se os namorados compreenderem esta verdade quando fazem a declaração perfeita, o seu casamente vai seguramente durar.

Se as palavras finais da coluna de hoje fossem duas frases que eu dirigiria à minha mulher iriam os meus leitores aplaudir e gritar por mim?

“Querida, eu amo-te. Sou feliz contigo. Estou satisfeito com tudo. Comes peixe salgado e couves comigo todos os dias?”

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

Publicado livro sobre o II Raide Macau-Lisboa de 1990

Foi finalmente editado o livro que recorda o II Raide Macau-Lisboa de 1990, uma viagem protagonizada por dez amantes do todo-o-terreno e aventura que decidiram fazer um percurso terrestre entre Macau e Lisboa, atravessando vários países da Ásia e Europa, apenas com jipes. A obra, que começou a ser preparada em 2021, tem 300 páginas escritas e traduzidas em quatro línguas. A edição está a cargo da Jetsetter Ltd, de Hong Kong, estando previsto um lançamento também em Macau, ainda não confirmado.

Segundo disse ao HM Joaquim Correia, um dos tripulantes do Raide e co-mentor deste livro, esta obra tem algumas alterações face ao projecto inicial, incluindo mais fotografias e textos, alguns deles de Joaquim Magalhães de Castro, autor, cronista de viagens e investigador independente sobre a presença portuguesa no sudeste asiático.

Além disso, o livro conta com posfácio do jornalista João Figueira, que viveu em Macau entre 1988 e 1992. O texto, divulgado na página oficial de Facebook sobre o livro, tem como título “A teimosia dos 10 gloriosos ‘malucos’ de todo-o-terreno'”, grupo que “inscreveu na história das grandes viagens de todo-o-terreno uma epopeia de 50 dias, desde Macau a Lisboa”.

Em 1990, este grupo percorreu 22 mil quilómetros entre a Ásia e Europa, tendo atravessado dois desertos e convivido “com as manifestações que então animavam Moscovo no tempo da Perestroika”. Os tripulantes tiveram ainda de aguentar “temperaturas próximas dos 50 graus”.

“Ter vencido esses entraves foi o primeiro sinal à navegação de que aquele grupo não desistia facilmente, era mais do género quebrar que torcer. Se havia loucura no empreendimento, este precisava de uma teimosia de aço bem temperado para ser bem-sucedido”, recorda João Figueira no posfácio.

Do texto à BD

A edição desta obra foi sendo sucessivamente adiada devido à pandemia. Contudo, esta viagem já deu origem a um livro de banda desenhada, “II Raide Macau-Lisboa: Da China a Portugal pela Rota Proibida”, entretanto lançado com o apoio da Fundação Oriente.

A viagem do II Raide, realizada dois anos depois do I Raide, partiu do Jardim Camões a 27 de Julho de 1990, tendo terminado a 13 de Setembro desse ano na Torre de Belém em Lisboa. Foram percorridos quase 22 mil quilómetros a uma velocidade média de condução de cerca de 55 quilómetros por hora. O II Raide Macau-Lisboa pretendeu ser “um abraço entre culturas”, integrado nas comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos portugueses.

Além de Joaquim Correia, então bibliotecário na Universidade de Macau, a viagem foi feita por Mário Sin, ex-presidente do Automóvel Clube de Macau; António Calado, então técnico do Instituto de Desportos de Macau e posteriormente dos Serviços de Educação; Fernando Silva, médico; e António Teixeira, mecânico do Grande Prémio de Macau.

Jazz | Dia Internacional celebrado hoje com bandas, músicos e dj’s

O Dia Internacional do Jazz celebra-se hoje em Macau com uma jam session que reúne bandas, músicos e dj’s locais. A partir das 21h, e com o apoio de várias entidades, incluindo o Clube de Jazz de Macau, tocam e cantam na Red House Macau os The Hot Dog Express, The Bridge, Jandira Silva, Miguel Falé, Rachel Lau, Dj Herbie Bangkok e Dj IDego

 

Definido em 2011 pela UNESCO, o Dia Internacional do Jazz celebra-se um pouco por todo o mundo e Macau não é excepção. Assim, com a organização da associação None of Your Business e apoio do Clube de Jazz de Macau e mais quatro entidades, celebra-se hoje em Macau o Dia Internacional do Jazz na Red House Macau, no empreendimento The Ascott, na Rua Cidade de Braga.

A partir das 21h, o público pode esperar uma jam session com os nomes habituais da cena do jazz local, nomeadamente a cantora brasileira Jandira Silva, presença comum em eventos de Bossa Nova e Jazz no território, sem esquecer o Festival da Lusofonia. Na voz, destaca-se ainda a presença da cantora local Rachel Lau, bem como o músico Miguel Falé.

O cartaz de hoje não poderia ignorar os The Bridge, banda que toca em Macau desde os anos 80 e que se assume como um grupo de “músicos de várias nacionalidades e amantes do jazz”, focado nos vários estilos que este género musical pode assumir. Os The Bridge têm sido presença habitual nos vários eventos de jazz que já decorreram no território.

Destaque ainda para um grupo mais contemporâneo como é o caso dos The Hot Dog Express, formado por Ivan Piñeda no baixo, Paulo Pereira no saxofone, Miguel Noronha na guitarra, Ari Calangi na percussão, Jacob Jaggers no teclado e Mario Venditti na bateria. Numa clara referência ao grande músico de jazz Herbie Hancock, o Dj Herbie Bangkok irá passar som mais para o final da noite, sem esquecer o Dj IDego.

Numa nota divulgada nas redes sociais, os None of Your Business referem que esta noite será uma mescla de “música, criatividade e unidade”, pretendendo-se lembrar “o impacto do jazz na cultura, paz e liberdade com entusiastas em todo o mundo”.

A ideia é fazer “história em conjunto” para honrar “o legado do jazz e o seu futuro”, sempre em nome da “harmonia global e expressão”

Celebrações mundiais

Este ano a cidade acolhedora do Dia Internacional do Jazz é Tânger, em Marrocos, apesar de qualquer lugar do mundo poder inscrever o seu evento nesta iniciativa. Em Taiwan, celebra-se o dia com um concerto dos Vincent Hsu e Soy La Ley Afro Cuban Jazz Band, enquanto em Nanjing decorre a “Manhã do Jazz” na escola Basis International School Nanjing, onde estudantes e docentes vão actuar num coro e numa performance com várias bandas.

Em Xangai, cidade chinesa do jazz por excelência, decorrem dois eventos distintos. Um deles, é um concerto agendado para hoje a partir das 19h com a JZ All Star Big Band, grupo formado em 2006 e que se apresenta como um dos mais importantes da cena do jazz de toda a China. O grupo já colaborou com artistas como Dee Dee Bridgewater, John Daversa, Cui Jian, Li Quan, Shunza e Coco Zhao, além de ter marcado presença em inúmeros festivais de música e concertos. Este espectáculo acontece no JZ Club.

Também no JZ Club, actuam os 梦中大力神Dream Hercules, a partir das 22h. Trata-se de um grupo formado pelo baixista Ren Yuqing, o pianista Huang Jianyi, o trompetista Li Xiaochuan, e ainda Alec Haacik e Bao Junrui no saxofone. Esta banda inclui ainda o baterista Shen Wanghao e o percussionista Toby Senior.

Na China, o Dia Internacional do Jazz celebra-se ainda em Zhongshan com os Old Street Jazz, e também em Shenzhen, no Penny Black Jazz Club, com o evento ” Jazz – The Global Harmony of Love”.

Foi em Novembro de 2011 que a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) estabeleceu o Dia Internacional do Jazz a 30 de Abril a fim de “potenciar o jazz e o seu papel diplomático na união de pessoas em todos os cantos do mundo”.

A UNESCO aponta que este dia “reúne comunidades, escolas, artistas, historiadores, académicos e entusiastas do jazz a fim de celebrar e aprender sobre o jazz e as suas raízes, futuro e impacto”. A ideia é também “aumentar a consciência para a necessidade de um diálogo intercultural e compreensão mútua”, além de “reforçar a cooperação internacional e comunicação”.

Assim sendo, todos os anos, a 30 de Abril “esta forma de arte internacional é reconhecida por promover a paz, o diálogo entre culturas, a diversidade e o respeito pelos direitos humanos e a dignidade humana”. Celebrando-se o jazz apoia-se também “a erradicação da discriminação, a igualdade de género e a promoção da liberdade de expressão”, descreve ainda a UNESCO.

Pequim volta a autorizar viagens para Taiwan a partir da província de Fujian

A China anunciou no domingo que vai voltar a permitir residentes da província de Fujian a visitar Taiwan, visando estimular a interacção e atenuar a tensão entre os dois lados do Estreito da Formosa.

A medida, que entra em vigor na quinta-feira, vai permitir que residentes de Fujian visitem as ilhas Matsu, controladas por Taiwan, por motivos de turismo e negócios. Numa segunda fase, vão ser autorizadas viagens de grupo a outras partes de Taiwan, informou o Ministério da Cultura e do Turismo chinês, no domingo.

O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Governo chinês, Zhu Fenglian, instou Taiwan, no mesmo dia, a considerar os interesses do público e das companhias turísticas de ambos os lados do Estreito para retomar todos os voos directos e viagens marítimas o mais rapidamente possível.

“Apesar do regresso parcial das rotas aéreas e marítimas directas no ano passado, após a China levantar as restrições relativas à covid-19, as opções de voos continuam a ser limitadas e os serviços marítimos directos de passageiros ainda não foram retomados”, afirmou Zhu.

A Administração Geral das Alfândegas da China também anunciou no domingo que vai aprovar a importação de toranja e outros produtos agrícolas e de pesca de Taiwan, desde que cumpram os requisitos do continente chinês.

Em resposta à retoma do turismo entre Fujian e Matsu, o Conselho de Taiwan para os Assuntos Continentais – organismo responsável pelas relações com a China – criticou a decisão das autoridades de Pequim de “reduzir grosseiramente os objectivos iniciais” do plano de intercâmbio turístico entre os dois lados do Estreito.

“Apenas os residentes de Fujian estão autorizados a visitar Matsu, mas não Kinmen e Penghu”, declarou o organismo num comunicado, no qual sublinhou ainda que os princípios chineses de “abertura recíproca” do turismo não estão a ser respeitados.

O ministro do Interior de Taiwan, Lin Yu-chang, afirmou que “os intercâmbios equitativos” entre as duas margens do estreito são uma “expectativa e um consenso partilhados” pelo povo taiwanês, mas que esses intercâmbios, acrescentou, devem ser “sem condições prévias ou considerações políticas”.

Resultados imediatos

A abertura das exportações agrícolas e da pesca e a retoma das viagens entre Fujian e Matsu coincidiram com uma viagem à China de um grupo de deputados do Kuomintang (KMT), o principal partido da oposição de Taiwan.

Liderado por Fu Kun-chi, líder do grupo do KMT no Yuan Legislativo (parlamento taiwanês), o grupo de dezassete deputados reuniu-se com Wang Huning, presidente da Conferência Consultiva do Povo Chinês, e Song Tao, director do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, no sábado.

“Somos todos chineses e pertencemos à mesma família”, afirmou Wang durante a reunião. Após regressar a Taipé, Fu afirmou que, depois da “maratona de conversações” e da “coordenação constante” entre o KMT e as autoridades de Pequim, “registaram-se melhorias extraordinárias no turismo e na [exportação de] produtos agrícolas”.

“Após o distanciamento dos últimos oito anos, é possível obter resultados frutuosos num curto espaço de tempo. É claro que isto é apenas o início e vamos continuar a trabalhar arduamente”, afirmou o deputado da oposição, segundo a agência noticiosa estatal CNA.

BMW | Investimento de mais 2.572 ME em renovações em Shenyang

O fabricante automóvel alemão BMW vai fazer um investimento adicional de 20.000 milhões de yuan para renovar a sua fábrica na cidade de Shenyang, no nordeste da China. Este montante destina-se à renovação em “grande escala” da fábrica da BMW em Dadong e à inovação tecnológica para lançar as bases para a produção localizada dos seus modelos de próxima geração na China, noticiou ontem o diário económico Yicai.

No ano passado, a BMW indicou que iria iniciar a produção de veículos eléctricos da próxima geração em Shenyang, em 2026, e investir 10.000 milhões de yuan para construir uma fábrica de baterias. O novo plano de investimento faz ainda sobressair a China como “núcleo” da estratégia da BMW para veículos inteligentes conectados, disse o presidente do grupo BMW, Oliver Zipse, na cerimónia de assinatura com o governo local.

O líder da BMW também acompanhou o chanceler alemão Olaf Scholz na sua visita à China no início deste mês, antes da qual afirmou que a BMW está confiante nas perspectivas económicas chinesas e tenciona aumentar o seu investimento no país, tendo na ocasião referido ainda que o desenvolvimento ecológico é uma “oportunidade” para Pequim e Berlim aprofundarem os seus laços.

As vendas da BMW na China aumentaram 4,2 por cento no ano passado para 824.932 unidades, representando cerca de um terço do total mundial.

Tesla | PM considera empresa “exemplo de sucesso” na cooperação com EUA

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse no domingo ao chefe da Tesla, Elon Musk, que a presença da empresa norte-americana no país é um “exemplo de sucesso da cooperação económica e comercial”.

Musk, que esteve em Pequim para participar no 18.º Salão do Automóvel da China, disse que a fábrica da Tesla em Xangai, a “capital” económica do país, apresenta o melhor desempenho entre as instalações da empresa em todo o mundo “graças ao trabalho árduo e à sabedoria da equipa chinesa”, segundo a empresa estatal.

Inaugurada em 2019, a fábrica produziu mais de 710.000 veículos só em 2022, muitos dos quais fazem parte dos 1,7 milhões de carros vendidos pela Tesla na China desde que entrou no mercado chinês há uma década.

“É bom ver o progresso dos veículos eléctricos na China. Todos os carros vão ser eléctricos no futuro”, disse Musk, num vídeo publicado nas redes sociais por um utilizador afiliado à imprensa oficial do país asiático. A visita surpresa de Musk a Pequim suscitou expectativas sobre a possível aprovação pela China da tecnologia de condução autónoma da Tesla.

A empresa norte-americana pode oferecer piloto automático e condução autónoma supervisionada no país asiático, o que seria um grande passo em frente para a indústria automóvel chinesa, embora este não tenha sido o tema da conversa na reunião com o primeiro-ministro.

Estrada para andar

O Salão Automóvel de Pequim, que decorre entre 25 de Abril e 4 de Maio, assistiu à apresentação de 278 novos modelos de automóveis movidos a novas energias, o que reflecte o crescente interesse da China por este tipo de veículos.

A Tesla enfrenta assim concorrência crescente dos fabricantes locais de veículos eléctricos, incluindo a BYD, Xpeng e Nio. Também o grupo tecnológico chinês Xiaomi entrou este mês no sector com o modelo SU7.

Para manter a posição dominante no mercado chinês, a Tesla anunciou reduções de preços até 6 por cento em alguns dos seus modelos. A empresa pretende também construir uma nova fábrica em Xangai para fabricar Megapack, baterias de grande capacidade para armazenamento de energia, com uma capacidade de produção de cerca de 10 mil unidades por ano.

Hotelaria | Quase 3,8 milhões de hóspedes no primeiro trimestre

Os hotéis de Macau receberam mais de 3,7 milhões de hóspedes no primeiro trimestre do ano, volume que representou uma subida de 39,7 por cento em termos anuais e mais 8,4 por cento comparativamente a igual trimestre de 2019, foi ontem anunciado.

Entre Janeiro e Março, o território contava 141 estabelecimentos hoteleiros, mais 15 do que no mesmo período do ano passado, que disponibilizaram 47 mil quartos, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No trimestre em análise, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros fixou-se em 84,8 por cento, subindo 9,9 pontos percentuais, em termos anuais, indicou a DSEC na mesma nota.

Do total de 3.779.000 de hóspedes em Macau, 2,8 milhões são oriundos da China, ou mais 40,1 por cento, em termos anuais, enquanto os de Hong Kong (460 mil), Taiwan (89 mil) e Coreia do Sul (80 mil) subiram 0,8, 180,7 e 789 por cento, respectivamente.

No mês de Março, os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 1.235.000 indivíduos, mais 26,3 por cento, face ao mesmo mês de 2023, numa taxa de ocupação média dos quartos de 83,5 por cento, mais 6,4 pontos percentuais, relativamente ao mesmo mês do ano passado.

No primeiro trimestre deste ano, o número de entradas de visitantes que chegaram em excursões a Macau foi de 482 mil, mais 329,9 por cento, em termos anuais, referiu a DSEC. A região administrativa especial chinesa registou a entrada de mais de 8,8 milhões de visitantes no primeiro trimestre do ano, mais 79,4 por cento face ao período homólogo de 2023.

Gripe A | Governo apela à vacinação após aumento de infecções

A partir de meados de Março, os Serviços de Saúde registaram um aumento significativo dos casos de gripe no território, em especial afectando adultos. O vírus da influenza A do subtipo H1 é o mais prevalente, representando quase 84 por cento das infecções. Face a este cenário, o Governo aconselha a população a vacinar-se, em especial os grupos de risco

 

“Os Serviços de Saúde afirmam que de acordo com os dados de monitorização, actualmente, as doenças gripais em Macau ainda estão activas, pelo que apelam aos cidadãos para reforçarem a prevenção”, indicaram ontem as autoridades de saúde.

De acordo com os dados da monitorização hospitalar das doenças gripais, a partir da segunda quinzena de Março, o número de doentes adultos com gripe aumentou significativamente. O aumento das infecções levou à maior procura dos serviços de urgência, com o pico de movimento a ser atingido a meio de Abril. Nesse período, 7,5 por cento dos utentes adultos que foram às urgências tinha gripe, enquanto nas crianças a percentagem atingiu os 30,1 por cento.

Em relação à taxa de positividade dos testes do vírus influenza, as autoridades dão conta de um aumento para 14,9 por cento na segunda quinzena de Abril, face à taxa de 9,5 por cento no mesmo período do mês passado. Variação que leva os Serviços de Saúde a concluírem que “o vírus ainda se encontra numa situação epidemiológica activa”.

A fruta da época

Neste momento, as autoridades indicam que o vírus da influenza A do subtipo H1 é o mais prevalente, responsável por 83,9 por cento das infecções, seguido do vírus da influenza A de subtipo H3 (8,1 por cento), do vírus da influenza B com 6,4 por cento e o vírus da influenza sem partição (1,6 por cento). Os outros vírus respiratórios detectados são enterovírus ou rinovírus, adenovírus, acrescenta o Governo.

Outro factor que demonstra ao aumento da circulação dos vírus da gripe, foi o número de infecções colectivas, principalmente em creches, instituições de ensino infantil e escolas primárias, que quase duplicou na semana de 14 a 20 de Abril, face ao mesmo período de Março, de 14 casos para 27 casos colectivos de infecção.

Além disso, as autoridades revelaram que na passada sexta-feira, um idoso de 79 anos faleceu infectado com gripe A.

Desde Janeiro até à passada sexta-feira, foram registados 63 casos graves de gripe com pneumonia (quatro casos mortais), 32 do sexo masculino e 31 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 2 e os 99 anos, dos quais apenas 23 pessoas foram vacinadas.

Como tal, os Serviços de Saúde aconselham os “residentes que ainda não foram vacinados contra a gripe, em particular, as grávidas, crianças, idosos e doentes crónicos” a se vacinarem, uma vez que estão “mais susceptíveis a complicações graves ou a morte”.

Contrabando | Zhuhai “aponta dedo” a TNR e jovens

A Procuradoria Popular da Cidade de Zhuhai afirmou que trabalhadores não-residentes de Macau e estudantes de escolas do território são os principais grupos envolvidos em contrabando. As autoridades indicaram também que este tipo de crime aumentou exponencialmente desde 2019

 

A Procuradoria Popular da Cidade de Zhuhai publicou um livro branco sobre contrabando, cujo conteúdo foi apresentado em conferência de imprensa no domingo. Na ocasião, as autoridades indicaram que os trabalhadores não-residentes (TNR) empregados em Macau e os alunos das escolas do território são os principais grupos detectados a passar contrabando pela fronteira.

“Descobrimos que as zonas activas dos grupos de contrabando se focam principalmente nas vias, lojas, bairros, habitações para arrendamento e lojas de distribuições nas proximidades dos postos fronteiriços, os TNR e alunos são um destaque nos grupos de contrabando,” revelou He Yajun, representante da procuradoria.

Importa referir que tanto no lado de Macau, nas imediações das Portas do Cerco, como do lado de Zhuhai, existem lojas e quiosques que vendem produtos para ser transportados através da fronteira. Ao lado dos preços dos produtos está sinalizado o valor da recompensa e o número da loja do centro comercial de Gongbei que irá comprar o produto.

É também presença constante no centro comercial adjacente ao posto de Gongbei, comerciantes que fazem troca de moeda em lojas que vendem produtos de mercearia, com o som das máquinas de contar dinheiro a fazerem parte da paisagem sonora.

Apesar desta realidade à vista desarmada, o representante da procuradoria da cidade vizinha sublinhou a necessidade de reforçar a coordenação interdepartamental em pesquisa e julgamento de inteligência, gestão e controlo de pessoal, investigações conjuntas e divulgação da lei.

Oh Elvas, oh Elvas

Mesmo face à existência de lojas que vendem e compram os produtos que atravessam a fronteira, as autoridades indicaram que é difícil desvendar crimes de contrabando, porque as associações criminosas usam a internet e aplicações de chat para organizarem a actividade.

As autoridades da cidade vizinha revelaram que, nos últimos cinco anos, o contrabando tornou-se muito mais frequente, com 1.299 casos detectados, que resultaram na acusação a 2.346 pessoas que terão entrado na China com produtos proibidos.

Desde a pandemia até à actualidade, os casos de contrabando passaram de 57 em 2019 para 381 no ano passado, enquanto as pessoas envolvidas passaram de 99 em 2019 para 516 em 2023. Também o contrabando através de embarcações mais que duplicou nos períodos em análise, passando de 20 para 46 casos no ano transacto.

Também nos últimos cinco anos, a Procuradoria Popular da Cidade de Zhuhai processou 37 casos de lavagem de dinheiro de montantes apurados por redes de contrabando.

Emprego | Ho Iat Seng garante acesso prioritário de residentes

“O Governo da RAEM continuará, como sempre, a garantir plenamente o direito dos residentes locais ao acesso prioritário ao emprego, implementar rigorosamente a «Lei da contratação de trabalhadores não residentes» e reforçar o combate ao emprego ilegal”, prometeu ontem o Chefe do Executivo na recepção à Federação das Associações dos Operários de Macau, por ocasião da Celebração do Dia Internacional do Trabalhador.

A efeméride era um dos marcos incontornáveis da agenda política da RAEM, com um desfile de organizações de defesa dos trabalhadores, que nunca mais se realizou desde a pandemia.

No discurso de ontem, Ho Iat Seng recordou que no passado dia 12 de Abril, a Assembleia Legislativa aprovou a lei sindical, um acontecimento que o líder do Governo indicou representar “um fruto relevante e de significado positivo do desenvolvimento do Estado de Direito em Macau”. Recorde-se que a lei não regula o direito à greve, não permite a negociação colectiva e condiciona fortemente a adesão a entidades internacionais de defesa dos direitos dos trabalhadores.

Em relação à situação económica, Ho Iat Seng afirmou que “as perspectivas do desenvolvimento de Macau são muito promissoras, repletas de vitalidade, dinamismo e potencialidades de desenvolvimento económico”. Neste capítulo, garantiu que o Governo irá “melhorar o ambiente de negócios, apoiar as pequenas e médias empresas a assegurar a continuidade dos seus negócios, e reforçar a garantia de regalias aos trabalhadores com rendimentos relativamente baixos”.

JP Morgan | Novas políticas de vistos vão ajudar jogo de massas

O banco de investimento considera as medidas “presentes surpreendentes da pátria” e acredita que vão ter um impacto “significativo” para o sector do jogo

 

A JP Morgan Securities (Asia Pacific) acredita que as novas políticas de vistos do Interior para Macau podem ter um impacto “significativo” para a indústria do jogo. A análise às medidas que entram em vigor a 6 de Maio faz parte de um relatório divulgado ontem pelo banco de investimento e citado pelo portal GGR Asia.

Segundo o relatório, o banco de investimento encara as novas políticas como “presentes surpreendentes da pátria” para Macau. Além disso, a JP Morgan destaca como medidas que podem ter “um impacto significativo para a indústria do jogo”, o facto de os residentes das 20 maiores cidades no Interior poderem tratar dos vistos para a RAEM online, e dos grupos turísticos passarem a ter direito a entradas múltiplas para circularem entre Hengqin e Macau.

A correctora indica ainda que as medidas “podem ajudar a atrair mais visitantes a Macau […] e ajudar a recuperação algo lenta no segmento de massas”. Todavia, os analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li destacam que talvez o aspecto mais importante seja simbólico, de um forte apoio do Interior à economia da Macau.

“Talvez, o mais importante seja que estas notícias, assim como o anúncio de há dois meses sobre a expansão do visto de visitas individuais, sugerem que o Interior está a apoiar totalmente a economia de Macau e a indústria do turismo/lazer”, é justificado. “Não seria uma surpresa se a procura pelo jogo do Interior ficasse cada vez mais circunscrita a Macau”, é acrescentado.

Aplausos gerais

Após o anúncio, as medidas foram elogiadas pelas várias associações tradicionais, como acontece sempre que o Governo Central divulga novas medidas para Macau.

Chui Sai Cheong, presidente da Associação Comercial de Macau, destacou que com as novas medidas “a maior parte dos residentes e da comunidade empresarial se sente inspirada”. O dirigente apelou ainda à comunidade que se prepare para “aproveitar as oportunidades” e “diversificar a economia”.

Por sua vez, Si Ka Lon, deputado e presidente da “Guangdong e Macau Federação da Indústria e Comércio”, defendeu que esta é uma boa oportunidade para o território, mas que é necessário criar mais elementos turístico, para que haja mais consumo.

Ma Chi Seng, deputado, considerou que as medidas “mostram o forte apoio ao desenvolvimento de Macau”, e que resultaram do trabalho “activo” do Chefe do Executivo e do Governo na promoção da diversificação da economia.

Ma indicou também que a política de facilitação de vistos poderá proporcionar “um amplo espaço” para que Macau e o Interior da China, reforcem o intercâmbio de quadros qualificados desportivos e organizem conjuntamente uma variedade de actividades desportivas, ajudando Macau a construir uma “cidade de Desporto”.

Mais fácil

A partir de 6 de Maio, data em que passam a estar em vigor as novas medidas, a validade dos vistos de negócios para cidadãos chineses entrarem em Macau e Hong Kong são alargados dos actuais sete dias para 14 dias.

Nesse dia, também é implementada a possibilidade de requerer online pedidos de documentos de passaporte, salvo-conduto em 20 cidades (Pequim, Tianjin, Shenyang, Harbin, Xangai, Nanjing, Hangzhou, Ningbo, Hefei, Xiamen, Jinan, Qingdao, Zhengzhou, Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Chongqing, Chengdu, Kunming e Xi’an).

Com a perspectiva de facilitar o intercâmbio profissional, as autoridades nacionais vão passar a permitir que pessoas oriundas de Pequim e Xangai que pertençam a seis sectores-chave obtenham vistos para permanecer em Macau e Hong Kong até 30 dias, durante um período de validade entre um e cinco anos, com entradas múltiplas. Estes vistos são destinados a talentos de pesquisa científica, cultura e educação, saúde, sector jurídico e gestão.