EUA | Alta diplomata visita Taiwan após críticas de Trump à ilha Hoje Macau - 30 Out 2024 A representação dos Estados Unidos em Taiwan anunciou ontem a visita de uma diplomata de alto nível ao território, depois de o candidato presidencial republicano, Donald Trump, ter reiterado recentemente críticas a Taipé. Em comunicado, o American Institute in Taiwan (AIT) afirmou que Ingrid Larson, directora-geral do escritório do AIT em Washington, vai estar em Taiwan até 1 de Novembro, como parte do “forte compromisso dos EUA com Taiwan e para fazer avançar a crescente parceria EUA-Taiwan”. “Durante a sua visita a Taiwan, [Larson] discutirá a colaboração contínua entre os EUA e Taiwan em questões de interesse mútuo, como a segurança regional, o comércio e o investimento mutuamente benéficos e os laços educacionais, culturais e interpessoais”, indicou a agência. A visita surge depois de Trump ter reiterado ataques a Taiwan na sexta-feira, afirmando que a ilha roubou a indústria de semicondutores dos EUA e que deveria pagar a Washington pela sua defesa. “Taiwan roubou-nos a nossa indústria de ‘chips’. Querem protecção, mas não nos pagam para isso. A máfia faz-nos pagar dinheiro”, disse Trump, durante uma conversa com um conhecido apresentador norte-americano.
Ucrânia | Tropas norte-coreanas enviadas para a frente de batalha, diz Seul Hoje Macau - 30 Out 2024 O Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul disse ontem ter indicações de que algumas tropas norte-coreanas podem estar já a deslocar-se para combater na Ucrânia. “As transferências de tropas entre a Coreia do Norte e a Rússia estão em curso e estamos a estudar a possibilidade de que algum pessoal, incluindo generais militares, passe para a frente de batalha”, disse o NIS. O exército da Rússia está a ensinar aos norte-coreanos uma centena de termos na língua russa para tentar prevenir “problemas de comunicação”, acrescentou, citado pela agência de notícias pública sul-coreana Yonhap. “Acreditamos que um importante responsável de segurança russo envolvido no envio de tropas norte-coreanas estava a bordo do avião especial do governo russo que viajou entre Moscovo e Pyongyang nos dias 23 e 24 de Outubro”, disse o NIS, indicando que o objectivo da viagem seria coordenar o envio de tropas. A cooperação militar entre Moscovo e Pyongyang representa uma “ameaça significativa à segurança da comunidade internacional e pode representar um sério risco para a segurança” da Coreia do Sul, afirmou o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol. Na segunda-feira, o Departamento de Defesa norte-americano tinha anunciado que cerca de dez mil militares da Coreia do Norte foram enviados para treinar na Rússia e combater na Ucrânia nas próximas semanas. “Estamos cada vez mais preocupados com a intenção da Rússia de utilizar estes soldados em combate ou para apoiar operações de combate contra as forças ucranianas na região russa de Kursk”, disse a porta-voz do Pentágono aos jornalistas. Reverso da medalha Sabrina Singh lembrou que o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, já tinha avisado publicamente que, caso os soldados da Coreia do Norte fossem utilizados no campo de batalha, seriam considerados beligerantes e alvos legítimos, com sérias implicações para a segurança na região do Indo-Pacífico. Austin vai ter um encontro com os responsáveis da Defesa da Coreia do Sul no final desta semana no Pentágono, no qual se espera que seja discutido o uso de soldados norte-coreanos no conflito da Ucrânia. Também na segunda-feira, a NATO afirmou que algumas das tropas norte-coreanas já foram enviadas para a região fronteiriça de Kursk, onde a Rússia tem tentado repelir uma incursão ucraniana iniciada no Verão. Entretanto, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Choe Son-hui, partiu na segunda-feira para uma visita oficial à Rússia, disse a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, sem adiantar o motivo da deslocação.
Stultifera Navis Amélia Vieira - 30 Out 2024 Designar a loucura não é tarefa fácil, e muito menos está isenta de preconceito, a sua lata complexidade que ao longo do tempo também foi mudando, terá de nós humanos os tratados mais apaixonantes de que há memória. Falar dela é mencionar o parente comum que nos une, daí que toda a sua soberania que alguns ilustram, mais não seja que um alto grau da sua consciência. Parece quase um paradoxo, mas sim: a loucura tem consciência de si mesma. Reportando-nos a exemplos simples, aqueles que sempre nos parecem os mais lúcidos, tempo houve em que os loucos varridos não tinham nem hospitais, nem prisões, e a sociedade embarcava-os para lugares remotos, mas não muito distante ele se encontra de um país que só tinha “embarcadiços”: poder-se-á afirmar que eram os que estavam junto à costa, mas a costa tem também as costas largas, e o que se viu realmente é que se foram de facto quase todos nos embarques, ficando os mais bisonhos em terra firme produzindo de forma metódica graus de loucura que somente não foram navegáveis, havendo ainda uma estranha ideia que o movimento de um barco apazigua este mal. Que por estas e outras bandas, um louco era só um louco, e não um relapso, um judeu, um mouro, um cigano…era essa outra coisa, tendo a sociedade mansamente ordenada visto em muitos deles elos sagrados. Estavam fora do baralho, que hoje semanticamente apelidamos de ” caixa”. Todos nós temos ainda muito presente (mesmo que seja antigo) o monumental filme de Fellini – «E la nave va» – de sinopse rocambolesca, cenários eloquentes, onde o espanto de uma ópera flutuante nos segue ainda ao fundo como a mais alta instância da capacidade humana para gerar encanto, e de um romance anterior de Kaherine Anne Porter «A Nave dos Loucos», ou seja, nós reflectimos nestas capacidades artisticamente belas, seus enredos e discursos, que ninguém que não seja imensamente criativo poderá analisar, mas quando nos deparamos com Bosch, bem lá ao fundo deste tempo, conseguimos resolver de uma só vez a subliminar ofensa que a uns destrói e a muitos enaltece. A mais bonita sensação vem-nos ainda de que não falamos de uma Arca, mas de coisas mais tangíveis, como navios, composições flutuantes, barcas, com seres que enfrentam o martírio risível de se verem confinados a si mesmos. O plano de fuga só se deu através de um ostracismo caritativo que a partir do Dilúvio nos faz parecer a todos doidos. A mudança de percepção acabará por nos influenciar de forma esmagadora «Le bateu ivre» onde Rimbaud nos dá outra perspectiva daquilo que pode ser somente um estado de consciência alterado, e mesmo assim nos convida a entrar em sua matéria poética como taumaturgos. Esta experiência parece contudo quase imperceptível, que todos entrámos nos «Paraísos Artificiais» que pouco ou nada nos dizem da loucura total que habita cada um. Nostalgicamente nos dirá Foucault: “o barco da loucura não navega mais o rio, ficará atracado, retido e seguro, no hospital. Esta é a grande mudança: o embarque, a partir de então, será para um único lugar: o internamento. A desordem da nau dos loucos, encontrará o frio ordenamento do asilo”.
António Cabrita distinguido com Prémio Armando Baptista-Bastos Hoje Macau - 30 Out 2024 O romance “Se não quiseres amar agora no inverno, quando?”, de António Cabrita, venceu o Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, anunciou ontem a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, de Lisboa, que promove o galardão. Sobre a obra vencedora, que será publicada em Portugal no próximo ano, o júri realçou “a qualidade exímia” com que expõe “memórias de Lisboa [e] da sua periferia”. O prémio tem o valor pecuniário de 3.500 euros. A esta segunda edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, apresentaram-se 40 candidatos, dois deles oriundos do Brasil. O júri foi presidido pelo editor literário Manuel Alberto Valente, e constituído pelos escritores Dulce Maria Cardoso, Maria João Cantinho, José Ferreira Fernandes e Ricardo Gonçalves Dias, também vogal da Junta de Freguesia. António Cabrita, a viver em Moçambique desde 2005, foi jornalista durante 23 anos, tendo trabalhado no semanário Expresso, de 1988 a 2004. Literariamente, estreou-se em 1979, com a publicação de um livro de poesia, linha muito presente na sua obra, que reuniu pela primeira vez na coletânea “Arte Negra” (2000), seguindo-se títulos como “Abysmos da mão”. Ofício da escrita António Cabrita é também autor de guiões e argumentos, alguns em parceria, para séries documentais como “Mar das Índias”, de Miguel Portas e Helena Torres, e de filmes como “Eu Vi a Luz Num País Perdido” (1993), de António Escudeiro, “Paraíso Perdido” (1995), de Alberto Seixas Santos, “Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra” (2005), de José Carlos Oliveira, e “O Búzio” (2005), de Sol de Carvalho. Com Maria Velho da Costa (1938-2020), escreveu “Inferno” (2001), sobre Camilo Castelo Branco, como um possível guião para filme, resultado de encomenda para uma trilogia cinematográfica, a desdobrar em série televisiva, que ficou por cumprir. A obra foi editada em livro pelas edições Íman. António Cabrita ensina dramaturgia e teoria prática de guiões em Moçambique e tem vindo a publicar ensaios, livros de contos, romances e volumes de poesia. Colaborou também com o Hoje Macau durante vários anos com crónicas semanais. Entre outros, é autor dos livros de poesia “Bagagem não Reclamada”, “Anatomia Comparada dos Animais Selvagens”, com o qual venceu o Prémio P.E.N. Clube, em 2018, “A Kodak faliu”, “Dick, o cão da minha infância”, e dos romances “A Maldição de Ondina” (2013), “Éter” (2015), “A Paixão segundo João de Deus” (2019) e “Fotografar Contra a Luz” (2020). “Trístia” e “Uma ostra questão”, de 2021, estão entre os seus mais recentes títulos. A obra “Tecto, para andar ao relento” (2022) reúne algumas das suas crónicas. Como tradutor, conta-se a antologia de poesia hispânica “As Causas Perdidas” (2020). No ano passado, na primeira edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, o vencedor foi o romance “Disfarça, que lá vem Sartre”, do autor brasileiro Álvaro Filho.
Fotografia | João Miguel Barros expõe na embaixada portuguesa em Tóquio Andreia Sofia Silva - 30 Out 2024 É inaugurada esta sexta-feira a exposição fotográfica “Marés”, da autoria de João Miguel Barros, na Embaixada de Portugal no Japão, em Tóquio. Vítor Sereno, ex-cônsul português em Macau e Hong Kong, e agora embaixador, destaca a obra “reconhecida internacionalmente” do “talentoso fotógrafo português”. O público poderá ver “uma reflexão profunda sobre o movimento das marés” O mar é o protagonista da nova exposição de fotografia de João Miguel Barros, que estará patente a partir desta sexta-feira, e até ao dia 22 de Novembro, na Embaixada de Portugal no Japão, em Tóquio. “Marés” é composta por nove imagens apenas e um vídeo, retratando-se o movimento natural e belo do mar. Numa publicação na rede social Linkedin, Vítor Sereno, actual embaixador português no Japão e antigo cônsul em Macau e Hong Kong, descreveu João Miguel Barros como um “talento fotógrafo português com uma obra que tem sido reconhecida internacionalmente”. “Com uma sensibilidade artística única, Barros provoca-nos com a pergunta: ‘Quantas marés cabem neste mar?’. Será uma experiência visual e sensorial imperdível, que convida à contemplação e à introspeção”, refere ainda Vítor Sereno. Ao HM, João Miguel Barros explica que “Marés” constitui um capítulo de um projecto maior, intitulado “Photo-Metragens (Photo-Scripts)”, que esteve presente “durante quase seis meses em 2018 no Museu Berardo, e foi visto por cerca de 85.000 pessoas”, além de que também esteve exposto em Macau, nas Oficinas Navais, em 2019. Para além das nove imagens, “Marés” conta também com um vídeo, com cerca de uma hora de duração e um texto da autoria do fotógrafo. O mote “é uma parte extraída desse texto assente numa pergunta e numa resposta: ‘Quantas marés cabem neste mar?’ e ‘Todas as que conseguires contar'”. No referido texto, pode ler-se o seguinte: “O mar aberto agitava-se violentamente contra as rochas. Ia e vinha. Ondulava sobre si próprio em movimentos irregulares. E quase sempre se agigantava naquele lugar, selvagem. Ainda miúdo perguntava ao avô, no meio de muitas histórias de bravos marinheiros e gigantes marinhos por descobrir: ‘quantas marés cabem neste mar?’. E recordava que invariavelmente ele lhe respondia: ‘todas as que conseguires contar'”. Ainda em relação ao vídeo, João Miguel Barros explica que foi realizado “do mesmo ponto fixo onde as fotografias foram feitas”, retratando apenas o movimento das marés daquele mar. O fotógrafo recorda a reacção dos visitantes da mostra quando esta esteve no Museu Berardo, em Lisboa. “A experiência foi muito interessante. Passava pela exposição algumas vezes, de forma anónima, e a sala onde o vídeo estava a passar tinha sempre bastante movimento. Havia quase um certo hipnotismo à volta do movimento das marés. E como a pergunta e resposta estavam imprensas em muito grande à entrada da sala, deparei com um grande número de pessoas …. a contar as marés!” Assim, “Marés” acarreta em si “uma proposta poética, mas também um trabalho sobre a liberdade e uma homenagem à sabedoria dos mais velhos”. Para Macau, nada Relativamente a novos projectos, João Miguel Barros tem algumas ideias na manga, mas não para Macau, pelo menos para já. “O único compromisso que tenho é com a participação na exposição colectiva da Halftone, em Dezembro deste ano. Por razões óbvias não posso deixar de estar presente e apoiar sempre as iniciativas e os projectos da Associação Halftone.” Há, porém, grandes projectos para a galeria que detém em Lisboa, a “Ochre Space”. São iniciativas, segundo João Miguel Barros, “de grande ambição para os próximos quatro ou cinco anos, e todos eles baseados na fotografia chinesa e japonesa”. A ideia é que a galeria se transforme num espaço “para mostrar o trabalho dos mestres”, lançando depois “alguns [fotógrafos] emergentes de grande qualidade”. Um dos projectos a ser lançado em Janeiro, dia 14, prende-se com a apresentação do trabalho de Hosoe Eikoh, o “mestre dos mestres”. “Essa é também uma das importantes razões que me levam a Tóquio. O projecto do Hosoe é aquele que consta do seu famoso livro ‘Ordeal by Roses’, que teve como ‘objecto’ e ‘sujeito’ Yukio Mishima. E porquê o dia 14 de Janeiro? Porque nesse dia se celebra o centenário do nascimento do Mishima”, adiantou. Também no próximo ano, mas em Maio, poderá ser vista, na Ochre Space, a mostra “de importância global”, sobre a “famosíssima performance chinesa ‘Add One Meter to the Anonymous Mountain’, que nesse mês, dois dias antes mais concretamente, celebra 30 anos que se realizou em Pequim”. João Miguel Barros descreve que tem vindo a fazer, no último ano, “uma investigação muito detalhada e inédita”, sendo que, em Maio do próximo ano, se pode esperar uma exposição de fotografia e o lançamento de um livro da sua autoria.
Espionagem | China detém cidadão sul-coreano suspeito Hoje Macau - 30 Out 2024 A China confirmou ontem a detenção de um cidadão sul-coreano por suspeita de espionagem. “O cidadão sul-coreano em questão foi detido pelas autoridades chinesas competentes por suspeita de espionagem”, confirmou Lin Jian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. “Os serviços competentes (…) deixaram inteiramente a cargo dos representantes da embaixada [sul-coreana] o cumprimento da sua missão consular”, sublinhou. “A China é um Estado de direito. Investiga e trata as actividades ilegais e criminosas em conformidade com a lei, protegendo simultaneamente os direitos das partes envolvidas”, apontou. O porta-voz não deu pormenores sobre a identidade do indivíduo detido nem sobre as acusações de que é alvo. As autoridades chinesas têm detido o homem de 50 anos desde o final de 2023, informou na segunda-feira a agência noticiosa sul-coreana Yonhap, citando fontes diplomáticas em Seul. Segundo a Yonhap, trata-se do primeiro cidadão sul-coreano a ser alvo da nova legislação contraespionagem da China. Na altura da sua detenção, o cidadão sul-coreano trabalhava para uma empresa de semicondutores na China e vivia na cidade de Hefei, no leste do país.
Proibição dos EUA de investimento em tecnológicas chinesas causa prejuízo global, diz CE de HK Hoje Macau - 30 Out 2024 O líder do governo de Hong Kong disse ontem que a proibição de Washington de investir capital norte-americano em empresas tecnológicas chinesas vai ter impacto global, de acordo com a imprensa da região semiautónoma chinesa. “Mostra novamente que os políticos norte-americanos procuram os seus próprios interesses políticos, minando o investimento e o comércio normais, o mercado livre e a ordem económica. Isto irá prejudicar a cadeia de abastecimento global”, reagiu o chefe do Executivo, John Lee, citado pela emissora pública de Hong Kong RTHK. Em declarações antes da reunião do Conselho Executivo, Lee notou que a medida da administração de Joe Biden “prejudica os interesses de outros, bem como dos Estados Unidos enquanto nação, do seu povo e das suas empresas”, referiu. O governo de Hong Kong, continuou o responsável, “vai defender os próprios interesses e os interesses das empresas de Hong Kong”. “Trabalharemos igualmente com o país para proteger os interesses nacionais”, acrescentou. Segurança em primeiro A decisão dos Estados Unidos, anunciada na segunda-feira e que entra em vigor a 2 de Janeiro, proíbe o investimento em três sectores-chave da economia chinesa: semicondutores e microelectrónica, informação quântica e inteligência artificial. “A administração Biden-Harris está empenhada em proteger a segurança nacional dos Estados Unidos da América e em manter as tecnologias estratégicas avançadas fora das mãos daqueles que poderiam usá-las para ameaçar a nossa segurança nacional”, destacou o subsecretário do Tesouro, Paul Rosen, em comunicado. “A inteligência artificial, os semicondutores e as tecnologias quânticas são fundamentais para o desenvolvimento da próxima geração de aplicações militares, de vigilância, de inteligência e de certas aplicações de cibersegurança”, acrescentou. Rosen alertou, como forma de exemplo, que estas tecnologias poderiam ser utilizadas em sistemas informáticos avançados para quebra de código ou aeronaves de combate de nova geração.
Shenzhou-19 | Pequim apresenta nova tripulação Hoje Macau - 30 Out 2024 A China revelou ontem as identidades dos membros da tripulação da missão Shenzhou-19, que parte amanhã para a estação espacial chinesa com a terceira mulher astronauta a bordo. Os três astronautas são Cai Xuzhe, Song Lingdong e Wang Haoze. Cai será o comandante, anunciou a Agência Espacial Chinesa para Missões Tripuladas, numa conferência de imprensa organizada no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste do país. Cai já participou na missão Shenzhou-14, em 2022. Para Song e Wang, ambos nascidos na década de 1990, vai ser uma estreia no espaço. Antes de ser seleccionado como astronauta, Song serviu como piloto na força aérea, enquanto Wang foi engenheira na Academia de Tecnologia de Propulsão Aeroespacial, de acordo com a agência. Wang seguirá os passos de Liu Yang, que se tornou a primeira astronauta chinesa a ir para o espaço em 2012, e Wang Yaping, que se tornou a segunda a fazê-lo, em 2013. A Shenzhou-19 vai descolar às 04:27 de amanhã, informou a agência. A nave espacial transportará os astronautas para a estação espacial Tiangong, onde realizarão experiências, incluindo investigação sobre a construção de habitats lunares utilizando tijolos feitos de material simulado do solo lunar. Cabeça na lua A China, até agora o único país a ter pousado no lado mais distante da Lua, planeia construir uma base de exploração científica juntamente com a Rússia e outros países no polo sul do satélite natural. Os membros da tripulação ontem revelados substituirão os três astronautas que chegaram à estação espacial chinesa a bordo da missão anterior, a Shenzhou-18, em Abril. A Tiangong funcionará durante cerca de dez anos e tornar-se-á a única estação espacial do mundo a partir de 2024, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada este ano, como previsto. A China investiu fortemente no seu programa espacial e conseguiu aterrar com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua e chegar a Marte pela primeira vez, tornando-se o terceiro país – depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética – a consegui-lo.
CPSP | Idosa de 80 anos detida por ficar com saco perdido Hoje Macau - 30 Out 2024 Uma mulher com 80 anos foi detida pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), depois de ter ficado com um saco que encontrou na rua e que tinha no interior uma carteira com dinheiro e outros objectos pessoais. O caso foi relatado ontem pelo CPSP. Os bens encontrados foram avaliados em 2 mil patacas. As autoridades foram alertadas para o alegado crime a 18 de Outubro, quando um residente se queixou de ter perdido os bens no Toi San. O saco com os valores terá caído na rua quando estava a ser transportado num carrinho de compras. Quando se apercebeu de que tinha perdido os bens, o queixoso ainda voltou ao local, mas o saco já tinha desparecido. A CPSP recorreu ao sistema de videovigilância da cidade e identificou a suspeita que foi detida a 21 de Outubro, perto das Portas do Cerco. Os bens foram recuperados na casa da detida e o caso encaminhado para o Ministério Público. A mulher está indiciada pelo crime de apropriação ilegítima em caso de acessão ou de coisa achada, que prevê uma pena que pode chegar a um ano de prisão.
Hotéis | Ocupação sobe para 85,4% entre Janeiro e Setembro João Santos Filipe - 30 Out 2024 Há cada vez mais turistas a ficarem nos hotéis de Macau, numa tendência de crescimento que ultrapassa o número de hóspedes pré-pandemia. Também as excursões internacionais mostram sinais de recuperação Entre Janeiro e Setembro, a taxa de ocupação média dos quartos dos hotéis foi de 85,4 por cento, de acordo com os dados revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em comparação com os primeiros nove meses do ano passado, quando começaram a ser levantadas as restrições ligadas à política de zero casos de covid-19, a taxa média de ocupação registou um crescimento de 4,8 pontos percentuais, dado que na altura era de 80,6 por cento. A taxa de ocupação dos hotéis de 5 estrelas era de 87,5 por cento, nos hotéis de 4 estrelas de 81,2 por cento e dos hotéis de 3 estrelas 82,9 por cento. Os números significam que até Setembro os hotéis de Macau receberam 10,89 milhões de pessoas, um aumento de 11,2 por cento. O período médio de permanência dos hóspedes manteve-se em 1,7 noites, não havendo alterações face ao período homólogo. De acordo com os dados da DSEC, o número de hóspedes mostra um crescimento de 3,3 por cento face ao período entre Janeiro e Setembro de 2019. No final do terceiro trimestre, estavam abertos ao público 144 hotéis, o que indica um aumento de sete unidades em termos anuais. No total, havia cerca de 44 mil quartos disponíveis, q que revela uma redução de 3,3 por cento em comparação com o período homólogo. O motivo da redução não foi justificado, mas pode dever-se ao facto de alguns hotéis estarem a fazer obras de renovação. Mais excursões Em relação às excursões, entre Janeiro e Setembro o número de entradas de visitantes que chegaram em excursões foi de praticamente 1,5 milhões, um aumento de 101,2 por cento em comparação com o período homólogo. A maior parte dos excursionistas vem do Interior, 1,33 milhões do total, o que significa cerca de 88 por cento. Cerca de 142 mil eram visitantes internacionais, o que representa cerca de 9,4 por cento do total dos excursionistas, no que significou um aumento de 276 por cento, em comparação com o período homólogo. “O número de entradas de visitantes em excursões da República da Coreia (58.000) e o da Índia (19.000) subiram 387,1 por cento e 929,8 por cento”, foi destacado pela DSEC. Também entre Janeiro e Setembro, o número de residentes de Macau que adquiriram nas agências de viagens serviços para viajarem ao exterior correspondeu a 426 mil, mais 46,2 por cento, em termos anuais. De entre estes residentes, 151.000 viajaram em excursões (mais 106,9 por cento em termos anuais), 137 mil dos quais se deslocaram ao Interior.
São Januário | Centro de Endoscopia inaugurado ontem Hoje Macau - 30 Out 2024 Foi ontem inaugurado o Centro de Endoscopia no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), após um trabalho de optimização da zona onde se realizava esse tratamento junto à porta do serviço de urgência. Segundo uma nota dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, director dos SS, declarou que a criação deste Centro constitui “um marco importante para o desenvolvimento do sistema de cuidados de saúde de Macau”, permitindo uma “integração de recursos, pois os exames endoscópios das diferentes especialidades são realizados no mesmo local”. É ainda disponibilizado um serviço “one-stop” de registo pré-exame, diagnóstico endoscópico, tratamento e recuperação pós-exame, “para que todos os utentes possam sentir que o serviço de cuidados de saúde se encontra sob o princípio de ‘ter por base a população'”, declarou Alvis Lo. Este Centro deverá vir a disponibilizar “novas técnicas de endoscopia e novos equipamentos”, como a “endoscopia por cápsula, manometria de motilidade gastrointestinal, tecnologia de diagnóstico de tumores por imagem óptica e ressecção endoscópica de tumores”. A ideia é que o novo Centro possa ser um serviço complementar ao Serviço de Urgência. “Em articulação com os recursos humanos e o apoio técnico do Serviço de Urgência, é aumentada a segurança do diagnóstico e terapêutica. A par disso, o Centro pode também facilitar o uso de equipamentos de raio-X, tomografia computadorizada e a sala de angiografia do Serviço de Urgência, entre outros, melhorando, de forma eficaz, a capacidade de diagnóstico e tratamento das especialidades médicas”, é referido.
Metro Ligeiro | Circulação para Seac Pai Van arranca sexta-feira João Santos Filipe - 30 Out 2024 Apesar de não terem sido apresentadas contas oficiais, em 2022 foi indicado que o preço da ligação de 1,6 quilómetros não seria superior a 3 mil milhões de patacas. O primeiro comboio arranca da Linha de Sec Pai Vai à 1 hora e 11 minutos da tarde do dia 1 de Novembro A partir de sexta-feira, os residentes e turistas podem começar a deslocar-se para Seac Pai Van de Metro Ligeiro. O anúncio sobre a abertura da linha mais recente foi feito ontem pela Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, em comunicado. De acordo com a informação disponibilizada, a Linha de Seac Pai Van tem um comprimento de 1,6 quilómetros, e duas estações denominadas “Hospital Union”, perto do Hospital das Ilhas, e “Seac Pai Van”, que fica ao pé do complexo habitacional daquela zona. Com o funcionamento da nova linha, passa a ser possível viajar da Barra, atravessando a Taipa, para Seac Pai Van. Além disso, também passa a estar disponível uma ligação do Terminal Marítimo da Taipa para o complexo de habitações públicas. O primeiro metro ligeiro vai partir da Estação Seac Pai Van à 1 hora e 11 minutos da tarde (13h11) do dia 1 de Novembro, sem que tenha havido uma explicação oficial sobre a definição da data. A coincidência dos números aparenta remeter para as crenças locais no feng shui. “Os passageiros poderão chegar antecipadamente à estação para aguardar e embarcar no metro ligeiro de forma ordenada de acordo com as instruções dos trabalhadores no local”, indicou a empresa, sobre o primeiro dia de funcionamento da nova linha. “Depois da entrada em funcionamento da Linha Seac Pai Van, o Metro Ligeiro irá facilitar ainda mais o acesso dos cidadãos ao Hospital Macau Union, e também irá disponibilizar mais opções de deslocação aos cidadãos e turistas que circulam entre a Vila da Taipa, a zona comunitária de Seac Pai Van e a zona da Barra”, foi acrescentado. Cerca de 3 mil milhões Os preços para circular no metro dependem do número de estações percorridas, sendo o mínimo de seis patacas e o máximo 12 patacas, por viagem. Se os viajantes possuírem o passe pré-pago do metro, os preços variam entre as três e seis patacas. No comunicado emitido ontem pela Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, não consta o custo da nova ligação. No entanto, em Janeiro de 2022, numa deslocação à Assembleia Legislativa, o secretário para os Transportes e Obras Públicas afirmou que não iria ultrapassar os 3 mil milhões de patacas. Segundo as mesmas declarações, o preço total da construção ficaria abaixo dos 24 mil milhões de patacas, no que diz respeito à Linha da Taipa (10,2 mil milhões de patacas), Linha da Barra (4,5 mil milhões de patacas), Linha da Ilha da Montanha (5,5 mil milhões de patacas) e a ligação até Seac Pai Van. Fora das contas de 2022, ficou por terminar a Linha Leste, que vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco e a Taipa, através da Zona A dos Novos Aterros, um projecto que está em construção. Estas obras somavam até Fevereiro cerca de 13,7 mil milhões de patacas, devendo ficar completas até ao final de 2029.
Balança Comercial | Défice cai 10,6 mil milhões Andreia Sofia Silva - 30 Out 2024 O défice da Balança Comercial nos três primeiros trimestres deste ano foi de 85,23 mil milhões de patacas, o que, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), representa uma quebra, em termos anuais, de 10,62 mil milhões de patacas. No ano passado, no mesmo período, o défice foi de 95,85 mil milhões de patacas. A DSEC revela ainda que o valor total do comércio externo de mercadorias, nos três primeiros trimestres deste ano, correspondeu a 105,20 mil milhões de patacas, uma quebra de 8,4 por cento, em relação aos 114,88 mil milhões de patacas registados no idêntico período de 2023. Por sua vez, o valor exportado foi de 9,99 mil milhões de patacas, mais cinco por cento, comparativamente com o período homólogo do ano transacto. Destaque para o crescimento anual de 57,9 por cento, nos três primeiros trimestres, da exportação de produtos para os países que compõem a iniciativa “Faixa e Rota”, enquanto que para os países da União Europeia se exportou mais 39,9 por cento. No caso de Hong Kong, o crescimento foi de apenas 0,3 por cento. Pelo contrário, os valores exportados de mercadorias para o Interior da China (594 milhões de patacas) e para os EUA (230 milhões de patacas) caíram 13,5 e 36,1 por cento, respectivamente.
PME | Coutinho pede soluções para opacidade e burocracia João Luz - 30 Out 2024 Lentidão e elevada complexidade na aprovação de projectos civis, atrasos na abertura de contas bancárias e impedimentos de transferências bancárias são entraves que as pequenas e médias empresas de Macau tentam contornar, na óptica de Pereira Coutinho. O deputado pede soluções que agilizem processos e facilitem a vida a cidadãos e empresas Burocracia e excessiva complexidade da Administração e da banca em Macau são pedras na engrenagem de empresas e cidadãos. Este é um dos temas centrais de uma interpelação escrita de Pereira Coutinho, que apela ao Executivo a simplificação dos processos de licenciamento por parte da Administração, mas também na abertura de contas bancárias e transacções internacionais. O deputado revela ter recebido no seu gabinete um número crescente de pedidos de apoio de jovens empresários “que enfrentam enormes dificuldades na obtenção de diversos tipos de licenças administrativas relacionadas com as suas actividades económicas alguns deles somente após vários anos de insistência”. Pereira Coutinho destaca problemas como “graves atrasos na aprovação de projectos civis, plantas baixas e plantas de fachada, além de outros tipos de burocracia de pedidos de aprovação”. “Drásticas mudanças nas instruções internas” dos serviços públicos são apontadas pelo deputado para explicar a lentidão, complexidade e opacidade administrativa. Circunstância que podem apanhar de surpresa os requerentes de pedidos de licenciamento e resultar em “vaivéns de interposição de novos pedidos que demoram meses, sem contar com o pagamento de taxas adicionais causando elevados prejuízos às pequenas e médias empresas locais”. O deputado salienta ainda que alguns pedidos de licenciamento requerem o envolvimento de diversos serviços, como por exemplo as direcções de serviços de Solos e Construção Urbana, Educação e de Desenvolvimento da Juventude, e os institutos de Acção Social e para os Assuntos Municipais. Assim sendo, Coutinho pergunta ao Executivo o que será feito para eliminar as barreiras administrativas e burocráticas. Rosário de contas O deputado pede também ao Governo que preste atenção às dificuldades relacionadas com “o atraso injustificado nos pedidos de abertura de contas bancárias em Macau, além das barreiras e impedimentos nas transferências bancárias internacionais impostas pelas mesmas instituições”. Neste aspecto, Pereira Coutinho afirma que estes entraves conduzem à procura de “soluções alternativas para garantir a sobrevivência” de empresas e manutenção de trabalhadores. Como tal, tornam-se cada vez mais populares novas formas de pagamentos digitais para realizar transacções locais e internacionais, conferindo flexibilidade, conveniência, rapidez e segurança. Face a esta situação, o deputado ligado à Associação Trabalhadores Função Pública Macau questiona o Governo sobre medidas que permitam diminuir o tempo de espera na movimentação de capitais, dando como exemplo a realidade de Hong Kong, e permitindo ao público maiores facilidades nas transferências bancárias locais e internacionais. Neste capítulo, sugere o estabelecimento de montantes anuais para transferências bancárias que não requeiram autorização prévia. Pereira Coutinho considera que a medida seria útil também para “atrair investimento estrangeiro para a RAEM”.
Guizhou | Político recebido por Chui Sai On condenado à morte Hoje Macau - 30 Out 202430 Out 2024 O ex-secretário do comité provincial de Guizhou do Partido Comunista Chinês (PCC), Sun Zhigang, foi condenado à morte, por recebido subornos durante vários anos, num valor superior a 800 milhões de renminbis. A pena fica suspensa durante o período durante dois anos, e passado esse período é transformada em prisão perpétua. Além disso, de acordo com a CCTV, o ex-dirigente de Guizhou fica privado dos direitos políticos para o resto da vida e vai ter os seus bens pessoas confiscados. Guizhou e Macau são regiões geminadas, e Sun Zhigang esteve em Macau em Maio de 2018, altura em que foi recebido por Fernando Chui Sai On, então Chefe do Executivo. Na comitiva recebida por Chui estava igualmente Zheng Xiaosong, então director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM.
Fundação Macau | Associações tradicionais recebem os maiores subsídios João Santos Filipe - 30 Out 2024 A Fundação Macau distribuiu 116 milhões de patacas em subsídios, entre Julho e Setembro. As forças políticas tradicionais receberam os apoios mais avultados com 41,11 milhões de patacas Entre Julho e Setembro, a Fundação Macau (FM) distribui 116 milhões de patacas em diferentes apoios, como o financiamento de associações locais, pagamento para deslocações à Ilha da Montanha ou atribuição de bolsas escolares. Os números do apoio relativo ao terceiro trimestre foram actualizados na segunda-feira, e algumas das principais forças políticas receberam 41,11 milhões de patacas. A União Geral das Associações dos Moradores de Macau foi a força política tradicional que recolheu o maior montante de apoios, com subsídios de, pelo menos, 11,81 milhões de patacas. Os Moradores receberam 7,85 milhões de patacas para subsidiar as despesas de funcionamento da associação. Além disso, o grupo que está representado na Assembleia Legislativa pelos deputados Leong Hong Sai, Ngan Iek Hang e Ho Ion Sang teve um outro subsídio, igualmente para cobrir as despesas de funcionamento, no valor de 3,42 milhões de patacas. Os apoios à associação que coordenou a campanha política de Sam Hou Fai nas deslocações aos bairros comunitários não se ficou por aqui, e recebeu mais apoios, entre os quais cerca de 540 mil patacas para a distribuição de cabazes no âmbito das celebrações do Festival da Lua. A segunda força tradicional mais apoiada foi a Associação Geral das Mulheres de Macau, que recebeu 10,65 milhões de patacas. O principal apoio, no valor de 5,72 milhões de patacas teve como objectivo cobrir as despesas da associação, assim como um outro subsídio de 1,98 milhões. Além disso, a associação que tem como deputados Wong Kit Cheng e Ma Io Fong obteve 2,48 milhões de patacas para subsidiar as excursões dos membros à Ilha da Montanha, no âmbito do programa “Amor por Macau Amor por Hengqin”. Também a distribuição de cabazes no âmbito das celebrações do Festival da Lua justificou um apoio de cerca de 470 mil patacas. FAOM com fartura A terceira associação com mais apoios foi a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), que totalizou 7,01 milhões de patacas em apoios. À imagem dos outros grupos tradicionais, a associação que conta com os deputados Ella Lei, Leong Sun Iok, Lam Lon Wai e Lei Chan U somou 6,72 milhões de patacas para fazer face às despesas de funcionamento, e ainda cerca de 290 mil patacas, para distribuir cabazes no âmbito das celebrações do Festival da Lua. Por sua vez, a “Aliança de Povo de Instituição de Macau”, representada na Assembleia Legislativa pelos deputados Si Ka Lon, Song Pek Kei e Nick Lei somou 5,97 milhões de patacas em apoios, entre os quais 3,30 milhões de patacas para excursões à Ilha da Montanha, 2,3 milhões de patacas para despesas de funcionamento e cerca de 370 mil patacas para cabazes do Bolo Lunar. Finalmente, a Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau, que tem como deputados Zheng Anting e Lo Choi In, recebeu 5,67 milhões de patacas, com 5,08 milhões de patacas a serem utilizados para financiarem as deslocações à Ilha a Montanha. Além disso, houve um subsídio de cerca de 590 mil patacas para pagar despesas de funcionamento.
Fronteiras | Ma Io Fong quer melhor distribuição de visitantes Hoje Macau - 30 Out 2024 O deputado Ma Io Fong defendeu, numa interpelação escrita submetida ao Governo, uma melhor distribuição dos visitantes em Macau, isto apesar de o Governo ter reforçado as acções de divulgação com as autoridades chinesas para que sejam usados outros postos fronteiriços além das Portas do Cerco. Segundo dados citados pelo deputado sobre a Semana Dourada, o volume de turistas que usaram o Posto Fronteiriço das Portas do Cerco nesse período festivo foi de 62 mil por dia, um aumento de 29,9 por cento em termos anuais, o que significa que a concentração de turistas nesse posto fronteiriço se mantém. Além disso, Ma Io Fong criticou o facto de os transportes públicos não terem capacidade de transportar todos os turistas na época alta, defendendo a criação de mais campanhas de sensibilização para que estes andem mais a pé. O deputado destacou o facto de o programa do Instituto para os Assuntos Municipais, “Uma Passeata pelas Ruas de Macau”, não ter sido actualizado. Ma Io Fong deseja ainda que seja reforçada a promoção, nas redes sociais, das pequenas e médias empresas de Macau.
Economia | Fundador do TikTok no topo da lista dos mais ricos da China Andreia Sofia Silva - 30 Out 2024 Num espaço de meses, a pessoa mais rica da China passou a ser o fundador do TikTok, Zhang Yiming, destronando o líder da empresa de vendas online Temu. Zhang Yiming sobe ao lugar cimeiro do ranking da revista Hurun pela primeira vez, com uma fortuna de mais de 350 mil milhões de yuan É, provavelmente, uma das redes sociais mais utilizadas em todo o mundo, sobretudo por adolescentes que imitam cada vídeo de dança com amigos ou no intervalo das aulas. O TikTok, criado dentro da empresa ByteDance, por Zhang Yiming, trouxe a fortuna ao empresário chinês que é agora tido como o mais rico da China. Zhang Yiming, ascendeu pela primeira vez a pessoa mais rica da China, segundo uma lista de bilionários de 2024 publicada ontem. Os dados foram divulgados pela unidade de investigação da revista Hurun, sediada em Xangai e considerada a “Forbes chinesa”. A fortuna do fundador do TikTok ultrapassou os 350 mil milhões de yuan, o que faz dele o primeiro bilionário nascido na década de 1980 a chegar ao topo da lista, depois de ter subido quatro lugares, em relação à classificação de 2023. A Hurun observou que a riqueza do empresário aumentou 105 mil milhões de yuan em relação ao ano anterior, um aumento de 43 por cento, impulsionado pelo sucesso global das suas plataformas digitais, especialmente o TikTok. Zhang, que fundou a ByteDance em 2012, transformou o sector do entretenimento e das redes sociais tanto na China como a nível internacional. Rupert Hoogewerf, director e chefe de pesquisa do Hurun Report, comentou o crescimento da fortuna de Zhang Yiming nos últimos anos. Este “é o novo 18º ‘Número Um’ na China em apenas 26 anos”. “Os EUA, em comparação, têm apenas quatro ‘Número Um’: Bill Gates, Warren Buffett, Jeff Bezos e Elon Musk. Este facto indica-nos que existe algum dinamismo na economia chinesa. 2024 tem sido, até à data, um ano especial, com três ‘Número Um’: Zhong Shanshan no início do ano, Huang Zheng da Pinduoduo a meio do ano e agora Zhang Yiming”. Com 41 anos, o fundador do TikTok é “o primeiro número um da China nascido na década de 1980”. “A nova geração de empresários na China é muito mais internacional do que os seus antecessores. Zhang Yiming, 41 anos, tornou-se global com o TikTok, Colin Huang, 44 anos, com a aplicação de compras Temu, Chris Xu, 41 anos, com a aplicação de moda rápida Shein e Cai Haoyu, 37 anos, com a plataforma de jogos em linha Mihoyo”, disse ainda o responsável. Subida de Li Ka-shing O relatório da Hurun revelou que, apesar do crescimento da ByteDance, a lista geral reflecte um cenário económico mais desafiante: apenas 1.094 pessoas ultrapassaram os 5 mil milhões de yuan em riqueza pessoal, uma queda de 12 por cento, em relação a 2023. A riqueza total dos empresários incluídos nesta lista diminuiu 10 por cento para 21 biliões de yuan. O “rei da água engarrafada”, Zhong Shanshan, com uma fortuna de 340 mil milhões de yuan, cedeu o primeiro degrau do pódio dos milionários chineses, depois de quatro anos no topo da lista. Em terceiro lugar está Ma Huateng, fundador da empresa de videojogos e redes Tencent, com 315 mil milhões de yuan, após um aumento de 13 por cento da sua riqueza. Huang Zheng, fundador da Pinduoduo, o gigante chinês do comércio electrónico e operador da Temu, caiu para o quarto lugar, com 245 mil milhões de yuan, afectado por uma diminuição de 9 por cento do seu património. Entre os novos nomes, destaca-se a família do magnata do imobiliário Li Ka-shing, que entrou pela primeira vez no top 10 com 175 mil milhões de yuan. Li Ka-shing, empresário de Hong Kong, tem actualmente 96 anos e, juntamente com o seu filho mais velho, Victor Li Kuoi, “viu o seu património cair 5 por cento em relação ao ano passado”, descreve a Hurun. Lei Jun, fundador da tecnológica Xiaomi, aumentou a sua fortuna em 38 por cento, atingindo 130 mil milhões de yuan. O ranking da Hurun revela ainda que a média de idade dos mais ricos do país é de 61 anos, mais dois anos do que no ranking do ano passado. Os ricos no sul Por cidades, Pequim, Xangai e Shenzhen têm o maior número de pessoas na lista dos mais abastados, com 115, 112 e 108, respectivamente. Pela primeira vez, desde 2013, Xangai ultrapassou Shenzhen, tendo-se tornado, segundo a Hurun, “na cidade com maior concentração de empresários”, logo a seguir à capital chinesa. Pequim, apesar de estar no topo da lista, distancia-se “com a margem mais pequena desde que há registos”. Já Taipé, em Taiwan, subiu para o sexto lugar. Segundo a Hurun, muitos destes milionários e bilionários vivem em Macau, Hong Kong e Taiwan, num total de 153, mais 11 do que no ano passado, representando 14 por cento do total da lista. Segundo a revista, “97 residem em Taiwan, mais 15 do que no ano passado, e 56 em Hong Kong, menos 4 do que no ano passado”. Por sua vez, “30 vivem no estrangeiro, com destaque para os Estados Unidos da América (EUA) e Singapura”. A Cidade-Estado subiu seis lugares para a 14ª cidade mais popular para se viver, segundo o mesmo ranking. Destaque ainda para a ligeira subida percentual dos delegados da Assembleia Popular Nacional (APN) e Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) na lista dos mais ricos, de 6,5 por cento em 2023 para 7 por cento este ano. Trata-se de 39 delegados à CCPPC, menos três, e 36 delegados à APN, menos 3. Os riscos do imobiliário Segundo Rupert Hoogewerf, este foi o ano em que se “registou o número mais baixo de caras novas dos últimos 20 anos, com apenas 54 caras novas a entrar na lista” dos mais ricos. As razões prendem-se “com uma economia lenta” no país, em termos do crescimento, sendo que “a maioria das caras novas deste ano veio de Taiwan, que tem desfrutado de um mercado bolsista relativamente forte, sustentado pela indústria de semicondutores.” Também este ano tem sido “bom para os smartphones, uma vez que as marcas chinesas conquistaram uma forte quota do mercado global, e para os semicondutores, graças ao boom da inteligência artificial”, é descrito pelo responsável. A prova disso é que figuras como Lei Jun, da Xiaomi, e Terry Guo, da Hon Hai, “acrescentaram 5 mil milhões de dólares à sua riqueza”. Além disso, “outros grandes fornecedores de telemóveis que tiveram um bom ano foram Wang Laichun, da Luxshare Precision; Zhou Qunfei, da Lens e Jiang Bing, da Goer. Os empresários do sector farmacêutico Zhong Huijuan, da Hansoh, e Zhu Yi, da Biokin, tiveram ambos um bom ano”. Destaca-se ainda o posicionamento das energias renováveis na economia chinesa, que trouxe desafios à manutenção das fortunas individuais de empresários do sector. “Os fabricantes de painéis solares ou baterias de lítio tiveram um ano desafiador tendo em conta uma competição mais intensa, o que levou a um excesso”, além de que surgiu “a ameaça das tarifas, o que aumentou as incertezas”. Segundo Rupert Hoogewerf, “os fabricantes de painéis solares viram sua riqueza cair até 80 por cento em relação ao pico atingido em 2021, enquanto os fabricantes de baterias e EV [estações de carregamento de veículos eléctricos] caíram pela metade e um quarto, respectivamente”. O sector do imobiliário na China também trouxe dissabores aos mais ricos, nomeadamente a Wang Jianlin, do grupo Wanda; Wu Yajun, da LongFor; e Li Hua, da Excellence, sediada em Shenzhen, terem ficado “em baixa”. Por sua vez, “antigos bilionários, como Jiang Zhaobai, da Pengxin; e Huang Wei, da Xinhu, saíram da lista”. Saúde em baixa Terminada a pandemia, os empresários ligados ao sector da saúde e das vacinas também viram a fortuna diminuir. A Hurun destaca o caso do fabricante de vacinas Jiang Rensheng, da Zhifei, sediada em Chongqing, cuja fortuna caiu mais de 40 por cento para 5,7 mil milhões de dólares, “à medida que o mercado [na fase] pós-covid se realinhava”. Jiang Rensheng “já perdeu 16 mil milhões de dólares desde o ponto mais alto, em 2021”, é referido. Por sua vez, os oftalmologistas Chen Bang, da Aier, com sede em Changsha, e Su Qingcan, da Huaxia Eye, com sede em Xiamen, caíram 40 e 60 por cento em termos de riqueza. Li Ge, da empresa de CRO Wuxi PharmaTech, e Wang Jian, da empresa de diagnóstico de doenças genéticas BGI, sediada em Shenzhen, caíram 28 e 40 por cento, para 4,6 e 2 mil milhões de dólares, respectivamente. Segundo a Hurun, tal deve-se ao facto de “os preços das suas acções terem continuado a sofrer a pressão de estar na lista negra do Governo dos EUA”. O lugar da tecnologia Segundo a Hurun, há uma nova vaga de ricos ligados às novas tecnologias, em contraste com o posicionamento dos empresários do ramo imobiliário. “Metade dos empresários que figuram na lista deste ano não constavam da lista há apenas cinco anos, sendo que oito em cada 10 não estavam sequer presentes na lista há 10 anos. A velha guarda, representada pelos promotores imobiliários, deu lugar a uma nova geração [ligada à] tecnologia, novas energias, especialmente smartphones, comércio electrónico, sobretudo o comércio electrónico transfronteiriço, e ainda produtos de consumo”, é descrito. A revista salienta que “a história dos indivíduos que figuram na ‘Hurun China Rich List’ contam a história da economia chinesa”, com casos paradigmáticos como o de Robin Zeng, fabricante de baterias de lítio CATL, que “nem sequer figurava na lista há dez anos, tal como Li Zhenguo, do fabricante de painéis solares Longi”. No caso dos smartphones, “Lei Jun, da Xiaomi, triplicou a sua dimensão [de mercado] em dez anos, enquanto Wang Laichun, da Luxshare Precision, aumentou sete vezes”. Ainda no mercado dos telemóveis inteligentes, “a sua ascensão ajudou Pony Ma, da Tencent, e Ding Lei, da NetEase, a somar 30 mil milhões de dólares [na fortuna] cada um, enquanto o número um deste ano, Zhang Yiming e Wang Xing, da aplicação de entregas Meituan, não constavam da lista há dez anos”. A lista da Hurun dá ainda um pequeno destaque à riqueza detida por mulheres. Estas representam 23,5 por cento de todos os ricos, percentagem semelhante à de 2023, sendo que “70 por cento são autodidactas”. “Kelly Zong Fuli, de 42 anos, ultrapassou Kwong Siu-ching e tornou-se, pela primeira vez, a mulher mais rica da China”, é referido. Com Lusa
Saúde | Coimbra e Macau lançam doutoramento nos próximos dois anos Hoje Macau - 29 Out 2024 A Universidade de Coimbra e a Universidade de Macau esperam lançar, nos próximos dois anos, um doutoramento em co-tutela na área da Saúde, disse ontem à Lusa o vice-reitor para as Relações Externas da instituição de ensino portuguesa. “Espero que rapidamente se fechem as partes de pormenores mais científicos, académicos e burocráticos, para já em 2025, 2026 termos esse doutoramento conjunto, que acaba no fundo por reforçar, agora pelo lado de Saúde […] uma cooperação que é ancestral entre a Universidade de Coimbra e a Universidade de Macau e que era sobretudo realizada e continua a ser pela área do Direito”, disse à Lusa João Nuno Calvão da Silva, que se encontra em Macau para uma visita de quatro dias. O acordo para o estabelecimento deste doutoramento em co-tutela vai ser assinado na terça-feira. Há cerca de um ano, as duas instituições de ensino superior formalizaram a criação do Laboratório Conjunto em Envelhecimento Cognitivo e Ciências do Cérebro. Agora, “há que conciliar a investigação e o ensino”, notou o responsável. “Para essa parte da investigação andar é muito importante esta parte da transmissão do saber e da realização deste doutoramento dual ou em co-tutela, que passa por, de facto, a cooperação académica na formação de doutorandos, dos doutores, em áreas da Saúde e das nossas faculdades de Medicina e Ciências Médicas”. O acordo vai envolver “o intercâmbio de estudantes que acabarão por dar conteúdo a esse trabalho em conjunto na área da Saúde em geral e das Neurociências em especial”, notou. No doutoramento em regime de co-tutela, o estudante pode obter o grau de doutor simultaneamente em duas universidades onde existam programas doutorais, com ou sem parte lectiva, reconhecidos como congéneres pelas duas instituições, lê-se no portal da Universidade de Coimbra.
Ip Sio Kai quer facilitar importação de produtos lusófonos Hoje Macau - 29 Out 2024 O deputado Ip Sio Kai propôs ontem a criação por parte das autoridades locais de “uma via verde exclusiva” para facilitar a importação de produtos dos países de língua portuguesa para a China. O Governo de Macau pode criar, “em cooperação com o interior da China, uma via verde exclusiva para a importação de produtos dos países de língua portuguesa, simplificando as formalidades de importação e exportação, acelerando a entrada dos produtos de Macau no mercado do interior da China e elevando a competitividade das empresas” locais, defendeu Ip Sio Kai durante uma intervenção na Assembleia Legislativa (AL). O deputado lamentou que “muitas empresas” de Macau que querem importar produtos alimentares do bloco lusófono e vendê-las ao interior da China se deparem com limitações “devido à origem dos produtos e ao regime de inspecção sanitária”. E deu um exemplo: Pequim permite a importação “de carnes de Macau feitas com matérias-primas do interior da China, mas a carne de outros países de origem só pode ser transportada directamente do país exportador para o país importador, não podendo ser reexportada”. O deputado indicou que se as carnes “foram processadas em Macau antes de entrarem no interior da China”, os custos vão ser “demasiado elevados, não sendo possível obter benefícios em termos de escala”. “Estabelecendo-se uma comparação, os países de língua portuguesa possuem certificados de origem directos, podendo exportar produtos directamente para o interior da China sem ter que recorrer a Macau como plataforma intermediária, o que enfraquece o seu papel como plataforma comercial”, constatou Ip, acrescentado que o território “vai perder gradualmente” as “vantagens competitivas e potencialidades de desenvolvimento”. CEPA melhor O CEPA [Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau] foi criado em 2003 e estabelece um relacionamento semelhante a parceiros de comércio livre entre o interior da China e Macau. Nas últimas duas décadas, as autoridades emitiram 8.660 certificados de origem – documento que atesta a origem do produto – e cerca de 1,5 mil milhões de patacas de produtos foram exportados, o que ajudou as empresas a pouparem mais de 95 milhões de patacas em impostos aduaneiros, indicou Ip Sio Kai. “O CEPA contribui para o aprofundamento contínuo das negociações entre as duas partes e para o alargamento do conteúdo da liberalização, mas, na prática, as operações económicas e comerciais enfrentam uma série de obstáculos, especialmente no campo da importação de produtos alimentares”, lamentou. O deputado defendeu a “valorização plena das funções” do tratado, lembrando que, este mês, foi assinado um acordo sobre alterações ao comércio de serviços no âmbito do CEPA II, que entra em vigor em março de 2025, uma alteração que “visa reduzir os requisitos de acesso e facilitar a vida dos prestadores de serviços de Macau na exploração do mercado do interior da China”. Ip Sio Kai considerou ainda que Macau deve melhorar o regime de inspecção sanitária, reforçar a cooperação na fiscalização transfronteiriça e definir políticas de inspeção e quarentena “mais flexíveis e específicas”, especialmente para os bens alimentares. Ficou ainda a sugestão para a região definir políticas para “incentivar e apoiar as empresas a participarem no comércio” dos produtos dos países lusófonos, através de “benefícios fiscais, financiamentos, abonos logísticos”.
Trabalho para estudantes não residentes David Chan - 29 Out 2024 No passado dia 18, o Governo de Hong Kong anunciou oficialmente que irá implementar um programa que permite aos estudantes vindos de outras localidades trabalharem na cidade sem qualquer tipo de restrições. Esta medida vai ao encontro do programa político recentemente divulgado pelo Governo, que pretende fazer de Hong Kong um local de eleição para a formação de estudantes oriundos de outras regiões. Este programa destina-se a estudantes que não sejam residentes permanentes de Hong Kong e que frequentem Universidades acreditadas, a fazer licenciaturas que têm geralmente a duração de quatro anos. Esta decisão é uma ramificação da política introduzida pelo Governo em Novembro de 2023. Simultaneamente, os estudantes de pós-graduação não residentes têm autorização para trabalhar, sem restrição de horário nem de funções. O Executivo afirmou que devido à falta de pessoas qualificadas em Hong Kong, esta medida pode atrair quem tem mais capacidades e aumentar o seu desejo de se fixar na cidade depois da licenciatura, podendo ainda vir a atrair mais estudantes internacionais a formarem-se em Hong Kong. Os estudantes internacionais têm a possibilidade de diversificar os seus conhecimentos ao ficarem expostos a uma outra cultura e a um outro estilo de vida. Se a região de Hong Kong puder proporcionar mais oportunidades de emprego aos estudantes que vêm de fora eles terão mais vontade de se fixarem após a formatura. E o que pensam os pais destes estudantes da nova política do Governo de Hong Kong? Imaginemos que depois dos filhos terem terminado o ensino secundário, os enviam para Hong Kong para se licenciarem. A seguir, podem querer fazer o mestrado. Os programas de mestrado de Hong Kong são divididos em dois tipos e têm uma duração que varia de um a dois anos. Neste caso, os estudantes completam a sua formação num período de cinco a seis anos. Se os resultados forem muito bons, os jovens poderão querer fazer o doutoramento, o que implica uma permanência de nove anos na Universidade. Durante este período, se os estudantes puderem trabalhar a tempo parcial em Hong Kong, não só podem adquirir experiência e desenvolver as suas capacidades competitivas, como também podem ter oportunidade de virem a obter a residência na cidade. Esta medida é, sem dúvida, atractiva. Em Macau, a taxa de natalidade diminuiu nos últimos anos, a população está a envelhecer e há falta de mão de obra. Devido a estas circunstâncias, deverá Macau considerar a adopção de políticas semelhantes? Macau e Hong Kong têm políticas diferentes. Em Macau, mesmo ao fim de mais de sete anos de trabalho, não é possível obter residência permanente. Embora esta política não seja favorável aos trabalhadores vindos de fora da região, protege as oportunidades de emprego dos residentes de Macau. O mesmo se aplica aos estudantes internacionais que se formam na cidade. Macau tem “Regulamentos para a Proibição do Trabalho Ilegal” para lidar com esta questão. De um modo geral, os estudantes não residentes têm de ter uma permissão especial emitida pela Polícia de Segurança Pública, que os autorize a permanecer e a estudar em Macau, durante o período estipulado. Este documento não é uma permissão de trabalho. Os estudantes não residentes não têm autorização para trabalhar em Macau, durante o período em que frequentam a Universidade. O programa universitário pode ser considerado um “estágio” e o estágio pode ser equivalente a trabalho, mas isso é uma situação que não pode ser generalizada. Portanto, em Macau, ao contrário de Hong Kong, os estudantes não residentes não podem trabalhar, nem a tempo inteiro nem a tempo parcial. Para perceber se ao autorizar os estudantes não residentes a trabalhar iremos resolver o problema do déficit do mercado laboral é necessário fazer estudos mais profundos. Existe ainda mais um ponto a salientar. A Portaria para o Emprego de Hong Kong estipula claramente que um empregado que trabalhe para o mesmo patrão durante pelo menos quatro semanas consecutivas, com um horário mínimo de 18 horas semanais, fica abrangido por um “contrato a termo incerto” e pode desfrutar dos benefícios que constam na Portaria para o Emprego. Estas pessoas são consideradas “trabalhadores a tempo inteiro” em Hong Kong, ao passo que aqueles que não reúnem estes requisitos são considerados “trabalhadores a tempo parcial”. A Legislação Laboral de Macau não especifica a definição de trabalhadores a tempo parcial. Se em Macau os estudantes não residentes forem autorizados a trabalhar a tempo parcial, poderá ser necessário definir melhor este conceito. O que é necessário é a sociedade de Macau manter uma mentalidade aberta, considerar cuidadosamente a viabilidade e o impacto de cada sugestão e tomar decisões baseadas na situação real da região. Não deve seguir cegamente as tendências e copiar o que é feito noutros locais. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
“Hush!” | Festival de música e bem-estar traz Noiserv como uma das atracções Andreia Sofia Silva - 29 Out 2024 Já é conhecido o cartaz da próxima edição do festival “Hush!”, que todos os anos junta música, actividades criativas e eventos ligados ao bem-estar na praia de Hac-Sá e também noutros palcos da cidade, nomeadamente no antigo Matadouro Municipal. O “Hush! – Concertos na Praia x Festival do Bem-Estar Ioga 2024” terá lugar entre os dias 9 e 10 de Novembro na praia de Hac-Sá, mas a partir do dia 2 haverá eventos paralelos noutros locais da cidade. Entre os dias 2 e 8 realiza-se o “Prelúdio na Zona da Barra”, com música, workshops e actividades de Ioga. Destaque para a presença, nestas iniciativas, do consagrado produtor musical japonês Dj Krush, Tomo Fujita e o guitarrista canadiano Jay Leonard J. O evento principal terá lugar de 9 a 10 de Novembro na Praia de Hac Sá, onde mais de 30 instrutores asiáticos de fitness e ioga de renome e cerca de 60 bandas, músicos e artistas locais e internacionais proporcionarão, em dois dias consecutivos, aulas de ioga e concertos. Destaque para a presença da aclamada instrutora de ioga de Hong Kong, Coffee Lam, a celebridade do desporto na Internet, Emi Wong, o mestre de Zumba de Taiwan, J-Lin, o instrutor de ioga de Singapura, JYAN, e o instrutor de dança tailandesa, Gun Gun. Nos concertos na praia de Hac-Sá, haverá oportunidade de ouvir o cantautor de Taipé 9m88, as bandas de Jay Leonard J e do músico de Macau Jun Kung, o guitarrista Tomo Fujita, a banda de rock da nova geração de Chongqing, Neon Garden e a banda filipina Lola Amour. O músico português Noiserv, que explora na sua música locais não convencionais, irá apresentar no dia 11 de Novembro um concerto especial no antigo Matadouro Municipal. Cedo erguer Os eventos paralelos do “Hush!” começam bem cedo, logo às 6h do dia 2 de Novembro, com “Música e Fluxo ao Amanhecer” na entrada do parque da praia de Hac-Sá. No mesmo dia, das 10h30 às 22h, terá lugar o evento “Tribo da Música Rítmica”, com músicos residentes, também no mesmo local. No final do dia, das 17h30 às 18h, acontece o “Tribo da Música Rítmica – Concerto ao anoitecer”, enquanto que das 20h30 às 21h30, é hora do espectáculo “Tribo de Música Rítmica – Festival de Música sob a Noite Estrelada”. Todos estes eventos decorrem na entrada do parque da praia de Hac-Sá. Outro evento paralelo, acontece também no dia 2 de Novembro, no antigo Matadouro Municipal, com o espectáculo do “DJ Krush – Festival Musical de Actividade Preliminar”, entre as 20h e as 21h45. Nos dias 2 e 3 de Novembro é a vez de decorrer uma “sessão de bootcamp de Jazz Jam” no mesmo local, num evento que promete durar todo o dia, das 9h às 18h. Para estes dias, estão também agendados os “Concertos Macau Cruise”, em vários horários, na Ponte-Cais da Barra. Por sua vez, no dia 7 de Novembro, é a vez de apresentar o espectáculo “Ressonância nas cordas – Um diálogo musical com o mestre da guitarra Tomo Fujita”, no antigo Matadouro Municipal, das 20h às 21h30. No dia seguinte, desvendam-se os “mistérios do Stompbox”, no evento “Usando os pedais da sua guitarra para encontrar a sua voz única”, que acontece também no antigo Matadouro Municipal entre as 20h e as 21h30. Entre os dias 9 e 10 de Novembro, decorrem vários eventos na praia de Hac-Sá, nomeadamente o “Festival do Bem-estar Ioga”, o “Bazar do Hush!” e ainda os concertos na praia, com diversas bandas de Macau, Hong Kong, Taiwan e China. Também no dia 9, acontece a “Viagem de Experiências com o Handpan”, um instrumento musical, das 15h às 16h.
Pintura | Almada Negreiros em destaque no Consulado Andreia Sofia Silva - 29 Out 2024 A pintora portuguesa Ana Maria Pessanha, que já realizou diversas exposições em Macau, voltou ao território, mas desta vez para falar da pintura e da obra de um ícone do Modernismo português: Almada Negreiros. A palestra decorreu ontem no Consulado-geral de Portugal em Macau Realizou-se ontem, ao final da tarde, uma palestra com a pintora portuguesa Ana Maria Pessanha sobre a obra do também pintor português Almada Negreiros. O evento decorreu no Auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-geral de Portugal em Macau, e foi promovido pela Casa de Portugal em Macau (CPM). Ao HM, Ana Pessanha declarou que a palestra surgiu da sua vontade de “contribuir para uma reflexão no âmbito da arte portuguesa”, depois de ter abordado nomes como Mário Cesariny ou Amadeo de Souza Cardoso. “Este ano, para dar continuidade a este ciclo de palestra sobre os grandes pintores portugueses do século XX, que são pintores modernistas, considerei que fazia falta falar de Almada Negreiros, muitas vezes no passado recente pouco valorizado nos nossos dias. E que agora está a ser redescoberto como uma grande referência da cultura artística portuguesa”. Na conversa, Ana Maria Pessanha abordou a história de vida do artista, “recordando as diferentes etapas da sua vida, tanto do ponto de vista familiar como artístico”. Foi também abordada a sua produção literária, bem como a “realização de manifestos e contributos na área satírica”. Ana Pessanha falou também “de aspectos relacionados com a realização de vitrais para igrejas e outros edifícios religiosos, bem como pinturas não religiosas em espaços públicos, por exemplo na Universidade de Lisboa, no tribunal de Lisboa, entre outros”. “Almada Negreiros foi uma pessoa que tocou em todos os aspectos da comunicação e da fruição artística, sendo admirável o facto de ele ser autodidacta”. Artista renascido Uma das últimas mostras de Ana Pessanha em Macau aconteceu na Casa Garden, em 2017, onde o mar foi o tema principal. A exposição “O Mar” revelou uma pintura mais abstracta e, assim sendo, a pintora assume algum distanciamento em relação à essência da obra de Almada Negreiros. “A minha pintura não está propriamente associada à obra artística do Almada Negreiros. No entanto, o empenhamento, a motivação pela realização da arte, são referências que considero importantes na minha própria produção artística”, destacou. Questionada sobre as influências de Almada Negreiros nos dias de hoje, Ana Pessanha refere que, em parceria com outros nomes, como Amadeo de Souza Cardoso, Guilherme de Santa-Rita e Fernando Pessoa, grande poeta português, foi possível “o diálogo sobre a arte modernista em Portugal e uma reflexão sobre a arte numa perspectiva mais aberta e abrangente”. Tanto Almada, como as personalidades que o rodearam, “contestaram a estagnação que existia em Portugal no meio artístico e intelectual da época”, tendo sido “uma lufada de ar fresco”, dando também “um enorme contributo para a modernidade da nossa arte e cultura”. “Até aos dias de hoje, é interessante pensar, que ele foi um artista que renasceu. Neste momento está a ser objecto de renovada atenção quer em Portugal, quer em Espanha. O trabalho do restauro das gares, e a recente exposição de Almada Negreiros no Museu Rainha Sofia em Madrid, onde está neste momento em exibição ao lado de obras mundialmente conhecidas de Pablo Picasso, são exemplo dessa imortalidade do artista.” Ana Maria Pessanha destacou ainda a exposição promovida pela Sociedade Nacional de Belas Artes em homenagem a Almada Negreiros, na qual participou, onde se reuniu muita documentação sobre o artista. José de Almada Negreiros nasceu na Cidade da Trindade, São Tomé e Princípe, em 1893, tendo falecido em Lisboa em 1970. Estreou-se como desenhador humorista em 1911, participando, nos dois anos seguintes, nos I e II Salões dos Humoristas Portugueses. Em 1913, realiza os seus primeiros óleos, para a Alfaiataria Cunha, e a sua primeira exposição individual, na Escola Internacional de Lisboa. Em Março de 1914, publica o seu primeiro poema. Em 1915, colabora no primeiro número da revista literária “Orpheu”.
PM japonês promete “reformas fundamentais” após perder maioria Hoje Macau - 29 Out 2024 O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, prometeu ontem iniciar “reformas fundamentais” dentro do Partido Democrático Liberal (PDL, conservador de direita), que perdeu a maioria na Câmara Baixa do Parlamento após as eleições gerais de domingo. “Vou iniciar reformas fundamentais em matéria de financiamento e política”, declarou Ishiba à imprensa. O responsável pela campanha do PDL demitiu-se ontem, na sequência do desaire, confirmou um dirigente do partido à agência de notícias France-Presse. “Como funcionário eleitoral, apresentei a minha carta de demissão” ao primeiro-ministro e presidente do partido, Shigeru Ishiba, “para assumir a responsabilidade pelo resultado, e [a demissão] foi aceite”, disse Shinjiro Koizumi, citado pela televisão japonesa Fuji TV. Ishiba atribuiu o desaire eleitoral à “suspeita, desconfiança e raiva” entre os eleitores após o escândalo financeiro que abalou o PDL. “O maior factor é a suspeita, a desconfiança e a raiva que não desapareceram em relação ao problema do financiamento e da política”, disse o primeiro-ministro à imprensa. O escândalo financeiro, que já tinha contribuído para a impopularidade do anterior primeiro-ministro, Fumio Kishida, levou o PDL a punir várias dezenas de membros por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos. Daqui não saio Shigeru Ishiba garantiu ontem que pretende manter-se no cargo apesar do desaire eleitoral, indicando que não pretende criar um “vácuo político”. “Quero cumprir o meu dever, que é proteger a vida das pessoas, proteger o Japão”, insistiu o primeiro-ministro. Horas antes, Ishiba já tinha reconhecido à emissora pública NHK que o partido recebeu um “duro julgamento” por parte dos eleitores. De acordo com projeções baseadas em sondagens à boca das urnas, a coligação do PDL com o aliado Komeito não deverá obter a maioria absoluta. No final de uma campanha em que sofreu com a elevada inflação no Japão e com as consequências de um escândalo financeiro, o PDL poderá ter conquistado entre 153 e 219 lugares, segundo as primeiras projeções. Este número é muito inferior à maioria absoluta de 233 lugares, num total de 465. Sem uma maioria absoluta com o seu parceiro de coligação, o PDL terá de procurar outros aliados ou formar um Governo minoritário precário, uma vez que a oposição continua demasiado fragmentada para propor uma alternativa. Este resultado será praticamente inédito na história do PDL, que conseguiu manter-se no poder quase ininterruptamente desde 1955. Ishiba, 67 anos, que se tornou primeiro-ministro em 01 de Outubro, tinha convocado as eleições antecipadas, prometendo aos eleitores “um novo Japão”, com um programa de reforço da segurança e da defesa, de aumento do apoio às famílias com baixos rendimentos e de revitalização do mundo rural japonês.