Centro Kun Iam | Cristina Leiria dá palestra este sábado

Decorre este sábado, às 15h, no auditório do Museu de Arte de Macau (MAM) a palestra “Silêncio e Bem-Estar – O Projecto do Centro Ecuménico de Macau”, proferida pela escultora portuguesa Cristina Rocha Leiria. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), a escultora “irá partilhar com o público uma explicação técnica sobre o processo de fundição da estátua de Kun Iam e apresentação sobre a concepção criativa que serviu de base para o desenho do Centro Ecuménico Kun Iam”.

O plano do Centro Ecuménico Kun Iam teve início em 1997. A obra foi inaugurada em 21 de Março de 1999. Composta por uma grande estátua de bronze da Deusa Kun Iam e uma base em forma de flor de lótus, a escultura tem 32 metros de altura e logo após a sua inauguração, recebeu o apoio da UNESCO, que elogiou o Centro como um símbolo que promove o respeito e a compreensão mútua entre diferentes povos e civilizações.

Cristina Rocha Leiria concebeu a estátua de Kun Iam e o Centro Ecuménico Kun Iam com base no conceito de “silêncio e bem-estar”, a fim de “proporcionar um espaço tranquilo e repousante para o público, num contexto urbano que se encontra em constante movimento”.

O IC descreve ainda que o rosto da estátua de Kun Iam “foi meticulosamente esculpido”, procurando “transmitir uma mensagem de universalidade e de coexistência pacífica entre todos os povos”.

Uma vez que o Centro Ecuménico Kun Iam celebra 25 anos de existência, a escultora foi convidada para proferir esta palestra, a fim de o público poder “recordar e redescobrir uma vez mais a concepção criativa que está por detrás desta obra inspirada na Deusa Kun Iam”, além de poderem “conhecer melhor a filosofia de uma vida pacífica e pura, que está implícita no conceito deste espaço”.

A sessão decorre em inglês, contando com interpretação simultânea em cantonense. As inscrições podem ser feitas no sistema da Conta Única de Macau.

14 Dez 2023

FRC | Exposição de Fortes Pakeong Sequeira apresentada hoje

“Moltirange: Quem é Solace?” é o nome da nova exposição do conhecido artista de Macau Fortes Pakeong Sequeira, e pode ser vista a partir de hoje na galeria da Fundação Rui Cunha. A mostra conta com um total de 30 obras com curadoria de Heidi Ng, com destaque para a presença da personagem fictícia “Solace”

 

É hoje apresentada, na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, a exposição “Moltirange: Who is Solace?”, com novos trabalhos do conhecido artista local Fortes Pakeong Sequeira. Segundo um comunicado, trata-se de 30 obras, que vão desde a pintura a instalações de arte digital, com curadoria de Heidi Ng.

Esta iniciativa é co-organizada pela FRC e pela Fortes Solo Workshop Lda, tendo ainda o apoio da Associação Comercial da Indústria da Propriedade Intelectual de Macau e da Associação Promotora de Grandes Eventos Internacionais de Macau. A mostra divulga “os trabalhos mais recentes de Fortes Sequeira, que se debruçam sobre o crescimento pessoal, a transformação e a exploração do desconhecido e da incerteza.

Fortes Pakeong Sequeira utiliza a personagem fictícia “Solace” como “um modelo para revelar o seu mundo interior”, revela a curadora sobre este universo da animação e do imaginário infantil de Pakeong, que funciona como um alter-ego artístico.

“Na exposição, Fortes Sequeira apresenta a sua arte num estilo inovador. Sequeira utiliza ilustrações que contam histórias e integra elementos em espelho para manifestar as suas reflexões sobre o crescimento pessoal, proporcionando aos espectadores a oportunidade de se comoverem com as suas peças inspiradoras e impactantes”, acrescentou a curadora.

Com esta exposição, pretende-se “inspirar todos a enfrentarem corajosamente o desconhecido e a descobrirem a sua resiliência interior, seja perante a adversidade ou na busca das suas aspirações”.

Arte multifacetada

Heidi Ng destaca ainda, segundo o mesmo comunicado da FRC, que Fortes Pakeong Sequeira é “um artista multifacetado, que se destaca na composição musical e tem um estilo visual único na pintura”.

“As suas obras exalam o ritmo e a melodia da música heavy metal, o que cativa o seu público. Nos últimos anos, revitalizou o espaço artístico ‘A Porta da Arte’ em Macau, proporcionando um refúgio para quem procura um momento de tranquilidade. O espaço é um lugar humano, onde os visitantes podem saborear um café enquanto apreciam cada pormenor da casa histórica. É aí que Sequeira estabelece conversas profundas com o seu público, inspirando a sua contemplação artística”, apontou ainda.

Fortes Pakeong Sequeira estreou-se no mundo das artes em 2005, quando realizou, no Armazém do Boi, a primeira exposição individual, intitulada “Louco! Louco! Louco!”. Em 2008, passou a trabalhar como artista a tempo inteiro, dedicando-se também ao mundo da música com a banda “Blademark”. Em 2015, o artista lançou a sua biografia em livro com o nome “Experienciar. Fortes” que inclui também uma colecção das obras mais importantes da sua carreira. A exposição “Moltirange: Who is Solace” vai estar patente na FRC até ao dia 6 de Janeiro.

14 Dez 2023

Albergue SCM | Obras de seis artistas para ver até Fevereiro

A partir de hoje será possível visitar, na galeria do Albergue SCM, a exposição “Intercâmbio Intercultural da Área da Grande Baía – Exposição de Jovens Artistas Femininas U38”. A mostra, com curadoria de Carlos Marreiros e Angela Li Zhenxiang, revela os trabalhos de quatro artistas da China, Huang Yin, Lu Beimei, Mengyao Guo e Xie Lisi, e duas de Macau, nomeadamente Kit Lei Ka Ieong e Weng Io Wong

 

A Galeria A2 do Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM) acolhe, a partir das 18h30 de hoje, uma nova exposição que revela alguma da arte feita no feminino. Trata-se da mostra “Greater Bay Area Intercultural Exchange – U38 Young Female Artists Exhibition” [Intercâmbio Intercultural da Área da Grande Baía – Exposição de Jovens Artistas Femininas U38″, com curadoria do arquitecto Carlos Marreiros e de Angela Li Zhengxiang, e que revela 20 trabalhos de quatro artistas da China, Huang Yin, Lu Beimei, Mengyao Guo e Xie Lisi, e duas de Macau, nomeadamente Kit Lei Ka Ieong e Weng Io Wong. Destaque para o facto de todas as artistas terem menos de 38 anos de idade.

A mostra, organizada pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau, visa também celebrar o 24.º aniversário da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, e pode ser vista até ao dia 26 de Fevereiro.

Um dos objectivos desta exposição é “promover o intercâmbio cultural” no contexto da Grande Baía, tendo o CAC colaborado novamente com a ART23, evento de Guangzhou, depois de uma primeira parceria feita em 2021, que levou à organização da exposição “U38 Macau – Jovens Artistas Femininas em Guangzhou”.

Revelam-se, assim, trabalhos de seis artistas com uma “criatividade única”, abrangendo “vários meios e estilos”, o que, segundo um comunicado da organização, irá proporcionar junto do público “uma experiência visual distinta e inesquecível”.

Segundo uma nota assinada pelos dois curadores, o trabalho de Mengyao Guo “reflecte a contemplação e a exploração da perspectiva feminina nas diversas áreas das artes plásticas, da comunicação e dos meios digitais”, enquanto Huang Yin “centra-se nas várias alienações provocadas pelas mudanças na sociedade de consumo de informação sob as ideologias existentes”.

Por sua vez, Weng Io Wong “examina a complexa relação entre o ser humano e a tecnologia nas eras digital e pós-colonial”, e Kit Lei Ka Ieng “apresenta a vitalidade do mundo virtual através de formas multimédia”.

No caso de Lu Beimei, o seu trabalho “reflecte continuamente o nosso verdadeiro eu através da representação do crescimento pessoal e da auto-consciência”, enquanto Xie Lisi “explora e analisa a realidade a partir de múltiplas dimensões através de métodos de observação como o olhar, o exame e a vigilância”.

Criatividade internacional

No mesmo texto, observa-se que esta mostra visa promover “um diálogo” cultural “a partir de uma perspectiva internacional”, tendo como foco a área da Grande Baía, que abrange as regiões de Macau e Hong Kong e ainda nove cidades do sul da China.

Os curadores descrevem que “as jovens artistas femininas da China Continental e de Macau têm sido sempre o ponto focal das nossas observações sobre a comunicação intercultural”. Os nomes escolhidos para esta mostra, em particular, “abordam a sua criatividade com uma perspectiva internacional e ilustram o espírito feminino da nova era a partir de diferentes ângulos femininos”.

Carlos Marreiros e Angela Li Zhengxiang descrevem também que, ao apresentar o trabalho de artistas femininas neste formato expositivo, é promovida, em Macau, “uma interacção de vários níveis e em vários campos, proporcionando ao público uma percepção diversificada da arte contemporânea”. Os curadores chamam ainda a atenção para a crescente importância da nova visão das mulheres artistas.

“À medida que as mulheres de hoje continuam a subir na escala profissional, elas trazem consigo um espírito feminino refrescante. Este é também o tema que a exposição procura explorar e discutir. Estas jovens artistas excepcionais, nascidas nas décadas de 1980 e 1990, interiorizaram os seus anos de interação internacional e exploração artística, apresentando nas suas obras temas contemporâneos a partir de uma perspectiva feminina.”

13 Dez 2023

Escultura | “Etherea”, obra de Edoardo Tresoldi, para ver junto ao Wynn

O artista italiano Edoardo Tresoldi apresenta este mês, junto ao casino Wynn, na península de Macau, a obra “Etherea”, uma “instalação artística hipnotizante”, segundo um comunicado da operadora de jogo que promove a apresentação deste trabalho no território.

“Etherea”, com cerca de dez metros de altura, é considerada como uma das obras mais características do artista e escultor, tendo sido exposta, por exemplo, no festival de arte e música Coachella, nos EUA. Tresoldi fez uma readaptação da peça para que esta pudesse ser exibida junto ao Wynn, sendo esta “adornada com efeitos de luz cativantes”.

Esta peça inspira-se na “grandiosidade da arquitectura barroca e neoclássica”, sendo uma “obra-prima transparente que se envolve num diálogo cativante com a orla marítima circundante ao longo do passeio, oferecendo aos convidados uma nova perspectiva do espaço aberto”. Além disso, ao fazer uma interacção de malhas de arame transparentes, Edoardo Tresoldi “transcende os constrangimentos do espaço e do tempo, esbatendo as fronteiras entre a arte e o mundo e revelando uma síntese visual que desafia as limitações físicas”.

Em termos gerais, o trabalho artístico de Tresoldi “destaca-se por jogar com a transparência da malha de arame e outros materiais industriais para criar magníficas obras de arte que aparecem visualmente na limitação física desaparecida e transcendem a dimensão espaço-temporal para narrar um diálogo entre a arte e o mundo”.

Para a Wynn, “as suas obras de arte são uma mistura de linguagens clássicas e modernas, emergindo delas uma terceira e forte linguagem contemporânea”.

12 Dez 2023

João Canijo: Chegar à ‘shortlist’ dos Óscares com “Mal Viver” seria fantástico

A entrada do filme português “Mal Viver” na ‘shortlist’ de candidatos para a nomeação aos Óscares “seria fantástico”, disse à agência Lusa o realizador João Canijo, em Los Angeles, onde se encontra em plena campanha de promoção do filme. “Chegar à ‘shortlist’ seria óptimo. Era garantia de que haveria uma distribuição nos Estados Unidos”, afirmou o cineasta português, que já esteve em Washington no início de Dezembro numa mostra onde o filme foi exibido.

Submissão oficial de Portugal aos Óscares 2024, na categoria de Melhor Filme Internacional, “Mal Viver” está agora a ser promovido em exibições privadas junto de membros da Academia em Los Angeles. A ’shortlist’ dos 15 filmes internacionais seleccionados será anunciada no próximo dia 21 de Dezembro.

“A minha expectativa é fatalista. Será o que for. Mas claro que seria muito bom”, disse João Canijo, considerando que há um “espaço interessante” para o filme junto do público norte-americano. “Há um nicho de mercado nos Estados Unidos que serve para o meu filme. Não é o generalista, com certeza, mas há um nicho de mercado que funciona”.

Protagonizado por Anabela Moreira, Madalena Almeida, Rita Blanco e Cleia Almeida, “Mal Viver” – “Bad Living” no circuito internacional – venceu o Urso de Prata de Melhor Realização no Festival de Berlim. Foi um prémio que João Canijo considerou muito importante, já que é pelo reconhecimento internacional que o cinema português pode contornar as lacunas da sua indústria.

“Pode contornar com um Urso em Berlim, uma Palma em Cannes ou um Leão em Veneza”, disse. “Por isso é que os festivais europeus são tão importantes, porque fazem com que o filme circule pelo mundo inteiro”.

“Mal Viver” tem já garantida distribuição comercial em França, Brasil e México, com Espanha a seguir. Se chegar à ‘shortlist’ dos Óscares, terá espaço nos Estados Unidos, ampliando de forma significativa um alcance que não consegue ter só com o mercado doméstico. “Nós não temos mercado. O país é muito pequenino e não tem o poder de compra nem o nível de vida de países do mesmo tamanho em termos de população, como a Bélgica e Holanda”, frisou o cineasta.

Isso reflecte-se na pouca elasticidade dos investimentos. “Não há orçamentos em Portugal que permitam fazer um filme como os países nórdicos ou os espanhóis”, frisou, “que permitam fazer um filme com características técnicas e de produção que permita sonhar com os Óscares”.

Optimismo real

Em 2023, a dupla João Gonzalez e Bruno Caetano fez história quando a ‘curta’ de animação “Ice Merchants” foi nomeada para um Óscar. É uma categoria “mais equilibrada”, disse Canijo, algo que não acontece na ficção. “As nossas produções são muito baratas, os filmes são muito artesanais, são feitos com muito esforço e não têm os meios que têm por exemplo os filmes espanhóis”.

Mas as limitações não significam menor qualidade. “Os novos são bastante melhores que os velhos. Há melhores profissionais e os filmes são melhores”, considerou João Canijo. “Eu nesse aspecto estou bastante optimista que ‘a coisa’ tem vindo a melhorar constantemente”. Satisfeito com a receção de “Mal Viver”, o cineasta reflectiu na forma como a crueza do filme tem tocado as audiências.

“Talvez porque o filme é muito real. Tanto na história como nas atuações das actrizes”, afirmou. “E talvez essa realidade possa ser comovente ou perturbante”. “Mal Viver” é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, “que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e rancor”, abalada pela chegada inesperada de uma neta, como se lê na sua sinopse.

A ‘shortlist’ de candidatos à nomeação de Melhor Filme Internacional será divulgada a 21 de Dezembro, com as nomeações finais marcadas para 23 de Janeiro. A 96.ª edição dos prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas decorrerá a 10 de Março de 2024.

12 Dez 2023

Casa Garden | Instalação de Célia Brás chama a atenção para o ambiente

Pode ser vista a partir de hoje, na Casa Garden, a instalação “E Agora, Como Te Vês?”, da autoria de Célia Brás e organização da 10 Marias – Associação Cultural. Trata-se de uma “montagem cénica” que pretende chamar a atenção do público para um problema bastante actual: as alterações climáticas e a poluição do meio ambiente

 

Célia Brás é a autora da nova instalação que pode ser visitada, a partir de hoje, na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau. “E Agora, Como Te Vês” é um projecto promovido pela 10 Marias – Associação Cultural que descreve esta iniciativa artística como uma “montagem cénica que pretende sensibilizar [o público] para a problemática ambiental”.

A instalação, que pode ser vista até ao dia 5 de Janeiro, pretende levar o público a integrar-se gradualmente no cenário “intencionalmente criado” para esse objectivo, além de se poder contemplar “a envolvência concebida a partir dos desperdícios, resultando uns seres deformados numa beira-mar de uma qualquer praia”.

Citada por um comunicado da associação, Célia Brás referiu pretender “contribuir para sensibilizar a consciência e a preocupação sobre a crescente crise mundial resultante da poluição, bem como a importância de proteger os ecossistemas existentes no mundo, actualmente tão maltratado”.

Assim, pretende-se que os resultados desta experiência possam ser de “angústia, uma maior consciência, uma memória fotográfica, ou até uma ideia de agir proactivamente a fim de melhorar a vida no planeta terra”. A integração do público com a instalação termina com o convite para que estes deixem o seu testemunho, “participando nesta mostra através da fotografia ou de breves mensagens escritas”.

Segundo acto

Esta é a segunda exposição da autoria de Célia Brás que, em 2021, se estreou nas lides artísticas com a instalação “Como Nunca Te Viste”. Na qualidade de sócia da 10 Marias, Célia Brás colaborou e organizou várias exposições e instalações, nomeadamente: “4 Steps Into The Clouds”, “Save As”, “Estrada: Stand Point”, “4 Steps into the Clouds II”. Apresentou os seus primeiros trabalhos com vários outros artistas locais. Coadjuvou ainda a coordenação e divulgação dos concertos musicais do projecto “Mamashemade”.
Natural de Portugal, Célia Brás é formada em Engenharia Multimédia e licenciou-se em Informática, pelo ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas, Lisboa, em 2006. Actualmente, exerce funções de gestão e manutenção de conteúdos web, layout gráfico e paginação de variados tipos de publicações.

Segundo a 10 Marias, foi graças a este trabalho que a autora da instalação “E Agora, Como Te Vês” ganhou “sensibilidade para o meio artístico, através da concepção do design gráfico que imprimia às obras dos outros”.

A 10 Marias – Associação Cultural dedica-se às Artes Visuais, Novas Tecnologias, Artes Cénicas, Dança Contemporânea e Teatro. Assumindo-se sem fins lucrativos, é uma associação nascida em 2016 que nasceu da ideia de um grupo feminino “que pretendia dar voz às mulheres ligadas às artes, que se encontram espalhadas pelos quatro cantos do mundo e que têm em comum a língua de Camões”.

A associação “aposta na arte como criação de afectos e percepções”, apostando, com os seus espectáculos e produções, “na transmissão cultural e ao mesmo tempo dar a conhecer outras realidades, outros meios de expressão, outras mundivisões”, lê-se no mesmo comunicado.

12 Dez 2023

Concerto | “A Paixão do Buda”, de Tan Dun, no MGM em Janeiro

O compositor Tan Dun, autor de diversas bandas sonoras de filmes chineses e criador do espectáculo “Buddha Passion” [A Paixão do Buda] traz ao MGM Theatre a sua criação musical nos dias 1 e 2 de Janeiro. O concerto que conta a história dos murais da cidade chinesa de Dunhuang, na província de Gansu, conta com a presença da Orquestra Sinfónica e o Coro da Sala de Concertos de Lanzhou

 

Nos dias 1 e 2 de Janeiro será possível ver e ouvir, no MGM Theatre, o espectáculo criado por um dos mais aclamados nomes da música e composição chinesas da actualidade. Trata-se de “Buddha Passion” [A Paixão do Buda], criado por Tan Dun, em homenagem aos trabalhos murais dispostos nas Grutas de Mogao, na cidade chinesa de Dunhuang, na província de Gansu.

Em digressão desde 2018, “A Paixão do Buda” apresenta-se pela primeira vez em Macau, sendo composto, segundo um comunicado da MGM, por “um extraordinário alinhamento musical”, uma vez que Tan Dun irá dirigir em palco a Orquestra Sinfónica e o Coro da Sala de Concertos de Lanzhou.

O espectáculo revela pedaços da cultura musical da histórica cidade chinesa de Dunhuang, contando com diversas colaborações de intérpretes da música tradicional deste lugar e vocalistas internacionais, como é o caso do cantor tibetano Zeren Yangjin; Hasibagen, cantor e antigo intérprete de Xiqin, de Dunhuang; o dançarino de “Fantan Pipa” de Dunhuang, Chen Yining; a soprano Candice Chung, a mezzo-soprano Liu Niru, o tenor Henry Ngan e ainda o baixista Yang Yi.

A música de “A Paixão do Buda” será complementada pelas imagens exibidas num ecrã LED de 28 milhões de pixels disponível na sala do MGM Theatre, criando-se “uma fusão imersiva de música e tecnologia”. Estes são os ingredientes escolhidos para celebrar os 75 anos da fundação da República Popular da China e os 25 anos da transição da administração portuguesa de Macau para a China, aponta a operadora de jogo.

Palavra de compositor

Citado pelo mesmo comunicado, Tan Dun descreveu que, ao criar o “Buddha Passion”, pretendeu “trazer os murais de Dunhuang para o palco mundial através da música”, esperando “animar o espírito cultural, artístico e filosófico da antiga Dunhuang”. “Através da fusão harmoniosa de elementos auditivos e visuais, criaremos de forma inovadora uma atmosfera imersiva que transmite ao público de Macau o espírito compassivo e bondoso da cultura de Dunhuang”, disse ainda.

“A Paixão do Buda” tem sido aclamado em todo o mundo desde a sua estreia, sendo que Tan Dun esteve mais de seis anos a compor e a criar todo o espectáculo. O concerto acontece em seis actos, nomeadamente “Árvore Bodhi”, “O Cervo das Nove Cores”, “Mil Braços e Mil Olhos”, “Jardim Zen”, “Sutra do Coração” e “Nirvana”.

Neste concerto, fundem-se “elementos da música chinesa e ocidental” juntamente com “vozes em língua chinesa para narrar as histórias filosóficas orientais retratadas nos murais [de Dunhuang]”. Este espectáculo mostra ainda ao mundo “os valores culturais e filosóficos de igualdade, dedicação e filantropia inerentes à cultura chinesa de Dunhuang”, descreve-se na mesma nota.

Os murais de Dunhuang encontram-se nas Grutas de Mogao, que formam um conjunto de 735 grutas com mais de 45 mil metros quadrados de pinturas murais. Trata-se do maior acervo de arte budista do mundo, combinando a arte com a escultura e a arquitectura.

Tan Dun é ainda autor de bandas sonoras de filmes como “O Tigre e o Dragão”, pela qual ganhou o Óscar de Melhor Banda Sonora, e “Herói”, além de ter composto a música de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. O compositor chinês é referenciado pelo jornal norte-americano New York Times como um dos dez músicos do género “World Music” mais importantes do mundo, além de ser tido como um dos dez chineses mais influentes no mundo por parte dez meios de comunicação social chineses.

11 Dez 2023

Casa Garden apresenta xilogravuras do artista japonês Katsushika Hokusai

As xilogravuras do japonês Katsushika Hokusai, expostas a partir do próximo sábado na Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau, são uma oportunidade de conhecer a técnica da gravura, muitas vezes confundida com a pintura, defende o curador da mostra.

A exposição “Hokusai The Wave Maker”, que apresenta três conjuntos de 64 gravuras ‘ukiyo-e’, na posse de uma “grande família de Osaka”, integra, entre outras, 46 peças da série “Trinta e Seis Vistas do Monte Fuji”, disse à Lusa James Wong Cheng Pou.

“A Grande Onda de Kanagawa”, trabalho mais conhecido do artista do período Edo, entre 1603 e 1868, e que a partir de 2024 vai ser motivo da nota de mil ienes (6,44 euros), inaugura esta série, originalmente criada entre 1831 e 1934 e que retrata o monte Fuji em diferentes épocas do ano e de várias perspectivas.

“Há dois anos, peritos do Museu Britânico, que fez uma grande exposição sobre Hokusai, consideraram a possível existência de cerca de 8.000 cópias de ‘A Grande Onda [de Kanagawa]’ no mundo. Actualmente só se conseguem localizar cerca de 200”, notou.

Reimpressão de qualidade

Embora as gravuras expostas na delegação da Fundação Oriente em Macau sejam reimpressões da década de 1970 e anos mais recentes, James Wong nota que a qualidade é atestada pelas autoridades competentes japonesas, tendo a reprodução de respeitar “os métodos tradicionais”.

“É necessário utilizar o papel de estilo antigo, bem como madeira de cerejeira, para cortar os blocos [onde se faz a gravura], que geralmente tem de ter mais de 100 anos, além de todas as tintas das impressões serem de materiais minerais”, notou o também presidente do Centro de Pesquisa de Gravuras de Macau.

“A arte que vai ver nesta exposição são provavelmente os exemplares mais caros destas impressões recentes”, salientou.
Para Wong, membro fundador da Comunidade de Gravuras e da Trienal de Gravura em Macau, esta é também uma oportunidade para desmistificar a gravura, já que “não há muita gente que conheça a diferença entre pintura e gravura”. “Talvez [a população] tenha interesse em vir ver como são as impressões”, sugere.

A xilogravura japonesa ‘ukiyo-e’ junta dois elementos: o desenho que dá origem ao produto final e o bloco de madeira. Num primeiro momento, faz-se o desenho em papel e coloca-se sobre um bloco de madeira. Depois talha-se a madeira, deixa-se o desenho em relevo e, numa fase seguinte, o bloco é pintado e coberto com o papel onde vai ser feita a impressão, sendo que para uma só obra são necessários vários blocos. Ao longo do processo, pressiona-se o papel contra o bloco de madeira com uma ferramenta circular chamada ‘baren’.

A ‘ukiyo-e’ e o nome de Katsushika Hokusai não são completos desconhecidos do território. Em 2018, a Rádio Macau noticiou que o Fundo de Pensões tinha guardada uma coleção de arte japonesa, adquirida no final dos anos 1980 pela administração portuguesa e avaliada em 13,68 milhões de patacas.

Essas 84 gravuras remontam ao século XVIII e XIX e estão guardadas nos cofres do Banco Nacional Ultramarino (BNU) do território, de acordo com a emissora. O exemplar “Grande Onda de Kanagawa” – e as restantes 45 gravuras da série “Trinta e Seis Vistas do Monte Fuji” – é a peça de arte de maior relevo adquirida pelo Fundo de Pensões.

James Wong recorda-se quando, nos anos 1990, passou “mais de uma hora” a observar essas impressões. Com ele, lembra à Lusa, encontrava-se também o artista e pedagogo português Nuno Barreto (1941-2009), na altura diretor da Academia de Artes Visuais de Macau.

“Fomos ao último andar do BNU e tivemos a oportunidade privilegiada de examinar [as peças]”, diz. A Lusa contactou o Fundo de Pensões para saber se a obra continua na posse do Governo de Macau, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta.

10 Dez 2023

Cinema | Documentário “SOM TAM” retrata residentes tailandeses em Macau

Volta a ser exibido este sábado, na Casa Garden, o novo documentário de Vanessa Pimentel, “SOM TAM”, que retrata a comunidade tailandesa de Macau. A realizadora quis abordar as particularidades de um dos grupos étnicos de menor dimensão a residir no território, mas que, ainda assim, consegue ter bastante visibilidade

 

A comunidade tailandesa de Macau surge como pano de fundo no novo documentário de Vanessa Pimentel, realizadora portuguesa e ex-residente no território. “SOM TAM”, exibido pela primeira vez no passado dia 1, no âmbito do festival “Macau Films & Videos Panorama”, promovido pela Associação CUT, volta a ser mostrado ao público este sábado na Casa Garden, às 18h30.

Ao HM, Vanessa Pimentel conta que este projecto nasceu da vontade de explorar a temática das populações migrantes que residem em Macau, “um tema tão vasto”.

“SOM TAM” foca-se na comunidade tailandesa de Macau por esta ser “muito pequena, talvez das mais pequenas” do território, em comparação com as comunidades filipina, indonésia ou vietnamita, embora consiga “marcar uma presença tão forte”.

“Isso deixou-me sempre bastante curiosa e sempre quis perceber como é que isto acontece, além de querer conhecer estas pessoas. Não sei se respondo a essas questões no filme, mas é essa a motivação. Fascinava-me, de facto, o tamanho da comunidade e a diferença que eles fazem. Só o festival tailandês é um evento que fecha uma rua inteira durante três dias para que se possa ver, provar e ouvir a cultura tailandesa em Macau, e acho fascinante que consigam fazer isso.”

A realizadora destaca também o facto de a comunidade tailandesa ter “particularidades diferentes face a outras comunidades estrangeiras de Macau, que têm a ver com um diferente enraizamento”.

“Há muitas pessoas da comunidade que foram para Macau há 20 ou 30 anos e não pretendem sair. Continuam a visitar a família na Tailândia, mas firmaram família em Macau e não querem morar noutro lugar. Fizeram de Macau a sua casa, e é interessante, pois não é a regra de outras comunidades estrangeiras, mesmo que sejam em maior número”, frisou.

Lugar de pertença?

Vanessa Pimentel começou a trabalhar melhor a ideia original de “SOM TAM” quando a realizadora portuguesa Catarina Mourão realizou um workshop sobre o género documentário em Macau, em 2019. Seguiram-se mais duas formações com o Instituto de Cinema de São Paulo, no Brasil, com Maria Clara Escobar, e um workshop na Universidade Nova de Lisboa com Raquel Rato.

Sendo financiado pelo Instituto Cultural e falado em tailandês, inglês e cantonês, o documentário foi rodado com uma equipa “bastante reduzida” de Macau. “Nem o projecto se faria de outra forma, pois os documentários vivem muito de intimidade e isso é fundamental na relação com as personagens e os espaços. Não há necessidade técnica, muitas vezes, de ter uma equipa maior.”

Outra vertente que Vanessa Pimentel quis explorar, prende-se com a questão de Macau ser um território que, economicamente, vive de mão-de-obra estrangeira. “Interessava-me falar disso. As operadoras dos casinos vão buscar mão-de-obra ao Ministério do Trabalho à Tailândia por considerarem que este é um dos países que melhor forma as pessoas na área do turismo. Isto é bastante interessante, e duas das personagens vieram para Macau no âmbito desses programas e ainda estão no território.”

Para a realizadora, este aspecto “é interessante tendo em conta a forma como os estrangeiros são tratados em Macau” e a existência de “campanhas meio proteccionistas que acontecem um pouco pelo mundo inteiro, relativamente à ilusão de se achar que a mão-de-obra estrangeira tira trabalho à mão-de-obra local”. “Talvez não seja assim”, frisou.

“SOM TAM” remete ainda para a ideia de definição de casa ou do lugar de pertença, uma característica tão presente nas vidas dos tailandeses que escolheram Macau para viver.

“No filme aparece uma personagem que resulta do casamento entre um local e uma tailandesa. Ela própria vive esta dualidade de não saber muito bem onde pertence, se é mais a Macau ou à Tailândia. Também queria trabalhar esta dualidade, a questão do sítio com o qual nos identificamos mais e quais os ambientes que preferimos, que nos fazem sentir em casa. O título do documentário tem a ver com essa sensação de estar em casa.”

Depois da estreia mundial em Macau, Vanessa Pimentel pretende mostrar o documentário noutros festivais da Europa e EUA no próximo ano. “Estou a enviar o filme para outros festivais que me parecem adequados. Um filme nunca é um filme se não for visto, tem de ser mostrado para que exista, para que se complete”, rematou.

7 Dez 2023

Fotografia | Inaugurada mostra “À Descoberta de Macau e Hengqin”

O Instituto Internacional de Macau (IIM) acolhe, desde segunda-feira a exposição de fotografia “À Descoberta de Macau e Hengqin”, que nasce do concurso organizado pelo IIM e que pode ser vista no auditório do Carmo, na Taipa.

Segundo um comunicado do IIM, a mostra, patente até ao dia 15 de Dezembro, inclui os trabalhos premiados de Li Man Lok, Nicholas Mok e Wu Kun Chio, na categoria de residentes de Macau, e as imagens de Evans Chen, Ng Pak Lun e Marisa C. Gaspar, na categoria geral. Encontram-se ainda expostas as fotografias seleccionadas pelo júri e que mereceram uma menção honrosa, além das que receberam um prémio especial por sócio atribuído pela Associação de Fotografia Digital de Macau.

O concurso, patrocinado pela Fundação Macau, recebeu mais de 270 fotografias a concurso, sendo que as inscrições terminaram no passado dia 9 de Outubro. A mostra pretende “estimular o conhecimento da população, especialmente entre os mais jovens, das riquezas do património de Macau, das suas tradições e as atracções da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”, destaca o IIM. Além de estar aberta ao público em Macau, a exposição poderá depois ser visitada até ao final do ano em Hengqin.

A avaliação das fotografias foi efectuada pelo júri do concurso, composto por Lei Hong e Un Wai Man, em representação da Associação de Fotografia Digital de Macau, António Monteiro, em representação do IIM, Ng Chi Wai, da Associação dos Embaixadores do Património de Macau e Francisco Ricarte, da associação Halftone, que publica periodicamente uma revista de fotografia.

Esta mostra conta com organização do IIM e de entidades como a Associação de Fotografia Digital de Macau, o Clube Leo Macau Central, a Associação dos Embaixadores do Património de Macau e a Macau Cable TV, com a colaboração da Halftone, a Associação dos Jovens Macaenses (AJM) e a Language Exchange and Culture Promotion (LECPA), sendo patrocinada pelo Fundo do Desenvolvimento da Cultura.

6 Dez 2023

Concerto | Orquestra de Macau no CCM com Irmãos Ottensamer

O grande auditório do Centro Cultural de Macau recebe este sábado o concerto da Orquestra de Macau com dois clarinetistas mundialmente famosos. “Os Irmãos Ottensamer com a Orquestra de Macau” é o nome do espectáculo que traz ao território os irmãos Andreas e Daniel Ottensamer, respectivamente chefes de naipe de clarinetes das filarmónicas de Berlim e de Viena

 

É já este sábado que o grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) recebe, a partir das 20h, o espectáculo “Os Irmãos Ottensamer com a Orquestra de Macau” (OM), integrado na temporada de concertos da OM, e que traz a Macau dois dos clarinetistas mais conhecidos globalmente na área da música clássica, os irmãos Andreas e Daniel Ottensamer.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), estes irão interpretar o “Concerto para Clarinete”, de Jean Françaix, compositor francês do século XX, juntamente com os músicos da OM.

Os irmãos Ottensamer vêm de uma família austríaca de clarinetistas. Daniel Ottensamer é chefe de naipe de clarinetes da Filarmónica de Viena e Andreas Ottensamer é chefe de naipe de clarinetes da Filarmónica de Berlim e um maestro de renome. Neste concerto, que marca a sua estreia no território, irão tocar-se composições de compositores representativos da música clássica russa, nomeadamente “Abertura Ruslan e Lyudmila”, de Mikhail Glinka e a “Sinfonia N.º 4” de Pyotr Ilyich Tchaikovsky. Segundo o IC, trata-se de uma “demonstração plena da expressividade rica da música sinfónica”.

Desde o berço

Andreas Ottensamer nasceu em Viena em 1989, enquanto o irmão nasceu em 1986. Ambos pertencem a uma família austro-húngara de músicos. No caso de Andreas, as primeiras lições de piano aconteceram aos quatro anos de idade, tendo começado a estudar violoncelo aos dez anos, e depois estudado clarinete com Johann Hindler, em 2003.

O primeiro trabalho de Andreas Ottensamer com uma orquestra aconteceu na qualidade de assistente na Ópera Estatal de Viena e na Filarmónica desta cidade austríaca. Em 2009, interrompeu os seus estudos em Harvard para se tornar bolseiro da Academia de Orquestra da Filarmónica de Berlim.

Desde Março de 2011 que Andreas é o clarinetista principal da Filarmónica de Berlim. As suas parcerias artísticas incluem trabalhos com Murray Perahia, Leif Ove Andsnes, José Gallardo, Leonidas Kavakos, Janine Jansen e Yo-Yo Ma. Em 2005, Andreas Ottensamer fundou o trio de clarinetes “The Clarinotts” com o seu pai Ernst e o seu irmão Daniel.

Por sua vez, Daniel Ottensamer tem sido aclamado como um dos grandes clarinetistas da actualidade, além de ter uma reconhecida carreira como solista, músico de câmara e clarinetista principal na Filarmónica de Viena.

Daniel já gravou vários concertos para clarinete com a chancela da editora Sony Classical, tendo lançado, no ano passado, a colecção de sete CD’s intitulada “The Clarinet Trio Anthology”, uma gravação abrangente do repertório para clarinete, violoncelo e piano com os músicos Stephan Koncz e Christoph Traxler.

6 Dez 2023

Hengqin | Mostra fotográfica de “Mosaicos Sino-Lusófonos”

Foi inaugurada na passada sexta-feira a extensão da exposição de fotografia “Mosaicos Sino-Lusófonos” em Hengqin. Esta mostra, realizada no contexto da 15.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, pode ser vista em Macau e estará patente na Praça do Porto de Hengqin até ao dia 31 deste mês.

A mostra é organizada pelo secretariado permanente do Fórum Macau e pela Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

O facto de a exposição se estender até Hengqin constitui “uma manifestação poderosa da colaboração entre as duas regiões para a construção do modelo de ‘um evento em duas regiões'”, aponta um comunicado da organização.

“Mosaicos Sino-Lusófonos” apresenta 26 trabalhos fotográficos de nove artistas oriundos de oito países de língua e expressão portuguesa, nomeadamente Edson Lima, de Angola; Gui Martinez, do Brasil; Evandro Semedo, de Cabo Verde; Samba Muhamad Baldé, da Guiné-Bissau; Jesús Domingo Williams Idjabe, da Guiné Equatorial; Yassmin Forte, de Moçambique; Tânia Dinis, de Portugal; Valdemira Bastos Lima, de São Tomé e Príncipe e António Leong, de Macau.

Com esta apresentação, frisa a organização, abre-se “uma janela colorida da experiência artística sino-portuguesa ao público e aos turistas”, potenciando-se a exploração conjunta do “encanto único das culturas da China e dos países de língua portuguesa quando se integram, aproveitando-se a sua fusão harmoniosa”.

5 Dez 2023

“BrindARTE” | Nova edição de Natal dia 17 no CCM

O Instituto Cultural (IC) organiza, no dia 17, uma nova edição do programa “BrindARTE” em jeito de celebração do Natal. Nesse dia, entre as 14h30 e as 17h30, decorre uma série de espectáculos e iniciativas artísticas destinados a pessoas de todas as idades. Segundo uma nota do IC, irão subir ao palco “espectáculos inspiradores” e ainda “programas interactivos”, sem esquecer os “workshops criativos”.

A edição deste ano do “BrindARTE” apresenta, segundo o IC, “artistas de áreas diversas que vão criar momentos de diversão e partilha”, com o CCM a abrir portas “aos miúdos para uma visita aos bastidores ou para ouvirem histórias contadas de forma imersiva”.

“Para as meninas e meninos mais enérgicos, o evento traz sessões de capoeira e dança acrobática que vão deixar toda a gente a mexer. Para além destas animadas actuações, a festa vai levar as famílias a conviver com palhaços e outros performers, sem esquecer o habitual destaque musical num concerto em que as jovens vozes do Clube das Cantigas vão alegrar o público com uma celebração coral”, descreve ainda o IC. O evento “BrindARTE” tem entrada gratuita.

5 Dez 2023

Cinema | Macau Art Garden exibe filmes de Ho Cheuk-Tin

Os amantes do cinema realizado em Hong Kong terão a oportunidade, no próximo sábado, de ver três curtas-metragens do realizador Ho Cheuk-Tin, nomeadamente “Righteousness”, “Yau Kee Cart” e “Foul”, no Macau Art Garden. Seguir-se-á uma conversa com o conhecido cineasta

 

O trabalho cinematográfico do realizador Ho Cheuk-Tin, de Hong Kong, estará em destaque na próxima sessão de cinema no Macau Art Garden, agendada para este sábado a partir das 22h30, a que se seguirá uma conversa entre o público e o realizador.

A organização do evento escolheu três curtas-metragens do realizador para exibição, nomeadamente “Righteousness”, de 2010, com a duração de 14 minutos, que conta a história da prisão de Cheung, por roubo, há 20 anos, em que o dinheiro roubado acaba por desaparecer.

Segue-se “Yau Kee Carter”, de 2014, um trabalho com apenas 12 minutos, que se centra em torno da história do casal Li e de uma loja antiga no distrito de Sham Shui Pou, marcado por diversas mudanças urbanísticas. “Foul”, uma produção de 2012 com 27 minutos, será também exibida, tendo vencido o prémio de “Best Student Film” [Melhor Filme Estudantil] na 11.ª edição do “International Student Film and Video Festival” [Festival Internacional de Cinema e Vídeo Estudantil] da Academia de Cinema de Pequim, em 2012. Além disso, “Foul” foi ainda um dos filmes de abertura escolhidos para a oitava edição do “InDPanda International Short Film Festival”, um festival de curtas-metragens.

Grandes sucessos

Nascido em 1987, Ho Cheuk-Tin formou-se na Escola de Televisão e Cinema da Academia de Artes Cénicas de Hong Kong, com especialização em realização. É também conhecido do grande público pelas películas “The Sparring Partner”, de 2022, e “Over My Dead Body”, realizada este ano.

Tendo marcado a sua estreia na realização de longas-metragens, “The Sparring Partner” tem como pano de fundo a história de um duplo homicídio ocorrido em 2013 e que chocou Hong Kong. Trata-se de um drama judicial sobre um jovem que se junta ao amigo para assassinar e desmembrar o corpo dos próprios pais. O jovem declara-se inocente, mas os advogados de defesa rivalizam entre si. Os nove jurados do processo tentam, até ao fim, descobrir a verdade.

“Sparring Partner” foi o filme de categoria três com maior bilheteira em Hong Kong e o quarto filme de Hong Kong do ano passado com uma receita de bilheteira superior a 40 milhões de dólares de Hong Kong.

“Over My Dead Body” é uma “comédia de humor negro satírica” sobre um grupo de cidadãos comuns de Hong Kong que teve de lidar com o aparecimento inexplicável de um homem morto nu num prédio de luxo. Os moradores fazem tudo para se livrar do corpo para não manchar a reputação do prédio.

Após terminar a sua formação académica, o realizador participou em diversas produções, desde o cinema a publicidade, incluindo videoclipes de música. Foi nesse período que se foi dedicando a projectos cinematográficos pessoais, como “Yau Kee Cart”, bem como à realização de um episódio da série televisiva “Below The Lion Rock”, produzida pela estação pública RTHK – Rádio e Televisão de Hong Kong.

Segundo um comunicado da organização do evento, o realizador de Hong Kong está hoje apostado na formação dos mais jovens, a fim de dar uma retribuição à sociedade. “Espero poder dar algo aos jovens, dando a conhecer o cinema aos estudantes do ensino secundário”.

5 Dez 2023

CURB realiza palestra e exposição sobre urbanismo de Macau

O CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo realiza no próximo sábado, entre as 14h e as 18h, a conferência “Towards a Living Waterfront – Urban Strategies and Conceptual Designs for Macau” [Para uma Orla Marítima Viva – Estratégias Urbanas e projectos Conceptuais para Macau]. Com localização na Ponte 9 – Plataforma Criativa, na Rua das Lorchas, a palestra pretende analisar o impacto do Plano Director de Macau e a integração do território na zona da Grande Baía, organizando-se ainda exposições sobre o tema.

Segundo um comunicado do CURB, este é o resultado de uma colaboração de seis anos entre o CURB e a Escola de Arquitectura da Universidade Chinesa de Hong Kong, com foco o trabalho feito pelos alunos de mestrado em Desenho Urbano. Nestes seis anos realizaram-se três investigações em laboratório, com a duração de dois anos cada. Assim, estas serão reveladas ao público em três sessões.

A sessão número um foca-se no projecto “Entrepreneurial City Lab” [Laboratório de Cidade Empresarial], explorando o tema “Re-envisioning Cotai and Seac Pai Can as an Urban Catalyst” [Reenvisionar o Cotai e o Seac Pai Can como um catalisador urbano].

Já a segunda sessão, apresenta o projecto de investigação “New Town Lab” [Laboratório da Nova Cidade], com foco no tema “Re-scripting Urban Rules for a Sustainable District in Taipa New Land Reclamation” [Reescrita de regras urbanas para um bairro sustentável na Taipa Nova Recuperação de Terrenos]. J

A terceira sessão versa sobre o “Cross-Border Lab” [Laboratório Transfronteiriço] e explora a temática “Reframing the Urban Edge Between Macau and Zhuhai” [Reenquadrando o limite urbano entre Macau e Zhuhai].

Para complementar

A conferência terá como oradores Nuno Soares, arquitecto e presidente do CURB, Hendrik Tieben, director da Escola de Arquitectura da Universidade Chinesa de Hong Kong e Sujata Govada, directora e fundadora do Instituto de Urbanização Sustentável. Participa ainda Jeroen van Ameijde, director do mestrado em Desenho Urbano da Escola de Arquitectura da Universidade Chinesa de Hong Kong.

No grupo dos moderadores, incluem-se Daniel Pätzold, professor associado adjunto na Escola de Arquitectura da Universidade Chinesa de Hong Kong, Francisco Vizeu Pinheiro, vice-presidente do Instituto dos Arquitectos das Cidades da Ásia-Pacífico, e Filipe Afonso, supervisor do programa do curso de estudos em arquitectura da Universidade de São José.

No mesmo dia das palestras será inaugurada a exposição “CURB x CUHK”, onde se revelam ao público os resultados deste projecto académico.

4 Dez 2023

Humarish Club | Trabalhos de cinco artistas japoneses em exposição

A galeria Humarish Club, no Lisboeta Macau, acolhe até ao dia 12 de Janeiro a exposição “Sensibilidade e Percepção”, com trabalhos de cinco artistas japoneses: Eguchi Ayane, Ogino Rina, Ohata Shintaro, Namonaki Sanemasa e Mizuno Rina. Este é um projecto colaborativo com a galeria de arte Mizuma que marca a estreia destes artistas no território

 

Os amantes da arte japonesa contemporânea podem agora visitar, até ao dia 12 de Janeiro, uma nova exposição colectiva na galeria Humarish Club, no empreendimento Lisboeta Macau, que revela cinco nomes que se estreiam em Macau: Eguchi Ayane, Ogino Rina, Ohata Shintaro, Namonaki Sanemasa e Mizuno Rina. Segundo um comunicado do Humarish Club, a mostra “Sensibilidade e Percepção” organiza-se em parceria com a galeria de arte japonesa Mizuma.

Esta exposição “retrata as ligações intrínsecas e directas entre os indivíduos e as suas almas”, sendo que os artistas misturaram, nas obras em exposição, “elementos vibrantes e subtis, criando um contraste notável de vivacidade e subtileza, harmonizando contornos e texturas”. Desta forma, relata a organização, oferece-se ao público “uma experiência profunda de excepcional delicadeza da pintura japonesa moderna”.

No caso de Eguchi Ayane, uma “jovem artista muito popular entre as novas gerações” no Japão, podem ver-se trabalhos em que Ayane recorre ao pincel para “retratar a dualidade que existe no mundo”.

Sendo uma “representante da geração dos anos 80”, Eguchi Ayane “escolhe frequentemente paisagens naturais intrincadas e complexas como cenários para as suas pinturas, desde mares tempestuosos e pântanos a montanhas e praias”, apostando ainda num “esquema de cores pastel caraterístico” que “dá uma impressão geral aparentemente pura e inofensiva” a estas paisagens retratadas.

Abstracção e quotidiano

No caso de Ogino Yuna, outro artista presente neste colectivo, revelam-se “pinturas semi-abstractas”, onde “criaturas familiares, como flores e figuras, são temas principais”. Segundo o mesmo comunicado, durante o processo de pintura sobre tela, Yuan “reconstrói gradualmente uma representação concreta em formas abstractas”, retratando “objectos de uma perspectiva feminina com pinceladas suaves, concentrando-se na energia inerente à vida, às emoções e à transitoriedade”.

Ogino Yuna diz querer “transmitir as imagens que surgem na sua mente”, além de “tornar a arte mais abrangente e tocar o coração de mais pessoas”, esperando também que aqueles que vêem os seus trabalhos possam “compreender os seus pensamentos e sentimentos através das suas pinturas”.

No caso de Ohata Shintaro, trata-se de um pintor “conhecido por criar obras de arte que retratam pequenas coisas da vida quotidiana, como cenas de um filme”, captando “todos os tipos de luz do nosso quotidiano, desde o pôr e o nascer do sol até às luzes artificiais das cidades, registando-os na pintura”.

O artista promete apresentar “um estilo único”, colocando “esculturas em frente a quadros e combina mundos a duas e três dimensões”. “Ao fazê-lo, creio que os espectadores podem sentir a atmosfera das minhas obras de forma mais viva e dinâmica. Estava à procura de uma forma de dar um toque mais realista à minha obra sem alterar o meu estilo de pintura e inspirei-me na pintura dos fundos do cinema e do teatro. Foi então que me ocorreu a ideia de fazer esculturas que saíssem de pinturas”, disse o artista, citado em comunicado.

Da X para o mundo

Namonaki Sanemasa está activo na rede social X [ex-Twitter] desde 2015, e mostra nessa plataforma o seu trabalho e a sua visão criativa, publicando imagens e personagens de anime [banda desenhada japonesa]. O trabalho criativo de Sanemasa passa por recorrer, acima de tudo, a materiais recolhidas online, criando “combinações de imagens em tempo real para produzir obras de arte”.

O artista “apresenta a vida na era da Internet como um acto e um processo criativo, utilizando frequentemente o formato da pintura de paisagem”, em trabalhos que não são apenas pinturas, mas também instalações, esculturas e trabalhos em vídeo.

Mizuno Rina, o último nome a integrar este colectivo de artistas, apresenta um trabalho “composto por várias camadas” e por “cores ricas que contrastam com elementos monocromáticos, misturando-se com influências ocidentais e orientais”.

A artista deixa ainda, de forma intencional, “algumas partes da tela intocadas, criando a impressão de que é simultaneamente uma pintura e não é bem uma pintura”. Além disso, as “linhas improvisadas e robustas entrelaçam-se com vários padrões centrados em plantas, formando relações flexíveis com diferentes elementos e sofrendo transformações espontâneas”.

O objectivo da artista é sempre criar pinturas que sejam “irreconhecíveis” num certo sentido, “evocando uma sensação de intriga e mistério”.

4 Dez 2023

Obra do arquitecto italiano Oseo Acconci recordada na FRC

Decorre na próxima quarta-feira, pelas 18h30 na Fundação Rui Cunha (FRC), uma sessão de homenagem ao trabalho do arquitecto Oseo Acconci, organizada pelo centro de investigação Docomomo Macau. “Construir o Século XX – Um Italiano em Macau: Oseo Acconci e a sua Arquitectura nas décadas de 1950 e 1960” será apresentada por Jane Lei, doutorada em Belas Artes pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau e moderada pelo arquitecto Tiago Rebocho, da Docomomo.

Segundo um comunicado da organização, Jane Lei conduziu um projecto de investigação “inovador” sobre a esquecida história da arte de Macau entre as décadas de 1950 e 1980, centrado em Oseo Acconci e na sua época.

O seu trabalho centra-se em questões cruciais como mudanças urbanas de Macau, a sua história e as comunidades marginalizadas. Lei foi também membro fundador da organização “Stone Commune e do Art Space of Old Ladies House”, conhecido hoje como Ox Warehouse”, ou Armazém do Boi, e tem vindo a exercer funções de curadoria e trabalhos artísticos, sendo actualmente artista freelance. Jane Lei fundou ainda, muito recentemente, a Lighthouse Publishing Co., Ltd., com foco na publicação e distribuição de livros de humanidades e arte.

Períodos “dinâmicos”

A palestra na FRC pretende revelar “as multifacetadas contribuições artísticas de Oseo Acconci”, um artista italiano que chegou a Macau no início do século XX e deixou uma indelével marca na paisagem artística e arquitectónica da cidade. Centrando-se nos períodos mais dinâmicos das décadas de 1950 e 1960, que provaram ser o apogeu da carreira de Acconci, a discussão navega pelos seus papéis como escultor, pintor, arquitecto e empreiteiro, enfatizando a raridade de tal diversidade na história da arte de Macau.

A organização do evento descreve ainda que o legado de Oseo Acconci, que se manifesta num espectro de obras abrangendo esculturas, murais e projectos arquitectónicos, proporcionando um ponto de referência e contexto distintos nos anais da história da arte de Macau. Notavelmente, as suas criações durante a era de desenvolvimento urbano do pós- II Guerra incorporam o espírito de artesanato e inovação, deixando um impacto duradouro na paisagem urbana em evolução.

Apesar do seu papel fundamental em projectos de obras públicas, incluindo estruturas icónicas como a fonte da Praça do Leal Senado, blocos para funcionários públicos e da polícia, juntamente com muitos outros edifícios governamentais, Acconci permanece comparativamente obscurecido nas sombras dos seus contemporâneos. Assim, esta apresentação “procura ressuscitar o seu legado, lançando luz sobre a proeza arquitectónica incorporada nas suas criações e as suas qualidades modernistas, bem como o significado cultural das suas obras”.

Esta palestra visa ainda ressaltar “os desafios de documentar as contribuições de Acconci devido à falta de registos abrangentes e à natureza controversa ou destruída de algumas de suas obras nos últimos anos”.

Ao abordar estas lacunas na narrativa histórica, a apresentação pretende “oferecer uma compreensão matizada da influência de Oseo Acconci no património artístico e arquitectónico de Macau, enriquecendo o discurso sobre a evolução cultural da cidade”, descreve ainda a organização.

1 Dez 2023

Fotografia | MAM revela trabalho de Candida Höfer “Olhar Épico”

“Candida Höfer – Olhar Épico” é a nova exposição de fotografia acolhida pelo Museu de Arte de Macau a partir da próxima terça-feira. Esta é a oportunidade para o público admirar 60 imagens da fotógrafa alemã, um dos grandes nomes da fotografia contemporânea

 

O Instituto Cultural (IC) promove, a partir da próxima terça-feira, 5, uma nova mostra de fotografia acolhida pelo Museu de Arte de Macau (MAM). Trata-se de “Candida Höfer – Olhar Épico”, que revela um total de 60 obras fotográficas da fotógrafa contemporânea “de renome mundial”, aponta o IC em comunicado.

No primeiro andar do MAM poderão ser vistos “trabalhos representativos das últimas duas décadas e alguns dos seus trabalhos mais recentes”, que são uma apresentação “de diferentes tipos de arquitectura cultural ocidental em diferentes períodos”. Desta forma, pretende-se que o público possa “reflectir sobre a forma como estes espaços continuam a moldar e a influenciar a memória colectiva das gerações vindouras”.

Candida Höfer é considerada uma das mais importantes fotógrafas conceptuais da segunda metade do século XX, tendo vencido vários prémios internacionais, incluindo o Prémio de Belas Artes de Colónia, o Prémio de Extraordinária Contribuição para Fotografia dos Sony World Photography Awards e o Prémio Lucie de Mérito em Arquitectura.

Ainda segundo o IC, Höfer é conhecida pelas suas perspectivas ortogonais, ao nível dos olhos, e por fotografar interiores arquitectónicos de espaços públicos desprovidos da presença humana.

Assim, esta mostra “apresenta uma selecção variada de obras da autoria de Höfer criadas ao longo dos últimos 20 anos”, organizando-se em seis temas principais, nomeadamente “Passagens”, “Teatros”, “Museus”, “Bibliotecas”, “Visão do Mundo” e “Obras Inéditas”. A mostra é ainda complementada pela projecção do vídeo intitulado “Espaços Silenciosos”, que se destina a “inspirar os espectadores a reflectir sobre o significado destes espaços que manifestam a fé religiosa, a estética e o espírito cultural”.

Arte do diálogo

Além da mostra propriamente dita, o MAM organiza ainda duas sessões com o público sobre a obra da autora, a decorrer no auditório do museu. Uma das palestras intitulada “Candida Höfer: Diálogo Artístico em Macau”, decorre em inglês no dia 6, quarta-feira, entre as 19h e as 20h. Nesta sessão, a fotógrafa irá apresentar “as ideias criativas e as técnicas fotográficas da artista e os significados das suas obras, através do intercâmbio e diálogo com o crítico de arte Herbert Burkert e os curadores João Ó e Rita Machado”.

Por sua vez, no dia 9 de Dezembro, entre as 16h e as 17h, João Ó e o fotógrafo local Wong Ho Sang apresentam as suas ideias sobre a relação entre fotografia e arquitectura em cantonense e inglês, numa conversa intitulada “Fotografia x Arquitectura: Diálogo sobre o Mundo da Arte de Candida Höfer”. Estas sessões estão sujeitas a lugares limitados e a inscrições na plataforma da “Conta Única de Macau”.

“Candida Höfer: Olhar Épico” pode ser vista no MAM até ao dia 3 de Março do próximo ano, estando disponíveis visitas guiadas em chinês aos sábados, domingos e feriados a partir do dia 16 de Dezembro, sempre às 15h.

1 Dez 2023

Herman José condecorado com grau de grande-oficial da Ordem do Infante D.Henrique

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o humorista Herman José, pelos 50 anos de carreira, com o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique, informou terça-feira a Presidência da República, na página oficial.

Herman José, actor e humorista, faz 70 anos de vida e celebra 50 de percurso profissional em 2024, lembrou em entrevista à agência Lusa no passado mês de Outubro, quando a estreia de um dos seus maiores sucessos, o programa televisivo “O Tal Canal” da RTP, assinalou os 40 anos.

Embora considere ter começado a carreira de artista na escola alemã, onde se tornou “protagonista de todas as peças infantis”, porque já se “destacava muito dos outros miúdos”, como disse à Lusa, Herman José toma o início da carreira profissional – o momento em que ganhou “o primeiro cachê” em televisão – com a entrada num programa de Artur Agostinho, em Janeiro de 1974, onde chegou pela mão do músico e compositor Pedro Osório.

O sucesso não foi repentino. Mas quando “estava prestes a achar que não ia lado nenhum”, Herman José foi convidado por Nicolau Breyner “para fazer o ‘Feliz e Contente’”, em 1975, no programa “Nicolau no País das Maravilhas”, e então transformou-se, “do dia para a noite, de um jovem com bom aspecto e algum jeito, mas sem técnica nenhuma […], numa vedeta”.

A presença televisiva começou a intensificar-se. A colaboração com Nicolau Breyner permanecerá em “Eu Show Nico”, e a presença televisiva estender-se-á a séries e telefilmes como “Espião nacionalizado, nosso”, “O amigo de Peniche” e até mesmo a produções dramáticas como “Cartas de amor de uma freira portuguesa” e “O homem que matou o diabo”.

Mas é a participação em magazines como “A Feira” e “Ligeiríssimo”, com canções que, num apuro mais tardio, consolidariam personagens como Tony Silva e Serafim Saudade, que vai abrindo caminho ao actor.

Com tranquilidade

Em 1980, inicia a participação semanal em “O Passeio dos Alegres”, de Júlio Isidro, onde Tony Silva se define de corpo e alma como “o criador de toda música Ró”. Três anos mais tarde, em outubro de 1983, Herman José estrearia “O tal canal”, o seu primeiro programa de humor em nome próprio, em televisão.

Depois, viriam “Hermanias”, “Humor de perdição”, “Casino Royal”, “Herman enciclopédia”, “Parabéns”, “Crime na Pensão Estrelinha”, a apresentação de concursos como “Com a verdade m’enganas” e “Roda da sorte”, na RTP, e personagens como José Estebes, Doutor Pinóquio, José Cortes, Maximiana, Diácono Remédios, além de Tony Silva e Serafim Saudade, que ganham dimensão e popularidade, depois de muitas delas terem definido a sua voz em programas que o humorista fizera na rádio, como “A flor do éter” e “Rebéubéu, pardais ao ninho”.

No percurso de Herman, houve também a televisão privada, com “HermanSIC” e a “HoraH”, na SIC, e a breve passagem pela TVI, em 2009, com o programa “Nasci P’ra Cantar”. “O Tal Canal”, porém, ficou na memória.

Na entrevista à Lusa, em Outubro, Herman José recordou que, com “O Tal Canal” foi a primeira vez “que alguém [em Portugal] escreveu um programa para si próprio”. Além disso, foi feito “com uma honestidade e uma pureza e uma quase infantilidade, que marcaram a diferença”. Quarenta anos passados, Herman confessou sentir uma “imensa tranquilidade”, como disse então à Lusa.

“Ainda estou na fase de olhar para o céu e ver o fogo-de-artifício, sabendo que as canas já caíram todas e que em breve o fogo começa a acabar aos bocadinhos (…) Eu vou fazer 70 anos e qualquer dia as coisas deixam de ser o que são, mas também não podemos estar a sofrer com o que há de vir. Temos de parar, aproveitar o momento e deixarmo-nos deslumbrar pelo fogo-de-artifício, sem pensar sequer que estamos sujeitos a levar com uma cana na cabeça”. Em 1992, Herman José foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Mérito, pelo então Presidente da República Mário Soares.

30 Nov 2023

Universidade da Ásia Oriental | Palestra acontece hoje na FRC

“A Primeira Universidade Moderna de Macau” é o nome da palestra protagonizada hoje pela investigadora Priscilla Roberts que conta os primórdios da antiga Universidade da Ásia Oriental, actualmente Universidade de Macau. A conferência é organizada em parceria com a Universidade de São José

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, às 19h, a conferência “A Primeira Universidade Moderna de Macau: Explorando a história da Universidade da Ásia Oriental”, hoje Universidade de Macau e já com instalações na ilha de Hengqin. O evento insere-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, uma parceria regular entre a FRC e o departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ).

A sessão será protagonizada por Priscilla Roberts, professora associada da USJ que possui um doutoramento em História pelo King’s College de Cambridge, no Reino Unido, e que leccionou durante muitos anos na Universidade de Hong Kong.

Desde que se mudou para Macau, a docente desenvolveu, segundo um comunicado da FRC, “um forte interesse pela história do território, nomeadamente sobre o seu significado no contexto global”. As suas pesquisas “levaram-na a procurar respostas sobre os primórdios do ensino académico em Macau”.

A Universidade da Ásia Oriental, como “primeira universidade moderna de Macau, esteve na origem das três actuais instituições de ensino superior de Macau”, nomeadamente a UM, Universidade da Cidade de Macau e Universidade Politécnica de Macau, tendo iniciado o funcionamento em 1981.

Devido a mudanças de propriedade, nome e localização, os registos iniciais são algo irregulares, especialmente os que diz respeito à primeira década de actividade universitária. Desde o momento em que surgiu, a instituição de ensino “foi uma joint-venture que reuniu os interesses dos empresários chineses baseados em Hong Kong, que desejavam satisfazer a frustrante procura de ensino superior no território vizinho, no restante Sudeste Asiático e, eventualmente, até na China”, descreve a USJ.

Impulso luso

A grande aposta na Universidade da Ásia Oriental começou a fazer-se ainda no tempo do Governador Garcia Leandro, nos anos 70. “O Governo português de Macau, e a comunidade residente, viram a universidade como parte dos planos de modernização e de desenvolvimento local.”

A USJ explica que muitas das fontes portuguesas só muito recentemente ficaram disponíveis para investigação, “fornecendo novas e esclarecedoras informações sobre o envolvimento português e as esperanças na instituição desta primeira universidade”.

A decisão do Governo de Macau em assumir as operações da universidade em 1988, a fim de a transformar num modelo de ensino público para satisfazer as necessidades de trabalhadores qualificados em Macau no período de transição e após a transferência da soberania do território, e ainda o impacto desta decisão a longo prazo serão abordados na sessão de hoje na FRC.

Obra feita

Priscilla Roberts é uma historiadora britânica que, ao longo da sua carreira académica, pesquisou aspectos das transições internacionais de poder, e o papel das elites, como pessoas anónimas ou instituições, na elaboração da política externa dos EUA, da Grã-Bretanha e dos domínios britânicos.

A investigadora leccionou muitos anos na Universidade de Hong Kong, tendo recebido diversas bolsas de investigação de entidades em Hong Kong, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Macau, onde actualmente reside. Tem igualmente extensa obra publicada, com 32 livros de autoria única, além de artigos vários em periódicos e capítulos em livros de co-autoria.

30 Nov 2023

Concerto | Bruno Mars em Macau a 6 de Janeiro

Vencedor de 15 Grammys e nome aclamado da música a nível mundial, Bruno Mars dará um único concerto em Macau a 6 de Janeiro no MGM Cotai, depois de ter esgotado uma série de datas no empreendimento da MGM em Las Vegas. Os bilhetes estão à venda a partir do dia 9 de Dezembro

 

Bruno Mars, autor dos êxitos “When I Was Your Man” ou “Just the Way You Are” e vencedor de 15 Grammys, dará um único concerto em Macau no próximo dia 6 de Janeiro no terraço do MGM Cotai. Os bilhetes começam a ser vendidos no dia 9 de Dezembro. Segundo um comunicado da MGM, este concerto surge “na sequência dos espectáculos [de Bruno Mars] esgotados no MGM Resorts em Las Vegas”, prometendo “surpreender os locais e os visitantes internacionais”.

O espectáculo apresenta, assim, Bruno Mars como a primeira grande estrela de cariz mundial a actuar em Macau no próximo ano pelas mãos da operadora. “O músico e compositor incrivelmente talentoso está pronto para iluminar Macau com a sua performance espectacular e alta energia”, descreve a concessionária de jogo.

“Famoso pelo seu estilo musical versátil que mistura funk, hip-hop e R&B, [Bruno Mars viu] o seu talento excepcional ser reconhecido e celebrado nas principais cerimónias de entrega de prémios”, além de que “inúmeros críticos de música o aclamaram como o melhor cantor masculino do mundo da música pop”.

Nascido no Havai

Ainda segundo a MGM, “este concerto irá certamente atrair os fãs de todo o mundo para virem a Macau viverem uma nova experiência musical ao ar livre com Bruno Mars”, ficando a promessa de “uma nova experiência musical ao ar livre” e com “uma energia intensa”.

Bruno Mars, nascido em Honolulu, Havai, há 32 anos, com o nome Peter Gene Hernandez, é tido por muitos como um dos novos reis da música pop. O músico mudou-se para Los Angeles, Califórnia, em 2003, com apenas 17 anos, tendo assinado o primeiro contrato com a Motown Records, tendo adoptado então o nome artístico de Bruno Mars.

Logo em 2008 o artista ficou conhecido pelos trabalhos “Long Distance”, uma colaboração com a cantora Brandy, e “Right Round”, de 2009, feito em parceria com o rapper Flo Rida. No ano seguinte, era a vez do músico voar sozinho, tendo editado o primeiro álbum a solo, intitulado “Doo-Wops & Hooligans”, que atingiu o terceiro lugar no ranking da tabela Billboard 200, nos EUA.

Foi deste disco que saiu o grande êxito “Just The Way You Are”, single que ficou na primeira posição da tabela Billboard Hot 100 durante quatro semanas consecutivas. Além dos 15 prémios Grammy conquistados, Bruno Mars foi ainda nomeado 31 vezes. Em 2013, foi um dos nomes em destaque no espectáculo do SuperBowl, bastante aclamado pelo público.

29 Nov 2023

Fotografia | Associação Halftone promove exposição na FRC

A Associação Halftone apresenta, na próxima segunda-feira, 4, uma exposição de cariz anual com trabalhos fotográficos dos seus associados na Fundação Rui Cunha (FRC), que poderá ser visitada a partir das 18h30.

A exposição revelará um total de 30 trabalhos, profissionais e amadores, que vão desde a fotografia documental até à expressão artística, passando pela fotografia de aquitectura, de moda, de rua, a cores ou a preto-e-branco, poderão ser vistos nas paredes da galeria da Fundação Rui Cunha.

Para este projecto, que pode ser visto gratuitamente pelo público até ao dia 9 de Dezembro, foi feita uma chamada para todos os associados participarem com trabalhos seus, tendo sido seleccionadas imagens de André Ritchie, António Mil-Homens, António Sotero, Bessa Almeida, Catarina Cortesão Terra, Cecília Ho, David Lopo, Elói Scarva, Francisco Ricarte, Gonçalo Lobo Pinheiro, Hugo Teixeira, Joana Freitas, João Daniel, João M. Rato, João Miguel Barros, João Nuno Ribeirinha, João Palla Martins, José das Neves, José Sales Marques, Lurdes de Sousa, Maria José de Freitas, Mide Plácido, Nélson MS Silva, Nuno Veloso, Pascal Pun, Ricardo Meireles, Rusty Fox, Sara Augusto, Sara Marçal e Stefan Nunes.

A Halftone é uma associação cultural, sem fins lucrativos, com sede na RAEM, que tem por objectivo a promoção da fotografia contemporânea em todas as suas vertentes. Trata-se de uma associação inclusiva e abrangente, e está aberta a todos aqueles que tenham interesse na fotografia como expressão artística ou documental, independentemente da sua experiência ou da sua prática.

Por isso, propõe-se promover o trabalho fotográfico dos seus associados, bem como organizar exposições, publicar uma revista, livros e monografias, organizar debates e desenvolver projectos pedagógicos e educativos.

28 Nov 2023

Jani Zhao estreia-se em Hollywood com “Aquaman e o Reino Perdido”

Jani Zhao, actriz portuguesa de ascendência chinesa, estreia-se em Hollywood com o filme “Aquaman e o Reino Perdido”, que estreia em Dezembro. Em entrevista à Lusa, a actriz, parceira do realizador português Ivo M. Ferreira, disse que representar é também um acto político. “Sou portuguesa, mas também sou outras coisas”.

“Claro que é divertido ter conseguido chegar lá fora, estar em Hollywood, começar aqui uma carreira internacional, mas para mim, sobretudo, são os passos concretos nesta luta, nesta missão de que podemos ser diversas coisas e de começar a convocar as pessoas para criar outras narrativas. Eu acho que isso é importante, ir lá, ao lugar do outro”, afirmou a actriz.

Jani Zhao, de 31 anos, integra o elenco da produção norte-americana “Aquaman e o Reino Perdido”, de James Wan, que chega aos cinemas no dia 21 de Dezembro, sendo a sua estreia internacional numa carreira na representação iniciada há mais de 15 anos. Segundo Jani Zhao, a participação no filme surge depois de ter estado em 2017 no programa português “Passaporte”, que põe em contacto talentos da representação com directores de ‘casting’.

Rodagem em 2021

A rodagem desta produção da DC Comics aconteceu em 2021 no Reino Unido e nos Estados Unidos, e Jani Zhao interpreta o papel de Stingray, uma personagem que existe na banda desenhada, tal como Aquaman, e sobre a qual pouco pode adiantar antes da estreia, por questões de confidencialidade.

“Não posso dizer com quem contracenei, porque não vão perceber tudo já imediatamente. […] Eu diria que [Stingray] é uma figura assim muito intimidante”, disse Jani Zhao.

Sobre a experiência, para lá do contacto com uma produção estrangeira e da remuneração – “pagaram muito bem”, disse a actriz – Jani Zhao deu mais um passo numa missão pessoal sobre aquilo que representa e o tipo de narrativas que defende.

“Até hoje, apesar de já ter uma carreira bastante sólida em Portugal, eu sou sempre vista como uma estrangeira. Isto porque a mentalidade [portuguesa] ainda está em reconstrução, os anos da ditadura ainda se sentem muito na sociedade, os ‘brandos costumes’. E, de facto, os anos todos de colonialismo ainda estão muito intrínsecos na cultura portuguesa. E isso sente-se. Eu, que sou portuguesa tanto como tu, não sou considerada portuguesa aos olhos de muitos portugueses”, lamentou.

Jani Zhao nasceu em Leiria, de pais chineses emigrados em Portugal. Estudou dança com a companhia de Olga Roriz e teatro na Escola Profissional de Teatro de Cascais, de Carlos Avilez. Além de trabalhos em moda, o currículo conta com várias participações em teatro, cinema e televisão.

Alguns dos papéis que interpretou no início da carreira eram de personagens asiáticas. Foi a Sandra Chung numa temporada da série “Morangos com açúcar”, Susana Wang na telenovela “Jogo Duplo”, ou Chung Li no filme “Cabaret Maxime”, de Bruno de Almeida.

“Até há muito pouco tempo, eu tinha de ter uma justificação para existir. A minha personagem tinha de ter toda uma história inventada que justificasse a minha existência. E, neste momento, aquilo que eu procuro é que, de facto, isso não tenha de acontecer”, esclareceu Jani Zhao.

A actriz quer estar em projectos que promovam outras narrativas, que representem a luta das minorias, que representem a diversidade da sociedade, porque tudo é “um acto político”.

“É importante trazer também para o cinema português, para a ficção portuguesa, para o audiovisual português, porque essas pessoas fazem parte da sociedade portuguesa. E é isso que procuro. Procuro trabalhos com condições justas. E com pessoas… com boa gente”, disse.

28 Nov 2023

“Retrospectiva Centenária da Arte de Lok Cheong” celebra patriotismo

Está patente no terceiro piso do Museu de Arte de Macau (MAM) a exposição “Retrospectiva Centenária da Arte de Lok Cheong”, co-organizada pelo museu e a Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau. Lok Cheong (1923–2006), um dos membros fundadores da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, foi presidente da associação vários anos, tendo estimulado os artistas emergentes de Macau ao mesmo tempo que unia os entusiastas da arte.

O Instituto Cultural (IC) aponta que o incontornável artista “promoveu constantemente o intercâmbio cultural entre Macau e o Interior da China e não poupava esforços no desenvolvimento das belas-artes, dando um grande contributo para o sector da pintura de Macau”.

As suas experiências de vida proporcionaram-lhe um leque de temas variados e as suas obras oferecem reflexões sobre a realidade. As suas pinturas a óleo, nomeadamente “Vivendo da recolha de resíduos” e “Oferta de arroz pela Pátria”, mostram a vida simples e comovente do povo.

Os familiares de Lok Cheong doaram mais de 200 trabalhos do artista e 100 obras dos seus amigos ao Museu de Arte de Macau do Instituto Cultural. Neste ano, que marca o centenário do nascimento de Lok Cheong, o MAM organiza especialmente esta exposição retrospectiva, que abrange 100 pinturas seleccionadas de Lok Cheong, assim como alguns dos seus desenhos paisagísticos e obras de seus amigos artistas, agora mostradas pela primeira vez, totalizando 150 trabalhos que incluem pinturas a óleo, aguarelas, pinturas a tinta-da-china, desenhos, manuscritos e documentos.

Elite na inauguração

A mostra está dividida em cinco secções: “Amor à Pátria”, “Captando o Carácter de Macau”, “Retratos”, “Desenhando do Coração” e “Obras de Companheiros Artistas”, com vista a mostrar o testemunho do artista sobre as grandes transformações da Pátria e da sociedade de Macau ao longo da sua vida.

A cerimónia de inauguração da exposição reuniu algumas personalidades da elite política local, como o vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e ex-Chefe do Executivo Edmund Ho, o director do Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Wan Sucheng, a presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man e o deputado Chui Sai Peng José apresentado no comunicado do IC como presidente da Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un de Macau.

Participaram também na cerimónia representantes da família de Lok Cheong, nomeadamente Lok Po (director do jornal Ou Mun e representante de Macau Assembleia Popular Nacional) e Lok Hei (director da Associação de Artistas da China, e presidente da Sociedade de Artistas de Macau, entre outros cargos de direcção em associações). A “Retrospectiva Centenária da Arte de Lok Cheong” está patente ao público até 7 de Abril e tem entrada livre.

28 Nov 2023