Hoje Macau EventosPrémios Emmy distinguem série “Shōgun”, “Baby Reindeer” e “Hacks” A série sobre o Japão em que os portugueses têm um papel importante, “Shōgun”, fez história ao vencer o Emmy de Melhor Série Dramática na 76ª edição dos Emmys, que decorreu em Los Angeles e também fez triunfar “Baby Reindeer” e “Hacks”. “Shōgun” é a primeira série de língua não inglesa a vencer o Emmy de Melhor Série Dramática, depois de ter chegado a esta edição dos prémios da Academia de Televisão como a mais nomeada, com 25 indicações. Venceu 14 nas categorias técnicas e quatro das mais importantes nesta madrugada. Retrato ficcional sobre o Japão do século XVI, “Shōgun” tem no elenco o português Joaquim de Almeida e o luso-canadiano Louis Ferreira. A consagração como série do ano aconteceu depois de os protagonistas terem levado as estatuetas de representação na categoria de drama. “Foi um projecto em que o oriente encontra o ocidente”, declarou Hiroyuki Sanada, vencedor do Emmy de Melhor Actor, no discurso de aceitação. “Quando caminhamos juntos, podemos fazer milagres. Podemos criar um futuro melhor”, afirmou. Antes disso, foi Anna Sawai quem triunfou pelo seu papel em “Shōgun”, agradecendo a distinção de lágrimas nos olhos. “Obrigada à FX por acreditar na nossa história”, disse a actriz japonesa, que interpreta Toda Mariko na série. “Isto é para todas as mulheres que não esperam nada e continuam a ser um exemplo para toda a gente”, acrescentou. A série recebeu um total de quatro Emmys esta noite, incluindo Melhor Realização para Frederick E.O. Toye. Uma história de abusos A outra grande vencedora foi “Baby Reindeer”, a produção da Netflix que quebrou recordes de audiência quando estreou, em Abril, e levou quatro Emmys na noite mais importante da televisão. “Obrigado à Netflix por me ter deixado contar esta história ao mundo”, disse Richard Gadd, que venceu os Emmys de Melhor Escrita e Melhor Actor na categoria de Minissérie, série de antologia ou filme. “Há dez anos, estava no chão. Nunca pensei que conseguiria endireitar a minha vida”, disse Gadd, que escreveu a série com base na sua própria experiência pessoal. “Digo isto como encorajamento para quem está a passar por um mau bocado neste momento, para que perseverem”, acrescentou. A sua coprotagonista, Jessica Gunning, venceu Melhor Actriz Secundária e mostrou-se “incrivelmente orgulhosa” da série e do elenco. Nesta categoria, o rol de vitórias de “Baby Reindeer” foi interrompido por Jodie Foster, coroada como Melhor Actriz por “True Detective: Night Country”. Na comédia, uma grande surpresa: a terceira temporada de “Hacks” sobrepôs-se a “The Bear”, algo que não era esperado. “Hacks” não só foi a Melhor Série de Comédia como deu a Jean Smart o Emmy de Melhor Actriz em comédia e valeu o prémio de Melhor Escrita para comédia a Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky. A noite também distinguiu “The Crown”, com a estatueta de Melhor Actriz Secundária em série dramática para Elizabeth Debicki, “Fargo”, dando a Lamorne Morris o primeiro Emmy, para Melhor Actor Secundário em minissérie, série de antologia ou filme, e Billy Crudup, que foi Melhor Actor Secundário em série dramática por “The Morning Show”. Na escrita para série dramática foi Will Smith (não o actor) quem venceu por “Slow Horses”, da Apple TV+, enquanto Steven Zaillian obteve o prémio para Melhor Realização em minissérie com “Ripley”.
João Luz EventosConcerto | Plácido Domingo ao vivo no Galaxy a 20 de Outubro O famoso tenor espanhol Plácido Domingo vai actuar em Macau no dia 20 de Outubro acompanhado pela Orquestra Sinfónica de Shenzhen. Os bilhetes para o concerto no Centro de Convenções do Galaxy Macau já estão à venda e custam entre 880 e as 1680 patacas Plácido Domingo está de regresso a Macau, quase uma década depois do concerto no grande auditório do Centro Cultural de Macau. O espectáculo está marcado para 20 de Outubro no Centro de Convenções do Galaxy Macau onde o tenor espanhol será acompanhado pela Orquestra Sinfónica de Shenzhen e três estrelas em ascensão na ópera moderna: a soprano Bing Bing Wang, a mezzo-soprano Anna Doris Capitelli e a maestrina Beatrice Venezi. O programa irá incluir árias e duetos de óperas incontornáveis como “La Traviata” de Giuseppe Verdi, “Carmen” de Georges Bizet, “As Bodas de Fígaro” de Mozart e “A Viúva Alegre” de Franz Lehár. Os bilhetes estão à venda desde sexta-feira e custam entre 880 e as 1680 patacas. Nascido em Madrid em 1941, Plácido Domingo subiu ao palco pela primeira vez quando tinha 16 anos, para acompanhar a mãe ao piano num concerto no México. Em pouco tempo, os palcos passaram a ser o seu habitat natural, entrando aos 18 anos na Ópera Nacional do México para o lugar de tenor. Os próximos anos foram de intensa formação musical, com estudos de piano e condução de orquestra. Seguiram-se actuações triunfantes nas mais prestigiadas salas. No início da década de 1980, Plácido Domingo ganhou reconhecimento alargado, fora da ópera, com o dueto com o compositor de folk norte-americano John Denver “Perhaps Love”. A entrada no universo da pop aprofundou-se com o lançamento de discos de música latina. Porém, a aclamação mundial além dos normais circuitos operáticos chegou com a formação de “Os Três Tenores”, ao lado de José Carreras e Luciano Pavarotti, uma parceria que se manteve durante a década de 1990 e o início dos anos 2000. Tudo começou com Domingo, Carreras e Pavarotti num concerto nas antigas Termas de Caracala, em Roma, na véspera do arranque o Itália 90, o Campeonato do Mundo de Futebol. A actuação transmitida por televisões de todo o mundo teve uma audiência global de cerca de 800 milhões de espectadores. Além disso, o concerto foi gravado e tornou-se no disco clássico mais vendido de sempre. Os três tenores seguiram juntos durante 13 anos, com performances em grandes arenas e estádios, mais registos discográficos e actuações nos três sequentes campeonatos do mundo de futebol em (Los Angeles, Paris e Yokohama). Boa companhia A parte instrumental do concerto estará a cargo da Orquestra Sinfónica de Shenzhen, fundada em 1982, que entre a lista de colaborações tem José Carreras, e já fez várias actuações em Macau. Também a soprano nascida na China, Bing Bing Wang, regressa ao território depois de concertos no Festival Internacional de Música e um concerto no Venetian Theatre com a Orquestra Nacional da Cinha e os Três Tenores da China. Formada no conservatório de Xangai, há 15 anos atrás ingressou famoso Conservatório Verdi de Milão, onde concluiu o mestrado. Hoje em dia, Bing Bing Wang é uma aclamada soprano, com actuações com as mais prestigiadas orquestras sinfónicas mundiais. Outras das estrelas da constelação que irá brilhar no Centro de Convenções do Galaxy Macau, é a mezzo-soprano Anna-Doris Capitelli, que pertence aos quadros da famosa ‘Accademia Teatro alla Scala’ em Milão, uma das mais prestigiadas casas de música clássica e ópera, onde se estreou. A batuta estará nas mãos da maestrina italiana Beatrice Venezi, que dirige a Orquestra Clássica de Milão e a Orchestra Scarlatti Young de Nápoles.
Hoje Macau EventosFRC | Inaugurada hoje exposição “Traços de Elegância e Beleza” A Fundação Rui Cunha inaugura hoje, às 18h, a Exposição das Calígrafas, Pintoras e Escultoras de selos de Macau “Characters of Elegance and Beauty” [Traços de Elegância e Beleza], uma mostra colectiva dos membros da associação. O conjunto é composto por 61 obras, criadas por 40 membros participantes, centradas no tema da dupla celebração, ou seja, os 75 anos da fundação da República Popular da China e o 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM. A exposição inclui uma colecção diversificada de caligrafia, escultura em selo e vários elementos artísticos, tais como pinturas de estátuas de Buda, figuras, paisagens, flores e pássaros. Ao comemorar a dupla celebração durante o Festival do Meio Outono, a associação apresenta esta exposição de caligrafia, pintura e escultura de selos, num cenário vermelho e dourado que simboliza a prosperidade e a felicidade, reflectindo o significado desta ocasião. Nos últimos seis anos, desde a sua criação, a associação organizou 19 exposições, confirmando o notável progresso e crescimento desta comunidade artística. Utilizando como lema, “O conhecimento, como um mar, não tem limites,” a associação aspira a maiores plataformas, orientação e conhecimento para que possa cumprir a sua missão de preservar e promover a cultura tradicional chinesa. As obras vão estar expostas até ao dia 21 de Setembro.
Andreia Sofia Silva EventosUCCLA | Adiada inauguração da exposição “Aqui e Agora” em Lisboa Foi adiada a inauguração da exposição “Aqui e Agora” que estava agendada para esta quinta-feira na sede da UCCLA – União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa, em Lisboa. A mostra, que conta com obras de artistas de Macau e que tem curadoria de James Chu e José Drumond, em parceria com a AFA – Art for All Society, teve de ser adiada devido a constrangimentos nos serviços alfandegários que não permitiram a entrega das obras de arte a tempo da inauguração. Além de “Aqui e Agora”, será também inaugurada uma segunda mostra, “Ensemble”, também com obras de três artistas de Macau, que proporcionará ao público “a riqueza, diversidade e talento” de nomes como James Chu, Erik Fok e Kit Lee. “Convergência de estilos” Segundo uma nota de imprensa, “Ensemble” celebra “a convergência de estilos plásticos e conceptuais, reflectindo as influências e experiências singulares de cada artista”. “Tal como numa orquestra, onde cada instrumento contribui para a composição, os três artistas juntam-se neste projecto para criar uma sinfonia visual invulgar. Através de uma diversidade de meios e técnicas, desde a pintura ao desenho e ao vídeo, os artistas exploram temas como meditação, identidade, história e transformação.” James Chu, com as suas pinturas abstratas, dá um novo significado a cada trabalho, representando com notas coloridas a essência do trabalho pictórico e da passagem do tempo num processo onde se denotam sugestões de natureza e vida urbana. Por sua vez, Erik Fok estabelece uma geografia temporal distinta com os seus desenhos de mapas, ao estilo antigo, trazendo acordes delicados onde os traços da história estão sujeitos a uma subversão contemporânea com forte cunho pessoal. Kit Lee, nas suas peças em vídeo, explora estéticas que exploram as nuances de uma possível realidade alternativa, onde, com meios digitais, introduz contrapontos melodiosos que questionam a percepção do tempo e do espaço. A organização dá conta de que esta mostra é “um projecto que transcende o diálogo intercultural e o espaço físico por onde passa”, transmitindo-se “a ideia de uma composição musical, onde a união dos diferentes instrumentos variedade para um todo harmonioso, resultando numa obra de emoções enriquecida pela diversidade de estilos e técnicas”.
Hoje Macau EventosFotografia | “Somos – Imagens da Lusofonia” com nova exposição Depois da realização do concurso de fotografia, a “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” apresenta a mostra de imagens resultantes dessa iniciativa. Será inaugurada na próxima semana, a partir do dia 27, estando patente no Albergue SCM até 12 de Outubro A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP) inaugura, na próxima sexta-feira, 27, a exposição “Somos Imagens da Lusofonia – Em cada rosto, um legado colectivo” com curadoria do arquitecto Francisco Ricarte, na qual estarão patentes as fotografias vencedoras do concurso lançado em Maio deste ano, assim como as menções honrosas e outras imagens que o júri considerou relevantes por promoverem a comunicação em língua portuguesa e a disseminação das tradições e características lusófonas. A mostra fica patente na Galeria D1 do Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) até ao próximo dia 12 de Outubro, sendo que, na inauguração, se apresentará o catálogo comemorativo da quinta edição do concurso fotográfico. Na inauguração decorrerá também um espectáculo de dança pela companhia Dança Brasil com o tema “Rostos”, com posterior animação a cargo do DJ Cuco. A quinta edição deste concurso de fotografia, organizado anualmente pela Somos!, teve como abordagem a fotografia de retrato. Assim, o foco foi colocado no plano individual, nos rostos que compõem o mundo lusófono, com a lente a reflectir a multiculturalidade bem como a interculturalidade, e a luz desvendar a singularidade da herança cultural. O português Luís Godinho foi o grande vencedor do concurso, com a fotografia intitulada “São Tomé e Príncipe”. A imagem pretende demonstrar a alegria sentida pelas crianças desse pequeno país, que tem uma população jovem cada vez mais instruída. O retrato é de uma menina que, depois de ter chegado da escola e ajudado a sua mãe nas tarefas diárias, se deita a relaxar à sombra, numa antiga roça em São Tomé, num contraste de luz e sombra que dá dimensão ao seu estado de espírito. O fotógrafo consegue aliar destreza técnica e boa composição nesta fotografia que, assim, lhe garantiu o primeiro prémio do concurso no valor de dez mil patacas. Daesh e outras histórias Na mesma exposição estarão ainda patentes outras imagens premiadas e também algumas seleccionadas pela organização do concurso. É o caso da fotografia que arrecadou o segundo prémio, da autoria de Bruno Pedro. Trata-se da imagem “Paz em Cabo Delgado”, o retrato de uma menina a sorrir no coração do bairro mais antigo de Pemba (Paquitequete), na província moçambicana de Cabo Delgado, que tem sido fustigada por ataques terroristas desde outubro de 2017. Houve uma fuga em massa da população daquela região, na sequência dos ataques armados atribuídos ao Daesh, e o retrato desta menina é um símbolo de resistência e de esperança, que atesta a capacidade humana de readaptação, de perseverança, que nos recorda que é possível encontrar alegria mesmo nas circunstâncias mais cruéis e difíceis, sendo a inocência plasmada no seu rosto profundamente comovente. Já o português Jorge Bacelar recebeu o terceiro prémio com a fotografia “Momento de descanso”, que nos dá conta do legado de Manuel Pires Tavares, também conhecido por “Manel Espeta”, um agricultor que vive sozinho em Salreu, uma freguesia de Estarreja, Portugal. O retrato de perfil mostra o agricultor, sentado ao lado de uma das suas vacas de raça marinhoa (raça autóctone portuguesa) e com os seus cães ao colo, que acabam por ser a sua companhia e alegria da casa. Manel herdou a paixão pela agricultura dos pais e no seu rosto estão as marcas de uma vida sempre dedicado ao campo. Neste concurso, foram ainda atribuídas três menções honrosas a três concorrentes. Os autores das fotografias que mereceram esse destaque são João Galamba (Portugal) com “Festas de Santo Estevão”, uma tradição transmontana; Milton Ostetto (Brasil) com “As marcas do mar” sobre a tradição da pesca artesanal em Florianópolis; e Raphael Alves (Brasil) com “O barqueiro” que retrata a seca mais intensa da história da Bacia Amazônica. A organização denota, em comunicado, que as fotografias premiadas neste concurso, juntamente com cerca de quatro dezenas de outras que foram seleccionadas pelo júri de entre as candidatas, servem o propósito de “projectar a dimensão cultural da Lusofonia, assim como o papel de Macau enquanto plataforma que une a China e os países ou regiões de Língua Portuguesa”.
Hoje Macau EventosMúsica | Grupo “Entre Nós” leva cultura de Goa além de Lisboa Chama-se “Entre Nós” e é um grupo musical que carrega em si uma missão especial: divulgar a cultura goesa ao mesmo tempo que assinala os 50 anos do 25 de Abril de 1974, comemorados este ano. O grupo, composto por Nádia Rebelo, Omar de Loiola Pereira, Selwyn Menezes e Nigel Vales, todos goeses, pretende realizar uma série de actividades até ao próximo dia 21 O grupo musical “Entre Nós” vai realizar várias actividades até 21 de setembro, levando a cultura goesa além de Lisboa, para assinalar também os 50 anos do 25 de Abril, disse à Lusa a organizadora. O Museu do Oriente, em Lisboa, recebe hoje o concerto de abertura dos “Entre Nós”, composto por Nadia Rebelo, Omar de Loiola Pereira, Selwyn Menezes e Nigel Vales, quatro músicos naturais de Goa, antiga colónia portuguesa no sudoeste da Índia. A directora da associação “Communicare Trust” em Goa, Nalini Elvino de Sousa, disse que o objectivo é “mostrar não só a música mais tradicional, mas também a música que se canta hoje em dia”. O “Entre Nós” criou “uma sinergia entre a música portuguesa (fado e música contemporânea) e a música goesa”, cantada em concani, a língua oficial do estado de Goa, indicou a associação, em comunicado. O grupo junta à música portuguesa o ‘mandó’, género musical goês, e os ‘cantaram’, canções que costumavam ser entoadas entre as cenas do ‘tiatr’, uma forma de teatro de revista popular sobretudo entre os emigrantes goeses, explicou Sousa. “Vamos contar uma história, sobre como é que as músicas mais antigas, dos nossos avós, passaram de geração para geração, como se foram transformando, até chegar aos dias de hoje”, referiu a responsável. Muitos goeses em Lisboa O concerto no Museu do Oriente já está esgotado, “porque há uma grande comunidade goesa a viver em Lisboa”, disse Sousa. Mas como o conhecimento do público português em geral sobre a música de Goa é “ainda reduzido, especialmente fora da grande Lisboa”, o grupo vai actuar também em Aveiro e em Ovar. Em 17 de Setembro, o “Entre Nós” vai criar “uma pequenina peça de teatro à volta de uma canção de embalar em concani”, com crianças e jovens com necessidades especiais da associação “Pais em Rede”, em Aveiro. No dia seguinte, os membros do grupo goês realizam um workshop de três horas com jovens estudantes da Oficina de Música de Aveiro, que termina com uma ‘jam session’ aberta ao público. Em 20 de Setembro, o “Entre Nós” participa no festival “Na Kalha,” num concerto ao ar livre, em colaboração com os Senza, um grupo português composto pelo guitarrista Nuno Caldeira e a vocalista Catarina Duarte, que estiveram em Goa em 2015. No dia seguinte, o grupo actua na Universidade de Aveiro, com o valor dos bilhetes a reverter, na totalidade, para a “Pais em Rede”, associação que há mais de 10 anos apoia as famílias de crianças e jovens com necessidades especiais. “Espero que os jovens [da associação] também venham ao palco para fazermos a encenação da canção de embalar”, disse Nalini Elvino de Sousa. A passagem do “Entre Nós” vai servir também para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, uma vez que foi só após a Revolução dos Cravos que Portugal aceitou a integração de Goa, Damão e Diu na Índia, lembrou. “Portanto, também são 50 anos importantes para nós. Achei que era muito importante nós também celebrarmos”, disse Sousa. Em três dias, de 17 a 19 de dezembro de 1961, Goa, Damão e Diu foram tomados pela União Indiana, pondo fim a 451 anos de soberania portuguesa nos territórios.
Hoje Macau EventosMaria João Pires distinguida com Praemium Imperiale do Japão A pianista portuguesa Maria João Pires foi distinguida, na área da Música, com o Praemium Imperiale, um prémio internacional atribuído pela Associação de Arte do Japão, anunciou esta terça-feira a organização. O Praemium Imperiale reconhece anualmente o contributo internacional de cinco personalidades nas Artes e na Cultura e, na 35ª. edição, uma das artistas premiadas é a pianista portuguesa Maria João Pires. Além da intérprete portuguesa, este ano o Praemium Imperiale reconhece o percurso artístico da artista plástica francesa Sophie Calle, da escultora colombiana Doris Salcedo, do arquiteto japonês Shigeru Ban e do realizador taiwanês Ang Lee. Segundo a organização, o prémio tem um valor monetário de 15 milhões de ienes (cerca de 95.000 euros) e será entregue aos cinco laureados numa cerimónia marcada para 19 de novembro, em Tóquio. Na rede social Linkedin, Vítor Sereno, actual embaixador de Portugal no Japão e ex-cônsul em Macau, comentou o prémio atribuído à pianista portuguesa. “Este prémio, considerado o ‘Nobel das Artes’, é um reconhecimento merecido do imenso talento e impacto cultural que a pianista tem deixado no mundo. A sua capacidade de nos emocionar através da música transcende fronteiras, e o seu contributo para a música clássica coloca Portugal no mapa das grandes expressões artísticas internacionais”, escreveu. Reputada pianista Maria João Pires, que completou 80 anos em Julho, é a mais internacional e reputada dos pianistas portugueses, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos de 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos. Na próxima semana, prepara-se para iniciar uma digressão pela Coreia do Sul, que se estenderá até ao final de Outubro, prosseguindo depois com uma dezena de actuações na Europa. Entre os prémios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, 1970) e o Prémio Pessoa (1989). Na década de 1970, o seu nome tornou-se recorrente nos programas das principais salas de concerto a nível mundial e nos catálogos das principais editoras de música clássica: a Denon, primeiro, para a qual gravou a premiada integral das Sonatas de Mozart (1974); a Erato, a seguir, nos anos de 1980, onde deixou Bach, Mozart e uma das mais celebradas interpretações das “Cenas Infantis”, de Schumann; e depois a Deutsche Grammophon, a partir de 1989. Maria João Pires fundou ainda, em 1999, o Centro Belgais para o Estudo das Artes, em Escalos de Baixo, Castelo Branco, um projecto educativo, pedagógico e cultural dedicado à música. O Praemium Imperiale foi criado em 1988 pela Associação de Arte do Japão para reconhecer “o trabalho excepcional” em Pintura, Escultura, Arquitectura, Música e Teatro ou Cinema. “O prémio homenageia personalidades de todo o mundo que transcendem as fronteiras nacionais e étnicas, dando corpo à cultura e às artes do nosso tempo”, lê-se na página oficial do prémio.
Andreia Sofia Silva EventosJá são conhecidos alguns dos filmes da nova edição do DocLisboa “Sempre”, de Luciana Fina, será o documentário a estrear a edição deste ano do DocLisboa, um festival inteiramente dedicado ao género documentário que decorre em Lisboa entre os dias 17 e 27 de Outubro. Segundo uma nota de imprensa, o evento encerrará com “O Dia Que Te Conheci”, de André Novais Oliveira. A organização descreve que o público poderá esperar “um programa rico que gera uma conversa entre um presente, um passado e um futuro, onde convergem, de formas diversas e inesperadas, uma série de reflexões necessárias sobre o cinema do nosso tempo”. “Sempre”, o filme de arranque do festival, estreou recentemente n Festival de Veneza e faz uma reflexão sobre “o 25 de Abril [de 1974] e os seus ecos”, tratando-se de um filme que “revisita e traz para o presente os filmes, imagens, rostos e os ideais esquecidos ou por cumprir da revolução”. Luciana Fina, artista italiana radicada em Portugal desde os anos 1990, mostra no DocLisboa um “filme feito de filmes”, elaborado a partir de um convite da Cinemateca Portuguesa para conceber uma instalação por ocasião dos 50 anos de Abril, recorrendo ao arquivo fílmico nacional e ao repositório de imagens da RTP. O filme de encerramento, “O Dia Que Te Conheci”, é a história “de um homem e de uma mulher que tentam permanecer à tona num mundo desajustado, e que um dia se conhecem”. Programa do futuro Destaque para a apresentação da selecção “Back To The Future”, programa especial com curadoria de Jean-Pierre Rehm, colaborador habitual do festival. “Back to the Future” propõe-se “percorrer em alguns filmes o vínculo que liga o modernismo, ou seja, nada mais nada menos do que a utopia do século XX, e o cinema”, explica o também crítico e professor no texto que apresenta este conjunto de filmes. Destacam-se, assim, vários títulos até agora inéditos em Portugal, como “Traité de bave et d’éternité” (1951), de Isidore Isou; “Per Speculum”, de Adrian Paci, onde “o espectador acede a um espaço que não carece de definição, onde um grupo de crianças entra num diálogo com a luz do sol através de fragmentos de um espelho, que resulta numa experiência visual livre e dinâmica”. Da Albânia apresenta-se “If and If Only” do artista Anri Sala, em que um caracol se passeia ao longo de um arco de viola, afectando uma execução da peça ‘Elegia para viola solo’, de Stravinsky, perturbação essa que leva o maestro a adaptar o concerto às condições impostas pela nova relação física que ali se gera. Um último destaque para “Phantoms of Nabua” do tailandês Apichatpong Weerasethakul, um filme que tem a luz como personagem principal e onde se explora o conforto de casa, por um lado, e a sua destruição, por outro, descreve a organização. A programação completa da 22.ª edição do DocLisboa 2024 será apresentada dia 1 de Outubro.
Andreia Sofia Silva EventosUCCLA | Mostra com artistas de Macau inaugurada em Lisboa A UCCLA – União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa apresenta esta quinta-feira uma exposição com artistas contemporâneos de Macau. Com curadoria de James Chu e José Drummond, “Aqui e Agora” junta-se à AFA – Art for All Society para celebrar os 25 anos da transição da administração portuguesa de Macau para a China Pode ser vista até ao dia 20 de Dezembro, data que assinala o 25.º aniversário da transição de Macau, uma exposição que não é mais do que o espelho de culturas que permanece no território desde sempre. “Aqui e Agora”, com curadoria de James Chu e José Drummond, apresenta-se na sede da UCCLA – União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa e reúne trabalhos de 25 artistas, o mesmo número do aniversário da RAEM. Segundo uma nota divulgada pela organização do evento, nesta exposição “cada obra de arte funciona como um marco temporal, capturando e preservando as experiências, memórias e emoções dos artistas no contexto actual”. “Tal como um retrato do presente, estas obras fixam no tempo a evolução cultural de Macau, reflectindo as transições e continuidades que definem a sua identidade”, escreve-se. A UCCLA junta-se, nesta iniciativa, à AFA – Art for All Society, contando com apoios do Governo da RAEM, o Fundo de Desenvolvimento da Cultura, a Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa dos Observadores Consultivos da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], Câmara Municipal de Lisboa e Observatório da China. Ainda segundo a organização, o 20 de Dezembro de 1999 “marcou um novo capítulo na rica e multifacetada história de Macau”, sendo que, em “Aqui e Agora”, o público será levado a fazer “uma introspeção profunda sobre a complexidade e a riqueza do património cultural de Macau, uma cidade que se distingue como um espaço singular de encontro entre as culturas portuguesa e chinesa”. Dinamismo civilizacional Na nota que divulga a associação, é descrito que “a interação dinâmica entre estas duas civilizações [chinesa e portuguesa], ao longo de mais de quatro séculos, moldou uma identidade cultural única e híbrida, que se manifesta de forma vibrante nas obras apresentadas”. Desta forma, “Aqui e Agora” quer “fomentar um diálogo reflexivo entre os visitantes e as obras de arte, incentivando uma apreciação das nuances culturais que definem esta região única”. O nome da mostra “remete-nos à ideia de presença e de captura do momento actual”, pois “cada obra de arte funciona como um marco temporal, capturando e preservando as experiências, memórias e emoções dos artistas no contexto actual”. “Tal como um retrato do presente, estas obras fixam no tempo a evolução cultural de Macau, reflectindo as transições e continuidades que definem a sua identidade. Este conceito sublinha a importância de reconhecer e valorizar os momentos significativos que moldam a nossa compreensão do passado e a nossa visão do futuro”, lê-se ainda. A organização entende também que Macau, sendo há muito “um ponto de encontro entre o Oriente e o Ocidente, tem desempenhado um papel crucial na promoção de um diálogo intercultural que enriquece não só as suas tradições locais, mas também o património global”. “Este diálogo é reflectido na arte do território, que frequentemente incorpora elementos visuais, simbólicos e filosóficos de ambas as culturas, criando uma estética única, uma visão multifacetada, que desafia e enriquece o espectador”. Em “Aqui e Agora”, as obras apresentadas “exploram temas que vão desde a identidade cultural até às transformações urbanas e sociais”, descobrindo-se que “a pintura, escultura, instalação, fotografia e vídeo revelam um talento e uma sensibilidade que reflectem tanto a continuidade quanto a transformação cultural num testemunho de contemporaneidade e herança cultural”.
Hoje Macau EventosFotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro lança “Close to Me” O fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro lança esta sexta-feira, na sede da Casa de Portugal em Macau, o livro “Close to Me”. Trata-se de uma obra “pessoal”, num “formato inusitado”, com “fotografias a preto e branco, numa edição tipo nicho, algo muito especial, a começar pelo surpreendente formato, em forma de carteira”, revela o autor O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há 14 anos, apresenta, esta sexta-feira, 13 de Setembro, pelas 18h30, na sede da Casa de Portugal, o seu livro “Close to Me”. Este livro nasce do trabalho realizado para o mestrado em Nova Fotografia Documental na LABASAD – School of Arts & Design, em Barcelona, e também para a edição de 2021 do “24HourProject – Photographers for Social Change”, tendo “um formato invulgar, de carteira, e especial”, bem como “um número limitado de 150 exemplares, numerados e assinados”. Gonçalo Lobo Pinheiro refere, num comunicado, que estas imagens são do dia-a-dia frenético com os filhos. “A ideia inicial deste projecto foi captar a loucura matinal com os meus filhos que acordam todos os dias entre as seis e as sete da manhã, revigorados, prontos para mais um dia cheio de energia. Facto é que, na hora de dormir, as coisas acabam por não ser muito diferentes em alguns aspectos e acabei por misturar os dois momentos do dia, começando à noite”, afirma. Este é um projecto antigo, mas que só agora ganha forma. “Este livro, que queria ter lançado em 2022, apenas chega agora, mas chega com a sensação de que fiz um bom trabalho de casa na procura de uma edição diferente, muito diferente daquilo que têm sido os meus livros desde 2015, altura em que apresente ‘Macau 5.0’, o meu primeiro livro”, descreve. Uma “bela surpresa” Segundo a mesma nota, o fotojornalista declara que a edição de “Close to Me”, que não estava prevista para este ano, acaba por ser uma “bela surpresa”, pois é uma obra “muito pessoal” e “muito específica”. “É a minha família que está ali retratada. Os meus filhos, a minha mulher. A edição, com fotografias a preto e branco, acaba por ser uma obra de autor, uma edição tipo nicho, algo muito especial, a começar pelo surpreendente formato, em forma de carteira”, refere. A escolha deste formato é facilmente explicada por Gonçalo Lobo Pinheiro. “Este formato de carteira serve precisamente para manter as fotos perto de mim, perto de si que compra o livro, assim como quase todos nós, que levamos fotos dos nossos queridos familiares connosco, na carteira”, explica, acrescentando que tem novo livro para ser lançado em Dezembro, que versará sobre fotografia de rua em Macau e terá uma edição mais ao estilo daquilo que vem habituando quem segue os seus projectos ou compra os seus trabalhos fotográficos. “Close to Me”, que é o seu sexto livro editado, estará à venda por 150 patacas no website oficial do fotojornalista e em algumas livrarias de Macau e Portugal. O livro conta com o design da ilustradora Yang Sio Maan e tem a chancela da Ipsis Verbis.
Andreia Sofia Silva EventosLisboa | Cinema Ideal com mostra de filmes de Hong Kong este mês Entre os dias 26 e 29 de Setembro será apresentado no Cinema Ideal, em Lisboa, um ciclo de cinema inteiramente dedicado a Hong Kong e aos seus realizadores. A iniciativa “Making Waves – Navigators of Hong Kong Cinema” contará com a presença de actores e realizadores da região vizinha junto ao Bairro Alto Os amantes do cinema asiático, e em particular de Hong Kong, poderão desfrutar de uma selecção de sete filmes com a assinatura de realizadores da região vizinha, conhecida por ter uma importante indústria cinematográfica desde há várias décadas. A casa de acolhimento do ciclo de cinema “Making Waves – Navigators of Hong Kong Cinema” será o Cinema Ideal, localizado junto ao Bairro Alto, em Lisboa, e que entre os dias 26 e 29 deste mês apresenta sete películas, sendo que o ciclo de cinema contará também com a presença de actores e realizadores. Segundo uma nota do evento, a iniciativa é da Sociedade do Festival Internacional de Cinema de Hong Kong em parceria com a Associação Blue Lotus, sediada em Lisboa. Irão exibir-se sete filmes contemporâneos de Hong Kong, sendo que seis são obras mais recentes e um é um clássico, que se apresentará nas telas do Cinema Ideal com uma cópia restaurada. Trata-se de “Rouge”, de Stanley Kwan, de 1987. Segundo uma nota informativa da associação Blue Lotus, o festival “Making Waves” tem a sua estreia em Lisboa este ano, tratando-se de um evento criado em 2022 e que já passou por várias cidades do mundo, nomeadamente Udine, em Itália; Londres, Pequim, Copenhaga, Tóquio ou Estocolmo. Com este evento, pretende-se “dar a conhecer ao público internacional os novos talentos da região”. Louca história de amor “Rouge”, o único clássico que se apresenta nesta edição do “Making Waves”, é protagonizado pelas estrelas do cantopop Anita Mui Yim-fong e Leslie Cheung Kwok-wing, que, tal como vários artistas de Hong Kong, sempre desenvolveram carreiras paralelas como cantores e actores. Este é considerado um filme icónico da chamada “Segunda Nova Vaga” do cinema de Hong Kong, sendo o realizador Stanley Kwan considerado um dos pioneiros dos filmes LGBT melodramáticos. “Rouge” conta a história de um romance trágico entre uma humilde cortesã e o descuidado descendente de uma família rica, que abraçam a morte num pacto suicida no meio das opulentas casas de chá da Hong Kong dos anos 30. A história prossegue 50 anos mais tarde, quando a cortesã regressa a Hong Kong para encontrar essa história de amor perdida, atraindo um jovem casal para a sua busca pelo amor antigo, que roça a ilusão. Destaque ainda para os filmes “Twilight of the Warriors: Walled In”, de Soi Cheang; “Time Still Turns the Pages”, de Nick Cheuk; “Fly Me To The Moon”, de Sasha Chuk; “In Broad Daylight”, de Lawrence Kan; “The Goldfinger”, de Felix Chong e ainda “Keep Rolling”, de Man Lim Chung. Este último é um documentário realizado em 2020 centrado na carreira de 40 anos de Ann Hui, uma das mais conhecidas realizadoras de Hong Kong e um dos nomes fundamentais do movimento “New Wave” do cinema feito na RAEHK.
Hoje Macau EventosFundação Serralves com mostras de Francis Alÿs, Godard e Francisco Tropa O programa de exposições da Fundação de Serralves, no Porto, nos próximos meses vai contar com uma das maiores mostras do belga Francis Alÿs na Europa, uma selecção de trabalhos do cineasta Jean-Luc Godard e uma exposição de Francisco Tropa. Depois do encerramento, no dia 29 deste mês, da exposição de Yayoi Kusama, o Museu de Serralves vai abrir, em 17 de Outubro, uma exposição do artista belga Francis Alÿs, em parceria com o londrino Barbican. “Desenvolvida em estreita colaboração com o artista, apresentará a série ‘Jogos de Crianças’ (1999-presente), aclamada pela crítica e recentemente expandida após a apresentação do Pavilhão Belga na Bienal de Veneza de 2022. Os visitantes serão envolvidos numa instalação cinematográfica com vários ecrãs, reflectindo a natureza espontânea e auto-organizada das crianças enquanto brincam”, pode ler-se na informação disponibilizada pela fundação. Residente na Cidade do México desde 1986, Alÿs formou-se como arquitecto e foi inspirado pelo seu novo país para se tornar artista visual, como relata o texto biográfico disponível no ‘site’ da galeria David Zwirmer, que o representa. Há duas décadas que Alÿs filma crianças a brincar na rua e “Jogos de Crianças” inclui “cadeiras musicais” no México, saltos no Iraque, saltos à corda em Hong Kong e “lobo e cordeiro” no Afeganistão, refere o ‘site’ do Barbican, onde a exposição “Ricochets” esteve patente até ao passado dia 1. Tropa de regresso Também no museu, mas no dia 7 de Novembro, regressa a Serralves o português Francisco Tropa, que, “misturando arte e engenhosidade técnica, […] recorre a vários suportes – escultura, desenho, performance, gravura, instalação, fotografia e filme – para transmitir uma série de reflexões catalisadas pelas diferentes tradições da escultura, da mitologia e da ciência”. Tropa já marcou presença em Serralves em 1998, 2006 e 2010, tendo sido o representante de Portugal na Bienal de Veneza de 2011. No mesmo mês, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira recebe, a partir de dia 12, “Jean-Luc Godard: Tendo em conta os tempos actuais” que “apresenta pela primeira vez uma ampla selecção de desenhos e pinturas da sua infância, demonstrativos da precocidade de temas, motivos e estratégias formais que viriam a marcar o seu cinema, bem como cadernos, esquissos e colagens relacionados com muitos dos seus projetos fílmicos”, segundo a fundação. “Além de trazer pela primeira vez a público um vastíssimo conjunto de obras e documentos inéditos que em muito contribuirão para reavaliar o alcance da sua cruzada iconoclasta, a exposição recordará, ainda, o encontro de Godard com Manoel de Oliveira, em 1995”, acrescentou Serralves. Entre outras iniciativas, como uma exposição na Casa de Serralves que vai assinalar o centenário de Mário Soares, a fundação vai contar com a habitual Festa do Outono, no final de Setembro, e o ciclo Museu como Performance, em Outubro.
Andreia Sofia Silva EventosLivro | Lançado hoje “Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia” É hoje lançado, no Porto, mais uma obra com o cunho da BABEL – Organização Cultural. “Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia” é a obra que compila ensaios e reflexões sobre o panorama arquitectónico e urbanístico de Macau em diversos períodos históricos, nomeadamente desde a revolução republicana chinesa de 1911 até à transição, em 1999 A BABEL – Organização Cultural lança hoje, na Feira do Livro do Porto, um novo livro dedicado à arquitectura e urbanismo de Macau e à sua evolução nos últimos anos. A obra, que tem a chancela da “Circo de Ideias”, intitula-se “Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia” e inclui ensaios e reflexões seleccionados por Tiago Saldanha Quadros, arquitecto, e curadoria fotográfica de Margarida Saraiva. Ambos criaram a BABEL em Macau em 2013, desenvolvendo actualmente projectos culturais e artísticos com esta entidade em Portugal. O lançamento, que acontece a partir das 18h, conta ainda com a presença do arquitecto Jorge Figueira, autor de um dos textos da obra. Porém, este livro inclui muitas outras reflexões sobre um território que tem sofrido profundas mudanças no seu tecido urbano nos últimos anos, à conta dos investimentos na área do jogo, que levaram à construção dos resorts e casinos, ou mesmo do crescimento do turismo. Assim, esta obra “contempla um estudo das transformações no tecido urbano de Macau, com especial foco nas figuras-chave, movimentos e textos que informaram e animaram o discurso arquitectónico das últimas décadas”, aponta um comunicado da BABEL. Além da participação de Jorge Figueira, incluem-se outros autores que se envolveram directamente na obra, nomeadamente Álvaro Siza, Fernando Távora, Francisco Figueira, José Maneiras, Manuel Graça Dias e Manuel Vicente, ambos já falecidos; Mário Duque ou Pedro Vieira de Almeida. Tratam-se de textos que são também “testemunhos e histórias pessoais”. Com apoio Este livro resulta de um estudo financiado pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau, com uma bolsa de investigação académica de 2020. Além disso, a edição da obra faz-se com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM, Banco Nacional Ultramarino e Fundação Oriente. O livro divide-se em três partes, pautadas por três momentos históricos: a revolução republicana na China, em 1911; a ocorrência do movimento “12,3” em Macau entre Novembro de 1966 e inícios de 1967; e ainda a fase da transição da administração portuguesa de Macau para a China, em 1999. Incluem-se, assim, “escritos seleccionados, compilados e organizados por arquitectos, professores, investigadores, jornalistas, viajantes e exploradores, provenientes da Ásia, mas também da Europa, América do Norte e Oceania, agora publicados, pela primeira vez, num único volume”. Segundo a BABEL, os três acontecimentos históricos que orientam o conteúdo do livro foram “muito relevantes na história do território, na sua expansão e desenvolvimento”, funcionando “como enquadramento temporal do estudo”. Estes textos assumem uma importância “não só para arquitectos, estudantes e investigadores, mas também para todos aqueles que pretendam compreender melhor as questões identitárias e culturais do urbanismo e da arquitectura de Macau, aliados à qualidade dos textos e à sua dispersão em edições, algumas das quais inacessíveis”, é referido na mesma nota. Abordam-se, assim, no estudo académico que dá origem ao livro, “vários planos temáticos, que vão desde 1911 ao tempo presente, com especial enfoque nas figuras-chave, movimentos e textos que informaram e animaram o discurso arquitectónico das últimas décadas e que documentam as mais significativas transformações verificadas no tecido urbano de Macau”. A obra agrega textos sobre alguns edifícios icónicos do território que se misturam com “ensaios dedicados à discussão de ideias e temas comuns a cada uma das três partes”. Questão de imagem O livro hoje lançado inclui depois um “ensaio visual que integra imagens de obras de artistas que, de algum modo, desenvolveram trabalho sobre Macau, com ênfase na cidade e na arquitectura do território”. Exploram-se aqui fotografias, “stills” de vídeos de artístas e documentos provenientes dos acervos de instituições dedicadas à investigação e estudo da arquitectura. Deste modo, construiu-se “uma narrativa que procura documentar algumas das mutações verificadas no tecido urbano de Macau durante as últimas décadas”. Segundo a BABEL, este livro “não pretende ser uma história recente da arquitectura e do urbanismo de Macau, antes uma leitura interpretativa e crítica de uma sequência cronológica de um conjunto de textos e ensaios aqui coligidos”. Apresenta-se, assim, “uma antologia que configura uma cartografia possível de textos, dos seus autores e dos respectivos planos temáticos”.
Andreia Sofia Silva EventosPoesia | “Poemografia de Macau”, de António Mil-Homens, lançado em Lisboa O fotógrafo António Mil-Homens, antigo residente de Macau, lança hoje em Lisboa, no Centro Científico e Cultural de Macau, o livro “Poemografia de Macau”, onde reúne poemas e fotografias da sua autoria que espelham uma visão muito própria do território. A obra foi editada pelo Instituto Cultural em 2019 Volta hoje a ser lançado o livro “Poemografia de Macau”, da autoria do fotógrafo António Mil-Homens, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). Ex-residente de Macau, para onde foi viver em meados dos anos 90, António Mil-Homens destacou-se como uma personalidade ligada à arte e à imagem, até que decidiu, com esta obra, apostar também na escrita. Este é um lançamento feito alguns anos após a primeira edição de “Poemografia de Macau”, editado em 2019 pelo Instituto Cultural (IC), e que se integra na colecção “Escritores Chineses e Lusófonos”, estando disponível em chinês, português e inglês. Ao HM, António Mil-Homens, que actualmente está radicado em Portugal, disse que esta obra “transcreve” de forma poética a sua experiência com o território. “A intenção de fazer chegar a obra a um público tão vasto quanto possível tinha-me levado à encomenda da tradução para chinês e inglês dos poemas. O título deriva também da ideia de enriquecer o conteúdo com a inclusão de fotografias minhas, captadas desde a minha primeira estadia em Macau, em 1996”, apontou. Mil-Homens explica que, como toda a sua poesia, “o conteúdo [do livro] foi produzido de forma espontânea”, ao contrário da selecção das fotografias para ilustrar o livro. “Se, em termos gráficos, a minha intenção original era de ter um formato maior, quadrado, e daí o formato das fotografias, senti-me honrado com a inclusão da obra na mencionada colecção [do IC]. A anunciada apresentação no CCCM pareceu-me oportuna, na medida em que tem estado patente no mesmo a minha exposição fotográfica ‘Macau, agora e sempre'”. A obra foi lançada em Macau, na Casa Garden, há quatro anos, tendo o autor dito, na altura, que sempre se sentiu bastante ligado à cultura chinesa, e que esse livro é reflexo disso mesmo. “Tenho uma enorme admiração e um profundo respeito. Não ignoro as diferenças e procuro entendê-las. É a minha postura normal relativamente a outras culturas: procurar e analisá-las sem grandes pré-concepções, porque essa é a única forma. Prefiro ter um olhar mais transparente sobre aquilo que me rodeia.” Um dos poemas incluídos neste livro descreve a chegada de António Mil-Homens a Macau em 1996. Mas o autor foi escrevendo de formas diferentes ao longo dos tempos, precisamente pela absorção da cultura chinesa. “De repente ganhei consciência de que o estilo [de escrita] é mais configurativo. Se calhar o estilo de escrita dos poemas reflecte muito daquilo que em mim foi sendo inculcado pela cultura chinesa. Diria que são poemas meus, mas se calhar são muito chineses na forma como foram naturalmente escritos, sem ter tido consciência ou intenção disso”, referiu ao HM na altura. Último dia De frisar que a exposição “Macau, Agora e Sempre” tem estado patente no CCCM e chega amanhã ao fim. Desde o dia 3 de Junho que o público pode ver, de forma gratuita, as melhores imagens captadas por este ex-residente de Macau, que no território trabalhou também como fotojornalista. António Mil-Homens tem estado ligado a outras iniciativas culturais promovidas pelo CCCM, nomeadamente na realização do workshop “Fotografia Elementar”, que decorre nos dias 24 e 25 deste mês. A ideia é que os alunos possam fotografar ou “escrever com a luz”, tendo o Museu de Macau, no piso térreo do CCCM, como base de trabalho.
Hoje Macau EventosCinema | Tim Burton ganha estrela no “Passeio da Fama” O realizador de cinema Tim Burton foi homenageado na terça-feira com uma estrela no passeio da fama em Hollywood, numa cerimónia em que esteve acompanhado pelos actores do seu mais recente filme, ‘Beetlejuice Beetlejuice’, que estreia sexta-feira nos cinemas. O cineasta norte-americano, de 66 anos, destapou a estrela número 2.788, aplaudido por centenas de pessoas que se reuniram em frente à ‘Hollywood Toys & Costumes’, uma conhecida loja de Halloween onde foi decidido imortalizar o seu nome. “Quando soube que [a estrela] estaria aqui quase comecei a chorar, porque venho aqui desde pequeno e a loja não mudou nada”, contou. O realizador fez-se acompanhar pelos atores Winona Ryder e Michael Keaton, estrelas de ‘Beetlejuice Beetlejuice’, sequela do filme de sucesso ‘Beetlejuice’, de 1988, que estreia esta sexta-feira e que conta ainda com a participação de Jenna Ortega (‘Wednesday’) e da sua companheira, Monica Bellucci, protagonista do filme ‘Maléna’. Tanto Ryder como Keaton, que fizeram parte do elenco do primeiro filme de ‘Beetlejuice’, celebraram a criatividade, originalidade e contributo do seu “grande amigo” para o cinema. “O Tim tem uma compreensão tão bela e única do coração humano. Ele conhece a dor dos incompreendidos, do estranho e do invulgar. Não só os compreende, como os celebra. Quer sejam párias, esquisitos, assustadores ou engraçados, ele dá-lhes profundidade, humor e sempre um certo cavalheirismo e isso dá-lhes dignidade”, frisou Ryder, num discurso como convidado de honra da cerimónia. Formação na Califórnia Burton cresceu em Burbank, no condado de Los Angeles, e frequentou o California Institute of the Arts (CalArts), onde estudou animação de personagens e criou as suas primeiras curtas-metragens. Enquanto trabalhava na Disney, em 1982, realizou a sua primeira curta-metragem, ‘Vincent’, um filme a preto e branco de seis minutos que conta a história de um introvertido rapaz de 7 anos chamado Vincent Malloy, que sonha ser igual ao seu ídolo, o ator norte-americano Vincent Price. Sob o seu estilo distinto e o seu tema gótico sombrio, as suas obras incluem inúmeros títulos, como ‘Corpse Bride’ (‘A Noiva Cadáver’), ‘Batman’, ‘Edward Scissorhands’ (‘Eduardo Mãos de Tesoura’) o ‘Planet of the Apes (‘O Planeta dos Macacos’). Com ‘Sweeney Todd: O Terrível Barbeiro de Fleet Street’, ganhou o Globo de Ouro de 2007 para Melhor Filme (Musical ou Comédia). Filmes como ‘Ed Wood’ (1994), ‘Sleepy Hollow’ (‘A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça’, 1999), ‘Big Fish’ ou ‘Alice in Wonderland’ (‘Alice no País das Maravilhas’, 2010) recebeu inúmeras nomeações e prémios para os Óscares, BAFTA e Globos de Ouro, consolidando o seu estatuto de um dos maiores cineastas de todos os tempos.
Hoje Macau EventosUCCLA | Camões merecia “maior reconhecimento” O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) considera que “a grandeza da personalidade universalista” de Camões merecia “um maior e mais cuidado reconhecimento”, nomeadamente nas comemorações oficiais do V centenário do nascimento do poeta. Vítor Ramalho falava à Lusa a propósito da homenagem que vai ser feita a Luís Vaz de Camões, assim como ao líder africano Amílcar Cabral, durante o XII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que decorre entre esta quinta-feira e domingo na capital cabo-verdiana. “Era necessário, dada a grandeza da personalidade universalista que é o Luís Vaz de Camões, e invulgar ao nível do que representou e tem representado desde o século XVI, um maior e mais cuidado no reconhecimento, sem prejuízo das investigações que estão a ser feitas e das publicações a que deram lugar”, disse. E prosseguiu: “Acho que seria muito mais consequente a missão que foi constituída, e que parece que, do ponto de vista financeiro, não foi dotada das verbas adequadas”. Ainda assim, enalteceu “o conjunto de obras que foram publicadas por várias editoras, quer de escritores consagrados, como foi o Jorge de Sena, quer depois de investigadores; e são inúmeros os livros que foram publicados. A esse nível diria que há um esforço das editoras para o fazer”. Luís de Camões “não é apenas o homem dos Lusíadas, é um homem da lírica, é um viajante do mundo, um homem que esteve em Macau, na ilha de Moçambique, passou por África”, adiantou. “Teria sido interessante, útil e necessário ter-se feito esta mais-valia do que ele representa, enquanto pessoa, e dar a conhecer o orgulho da dimensão que um português tem tido ao longo dos séculos”, observou. O secretário-geral da UCCLA lembra que “não é por acaso que o 10 de Junho [dia de Camões] é, no fundo, o dia de Portugal e das próprias comunidades espalhadas pelo mundo”.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | João Miguel Barros fala sobre história da fotografia chinesa Decorre amanhã, no Centro Científico e Cultural de Macau, mais uma sessão da iniciativa “Conversas Sábias”, desta vez com João Miguel Barros, advogado e fotógrafo radicado em Macau. “A Fotografia Chinesa desde a Revolução Cultural até ao século XXI” será o tema da sessão, onde o co-fundador da associação Halftone promete falar do impacto desse período da história chinesa na fotografia O Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) acolhe amanhã mais uma sessão da iniciativa “Conversas Sábias”, que conta com convidados que tiveram experiências em Macau, China ou no mundo asiático em geral e que pretendem partilhar, de forma informal, essas vivências com o público. Desta vez o convidado é João Miguel Barros, advogado e fotógrafo, que irá falar sobre “A Fotografia Chinesa desde a Revolução Cultural até ao século XXI”. Na descrição do evento, pode ler-se que os anos da Revolução Cultural na China, entre meados dos anos 60 e 70, representaram “um período de asfixia na produção artística em todos os sectores da sociedade chinesa”, sendo que “a prática fotográfica era genericamente propagandística e de apologia do regime”. Porém, “com a morte de Mao Zedong, a nova liderança política tolerou a criação de diversos movimentos, nem todos orgânicos, e de novas práticas artísticas”. Desta forma, o advogado e fotógrafo vai tentar identificar “os principais movimentos que estiveram na origem do nascimento da fotografia contemporânea chinesa”, além de evidenciar “alguns dos fotógrafos mais importantes dos finais do séc. XX, cuja influência ainda se faz sentir em parte das novas gerações de artistas chineses”. Livros na galeria Radicado há vários anos em Macau, João Miguel Barros começou a apostar mais na fotografia e na curadoria de exposições nos últimos anos, possuindo actualmente uma galeria de fotografia em Lisboa, a Ochre Space. João Miguel Barros diz ter-se preparado para esta sessão de “Conversas Sábias” com base nos mais de três mil livros de fotografia que possui na galeria, pertencentes à sua biblioteca pessoal. A Ochre Space é um “espaço vocacionado para promover a fotografia contemporânea e a vídeo arte”. A iniciativa “Conversas Sábias” no CCCM decorre durante os próximos meses. A sessão da próxima quinta-feira, 12, será com Carlos Leone, que irá falar da temática “Do Golfo à Ásia Menor”. Carlos Leone, formado em Filosofia, tem experiência como jornalista, autor, professor e tradutor. Durante 10 anos foi analista político da embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Lisboa. Actualmente, é investigador do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta. Pelo CCCM, para estas sessões, já passaram convidados como Marco Duarte Rizzolio, residente de Macau e co-fundador do concurso de empreendedorismo “929 Challenge”, ou ainda José Sales Marques, economista, que no dia 18 de Julho falou sobre a relação entre Macau e a União Europeia.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Três filmes com géneros distintos para ver em Setembro Terror, comédia e drama. Três ingredientes disponíveis nos filmes incluídos na selecção “Amuletos de Setembro”, para ver nos próximos dias na Cinemateca Paixão. Destaque para “Black Dog”, filme chinês que obteve grande destaque na última edição do Festival de Cinema de Cannes Arranca hoje a habitual secção de filmes intitulada “Amuletos de…” e neste caso são os “Amuletos de Setembro” que trazem, para já, três películas para ver em várias sessões. A primeira exibição do filme de terror “Long Legs”, do realizador Oz Perkins, conhecido actor, tem lugar já amanhã. Com exibições repetidas este sábado e dia 12, na próxima semana, “Long Legs”, “Coleccionador de Almas” na versão portuguesa, é considerado “o filme de terror mais arrepiante do ano”, contando no elenco com o famoso actor Nicolas Cage. Nesta história, uma agente do FBI, interpretada por Maika Monroe, persegue um assassino em série. No percurso acaba por descobrir uma série de pistas ocultas que a levam a desvendar uma onda de assassinatos que deixaram marcas terríveis. O filme tem sido um enorme sucesso, com mais de 20 milhões de dólares nas bilheteiras no fim-de-semana de estreia nos Estados Unidos. Superou mesmo, em receitas de bilheteira, o filme “Hereditário”, tornando-se no filme de terror com maiores receitas de bilheteira da última década. Do terror passamos para a comédia com “Problemista”, exibido esta quarta-feira a partir das 19h30, e com repetição na próxima terça-feira, dia 10 de Setembro, no mesmo horário. Com realização de Julio Torres, escritor do programa “Saturday Night Live” e com a conhecida actriz Tilda Swinton no grande ecrã, o filme não é mais do que uma “comédia distópica de imigrantes americanos”. Na tela, revela-se a história de Alejandro, um “menino da mamã” e designer de brinquedos natural de El Salvador, que viaja para Nova Iorque para realizar o seu “sonho americano”, à semelhança de tantos imigrantes. Porém, perante a possibilidade de ter de deixar os EUA com o fim do visto de trabalho, recorre à mulher de um artista peculiar para ser a sua fiadora. Ao lidar com as exigências estranhas do seu patrão, Alejandro embarca numa aventura surrealista pela cidade de Nova Iorque. História da China O cartaz deste mês completa-se com a exibição de “Black Dog”, exibido pela primeira vez esta quinta-feira e com repetições no domingo, quarta-feira dia 11, sexta-feira 13 e depois no sábado dia 21 de Setembro. Trata-se de um filme que fez furor na edição deste ano do Festival de Cinema de Cannes, obtendo o prémio “Palma de Ouro do Júri” e ganhando na secção “Un Certain Regard” para melhor filme. Em 2008, a personagem principal, Erlang, acaba de sair da prisão e regressa à sua cidade natal, que está repleta de cães vadios. Ao juntar-se a uma equipa de resgate de animais, acaba por adoptar um cão preto, formando-se então laços emocionais fortes entre os dois. Este mês podem ainda ser revistos películas em exibição, nomeadamente “Do Not Expect Too Much From the End of The World”, que repete esta sexta-feira; “Millenium Mambo”, com repetição no sábado; e ainda “Un Actor Malo”, com nova exibição este domingo.
Hoje Macau EventosAntónio Chainho despede-se dos palcos aos 86 anos O guitarrista e compositor António Chainho decidiu pôr fim à carreira aos 86 anos, realizando um último espectáculo este mês, em Lisboa, uma decisão que justificou por “sentir dificuldades em tocar alguns temas”. “Comecei a sentir que estava na hora de deixar a guitarrinha, que nunca vou deixar. Quem começa a brincar com este instrumento aos 6 anos é impossível largá-lo”, disse o músico, em entrevista à agência Lusa. O espectáculo de despedida dos palcos, “Lisboa Saudade”, está marcado para 13 de Setembro. Com cerca de 60 anos de carreira, Chainho afirmou à Lusa que um dos motivos que o levou a tomar esta decisão foi quando notou problemas no dedo indicador da mão direita, “que é base para tocar”. “Nas coisas que eu aprendi com os grandes guitarristas, nas mais complicadas, aí já sinto uma certa dificuldade”, disse o autor de “Voando sobre o Alentejo”, comparando os dedos de um guitarrista às pernas dos corredores. “Eu estou a sentir agora os problemas dos quase 90 anos de idade”. A vida numa guitarra António Chainho nasceu a 27 de Janeiro de 1938 em Santiago do Cacém, e conseguiu a proeza de gravar um disco, “O Abraço da Guitarra”, depois dos 85 anos. “Não tenho conhecimento de alguém que tenha gravado depois dos 60 anos. Carlos Paredes ainda tentou gravar, e em relação aos outros guitarristas não tenho conhecimento de alguém que tenha gravado depois dos 80 anos”, disse. António Chainho recordou os primeiros passos que deu na aprendizagem da guitarra portuguesa, o seu instrumento de eleição, de objecto de brincadeira, também por influência do pai “que tinha magníficos dedos”, aliando o seu “bom ouvido musical”, escutando as melodias que ouvia na rádio, por aqueles a quem chama os seus mestres, Armandinho, Raul Nery, Jaime Santos, entre outros. O serviço militar obrigatório levou-o a Lisboa, onde contactou directamente com o meio fadista, “estreando-se” em meados de 1960, numa casa de fados na Praça do Chile, onde tocou ainda “vestido à magala” e saiu em ombros, tal o êxito alcançado. Cumpriu o serviço militar em Moçambique, e regressou, quando se deu o seu encontro com o seu conterrâneo Carlos Gonçalves (1938-2020), autor das músicas de “Lavava no Rio, Lavava” ou “Lá Vai Maria”, de autoria e criação de Amália Rodrigues. Carlos Gonçalves convenceu-o a ficar no seu lugar na casa de fados Retiro da Severa, onde permaneceu cerca de seis meses, mudando-se depois para o restaurante O Folclore, também em Lisboa, que era apoiado pelo então Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI). Iniciou uma carreira de acompanhante e, a determinada altura porque “não tinha tempo para estudar” as melodias e compor, optou por acompanhar os fadistas Carlos do Carmo e Frei Hermano da Câmara, durante mais de 20 anos, e também, “mas menos tempo”, Teresa Tarouca. Mais tarde, trabalhou com Rão Kyao, com quem fez o álbum “Pão, Azeite e Vinho” e realizou uma digressão. A lista de músicos que acompanhou e com quem gravou é vasta e inclui nomes como Maria Bethânia, Adriana Calcanhotto, Marta Dias, António Calvário, Paco de Lucia, John Williams, María Dolores Pradera, José Carreras, Jürgen Ruck, Pedro Abrunhosa, Paulo de Carvalho, Ana Bacalhau, Sara Tavares ou Rui Veloso. O músico reconheceu que sentirá saudades da carreira à qual põe termo, mas continuará “a tocar para os amigos” e a acompanhar a escola que ostenta o seu nome em Santiago do Cacém. Apontado como “um dos virtuosos da guitarra portuguesa” pela “Enciclopédia da Música em Portugal no século XX”, António Chainho foi condecorado pelo Presidente da República, em Março de 2022, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Hoje Macau EventosMAM | Exposição de Bronzes Chineses inaugurada esta sexta-feira O Museu de Arte de Macau inaugura, esta sexta-feira, a exposição “O Esplendor dos Bronzes Chineses: Obras-Primas do Museu Nacional da China”, que pretende mostrar a beleza dos antigos artefactos feitos em bronze. O público pode ver 150 peças cedidas pelo Museu Nacional da China Os interessados pela história e cultura da China podem desfrutar, a partir de sexta-feira, de uma nova exposição que lhes apresenta os antigos artefactos feitos em bronze no país nos tempos do Império. É inaugurada, a partir das 18h de sexta-feira, no Museu de Arte de Macau (MAM), a mostra “O Esplendor dos Bronzes Chineses: Obras-primas do Museu Nacional da China”, que dará a conhecer mais de 150 artefactos de bronze antigos da colecção do Museu Nacional da China. Incluem-se, segundo um comunicado do Instituto Cultural, 28 artefactos nacionais “de primeira classe”, nomeadamente o “Nao”, instrumento musical chinês, feito em bronze e com o padrão de elefante, ou o “Yan – Zuo Ce Ban”, um vaporizador feito em bronze também, ou o “Gui – Liu Nian Diao Sheng”, um recipiente ritual para os alimentos, tal como o “Gui – Shi You”. Segundo a mesma nota, “os artefactos de bronze antigos que fazem parte do património cultural mais significativos da China têm um papel crucial na história da arte mundial com as suas múltiplas categorias, formas únicas, padrões elegantes, inscrições diversas e técnicas complexas de fundição e modelagem”. Estas peças eram designadas por “Jin” ou “Jijin” na China antiga, tratando-se de “artefactos de bronze que estiveram quase sempre associados ao alvor da civilização, tratando-se da prova mais representativa da origem, desenvolvimento e prosperidade da civilização chinesa”. Bronze ao quadrado O IC descreve que a iniciativa “é a maior e mais excepcional exposição de bronze antigo alguma vez realizada em Macau”. O público pode ver as peças distribuídas por cinco secções, nomeadamente “Arte Visual dos Artefactos de Bronze, Decoração e Padrões, Inscrição e Caligrafia, Perícia Técnica na Produção de Artefactos de Bronze e Ferrugem e Corrosão”. Para o IC, o público terá acesso a uma “exposição intrigante, onde se poderá ver uma panóplia de artefactos de múltiplas épocas, várias categorias e formas, alguns dos quais serão exibidos pela primeira vez fora do continente”. Haverá ainda o complemento de experiências multimédia interactivas, que serão “educativas e de fácil compreensão”, proporcionando aos espectadores “a oportunidade de compreender melhor o desenvolvimento da antiga civilização chinesa, bem como as ricas conotações e as características essenciais da cultura chinesa”. No sábado, terá lugar uma palestra e um workshop sobre a temática dos bronzes antigos na China. Trata-se da “Palestra Dedicada à Exposição dos Artefactos de Bronze: Características Estruturais e do Significado Cultural do ‘Padrão Tigre Devorador de Homem’ Surgido nas Dinastias Shang e Zhou”. O orador será Zhai Shengli, vice-director do Departamento de Exposições e investigador do Museu Nacional da China, sendo analisada “uma selecção de artefactos com este padrão do Museu Nacional da China e as descobertas de estudos relevantes”. O workshop sobre artefactos chineses antigos feitos em bronze será ministrado por Hao Shuangjun, educadora do Departamento de Educação Social do Museu Nacional da China, destinando-se a crianças dos sete aos dez anos. Estes irão aprender mais sobre “o processo de fundição do bronze, orientando-os no processo de criação de caldeirões de bronze em miniatura”. As inscrições para estas actividades podem ser feitas na plataforma da Conta Única de Macau até esta quarta-feira, dia 4. A exposição no MAM pode ser visitada até ao dia 10 de Novembro.
Hoje Macau EventosColoane | Galeria Hold On to Hope recebe exposição de fotografia A Halftone – Associação Fotográfica de Macau associou-se ao projecto Hold On to Hope para apresentar, em Coloane, uma nova exposição de fotografia intitulada “Pequeno Formato”. A inauguração acontece este domingo na Galeria Hold On to Hope, às 16h, na Aldeia de Nossa Senhora de Ká-Hó, em Coloane, e ficará patente até 29 de Setembro. Segundo um comunicado da organização, esta exposição inclui trabalhos de fotografia de “onze dos talentosos membros da Halftone”, nomeadamente Elói Scarva, Francisco Ricarte, Gonçalo Lobo Pinheiro, Joana Freitas, João Palla, José Sales Marques, Lurdes de Sousa, Nelson Silva, Ricardo Meireles, Rusty Fox e Sara Augusto. Tratam-se de pessoas com ou sem experiência na fotografia que, muitas vezes, além das suas profissões, gostam de captar imagens e momentos com a sua máquina. A organização do evento denota que “embora o espaço disponível na galeria possa ser limitado, esta exposição prova que a arte impactante pode prosperar mesmo em formatos compactos”. “Cada fotografia exposta foi cuidadosamente elaborada para maximizar o impacto artístico dentro das dimensões da parede. Através desta exposição, a Halftone visa não apenas celebrar o espírito criativo dos seus fotógrafos, mas também apoiar o importante trabalho da Associação ARTM, à qual será doada uma parte dos lucros”. A ARTM – Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau é a associação que gere a Hold On to Hope. Com esta exposição, convida-se o público a “descobrir o poder da fotografia compacta e contemplativa, contribuindo para uma causa filantrópica significativa”.
Andreia Sofia Silva EventosTorre de Macau | “Curiouser and Curiouser” para ver até Setembro Chama-se “Curiouser and Curiouser – Excursion in Alice’s Secret Garden” e é uma iniciativa cultural que está de regresso ao piso térreo do Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau até ao dia 20 de Setembro. Com curadoria de Mel Cheong, a quarta edição do evento apresenta espectáculos de mímica, dança, teatro e obras criativas Pode ser vista até ao dia 20 de Setembro, no átrio da Torre de Macau, a nova edição de um projecto artístico com curadoria de Mel Cheong intitulado “Curiouser and Curiouser – Excursion in Alice’s Secret Garden”. Trata-se de uma iniciativa organizada pela Associação Rota das Artes [Route Arts Association” e o Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau, contando com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. Tendo como base o mundo de “Alice no País das Maravilhas”, pretende-se dar a conhecer o trabalho de diversos artistas de Macau, além desta exposição ser o mote para comemorar o 75.º aniversário de implantação da República Popular da China e o 25.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau. “Esperamos que os artistas de Macau possam também oferecer às crianças locais presentes misteriosos exclusivos sob a forma de criação artística, incluindo música ao vivo, mímica, leitura de livros e oficinas criativas, permitindo que as crianças passem um ano cheio de alegria através deste evento”, refere-se num comunicado da organização. Com este evento, pretende-se “mostrar a criatividade dos artistas locais, de modo a despertar o interesse das pessoas por diferentes formas criativas”. Assim, com “Curiouser and Curiouser”, pretende-se “dar aos artistas a oportunidade de criar e partilhar isso com o público”. Workshops e companhia Além da exposição propriamente dita, “Curiouser and Curiouser” inclui workshops artísticos e de leitura de livros em parceria com a Cooperativa Distância Zero. O objectivo passa por “proporcionar uma experiência diferente de leitura de livros, realizando-se workshops criativos”. Assim, o público pode ver “uma instalação artística misteriosa” e desfrutar de uma “experiência de teatro caloroso com música ao vivo”. Desde o dia 5 de Agosto que esta iniciativa decorre no átrio da Torre de Macau. Todos os domingos realizam-se espectáculos de teatro com música às 15h e 16h, organizando-se também workshops criativos todos os sábados às 14h30 e 16h. Mais concretamente, o espectáculo de mímima com música ao vivo realizou-se, pela primeira vez, no último domingo, repetindo-se nos dias 1, 8 e 15 de Setembro. Haverá ainda sessões de leitura de livros e oficina criativa no dia 31 de Agosto e também nos dias 7 e 14 de Setembro. Além disso, no dia 7 de Setembro irá decorrer um workshop especial de beneficência. Vale tudo para descobrir o maravilhoso mundo de “Alice no País das Maravilhas”, com eventos para crianças e os mais adultos. A entrada é livre para todos os eventos.
Hoje Macau EventosFogo Artifício | Oleiros encerra concurso internacional Chama-se “Pirotecnia Oleirense” e é a empresa portuguesa escolhida pela Direcção dos Serviços de Turismo para encerrar o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício. O evento deste ano é descrito como especial por celebrar os 75 anos da implantação da República Popular da China e os 25 anos da RAEM A empresa Pirotecnia Oleirense, com sede em Oleiros, distrito de Castelo Branco, vai encerrar, a 6 de Outubro, o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, foi ontem anunciado. Numa conferência de imprensa, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) referiu que a equipa portuguesa irá apresentar o espectáculo intitulado “O Olhar Humano”, o último dos dez espectáculos da 32.ª edição do concurso. De acordo com a DST, o espetáculo da Pirotecnia Oleirense vai reflectir sobre os “significados mitológicos das estrelas”, em “uma viagem sem espaço nem tempo definidos”, que será “o final perfeito para o concurso”. Além de Portugal, o concurso deste ano vai apresentar espectáculos com uma duração de 20 minutos, a combinar fogo-de-artifício e música, de companhias vindas da Rússia, França, Canadá, Tailândia, Espanha, Filipinas, Japão, China continental e Itália. A edição deste ano irá também comemorar, a partir de 7 de Setembro, os 75 anos da fundação da República Popular da China e dos 25 anos da transferência de administração de Macau. Casinos ajudam O subdirector da DST, Cheng Wai Tong, disse à Lusa que o orçamento aumentou 2,5 por cento em comparação com 2023, para 18 milhões, sobretudo devido à “subida do preço de transporte” do fogo de artifício. A maioria do orçamento vai ser financiado pelas seis operadoras de jogo em Macau, referiu Cheng. O dirigente prevê que, dependendo das condições climatéricas, o concurso poderá atrair à cidade tantos turistas como no ano passado, “mais ou menos 700 mil”. Na edição de 2023, a primeira após uma pausa de três anos devido à pandemia de covid-19, a Macedos Pirotecnia, com sede no concelho de Felgueiras, no distrito do Porto, apresentou o espectáculo “Supernova”. O Reino Unido foi o vencedor e a China e o Japão ficaram no segundo e terceiro lugares, respectivamente. O concurso coincide parcialmente com a chamada ‘semana dourada’ do Dia Nacional da China. No ano passado, Macau recebeu mais de 116.500 turistas por dia nesse período, que concentrou vários feriados, entre 29 de Setembro e 06 de Outubro.
Andreia Sofia Silva EventosHistória | Centenário da viagem do “Pátria” origina podcast Foi em 1924 que Brito Pais, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia viveram aquela que viria a ser a aventura das suas vidas. A viagem do avião “Pátria” aconteceu há cem anos, ligou pela primeira vez Portugal e Macau por via aérea e, para comemorar essa efeméride, foi criado um podcast produzido pela Força Aérea Portuguesa e pela Universidade do Porto, com o apoio do jornal Público O primeiro episódio intitula-se “Vila Nova de Milfontes – Málaga: sob chuva e vento” e relata os primórdios de uma aventura com cem anos que ficou para a história da aviação portuguesa. É assim o novo podcast sobre o centenário da viagem do “Pátria”, que começou em 1924 e que ligaria, pela primeira vez, Portugal e Macau pelo ar. A produção é da responsabilidade da Universidade do Porto e da Força Aérea Portuguesa, e conta com o apoio do jornal Público. Na introdução ao projecto, lê-se que “foi há cem anos que três portugueses voaram pela primeira vez entre Portugal e Macau, numa altura em que a audácia humana testava continuamente os limites de uma aviação nascente”. Nessa altura, “a viagem transcontinental de Brito Pais, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, apoiada e seguida atentamente pelos portugueses de então, deixou uma marca na história da aviação”. Brito Pais, Sarmento Beires e Manuel Gouveia meteram-se num pequeno avião e a primeira paragem fez-se em Málaga, Espanha, conforme descreve o primeiro episódio de um podcast já com quatro capítulos e que pode ser ouvido na plataforma Spotify. “A cada minuto é preciso fugir aos montes que quase razamos por vezes. Fugir às nuvens. (…) Durante cerca de meia hora, somos forçados a meter-nos proa a su-sudoeste, depois de termos tentado, debalde, romper o temporal que redobra. (…) Finalmente, o mar, enraivecido e cavernoso (…), os últimos contrafortes da serra de Cádiz balaçavam-nos implacavelmente”, descreve o narrador do primeiro episódio quando conta como os aviadores conseguiram ultrapassar a fúria da tempestade. No segundo episódio, intitulado “Málaga – Túnis: calma no Mediterrâneo ocidental”, a “travessia do Mediterrâneo decorre sem grandes problemas”. “Os aviadores sobrevoam as terras argelinas sob domínio francês, fascinados com uma paisagem que não lhes é habitual, e são testemunhas dos esforços de ligar por via aérea os principais centros urbanos do Magrebe – e estes à Europa – e vencer o Saara. Mas subsistem focos de resistência à ação colonizadora francesa”, lê-se na descrição do episódio. Chegada ao deserto No terceiro episódio do podcast já os aviadores vão mais longe na aventura. “Túnis – Trípoli: às portas do Saara” conta como “ainda fascinados pelo exotismo da antiga Túnis, os nossos aviadores recebem notícias dos seus colegas que, um pouco por todo o mundo, querem mostrar a capacidade dos aviões para a realização de viagens de longo curso”. Na viagem, Brito Pais, Sarmento Beires e Manuel Gouveia “acompanham a costa tunisina e, do alto, o esplendor do Saara revela-se-lhes pela primeira vez”. Além disso, chegam à chamada “Líbia italiana, onde se mantém um conflito feroz e prolongado entre os colonizadores e as populações locais”. No quarto e último episódio, o foco faz-se na travessia do deserto entre Trípoli, na Líbia, e o Cairo, no Egipto. “Saindo de Trípoli, o ‘Pátria’ segue a costa da Líbia e atravessa a extensão mediterrânea do Saara sob um forte vento, o ‘guibli’, que o envolve numa escaldante tempestade de areia. Mas não tem sucesso na travessia logo à primeira tentativa. Os portugueses chegam a uma Bengazi que é um centro militar, mas também uma cidade colonial em construção, numa região em que a força conjunta de árabes e berberes se opõe tenazmente à colonização italiana. Depois, é de novo o deserto – quente, mas menos ameaçador – até ao delta do Nilo”, é referido na descrição do episódio. Este ano tem sido pautado por diversos eventos comemorativos de uma viagem que marcou a história da aviação portuguesa e que acabou por cair um pouco no esquecimento. No caso de Macau, o centenário da viagem foi celebrado com uma exposição itinerante, a apresentação do livro “De Portugal a Macau, a Viagem do Pátria”, a realização de diversas conferências e o descerramento de uma placa comemorativa. Estas actividades integraram mesmo o cartaz do “Junho – Mês de Portugal” que todos os anos celebra o 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.