Eça de Queiroz homenageado antes de trasladação para o Panteão Nacional

A Fundação Eça de Queiroz promoveu este fim-de-semana uma série de eventos dedicados ao autor de “Os Maias”, antecipando a cerimónia de concessão de honras de Panteão Nacional ao escritor, que terá lugar em Lisboa na próxima quarta-feira.

Os eventos decorreram na Casa de Tormes, em Santa Cruz do Douro, Baião, local que inspirou o romance “A Cidade e as Serras”. O programa incluiu sessões evocativas da vida e obra de Eça, uma oficina de escrita de ficção conduzida por Filipa Melo, o anúncio dos vencedores das bolsas de Residência Literária, visitas guiadas gratuitas com exibição de manuscritos e desenhos raros, e um jantar-tertúlia com o escritor Mário Cláudio.

A urna contendo os restos mortais do escritor esteve ontem em câmara-ardente no átrio principal da Casa de Tormes, junto a objectos pessoais, como a secretária onde escrevia. A Fundação considera este momento “simbólico e solene”, marcando a despedida do escritor antes da sua partida para Lisboa.
O Movimento de Cidadãos Baionenses, que se opõe à trasladação, realizou uma concentração em frente à Casa de Tormes.

Entre terras

A decisão de trasladar os restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional foi aprovada pelo Parlamento em 2021, reconhecendo o impacto da sua obra na literatura portuguesa. O processo enfrentou resistência de um grupo de bisnetos do autor, mas, após várias decisões judiciais, o Supremo Tribunal Administrativo autorizou a trasladação em Janeiro de 2024.

Eça de Queiroz nasceu na Póvoa de Varzim em 1845 e faleceu em 1900. Inicialmente sepultado em Lisboa, os seus restos mortais foram trasladados em 1989 para um jazigo de família em Baião. A sua vasta obra, que inclui títulos como “O Primo Basílio”, “O Crime do Padre Amaro” e “A Relíquia”, é amplamente reconhecida como um marco na literatura portuguesa.

6 Jan 2025

Creative Macau | Xiao Xin apresenta pinturas em “Amor e Cura”

Susanne Leong Kin In, que assina trabalhos artísticos como Xiao Xin, está de regresso à Creative Macau com uma nova exposição de pintura. Esta quinta-feira será inaugurada a mostra “Love and Healing”, onde a artista apresenta trabalhos que resultam de um processo de cura e transformação pessoal

 

A Creative Macau começa um novo ano dando destaque à pintura e ao trabalho de Xiao Xin, pseudónimo da artista Susanne Leong Kin In. “Love and Healing” [Amor e Cura] é o nome da exposição que abre ao público esta quinta-feira e que fica patente até ao dia 5 de Fevereiro.

A mostra constitui, segundo um comunicado da Creative Macau, a expressão de inúmeros trabalhos da artista feitos para ultrapassar “momentos difíceis que deixam cicatrizes”, com foco nos animais e no poder de cura que podem transmitir aos donos ou cuidadores.

Nas palavras da artista, “estar com cães e pintar dá amor e cura”. “Lembra-se da doçura de conhecer o seu cão pela primeira vez, da coragem e do empenho em cuidar dele para toda a vida, da frustração quando ele destruía a casa, das lágrimas quando adoecia pela primeira vez? O tempo voa e, lentamente, os cães envelhecem e adoecem, alterando a sua rotina diária para cuidar deles dia e noite, rezando todos os dias para ter mais tempo para estar com eles”, descreve Susanne Leong Kin In.

A artista recorda, na mesma nota, a fase em que começou a dedicar-se à pintura, e que o seu primeiro quadro foi sobre o cão falecido de uma amiga. “A transformação da sua expressão quando recebeu o quadro deixou-me profundamente impressionada. Do sorriso ao pensamento profundo, às lágrimas e, por fim, agradeceu-me como se eu lhe tivesse trazido o seu cãozinho de volta, curando-lhe a dor da perda. Fiquei impressionada com as suas emoções e isso deu um novo significado às minhas pinturas de animais, que são também a força que me faz continuar”, disse.

Susanne Leong Kin In espera que o seu trabalho “permita a todos sentirem-se amados e curados”, além de chamar a atenção para a importância da defesa dos direitos dos animais.

Apoio a associações

Susanne Leong Kin In é natural de Macau e desde 2019 que se dedica à pintura, focando-se no apoio a associações locais de defesa dos animais, sobretudo os que vivem na rua. Durante cinco anos consecutivos, autofinanciou e imprimiu calendários de secretária com as suas obras de arte de animais, angariando aproximadamente 40.000 patacas para oito organizações, dinheiro que foi doado no ano passado.

A artista assume-se uma apaixonada pelo uso do pastel na pintura e por recorrer a esse tipo de material para retratar animais num estilo realista. O que começou por ser um gosto pessoal passou a ser uma forma de apoiar instituições de Macau que cuidam dos animais.

Segundo a mesma nota, “as suas obras eram de estilo realista, mas graças à Creative Macau, foi-lhe dada a oportunidade de criar, pela primeira vez, ilustrações conceptuais para uma exposição temática”.

“Quando as pessoas olham para as pinturas dos seus queridos animais de estimação, as reacções emocionais inspiram-na a retribuir à comunidade. Susanne considera verdadeiramente gratificante usar o seu talento artístico para angariar fundos para organizações de proteção animal”, é ainda descrito.

6 Jan 2025

Festival de Artes | Contabilizados 70 mil participantes

O Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa contou com 70 mil participantes nos diversos eventos organizados, que incluíram concertos, exposições e ainda o Festival da Lusofonia. Só este evento, que decorreu nas Casas-museu da Taipa, em dois fins-de-semana consecutivos, atraiu 38 mil pessoas.

Segundo o Instituto Cultural (IC), esta edição do festival “foi realizada com sucesso, evidenciando o encanto da fusão harmoniosa entre Oriente e Ocidente em Macau”. Entre os meses de Outubro e Dezembro decorreram, no âmbito do festival, 70 espectáculos e actividades paralelas em que participaram mais de 700 artistas.

Uma das actividades foi a Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português, com o tema “Festival na Floresta”, que mostrou ao público mais de 500 livros na Casa da Nostalgia, situada na Taipa, incluindo obras editadas pela Porto Editora e Beijing Cheerful Century Co. Ltd., editora de livros infantis de Pequim. Neste evento, registaram-se 2.800 visitantes.

No que diz respeito ao Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, foram exibidos 30 filmes da China, Macau e dos países de língua portuguesa, onde se destaca o premiado “Grand Tour”, do cineasta português Miguel Gomes.

No âmbito deste festival pode ainda ser vista, até ao dia 9 de Fevereiro, a mostra “Memórias ∙ Legados ∙ Mutações – Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, e que trouxe a Macau trabalhos de mais de 20 artistas da China e outras regiões e países onde se fala português. Patente na Galeria de Exposições das Casas da Taipa e no Museu de Arte de Macau, podem ainda ser vistas mais de 130 obras ou conjuntos nas áreas da pintura, vídeo e instalações multimédia.

6 Jan 2025

Wynn Palace | Evento junta vinhos portugueses e chineses

Os vinhos português e chinês irão unir-se num programa promovido pela concessionária Wynn nos próximos dias 10 e 11.

“Uma Mistura Intoxicante de Culturas Vínicas Únicas | Douro Boys X Ningxia Girls” apresenta-se como “a primeira apresentação de sempre de vinhos chineses e portugueses” num só espaço, reunindo os “Douro Boys”, grupo constituído por cinco produtores de vinho da região do Douro, das marcas “Quinta do Vallado”, “Niepoort”, “Quinta do Crastro”, “Quinta do Vale Meão” e “Van Zellers &Co”.

Por sua vez, as “Ningxia Girls” apresentam a produção daquela que é considerada a principal adega da região chinesa, com as marcas “Fei Tswei”, que ganhou o prémio de melhor vinho chinês nos “Wynn Signature Chinese Wine Awards”. Serão ainda apresentadas as marcas “Helan Qingxue Winery” e “Kanaan Winery”.

Assim, nos dias 10 e 11 de Janeiro, o Wynn Palace acolhe um Fórum, uma masterclass, eventos de degustação de vinho e um jantar. Com esta iniciativa, a Wynn pretende “reforçar o seu papel na promoção da ligação entre Macau e Portugal” e promover “a cooperação entre adegas chinesas e portuguesas, ao mesmo tempo que dá a conhecer o potencial dos vinhos chineses a um público mais vasto”, destaca a organização.

3 Jan 2025

Cinema | Festival “KINO” tem Sandra Hüller como estrela maior

A edição deste ano do KINO, festival que celebra o cinema alemão na Cinemateca Paixão até 21 de Janeiro, dá destaque à actriz Sandra Hüller, uma das estrelas da sétima arte germânica. A actriz participa amanhã numa conversa com o público da Cinemateca Paixão

 

Fez a “Zona de Interesse”, no papel da mulher de um oficial alemão das SS, e depois a “Anatomia de uma Queda”, interpretando uma mulher que fica viúva depois do marido cair da janela de um chalet no meio das montanhas. A actriz alemã Sandra Hüller é cada vez mais um nome presente no cinema internacional e é a actriz em destaque do KINO – Festival de Cinema Alemão, patente na Cinemateca Paixão até 21 de Janeiro.

Um dos eventos em destaque é a conversa que o público poderá ter com a actriz amanhã, a partir das 15h, em “O outro mundo incrível de Sandra Hüller”, que terá Joyce Yang como oradora e moderadora. Nem de propósito, um dos filmes exibidos amanhã, integrado na programação do KINO, é, precisamente, “Anatomia de uma Queda”, a partir das 16h30. A “Zona de Interesse”, que remete para os horrores do Holocausto na Alemanha nazi, pode ser visto no dia 21 de Janeiro.

Outro filme que conta com a participação da actriz é “Sissi e Eu”, que o público poderá ver no dia 19, e que conta a história de Irma Condessa von Sztáray. A protagonista começa a enfrentar desafios quando se torna dama de companhia da Imperatriz Elisabeth, que ficou conhecida como Imperatriz Sissi, que leva uma vida pautada por dietas rigorosas e exercício físico. As duras rotinas de Sissi, que sofre com problemas de depressão, acaba por unir as duas, cujo rumo de vida se altera por completo quando regressam a Viena.

No dia 12, a Cinemateca Paixão exibe “In the Aisles”, também com a participação de Sandra Hüller, cuja história gira em torno das vidas de empregados de uma loja: Christian é novo no serviço, sendo apadrinhado por Bruno, que trabalha na secção das bebidas. É então que, por entre corredores da loja, Christian apaixona-se por Marion, uma mulher casada que é responsável pela secção dos doces. Tudo muda quando Marion fica de baixa, deixando o novo funcionário muito depressivo.

Outros filmes

Para quem se interessa por cinema alemão há ainda outras oportunidades na Cinemateca Paixão que vão além do trabalho da actriz em foco. É o caso de “O Divórcio de Andrea”, exibido amanhã a partir das 19h30, e que se exibe novamente a 17 de Janeiro.

Neste filme, Andrea é uma polícia que quer divorciar-se, mas que subitamente se vê envolvida num atropelamento acidental do seu marido viciado em álcool. A polícia foge do local do acidente, mas no dia seguinte descobre que Franz, professor e também alcoólico, assumiu a culpa pelo acidente, o que faz iniciar um ciclo de comportamentos em que Andrea tenta eliminar os vestígios da sua participação no acidente.

A 18 de Janeiro exibe-se “15 Anos”, que gira em torno da vida de Jenny, que foi condenada a uma pena de prisão de 15 anos por um crime que não cometeu e que, cumprida a pena, tenta recomeçar a vida numa casa de apoio cristã.

Uma das valências de Jenny é o facto de tocar muito bem piano. Quando aceita actuar ao lado de Omar, cantor sírio, num programa de televisão, descobre que, por ironia do destino, o apresentador do programa é um antigo amante e o mesmo homem que a incriminou. É então que Jenny tenta vingar-se.

No dia 14 apresenta-se “Além da Fronteira Azul”, uma película que remete ao tempo em que a Alemanha estava dividida em duas. No ano de 1989, na República Democrática da Alemanha, Hanna e Andreas tentam desafiar a autoridade e tornam-se alvos da polícia, o que os leva a abandonar os planos de vida por serem perseguidos pelo regime comunista. É então que ambos decidem fugir pelo Mar Báltico, estando separados da liberdade desejada por apenas 50 quilómetros.

“Artur e Diana” é o filme escolhido para o dia 15, exibindo-se a partir das 19h30. Com realização de Sara Summa, o filme centra-se no casal de irmãos que dá nome ao filme. Diana tem um filho de dois anos, e estes decidem um dia sair de Berlim em direcção a Paris para renovar o registo do velho carro da marca Renault. Porém, a viagem revela-se atribulada, com os irmãos a lidar com discussões e memórias do passado.

O cartaz do KINO inclui ainda títulos como “Exile”, “Every You, Every Me”, “Weekend Rebels”, “Oito Dias em Agosto” e “Terra Queimada”. Os bilhetes para as sessões custam 60 patacas.

3 Jan 2025

Cinemateca Paixão | Filmes japoneses e alemães marcam entrada em 2025

Para quem deseja ver cinema no último dia do ano a Cinemateca Paixão apresenta hoje uma série de clássicos. Um dos destaques vai para “Merry Christmas, Mr. Lawrence”, filme de 1983 de Nagisa Oshima e com banda sonora composta por Ryuichi Sakamoto. O clássico, que tem David Bowie no elenco, conta a história de um campo de prisioneiros de guerra na II Guerra Mundial. Além da sessão de hoje, marcada para as 21h30, o filme volta a ser exibido a 11 e 25 de Janeiro.

Hoje passa também, às 19h30, o filme “8 Dias em Agosto”, inserido no festival de cinema KINO, dedicado ao cinema alemão. A película realizada por Samuel Perriard, que pode ser vista novamente a 11 de Janeiro, conta a história de um casal que passa férias com o filho, amigos próximos. A tranquilidade é perturbada com um súbito acidente de saúde.

No primeiro dia do ano o público poderá ver o filme japonês “My Sunshine”, que repete nos dias 5 e 12 de Janeiro. Apresentado no Festival de Cinema de Cannes e vencedor de três prémios no Festival de Cinema de Taipei, o filme tem como protagonista o adolescente Takuya, jogador de hóquei no gelo que fica encantado quando vê Sakura no ringue de patinagem. Ambos passam a ser treinados pelo treinador Arakawa, traçando-se uma história sobre o amor, camaradagem e melancolia.

Também amanhã pode ser vista a comédia “Toni Erdmann”, exibida às 16h, protagonizada pela actriz alemã Sandra Huller. O filme centra-se na história de Winfried, que raramente vê a filha, Ines. Um dia, o pai decide surpreender a filha, mas tudo se torna num desastre porque Ines trabalha como executiva e a visita do pai altera a sua rotina de trabalho. Chegados a um impasse, Winfried decide regressar à Alemanha. O filme é realizado por Maren Ade.

31 Dez 2024

Passagem de ano | “Mirror” e German Ku abrilhantam a noite

Os fãs de cantopop podem desfrutar de muita música na noite de passagem de ano. Hoje à noite os “Mirror” sobem ao palco do Studio City para um concerto integrado na tournée “Mirror 2024 Grand Finale”. Destaque ainda para a actuação do macaense German Ku na praça do Lago Sai Van

 

A chegada de um novo ano em Macau faz-se com muita música e estrelas bem conhecidas do universo artístico da região. Depois do concerto desta segunda-feira, os “Mirror”, a mais badalada boys band de Hong Kong, sobem hoje novamente ao palco do Centro de Eventos do Studio City, a partir das 22h30, para um segundo espectáculo de passagem de ano, integrado na “Mirror 2024 Grand Finale”, que já está esgotado.

Esta constitui uma nova oportunidade para ver e ouvir quatro membros integrantes do grupo, nomeadamente Edan, Keung To, Anson Lo, Jeremy, tendo em conta que os “Mirror” trouxeram a Macau outros espectáculos em Maio, nomeadamente na Galaxy Arena, integrados na tour mundial “Mirror Feel the Passion Concert Tour 2024”.

Recorde-se que antes deste ano repleto de espectáculos, os “Mirror” estiveram parados durante algum tempo devido a um acidente ocorrido em Julho de 2022, no Coliseu de Hong Kong, quando um ecrã de grandes dimensões caiu no palco, de uma altura de quatro metros, ferindo dois bailarinos. O incidente acabou por afastar os “Mirror” dos palcos durante algum tempo, tendo também deixado chocada a sua legião de fãs que, ao mesmo tempo, aguardava pelo seu regresso. Apesar da noite de passagem de ano se fazer no Studio City com apenas quatro membros do grupo, os “Mirror” são compostos por 12 cantores.

Além desta pausa, a banda tem estado activa desde 2018, depois da formação no concurso televisivo de talentos “Good Night Show – King Maker”, tendo lançado o primeiro single a 3 de Novembro desse mesmo ano, “In a Second”.

Desde então, a boys band tem ganho inúmeros prémios, sendo considerada uma das principais bandas do género cantopop de Hong Kong. Em 2020, foi lançado o single “Ignited”, que entrou para a lista dos “Top Ten Song of The Year” dos “Ultimate Song Chart Awards” e também dos “Chill Club Music Awards”. No ano seguinte, o single “Warrior” também registou os maiores sucessos, permanecendo no “Ultimate 903 Charts” durante duas semanas.

Além de pertencerem ao projecto “Mirror”, alguns membros da banda mantém carreiras individuais no mundo da música e também na representação para televisão e cinema.

Festa aberta

Com organização do Instituto Cultural (IC), a festa de passagem de ano faz-se de forma gratuita em dois locais distintos, nomeadamente a praça do Lago Sai Van e nas Casas-museu da Taipa. Apesar do rol de convidados, o destaque vai novamente para o género cantopop e para German Ku, macaense vencedor este ano de um concurso de talentos da TVB, estação televisiva de Hong Kong, o “Meia-Idade, Canta e Brilha”.

Com 36 anos de idade, o macaense canta desde jovem. Em 2009 participou no concurso de talentos “Asian Million Star”, da ATV, tentando sempre um lugar no mundo da música. A vitória no concurso da TVB catapultou-o para a fama, tendo em conta que o programa durou nove meses e teve enorme competição, com mais de 100 cantores a participar.

Depois da consagração no programa da TVB, German Ku estreou-se a solo, na sua terra natal, no Venetian Theatre. Nem de propósito, o nome dado à série de espectáculos, ocorridos em Agosto, foi “German Ku – I’m Home”.
German Ku vai ainda partilhar o palco, a partir das 22h, com outros artistas, nomeadamente os conceituados cantores de Hong Kong George Lam e Sally Yeh, e ainda bandas e cantores como Maria Cordero, Vivian Chan, Rico Long, Nick Ngai, FIDA, Daze in White, Ocean Walker, Ying May Supermarket, KC Ao Ieong e DAX One Dance Complex. Esta série de concertos será apresentada por Bobo Leong e Jeoffrey Wong.

Por sua vez, nas Casas-museu da Taipa, o anfiteatro enche-se de música a partir das 20h30, com nomes bem conhecidos do público, como é o caso das bandas “Concrete/Lotus” e “Peony & Lon”, além do cantor pop de Hong Kong Johnny Yip.

A festa nas Casas-museu complementa-se também com actuações de Victor Kumar e o seu Bollywood Dreams Group, destacando-se a cultura indiana, sendo que as danças tradicionais filipinas se apresentam com a actuação da Associação Bisdak de Macau. Destaque também para a apresentação das danças tradicionais da Indonésia, Myanmar e do Vietname interpretadas por grupos locais.

Jason Fong irá protagonizar um “espectáculo de malabarismo com luzes e magia”, existindo no local expositores das diversas comunidades destes países.

No Cotai não faltarão ainda opções para celebrar a entrada em 2025, nomeadamente no Le Jardin, junto ao The Parisian. A partir das 21h30 haverá festa com a actuação de “Tess Collins & The Party Animals”, sem esquecer a música de DJ Ryan que se prolongará pela noite dentro. Fica a promessa de um espectáculo de cores e luzes bem perto da meia-noite e nas primeiras horas de 2025.

31 Dez 2024

Wynn Palace | Obras do pintor chinês Qi Baishi em estreia em Macau

“Flores de Lótus em Pares, Flores de Ameixoeira em Grupos – O Mundo Artístico de Qi Baishi” é uma exposição patente no Wynn Palace que exibe criações do pintor chinês falecido em 1957. A mostra foca-se em quatro obras icónicas que retratam aspectos da cultura chinesa

 

O Wynn Palace, no Cotai, apresenta até ao dia 15 de Fevereiro uma exposição que celebra a arte feita por Qi Baishi, artista chinês falecido em 1957 e que foi um dos mais importantes pintores do país. Em “Flores de Lótus em Pares, Flores de Ameixoeira em Grupos – O Mundo Artístico de Qi Baishi” apresentam-se quatro grandes pinturas do autor, trazidas a Macau em exclusivo graças à parceria com a Academia de Belas Artes de Pequim.

Estes trabalhos intitulam-se “A New Year Celebration Painting” [Celebração do Ano Novo], “Osmanthus and Ribbon Bird”, “Guanyin” e “Demon Queller Zhong Kui”. Trata-se, segundo um comunicado da organização, de “obras-primas que representam o auge da carreira artística de Qi Baishi e que são tesouros da cultura chinesa que incorporam um profundo significado histórico e cultural”.

A exposição pretende celebrar, além dos 25 anos da RAEM, o 160º aniversário do nascimento de Qi Baishi, constituindo “um tributo ao lendário artista e uma poderosa iniciativa para preservar e promover a cultura chinesa”. A organização espera conseguir levar ao público “uma compreensão mais profunda da cultura chinesa” numa conjugação com o mundo digital no tocante à apresentação das obras artísticas.

Assim, é feita uma “integração perfeita entre as obras de arte clássicas e a tecnologia moderna”, construindo-se “uma viagem cultural que transcende o tempo e espaço, realizando a integração perfeita do legado artístico de Qi Baishi e Macau como ‘Cidade Cultural da Ásia Oriental'”, descreve a organização.

Múltiplos significados

No caso da pintura “Celebração do Ano Novo”, retrata-se “vividamente a atmosfera alegre do Ano Novo Chinês, repleta de imagens vibrantes e de uma energia festiva, reflectindo-se as esperanças e bênçãos do povo chinês antigo para um novo ano”, além de se mostrar “a profunda herança da cultura chinesa e o anseio das pessoas por uma vida melhor”.

Na peça “Osmanthus and Ribbon Bird”, o pintor retrata “uma espécie rara de ave”, nomeadamente “o gracioso papa-moscas do paraíso, o pássaro de cauda de fita, também conhecido como o ‘pássaro da longevidade’ e símbolo das bênçãos e longevidade”. Na obra pode-se observar uma combinação de “delicadas pinceladas e cores vibrantes”, em que Qi Baishi “apresenta uma combinação deslumbrante de flores de osmanthus e o papa-moscas do paraíso, captando na perfeição a sua observação perspicaz da beleza da natureza e transmitindo a harmonia e o fascínio da cultura chinesa”.

No caso de “Guanyin”, o artista interpretou a imagem de Bodhisattva Guanyin, a divindade que representa a compaixão no Budismo, e que é “muito amada e venerada pelos chineses”. Já a pintura “Zhong Kui” remete para a divindade taoísta considerada o “aniquilador de demónios”, sendo que pintura “retrata a divindade da protecção e das bênçãos domésticas, amplamente adorada e venerada pelos chineses”.

Todas peças são apresentadas com recurso à tecnologia digital, proporcionando uma “experiência imersiva de 360 graus das pinturas e caligrafia” do artista. Além disso, “a exposição inclui também uma série de áreas interactivas que permitem aos visitantes não só apreciar as obras de arte, mas também obter um conhecimento mais profundo do percurso artístico de Qi Baishi”.

30 Dez 2024

Cotai | Cerca de 11 mil viram concertos no novo recinto

Cerca de 11 mil pessoas assistiram aos concertos inaugurais do Local de Espectáculos ao Ar Livre, situado no Cotai, que abriu ao público no sábado para espectáculos de grande dimensão.

Vários cantores de foram convidados para este concerto, nomeadamente Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau, Janice M. Vidal, Vinida Weng, David Wong, Maria Cordero, Jun Kung, Alan Po@Mr., Supper Moment, Nancy Wu, Ruco Chan, Ramon Lo, Yumi Chung, Aska Cheung, Janees Wong, Fleix Lam, Chantel Yiu, Grupo Asia Super Young, Hendery e Sabrina Mendes.

Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), o espectáculo apresentou “um naipe brilhante de estrelas, um palco deslumbrante e efeitos visuais dinâmicos, mostrou ao público a versatilidade do palco, valorizando a reputação de Macau como ‘Cidade de Espectáculos’”.

Além disso, o evento “serviu para testar as instalações e equipamentos do espaço, as disposições para a circulação de pessoas, a capacidade do trânsito e outros aspectos, que continuarão melhorados durante o período experimental”, é referido.

O período experimental de funcionamento desta zona de espectáculos dura todo o próximo ano, estando o IC aberto a receber propostas e programas de eventos. A zona de espectáculos tem uma área de 94 mil metros quadrados e capacidade para mais de 50 mil espectadores. A ideia é “atrair entidades de organização de grandes festivais culturais”, bem como “espectáculos e actividades itinerantes ao ar livre”, de preferência de cariz internacional.

30 Dez 2024

Exposição | “10 Marias” apresenta “Conexões Históricas”

A 10 Marias – Associação Cultural inaugura amanhã, na Livraria Portuguesa, a exposição “Historic Connections” [Conexões Históricas], da autoria de Mónica Coteriano, co-fundadora da associação. A mostra pode ser vista até ao dia 14 de Janeiro.

Segundo um comunicado da associação, o “projecto explora a história entre Macau e os países de língua portuguesa através da mistura de técnicas de colagem e instalações de luz”. “A exposição contará com uma gama diversificada de objectos artísticos criados a partir de materiais como jornais, revistas de Macau e media mistos”, pode ler-se. A organização do evento aponta que as colagens pretendem “ilustrar pessoas, lugares e ideias”, sempre na base das vivências da própria artista.

A mostra terá ainda a integração de luzes LED programáveis que “destacarão vários elementos dentro da obra de arte, dando vida às peças e desafiando a experiência do espectador”. Além disso, serão também utilizados dispositivos de voz “para fornecer contexto e narrativas em torno das peças exibidas”.

Com esta mostra, Mónica Coteriano procura “oferecer ao público uma visão abrangente do seu universo e herança cultural como ponte entre o Oriente e o Ocidente”. “Ao mostrar as influências mútuas entre estas regiões, a exposição e instalação pretende levar a uma apreciação mais profunda da identidade luso-chinesa de Macau, que é única”, lê-se ainda.

A organização refere que a exposição “tem um valor cultural e educativo significativo para Macau, promovendo a consciencialização e compreensão do nosso património comum com os países de língua portuguesa”.

30 Dez 2024

Camões homenageado na Venezuela em encontro de escritores lusófonos

O V Encontro Virtual de Escritores Lusófonos vai realizar-se na Venezuela até segunda-feira, reunindo cinco figuras literárias lusófonas, e assinalar o quinto centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões.

“Queremos mostrar mais uma vez ao público venezuelano que a lusofonia não é apenas uma questão portuguesa, é um elo muito importante que une Portugal a um conjunto de países e territórios que partilham a sua língua”, explica o coordenador do Ensino da Língua Portuguesa na Venezuela em um comunicado divulgado em Caracas.

Rainer Sousa salienta que “tanto se fala português num elegante café de Lisboa como nas profundezas da selva amazónica, como nas vastas savanas africanas ou nas movimentadas ruas de Macau, no sul da China”.
“A mesma língua pode exprimir realidades e ‘mundos’ diferentes, possibilitando aos escritores darem-se a conhecer na Venezuela, um país de língua espanhola”, refere.

O encontro encerra a agenda cultural de 2024 e proporciona ao público, segundo os organizadores, a oportunidade de participar em conversas e entrevistas com figuras literárias de relevo, reunindo não só a comunidade luso-venezuelana, mas também 13 mil alunos de português em mais de 50 instituições de ensino locais.

É organizado pela Coordenação do Ensino de Português na Venezuela e conta com o apoio da Embaixada de Portugal em Caracas, do Camões Instituto da Cooperação e da Língua, do Festival Literário Flipoços, no Brasil, do Hotel Montaña Suites e do jornal Correio de Venezuela.

Dias recheados

Depois da abertura, na quinta-feira, com uma homenagem ao poeta feita pela intervenção de Hélio Alves, professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actual director do Centro de Estudos Comparatistas e destacado investigador das literaturas europeias do Renascimento e do início da Modernidade, sendo “uma das maiores autoridades em Portugal no estudo e investigação da obra de Camões”.

Hoje terá lugar um diálogo com a psicanalista, professora e escritora brasileira Samantha Buglione. A convidada do encontro de amanhã será a escritora portuguesa Cristina Drios e o escritor angolano João Melo, membro fundador da União dos Escritores Angolanos e da Academia Angolana de Letras e Ciências Sociais, será o escritor convidado do domingo, dia 29.

Na segunda-feira é a vez de Vera Duarte, escritora cabo-verdiana, licenciada em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa e uma referência literária no seu país.

As palestras e entrevistas com cada escritor vão ser transmitidas nas datas indicadas, pelas 18h de Caracas, através dos canais de YouTube da Coordenação para o Ensino do Português na Venezuela (Cepe Vzla) e do semanário de expressão portuguesa Correio da Venezuela, bem como através das contas de Facebook e Instagram destas organizações.

O Encontro Virtual de Escritores Lusófonos, segundo o coordenador do Ensino de Língua Portuguesa, surgiu durante a pandemia da covid-19, mantendo-se no seu formato virtual para que pessoas de diferentes partes do mundo possam conhecer novos escritores lusófonos e, por sua vez, divulgar o que está a ser feito pela língua portuguesa na Venezuela.

27 Dez 2024

Música | Noite de cantopop inaugura área de espectáculos ao ar livre

O espectáculo que irá inaugurar o novo recinto para espectáculos ao ar livre no Cotai realiza-se amanhã. Um naipe de cerca de 30 cantores e artistas, na maioria de cantopop, irá estrear o palco do local construído para espectáculos de grande dimensão

 

Acontece amanhã a “Festa de Abertura do Local de Espectáculos ao Ar Livre de Macau”, que inaugura oficialmente a zona de espectáculos no Cotai, criada especialmente para eventos de grande dimensão com capacidade para cerca de 50 mil pessoas. O recinto foi pensada para afastar grandes multidões de zonas habitacionais.

Recorde-se que a zona de espectáculos foi anunciada pelo Governo pouco tempo depois da realização dos concertos da banda de k-pop “Seventeen”, no Estádio da Taipa, que gerou queixas sobre o barulho por parte de residentes.

Amanhã o público poderá assistir a vários artistas do mundo da música, mais de 30, sobretudo do género cantopop, onde se inclui o famoso cantor de Hong Kong Julian Cheung.

À semelhança de muitos artistas de cantopop da região vizinha, também Julian Cheung se destaca há muitos anos como actor. Porém, tem feito sucesso na música, tendo lançado o seu primeiro single em 1991, “A Modern Love Story”, que lhe trouxe sucesso de imediato. No ano seguinte, Julian Cheung recebeu um prémio pelo seu primeiro álbum, o “TVB Jade Solid Gold”, pela estreia bem-sucedida no mundo da música. Nas artes dramáticas, Julian Cheung ainda hoje é lembrado pela interpretação do personagem Guo Jing na adaptação para televisão do romance “Wuxia”, em 1994.

Além deste artista, o espectáculo de amanhã conta com outro artista de Hong Kong, Hins Cheung, que também tem feito projectos na área da interpretação e da música. Com a formação musical na China, de onde é natural, Hins Cheung mudou-se para Hong Kong depois do lançamento do seu primeiro álbum, em 2001, que lhe valeu um contrato com a produtora Universal Music.

Nascido em 1981, Hins Cheung já lançou 17 álbuns e eps e venceu, por seis vezes, o prémio “Ultimate Song Chart Awards Best Male Singer Gold”, na cerimónia que destaca os melhores artistas de Hong Kong.

Outra estrela da região vizinha que vem a Macau inaugurar a nova zona de espectáculos ao ar livre do Cotai é Pakho Chau. Nascido em Hong Kong em 1984, é um cantor e compositor que também faz uma perninha como actor. A sua entrada no mundo da música deu-se em 2007, quando assinou um contrato com o grupo Warner Music. Dez anos depois passaria a fazer parte do catálogo de artistas da Voice Entertainment. Além da música, Pakho Chau lançou ainda duas marcas de moda, a XPX e a CATXMAN.

A menina Vidal

Outro dos nomes que fará parte deste espectáculo é a cantora, e também actriz, de Hong Kong, Janice M. Vidal.
Com raízes filipinas, mas nascida no território vizinho, Janice M. Vidal destaca-se como cantora de cantopop, tendo sido descoberta pelo produtor Mark Lui quando cantava em bares, com o nome artístico de Renee. Depois de ter cantado ao lado de Leong Lai, Janice M. Vidal lançou-se sozinha no mundo da música e lançou o primeiro trabalho discográfico em 2004. Assinou depois com a Warner Music. Janice M. Vidal é também conhecida pelo seu nome chinês, Wei Lan.

O espectáculo de amanhã começa às 19h, prometendo prolongar-se pela noite dentro. A zona para concertos e outros eventos de grande dimensão localiza-se no cruzamento da Avenida do Aeroporto (a nordeste) com a Rua de Ténis (a norte), tendo uma área total de 94.000 metros quadrados.

O palco tem uma largura extensível até 100 metros e capacidade para mais de 50 mil espectadores. Os residentes têm direito a descontos, com bilhetes a 50 patacas, mediante inscrição prévia, que abriu no dia 14 e encerrou dia 18. Desde o dia 14 que estão à venda bilhetes a preços de mercado, que variam entre as 480 e as 1.080 patacas, podendo os mesmos ser adquiridos através das plataformas de pagamento MPay, Damai e Neigbuy. Espera-se, neste dia, uma afluência de 15 mil pessoas.

27 Dez 2024

Natal | IC e casinos promovem actividades culturais em zonas antigas

Além dos concertos já anunciados, o Instituto Cultural e as seis operadoras de jogo programaram uma agenda cheia de eventos culturais para os próximos dias. Algumas zonas antigas do território, como o Largo do Pagode do Bazar e os Estaleiros de Lai Chi Vun, vão acolher eventos regulares

 

O Natal aproxima-se e para captar toda a essência de uma quadra o Instituto Cultural (IC) preparou, em conjugação com as seis operadoras de jogo, uma série de eventos regulares culturais para juntar a população em algumas zonas antigas do território.

No caso dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun, restaurados parcialmente e que proporcionam uma zona de lazer, o IC, em parceria com a Galaxy, irá apresentar todos os sábados e domingos, das 13h às 19h, um mercado de natal, evento que se repete na véspera e dia de Natal. O mercado inclui tendas com jogos, espaços de gastronomia, uma feira cultural, espectáculos e jogos infantis.

Na Fortaleza do Monte irá acontecer, a partir do dia 24 e até ao final do mês, o “Inverno no Jardim da Fortaleza do Monte”, com “zonas para fotografias de grandes dimensões com temas festivos, iluminação concebida em colaboração com o Museu de Macau, stands de gastronomia e espectáculos de música ao vivo”, descreve o IC. Estes eventos acontecem entre as 14h e as 19h.

A antiga Fábrica de Panchões de Iec Long, na Taipa Velha, vai acolher o parque de diversões em formato pop-up intitulado “Colorful Spark”, que promete oferecer ao público “instalações artísticas de grandes dimensões”, com vários jogos à disposição. Destaque para a realização de pequenos espectáculos com os clássicos de Natal no auditório das Casas-museu da Taipa, a partir das 17h, entre os dias 24 e 26 de Dezembro.

Ainda no tocante a zonas antigas da cidade com eventos natalícios, haverá também a possibilidade de explorar a zona do Largo do Pagode do Bazar, no Porto Interior; a avenida Almeida Ribeiro e o Centro Comunitário Kam Pek, recentemente renovado graças ao investimento da Sociedade de Jogos de Macau.

Assim, a partir deste sábado e até final do mês, o Largo do Pagode do Bazar irá acolher espectáculos de rua, incluindo workshops de graffiti de Natal em colaboração com a Associação de Arte Juvenil de Macau.

Na Almeida Ribeiro nasceu o espaço de alimentação do Mercado Kam Pek, que proporciona experiências gastronómicas com pequenos restaurantes, trazendo “uma nova vitalidade e maior atractividade à zona”.

No caso das actividades apoiadas pelo MGM, elas concentram-se na zona da Barra, junto à Doca D. Carlos I, com a exposição “cAI: Soul Can”, dedicada à ligação da arte com inteligência artificial, a mostra “Zhang Yimou – Mestre por detrás de ‘Macau 2049′”, que conta os detalhes do espectáculo em cena no Teatro MGM, ou ainda o evento “ART ZOO: Salpicos de Alegria”.

Não faltam ainda eventos na Rua da Felicidade, que foi palco de um projecto experimental de zona pedonal. Desta vez, o IC, em parceria com a Wynn, apresenta uma série de “flash-mobs”, mercados de rua com a disponibilização de “bebidas festivas” e ainda a iniciativa “Snooker para Gente Comum”.

Música do povo

Além dos tradicionais mercados de Natal e espaços com eventos culturais, haverá música para celebrar a quadra. Todos os eventos se enquadram no “Programa de Inverno – Uma Base Cultural”.

A partir deste sábado, e nos dias 22, 24 e 25 de Dezembro, apresenta-se no Teatro D. Pedro V espectáculos de jazz com o músico português Zé Eduardo e a Jazz Mission Big Band, que se fazem acompanhar pelas cantoras Marta Garrett e Sofia Rodrigues. O concerto inclui “uma série de peças clássicas de jazz e canções de Natal”.

Para o dia de Natal, o IC propõe ainda o espectáculo “Melodias Inesquecíveis nas Ruínas de S. Paulo”, com os músicos da Orquestra de Macau, apresentando-se “um repertório de peças conhecidas cheias de vibrações natalícias” num lugar icónico em termos patrimoniais como é as Ruínas de São Paulo.

Espera-se, assim, criar “uma atmosfera única de integração das culturas chinesa e ocidental, combinando música e arquitectura histórica”. Este espectáculo faz-se acompanhar de um coro composto por alunos de várias escolas locais.

Depois do Natal, nomeadamente no dia 28, é a vez de ser inaugurada a “Zona de Espectáculos ao Ar Livre de Macau”, no Cotai. A partir das 19h, podem ser ouvidos cantores e artistas locais, de Hong Kong, do interior da China e Coreia do Sul, com nomes como Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau e Janice M. Vidal.

Também neste dia há outra opção de espectáculo. Trata-se do concerto “Fantasia de Inverno”, realizado a partir das 20h na Sé Catedral, e que traz a Macau o maestro principal da Orquestra Chinesa da Singapura, Quek Ling Kiong. Este irá estar em palco com a Orquestra Chinesa de Macau.

21 Dez 2024

Cotai | COD apresenta mostra “Lótus Eterno 25”

O empreendimento City of Dreams, no Cotai, acolhe na White Gallery a exposição “Lótus Eterno 25”, uma exposição com instalações temáticas em torno da flor de lótus, o símbolo de Macau. A mostra serve também para celebrar os 25 anos da RAEM, proporcionando uma “viagem imersiva à essência da cultura chinesa”.

Construindo-se uma metáfora em torno do ciclo de crescimento da flor de lótus, a mostra contém instalações criadas em parceria com uma empresa local. A iniciativa pretende ser uma “exposição de arte cativante onde o património se encontra com o luxo, numa sinfonia de beleza e contemplação”, mas também uma “viagem cultural”.

Assim, a exposição divide-se em três partes, com os nomes de “Awakening Buds”, “Blooming Dialogue” e “Seeds of Eternity”. Cada visitante “poderá desfrutar de uma experiência personalizada”, explorando “a beleza serena do lótus”.

Na “Eternal Lotus 25”, todas as instalações “foram criadas com recurso à tecnologia de ponta, sendo concebidas e desenhadas com iluminação e projecções que revelam caminhos” percorridos por novas áreas de tecnologia como a “big data” e detecção de movimentos. Desta forma, promove-se “uma experiência interactiva única”.

19 Dez 2024

RAEM 25 anos | Fotos de Rui Ochoa expostas em Lisboa no CCCM

“Macau, os últimos dias da administração portuguesa” é o nome da mostra de Rui Ochoa, fotógrafo oficial da Presidência da República portuguesa, patente no Centro Científico e Cultural de Macau. A exposição, com curadoria da filha, Elisa Ochoa, mostra os últimos momentos da administração portuguesa e o recomeço de uma nova Macau que nasceu no dia 20 de Dezembro de 1999

 

Há 25 anos Rui Ochoa dedicou-se a eternizar sentimentos, emoções e vivências que estavam prestes a ser uma outra coisa a partir de 20 de Dezembro de 1999. Ao serviço do jornal Expresso, o fotógrafo captou o último mês da governação de Rocha Vieira em Macau, e acompanhou as visitas de diversos Presidentes da República à China e a Macau, na qualidade de fotógrafo oficial da Presidência. Rui Ochoa viu de perto a assinatura da Declaração Conjunta em Pequim, em 1987, e foi desbravando os segredos dos últimos momentos da administração portuguesa em Macau.

Estes retratos podem agora ser vistos numa exposição patente no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e promovida pela Fundação Jorge Álvares (FJA). A mostra intitulada “Macau, os últimos dias da administração portuguesa” vai estar patente nas próximas semanas ao lado da recém-inaugurada Galeria dos Governadores.

Ao HM, Rui Ochoa recordou o mês que passou ao lado de Rocha Vieira, de quem é amigo. “Acompanhei-o nos últimos eventos que foram ocorrendo quanto ao fim de um ciclo, fui a casa dele, em Santa Sancha, cobri todas as actividades no Palácio do Governador, todo o trabalho feito à noite. Foi uma reportagem muito sentimental, porque sou um grande fã do Oriente, mais do que do Ocidente.”

Mas na exposição patente no CCCM há também imagens das Ruínas de São Paulo ainda sem as enchentes dos dias de hoje ou a visão do fotógrafo sobre uma população tão peculiar.

“Já fui à China umas dez vezes, a primeira das quais foi para a assinatura da Declaração Conjunta, em 1987, quando trabalhava com o primeiro-ministro Cavaco Silva. Fizemos várias visitas e fiquei apaixonado pelo território desde essa altura. Fui a Macau cerca de cinco vezes. Faço esta exposição, portanto, com grande emoção.”

Rui Ochoa, que acaba de lançar um livro sobre o centenário do nascimento de Mário Soares, mostra aqui parte do seu espólio sobre estes anos. “Espero que as pessoas gostem, porque é, tanto quanto possível, um conjunto de imagens que retratam a parte institucional, da cerimónia que decorreu no dia 19, como também o sentir da cidade nos últimos dias [da administração portuguesa]. Gostava que as novas gerações viessem cá porque acaba por ser uma boa lição de história, para compreenderem a importância que foi, e que é, Portugal no mundo.”

Sobre o mês que passou perto de Rocha Vieira, Rui Ochoa acredita que este teria algum sentimento de orgulho pelos dossiers que foi concretizando relativamente a Macau.

“Foram tempos de muita tensão, com inaugurações. Penso que ele [Rocha Vieira] também estava orgulhoso, não só na qualidade de executor de tudo aquilo, como na condição de português. Viemos embora conforme estava programado, sem precipitações, com tudo bem feito por parte de Portugal e da China, e todos nós, portugueses, saímos orgulhosos e de cara levantada.”

“Obra feita”

Tendo acompanhado o trabalho de Rocha Vieira e dos secretários-adjuntos naquele último mês de administração portuguesa, Rui Ochoa foi percepcionando “a obra feita” deixada pelos portugueses e o desenvolvimento que a zona norte foi tendo.

“Quando fui a primeira vez a Macau, em 1987, através de Cantão, de carros, chegámos às Portas do Cerco e havia todo um terreno baldio completamente vazio, e a cidade lá ao fundo, com todos os prédios. Demorava-se algum tempo a chegar à cidade. Quando fui a segunda vez, em 1992, a cidade já estava a apanhar todo aquele terreno, estava mais perto da fronteira. Com o decorrer dos tempos, a cidade ficou junto às Portas do Cerco. A cidade era todo um núcleo, com um crescimento brutal.”

Para Rui Ochoa, “os portugueses deixaram obra” num território que parecia “pobre e pouco desenvolvido”. “Os vários governadores que se seguiram foram fazendo obra, deixando um território a que valia a pena vir. Construíram-se pontes, o aeroporto. A própria viagem para Hong Kong, feita num cacilheiro, passou a ser feita em barcos mais rápidos e confortáveis. Ficou uma grande obra e tenho orgulho nisso.”

Questionado sobre a sua percepção face à opinião pública no território sobre a transição, Rui Ochoa declarou que “os macaenses tinham um espírito muito português”, com os chineses a serem “muito reservados, sem uma opinião [propriamente formada], pois [a questão de Macau] era uma questão dos dois Estados”.

“Havia muitos jornais portugueses em Macau, e restaurantes também. A ideia que tenho é que a maioria dos jornais e dos jornalistas não gostava do governador. Mas a comunicação social faz o seu trabalho e não tem de concordar com os agentes políticos, tem é de levar aos seus leitores aquilo que se faz bem e mal.”

Segundo Rui Ochoa, Rocha Vieira “não tinha boa imprensa, como os políticos não têm”. “Nesse último mês, era um ambiente de fechar as malas. Uns ficaram porque assim decidiram, e outros vieram porque achavam que o futuro fosse complicado, mas não me consta que tenha sido assim. Penso que os chineses cumpriram a sua palavra.”
25 anos depois, Rui Ochoa confessa a sua enorme vontade de regressar a Macau, sabendo que hoje vai encontrar um território bastante diferente.

19 Dez 2024

RAEM 25 anos | Galeria dos Governadores inaugurada em Lisboa

Durante 25 anos, 41 retratos de governadores portugueses de Macau estiveram fechados ao público. Vindos do Palácio da Praia Grande, foram alvo de restauro e vão agora integrar a Galeria dos Governadores. A mostra permanente, patente no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, é apoiada pela Fundação Jorge Álvares

 

Ferreira do Amaral, Eduardo Augusto Marques, José Carlos da Maia, Garcia Leandro e Rocha Vieira, são alguns dos políticos que governaram Macau ao longo dos séculos de Administração portuguesa e que passam agora a integrar a “Galeria dos Governadores”. A exposição permanente reúne 41 retratos que vieram do Palácio da Praia Grande por altura da transição, em 1999, e que se mantiveram fechados ao público durante 25 anos.

Agora, com o apoio da Fundação Jorge Álvares (FJA), os quadros foram restaurados e serão agora expostos ao público no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa, com curadoria e pesquisa histórica de Alfredo Gomes Dias.

Assim, o público poderá conhecer mais informações sobre os governadores portugueses que administraram Macau entre os anos de 1846 e 1999, reagrupados em cinco secções, nomeadamente “A refundação de Macau (1846-1886)”, de João Maria Ferreira do Amaral a Thomaz de Sousa Rosa; “O fim das monarquias imperiais (1886-1910), de Firmino José da Costa a Eduardo Augusto Marques; “Entre duas guerras no mundo (1914-1946), de José Carlos da Maia a Gabriel Maurício Teixeira”, “Os desafios do pós-guerra (1947-1974), de Albano Rodrigues da Fonseca a José Manuel Nobre de Carvalho; e, finalmente, “Os caminhos da Transição (1974-1999), de José Eduardo Garcia Leandro a Vasco Rocha Vieira. Ana Costa e José Ribeiro Tavares são os arquitectos responsáveis pelo novo espaço expositivo.

Maria Celeste Hagatong, presidente da FJA, destaca que visitar esta galeria vai permitir ter “uma perspectiva da história de Macau”. “A galeria era um projecto que estava na mente de todos os nossos curadores, no sentido de termos um sítio para a exposição dos retratos dos governadores que vieram do Palácio da Praia Grande para Lisboa. Pretendemos ter uma história do que é Macau e percorrê-la através desses retratos. Achamos que vai ser uma coisa que vai prestigiar o CCCM”, declarou, lamentando o grande atraso na concretização da iniciativa.

“Tenho pena que o investimento não tenha sido feito há mais anos, sobretudo aquando do começo da fundação, há 25 anos, quando estavam ainda vivos oito governadores. Hoje restam apenas dois. Mas tivemos o cuidado de convidar grande parte dos descendentes dos governadores para estarem presentes na abertura da galeria”, destacou ao HM.

Bom ponto de partida

Ao HM, o académico Alfredo Gomes Dias explica o processo de organização histórica destas imagens, que “dão conta dos traços que caracterizaram a actividade de cada um dos governadores, centrando-se em duas áreas fundamentais: as iniciativas direccionadas para a Administração do território e o contributo para a história das relações luso-chinesas”.

“Trata-se de um período de cerca de um século e meio, a segunda metade do século XIX e o século XX, ao longo do qual a história de Macau conheceu diferentes conjunturas internas e externas. Com esta galeria é possível perceber de que modo evoluiu a presença portuguesa no sul da China, num pequeno território, e o contributo de cada Governador para que a presença portuguesa em Macau se mantivesse até 1999”, destacou ainda.

Para Alfredo Gomes Dias, a galeria representa “um excelente ponto de partida e de chegada para quem a visita”, a fim de “motivar os visitantes a quererem saber mais sobre a actividade dos governadores”, além de oferecer “um retrato global da história de Macau, num período particularmente relevante para quem quer compreender a realidade actual de Macau, marcada por um quadro sociocultural muito singular”.

No que diz respeito aos textos que acompanham os quadros, “tentou-se que tivessem, simultaneamente, uma leitura autónoma e uma leitura transversal, evolutiva, que desse unidade a cada uma das secções e à galeria no seu todo”.

“Optou-se que todos os textos teriam sensivelmente a mesma dimensão, reconhecendo que cada governador, na sua época e independentemente do tempo que durou a sua governação, deu o seu contributo para preservar a presença da Administração Portuguesa em Macau”, acrescentou Alfredo Gomes Dias.

O académico também lamenta que o projecto só agora veja a luz do dia. “Temos de reconhecer que 25 anos foi um longo tempo de espera. Sabemos que as organizações têm as suas dinâmicas, além de que os quadros tiveram de ser recuperados. É, sem dúvida, uma excelente forma de assinalar o 25º aniversário da cerimónia da transferência da Administração de Macau em 20 de Dezembro de 1999”, rematou.

19 Dez 2024

Óscares | “Percebes” finalista, “Grand Tour” de Miguel Gomes de fora

O filme de animação “Percebes”, de Laura Gonçalves e Alexandra Ramires, está entre os finalistas a uma nomeação para os Óscares 2025, enquanto “Grand Tour”, de Miguel Gomes, ficou de fora, revelou ontem a Academia de Cinema dos Estados Unidos.

A academia divulgou a lista de finalistas no processo de selecção dos nomeados para os Óscares, em dez categorias distintas, e entre eles figura o filme de animação “Percebes”, das realizadoras portuguesas Laura Gonçalves e Alexandra Ramires.

Premiado em Junho passado no Festival de Cinema de Annecy, “Percebes” entra, assim, na corrida aos Óscares para Melhor Curta-Metragem de Animação, na mesma categoria para a qual esteve nomeado o filme “Ice Merchants”, de João Gonzalez, em 2023.

De fora do processo de candidatura aos Óscares fica “Grand Tour”, de Miguel Gomes, que tinha sido proposto pela Academia Portuguesa de Cinema na categoria de Melhor Filme Internacional. Na disputa de uma nomeação nesta categoria de Melhor Filme Internacional segue, entre outros, “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, indicado pelo Brasil.

“Percebes” é um documentário, animado em aguarela e digital, sobre o ciclo de vida deste crustáceo no contexto da apanha no Algarve, com as duas realizadoras a abordarem ainda questões sobre a relação dos habitantes locais com o mar, sobre turismo e sobre o desordenamento da costa portuguesa.

Produzido pela cooperativa BAP Animation, com coprodução francesa, o filme venceu o Prémio Cristal de Melhor Curta-Metragem do Festival de Annecy, em França e, de acordo com a Agência da Curta-Metragem, soma mais de uma dezena de outras distinções e 91 selecções em festivais.

A realizadora Laura Gonçalves chegou a fazer parte da lista de finalistas aos Óscares de 2023 com o filme de animação “O homem do lixo”, mas não chegou às nomeações. A 97.ª edição dos Óscares está marcada para 2 de Março, em Los Angeles, sendo os nomeados revelados a 17 de Janeiro.

18 Dez 2024

Fundação Jorge Álvares gastou cinco milhões de euros em 20 anos de actividades

Fundada a 14 de Dezembro de 1999, a Fundação Jorge Álvares (FJA) é fruto da transição e da vontade de “suscitar e promover a cooperação entre Portugal e a RAEM, mantendo vivos os laços multisseculares entre Portugal e a República Popular da China, de que Macau foi a manifestação mais significativa”, lê-se na apresentação oficial da fundação.

Apesar do 25º aniversário celebrado este ano, a FJA preparou um catálogo que assinala os 20 anos de existência, celebrados em 2019, e que será lançado no próximo ano. Nessas páginas desfilam as principais actividades da entidade que esteve envolta em alguma polémica devido ao financiamento, mas que, segundo a presidente da fundação, Celeste Hagatong, há muito que está ultrapassada.
Há 25 anos, o capital inicial necessário foi assegurado “pelo empresário Stanley Ho e, no contexto dos seus fins estatutários, pela Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau”, mais tarde transformada na Fundação Macau.

Houve, assim, segundo se pode ler no catálogo, “a necessidade de criar um fundo ou uma instituição – que acabou por assumir a forma de fundação – com vista a estabelecer uma base sólida de sustentação para assegurar que o CCCM pudesse, no futuro, desenvolver com maior autonomia e meios o seu objectivo principal”.

Celeste Hagatong nunca viveu em Macau, apesar de ser macaense, estando profundamente ligada ao território. Destaca, dos 25 anos da FJA, os “períodos muito difíceis do ponto de vista financeiro, que se reflectiram muito nos rendimentos”.

“Tivemos algumas limitações, porque foi sempre o propósito da FJA geri-la com grande espírito de rigor e conservadorismo. É uma fundação que tem um fundo não reforçável ao longo do tempo, para que o património não seja delapidado”, destacou, referindo que, actualmente, todo o património da FJA está orçamentado em cerca de 20 milhões de euros, incluindo uma moradia em Mafra deixada em herança pelo compositor e pianista Filipe de Sousa.

Só em patrocínios, bolsas de estudo e despesas com actividades, a FJA gastou nos últimos 20 anos cerca de cinco milhões de euros. “Penso que não é uma verba pequena”, rematou.

Múltiplos destinos

A presidente da Fundação Jorge Álvares considera que Portugal devia “agarrar” a oportunidade que Macau oferece de acesso a uma região com 75 milhões de habitantes, como é a Grande Baía, ávida de “novas tecnologias, ciência e universidades”. “A possibilidade de acesso a 75 milhões de habitantes, que é mais ou menos a população da Grande Baía, é um potencial enorme”, sublinhou Celeste Hagatong em declarações à Lusa.

“Macau quer fazer mais coisas do que manter-se como o quarteirão do jogo na região – e nota-se que há hoje um grande interesse pelas novas tecnologias, pelos parques de ciência, pelas universidades – e é uma coisa que devíamos agarrar, entrarmos na China com conhecimento, ciência, voltar a ser esse o nosso passo”, afirmou a gestora. “E isso já está a acontecer, sei que o Instituto Superior Técnico e outras universidades no âmbito das tecnologias estão a desenvolver parcerias”, sublinhou.

Não obstante, reconheceu também, hoje “é mais fácil as pessoas irem para a Europa, onde conhecem os regimes, conhecem tudo melhor, e não vão para Macau”. Macau perdeu muita gente qualificada por altura da transição, segundo Hagatong, “não por razões da transição, propriamente dita, mas porque as pessoas com escolaridade acharam que tinham outras oportunidades noutros lados do mundo”.

“Saíram muitos macaenses naquela altura, o que foi pena. Os filhos já não ficaram lá, muitos tinham já feito cursos superiores em universidades fora de Macau, na Austrália ou em universidades norte-americanas ou do Canadá. Portanto, saíram para outros países e foi uma debandada muito grande”, descreveu.
Em contrapartida, “também chegaram novos portugueses a Macau”, onde “tem havido uma renovação, sobretudo na área do direito”. Com Lusa

18 Dez 2024

RAEM, 25 anos | Livro com testemunhos sobre transição lançado hoje

Depois de um primeiro lançamento em Lisboa, “Macau entre Portugal e a China: 25 testemunhos” será lançado hoje na Livraria Portuguesa a partir das 18h30. O livro editado pela Âncora Editora reúne testemunhos de personalidades como Rocha Vieira, ou o jornalista António Caeiro

 

A Livraria Portuguesa acolhe hoje o lançamento, a partir das 18h30, do livro “Macau entre Portugal e a China: 25 testemunhos”, com coordenação de Maria do Carmo Figueiredo, antiga jornalista da Teledifusão de Macau (TDM). Segundo a apresentação da Âncora Editora, a obra é um “dicionário de pessoas e factos com 25 testemunhos inéditos”. Na sessão de hoje estarão presentes alguns dos autores de testemunhos, nomeadamente Gilberto Lopes, jornalista; Carlos Cid Álvares, CEO do Banco Nacional Ultramarino; Rui Martins, vice-reitor da Universidade de Macau; e ainda Jorge Silva, jornalista da TDM.

Pretende-se, assim, dar-se a conhecer “o encontro entre o Ocidente e o Oriente, as conversações e as negociações para a transferência de poderes, a gestão de Macau após o 25 de Abril e no período de transição, o impacto na educação, na cultura, na vida económica, financeira e social, na comunicação social em língua portuguesa, na ponte com Portugal-China-Países de língua oficial portuguesa, na preservação do legado luso em Macau, quando se aproxima a celebração dos 450 anos da Diocese em Macau, em 2026”.

Destaque para os testemunhos de algumas figuras-chave do processo de transição de Macau, nomeadamente dos antigos Presidentes da República portuguesa António Ramalho Eanes e Aníbal Cavaco Silva.

A obra foi lançada no passado dia 10 de Dezembro, em Lisboa, tendo contado com apresentação de António Vitorino, figura histórica do Partido Socialista e antigo secretário-adjunto de Macau. Foi também uma figura ligada ao processo de transição.

António Vitorino destacou, nessa sessão, que “não é possível congelar a história”, pelo que olha para o livro em questão com “nostalgia da Macau e da China que conheci”. Há 25 anos, “as tarefas que estavam à frente da Administração de Macau e de Portugal pareciam-me ciclópicas”, salientou, lembrando “uma história de sucesso com vicissitudes de ambos os lados”.

A visão da China

Um dos testemunhos do livro é de António Caeiro, jornalista que chegou a Pequim em 1991 para trabalhar na delegação da agência Lusa, e que por lá ficou muitos anos. Na obra é referida a visão da República Popular da China face a Macau, que na história ensinada no país é descrito desta forma: “Ao Men é o primeiro de muitos territórios chineses ocupados ilegalmente pelos colonialistas ocidentais”.

No testemunho cedido ao HM por António Caeiro, lê-se ainda que, segundo o manual do ensino secundário na China, em 1553 “os portugueses usurparam o direito de residência em Macau” e quatro anos depois “começaram a sua longa ocupação” do território.

“Através do suborno de funcionários locais – diz o compêndio de Bai Shouyi – os portugueses ocuparam parte de Macau alegando que tinham obtido um contrato de aluguer”, descreve Caeiro. Naquilo que descreve como “noite inesquecível”, o jornalista destaca que “nunca se falou tanto de Macau na China continental como nos dias que antecederam a transferência de poderes”.

“Além de reportagens e documentários, a Televisão Central da China (CCTV) exibiu uma telenovela de 27 episódios intitulada ‘A História de Macau’, sobre a vida de uma ‘patriótica família chinesa’ do território. Os personagens portugueses da ficção pareciam simples figurantes, mais ou menos de passagem”, recorda.

18 Dez 2024

RAEM 25 anos | Fotografias de António Mil-Homens expostas no Consulado

“RAEM 25 anos – Memórias de António Duarte Mil-Homens” foi inaugurada ontem no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A mostra reúne um conjunto de imagens da transição captadas pelo fotojornalista que viveu muitos anos em Macau. Oportunidade para rever momentos como a cerimónia da transição ou a entrada do exército chinês no território

 

António Mil-Homens, fotojornalista que viveu em Macau durante largos anos, está de regresso ao território para mais uma exposição, desta vez patente no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, inaugurada ontem. “RAEM 25 anos – Memórias de António Duarte Mil-Homens” mostra, como o próprio fotógrafo indica, imagens “do regresso de Macau à grande China”, com destaque para momentos especiais como a cerimónia da transição, a entrada do exército chinês em Macau e a parada que decorreu depois.

Como o próprio recorda, em 1999 o fotógrafo fez a cobertura de todo o processo para a Revista Macau. As suas imagens acabaram por integrar também o livro do jornalista José Pedro Castanheira, “Macau: Os últimos 100 dias do Império”, editado pela Livros do Oriente e D. Quixote.

Segundo o autor das imagens, esta foi a oportunidade para “captar imagens da fase final da Administração portuguesa, como a última reunião do Conselho Consultivo do governador Rocha Vieira, ou a última sessão solene do Leal Senado de Macau, em que participaram, além do Governador, o Secretário para a Administração Pública, Educação e Juventude, Jorge Rangel e o Presidente do Leal Senado, José Luís de Sales Marques”.

Foram ainda captados momentos como a apresentação à comunidade do primeiro cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, o embaixador Carlos Frota, que contou com a presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama, e Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Lello.

Depois, num pavilhão montado para o efeito, “teve lugar a cerimónia da transferência, marcada simbolicamente pelo arrear das bandeiras de Portugal e do Leal Senado de Macau e pelo hastear das da nova RAEM e da República Popular da China (RPC)”, descreve o fotojornalista, que destaca como “momentos altos” os discursos de figuras políticas ligadas ao processo de transição, nomeadamente Jorge Sampaio, então Presidente da República portuguesa, e Jiang Zemin, então Presidente da RPC.

Uma nova era

“Com a entrada no território do contingente do Exército Popular de Libertação e a parada popular que se seguiu, iniciava-se em Macau uma nova era, com a criação da RAEM. As fotografias que constituem esta mostra visam tão somente relembrar os acontecimentos atrás sumariamente descritos. São documentos históricos, irrepetíveis, originados ainda em formato analógico, portanto, em filme, com as contingências técnicas da fotografia ‘pré digital'”, destaca Mil-Homens.

Olhar para estas imagens, tantos anos depois, e vê-las impressas e expostas “tem a importância do partilhar de memórias que sempre estiveram vivas, alimentadas pela permanência em Macau e por tudo o que aqui tenho podido concretizar”, referiu o fotógrafo. A exposição, que estará patente até 17 de Janeiro, é organizada pelo Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong em colaboração com o IPOR e o apoio institucional da Casa de Portugal em Macau.

17 Dez 2024

CURB | Conhecidos vencedores de concurso de urbanismo

O CURB – Centro de Arquitetura e Urbanismo anunciou ontem os vencedores do concurso “Placeable City | Placemaking no Porto Interior de Macau 2024”, destinado a apresentar soluções de renovação nas áreas de arquitectura e urbanismo para três zonas comunitárias no Porto Interior: a Travessa do Bazar Novo e Travessa do Auto Novo, o Largo do Aquino e Escada do Quebra-Costas até à Travessa do Abreu, junto ao Pátio das Seis Casas.

Em primeiro lugar, ficou o projecto para a Travessa do Bazar Novo e Travessa do Auto Novo da autoria de Sun Ruipu, Xie Borui e Chen Zhiyu. Em segundo lugar, foi distinguido o trabalho “Ephemeral Dreams”, de Chan Hoi Wang, proposta feita para a mesma localização do projecto anterior.

Em terceiro lugar ficou o projecto desenvolvido pelo arquitecto Sérgio Proença em parceria com Guoliang Chen, com o nome “Camadas da Vida Comunitária”, pensado para a Escada do Quebra-Costas à Travessa do Abreu. Foram ainda atribuídas algumas menções honrosas.

Os vencedores foram escolhidos de um total de 24 propostas apresentadas por indivíduos e grupos, que foram avaliados “por um painel de juízes experientes que selecionaram os melhores para o tema do concurso, tendo em conta a sua qualidade artística e técnica e a originalidade da sua visão”, destaca uma nota de imprensa do CURB.

A exposição com os projectos a concurso estará patente no espaço do CURB, na Ponte 9 – Plataforma Criativa, situada no Porto Interior, a partir das 18h de quinta-feira.

17 Dez 2024

Teatro MGM apresenta “Macau 2049”, de Zhang Yimou até Fevereiro

Pode ser visto até 2 de Fevereiro o espectáculo “Macau 2049”, realizado por Zhang Yimou, que nasce de uma parceria com a MGM. O espectáculo, que estreou no domingo, sobe aos palcos em várias datas no Teatro MGM.

Este é o primeiro espectáculo no formato residência a surgir no sétimo aniversário de existência do Teatro MGM, e logo para celebrar os 25 anos da RAEM, com o cunho do famoso realizador chinês Zhang Yimou.

O “Macau 2049” tem 80 minutos de duração e é composto por oito partes: “Drumming-Shadows”, “Khoomei-Ethereal”, “Miao Songs-Transcendent”, “The Crossroads Inn-Masks”, “Yangge – Robots”, “Yi Song-Ocean”, “Lion Dance-Radiance” e “Storytelling-Origin”.

O espectáculo funde, segundo uma nota de imprensa da MGM, “tecnologias avançadas de 20 países e regiões, trazendo novas interpretações do património cultural intangível chinês, nomeadamente Hua’er, Khoomei, Canção e Dança do Povo Miao, Ópera de Pequim, Yangge, Canção Yi, Dança do Leão e Narração de Histórias no Norte de Shaanxi”.

Uma espécie de fusão

Para a MGM, “a fusão dá forma a uma expressão ideológica profunda e sem precedentes em palco”, permitindo que o público “aprecie e compreenda melhor as culturas tradicionais chinesas”, graças à interpretação em oito idiomas.

“Se virmos a progresso da civilização através de uma lente linear, uma extremidade representa os 5.000 anos da civilização antiga, enquanto a outra significa um futuro impulsionado pelo rápido avanço tecnológico. ‘Macau 2049’ junta as duas extremidades do tempo e do espaço neste momento, convergindo os horizontes do Oriente e do Ocidente neste local. Procuramos a harmonia sem uniformidade, celebrando assim a diversidade das civilizações de todo o mundo. Espero que este espectáculo em Macau crie uma performance inigualável para todos”, disse, citado pela mesma nota, Zhang Yimou.

O espectáculo apresenta-se como uma “produção pioneira que redefine a expressão artística ao fundir a arte tradicional com a tecnologia moderna, criando uma linguagem de palco inovadora”. Com a produção, explora-se “a rica herança cultural de diversos grupos étnicos, incorporando esses tesouros numa narrativa artística unificada, e mostrando o apelo distintivo de Macau como um centro cultural global”.

17 Dez 2024

Creative | Exposição sobre os 25 anos da RAEM até 4 de Janeiro

A Creative Macau acolhe uma nova exposição sobre os 25 anos da RAEM, intitulada “Caminho Colectivo – Exposição de Membros de Celebração do Duplo Aniversário”, com 25 artistas e 100 obras.

Para a mostra os artistas foram convidados “a reflectirem, através das suas obras, sobre os anos que passaram em Macau, a personificarem o seu progresso pessoal ou o de Macau através de arte, bem como a contribuírem para esta grande celebração através dos menores pormenores da sua vida quotidiana”.

Segundo a Creative Macau, “a soma dos 25 anos da transição de Macau e dos 75 anos da implantação da República Popular da China é igual a cem, e esta é uma promessa de que, inequivocamente, o futuro da China e de Macau ultrapassará esta realização de cem por cento”. Colaboram na mostra artistas como Justin Chiang, Margarida Cheung Vieira, Maria João Das, Celeste C. da Luz, Elisa Vilaça ou João Jorge Magalhães.

“Enquanto promotor da indústria criativa de Macau, o Creative Macau tem testemunhado o desenvolvimento cultural sem precedentes de Macau ao longo do último quarto de século, desde a sua criação há vinte anos, e compreende profundamente que todas as realizações actuais de Macau não teriam sido possíveis sem o rápido desenvolvimento e apoio da nossa pátria ao longo dos últimos três quartos de século.”

A Creative Macau – Centro para as Indústrias Criativas, foi fundada pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau em 2003. Tem como objectivo apoiar e melhorar o perfil de 12 áreas das chamadas indústrias criativas, como cinema, vídeo, publicidade, arquitectura ou design. “O seu objectivo é ajudar estas indústrias a atingir todo o seu potencial económico, acrescentando valor e promovendo o reconhecimento na sociedade”, é descrito.

16 Dez 2024

BABEL | Obra do historiador de arte Terry Smith apresentada hoje na FRC

A edição em português do livro de Terry Smith, “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta” será apresentada hoje na Fundação Rui Cunha, a partir das 18h30. A obra é um longo ensaio sobre curadoria contemporânea que, pela primeira vez, ganha esta tradução com o cunho da BABEL – Organização Cultural

 

A obra “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta”, do historiador de arte Terry Smith, será apresentada hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), sendo também lançada a primeira edição em português desta obra, uma iniciativa da BABEL – Organização Cultural em parceria com a editora Circo de Ideias.

O evento de hoje terá a participação online de Terry Smith e a presença de Margarida Saraiva, fundadora da BABEL. “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta” é um livro que oferece aos leitores, segundo uma nota de imprensa da organização do evento, “uma visão do pensamento do autor, crítico, historiador e teórico de arte e curadoria”. A obra de Terry Smith é encarada como “fundamental nos campos da arte, arquitectura e contemporaneidade”.

Destaque para o facto de a versão portuguesa do livro ter um ensaio intitulado “Entre línguas, territórios e paradigmas”, da autoria de Margarida Saraiva.

Na obra, Terry Smith actualiza o conceito de “complexo expositivo”, originalmente definido por Tony Bennett em “The Birth of the Museum – History, Theory, Politics” (1995). Em “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta”, Smith questiona: Existe um complexo expositivo contemporâneo em formação? Se sim, o que caracteriza a curadoria nesse novo contexto?”.

Vidas em torno da arte

Terry Smith é autor de mais de uma dezena de livros sobre história da arte e da arquitectura, entre os quais “Making the Modern: Industry, Art, and Design in America”, lançado em 1993, ou “Transformations in Australian Art”, editado em 2002. O mais recente é “Iconomy: Toward a Political Economy of Images”, de 2022.
Terry Smith também editou obras como “Antinomies of Art and Culture: Modernity, Postmodernity and Contemporaneity”, lançado em 2008, em co-autoria com Nancy Condee e Okwui Enwezor.

Terry Smith é professor emérito de história de arte na Universidade de Sydney, professor emérito Andrew W. Mellon de história e teoria de arte contemporânea na Universidade de Pittsburgh e professor do Departamento de Arte, Filosofia e Pensamento Crítico da European Graduate School (Suíça/Malta).

Na área da curadoria, destacam-se as suas obras “Thinking Curating Contemporary Curating”, de 2012, onde explora o pensamento curatorial contemporâneo em cinco ensaios, e “Talking Contemporary Curating”, de 2015, que apresenta diálogos com curadores, como Carolyn Christov-Bakargiev, Claire Bishop e Okwui Enwezor. “Esses diálogos oferecem uma reflexão sobre as exigências práticas da curadoria e os contextos das exposições”, é referido.
Margarida Saraiva é investigadora, curadora e educadora, tendo fundado, em 2013, a BABEL, que actualmente funciona entre Macau e Alcobaça. A BABEL desenvolveu projectos como “Influxus”, “New Visions” ou “MAP – Macau Architecture Promenade”.

Margarida Saraiva é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Mestre em European Cultural Planning and Policies pela De Montfort University, em Leicester, no Reino Unido. Frequentou também um curso de pós-graduação em Museologia e completou o curso de Curating the Contemporary pela Goldsmiths, University of London, realizado na British School of Rome, na Itália. Actualmente, é candidata a doutoramento em Filosofia, Arte e Pensamento Crítico pela European Graduate School, na Suíça e Malta.

16 Dez 2024