Galeria Tap Seac | Mostra “Brilho da Arte” a partir de sexta-feira

A Galeria do Tap Seac prepara-se para receber, a partir desta sexta-feira, 24, a mostra “Brilho da Arte – Exposição de Artesanato em Ouro e Prata das Províncias de Hebei e Guizhou”, organizada por diversas entidades governamentais de Macau, Hong Kong e China.

A ideia é dar a conhecer o artesanato em ouro e prata das províncias de Hebei e Guizhou, revelando-se peças com mais de 3000 anos de história.

Neste âmbito, a arte incrustada em filigrana e a arte chinesa em “cloisonné”, de Hebei; e a ourivesaria do grupo étnico Miao, da província de Guizhou, destacam-se “como exemplos brilhantes” do Património Cultural Intangível da China, aponta o Instituto Cultural, em comunicado.

Estas peças “caracterizam-se por um elevado grau de requinte técnico, pela diversidade dos seus motivos e pela sua ornamentação deslumbrante, possuindo um grande valor artístico”, sendo que “a ourivesaria do grupo étnico Miao de Guizhou, denota uma multiplicidade de conotações culturais, dando origem a obras de estilo acentuadamente étnico, de excelente gosto artístico”.

Apresentam-se mais de 160 peças ou conjuntos de joalharia e artigos de ouro e prata, que herdaram “técnicas tradicionais de longa data e que incorporam uma estética moderna”.
Destaque ainda para a realização de quatro workshops a 8 e 9 de Fevereiro para que o público possa aprender mais sobre estas técnicas de arte e artesanato, e que terão lugar na Sala de Actividades do Museu Memorial Xian Xinghai.

As inscrições podem ser feitas a partir de sábado na plataforma da “Conta Única de Macau”. A exposição “Brilho de Arte” fica patente na Galeria do Tap Seac até ao dia 23 de Fevereiro.

21 Jan 2025

Fotografia | Ochre Space com mostra inédita sobre Hosoe Eikoh

Fundada por João Miguel Barros, advogado e residente de Macau, a galeria Ochre Space, em Lisboa, continua a mostrar alguns dos grandes fotógrafos contemporâneos. Desta vez é Hosoe Eikoh, o protagonista da nova exposição da galeria disponível até 8 de Fevereiro

 

Falecido a 16 de Setembro de 2024 em Tóquio, Hosoe Eikoh é homenageado com a nova exposição na galeria Ochre Space, em Lisboa, disponível até ao dia 8 de Fevereiro. Fundada por João Miguel Barros, advogado, curador e residente de Macau, a Ochre apresenta agora uma exposição inédita com um dos nomes mais conhecidos da fotografia japonesa contemporânea, mas também da história de arte feita no país.

Segundo uma nota de imprensa, esta mostra “é a primeira em Portugal e no mundo após a morte de Hosoe”, tendo sido planeada um ano antes, “ainda com o conhecimento do artista”.

Trata-se, assim, de uma exposição que “celebra a vida e o legado de um verdadeiro visionário da fotografia”, tido como “o mestre dos mestres”. “Hosoe Eikoh destacou-se pela sua abordagem única, que elevou a fotografia a uma forma de arte performativa e colaborativa. Trabalhos como ‘Barakei’, criado com Mishima, e Kamaitachi, em parceria com o dançarino butoh Tatsumi Hijikata, exploram os limites entre corpo, identidade e desejo, capturando momentos de intensidade visceral e beleza simbólica”, descreve-se na mesma nota.

A escolha da data para a inauguração da mostra, 14 de Janeiro, deveu-se ao simbolismo que esta acarreta, pois marca “o centenário do nascimento de Yukio Mishima, icónico escritor japonês que inspirou um dos projectos mais emblemáticos da carreira de Hosoe, ‘Ordeal by Roses’ (Barakei)”. Este trabalho é mesmo o grande destaque da exposição na Ochre Space, onde Hosoe usou “a lente para reinterpretar a vida e a obra de Mishima, criando composições carregadas de força estética, e emoção”.

Em 1961 Yukio Mishima, conhecido dramaturgo japonês, convidou Hosoe para o fotografar para um livro de ensaios que ia publicar. Mishima “pretendia uma fotografia de capa menos convencional”, mas segundo João Miguel Barros, Hosoe perguntou se “o podia fotografar à sua maneira”, ao que Mishima respondeu afirmativamente.

“A série de fotografia tiradas foram totalmente inesperadas: Mishima envolto numa mangueira em diversas posições, de pé ou deitado no jardim de sua casa. Uma dessas fotografias acabou por ser a capa do livro de ensaios publicado em 1961, com o título ‘The Attack of Beauty’. E esse foi também o começo de ‘Barakei’, sendo essa fotografia e essa série uma parte importante do início do livro”, descreveu o fundador da Ochre Space.

Assim, na galeria, o público pode ver uma selecção de imagens do livro “Barakei”, editado pela primeira vez no Japão em 1963, e que originalmente teve como nome “Killed by Roses”.

Legado intemporal

A galeria descreve ainda o facto de, ao longo da sua vida, Hosoe ter sido “amplamente reconhecido pela sua contribuição para a fotografia mundial, tendo recebido, entre outros, o Prémio de Realização de Vida da Sociedade Fotográfica do Japão (1963) e a Ordem do Sol Nascente, atribuída pelo governo japonês em 2017”.

Esta mostra visa mostrar esse legado intemporal do fotógrafo e o “impacto duradouro de Hosoe na arte contemporânea, celebrando a sua capacidade de transcender barreiras culturais e temporais, desafiando e inspirando gerações futuras”.

No dia 8 de Fevereiro, a partir das 16h, a exposição encerra com uma conversa em torno da obra do fotógrafo, sob o tema “Hosoe e Mishima juntos na Imortalidade”. Esta conversa reúne José Bértolo, professor na Universidade Nova, Tânia Ganho, autora e tradutora da obra de Yukio Mishima em Portugal, e João Miguel Barros.

Promete-se “a exploração de diferentes ângulos da obra e legado de Hosoe”, nomeadamente as várias edições de “Barakei”, “a visão literária de Mishima e a potência da fotografia de Hosoe enquanto arte performativa e simbólica”. Trata-se, segundo a organização, de “uma oportunidade única para celebrar a intersecção entre artes visuais e literatura, no espírito visionário do mestre japonês”.

21 Jan 2025

Cinema | Studio City exibe comédia “Hit N Fun” passada em Macau

Estreou no sábado nos cinemas da Studio City o filme “Hit N Fun”, uma comédia de acção com produção de Hong Kong, que tem as regiões administrativas especiais como pano de fundo.

“O enredo do filme passa-se em Macau porque a cultura e o estilo de vida de Hong Kong e Macau são semelhantes. Isso torna a história relacionável com o público de Hong Kong, e a mistura da arquitectura antiga e nova de Macau também acrescentou a riqueza e o contraste aos visuais”, indicou o realizador Albert Mak, num comunicado divulgado pela Studio City.

O filme, patrocinado pelo Studio City, conta no elenco com Louis Koo, Philip Ng, German Cheung, Chrissie Chau e Louise Wong. Esta última revelou alguns detalhes da produção.

“Toda a gente dizia que o escorrega era muito alto, e só de olhar para ele os meus joelhos fraquejavam. Felizmente, o realizador conseguiu a filmagem em apenas dois takes. O escorrega foi verdadeiramente emocionante”, conta a actriz sobre uma cena de acção filmada no parque aquático da Studio City. Entre os locais de filmagem, destaque o Albergue SCM e o popular Café Cheong Lam Kei.

20 Jan 2025

Governo apresenta cartaz de celebrações para o Ano Novo Lunar

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) apresentou na sexta-feira o programa de celebrações do Ano Novo Lunar, que irá contar com a tradicional Parada de Celebração e três espectáculos de fogo-de-artifício.

No cartaz, destaque para o Desfile do Dragão Gigante Dourado, que irá passar por alguns pontos dos bairros comunitários, nos primeiros dois dias do Ano Novo Lunar (29 e 30 de Janeiro).

A festa será alargada a vários bairros de Macau, com actuações de grupos de dança do dragão e do leão, o Deus da Fortuna, os três Deuses da Felicidade, Longevidade e Prosperidade, a Cobra do zodíaco chinês. Segundo a DST, estas actuações vão enriquecer “o ambiente festivo nos bairros comunitários, a fim de levar os visitantes aos bairros comunitários e dinamizar a economia dos mesmos”.

Outro dos pontos incontornáveis das celebrações, são os “Espectáculos de Fogo-de-Artifício do Ano Novo Chinês”, que se realizam na zona ribeirinha em frente à Torre de Macau no terceiro dia do Ano Novo Lunar (31 de Janeiro), às 21h45, no sétimo dia do Ano Novo Lunar “Dia de Todos os Aniversários” (4 de Fevereiro), e no Festival das Lanternas (12 de Fevereiro), às 21h. As três exibições pirotécnicas vão durar 15 minutos cada.

Como é habitual, serão montados locais para visualizar os espectáculos de fogo-de-artifício no Anim ‘Arte NAM VAN, entre o Centro Ecuménico Kun Iam e a Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental Macau), no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Estrada Marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de tesouro Resorts Mundial) e na Avenida do Oceano da Taipa. Nestes locais serão instaladas colunas de som para passar música, para criar um ambiente mais festivo.

Integração cultural

A DST indicou que o programa relativo à Parada de Celebração e ao Desfile do Dragão Gigante Dourado voltaram a ser enquadradas pelo Ministério da Cultura e Turismo da China nas actividades “Feliz Ano Novo Chinês”, apresentando um conteúdo rico e diversificado, que demonstra “a profunda integração cultural e turística de Macau enquanto centro mundial de turismo e lazer”.

O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes espera que as celebrações deste ano permitam a “residentes e visitantes, sentir o encanto do “turismo + eventos” e promover a economia comunitária.

20 Jan 2025

AMAGAO | Obras de 32 artistas para ver até Março no Artyzen Grand Lapa

A exposição da galeria AMAGAO, no Artyzen Grand Lapa, traz uma panóplia de artistas locais e estrangeiros, com ligações à lusofonia, muitos deles que já expuseram em Macau. “Good Time” [Bom Momento] faz-se já sem José Isaac Duarte à frente do projecto da AMAGAO, que conta agora com Vítor Hugo Marreiros

 

Chama-se “Good Time” [Bom Momento] e é com ela que a galeria AMAGAO dá as boas vindas ao ano de 2025. A nova exposição patente no Artyzen Grand Lapa até 17 de Março traz uma variedade de artistas e de trabalhos artísticos, num total de 32, oriundos de 12 países e regiões diferentes, não só da China, Macau e Hong Kong como de países como Brasil, França, Guiné-Bissau, Indonésia, Itália, Portugal, São Tomé e Príncipe, Tailândia e Estados Unidos da América.

A exposição foi inaugurada na última sexta-feira e apresenta trabalhos de artistas já bem conhecidos do público local, nomeadamente o arquitecto Alexandre Marreiros ou Alice Kok, ligada à curadoria de diversos projectos artísticos e co-fundadora da AFA – Art For All Society. Destaque ainda para o trabalho de joalharia de Cristina Vinhas ou dos desenhos de Eric Fok, conhecido pelos seus mapas artísticos cheios de detalhes, ou ainda Giulio Acconci e Fortes Pakeong Sequeira, só para enumerar alguns residentes que voltam a expor os seus trabalhos.

De resto, a AMAGAO resolveu trazer de novo alguns artistas que já expuseram em Macau em mostras anteriormente promovidas por esta galeria, como é o caso de Suzy Bila, artista que trouxe, em 2023, “Paisagens Interiores”, integrada na Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau.

Nascida em Moçambique e a residir em Portugal, Suzy Bila confessou ao HM, por altura da exposição, que “a pintura não tem territórios”, e que não faz arte para todos, sujeitando-se a múltiplas análises e olhares.

Outro nome que estará representado em “Bom Momento”, é Abílio Febra, natural de Leiria e que trabalha essencialmente com escultura.

Além de inaugurar um novo ano com esta exposição, a galeria AMAGAO apresenta uma nova reestruturação interna, uma vez que José Isaac Duarte, co-fundador, deixou o projecto, apurou o HM, estando neste momento o artista e designer macaense Vítor Hugo Marreiros na equipa, ao lado de Lina Ramadas.

Inspirações dinásticas

“Bom Momento” vai buscar parte da sua essência a um poema do período da dinastia Song, reflectindo, segundo uma nota da organização, “um sentimento de serenidade e gratidão pelas estações da vida”.

“Na Primavera há todo o tipo de flores, no Outono há lua, no Verão há brisas frescas e no Inverno há neve. Quando não há nada com que nos preocuparmos, essa é uma boa estação da vida humana”, é descrito. Desta forma, a exposição “convida os visitantes a abrandar o ritmo, a apreciar a arte e a encontrar tranquilidade no seu ‘jardim’ diversificado de expressões criativas”.

Esta mostra é, ao mesmo tempo, “um presente de Ano Novo que a galeria AMAGAO oferece à comunidade, enfatizando a capacidade da arte de promover a paz e a harmonia”.

Joey Ho, curadora convidada, disse que o objectivo é fazer com que o público possa “abrandar o ritmo e apreciar as obras”, sendo, assim, possível “desfrutar do bom momento partilhado pelos artistas”.

Rutger Verschuren, director-geral do Artyzen Grand Lapa, destacou que a colaboração desta unidade hoteleria com a galeria AMAGAO “continua a proporcionar oportunidades inigualáveis de intercâmbio artístico”, sendo que esta mostra “é um reflexo impressionante de como a arte pode unir-nos e enriquecer as nossas experiências, marcando um início de ano significativo”.

20 Jan 2025

BAFTA | “Conclave” é o filme com mais nomeações

O filme “Conclave”, de Edward Berger, é o mais nomeado para os prémios britânicos BAFTA, numa edição em que “On Falling”, de Laura Carreira, não chegou às nomeações e “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, figura entre os candidatos.

Os BAFTA são atribuídos pela Academia Britânica das Artes de Cinema e Televisão e a lista de nomeados, divulgada esta quarta-feira, dá conta que “Conclave”, filme de conspiração de Edward Berger, ambientado no Vaticano e protagonizado pelo actor Ralph Fiennes, lidera com 12 nomeações.

“Conclave” está nomeado, por exemplo, nas categorias de Realização, Filme, Elenco, Direcção de Fotografia, Banda Sonora Original e também Melhor Actor, para Ralph Fiennes, e Melhor Actriz Secundária, para Isabella Rossellini.

“Emilia Pérez”, do francês Jacques Audiard, tem 11 nomeações, incluindo o de Melhor Actriz Principal para a espanhola Karla Sofía Gascón, e o de Melhor Filme em Língua Não Inglesa.

Nesta mesma categoria está a produção brasileira “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, protagonizada por Fernanda Torres, no papel de uma activista, advogada e viúva de Rubens Paiva, o político brasileiro detido e torturado pela ditadura militar brasileira (1964-1985), no início dos anos 1970.

O filme “On Falling”, da realizadora portuguesa Laura Carreira, tinha sido colocado entre os candidatos a uma nomeação para o prémio de Primeiras Obras, mas não chegou às nomeações finais.

Produzido pela portuguesa Bro Cinema e pela britânica Sixteen Films, “On Falling” é a primeira longa-metragem de Laura Carreira, uma realizadora portuguesa que vive e trabalha há mais de uma década na Escócia e que é autora ainda das curtas-metragens “Red Hill” (2018) e “The Shift” (2020). A cerimónia dos BAFTA está marcada para 16 de Fevereiro em Londres.

17 Jan 2025

IC | Ano Novo Chinês celebrado com música, exposições e workshops

Já são conhecidas as iniciativas culturais destinadas a celebrar o Ano da Serpente que e começa a 29 de Janeiro. O público poderá desfrutar de espectáculos, concertos, workshops e exposições, nomeadamente com grupos artísticos oriundos das províncias de Hebei e Guizhou

 

O Instituto Cultural (IC) preparou um programa recheado de eventos culturais que visam celebrar o Ano Novo Lunar da Serpente, que arranca no dia 29 deste mês. O público poderá, assim, desfrutar do programa “Feliz Ano Novo Chinês – Festividades do Ano Novo Chinês 2025” que decorre entre o primeiro dia do novo ano, 29 de Janeiro e o terceiro dia, 31 de Janeiro.

O cartaz inclui a vinda de grupos artísticos das províncias de Hebei e Guizhou que apresentam espectáculos nos diversos bairros de Macau e ilhas, incluindo no espaço Anim’Arte Nam Van. São eles o Grupo de Teatro de Música e Dança de Hebei, a Trupe de Arte Étnica de Congjiang de Guizhou, o Grupo de Teatro de Música e Dança de Guizhou e a Trupe de Acrobacia de Guizhou. Segundo uma nota do IC, trata-se de actuações de “arte folclórica que proporcionarão um ambiente festivo na cidade”, além de estarem disponíveis para o público diversas bancas com materiais e produtos alusivos ao património cultural intangível destas duas regiões chinesas.

Música a rodos

O cartaz inclui também o “Concerto de Primavera 2025” promovido pela Escola de Música do Conservatório de Macau, que decorre no dia 25 de Janeiro no auditório do Conservatório, sendo que os bilhetes estarão disponíveis a partir do dia 29.

Além disso, no dia 8 de Fevereiro, a Orquestra Chinesa de Macau irá apresentar o espectáculo “Rapsódia de Estepe”, concerto de Ano Novo Chinês, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. Destaque ainda para o espectáculo, já noticiado, da Orquestra de Macau com músicos coreanos, “Amor em Seul”, para ver e ouvir no Venetian Theatre.

Por sua vez, do dia 11, até ao dia 16 de Fevereiro, serão realizados vários workshops e actividades dedicadas ao Ano Novo Lunar em locais classificados como património e demais espaços culturais. Um deles é o “Workshop de Pintura Chinesa para o novo Calendário” ou ainda o “Workshop de Arte Floral em Celebração do Ano Novo Chinês”, num total de mais de dez actividades criativas, todas elas sujeitas a inscrições na plataforma da Conta Única de Macau.

Uma vez que os museus e demais espaços culturais estão abertos nos dias do Ano Novo, o público terá a oportunidade para ver mostras como “Novas Perspectivas: Obras Modernas e Contemporâneas do Museu de Arte de Macau” e “Palácio do Duplo Brilho: Exposição Especial do Museu do Palácio”, patentes no Museu de Arte de Macau.

No Museu de Macau apresenta-se ainda “Edificação das Massas: Exposição de Relíquias Culturais das Dinastias Zhou, Qin, Han e Tang”, sem esquecer “Brilho da Arte – Exposição de Artesanato em Ouro e Prata das Províncias de Hebei e Guizhou”, disponível a partir do dia 25 de Janeiro na Galeria do Tap Seac.

17 Jan 2025

Seleccionados 10 projectos de Macau para Fundo Nacional das Artes

Um total de dez projectos submetidos por entidades de Macau vão obter apoio financeiro do Fundo Nacional de Artes da China, na categoria de Projectos Gerais, “sendo a quarta vez que projectos artísticos e culturais de Macau foram seleccionados”, é referido numa nota da secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura.

Um deles é o teatro musical “A maré sobre na Grande Baía”, apresentado pela Associação de Promoção Cultural de Macau. Segue-se “Canção ‘Flor de Lótus Branca'”, da Macao Asia – Pacific Art and Cultural Association; a canção “Dois Dois”, da empresa C-Color Cultura Entretenimento Limitada; e ainda a “Dança em Grupo ‘Primavera'”, submetida pela Chengwuji Chinese Dance Association – Macau.

Já a Universidade Cidade de Macau, submeteu o projecto “Revitalizar o Esplendor: Actividade de Criação de Imagens de Macau”, que entra para a categoria de “criação artística organizacional”. A mesmo entidade submeteu ainda um programa de formação de talentos criativos em arte pública urbana e turismo cultural.

A Associação de Dança Hou Kong apresentou um projecto de “comunicação e promoção”, nomeadamente a digressão musical “Estrelas do Oceano – Xian Xinghai”, enquanto a MGM Grande Paradise apresentou um projecto de formação de talentos em design cultural e criativo da Rota Marítima da Seda. Destaque ainda para projectos de cariz individual, como a gravação de sinetes da crença e costumes de Tou Tei de Macau, por parte de Ho Weng Chi; e ainda o apoio concedido à pintura a óleo “Macau”, da autoria de Shi Jun.

Cultura ampliada

Segundo a mesma nota, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura considera que este apoio proporciona “um espaço de desenvolvimento mais amplo [às artes locais], potenciando uma nova conjuntura de prosperidade para o desenvolvimento cultural e artístico de Macau”.

O apoio pode ainda “proporcionar mais recursos e plataformas ao sector artístico e cultural de Macau, o que contribui para a promoção do desenvolvimento diversificado e profissional do sector artístico e cultural de Macau”.

Desde 2021 que é possível a entidades e artistas de Macau e Hong Kong concorrerem a este Fundo. Em 2022, nove projectos da RAEM foram seleccionados pela primeira vez, seguindo-se 11 projectos em 2023 e 10 no ano passado.

15 Jan 2025

Galaxy | Macau acolhe nova digressão dos Green Day

A banda norte-americana Green Day actua em Macau no dia 9 de Fevereiro na Galaxy Arena, num espectáculo integrado na “The Saviours Tour”, que vai também passar por diversas cidades asiáticas. Eis a oportunidade para recordar uma banda de punk rock que desde 1986 anda pelos palcos

É o fim dos rumores: os norte-americanos Green Day vão mesmo actuar em Macau, na Galaxy Arena, no próximo dia 9 de Fevereiro, num espectáculo integrado na tournée mundial que têm levado aos palcos nos últimos meses, a “The Saviours Tour”.

Depois de um post numa conta não oficial da banda na rede social Instagram, em Outubro, que anunciava a vinda do grupo a Macau, eis que a confirmação chegou às redes sociais da operadora de jogo Galaxy. O espectáculo acontece a partir das 20h de domingo, dia 9, sendo que os bilhetes começam a vender-se amanhã a partir das 15h, com preços a variar entre as 580 e as 2,800 patacas, preço este para quem quer ficar de pé junto ao palco.

A Galaxy destaca que os Green Day são “uma das bandas mais bem-sucedidas da história da música em termos de vendas, com mais de 70 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo”. Além disso, “os números do streaming são ainda mais impressionantes, totalizando mais de dez mil milhões de ouvintes em várias plataformas”.

Além de Macau, os Green Day vão também tocar em Banguecoque, Tailândia, no dia 12 de Fevereiro; e depois no dia 15 em Jacarta, na Indonésia. A banda dará ainda um pulinho a Kuala Lumpur e a várias cidades do Japão, nomeadamente Osaka, Nagoya, Yokohama; sem esquecer os concertos na Índia e Austrália.

Novo álbum disponível

Antes de se chamarem Green Day, o nome do trio composto por Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool era The Sweet Children, mas em 1989 decidiram chamar-se Green Day e lançar o primeiro álbum de estúdio, “39/Smooth”. Desde então que a banda se consagrou como uma das mais importantes no género pop punk, ligado ao punk rock.

Em 2004, o grupo rebentou nas tabelas de vendas em todo o mundo com o aclamado “American Idiot”, onde constavam êxitos como “Boulevard of Broken Dreams”, que invadiu as rádios na altura.

O disco ganhou um Grammy em 2005 na categoria de “Melhor Álbum Rock”, tendo sido nomeado em outras seis categorias, incluindo para “Álbum do Ano”. No caso dos MTV Video Music Awards, os Green Day ganharam sete dos oito prémios para os quais estavam nomeados. O videoclip do single “Boulevard of Broken Dreams” conquistou seis desses prémios.

O sucesso deste disco foi tal que, dez anos depois, a banda decidiu lançar uma versão comemorativa, “American Idiot – 20th Anniversary Deluxe Edition”. Contudo, a banda acaba também de lançar um novo trabalho discográfico, “Saviours”, que traz os singles “Bobby Sox” e “Dilemma”, sendo que, no espectáculo na Galaxy Arena, os fãs de Macau podem esperar uma mescla dos velhos êxitos e de novas canções em palco.

15 Jan 2025

Exposição | A lagosta de Philip Colbert regressa a Macau

“Fantasia Costeira: As Férias do Rei da Lagosta em Macau” é o nome da mostra itinerante com trabalhos do artista Philip Colbert para ver em cinco locais do território até Março. Espera-se esculturas e instalações insufláveis de grande dimensão e esculturas da autoria do “afilhado de Andy Wharol”, em que a lagosta é protagonista

 

O trabalho do artista escocês Philip Colbert, tido por muitos críticos de arte como o “afilhado de Andy Wharol”, pode ser visto novamente em Macau numa exposição itinerante que decorre em cinco locais do território a partir de hoje e até 16 de Março. Nesta mostra, que tem como ponto principal a zona ribeirinha do Centro de Ciência de Macau, a lagosta é a protagonista de trabalhos artísticos bastante divertidos.

“Fantasia Costeira: As Férias do Rei Lagosta em Macau” [Coastal Fantasia: The Lobster King’s Vacation in Macao] é uma mostra que interliga o turismo cultural e marítimo da iniciativa da Sands China em parceria com várias entidades governamentais. Segundo uma nota da operadora, espera-se que “esta inovadora instalação de arte pop em toda a cidade possa expandir ainda mais as ofertas de turismo marítimo em Macau”, bem como “enriquecer a experiência cultural dos locais e turistas”.

Colbert vai estar em Macau esta quarta-feira para a inauguração da sua exposição, junto ao Centro de Ciência. Na mostra presente na zona ribeirinha, apresenta-se um insuflável gigante com 15 metros de altura e que se chama “Submarino da Lagosta”, bem como quatro esculturas temáticas. Os insufláveis de Philip Colbert podem também ser vistos no lago junto ao Venetian, nomeadamente um “Flamingo Lagosta” com sete metros de altura.

Decorre ainda a exposição “Philip Colbert: A Viagem ao Planeta Lagosta Macau” no ART Space do Centro Cultural de Macau, entre hoje e 15 de Fevereiro. Nesta iniciativa apresenta-se uma colecção de mais de 20 obras de arte, desde pinturas a óleo a esculturas, “permitindo aos visitantes mergulhar no fascínio da arte pop num ambiente de museu”.

O trabalho de Philip Colbert estará também exposto na Taipa, com a iniciativa “A Visita de Arte de Philip Colbert a Macau na Antiga Vila da Taipa”, em locais como a antiga Fábrica de Panchões Iec Long e as Casas-museu. Podem ser vistas sete esculturas do artista, como o “Foguete de Lagosta” e um “Galo de Lagosta”, peças “criadas especialmente por Colbert e inspiradas nestes dois locais históricos”, explica a mesma nota.

Alter-ego na pintura

Philip Colbert vive e trabalha em Londres, sendo conhecido pela sua “abordagem enérgica à pintura e à teoria pop”. “As suas pinturas cruzam temas presentes na arte de antigos mestres da pintura e na teoria da arte contemporânea”, misturando “símbolos do quotidiano da cultura contemporânea de massas”. Nas peças que constrói com recurso à imagem de uma lagosta, Colbert constrói um certo alter-ego.

Desde 2014 que o artista escocês já realizou mais de 50 exposições individuais em todo o mundo, nomeadamente em várias cidades da China, Japão e Coreia. A última vez que Colbert mostrou o seu trabalho foi em 2023, na exposição que a Sands China organizou para a Arte Macau desse ano. Para os Jogos Olímpicos de Verão de 2024 em Paris, o artista realizou uma exposição pública.

15 Jan 2025

Cultura | Exigida reconversão da antiga Manutenção Militar em Lisboa

Várias personalidades da cultura, em Portugal, estão entre os primeiros subscritores de uma petição pública que pede “a continuidade” do projecto de reconversão da antiga Manutenção Militar em Lisboa, entregue ao anterior Governo.

Os músicos Camané, Gisela João, Paulo Furtado (The Legendary Tigerman), Ricardo Ribeiro, Selma Uamusse, Tó Trips e Xana (Rádio Macau), os ilustradores André Carrilho, Cristina Sampaio, João Fazenda e Nuno Saraiva, as actrizes Inês Castel-Branco e Margarida Vila-Nova, os fotógrafos Augusto Brázio, Clara Azevedo e Mário Cruz e o musicólogo Rui Vieira Nery são alguns dos primeiros 53 subscritores da petição, que foi ontem colocada online.

Em declarações à Lusa, em nome do colectivo de subscritores, José Sá Fernandes resumiu o objectivo da petição: “que Lisboa não perca este território espectacular”.

Finda as Jornadas Mundiais da Juventude, que decorreram parcialmente neste local, o jurista foi nomeado pelo anterior Governo (PS) para apresentar uma proposta para dinamizar o complexo de sete hectares situado no Bairro do Grilo, na freguesia do Beato, onde outrora eram fabricados e armazenados os alimentos para o Exército.

José Sá Fernandes cessou funções a 31 de Dezembro, entregando um projecto de reconversão dos 15 edifícios espalhados pelo espaço, que passariam a ser casas de música, teatro, fotografia, ilustração, dança, cinema, som, moda, artes plásticas e jornalismo, bem como centros dedicados ao azeite e ao vinho, preservando os silos e os lagares ali existentes.

“É uma oportunidade única de juntar todas estas artes”, sustenta o jurista, realçando que o espaço pode ser um lar para todos os “desalojados culturais” e “um ponto de encontro”.

Mais habitação

O projecto prevê igualmente construção nova, que “faz falta a Lisboa”, nomeadamente 200 habitações de renda acessível, duas residências para estudantes e alojamento temporário para populações em situação de vulnerabilidade, e “podia ser também a casa da freguesia, que tem a sede a cair de podre”, nota Sá Fernandes.

“Não podemos perder isto”, vinca, lembrando: “Trabalhei muito no último ano para que isto acontecesse. Acabei as minhas funções, mas não acabei as minhas funções cívicas, precisamente [as de] ajudar este conjunto de artistas e de vontades.”

No texto da petição, a que a Lusa teve acesso, os subscritores pedem a “concretização” do projecto de requalificação, “de forma a responder às prementes necessidades habitacionais, sociais, culturais e estudantis da cidade e do país”.

Em concreto, solicitam ao actual Governo (PSD-CDS/PP) que “dê continuidade ao projecto de reconversão que se encontrava em curso, garantindo a alocação dos recursos necessários para a sua concretização”.

Segundo a proposta entregue por Sá Fernandes, a reconversão do complexo seria feita faseadamente, ao longo de quatro anos, com um custo total de 50 milhões de euros. O autor admite alterações ao projecto original, desde que este continue a ser “para toda a gente”.

Designers, editores, encenadores, fotógrafos, ilustradores, jornalistas, gestores, programadores e produtores culturais mantêm a esperança de ver nascer o “Bairro do Grilo” como “um polo dinâmico, inclusivo e dedicado à aprendizagem, à cultura e à partilha de experiências”, lê-se na petição (disponível em https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT123788).

“O sonho é a última coisa a morrer”, diz Sá Fernandes, lembrando a peça de teatro de Raul Solnado “Há petróleo no Beato”, para dizer que “este é o petróleo de hoje, a cultura para todos, para toda a gente”.

15 Jan 2025

Óscares | Anúncio de nomeados de novo adiado para dia 23

O anúncio dos nomeados para os Óscares, os prémios norte-americanos de cinema, foi novamente adiado para o dia 23, por causa do impacto dos incêndios que lavram em Los Angeles, Califórnia, revelou ontem a organização.

Em comunicado, a Academia de Cinema dos Estados Unidos explica que decidiu reagendar a data de revelação dos nomeados para permitir que os membros da academia tenham mais tempo para votar e também pelas circunstâncias em que a própria indústria de Hollywood está a ser afectada pelos incêndios ainda activos na região.

“Como queremos estar atentos às necessidades de infraestrutura e alojamento da região, durante as próximas semanas, é imprescindível que façamos algumas alterações na nossa programação de eventos”, explicaram a presidente e o administrador da academia, Janet Yang e Bill Kramer, respectivamente.

A data inicial de anúncio dos nomeados para a 97.ª edição dos Óscares era sexta-feira, dia 17, tendo a academia adiado para domingo, dia 19, por causa dos incêndios, reagendando agora para o dia 23, apenas num formato ‘online’, sem a presença dos media.

De acordo com a organização, mantém-se a data prevista para a cerimónia dos Óscares, a 02 de Março, no Dolby Theatre, em Los Angeles, mas o tradicional almoço com todos os nomeados, que estava marcado para 10 de Fevereiro, foi cancelado.

A atribuição dos prémios nas categorias científicas e técnicas, que estava marcada para 18 de Fevereiro, foi também reagendada para data a anunciar.

15 Jan 2025

Óbito | Morreu o fotógrafo Olivero Toscani, autor das polémicas campanhas da Benetton

O fotógrafo italiano Oliviero Toscani, responsável pelas campanhas publicitárias consideradas revolucionárias para a marca de roupa Benetton, morreu ontem aos 82 anos após uma longa doença, anunciou a família.

“É com imensa tristeza que anunciamos que hoje, 13 de janeiro de 2025, o nosso querido Oliviero iniciou a próxima viagem”, escreveu a família nas redes sociais. Nascido a 28 de fevereiro de 1942 em Milão, norte de Itália, Oliviero Toscani construiu a carreira com base na provocação, destacando-se as campanhas para o grupo italiano de vestuário Benetton a partir de 1983.

Estas campanhas, que tiveram escala mundial, mostravam uma mulher negra a amamentar uma criança branca (1989); um homem a morrer de SIDA e uma freira a abraçar um jovem padre (1992); reclusos no corredor da morte nos Estados Unidos (2000) e uma jovem que sofria de anorexia (2007).

“Detesto a fotografia artística”, afirmou Toscani em 2010. “Uma fotografia torna-se arte quando provoca uma reacção, seja ela de interesse, curiosidade ou atenção”, disse Toscani sobre os trabalhos fotográficos apontados como polémicos. Várias das campanhas “United Colors of Benetton” foram proibidas em Itália, mas também em França.

Questionado recentemente sobre qual a fotografia que escolheria se tivesse de destacar apenas uma, respondeu que as várias colecções funcionaram como uma unidade. “Pelo conjunto e pelo empenhamento, não é uma foto que faz história, é a escolha ética, estética e política”, disse.

O fotógrafo revelou em Agosto de 2024 que sofria de amiloidose, uma doença rara e incurável que cria depósitos de proteínas insolúveis nos tecidos. “Não tenho medo de morrer. Não tenho medo de morrer, desde que não seja doloroso”, disse numa entrevista ao jornal de Milão, Corriere della Sera.

14 Jan 2025

Ano Novo Chinês | FRC organiza nova sessão de escrita de Fai Chun

A pensar na chegada do Ano Novo Chinês, a Fundação Rui Cunha volta a acolher sessões de dois dias para a escrita de papéis votivos em caligrafia chinesa, os tradicionais Fai Chun, colocados à porta de casa para trazer harmonia e boa sorte. O evento, que decorre amanhã e quinta-feira, conta com a colaboração de vários mestres de caligrafia

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) volta a abrir este ano as portas da galeria por dois dias, amanhã e quinta-feira, para o tradicional evento “Fai Chun – Oferta de Papéis Votivos”, com as mensagens de boa sorte em caligrafia chinesa. Trata-se de um evento gratuito, que decorre entre as 10h e as 16h, aberto a toda a população, sendo organizado em conjunto com a Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora.

Os Fai Chun são votos de boa sorte e prosperidade escritos com recurso à caligrafia chinesa, e que são colocados às portas de casa para trazer boa sorte num novo ano. Estas sessões de escrita de Fai Chun contam com a orientação de 37 mestres calígrafos e poetas locais, como é o caso de Ung Choi Kun, Hong San San, Choi Vai Keng, entre outros nomes de referência, que se juntam a Ng Pio (Yum Fung Chan), o Presidente da Associação. Poetas como Ko Tak Kong, Chong Iat Fai e Yun Wing On. Estes irão criar dísticos de versos, no âmbito das celebrações do Novo Ano Lunar da Serpente.

Os Fai Chun (揮春) são uma decoração tradicional que marca a chegada da época primaveril, sendo que, em português, pode traduzir-se como “Onda de Primavera”. Habitualmente as pessoas colocam os Fai Chun nas portas para criar uma atmosfera alegre e festiva, já que as frases caligrafadas significam boa sorte e prosperidade. Normalmente, os Fai Chun tradicionais são de cor vermelha, com caracteres pretos ou dourados inscritos a pincel, que visam proteger as casas com votos de bons auspícios para o ano que se segue. Hoje em dia, são mais frequentes as versões impressas e produzidas em larga escala. Podem ser quadrados ou rectangulares e pendurados na vertical ou na horizontal, geralmente aos pares.

Tradição na Ásia

Os Fai Chun não existem apenas na China, mas em vários países da Ásia, como é o caso da Coreia do Sul, Japão e Vietname. O ano de 2025 tem como animal zodíaco a Serpente, sendo este o Ano da Serpente de Madeira, que se inicia a 29 de Janeiro de 2025, que é considerado o primeiro dia do Novo Ano Chinês, e dura até 16 de Fevereiro de 2026.

A Serpente é o sexto dos 12 signos do zodíaco chinês. À medida que deixamos o dinâmico e enérgico Ano do Dragão, 2025 traz a calma e a intuição da Serpente, que simboliza a sabedoria e a transformação, oferecendo oportunidades de mudança e de crescimento pessoal. Naturalmente estratégicas, as pessoas deste signo são excelentes solucionadoras de problemas e hábeis comunicadoras.

As serpentes são também conhecidas pela sua capacidade de mudar de pele, simbolizando o processo de abandonar o velho e abraçar o novo. “Espera-se que este tema ressoe ao longo de 2025, à medida que os indivíduos são encorajados a libertarem-se da sua bagagem passada e a embarcarem numa viagem de autodescoberta”, destaca uma nota da FRC.

14 Jan 2025

Óbito | Morreu Sam Moore, voz sobrevivente do duo “soul” Sam & Dave

Sam Moore, cantor sobrevivente da dupla Sam & Dave que marcou a música soul nos anos 1960, morreu na sexta-feira, aos 89 anos, em Coral Gables, Florida, anunciou a família, citada pelo The New York Times. Segundo a mulher e agente do músico, Joyce Moore, a voz que marcou sucessos como “Soul Man” e “Hold On, I’m Comin’” morreu na sequência de uma cirurgia.

Sam Moore nasceu em 12 de Outubro de 1935, em Miami, e começou a cantar na igreja, ainda menino. O seu percurso profissional remonta à década de 1950, com as primeiras actuações em clubes de soul e ‘rhythm’n blues’, à semelhança de Dave Prater (1937-1988), mas os dois cantores só se conheceram em 1961, no clube King of Hearts, na cidade natal de Moore, numa noite aberta a músicos em início de carreira.

O New York Times recordou, na edição de domingo, que Sam & Dave acabaram juntos por acaso, a partir do momento em que Moore se juntou a Prater em palco, quando este se esqueceu da letra de uma canção. “A ligação da dupla ao público aconteceu de imediato”, escreve o jornal norte-americano.

A partir desse momento, as actuações ao vivo de Sam & Dave ganharam público e fama. “Eram tão agitados e ousados”, que ficaram conhecidos pela Dupla Dinamite. Segundo o New York Times, “até um artista carismático como Otis Redding hesitava em actuar depois deles, por temer ser ofuscado”.

O início do êxito

Sam Moore, tenor, e Dave Prater, barítono, foram então contratados pela Stax Records, sediada em Memphis, Tennessee, juntando-se ao lote das maiores estrelas da editora. De cada concerto faziam “um espectáculo frenético”, como recorda a agência Associated Press, e gravaram alguns dos êxitos mais duradouros da música soul, como “You Don’t Know Like I Know” e “When Something is Wrong With My Baby”.

A maioria das suas canções foi escrita e produzida por Isaac Hayes e David Porter e contou com a participação dos músicos da Stax, como o guitarrista Steve Cropper, ‘imortalizado’ por uma gravação ao vivo do êxito “Soul Man”, quando Sam & Dave gritaram “Play, Steve”.

O duo Sam & Dave terminou em 1970, e a separação foi seguida de alguns conflitos entre ambos, sobretudo quando Prater tentou, sem sucesso, relançar um New Sam & Dave, com outro cantor. A dupla original impôs-se, no entanto, com o regresso de “Soul Man” às tabelas de vendas no final da década, quando John Belushi e Dan Aykroyd retomaram a canção no filme “Blues Brothers” (“O Dueto da Corda”), de John Landis.

Nas décadas seguintes, Sam Moore manteve-se ligado ao meio musical, tendo trabalhado com Bruce Springsteen, que considerava um dos seus amigos mais próximos. Atuaram juntos e partilharam o tema “Real World”.

Springsteen foi um dos primeiros a reagir à morte de Sam Moore: “Na E Street, estamos de coração partido ao saber da morte de uma das maiores vozes da soul dos Estados Unidos”. Músicos como Al Green, Billy Joel, Elvis Costello, Michael Jackson, Phil Collins, Steve Winwood e Tom Petty confessaram ter a dupla Sam & Dave por referência, ao longo das suas carreiras.

Em 1993, Moore esteve entre vários artistas que apresentaram acções judiciais contra as grandes editoras, alegando que tinham sido enganados quanto aos direitos. O músico disse então à Associated Press que se juntou à iniciativa depois de saber que, apesar de os seus discos venderem milhões, a sua pensão se limitava a um total de 2.285 dólares, que podia receber de uma só vez ou em prestações de 73 dólares mensais.

“Dois mil dólares pela minha vida?”, interrogou-se então. “Se [a indústria musical] está a lucrar comigo, que partilhe um pouco também. Não me dê côdeas a dizer que são biscoitos.”

13 Jan 2025

Música | “Concerto de Amor em Seul” para ver e ouvir em Fevereiro

No mês mais romântico do ano, e logo a seguir ao Dia dos Namorados, apresenta-se no Venetian Theatre o “Concerto de Amor em Seul”, com músicos vindos da Coreia do Sul que vão actuar na RAEM ao lado da Orquestra de Macau. Trata-se de um concerto integrado na temporada de espectáculos da Orquestra para o ano de 2024/2025

 

O amor expressa-se de forma especial em Fevereiro e, a pensar nisso, o Venetian Theatre apresenta a 15 de Fevereiro, a seguir ao Dia dos Namorados, o espectáculo de música clássica “Concerto de Amor em Seul”, em que músicos sul-coreanos sobem ao palco para tocar ao lado da Orquestra de Macau (OM). O espectáculo é promovido pelo Instituto Cultural e pelo Programa de Artes Performativas da Sands China, integrando-se na temporada de concertos da OM para 2025/2025.

A partir das 20h pode ouvir-se a música tocada por três artistas da Coreia do Sul, nomeadamente a flautista Jasmine Choi, a soprano Lee Myung-Joo e o maestro Sunwook Kim, director musical da Orquestra Filarmónica de Gyeonggi, em colaboração com os músicos da OM.

Pretende-se, assim, criar “uma romântica noite de música”, com actuações de Jasmine Choi, que é tida como a “deusa da flauta”, foi aclamada como uma das dez melhores flautistas da história da música pela “Sinfini Magazine”, do Reino Unido. Choi foi também a primeira chefe do naipe flauta de origem coreana da Orquestra Sinfónica da Viena.

Regressos musicais

Esta não é a primeira vez que a “deusa da flauta” actua em Macau, pois já o fez em 2023 e, precisamente, ao lado da OM. Mas para este espectáculo, Jasmine Choi vai também cooperar com a soprano Lee Myung-Joo, sob a batuta do maestro Sunwook Kim, prometendo-se “mais surpresas” para os espectadores.

Além da regência musical, o maestro Sunwook Kim também é mestre de piano. Foi o vencedor mais jovem e o primeiro vencedor asiático do Concurso Internacional de Piano de Leeds do Reino Unido. Foi convidado para actuar como solista de piano com muitas das principais orquestras e passou a ser o director musical da Orquestra Filarmónica de Gyeonggi a partir de 2023.

Enquanto a jovem soprano, Lee Myung-Joo, que actuou já em Macau, desempenhou recentemente a protagonista na ópera “Madame Butterfly” no Teatro da Ópera do Quebeque de Canadá. Os três músicos vão-se reunir em Macau “para interpretar várias peças cheias de amor”, tais como a versão de flauta do “Concerto para Violino dos Amantes Borboleta”, escrito por He Zhanhao e Chen Gang, ficando a promessa de que o público terá “uma noite doce e amorosa” ao som da música, descreve o IC sobre o espectáculo.

O espectáculo “Concerto de Amor em Seul” tem a duração de 1h30, estando os bilhetes já à venda com preços que variam entre as 150 e as 300 patacas.

13 Jan 2025

Hong Kong | Festival das Artes traz teatro, ópera e dança já em Fevereiro

Já é conhecido o cartaz da 53.ª edição do Festival de Artes de Hong Kong, que traz um programa repleto de ballet, dança, música e teatro que promete agradar a todos, sem esquecer uma vertente educativa. Entre os dias 19 de Fevereiro e 30 de Março apresentam-se vários espectáculos de um grupo de ópera de Xangai ou uma tragédia grega

 

Teatro, dança, ópera chinesa. São várias as artes que podem ser vistas na 53.ª edição do Festival de Artes de Hong Kong, que decorre entre os dias 19 de Fevereiro e 30 de Março em diversas salas de espectáculo da região vizinha.

Um dos destaques é a série de vários espectáculos protagonizados pelo grupo Shanghai Yue Opera House, que acontecem entre os dias 27 de Fevereiro e 1 de Março no Grande Teatro do Centro Cultural de Hong Kong.

O Shanghai Yue Opera House é descrito como “um dos mais importantes grupos de artes performativas da China”, celebrando este ano 70 anos de existência. Este grupo dedica-se à ópera Yue, um dos cinco géneros principais da ópera chinesa, inspirando-se em outros formatos de ópera chinesa, como a de Pequim, a ópera Kun e ópera Shao. A ópera Yue é oriunda de Zhejiang, e no caso específico deste grupo de Xangai, a sua estreia em Hong Kong fez-se em 1960.

Assim, o cartaz do 53.º Festival apresenta quatro programas, “a moderna ópera Yue Family, adaptada de um romance de renome; o adorado clássico The Jade Hairpin; uma das produções mais icónicas da trupe; The Butterfly Lovers (versão Yuan e Fan); bem como uma selecção magistral de excertos”, descreve-se na apresentação oficial do programa.

Já os amantes de ballet, podem assistir ao espectáculo do Ballet Nacional da República Checa, “La Sylphide”, que se apresenta entre os dias 6 e 8 de Março, também no Grande Teatro do Centro Cultural de Hong Kong. Esta é a oportunidade para o público se deixar “enfeitiçar por uma história de conto de fadas”, protagonizada por “uma heroína mágica, um belo herói de kilt e uma bruxa malvada”.

“La Sylphide” é um bailado bastante antigo, foi criado para o Royal Danish Ballet por August Bournonville em 1836, tendo sido “cuidadosamente preservado desde então”. Este espectáculo proporciona a oportunidade para recordar “o ballet romântico do início do século XIX”, tendo a Escócia como cenário e em que os bailarinos usam os tradicionais kilts escoceses. Segundo o cartaz, “a requintada dança de Bournonville irá cativar os amantes do ballet, enquanto as personagens animadas e a história de conto de fadas fazem deste um programa ideal para toda a família”.

Dançar com RV

No dia 29 de Março o Festival apresenta um espectáculo de música clássica com a China National Centre for the Performing Arts Orchestra, em que os músicos liderados pelo maestro Lu Jia vão interpretar composições de Franz Liszt e Richard Wagner.

Esta edição do Festival de Artes de Hong Kong traz também um espectáculo de dança interactiva com recurso à realidade virtual, intitulado “Le Bal de Paris”, de Blanca Li. Apresentado no Studio Theatre do Centro Cultural de Hong Kong, no dia 27 de Fevereiro e entre os dias 4 e 9 de Maio, proporciona ao público uma experiência de 40 minutos em que se mistura dança e realidade virtual, num projecto da coreógrafa espanhola e cineasta Bianca Li. É como se fosse um grande baile em Paris em que cada participante tem o seu próprio avatar, estando o espectáculo programado para dez espectadores e dois bailarinos profissionais em palco.

Da Grécia chega, nos dias 1 e 3 de Março, uma peça que remete para a mitologia grega, com a tragédia “Hippolytus”, do National Theatre of Greece, e que se baseia num clássico de Eurípides. Nesta peça, Hipólito, filho ilegítimo de Teseu e defensor declarado da castidade, ofende a deusa do amor, Afrodite, ao recusar a paixão carnal que ela tanto lhe pede. Assim, para o castigar, a deusa vingativa faz com que a sua madrasta se apaixone por ele, marcando o início da sua queda.

“Hippolytus” é uma produção de 2023 dirigida pela distinta encenadora e directora artística do Festival de Epidauro de Atenas, Katerina Evangelatos, tendo no elenco o total de 20 actores, mais um coro e um grupo de músicos. Esta peça apresenta-se no Lyric Theatre na Hong Kong Academy for Performing Arts.

Citada por um comunicado, Flora Yu, directora-executiva do Festival de Artes de Hong Kong, disse que esta edição “apresenta uma vasta gama de programas excepcionais destinados a inspirar e encantar o público, prometendo experiências inesquecíveis aos festivaleiros de todas as idades e origens”. A responsável destacou as apresentações com “mestres de renome de Hong Kong e de todo o mundo”, e “uma série de obras-primas inspiradas na literatura clássica da China e do mundo ocidental”.

Haverá ainda actividades no programa PLUS, com uma vertente mais pedagógica e educacional, que inclui “um extenso programa de divulgação e educação destinado a introduzir artes performativas de qualidade à próxima geração”, referiu Flora Yu. Os bilhetes começaram a ser vendidos em Dezembro, sendo que mais de 50 por cento foram vendidos no período de pré-venda.

10 Jan 2025

Panteão Nacional | Restos mortais de Eça de Queirós trasladados

A trasladação dos restos mortais de Eça de Queirós para o Panteão Nacional, em Lisboa, decorreu ontem, numa cerimónia que começou na Assembleia da República e incluiu música e leitura de excertos de obras.

A trasladação acontece 125 anos após a morte do escritor, quatro anos depois de aprovada pelo parlamento e quando finalmente terminou uma contenda judicial, na sequência de acções interpostas por alguns dos bisnetos do escritor que não queriam que os restos mortais de Eça de Queirós saíssem da aldeia de Santa Cruz do Douro, no concelho de Baião, onde estão depositados, para o Panteão Nacional.

A cerimónia começou com a Banda de Música e Fanfarra da Guarda Nacional Republicana (GNR), na Assembleia da República, onde estiveram os principais representantes da casa da Democracia e dos grupos parlamentares.

Além do elogio fúnebre, que esteve a cargo do escritor Afonso Reis Cabral, trineto de Eça de Queirós e presidente da Fundação Eça de Queirós, houve vários momentos musicais e de leitura de excertos de obras.

A cerimónia terminou após a assinatura do Termo de Sepultura do Panteão Nacional, altura em que a banda da GNR tocou o hino nacional, seguida do toque de “silêncio”. Nessa altura, a urna foi transportada por militares da GNR até à sala onde se encontra a Arca Tumular, onde ficará depositada.

9 Jan 2025

Livro | Obra de Telma Carvalho explora exemplos de chinês vernacular na literatura

“A Revista Nova Juventude e os Experimentalistas da Literatura Moderna Chinesa” é o mais recente livro editado pelo Centro Científico e Cultural de Macau e a Universidade de Macau da autoria de Telma Carvalho. Nele a autora procurou analisar e traduzir escritos de autores chineses que começaram a usar o chinês vernacular na literatura, publicados na revista Nova Juventude

 

Foi editado, em Dezembro último, o livro “A Revista Nova Juventude e os Experimentalistas da Literatura Moderna Chinesa”, da autoria de Telma Carvalho, licenciada e mestre em Tradução e Interpretação Português-Chinês e Chinês-Português, sendo esta obra resultado do relatório de projecto para a conclusão do mestrado.

O livro, editado pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) em parceria com a Universidade de Macau (UM), procura analisar alguns exemplos de chinês vernacular que começaram a ser usados por autores chineses no princípio do século XX, e que pertenceram ao chamado movimento “Nova Cultura”. Depois da queda do regime imperial, com a revolução Republicana de 1911, começou a pensar-se numa forma mais simplificada de usar o idioma, baseado na linguagem falada, ao invés do chinês clássico e literário usado até então.

Desta forma, este livro procura caracterizar “as primeiras experiências literárias em chinês vernacular que integraram a revista Nova Juventude”, que foi “uma publicação central no debate cultural durante o movimento Nova Cultura”.

“Tendo como ponto de partida as criações literárias que surgem como resposta aos primeiros apelos do movimento”, a autora olhou “para os contextos dos autores e elementos que contribuíram para a construção de uma nova literatura no país”.

Além disso, a obra inclui, segundo uma nota oficial, “a análise a algumas mudanças linguísticas manifestas nos textos publicados neste período de revolução linguística e que persistem no chinês de hoje”.

No início do século XX, sobretudo com o início do regime republicano, a China “testemunhou profundas transformações políticas e sociais”, sendo a mais marcante no domínio da língua. “Após décadas de crescente contestação ao uso predominante de chinês clássico na escrita, viveu-se na era republicana uma mudança de paradigma, resultante de insistentes apelos a uma generalização do chinês vernacular”, é explicado.

Porém, o chamado movimento Nova Cultura não se debruçou apenas sobre o uso da língua, tendo também feito “uma profunda reflexão sobre vários aspectos da cultura e da sociedade”, pelo que se defendeu “a criação de uma nova literatura a partir de uma livre experimentação literária em chinês vernacular”. Desta forma, “a chamada revolução literária em 1917 marcaria o início da literatura moderna chinesa”.

Lu Xun e companhia

O relatório de projecto, defendido na Universidade de Lisboa para a obtenção do mestrado na área da tradução e interpretação, contém análises e traduções aos escritos de Hu Shi, nomeadamente quanto às suas sugestões para uma reforma da literatura; Chen Duxiu e a sua “chamada para a revolução literária”; Chen Hengzhe, Lu Xun, Zhou Zuoren e Liu Bannong.

Conforme explica a autora no referido projecto que dá origem ao livro, “todos os grandes nomes da literatura moderna chinesa haviam presenciado, directa ou indirectamente, um momento marcante na língua e literatura do país”, que foi o Movimento Quatro de Maio.

Desta forma, “a afirmação do chinês vernacular na literatura e na sociedade chinesas, no início do século passado, tinha aberto as portas para essas forças criativas”, destacando-se o papel que a revista Nova Juventude teve, ajudando “a moldar o chinês moderno”, tal como o fizeram outras publicações.

Telma Carvalho denota ainda que nas páginas desta revista “encontram-se alguns dos experimentalistas que, não constando nas listas de grandes nomes literários chineses, certamente contribuíram para os sucessos da literatura que se desvendariam mais tarde”.

Relativamente às mudanças ocorridas na China no início do século XX, Telma Carvalho descreve que “a amálgama de acontecimentos culturais dificultou a delimitação entre a reforma literária e outras restruturações sociais, mas possibilitou um pluralismo de ideias e uma abertura para o diálogo, o que se relaciona com as vidas dos autores e as suas experimentações literárias”.

Além do curso de tradução, que incluiu a frequência de alguns semestres em Macau e Pequim, Telma Carvalho viveu durante dez anos em diferentes regiões da China. Nesse período, foi professora universitária nas áreas de português e de tradução e aprofundou os seus conhecimentos sobre a cultura e sociedade chinesas. Em 2020, concluiu o mestrado, e no ano seguinte traduziu para português “O Problema dos Três Corpos”, de Liu Cixin.

9 Jan 2025

Louvre com ligeira quebra de visitantes enquanto Prado aumenta em 2024

O Museu do Louvre, em Paris, registou 8,7 milhões de visitantes em 2024, uma quebra de quase 2 por cento em relação ao ano anterior, enquanto os museus do Prado e Rainha Sofia, em Madrid, registaram aumentos até 9 por cento.

A descida de 200 mil visitantes comparativamente a 2023 – quando registou 8,9 milhões de entradas – foi sentida sobretudo durante o Verão de 2024, quando se realizaram os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, mas o Museu do Louvre mantém-se como o mais visitado do mundo.

Em Julho e Agosto, que incluíram parte do período em que os Jogos Olímpicos decorreram em Paris, o museu recebeu 1,3 milhões de visitantes, um número 14 por cento inferior ao de Julho-Agosto de 2023, segundo a AFP. O Louvre teve de encerrar nos dias 25 e 26 de Julho, dia da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos.

Em 2023, este espaço museológico da capital parisiense tinha regressado a um nível de visitantes próximo do pré-covid, altura em que a maioria dos museus desceram em números de visitas devido aos constrangimentos para evitar a propagação da doença a nível mundial.

De acordo com os dados oficiais, em 2024, 77 por cento dos visitantes do Louvre vieram do estrangeiro, incluindo 13 por cento dos Estados Unidos, com vários países europeus representados: 5 por cento de Itália, do Reino Unido e Alemanha, e 4 por cento de Espanha.

“Os visitantes chineses [6 por cento contra 2,4 por cento no ano anterior] começam a registar um regresso significativo”, sublinhou o museu, que há um ano aumentou para 22 euros o preço do bilhete normal. No ano passado, 28 por cento dos visitantes foram admitidos gratuitamente no Louvre.

Outros museus de Paris populares entre os turistas – o de Orsay e a Orangerie – também registaram descidas, recebendo 4,9 milhões de visitantes em 2024, em comparação com 5,07 milhões no ano anterior, de acordo com a instituição pública.

Ao lado

Em Espanha, na capital, o Museu do Prado superou o seu recorde de 2023, subindo 6,6 por cento, com 3.457.057 visitas, enquanto o Museu Rainha Sofia registou um aumento de 9 por cento, com 1.537.105 visitantes, segundo dados divulgados pela agência EFE.

Apesar de estes principais museus de arte terem recebido mais visitantes em 2024 do que no ano anterior, o Thyssen-Bornemisza, igualmente em Madrid, recebeu 951.821 pessoas para visitar a sua colecção permanente e exposições temporárias, menos 6 por cento do que em 2023. Globalmente, 57,6 por cento das visitas foram provenientes de Espanha, 41,1 por cento de Madrid e 16,4 por cento do resto de Espanha, e 42,4 por cento do estrangeiro.

De acordo com a lista dos 100 museus mais populares do mundo, compilada pelo The Art Newspaper, em 2023 o Louvre destacava-se dos demais com uma diferença de dois milhões de visitantes face aos Museus do Vaticano, em segundo lugar. O ‘top’ 5 de 2023 era completado por museus como o Britânico, em Londres, o Metropolitano, em Nova Iorque, e a Tate Modern.

Na lista dos 100 museus mais visitados em 2023 figurava um português, o de Serralves, no Porto, com 1,1 milhões de pessoas, número que terá sido superado em 2024, ano que, segundo as estimativas da fundação, fecharia com 1,24 milhões de visitantes.

8 Jan 2025

Cinemateca | “Cloud” de Kiyoshi Kurosawa fica até ao fim do mês

A Cinemateca Paixão exibe até ao final do mês um dos novos filmes do realizador japonês Kiyoshi Kurosawa. “Cloud” teve a sua estreia esta terça-feira, voltando a exibir-se nos dias 16, 22, 26 e 31 de Janeiro. Este filme representou o Japão nos Óscares para a categoria de “Melhor Filme Internacional”, tendo sido também seleccionado para o Festival de Cinema de Veneza no ano passado, bem como para o Festival Internacional de Cinema de Toronto.

A película nipónica integra-se no género thriller de acção psicológico com o realizador a voltar a alertar para os perigos da Internet como em “Pulse”, de 2001. No caso de “Cloud”, conta-se uma história de como diversas interacções online acabam por ter consequências violentas e inesperadas no mundo real, neste caso através da personagem Yoshii, um revendedor online que procura ter o máximo de lucros possível roubando tudo e todos.

A história ganha nova forma quando Yoshii decide despedir-se do seu emprego numa fábrica e mudar-se para uma casa à beira de um lago com a namorada, continuando o seu negócio baseado no roubo. Porém, as coisas começam a perder o controlo online e depois na vida real.

Kiyoshi Kurosawa é, além de realizador, argumentista, crítico de cinema e professor universitário, tendo registado maior sucesso com os filmes de terror com a sua assinatura. Em 2003, participou na Competição Oficial do 56.º Festival de Cannes com o filme “Bright Future”. Em 2020, recebeu o prémio “Leão de Prata”, para a categoria de Melhor Realizador pelo filme “Wife of a Spy”, no 77.º Festival de Veneza.

8 Jan 2025

Venetian | Super Sound Festival traz várias estrelas a Macau

Uma dúzia de artistas de K-Pop vão pisar o palco do Venetian Arena no dia 18 de Janeiro. Irene, B.I., Youngjae, MAMAMOO+ ou Anson Lo e Keung To, integrantes da banda Mirror, de Hong Kong, são alguns dos nomes do Super Sound Festival. Os bilhetes já estão à venda

 

Já é conhecido o cartaz do próximo festival de K-Pop que irá decorrer em Macau, no dia 18 deste mês, na Venetian Arena: o Super Sound Festival traz 12 cantores de K-Pop e cantopop, com nomes bem conhecidos dos fãs destes géneros musicais, como a dupla Anson Lo e Keung To, integrantes da banda de Hong Kong Mirror. Seguem-se nomes como Kep1er, Xdinary Heroes, Cravity, B.I., Irene, MAMAMOO+, YoungJae, BTOB, Onew, TVXQ! e RAIN.

No caso de Irene, pseudónimo artístico de Bae Joo-hyun, trata-se de uma artista de 33 anos que explora também o universo da interpretação, sendo essencialmente conhecida por ter liderado o grupo pop Rede Velvet, além de ter integrado um outro grupo musical saído deste projecto, os Red Velvet – Irene & Seulgi. A sua estreia a solo no mundo da música é bastante recente, pois Irene lançou o álbum “Like a Flower” apenas a 26 de Novembro último.

Assim sendo, o público de Macau poderá apreciar as músicas que integram este trabalho, além de voltar a ver dois integrantes da famosa banda Mirror, de Hong Kong, um dos expoentes máximos do género cantopop na região vizinha.

Anson Lo, um dos artistas dos Mirror que sobe ao palco da Venetian Arena, é também actor e bailarino, tendo feito a sua estreia nos Mirror em 2018. Porém, dois anos depois, apostaria tudo numa carreira a solo, lançando o primeiro single “A Lifelong Mission”.

Oriundos de Seul, os TVXQ! é um duo masculino que anda nas lides do K-Pop desde 2003. O início do grupo deu-se com cinco elementos e com o lançamento dos singles “Hug” e “O Holy Night”. Mais tarde, devido a disputas judiciais, os membros Hero, Micky e Xiah saíram do grupo para formar o trio JYJ.

Em 2004, o grupo lançou o seu primeiro álbum, “Tri-Angle”, seguindo-se “Rising Sun”, logo em 2005, e depois “O-Jung.Ban.Hap”, em 2006. A banda lançou já um total de nove álbuns, sendo que o mais recente foi lançado em 2023, “20&2”.

Raparigas em palco

Do cartaz do Super Sound Festival destaca-se ainda a “girls band” MAMAMOO, composta por quatro cantoras de nome Solar, Moonbyul, Wheein e Hwasa. Já levam alguns anos de palco e de gravações, tendo feito a sua estreia a 18 de Junho de 2014, com o lançamento do álbum “Hello”. Em Macau, apenas dois elementos vão actuar, depois da banda ter sofrido alguns ajustes na sua composição, devido às saídas de Hwasa e Wheein.

Outro grupo que também sofreu ajustes, é o BTOB, formado em 2012 com seis cantores: Eunkwang, Minhyuk, Changsub, Hyunsik, Peniel e Sungjae, tendo Illhoon deixado o grupo em 2020. O single de estreia foi “Insane”, lançado logo em 2012.

Ainda da Coreia do Sul surge mais um nome integrante do Super Sound Festival: Youngjae, nome artístico de Choi Young-Jae, actua a solo na Venetian Arena, mas a sua carreira já foi feita ao lado da banda GOT7, onde foi o vocalista principal. Tal como acontece em inúmeros grupos do género, o vocalista acaba por sair do projecto para construir uma carreira a solo. “Colors from Ars” saiu em 2021, sendo que “Ars”, nome pelo qual também é reconhecido em termos artísticos, é mais utilizado para a sua faceta como compositor.

O festival começa às 16h30, prolongando-se até às 22h30. Os bilhetes já se encontram à venda, começando nas 880 patacas.

8 Jan 2025

Série japonesa “Shogun” conquista Globos de Ouro

A série japonesa “Shōgun”, que inclui personagens portuguesas, conquistou os maiores prémios de televisão da 82.ª cerimónia dos Globos de Ouro, entregues no domingo, em Los Angeles. A série da FX dominou a categoria de drama e levou quatro estatuetas para casa: Melhor Série, Melhor Actriz para Anna Sawai, Melhor Actor para Hiroyuki Sanada e Melhor Actor Secundário para Tadanobu Asano.

“Nada desta série foi algo esperado”, confessou o co-criador Justin Marks, ao aceitar a estatueta de Melhor Série dramática do ano. “Foi construída em cima das costas de muitos ‘sins’ destemidos que recebemos ao longo dos anos”, continuou.

“É uma série a que vocês nunca deviam ter dito sim”, gracejou, dirigindo-se aos patrões da Disney. “É um milagre que toda a gente ainda tenha um emprego”. Retrato ficcional sobre o Japão do século XVI, “Shōgun” tem no elenco o português Joaquim de Almeida e o luso-canadiano Louis Ferreira. Já tinha triunfado nos Emmys em Setembro.

“Estou tão feliz por estar aqui com estes grandes nomeados”, exclamou o actor Hiroyuki Sanada, que usou o discurso de agradecimento para deixar uma mensagem inspiradora. “Aos jovens actores e criadores no mundo, sejam vocês mesmos, acreditem em vós próprios e nunca desistam”.

Abusos e outras histórias

Outra vencedora da noite foi a série “Baby Reindeer”, da Netflix, considerada a Melhor Minissérie do ano. “Isto é de loucos”, disse Richard Gadd, que escreveu e protagonizou a série com base em factos verídicos que lhe aconteceram. “A forma como vocês abraçaram esta série significa tudo para mim”.

Gadd deixou uma mensagem para os executivos da televisão, considerando que muitas vezes histórias sombrias e difíceis são rejeitadas porque há um equívoco sobre o que a audiência quer.

“Há algum tempo que há esta crença na televisão que histórias sombrias não vendem”, afirmou. “Nós precisamos de histórias que se liguem à natureza complicada dos nossos tempos”, continuou. “Lembrem-se de guardar algum dinheiro para que o pequeno criador conte a sua história”.

“Baby Reindeer” também deu a Jessica Gunning o globo de Melhor Actriz Secundária em televisão. A britânica contou uma história de infância para ilustrar quão surreal o último ano tem sido devido ao sucesso do trabalho na Netflix. “Não consigo acreditar que isto está a acontecer-me”, exclamou. “Baby Reindeer mudou a minha vida”.

Ainda em minissérie, foi Jodie Foster que levou o galardão de Melhor Actriz, pela interpretação da detective Liz Denvers em “True Detective: Night Country”. A veterana agradeceu ao povo indígena Iñupiaq, que habita as terras do Alasca há milhares de anos, por ter partilhado as suas histórias com ela. Nessa categoria, Colin Farrel agarrou a estatueta de Melhor Actor, pela interpretação na série da HBO Max “The Penguin”.

Fernanda Torres faz história

Fernanda Torres fez história ontem à noite ao ser a primeira brasileira a vencer o Globo de Ouro de Melhor Actriz na categoria mais cobiçada, a de filme dramático, ultrapassando veteranas como Nicole Kidman, Angelina Jolie e Kate Winslet.

“Não preparei nada”, confessou a actriz brasileira, mostrando-se muito surpreendida pela distinção entregue na 82.ª cerimónia dos Globos de Ouro, que decorreu em Los Angeles. “Este foi um ano tão incrível em desempenhos femininos”, continuou. A actriz dedicou a vitória à mãe, Fernanda Montenegro, que foi a primeira brasileira nomeada, por “Central do Brasil”, em 1999, mas não ganhou. “Isto é a prova de que a arte pode perdurar pela vida, mesmo em momentos difíceis como este da incrível Eunice Paiva que eu interpreto”, afirmou a actriz.

“A mesma coisa está a acontecer agora no mundo, com tanto medo, e este é um filme que nos ajuda a pensar como sobreviver em tempos difíceis como este”, acrescentou. “Ainda Estou Aqui”, filme realizado por Walter Salles, baseia-se na história verídica de Eunice Paiva, que durante 40 anos lutou para descobrir o que aconteceu ao seu marido Rubens Paiva, um ex-deputado que foi levado pela polícia durante a ditadura militar no Brasil.

Pouco depois do anúncio, o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deu os parabéns a Fernanda Torres, que descreveu na rede social X como o “orgulho do Brasil”. As outras nomeadas eram Angelina Jolie em “Maria”, Kate Winslet em “Lee”, Pamela Anderson em “The Last Showgirl”, Tilda Swinton em “The Room Next Door” e Nicole Kidman em “Babygirl”.

7 Jan 2025

FRC | Pinturas sobre Igreja de São Paulo para ver a partir de hoje

O novo ano arranca na Fundação Rui Cunha com uma exposição de pintura. Trata-se de “Ritmos da Tinta Chinesa na Igreja de São Paulo”, da autoria de Tsang Tseng Tseng, artista e docente universitária. Eis a oportunidade para ver a zona das Ruínas de São Paulo pintada a tinta-da-china, sob inúmeras perspectivas

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, uma nova exposição, intitulada “Ritmos da Tinta Chinesa na Igreja de São Paulo”, de Tsang Tseng Tseng, artista de Macau que explora os domínios artísticos da pintura tradicional chinesa através das paisagens como tema para expressar as suas emoções. A curadoria é de Jun Zilan.

A mostra, segundo um comunicado, é organizada em parceria com a Associação de Arte Juvenil de Macau e Macau Artists Society. Podem, assim, ver-se 40 pinturas feitas a tinta-da-china, em vários tamanhos, desde obras de maior dimensão a pequenas composições de cuidado detalhe.

O estilo de Tsang Tseng Tseng é descrito como sendo “espontâneo e natural, misturando elementos da tradição antiga com uma sensibilidade moderna”. Citado pela mesma nota, Lok Hei, presidente da Macau Artists Society, revelou que a artista estudou em Jiangnan, “uma região com um rico património cultural, pelo que as suas criações artísticas estão profundamente integradas com os valores culturais tradicionais”.

“Entre os muitos jovens artistas de Macau, Tsang Tseng Tseng destaca-se pela sua dedicação à arte. Enquanto estudava para o seu doutoramento na Academia de Arte da China, centrou-se na exploração de pinturas das dinastias Song e Yuan e conduziu uma extensa pesquisa sobre Wu Li, um artista importante do final da dinastia Ming ao início da dinastia Qing, que teve importantes ligações culturais e artísticas com Macau”, afirmou ainda.

Da tradição para a modernidade

Lok Hei adiantou também que as pinturas da artista “baseiam-se na tradição, ao mesmo tempo que incorporam elementos de inovação, integrando a elegância clássica com um toque contemporâneo”. “Ao enfatizar o pincel e a tinta, ela procura expressar a paz e a liberdade no meio do caos do mundo moderno”, refere ainda Lok Hei.

Há cerca de 20 anos que Tsang Tseng Tseng pinta com recurso à tinta-da-china, tendo vencido, em 2008, o “Prémio Novos Talentos” na 24ª Exposição Colectiva de Artistas de Macau, galardão atribuído pelo Instituto para os Assuntos Municipais de Macau. Após a formação académica, em 2014 foi uma das duas alunas admitidas no programa da Academia de Artes da China de pós-graduação do professor Lin Hai Zhong, reconhecido em toda a Ásia como a referência máxima da pintura da academia tradicional. Desde 2022, a artista é docente na Universidade Cidade de Macau. A exposição na FRC pode ser vista até ao dia 18 de Janeiro.

7 Jan 2025