Andreia Sofia Silva Eventos MancheteLivraria portuguesa | Obra de Philip J. Stern sobre colonialismo britânico lançada este sábado “Empire, Incorporated – The Corporations That Built British Colonialism”, da autoria do historiador Philip J. Stern, será lançado este sábado na Livraria Portuguesa a partir das 18h30. Nesta obra, lançada no ano passado com a chancela da Harvard University Press, analisa as relações entre o sector público e privado na era do colonialismo britânico, com o foco no mundo empresarial Philip J. Stern, historiador premiado e especialista na história do colonialismo britânico, vai estar em Macau este sábado para apresentar, na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30, o seu mais recente livro que se debruça sobre o mundo empresarial no antigo império colonial britânico e a relação com o sector público. “Empire, Incorporated – The Corporations That Built British Colonialism” coloca, segundo a descrição da obra, a “corporação, mais do que a Coroa, no centro do colonialismo britânico, argumentando que as empresas construíram e governaram o império global, levantando questões sobre o poder público e privado que eram tão preocupantes há 400 anos como o são actualmente”. Falamos de zonas onde os ingleses governaram ou administraram ao longo de séculos, como é o caso da Irlanda, Índia, Américas, África ou Austrália, e onde a sua presença acabou por ser “um negócio de empresas”, que foi a força motriz do colonialismo. Segundo a mesma descrição da obra, “as corporações conceberam, promoveram, financiaram e governaram a expansão ultramarina, reivindicando territórios e povos e assegurando, ao mesmo tempo, que a sociedade britânica e colonial fosse investida, literalmente, nos seus empreendimentos”. Actualmente ligado à Duke University, onde é professor associado de História, Philip J. Stern ganhou um prémio com a obra “The Company-State”, lançado em 2011 e que conta a história da corporação como tendo tido um papel fulcral em toda a política colonial dos ingleses. Neste livro agora apresentado em Macau, o autor aprofundou o tema. Das controvérsias Em “Empire, Incorporated – The Corporations That Built British Colonialism”, procura-se mostrar como as empresas coloniais eram também “implacavelmente controversas, frequentemente endividadas e propensas ao fracasso”. Foi comum a criação de sociedades anónimas adaptadas à expansão ultramarina dos ingleses “não por ser um rolo compressor inevitável, mas porque, tal como o próprio império, era uma contradição esquiva: pública e privada; pessoa e sociedade; subordinada e autónoma; centralizada e difusa; imortal e precária; nacional e cosmopolita”. Ou seja: “uma ficção jurídica com um poder muito real”, é descrito. Philip J. Stern conseguiu assim, com esta obra, “romper com histórias tradicionais em que as empresas assumem um papel de apoio, fazendo o trabalho sujo dos Estados soberanos em troca de monopólios comerciais”, argumentando que “as empresas assumiram a liderança na expansão e administração globais”. No livro, é ainda explicado que em territórios como a Irlanda ou América do Norte, no século XVI, ou ainda nas ilhas Malvinas já na década de 80, “as empresas foram actores fundamentais”, sendo que “o colonialismo de risco não terminou com o fim do império”, pois o legado dessas empresas continuou a “levantar questões sobre o seu poder que são tão relevantes hoje como eram há 400 anos”. “Desafiando a sabedoria convencional sobre onde o poder é detido à escala global, Stern complica a distinção supostamente firme entre a empresa privada e o Estado, oferecendo uma nova história do Império Britânico, bem como uma nova história da corporação”, é descrito. Com um doutoramento pela Universidade de Columbia concluído em 2004, Philip J. Stern diz focar o seu trabalho “nos vários aspectos legal, político, intelectual e nas histórias de negócios que formaram o Império Britânico”. “Os meus interesses incluem o papel que as empresas e corporações tiveram no mundo empresarial colonial, a exploração estrangeira e a cartografia, e a historiografia da Índia britânica”, entre outras matérias.
Andreia Sofia Silva EventosExposição sobre design de cartazes de Macau para ver no Porto Decorre até ao dia 31 de Outubro, na Faculdade de Economia e Gestão da Universidade do Porto, a exposição em formato pop-up de design de cartazes de Macau. A iniciativa acontece graças à junção de forças entre a Associação de Design de Cartazes de Macau e Associação Cultural Portuguesa, e conta com apoios do Fundo de Desenvolvimento Cultural da RAEM. A mostra está patente desde o dia 23 de Setembro. Com curadoria de Hong Ka Lok, este destacou, na inauguração da mostra, que esta é também uma forma de comemorar os 25 anos da RAEM, tendo sido escolhidos 25 cartazes que “constituem uma selecção das realizações do design de Macau ao longo dos anos, permitindo ao público português ter uma visão abrangente do crescimento e desenvolvimento do território desde o seu regresso à China há 25 anos”. Além disso, a exposição “destaca também o panorama do design de Macau, oferecendo uma plataforma internacional que possibilita à nova geração de designers de Macau mostrar o seu talento”. Os cartazes falam de eventos como o Festival de Artes de Macau, o Festival Fringe de Macau, a Semana de Design de Macau, os Prémios de Design de Macau, a Zona do Estaleiro de Lai Chi Vun e o Festival de Artes Sino-Português, oferecendo uma visão abrangente sobre o crescimento e desenvolvimento de Macau. Conexões artísticas Criada em 2009, a Associação de Design de Cartazes de Macau tem-se comprometido a fornecer uma plataforma para que os designers locais possam mostrar, trocar e criar, através da organização de exposições profissionais. Segundo a mesma nota, a entidade procura também, em “consonância com os esforços do Governo de Macau, promover o intercâmbio e cooperação cultural sino-portuguesa e impulsionar o desenvolvimento diversificado das indústrias”. Com o trabalho desenvolvido, a associação procura “reflectir, através do design, a profunda conexão entre a cultura chinesa e a cultura única dos países de língua portuguesa”. No caso da ACPT – Associação Cultural Portuguesa, trata-se de uma associação independente, tendo como objectivos de acção a “promoção e intercâmbio de negócios culturais e criativos entre culturas portuguesas que se relacionem com a língua portuguesa e o resto do mundo”. Promove-se, assim, o intercâmbio de actividades académicas, culturais e económicas relacionadas com indústrias culturais e criativas, incluindo todas as disciplinas de artes plásticas, arquitectura, design, cinema, literatura, música, artes performativas e empreendedorismo.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | “Echoes of a Golden Age” no Cotai até Janeiro Pode ser vista até ao dia 5 de Janeiro a exposição “Echoes of a Golden Age”, na Sands Gallery no empreendimento Grand Suites do Four Seasons, no Cotai. São expostas 121 obras de arte de nove artistas contemporâneos de Macau, com o intuito de celebrar os 75 anos da República Popular da China e o 25.º aniversário transição da soberania de Macau para a China Chama-se “Echoes of a Golden Age” [Ecos de uma Idade de Ouro] e é mais uma exposição com arte feita em Macau para celebrar o chamado “duplo aniversário”: os 75 anos da República Popular da China e os 25 anos da RAEM. A mostra, que inclui 121 obras artísticas, incluindo selos, pode ser vista na Sands Gallery, no hotel Four Seasons, até ao dia 5 de Janeiro, e é uma co-organização entre a operadora de jogo Sands China e a Sociedade de Artistas de Macau, incluindo várias entidades governamentais, sendo comissariada por Lam Chi Ian, artista de Macau. Incluem-se, assim, trabalhos de Lam Chi Ian e ainda Ung Vai Meng, que presidiu ao Instituto Cultural; Lai Ieng, Lok Hei, Ng Wai Kin, Lio Man Cheong, Lei Tak Seng, Chan Hin Io e Ao Kuan Kin. Segundo um comunicado, cada um dos artistas “apresenta uma vasta experiência nas várias disciplinas” artísticas, sendo que o público poderá ver, nas obras, “uma variedade de formas, incluindo pintura a tinta da china, pintura a óleo, aguarela, pintura acrílica, esboço, desenho com fineliner, ilustração digital e fotografia”. Relativamente às temáticas, inclui-se “o desenvolvimento de Macau e suas características culturais e sentimentos públicos de antes e depois da reunificação”, celebrando-se, assim, “a prosperidade e o patriotismo de Macau desde a reunificação e o poder de união do povo de Macau para seguir em frente”. A organização descreve ainda que se pode obter, com estas obras, “uma excelente visão geral das mudanças dos tempos a partir de várias perspectivas, partilhando ao mesmo tempo a alegria deste ano de duplas celebrações”. Selos especiais Os artistas participantes desta mostra criaram ainda selos com cenas que retratam “o esplendor centenário das Casas da Taipa ou as maravilhas modernas como a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”. São reflectidas “as mudanças históricas com desenhos únicos que registam a mudança dos tempos na pequena tela de uma moldura de selo”. Citada pela mesma nota de imprensa, Lok Hei, artista e presidente da Sociedade de Artistas de Macau, defendeu que os selos e obras expostos “revelam-nos o amor dos artistas locais por Macau ao retratarem os traços dos edifícios locais em tempos passados e as novas paisagens da cidade numa nova era”. “A exposição das obras dos nove artistas não só representa o nosso tributo às duplas celebrações, como também é um reflexo do património histórico de Macau devido à integração das culturas chinesa e ocidental e ao rápido desenvolvimento da cidade desde a sua reunificação”, concluiu. Lam Chi Ian, artista e curador, afirmou que o tema central por detrás da mostra, “Macroacontecimentos através de macrovisões” acaba por incorporar “a grande ambição que é transmitida nas obras dos nove conhecidos artistas locais”. Trata-se de uma exposição que constitui uma “representação viva da forma como Macau se tem revigorado ao longo do seu desenvolvimento histórico”, pretendendo-se “contar as histórias de Macau através do suave poder da cultura e arte”.
Hoje Macau EventosPérez-Reverte: Todas as revoluções foram traídas, “inclusive a portuguesa” O escritor Arturo Pérez-Reverte escolheu a Revolução Mexicana (1910-1920) para cenário do seu novo romance, “A Revolução”, por ter sido “uma causa boa que foi perdida, uma revolução traída, como todas, inclusive a portuguesa”, disse o autor. Em entrevista à agência Lusa, Pérez-Reverte assegurou que o seu olhar é “cético e crítico”, em relação ao mundo em que vivemos. “Não posso ser ingénuo e acreditar em certos discursos políticos, pois conheço-os” afirmou o antigo jornalista, ex-correspondente de guerra, que acompanhou grandes conflitos mundiais desde os anos de 1970 a meados da década de 1990. Afirmando-se “um homem sem ideologia”, porque já viveu muito e “tem uma grande biblioteca”, sente-se uns dias de Direita outros de Esquerda, “conforme as circunstâncias”. A escolha da Revolução Mexicana prefigurou-se para o autor de “O Clube Dumas”, como algo inevitável, no seu mais recente romance. “A Revolução Mexicana era, para mim, interessantíssima, pois foi uma causa boa que foi perdida, uma revolução traída, como todas as revoluções, inclusive a portuguesa, e era um cenário muito adequado para o que queria contar”, disse à Lusa o escritor espanhol, de 73 anos. Sobre o crescimento da Extrema-Direita na Europa aponta o dedo à União Europeia “que se preocupa em legislar sobre as tampas do leite para não se perderem, e as emissões de monóxido de carbono dos carros, e não para os cidadãos”. “O continente europeu tem 3.000 anos de cultura que estão a ser destruídos pelos próprios europeus”, argumentou. O escritor espanhol considera que, no Ocidente, “fomos educados num mundo de regras, normas, leis e respeito pelos Direitos Humanos, mas o mundo não é assim, África não é assim, a guerra as tragédias [naturais] fazem estalar o verniz cultural e a educação, surgindo o ser humano elementar que quer sobreviver, comer, reproduzir-se, e que mata”. Arturo Pérez-Reverte criticou a forma como os jovens estão a ser preparados “para um mundo perfeito, quando o mundo é cada vez mais um lugar perigoso e hostil”. “Acreditamos que as orcas são boas, que os malvados se podem regenerar com boas palavras e boas intenções, com bons sentimentos, mas o mundo não é assim”, afirmou. “Estamos a educar os jovens para um mundo que não é real, e deixá-los indefesos nas mãos do mal”, insistiu. O autor defendeu os seus argumentos com base na experiência, nomeadamente como repórter de guerra durante 21 anos, que foram “essenciais” para os seus romances. Uma experiência que lhe deu “serenidade”, referindo que “a guerra é uma escola de lucidez sobre o ser humano”. “Quando falo de violência e tortura, não aprendi no cinema ou nos bares. Eu vi e vivi, tenho recordações pessoais, que uso depois nos meus romances”. Neste novo livro, Pérez-Reverte queria contar o crescimento de um jovem através da violência. Para tal serviu, entre outros materiais de pesquisa, um espólio epistolar da sua família: um jovem engenheiro de minas que viveu esse período revolucionário no México e que se correspondeu com o seu avô. Estava assim encontrado o protagonista do romance, Martín Garrett Ortiz, de 24 anos, espanhol, engenheiro de minas, a residir em Ciudad Juárez, que se vê evolvido e fascinado pelos movimentos em curso, no tempo dos líderes revolucionários Emiliano Zapata e Francisco ‘Pancho’ Villa que lutavam contra as tropas federais do Presidente Porfirio Díaz. Para o autor, “o mais fascinante” na literatura é a parte de preparação da escrita. A narrativa inclui vários termos típicos do México, acentuando assim o contexto local. A este propósito, Pérez-Reverte realçou “a excelente tradução” para português de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, que já tinham traduzido outras obras do autor, distinguido, em 2017, com o Prémio literário Jacques Audiberti. “Odeio escrever, o ato mecânico de escrever é muito desagradável, é rotina, é como ir para o escritório. Mas a primeira parte, documentar-me, viajar, ler, conhecer, falar com as pessoas, imaginar, é muito bonita. O romance concretiza-se porque a primeira parte me seduz e faz-me muito feliz. Eu sou um escritor feliz por isso”, declarou. Ao escrever sobre a Revolução Mexicana o autor foi recuperar a memória de um acontecimento “que quase ninguém se lembra hoje, apesar de ter sido muito importante e interessante”. “A Revolução Mexicana foi uma grande esperança. O México era um país muito pobre, muito miserável, nas mãos das oligarquias poderosas, e a revolução foi uma luz de esperança. Pensou-se até que o México ia mudar, mas não mudou. Cometeram-se os erros de sempre e hoje vai-se ao México, e pergunta-se, ‘aqui houve uma revolução? Não parece’. Criou-se o Partido Revolucionário Institucional”, que continua a preponderar na política mexicana e que esteve mais de 50 anos no poder. Para o escritor, o que se passou no México, passou-se noutros territórios latino-americanos. Citou Nicarágua, Cuba, Venezuela. “Quando chegam ao poder, todos se convertem em classe dirigente”. A Revolução Mexicana foi “um fracasso absoluto, como outras revoluções”, afirmou Pérez-Reverte, sem esquecer porém fatores externos, nomeadamente a influência do vizinho norte-americano. “Os Estados Unidos nunca permitiram que o México fosse um país poderoso e estável, sempre procuram destabilizá-lo, sempre intervieram. Há uma velha frase que afirma: ‘Pobre México tão longe de Deus e tão próximo dos Estados Unidos’, e isso é verdade. A tragédia do México é estar demasiado próximo dos Estados Unidos [com o qual faz fronteira a norte]”. Referindo-se ao seu livro “Revolução”, que define como um romance histórico, Pérez-Reverte afirmou: “Os livros de História são essenciais, sou um grande leitor de livros sobre História. A minha filha é historiadora, mas é verdade que a literatura permite coisas que a História não permite. O romancista pode chegar onde o historiador não consegue. Se o romancista está preparado, é conhecedor [do contexto histórico] pode, em alguns aspetos, ir mais longe que o historiador, não substitui-lo, nem melhorá-lo, mas fazer com que o leitor, depois de ler o romance, queira conhecer a História real”, disse. “O romancista pode ir mais além, nomeadamente na construção psicológica das personagens”, acrescentou, enfatizando: “A literatura [de ambiente histórico] e a História são complementares”. “A Tábua de Flandres”, “A Ponte dos Assassinos”, “Um Dia de Cólera”, “Limpeza de Sangue”, “O Pintor de Batalhas”, “A Pele do Tambor”, “Linha da Frente”, “Uma História de Espanha”, assim como o seu romance de estreia, “O Hussardo”, de 1986, contam-se entre os quase 30 títulos da sua obra literária, publicados em Portugal.
Hoje Macau EventosAssociação de Macau lança 2a edição de concurso de contos em português Uma associação de Macau lança, na segunda-feira, a segunda edição do concurso infantojuvenil de contos e ilustração entre escolas dos países e regiões da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi anunciado. Com o tema “A Minha Língua”, a Somos!-Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos-ACLP) pretende estimular, através dos contos, “a imaginação dos mais novos” para a escrita em português, e através das ilustrações, o “despertar da curiosidade” para as artes visuais. Este tema visa celebrar “a diversidade linguística presente na comunidade lusófona”, bem como histórias e experiências “que podem ser partilhadas através da língua portuguesa e, após tradução, a chinesa”, acrescentou na mesma nota. A escolha dos vencedores nas duas categorias, conto e ilustração, vai caber, respetivamente, à escritora portuguesa Adélia Carvalho e ao cartunista brasileiro Cau Gomez, “padrinhos do concurso”, em conjunto com um painel de seis jurados, referiu. A iniciativa destina-se a alunos do 5.º e do 6.º anos de escolaridade (10 aos 12 anos) das escolas participantes, sendo que cada país ou região será representado por uma instituição de ensino, que tenha o português como língua veicular, num total de nove instituições. O conto a concurso, original e um por escola, pode ser criado individualmente ou em grupo. Posteriormente, os contos vão ser distribuídos aleatoriamente por todas as nove escolas participantes para a respetiva ilustração. O prémio na categoria de conto é de 7.500 patacas para a escola vencedora, enquanto cinco mil patacas serão atribuídas à instituição vencedora na categoria de ilustração, adiantou. De Luanda, participa a Escola Primária 1501 “Dom Moisés”, distrito urbano do Rangel, bairro Vila Alice; de São Paulo (Brasil), a Escola Tiê; da Cidade da Praia, a Escola Básica de Ponta d’Água; de Bissau, o Centro de Formação Doze Pedras; de Maputo, a Escola Primária da Maxaquene Khovo; de Macau, a Escola Oficial Zheng Guanying. De Portugal, participa a Escola Básica Dr. Vasco Moniz de Vila Franca de Xira; de São Tomé e Príncipe, a Escola Secundária Patrice Lumumba; e de Timor-Leste, a Escola CAFE Liquiçá. A Somos–ACLP vai publicar os contos e as ilustrações em livro, com textos traduzidos e adaptados para a língua chinesa.
Hoje Macau EventosClube Militar | Festival de gastronomia e vinhos de Portugal até 6 de Outubro O Clube Militar de Macau receber, desde sexta-feira e até 6 de Outubro, dois chefs portugueses para o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal – “Sabores e Aromas do Outono 2024”. “Sentimo-nos muito honrados e felizes de organizar este festival (…), já com uma tradição de mais de duas décadas”, disse na quinta-feira, num comunicado, o presidente da direcção do clube, Ambrose So. O festival, que se prolonga durante 10 dias, está também integrado nas celebrações do 154.º aniversário do Clube Militar, “uma das mais antigas associações sociais de Macau”, sublinhou. Esta é a terceira vez que o Clube Militar recebe os irmãos Óscar e António Geadas, os chefs do restaurante G, na Pousada de São Bartolomeu, em Bragança, no nordeste de Portugal, distinguido com uma estrela Michelin, acrescentou. A cozinha do restaurante G aposta em “sabores marcadamente transmontanos”, com destaque para as raças autóctones da região, como o porco bísaro, a vitela mirandesa, assim como a castanha, de acordo com a mesma nota. Em Junho, o Clube Militar de Macau recebeu outros dois chefs portugueses para o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal – “Primavera-2024”, que integrou também o programa Junho – Mês de Portugal em Macau.
Andreia Sofia Silva EventosLançado em Lisboa livro com poemas traduzidos de Han Shan Acaba de ser editado, com a chancela da Grão-Falar, mais um livro de poesia chinesa traduzida. Trata-se de “Han Shan – Poemas”, com tradução, selecção, notas e prefácio de António Graça Abreu. O lançamento decorreu na última quinta-feira no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). O poeta Han Shan terá vivido no século VIII, mas, segundo o prefácio da obra, é um nome misterioso, provavelmente um pseudónimo, pois “ninguém sabe ao certo quem foi o poeta, quando viveu, ninguém sabe onde o encontrar”. “O seu nome, que significa ‘Montanha Fria’, corresponde por certo a um pseudónimo, e, por detrás destes dois caracteres, esconde-se um letrado estranho, evanescente, quase ignorado pelas muitas e desvairadas gentes que têm vivido debaixo do céu”, lê-se. Tendo em conta que, na China, “pelo menos desde o século II a.c. se acostumou a biografar os seus filósofos, poetas, letrados e mandarins, Han Shan acabou também por ser objecto de uma curiosa nota biográfica”, lê-se ainda no prefácio. “Pobre diabo com juízo” Han Shan foi, assim, uma figura que despertou alguma estranheza. Graça Abreu, ao traduzir palavras de Liu Qiuyin, Governador de Taizhou, um mandarim dos séculos VIII ou IX, revela um “testemunho com múltiplos detalhes sobre a figura excêntrica de Han Shan, um pobre diabo com juízo que habitava as montanhas Tiantai”, que, com referências actuais, “não é longe da actual cidade de Linhai, no nordeste da província de Zhejiang”. O poeta “deve ter tido uma vida longa”, vivido “em datas incertas entre os anos de 650 e 850”. “Se a vida de Han Shan se prolongou até 780, o poeta poderá ter conhecido e convivido com alguns dos maiores poetas da China de sempre, homens como Wang Wei, Li Bai e Du Fu”, descreve-se ainda. Ainda no prefácio, é referido que Han Shan era, até há bem pouco tempo, “completamente desconhecido em Portugal, o que de resto acontecia com quase todos os poetas chineses”, apesar de “Macau e de uma continuada presença portuguesa de quatrocentos e cinquenta anos em terras da China”. O livro, com cerca de 160 páginas, inclui dezenas de poemas de Han Shan, que escreveu versos como “Habito a montanha, / Ninguém me conhece. / Entre nuvens brancas, / O silêncio, sempre o silêncio”.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | Celina Veiga de Oliveira recordou autores de Macau Foi com a palestra “Um Colar de Pérolas – Perspectiva Global da Literatura de Macau em Língua Portuguesa no Século XX” que a historiadora Celina Veiga de Oliveira apresentou, em Lisboa, alguns dos mais icónicos autores de Macau. Na sessão, couberam os escritos de Camões, Deolinda da Conceição, Henrique de Senna Fernandes ou Maria Ondina Braga No ano em que se comemoram os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o maior poeta português, o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) promoveu, na última quinta-feira, uma conversa sobre a literatura que se fez no território ao longo de todo o século XX, na habitual sessão “Conversas Sábias”, organizada todas as semanas. Coube a Celina Veiga de Oliveira, historiadora, docente e antiga residente em Macau, protagonizar esta palestra, que recordou “vultos que, em Macau, produziram obra literária de considerável valor no século XX”. Intitulada “Um Colar de Pérolas – Perspectiva Global da Literatura de Macau em Língua Portuguesa no Século XX”, a sessão começou com a definição de Ferreira de Castro, autor que um dia intitulou Macau como uma “cidade liliputiana”, descrevendo o Rio das Pérolas como o “Rio Pérola”. “Para mim é a forma mais poética para designar o rio que banha Macau”, disse Celina Veiga de Oliveira, que fez a relação com a literatura ali realizada, “o vasto rio literário de Macau”. Foi também destacada Deolinda da Conceição, autora do livro de contos “Cheong Sam – A Cabaia”, alguém que foi “jornalista feminista, com opinião própria, uma mulher muito avançada para a sua época”. Para Celina Veiga de Oliveira, este livro constituiu “um marco na literatura macaense em que uma mulher se assumiu como autora”. Maria Ondina Braga, autora portuguesa que deu aulas em Macau no Colégio Santa Rosa de Lima, foi outra das autoras referenciadas. Celina Veiga de Oliveira destacou dois livros que têm o território como cenário: “A China vive ao lado” e “Nocturno em Macau”. Falou-se “de uma grande escritora”, que “reporta na sua obra os costumes e modos de vida chineses e macaenses, em especial em desassossego interior”, demonstrando “uma mulher muito ansiosa”. Em “A China vive ao lado” são “contos de inspiração chinesa” em que o primeiro deles “fala-nos do aborto que uma jovem chinesa fez e a descrição do ambiente em que o fez”. Era uma vida difícil, pois a jovem refugiou-se em Macau com a avó, e “vivia varrendo o chão do templo, sustentando-se com a comida das oferendas”. Já em “Nocturno em Macau” retrata-se “a vida das professoras do Colégio de Santa Fé, um microsmo das relações pessoais em espaço fechado”. Destacam-se as professoras Ester, “muito provavelmente o alter ego de Maria Ondina Braga”, Chiao, a professora chinesa, a professora goesa e um “muro fora do colégio”. Para Celina Veiga de Oliveira, trata-se de um “livro difícil de resumir e maduro”. “É a sua alma que espelha no desenvolvimento da narrativa que tem de ser lida para ser apreciada. A certa altura fala dos chineses, e diz algo interessante: que eram completamente indiferentes às procissões católicas de Macau, mas que davam muita atenção ao 10 de Junho. Para o chinês, o seu amor era os pais, os filhos e os seus antepassados, a vida e a morte”, apontou Celina Veiga de Oliveira. Os filhos da terra Além do destaque a Henrique de Senna Fernandes, um dos grandes autores de Macau, Celina Veiga de Oliveira lembrou ainda Maria Pacheco Borges, com o livro “Chinesinha”, “contos que Maria Borges escreveu com carinho, agilidade e subtileza”. Houve ainda tempo para falar de José Santos Ferreira, mais conhecido por Adé, amigo pessoal de Celina. Para esta, foi “um filho da terra e representante do patuá local, nunca esquecendo a língua portuguesa”, pois Adé considerava “o português como sendo a sua língua mátria”. No final da palestra, Celina Veiga de Oliveira apresentou ainda uma lista de autores que considera importante por serem contemporâneos em Macau, nomeadamente Dora Nunes Gago, com “Palavras Nómadas” ou “Floriram por engano as rosas bravas”, que têm Macau como espelho de fundo, e também Carlos Morais José, com a obra “Anastasis”. Couberam nomes que, no essencial, viveram em Macau ou que escreveram sobre o território.
Hoje Macau EventosUng Choi Kun expõe obras inspiradas nos atletas olímpicos chineses na FRC Pode ser vista até ao dia 12 de Outubro, a exposição de caligrafia de Ung Choi Kun, intitulada “Contando a História da China”. Trata-se de uma mostra baseada nas frases inspiradoras dos atletas olímpicos chineses da autoria do presidente da associação Incentivar Políticas das Humanidades e Sabedorias de Macau, e antigo deputado. Reúnem-se nesta mostra mais de 30 peças de caligrafia alusivas ao tema da participação vitoriosa da China nos Jogos Olímpicos de Paris deste ano, com um total de 91 medalhas conquistadas. O sentimento de orgulho pelo sucesso dos atletas chineses enquadra-se igualmente no espírito das celebrações do 75.º aniversário da República Popular da China, a ter lugar já no próximo dia 1 de Outubro. Citado por um comunicado, Ung Choi Kun referiu que “ao longo dos últimos 75 anos, através de provações e tribulações, a China ascendeu no Oriente a uma velocidade surpreendente, fazendo uma trajectória épica”. Assim, foi planeada esta exposição “com as palavras motivadoras dos nossos orgulhosos atletas olímpicos, com o objectivo de mostrar o comportamento excepcional dos heróis desportivos chineses, através da união perfeita da arte e do desporto, promovendo o patriotismo e inspirando todo o povo a lutar pelo grande rejuvenescimento da Nação Chinesa”. Tocha presente Para Ung Choi Kun, “o desporto é uma linguagem universal que transcende fronteiras, raças e culturas”. “Os Jogos Olímpicos de Paris foram mais uma vez palco onde os atletas chineses mostraram ao mundo a capacidade, a presteza e o espírito da China. Nesta exposição de caligrafia seleccionámos cuidadosamente citações inspiradoras de atletas que alcançaram resultados notáveis nas Olimpíadas de Paris, gravámo-las em papel através da arte tradicional da caligrafia, permitindo a cada espectador sentir a força interior e a persistência do seu exemplo”, é referido. Igualmente exposta na Galeria da FRC irá estar a tocha olímpica original dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim, que Ung Choi Kun carregou no percurso da chama pelas ruas de Macau, uma das muitas cidades eleitas a caminho da capital chinesa.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteLisboa | Ana Jacinto Nunes com nova mostra na galeria Belard “Numa Cadeira: Um Ganso ao Colo, um Cão aos Pés” é a nova exposição de Ana Jacinto Nunes, ex-residente de Macau, que pode ser vista até Novembro na galeria Belard, em Lisboa. Através de pinturas, esculturas e desenhos, a artista revela o seu mundo interior contado de forma visual, sujeito a várias leituras, por não serem necessárias palavras Catarina Mantero, pintora e fundadora da galeria Belard, em Lisboa, entrou um dia na casa de Ana Jacinto Nunes, artista e ex-residente de Macau, e deixou-se fascinar por aquilo a que chama o “mundo mágico de Ana”, cheio de detalhes, histórias e elementos que, gradualmente, se vão descobrindo. Há cadeiras, cães, gansos ao colo e, desde a pandemia, uns óculos de mergulho que remetem para a necessidade de respirar. As formas vão aparecendo e ganhando um ritmo próprio nas suas obras. Depois desta visita, nasceu a vontade de realizar uma exposição individual de Ana Jacinto Nunes que foi inaugurada esta quarta-feira, e que fica patente até Novembro. Nesta entrevista, a artista prefere transferir para Catarina Mantero, curadora, a explicação da sua arte, que transmite a ideia de casa e do mundo específico da artista. A mostra “Numa Cadeira: Um Ganso ao Colo, um Cão aos Pés” é o resultado de peças escolhidas por Catarina Mantero que fazem uma espécie de retrospectiva da carreira da artista que já viveu em muitos lugares, mas que considera ainda Macau um pouco como a sua casa. “A minha vida vai mudando e o meu trabalho também vai mudando com ela. Ando sempre à volta das mesmas questões, que não sei muito bem quais são, mas são da minha vida. Só posso trabalhar sobre o que sinto e o que anda comigo, e entusiasmo-me mais com determinada técnica a certa altura. Em cada técnica tenho, se calhar, uma resposta diferente, embora seja a mesma mão. Podem surgir coisas mais pesadas ou mais leves. Às vezes temos de respeitar o caminho que os materiais ou os pincéis fazem”, descreveu ao HM Ana Jacinto Nunes. A cada pergunta, a resposta acaba por recair em Catarina Mantero. Para a artista, a explicação é simples, recorrendo à literatura. “Um escritor escreve um livro. E depois perguntam sobre o que é. A resposta é: ‘leiam’. A tinta é toda igual. Costumo dizer: ‘Queres saber como se faz? Ensino-te’. Não é a técnica que faz o artista. Há imensos segredos.” Assim sendo, o objectivo é que, na galeria Belard, as obras expostas falem por si, numa comunicação visual e não verbal. “Tenho de respeitar esta postura da Ana, porque o que ela diz é que, se quisesse escrever, escrevia um romance. Demos este nome a esta exposição por ser uma experiência, um convite a entrar no mundo da Ana, colocando perguntas a fim de deixar as pessoas sentirem a experiência destas obras. Isso vai ser o reflexo de cada um: vão ver um sofá, um banco, um ganso, uma senhora, muitos elementos reconhecíveis, mas depois cada um constrói uma narrativa, que vai ter uma parte da projecção da Ana, incluindo o lado de quem estar a observar”, descreve a curadora. O nome da exposição é, assim, “bastante invasivo, transmite-nos uma imagem, mas não nos diz nada de concreto, abrindo-se, assim, a porta para algo sensorial que não seja imediatamente inteligível”. “É um nome com muitos símbolos, que se repetem na obra da Ana, e que lança uma pergunta: porquê tantas cadeiras, cães, o ganso ao colo, que é uma coisa invulgar?”, acrescentou. Para Catarina Mantero, “a Ana é pintora, escultora, desenha, e tenho muito interesse nessas várias vertentes dela como artista, não só enquanto galerista e artista, mas também como observadora e consumidora de arte”. “A Ana está sempre a questionar a técnica que usa para narrar aquilo que tem cá dentro. O que ela tem a dizer sai-lhe pelas mãos”, referiu ainda. Dois anos de galeria Ana Jacinto Nunes tem o atelier em casa e juntos compõem o seu mundo muito próprio, que está cheio de trabalhos que se apresentam nesta mostra, mas nem todos são novos. “Vemos as influências de vários momentos no seu percurso artístico, mas o que queria trazer é este fascínio que sinto cada vez que vou visitar a Ana a casa e ao atelier. É o mundo mágico de Ana. É uma coisa tão particular de se viver que esta mostra é só uma alusão a esse mundo. É importante esta experiência do mundo interior da artista para se compreender outra camada deste trabalho.” Ana Jacinto Nunes confessa que Catarina Mantero escolheu as “obras mais difíceis”, mas a curadora discorda. “Não acho que tenha escolhido as obras mais difíceis, escolhi aquelas que tinham mais a ver comigo, em que veja um factor de qualidade acrescido. Nesta criação da Ana revela-se quase uma compulsão, a forma dela de ver o mundo.” O que permanece sempre é uma “sensibilidade” da artista pelos materiais, e mais uma vez entra a ligação que Ana Jacinto Nunes tem com a China e com Macau, onde viveu alguns anos. “As coisas mais ricas que tenho vieram da China, os pincéis, a tinta da China”, apontou. Catarina Mantero destaca, assim, “a sensibilidade que ela tem com os materiais e as coisas que, se calhar, alguém simplesmente define como um simples papel”. “Isso é mágico e vê-se em cada trabalho da Ana, essa sensibilidade com os materiais e a sua crueza. Daí abraçar o que tem defeito, o que está partido ou amarrotado, porque tem um amor e fascínio pela imperfeição.” O projecto da galeria Belard nasceu há dois anos depois de Catarina Mantero, ela própria pintora, ter decidido estudar arte em Nova Iorque, onde aprendeu técnicas e todo o processo de negócio associado à arte, ganhando uma visão global da área. A galeria Belard assume o foco na arte figurativa, por querer mostrar algo diferente. “Estava saturada da arte conceptual pura queria apresentar neste espaço artistas que estivessem profundamente embebidos no léxico no qual comunicam, que passam a vida a aprimorar técnicas ao serviço de uma história que querem contar. Apresento aqui a técnica ao serviço do conceito”, descreve Catarina Mantero. A curadora queria trazer para Lisboa artistas nova-iorquinos, até que percebeu que era “hipócrita” não ter também artistas portugueses e lisboetas. Foi assim que surgiu a ligação ao trabalho de Ana Jacinto Nunes. “Sempre que a visito no atelier é como se entrasse, literalmente, na sua casa, porque ela não gosta de falar do seu trabalho, diz que não sabe, mas sabe perfeitamente o que faz”, remata.
Hoje Macau EventosIIM | Historiadores distinguidos com Prémio Identidade O Instituto Internacional de Macau (IIM) acaba de atribuir o Prémio Identidade 2023 a dois historiadores e autores que se têm debruçado sobre o estudo de Macau, nomeadamente a professora e investigadora Celina Veiga de Oliveira e o jornalista e escritor João Guedes. Segundo um comunicado, são vencedores “ex-aequo”, devendo agora receber o prémio numa sessão pública. A escolha dos vencedores foi decidida em assembleia-geral do IIM em Maio, sendo que o principal objectivo desta iniciativa reside na “preservação e valorização da memória e da identidade macaense”. O prémio foi criado “com o propósito de distinguir entidades que, pela sua acção, obra e exemplo, tenham contribuído para o reforço, preservação e valorização da Identidade de Macau”. Assim, o prémio “corporiza o mais nuclear espírito do IIM, consagrado nas suas vocação e finalidades estatutárias, e contempla aquelas personalidades, individuais e colectivas, que, nos campos da Cultura em geral, nas Artes, no Pensamento, na Antropologia, nas Ciências Jurídicas e na Educação e Ensino tenham contribuído relevantemente para a substanciação dos factores de identidade de Macau”, lê-se numa nota. Múltiplos contributos No caso de Celina Veiga de Oliveira, foi docente em Macau entre 1980 e 1999, tendo leccionado no Liceu Nacional Infante D. Henrique, Escola do Magistério Primário e antigo Instituto Politécnico de Macau. Além disso, foi coordenadora do Gabinete do Ambiente e assessora para a Cultura do Gabinete do Governador de Macau. Foi ainda co-autora e apresentadora dos “Arquivos do Entendimento”, série de episódios televisivos sobre a História de Macau, e autora de obras sobre temas de Macau e da presença portuguesa no Oriente, matéria que continua a ser objecto da sua atenção. Actualmente é vice-presidente da Comissão Asiática da Sociedade de Geografia de Lisboa. Já João Guedes, ex-jornalista da TDM, reside em Macau desde 1980 e foi protagonista de muitos documentários sobre a história de Macau e a presença de Portugal no Oriente. O IIM considera que “constituem um acervo incontornável para investigadores e outros interessados”, sendo “também notável a sua produção literária sobre temas de Macau, que foi estudando e divulgando nas últimas décadas”. Criado em 2003, o Prémio Identidade já contemplou figuras como o monsenhor Manuel Teixeira, o escritor e advogado Henrique de Senna Fernandes, o comendador Arnaldo de Oliveira Sales, o arquitecto e investigador António Manuel Pacheco Jorge da Silva, o arquitecto, artista, gestor e produtor cultural Carlos Marreiros, e ainda o designer Victor Hugo Marreiros, entre outros. Foram também reconhecidas instituições como a Diocese de Macau, a Santa Casa da Misericórdia de Macau ou a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.
Hoje Macau EventosFIMM | Mais bilhetes à venda para concerto de Mariza O Instituto Cultural (IC) decidiu colocar à venda, a partir de hoje, mais bilhetes para o concerto da fadista Mariza na edição XXXVI Festival Internacional de Música de Macau, que decorre entre os dias 4 de Outubro e 4 de Novembro. Segundo um comunicado, “dada a resposta entusiástica ao programa ‘Mariza e a Orquestra Chinesa de Macau desde a abertura de bilheteiras e a rapidez com que esgotou, serão colocados à venda alguns bilhetes adicionais”. Espera-se, neste festival, “um banquete musical repleto de estrelas, com uma profusão de melodias intemporais”, onde se inclui o pianista Ivo Pogorelich, que actua no dia 20 de Outubro apresentando obras do chamado “Período Romântico” da música clássica, com composições de Chopin, Schumann, Sibelius e Schubert. No dia 12, é a vez de actuar a aguardada pianista francesa Hélène Grimaud e a Camerata Salzburg, que interpretarão clássicos da Escola Vienense, da autoria de Mozart e Beethoven. Até domingo, decorre a actividade “E Reluzem as Estrelas”, tema principal do FIMM, no Largo Camões, junto ao templo de Pak Tai, na Taipa, entre as 8h e as 20h, apresentando-se a imagem visual principal do Festival e cenas clássicas da ópera “Tosca”.
Andreia Sofia Silva EventosVila da Taipa | Galeria acolhe a partir de hoje mostra de Bianca Lei “At the Crack of – Works by Bianca Lei Sio-Chong” é o nome da nova exposição que, a partir de hoje e até 30 de Novembro, pode ser vista na galeria Taipa Village Art Space. Eis a oportunidade para ver trabalhos de uma artista que quis trabalhar em torno da ideia de “ruptura” como símbolo de partidas e recomeços A artista local Bianca Lei Sio-Chong expõe, a partir de hoje, “At the Crack of – Works by Bianca Lei Sio-Chong”, na galeria Taipa Village Art Space, na Rua dos Clérigos, na Taipa Velha. A mostra fica patente até ao dia 30 de Novembro. Segundo uma nota de imprensa, trata-se de uma colecção que deriva da ideia de “ruptura”, interpretada pela artista com “fendas” que se verificam nas suas obras, nomeadamente gráficos, fotografias e gravuras. E aqui as “rupturas” podem ser entendidas como recomeços ou fins, evocando-se “impressões negativas de desastres naturais e provocados pelo homem, mas também um sentimento positivo de avanços e da chegada de coisas novas”. Com esta mostra, “a quebra e o esbatimento das fronteiras entre as obras de arte e o espaço revelam a orientação artística de Bianca, segundo a qual o local foi integrado como parte das obras de arte”, aponta a mesma nota. Sobre esta mostra, Bianca Lei aponta que sempre manteve “um pensamento fora da caixa e uma mentalidade criativa”, sendo que a ideia de ruptura tem estado bastante “persistente” na sua cabeça tendo em conta “as pessoas e as coisas que têm acontecido nos últimos anos”. Desta forma, a artista diz que começou a prestar mais atenção e a observar o mundo em volta, nomeadamente as “fendas” presentes nesse mundo. “Sob os factores naturais ou provocados pelo homem, a maioria das fendas na vida deve-se a várias razões que abrem um espaço estreito entre partes de algo. As fissuras dão-me sempre uma forte caraterística do tempo, pois formam-se normalmente durante um período de tempo, permanecendo num estado de ‘espera’ para voltarem a ‘estalar’ mais”, descreve a artista, que também acredita num ângulo mais optimista destas fendas, com recomeços e novas partidas. “A ‘racha’ do amanhecer e o ‘romper’ do dia significam que a luz do sol rompe a escuridão e dá início a um novo dia. Além disso, quebrar ou esbater as fronteiras existentes entre as obras de arte e o espaço de exposição sempre foi uma das minhas orientações artísticas”, descreve a artista. Parte de um todo Segundo Bianca Lei, nesta mostra a galeria de arte torna-se como uma parte de um todo que é a exposição. Esta é, para a artista, “um suporte para as obras de arte, uma definição idiomática e um estatuto”. Porém, “desta vez este espaço da galeria não é apenas usado para colocar as obras de arte, é também uma parte das obras de arte”. Assim, “algumas cenas que apareceram, no passado ou neste momento, neste espaço da galeria serão exibidas como obras de arte através de gráficos, fotografias e impressões, tais como as gotas de chuva que um dia ficaram nas janelas de vidro, bem como fendas, texturas, marcas e sombras nas paredes ou no chão. Esses elementos visuais do espaço da galeria que não foram vistos ou foram mesmo ignorados são transformados em obras de arte expostas”, acrescentou a artista. A curadoria da mostra está a cargo de João Ó, arquitecto também ligado ao projecto da Taipa Village Art Space. Numa nota sobre esta mostra, o curador descreve Bianca Lei Sio-Chong como “uma das mais proeminentes artistas conceptuais de Macau”. Na sua visão, a artista possui “a capacidade de explorar vários meios e expandir as possibilidades da arte, trazendo novas ideias para o espaço da galeria”. “Artistas como Bianca, com um forte sentido de exploração e necessidade experimental, quebram fronteiras e expandem os nossos horizontes. ‘At the Crack of…’ é a mais recente contribuição de Bianca para esse caminho exploratório”, frisou. João Ó destaca também o facto de a própria galeria se transformar num espaço de trabalho por parte de Bianca Lei, pois esta “manobra [o espaço] através de vários elementos arquitectónicos do espaço da galeria, tais como paredes, pavimento e vidro, tornando a exposição específica para o local”. Deste modo, “as obras de arte tocam em valores universais relacionados com o tempo, o espaço, a presença e a ausência”, estendendo “a sua transformação material de texturas ambientais a desenhos abstractos e de paredes brancas a telas estrategicamente dilapidadas”. Bianca Lei estudou belas-artes em Londres, sendo actualmente docente na Universidade Politécnica de Macau, bem como curadora da galeria do Armazém do Boi. Bianca Lei é também co-fundadora da AFA – Art for All Society, tendo já exposto em mostras individuais ou colectivas em Taipei, Xangai ou Hong Kong.
Hoje Macau EventosSotheby’s | Colar de diamantes único do século XVIII à venda A casa de leilões Sotheby’s anunciou na segunda-feira a venda de um impressionante colar composto por 500 diamantes datado do século XVIII, uma peça de domínio técnico inigualável para a época e com origens misteriosas. Proveniente de uma colecção privada asiática, esta joia estará à venda em 11 de Novembro, em Genebra. Os leilões ‘online’ serão abertos no dia 25 de Outubro no ‘site’ da leiloeira. Composto por três fiadas de diamantes terminando numa borla de diamantes em cada extremidade, este colar, que será apresentado ao público pela primeira vez em 50 anos, está avaliado entre 1,8 e 2,8 milhões de dólares (entre 1, 6 e 2,5 milhões de euros, à taxa de câmbio actual). “É uma descoberta maravilhosa, porque normalmente as joias do século XVIII eram partidas para serem reutilizadas (…) Portanto, é absolutamente fabuloso ter uma peça intacta desta importância da era georgiana”, sublinhou à agência France-Presse (AFP) Andrés White Correal, responsável da secção de joalharia da Sotheby’s. “A joia passou de família em família. Podemos recuar até ao início do século XX, quando fazia parte da coleção do Marquês de Anglesey”, adiantou ainda. Diz-se que esta família de aristocratas usou a joia duas vezes. Uma vez durante a coroação do Rei Jorge VI (1937) e a segunda durante a coroação da Rainha Isabel II (1953), filha mais velha de Jorge VI.
Hoje Macau EventosCURB | Exposição de fotografia inaugurada no sábado A exposição de fotografia com imagens vencedoras da última edição do concurso “Tesouros da Grande Baía – Arquitectura Vernacular na zona da Grande Baía” será inaugurada no sábado. Ji Xiang venceu o primeiro prémio, seguindo-se David Perez Casamayor e Lai Tsz Kwan, todos na secção “Área da Grande Baía – Categoria Aberta”. Segue-se, em “Grupo de Macau – Categoria Aberta” as distinções a Eduardo Leal, que captou um edifício antigo na zona do Patane, Chon Ka Hou, em segundo lugar, e Hong Keng Sio. Na categoria dedicada a jovens estudantes Jingyi Xu sagrou-se vencedor. Para este concurso foram seleccionadas 377 fotografias apresentadas por 157 participantes. O júri escolheu estes trabalhos “considerando a sua qualidade artística e técnica e originalidade de visão”. O concurso e a exposição são organizados pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo, tendo como foco a arquitectura vernacular que se faz nas nove cidades que compõem o projecto político da Grande Baía, incluindo Macau e Hong Kong. A ideia foi “captar os edifícios e espaços que tornam únicas as suas onze cidades”, descreve-se numa nota. A exposição pode ser vista na galeria Ponte 9, sede do CURB, na zona do Porto Interior.
Hoje Macau EventosCasa do Mandarim | Mostra exibe legado de Zheng Guanying Será inaugurada na sexta-feira a “Exposição do Legado de Zheng Guanying”, pensador chinês que viveu entre 1842 e 1921. A mostra, organizada pelo Instituto Cultural, estará patente no Museu Memorial de Zheng Guanying, na Casa do Mandarim, dando a conhecer mais sobre a vida e o legado da figura histórica O Instituto Cultural (IC) promove, a partir de sexta-feira, a “Exposição do Legado de Zheng Guanying”, que estará patente no Museu Memorial de Zheng Guanying, na Casa do Mandarim, em memória desta personalidade intelectual chinesa que viveu entre os anos de 1842 e 1921. Segundo um comunicado do IC, a exposição “centra-se em vários temas, como as ideias de Zheng sobre reformismo, o Movimento de Auto-fortalecimento, literatura aplicada, a linhagem ancestral, iniciativas de beneficência da família de Zheng e um século de mudança na Casa de Mandarim”. Para isso são apresentados ao público mais de 100 itens, onde se incluem diversos escritos, documentos, cartas, fotografias, placas e dísticos, que revelam “a influência significativa das ideias reformistas de Zheng nos finais da dinastia Qing, as quais inspiraram o Imperador Guangxu, Sun Yat-sen, Mao Zedong e outras figuras históricas”. A família Zheng acabou por criar raízes em Macau, onde desenvolveu várias acções de beneficência. Destaque ainda para a conexão desta exposição com as infra-estruturas multimédia já existentes no museu, ficando a promessa de fornecer “uma experiência divertida aos visitantes” graças a projecções, um simulador telegráfico e a tecnologia de realidade virtual. Assim, o público poderá “aprender sobre as experiências de vida de Zheng na promoção do desenvolvimento de empresas empreendedoras na China moderna, como o Departamento Telegráfico de Xangai e a China Merchants Steam Navigation Company Limited, e compreender o impacto da sua obra ‘Advertências em Tempos de Prosperidade’ nas gerações posteriores”. Destaque ainda para a exibição de documentários e desenhos animados que irão transmitir de forma dinâmica as ideias de Zheng Guanying sobre reformismo e o Movimento de Auto-fortalecimento. Ópera na abertura Na sexta-feira a cerimónia de inauguração da exposição irá contar com um espectáculo protagonizado pela Associação de Ópera Cantonense de Marionetas de Zhongshan, que irá apresentar a nova ópera cantonense de marionetas “Zheng Guanying”, um trabalho produzido unicamente para ser apresentado nesta inauguração. Além disso, a mesma associação organiza ainda dois workshops sobre “Espectáculos de Marionetas para a Família” no museu, que se realizam no próximo sábado. Estas actividades destinam-se a “dar a conhecer os espectáculos de marionetas de Sanxiang, um item do património cultural intangível municipal de Zhongshan”. Os instrutores do workshop vão dar explicações sobre marionetas e fazer demonstrações, proporcionando uma experiência prática das técnicas de fabrico e manipulação das marionetas. As inscrições podem ser feitas na plataforma da Conta Única de Macau. Zheng Guanying era natural de Xiangshan, actual cidade vizinha de Zhongshan, na província de Guangdong. Tendo como nome original Zhangying, e um outro nome, Guanying, foi-lhe atribuído o nome Zhengxiang. Zheng foi um intelectual esclarecido, aberto ao liberalismo democrático e à ciência na China contemporânea. Foi também um industrialista, educador, literato, benfeitor e patriota entusiástico, descreve o IC. A obra “Advertências em Tempos de Prosperidade”, escrita por Zheng na sua residência de Macau, que actualmente é conhecida como Casa do Mandarim, pode ser considerada como a mais influente na sociedade chinesa da época moderna.
Hoje Macau EventosJiangsu | Artistas de Macau em mostra colectiva no Museu de Arte de Nantong Chama-se “Exposição Colectiva de Artistas Contemporâneos de Macau” e está patente, desde sexta-feira, no Museu de Arte de Nantong, em Jiangsu, China. Esta iniciativa apresenta trabalhos de 19 artistas, com nomes como Adalberto Tenreiro ou Giulio Acconci, e nasce do “Programa de Cooperação e Intercâmbio Cultural com o interior da China” Primeiro vieram a Macau artistas do interior da China, nomeadamente de Jiangsu. Agora é a vez de se realizar o percurso contrário, e mostrar o que de melhor se tem feito, em termos artísticos, nos últimos anos em Macau. A “Exposição Colectiva de Artistas Contemporâneos de Macau”, patente no Museu de Arte de Nantong, em Jiangsu, abriu ao público na última sexta-feira, dia 20. Assim, o público desta região da China continental poderá ver trabalhos de 19 artistas de Macau, nomeadamente de Adalberto Tenreiro, Alexandre Marreiros, Cai Guo Jei, Cindy Ng Sio Ieng, Denis Murrell, Eva Mok, Giulio Acconci, Ieong Man Pan, James Chu ou Kit Lei Ka Ieng. Esta exposição é organizada pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e nasce do “Programa de Cooperação e Intercâmbio Cultural com o Interior da China”. Pretende-se não só celebrar os 75 anos da implantação da República Popular da China como também, ao abrigo desse intercâmbio, “dar a conhecer os artistas de Macau ao público de diferentes cidades da China e, reciprocamente, convidar artistas contemporâneos do Interior da China a expor em Macau, para uma interação e intercâmbio saudável e enriquecedor”. Com esta mostra, o CAC pretende “apresentar a mais recente e diversificada criatividade dos artistas contemporâneos de Macau e também mostrar o cenário contemporâneo das artes visuais de Macau”, descreve um comunicado. Esta não é uma novidade em termos de iniciativas do CAC, que desde os anos 80 que tem vindo a organizar muitas exposições e palestras nas cidades mais importantes do Interior da China, nomeadamente Pequim, Xangai ou Guangzhou, a fim de conectar mais Macau com o país. Esta mostra apresenta 30 obras de arte “com uma variedade de temas e suportes”, com “diferentes abordagens, conceitos, idades e etnias”, reflectindo-se, assim, os “atributos dinâmicos e diversificados construídos sobre o ambiente cultural muito rico e pluralista de Macau”. Lam Kong Chuen, co-curador da exposição, afirma que a inauguração desta mostra em Nantong levou à construção de uma “ligação de intertextualidade e inter-pintura”, sendo que a conexão de artes das duas regiões “continuará a reverberar”. Ligações históricas Lam Kong Chuen descreve o legado histórico destas conexões artísticas entre Macau e a China, indicando que, ao longo dos tempos, “a arte contemporânea de Macau tem sido sempre uma componente única da arte mundial”. O território tornou-se, segundo o curador, “numa zona importante para o desenvolvimento e exploração da arte, altamente respeitada no domínio da arte contemporânea”, cuja mobilidade de pessoas constituiu “um estímulo constante para o desenvolvimento da arte local”, formando “um sistema artístico complexo e variado”. O curador recorda a chegada de Matteo Ricci, missionário jesuíta italiano a Macau em 1582, considerando-o “um marco na história do intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente”, tendo sido esse o ponto de partida para a chegada ao Oriente da arte ocidental e das instituições de ensino. Esta mostra constitui, para Lam Kong Chuen, “um estudo com amostras sobre a evolução multigeracional, reunindo obras de um conjunto de artistas representativos de Macau dos últimos 40 anos”. Renova-se, assim, “as discussões em torno das identidades dos artistas” que fazem parte do CAC. Esta entidade foi criada em 1985, tendo como membros fundadores Carlos Marreiros, Mio Pang Fei, Kwok Woon, Un Chi Iam, Ung Vai Meng e Victor Marreiros.
Hoje Macau EventosNovo romance de Chico Buarque lançado em Portugal O novo romance de Chico Buarque, “Bambino a Roma”, que mistura ficção com memórias da época em que o escritor e cantor esteve emigrado na capital italiana, na década de 1950, chegou ontem às livrarias portuguesas. A editora Companhia das Letras fala num livro irresistível, no qual o leitor é transportado “para um cenário que combina memórias e imaginação, e que revela um rapaz à descoberta da Cidade Eterna, dos laços de amizade, dos sonhos que se evaporam, dos primeiros desejos”. “Bambino a Roma” foi editado no Brasil em Agosto, tendo chegado ontem às livrarias portuguesas. Trata-se de um romance que remete para o período entre o fim da infância e início da adolescência que Chico do Buarque viveu em Itália. O pai do cantor e escritor, o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, foi convidado a dar aulas numa universidade em Roma, na década de 1950, e emigrou levando com ele a família. Mais tarde, entre 1968 e 1970, quando já era um artista reconhecido, Chico Buarque voltou a viver em Roma, onde se exilou durante a ditadura militar do Brasil (1964-1985). A primeira filha do cantor, com a actriz Marieta Severo, Sílvia, nasceu em Roma. Entre os vários álbuns que editou está “Chico Buarque de Hollanda na Itália”, que saiu em 1969 e inclui versões em italiano de músicas de Chico como “A banda”, “Madalena foi pro mar” e “Olê, Olá”. Francisco Buarque de Hollanda, que completou 80 anos em Junho, tem uma carreira musical de mais de cinco décadas, mas também se destaca no mundo da literatura como escritor. Estreia há 50 anos Chico Buarque estreou-se na literatura em 1974 com a novela “Fazenda Modelo” e, 17 anos depois, publicou o primeiro romance, “Estorvo”. Além de romances, é também autor de contos, poesias, peças teatrais e livros infantis, com títulos como “Roda Viva”, “Gota d’Água”, “Ópera do Malandro”, “Chapeuzinho Amarelo”, “Benjamim” e “O Irmão Alemão”. Chico Buarque esteve em Portugal no ano passado para receber o Prémio Camões, com o qual foi distinguido em 2019, e para uma série de concertos de apresentação do espectáculo “Que tal um samba”, no Porto e em Lisboa. Para o júri do Prémio Camões, a maior distinção literária de língua portuguesa, a escolha de Chico Buarque deveu-se à sua “contribuição para a formação cultural de diferentes gerações”, e o “caráter multifacetado” do seu trabalho, da poesia, ao teatro e ao romance, estabelecendo-se como “referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo”. Antes do Prémio Camões já fora distinguido três vezes com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, por “Estorvo” (1991), “Leite Derramado” (2010), obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura, e “Budapeste” (2006).
Hoje Macau EventosLiteratura | Camões é herói ou símbolo imperialista a abater nos países lusófonos Qual o legado deixado por Luís de Camões, considerado o maior escritor português, nos países falantes de língua portuguesa? Uma reportagem da agência Lusa revela que as imagens que se fazem dele variam entre o mito, herói ou um símbolo do antigo império português não muito adorado. Em Macau, é um escritor lembrado e apreciado Camões continua vivo nos países lusófonos, onde é herói, mito e também símbolo de um imperialismo, mas reconhecido por quem o ama e odeia e presente nas estantes, nas mochilas escolares, nas letras de fados ou canções hip-hop. Os escritores de língua portuguesa reconhecem o génio de Camões, do Minho a Timor, embora o poeta não tenha o mesmo destaque em todos estes Estados, outrora portugueses. “Camões é entendido como um grande poeta, um grande escritor e, ao mesmo tempo, um aventureiro na vida e na própria literatura”, diz à Lusa o escritor angolano Jorge Arrimar, um confesso admirador deste “poeta intemporal”. Arrimar reconhece que a apresentação de Camões aos estudantes “nunca foi fácil”, mas acredita que, 500 anos após o seu nascimento, o poeta maior continua a fazer o seu percurso. Arrimar, que viveu em Macau e que é considerado um poeta ligado ao imaginário literário deste território, refere que Macau é “um caso muito especial” no universo camoniano. No território existe a gruta de Camões, onde se diz que o poeta terminou os Lusíadas, um mito que tem sido alimentado com romagens ao local e ao busto ali erigido. Autor “muito consumido na Escola Portuguesa em Macau”, Camões é sobretudo valorizado pela comunidade macaense, de origem portuguesa, disse ainda o poeta e autor. No caso do Brasil, Camões é leitura obrigatória e, para muitos, um primeiro contacto com a literatura, segundo a escritora Fernanda Ribeiro, a primeira mulher a vencer o Prémio de Revelação Literária UCCLA-CML [União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa – Câmara Municipal de Lisboa], com o livro “Cantagalo”. “Camões é tão entranhado na cultura brasileira, que tem músicas que as pessoas pensam que os versos são de autores, músicos brasileiros, mas estão citando Camões”, disse, exemplificando com o soneto “Amor é fogo que arde sem se ver”. Camões esquecido Germano Almeida, escritor cabo-verdiano vencedor do prémio com o nome do poeta, lamenta que no seu país Camões não seja “sequer um autor conhecido”. “Neste momento, Camões não existe e é uma pena”, disse, classificando-o como “uma figura importante, um grande poeta”. “É natural que, no princípio, Camões tenha sido visto como um representante do imperialismo e nunca mais ninguém se lembrou de ver que Camões é realmente importante para o cultivo da língua que precisamos, de facto, de ter em Cabo Verde”, afirmou. Germano Almeida, que adorou Camões “desde a primeira hora”, diz que sabia “de cor” os Lusíadas, cujas primeiras palavras faz questão de declamar: “As armas e os Barões assinalados / Que da Ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados”. Para o escritor guineense Tony Tcheka, “uma coisa é o que os guineenses pensam e sentem e outra coisa é o que o actual poder desenvolve como posicionamento e como prática”. Considerando Camões como uma “figura grata, que tem de ser devidamente contextualizada e transportada no tempo”, Tony Tcheka lamenta que este e outros poetas não tenham “espaço na escola guineense, nem na vida política guineense”. “A língua portuguesa é tão portuguesa, como é guineense, como é angolana e temos o dever e a necessidade de a preservar, sem complexos. O próprio Amílcar Cabral sempre foi claro nisso. Foi ele que a classificou como a grande herança”, observou. Em Moçambique, onde Camões viveu, o poeta “é um nome, um arquétipo, é quase uma instituição que se respeita, mas está de alguma maneira nas nuvens”, afirmou o poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim. E acrescenta: “Camões não é aquilo que ficou. O que ficou no imaginário, tanto em Portugal como nos outros países, é o Camões construído pelo Estado Novo. O que é preciso é ler ele mesmo e os contextos de grandes pensadores sobre Camões, como Jorge de Sena”. “Quem está interessado em escrever na língua portuguesa, e sem fantasmas identitários, lendo Camões percebe o que ali está de grande universalidade”, afirma, emocionado, recordando que o primeiro registo da palavra Moçambique aparece nos Lusíadas: “E por que tudo enfim vos notifique / Chama-se a pequena ilha Moçambique”. Em Portugal, “Camões está presente”, mesmo quando não parece, como disse a escritora Inês Barata Raposo, autora de vários romances infantojuvenis premiados. “Muitas das expressões que nós utilizamos e muitas vezes ouvimos – jogos de palavras, pequenos versos, coisas que ficaram na nossa língua – foram herdadas de Camões e as pessoas muitas vezes não têm essa noção”, afirmou. Esta presença estende-se ainda à música, com vários fados a musicarem as letras do poeta. A autora não descarta a possibilidade de incluir nas suas obras uma personagem inspirada em algumas das vozes imaginadas e cantadas por Camões, como o velho do Restelo, que simboliza a resistência ao novo. Para a escritora são-tomense Olinda Beja, em São Tomé sempre existiu “muitíssimo orgulho em falar corretamente a língua portuguesa. Os pais são-tomenses proibiam os seus filhos de falar crioulo, que era considerada uma língua de segunda, terceira ou quarta”. “Os jovens ouvem falar de Camões, mas não se dá a importância que se dava”, disse, acrescentando: “Fala-se muito mais de uma Alda Espírito Santo, de uma Maria Manuela Margarido, de um Francisco José Tenreiro, do que de um Luis Vaz de Camões”. “A juventude está desmobilizada e o nosso país, de há uns anos a esta parte, tem descurado muito a cultura. A palavra cultura está muito arredada dos eventos”, lamentou. Camões pode não ter estado em Timor, mas Timor está na obra de Camões, nomeadamente no canto X dos Lusíadas: “Ali também Timor, que o lenho manda / Sândalo, salutífero e cheiroso…”, como recordou o escritor Luís Cardoso. “É impossível falar da língua portuguesa sem falar de Camões”, disse o autor, lembrando que esta foi “uma arma de combate da resistência durante a invasão indonésia”. “À medida que em Timor vamos reconstruindo a língua portuguesa, desbaratada durante a presença indonésia, podemos fazer com que os símbolos máximos desta língua estejam presentes quando falamos da língua portuguesa”, disse.
Hoje Macau EventosCinema | Extensão do DocLisboa começa na próxima semana O DocLisboa – Extensão a Macau começa na próxima terça-feira. O cartaz inclui cinco curtas-metragens locais e a presença de alguns realizadores que vão partilhar com o público ideias e experiências. O festival termina a 28 de Setembro e todas as sessões têm entrada livre Macau volta a receber, como é habitual, o festival DocLisboa – Extensão a Macau, que está marcado para a próxima semana entre os dias 24 e 28 de Setembro com exibições no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. Segundo um comunicado divulgado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), serão exibidas nove obras de realizadores portugueses e estrangeiros apresentadas no âmbito do XXI Festival Internacional de Cinema DocLisboa, bem como cinco produções de realizadores locais. A sessão inaugural, marcada para a próxima terça-feira às 18h30 no auditório do consulado-geral, contará com a presença de alguns realizadores dos filmes do dia. Serão apresentadas no primeiro dia cinco curtas-metragens com realização local, nomeadamente “Those Who Paved the Way” de Bryan Garcia, “The Lost Eden of Birds” de Sou Teng Chan, “Light on, Light off” de Weng Ian Lei, “Flores para a Minha Mãe” de Vitória Santos e “I am here” de Elsie, Zhang Xiwen e Mike, Xu Haonan. De referir que alguns destes filmes já foram premiados no Festival Internacional de Curtas de Macau. No caso de “Flores para a Minha Mãe”, de Vitória Santos, a curta-metragem foi distinguida em 2021 com o prémio “Identidade Cultural de Macau” no Festival Internacional de Curtas de Macau. O filme centra-se na comunidade de empregadas domésticas de Macau, que é “muitas vezes esquecida”, refere-se na sinopse. “A minha experiência de ter crescido com uma ajudante inspirou-me a dar a conhecer os trabalhadores domésticos migrantes e a sua contribuição para um lar. Este documentário relata diversas histórias a partir da perspectiva de três empregadas domésticas diferentes. Cada uma partilhou as suas experiências de trabalho e a sua dedicação para proporcionar um futuro de esperança àua família”, revela a autora, numa descrição do filme. Com uma distinção atribuída no ano passado, “Those Who Paved the Way”, de Bryan Gragas Garcia, ganhou o “Prémio Escolha da Audiência”. A obra foca-se nos “indivíduos em Macau que estão a tentar ou tiveram impacto na cultura de rua”. São pessoas que lutam “para ultrapassar os limites da cultura, apesar de viverem numa cidade rica”, refere a sinopse. Entre curtas e longas No dia 28, o último dia da extensão local do festival, irão exibir-se as curtas “By Division and Differentiation”, de Carolina Grilo Santos e “Memories of a Perfect Day”, de Davina-Maria El Khoury. O público poderá também ver a longa-metragem “As Melusinas àargem do Rio”, de Melanie Pereira, que venceu vários prémios na última edição do DocLisboa, nomeadamente o prémio HBO Max para “Melhor Filme da Competição Portuguesa”; o prémio Fernando Lopes – Midas Filmes e Doclisboa para “Melhor Primeiro Filme Português”; e ainda o prémio Escolas ETIC para “Melhor Filme da Competição Portuguesa”. Melanie Pereira estará presente em Macau para falar com o público, participar em masterclasses com alunos do ensino superior dos cursos de Comunicação e Média, assim como marcar presença em encontros com alunos da Escola Portuguesa de Macau e de outras escolas luso-chinesas. A extensão a Macau do DocLisboa é uma iniciativa do IPOR que tem contado, desde a primeira edição, com o apoio do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e do Instituto Cultural da RAEM, presentemente através do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. Destaque também para a colaboração de outras entidades como a Creative Macau. A extensão a Macau do DocLisboa pretende “proporcionar ao público um conhecimento dinâmico sobre as propostas e as linguagens mais recentes que marcam o cinema documental contemporâneo, em Portugal e em Macau, colocando em diálogo expressões artísticas oriundas destes dois contextos”, refere-se em comunicado. Todos os filmes e sessões com realizadores têm entrada livre, começando às 18h30, com excepção de dia 28 de Setembro que terá início à 17h, no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.
Hoje Macau EventosCantora Mimicat edita “Peito”, álbum pleno de versatilidade A cantora Mimicat editou na quarta-feira “Peito”, álbum no qual mostra a versatilidade e criatividade da música que tem vindo a criar ao longo dos últimos dez anos, e o primeiro em que canta quase todos os temas em português. “Peito” é, antes de mais, “uma espécie de fecho de ciclo”, disse a cantora em entrevista à agência Lusa. No terceiro álbum que edita, Mimicat decidiu trabalhar com pessoas que já a tinham acompanhado na criação do primeiro disco, editado há dez anos. “O álbum no fundo representa essa viagem. Como tenho experimentado muita coisa ao longo da minha carreira, até porque gosto de fazer géneros diferentes, o álbum é mesmo essa mostra de versatilidade também, mas acima de tudo de criatividade, daquilo que têm sido dez anos de Mimicat, por onde já andei, de onde é que vim e para onde estou a ir”, referiu. A decisão de editar um novo álbum foi tomada há três anos. “Tinha zero expectativas para ele, mas tinha a certeza que queria fazer um álbum, mostrá-lo às pessoas e fazer o melhor que conseguisse. E já sabia que queria fazer esta viagem”, contou. Na mesma altura decidiu que o álbum sairia em edição de autor, terminando assim a relação com a editora Sony Music Portugal. “Fui artista da Sony durante dois discos. Decidi fazer o resto do meu caminho como artista independente, por muitos motivos, mas principalmente por não haver qualquer tipo de condicionamento ao que eu quisesse fazer”, explicou. 12 canções diversas Composto por 12 temas, “Peito” tem ‘soul’, fado, música popular portuguesa, swing e jazz, mas, “apesar de passar por muitos géneros, é sempre a Mimicat em cada qualquer uma das canções”. “Além de sonoramente e a nível de estética haver muitas coisas que unem os temas, é mesmo a forma como eu escrevo. Este disco foi o primeiro em que escrevi quase todo em português, portanto acaba por ser também a minha mostra do que é a minha estética em português”, disse. No ano passado Mimicat representou Portugal no Festival Eurovisão da Canção com um tema cantado em português, “Ai Coração”, que escreveu há dez anos. Depois disso, tudo o que escrevia na língua materna não lhe agradava. Até há cinco anos, quando começou a escrever canções que achou “que estavam decentes”. “A partir daí comecei sempre a querer escrever em português. Eu achava que a minha estética não funcionava em português, mas quando descobri que sim fiquei entusiasmada com o português, e confesso que ultimamente já componho muito pouco em inglês”, partilhou. Ainda assim, quis que o inglês estivesse presente em “Peito”. “Quis fazer uma homenagem a essa fase da minha carreira. Componho músicas todas as semanas, e há músicas que vão ficando. E essas duas em inglês [que encerram o álbum] foram ficando sempre. Quando decidi há três anos fazer o álbum, essas duas eram obrigatórias”, contou. A participação na Eurovisão “sem dúvida abriu muitas portas e criou muitas oportunidades” à cantora, a quem já passou pela cabeça “desistir da música 500 vezes”. “Trouxe-me um público que eu não tinha, uma notoriedade que eu ainda não tinha conseguido”, disse, partilhando que ao longo da carreira chegou a tentar fazer algumas pausas, “mas não passavam disso mesmo, porque nunca” conseguiu desistir. “A urgência de desistir era grande, mas a necessidade da música era maior, portanto acabei sempre por continuar. No fundo por necessidade, por paixão, por amor à arte”, explicou. “Peito”, que já está disponível nas plataformas digitais e estará à venda através da página de Mimicat no Instagram e nos concertos, é apresentado ao vivo no dia 1 de Outubro no Teatro Maria Matos, em Lisboa.
Hoje Macau EventosFotografia | Criada campanha para apoiar bombeiros em Portugal O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau desde 2010, vai doar a receita da venda de fotografias à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Góis (AHBVG). Segundo um comunicado, o fotógrafo considera que esta é uma “humilde ajuda” para que os bombeiros possam comprar uma ambulância. “Neste momento tão difícil para Portugal e para os bombeiros portugueses em particular, não posso (nem quero) ficar indiferente. Sempre que puder ajudar com o meu trabalho, ajudarei. Por isso, decidi fazer uma venda aberta de três fotografias minhas em tamanho aproximado A4, sem limite de impressões em papel mate, assinadas e datadas”. Assim, por 500 patacas, valor de cada fotografia, 75 por cento do valor das vendas irá reverter para a AHBVG, sendo que 25 por cento do valor servirá para custear as impressões das imagens. Gonçalo Lobo Pinheiro escolheu ajudar os bombeiros de Góis por ser a terra da sua família paterna. Os bombeiros dessa região “estão a precisar adquirir uma ambulância que custa mais de 60 mil euros e, até ao momento, apenas conseguiram angariar pouco mais que cinco mil euros”. A campanha de solidariedade está a decorrer até ao dia 15 de Outubro e o fotojornalista pode ser contactado através de diversos canais de comunicação como o seu website, em www.goncalolobopinheiro.com, mas também através das suas redes sociais, ou email: goncalo.lobo.pinheiro@gmail.com. As fotografias serão impressas e enviadas aos solidários durante as duas últimas semanas de Outubro.
Andreia Sofia Silva EventosColoane | Festivais “Hush!” e “Bem-Estar Ioga” regressam em Novembro Nos dias 9 e 10 de Novembro regressam à praia de Hac-Sá o festival “Hush!”, que promete uma “maratona de música” com concertos gratuitos, e o “Festival do Bem-Estar Ioga”, com actividades ligadas à saúde e bem-estar, com entrada paga. O cartaz do “Hush!” deste ano tem cerca de 60 bandas e músicos Está de regresso mais uma edição do “Hush! Concertos na Praia”, que decorre nos dias 9 e 10 de Novembro na praia de Hac-Sá, em Coloane, e que mais uma vez se associa a outro evento, com entrada paga, que é o “Festival do Bem-Estar Ioga”. Tal como o nome indica, esta iniciativa paralela pretende trazer actividades ligadas ao bem-estar, com o foco na prática do Ioga e Fitness, sendo convidados professores e especialistas nesta área. Ambos os eventos são organizados pelo Instituto Cultural (IC) em parceria com o Instituto para os Assuntos Municipais, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água e a Direcção dos Serviços de Turismo, além do apoio da MGM. Segundo um comunicado divulgado pelo IC, o festival, que assume ser um “Festival de Música, Bem-estar e Fitness à beira-mar” tem como lema “Abraçar o litoral sem fim”, prometendo apresentar “experiências de lazer com um programa diversificado de música, recreações e desportos marítimos e terrestres, iluminando a maior linha costeira de Macau”. Promete-se ainda “uma festa de música e desportos urbanos com uma maratona de música pop junto à costa e múltiplas zonas dedicadas ao desporto ao ar livre”, sendo que o evento é ainda complementado com o “Hush Kids! Ioga Paraíso para Pais e Filhos”, integrando-se música infantil e sessões de ioga. Haverá ainda o habitual espaço com tendas que apresentam diversos produtos artísticos e criativos, bem como uma zona de comida e bebida. Ioga e música a rodos Em palco estarão 60 bandas, músicos e demais artistas locais, bem como de outras regiões, como tem sido habitual no “Hush!”. O cartaz ainda não está fechado, mas entre os primeiros músicos anunciados, contam-se o guitarrista canadiano Jay Leonard J, que subirá ao palco com o músico local Jun Kung e o produtor de música electrónica japonês DJ KRUSH, que irá co-produzir uma festa de música electrónica juntamente com músicos de Macau. Destaque também para a banda NeonGarden, que se juntará a uma banda local para um concerto. Os NeonGarden são uma banda de rock formada recentemente na China, sendo conhecida pelos êxitos “Silent Beach”, “Answers for the Future” e “Goodbye Wilson”. São uma das bandas mais populares da China continental. Foi ainda convidada a cantora e compositora taiwanesa “9m88”, nascida na década de 1990 em Taipei. Desde a sua estreia em 2016, lançou três álbuns, um EP de jazz e vários singles a solo e em coro, numa variedade de estilos que abrangem R&B, Neo-Soul, Jazz, Hip-Hop e Pop. É uma das poucas artistas independentes que já trabalhou nos domínios do teatro, da apresentação de podcasts, da moda e das artes visuais. Ensinar a vida saudável Do lado do “Festival do Bem-Estar Ioga 2024” espera-se um palco inteiramente dedicado a estas actividades, bem como uma zona para a prática de ioga junto à praia e ainda uma “zona dinâmica”. Mais de 30 instrutores de Fitness e Ioga de toda a Ásia darão aulas e orientações de treino com diversas modalidades, onde se inclui também dança. A ideia é que “os participantes explorem as infinitas possibilidades do seu corpo, mente e alma”. Estão confirmadas as presenças de Coffee Lam, instrutora de Ioga de Hong Kong; Emi Wong, influencer desportiva; J-Lin, mestre de zumba de Taiwan; JYAN, instrutora de Ioga de Singapura e ainda Gun Gun, instrutor de dança oriundo da Tailândia. Os instrutores convidados vão conduzir “vários cursos de alto nível num palco instalado na praia”. O “Hush!” vai sair, porém, de Hac-Sá, a fim de chamar a atenção dos moradores de outras zonas da cidade. Nos dias 2 e 8 de Novembro, ou seja, antes do festival, irá decorrer na zona da Barra, junto à Doca D. Carlos I, concertos do “Cruzeiro Musical”, uma festa com música electrónica, workshops de Ioga ao ar livre e ainda outros workshops musicais. Inclui-se ainda uma sessão de intercâmbio no dia 11 de Novembro com a presença de vários convidados, tal como fundadores de festivais de música pop, músicos e críticos musicais de diferentes regiões. O cartaz não está ainda fechado e, segundo o IC, mais detalhes serão dados nas próximas semanas. Os bilhetes já estão à venda e custam entre 60 a 360 patacas, mas apenas para o “Festival do Bem-Estar Ioga”.
Andreia Sofia Silva EventosFestival do Meio Outono | Festa na Doca dos Pescadores e no Albergue A Associação dos Amigos da Cultura de Macau preparou para hoje uma dupla celebração do Festival do Meio Outono. Realiza-se, assim, uma festa na Doca dos Pescadores, no Harbourview Hotel, e também a inauguração da já tradicional exposição de lanternas de coelhinhos no Albergue SCM Em jeito de celebração do Festival do Meio Outono, a Associação dos Amigos da Cultura de Macau resolveu, este ano, apostar numa dupla comemoração. Assim, além da habitual exposição das lanternas dos coelhinhos, que decorre hoje no Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM), há também uma festa no “Castelo de Nam Wan Mun”. As celebrações desta tradicional festividade chinesa começam no Albergue SCM a partir das 18h30, com a inauguração da Exposição de Lanternas de Coelhinhos – Manjerona e Amigos – Parte 19|Celebração do 75.º Aniversário da Fundação da República Popular da China e do 25.º Aniversário da Reunificação de Macau”. Segundo um comunicado, nesta mostra irão apresentar-se ao público cerca de 20 lanternas de coelhinhos decoradas consoante o estilo de cada artista convidado a participar. A exposição será, assim, “uma mistura fascinante de cultura e criatividade de artistas de todo o mundo”, sendo que, para celebrar o Festival do Meio Outono, “os artistas juntaram-se para criar interpretações artísticas únicas de lanternas de coelho”. Além da mostra, o público poderá ficar no pátio do Albergue SCM, rodeado de alguma natureza, desfrutando da música ambiente e comida e bebida, com entrada totalmente gratuita. A ideia é “desfrutar do ambiente encantador do Albergue SCM enquanto o público se delicia com o brilho da lua cheia”. Festa na doca Apresentadas as lanternas, a festa prossegue na Doca dos Pescadores, nomeadamente no Nam Van Harbourview Hotel, entre as 18h30 e as 21h. A noite será pautada por uma “série de actividades interessantes”, podendo o público saborear “uma variedade de petiscos tradicionais” habitualmente servidos nas celebrações desta festividade. Irão também realizar-se espectáculos de música ao vivo, além de que “membros da Associação de Mulheres Calígrafas, Pintoras e Escultoras de Macau também estarão presentes para mostrar os seus talentos”. Apresenta-se também a “Exposição de Caligrafia do Meio Outono”, com trabalhos de artistas desta associação. Os participantes da festa irão receber lanternas de tinta. A ideia é que estes possam “explorar a cultura tradicional chinesa e experimentar a caligrafia chinesa durante a festa”. A associação CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau foi fundada em 1985 por Carlos Marreiros, Mio Pang Fei, Kwok Woon, Un Chi Iam, Ung Vai Meng e Victor Marreiros. Composto por um grupo de artistas e académicos, o CAC tem-se dedicado à promoção da cultura, arte, património, arquitectura, literatura e outras actividades culturais de Macau, bem como à apresentação dos talentos de Macau. Segundo a mesma nota, o CAC “é reconhecido como um pioneiro na cena artística de Macau”, expondo obras de artistas de todo o mundo e organizado diversos seminários e visitas de estudos, sempre com o objectivo de “contribuir para a RAEM”.