Livros | Mia Couto vence Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca

O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido por unanimidade com o Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca da Associação Portuguesa de Escritores (APE) pelo livro “Compêndio para desenterrar nuvens”, anunciou ontem a organização.

A obra, editada pela Caminho, é constituída por vinte e duas histórias que abordam o calvário de pessoas, com especial atenção às vozes femininas, às “suas vidas fragmentadas” pela guerra, fome, secas e “tóxicas relações de poder”, segundo comunicado da APE.

O júri, constituído por Fernando Batista, Mário Avelar e Paula Mendes Coelho, destacou, sobre a obra, a forma como Mia Couto, “misturando sabiamente o código realista e o código imaginário sem nunca esquecer o registo lírico, continua a denunciar as injustiças de onde quer que elas venham, sem deixar de nos alertar, ainda que em tom geralmente irónico, para novas submissões, novas ameaças bem perniciosas”.

O Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca, instituído em 2023 pela Associação Portuguesa de Escritores, e patrocinado pela Câmara Municipal de Cascais e Fundação D. Luís I, destina-se a galardoar anualmente uma obra de contos em português.

16 Jul 2024

Cinemateca Paixão | “Dangerous Encounter”, clássico de Hong Kong, em exibição

“Dangerous Encounter of the First Kind” é um clássico de Hong Kong, do realizador Tsui Hark, de 1980, a ser exibido a partir de hoje na Cinemateca Paixão. Trata-se de “uma obra-prima da Nova Vaga de Hong Kong” que rompeu amarras no cinema que se vinha fazendo, até então, nos anos 70. Destaque ainda para a exibição de curtas-metragens de Macau a partir de sábado

 

Os saudosistas dos velhinhos filmes de Hong Kong podem recordar, a partir de hoje, na Cinemateca Paixão, um clássico feito na região vizinha da autoria do realizador Tsui Hark. Trata-se de “Dangerous Encounter of the First Kind” [Não Brinquem com o Fogo], de 1980, considerado uma “obra-prima da Nova Vaga de Hong Kong” e que, à data, “chocou a indústria cinematográfica de Hong Kong” graças ao trabalho “inovador” do realizador, descreve a Cinemateca.

A primeira exibição acontece hoje, às 19h30, seguindo-se apresentações no sábado e domingo, e uma última exibição no sábado, dia 27. Com Lieh Lo, Lin Chen-Chi, Albert Au e Lung Tin Sang no elenco, o filme remete para o período em que as autoridades britânicas de Hong Kong classificaram, nos anos 70, os explosivos como mercadorias perigosas. Os personagens principais, Paul, Long e Ko atropelam acidentalmente um homem numa noite de copos, acidente que é testemunhado por Wan-Chu.

Este ameaça fazer queixa à polícia se eles não seguirem as suas instruções, pelo que não têm outra alternativa senão obedecer, iniciando-se uma onda de assaltos protagonizados por todos. Segue-se uma série de aventuras que envolve dinheiro de japoneses, gangsters e a polícia. Este foi o terceiro filme da carreira de Tsui Hark, sendo considerado uma das suas criações mais marcantes.

Curtas de Macau

A partir de sábado serão exibidas diversas curtas-metragens de Macau no programa “Descubra Macau – Julho”. A ideia é “trazer novas perspectivas e experiências para dar a conhecer a diversidade do cinema” feito localmente, por forma a “romper com a abordagem narrativa habitual”, descreve a Cinemateca Paixão.

As exibições começam sábado às 14h, seguindo-se nova exibição no domingo seguinte, com repetição no fim-de-semana seguinte.

Um dos filmes é “Pelo menos não hoje”, de Io Lou Ian, uma produção de 2021. Esta é a história de Wong Lam e Cheung Keung que vão ser pais. Donos de uma pequena loja de impressão de fotografias, a sua vida muda quando recebem a ordem da polícia para revelar um conjunto de negativos. Um trabalho que, aparentemente, tinha tudo para ser uma tarefa comum, revela-se algo que mudará as suas vidas.

De 2016 chega “Uma História de Fantasmas de Verão”, de Kaiu Choy. A peça central desta história é o desaparecimento de Lee Ho-Sang, tio de Wong Chi-Wa, durante o Festival dos Espíritos Esfomeados. Quinze anos depois, e sem grandes explicações, Lee regressa. Os mistérios deste caso surgem associados à época festiva, típica da cultura chinesa.

“Vem, a Luz” é o filme que se segue. Realizado em 2015, a película conta a história de Wei, trabalhadora num casino, e Chi-ho, o seu namorado, jogam na lotaria sempre na esperança de ganhar fortuna. Um dia, ganham o jackpot, mas Chi-ho sente-se dividido entre o amor e o pagamento de uma dívida que contraíra. Wei, entretanto, tem outros planos para o dinheiro ganho, mas o casal tem de enfrentar cenários de sorte e azar ao mesmo tempo. Um filme de Chao Koi Wang.

“Mundo Ridículo” é a última película apresentada na secção “Descubra Macau – Julho”. Realizado em 2014 por Lei Ka Wai aborda o momento em que todo o mundo é infectado por um vírus, incluindo Macau. Restam cinco sobreviventes no território que decidem subir ao telhado de um edifício industrial procurando sobreviver quando, por todas as ruas, as autoridades governamentais e de protecção civil procuram sobreviventes.

16 Jul 2024

Novo álbum de Carlos Bica com José Mário Branco em pano de fundo

O novo álbum de Carlos Bica, “11:11”, reúne o contrabaixista veterano e três novos músicos portugueses, com quem recria “A Noite” de José Mário Branco, entre temas originais, num contexto de preocupação pela democracia.

“É vital para o ser humano viver numa democracia e devemos estar preocupados se no-la querem roubar, mas em vez de morrermos como heróis loucos, devemos sobretudo contribuir para um mundo melhor com aquilo que de melhor temos para dar”, disse Carlos Bica em entrevista à agência Lusa.

“11:11” foi gravado com novos companheiros de viagem, com quem o compositor e contrabaixista forma este seu novo quarteto: José Soares, em saxofone alto, Eduardo Cardinho, vibrafone, e Gonçalo Neto, em guitarra e banjo, que também compõe dois dos temas gravados, além de se juntar a Bica na escrita de um terceiro.

Apesar de já viver há 40 anos em Berlim, nunca perdeu o contacto com a cena musical portuguesa, garante à Lusa o criador de “Azul”. Daí que tenha acabado por reunir “alguns dos mais talentosos e criativos músicos de uma nova geração”.

Lá e cá

O título “11:11” provém de um acaso que se tornou constante na sua vida, de que depois procurou o significado e que lhe deu “um portal para o universo”. A voz de José Mário Branco (1944-2019), por outro lado, era já um projecto para o qual obtivera autorização do compositor: uma releitura de “A Noite”, construída a partir de três “Odes Modernas” de Antero de Quental, o poeta português que apelara aos humilhados: “Não disputeis as migalhas do banquete […], tomai o vosso lugar à mesa!”

“José Mário Branco viveu num período muito difícil da história de Portugal”, recorda Carlos Bica. “Com apenas 21 anos, viu-se forçado a exilar-se em Paris para fugir à guerra colonial, e só regressou em 1974, após a Revolução dos Cravos. A música do José Mário é um sinónimo de todas essas suas vivências. A palavra serviu a música, mas a música também serviu a palavra, para lá das maravilhosas canções” que compôs.

A preparação de “11:11” recordou a Carlos Bica “os tempos de adolescência e das bandas de garagem” onde passava “horas a tocar uma canção sem nunca olhar para o relógio”.

“O prazer pela descoberta e surpresa, é um sentimento muito forte que nos une ao fazer música e onde a diferença de idades é completamente irrelevante”, disse à Lusa. “As inúmeras horas partilhadas numa sala de ensaio são necessárias para se conseguir um som de grupo, uma qualidade que faz toda a diferença”.

Com quatro décadas de vida na Alemanha e nome firmado no topo da cena jazzística, Carlos Bica sempre colaborou com diversos músicos. Para este novo quarteto “vários passos foram dados até chegar a esta constelação”, disse à Lusa.

“Apesar da distância geográfica de Berlim-Lisboa, os músicos deste meu novo quarteto surgiram como que por acaso. A diferença de gerações é uma mais-valia para este projecto”, em que tudo parece ter surgido naturalmente, “sem grande esforço”, como acontece com “as boas coisas da vida”, “apesar de estarmos conscientes de que houve um trabalho anterior necessário para que elas pudessem acontecer”. O álbum “11:11” está disponível nas plataformas digitais, mas também tem uma edição em disco. “Felizmente que ainda existem muitos amantes da música que gostam de ter na mão o objecto físico”, disse Carlos Bica.

16 Jul 2024

Fotografia | Nona edição da revista “Halftone” lançada hoje

São muitos os que colaboram para mais uma edição da revista “Halftone”, publicação dedicada a mostrar o trabalho fotográfico realizado de forma profissional ou amadora no território. A revista, editada pela associação com o mesmo nome e que conta com diversos colaboradores, é hoje lançada na Fundação Rui Cunha

A associação Halftone apresenta hoje, a partir das 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC), a edição número nove da sua revista com os trabalhos de André Ritchie, arquitecto; Cecília Ho, Mide Plácido, José Luís Sales Marques, ex-presidente do Instituto de Estudos Europeus; Joana de Freitas, jornalista; e Haozheng Wu. A apresentação da sessão fica a cargo do fotógrafo Alan Ieon e contará com a presença de alguns membros.

A nova edição revela o trabalho destes seis fotógrafos, que abrangem um espectro fotográfico desde a fotografia documental até à expressão artística, a cores ou a preto-e-branco.

“Através da variada e rica tapeçaria de trabalhos fotográficos apresentada nesta edição #09, podemos explorar a forma como a fotografia incorpora a essência das diferentes formas de arte e narrativas culturais. Aaron Scharf, em ‘Arte e Fotografia’, afirma que ‘a fotografia sempre desempenhou um papel na expansão e enriquecimento da linguagem da arte’”, refere, citada num comunicado da FRC, a equipa editorial formada por Alan Ieon, João Palla Martins, Nuno Tristão, Sara Augusto e Stephan Nunes, no texto introdutório da publicação.

Da diversidade

A diversidade de olhares e de abordagens na arte fotográfica é o que tem vindo a caracterizar os membros da Halftone desde a sua criação em 2021. Esta publicação é mais uma prova de que não há fronteiras na fotografia, desde que cada imagem seja “escrita com luz”, descreve a FRC.

“Esta perspectiva reforça a ideia de que os fotógrafos, ao expandir e sobrepor estas linguagens simbólicas, têm a oportunidade de transcender a representação visual imediata e imbuir os seus projectos com níveis elevados de ressonância cultural e significado social.

As diferenças nas abordagens tecnológicas, nos temas e nos estilos estéticos realçam ainda mais a capacidade da fotografia para reflectir a natureza multifacetada da experiência humana, solidificando o seu estatuto como uma forma de arte dinâmica e profunda”, refere ainda a equipa editorial.

A Halftone é uma associação cultural, sem fins lucrativos, criada em Macau, que tem por objectivo a promoção da fotografia contemporânea em todas as suas vertentes. Trata-se de uma associação inclusiva e abrangente, e está aberta a todos aqueles que tenham interesse na fotografia como expressão artística ou documental, independentemente da sua experiência ou da sua prática. Por isso, propõe-se promover o trabalho fotográfico dos seus associados, bem como organizar exposições, publicar uma revista, livros e monografias, organizar debates e desenvolver projectos pedagógicos e educativos.

16 Jul 2024

Hong Kong | Festa da sardinha no final de Agosto

Hong Kong vai ser palco no final do mês de Agosto de um festival da sardinha, num evento que vai “celebrar a cultura portuguesa”, de acordo com a página oficial do turismo da região administrativa chinesa.

O festival vai decorrer de 29 de Agosto a 1 de Setembro, no centro da cidade, pode ler-se na página do Hong Kong Tourism Board.

Além de sardinhas grelhadas, o turismo de Hong Kong destaca “música ao vivo, dos melhores DJ de Lisboa, provas de vinho, lembranças, comida tradicional portuguesa” e uma “visita guiada do vinho do Porto”. A fadista Cuca Roseta tem previsto atuar no dia 29 de Agosto, e no dia 31, em Macau, de acordo com o ‘site’ da artista.

15 Jul 2024

Literatura de viagens | Dora Nunes Gago vence prémio da APE

Antiga directora do departamento de português da Universidade de Macau acaba de ganhar o Grande Prémio de Literatura de Viagens da APE – Associação Portuguesa de Escritores pelo livro “Palavras Nómadas”, que contém diversas referências a Macau e à escritora Maria Ondina Braga. A autora adianta ao HM que “Palavras Nómadas” será lançado em Macau em Outubro

Com Lusa 

 

Dora Nunes Gago, docente de língua portuguesa e ex-directora do departamento de português da Universidade de Macau, acaba de vencer o Grande Prémio de Literatura de Viagens da APE. O livro “Palavras Nómadas”, de Dora Nunes Gago, editado pela Húmus no ano passado, venceu esta distinção, conforme foi anunciado esta quinta-feira pela Associação Portuguesa de Escritores (APE).

O júri do prémio, coordenado por José Manuel Mendes, considerou “Palavras Nómadas” uma “obra de variadas e ricas observações concernentes aos lugares por onde transcorrem as viagens relatadas, com descrições de grande vivacidade sensorial, a que não falta o olhar íntimo sobre os lugares e as gentes, bem como a capacidade de captação do que se tem vindo a designar como ‘génie du lieu'”.

“Numa prosa de grande fluidez, eivada de reflexões onde se cruzam percepções, memórias, cultura, literatura e história, a autora logra suscitar uma leitura aderente desde as primeiras páginas, cujo ritmo e interesse sabe manter ao longo da considerável extensão da obra”, acrescenta. O júri, constituído ainda por Guilherme d’Oliveira Martins, Isabel Cristina Mateus e José Manuel de Vasconcelos, atribuiu o prémio por unanimidade.

Nesta 7.ª edição da Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores com o patrocínio da Câmara Municipal de Braga, concorreram obras em português e de autores portugueses publicadas no ano de 2023. O valor monetário deste Grande Prémio é de 12.500 euros para o autor distinguido.

No ano passado, o vencedor deste prémio foi José Pedro Castanheira, jornalista, com “Volta aos Açores em Quinze Dias”, tendo já sido distinguidos em edições anteriores os autores Paulo Moura, Afonso Cruz, Alexandra Lucas Coelho, Rui Miguel Tovar e António Mega Ferreira.

Lançamento em Macau

Em declarações ao HM a propósito desta distinção, Dora Nunes Gago, actualmente a leccionar em Portugal, diz ter sentido uma “enorme alegria e honra imensa” pela obtenção do prémio da APE.

“Esta alegria é ainda acrescida por se tratar de um prémio com o nome de Maria Ondina Braga, escritora enorme que também viveu em Macau, a quem dediquei muita da minha investigação dos últimos anos, sobre a qual falei em conferências nos Estados Unidos, na Áustria, em França e noutros lugares.”

Para Dora Nunes Gago, a distinção a “Palavras Nómadas” é, também, “um prémio que celebra Ondina, com quem me identifico muito também numa dimensão de ‘outsider’. Foi uma escritora pouco reconhecida e importa alterar isso. No meu ‘Palavras Nómadas’, além da presença de Maria Ondina e de muitos outros escritores, há também a marca de Macau, da vida, da cultura, do que vivi no território ao longo de dez anos. Por isso, este prémio também será uma forma de divulgar Macau, as várias vertentes de uma terra da qual gosto muito, onde aprendi imenso e que fará sempre parte de mim.”

“Palavras Nómadas” contém muitos textos escritos ainda em Macau, onde a autora chegou em 2012. Conforme recordou em entrevista ao HM aquando do lançamento do livro, em Fevereiro do ano passado, “estava novamente a viver uma experiência de emigração, embora muito diferente da anterior”, nomeadamente no Uruguai, onde deu aulas.

“Talvez por isso, senti vontade de escrever sobre coisas vividas no Uruguai, para relembrar outras situações e obstáculos ultrapassados. Fui fazendo alguns rascunhos, sem ter bem ideia do formato final que teriam. Foi apenas durante este último ano em Portugal, de licença, que lhes dei o formato definitivo, escrevi a maioria das crónicas e organizei-as. Queria que fossem 50, pois fiz 50 anos, e que percorressem as minhas vivências e travessias por múltiplos espaços pela vida”, apontou.

Com “Palavras Nómadas”, editado em Portugal, Dora Nunes Gago diz ter pretendido “partilhar momentos, aprendizagens, a alegria e o interesse que sinto em descobrir novas realidades e universos diferentes”.

A autora adiantou também ao HM que “Palavras Nómadas” será lançado na Fundação Rui Cunha a 22 de Outubro com apresentação da professora Sara Augusto.

15 Jul 2024

Festival Convimus | Música no Porto em homenagem ao Oriente

O Festival Internacional de Música Convimus regressa ao Porto, de 17 a 23 de Julho, com mais de 100 músicos de 20 nacionalidades para “valorizar a cultura e criar uma verdadeira comunidade mundial de artistas”, anunciou ontem a organização.

A quinta edição do evento inclui concertos, ‘masterclasses’, um concurso internacional de violino e de música de câmara e exposições, tendo como “ponto alto” o concerto de Tiago Nacarato, que se vai juntar à Orquestra Sinfónica Amasing, sob direcção do maestro Eliseu Silva, para um “espectáculo improvável e arrojado que promete surpreender todos os espectadores”, segundo o comunicado.

Outro dos destaques do festival é o Concurso Internacional de Violino e de Música de Câmara, dirigido a músicos com menos de 25 anos, que vai atribuir prémios no valor de mais de quatro mil euros.

Este ano, explica a organização, o Festival Internacional de Música Convimus presta homenagem à ligação de Portugal com o Oriente e comemora efemérides como os 50 anos do 25 de Abril, os 25 anos da transição da administração portuguesa do território de Macau para a China, os 45 anos das relações entre Portugal e a China e os 500 anos do nascimento de Camões.

O evento conta ainda com ‘masterclasses’ de violino, música de câmara, viola, piano e violoncelo, que serão leccionadas por músicos nacionais e internacionais e também com uma exposição, na Universidade Lusíada Porto, de peças de Fernando Salvatore Lima, o único português fabricante de violinos em Cremona, reconhecido internacionalmente pela produção de instrumentos da “mais alta qualidade”, que podem atingir preços de 60 mil euros.

A entrada para os concertos e actividades do evento, com excepção do concerto de Tiago Nacarato com a Orquestra Sinfónica AMASING, é gratuita. O Festival Internacional de Música Convimus é organizado pela AMASING – Associação Musical, Artística e Social Impulsionadora de Novas Gerações, uma associação cultural criada em 2019, apoiada pela União de Freguesias de Aldoar Foz do Douro e Nevogilde.

12 Jul 2024

CCM | “Romeu e Julieta” de Londres para Macau para ver até domingo

A eterna paixão proibida de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, sobe aos palcos do Centro Cultural de Macau diariamente até domingo numa versão revisitada para dança contemporânea da autoria do coreógrafo Matthew Bourne. Aos jornalistas, antes do primeiro espectáculo, os profissionais que fazem “Romeu e Julieta” falaram dos desafios e expectativas de uma apresentação que já passou pelos palcos chineses no âmbito da digressão que dura há um ano

 

É na versão de dança contemporânea que “Romeu e Julieta”, a clássica história do autor inglês William Shakespeare, sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) até domingo, depois da estreia de ontem. O espectáculo, coreografado e apresentado por Matthew Bourne em Londres, anda em digressão, tendo passado já pelas cidades chinesas de Pequim e Xangai.

Num encontro com a imprensa ocorrido esta quarta-feira, um dia antes do primeiro de quatro espectáculos subir ao palco, Alan Vincent, encenador, disse ser “interessante perceber como o público em Macau irá receber o espectáculo, tendo como referência reacções anteriores. Andamos em digressão pelo mundo há cerca de um ano, e culturalmente tem sido bastante emocionante”, referiu o encenador, citado por uma nota enviada pelo Instituto Cultural (IC), que promove o espectáculo.

O encenador falou também do enorme nível de exigência de “Romeu e Julieta”, sendo que os bailarinos “têm de dar o melhor de si, nomeadamente aqueles que assumem rotativamente os papéis principais”. “É incrível a forma como os bailarinos continuam a responder, sendo que estes papéis são bastante exigentes tanto na perspectiva física como na vertente emocional, por isso eles têm que se empenhar a 100 por cento”, destacou Alain Vincent.

“Romeu e Julieta” é a história de um amor impossível em que os dois fazem de tudo para ficar juntos, mas o destino não ajuda. Trata-se de um clássico da literatura inglesa que já teve várias versões e adaptações no mundo das artes, inclusivamente no cinema.

Este espectáculo é dançado ao som de uma versão musical reconfigurada de Prokofiev, apresentando algumas alterações em relação ao original, pois situa a acção num hospital psiquiátrico chamado Instituto Verona.

A visão dos bailarinos

Aos jornalistas, antes da estreia do espectáculo, Bryony Pennington, uma das bailarinas que interpreta Julieta, sublinhou a união existente no grupo de trabalho. “Estamos super-orgulhosos por levar este espectáculo mundo fora. A química existe verdadeiramente, em palco e fora dele. Damo-nos todos extremamente bem, sentimo-nos felizardos por estarmos a viver este momento, e cada vez que trabalhamos um par com uma pessoa diferente, surgem diferentes energias, julgo que é algo bastante especial”, afirmou.

Uma ideia corroborada por Alan Vincent, que referiu que “o que tem de bom termos três pares de protagonistas a fazer de Romeu e Julieta, para quem queira ver um par diferente, é que cada um deles trará algo de diferente ao papel, por isso estamos em constante mudança, a trazer algo diferente à história”.

Hannah Kremer, que neste espectáculo desempenha também um papel principal, disse estar em causa “um desafio”. “Já trabalhei com três Romeus, sendo que cada um deles traz algo de diferente ao papel o que não deixa de ser um bom treino e nos deixa sempre a postos”.

Para além da dimensão física e do movimento, as produções de Matthew Bourne são bastante trabalhadas em termos de dramatização, exigindo dos bailarinos uma entrega como actores, uma componente que tem sido assimilada. “A maior parte de nós só tem formação em dança, desde que estou na companhia tem havido alguns elementos que já trabalharam como actores, neste grupo a formação é maioritariamente em dança, mas sob a direcção do Matt e dos restantes coordenadores, aprendemos técnicas de transmissão de emoções em palco”, revelou, na mesma sessão com a imprensa, Jackson Fisch, o intérprete de Romeu.

As críticas a este espectáculo têm sido bastante positivas. Sobre ele o inglês “The Guardian” escreveu ser “dançado de forma espantosa, do princípio ao fim […] pleno de significado e inovação”. Já o “The Daily Telegraph” descreveu este “Romeu e Julieta” como sendo “electrizante” e “um dos espectáculos de Bourne mais inteligentes, sensuais e vibrantes de sempre”. Ainda é possível comprar bilhetes, cujos preços variam entre as 200 e as 500 patacas.

12 Jul 2024

Filha de Alice Munro, prémio Nobel, denuncia abusos do padrasto

A filha da escritora Alice Munro, Prémio Nobel da Literatura em 2013, denunciou que foi abusada sexualmente pelo padrasto na infância e que a mãe ficou com ele mesmo depois de saber dos crimes cometidos pelo marido.

A revelação do segredo há muito guardado na própria família da autora foi feita por Andrea Robin Skinner, filha de Alice Munro, dois meses após a morte da mãe, num ensaio publicado no domingo no jornal canadiano Toronto Star e repercutido na imprensa internacional.

Segundo Andrea Robin Skinner, o padrasto, o geógrafo Gerald Fremlin, começou a abusar sexualmente dela a partir de 1976, quando ela tinha nove anos e ele 52.

Alice Munro soube dos abusos, que duraram até à adolescência da filha, quando Skinner lhe escreveu a contar, 16 anos mais tarde, mas a escritora decidiu ficar com o marido, mesmo assim, até à sua morte, em 2013.

“Ela era inflexível e dizia que o que quer que tivesse acontecido, era entre mim e o meu padrasto. Não tinha nada a ver com ela”, escreveu Skinner, citada pelo The Washington Post. Gerald Fremlin escreveu cartas à família Munro, admitindo os abusos em pormenor e culpando Skinner, descrevendo-a como uma “destruidora de lares”.

Quando voltou a falar com a mãe – escreveu Skinner – Alice Munro concentrou-se na sua própria dor e pareceu “incrédula” com o facto de a filha dizer que foi magoada pelos abusos. Segundo Andrea Skinner, a mãe contou-lhe sobre “outras crianças com quem Fremlin tinha ‘amizades’, enfatizando a sua própria sensação de ter sido traída”.

Depois de ler um artigo de jornal de 2004 em que Munro falava com entusiasmo do seu casamento, Andrea Skinner decidiu que não podia continuar a manter o abuso em segredo e apresentou queixa na polícia. O padrasto foi acusado de atentado ao pudor e declarou-se culpado em 2005. Skinner esperava que este facto obrigasse o público a confrontar-se com a sua experiência, mas a fama da mãe “fez com que o silêncio continuasse”.

Reacções em cadeia

Após a publicação do texto de Skinner no Toronto Star, as reacções de colegas de Munro não se fizeram esperar e alguns assumem não ter sido apanhados de surpresa, como é o caso de um biógrafo da escritora canadiana, que disse estar entre aqueles que sabiam que a filha de Munro tinha sido abusada sexualmente pelo padrasto.

“Eu sabia que este dia ia chegar”, afirmou Robert Thacker ao The Washington Post na segunda-feira, acrescentando mais tarde: “Sabia que ia ser revelado e sabia que ia ter conversas como esta”.

Thacker disse ao jornal norte-americano que Skinner lhe escrevera em 2005 a relatar o caso, depois de ter contactado a polícia. Quando a biografia de Munro estava para ser publicada, o autor decidiu não usar a informação. “Claramente, ela esperava que eu a tornasse pública”, disse Robert Thacker ao The Post na segunda-feira. “Mas não estava preparado para o fazer. […] Não era esse tipo de livro. Eu não estava a escrever esse tipo de biografia. E vivi o tempo suficiente para saber que nas famílias acontecem coisas de que não querem falar e querem manter só entre si”.

Thacker recordou ainda que falou com Munro sobre o assunto quando a entrevistou em 2008, e a escritora lhe pediu na altura para desligar o gravador. O biógrafo recusou-se a descrever esta conversa em pormenor ao jornal, mas confirmou que Munro lhe dissera ter ficado a saber dos abusos pela filha, quando esta tinha 25 anos, em 1992.

“O termo que [Munro] usou foi ‘devastada’, que estava devastada. E estava devastada. E não foi nada que ela tivesse feito, foi algo que o marido fez”, acrescentou Thacker. Segundo o biógrafo da escritora, Munro abandonou Fremlin durante algum tempo, mas acabou por voltar.

Para Robert Thacker, foi “amplamente entendido” que Alice Munro se baseou nestes acontecimentos da sua vida para a história “Vandals” (“Vândalos”), que escreveu em 1993.

10 Jul 2024

Revista de Cultura | Aceites artigos para edição sobre centro histórico

O Instituto Cultural (IC) está a aceitar submissões de artigos académicos para uma edição especial da Revista de Cultura sobre o centro histórico de Macau, nomeadamente sobre o 20.º aniversário da inscrição desta zona repleta de património na Lista do Património Mundial da UNESCO.

A revista será lançada no próximo ano pretendendo o IC, com esta edição, “promover o património cultural de Macau e os estudos históricos relacionados” com esta temática. Assim, serão aceites artigos sobre o “património cultural tangível e intangível, património documental e análise teórica do termo património no contexto histórico, geopolítico e cultural de Macau”.

Foi a 15 de Julho de 2005 que o centro histórico de Macau passou a estar inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, tornando-se no 31º sítio designado como Património Mundial na China. No centro histórico incluem-se alguns templos chineses e as Ruínas de São Paulo, por exemplo.

Aceitam-se trabalhos académicos em chinês, português e inglês até 30 de Outubro deste ano. A Revista de Cultura está sujeita ao sistema de revisão por pares.

10 Jul 2024

CCM | Concerto “Terras do Sul – Quatro Estações” fecha temporada em Julho

Está agendado para o dia 28 deste mês o concerto que encerra a temporada de concertos da Orquestra Chinesa de Macau. Intitulado “Terras do Sul – Quatro Estações” conta com a presença do maestro Chang Yu-An, Lai Yi-Chun, solista de dizi, e ainda Tsai Yu-Tung, intérprete de sanxian, instrumento tradicional chinês

 

“Terras do Sul – Quatro Estações” é o nome do próximo concerto de música clássica a decorrer no dia 28 de Julho, às 20h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Trata-se do espectáculo que encerra a temporada de concertos da Orquestra Chinesa de Macau (OCM), e que traz três convidados ao palco.

Um deles é o maestro Chang Yu-An, vencedor do primeiro prémio do Concurso Internacional de Regência do Instituto de Música de Bucareste (BMI), seguindo-se Lai Yi-Chun, solista de dizi, flauta de estilo chinês, e Tsai Yu-Tung, intérprete de sanxian, outro instrumento tradicional chinês.

Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), que promove o concerto, trata-se de “um espectáculo fantástico em que se podem apreciar composições sobre o sul da China e a suite das quatro estações”.

A OCM e os convidados irão interpretar composições musicais clássicas como “Concerto para Bangdi – Chá de Pau de Canela” do compositor malaio Kong Su Leong, bem como “Concerto para Sanxian – Aleppo”, do compositor singaporeano Wang Chenwei.

Inspirações antigas

No caso do “Concerto para Bangdi – Chá de Pau de Canela”, a composição musical inspira-se na antiga receita, com o mesmo nome, oriunda da medicina tradicional chinesa, interpretada por Lai Yi-Chun.

Já o “Concerto para Sanxian – Aleppo” é dedicado à cidade da Síria, Aleppo, destruída pela guerra no país. Tsai Yu-Tung, o músico que toca sanxian, “irá registar a magnificência e a declínio desta cidade antiga, deixando ao público um espaço ilimitado para a imaginação”.

Este concerto conta ainda com várias peças clássicas de música chinesa, nomeadamente, o conjunto “Primavera”, “Verão”, “Outono” e “Inverno”, composição criada por Lu Liang-hui, que retrata “a vida ao longo das quatro estações com melodias belas e comoventes”. Desenha-se, assim, “um final perfeito para a temporada de concertos” da OCM, descreve o IC.

O mais recente espectáculo da temporada de concertos da OCM decorreu no dia 5 de Julho, na Igreja de S. Domingos. Sob a batuta do maestro Moses Gay, ouviu-se mais um espectáculo com a presença de vários instrumentos musicais chineses, nomeadamente o erhu, tocado por Huang Xiaoquing, e guzhen, tocado por Lee Mei Ian e Sarah Choi. Kuok Ka Ieng tocou yangin, um dulcimer martelado chinês com influências de outros instrumentos como o santur iraniano ou dulcimer europeu.

Neste espectáculo tocaram-se composições como “Conto da Nuvem Arco-Íris”, com composição de Zhou Yuguo, e “Sonhos sobre a Eterna Tristeza”, de Chen Yun Yun.

10 Jul 2024

Museu de Macau | Fotografias Históricas para ver a partir de sábado

É inaugurada este sábado a mostra “O Passado e o Presente – Exposição de Fotografias Históricas em Comemoração do 25.º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria”, patente no Museu de Macau e que pode ser vista até 8 de Setembro.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), revelam-se, através da imagem, “as transformações que ocorreram em Macau devido ao rápido desenvolvimento urbano desde o retorno”.

A exposição divide-se em cinco temas, nomeadamente “Arquitectura do Passado”, “Vicissitudes da Vida”, “Cenários do Passado”, “Celebrar o Regresso” e “Macau de Hoje”, apresentando cerca de 120 fotografias antigas e recentes e objectos relevantes, a fim de revelar as paisagens urbanas e características culturais de Macau.

Através destas fotografias e objectos que testemunham o desenvolvimento próspero de Macau, esta exposição constitui uma homenagem ao 25.º aniversário do Retorno de Macau à China, descreve o IC. Além disso, o Museu de Macau irá também lançar uma exposição online, no formato realidade virtual, dedicada ao mesmo tema, podendo o público visitar a exposição através da página electrónica do Museu a qualquer hora e em qualquer lugar.

10 Jul 2024

FRC | Pintura e caligrafia para ver em “2024 – Flores e Cores”

A Fundação Rui Cunha acolhe até ao dia 20 de Julho a exposição “2024 – Flores e Cores”, uma mostra colectiva de pintura e caligrafia organizada em conjunto com duas associações locais ligadas à cultura chinesa. Um total de 38 alunos criou 45 obras diversificadas recorrendo a materiais como acrílico, óleo ou aguarela

 

Foi ontem inaugurada na Fundação Rui Cunha (FRC) mais uma exposição de caligrafia e pintura que pode ser visitada de forma gratuita na galeria da sede da FRC, situada na Avenida da Praia Grande.

Trata-se da mostra “2024 – Flores e Cores”, uma apresentação colectiva de trabalhos que se tem realizado todos os anos, com orientação dos artistas e professores locais Lee Chau Ping, Hong Ka Yan e Wong Ceoi Lam, e curadoria de Chan Lok Yee, presidente da Chinese Artists Exchange Association – Macau. [Associação de Intercâmbio de Artistas Chineses – Macau].

Esta associação co-organiza a mostra em conjunto com a Associação de Amizade de Artes, Pintura e Caligrafia de Macau, revelando-se, assim, ao público um total de 45 peças de caligrafia e pintura chinesas, mas também aguarelas e pinturas a óleo e acrílico criadas por 38 alunos, entre turmas adultas e juvenis.

Num comunicado difundido pela FRC, é referido, por parte de Lee Chau Ping, que “esta maravilhosa plataforma de exibição permite que cada participante partilhe as suas produções criativas e os trabalhos elaborados com outras pessoas”.

“Espero que os artistas seniores, de caligrafia e pintura, também possam comentar e oferecer opiniões valiosas para que alunos e professores alcancem a excelência na sua arte”, frisou o mesmo responsável, um dos mentores do evento.

Lee Chau Ping adiantou também que se espera, desta mostra, “que os alunos possam comunicar ideias entre si, observar e aprender, cultivar a literacia cultural, exprimir sentimentos, enriquecer a sua vida espiritual e promover a cultura tradicional chinesa, para alcançar o objectivo de passar a tocha às gerações vindouras”.

Vida artística

Lee Chau Ping dá cursos de pintura e caligrafia por querer “transmitir a outras pessoas as técnicas, conhecimentos e habilidades da Escola de Pintura de Lingnan, que aprendi e conheço bem, retribuindo assim à sociedade”, referiu o artista. O estilo de pintura Lingnan surgiu na província de Guangdong em meados do século XIX, demarcando-se, à época, da pintura no formato mais tradicional que se fazia na China. Os grandes nomes fundadores da Escola de Pintura de Lingnan são Gao Jianfu, Gao Qifeng e Chen Shuren.

Formou-se no Departamento de Design Tridimensional e trabalhou no Departamento Sénior de Design de Interiores do Instituto de Design e Indústria de Hong Kong. Mais tarde, graduou-se na Royal Canadian University, no Canadá, com um mestrado em Administração de Empresas, um doutoramento em Administração pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e um Doutoramento em Administração de Empresas pela Universidade Renmin da China.

Lee Chau Ping trabalhou ainda como designer de interiores por mais de 40 anos, além de ser licenciado em Medicina Chinesa. Fundou a Associação de Amizade de Artes, Pintura e Caligrafia de Macau em 2000, da qual é presidente.

10 Jul 2024

Extensão do Centro Europeu de Música abre este ano em Mafra

A extensão portuguesa do Centro Europeu da Música vai abrir até ao final do ano em Mafra, confirmou à Lusa este município, que celebrou domingo um protocolo nesse sentido com a instituição.

A Câmara de Mafra e o Centro Europeu de Música (CEM) têm por objectivo instalar o polo “num espaço digno”, o torreão sul do palácio de Mafra, de modo a possibilitar o “desenvolvimento de várias actividades”, refere o acordo, a que a agência Lusa teve acesso.

Com esta instalação, as duas entidades querem dar “maior visibilidade à vila de Mafra, como uma das capitais mundiais da música”, e ao Centro Europeu de Música, promover a prática musical e dinamizar os territórios por esta via.

O projecto tem em vista o desenvolvimento de atividades culturais ligadas à música, criar em Mafra um impacto positivo, ligar o concelho a redes internacionais de música e projectar o conhecimento histórico através da música.

Segundo o acordo, o CEM compromete-se a desenvolver e lançar actividades culturais, enquanto o município vai apoiar o projecto com 100 mil euros anuais, em 2024 e 2025.

Passado musical

O CEM vai ficar sediado em Mafra, dada a relação histórica desta vila com a música, que remonta à construção do Palácio Nacional de Mafra, e que passa pela futura instalação do Museu Nacional da Música, assim como do polo de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa e do Arquivo Nacional do Som, que reforçam essa ligação.

O CEM vai ter, no entanto, uma programação que vai além de Mafra e abranger diversos territórios nacionais, funcionando em articulação com as cidades parceiras.

Em Outubro, os municípios de Braga, Faro, Figueira de Castelo Rodrigo, Grândola, Lisboa, Mafra e Porto já tinham acordado instalar em Mafra a extensão portuguesa do CEM e cooperarem na programação cultural.

O CEM vai constituir-se como um espaço de investigação e inovação a partir da música e conta já com três programas, em desenvolvimento: Via Scarlatti, Música e Oceanos e Música e Ecologia.

No âmbito do programa Via Scarlatti, o primeiro projecto de pesquisa e criação cultural toma o nome de “Passarola”, numa referência directa ao reinado de João V, o ‘construtor’ do Palácio de Mafra, um tempo que José Saramago toma para o “Memorial do Convento”.

Os músicos Pedro Emanuel Pereira, Vítor Joaquim e Rui Gato juntaram-se e, a partir da Sonata em si menor K.87, de Scarlatti, que assimila diversas inspirações ibéricas, criaram uma obra musical e visual, numa abordagem que junta a música do compositor e o romance de Saramago, tendo em conta a passagem em que Scarlatti vê pela primeira vez a “Passarola”, invenção do padre português Bartolomeu de Gusmão.

Domenico Scarlatti foi contratado pela corte portuguesa de João V, viveu em Lisboa e, como professor de cravo da princesa Maria Bárbara, acompanhou-a até Madrid.

Concebido e presidido pelo português Jorge Chaminé como uma “iniciativa musical, pedagógica, científica e cultural” de carácter inédito na Europa, o Centro Europeu de Música está localizado no subúrbio parisiense de Bougival.

9 Jul 2024

Lisboa | Mahjong ensina-se na Casa de Macau

A Casa de Macau em Lisboa vai passar a ensinar mahjong, o tradicional jogo chinês, tendo como professor o macaense Miguel Silva, membro da direcção. A iniciativa “Tardes de Mahjong” teve a primeira sessão no passado dia 1, numa tentativa de revitalizar as actividades da Casa e atrair mais pessoas

 

Só se aprende a jogar mahjong jogando muito. Esta é a máxima de Miguel Silva, macaense que desde o dia 1 de Julho ensina este tradicional jogo chinês na Casa de Macau em Lisboa, numa iniciativa intitulada “Tardes de Mahjong”. A ideia é chamar mais pessoas à Casa e transmitir às novas gerações um jogo tão ligado à cultura chinesa e que é bastante comum em Macau e Hong Kong, jogando-se, muitas vezes, na rua, nomeadamente em alguns locais do Porto Interior, isto no caso de Macau.

“Não há grandes desafios” no ensino deste jogo em Portugal, à excepção das peças com caracteres chineses, que impõe aos jogadores uma “dificuldade adicional”. É assim que Miguel Silva começa por falar da sua experiência como professor.

“O mais complicado neste jogo é a quantidade de peças e naipes que o jogo tem. É um jogo que tem muitos detalhes e as pessoas têm de fixar tudo. É também um jogo de arranque, pois basta saber as regras fundamentais e a pessoa começa a jogar. Até pode cometer erros, mas isso não invalida que o jogo prossiga. Não há grandes desafios, e [o rumo de aprendizagem] depende sempre da boa vontade de quem quer aprender.”

Miguel Silva, sendo macaense, viu jogar este jogo desde pequenino, mas só o aprendeu a sério quando terminou a licenciatura em Portugal e regressou à sua terra natal. “Nessa altura Macau não tinha os grandes casinos que tem hoje e a malta, para ocupar os fins-de-semana, passava as noites a jogar mahjong. Fui aprendendo.”

Da versatilidade

Miguel Silva destaca que o grande segredo do mahjong é ser “um jogo muito versátil”, pois “as regras podem ser convencionadas no início do jogo”.

“Há duas modalidades, uma em que determinamos que, para ganhar, basta um ou dois pontos, e outra em que se ganha a partir dos três pontos. A diferença é que, na primeira modalidade, a pessoa não pensa e só quer formar o jogo o mais depressa possível, enquanto na segunda modalidade já é mais sério, implica pensar um pouco.”

Aos jogadores cabe ter “uma grande capacidade de observação daquilo que os parceiros vão jogar, as peças que podem interessar, definir uma estratégia consistente”.

Na primeira sessão, que teve casa cheia, não faltaram as perguntas típicas dos primeiros aprendizes. “Um dos meus formandos perguntou-me se poderia sacrificar o seu jogo para que o adversário não ganhe. Respondi que é uma estratégia válida, mas que, se seguirmos isso, a pessoa nunca vai conseguir formar o jogo e ganhar, o que torna tudo mais aborrecido.”

O mahjong é também “um jogo de definição de estratégias que têm de ser flexíveis, em função do dia em que jogamos, se é de sorte ou de azar, e com quem jogamos. A estratégia vai sendo definida em função do estilo que os outros parceiros adoptam. Se tivermos pessoas que gostam de fazer grandes jogadas, nós acompanhamos.”

Miguel Silva destaca o lado social do mahjong, jogo que se joga em casa e nunca no casino, pois o dinheiro circula apenas entre os jogadores.

“Nos casamentos chineses a cerimónia ocupa o dia todo e os convidados aproveitam o tempo morto jogando mahjong no restaurante até à hora de jantar. É essa a grande vantagem do jogo, reunir as pessoas. Nos fins-de-semana as famílias juntam-se para jogar. A pessoa que ganha uma parada pode guardar parte do dinheiro para pagar o aluguer do espaço onde decorre o jogo ou pagar o jantar. É um jogo essencialmente social.”

Miguel Silva deixa, porém, um alerta para aqueles que se querem aventurar a ganhar grandes quantias de dinheiro. “Quem quiser fazer fortuna pode sempre ir para outra sala jogar com estranhos, mas é bom que seja um mestre dos grandes, pois a probabilidade de perder é maior.”

As inscrições para este evento devem ser feitas junto dos canais de comunicação habituais da Casa de Macau em Lisboa, sendo uma iniciativa gratuita. Porém, e tendo em conta as dificuldades financeiras que a entidade atravessa, como já foi noticiado, é pedida uma contribuição solidária por parte dos inscritos.

9 Jul 2024

Cinema | Filmes vão precisar de autorização para entrar em festivais internacionais

A Administração do Cinema da China anunciou na sexta-feira um novo conjunto de regulamentos para a participação de filmes chineses em festivais de cinema no estrangeiro, incluindo a exigência de registo e de autorização das autoridades.

As novas directrizes definem que só podem ser considerados para participar em festivais internacionais os filmes cuja a produção já tenha terminado e obtido uma licença de exibição pública.

As pessoas colectivas ou organizações que pretendam apresentar filmes em festivais fora da China devem registar a documentação necessária junto das autoridades cinematográficas competentes antes do evento, indicou a administração, num comunicado publicado no portal oficial.

Os candidatos devem apresentar os documentos de registo, que incluem um pedido carimbado com o selo oficial da empresa candidata, bem como uma cópia da licença de exibição pública do filme, pelo menos 20 dias úteis antes do início do festival. O novo regulamento também se aplica às curtas-metragens, acrescentou a instituição.

Alguns utilizadores da rede social Weibo lamentaram a decisão: “Isto estrangula praticamente todas as possibilidades de um filme de baixo orçamento ser exibido em festivais internacionais”, disse um comentador.

“Em breve, para escrever uma crítica de cinema também será necessário registar-se e pedir uma autorização”, criticou sarcasticamente outro internauta, enquanto outros manifestaram apoio à medida: “Penso ser bom que apenas os filmes que contam boas histórias da China recebam atenção internacional”.

8 Jul 2024

CURB | António Leong vence concurso de fotografia

Já são conhecidos os vencedores da última edição do concurso de fotografia de arquitectura promovido pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo. António Leong ficou em primeiro lugar na categoria “Grupo Aberto”, ganhando, assim o prémio de três mil patacas, seguindo-se nomes como Nelson Silva, com a imagem “Neighbors”, e Huang Peizhi, com “Simetry”, que arrecadou o terceiro lugar. Neste grupo foram ainda escolhidas várias fotografias para menções honrosas, tendo o júri seleccionado também os vencedores do “Grupo de Estudantes”.

Os prémios serão entregues aos vencedores no próximo dia 13 de Julho na sede do CURB, na Ponte 9, na zona do Porto Interior. Este concurso pretendeu demonstrar os contrastes de um lugar como Macau onde “a arquitectura influencia a cidade, e a cidade é reflectida na sua arquitectura”.

“Macau mantém-se como um lugar surpreendente e enigmático onde a diversidade de culturas coexiste e floresce”, tratando-se de um espaço de “contradições e diálogo”. “Nesta competição de fotografia de arquitectura desafiamos os participantes a embarcar numa jornada para redescobrir Macau, os seus edifícios e espaços, procurando a evidência do contraste na arquitectura”, lê-se na apresentação oficial do projecto.

Para este concurso foram submetidas 339 fotografias por parte de 144 participantes, sendo que as imagens foram escolhidas tendo em conta critérios como “a qualidade técnica e artística, bem como a originalidade da visão” do autor.

Esta foi a terceira edição do concurso. As imagens distinguidas serão expostas numa mostra patente na Ponte 9 – Plataforma Criativa até ao dia 16 de Agosto.

8 Jul 2024

CCM | Musical “Annie” sobe ao palco em Agosto

O grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) recebe, entre os dias 2 e 14 de Agosto, o clássico da Broadway “Annie – O Musical”. Trata-se, segundo a nota de imprensa, de uma “celebração optimista do amor e do poder da família”. O espectáculo integra o cartaz da primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau.

Segundo a nota do Instituto Cultural (IC), trata-se de um musical encenado “com uma banda sonora memorável, incluindo canções clássicas como ‘Tomorrow’ e ‘It’s the Hard Knock Life'”. “Annie – O Musical” é um “espectáculo de Verão para toda a família que conta a história inspiradora de uma pequena órfã que decide encontrar os pais, fugindo às garras da destestável directora do orfanato”.

Na tentativa de fuga, Annie acaba por ir parar “ao assombroso mundo da cidade de Nova Iorque”. “Mas é na mansão de Oliver Warbuck, um solitário e excêntrico bilionário, que encontra uma nova família, mudando para sempre a sua vida”, lê-se na mesma nota.

Esta produção é bastante famosa em todo o mundo, tendo já vencido sete prémios Tony, os grandes prémios do teatro, incluindo a distinção de “Melhor Musical”.

“Depois de ter ocupado o terceiro lugar na lista de musicais que mais tempo estiveram em cena nos anos 70, ‘Annie’ continua a ter um lugar especial no coração do grande público. A peça, que na década de 1980 chegou a ser transformada num filme nomeado para Óscares, viaja agora pelo mundo, dando vida à história numa nova era.”

A produção deste musical está a cargo do grupo Crossroads Live North America e Broadway Asia. Os bilhetes já estão à venda, disponíveis na Rede Bilheteira de Macau e nas plataformas Damai e Maoyan em toda a China.

8 Jul 2024

MGM | “Summer Hype” mistura arte, cultura e retalho na Barra

Chama-se “Summer Hype” e é o nome dado à nova série de eventos realizados na zona da Barra este mês, promovidos pela concessionária de jogo MGM. A arte e cultura são os convidados para criar nesta zona da península, junto ao templo de A-Má, um “distrito vibrante”. Para já, pode ser vista a instalação artística “BERTILO Drifts in Barra” e uma exposição para crianças oriunda do Centro Georges Pompidou

 

Foi lançada, na sexta-feira, mais uma iniciativa cultural que pretende aliar o empreendedorismo, arte e cultura locais aos bairros históricos de Macau. A iniciativa “Summer Hype” agrega uma série de actividades culturais a fim de revitalizar a zona da Barra junto ao templo de A-Má, uma das mais visitadas pelos turistas e também um dos espaços históricos mais tradicionais de Macau.

Segundo um comunicado da MGM, com a iniciativa “Summer Hype” pretende-se estabelecer uma sinergia com pequenas e médias empresas (PME) locais e “parceiros criativos”, transformando, assim, a zona da Barra “num centro vibrante repleto de actividades artísticas, de lazer e de comércio”.

Destaque para a exibição, durante este mês, da instalação de arte pública com um insuflável cor-de-rosa intitulada “BERTILO Drifts in Barra”, que pode ser vista junto ao Museu Marítimo. Associados a esta instalação, estarão disponíveis na zona da Barra várias tendas com comidas e bebidas com o tema cor-de-rosa, nomeadamente gelados, bolos e outras iguarias, disponibilizados por empresas locais.

Ainda este mês, será inaugurada a exposição “Mundo de Arte Fantástica do Centre Pompidou: Os Plantamouves”, no antigo Matadouro da Barra, recentemente revitalizado. Trata-se de uma colaboração entre a operadora de jogo, o Instituto Cultural e o Centro Georges Pompidou, em França.

Segundo uma nota do MGM, esta exposição foi “especialmente concebida para crianças”, permitindo que estas, juntamente com os pais, criem “uma instalação de arte gigante vibrante utilizando luz, cor e linhas”.

A mostra pretende ser “um espaço criativo que serve não só como um parque infantil, mas também como uma plataforma educacional interactiva para estimular o potencial artístico das crianças”.

Destaque ainda para a organização, juntamente com a Associação de Ilustradores de Macau, do “Concurso de Design de Identidade Visual da Zona da Barra”, pretendendo-se “criar um sistema único de símbolos visuais para o bairro da Barra” através da “co-criação criativa da comunidade”. O concurso “visa revitalizar a história marítima e o património industrial da zona”.

Expectativas de futuro

Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC), afirmou, no sábado, esperar que esta iniciativa conjunta dê uma nova vida à zona da Barra. “No passado os projectos de revitalização envolviam sobretudo o Governo e os proprietários. Agora, com o envolvimento da MGM e de uma variedade de PME, a revitalização da zona da Barra atingiu uma nova dimensão, permitindo uma cooperação mais aprofundada e modelos inovadores.”

A presidente do IC destacou que, apesar da zona da Barra ser histórica, pode atrair “muitas possibilidades no futuro e acolher uma série de projectos criativos”. “Acredito que a futura revitalização deste espaço pode combinar elementos históricos e culturais com a injecção de elementos inovadores, conduzindo gradualmente esta zona para uma nova fase de vitalidade”, acrescentou.

O cartaz de eventos do “Summer Hype” inclui ainda, em Agosto, a exposição de ilustração “Matsui’s – The Dog Exhibition”, organizada em parceria com a marca local “THE BIG APPLE”, que comemora em 2024 dez anos de existência no mercado da moda e do retalho. Assim sendo, apresenta-se, pela primeira vez em Macau, os trabalhos de Matsui, artista japonês. A zona da Barra terá ainda outros espaços temáticos em consonância com esta exposição.

8 Jul 2024

Finanças | Salário anual na China limitado para executivos do sector

O objectivo da medida ontem anunciada pela imprensa chinesa passa pela redução das desigualdades salariais no sector financeiro, um dos mais propensos a casos de corrupção

 

A China planeia limitar os salários anuais dos trabalhadores do sector financeiro ao equivalente a 382.000 euros, informou ontem a imprensa local, numa altura em que Pequim intensifica a campanha para erradicar a extravagância e reduzir desigualdades.

O limite vai ser aplicado a todas as correctoras, sociedades de fundos de investimento e bancos apoiados pelo Estado, com excepção das instituições financeiras apoiadas por investidores privados, disse o jornal de Hong Kong South China Morning Post, sem identificar as fontes.

Ao ser aplicada retroactivamente, esta medida pode significar que quem ganhou acima do valor limite nos últimos anos vai provavelmente ter de devolver o dinheiro em excesso às empresas, acrescentou o jornal.

É a mais recente medida alinhada com a iniciativa de prosperidade comum do Presidente chinês, Xi Jinping, que sublinha a distribuição equitativa da riqueza numa altura em que o país enfrenta um abrandamento económico.

O sector financeiro, considerado de elite na China, tem estado na mira dos decisores políticos desde que, em 2022, um jovem corrector da China International Capital Corp ostentou o salário nas redes sociais, suscitando a ira do público.

A isto seguiu-se uma série de investigações sobre casos de corrupção envolvendo reguladores e executivos de topo.

O limite salarial também pode ter a ver com a tensão fiscal que o governo enfrenta, à medida que tenta diversificar as fontes de receita num contexto de declínio da cobrança de impostos e da venda de terrenos, de acordo com observadores citados pelo SCMP.

Pestana aberta

No mês passado, um grupo de empresas chinesas cotadas na bolsa afirmou que poderá ter de pagar impostos que remontam a três décadas, tendo a administração fiscal do Estado negado posteriormente que estivesse a tomar medidas retroactivas.

Uma fonte citada pelo SCMP referiu que algumas grandes empresas financeiras, incluindo as principais sociedades de fundos de investimento, intensificaram o controlo dos reembolsos de despesas, uma vez que estes são utilizados como uma forma dissimulada de pagamento de salários para contornar a supervisão regulamentar.

Algumas grandes correctoras já elaboraram medidas para aplicar o limite salarial, enquanto as restantes ainda não planearam nada, disse outra fonte.

Embora Xi tenha sublinhado a importância da indústria financeira, que pretende transformar numa potência mundial, o sector tem sido objecto de maior vigilância regulamentar nos últimos anos, no âmbito da campanha anticorrupção lançada pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

Mais de 30 funcionários do sector foram colocados sob investigação este ano, sendo o chefe da filial da província de Jiangsu da entidade reguladora do mercado de acções o mais recente. Em 2023, foram investigados pelo menos 101 funcionários, incluindo Liu Liange, antigo presidente do Banco da China, e Li Xiaopeng, antigo presidente do Grupo China Everbright.

5 Jul 2024

UPM | Docente distinguido com prémio Fernão Mendes Pinto

Manuel Duarte Pires, docente da Universidade Politécnica de Macau (UPM), acaba de ganhar o prémio Fernão Mendes Pinto, relativo ao ano de 2023, pela publicação do trabalho “Português no ensino superior da China: os estudantes chineses de mobilidade de crédito em Portugal e o ensino para a interação cultural”, tema central do doutoramento que o docente concluiu em 2022 na Universidade de Lisboa, na área do Português como Língua Estrangeira.

Segundo um comunicado da UPM, este trabalho de Manuel Duarte Pires “contribui para aumentar a compreensão da comunidade internacional sobre o ensino bilingue de chinês e português, bem como para fornecer um importante suporte de investigação científica, promovendo o intercâmbio linguístico e cultural entre as duas comunidades”.

O prémio foi entregue no 33.º Encontro Anual da Associação de Universidades de Língua Portuguesa (AULP), que decorreu na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil.

Criado pela AULP) e pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Prémio Fernão Mendes Pinto é atribuído anualmente pela AULP, com o objectivo de reconhecer artigos académicos que contribuam para a promoção do intercâmbio cultural entre as comunidades lusófonas.

Também de acordo com a mesma nota, a UPM, através do trabalho desenvolvido na Faculdade de Línguas e Tradução, afirma o empenhamento “na promoção do intercâmbio cultural entre as línguas chinesa e portuguesa, tendo formado, com sucesso, um grande número de quadros profissionais na área de línguas e tradução”.

“A UPM continuará a seguir a sua filosofia de ensino de excelência, promovendo a estratégia de formação de talentos, alargando a visão internacional dos docentes e alunos, e exportando quadros bilingues com competitividade internacional”, é ainda referido.

5 Jul 2024

IC | Primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças arrancou ontem

Estão aí os primeiros espectáculos relativos à primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau. A iniciativa organizada pelo Instituto Cultural traz, até domingo, a peça de teatro infantil “A Lua numa Caçarola”, da companhia La Petita Malumaluga, de Espanha. Segue-se, na próxima semana, a peça “Laika”, da companhia espanhola Teatro Xirriquiteula

 

Já começou a primeira edição de um festival recheado de eventos destinados a crianças, mas também aos graúdos que as acompanham. O Festival Internacional de Artes para Crianças teve ontem a sua primeira exibição, que se apresenta até domingo. Trata-se da peça de teatro infantil “A Lua numa Caçarola” da companhia espanhola La Petita Malumaluga. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), entidade promotora do evento, trata-se de um espectáculo que combina “música, dança, teatro e efeitos especiais”, sendo indicado para crianças a partir de um ano de idade. Assim, estas poderão “explorar os recantos mais emocionantes da lua através de uma abordagem interactiva”.

Existem vários horários disponíveis para assistir a este espectáculo, que se apresenta no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Com cerca de 40 minutos de duração, o espectáculo tem “a felicidade como ingrediente principal para a autodescoberta”, convidando as famílias a sentarem-se em palco com os mais pequenos. Depois, usa-se uma “poção mágica para ‘borrifar’ meninos e meninas nas suas novas abordagens ao teatro infantil”.

Esta companhia é considerada uma das pioneiras nas artes performativas para os mais pequenos, tendo “espalhado a sua visão artística e imaginação pelo mundo fora, actuando em alguns dos maiores festivais e salas de teatro”. A companhia espanhola já fez um espectáculo intitulado “Beatles para Bebés”, que passou por Macau. Mas desta vez, é altura dos mais pequenos se deslumbrarem “com os segredos de uma bonita e misteriosa lua”.

Laika em Moscovo

Na próxima semana, nomeadamente nos dias 13 e 14 de Julho, é apresentada a peça “Laika”, também de uma companhia espanhola, o Teatro Xirriquiteula.

“Recorrendo a várias formas de expressão artística, como teatro de sombras, fantoches e montagem cinematográfica, o espectáculo levará o público através do túnel do tempo até à década de 1950 para uma experiência histórica animada, adequando-se a qualquer pessoa a partir dos quatro anos de idade”, descreve o IC.

A história de “Laika” passa-se em Moscovo, Rússia, em 1957. “Laika” é uma “cachorrinha vadia, inteligente e gentil” que “após completar o treino num programa espacial, recebe um bilhete para ir ao espaço”. A sua missão é “explorar e desvendar os mistérios das estrelas cintilantes que adornam o céu nocturno”, sendo que, “ao embarcar nesta viagem interestelar, Laika marcará o seu nome na história como o primeiro ser vivo a aventurar-se no grande desconhecido cósmico”.

Esta é a primeira iniciativa do género, em formato de festival, apenas dedicado aos mais pequenos. Com duração até Agosto, inclui, além dos espectáculos, um festival de cinema, que decorre na Cinemateca Paixão, bem como workshops que convidam toda a família a participar. Para o IC, trata-se de “um programa de actividades emocionantes”.

O IC quer também estimular o interesse dos mais novos pela leitura, com foco nos livros artísticos, pelo que a Livraria para Crianças, num formato “pop-up”, ou seja, temporário, estará aberta todos os fins-de-semana durante este mês no DOT ART, no primeiro andar do Centro Cultural de Macau. Incorporando elementos de um parque de diversões, a livraria incluirá mais de 200 géneros de livros ilustrados, para jovens leitores, com imagens, cartilhas e outros produtos culturais e criativos de mais de dez países e regiões. Haverá também dispositivos para fotografias e uma área de leitura para pais e filhos, onde pequenos e graúdos poderão desfrutar juntos da leitura.

Estão programados 20 workshops, num total de 60 sessões, “proporcionando às crianças e aos seus pais a oportunidade de participarem em diversas actividades, incluindo música, teatro, pintura e dança”. Um deles é o “Alma Musical”, exclusivo para adolescentes e destinado a promover o prazer da música através de expressões como a representação, canto e dança. Haverá ainda o workshop “Dança Conexão Corpo-Mente”, destinado aos mais idosos, que, assim, são convidados “a mover o seu corpo e a revelar o seu charme”. Para estas actividades é necessário fazer inscrição na plataforma “Conta Única de Macau”.

5 Jul 2024

Ka-Hó | Galeria H2H apresenta exposição “Blooming in Glass”

“Blooming in Glass – Exposição em Vidro Tiffany” é a nova mostra patente na galeria “Hold On To Hope”, na vila de Ka-Hó, Coloane, da autoria das artistas ToChoi e Pui Lam Choi. A inauguração acontece este domingo a partir das 16h, estando a exposição patente até ao dia 28 de Julho.

Segundo um comunicado, “esta exposição utilizará vidro Tiffany [colorido] como meio criativo, integrando elementos naturais no material de vidro, fazendo com que o espectador se sinta num reino natural onírico. Voando levemente entre as flores de vidro que desabrocham, é apresentado à sua frente com a tecnologia de vidro exclusiva da Tiffany, conferindo-lhe uma dinâmica e graça realistas”.

A organização da mostra destaca ainda as particularidades do vidro Tiffany como material artístico, proporcionando “efeitos visuais sonhadores e encantadores”.

Desta forma, nesta exposição é utilizado “habilmente este material criativo rico em espiritualidade para dar uma nova vida a elementos naturais como borboletas, flores ou folhas”, entre outros elementos da natureza.

Apresentam-se verdadeiras “obras de arte em vidro que não só reflectem a profunda compreensão das artistas sobre a natureza, como apresentam também a essência da arte decorativa do final do século XIX, combinando arte e praticidade”. As peças expostas são, assim, “deslumbrantes”, segundo a organização.

A galeria “Hold On To Hope” é um espaço gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau. Com esta mostra, pretende-se “exibir de forma abrangente o valor artístico e as características estéticas do vidro Tiffany, permitindo ao público experimentar pessoalmente esta icónica forma de arte decorativa”. Assim sendo, “Blooming in glass – Tiffany Glass Art Exhibition” convida o público “a viajar por esta festa artística única, a apreciar os infinitos milagres da natureza e a sentir o ritmo da vida”.

4 Jul 2024

FRC | Associação de Música Soul actua este sábado

O músico macaense Giulio Acconci junta-se ao próximo concerto que decorre este sábado na Fundação Rui Cunha protagonizado pela Associação de Música Soul de Macau. “Ocean Walker”, o nome do evento, é “inédito”, pois recria o conceito de “pequeno concerto de bolso”, nascido nos EUA

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta este sábado, entre as 17h30 e as 19h, duas sessões do musical em mini-concerto intitulado “Ocean Walker”, um projecto do coro local da Associação de Música Soul de Macau, formado por profissionais e amadores, sob a orientação do compositor e pianista Addison Wong, a quem se junta o músico e artista Giulio Acconci como convidado especial.

Segundo um comunicado, o evento é inédito na galeria da FRC, sendo recriado um pequeno concerto de bolso ao estilo dos Tiny Desk Concerts da NPR Music, uma ideia com grande sucesso nos EUA e a nível internacional via Youtube.

Este coro de música soul, com o nome “Ocean Walker”, vai realizar dois mini-concertos idênticos, cada um de 40 minutos, interpretando vários clássicos de musicais da Broadway.

Antes de cada música haverá uma breve conversa introdutória, onde será apresentado o resumo do musical de origem, a letra destacada e o papel dos personagens que intervêm na respectiva cena. Isso permitirá um maior envolvimento e participação do público. Trata-se de uma produção de teatro musical de pequena escala, incluindo canto a solo e em grupo, coreografia e performance, com direito a coreógrafo, professor de canto e director musical, tudo num espaço limitado de palco.

Raízes musicais

O coro “Ocean Walker” foi fundado em 2021 e tem actualmente 15 cantores residentes, com idades compreendidas entre o período da adolescência e os trinta anos. É conhecido pelas suas performances fortes e enérgicas em palco, com o som coral enraizado na cultura soul e R&B (Rhythm & Blues).

Addison Wong nasceu em Macau e foi para os Estados Unidos estudar música quando tinha 16 anos. Formou-se com um mestrado em Composição Musical, pela Universidade de Oregon, e foi mais tarde nomeado director musical da Bushnell University, onde continuou a reger a sua banda de jazz, coral e orquestra, bem como a leccionar cursos de teoria e composição musical.

De regresso ao território, tem desenvolvido inúmeros projectos pessoais e colectivos nas áreas musicais em que se move, tendo participado já diversas vezes nos concertos “Saturday Night Jazz” da FRC.

4 Jul 2024