AMCM | Taxa de juro básica desce “empurrada” pelo coronavírus

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem a revisão em baixa da taxa de redesconto, ou taxa de juro básica, (em 50 pontos-base), para 1,5 por cento. A decisão foi tomada “atendendo à indexação da pataca ao dólar de Hong Kong (HKD)”, e para “salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial” das duas moedas.

Assim sendo, Macau acompanha a decisão da autoridade monetária da região vizinha, que, por sua vez, acompanha igual ajuste levado a cabo pela Reserva Federal dos Estados Unidos (FED), porque o HKD está indexado ao dólar americano.

O corte em 50 pontos-base na taxa de redesconto do dólar, anunciado Jerome Powell, presidente do FED, foi justificado como uma medida de emergência para endereçar o impacto da propagação do Covid- 19 na economia norte-americana.

Este foi o primeiro corte de emergência do FED na taxa de juro básica desde de 2008, à altura motivada pela crise dos subprimes, que provocou uma crise financeira global. Além disso, este foi também o maior corte desde essa altura.

Referindo-se ao impacto do surto de coronavírus na economia, o presidente do FED disse na terça-feira que a decisão de agir foi tomada depois da avaliação dos riscos, e tendo em conta que “ninguém sabe quanto tempo isto irá demorar”.

AMCM | Taxa de juro básica desce “empurrada” pelo coronavírus

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem a revisão em baixa da taxa de redesconto, ou taxa de juro básica, (em 50 pontos-base), para 1,5 por cento. A decisão foi tomada “atendendo à indexação da pataca ao dólar de Hong Kong (HKD)”, e para “salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial” das duas moedas.
Assim sendo, Macau acompanha a decisão da autoridade monetária da região vizinha, que, por sua vez, acompanha igual ajuste levado a cabo pela Reserva Federal dos Estados Unidos (FED), porque o HKD está indexado ao dólar americano.
O corte em 50 pontos-base na taxa de redesconto do dólar, anunciado Jerome Powell, presidente do FED, foi justificado como uma medida de emergência para endereçar o impacto da propagação do Covid- 19 na economia norte-americana.
Este foi o primeiro corte de emergência do FED na taxa de juro básica desde de 2008, à altura motivada pela crise dos subprimes, que provocou uma crise financeira global. Além disso, este foi também o maior corte desde essa altura.
Referindo-se ao impacto do surto de coronavírus na economia, o presidente do FED disse na terça-feira que a decisão de agir foi tomada depois da avaliação dos riscos, e tendo em conta que “ninguém sabe quanto tempo isto irá demorar”.

DSAT | Confirmado aumento do número de obras

[dropcap]O[/dropcap] director dos Serviços para os Assuntos Tráfegos (DSAT), Lam Hin San, admitiu que o Governo acelerou a realização de algumas obras nas artérias principais da cidade, devido à redução do tráfego. Lam Hin San, segundo as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, explicou que havia trabalhos que estavam planeados para ser feitos por fases.

Contudo, a necessidade das pessoas ficarem em casa e evitarem saídas desnecessárias, assim como a quebra do turismo, abriu uma janela de oportunidade. O director da DSAT apelou ainda à compreensão das pessoas, defendeu que o impacto das obras vai ser reduzido e pediu aos cidadãos que se desloquem mais cedo do que o previsto. Finalmente, Lam recordou à população que Macau se encontra numa fase de combate à epidemia e que por isso as pessoas devem evitar as deslocações que não sejam essenciais.

DSAT | Confirmado aumento do número de obras

[dropcap]O[/dropcap] director dos Serviços para os Assuntos Tráfegos (DSAT), Lam Hin San, admitiu que o Governo acelerou a realização de algumas obras nas artérias principais da cidade, devido à redução do tráfego. Lam Hin San, segundo as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, explicou que havia trabalhos que estavam planeados para ser feitos por fases.
Contudo, a necessidade das pessoas ficarem em casa e evitarem saídas desnecessárias, assim como a quebra do turismo, abriu uma janela de oportunidade. O director da DSAT apelou ainda à compreensão das pessoas, defendeu que o impacto das obras vai ser reduzido e pediu aos cidadãos que se desloquem mais cedo do que o previsto. Finalmente, Lam recordou à população que Macau se encontra numa fase de combate à epidemia e que por isso as pessoas devem evitar as deslocações que não sejam essenciais.

Habitação económica | Prazo para candidaturas alargado até 27 de Abril

O Executivo anunciou ontem a prorrogação do prazo para as candidaturas ao concurso de habitação económica até 27 de Abril. Também o prazo para entrega de documento em falta foi alargado e o processo de candidatura simplificado, com menos documentação a ser exigida pelo Instituto de Habitação

 

[dropcap]O[/dropcap]s interessados no concurso à habitação económica vão ter mais tempo para apresentar candidatura e submeter documentação, de acordo com o anúncio publicado ontem no Boletim Oficial. Assim sendo, o prazo para apresentação de candidaturas foi alargado para 27 de Abril. Recorde-se que o prazo anterior terminava a 26 de Março. O limite para a entrega de documentos em falta foi também estendido até 25 de Maio.

O Instituto de Habitação (IH) anunciou ainda a simplificação das formalidades a cumprir. Os candidatos, quando entregam o boletim de candidatura, já não precisam anexar o relatório do valor da avaliação dos imóveis, nem o requerimento de desistência de anterior concurso (2013). Da mesma forma, o relatório financeiro deixa de ser forçosamente assinado por um contabilista.

Se o candidato for empresário comercial, tem de apresentar o relatório financeiro, discriminando receita de vendas e/ou de prestação de serviços, despesas e custos, resultados antes dos impostos, outros rendimentos. Este relatório também não carece de assinatura de contabilista.

Via electrónica

A documentação deve ser apresentada no edifício do IH, na Ilha Verde, mas o organismo liderado por Arnaldo Santos aconselha os candidatos a fazerem marcação prévia online para formalizar a candidatura e ainda alerta para a necessidade de usar máscara e apresentar declaração de saúde para entrar nas instalações do IH.

O actual concurso a habitação económica, uma das promessas cumpridas nos últimos instantes da administração de Chui Sai On, vai distribuir 3.011 fracções. Destas, grande parte, 1.253 unidades, têm três quartos, 998 dois quartos e 760 são do tipo T1. Todas as fracções vão ficar localizadas na Zona A dos Novos Aterros e ainda não há data para o início da construção.

Habitação económica | Prazo para candidaturas alargado até 27 de Abril

O Executivo anunciou ontem a prorrogação do prazo para as candidaturas ao concurso de habitação económica até 27 de Abril. Também o prazo para entrega de documento em falta foi alargado e o processo de candidatura simplificado, com menos documentação a ser exigida pelo Instituto de Habitação

 
[dropcap]O[/dropcap]s interessados no concurso à habitação económica vão ter mais tempo para apresentar candidatura e submeter documentação, de acordo com o anúncio publicado ontem no Boletim Oficial. Assim sendo, o prazo para apresentação de candidaturas foi alargado para 27 de Abril. Recorde-se que o prazo anterior terminava a 26 de Março. O limite para a entrega de documentos em falta foi também estendido até 25 de Maio.
O Instituto de Habitação (IH) anunciou ainda a simplificação das formalidades a cumprir. Os candidatos, quando entregam o boletim de candidatura, já não precisam anexar o relatório do valor da avaliação dos imóveis, nem o requerimento de desistência de anterior concurso (2013). Da mesma forma, o relatório financeiro deixa de ser forçosamente assinado por um contabilista.
Se o candidato for empresário comercial, tem de apresentar o relatório financeiro, discriminando receita de vendas e/ou de prestação de serviços, despesas e custos, resultados antes dos impostos, outros rendimentos. Este relatório também não carece de assinatura de contabilista.

Via electrónica

A documentação deve ser apresentada no edifício do IH, na Ilha Verde, mas o organismo liderado por Arnaldo Santos aconselha os candidatos a fazerem marcação prévia online para formalizar a candidatura e ainda alerta para a necessidade de usar máscara e apresentar declaração de saúde para entrar nas instalações do IH.
O actual concurso a habitação económica, uma das promessas cumpridas nos últimos instantes da administração de Chui Sai On, vai distribuir 3.011 fracções. Destas, grande parte, 1.253 unidades, têm três quartos, 998 dois quartos e 760 são do tipo T1. Todas as fracções vão ficar localizadas na Zona A dos Novos Aterros e ainda não há data para o início da construção.

AL | Coutinho considera “lamentável” recusa de audição sobre autocarros

Confrontado com a recusa do pedido de audição do presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, o deputado José Pereira Coutinho não aceita a argumentação apresentada e afirma que a decisão só vai contribuir para o despesismo e para a pouca transparência que existe em torno dos contratos e concessões dos transportes públicos. Já Sulu Sou considera a recusa aceitável

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho condenou ontem a decisão do presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In, de recusar o pedido de audição enviado no final de Novembro pelo próprio e por Sulu Sou, onde pediam que o Governo prestasse esclarecimentos sobre a renovação dos contratos com as concessionárias dos autocarros públicos, que foi estendida por 14 meses.

“Só tenho que lamentar e dizer que a assembleia dá sinais muito claros de andar a reboque do Governo. É um sinal preocupante porque está a ser feito tudo de maneira a não complicar a vida ao Executivo”, disse ao HM Pereira Coutinho. Por seu turno, o deputado Sulu Sou considera a recusa aceitável, pelo facto de a comissão de acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas, designada para apreciar uma petição apresentada pela Associação Novo Macau, já ter completado o trabalho mais relevante sobre a matéria.

A notícia da recusa do pedido de audição foi avançada ontem pela TDM-Rádio Macau que cita um ofício com a data de terça-feira, onde Kou Hoi In alega já não se verificar “o pressuposto legal para a realização de uma audição pelas comissões da AL”, uma vez que a comissão já analisou a petição e que o respectivo relatório foi concluído em Janeiro.

Pereira Coutinho considera inválida a argumentação apresentada por Kou Hoi In e diz que o pedido foi feito ainda antes dos trabalhos da comissão.

“Não posso de maneira nenhuma aceitar a argumentação, quer legal, quer lógica, para rejeitar o pedido de audição. Relembro que o nosso pedido foi muito anterior à reunião realizada pela comissão e por isso não acho razoável que o presidente tenha decidido dessa forma. São processos distintos “, referiu o deputado.

Já Sulu Sou aceita a explicação dada por Kou Hoi In. “Dado que a razão do nosso pedido (…) se baseava na apreciação da petição da Novo Macau que, devido ao calendário e ao facto de a comissão já ter completado o trabalho relevante, já não existe. Acho que a decisão do presidente desta vez está correcta”, disse ao HM Sulu Sou.

Pensamento curto

A proposta conjunta de audição apresentada pelos deputados visava esclarecer o teor das negociações dos contratos com as concessionárias, prorrogados por um curto espaço de tempo. Na altura, Pereira Coutinho e Sulu Sou afirmaram que, com os contratos de 14 meses “as vítimas são os passageiros”, e que tanto cidadãos como deputados pediram a realização de um concurso público para a concessão do serviço de autocarros.

Garantindo que havia “muitas perguntas a fazer” sobre o exercício de uma actividade “que é tão importante para Macau”, Pereira Coutinho referiu ao HM que, subjacente à questão, estão os gastos públicos.

“O que está em questão é o valor elevado do erário público que está a ser pago às companhias. Não se sabe bem de que forma são fiscalizados os gastos deste dinheiro entregue de bandeja como forma de prestação de serviços e (…), tratando-se de actividades concessionadas, nunca deveria haver lugar à atribuição de subsídios adicionais”, vincou o deputado.

Devido às dúvidas existentes, de acordo com a TDM-Rádio Macau, a comissão, decidiu pedir mais explicações ao Governo para afastar “dúvidas” sobre o financiamento à Transmac e à TCM.

AL | Coutinho considera “lamentável” recusa de audição sobre autocarros

Confrontado com a recusa do pedido de audição do presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, o deputado José Pereira Coutinho não aceita a argumentação apresentada e afirma que a decisão só vai contribuir para o despesismo e para a pouca transparência que existe em torno dos contratos e concessões dos transportes públicos. Já Sulu Sou considera a recusa aceitável

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho condenou ontem a decisão do presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In, de recusar o pedido de audição enviado no final de Novembro pelo próprio e por Sulu Sou, onde pediam que o Governo prestasse esclarecimentos sobre a renovação dos contratos com as concessionárias dos autocarros públicos, que foi estendida por 14 meses.
“Só tenho que lamentar e dizer que a assembleia dá sinais muito claros de andar a reboque do Governo. É um sinal preocupante porque está a ser feito tudo de maneira a não complicar a vida ao Executivo”, disse ao HM Pereira Coutinho. Por seu turno, o deputado Sulu Sou considera a recusa aceitável, pelo facto de a comissão de acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas, designada para apreciar uma petição apresentada pela Associação Novo Macau, já ter completado o trabalho mais relevante sobre a matéria.
A notícia da recusa do pedido de audição foi avançada ontem pela TDM-Rádio Macau que cita um ofício com a data de terça-feira, onde Kou Hoi In alega já não se verificar “o pressuposto legal para a realização de uma audição pelas comissões da AL”, uma vez que a comissão já analisou a petição e que o respectivo relatório foi concluído em Janeiro.
Pereira Coutinho considera inválida a argumentação apresentada por Kou Hoi In e diz que o pedido foi feito ainda antes dos trabalhos da comissão.
“Não posso de maneira nenhuma aceitar a argumentação, quer legal, quer lógica, para rejeitar o pedido de audição. Relembro que o nosso pedido foi muito anterior à reunião realizada pela comissão e por isso não acho razoável que o presidente tenha decidido dessa forma. São processos distintos “, referiu o deputado.
Já Sulu Sou aceita a explicação dada por Kou Hoi In. “Dado que a razão do nosso pedido (…) se baseava na apreciação da petição da Novo Macau que, devido ao calendário e ao facto de a comissão já ter completado o trabalho relevante, já não existe. Acho que a decisão do presidente desta vez está correcta”, disse ao HM Sulu Sou.

Pensamento curto

A proposta conjunta de audição apresentada pelos deputados visava esclarecer o teor das negociações dos contratos com as concessionárias, prorrogados por um curto espaço de tempo. Na altura, Pereira Coutinho e Sulu Sou afirmaram que, com os contratos de 14 meses “as vítimas são os passageiros”, e que tanto cidadãos como deputados pediram a realização de um concurso público para a concessão do serviço de autocarros.
Garantindo que havia “muitas perguntas a fazer” sobre o exercício de uma actividade “que é tão importante para Macau”, Pereira Coutinho referiu ao HM que, subjacente à questão, estão os gastos públicos.
“O que está em questão é o valor elevado do erário público que está a ser pago às companhias. Não se sabe bem de que forma são fiscalizados os gastos deste dinheiro entregue de bandeja como forma de prestação de serviços e (…), tratando-se de actividades concessionadas, nunca deveria haver lugar à atribuição de subsídios adicionais”, vincou o deputado.
Devido às dúvidas existentes, de acordo com a TDM-Rádio Macau, a comissão, decidiu pedir mais explicações ao Governo para afastar “dúvidas” sobre o financiamento à Transmac e à TCM.

Covid-19 | Inspecções passam a ser feitas no edifício Fórum Macau 

Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau, disse ontem que os trabalhos de controlo e inspecção a visitantes vão deixar de ser feitos, a partir de hoje, no Campo dos Operários para serem feitos no edifício Fórum Macau, por permitir uma maior capacidade de acolhimento e de resposta

 

[dropcap]D[/dropcap]ado o aumento gradual do número de visitantes em Macau, as autoridades decidiram transferir as operações de inspecção e fiscalização de potenciais infectados com o Covid-19 dos dois pavilhões do Campo dos Operários para o edifício Fórum Macau, uma medida que entra hoje em vigor.

“Até este momento estão a ser submetidas a inspecção médica mais de três mil pessoas. O pavilhão A do Campo dos Operários acolhe, no máximo, 400 pessoas, o pavilhão B 100 e o terminal marítimo do Pac On acolhe até 500 pessoas”, começou por explicar Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau (SSM).

“Nas horas de pico temos vindo a acolher cada vez mais pessoas para serem submetidas a testes. Para assegurar a boa ordem e a segurança dos postos de inspecção, e para manter a duração de seis a oito horas de inspecção, o centro de contingência vai mudar os postos de inspecção do Campo dos Operários para o Fórum a partir das 8h00 do dia 5 de Março”, acrescentou a responsável.

Leong Iek Hou não afastou, no entanto, a hipótese de vir a ser escolhido um local maior para a realização destas inspecções. “Não vamos devolver ainda o Campo dos Operários, este vai ficar como reserva e não afastamos a possibilidade de encontrar um novo local, maior.”

“Vamos fazer a mudança no sentido de assegurar um melhor ritmo, porque no Campo dos Operários temos dois pavilhões e temos de ter duas equipas, o que pode dificultar a comunicação. Queríamos estar num espaço maior onde fosse assegurada uma maior distância entre as pessoas sujeitas aos testes”, acrescentou a responsável.

Dado o aumento do número de visitantes, oriundos sobretudo de Hong Kong e do Interior da China, o Governo não põe de parte um ajustamento nas acções preventivas. “Com o aumento de visitantes por motivos de viagem, trabalho ou comércio vamos continuar a avaliar se são necessárias mais medidas. Com a situação estável, veremos se é preciso fazer um ajustamento nos exames médicos, não temos uma atitude passiva”, referiu Leong Iek Hou.

Directamente da Tailândia

Os responsáveis do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus foram ontem confrontados com a notícia de que as autoridades da Tailândia estariam a colocar restrições a viajantes de Macau e Hong Kong, mas Inês Chan, da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), assegurou que o Governo não foi oficialmente informado sobre esse assunto.

“Cada país, tendo em conta o seu ponto de situação [sobre o surto do Covid-19], adopta diferentes medidas. Oficialmente não recebemos nenhuma informação, mas soubemos da notícia pela televisão. Apenas podemos colaborar e cooperar com as decisões desse país, e o que o Governo de Macau pode fazer é apelar à população para ter atenção às medidas dos países, que são ajustadas de forma contínua.”

Neste momento Macau continua com uma situação estável, com apenas uma pessoa infectada internada e sem novos casos há cerca de um mês. Foram excluídos 1881 casos suspeitos. No que diz respeito a visitantes oriundos de zonas com alta incidência do vírus Covid-19, surgiram duas pessoas recém-chegadas de Itália. Desde o dia 26 de Fevereiro que um total de 58 pessoas que estiveram em zonas de alta incidência do vírus foram sujeitas a observação médica. Duas dessas pessoas vieram da Coreia do Sul e três do Interior da China.

 

Zhuhai | TNR concluem quarentena

Na conferência de imprensa de ontem foi adiantada a informação de que cinco trabalhadores não residentes (TNR) já terão concluído os 14 dias de quarentena em Zhuhai. “Se os testes derem negativos entram em Macau com transporte. Mas não tenho mais dados sobre os exames médicos”, disse Leong Iek Hou.

Macau-HK | Travessia marítima sem data

Inês Chan, da Direcção dos Serviços de Turismo, não soube adiantar quando é que poderão ser retomadas as travessias marítimas entre Macau e Hong Kong. “Sabemos que tanto Macau como Hong Kong estão a combater a epidemia, e que Hong Kong está a avaliar a situação. Não temos ainda essa informação”, adiantou.

Hubei | Transporte para aeroporto assegurado

É já este sábado que parte para Hubei um voo fretado da Air Macau que irá transportar um grupo de 60 residentes que pretendem regressar ao território, a fim de escapar ao epicentro do Covid-19. Na conferência de imprensa de ontem foi dito que 57 pessoas já encontraram transporte para o aeroporto, não existindo ainda informações relativas às restantes três pessoas.

Covid-19 | Inspecções passam a ser feitas no edifício Fórum Macau 

Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau, disse ontem que os trabalhos de controlo e inspecção a visitantes vão deixar de ser feitos, a partir de hoje, no Campo dos Operários para serem feitos no edifício Fórum Macau, por permitir uma maior capacidade de acolhimento e de resposta

 
[dropcap]D[/dropcap]ado o aumento gradual do número de visitantes em Macau, as autoridades decidiram transferir as operações de inspecção e fiscalização de potenciais infectados com o Covid-19 dos dois pavilhões do Campo dos Operários para o edifício Fórum Macau, uma medida que entra hoje em vigor.
“Até este momento estão a ser submetidas a inspecção médica mais de três mil pessoas. O pavilhão A do Campo dos Operários acolhe, no máximo, 400 pessoas, o pavilhão B 100 e o terminal marítimo do Pac On acolhe até 500 pessoas”, começou por explicar Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau (SSM).
“Nas horas de pico temos vindo a acolher cada vez mais pessoas para serem submetidas a testes. Para assegurar a boa ordem e a segurança dos postos de inspecção, e para manter a duração de seis a oito horas de inspecção, o centro de contingência vai mudar os postos de inspecção do Campo dos Operários para o Fórum a partir das 8h00 do dia 5 de Março”, acrescentou a responsável.
Leong Iek Hou não afastou, no entanto, a hipótese de vir a ser escolhido um local maior para a realização destas inspecções. “Não vamos devolver ainda o Campo dos Operários, este vai ficar como reserva e não afastamos a possibilidade de encontrar um novo local, maior.”
“Vamos fazer a mudança no sentido de assegurar um melhor ritmo, porque no Campo dos Operários temos dois pavilhões e temos de ter duas equipas, o que pode dificultar a comunicação. Queríamos estar num espaço maior onde fosse assegurada uma maior distância entre as pessoas sujeitas aos testes”, acrescentou a responsável.
Dado o aumento do número de visitantes, oriundos sobretudo de Hong Kong e do Interior da China, o Governo não põe de parte um ajustamento nas acções preventivas. “Com o aumento de visitantes por motivos de viagem, trabalho ou comércio vamos continuar a avaliar se são necessárias mais medidas. Com a situação estável, veremos se é preciso fazer um ajustamento nos exames médicos, não temos uma atitude passiva”, referiu Leong Iek Hou.

Directamente da Tailândia

Os responsáveis do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus foram ontem confrontados com a notícia de que as autoridades da Tailândia estariam a colocar restrições a viajantes de Macau e Hong Kong, mas Inês Chan, da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), assegurou que o Governo não foi oficialmente informado sobre esse assunto.
“Cada país, tendo em conta o seu ponto de situação [sobre o surto do Covid-19], adopta diferentes medidas. Oficialmente não recebemos nenhuma informação, mas soubemos da notícia pela televisão. Apenas podemos colaborar e cooperar com as decisões desse país, e o que o Governo de Macau pode fazer é apelar à população para ter atenção às medidas dos países, que são ajustadas de forma contínua.”
Neste momento Macau continua com uma situação estável, com apenas uma pessoa infectada internada e sem novos casos há cerca de um mês. Foram excluídos 1881 casos suspeitos. No que diz respeito a visitantes oriundos de zonas com alta incidência do vírus Covid-19, surgiram duas pessoas recém-chegadas de Itália. Desde o dia 26 de Fevereiro que um total de 58 pessoas que estiveram em zonas de alta incidência do vírus foram sujeitas a observação médica. Duas dessas pessoas vieram da Coreia do Sul e três do Interior da China.
 

Zhuhai | TNR concluem quarentena

Na conferência de imprensa de ontem foi adiantada a informação de que cinco trabalhadores não residentes (TNR) já terão concluído os 14 dias de quarentena em Zhuhai. “Se os testes derem negativos entram em Macau com transporte. Mas não tenho mais dados sobre os exames médicos”, disse Leong Iek Hou.

Macau-HK | Travessia marítima sem data

Inês Chan, da Direcção dos Serviços de Turismo, não soube adiantar quando é que poderão ser retomadas as travessias marítimas entre Macau e Hong Kong. “Sabemos que tanto Macau como Hong Kong estão a combater a epidemia, e que Hong Kong está a avaliar a situação. Não temos ainda essa informação”, adiantou.

Hubei | Transporte para aeroporto assegurado

É já este sábado que parte para Hubei um voo fretado da Air Macau que irá transportar um grupo de 60 residentes que pretendem regressar ao território, a fim de escapar ao epicentro do Covid-19. Na conferência de imprensa de ontem foi dito que 57 pessoas já encontraram transporte para o aeroporto, não existindo ainda informações relativas às restantes três pessoas.

Portugal | Farmácias sem máscaras e desinfectantes devido aos casos de Covid-19

Com cinco casos de infecção por Covid-19 confirmados no país, as farmácias portuguesas, de norte a sul, estão sem máscaras e produtos desinfectantes. Se ainda é fácil encomendar desinfectantes o mesmo não acontece com as máscaras, cujos valores estão inflaccionados. OMS alerta para escassez destes materiais

 

 

[dropcap]C[/dropcap]om a chegada do Covid-19 a Portugal, é cada vez mais difícil, se não impossível, adquirir máscaras de protecção e produtos desinfectantes nas farmácias das principais cidades do país. Quando o vírus atingiu o seu pico na China, os asiáticos eram os principais clientes e compravam dezenas de caixas, asseguram farmacêuticos com quem o HM falou. Mas com a chegada do vírus à Europa, são cada vez mais europeus a comprar, incluindo portugueses.

No Porto, onde surgiram os dois primeiros casos, não só não há máscaras como não há qualquer previsão por parte dos fornecedores de quando possam chegar. “Não temos nada em stock, está tudo encomendado.

Temos previsão de que chegará alguma da mercadoria até ao final desta semana, mas apenas de desinfectantes e não de máscaras. Fizemos o pedido, mas as únicas que poderão surgir novamente são as cirúrgicas. Mas também não temos qualquer previsão de quando é que ficarão disponíveis”, explicou uma farmacêutica que não quis ser identificada.

Os preços estão a ser inflaccionados desde o momento em que os produtos são fabricados até à sua venda ao público. “O que se está a passar é que o produto que hoje custa 2 euros daqui a dois dias custa 10 euros e depois custa 20. A ideia que temos, com base nos nossos fornecedores, é que os preços são mantidos. Sei que nas fábricas o produto está a escassear, e depois isto é uma cadeia entre o produtor e a farmácia que vende.”

Filipe Silva, farmacêutico numa outra farmácia no Porto, contou que ainda possuem máscaras, mas a sua venda está raccionada. “Temos algumas máscaras para venda ao balcão, mas limitámos a 10 unidades para que o maior número de pessoas tenha acesso, porque senão as pessoas compram em grande quantidade e só um pequeno grupo de pessoas é que tem acesso às máscaras. Temos previsão de ter em stock mais álcool gel entre esta semana e o início da próxima.”

Nesta farmácia, uma caixa com 10 máscaras custa três euros [cerca de 30 patacas], mas em Lisboa os preços podem atingir 1 euro [cerca de 10 patacas] por máscara. “Estamos a vender cada máscara por 0,30 cêntimos por máscara por uma questão de consciência social.”

Reservas no fim

Esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o esgotamento rápido das reservas de equipamento de protecção individual contra o novo coronavírus que causa a doença Covid-19.

“A OMS enviou cerca de meio milhão de equipamentos de protecção individual para 27 países, mas os ‘stocks’ esgotam-se rapidamente”, disse o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, na Suíça.

Tedros Adhanom Ghebreyesus considerou que “a capacidade de resposta dos países está comprometida pela desorganização grave e crescente da oferta mundial de equipamentos de protecção individual, provocada pelo aumento da procura, a acumulação e o mau uso”.

A OMS estima que, por mês, sejam necessários no mundo mais de 89 milhões de máscaras cirúrgicas, 76 milhões de luvas e 1,6 milhões de óculos de protecção. A sua falta pode colocar em risco de contágio médicos e enfermeiros que cuidam de doentes infectados pelo novo coronavírus.

O director-geral da OMS assinalou que, apesar de numerosas pessoas terem desenvolvido ao longo de vários anos imunidade contra a gripe sazonal, ninguém “está imune” em relação ao coronavírus que causa a doença Covid-19. Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinhou que o novo coronavírus – família de vírus que pode causar infecções respiratórias como pneumonia – é mais perigoso do que os vírus da gripe, apresentando uma taxa de mortalidade de 3,4 por cento (para a gripe é menos de 1 por cento).

Filipe Silva, farmacêutico no Porto, também acredita que a situação vai ficar muito complicada. “Nós estamos precavidos, mas considero que a maior parte das farmácias não o esteja. Há uma preocupação generalizada em parte devido à imprensa que alarmou para esta situação e as pessoas estão bastante preocupadas, daí a correria às máscaras e ao álcool.”

Em Lisboa, a situação não é diferente. Muitas pessoas compram até produtos para reforçar as defesas do organismo, existindo casos em que até a vitamina C esgota. Na Farmácia Barral, na Rua Augusta, as máscaras e produtos desinfectantes estão esgotados desde a última quinta-feira, explicou a farmacêutica Carlota Matos ao HM.

“Todos os dias recebemos centenas de pessoas que pedem estes produtos. O stock já esgotou, encomendámos, mas estamos à espera. Neste momento não nos conseguem dar a previsão se os produtos chegam, e quando chegam. Os preços aumentam cada vez mais porque a procura é maior, o que leva as farmácias a venderem mais caro. Estamos habituados a comprar uma coisa que custa cêntimos e que agora compramos por alguns euros.”

No caso desta farmácia, uma máscara cirúrgica normal custa 1 euro, mas as mais avançadas custam 5 euros. “Vamos passar por uma situação complicada no acesso a materiais, já estava bastante complicado há meses e agora não temos recebido equipamento de todo.”

Carlota Matos nota que os portugueses são agora os principais compradores deste tipo de equipamentos. “No pico do vírus na China notava-se mais os asiáticos a comprarem. Depois com a descida dos casos e com o aumento dos casos em Itália, e como estamos numa zona super turística, temos tido procura por italianos, mas agora é exclusivo dos portugueses.”

Desaparecimento misterioso

A corrida às máscaras é tão evidente que foi reportado, esta terça-feira, um caso de desaparecimento deste material no hospital de Elvas. A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) abriu um inquérito interno para apurar as circunstâncias do desaparecimento de máscaras de protecção no serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia.

“Não podemos qualificar se se trata de um furto ou não. Participámos às autoridades policiais esta circunstância e temos aberto um inquérito para apuramento do que aconteceu”, disse à agência Lusa Joaquim Araújo, vogal executivo do conselho de administração da ULSNA, de que faz parte o hospital de Elvas, no distrito de Portalegre.

O mesmo responsável admitiu que o desaparecimento de máscaras de protecção da unidade hospitalar poderá estar relacionado com o novo coronavírus (Covid-19). “Esta situação poderá ter a ver com esta problemática [surto de Covid-19] e as pessoas, especialmente os funcionários, numa atitude defensiva, julgamos nós, tomam esta medida, mas só o inquérito eventualmente poderá esclarecer”, disse.

Joaquim Araújo não quantificou o número de máscaras de protecção que desapareceram do serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia, uma vez que ainda está a ser feito o “apuramento de tudo”.
No entanto, garantiu que a situação “não põe em perigo qualquer fornecimento aos serviços” e afastou a possibilidade de ser feito comércio com as máscaras. “É grave, não nego a situação porque aconteceu, mas já foram tomadas medidas para salvaguardar tudo”, acrescentou.

Na farmácia Castro, na avenida Almirante Reis, perto de uma zona onde existem muitos comércios ligados à comunidade chinesa, as máscaras começaram a esgotar assim que surgiram as primeiras notícias do surto do Covid-19 na China.

“Isto não é só cá, já acontece em Espanha e Itália, e penso que são os chineses que compram as máscaras todas para levar para lá. A maioria dos clientes são chineses e tenho pessoas que todos os dias que me perguntam se temos máscaras. Todos querem, mas não já não há. Quando começaram a surgir os primeiros sinais do surto eram os chineses que essencialmente compravam”, explicou ao HM o farmacêutico Carlos Eusébio.

Há uma semana que esta farmácia já não tem quaisquer produtos deste género para venda. “Vendemos tudo o que tínhamos para vender. Fomos vendendo ao longo dos dias, depois lá nos enviavam uma caixa ou outra, mas num dia ou dois vendíamos logo tudo. Neste momento há mais de uma semana que não temos nada. Fizemos uma encomenda, mas já nos informaram de que não vem tão depressa”, concluiu.

Economia | Ministro diz não existirem preocupações sobre stocks

O ministro da Economia em Portugal, Pedro Siza Vieira, afirmou ontem não existirem “preocupações” ao nível do abastecimento e ‘stocks’ de produtos no sector farmacêutico e garantiu que o surgimento de novos casos de Covid-19 não vai “mudar de forma radical” estas circunstâncias. “Tive ainda anteontem [segunda-feira] uma reunião com um conjunto de sectores da economia portuguesa e do lado do sector farmacêutico e desta matéria, não há, neste momento, preocupações relativamente a abastecimento e stocks'”, garantiu Pedro Siza Vieira.

O ministro assegurou também que o Governo está “preparado para responder e apoiar as empresas” e que a situação vai continuar a ser “calmamente” gerida.

“Vamos continuar calmamente a gerir a situação, a tomar as decisões relevantes com base na melhor informação disponível e perceber que mais um caso hoje, dez amanhã, não vão mudar de forma radical, neste momento, as circunstâncias que estão presentes”, disse.

Questionado pelos jornalistas se havia algum protocolo de apoio, nomeadamente, às empresas, Pedro Siza Vieira realçou que, apesar de esta não ser uma doença “grave” é, no entanto, “muito contagiosa” e que o objectivo passa agora por “conter a sua propagação”.

“Quanto mais conseguirmos conter a propagação da doença, menos gente ficará doente ao mesmo tempo, menos gente estará a sobrecarregar os nossos serviços de saúde e menos impacto económico terá esta doença”, referiu, acrescentando que o novo caso de surto de Covid-19 em Portugal, à semelhança dos restantes, foi contraído fora do país. “Este caso é como todos os outros, o caso de uma pessoa que veio infectada de fora, aquilo que continuamos a tentar assegurar é que conseguimos conter a velocidade de propagação da doença”, concluiu.

Portugal | Farmácias sem máscaras e desinfectantes devido aos casos de Covid-19

Com cinco casos de infecção por Covid-19 confirmados no país, as farmácias portuguesas, de norte a sul, estão sem máscaras e produtos desinfectantes. Se ainda é fácil encomendar desinfectantes o mesmo não acontece com as máscaras, cujos valores estão inflaccionados. OMS alerta para escassez destes materiais

 
 
[dropcap]C[/dropcap]om a chegada do Covid-19 a Portugal, é cada vez mais difícil, se não impossível, adquirir máscaras de protecção e produtos desinfectantes nas farmácias das principais cidades do país. Quando o vírus atingiu o seu pico na China, os asiáticos eram os principais clientes e compravam dezenas de caixas, asseguram farmacêuticos com quem o HM falou. Mas com a chegada do vírus à Europa, são cada vez mais europeus a comprar, incluindo portugueses.
No Porto, onde surgiram os dois primeiros casos, não só não há máscaras como não há qualquer previsão por parte dos fornecedores de quando possam chegar. “Não temos nada em stock, está tudo encomendado.
Temos previsão de que chegará alguma da mercadoria até ao final desta semana, mas apenas de desinfectantes e não de máscaras. Fizemos o pedido, mas as únicas que poderão surgir novamente são as cirúrgicas. Mas também não temos qualquer previsão de quando é que ficarão disponíveis”, explicou uma farmacêutica que não quis ser identificada.
Os preços estão a ser inflaccionados desde o momento em que os produtos são fabricados até à sua venda ao público. “O que se está a passar é que o produto que hoje custa 2 euros daqui a dois dias custa 10 euros e depois custa 20. A ideia que temos, com base nos nossos fornecedores, é que os preços são mantidos. Sei que nas fábricas o produto está a escassear, e depois isto é uma cadeia entre o produtor e a farmácia que vende.”
Filipe Silva, farmacêutico numa outra farmácia no Porto, contou que ainda possuem máscaras, mas a sua venda está raccionada. “Temos algumas máscaras para venda ao balcão, mas limitámos a 10 unidades para que o maior número de pessoas tenha acesso, porque senão as pessoas compram em grande quantidade e só um pequeno grupo de pessoas é que tem acesso às máscaras. Temos previsão de ter em stock mais álcool gel entre esta semana e o início da próxima.”
Nesta farmácia, uma caixa com 10 máscaras custa três euros [cerca de 30 patacas], mas em Lisboa os preços podem atingir 1 euro [cerca de 10 patacas] por máscara. “Estamos a vender cada máscara por 0,30 cêntimos por máscara por uma questão de consciência social.”

Reservas no fim

Esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o esgotamento rápido das reservas de equipamento de protecção individual contra o novo coronavírus que causa a doença Covid-19.
“A OMS enviou cerca de meio milhão de equipamentos de protecção individual para 27 países, mas os ‘stocks’ esgotam-se rapidamente”, disse o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, na Suíça.
Tedros Adhanom Ghebreyesus considerou que “a capacidade de resposta dos países está comprometida pela desorganização grave e crescente da oferta mundial de equipamentos de protecção individual, provocada pelo aumento da procura, a acumulação e o mau uso”.
A OMS estima que, por mês, sejam necessários no mundo mais de 89 milhões de máscaras cirúrgicas, 76 milhões de luvas e 1,6 milhões de óculos de protecção. A sua falta pode colocar em risco de contágio médicos e enfermeiros que cuidam de doentes infectados pelo novo coronavírus.
O director-geral da OMS assinalou que, apesar de numerosas pessoas terem desenvolvido ao longo de vários anos imunidade contra a gripe sazonal, ninguém “está imune” em relação ao coronavírus que causa a doença Covid-19. Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinhou que o novo coronavírus – família de vírus que pode causar infecções respiratórias como pneumonia – é mais perigoso do que os vírus da gripe, apresentando uma taxa de mortalidade de 3,4 por cento (para a gripe é menos de 1 por cento).
Filipe Silva, farmacêutico no Porto, também acredita que a situação vai ficar muito complicada. “Nós estamos precavidos, mas considero que a maior parte das farmácias não o esteja. Há uma preocupação generalizada em parte devido à imprensa que alarmou para esta situação e as pessoas estão bastante preocupadas, daí a correria às máscaras e ao álcool.”
Em Lisboa, a situação não é diferente. Muitas pessoas compram até produtos para reforçar as defesas do organismo, existindo casos em que até a vitamina C esgota. Na Farmácia Barral, na Rua Augusta, as máscaras e produtos desinfectantes estão esgotados desde a última quinta-feira, explicou a farmacêutica Carlota Matos ao HM.
“Todos os dias recebemos centenas de pessoas que pedem estes produtos. O stock já esgotou, encomendámos, mas estamos à espera. Neste momento não nos conseguem dar a previsão se os produtos chegam, e quando chegam. Os preços aumentam cada vez mais porque a procura é maior, o que leva as farmácias a venderem mais caro. Estamos habituados a comprar uma coisa que custa cêntimos e que agora compramos por alguns euros.”
No caso desta farmácia, uma máscara cirúrgica normal custa 1 euro, mas as mais avançadas custam 5 euros. “Vamos passar por uma situação complicada no acesso a materiais, já estava bastante complicado há meses e agora não temos recebido equipamento de todo.”
Carlota Matos nota que os portugueses são agora os principais compradores deste tipo de equipamentos. “No pico do vírus na China notava-se mais os asiáticos a comprarem. Depois com a descida dos casos e com o aumento dos casos em Itália, e como estamos numa zona super turística, temos tido procura por italianos, mas agora é exclusivo dos portugueses.”

Desaparecimento misterioso

A corrida às máscaras é tão evidente que foi reportado, esta terça-feira, um caso de desaparecimento deste material no hospital de Elvas. A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) abriu um inquérito interno para apurar as circunstâncias do desaparecimento de máscaras de protecção no serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia.
“Não podemos qualificar se se trata de um furto ou não. Participámos às autoridades policiais esta circunstância e temos aberto um inquérito para apuramento do que aconteceu”, disse à agência Lusa Joaquim Araújo, vogal executivo do conselho de administração da ULSNA, de que faz parte o hospital de Elvas, no distrito de Portalegre.
O mesmo responsável admitiu que o desaparecimento de máscaras de protecção da unidade hospitalar poderá estar relacionado com o novo coronavírus (Covid-19). “Esta situação poderá ter a ver com esta problemática [surto de Covid-19] e as pessoas, especialmente os funcionários, numa atitude defensiva, julgamos nós, tomam esta medida, mas só o inquérito eventualmente poderá esclarecer”, disse.
Joaquim Araújo não quantificou o número de máscaras de protecção que desapareceram do serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia, uma vez que ainda está a ser feito o “apuramento de tudo”.
No entanto, garantiu que a situação “não põe em perigo qualquer fornecimento aos serviços” e afastou a possibilidade de ser feito comércio com as máscaras. “É grave, não nego a situação porque aconteceu, mas já foram tomadas medidas para salvaguardar tudo”, acrescentou.
Na farmácia Castro, na avenida Almirante Reis, perto de uma zona onde existem muitos comércios ligados à comunidade chinesa, as máscaras começaram a esgotar assim que surgiram as primeiras notícias do surto do Covid-19 na China.
“Isto não é só cá, já acontece em Espanha e Itália, e penso que são os chineses que compram as máscaras todas para levar para lá. A maioria dos clientes são chineses e tenho pessoas que todos os dias que me perguntam se temos máscaras. Todos querem, mas não já não há. Quando começaram a surgir os primeiros sinais do surto eram os chineses que essencialmente compravam”, explicou ao HM o farmacêutico Carlos Eusébio.
Há uma semana que esta farmácia já não tem quaisquer produtos deste género para venda. “Vendemos tudo o que tínhamos para vender. Fomos vendendo ao longo dos dias, depois lá nos enviavam uma caixa ou outra, mas num dia ou dois vendíamos logo tudo. Neste momento há mais de uma semana que não temos nada. Fizemos uma encomenda, mas já nos informaram de que não vem tão depressa”, concluiu.

Economia | Ministro diz não existirem preocupações sobre stocks

O ministro da Economia em Portugal, Pedro Siza Vieira, afirmou ontem não existirem “preocupações” ao nível do abastecimento e ‘stocks’ de produtos no sector farmacêutico e garantiu que o surgimento de novos casos de Covid-19 não vai “mudar de forma radical” estas circunstâncias. “Tive ainda anteontem [segunda-feira] uma reunião com um conjunto de sectores da economia portuguesa e do lado do sector farmacêutico e desta matéria, não há, neste momento, preocupações relativamente a abastecimento e stocks'”, garantiu Pedro Siza Vieira.
O ministro assegurou também que o Governo está “preparado para responder e apoiar as empresas” e que a situação vai continuar a ser “calmamente” gerida.
“Vamos continuar calmamente a gerir a situação, a tomar as decisões relevantes com base na melhor informação disponível e perceber que mais um caso hoje, dez amanhã, não vão mudar de forma radical, neste momento, as circunstâncias que estão presentes”, disse.
Questionado pelos jornalistas se havia algum protocolo de apoio, nomeadamente, às empresas, Pedro Siza Vieira realçou que, apesar de esta não ser uma doença “grave” é, no entanto, “muito contagiosa” e que o objectivo passa agora por “conter a sua propagação”.
“Quanto mais conseguirmos conter a propagação da doença, menos gente ficará doente ao mesmo tempo, menos gente estará a sobrecarregar os nossos serviços de saúde e menos impacto económico terá esta doença”, referiu, acrescentando que o novo caso de surto de Covid-19 em Portugal, à semelhança dos restantes, foi contraído fora do país. “Este caso é como todos os outros, o caso de uma pessoa que veio infectada de fora, aquilo que continuamos a tentar assegurar é que conseguimos conter a velocidade de propagação da doença”, concluiu.

Covid-19 | Sobe para cinco o número de infectados em Portugal

[dropcap]O[/dropcap] número de infectados em Portugal pelo novo coronavírus subiu para cinco, com um novo caso confirmado de um homem regressado de Itália, anunciou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Numa nota enviada às redacções, a DGS informa que hoje foi confirmado este quinto caso positivo para a doença Covid-19, que provoca infecções respiratórias como a pneumonia, e que o homem de 44 anos está no Centro Hospitalar Universitário de São João. “A situação clínica está estável”, acrescenta.

Além deste homem, foram reportados com resultados positivos para o novo coronavírus dois outros casos no Porto, um Coimbra e outro em Lisboa. No boletim divulgado na terça-feira ao final do dia, a DGS indicava a existência de 101 notificações de casos suspeitos.

No mundo há mais de 92 mil casos confirmados, com mais de três mil mortes. Das pessoas infectadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países. A Organização Mundial de Saúde já declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

Covid-19 | Sobe para cinco o número de infectados em Portugal

[dropcap]O[/dropcap] número de infectados em Portugal pelo novo coronavírus subiu para cinco, com um novo caso confirmado de um homem regressado de Itália, anunciou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Numa nota enviada às redacções, a DGS informa que hoje foi confirmado este quinto caso positivo para a doença Covid-19, que provoca infecções respiratórias como a pneumonia, e que o homem de 44 anos está no Centro Hospitalar Universitário de São João. “A situação clínica está estável”, acrescenta.
Além deste homem, foram reportados com resultados positivos para o novo coronavírus dois outros casos no Porto, um Coimbra e outro em Lisboa. No boletim divulgado na terça-feira ao final do dia, a DGS indicava a existência de 101 notificações de casos suspeitos.
No mundo há mais de 92 mil casos confirmados, com mais de três mil mortes. Das pessoas infectadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países. A Organização Mundial de Saúde já declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

Covid-19 | Mais de 5.200 infectados na Coreia do Sul, 516 novos casos em 24 horas

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de saúde sul-coreanas anunciaram hoje 516 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus, elevando para 5.328 o total de pessoas infectadas no país, onde já morreram 32 pessoas. Os números divulgados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas da Coreia (KCDC) calculam todos os casos que ocorreram desde a meia-noite de segunda-feira até terça-feira. Durante este período foram registadas quatro novas mortes.

A cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e a província vizinha de Gyeongsang do Norte, o epicentro do surto no país, registaram a grande maioria dos novos casos, 494 dos 516 em todo o país.

Esta região tem quase 90% de todas as infeções que ocorreram na Coreia do Sul, desde que o vírus foi detetado no país, no dia 20 de janeiro.

Cerca de 60% das infeções em todo o território nacional estão ligadas à seita cristã Shincheonji, cuja sede é em Daegu, (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul), a quarta maior cidade do país, com cerca de 2,4 milhões de habitantes, onde foram realizadas várias missas no início de fevereiro.

No entanto, o número de infeções não diretamente relacionadas à seita cristã Shincheonji em Daegu já é de cerca de 1.300, o que indica um nível alarmante de contágio na comunidade.

A Coreia do Sul já fez testes a 131.379 pessoas, de acordo com o KCDC, uma campanha abrangente que tem realizado entre 10.000 e 15.000 testes diários nos últimos dias.

Para combater a saturação da saúde na região sudeste, o Governo sul-coreano começou a classificar os novos infectados em quatro grupos, a fim de diferenciar entre as condições clínicas mais e menos graves e, assim, priorizar a hospitalização dos casos mais graves.

O Governo apresentou hoje um orçamento extra para combater os efeitos do novo coronavírus de 11,7 biliões de won. Este novo pacote orçamental será enviado na quinta-feira à Assembleia Nacional (Parlamento) para aprovação.

Covid-19 | Mais de 5.200 infectados na Coreia do Sul, 516 novos casos em 24 horas

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de saúde sul-coreanas anunciaram hoje 516 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus, elevando para 5.328 o total de pessoas infectadas no país, onde já morreram 32 pessoas. Os números divulgados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas da Coreia (KCDC) calculam todos os casos que ocorreram desde a meia-noite de segunda-feira até terça-feira. Durante este período foram registadas quatro novas mortes.
A cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e a província vizinha de Gyeongsang do Norte, o epicentro do surto no país, registaram a grande maioria dos novos casos, 494 dos 516 em todo o país.
Esta região tem quase 90% de todas as infeções que ocorreram na Coreia do Sul, desde que o vírus foi detetado no país, no dia 20 de janeiro.
Cerca de 60% das infeções em todo o território nacional estão ligadas à seita cristã Shincheonji, cuja sede é em Daegu, (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul), a quarta maior cidade do país, com cerca de 2,4 milhões de habitantes, onde foram realizadas várias missas no início de fevereiro.
No entanto, o número de infeções não diretamente relacionadas à seita cristã Shincheonji em Daegu já é de cerca de 1.300, o que indica um nível alarmante de contágio na comunidade.
A Coreia do Sul já fez testes a 131.379 pessoas, de acordo com o KCDC, uma campanha abrangente que tem realizado entre 10.000 e 15.000 testes diários nos últimos dias.
Para combater a saturação da saúde na região sudeste, o Governo sul-coreano começou a classificar os novos infectados em quatro grupos, a fim de diferenciar entre as condições clínicas mais e menos graves e, assim, priorizar a hospitalização dos casos mais graves.
O Governo apresentou hoje um orçamento extra para combater os efeitos do novo coronavírus de 11,7 biliões de won. Este novo pacote orçamental será enviado na quinta-feira à Assembleia Nacional (Parlamento) para aprovação.

Covid-19 | China contabiliza mais 38 mortos e 119 novos casos

[dropcap]A[/dropcap] China contabilizou mais 38 mortos devido ao surto do Covid-19, nas últimas 24 horas, fixando o número total de vítimas mortais em 2.981, ao mesmo tempo que detetou 119 novos casos de infecção. Segundo a Comissão Nacional de Saúde do país, até à meia-noite de quarta-feira, o número de infectados na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, ascendeu assim aos 80.270.

Foram registados menos seis novos casos e mais sete mortes do que no dia anterior. Todas as mortes, excepto uma, foram registadas na província de Hubei, onde o surto começou, no final do ano passado. Várias cidades da província estão sob quarentena, com entradas e saídas bloqueadas, desde janeiro passado.

O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infectou mais de 90.300 pessoas, em cerca de 70 países e territórios, incluindo quatro em Portugal. Das pessoas infectadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.

Além dos mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

Covid-19 | China contabiliza mais 38 mortos e 119 novos casos

[dropcap]A[/dropcap] China contabilizou mais 38 mortos devido ao surto do Covid-19, nas últimas 24 horas, fixando o número total de vítimas mortais em 2.981, ao mesmo tempo que detetou 119 novos casos de infecção. Segundo a Comissão Nacional de Saúde do país, até à meia-noite de quarta-feira, o número de infectados na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, ascendeu assim aos 80.270.
Foram registados menos seis novos casos e mais sete mortes do que no dia anterior. Todas as mortes, excepto uma, foram registadas na província de Hubei, onde o surto começou, no final do ano passado. Várias cidades da província estão sob quarentena, com entradas e saídas bloqueadas, desde janeiro passado.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infectou mais de 90.300 pessoas, em cerca de 70 países e territórios, incluindo quatro em Portugal. Das pessoas infectadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.
Além dos mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

Regresso ao silêncio

Maybe it’s what we don’t say
that saves us.
Enough Music, Dorianne Laux

 

[dropcap]P[/dropcap]ermitam que vos inflija uma pequena e raríssima história pessoal para início de conversa. Há cerca de uma década senti que a minha vida estava num lugar escuro e sem saída. Ao princípio atribuí esse sentimento à mítica “crise de meia-idade”. Só que enquanto noutros homens os sintomas manifestam-se no casamento com mulheres muito mais jovens ou na compra de veículos descapotáveis a mim deu-me para tentar ingressar na Ordem da Cartuxa.

Se agora brinco é porque posso. Na altura, sem trabalho nem qualquer perspectiva de futuro próximo e sobretudo com um pronunciado asco ao mundo, pareceu-me a única forma de me salvar. Através de uma amiga-anjo consegui o contacto do Prior do Mosteiro Scala Coeli em Évora e uma permissão de visita e conversa. Para quem não sabe, a Ordem da Cartuxa é uma ordem contemplativa, que em vez de falar de Deus aos homens fala dos homens a Deus, através da oração. Quando cheguei ao mosteiro as minhas certezas estavam inexpugnáveis. Visitei as celas dos monges de branco, onde a única mobília era formada por uma cama, uma mesa de trabalho e estantes com livros. As janelas – que se fechavam quando em recolhimento – rodeavam um claustro belíssimo. Havia um silêncio doce no ar e não existe outra palavra para o descrever: religioso. Fiquei entusiasmado e fui falar com o Prior, o fantástico padre Antão, homem sábio e bonacheirão. Explicou-me com calma que mesmo que quisesse não reunia as condições de idade ou de vida para ingressar em noviciado. E perguntou-me: «Mas o que mais te atrai nesta vida, para além do serviço que prestamos?». Respondi de imediato: «O silêncio». Ao que o padre Antão retorquiu: «Percebo-te bem, mas este silêncio não o irias suportar. O teu silêncio está noutro lado». Tinha razão e só agora o percebi por inteiro.

O silêncio. Por instantes abandonei-o, deixei-me convencer por comodidade e estupidez que se tratava apenas de um modismo literário porque assim alguém insistia. “Ah, outra vez a história do indizível”. E eu, que tantas vezes sofri e proclamei o facto de as palavras na literatura e na vida serem apenas a mediação da alma interrompi a minha crença que é no silêncio que tudo está.

Fiz mal. A vida tem esta mania de nos atirar por vezes para lugares que nos foram queridos mas que abandonámos à pressa. E ali voltei, a uma casa desarrumada mas familiar, as crenças antigas intactas apesar de tudo. Quando assim é há pouco a fazer: ou se arruma ou se abandona. Neste caso, valeu a pena regressar.

Voltei a acreditar nas entrelinhas. Senti-me à vontade nessa constatação de que as palavras são a mais bonita das impossibilidades, que nunca servirão nem chegarão para dizer o que sentimos, por mais à flor da pele que as utilizemos. Se eu escrever ou disser “eu amo” será a mesma coisa do que sentir que eu amo?

Não me parece. As palavras, por serem convenções e sujeitas a regras estão maculadas logo por definição. Exigem trabalho, atenção, análise. E tudo isso fere o que se sente.

Será mau? Não, é o que há e o que há é bom. Toda a literatura parte do desafio dessa superação, dessa suspensão da descrença. Há legionários célebres e ferozes que sempre viram a palavra como um inevitável entulho: Cioran, que proclamou a mais terrível sentença: “Todas as palavras me incomodam”; Beckett com a sua obsessão pela depuração extrema (“Todas as palavras são uma mancha desnecessária no silêncio e no nada”); Rilke, que defendia que a nossa tarefa seria escutar as notícias que nos chegam do silêncio.

Por causa deste reencontro voltei a ler essa belíssima elegia ao silêncio que é Água Viva, de Clarice Lispector. “Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio”, escreve ela a dada altura. E é nesta paisagem familiar que me comprazo, nesses instantes mudos em que entre os que amamos partilhamos o que não conseguimos dizer, o que mesmo agora me estou a esforçar inutilmente por dizer.

Não por acaso chega-me às mãos uma entrevista do meu amigo e magnífico escritor Rui Cardoso Martins, em que ele afirma que as palavras servem para sobrevivermos. Concordo. Mas o silêncio serve para nos protegermos da vida.

Atropelamento e fuga

Horta Seca, Lisboa, 23 Janeiro

[dropcap]V[/dropcap]em impregnado com o perfume do embuste, mas teimamos em coser as cicatrizes dos dias com o relâmpago do sentido. No exacto dia em que sou aconselhado com veemência a regular os meus dias através de um medidor automático da pressão arterial, para marcar em caderno as cadências sistólica e diastólica, o pulsar das paredes do músculo maior, chega-me o laptop, um Lenovo T495, na intenção de me tornar menos assente, mais ágil.

Horta Seca, Lisboa, 24 Janeiro

Embalados pela mudança nos calendários, pelo arredondar dos algarismos na marcação do fugidio, do etéreo e líquido, ainda que nos marque a pele com a lâmina cortante de um aparente destino, tentámos recuperar atrasos. Retirar, portanto, pastas daquela que mais espaço ocupa no meu computador, e que se chama «agora». Alguns títulos desenvolvem-se em estranha urgência, alimentam-se da sua energia e impõem-se ao planeado com o fulgor do inevitável, com a simplicidade do encaixe de uma perna em tampo para dar mesa. Outros tropeçam a cada passo na absoluta irregularidade, encontrando no liso a íngreme montanha.

São os pequenos nadas a quererem erguer-se engrenagem. Mais tarde, podemos ler nisto vantagens, maturação que se ganha, uma coincidência que se aproveita, mas não resolve o óbvio incumprimento. Cada vez mais: editar faz-se contra todas as probabilidades. Começando pela de encontrar leitores na selva mediática. E os atrasos perturbam o esforço da busca pelos leitores, agravando a invisibilidade habitual.

Quem notará que saiu novo volume das obras completas De Fernanda Botelho, no caso, «Lourenço é nome de jogral»? Um romance insubmisso onde as personagens afirmam que «a literatura não é instrumento, a literatura é a livre expressão do homem (…). A literatura é o homem isolado no acto de escrever, sem liames, sem governantes, sem escravos, sem ‘por encomenda’, sem ‘ao serviço de ‘.»

IPO, Lisboa, 30 Janeiro

A realidade chegou e sussurrou-me: «és um homem doente». Deu-me a mão, espreitou a medula, internou-me e tornou-a condição. «Quando nos sentamos à borda da cama somos presidiários a reflectir sobre a sua condenação». As greguerías de Ramón costumam ser mais animadas.

Palhavã, Lisboa, 31 Janeiro

Livros há que se dão tal importância, que não se limitam a não correr bem, inventam novas formas de correr mal. Há umas décadas que, de um modo ou outro, os livros me passam pelas mãos. Nunca por nunca me haviam guilhotinado uma lombada, transfigurando álbum em colecção de posters. O sempre solene momento de ter nas mãos o objecto ansiado, resultou aqui em pedrada, enorme e certeira. Soltei lágrimas, feito menino, sem lhes conhecer a origem. Registo apenas um fragmento solto do colar de peripécias, que se revelou jibóia de abraço caloroso.

Palhavã, Lisboa, 5 Fevereiro

O Rui [Garrido] chega-me com a capa impressa do «Saudades de Portugal», do «meu» Ramón [Gómez de la Serna], outro dos filhos da delonga. E que bela está (algures na aqui página)! Um retrato com as marcas de quem passa, um olhar a intensificar-se sob sinais de arrastamento, uma lentidão a sobressair da aparente velocidade. Nada mais no rosto do livro além da face do autor enquanto jovem. Agora que vivo em pleno domingo, a companhia que não me fará. «Tristeza dos vidros ao domingo, tristeza irrevogável. Tristeza dos bocejos das varandas abertas atrás das sacadas. Os quartos, a casa toda, têm um bocejo de comprida serpente, que é a que tem mais feita a boca para bocejar. (…) Uma variante há que agrava e dá originalidade a esse sol de domingo, e é quando o encontramos sobre a fachada de uma casa vermelha. Isso que é triste todos os dias, sangrentamente triste, ao domingo é sufocantemente triste.» Quem dará por este olhar tão sabiamente recolhido por Antonio Saez Delgado e Pablo Javier Pérez López? A cada página, a delícia. «Portugal tem um peculiar voo de borboletas, e é possível argumentar que pela sua atmosfera passam peixes-voadores. Está orientado para outros pontos cardeais que não os nossos e a sua rosa-dos-ventos é diferente e tem mais pontas que as rosas-dos-ventos.»

Palhavã, Lisboa, 6 Fevereiro

Ramón sabia: «O lápis só escreve as sombras das palavras.» Sentado à borda da cama, tenho na mão a edição que o mano Luís [Carmelo] resolveu acolher na colecção Crateras, da sua Nova Mymosa. «Navalha no olho» faz-se de atrevimento e celebração da imagem e do corpo. Irónico, o momento. «a desajeitada e regular forma como acontece/ no calendário o domingo/ sabe-me a azeda/ luz repousa sobre cada objecto/ indiferentes, uma e outros».

Palhavã, Lisboa, 10 Fevereiro

Nunca o silêncio mora em quarto de hospital. Nem escuridão. Chamemos-lhe sossego. O mano José [Anjos] rompe um e outra com a leitura, na sua semanal incursão pelo «Indiegente», do Nuno Calado, com a leitura dos versos a rasgar do pequeno livro amarelo.

Santa Bárbara, Lisboa, 19 Fevereiro

Esta é a estação do inventário, outro dos momentos em que a crueza da realidade acelera para nos apanhar. Os livros estão espalhados por centenas de lugares, sem sabermos bem se vivos se mortos. Dezenas escapam aos controlos e acabam sem se saber como nas bancas de saldos, os coveiros do circuito, que compram ao quilo para vender ao litro. As tiragens baixam, em resposta à rarefacção do gesto leitor, para alimentar a droga da novidade, por isto e aquilo. Ainda assim, não se evita o enorme desperdício de ofertas e convenções que alimentam voragem de um sistema a liquefazer-se. Para que lado escapar, construindo?

Santa Bárbara, Lisboa, 22 Fevereiro

Chegam-me ecos das Correntes d’ Escritas, onde lançámos quatro obras, cada um com episódios por contar. Por exemplo, a relação com a canção de italiana do «Adius», do Vasco [Gato]; o atribulado apuramento do romance-deriva do Paulo [José Miranda], «Aaron Klein»; por oposição à presteza com que o Luís [Carmelo] resolveu enfrentar fantasmas a partir de conversa na Mymosa; ou a origem folhetinesca de «A Grande Dama do Chá», do Fernando [Sobral] (ed. Arranha-céus). Concentro-me por hora, nas capas e ilustrações, orquestradas a alta velocidade, dos três volumes de ficção da abysmo. E, portanto, de novos logótipos. Cada um, e por ordem, a Carolina Moscoso, o Rui Rasquinho e a Susa Monteiro tornaram transparente a atmosfera que as palavras criaram. Temos ausências, evocações, indícios. Temos esboços de personagens, rostos, memórias, momentos. Metáforas. E abysmos no coração do monte. E o y como lugar de reunião. E ossos que fazem caracteres.

Santa Bárbara, Lisboa, 23 Fevereiro

Ramón: «o termómetro é a esferográfica da febre.”

A efémera cultura 

[dropcap]É[/dropcap] oficial: temos dois casos confirmados de infecção com o Covid-19 em Portugal e, pelas ruas, não se fala de outra coisa. Muito antes de haver infectados já havia uma corrida às máscaras e desinfectantes e é muita a informação errada que corre de boca em boca. Mas esta pequena crónica pretende chamar a atenção não apenas para o Covid-19, mas para o contributo que este deu para a cultura.

Para a cultura? Perguntam vocês. É verdade. Foi graças ao Covid-19 que, provavelmente, muitos ficaram a saber quem é o escritor Luís Sepúlveda, um dos infectados que esteve na cidade de Póvoa do Varzim para participar no festival literário Correntes D’Escritas. O mesmo festival que, incrivelmente, fez abertura de telejornais.

E agora dizem: mas as pessoas estão a ler mais em Portugal? Não. O que há é uma histeria colectiva com o Covid-19 fomentada também pelas redes sociais e pelos próprios media.  Duvido, no entanto, que aqueles que partilharam notícias sobre a infecção de Sepúlveda tenham tido o interesse de ver que livros escreveu. Temo, também, que quem não conhece o festival do norte do país tenha ido pesquisar autores e respectivas obras. É a cultura efémera, um mero título de jornal, uma frase num rodapé de um televisor. É quanto basta.

O Brexit americano

“Russia may very well be front and center again in 2020 as they were in 2016 regarding interference in America’s presidential election. But the Trump administration is seeking to use its power of diplomacy to bring other countries into the act as well.”
Richard Painter

 

[dropcap]V[/dropcap]ivemos com crescentes níveis de risco geopolítico por quase uma década, mas sem uma verdadeira crise internacional. Afora da geopolítica, as tendências globais têm sido fortemente favoráveis, mas a situação está a mudar. A globalização é fundamental e a característica mais importante do cenário da era pós-guerra como as pessoas, ideias, bens e capital movem-se cada vez mais rapidamente através das fronteiras ao redor do planeta, criando riqueza e oportunidade extraordinárias. Aumentou a igualdade global (mesmo quando criou mais desigualdade em muitos países), reduziu a pobreza, prolongou a vida activa e apoiou a paz e prosperidade. Todavia, com a China e os Estados Unidos a separarem-se em termos tecnológicos, uma fracção crítica da economia do século XXI está a fragmentar-se em duas partes.

Os países do mundo desenvolvido tornaram-se mais polarizados, aumentando o poder do tribalismo. É de acrescentar o contracção das cadeias de fornecimentos com mudanças na política, economia e tecnologia de bens e serviços manufacturados, e de subitamente a globalização apresenta uma personalidade dividida.

Ainda há que considerar as tendências económicas e geopolíticas. Ambas estão a diminuir. A economia global, depois de emergir da grande recessão de 2008 com a maior expansão do período pós-guerra, está a abrandar e intensificar-se-á com o aparecimento do inesperado COVID-19 que se alastra insidiosamente pelo mundo, sem que a fraca OMS a declare como pandemia. Assim, é de esperar uma maior recessão que se iniciou e se prolongará até 2021. O mundo está a entrar em uma recessão geopolítica cada vez mais profunda, com a falta de liderança global como resultado do unilateralismo americano, a erosão das alianças lideradas pelos Estados Unidos, a Rússia em declínio que quer minar a estabilidade e coesão da América e dos seus aliados, e a China cada vez mais fortalecida com uma liderança consolidada, que está a construir uma alternativa competitiva no cenário global.

As mudanças climáticas estão a começar a restringir o crescimento económico e a impor-se no cenário político global como nunca antes tinha acontecido. Tal aumentará com o tempo (diferentemente das tendências económicas e geopolíticas cíclicas, que mais cedo ou mais tarde se tornarão mais favoráveis).

Assim, em 2020, temos uma combinação de linhas de tendência negativas que não vivíamos há gerações. O ambiente em deterioração tem muito mais probabilidade de produzir uma crise global.  Os recursos disponíveis para os governos e sector privado, facilitam mais as respostas no presente em detrimento do considerado assente no passado, mas a escala dos desafios é maior e a recessão geopolítica mina a cooperação global e por essas e outras razões, 2020 parece ser um ano realmente preocupante. A política interna dos Estados Unidos nunca constituiu um risco, mas em 2020, as instituições do país serão testadas de forma sem precedentes. A decisão da China e dos Estados Unidos de se separarem na esfera tecnológica é o desenvolvimento geopolítico mais impactante para a globalização desde o colapso da União Soviética.

A política interna dos Estados Unidos constitui um risco dado que as instituições americanas estão entre as mais fortes e resistentes do mundo.   Os americanos enfrentarão os riscos de uma eleição nos Estados Unidos que muitos consideram ilegítima, incerta como efeito e em um ambiente de política externa menos estável pelo vácuo derivado. As restrições institucionais impediram o presidente Donald Trump de realizar grande parte da sua agenda política (da mesma forma que os presidentes que o precedem), mas não o impediu de dividir o país.  Será que um país que está polarizado pode progredir? O presidente  Trump teve um “impeachment” na Câmara dos Deputados e foi absolvido pelo Senado, e essa dinâmica deslegitimará as eleições presidenciais de Novembro de 2020.

Os democratas sentirão que o “impeachment” foi politicamente anulado para colocar o presidente acima da lei, enquanto o presidente Trump se sentirá habilitado a interferir nos resultados das eleições, pois o “impeachment” não é mais um instrumento credível de restrição política.  Ao mesmo tempo, haverá interferência externa nas eleições dos Estados Unidos, especialmente da Rússia, e o presidente e o Senado pouco farão para minimizar os danos, com a aplicação de medidas mais rigorosas de segurança nas eleições, ou seja, haverá uma eleição que, com antecedência, será percebida como “fraudulenta” por uma grande percentagem da população. As pesquisas de opinião pública mostram que esse risco está a aumentar e de acordo com uma pesquisa de 2019 da Ipsos Grupo S.A, que é uma empresa de pesquisa de mercado e consultoria com sede em Paris, que revelou que apenas 53 por cento dos americanos acreditam que a eleição presidencial será justa, mas a maior queda de confiança ocorreu entre os eleitores democratas, pois em 2016, 84 por cento dos mesmos acreditavam que a eleição seria justa; tendo caído para 39 por cento em Setembro de 2019, quando inquiridos sobre a eleição de 2020.

Os desafios legais, que provavelmente fracassarão em um Supremo Tribunal de tendência conservadora, podem até levar a pedidos de alguns trimestres no sentido da votação ser adiada ou boicotada, o que seria um mau acontecimento, que minaria ainda mais a legitimidade eleitoral.  Alternativamente, se o presidente Trump sentir que provavelmente perderá, poderá culpar actores externos como a Ucrânia por interferências e tentar manipular os resultados (especialmente em estados vulneráveis, onde os aliados do presidente Trump têm influência política) em nome da garantia da segurança eleitoral.  Será o pior clima político para uma eleição nacional que os Estados Unidos vão viver desde a (efectivamente fracassada) eleição de 1876.

Quando as eleições terminarem, surgirão problemas sérios, pois se o presidente Trump vencer no meio de acusações credíveis de irregularidades, o processo eleitoral será contestado e o mesmo acontecerá se perder, especialmente se as votações dos dois candidatos mais votados estiverem próximas, o que provavelmente acontecerá.

Tal levaria a processos idênticos aos das eleições de Al Gore-George W. Bush em 2000, que foram decididas pelo Supremo Tribunal.  Ao contrário de Gore-Bush, é difícil ver um cenário em que o Tribunal Federal decida e o perdedor graciosamente aceite o resultado como legítimo, especialmente se o perdedor for o presidente Trump.  A eleição de 2020 é um Brexit americano, ou seja, uma votação polarizada ao máximo, onde o risco é menos o resultado do que a incerteza política do que o povo votou.  É um terreno político desconhecido, e desta vez em um país onde a incerteza cria ondas de choque no exterior. O descontentamento social significativo (ao estilo da França) torna-se mais provável nesse ambiente, assim como a violência interna, de inspiração política.  Além disso, um Congresso que não funciona, com os dois lados a usar as suas posições para maximizar a pressão política sobre o resultado final das eleições, deixando de lado a agenda legislativa, torna-se em um problema maior se os Estados Unidos estiverem a entrar em uma desaceleração económica, apoiados em gastos alargados e outras medidas no período que antecede as eleições.

O desafio também se estende à política externa, porque qualquer decisão que o presidente Trump tome sobre questões comerciais ou de segurança nesse ambiente seria vista como falta de autoridade.  Os inimigos verão a presidência dos Estados Unidos como a mais fraca desde que Richard Nixon se envolveu no caso “Watergate”, e desta vez não existe Henry Kissinger. A procura imprudente pela diplomacia é mais segura do que a procura irreflectida pela guerra que é a preferência do presidente Trump de “acariciar o cachorro” em vez de o “abanar” (fazer maus negócios com governos estrangeiros em vez de arremessar ataques), mas mesmo assim ainda significa esforços sem precedentes do presidente Trump de alinhar a política dos Estados Unidos, com os interesses de antagonistas e inimigos como a Rússia e a Turquia e com aliados e parceiros. As suas políticas, aliadas à turbulência na América, confundirão e desestabilizarão relacionamentos de longa data,  com grandes pontos de interrogação sobre países que se sentem particularmente expostos como a Coreia do Sul, Japão e Arábia Saudita. O presidente Trump também está mais inclinado a calcular mal (e cada vez mais de forma incondicional pelos conselheiros quando o faz), arriscando criar riscos à volta dos confrontos geopolíticos que ocorrem de forma mais imprevisível e perigosa, como o Irão.

Assim, de forma mais ampla, tanto os aliados quanto os inimigos dos Estados Unidos nos últimos anos, começaram a interrogar-se se o país pretende ser um líder mundial e apresentar propostas para um acordo pacífico e no meio de uma disputa competitiva em 2020, muitos desses países ainda perguntarão se os Estados Unidos tem capacidade para liderar.  É um período de vulnerabilidade geopolítica incomum. É de realçar que a preocupação não é com a durabilidade a longo prazo das instituições políticas dos Estados Unidos.  O país não corre o risco de perder a sua democracia em 2020. Também não existe alarme quanto aos mercados sobre uma “guinada para a esquerda” na política dos Estados Unidos, pois uma presidência de Bernie Sanders ou Elizabeth Warren permanece plausível, mas improvável;  e mais importante é que o próximo presidente enfrentará as mesmas restrições do Congresso e outras institucionais que o presidente Trump tem. O mecanismo do “impeachment” quebrado, questões de ilegitimidade eleitoral e uma série de desafios judiciais fará de 2020 o ano mais volátil da política que os Estados Unidos viverão nas últimas gerações. Após uma série de mudanças na política dos Estados Unidos em 2019, a China concluiu que a separação é inevitável.

A China surpreendida pelas acções dos Estados Unidos, fez que o presidente Xi Jinping pedisse uma nova “Longa Marcha” para acabar com a dependência tecnológica do país em relação à América. Ao mesmo tempo, a China irá alargar os esforços para remodelar a tecnologia internacional, o comércio e a arquitectura financeira para promover melhor os seus interesses em um mundo cada vez mais bifurcado. A separação, que interrompe fluxos benéficos de tecnologia, talento e investimento entre os dois países, vai além do conjunto de sectores estratégicos de tecnologia que estão no centro da disputa (semicondutores, computação em nuvem e 5G) em uma matriz mais ampla de actividade económica, o que afectará não apenas todo o sector de tecnologia a nível global avaliado em cinco triliões de dólares, mas uma série de outras indústrias e instituições, desde a média e entretenimento a pesquisa académica, criando uma divisão comercial, económica e cultural difícil de retroceder.

Quanto ao sector da tecnologia, a atenção do presidente Xi dirige-se para a construção de “cadeias de provimentos resilientes” que fará aumentar os riscos da competição de tecnologia entre os Estados Unidos e a China e que é uma má notícia para as empresas de tecnologia americanas com grande presença na China.

A Huawei começou a fabricar estações base que fornecerão energia às redes móveis 5G da próxima geração que, não contêm tecnologia americana O processo dos Estados Unidos e da China de “projectar” as tecnologias uns dos outros continuará. A Huawei e outras empresas chinesas também desenvolverão ecossistemas de “software” alternativos, perdendo os Estados Unidos a liderança em sistemas operacionais móveis e “software” corporativo. Os mercados estão preparados para controlos mais rígidos sobre as exportações de tecnologia dos Estados Unidos para a China e o uso de componentes chineses em sistemas de TI que ajudam a executar a infra-estrutura crítica americana, mas não estão preparados para os efeitos da resposta da China, a um aumento dramático no apoio à inovação local por meio de iniciativas, como o seu novo fundo nacional de semicondutores estimado em vinte e nove mil milhões de dólares e o seu esforço para promover a criação de um novo “Vale do Silício Chinês” na área da “Grande Baía” com setenta milhões de habitantes.

A grande questão é de saber para onde irá o novo muro de Berlim virtual? Qual o lado que os países escolherão? Taiwan assumirá uma importância estratégica crescente para a China como fonte principal de equipamentos de origem não americana, especialmente os semicondutores de ponta em que empresas chinesas como a Huawei contam para competir na vanguarda global. A Coreia do Sul inclinar-se-á cada vez mais para a China pelo mesmo motivo. A mudança para a China será mais palpável no Sudeste Asiático, África Subsaariana, Europa Oriental e América do Sul. Os países de todas essas regiões tornar-se-ão campos de batalha, onde os Estados Unidos e a China concorrem para decidir quem fornecerá aos consumidores ferramentas para navegar na economia do século XXI, não apenas “telefones inteligentes” e redes que os alimentam, mas pagamentos móveis, comércio electrónico e serviços financeiros.

Os Estados Unidos e a China demonstraram que estão dispostos a arquitectar o comércio global e as cadeias de provimentos. E para os americanos inclui a proibição de exportação da Huawei e de outras empresas de tecnologia chinesas. A China considera o bloqueio de importações de parceiros comerciais envolvidos em disputas de política externa com o país (por exemplo, o Canadá e as suas exportações de canola). Quando as duas maiores economias politizam as suas relações comerciais mais importantes, os sistemas de inovação e cadeia de provimentos tornam-se mais regionais e menos globais. À medida que as brechas aumentam, correm o risco de se tornar permanentes, lançando um tremor geopolítico sobre os negócios globais.

G2E Asia | Evento adiado para fim de Julho

[dropcap]O[/dropcap] Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), o mais importante certame de jogo na Ásia, foi adiado para entre 28 e 30 de Julho, mantendo-se a previsão de realização no mesmo local, o hotel Venetian Macao, em Macau.

“Monitorizámos cuidadosamente a crise global de saúde relacionada com a doença do coronavírus (Covid-19)”, escrevem os organizadores, acrescentando que “a prioridade máxima é garantir um ambiente saudável para os empregados, visitantes, parceiros e expositores”.

Por isso, anunciam, “em consulta com os expositores e o Governo de Macau, e por uma abundância de cautela”, foi decidido adiar o G2 Asia. O certame está agora marcado para os dias 28, 29 e 30 de Julho, mantendo-se o Venetian Macao como o local escolhido.

G2E Asia | Evento adiado para fim de Julho

[dropcap]O[/dropcap] Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), o mais importante certame de jogo na Ásia, foi adiado para entre 28 e 30 de Julho, mantendo-se a previsão de realização no mesmo local, o hotel Venetian Macao, em Macau.
“Monitorizámos cuidadosamente a crise global de saúde relacionada com a doença do coronavírus (Covid-19)”, escrevem os organizadores, acrescentando que “a prioridade máxima é garantir um ambiente saudável para os empregados, visitantes, parceiros e expositores”.
Por isso, anunciam, “em consulta com os expositores e o Governo de Macau, e por uma abundância de cautela”, foi decidido adiar o G2 Asia. O certame está agora marcado para os dias 28, 29 e 30 de Julho, mantendo-se o Venetian Macao como o local escolhido.