E. E. Cummings

Desarmar, recriar, inventar e dar à língua um fôlego renovado, é a missão mais comprometida de um poeta, que recriará novas semânticas e valências a partir de um equilíbrio constante em seu não menos intenso labor. Cummings acaba por agregar todos estes atributos numa obra que muitos consideram deveras desconcertante.

Vejamos que a nível do grafismo e dos sinais de pontuação começa por subverter toda a composição estabelecida como correta, expondo desse modo o leitor a um processo dinâmico para seguir a composição; não é fácil, e por isso se torna apaixonante seguir a desconstrução aparente de uma ideia que vem em estilo poético, mas que parece absolutamente legítima, que é o de buscar para o centro do labirinto o próprio leitor, que como muita gente sabe, é um agente passivo à espera de projectar os seus anseios no tecido da escrita que outros fizeram.

Estamos nos anos vinte do século passado e as vanguardas estão na ordem dos dias, onde ele ocupa um espaço dominante, e é no embrião do Surrealismo que edita o primeiro livro e integra os primeiros movimentos do século, mas desviado de um certo estruturalismo, e sua marcha não foi fácil, sua aceitação, difícil, e a nível da publicação sofrerá ainda interditos. Só a partir dos anos cinquenta vai existir um alvorecer instigado pela poesia concreta que lhe dá asas tendo a reciprocidade deste vínculo uma importância decisiva. É considerado um dos mais inventivos poetas da linguagem, e isso, é trabalho que terá de ser feito sempre por poetas. Ou seja, pela estrutura da sua natureza, que quem quiser escrever “poemas” terá toda a liberdade de o fazer, evidentemente, que de escriturários autores estamos cheios, e seus sentimentos eles que os sintam. Falamos, claro está, de outra coisa.

Há coisas que por mais que nos consumam atenção, seguidas logo como moléstia pelo tempo perdido, vamos recuperá-las em pequenos prodígios como este [não te importes com o mundo, com quem faz a paz e a guerra, pois deus gosta de raparigas e do amanhã da terra] e estamos lavados das imundices. A linguagem pode ser imunda, sim, sem nenhuma retórica escatológica para movimentar os paralisados da ordenação correcta acerca daquilo que se deve ou não dizer. Deve-se e pode -se dizer tudo, a diferença está somente naquele que sabe fazê-lo. A língua portuguesa, essa, está entregue a uma minoria tão silenciosa, que pensamos que sejam seitas telepáticas em confronto com as vicissitudes da linguagem tangível dos quotidianos acontecimentos.

E por falar em telepático, há muito que não viajava por E.E. Cummimngs (aliás, até o nome é todo ele repleto de minúsculas e maiúsculas como se nos baralhasse o sentido intitular, que o aparelho fonético aderiu tanto ao cérebro que “chuta” para trás o que lhe é estranho mencionar) não é que me caiu aos pés, impulsionado por movimentos felinos, o seu livro de poemas?- Tudo junto, livrodepoemas, exatamente no dia 14 de Outubro que o acaso quis fosse o seu aniversário. Tinha sido em 1894. Aqueles instantes onde a linguagem continua, e falamos. Mas falamos como, de quê? Nestes casos pode ser uma certa “aeroglifisação” que nestas coisas o poema é sempre mais adiante, e acontece pronto.

Morreu com sessenta e sete anos, tão perto de ti, de mim, de nós…

Mafra | VIII Festival de Música decorre até final do mês

A Fundação Jorge Álvares (FJA) volta a apoiar a realização de mais uma edição do Festival de Música de Mafra Filipe de Sousa. A oitava edição decorre até final do mês e tem um programa de espectáculos de música clássica, que inclui, este sábado, o evento “Centenários de Joly Braga Santos e Gabriel Fauré”, na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira. Este espectáculo conta com o Trio Parnasse.

Nascido em 1924 e falecido em 1988, José Manuel Joly Braga Santos foi um compositor de música erudita e maestro português, enquanto Gabriel Fauré foi um compositor e organista francês nascido em finais do século XIX.

No dia 23 de Novembro é a vez de decorrer o concerto “Grande Mestre e Convidado”, com João Elias e Jean Louis Steuerman ao piano. Este evento decorre em Mafra no Torreão Sul do Real Edifício. Também aqui decorre o concerto de encerramento, a 30 de Novembro, com Adriano Jordão ao piano e Pavel Gomzikov no violoncelo.

Segundo uma nota da FJA, este festival homenageia Filipe de Sousa, “uma das mais prestigiadas figuras da musicologia portuguesa” e benemérito da FJA.

“Numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Mafra e da Fundação Jorge Álvares, sob a direcção artística de Adriano Jordão, o festival deste ano presta também tributo à artista Teresa Berganza, com seis concertos ao piano e uma programação de excelência”, descreve-se ainda.

Livro sobre história do karting em Macau já se encontra à venda

Já está disponível na Livraria Portuguesa e em outros espaços o livro “História do Karting em Macau”, da autoria de Pedro Dá Mesquita e Carlos Barreto, recentemente lançado no Museu do Grande Prémio. Esta é uma edição da Praia Grande Edições com o patrocínio do Galaxy Entertainment Group.

Trata-se de uma edição trilingue e é o resultado de um trabalho de pesquisa iniciado em 2008, “através da recolha de documentos antigos, histórias e imagens” junto de praticantes e dirigentes ligados à modalidade, “desde as suas humildes origens até aos dias de hoje, ao longo de décadas de tremendas mudanças nas infraestruturas, tecnologia, segurança e comunicações”, disse Carlos Barreto na apresentação do livro.

A primeira prova de Karting em Macau realizou-se no já longínquo ano de 1965 e teve como principal impulsionador Teddy Yip, empresário também ligado à organização das primeiras edições do Grande Prémio de Macau. Ao longo dos anos, o kartódromo do território acolheu importantes nomes da modalidade, como o actual tri-campeão mundial de Fórmula 1, Max Verstappen, aqui tendo iniciado também carreiras de sucesso no desporto automóvel pilotos locais como André Couto e Charles Leong Hong Chio, vencedores dos Grandes Prémios de Macau de Fórmula 3, em 2000, e de Fórmula 4, em 2020 e 2021, respectivamente.

Um percurso na escrita

“Quando fui desafiado a escrever este livro, estava longe de imaginar quão interessante seria esta viagem que estamos agora em condições de partilhar com os leitores”, confessou Pedro Dá Mesquita, co-autor do projecto. “Espero que o prazer que tive em escrevê-lo seja o mesmo que terá quem o leia”.

Daniel Tam Ka Keong, um dos pilotos e instrutores de karting presentes na cerimónia de lançamento do livro, convidou os amantes da modalidade a “explorarem a apaixonante evolução do karting em Macau através desta cativante narrativa da sua história”.

A Praia Grande Edições surge associada a este projecto “por se inscrever na sua vocação editorial, intimamente ligada a temas relacionados com a história de Macau, neste caso na sua vertente desportiva”, explicou Ricardo Pinto, administrador da empresa. O livro tem 276 páginas, 33 das quais com imagens que ilustram a evolução da modalidade ao longo dos últimos 60 anos.

Grande Baía | Memórias em exposição de pintura na Fundação Rui Cunha

He Honglang, Li Zhuchao e Fu Rao são três jovens artistas de Macau que juntaram as suas veias artísticas para uma exposição conjunta na Fundação Rui Cunha. “The First Moment of Pure Flowers Bloom” terá uma curta duração, com fim apontado para este sábado, mas será possível observar a leitura artística que estes residentes fazem do espaço inerente à Grande Baía

 

Foi inaugurada esta terça-feira uma nova exposição de pintura na Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se de “The First Moment of Pure Flowers Bloom – Memories of Bay Area Cities” [O Primeiro Momento em que as Flores Puras Florescem – Memórias das Cidades da Área da Baía], dos jovens artistas He Honglang, Li Zhuchao e Fu Rao, sendo esta co-organizada pela Associação de Arte Juvenil de Macau.

O público poderá, assim, ver 26 pinturas a óleo e gravuras criadas pelos três artistas que são também estudantes de mestrado da Universidade Politécnica de Macau. Nestes trabalhos expressa-se, segundo uma nota da FRC, “o estilo urbano único e a atmosfera cultural da Grande Baía através da pintura feita com devoção”.

Na nota de intenções, descreve-se que o tema da exposição “simboliza a busca dos artistas pela vida e pela beleza, bem como a exploração de uma nova existência e esperança”. “Enquanto estudam em Macau, os artistas participantes vivenciam o espírito humanístico do continente e da Grande Baía com ‘coração puro’ e geram motivação e força criativa”, é ainda descrito.

Forma de expressão

A exposição que está patente esta semana na FRC traz obras que “não são apenas uma exploração da renovação e da esperança, mas também um olhar afectuoso sobre a passagem do tempo e a mudança da cidade”. Descreve-se ainda que através destes quadros, “o público irá vivenciar o momento puro do início da vida, e sentir o calor e a transitoriedade da memória da cidade”.

Aqui, os artistas “atravessam as fronteiras de regiões e culturas para nos apresentarem cidades repletas de histórias”, nomeadamente no caso do He Honglang, que se centra “na coexistência de edifícios antigos e novos na cidade da Grande Baía e na integração da arquitectura chinesa e ocidental”.

Enquanto isso, Li Zhuchao “centra-se na situação actual da indústria pesqueira de Macau”, e Fu Rao “centra-se nas cenas em movimento”. Ainda segundo o manifesto da mostra, as cidades da Grande Baía “deixaram de ser apenas espaços físicos, mas passaram a ser portadoras de memória e emoção urbana”, pois cada obra apresentada na exposição “é como uma pequena peça de um puzzle, quando juntas formam uma magnífica imagem da cidade, da memória, do tempo”.

A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau é um projecto político que visa a cooperação e integração regional entre Macau, Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong.

Japão | Primeiro-ministro prepara reunião com Xi Jinping

O Governo do Japão disse estar a preparar o primeiro encontro entre o novo primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, e o Presidente da China, Xi Jinping, possivelmente ainda esta semana. “Estamos a preparar-nos para poder realizar a reunião”, disse o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, quando questionado durante uma conferência de imprensa sobre um potencial encontro.

“Entre o Japão e a China existem muitas possibilidades e, ao mesmo tempo, muitos problemas e questões pendentes. Por isso, é importante manter diálogos e comunicações de alto nível, incluindo com chefes de Estado”, acrescentou Hayashi. De acordo com fontes governamentais citadas pela agência de notícias japonesa Kyodo e pelo diário económico Nikkei, Ishiba e Xi poderão encontrar-se já na sexta-feira.

A reunião poderá realizar-se à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), a decorrer em Lima desde domingo e com a presença dos dois líderes.

Hayashi indicou que tanto a cimeira da APEC como a cimeira do G20, o grupo das 20 maiores economias mundiais, no Brasil, na próxima semana, serão oportunidades para um encontro.

Na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou que Xi Jinping vai estar em Lima, entre 13 e 17 de novembro, e o Rio de Janeiro, de 17 a 21 de novembro, para participar nas duas cimeiras.

Hayashi disse que o encontro com Xi viria no seguimento de uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à margem de uma cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que marcou a estreia diplomática de Ishiba.

O porta-voz lembrou que, no encontro realizado em outubro, no Laos, Ishiba e Li concordaram que o Japão e a China “iam continuar a comunicar a vários níveis”.

As relações entre Tóquio e Pequim deterioraram-se em resultado da aproximação da China à Rússia, após a invasão da Ucrânia, e na sequência da intensificação das atividades militares chinesas em torno do arquipélago japonês, em muitos casos no âmbito de manobras conjuntas com Moscovo.

Em agosto, o Japão descreveu a incursão de um avião militar chinês no espaço aéreo do país, junto às ilhas Danjo, na província de Nagasaki, como uma “grave violação da soberania japonesa”.

A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão reelegeu na segunda-feira Shigeru Ishiba como primeiro-ministro, por uma maioria simples, depois de a coligação no poder ter perdido a maioria absoluta nas últimas eleições. Ishiba lidera o primeiro governo minoritário do Japão em cerca de três décadas.

China | Primeiro robô humanóide eléctrico dá passos decisivos

O primeiro robô humanoide elétrico do mundo, “Tiangong”, passou a ser de código aberto na segunda-feira, uma medida que deverá facilitar o desenvolvimento secundário de robôs humanóides e acelerar a sua integração na vida humana.

Desenvolvido pelo Centro de Inovação em Robótica de Inteligência Artificial Incorporada, com sede em Pequim, o Tiangong é considerado o primeiro robô humanóide de tamanho normal movido exclusivamente a energia eléctrica.

A utilização de “Tiangong” como plataforma de base fará avançar o desenvolvimento secundário da robótica incorporada e a exploração de várias áreas de ponta, como a mecânica corporal e a inteligência incorporada, disse Xiong Youjun, director-geral do centro.

“A plataforma mãe ‘Tiangong’ foi submetida a testes e validação extensivos. Depois de ter sido aberta, outras empresas e instituições de investigação podem utilizá-la diretamente, o que encurta o ciclo de desenvolvimento da indústria e reduz os custos de investigação e desenvolvimento, segundo Liu Yizhang, um gestor responsável pela Tiangong do centro.

O projecto de código aberto abrange duas versões do robô humanóide – “Tiangong 1.0 LITE” e “Tiangong Pro”, com desenvolvimento de software e documentos de design estrutural já disponíveis para investigadores e colaboradores, disse Liu. Até ao final do ano, o centro planeia lançar outros projectos estruturais de código aberto, arquitetura de software e sistemas eléctricos, de acordo com Liu.

O “Tiangong” tem uma velocidade média de 10 quilómetros por hora e uma velocidade máxima de 12 quilómetros por hora, sendo líder na sua categoria. Pode deslocar-se suavemente em diversos terrenos, como declives, escadas, relva, gravilha e areia.

Alguns representantes da Universidade de Pequim, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, da UBTECH e da Universidade de Jianghan afirmaram acreditar que o projecto de código aberto pode impulsionar o desenvolvimento da cadeia de fornecimento de robótica humanoide. Liu explicou que muitos componentes principais são desenvolvidos de forma independente por empresas, mas os padrões de desempenho permanecem inconsistentes. O código aberto do robô permitirá o desenvolvimento numa plataforma unificada.

Desde o seu lançamento oficial em abril de 2024, o Tiangong já foi aplicado em vários cenários, incluindo tarefas de recolha e colocação em armazéns e patrulhas para centrais eléctricas.

A indústria foi identificada pelo Ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação como uma nova fronteira para a concorrência tecnológica e um motor fundamental do crescimento económico.

Anteriormente, o National Local Joint Humanoid Robot Innovation Center, sediado em Xangai, também revelou o seu robô humanóide de utilização geral e de código aberto, Qinglong. O Qinglong mede 185 cm de altura e pesa 80 kg, segundo a empresa.

China considera terrorismo “inimigo público da humanidade”

A China afirmou que o terrorismo “é o inimigo público da humanidade” e que a prevenção de atentados “é responsabilidade comum da comunidade internacional”, após um atentado suicida matar pelo menos 24 pessoas no oeste do Paquistão.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian disse em conferência de imprensa que a China “vai continuar a apoiar o Paquistão nas operações antiterroristas e a proteger resolutamente a segurança dos cidadãos, projectos e instituições chinesas no estrangeiro”, que foram alvo de ataques terroristas anteriormente no Paquistão, embora desta vez não tenham sido registadas vítimas chinesas.

Lin afirmou que “qualquer tentativa de minar a confiança mútua entre a China e o Paquistão e a cooperação entre os dois países não será bem-sucedida”.

“A China vai continuar a apoiar o desenvolvimento económico e social do Paquistão e a melhoria dos meios de subsistência das pessoas”, acrescentou. A explosão na estação de comboios de Quetta, na província do Balochistão, ocorreu quando os soldados de infantaria do exército paquistanês regressavam de um curso de formação.

O Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), um grupo nacionalista baluchês que luta contra Islamabade por um Baluchistão independente, reivindicou a autoria do atentado numa declaração nas redes sociais, afirmando que o alvo era o pessoal do exército na estação.

Pequim, que mantém laços estreitos com Islamabade, comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projetos de infraestruturas no Paquistão no âmbito do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC), que liga a Ásia Central e do Sul à China.

Milhares de chineses estão a trabalhar em projetos relacionados com aquela iniciativa. Dois cidadãos chineses foram mortos num ataque, no mês passado. Em março, cinco engenheiros chineses e um motorista paquistanês morreram num atentado suicida.

Empresa de aeronaves comerciais consegue 70 encomendas na Expo Aeroespacial de Zhuhai

A Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), produtora do avião a jacto regional ARJ21, anunciou na terça-feira que o modelo tem um novo nome: C909. O fabricante assegurou 70 encomendas do modelo à Hainan Airlines e à Colorful Guizhou Airlines no dia de abertura da 15ª Exposição Aeroespacial Internacional da China em Zhuhai, na província de Guangdong, no sul da China.

À medida que os aviões de grande porte passam da fase de investigação e desenvolvimento para a fase de industrialização, um número crescente de aviões comerciais produzidos internamente tem entrado em funcionamento. A unificação dos nomes dos produtos aeronáuticos da COMAC ajudará a moldar a imagem dos produtos serializados e aumentará ainda mais o reconhecimento do produto e a influência da marca, disse a COMAC.

Actualmente, a COMAC tem os modelos C919 e C929, e o avião de passageiros de fuselagem larga C929 tem uma capacidade prevista de 280 lugares e um alcance de 12.000 quilómetros. Os trabalhos de concepção preliminar estão em curso.

A COMAC disse que um total de 150 aeronaves C909 foram entregues desde a sua estreia comercial em 2016, transportando com segurança mais de 17 milhões de passageiros. O C909 oferece uma variedade de configurações de cabina, incluindo cabinas de duas classes com 78 lugares, uma configuração de 90 lugares totalmente económica e configurações económicas de alta densidade com 95 ou 97 lugares.

Com fortes capacidades de descolagem e aterragem em aeroportos com pistas curtas e estreitas, a capacidade da aeronave para suportar ventos cruzados torna-a altamente adaptável aos ambientes operacionais nas fronteiras da China, Sudeste Asiático, África e outras regiões ultramarinas, disse a COMAC. Além disso, o avião C909 pode utilizar combustível de aviação sustentável misturado até 50% em voos comerciais para satisfazer as diversas necessidades dos clientes.

Relativamente às novas encomendas, a Hainan Airlines fez uma encomenda confirmada de 40 C909s. A Colorful Guizhou Airlines fez uma encomenda de 30 aviões C909, dos quais 20 são encomendas confirmadas e 10 são encomendas com intenção.

“Este nome realça o forte enfoque da COMAC nos aviões regionais domésticos e significa a sua crescente atenção a este segmento”, disse Lin Zhijie, um analista de mercado independente. De acordo com Lin, o novo nome ressalta o compromisso da COMAC em desenvolver uma gama de modelos de aeronaves em série e sinaliza planos para expandir ainda mais a série 9×9.

“A verdadeira competição na indústria aeronáutica está na gama de modelos”, observou Lin, acrescentando que os fabricantes estão a trabalhar no sentido de satisfazer toda a gama de necessidades dos clientes através da oferta de diversos modelos.

No atual Zhuhai Airshow, a COMAC levou sete aeronaves para a exposição e associou-se a mais de 50 empresas nacionais e internacionais para criar o primeiro pavilhão da indústria de aeronaves comerciais do país.

Tufão | IC e DSAMA lançam alertas de prevenção

O Instituto Cultural (IC) lançou ontem um apelo aos responsáveis de todos os edifícios patrimoniais, especialmente dos localizados nas zonas baixas, para tomarem medidas de protecção que salvaguardem o património contra o vento e inundações. O alerta foi lançado numa altura em que vigorava o sinal 1 de tufão e quando as autoridades apontavam a possibilidade “moderada a relativamente alta” de içar hoje o sinal 3.

Entretanto, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) dirigiu um apelo para uma maior atenção e prevenção por parte dos profissionais do sector marítimo, incluindo as embarcações de pesca e pontes-cais do Porto Interior. “Os itinerários do transporte marítimo de passageiros serão suspensos tendo em conta a deterioração das condições no mar, pelo que os cidadãos e turistas devem fazer as devidas preparações para evitar que a sua viagem seja afectada”, indicou a DSAMA.

O Porto Interior tem actualmente mais de 60 embarcações de pesca e mais de 20 embarcações de obras, sendo sugerido que se tomem “medidas de protecção o mais cedo possível”, tendo em conta que “as condições meteorológicas de Macau vão piorar de forma faseada”.

Guia | IAM promete mais atenção após árvore atingir mulher

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) afirma estar “muito atento ao incidente da queda de uma árvore na Colina da Guia” que ocorreu na segunda-feira, e deixou uma mulher ferida, embora a gravidade dos ferimentos não seja conhecida. Na mensagem é indicado que o IAM terá enviado os “devidos sentimentos” à mulher, não foi feita uma actualização do estado de saúde.

“De acordo com a avaliação preliminar, o acidente deveu-se à corrosão causada pela podridão radicular, que resultou na instabilidade e, consequentemente, na queda da árvore”, foi explicado. “O pessoal do IAM também realizou inspecções às árvores à volta no local do acidente e não foram encontradas, por enquanto, quaisquer anomalias”, foi acrescentado. A árvore tinha nove metros e de acordo com o IAM a última inspecção às árvores da zona tinha sido feita “meados de Agosto deste ano”.

“O IAM irá acompanhar de perto o incidente e reforçará a inspecção das árvores com riscos”, foi prometido.

Zhuhai | 35 mortos e 43 feridos em atropelamento propositado

Vários praticantes de desporto foram atropelados na segunda-feira à noite, em Zhuhai por um automóvel conduzido por um homem insatisfeito com um processo de divórcio. Após o silêncio inicial das autoridades, foram confirmadas 35 vítimas mortais e 43 feridos. O suspeito estava ontem em coma depois de ter tentado o suicídio

 

Um carro atropelou dezenas de pessoas em Zhuhai, a cerca de 10 quilómetros da fronteira com Macau, num ataque intencional. À hora de fecho desta edição, as autoridades davam conta de 35 vítimas mortais e 43 feridos. A tragédia aconteceu na noite de segunda-feira, pelas 19h48, e as autoridades começaram por confirmar que “vários peões” foram atingidos, sem concretizar o número de feridos ou mencionar a existência de vítimas mortais.

Passadas cerca de 24 horas do ataque, a polícia de Zhuhai confirmou o pior, revelou o número de mortos e feridos, e que o possível motivo teria sido o suspeito ter ficado transtornado com uma decisão judicial relativa à separação de bens num processo de divórcio.

Depois dos atropelamentos, o condutor pôr-se em fuga e antes de ser detido pela polícia terá tentado suicidar-se com golpes de arma branca no pescoço e noutras partes do corpo. Até ontem à noite, as últimas informações oficiais indicavam que o suspeito estaria em coma.

Morte nas redes sociais

Nos vídeos captados no Centro Desportivo Xiangzhou, onde estavam concentradas várias pessoas a fazer exercício físico, vê-se a viatura a acelerar contra a multidão, sem que se vislumbre uma tentativa de travar para evitar os atropelamentos. Ao mesmo tempo, é possível observar peões a tentarem fugir à frente do veículo, face à iminência do embate.

As imagens recolhidas durante o ataque também mostram grupos de pessoas feridas no chão, ao mesmo tempo que outros usam o telemóvel, alegadamente para contactar as autoridades e as equipas de emergência. É também visto um homem a tentar a reanimação cardiorrespiratória de uma das vítimas.

Porém, as pesquisas sobre o incidente nas redes sociais chinesas foram fortemente censuradas, com quase todo o conteúdo partilhado a ser removido. Uma pesquisa na rede social Weibo sobre o centro desportivo dava ontem apenas alguns resultados.

De acordo com o portal HK01, órgão de comunicação social de Hong Kong, num dos vídeos publicados nas redes sociais ouve-se quem está a gravar gritar “morreram muitas pessoas”.

A mesma fonte apresenta também depoimentos de testemunhas que estavam no local, que afirmaram que o condutor terá circulado na pista de corrida várias vezes para tentar atingir mais pessoas.

O presidente Xi Jinping reagiu à tragédia categorizando o incidente como sendo de uma “natureza extremamente vil”. “É necessário envidar todos os esforços para tratar os feridos e confortar e cuidar das vítimas e das suas famílias. Os assassinos devem ser severamente punidos de acordo com a lei. Todas as regiões e serviços competentes devem aprender profundamente as lições desta tragédia, tirar conclusões, e reforçar a prevenção e o controlo das fontes de risco”, acrescentou o presidente chinês.

Burla | Jovem perde 273 mil patacas

Uma jovem não residente apresentou queixa junto das autoridades, depois de alegadamente ter perdido 273 mil patacas, devido a uma burla em que os alegados criminosos se fizeram passar por empregados da aplicação de pagamentos móveis Alipay.

De acordo com o relato apresentado pelas autoridades, o caso aconteceu na tarde de segunda-feira, quando a jovem recebeu uma chamada telefónica em que foi informada que tinha de actualizar os dados pessoais no Alipay, devido a novos termos do contrato.

Os burlões também enviaram uma hiperligação à jovem para que inserisse os seus dados e transferisse 245 mil yuan, como parte de um “fundo de protecção de utilização do serviço”. Após fazer a transferência, a jovem apercebeu-se que não fazia sentido pagar por um fundo de protecção, pelo que apresentou queixa junto das autoridades, que ainda estão a investigar o caso.

Phishing | Mensagens resultam em burlas de 48.700 patacas

Dois idosos em Macau foram burlados em cerca de 48,700 patacas, depois de terem sido enganados por mensagens de phishing. Os casos foram divulgados ontem pela Polícia Judiciária (PJ).

O phishing é uma técnica de burla, em que os burlões fazem sites online ou mensagens a simularem serem sites autênticos, para obterem os dados dos utilizadores e poderem aceder às contas, de forma a movimentarem o dinheiro das vítimas. O primeiro caso aconteceu a 7 de Novembro.

O idoso seguiu as instruções contidas na mensagem, e acabou burlado. Também a outra vítima, foi enganada num esquema semelhante, mas a 11 de Novembro. As perdas totais foram de 48,700 patacas.

Reformados | Apenas um terço pensa viver na Grande Baía

Cerca de 70,40 por cento dos inquiridos não se imagina a viver na Grande Baía, após a reforma. Entre os que pretendem mudar-se para o Interior, Zhuhai é o destino preferido. Mais de 60 por cento dos inquiridos vive com menos de 5 mil patacas por mês

 

Mais de dois terços dos 600 residentes inquiridos num estudo da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) não querem mudar-se para a Grande Baía durante a reforma. Os resultados do estudo, que também contou com a participação a Universidade de São José, foram apresentados na manhã de ontem, numa conferência de imprensa que contou com a participação da deputada Ella Lei.

No universo de 600 respostas válidas, cerca de 70,40 por cento dos inquiridos, o correspondente a cerca de 422 pessoas, recusam mudar-se para o outro lado da fronteira. Entre os 422 inquiridos, 46,21 por cento justificaram-se com a diferença de costumes entre Macau e as outras cidades da Grande Baía, 31,31 por cento com os laços familiares estabelecidos em Macau, e 29,55 por cento referiram as dificuldades no acesso à saúde. Houve ainda 20,20 por cento a recusar a mudança com as condições de habitação, 16,16 com o regime de segurança social e 8,59 por cento que mencionaram as leis e ambiente político do Interior. Os inquiridos puderam oferecer mais do que uma justificação, pelo que o somatório das proporções ultrapassa os 100 por cento.

Além de Zhuhai, a Grande Baía inclui as cidades do Interior de Guangzhou, Shenzhen, Foshan, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen, Huizhou e Zhaoqing.

Os inquiridos que se mostraram disponíveis para se mudarem para a Grande Baía foram desafiados a escolher as três cidades favoritas para a mudança, com Zhuhai a ficar no topo das preferências.

De acordo com as respostas, 80,87 por cento dos inquiridos apontaram a cidade vizinha, seguida por Zhongshan, presente em 68,31 por cento das respostas, e Jiangmen, cerca de 23,99 por cento, sendo que esta última cidade é uma das fontes de imigrantes chineses na RAEM.

Ainda em relação às perspectivas da vida na reforma, aproximadamente 66 por cento dos reformados referiram que pretendem viver em casa sozinhos, enquanto 33 por cento se mostraram mais inclinados para viverem em comunidades para idosos, que além da habitação disponibilizam serviços de saúde, assistência de compras, apoios à deslocações, entre outros.

Rendimentos mais baixos

O inquérito foi realizado junto de residentes com idades entre os 50 e mais de 85 anos, e 60,07 por cento declararam ter um rendimento mensal inferior a 5.999 patacas.

Cerca de 36,04 por cento de todos os inquiridos têm mesmo um rendimento de 3.000 patacas ou inferior. Os residentes admitiram que este valor provem principalmente da pensão para idosos atribuída pelo Fundo de Segurança Social (FSS).
Entre a amostra total, 10,55 por cento declaram ter rendimentos entre 5.000 e 6.999 patacas, 7,31 por cento entre 7.000 e 9.999 patacas, 11,36 por cento entre 10.000 e 14.999 patacas, 6,17 por cento entre 15.000 e 19.999 patacas e 4,5 por cento rendimentos superiores a 20.000 patacas.

IPOR | Docentes de português debatem impacto da IA no ensino em Macau

Macau será palco de uma conferência que promete reunir docentes de língua portuguesa da região do Sudeste Asiático para debater o impacto da inteligência artificial no ensino. A nona edição do Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Português Língua Estrangeira está agendada para os dias 22 e 23 de Novembro.

Docentes e investigadores do Brasil, Portugal e do Sudeste Asiático vão debater, entre 22 e 23 de Novembro, em Macau, o impacto da inteligência artificial (IA) no ensino do português como língua estrangeira.

O nono Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Português Língua Estrangeira da Ásia vai ter como tema “o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação”, incluindo na área da IA, disse o Instituto Português do Oriente (IPOR).

O promotor da iniciativa sublinhou que os avanços tecnológicos “proporcionam novas possibilidades para o ensino de línguas”, mas podem ter influência na educação e no desenvolvimento linguístico dos estudantes.

O IPOR referiu, em comunicado enviado à Lusa, que o encontro vai abrir com uma intervenção de António Branco, investigador da Universidade de Lisboa, sobre a “preparação tecnológica da língua portuguesa para a era digital”.

O tema da palestra é “Como será aprender a ‘escrever e ler’ na era da IA generativa? E ensinar?”.

Segue-se a palestra de João Laurentino Neves, ex-director do IPOR e actual director-executivo do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, que vai abordar o tema “Tecnologias da língua e língua de tecnologias – O IILP na era dos conteúdos e dos dados”. Tânia Ribeiro Marques, docente da Universidade de São José (USJ), vai ainda falar sobre a “IA na criação de materiais de avaliação”. Também da USJ, Camila Macedo aborda a temática “Projecto Conexões Culturais: diminuindo distâncias entre Brasil e Macau por meio da tecnologia”.

Os dois dias de palestra vão reunir docentes e investigadores de instituições de ensino superior de Portugal, China, Coreia do Sul, Japão, Malásia e Brasil, assim como da rede de ensino de português na Indonésia, no Vietname, na Índia e na Tailândia.

O objectivo é “partir de experiências concretas nos diferentes contextos presentes para a reflexão sobre abordagens ao ensino da língua e da cultura, favorecendo a partilha de materiais e o desenvolvimento de projectos conjuntos”, referiu na mesma nota.

Mais fundo

O encontro pode ainda servir para “aprofundar o trabalho de investigação que se vem fazendo a nível internacional em várias áreas ligadas à língua portuguesa e às culturas dos países e regiões de língua oficial portuguesa”. Pretende também reforçar o papel da RAEM no ensino e investigação sobre a língua portuguesa, indicou o IPOR.

O encontro é apoiado pela Fundação Macau, a empresa Sociedade de Turismo e Diversões de Macau e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, cujo director executivo, João Neves, estará presente. Também vai marcar presença em Macau, Florbela Paraíba, que tomou posse em Julho como presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, sob a tutela do Ministério dos Negócios de Portugal.

Turismo | Au Kam San sugere parque luso na zona costeira

Au Kam San sugeriu ontem a construção de um parque temático dedicado a Portugal, no terreno do antigo Parque Oceano ou na Zona D, incluindo réplicas da Torre de Belém e do Padrão dos Descobrimentos. A opinião foi partilhada depois de uma associação de turismo ter defendido que São Lázaro fosse remodelado para ser um bairro português

 

Depois das réplicas da Torre Eiffel, dos canais de Veneza, do Palácio de Westminster e do Coliseu Romano, o ex-deputado Au Kam San sugeriu a construção de réplicas da Torre de Belém e do Padrão dos Descobrimento como principais atracções de um parque temático dedicado a Portugal. Numa publicação partilhada ontem no Facebook, Au Kam San argumenta que o projecto poderia ajudar Macau a tornar-se um Centro Mundial de Turismo e Lazer e que os locais ideais para construir o parque seriam a Zona D dos novos aterros ou o terreno do antigo Parque Oceano.

A ideia foi partilhada na sequência da sugestão do empresário e presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, de criar um bairro de Portugal na freguesia de São Lázaro, aproveitando o bom estado de conservação de edifícios com características portuguesas e calçada tradicional.

Porém, Au Kam San considera que São Lázaro não é a zona ideal para proporcionar boas experiências aos turistas devido às ruas estreitas, falta de lugares de estacionamento e à dimensão e enquadramento dos prédios que oferecem pouco espaço par dar aos visitantes um vislumbre do que é a cultura portuguesa.

“Acho que se é para fazer algo, que se faça algo em grande. Macau sempre teve um deficit de parques temáticos, com projectos que não vingaram, como o Parque Oceano ou o Macau Studio City. Portugal parece-me ser um bom tema para um parque”, afirmou o ex-deputado.

De Sintra ao Douro

À semelhança dos monumentos portugueses citados, Au Kam San também entende que o parque temático português deveria ser construído na zona costeira de Macau, e poderia ser abrilhantado com elementos ribeirinho da foz do Douro, no Porto, assim como da Avenida da Liberdade e Praça do Comércio em Lisboa e Palácio da Pena em Sintra. O ex-deputado propõe também a recriação de elementos que transmitam a cultura vitivinícola, o ambiente das caves do vinho do Porto. O parque poderia também proporcionar experiências gastronómicas e acolher espectáculos de música e danças tradicionais portuguesas.

“Com mais de 30 milhões de turistas a visitar Macau por ano, acho que investidores locais e internacionais iriam achar o projecto atractivo. Tendo em conta que o parque aposta em elementos não-jogo, estou certo que as seis concessionárias de jogo teriam todo o prazer em pagar a conta”, acrescentou.

Hengqin | Novo centro de saúde inaugurado

Foi inaugurado na segunda-feira o Posto de Saúde do Novo Bairro de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Segundo uma nota dos Serviços de Saúde (SS), o novo centro de saúde recebeu 125 residentes de Macau logo no primeiro dia para consultas e cuidados de enfermagem, entre outros serviços. Os SS declaram que “o primeiro dia do funcionamento correu bem”.

Este novo espaço tem uma área de mil metros quadrados e está equipado com salas de consulta, farmácia, sala de amamentação e sala polivalente, entre outras instalações. Caso um doente necessite de um acompanhamento médico mais especializado, será encaminhado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) ou para o Hospital Macau Union. Além disso, em caso de emergência médica, o doente será transferido para a filial de Hengqin do Hospital n.º 1 da Universidade de Medicina de Guangzhou na Zona de Cooperação Aprofundada para tratamento.

O horário de funcionamento do Posto de Saúde é de segunda a quinta-feira, das 9h às 13h e das 14h30 às 17h45, sendo que, à sexta-feira, o horário é das 9h às 13h e das 14h30 às 17h30. Os feriados são iguais aos de Macau.

Imprensa | Governo afirma ter “salvaguardado sempre” a liberdade

O Governo de Macau garantiu à Lusa que “salvaguardou sempre a liberdade de imprensa” e o direito à informação, após a Associação de Jornalistas de Macau ter denunciado a “grave deterioração” da liberdade de imprensa no território

 

Na quinta-feira, a Associação dos Jornalistas de Macau pediu às autoridades para porem termo às “excessivas restrições” impostas aos trabalhadores dos meios de comunicação social, nomeadamente o acesso a conferências de imprensa, assim como pressões políticas para remover artigos publicados.

O Gabinete de Comunicação Social (GCS) afirmou, numa resposta enviada na segunda-feira ao fim do dia à Lusa, que “salvaguardou sempre a liberdade de imprensa de acordo com a lei, (…) protegendo o direito à informação”, incluindo o direito de reportagem, de cobertura noticiosa e de acesso às informações.

O GCS indicou que tem “crescido a procura das coberturas noticiosas pelos órgãos de comunicação social exteriores em Macau”, pelo que tem dado prioridade aos meios de comunicação social “de televisão e de rádio, às publicações com maior periodicidade e às agências noticiosas”, o que descreveu como “uma prática internacional comum”. Acrescentou que “grande parte das conferências de imprensa oficiais são transmitidas em directo, pelo que os OCS [órgãos de comunicação social] podem obter as informações através desse meio”.

Ordens de grandeza

No comunicado da semana passada, a Associação de Jornalistas de Macau afirmou que “um número crescente de actividades recentes promovidas por departamentos do Governo impediu o direito a informar de uma série de ‘media’, através da utilização de um sistema de registo de presenças ou ao convidar apenas um grupo de meios seleccionados para os eventos que organizaram”. Acções que “são claramente contrárias à ‘liberdade de acesso às fontes de informação’ dos jornalistas, um direito consagrado na Lei de Imprensa de Macau”, sublinhou.

A prática, cada vez mais comum, “não tem precedentes desde a transferência de soberania de Macau” de Portugal para a China, em 1999, indicou.

Além disso, apesar da justificação do GCS de que existe grande procura para cobrir conferências de imprensa do Governo, a associação havia denunciado que em alguns destes eventos os jornalistas participantes não foram mais de 10.

A AJM indica ainda que o Governo tem recursos que permitem realizar conferências em salas com maior capacidade.

No final de Outubro, o deputado à Assembleia Legislativa Ron Lam U Tou já tinha criticado a imposição de “restrições desnecessárias e pouco razoáveis” à participação dos meios de comunicação social em conferências e de imprensa e eventos governamentais.

Óbito | Fundador da Galaxy, Lui Che Woo, morre aos 95 anos

Com agências

Apesar do início humilde e das adversidades sentidas na Hong Kong da 2ª Grande Guerra Mundial, Lui Che Woo ergueu um império bilionário e foi um dos principais protagonistas da indústria do jogo de Macau. O empresário, filantropo e fundador do grupo Galaxy morreu na última quinta-feira

 

O empresário e filantropo Lui Che Woo, fundador e presidente do Galaxy Entertainment Group, morreu aos 95 anos, anunciou a concessionária de jogo na segunda-feira à noite. O grupo empresarial confirmou que o magnata morreu na quinta-feira passada e elogiou a “visão, tremenda liderança e orientação” do empresário, de acordo com um comunicado enviado na segunda-feira à noite à bolsa de valores de Hong Kong.

Lui Che Woo fundou a empresa em 2002, depois de ter conquistado uma concessão para operar casinos em Macau, durante a liberalização do jogo na RAEM. A Galaxy está ligada ao grupo K. Wah, um conglomerado de Hong Kong dedicado ao imobiliário e à venda de material de construção, que Lui Che Woo criou em 1955.

O líder do Governo de Hong Kong, John Lee, lamentou a morte de Lui Che Woo e lembrou o “empresário de sucesso” que “se dedicou activamente à promoção de causas filantrópicas e educativas na China continental, em Hong Kong e em todo o mundo”.

Também o líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, sublinhou, num comunicado divulgado ontem, o “elevado espírito filantrópico” do magnata e recordou a criação em 2015 do Prémio Lui Che Woo – Civilização Mundial.

Além disso, o Chefe do Executivo em exercício disse que o magnata deu “grandes contributos para a diversificação adequada da economia de Macau ao longo dos anos”, e que o prémio filantrópico por si criado “demonstra a sua firme convicção profunda no espírito de fraternidade”.

“O Chefe do Executivo lamenta o falecimento do Doutor Lui Che Woo e apresenta os mais sentidos pêsames à família enlutada”, lê-se ainda na mesma nota.

O Prémio Lui Che Woo, no valor total de 60 milhões de dólares de Hong Kong, é atribuído anualmente a instituições ou pessoas que trabalhem para um futuro sustentável, melhoria do bem-estar social humano e promoção da “energia positiva”. Numa entrevista concedida à Bloomberg News em 2018, o magnata declarou que o prémio “é, até certo ponto, um pouco semelhante ao Prémio Nobel da Paz, mas o conceito é mais amplo”. O prémio premeia contribuições relacionadas com o desenvolvimento sustentável, a melhoria do bem-estar humano e a promoção de atitudes positivas. Os laureados incluem a The Nature Conservancy, o Comité Paralímpico Internacional e o antigo presidente dos EUA, Jimmy Carter.

A Galaxy garantiu que a morte do fundador “não terá qualquer impacto nas operações do grupo” e acrescentou que a empresa vai nomear um novo presidente “em tempo oportuno”.

O actual vice-presidente do Galaxy é Francis Lui Yiu Tung, o filho mais velho de Lui Che Woo.

A criação da riqueza

Lui Che Woo era uma das pessoas mais ricas de Hong Kong, com um património líquido estimado em 14,5 mil milhões de dólares norte-americanos, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. Aquando da liberalização do jogo, conseguiu competir com outros magnatas norte-americanos, nomeadamente Sheldon Adelson, ligado à Sands e também já falecido, e Steve Wynn.

O primeiro casino a abrir em Macau foi o StarWorld, em 2006, seguido do Galaxy Macau na zona do Cotai.

Apesar da fortuna que juntou ao longo da vida, Lui Che Woo percorreu um longo caminho para a obter. Nascido a 9 de Agosto de 1929, na cidade de Jiangmen, Guangdong, Lui foi, como tantos outros nacionais chineses, refugiado na II Guerra Mundial, fugindo em 1934 com a família para Hong Kong para escapar à invasão japonesa. Quando estes invadiram e ocuparam Hong Kong, em 1941, a família de Lui perdeu toda a fortuna que já tinha conseguido.

Lui Che Woo cresceu em Kowloon e estudou numa escola em Yau Ma Tei, mas acabou por desistir no primeiro ano do ensino secundário porque não queria estudar japonês, língua que era obrigatória no decurso da ocupação de Hong Kong pelos japoneses, descreveu numa entrevista, em 2019, à emissora pública Radio Television Hong Kong (RTHK).

Assim, o trabalho apareceu na sua vida logo aos 13 anos, ajudando a família a vender produtos de pastelaria chinesa, juntamente com as cinco irmãs.

Na mesma entrevista à RTHK, o empresário lembrou os tempos em que milhares de refugiados moldavam a sociedade de Hong Kong e se debatiam para sobreviver. “Vi tantas pessoas pobres e em sofrimento na Hong Kong invadida pelo Japão. Tenho isso bem presente na minha mente”, disse Lui, em lágrimas, na entrevista.

Terminada a II Guerra Mundial, em 1945, Lui Che Wo fez fortuna ao comprar excedente norte-americano de equipamentos de construção em Okinawa, no Japão, e importando-o para Hong Kong, que estava a atravessar um boom de construção à medida que as pessoas fugiam da turbulência no Interior da China.

Assim, em 1955, Lui Che Woo fundou a empresa que deu origem à marca Galaxy, o Grupo K. Wah, dedicado, numa primeira fase, à extração de matéria-prima para a construção. Investiu os lucros obtidos na construção de propriedades residenciais e, mais tarde, hotéis em Hong Kong, Xangai, Pequim, Guangzhou, e nos Estados Unidos.

No então, o seu primeiro hotel, que ao princípio parecia destinado a ser um Holiday Inn, começou a ser construído em 1979 em Tsim Sha Tsui East, Kowloon. O hotel acabaria por ser baptizado como InterContinental Grand Stanford e a sua construção custou 300 milhões de dólares de Hong Kong.

Investir no jogo

Em 2002, quando Macau já era RAEM, Lui Che Woo aventurou-se na indústria do jogo. Primeiro colaborou com a Las Vegas Sands Corporation, de Sheldon Adelson, mas, depois de um ano, as duas partes acabariam por dividir a licença de jogo e seguir caminhos diferentes. A Bloomberg escreve que os empresários não se entenderam em relação à estratégia de negócio, pois Adelson queria recriar Las Vegas na China, enquanto Lui queria apelar à satisfação dos gostos asiáticos. Para corresponder aos objectivos do fundador, a Galaxy apostou na abertura de mais restaurantes chineses e instalou sinais claros a indicar saídas. Francis Lui, que herdou o negócio, disse numa entrevista de 2006 à Next Magazine que o seu pai comparava os casinos americanos a labirintos.

Ao HM, Óscar Madureira, advogado ligado ao sector do jogo destaca “uma das mais importantes figuras da indústria do jogo de Macau, no período pós-abertura do mercado do jogo”.

Para o responsável, Lui Che Woo “teve a capacidade de fazer face a uma contrariedade inicial, que foi a separação da Venetian, logo no momento após ter ganho a concessão juntamente com o parceiro americano, e de transformar um grupo que não tinha background na indústria do jogo num dos operadores mais importantes e diferenciadores no panorama de Macau”.

O advogado destaca que o magnata de Hong Kong “teve sempre a capacidade para perceber os gostos e preferências dos clientes locais” e também “saber gerir de forma muito capaz as relações e o contacto com o regulador e as autoridades de Macau”.

Óscar Madureira destaca ainda o papel de filantropo de Lui. “À semelhança de outros empresários do sector teve um papel importante no que respeita a filantropia e as acções de responsabilidade social, tão reclamadas pela comunidade e pelo regulador”, deixando “definitivamente uma marca importante na indústria local”.

Lui Che Woo tinha uma imagem informal, pois era quase sempre visto de boné, sendo adepto de golfe e de caligrafia chinesa. Em relação ao jogo, e segundo a Bloomberg, o empresário apostava mais no tradicional mahjong do que nas mesas de jogo do casino.

Japão | PM confirmado no cargo pelo parlamento

A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão reelegeu ontem Shigeru Ishiba como primeiro-ministro, pela maioria simples da coligação no poder e depois de ter perdido a maioria absoluta nas últimas eleições. Ishiba obteve 221 votos de um total de 465 na câmara baixa na segunda volta da votação contra Yoshihiko Noda, o principal líder da oposição, que obteve 160 votos.

O actual líder japonês vai chefiar um Governo numa posição muito mais fraca do que a que detinha antes das últimas eleições, quando o Partido Democrático Liberal Democrático (PDL) de Ishiba e o Komeito (budista) detinham a maioria absoluta.

Ishiba vai liderar o primeiro governo minoritário do Japão em cerca de três décadas e, também pela primeira vez em 30 anos, foram necessárias duas voltas de votação na câmara baixa para eleger o primeiro-ministro.

A fase política invulgar e incerta em que o Japão está a entrar, depois de o PDL, que tem governado praticamente sem interrupções desde 1955, ter sofrido um choque eleitoral nas eleições antecipadas do dia 27, convocadas por Ishiba, depois de ter ganhado as primárias partidárias.

O político, de 67 anos, assumiu as rédeas de um PDL mergulhado numa profunda crise de liderança, desde a saída do histórico Shinzo Abe, em 2020, e sucessivos escândalos, o último dos quais de corrupção, uma das razões do castigo dos eleitores.

As promessas de reformismo e honestidade, e a equipa governamental de que se rodeou no início de Outubro – repleta de figuras veteranas e de continuidade – não foram suficientes para reconquistar a confiança dos eleitores, e o PDL obteve o pior resultado nas últimas eleições desde a última vez que perdeu o poder, em 2009.

Nova lei ajuda Macau a vender dispositivos médicos aos PALOP

Um novo regime pode ajudar Macau a fabricar e exportar dispositivos médicos para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), defendeu ontem a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura da região.

A Assembleia Legislativa (AL) aprovou, na generalidade, novas regras para dispositivos médicos, desde pensos adesivos até máquinas de tomografia axial computadorizada, conhecidas como TAC. A proposta prevê a criação de um sistema de gestão de classificação de risco, com três classes, e a emissão de licenças para o fabrico e exportação de dispositivos médicos.

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, recordou aos deputados que as leis de Macau são escritas nas duas línguas oficiais do território: chinês e português e que, por isso, exportar dispositivos médicos “para os PALOP, é benéfico”, disse. “Se, no futuro, forem fabricados em Macau temos esta conveniência para os fabricantes”, sublinhou a responsável.

Regra que dá jeito

Elsie Ao Ieong U defendeu que as leis em português já ajudaram países como Portugal, Brasil e Moçambique a estarem “mais convencidos a aceitar medicina tradicional chinesa” fabricada ou exportada através de Macau.

Também ontem, a AL aprovou na generalidade uma proposta de lei para encorajar a criação de fundos de investimento que possam atrair investidores do estrangeiro, incluindo dos países lusófonos.

O documento cancela a taxa de fiscalização, permite aos fundos investir em imobiliário fora de Macau e elimina o número mínimo de participantes e o valor mínimo de captação para a constituição de fundos de investimento.

Estas restrições já tinham sido removidas em outras jurisdições, disse o presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), acrescentando que o Governo teve “em conta a prática em Singapura, Hong Kong e Portugal”.

Benjamin Chan Sau San defendeu que a actual lei está desactualizada, uma vez que data de Novembro de 1999, antes da transição da administração da região de Portugal para a China. A 25 de Outubro, a presidente substituta da AMCM disse que o objectivo é “criar melhores condições” para a criação de “mais produtos de investimento que possam atrair investidores do exterior, incluindo dos países de língua portuguesa”.

Licença parental

As leis laborais de alguns locais, contemplam a “licença parental” destinada a facultar aos trabalhadores com filhos mais tempo livre para se ocuparem das crianças e de assuntos familiares, de forma a ser obtido um maior equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar.

Tomando o exemplo de Guangxi, na China, os “Regulamentos para o Planeamento da População e da Família da Região Autónoma de Guangxi Zhuang” estipulam que cada um dos membros do casal tem direito a dez dias de licença parental por ano até que os filhos atinjam os três anos de idade. Se os dois progenitores tiverem 20 dias de licença parental todos os anos, têm a possibilidade de lidar com vários assuntos relativos à criança e à própria vida familiar.

Olhando para Hong Kong e para Macau, verificamos que em Macau não existe actualmente licença parental. Nas linhas para a governação, recentemente apresentadas, o Governo de Hong Kong propõe-se implementar a partir de Abril de 2025 a licença parental anual para funcionários públicos com crianças até 3 anos de idade.

Um estudo realizado em Hong Kong mostrou que perto de 80 por cento dos inquiridos acredita que criar um filho até aos 22 anos custa pelo menos 6 milhões de dólares de Hong Kong. Este tipo de pessoas espera que as empresas possam ter mais flexibilidade laboral. Os inquiridos ainda acrescentaram que se pensarem ter um filho num período em que estão muito ocupados, para se dedicarem totalmente ao trabalho e atingirem os seus objectivos, podem ter de adiar ou desistir dessa ideia.

Os resultados do referido estudo demonstram que mesmo que as pessoas queiram ter filhos, a sua principal preocupação é a questão económica. Se a situação económica for boa, a hipótese de virem a ser pais mais melhora relativamente. Se a empresa que os emprega lhes proporcionar medidas que os ajudem a tratar das crianças e dos problemas familiares esse factor será certamente tomado em conta.

As notícias não mencionavam se, para além da licença parental a ser atribuída aos funcionários públicos, o Governo de Hong Kong irá tomar outras medidas para ajudar a coordenar as relações entre o trabalho e a família. Mas podemos encontrar outros exemplos na sociedade de Hong Kong que ilustram estas medidas. Para que os empregados lidem melhor com as questões familiares, uma empresa permitiu que coordenassem com os seus superiores horas e locais de trabalho flexíveis e, ao mesmo tempo, aumentou as licenças parentais. Esta empresa criou também o “Dia de Levar o Filho para o Trabalho” para permitir que a próxima geração tenha contacto com o mundo empresarial e ainda para aumentar e cultivar o relacionamento entre os empregados e os seus filhos. Durante o “Dia de Levar o Filho para o Trabalho”, a empresa proporciona actividades para pais e filhos, tais como brincadeiras com balões, espectáculos de magia, confecção de sobremesas, etc., para assegurar que o trabalho dos pais não afecta a vida familiar.

Licença parental, disposições para a flexibilização do trabalho, licença paterna, “Dia de Levar o Filho para o Trabalho”, etc. são todas medidas favoráveis implementadas no local de trabalho. “Ambiente de trabalho amigável” é sinónimo de reconhecimento por parte das empresas dos diversos talentos dos seus elementos, pelo que lhes proporcionam cuidados extensos, não discriminatórios e justos, para que eles possam trabalhar sem preocupações, dar o seu melhor e usar as suas capacidades a bem dos empregadores e da produtividade da empresa. Um ambiente de trabalho amigável contem três elementos: diversidade, igualdade e inclusão. Podemos dar como exemplo típico de diversidade uma empresa que emprega diferentes tipos de pessoas; mais velhas, mais jovens, pessoas de diferentes etnias e nacionalidades, etc. Uma empresa que pratica a igualdade trata todos os funcionários com equidade e submete todos aos mesmos procedimentos. Uma empresa inclusiva ouve e respeita as opiniões dos empregados. Por exemplo, algumas universidades realizam todos os semestres sessões de perguntas e respostas com funcionários e estudantes para ouvir as suas opiniões. Para alcançar estes três elementos, diversidade, igualdade e inclusão, uma empresa não deva apenas proporcionar licenças parentais, trabalho flexível, licenças paternas, etc, mas também ter em termos gerais um código interno que proíba os vários tipos de discriminação. Estas medidas ajudam os empregados a compreender que a criação de um ambiente de trabalho amigável faz parte da cultura ética da empresa.

Ambiente de trabalho amigável é uma designação que surgiu nos últimos anos. As disposições e medidas que implementa permitem que os empregados tenham espaço para as suas famílias, e evoluíram do conceito de “equilibrar o trabalho com a família” para “integrar o trabalho e a família”, tornando assim os empregados mais devotados ao trabalho, aumentando a produtividade e a competitividade das empresas, e, por conseguinte, alcançando uma situação vantajosa para todos. São medidas que vale a pena a sociedade vir a considerar.


Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnico de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

Documentário “Heritople” exibido segunda-feira na USJ

É já na próxima segunda-feira que será exibido, a partir das 19h, o documentário “Heritople”, da autoria de António Sanmarful. Esta exibição é acompanhada de um seminário de investigação em história coordenado pela professora Priscilla Roberts.

“Heritople” é um documentário trilingue, produzido pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) e apoiado pela Fundação Macau e que inclui uma série de entrevistas a cidadãos de Macau, revelando “a importância do património cultural e as suas experiências neste território, onde se cruzam as culturas ocidental e oriental”, descreve-se numa nota sobre o evento.

Assim, o realizador registou “testemunhos que nos fazem compreender a importância do legado cultural, bem como a importância de preservar e dar continuidade a esse legado”, nomeadamente a Ip Tat, presidente da Associação do Templo Na Tcha ou Harry Kwah Hou Ieong, presidente da Associação de Estudos para a Reinvenção do Património Cultural de Macau.

Outras figuras entrevistadas foram Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), Matias Lao Hon Pong, presidente da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, Santos Pinto, proprietário do Restaurante “O Santos”, Lin Yin Cong, professora do Ensino Secundário e Fundadora da livraria Júbilo 31 livros, André Lui Chak Keong, Arquitecto e Elisabela Larrea, presidente da Associação de Investigação Cultural Macaense.

Com mão do IIM

“Heritople” foi uma proposta do IIM a António Sanmarful, tendo sido feito com a colaboração da Associação dos Embaixadores do Património de Macau para um projecto comunitário dedicado ao estudo do património cultural de Macau pelos jovens. Este documentário foi realizado com o objectivo de ampliar a promoção da ligação entre as pessoas e o património local, “o que será importante para uma maior compreensão do legado cultural de Macau e para a harmonia da coexistência da intersecção entre o Oriente e o Ocidente”, é revelado na mesma nota.

António Sanmarful nasceu em Macau e licenciou-se em Cinema e Fotografia em Madrid, Espanha. A nível profissional, dedicou oito anos a trabalhar em publicidade, séries, cinema, videoclipes e documentários. Regressou a Macau em 2014, tendo começado como técnico de câmara, passando depois a director de fotografia. Actualmente, é freelancer.

Artes visuais | Bienal itinerante na China com presença portuguesa

Ricardo Meireles é o único português num grupo de dez artistas que expõem na secção de Macau na Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2024. O espaço expositivo, intitulado “Não é Macau, mas chama-se Macau” mostra fotografia, pintura e demais artes plásticas em 30 conjuntos. Depois da estreia em Hangzhou, a mostra fará um périplo que termina em Pequim

 

Inaugurada no passado dia 18 de Outubro, a Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2024 apresenta 30 trabalhos ou conjuntos de obras de dez artistas locais, que expõem na secção “Não é Macau, mas chama-se Macau”. Esta é uma iniciativa artística organizada ao mais alto nível não apenas pelo Ministério da Cultura e Turismo da China, como também pelas autoridades de Macau e Hong Kong.

A mostra pode ser visitada no Museu de Arte de Gongwang, em Hangzhou, passando depois pelas cidades de Nanjing, Guangzhou, Shenzhen e Pequim até Agosto de 2025. O evento mantém-se em Hangzhou até esta sexta-feira.

Desde 2008 que a Bienal se realiza, tratando-se de uma “plataforma importante de promoção do intercâmbio entre artistas do Interior da China, de Hong Kong e de Macau”, tendo-se tornado “um importante evento de intercâmbio cultural entre os três territórios”, destaca uma nota.

No rol de dez artistas locais, inclui-se o português Ricardo Meireles, que apresenta fotografia, bem como Cai Guo Jie, Ieong Wan Si, Im Fong, Lam Im Peng, Lo Hio Ieng, Lou Kam Ieng, Ng Sang Kei, Sit Ka Kit e Xie Yun.

Ricardo Meireles leva à China o projecto “Rua de Macau: Uma Sinfonia de Vida e Memória”, que combina vídeo e fotografia, capturando “a essência desta paisagem urbana em constante mudança”. A instalação de vídeo intitula-se “Passageiros” e “documenta as ruas da cidade, onde câmaras capturam a dança em tempo real do movimento urbano, acompanhada pelos sons reais de Macau”. Para a curadora, trata-se de um trabalho “que explora o ritmo da cidade, um lugar onde áreas movimentadas coexistem com espaços tranquilos”, levando ainda à reflexão “sobre a natureza efémera da nossa existência, à medida que as pessoas passam sem realmente reparar nos espaços que as rodeiam”.

Há ainda três fotografias de Ricardo Meireles numa série intitulada “Reflexo de Vida: Uma Ode à Rua de Macau”, onde se explora “a estreita ligação entre os espaços da cidade e as suas pessoas”.

“Macau, com a sua rica mistura de culturas, é uma entidade viva que cresce e se adapta. As ruas, praças, becos e pátios da cidade são lugares onde o tradicional e o moderno se encontram. Através deste trabalho, os espectadores irão reparar e reflectir sobre os espaços que muitas vezes passam despercebidos”, descreve a curadora, que defende que esta é uma “oportunidade para redescobrir as memórias e a identidade entrelaçadas no ambiente urbano de Macau”.

Trata-se, na visão da curadora, de uma cidade “onde as experiências são mais importantes do que o imutável, e onde cada rua, praça e beco contribui para o rico retrato da vida que conecta o passado ao presente”.

O tema da Bienal é “Integração e Diálogo”, apresentando trabalhos nas mais diversas áreas culturais. Desta forma, revela-se “o desenvolvimento da cultura urbana e a singular paisagem e espírito cultural urbano contemporâneo, formados pela convergência de diversas culturas”.

No caso dos artistas de Macau, as obras revelam “estilos distintos que reflectem a compreensão e as impressões pessoais de cada um sobre Macau, transmitindo ao público as suas ligações emocionais e afectivas com a cidade”.

Ser e não ser

Uma nota da curadora da exposição, Vivien Heong Hong Lei, explica que o nome Macau atribuído à secção da Bienal não remete para um “sentido físico, espacial ou geográfico, mas antes como cada um de nós o percepciona e compreende”. Assim, nesta Bienal, Macau surge como um “conceito relativo, construído por cada pessoa através da sua própria percepção e ideação”, sendo que a ideia de “Não é Macau” significa que o território “não é imutável, alterando-se continuamente de acordo com as percepções e compreensão das pessoas”.

Assim, Macau “é um certo ‘nome’ que só existe enquanto tal, mas não como uma entidade física”. Trata-se de algo que, quando visto ou vivido, “só existe nesse mesmo instante, pois no instante seguinte já se torna uma memória, uma ilusão que não pode ser tocada ou guardada”.

Porém, segundo a curadoria, este é um território que deixa memórias e fragmentos emocionais, que “sofrem uma permanente reconstituição, arquivo e armazenamento, de acordo com as nossas próprias percepções, experiências de vida e até o próprio curso do tempo”. Trata-se de uma “ilusão que sempre se reflectiu na nossa natureza interior”.

Do lado dos artistas são múltiplas as ligações a Macau. Ng Sang Kei e Lou Kam Ieng, “nascidos e criados em Macau”; Im Fong, “que se mudou do continente para Macau ainda novo para prosseguir o seu sonho”; Ricardo Filipe dos Santos Meireles, “um português que trata Macau como a sua segunda casa”; Lo Hio Ieng e Lam Im Peng, “jovens artistas que regressaram a Macau com expectativas depois de estudos no exterior”; ou ainda Ieong Wan Si, “outro regressado a casa, após completar estudos no estrangeiro, e que já tentou explorar o sentido de identidade entre Macau e a cidade onde estudou”.

Por sua vez, Sit Ka Kit mudou-se para a zona da Grande Baía, vivendo entre Macau e Zhuhai; Cai Guo Jie, que é “um novo imigrante que tem Macau no seu destino por via do casamento” e Xie Yun, “uma jovem e esforçada trabalhadora na Europa”.

Líbano | Taiwan nega produção de pagers explosivos

O gabinete de investigação do Ministério da Justiça de Taiwan concluiu que “nenhum fabricante taiwanês” esteve envolvido na explosão de centenas de dispositivos electrónicos no Líbano, em meados de setembro.

Num comunicado, o órgão judicial indicou que a empresa de Taiwan Gold Apollo, cujo logótipo estava nos dispositivos detonados, não fabricou o modelo de ‘pager’ AR-924 envolvido no incidente, desenvolvido e produzido no estrangeiro pelo Frontier Group Entity (FGE).

“Este grupo assinou um memorando de entendimento de cooperação comercial, obtendo autorização da Gold Apollo para rotular os produtos com a sua marca” referiu a nota. “A Gold Apollo testou apenas uma amostra inicial do modelo AR-924 sem função explosiva e não prestou consultoria técnica, materiais ou serviço pós-venda”, indicou o comunicado.

“Além disso, os documentos alfandegários de Taiwan não mostram as exportações do modelo AR-924 para o Líbano e não foram encontradas provas que ligassem os fabricantes taiwaneses à explosão”, acrescentaram as autoridades de Taiwan, sem fornecer mais detalhes sobre o país de origem e as actividades comerciais da FGE.

Assim, a procuradoria distrital de Shilin, o órgão judicial encarregado da investigação em Taiwan, decidiu encerrar o caso depois de não ter encontrado provas de que crimes ou atividades ilegais tenham ocorrido por parte de empresas ou indivíduos taiwaneses, informou a agência de notícias estatal CNA.

No final de setembro, dois conjuntos de explosões simultâneas de ‘pagers’ e dispositivos de comunicação sem fios causaram dezenas de mortos e mais de 3.000 feridos no Líbano, num ataque atribuído a Israel e que teve como alvo membros do grupo xiita libanês Hezbollah.