APEC prevê paralisação do comércio e abrandamento drástico na região Hoje Macau - 16 Mai 2025 A organização para a Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) prevê uma estagnação virtual do comércio e um abrandamento económico drástico na região em 2025 devido à escalada das tarifas, de acordo com previsões divulgadas ontem. A APEC reúne 21 economias (Austrália, Vietname, Tailândia, Japão, Estados Unidos, Canadá, México, etc.), incluindo países asiáticos que dependem do comércio e que foram duramente atingidos pela guerra aduaneira lançada por Washington. Os economistas da organização preveem que as exportações na região Ásia-Pacífico cresçam apenas 0,4 por cento em 2025, em comparação com um registo de 5,7 por cento no ano passado. As importações deverão estagnar (+0,1 por cento). Consequentemente, os países da APEC deverão registar um crescimento do produto interno bruto (PIB) de apenas 2,6 por cento em 2025, estimativa que compara com 3,3 por cento na previsão anterior da organização. Para 2026, prevê-se agora um crescimento de 2,7 por cento, muito abaixo do desempenho esperado para o resto do mundo (+3,3 por cento). Perdas gerais Embora a organização abranja um vasto leque de economias, todas estão a sofrer: a escalada das retaliações aduaneiras “está a levar a uma perda de confiança dos investidores e a um enfraquecimento da procura”, afirmou à comunicação social Carlos Kuriyama, director do departamento de políticas públicas da APEC, citado pela agência France Presse, em declarações à margem de uma reunião dos ministros do Comércio da organização, que se iniciou ontem na Coreia do Sul. Para além das tarifas de 25 por cento sobre os automóveis e o aço, a Administração norte-americana do Presidente Donald Trump anunciou, no início de Abril, sobretaxas aduaneiras “recíprocas” proibitivas, actualmente suspensas até Julho. Os direitos aduaneiros mais elevados penalizarão as cadeias de abastecimento, aumentarão os custos de produção, que serão transferidos para o consumidor final, e, por conseguinte, diminuirão a procura de bens”, explicou Kuriyama. Na opinião do economista, a incerteza é o pior risco: “É essencial garantir que as políticas sejam estáveis e, se houver mudanças, que sejam permanentes e não temporárias”, sugeriu. Pontos de partida A reunião da APEC desta semana constitui-se como uma ocasião para uma série de discussões bilaterais entre o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, que está na Coreia do Sul, e representantes dos parceiros dos Estados Unidos, incluindo o representante comercial chinês, Li Chenggang. Pequim e Washington selaram recentemente uma pausa parcial nas pesadas sobretaxas aduaneiras recíprocas. “Isto é positivo, mas não nos leva de volta ao ponto em que estávamos antes de Abril”, considerou Carlos Kuriyama. No seio da APEC, “muitos governos estão a tentar aplicar medidas para facilitar o comércio, com o objectivo de compensar o efeito negativo das medidas norte-americanas”, acrescentou, estimando, no entanto, que essas iniciativas terão um impacto limitado, porque “os Estados Unidos são a maior economia do mundo”.
MNE | Brasil e quatro países latino-americanos isentos de visto de entrada Hoje Macau - 16 Mai 2025 A China afirmou ontem que, a partir de 01 de Junho, cidadãos do Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai podem entrar na China sem visto para estadias até 30 dias. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, confirmou ontem os pormenores da medida, anunciada pelo Presidente, Xi Jinping, durante a recente cimeira ministerial China-Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC). De acordo com Lin, a política estará em vigor até 31 de Maio de 2026 e permitirá aos titulares de passaportes comuns viajar para a China para fins de turismo, negócios, visitas familiares, intercâmbios culturais ou trânsito. O objectivo é “facilitar ainda mais os intercâmbios entre as pessoas e promover uma cooperação amigável”. Lin garantiu que a China “continuará a expandir a sua política de abertura” e deu as boas-vindas a mais cidadãos latino-americanos para “visitar, explorar e experimentar a vitalidade e a diversidade” do país. A iniciativa faz parte de uma série de medidas que Pequim tem tomado desde 2023 para reavivar o turismo e os laços internacionais após o prolongado encerramento das fronteiras devido à pandemia de covid-19. A China já tinha alargado o período de isenção de vistos para países como Portugal e Espanha de 15 para 30 dias e assinou acordos de isenção recíproca com 20 outros Estados. A China é actualmente o principal parceiro comercial de países como o Brasil, o Chile e o Peru, tendo aumentado a sua presença na América Latina através de projectos de infraestruturas e de comércio ligados à sua iniciativa Novas Rotas da Seda.
Cooperação | Militares chineses dispostos a expandir ligações com a Rússia Hoje Macau - 16 Mai 2025 A China indicou ontem que quer expandir a cooperação pragmática com os militares russos, após a recente visita do Presidente Xi Jinping a Moscovo para as comemorações do 80.º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial na semana passada. “Os militares chineses estão dispostos a trabalhar com o lado russo para aumentar ainda mais a confiança mútua estratégica, intensificar a comunicação estratégica e expandir a cooperação prática”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Jiang Bin, em comunicado, sem se referir diretamente à guerra na Ucrânia. A China e o seu vizinho russo reforçaram a cooperação económica, política e militar na última década. Esta tendência acelerou ainda mais após a invasão do território ucraniano por Moscovo, em 2022. Xi Jinping assistiu às comemorações do 80.º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial na Praça Vermelha de Moscovo, na semana passada. Questionado sobre a visita de Xi a Moscovo, o Ministério da Defesa chinês disse ontem, em comunicado, que as relações militares bilaterais estão a um alto nível nos últimos anos. A China tem afirmado ser uma parte neutra no conflito russo-ucraniano e tem oferecido os seus serviços como mediadora, apesar de regularmente acusada pelo Ocidente de prestar a Moscovo um apoio económico e político crucial para executar a sua operação militar.
HK / Bolsa | Maior farmacêutica chinesa lança oferta pública Hoje Macau - 16 Mai 2025 A Jiangsu Hengrui Pharmaceuticals quer alcançar investimentos de mais de mil milhões de euros destinados a financiar acções de investigação e desenvolvimento na área da farmácia A maior farmacêutica da China, Jiangsu Hengrui Pharmaceuticals, lançou ontem uma oferta pública inicial na bolsa de valores de Hong Kong, para atrair até 1,13 mil milhões de euros em investimento. Num comunicado enviado à bolsa da região semiautónoma chinesa, a Hengrui disse que pretende vender 224,5 milhões de acções, por um valor que pode atingir 9,89 mil milhões de dólares de Hong Kong. O documento explica que a maioria deste dinheiro iria para projectos de investigação e desenvolvimento e à construção de novas unidades de produção e investigação farmcêutica tanto na China como no estrangeiro. A Hengrui, com sede na província de Jiangsu (leste), foi criada em 1970 como uma empresa estatal de fabrico de medicamentos génericos. Após ser privatizada, na década de 90, o grupo passou a dedicar-se ao desenvolvimento de novos medicamentos. Sete investidores institucionais, incluindo o fundo soberano de Singapura GIC e a empresa de investimento dos Estados Unidos Invesco Advisers, já se tinham comprometido a investir 533 milhões de dólares norte-americanos na oferta. A Hengrui, que já está cotada na bolsa de valores de Xangai, considerada a capital financeira da China, deverá começar a ser listada na bolsa de Hong Kong em 23 de Maio. Soma e segue A oferta pública inicial da Hengrui surge dois dias depois da maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, Contemporary Amperex Technology (CATL), ter feito o mesmo. A CATL, já listada na bolsa da vizinha cidade de Shenzhen, pretende arrecadar pelo menos 31 mil milhões de dólares de Hong Kong na sua estreia na bolsa de Hong Kong, que está prevista para 20 de Maio. A empresa disse que 90 por cento dos fundos angariados serão utilizados para financiar a expansão das operações da CATL na Hungria, bem como na Alemanha, Espanha e Indonésia.
DSAL | Feiras de emprego oferecem 77 vagas em lojas e hotelaria Hoje Macau - 16 Mai 2025 Abrem hoje as inscrições para três sessões de feiras de emprego, que se vão realizar nos dias 22 e 23 de Maio para os sectores da hotelaria e comércio a retalho, segundo informação divulgada ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Os interessados podem inscrever-se até ao meio-dia da próxima quarta-feira e candidatar-se às 77 vagas de emprego. A primeira sessão, marcada para a manhã de 22 de Maio, irá disponibilizar 11 empregos para “Hotel W Macau – Studio City”, para os cargos de agente do centro de contactos com clientes, agente de atendimento a clientes, hóspede, cozinheiro de nível elementar e recepcionista de spa. Na parte da tarde do mesmo dia, é a vez do sector da venda a retalho de luxo, com 16 vagas para a “Giorgio Armani Macau Limited” e a “Gucci” para os cargos de chefe assistente de loja, supervisor de loja, consultor de vendas e empregado de armazém. Na manhã de 23 de Maio, serão oferecidas 50 vagas para os cargos de empregado de loja, empregado de armazém e empregado de atendimento a clientes nas lojas “ISA Boutique Limited” e “iSport Sporting Goods”.
Economia | Prevista estabilidade no segundo trimestre João Luz e Nunu Wu - 16 Mai 2025 O Índice de Prosperidade Económica de Macau para o segundo trimestre aponta para estabilidade, mas apresenta desequilíbrios em alguns indicadores, como a baixa confiança dos consumidores chineses e o baixo valor das acções das concessionárias de jogo De acordo com as mais recentes previsões do Índice de Prosperidade Económica de Macau, a economia local irá continuar estável no segundo trimestre, perspectiva que os analistas da Associação Económica de Macau arriscam apenas estimar para um período de curto-prazo. O relatório divulgado na quarta-feira continua a revelar assimetrias na evolução dos vários indicadores avaliados. Seguindo a tendências dos últimos relatórios, a diminuição do poder de compra dos turistas chineses que visitam Macau e a fraca confiança dos consumidores do Interior da China, continuam a fazer pairar nuvens negras por cima das perspectivas económicas da RAEM. Outro indicador negativo, realçado pela Associação Económica de Macau, é a continuação do valor das acções das concessionarias de jogo “pairar no nível baixo durante muito tempo”. O Índice de Prosperidade salienta também a fraca procura por crédito na economia local. O rácio de empréstimos/depósitos de residentes da banca de Macau caiu de 62,4 por cento para 51,1 por cento entre o final de 2022 e o passado mês de Março, é indicado. Os analistas concluem que a menor vontade dos residentes e empresas em contrair empréstimos “reflecte uma atitude cautelosa face à actual situação e perspectivas económicas”. Embora o sistema bancário da RAEM disponha “de ampla liquidez”, os fundos não foram efectivamente convertidos em apoio ao crédito na economia real, o que indica falta de eficiência na afectação de capital e confiança no investimento. A associação liderada pelo ex-deputado Joey Lao vinca também o arrefecimento verificado nos últimos anos nos projectos imobiliários e de investimento em grande escala, assim como os valores elevados do crédito malparado, factores que reduziram ainda mais a procura por empréstimos bancários. Os dois lados A associação indica também, por outro lado, que o volume da massa monetária bateu um novo recorde histórico, ultrapassando pela primeira vez 810 mil milhões de patacas, um aumento anual 8,8 por cento em termos anuais. Outro indicador positivo, diz respeito ao número de visitantes e de hóspedes em hotéis que se mantém num nível “quente”. Depois de ter alertado para o impacto da guerra comercial lançada por Donald Trump, os analistas da Associação Económica de Macau voltaram a realçar o ambiente externo enquanto factor desestabilizador. “Num contexto de fraca procura global, de insuficiente dinâmica de crescimento económico e com um ambiente financeiro restritivo e de riscos relacionados com disputas geopolíticas e tarifárias, Macau, enquanto economia orientada para a micro-exportação, tem de estar muito atento a potenciais riscos de queda nas suas tendências económicas a curto e médio prazo”, é indicado.
Ponte Macau | Instalados radares para controlar velocidade Hoje Macau - 16 Mai 2025 A partir de amanhã, 22 sistemas fixos de detecção de excesso de velocidade e quatro sistemas de detecção de velocidade média vão começar a funcionar na Ponte Macau. A medida visa “combater as infracções por excesso de velocidade”. Estes sistemas permitem detectar não só a velocidade instantânea, mas também fazer a média do tempo que os veículos demoraram a percorrer a ponte, e se for abaixo de um certo número, haverá multa por excesso de velocidade. De acordo com o comunicado do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), os radares vão ser instalados junto aos lados de Macau e da Taipa da ponte principal, nas rampas de Pac On perto à entrada e à saída da ponte principal e no corredor exclusivo para motociclos e ciclomotores. A Ponte Macau tem como limites de velocidade máxima de 80 km/h, 60 km/h e 40 km/h, consoante os troços. Em algumas rampas de acesso, e nos túneis do corredor exclusivo para motociclos e ciclomotores, o limite máximo é de 40 km/h. Os condutores que violarem os limites de velocidade na Ponte Macau incorrem numa multa de 600 patacas a 20.000 patacas, podendo ainda ficar sem carta de condução, no caso de reincidência ou de excesso de velocidade grave.
Execução Orçamental | Receitas públicas com redução de 5% Hoje Macau - 16 Mai 2025 Nos primeiros quatro meses do ano, registou-se uma queda de 0,06 por cento, para 29,8 mil milhões de patacas, das receitas dos impostos sobre o jogo. Além disso, houve uma despesa de 874,7 milhões de patacas em “acções e outras participações” A receita corrente do orçamento da RAEM apresentou uma redução de 4,95 por cento nos primeiros quatro meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2024, sobretudo devido a uma queda nas receitas financeiras, foi ontem anunciado. A receita corrente entre Janeiro e Abril foi de 34 mil milhões de patacas, de acordo com dados publicados ‘online’ pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) do território. A principal razão para a diminuição foram as receitas financeiras, que passaram de mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses de 2024 para apenas seis mil patacas este ano. Esta rubrica corresponde aos resultados da Autoridade Monetária de Macau, o regulador financeiro da região, e inclui receitas de investimentos e de juros e dividendos. Além disso, os dados também revelam uma queda de 0,06 por cento, para 29,8 mil milhões de patacas nas receitas dos impostos sobre o jogo, que, ainda assim, representaram 84,7 por cento do total. As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico, e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos. Gastos por explicar Os impostos sobre o jogo caíram, apesar de os casinos de Macau terem registado receitas totais de 76,5 mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses do ano, mais 0,8 por cento do que no mesmo período de 2024. Entre Janeiro e Abril, Macau recolheu 30,2 por cento da receita corrente projectada para 2025 no orçamento da região, que é de 112,6 mil milhões de patacas. Pelo contrário, a despesa pública subiu 2,6 por cento nos primeiros quatro meses, para 24 mil milhões de patacas, devido a uma despesa de 874,7 milhões de patacas em “acções e outras participações”. A Lusa pediu à DSF mais informação sobre esta rubrica, mas não recebeu até ao momento qualquer resposta. Em 15 de Abril, o novo líder do Governo, Sam Hou Fai, admitiu recear um défice orçamental em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo. Macau terminou Abril com um excedente nas contas públicas de 10,3 mil milhões de patacas, menos 18,5 por cento do que no mesmo período do ano passado. Ainda assim, este valor já é maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025: 6,83 mil milhões de patacas. Macau fechou 2024 com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado no ano anterior. O último exercício foi o primeiro desde 2020, no início da pandemia, em que o território conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica, sem efectuar transferências da reserva financeira.
CCAC | Prometido ambiente empresarial íntegro e estável Hoje Macau - 16 Mai 2025 A Comissária contra a Corrupção, Ao Ieong Seong, garantiu que a instituição vai contribuir para “um ambiente empresarial íntegro, justo, estável e previsível” para permitir que “as empresas possam investir e desenvolver-se sem preocupações”. Foi desta forma que a comissária reagiu à visita a Macau de Xia Baolong, director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado. A comissária, através de comunicado, afirmou que o discurso do director Xia Baolong apresentou “exigências claras sobre o futuro desenvolvimento de Macau e sobre o contributo para a construção do país e que, ao mesmo tempo, teve um significado orientador para os trabalhos do CCAC”. Segundo o relato de Ao Ieong Seong, Xia Baolong deixou como expectativas para o sector empresarial a promoção do “espírito de luta” e “união da pátria, de Hong Kong e Macau”. Além disso, Xia indicou aos empresários que têm de “manter uma firme confiança no desenvolvimento, consolidando e expandindo os negócios em Hong Kong e Macau”, ao mesmo tempo que se espera que aproveitem “as próprias vantagens para superar os desafios e alargar a abertura ao exterior e para se afirmarem no panorama internacional”. De acordo com Ao Ieong Seong, o governante do Interior também espera que os empresários locais contem “ao mundo a história de Hong Kong, Macau e China, com uma posição firme”.
Segurança Nacional | Alerta para riscos ligados a EUA e “países ocidentais” João Santos Filipe - 16 Mai 2025 O secretário para a Segurança avisou a população que a defesa da segurança nacional é uma obrigação de todos, e que é preciso manter a atenção para “actos hegemónicos” e difamações dos Estados Unidos da América e de países ocidentais O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, considera que a população tem de manter o “espírito de luta” e “não ceder”, face ao que considera “actos hegemónicos” e difamações dos Estados Unidos da América e de países ocidentais. A mensagem foi deixada na quarta-feira, no portal do secretário, e surge na sequência da visita a Macau de Xia Baolong, director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado. “Actualmente, face à evolução acelerada das mudanças centenárias no mundo e à competição estratégica mais intensa entre a China e os Estados Unidos da América, os riscos que afectam a segurança nacional e a estabilidade social de Macau tornam-se cada vez mais graves”, foi escrito no portal do secretário. A mensagem identifica os riscos como os “actos hegemónicos dos EUA e dos países ocidentais” assim como “palavras e as acções que destroem, difamam e perturbam Macau”, considerando que “a sociedade de Macau deve identificar a situação, manter a posição com firmeza, cultivar o espírito de luta, e não pode ceder”. Wong Sio Chak avisa ainda que é esperado que todos os residentes actuem como guardiões da segurança nacional. “A defesa da segurança nacional é da responsabilidade de todos. Todos os residentes de Macau são os beneficiários e guardiões da segurança nacional, ninguém fica de fora”, é vincado. “A sociedade de Macau deve permanecer unida, ter uma confiança firme, transmitir a boa tradição do amor à pátria e a Macau, potenciar as próprias vantagens, contribuir para a construção de um país forte e para a revitalização da nação chinesa, e contar bem a história de ‘Um País, Dois Sistemas’”, foi acrescentado. Forças hostis e criminosos Ao mesmo tempo, o governante destaca a necessidade de actuar em tempos de paz contra “forças hostis e criminosos”, porque mais vale prevenir do que remediar. “Devemos prever possíveis perigos em tempos de paz, pois mais vale prevenir do que remediar”, foi escrito. “A sociedade de Macau deve valorizar mais a actual situação favorável de estabilidade e prosperidade, deve ter consciência das crises, dar elevada importância aos problemas que enfrentamos no âmbito do desenvolvimento e segurança de Macau, apoiar o Governo da RAEM no reforço do desenvolvimento do sistema, resolver adequadamente os riscos, prevenir e combater resolutamente a interferência e a destruição das forças hostis e dos criminosos”, foi adicionado. O texto destaca também que a tutela da segurança de Macau vai cumprir as “exigências feitas por” Xi Jinping e “cumprir dinamicamente a missão sagrada de salvaguardar a segurança nacional, criando uma segurança de alto nível para garantir um desenvolvimento de alta qualidade”.
Formação profissional | Fim da pandemia leva a quebra de cursos e alunos Hoje Macau - 16 Mai 2025 Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que, no ano passado, houve menos pessoas a frequentar cursos de formação profissional face a 2023. A quebra registou-se logo no número de cursos, 1.777, menos 7,2 por cento em termos anuais. Já em relação aos formandos, a quebra foi de 21,8 por cento, atingindo um total de 76.385 participantes. Segundo a DSEC, esta quebra deveu-se ao facto de “alguns planos de formação temporários, implementados como resposta à pandemia, terem terminado”. Além disso, o número de cursos destinados ao público foi de 896, menos 12,5 por cento, sendo que também aqui o número de formandos caiu 30,6 por cento, para um total de 35.140 pessoas. Por sua vez, o número de formações destinadas a empresas ou instituições foi de 881, menos 1,1 por cento face a 2023, sendo que também neste segmento o número de formandos caiu 12,3 por cento em termos anuais, com 41.245 inscrições. Os cursos mais procurados foram o de “comércio e administração”, com 17.898 alunos, representando 23,4 por cento de todos os formandos; e o curso de “saúde”, com 10.343 alunos, possuindo a fatia de 13,5 por cento do número total de formandos. Em termos globais, no ano passado havia 67 instituições a realizar cursos de formação profissional, apenas mais uma em relação a 2023, sendo que, em 2024, existiam mais 51 funcionários, num total de 1.885 pessoas. Desses, 1.138 eram docentes, registando-se um aumento de 54 professores a tempo inteiro ou parcial.
Hengqin | Dirigente demite-se após investigação por corrupção João Luz - 16 Mai 2025 O Governo da RAEM anunciou que um vice-director do Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada se demitiu “por motivos pessoais”. O comunicado não menciona que Su Kun apresentou demissão horas depois de ter sido divulgada uma investigação por corrupção a uma empresa estatal responsável pelo desenvolvimento de Hengqin Com Lusa “A pedido de Su Kun, as suas funções de assessor do gabinete do secretário para a Economia e Finanças e subchefe da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada cessam a partir de 15 de Maio de 2025, por motivos pessoais.” Foi desta forma, em apenas uma frase, que o Governo da RAEM reagiu, através do gabinete do secretário para a Economia e Finanças, a um comunicado emitido horas antes pela comissão anticorrupção da província de Guangdong a anunciar a investigação a um caso de corrupção que envolve uma empresa estatal responsável pelo desenvolvimento de Hengqin. Su Kun é um dos seis coordenadores-adjuntos da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau. Segundo o portal do Governo de Macau, esta comissão “assume as funções de promoção da divulgação a nível internacional, captação de negócios e investimentos, introdução de indústrias, exploração de terrenos, construção de projectos específicos e gestão dos assuntos respeitantes à vida da população”. Coisas da vida A demissão de Su Kun acontece horas depois da comissão anticorrupção da vizinha província de Guangdong anunciar o início de uma investigação ao antigo presidente da empresa estatal responsável pelo desenvolvimento da zona especial de Hengqin. Num comunicado, a Comissão Provincial de Inspecção Disciplinar de Guangdong disse que o antigo presidente do grupo Zhuhai Da Hengqin, Hu Jia, “é suspeito de graves violações disciplinares”, uma frase que normalmente se refere a corrupção. A nota, também com apenas uma frase, diz que Hu está a ser alvo de “revisão e investigação disciplinar” por parte da Comissão Municipal de Inspecção e Supervisão Disciplinar de Zhuhai. O grupo Zhuhai Da Hengqin foi criado em 2009 pelo município de Zhuhai para a construção e desenvolvimento da zona económica especial de Hengqin e é responsável pelo investimento, financiamento, construção, operação e gestão de infra-estruturas. No website do grupo empresarial é indicado que Hu Jia é o presidente da Da Heng Qin Investment desde Dezembro de 2013, e foi director-geral de Maio de 2012 a Dezembro de 2013. É ainda referido que Hu ocupou “cargos de gestão numa série de empresas públicas, possui profundos conhecimentos financeiros e uma vasta experiência no funcionamento e gestão de empresas”. Além disso, “tem conhecimentos únicos no que diz respeito à inovação de modelos de finanças empresariais, conceitos de conceção urbana, gestão de grupos de empresas e introdução de talentos empresariais”. É preciso integrar A Lusa perguntou ontem ao Governo de Macau se a demissão de Su Kun está relacionada com a investigação por corrupção contra Hu Jia, mas até ao fecho desta edição não recebeu qualquer resposta. Sam Hou Fai, que tomou posse em Dezembro como Chefe do Executivo, tem defendido uma maior aposta na integração com Hengqin. O desenvolvimento da ilha vizinha “é a nossa principal tarefa”, disse o líder do Governo da RAEM aos jornalistas, na terça-feira. Sam falava numa conferência de imprensa de balanço de uma visita de seis dias a Macau do principal responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos das duas regiões semiautónomas, Xia Baolong. Na segunda-feira, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, sob a tutela do Conselho de Estado, afirmou que “a construção de Hengqin deve ser tratada como uma prioridade de Macau”.
Rui Leão, arquitecto e co-autor de “Layering the City” | Uma cidade a quatro mãos Andreia Sofia Silva - 16 Mai 2025 Os arquitectos Rui Leão e Carlotta Bruni têm acumulado muitos desenhos ao longo dos anos, que foram agora materializados em “Layering the City”, obra que foi lançada na semana passada na Bienal de Arquitectura de Veneza. O livro resulta de duas vidas dedicadas à arquitectura e de duas teses de doutoramento defendidas no Royal Melbourne Institute of Technology Como surge a iniciativa de publicar “Layering the City”, que faz um pouco a retrospectiva do vosso trabalho? Este projecto nasce de um diálogo entre a minha tese de dissertação e a tese de dissertação da Carlotta [Carlotta Bruni], que ambas pegam em aspectos diferentes do nosso contributo como arquitectos para Macau, para a cidade. E, portanto, o projecto deste livro é o encontro dessas duas teses. O título do livro remete para a ideia de uma cidade em camadas. Não, o que acontece é que no caso dos nossos pontos de vista, meu e da Carlotta, há um trabalho trazido por cada um para o projecto, e que passa por dar uma resposta ao pedido programado, aquilo que o cliente pede, ao que vive na planta de alinhamento [do projecto], ou uma série de questões a nível cívico, do espaço público ou do direito à qualidade de vida. Há uma série de dimensões sociais [a ter em conta para] fazer espaços para as pessoas, mesmo quando são impossíveis [em termos] de política e na cidade. São essas camadas que vão entrando nos projectos e que, no fundo, passam por criar oportunidades para qualificar a vida da cidade, da pessoa, da rua. E isso não tem nada a ver com quem paga, tem a ver com o gerenciamento que o arquitecto faz na cidade através do projecto. São estas camadas, os “layers”, em que o arquitecto vai enriquecendo o que é a oferta do projecto para a cidade e cria vários micro-projectos dentro desse projecto maior, e que qualificam o passeio, os espaços sociais e o espaço público de uma maneira que não era pedida. Portanto, num projecto de arquitectura persiste sempre a ideia das pessoas e dos espaços que habitam. No caso de Macau há esta situação extrema em que o espaço público é sempre o mínimo, com um passeio estreitinho, e onde tudo se tem de resolver. Por haver falta de mais perfil de espaço público na cidade, este gerenciamento feito pelo arquitecto através do projecto acaba por ser uma forma de compensar a cidade, de reconciliar as pessoas com ela, ou o contrário. A capa do livro remete para o projecto de habitação pública do Fai Chi Kei. Presumo que considerem o projecto um dos grandes marcos do vosso atelier. Sem dúvida. Este foi o primeiro grande edifício de habitação em termos colectivos, em que tivemos oportunidade de aplicar ideias que tínhamos desenvolvidas para o espaço público, na praça do lago, ou mesmo no parque que está ao lado. Todos estes projectos têm muito envolvimento com o espaço público e esta foi a nossa primeira iniciativa com um programa de habitação. Fizemos uma série de experiências super importantes que nos permitiram demonstrar que era possível qualificar a habitação pública. Produzimos uma série de jardins, pracetas, jardins aéreos em vários pisos [do edifício]. Fomos coleccionando os pisos dois a dois e quatro a quatro para criar comunidades dentro do edifício, quase como se fosse uma farmácia chinesa que tem gavetas, sítios de interacção social desde o andar de baixo, e por aí fora. Tudo isso foi trabalhado com pequenos terraços públicos presentes ao longo do projecto, e nesse aspecto, ele é muito inovador. É, de facto, uma demonstração que, quer se trate de um edifício de habitação ou um museu, ele pode, de facto, contribuir para a qualificação de vida das pessoas. Qualquer programa [de arquitectura, no sentido de encomenda ou contrato] serve para o arquitecto agenciar isso no projecto. Que outros projectos constam neste livro? Temos a estação da Barra e a zona Intermodal [relacionadas com o Metro Ligeiro]. São dois projectos, para nós, muito importantes, porque também vêm reconfirmar a capacidade de sobrepor muitas e muitas camadas. No caso da estação da Barra, existe também um parque público em cima, além de se ligarem as duas marginais, a histórica e a nova. É um projecto todo em vidro, transparente, que me permite estar do lado do Matadouro e ver o rio e os barquinhos através do vidro. O edifício acaba por ser também uma espécie de polvo que faz ligações ao nível do chão, com os jardins à volta da estação que se conectam com a cobertura. Há uma certa complexidade, em que se cria quase um novo sistema de cidade e existe, ao mesmo tempo, uma sobreposição tentacular do comboio, dos autocarros e das pessoas que passam. O livro tem também projectos que não estão ainda construídos. Como foi conjugar o conteúdo da sua tese de doutoramento com a de Carlotta Bruni? O livro é composto por textos de alguns críticos sobre a nossa obra. Tem um texto do Jorge Figueira, por exemplo, e uma grande entrevista conduzida pela Ana Vaz Milheiro [académica] e tem depois os nossos textos. Há uma presença do arquitecto Manuel Vicente nesta obra? O Manuel Vicente está muito presente, até porque alguns destes projectos foram feitos em parceria com ele. Portanto, há uma continuidade destes primeiros projectos para os que vieram a seguir, já sem o Manuel Vicente, e que para nós é muito polida. No fundo, tem a ver com o que não só herdamos, mas o que trouxemos connosco do Manuel. Apresentar esta obra na Bienal de Arquitectura de Veneza, e tendo em conta que a RAEM está também representada com uma exposição, é importante para o vosso trabalho e visibilidade do atelier? Sim. A ideia de fazer a publicação, com a Actar Books, de Barcelona, tem a ver com o colocar a obra, e mais do que isso, a sua mensagem, que é muito específica a Macau e à nossa maneira de trabalhar, na comunidade internacional e de arquitectos, e isso passa muito pela Bienal. Foi também na Europa que se construiu um consenso ao nível das descrições [na arquitectura] desde há alguns séculos, e em que há uma discussão, nacional e internacional, em torno das questões da profissão. Queremos que a nossa obra esteja presente, quer através do livro, quer através da Actar Books, nessa comunidade internacional, para que faça parte do mundo. Folhas e camadas “Layering the City” pretende estabelecer com a comunidade internacional de arquitectos e apaixonados pela profissão um diálogo mostrando os últimos anos de trabalho e a visão do LBA – Arquitectura e Planeamento, de Rui Leão e Carlotta Bruni. A obra nasce da intersecção entre duas teses de doutoramente dos dois arquitectos: “Designing by Increments: opportunistic planning as urban strategy for Macau” (de Rui Leão) e “Shaping Macau’s Unpurposed Space: Design in Context” (de Carlotta Bruni). Segundo uma nota de apresentação do livro, “as contribuições intelectuais do LBA evidenciam-se através das narrativas espaciais que integram contextos urbanos complexos com estratégias de design culturalmente sensíveis”. Os dois arquitectos e a sua equipa “enfatizam a importância de criar espaços que se harmonizem com a sua envolvente, ao mesmo tempo que respondem às necessidades funcionais da vida urbana moderna”. Trata-se, assim, de uma “abordagem particularmente relevante em Macau, onde a justaposição do antigo e do novo é uma característica definidora da cidade”, lê-se.
Consulado | Directora da Política do Mar em Macau e HK Hoje Macau - 15 Mai 2025 Marisa Lameiras da Silva, directora-geral da Direcção-geral da Política do Mar, entidade ligada ao Ministério da Economia do Governo português, vai estar em Macau e Hong Kong hoje e amanhã para uma série de actividades e encontros com governantes. Hoje, a representante do Governo português reúne, às 16h30, com a secretária para os Transportes e Logística do Executivo de Hong Kong, Mable Chan. Amanhã, é a vez de decorrerem reuniões com governantes da RAEM, nomeadamente Susana Wong, directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água, bem como Ip Kuong Lam, director dos Serviços de Proteção Ambiental. Também amanhã, a partir das 11h40, decorre o fórum “Oceanos – Que Futuro”, na Escola Portuguesa de Macau, que conta também com a presença de Marisa da Silva, do cônsul, Alexandre Leitão, e Hidy Yu, presidente e fundadora da Bling Bling Ocean Foundation de Hong Kong, Hidy Yu. O Instituto Internacional de Macau acolhe amanhã, a partir das 15h, o debate “Blue Talk” sobre “Economia Azul Sustentável – Um Oceano de Oportunidades”, com o cônsul, e os académicos Cristina Calheiros, Yanan Song e Jorge Rangel, presidente do IIM. A iniciativa “Blue Talks” nasceu da vontade do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong de “retomar o conceito e lançar o ciclo” de debates juntando os dois territórios, e que amanhã se inicia.
Leão XIV oferece mediação do Vaticano para “silenciar as armas” Hoje Macau - 15 Mai 2025 O Papa Leão XIV exortou ontem os líderes mundiais a sentarem-se e a negociarem para “silenciar as armas” e ofereceu a mediação do Vaticano a todas as partes beligerantes. “A Santa Sé está disponível para que os inimigos se encontrem e se olhem nos olhos”, afirmou Leão XIV, ao discursar na audiência no Vaticano aos representantes das 23 Igrejas Católicas do Oriente. O Papa disse ser necessário que “os povos possam redescobrir a esperança e a dignidade a que têm direito”, a dignidade da paz. “O povo quer a paz e eu, com o coração na mão, digo aos dirigentes do povo: encontremo-nos, falemos, negociemos! A guerra nunca é inevitável, as armas podem e devem ser silenciadas, porque não resolvem os problemas, mas aumentam-nos”, afirmou. O apelo do Papa norte-americano surge na véspera de possíveis negociações na cidade turca de Istambul sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Desconhece-se ainda se as conversações de hoje poderão incluir um encontro entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky. Outras guerras têm causado sofrimento noutras latitudes, como no Médio Oriente, em África ou na Ásia. Em primeira mão Leão XIV disse na Sala Paulo VI, perante milhares de pessoas que se deslocaram para o Jubileu de países como a Síria, a Ucrânia, o Líbano e o Iraque, que as Igrejas Orientais conhecem “em primeira mão os horrores da guerra”. “Ao ponto de o Papa Francisco ter chamado mártires às vossas Igrejas”, afirmou, citado pela agência de notícias espanhola EFE. “É verdade: da Terra Santa à Ucrânia, do Líbano à Síria, do Médio Oriente a Tigray [Etiópia] e ao Cáucaso, tanta violência”, lamentou. O Papa, aplaudido pela audiência, disse que o horror da guerra e “dos massacres de tantas vidas jovens” deviam provocar indignação, “porque em nome da conquista militar morrem pessoas”. Pediu que se rezasse pela paz, que descreveu como “reconciliação, perdão, coragem para virar a página e começar de novo”. “Para que esta paz se difunda, farei tudo o que estiver ao meu alcance”, prometeu. “A Igreja não se cansará de repetir: ‘Que as armas se calem’”, afirmou. Leão XIV disse que os outros não são inimigos, mas seres humanos, “não são pessoas más a odiar, mas pessoas com quem dialogar”. O Papa pediu que se fuja “das visões maniqueístas típicas das narrativas violentas, que dividem o mundo entre bons e maus”. Leão XIV rezou pelos cristãos, orientais e latinos, que, especialmente no Médio Oriente, “resistem nas suas terras, mais fortes do que a tentação de as abandonar”. Lançou ainda um novo apelo para que seja dada aos cristãos a oportunidade de permanecerem onde vivem “com todos os direitos necessários para uma existência segura”. Robert Prevost, 69 anos, nascido nos Estados Unidos, mas com dupla nacionalidade norte-americana e peruana, lidera a Igreja Católica desde 08 de Maio, sob o nome de Leão XIV. Sucedeu ao Papa argentino Francisco, que morreu em 21 de Abril, com 88 anos.
A Grande América (III) Jorge Rodrigues Simão - 15 Mai 2025 “We are going through a bad stage in the cold war-all wars have their bad stages. But in all wars when one is going through a bad stage one should concentrate first and foremost on the core of the problem; and the core for us is what is left of Western Europe.” Weaknesses of Western Society Pietro Quaroni Nos últimos anos, temos assistido a um interesse sem precedentes dos americanos pela Europa. Inicialmente era “O que querem de nós?”. Uma mistura de condescendência e de desprezo simpático, que suscita respostas embaraçosas ou simplesmente o silêncio, uma vez que não estamos habituados a estabelecer o que podemos querer. Depois, a viragem brusca para “O que fariam no nosso lugar?”. Até ao contra-ataque de Trump. Com ele não há perguntas, apenas acordos pré-cozinhados ou improvisados. Tudo extremamente informal na base de que “Queremos isto, podem ajudar-nos assim, em troca recebem aquele outro. Boa sorte”. Claro que o poder de fogo é totalmente desproporcionado. Mortal é a retaliação em caso de insubordinação. O exemplo pode ser que se fizermos comércio de tecnologias de ponta com os chineses, no mínimo devemos esperar represálias em matéria de direitos aduaneiros e de regime de vistos, por cima da mesa, com passos acompanhados por baixo. O que nos obriga a saber de antemão o que podemos querer do líder e a que preço. Nada de extraordinário. Variantes tácticas de uma estratégia. Esta deveria assentar nos nossos rendimentos geoestratégicos, que não só negligenciamos como até minamos. O sul do continente é mediterrânico em primeiro lugar, europeu em segundo. Mas vive-se este privilégio como uma vergonha. Não aproveitaram a vantagem da viragem médio-oceânica de que desfrutavam desde a abertura do Suez, que hoje corre o risco de fechar desastrosamente devido à crise do Mar Vermelho. O seu olhar marítimo vê as suas águas interiores como um limite e não como uma fonte que os empurra para o mundo e o mundo para eles. Entre as heranças nefastas do seu europeísmo e do complexo de inferioridade que lhe está associado em relação às nações continentais, a hidrofobia é a mais prejudicial. A figura secreta da sua estratégia escapa-lhes pois são ocidentais porque são médio-oceânicos, não porque são europeus. Os seus vizinhos continentais, a começar pelos germânicos, são por vocação anti-médio-oceânicos. Desde tempos imemoriais. Como afirma a “Escola dos Annales”, o conceito de Europa nasceu contra Roma, quando a maré islâmica partiu o mare nostrum em dois, entre os séculos VII e VIII. Uma fractura que continua por resolver e a agravar-se. Continuam os italianos a ser o centro passivo, na melhor das hipóteses reactivo, do Médio Oceano, depois de terem sido o seu pivot decisivo. Ridículo disfarçarem-se de pivots. É urgente voltar a dar sentido à sua geografia de posto avançado ocidental no meio do oceano. E que isso conte mais em relação à Alemanha e à França, que estão viradas directamente para o Oceano Mundial, enquanto eles têm de defender com unhas e dentes a saída pelo Suez e pelo Bab-el-Mandeb (O Estreito de Bab-el-Mandeb, em árabe, “porta da lamentação” é o epicentro da vasta região marítima que se estende desde o Mar Vermelho até às porções ocidentais do Oceano Índico, englobando também o Golfo de Aden e parte do Mar Arábico. Este estrangulamento, que tem apenas vinte e sete quilómetros de largura no seu ponto mais estreito, perto da ilha de Perim, separa o Corno de África do Médio Oriente e serve de antecâmara ao Canal do Suez, a passagem artificial que, desde a segunda metade do século XIX, liga o Indo-Pacífico sem limites ao sistema atlântico através do Mediterrâneo). Juntamente com aqueles que estarão dispostos a trata-los como parceiros do meio do oceano. Em primeiro lugar, e certamente não só, os Estados Unidos. Eles sentem-se aqui em dívida para com o grande diplomata italiano Pietro Quaroni (os seus pensamentos e acções vêm descritas em “Pietro Quaroni, Italian Diplomacy and the Libyan Issue (1945-1949)” de Luciano Monzali) que pertencia a essa raça de servidores do Estado que entendiam esse privilégio como uma contribuição para a política externa. Mesmo contrariando as modas intelectuais, resistindo à tentação da burocracia e da politicagem. O seu opúsculo de ouro sobre o “Pacto Atlântico e Segurança na Liberdade”, publicado há sessenta anos, é de uma actualidade fulminante. Pietro Quaroni sugeria que se “enquadrassem numa política americana periférica” no seio da OTAN, evoluindo de uma “potência do mar” para uma “potência marítima”. O teatro talassocrático distingue-os dos seus parceiros continentais e dá-lhes maior liberdade de movimentos do que a França e a Alemanha. Expresso na “defesa periférica baseada na cintura externa da Europa, Inglaterra, Península Ibérica, Itália e Grécia”. Não sendo uma potência naval, é capital para lhes reavivar o entendimento bilateral com a América como primeira potência mediterrânica, tal como aconteceu com a Inglaterra quando ainda dominava as ondas. Enquanto a sua política externa se manteve firme no princípio de que podiam tomar todas as liberdades excepto a de se voltarem contra a Inglaterra, qualquer tolice que tivessem feito tinha consequências graves; no dia em que esquecessem este princípio, as consequências seriam tais que ainda agora as recordariam. Hoje, em vez da Inglaterra, estão os Estados Unidos, e é a primeira necessidade de a política italiana entender-se com os Estados Unidos como pretende Giorgia Meloni. Não devem deixar-se arrastar, em nome de uma pretensa Europa, para uma política europeia que é de facto-anti-americana. (Continua)
FRC acolhe hoje debate com Sandro Mendonça Hoje Macau - 15 Mai 2025 Acontece hoje, a partir das 18h30, a sessão “Roda de Ideias – Ambientes Regulatórios Criativos”, na Fundação Rui Cunha (FRC), que conta com a presença de Sandro Mendonça, professor associado de Economia do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e professor da Universidade Cidade de Macau. A sessão aborda, mais concretamente, o tema “Steering the ‘Evolving Sandbox Economy’ from the Greater Bay to the Portuguese-Speaking Geographies”, com o foco nas economias da Grande Baía em conexão com países de língua portuguesa. Pretende-se, assim, “explorar o conceito de zonas de inovação experimental, as chamadas ‘caixas de areia’, tal como os espaços recreativos infantis, que permitem futuros avanços através da criação de áreas de ensaio controladas e seguras para testar, replicar, avaliar, adoptar, implementar e lançar novos produtos, dispositivos, tecnologias ou sistemas, dentro de uma estrutura condicionada e provisória”. Com estes processos “ambientais experimentais” associados à economia podem criar-se “meios eficazes de avaliação do desenvolvimento de ideias e projectos inovadores sem que se façam rupturas no funcionamento normal das estruturas empresariais ou institucionais”. Pode-se promover “uma maior liberdade dentro destes sistemas paralelos [as caixas de areia] com uma regulamentação mais dinâmica e flexível”. Sandro Mendonça foca-se, em concreto, na região da Grande Baía, por abranger “um conjunto de cidades que formam um centro de inovação tecno-institucional, até aos países de língua portuguesa que começam a usar estes modelos experimentais, nomeadamente nos sectores das telecomunicações e da energia”. Longa carreira Esta é a terceira vez que Sandro Mendonça apresenta uma sessão na FRC. A primeira foi em 2023, com a palestra “A Mudança nas Comunicações: Do 5G à IA através das Plataformas Digitais”, e depois protagonizou, em 2024, a sessão “O Futuro das BigTech”, onde descreveu o equilíbrio de forças entre os gigantes mundiais, que incluem as empresas norte-americanas Apple, Amazon, Facebook (Meta), Google (Alphabet), e Microsoft, e as chinesas Alibaba e Tencent. Sandro Mendonça é professor catedrático em Portugal, Itália e Macau, tendo leccionado também em programas de doutoramento em Chengdu (UESTC) e Guangzhou (SMU), na China. O seu foco principal é a inovação e a dinâmica sectorial. Recebeu vários reconhecimentos na sua carreira, incluindo o de membro do German Marshall Fund dos Estados Unidos (GMF) e de Jovem Líder Europeu pela Friends of Europe Foundation. Em 2024, coordenou o relatório “The Futures of Big Tech in Europe” para a Comissão Europeia e figurou na lista dos principais cientistas do mundo da Universidade de Stanford. Actualmente, é Conselheiro do Presidente do Instituto Europeu de Patentes (EPO).
Lisboeta Macau acolhe fotografias de Hiroshi Sugimoto Hoje Macau - 15 Mai 2025 Decorre até 30 de Junho a mostra “‘Eternal Imaging’: Exposição de Fotografia de Hiroshi Sugimoto”, patente na galeria Hwa’s, no espaço “Arte H853” no empreendimento Lisboeta Macau. Segundo uma nota da organização, o público pode ver “publicações limitadas da conceituada editora Kyoto Shoin Co., Ltd., da Galeria Koyanagi, Tóquio, e do Mori Art Museum, também em Tóquio”, além de que são apresentadas “fotografias a cores de grande formato da série OPTICKS, lançadas pela primeira vez na exposição comemorativa de abertura do Kyoto City Kyocera Museum of Art”. No caso da série “Seascape”, criada em 1980, o fotógrafo japonês “regista uma cena elementar, o céu e o mar”, num imaginário “antigo que liga as pessoas de hoje a tempos antigos e que, assim, reflecte a eternidade”. Por sua vez, na série de trabalhos intitulada “Teatro”, surge “um ecrã sobre-exposto que comprime um filme de duas horas num feixe de luz branca, abrangendo tanto a nossa consciência como as nossas percepções subconscientes”. No caso da série “OPTICKS”, denotam-se “os tons vermelhos, azuis e verdes, apresentando-se pequenas partículas coloridas por baixo da lente, mostrando a natureza multifacetada da luz através do prisma”. Os organizadores da exposição pretendem “despertar as memórias colectivas que se encontram adormecidas nas imagens, relacionadas com o antigo, o efémero e a eternidade”. O lugar da filosofia Nascido em 1948 em Tóquio, Hiroshi Sugimoto continua a trabalhar nesta cidade, mas também em Nova Iorque. Considerado um “dos fotógrafos com maior profundidade filosófica na arte contemporânea”, com um trabalho que “explora o tempo, a memória, história e a essência da existência através de formatos minimalistas”. Sugimoto é ainda considerado “excelente na utilização da fotografia como um ‘recipiente do tempo’, condensando conceitos abstractos em imagens eternas que evocam a contemplação da vida e do cosmos através da sua serena quietude”. Desde 2023 que é membro da Academia Japonesa das Artes, tendo recebido a Medalha de Honra em Fotografia do National Arts Club, em Nova Iorque, em 2018. O fotógrafo japonês pertence ainda à Real Academia da Bélgica, possuindo um doutoramento honorário atribuído pela prestigiada Parsons School of Design, também situada em Nova Iorque, EUA. Tem trabalhos em colecções seleccionadas de museus como o Modern Museum of Art (MoMA), em Nova Iorque, ou ou Metropolitan Museum, na mesma cidade; bem como o Tate, em Londres, e o Getty Museum, em Los Angeles, entre outros.
BBC | Concerto “Sete Mundos, Um Planeta” acontece em Julho Hoje Macau - 15 Mai 2025 Decorre a 12 de Julho, no Teatro Broadway, um espectáculo que promete ser uma experiência imersiva sobre o meio ambiente e a crescente necessidade da sua preservação. Trata-se da estreia do Concerto ao Vivo BBC “Sete Mundos, Um Planeta”, tocado em parceria com a Orquestra de Macau “Uma experiência imersiva audiovisual que revela as maravilhas do nosso planeta”. É desta forma que o Instituto Cultural (IC) apresenta o próximo concerto de cariz internacional acolhido em Macau, em parceria com a Galaxy. Trata-se do Concerto ao Vivo BBC “Sete Mundos, Um Planeta”, integrado na temporada 2024-2025 de concertos da Orquestra de Macau (OM), e que acontece a 12 de Julho, 20h, no Teatro Broadway, no empreendimento Broadway Macau. Segundo uma nota do IC, o concerto integra “excertos impressionantes da famosa série documental homónima da BBC, acompanhados com as bandas sonoras interpretadas ao vivo pela OM e que foram compostas pelo vencedor da categoria de banda sonora nos Prémios da Academia Hans Zimmer e pelo vencedor do Emmy Jacob Shea”. O público poderá, assim, ter acesso a uma “experiência imersiva audiovisual pelas paisagens maravilhosas dos sete continentes do planeta, projectadas num ecrã LED gigante de ultra-alta definição e com narração ao vivo”. Sucesso televisivo “Sete Mundos, Um Planeta” é uma das séries televisivas de história natural mais populares da BBC do Reino Unido, tendo sido produzida durante quatro anos em 41 países. A série retrata “paisagens naturais deslumbrantes dos continentes do planeta”, tendo estreado em 2019 e sido amplamente aclamada. Nessa altura, foi batido o “recorde de maior audiência para documentários na BBC One”, com a produção a ser contemplada com “múltiplos prémios”. No dia 12 de Julho, a OM junta-se à maestrina australiana Vanessa Scammell para interpretar “obras musicais comoventes” compostas pelo maestro premiado de banda sonora Hans Zimmer e pelo vencedor do Emmy Jacob Shea. Uma das composições é “Out There”, uma co-composição do mesmo maestro premiado e da famosa cantora e compositora Sia. Além disso, Jason Chan, artista de Hong Kong, irá assumir o papel de narrador em inglês, “conduzindo o público numa envolvente viagem sensorial que entrelaça música e imagem ao explorar as histórias das maravilhas naturais dos sete continentes”. A parceria com a Galaxy faz-se no contexto do “Plano Piloto de Parceria de Espaços do GEG”. O concerto terá a duração de 2h15 e os bilhetes já se encontram à venda, variando o preço entre 150 e 300 patacas.
“Dragão de Ouro” | China e Camboja iniciam os maiores exercícios militares conjuntos da sua história Hoje Macau - 15 Mai 2025 A China e o Camboja iniciaram ontem as maiores manobras militares conjuntas de sempre entre os dois países, envolvendo equipamento militar chinês de última geração, incluindo artilharia, navios de guerra e cães de combate robotizados. Cerca de 900 soldados chineses e mais de 1.300 soldados cambojanos participam nos exercícios, que se prolongarão até 28 de Maio, segundo um comunicado das Forças Armadas Reais do Khmer (RCAF, cambojanas). Segundo o comunicado, será apresentado equipamento militar chinês de última geração, incluindo veículos blindados, helicópteros, navios de guerra, drones de reconhecimento e cães de combate robotizados. O objectivo é “desenvolver laços mais estreitos e a cooperação” entre os dois exércitos. “Os exercícios são maiores do que no ano passado em termos de pessoal e equipamento”, disse à AFP o porta-voz da RCAF, Thong Solimo, acrescentando que um navio de guerra chinês, o Chanbai Shan, atracou na base naval cambojana de Ream na segunda-feira com o equipamento. A base de Ream, no sudoeste do Camboja, foi renovada pela China e inaugurada a 02 de Abril pelo primeiro-ministro cambojano Hun Manet e uma delegação militar chinesa. “A China quer mostrar os seus músculos” e enviar a mensagem de que “é uma superpotência”, através destes exercícios, apelidados de “Dragão de Ouro”, argumentou Ou Virak, um perito político cambojano, citado pela agência de notícias francesa. Para além desta demonstração de força, a China deve também “dar confiança aos seus parceiros, dizendo-lhes que a China está a crescer, a desenvolver-se e a tornar-se mais forte, tanto em termos de dimensão como de progresso tecnológico e de poder militar”, acrescentou Ou Virak. O Camboja também deverá receber dois navios de guerra da China. Os primeiros exercícios militares conjuntos, denominados “Golden Dragon”, tiveram lugar em 2016 e, no início de 2017, o Camboja pôs fim ao “Angkor Sentinel”, um exercício conjunto semelhante que tinha sido organizado nos sete anos anteriores com as forças norte-americanas.
Faixa e Rota | Colômbia confirma adesão à iniciativa chinesa Hoje Macau - 15 Mai 2025 Na capital chinesa para participar no fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o Presidente colombiano, Gustavo Petro, assinou um memorando de adesão à iniciativa de comércio internacional Faixa e Rota A China e a Colômbia assinaram ontem em Pequim um plano de cooperação para que o país latino-americano se junte à iniciativa chinesa Faixa e Rota, confirmou a Presidência colombiana através da rede social X. O memorando, assinado em Pequim pelos líderes dos dois países, Xi Jinping e Gustavo Petro, junta a Colômbia a uma iniciativa com a qual o gigante asiático pretende gerar uma rede de comércio internacional e alargar a sua influência a nível mundial através da construção de infraestruturas, e à qual já aderiram mais de vinte países da América Latina e das Caraíbas. “No âmbito deste encontro, a Colômbia assinou um importante acordo de cooperação económica para a adesão do nosso país à [iniciativa] Faixa e Rota”, salienta a Presidência colombiana. Xi e Petro reuniram-se ontem para reforçar os laços bilaterais através da assinatura de novos acordos, incluindo este, entre todos o mais emblemático. Antes de viajar para a China, Petro revelou que na sua anterior viagem ao país asiático, em Outubro de 2023, tinha a intenção de assinar este memorando, mas que na altura não foi possível devido a um alegado erro do seu anterior ministro dos Negócios Estrangeiros, Álvaro Leyva. “Isto é o que vou fazer agora, um acordo de intenções; os futuros governos verão se a intenção se torna realidade, e deve tornar-se realidade”, disse há dias o Presidente colombiano. Petro já esteve com Xi na terça-feira na abertura do fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) na capital chinesa, onde apelou a um diálogo entre civilizações “livre de autoritarismo e imperialismo”. A balança comercial entre a Colômbia e a China é particularmente desfavorável ao país latino-americano, cujo défice anual é de cerca de 14 mil milhões de dólares. Em 2024, a Colômbia exportou 2,38 mil milhões de dólares de mercadorias para a China e importou 15,9 mil milhões de dólares de produtos chineses. Além disso, entre 1994 e 2023, a China investiu 813,3 milhões de dólares na Colômbia – ainda assim um valor muito inferior ao de países como os Estados Unidos e a Espanha -, concentrado em setores como as infraestruturas, exploração mineira, energia e transportes. Outros laços Para além do comércio, a Colômbia está a tentar reforçar a cooperação tecnológica com a China. Na terça-feira, Petro visitou a sede da ‘gigante’ de telecomunicações Huawei em Pequim, onde, de acordo com o ministro colombiano de Tecnologia da Informação e Comunicações, Julián Molina, foram discutidas eventuais iniciativas de cooperação nos domínios da inteligência artificial, infraestrutura de dados e conectividade. O interesse do governo de Petro em fortalecer os laços comerciais com a China durante a visita tem causado controvérsia interna, devido ao receio de eventuais repercussões negativas na relação com os Estados Unidos, o maior parceiro comercial da Colômbia.
Covid-19 | Macau ultrapassou pico de infecções João Luz - 15 Mai 2025 As infecções de covid-19 têm vindo a diminuir progressivamente desde meio de Março, quando foi atingido o pico, mas os Serviços de Saúde alertam que o coronavírus ainda continua activo no território. As autoridades acrescentam que este ano não se registaram mortes resultantes da covid-19 Enquanto nas regiões vizinhas de Macau os casos de infecção de covid-19 continuam a aumentar, por cá as taxas de infecção têm vindo a descer gradualmente desde meio de Março, indicaram os Serviços de Saúde num comunicado divulgado na noite de terça-feira. As autoridades acrescentam que apesar de a RAEM ter ultrapassado o ponto mais crítico de infecções de covid-19, o coronavírus continua activo no território. Como tal, apelam ao cuidado e à adoptação de atitudes preventivas, em especial entre grupos de risco, como idosos, pacientes de doenças crónicas e pessoas com sistema imunológico enfraquecido, nomeadamente tomando a vacinação completa contra a variante JN.1. Em relação à evolução das taxas de infecção em Macau e nas regiões vizinhas, a entidade liderada por Alvis Lo explica que Macau entrou no pico infeccioso antes das zonas circundantes. De acordo com os dados de monitorização laboratorial, a taxa de positividade do novo coronavírus detectada nos doentes com sintomas de gripe em Macau começou a aumentar no final de Fevereiro deste ano, atingindo o pico em meados de Março. Na semana entre 16 e 22 de Março, as autoridades registarm uma taxa de positividade de 44,3 por cento, valor que foi diminuindo a partir daí. Nas últimas três semanas, a taxa de positividade desceu para 12 por cento, subiu para 17 por cento e depois voltou a descer para 11 por cento, “o que indica uma ligeira recuperação”, concluíram os Serviços de Saúde. Anda aí No que diz respeito a infecções colectivas que resultam em sintomas semelhantes à gripe, entre o início do ano e esta semana foram registados 111 casos, dos quais 26 eram de covid-19, detectados principalmente em lares de idosos. Nestes casos, as autoridades garantem ter prestados serviços médicos adequados a lares de idosos, prescrevendo medicamentos antivirais. Ao longo deste ano, até agora, Macau não registou nenhum caso crítico ou fatal causado por infecção de covid-19, é indicado. A variante do coronavírus prevalente em Macau actualmente é a variante XDV relacionada com a JN.1, que é basicamente a mesma que circula nas áreas circundantes. Os dados mais recentes não mostram que a XDV cause doenças mais graves do que a JN.1, a XBB e as suas linhagens descendentes. Como tal, os Serviços de Saúde asseguram que a vacina contra a variante JN.1 continua a ser eficaz para reduzir “risco de infecção e desenvolvimento de doenças graves causadas pela variante actualmente prevalente.
Habitação | Rendas aumentam 0,4% no primeiro trimestre Hoje Macau - 15 Mai 2025 Nos primeiros três meses do ano, as rendas de habitação registaram um aumento de 0,4 por cento, face ao período entre Outubro e Dezembro, de acordo com “estatísticas das rendas referentes ao primeiro trimestre de 2025”, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os maiores aumentos ocorreram na Baixa da Taipa, onde se registou um crescimento de 1,1 por cento, para uma renda média por metro quadrado de 140 patacas, na Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE), com as rendas a crescerem 0,8 por cento, para 120 patacas por metro quadrado, e no NAPE e Aterros da Baía da Praia Grande, onde as rendas subiram 0,7 por cento, para uma média de 144 patacas por metro quadrado. À excepção das rendas da habitação, a DSEC aponta que todos os outros espaços apresentaram reduções, entre o quarto trimestre do ano passado e o primeiro de 2025. Em relação às rendas das lojas, os dados mais recentes mostram uma redução de 0,9 por cento, para uma renda mensal de 485 patacas por metro quadrado. A renda média dos espaços utilizados como escritórios teve uma diminuição de 1,3 por cento para 290 patacas por metro quadrado. Finalmente, as rendas médias dos edifícios industriais caíram cerca de 0,2 por cento, para um preço médio de 123 patacas por metro quadrado.
BNU | Lucros de 133,2 milhões no primeiro trimestre João Santos Filipe - 15 Mai 2025 Os resultados positivos mostram uma redução de 30 milhões de patacas em comparação com primeiro trimestre do ano passado. A redução da margem líquida financeira foi o principal factor a contribuir para a diminuição dos ganhos Nos primeiros três meses do ano, o Banco Nacional Ultramarino apresentou um lucro, não auditado, de 133,2 milhões de patacas, de acordo com um comunicado emitido ontem. O valor representa uma redução de 30 milhões de patacas, ou 18,4 por cento, em comparação com o primeiro trimestre de 2024, quando o lucro tinha atingido 163,2 milhões de patacas. Apesar da redução dos lucros, o valor ainda está acima dos níveis de 2023, quando a instituição declarou um lucro para o primeiro trimestre de 122,4 milhões de patacas. Os valores apresentados ontem estão também próximos do que acontecia em 2019, o último ano antes da pandemia, quando os lucros no primeiro no primeiro trimestre chegaram aos 138 milhões de patacas. Os resultados mais recentes foram explicados com uma diminuição da margem financeira líquida, que apresentou uma redução de 31,2 milhões de patacas, ou 11,8 por cento, em comparação com o período homólogo. Entre os factos que contribuíram para esta alteração, a instituição apontou as “alterações na composição dos depósitos e à evolução das taxas de juro de referência”. Contudo, houve áreas onde o banco conseguiu obter melhores resultados, como aconteceu com as comissões líquidas, área onde foi gerado um aumento dos ganhos de 3,8 milhões de patacas, o equivalente a 18,1 por cento. O aumento foi explicado com “uma maior actividade económica e um maior envolvimento dos clientes”. Malparado a pesar No primeiro trimestre deste ano, as perdas por imparidade relacionadas com exposições de crédito, o crédito malparado, e com investimentos financeiros aumentaram para 5,4 milhões de patacas, face ao valor de 1,3 milhões de patacas no primeiro trimestre de 2024. De acordo com o BNU, este aumento teve em conta as “práticas prudentes de provisionamento”. “Apesar deste aumento, a qualidade dos activos do BNU mantém-se sólida, suportada por práticas de crédito conservadoras e por um robusto nível de provisões para responder às incertezas macroeconómicas em curso”, foi garantido. Ao mesmo tempo, as despesas operacionais registaram um aumento de 1,1 por cento em termos homólogos, o que de acordo com a instituição mostrou “a eficácia das iniciativas de optimização de custos do Banco”. “Os ganhos de eficiência decorrentes da simplificação de processos e da revisão estratégica da oferta de serviços ajudaram a compensar os investimentos acrescidos em transformação digital, desenvolvimento de talentos e reforço da marca”, foi considerado. No ano passado, a instituição liderada por Carlos Cid Álvares encerrou o ano com um lucro de 585,1 milhões de patacas.