Andreia Sofia Silva SociedadeJustiça | Kong Chi esteve em julgamento sem ser nomeado Na sessão de julgamento que envolve o procurador-adjunto da RAEM, Kong Chi, uma juíza, testemunha abonatória, disse ter decidido de forma independente a absolvição de um arguido por consumo de droga apesar de Kong Chi ter estado presente sem ser oficialmente nomeado pelo Ministério Público. Na segunda-feira foi ouvido um total de cinco testemunhas abonatórias Decorreu, esta segunda-feira, mais uma sessão do processo de julgamento do procurador-adjunto do Ministério Público (MP), Kong Chi, que, segundo a TDM Canal Macau, serviu para ouvir um total de cinco testemunhas abonatórias. Uma delas, a juíza Ip Sio Fan, do Tribunal Judicial de Base (TJB), declarou ter decidido a absolvição de um arguido acusado de consumo de droga de forma independente, mesmo apesar de Kong Chi ter estado nessa sessão sem ser oficialmente nomeado pelo MP. A juíza declarou desconhecer a ausência de nomeação e que apenas teve conhecimento da situação pelos jornais no decorrer deste processo. Ip Sio Fan disse esta segunda-feira, no Tribunal de Segunda Instância, sentir-se “irritada” ao saber que Kong Chi representou o MP na sessão de julgamento sem ser nomeado oficialmente, mas que o MP teve conhecimento da decisão de absolvição do arguido e não apresentou recurso. Este processo de consumo de droga é um dos presentes na acusação, que afirma que Kong Chi interferiu directamente na decisão. A acusação disse mesmo que a presença de Kong Chi em tribunal fez com que o arguido tenha sido absolvido. Ip Sio Fan afirmou em tribunal que “pensou profundamente na decisão e que não foi influenciada por ninguém”, uma vez que a absolvição seria sempre a sua decisão “fosse ou não Kong Chi o delegado responsável pelo processo”, noticiou a TDM Canal Macau. Muito trabalhador Na sessão de julgamento,o foram ainda ouvidos colegas de Kong Chi que adiantaram que este era “expedito no trabalho e que arquivava logo os casos em que não havia provas suficientes para aliviar a pressão de trabalho no MP”. Apesar da acusação referir que Kong Chi usava a sala de depoimentos dos suspeitos para angariar “clientes” e tirar benefícios para si dos casos, a verdade é que estes colegas disseram que o procurador-adjunto “raramente estava na sala”. Outra testemunha abonatória ouvida, foi um membro da Associação de Conterrâneos de Hunan, entidade de que Kong Chi foi membro fundador. O nome deste homem consta numa tabela com registos que, alegadamente, são benefícios ilícitos recebidos por Kong Chi no decorrer da investigação dos processos, aponta a acusação. Nesta lista, consta o nome da testemunha e um valor de duas mil patacas, mas o homem disse em tribunal que este montante foi apenas um donativo que Kong Chi fez à associação. As alegações finais do processo estão marcadas para o dia 14 deste mês. Kong Chi foi formalmente acusado em Setembro dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, violação de segredo de justiça e prevaricação.
Hoje Macau SociedadeBIR | Novo formato do cartão ainda este mês A Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) vai começar a emitir a nova versão do Bilhete de Identidade de Residente (BIR) a partir do dia 15 deste mês. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a DSI fez um apelo para que os residentes não renovem à pressa o respectivo documento de identificação, uma vez que apenas é necessário substituí-lo até seis meses antes do fim da data de validade. Foi também referido que os residentes podem usar o antigo BIR sem problemas até ao fim da validade. O presidente da DSI, Chao Wai Ieng, referiu que há cerca de 50 mil residentes com condições para substituir o BIR nos primeiros seis meses de 2024 e após o dia 15.
João Luz SociedadeMetro Ligeiro | Percurso entre estações Oceano e Barra em 4 minutos O Metro Ligeiro leva quatro minutos a atravessar a Ponte de Sai Van, entre as estações Oceano (a última da Linha da Taipa) e a estação da Barra, já do lado de Macau. Com tudo preparado para inaugurar a Estação do Metro Ligeiro da Barra na próxima sexta-feira, a empresa que gere o transporte vai vender até ao próximo domingo bilhetes comemorativos da abertura da Estação da Barra e da Linha da Taipa para a escolha e compra. O preço de um conjunto de bilhetes comemorativos é de 180 patacas e podem ser adquiridos numa janela de venda especial instalada na Estação da Barra. Será ainda organizada uma festa de recepção de passageiros na Estação da Barra para as primeiras partidas, das estações da Barra e Jockey Clube, ambas às 06h30. Em coordenação com a extensão do serviço da Linha da Taipa até à Estação da Barra do Metro Ligeiro, será ajustado o horário de serviço do transporte e aumentadas as frequências de circulação. O horário de operação do metro ligeiro é de segunda a sexta-feira, das 06h30 às 23h15, nos sábados, domingos e feriados, das 06h30 às 23h59. A Sociedade do Metro Ligeiro de Macau referiu ainda que as carruagens passam entre períodos que variam entre 7,5 e 10 minutos em média.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasa de Macau | Carlos Piteira é único candidato à presidência O antropólogo Carlos Piteira lidera a única lista que vai a votos no próximo dia 16 para liderar a direcção da Casa de Macau em Lisboa. No manifesto eleitoral, lê-se que um dos objectivos da nova direcção será “salvaguardar o primado da identidade macaense”, atrair mais sócios jovens e procurar novas fontes de financiamento Os sócios da Casa de Macau em Lisboa elegem uma nova direcção no próximo dia 16, mas não terão muito por onde escolher: Carlos Piteira, macaense e antropólogo, lidera a lista única candidata às eleições, uma vez que Rudolfo Faustino, presidente desde 2021, decidiu não se recandidatar, soube o HM. Segundo o manifesto eleitoral publicado na última newsletter da Casa de Macau, um dos objectivos da nova direcção passa por “salvaguardar o primado da identidade macaense como matriz de referência” da instituição, bem como “manter, desenvolver e fortalecer a articulação e as parcerias com as demais instituições e organizações ligadas directamente ou indirectamente a Macau e suas populações”. O mote da candidatura liderada por Carlos Piteira é “Perpetuar o Legado, Projectar o Futuro”, pretendendo-se “respeitar o nosso passado, as tradições, sem deixar de antecipar os desafios do futuro”, que passam por “modernizar, actualizar, adaptar e inovar. Novos financiamentos A Casa de Macau em Lisboa situa-se numa moradia que, oficialmente, pertence à Fundação Casa de Macau, que tem outras instalações e que lhe dá financiamento. Assim, a nova direcção pretende “renovar e adaptar os procedimentos e mecanismos de gestão, na perspectiva de desburocratização e desmaterialização”, sem esquecer uma maior “modernização das plataformas digitais” da associação. Pretende-se também “rejuvenescer a composição dos associados e atrair a população mais jovem para participar e desenvolver as iniciativas da Casa de Macau”. Um dos objectivos mais prementes passa por “aumentar o número de sócios e, paralelamente, diminuir a idade média dos associados”. Torna-se necessário, para a lista liderada por Carlos Piteira, “agilizar e simplificar os procedimentos e as decisões”, bem como “avaliar hipóteses de novas formas de financiamento”. Habitualmente a Casa de Macau em Lisboa organiza sessões de Chá Gordo ou outros encontros de índole cultural, mas a lista de Carlos Piteira quer ir mais além, tentando “ampliar a representatividade da Casa de Macau no contexto social” ou reforçar o seu papel “no meio académico, com universidades e centros de investigação”. Em termos da cultura macaense, pretende-se “reafirmar a gastronomia com o Chá Gordo, almoços e workshops”, bem como o Patuá, com récitas ou workshops sobre este dialecto, sendo estas vertentes consideradas como “singularidades específicas da Casa de Macau”. O HM tentou chegar à fala com Carlos Piteira, mas este recusou prestar declarações antes do acto eleitoral, remetendo-se apenas ao manifesto acima citado.
Hoje Macau SociedadeCaritas Macau | Recebido donativo da Lord Stow’s A padaria Lord Stow’s doou um total de 53,481 patacas para a linha de prevenção do suicídio da Caritas Macau e também para a Fundação Movember em Hong Kong, uma organização mundial que chama a atenção para o cancro da próstata e dos testículos, e também para a prevenção do suicídio. Segundo um comunicado da Lord Stow’s, foi doado 50 por cento das receitas da venda de uma gama de bolachas e capuccinos da padaria, além de que todos os homens da equipa deixaram crescer o bigode durante o mês de Novembro. Por cada um, a empresa fez um donativo de mil patacas. Desta forma, no total, a Lord Stow’s doou 27 mil patacas, pois 27 funcionários realizaram o desafio. Parte do montante doado, 5.640 patacas, foi ainda obtido graças a uma colaboração entre a Lord Stow’s e o Lighthouse Club Macau, um fundo solidário destinado a apoiar vítimas de acidentes de trabalho no sector da construção. Parte das receitas obtidas com o evento anual desta entidade, realizado em Novembro, foi para a Caritas Macau e a Fundação Movember. Citado por um comunicado, Andrey Stow, directora da Lord Stow’s, disse que é importante chamar a atenção para o cancro no masculino ou para a área da saúde mental. “Os homens tendem a não falar sobre os seus problemas, pelo que é importante recordar-lhes que não estão sozinhos em qualquer crise. Não importa se estão a sofrer de problemas de saúde ou de saúde mental, há sempre apoio para eles, através da procura de profissionais, ou falando com um membro da família, amigo ou colega de trabalho. Gostaria de ver mais empresas e associações em Macau a aderir ao trabalho de sensibilização em prol da Movember”, frisou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCESL-Ásia | 35 anos celebrados de olhos postos no futuro A CESL-Ásia celebra este ano 35 anos de existência, assumindo-se como uma “empresa de pessoas” e com os olhos postos no futuro, dando cartas nas áreas da gestão energética e de infra-estruturas, sem esquecer uma maior sustentabilidade alimentar. Empresa acaba de assinar novo acordo com o grupo EREN, da Turquia A CESL-Ásia assinou ontem um novo acordo com o grupo turco EREN com vista à aposta, através de uma joint-venture, em soluções tecnológicas para o mercado da Grande Baía. Em declarações à TDM Rádio Macau, António Trindade, CEO da empresa que celebra 35 anos de existência, disse que a empresa “continua a tentar desenvolver soluções na aplicação da inteligência artificial e ‘Big Data'”. “Já o fazemos diariamente, e essas soluções não funcionam sozinhas, precisando sempre do factor humano e práticas”, declarou ainda o empresário, que assegurou que o novo acordo vai permitir à empresa ser “muito mais eficiente” em termos de gestão energética. Nascida e criada em Macau há três décadas e meia, a CESL-Ásia assume-se como uma empresa que aprende com o conhecimento que tem e que o aplica na vida diária. Em declarações ao HM, António Trindade defendeu que a entidade está em “constantemente em mudança”, sendo “uma empresa de know-how que aposta na sua aplicação no dia-a-dia para criar valor à economia e à vida das pessoas”. “As mudanças na economia fazem parte do nosso ADN. Temos um constante cuidado em estarmos sempre actualizados, lidando com o conhecimento e a experiência”, declarou ainda. A celebração do aniversário da CESL-Ásia decorreu ontem com a realização de uma palestra intitulada “O Futuro Hoje: Cultivando Estilos de Vida, Energia e Alimentação Sustentáveis” [The Future Today: Cultivating Sustainable Energy, Food and Lifestyles] que reuniu nomes da génese da empresa, nomeadamente Teresa Moreira, ligada ao projecto do Monte do Pasto, de produção de carne biológica em Portugal, ou ainda Bruno de Pellegars, vice-presidente do grupo EREN. Do Cotai ao futuro António Trindade destacou, destes 35 anos de actividade, “o desenvolvimento do Cotai, onde tivemos um papel de muita relevância”, e, neste local, as “operações em resorts integrados, que são edifícios únicos no mundo, em que praticamente estivemos na sua origem e desenvolvimento, e que mantemos a funcionar”. O projecto do Monte do Pasto, herdade em Portugal onde a CESL-Ásia investiu a partir de 2019 merece também destaque. Trata-se de uma actividade “mais visível [da empresa], pois tem a ver com o consumidor e que tem tido um grande impacto e visibilidade”. “A forma de celebrarmos os 35 anos é perspectivarmos os próximos 15”, contou ainda o CEO da empresa, que fala ainda que “lidar com a complexidade social e económica de Macau permite-nos retirar ensinamentos”. “Consideramos que somos uma empresa de pessoas, que são essas que conseguem lidar com a adversidade. Mas pretendemos usar ferramentas como a inteligência artificial ou o ‘Big Data’ [Dados] para criarmos mais valor”, rematou.
João Luz SociedadePatrimónio histórico | Che Sai Wang pede valorização do produto O deputado Che Sai Wang considera que o Governo deve aprofundar os conhecimentos dos turistas que visitam Macau, oferecendo a possibilidade de experimentar o património histórico enquanto produto turístico. Para tal, será necessário criar um sistema de informações que integre a história dos monumentos característicos de Macau na experiência dos turistas, transforme os recursos culturais em projectos culturais e turísticos que se possam ver e sentir. Usando um termo que está muito em voga, o deputado sugeriu ontem, numa intervenção antes da ordem do dia, que o Executivo promova interacções imersivas aos turistas. Che Sai Wang destaca como exemplo de trabalho bem realizado da exploração turística dos estaleiros navais de Lai Chi Vun, nomeadamente da evolução da revitalização e restauro, até à abertura das estruturas ao público. Porém, indica outros edifícios e património de valor cultural e histórico em Macau que poderiam ser mais valorizados, como o Muro dos Nove Dragões, na Universidade da Cidade de Macau, a Casa do Mandarim, o Teatro D. Pedro V e as Obras dos Portos, localizada na Areia Preta. O deputado ligado à ATFPM lamenta que poucas pessoas conheçam a história por detrás destes monumentos, inclusive entre residentes de Macau.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Detido por roubar 760 mil HKD de quarto de hotel O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve um homem, de 38 anos, por suspeitas de ter roubado 760 mil dólares de Hong Kong (HKD) de uma mulher que alegadamente faria câmbio ilegal de moeda. Segundo as informações avançadas pelas autoridades, e citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, o caso terá acontecido no sábado num quarto de um hotel no Cotai. A vítima terá entrado no quarto onde estava hospedado o suspeito para lhe trocar renminbis por HKD, e segundo as autoridades foi imediatamente ameaçada pelo indivíduo. Num primeiro instante, o suspeito terá oferecido um copo de vinho à mulher, mas de seguida ameaçou-a com a pequena lâmina do saca-rolhas. Depois de se apoderar do dinheiro, o homem amarrou a vítima na casa-de-banho, onde esta permaneceu durante cerca de uma hora. Com a “injecção de capital”, o suspeito dirigiu-se para o casino onde perdeu rapidamente 600 mil HKD. De seguida, voltou ao quarto, libertou a mulher e pediu-lhe para o ajudar a marcar um táxi. Assim que o homem saiu, a vítima contactou a polícia. O suspeito acabaria por ser detido durante a viagem de táxi em direcção às Portas do Cerco. Segundo o CPSP, o homem teria em sua posse 160 mil HKD e um saca-rolhas com uma pequena lâmina.
João Luz Manchete SociedadeZhuhai | Crime passional faz quatro mortos, um deles uma criança No sábado passado, uma residente, o seu filho e namorado foram assassinados à facada pelo ex-companheiro da mulher, que se suicidou de seguida. O crime aconteceu em Zhuhai, onde a residente morava. As autoridades da cidade vizinha apontam para razões passionais Um homicídio macabro foi ontem revelado pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, à margem da apresentação do balanço da criminalidade referente ao terceiro trimestre do ano. Segundo a informação avançada pelo governante, no passado sábado um homem assassinou à facada a ex-namorada, o seu filho, de 9 anos de idade e o novo companheiro. O múltiplo homicídio aconteceu por volta do meio-dia de sábado, na entrada do prédio onde moravam a mulher e o filho, ambos residentes da RAEM, com o actual namorado da vítima, no distrito de Xiangzhou, em Zhuhai. Os três acabaram por falecer na sequência de ferimentos com arma branca desferidos pelo ex-namorado da residente, que viria a suicidar-se após cometer os homicídios. As autoridades policiais de Zhuhai suspeitam de que se trate um crime passional. Segundo informação avançada por média da cidade vizinha, três corpos foram encontrados ao pé do elevador no lobby do prédio. Pouco tempo depois, o edifício foi selado quando acorreram ao local agentes da polícia e quatro ambulâncias. Nas redes sociais foi partilhada uma fotografia alegadamente das três vítimas num cenário de filme de terror, com sangue espalhado por todo o lado. Chamada de morte “O caso aconteceu ao meio-dia de sábado. As autoridades policiais de Zhuhai informaram-nos imediatamente e pediram ajuda para a investigação. Como as autoridades de Zhuhai ainda estão a investigar os contornos do caso, só poderemos divulgar, para já, poucos pormenores. Além disso, os detalhes da investigação estão a cargo das autoridades de Zhuhai”, indicou ontem Wong Sio Chak. “É uma tragédia por motivos passionais, segundo indícios recolhidos na investigação preliminar”, acrescentou o secretário. Tanto o namorado que vivia com a residente, como o homicida são cidadãos chineses. Entretanto, o Governo da RAEM entrou em contacto com a outra filha da vítima. “Sabemos que a residente não tem familiares em Macau, mas tem uma filha, mais velha do que a criança que morreu, que está a estudar no Interior da China. Já lhe ligámos para a informar do que se passou”, contou o secretário para a Segurança. Além disso, a Polícia Judiciária contactou a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude no sentido de disponibilizar apoio psicológico aos colegas de escola do menino assassinado. Poucas horas após o anúncio de Wong Sio Chak, as autoridades policiais do distrito Xiangzhou, em Zhuhai, publicaram um comunicado sucinto sobre o caso.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Agências lusas escolhem Macau como destino internacional A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo escolheu Macau, que irá receber o seu congresso em 2025, como destino preferido internacional no próximo ano. O anúncio foi feito na sexta-feira no Porto, por ocasião do 48.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorreu até sábado, contando com mais de 770 congressistas, e com o tema a “Inteligência Artificial, a Revolução do Século XXI”. “O destino preferido da APAVT para nós é um passo muito importante porque estamos já neste momento a começar os preparativos para 2025, quando vamos acolher outra vez o Congresso da APAVT”, disse a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes. A escolha do “destino preferido” é um projecto anual da APAVT que tem como objectivo contribuir para dinamizar os fluxos turísticos para um determinado destino, através de um trabalho com a associação e os seus associados, sobretudo ao nível da promoção turística. “Este ano tivemos um ano bastante bom em termos de recuperação […] e para o ano o nosso trabalho vai ser virado para mercados internacionais. Vamos começar pela Ásia, mas também vamos começar a trabalhar no mercado europeu. Temos um bom relacionamento com a APAVT, tivemos sempre. Por isso para o ano, voltamos à BTL [Bolsa de Turismo de Lisboa], graças à APAVT, para nos ajudar [neste objectivo] e também vamos, em princípio, marcar presença na Fitur. E, daqui para a frente, penso que vamos ter mais acções na Europa”, acrescentou. A directora dos Serviços de Turismo disse ainda que vão lançar com a APAVT um programa de formação para agências de viagens. Encontro na RAEM Em 30 de Junho, a APAVT anunciou que o 50.º congresso da organização, em 2025, vai realizar-se em Macau, levando à RAEM, pelo menos, 750 representantes da indústria. O presidente da APAVT disse, na altura, à Lusa que é “com muita felicidade” que o congresso irá regressar pela sexta vez a Macau, que se tornará a cidade a mais vezes acolher “a maior reunião do sector turístico português”. Pedro Costa Ferreira considerou que será “um encontro de números muito felizes”, uma vez que a edição de 2025 será o 50.º congresso da APAVT, no ano em que a associação celebra 75 anos de existência. “É um grande esforço da nossa parte junto da APAVT”, afirmou a directora dos Serviços de Turismo, também na altura. Maria Helena de Senna Fernandes disse esperar que “quase mil representantes” da indústria do turismo viajem de Portugal para o congresso da APAVT em Macau, em 2025, enquanto Pedro Costa Ferreira previu, “no mínimo 750, 800 pessoas”. A China foi o último grande país a abandonar, em meados de Dezembro, a chamada política ‘zero covid’, que durante perto de três anos implicou o quase encerramento das fronteiras do país. Pedro Costa Ferreira afirmou que a indústria portuguesa do turismo está “a começar a notar” o regresso das excursões organizadas vindas da China: “isso nós recebemos com um sorriso nos lábios, porque era o último passo que necessitávamos para podermos falar em total normalidade”. O Instituto de Pesquisa de Turismo Externo da China estimou que 40 milhões de turistas chineses vão viajar além-fronteiras nesta segunda metade do ano. Em 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19, 155 milhões de chineses viajaram para o exterior, de acordo com uma análise do banco de investimento norte-americano Citigroup. No total, os turistas oriundos da China continental gastaram 236 mil milhões de euros além-fronteiras.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSnooker | Ronnie O’Sullivan ameaça deixar circuito mundial A dias de mostrar o seu snooker em Macau, Ronnie O’Sullivan admite deixar o circuito mundial, por se sentir maltratado pela entidade organizadora e querer mais dinheiro. Em causa está a polémica com um torneio de exibição no Hotel Studio City, que estava agendado para Outubro e foi adiado para este mês A entidade organizadora do circuito mundial de snooker, a World Snooker Tour (WST), pediu a Ronnie O’Sullivan para considerar o seu futuro na modalidade, e o inglês está a ponderar deixar o mundial. A revelação foi feita pela BBC, e a polémica está relacionada com o facto de o heptacampeão mundial ter admitido que prefere jogar na China, nos torneios de exibição, do que participar nas rondas do mundial, como o Open da Irlanda do Norte. A questão prende-se com os acontecimentos de Outubro, quando a concessionária de jogo Melco organizou para as datas de 27 a 29 um torneio de exibição de snooker. No evento estava a prevista a participação de nomes do topo mundial do snooker, como Luca Brecel, John Higgins, Mark Selby, Thepchaiya Un-Nooh e Ali Carter. Face à decisão dos jogadores, a WST ameaçou avançar para os tribunais, com a justificação de que os atletas estavam a incumprir os respectivos contratos, por participarem numa prova que não tinha o seu aval. A controvérsia abalou o mundo do snooker, principalmente devido ao montante pago aos principais jogadores, que conseguem fazer mais dinheiro nos torneios de exibição na China. Todavia, apesar da tensão entre os jogadores e a organizadora, a competição acabou por ser adiada para o período entre 22 e 24 de Dezembro, para evitar a coincidência com o Open da Irlanda do Norte. Além disso, os atletas receberam autorização da WST para estarem presentes em Macau, no evento que decorre brevemente no Hotel Studio City. Campeão insatisfeito Quem não ficou nada satisfeito com a conduta da WST foi o heptacampeão Ronnie O’Sullivan, a maior figura do circuito mundial. O inglês não fazia parte dos jogadores presentes no evento da Melco, mas há vários meses que confirmou a presença noutro torneio de exibição em Macau, que vai decorrer no Hotel Wynn Palace, entre 25 e 29 de Dezembro. O’Sullivan explicou que a participação em torneios de exibição na China é muito mais lucrativa e que os jogadores são mais respeitados na Ásia do que noutros lugares, como o Reino Unido. “Quando vou à China, pagam-me 10 ou 15 vezes mais do que me pagam quando jogo no circuito mundial. Nesta fase da minha carreira, tenho de pensar no que é melhor para a minha família. E quero que eles tenham uma vida confortável”, argumentou Ronnie O’Sullivan. “Quando temos de partilhar a fatia do bolo [dinheiro] com mais 130 jogadores que fazem parte do circuito mundial é mais difícil”, acrescentou. O jogador também afirmou que a posição da organizadora é lamentável e que apenas estão a tentar “assustar” os atletas. As declarações de Ronnie O’Sullivan fizeram com que esteja sob a alçada disciplinar da organizadora. Além disso, o jogador recebeu uma carta a pedir-lhe para pensar seriamente no seu futuro no mundial. Face a este desenvolvimento, o inglês admitiu à BBC Sport deixar o circuito mundial, para fazer mais dinheiro ao inscrever-se em torneios de exibição, mesmo sem o aval da WST. O’Sullivan queixou-se igualmente de ao longo dos anos nunca ter recebido qualquer carta a reconhecer o seu contributo para a modalidade, mas agora ter sido prontamente advertido.
Hoje Macau SociedadeJogo | Receitas desaceleram após recorde pós-pandemia As receitas do jogo em Macau caíram 17,7 por cento em Novembro, em comparação com Outubro, mês em que atingiram o valor mais alto desde o início da pandemia de covid-19, segundo dados divulgados na sexta-feira. De acordo com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), os casinos arrecadaram 16 mil milhões de patacas no mês passado. Em Outubro, as receitas do jogo tinham atingido 19,5 mil milhões de patacas, fixando um recorde pós-pandemia de covid-19, graças à chamada Semana Dourada do 1.º de Outubro, quando se assinala o aniversário da implementação da República Popular da China, um dos picos turísticos da China. Ainda assim, as receitas da indústria do jogo foram em Novembro mais de cinco vezes superiores ao registado no mesmo mês do ano passado (menos de três mil milhões de patacas). Apesar da recuperação em termos anuais, o valor que os casinos de Macau arrecadaram em Novembro representa apenas 70,1 por cento do montante contabilizado em igual período de 2019 (22,9 mil milhões de patacas), antes do início da pandemia. Entre Janeiro e Novembro, as receitas do jogo em Macau mais que quadruplicaram em comparação com igual período de 2022, atingindo 164,5 mil milhões de patacas, valor que ultrapassou o previsto no orçamento de Macau para 2023, que era de 130 mil milhões de patacas. De acordo com a DICJ, a receita acumulada nos primeiros onze meses do ano representa 61 por cento do montante registado no mesmo período de 2019.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Recuperação da indústria longe de convencer investidores A confiança do início do ano, com o fim das restrições de controlo da pandemia, foi sol de pouca dura e as acções das concessionárias têm vindo a perder valor. Longe está 2014, quando a capitalização em bolsa de algumas das operadoras era mais do dobro da actual Apesar das receitas do jogo estarem a recuperar e a crescer gradualmente, os investidores estão longe da confiança no mercado de Macau demonstrada noutros tempos. Esta é uma das conclusões que se podem tirar com base no valor das acções das empresas ligadas às concessionárias de jogo que estão presentes na Bolsa de Hong Kong. Actualmente, a concessionária mais valiosa, segundo o preço por acção, é a Galaxy, cujos títulos eram transaccionados na sexta-feira por 41,350 dólares de Hong Kong (HKD) por acção. Este é um valor abaixo tendo em conta os 53,392 HKD que os títulos valiam no início do ano, o que significa uma quebra de 22,6 por cento. A queda é mais significativa se comparada com o dia 20 de Abril, quando a empresa atingiu o ponto máximo na bolsa ao longo deste ano, ao chegar à fasquia dos 58,074 HKD por acção. O montante não deixa de estar longe do melhor registo de sempre da empresa, que a 1 de Dezembro de 2014 era avaliada em 83,200 HKD por acção. A segunda concessionária mais valiosa é a Sands China, mas também a empresa com origem nos Estados Unidos está a perder valor desde o início do ano. Na sexta-feira, à hora do encerramento, o valor por acção era de 19,580 HKD. Em comparação com o início do ano, quando as acções eram transaccionadas a 26,900 HKD, houve uma quebra de mais de 5 HKD, o que significa 27,2 por cento. Face ao melhor registo do ano, 28 de Junho, quando as acções valiam 30,800 HKD por acção, houve a perda de quase um terço do valor. Também no caso da Sands China o pico foi atingido a 1 de Dezembro de 2014, quando as acções estavam avaliadas em 64,950 HKD. Por sua vez, as acções da MGM China registam actualmente um valor de 8,670 HKD por acção. Também neste caso tem havido uma desvalorização, uma vez que no início do ano os títulos eram transaccionados a 9,740 dólares de HKD. O ano não começou mal para a empesa, que chegou a valorizar para 10,880 HKD por acção, a 10 de Janeiro. Porém, desde então tem estado em queda. Em comparação com Dezembro de 2014, a empresa perdeu mais de 60 por cento do valor, uma vez que nessa altura cada acção valia 35,150 HKD. O top final Nenhuma das concessionárias de jogo a operar em Macau tem valorizado ao longo do ano. A registar uma tendência negativa está também a Melco Internacional Development, ligada a Lawrence Ho e aos casinos City of Dreams e Studio City. No início do ano, a concessionária do filho de Stanley Ho estava avaliada em 8.870 HKD por acção. Uns dias depois, a 10 de Janeiro, a valorização atingia os 11,000 HKD por acção, porém, a partir desse valor entrou numa espiral descendente. Face a esta tendência, na sexta-feira as transacções eram negociadas a 5,190 HKD, uma redução de 41,5 por cento. O pico da valorização bolsita, as acções da Melco atingiram em Dezembro de 2014 os 31,400 HKD. No que diz respeito à empresa Wynn Macau, a desvalorização é semelhante à registada pela Melco. No início do ano, as acções valiam 9,240 HKD e subiram para 9,980 a 10 de Janeiro. Contudo, este valor não voltou a ser repetido e na sexta-feira o valor era de 5,700 HKD, o que representou uma quebra de 38,3 por cento. Neste caso o recorde da valorização foi registado a 23 de Fevereiro de 2014, com uma valorização de 37,400 HKD por acção. Por último, a SJM Holdings está avaliada em 2,290 HKD por acção, uma diferença de mais de 2 HKD face a 10 de Janeiro quando atingiu 4,990 HKD, o que significa um tombo de 52 por cento. No início do ano, a SJM estava avaliada em 4,770 HKD, ainda assim longe dos 26,400 HKD, o máximo atingido, a 13 de Outubro de 2013. Tendência geral A desvalorização das acções não é caso isolado no mercado de Hong Kong, de acordo com o índice de referência o Hang Seng. No início do ano, o índice era avaliado em 20.145,29 pontos, contudo, na sexta-feira estava nos 16.830,30 pontos, uma desvalorização de 16,5 por cento por cento. O pico da valorização do Hang Seng foi atingido a 21 de Janeiro de 2018, quando atingiu os 32.254,90 pontos. Porém, desde essa altura tem vindo a desvalorizar e o pior momento desde a crise financeira foi atingido a 23 de Outubro de 2022, em plena altura da política de zero casos de covid-19 no Interior da China e nas regiões administrativas especiais, quando chegou aos 14.863,06 pontos.
Hoje Macau SociedadeDSAT | Autocarros com 580 mil passageiros por dia Em Novembro, o volume diário de passageiros nos autocarros aproximou-se de 580 mil, de acordo com a informação do chefe do Departamento de Gestão de Tráfego da Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Chang Cheong Hin, prestada durante o programa Fórum Macau do canal em língua chinesa da Rádio Macau. Segundo o responsável, a média diária de passageiros representa 90 cento dos passageiros transportados antes pré-pandemia, ou seja, no ano de 2019. O aumento do número de passageiros transportados tem levado também a um crescimento de queixas de cidadãos, devido ao facto dos autocarros estarem frequentemente cheios, não havendo em muitos casos possibilidade de viajar sentado. Estas queixas foram inclusive reflectidas pela deputada Wong Kit Cheng, no debate mais recente sobre as Linhas de Acção Governativa. No entanto, Chang Cheong Hin justificou que as autoridades vão acompanhar a situação em tempo real e que têm meios de recolha de informação a partir dos sistemas instalados nos autocarros, como a máquina para validar tarifas ou sistemas de GPS. Por sua vez, Lei Veng Hong, subdirector da DSAT, destacou que na primeira metade do ano o tempo de espera por autocarros diminuiu em cerca de cinco minutos, uma redução de 20 por cento face a 2021, quando entraram em vigor os actuais contratos com as operadoras.
Hoje Macau Manchete SociedadeEstudo | Macau em risco extremo de inundações Com base nas consequências do Tufão Hato, um estudo de Shi Huabin, professor da Universidade de Macau, “tentou quantificar o risco de inundações causadas por marés de tempestade” O trabalho do docente da UM prevê que, caso as águas do mar subam um metro em Macau, como está previsto ocorrer este século, a maioria da região estará em risco de inundações catastróficas a exemplo do que aconteceu durante o tufão Hato, em 2017. Shi Huabin, professor da Universidade de Macau, irá em breve publicar os resultados da investigação “Mudanças nas marés de tempestade com a subida das águas do mar”, apoiada pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia. O estudo “tentou quantificar o risco de inundações causadas por marés de tempestade baseados num caso específico, o Hato”, disse à Lusa o engenheiro, referindo-se ao tufão, cuja passagem por Macau causou 10 mortos e 240 feridos. A investigação estabeleceu cinco níveis de risco com base na potencial duração das inundações, algo que Shi descreveu como “muito importante”. “Se as inundações durarem um ou dois dias, o resultado é mais perigoso”, explicou o especialista. Num cenário em que as águas do mar subam um metro, Shi disse que o modelo prevê que a maioria da península de Macau se torne uma zona de risco máximo, assim como “enormes inundações no aeroporto e no Cotai”, onde se situam os grandes hotéis-casinos. Um cenário nada improvável, uma vez que a subida das águas do mar no Delta do Rio das Pérolas, que inclui Macau, Hong Kong e parte da província de Guangdong, “é muito maior do que a média mundial”, disse o investigador. Sempre a subir O nível das águas do mar em Macau vai subir até 118 centímetros até ao final do século, “mais 20 por cento do que a média mundial”, de acordo com uma previsão feita em 2020 por investigadores da Academia de Ciências da China e da Universidade Cidade de Hong Kong. No estudo, sublinhou-se que a subida do nível das águas do mar “ligada às mudanças climáticas constitui uma ameaça significativa para Macau, devido à sua baixa altitude, pequena dimensão e à construção contínua de aterros”. Faith Chan, professor da Universidade de Nottingham em Ningbo, na China, disse à Lusa que os aterros estão mais seguros, mas sublinhou que “o verdadeiro perigo é a combinação da subida das águas do mar, marés de tempestade e fenómenos extremos, como o Hato”. O investigador sublinhou que, como “a temperatura da água no oeste do Pacífico, onde as tempestades tropicais nascem, continua a subir”, no futuro “será impossível escapar a uma maior frequência de tufões”. O plano decenal de prevenção e redução de desastres em Macau até 2028 admitiu que “é possível que, no futuro, (…) haja uma tendência para aumentarem também os incidentes relacionados com estados meteorológicos extremos”. No documento, apresentado em 2019, previa-se a construção de uma comporta de retenção de marés e de muros com 1,5 metros de altura para prevenir inundações na zona do Porto Interior. No entanto, em Fevereiro de 2023 o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu desistir do projecto. O Governo “até podia ter dinheiro para construir muros com dez metros de altura, mas não o iria fazer, porque tanto os turistas como os residentes querem usufruir da costa”, sublinhou Faith Chan. Shi Huabin acredita que o interesse neste projecto para o Porto Interior demonstra que “as pessoas já perceberam que o clima está a mudar” e “estão a prestar mais atenção a projectos que possam reduzir o nível de risco”. Mas o investigador defendeu que é irrealista esperar que “as autoridades construam um projecto de engenharia costeira ou oceânica que seja uma solução perfeita” para um fenómeno mundial. O especialista disse que, em Macau e em muitos outros locais do mundo, os habitantes têm de aprender “o que cada um pode fazer” para lidar com inundações regulares. “A sociedade ainda não está preparada para isto”, lamentou.
Hoje Macau SociedadeDSAMA | Susana Wong admite fraco turismo de iates A directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong Soi Man, admitiu que o turismo de iates em Macau, envolvendo turistas chineses, ainda precisa de dar provas do seu sucesso, apesar dos esforços do Governo para promover esse tipo de produtos no Interior da China. A admissão foi feita na quarta-feira, durante o debate das Linhas de Acção Governativa para a tutela dos Transportes e Obras Públicas. A directora da DSAMA revelou que a aposta no turismo de iates esbarrou em problemas logísticos a resolver entre as autoridades da RAEM e de Guangdong, refere a Macau News Agency. Segundo os acordos actuais, todas as embarcações que tenham a China como destino têm de pagar um depósito de seguro à chegada. Ainda assim, a responsável indicou que o Governo deve continuar a encorajar a empresa que gere o porto para iates em Coloane a organizar mais actividades. Além disso, Susana Wong mencionou que a DSAMA, e a área do serviço público que lidera, não foi beneficiada pelos investimentos em elementos não-jogo das operadoras de casinos de Macau.
João Santos Filipe SociedadeAté Setembro casinos gastaram 21,7 mil milhões em descontos Nos primeiros nove meses do ano, as concessionárias de jogo gastaram cerca de 21,7 mil milhões de patacas em acções de promoção e descontos para jogadores. Os dados foram revelados pelo banco de investimento CLSA, ao portal GGRAsia. O montante reinvestido em promoções ao longo do corrente ano para aliciar os clientes representa um valor entre 17 e 18 por cento do total das receitas brutas do jogo, que até Setembro eram de 128,9 mil milhões de patacas. O montante está abaixo do que era investido em promoções junto dos jogadores antes da pandemia, entre os anos de 2017 e 2019, período para o qual o analista da CLSA Jeffrey Kiang indicou que se investia uma média de 22 por cento das receitas de jogo em ofertas para os jogadores. Esta redução do investimento em promoções também está relacionada com a transição na indústria do jogo, menos focada no segmento dos grandes apostadores, e mais orientada para o mercado de massas. “Considerando que Macau mudou estruturalmente para um jogo mais focado nos jogadores de massas, consideramos que o aumento dos descontos e reinvestimentos em 2023 ao longo do ano reflecte que a competição entre as concessionárias – no mercado de massa premium – não tem sido fácil”, afirmou Kiang, ao GGRAsia. O analista destacou igualmente que os sinais de concorrência intensa parece ser reflectidos, apesar do número de visitantes em Macau “continuar em crescimento”. Margem desgastadas Face a esta tendência, o banco de investimento acredita que há “menos margem de manobra” para as concessionárias conseguirem aumentar as margens de lucro. Na sequência destes dados, o CLSA reduziu as previsões ao nível do EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] ajustado para o mercado do jogo de Macau. “Reduzimos nossa projecção [do EBITDA ajustado] em 2023 e 2024 em 2 por cento e 5 por cento, respectivamente”, reconheceu Kiang. Porém, a CLSA mantém a previsão de que as receitas brutas do jogo em Macau devem rondar os 180,1 mil milhões de patacas até ao final do ano e subir para cerca de 240,5 mil milhões de patacas, no próximo ano.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Agnes Lam sugere a criação de pacotes familiares Agnes Lam considera que o Governo deve ter em conta as tendências do turismo e adaptar a oferta. Uma das lacunas que destaca é a falta de produtos turísticos dedicados à família. A ex-deputada justifica a posição citando estatísticas nacionais que revelam que a larga maioria dos turistas são jovens interessados em tempo de qualidade com os filhos A ex-deputada e académica Agnes Lam partilhou ontem no Facebook uma publicação a sugerir uma “receita” para a indústria do turismo, que basicamente passa pela adaptação à actualidade. Uma das sugestões é a atenção dos operadores e Governo ao crescimento do turismo ligado à família, com produtos que promovem interacções familiares e acesso a conteúdos didácticos para crianças. A ex-deputada cita um estudo que analisa as tendências de consumo de turismo, em particular face à popularidade recente do turismo de cidade. O estudo realizado pela empresa chinesa Kurundata indica que a maioria dos turistas chineses que faz turismo citadino, 59,6 por cento, são mulheres. Além disso, mais de 40 por cento são pessoas casadas e com filhos. Outro dado estatístico, destacado por Agnes Lam no estudo “Percepções sobre a psicologia de consumo e tendências de consumo dos jovens que escolhem City Walk”, é que 59 por cento destes turistas têm licenciatura e rendimentos mensais médios de 10.860 renmenbis. A ex-deputada sublinha que actualmente, mais de 70 por cento dos turistas que visitam Macau são do Interior da China e que a proporção de visitantes que chegam com visto individual continua a aumentar, face à proporção de excursionistas. Ler os tempos Face a estes dados, Agnes Lam afirma que as tendências de consumo no Interior da China apontam para o aumento das viagens individuais para passeios citadinos, sem trajectos planeados ou guias turísticos. Nesse aspecto, o consumo familiar é um dos pontos que não deve ser esquecido pelas autoridades e operadores turísticos. Agnes Lam cita o estudo e recomenda ao Governo que tenha em atenção que estes turistas gastam dinheiro durante as escapadelas citadinas em livros de divulgação científica, materiais escolares, conteúdos pedagógicos, culturais e criativos, brinquedos e lembranças de exposições. A ex-deputada refere que Macau deveria aproveitar os recursos museológicos ricos e recomendou que o Centro de Ciência, o Museu Marítimo e o Museu de Macau como possíveis polos de atracção turística.
João Luz Manchete SociedadeDemografia | Mais 22.500 TNR até ao final de Outubro Até Outubro, mais de 22.500 pessoas juntaram-se ao número total de trabalhadores não-residentes em Macau. Ainda assim, são quase menos 21 mil face a Outubro de 2019. Os não-residentes de nacionalidade chinesa, a larguíssima maioria, quase recuperaram para níveis pré-pandémicos, enquanto a comunidade filipina não-residente caiu 16 por cento O número de trabalhadores sem estatuto de residente em Macau subiu em Outubro, pelo nono mês consecutivo, aumentando em mais de 22.500 desde que atingiu, em Janeiro, o nível mensal mais baixo desde 2014. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, no final de Outubro, a RAEM tinha 174.382 trabalhadores não-residentes (TNR), mais 2.638 do que no final de Setembro e o valor mais elevado desde Fevereiro de 2021. As estatísticas, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que Macau ganhou 22.504 não-residentes desde Janeiro, mês em que a mão-de-obra vinda do exterior caiu para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014. O registo de Outubro deste ano, face ao mesmo mês de 2019, antes da pandemia lançar o mercado de trabalho no caos, revela que o número de TNR caiu mais de 10 por cento, de 195.209 trabalhadores para 174.382. Analisando a variação entre a origem deste segmento da população, nos primeiros 10 meses do ano, registaram-se em Macau mais 14.662 TNR oriundos do Interior da China, totalizando mais de 120 mil. Aliás, a população não-residente chinesa em Outubro deste ano está quase ao nível do mesmo mês de 2019, com uma quebra de apenas 1,3 por cento. A segunda nacionalidade que mais TNR fornece à população activa de Macau, a filipina, caiu 15,94 por cento entre Outubro deste ano e o mesmo mês de 2019, apesar de ter passado de 24.259 pessoas em Janeiro de 2023 para 28.084 em Outubro. Curiosamente, a comunidade indonésia cresceu entre Outubro deste ano e 2019, totalizando nas estatísticas mais recentes 5.952 pessoas. Leque de empregos Importa recordar que Macau tinha perdido quase 45.000 não-residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em Dezembro de 2019, no início da pandemia. O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde Janeiro, ganhando mais de 10.833 TNR, seguido da construção civil (mais 4.014) e dos empregados domésticos (mais 2.274). A hotelaria e a restauração tinham sido precisamente os sectores mais atingidos pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, despedindo mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019. O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, reconheceu a 3 de Fevereiro que os hotéis locais têm sentido falta de pessoal e garantiu que iria negociar com as empresas ligadas ao turismo para “resolver o problema com que o sector se está a deparar”. Com Lusa
Hoje Macau SociedadeAMCM | Investimentos dos residentes valorizaram Nos primeiros seis meses do ano, os investimentos feitos por residentes de Macau valorizaram 6,4 por cento, de acordo com Resultados do Inquérito à Carteira de Investimentos, divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). A estatística tem em conta os investimentos dos residentes de Macau. Em comparação com o período homólogo a valorização foi de 7,8 por cento. No final de Junho, e em comparação com o final do ano passado, os investimentos em títulos representativos de capital correspondiam a 334,0 mil milhões de patacas, um acréscimo de 4 por cento, as obrigações a longo prazo totalizavam 658,6 mil milhões, um aumento de 10,4 por cento e as obrigações a curto prazo eram de 80,4 mil milhões de patacas, uma diminuição de 10,9 por cento. Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 47,2 por cento do total, sendo a restante aplicada principalmente na América do Norte (18,9 por cento), na Europa (15,3 por cento), no Atlântico Norte e Caraíbas (15,2 por cento) e na Oceânia (1,5 por cento).
Hoje Macau SociedadeLusofonia | Exportações para Macau sobem 43,5% até Outubro As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 43,5 por cento entre Janeiro e Outubro, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados oficiais divulgados ontem. Os países lusófonos exportaram mercadorias no valor de 1,2 mil milhões de patacas, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já o valor exportado por Macau para os países de língua portuguesa nos primeiros dez meses do ano foi de 662 mil patacas, registando um decréscimo de 57,7 por cento. O montante total do comércio externo de mercadorias entre Janeiro e Outubro de 2023 em Macau correspondeu a 128,24 mil milhões de patacas e cresceu 1,6 por cento, face aos 126,22 mil milhões de patacas registados em idêntico período de 2022. A DSEC adiantou ainda que o défice da balança comercial em Outubro foi de 10,4 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSands | Miriam Adelson vende acções para comprar equipa da NBA A viúva de Sheldon Adelson vai vender 2 mil milhões de dólares americanos em acções do grupo Las Vegas Sands Corp, para comprar os Dallas Mavericks, por 3,5 mil milhões de dólares, ao empresário Mark Cuban Miriam Adelson, a maior accionista do grupo Las Vegas Sands Corp, vai vender 2 mil milhões de dólares americanos em acções da empresa, para adquirir a equipa de basquetebol Dallas Mavericks. A informação sobre a principal accionista do grupo que controla a concessionária Sands China foi revelada ontem. A confirmação chegou depois, através de um comunicado da Las Vegas Sands Corp à bolsa norte-americana, em que foi indicado que o dinheiro arrecadado com a venda das acções pela empresária “vai ser utilizado para comprar uma participação maioritária numa equipa desportiva profissional”. Desde a morte de Sheldon Adelson, em 2021, com quem Miriam era casada, que a empresária e os familiares herdaram cerca de 57 por cento das acções da maior empresa de casinos do mundo, com operações em Macau e Singapura. Ontem, no fecho da sessão da Bolsa Norte Americana, o grupo Las Vegas Sands estava avaliado em 20 mil milhões de dólares. Com a operação anunciada, cerca de 4,6 por cento das acções da empresária ficam disponíveis no mercado. Após a conclusão da venda, a participação de Miriam Adelson e dos familiares ficará reduzida a 51,3 por cento. Este valor também tem em conta uma outra operação, de diluição de 0,5 por cento do valor das acções. Com o comunicado emitido ontem, foi também anunciado que o próprio grupo Las Vegas Sands vai comprar cerca de 250 milhões de dólares das acções vendidas por Miriam Adelson. Após as notícias, as acções do grupo na bolsa americana registaram uma quebra de quatro por cento. Negócio de conhecidos Miriam Adelson vai comprar ao empresário Mark Cuban a participação nos Dallas Mavericks, uma das equipas mais conhecidas da National Basketball Association (NBA). Segundo a AP, o negócio vai levar algumas semanas a ser finalizado, mas o investimento da família Adelson será na ordem dos 3,5 mil milhões de dólares. Apesar da aquisição de uma participação maioritária, Mark Cuban deve continuar a ser o responsável pela gestão da equipa de basquetebol. Anteriormente o empresário mais conhecido fora dos EUA pela participação no programa televisivo “Shark Tank” havia declarado a intenção de fazer uma parceria com a Las Vegas Sands e construir um novo pavilhão para os Mavs, que incluiria um casino. A intenção esbarrou no facto de o Estado do Texas não ter legalizado o jogo. Para a Miriam Adelson, a aquisição significa a entrada no mundo do desporto, um sector ao qual a família Adelson não tem ligações conhecidas.
Hoje Macau SociedadeIFT | Programas de pós-graduações serão leccionados em chinês A partir do próximo ano lectivo, 2024/2025, o Instituto de Formação Turística de Macau (IFT) irá acrescentar a língua chinesa nos programas de pós-graduações. Segundo indicou ontem o instituto, as alterações vão entrar em vigor após a publicação no Boletim Oficial. Assim sendo, todos os cursos de mestrado vão oferecer aos alunos as opções de chinês ou inglês como línguas para receber formação, “com o objectivo de oferecer um leque mais alargado de opções para quem procura enriquecer as suas capacidades académicas e habilitações profissionais.” O IFT vincou ainda o “compromisso em estimular perspectivas internacionais nos estudantes, capacitando-os para singrarem em ambientes multiculturais através de habilitações linguísticas de forma a contribuírem para o desenvolvimento sustentável da indústria do turismo de Macau, a estratégia de diversificação económica 1+4 e a construção de Macau enquanto Centro Mundial de Turismo”. O período de inscrição para os programas de mestrados do IFT está em vigor até 31 de Maio de 2024.
João Luz Manchete SociedadeMetro Ligeiro | Barra pode ser hub para turismo comunitário Com a abertura da estação da Barra do Metro Ligeiro a uma semana de distância, um membro do Conselho dos Serviço Comunitários sugere que a Barra sirva de plataforma para os turistas visitarem as partes menos conhecidas da cidade. Dirigente dos Kaifong pede correspondência de tarifas entre Metro Ligeiro e autocarros No próximo dia 8 de Dezembro, o Metro Ligeiro irá chegar à península, com a abertura da estação da Barra. O membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, Chan Ngoi Chon, considera que a ligação de Macau à Taipa através do Metro Ligeiro não só acrescenta uma alternativa para a rede de transportes públicos do território, como acrescenta um novo elemento à indústria do turismo. Nesse sentido, o também dirigente da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau acredita que a Barra pode ser um hub de turismo para vários pontos da cidade, através dos autocarros do Centro Modal de Transportes da Barra. A ideia é desviar o fluxo de turistas das zonas mais populares para os bairros comunitários. Em declarações ao jornal Ou Mun, Chan Ngoi Chon sugeriu, por exemplo, que sejam afixadas publicidades nas estações do Metro Ligeiro a promover os bairros comunitários, e apontou que o comércio local deveria concentrar-se em oferecer produtos característicos dos bairros, dirigidos às novas gerações de forma a revitalizar as economias comunitárias. Porém, o conselheiro questiona se a abertura da estação do Metro Ligeiro na Barra não irá potenciar o caos do trânsito da zona, já afectado pelas obras da Estação Elevatória de Águas Pluviais e Drenagem no Sul do Porto Interior. Como tal, o responsável apelou às autoridades para terem em consideração o impacto na vida dos residentes da zona sul do Porto Interior e para planearem com cuidado a gestão do tráfego da zona. Pedido de equivalência Por sua vez, o chefe do gabinete da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) na zona sul, Chang Ka Wa, voltou a dar eco a um pedido antigo: a equivalência entre as tarifas do Metro Ligeiro e os autocarros, ou seja, que quem sai de um transporte possa entrar no outro com o mesmo bilhete, como acontece nos autocarros. Além disso, pediu ao Governo para ponderar a introdução de descontos na transferência de transportes e acrescentar a possibilidade de pagamento electrónico através de aplicações móveis. O dirigente dos Kaifong acrescentou ainda que a localização da primeira estação do Metro Ligeiro em Macau é excelente, por estar perto de pontos turísticos como o Templo de A-Má, o Lago Sai Van, a Torre de Macau e até a zona da Almeida Ribeiro. A proximidade do terminal da Barra que liga por ferry o sul da península a Coloane é outro trunfo que, na óptica de Chang Ka Wa, pode ser aproveitado para divergir os turistas dos pontos mais populares.