Reformados | Apenas um terço pensa viver na Grande Baía

Cerca de 70,40 por cento dos inquiridos não se imagina a viver na Grande Baía, após a reforma. Entre os que pretendem mudar-se para o Interior, Zhuhai é o destino preferido. Mais de 60 por cento dos inquiridos vive com menos de 5 mil patacas por mês

 

Mais de dois terços dos 600 residentes inquiridos num estudo da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) não querem mudar-se para a Grande Baía durante a reforma. Os resultados do estudo, que também contou com a participação a Universidade de São José, foram apresentados na manhã de ontem, numa conferência de imprensa que contou com a participação da deputada Ella Lei.

No universo de 600 respostas válidas, cerca de 70,40 por cento dos inquiridos, o correspondente a cerca de 422 pessoas, recusam mudar-se para o outro lado da fronteira. Entre os 422 inquiridos, 46,21 por cento justificaram-se com a diferença de costumes entre Macau e as outras cidades da Grande Baía, 31,31 por cento com os laços familiares estabelecidos em Macau, e 29,55 por cento referiram as dificuldades no acesso à saúde. Houve ainda 20,20 por cento a recusar a mudança com as condições de habitação, 16,16 com o regime de segurança social e 8,59 por cento que mencionaram as leis e ambiente político do Interior. Os inquiridos puderam oferecer mais do que uma justificação, pelo que o somatório das proporções ultrapassa os 100 por cento.

Além de Zhuhai, a Grande Baía inclui as cidades do Interior de Guangzhou, Shenzhen, Foshan, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen, Huizhou e Zhaoqing.

Os inquiridos que se mostraram disponíveis para se mudarem para a Grande Baía foram desafiados a escolher as três cidades favoritas para a mudança, com Zhuhai a ficar no topo das preferências.

De acordo com as respostas, 80,87 por cento dos inquiridos apontaram a cidade vizinha, seguida por Zhongshan, presente em 68,31 por cento das respostas, e Jiangmen, cerca de 23,99 por cento, sendo que esta última cidade é uma das fontes de imigrantes chineses na RAEM.

Ainda em relação às perspectivas da vida na reforma, aproximadamente 66 por cento dos reformados referiram que pretendem viver em casa sozinhos, enquanto 33 por cento se mostraram mais inclinados para viverem em comunidades para idosos, que além da habitação disponibilizam serviços de saúde, assistência de compras, apoios à deslocações, entre outros.

Rendimentos mais baixos

O inquérito foi realizado junto de residentes com idades entre os 50 e mais de 85 anos, e 60,07 por cento declararam ter um rendimento mensal inferior a 5.999 patacas.

Cerca de 36,04 por cento de todos os inquiridos têm mesmo um rendimento de 3.000 patacas ou inferior. Os residentes admitiram que este valor provem principalmente da pensão para idosos atribuída pelo Fundo de Segurança Social (FSS).
Entre a amostra total, 10,55 por cento declaram ter rendimentos entre 5.000 e 6.999 patacas, 7,31 por cento entre 7.000 e 9.999 patacas, 11,36 por cento entre 10.000 e 14.999 patacas, 6,17 por cento entre 15.000 e 19.999 patacas e 4,5 por cento rendimentos superiores a 20.000 patacas.

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