Rashidnia Reza | Treinador de karaté da selecção da RAEM

Veio para Macau com um contrato de três meses para preparar a equipa de karaté para os Jogos Asiáticos de Busan. Conseguiu três das quatro medalhas obtidas por Macau. Entretanto passaram-se 14 anos. Continua a ser treinador da selecção local e já trouxe mais 150 medalhas para o território. É iraniano mas para ele Macau já é a sua segunda casa. Rashidnia Reza, com o seu permanente sorriso e trato delicado é uma pessoa especial

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]embra-se de quando foi convidado para vir para Macau?
Em 2002, o presidente da associação de karaté na altura, José Achiam (falecido em 2008) era também secretário geral da Associação Ásia eu era treinador do Irão há já cinco anos, propôs-me vir para Macau. Mandei-o falar com o presidente da federação iraniana, o Nazerian, e um contrato de três meses foi negociado e a 17 de Agosto de 2002 cheguei a Macau para preparar a equipa para os Jogos Asiático Busan.

Como correu a experiência?
Muito bem. Conseguimos uma prata e dois bronzes. Na altura em que Macau conseguiu apenas quatro medalhas. As nossas três e uma de prata para o wushu. Mas depois voltei para o Irão e voltaram a propor-me um novo contrato, desta vez de dois anos para preparar a equipa para os Jogos da Ásia Oriental (EAG Macau 2005). Eu era apenas um simples treinador mas o trabalho de equipa foi muito e conseguimos duas medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze. Depois o contrato foi prolongado para nos prepararmos para Doha, mais três medalhas… karaté

Três meses que se transformaram em 13 anos…
É verdade. Na altura nunca perspectivei uma coisa dessas. Os primeiros meses foram muito difíceis.

Porque decidiu ficar?
Em 2007 trouxe a minha família, tenho duas filhas e um filho. Começaram a aqui a universidade. Agora já voltaram para o Irão mas essa permanência aqui nessa altura foi muito importante para a decisão de ficar.

Não pensa em voltar para o Irão?

Desde 2014 sou residente permanente e este é o meu segundo país. Sempre que volto ao Irão tenho saudades dos meus alunos, tenho muitos estudantes, são como meus filhos. Catorze anos é muito tempo, é difícil deixar Macau agora.

O que o fez aceitar vir para Macau?
Nunca tinha experimentado uma carreira internacional. Tinha apenas tido duas curtas experiencias na Bielorrússia, em part-time, e nalguns países do Golfo Pérsico por muito pouco tempo. Quanto me pediram para vir para Macau para preparar a equipa para um grande evento como os jogos asiáticos aceitei porque queria experimentar treinar fora do meu país. O Irão é um país grande, com muitos atletas e muitos treinadores.

Quando sentiu que ia ficar mais tempo do que os três meses?
Se no início, depois dos três meses, me tivessem proposto um contrato de 10 anos nunca teria aceitado mas a partir de 2005, com os EAG, já estava habituado a estar aqui, tinha planos para trazer a minha família, o que aconteceu em 2007, e queria trazer mais títulos para Macau, nomeadamente o título mundial que é algo que ainda não conseguimos.

E tem atletas para conquistar o titulo mundial?
Não é difícil conseguir este objectivo. Temos muitos bons atletas e treinadores e o governo apoia. Só precisamos que os atletas continuem. Para além disso, desde há dois anos para cá começámos a ter profissionais, não são muitos para já, apenas três, mas espero que no futuro tenhamos mais.

Quando é que isso pode acontecer?
Estamos no caminho. Precisamos de mais atletas, a escola de karaté começou apenas no ano passado e espero que em breve tenha mais atletas o que é fundamental para termos campeões.

Quais as razões para praticar karaté?
Para mim o karaté é um desporto especial. Não é apenas físico como a corrida ou a halterofilia; no karaté usamos muito a parte psicológica. A psique e o físico têm de andar de mãos dadas. Além disso, o karaté dá-nos lições para a vida. Temos de controlar a técnica. Quando enfrentamos um oponente é tudo sobre controlo . Mesmo quando estamos a perder não podemos bater-lhes. Temos de aprender o auto controlo e isso é uma lição para a vida. Nós ensinamos os estudantes a serem educados, a respeitarem os mais velhos. Alguns vêm para aqui e não sabem o que é o karaté mas depois acabam por perceber que isto não é apenas um desporto, é uma filosofia. Trabalhamos muitas áreas a nível físico como reflexos, agilidade, velocidade, resistência e flexibilidade, mas também damos treino mental para a táctica. É como jogar xadrez. Temos de praticar muitas tácticas e estratégias para o combate. E depois há vários estilos, várias escolas, vários tipos de adversários. O karaté também é importante para os estudos pela agilidade mental que proporciona. Também temos muitas técnicas para aprender, onde o foco e a concentração são essenciais.

E a vida em Macau?

Para mim agora é boa, após 14 anos é a minha segunda casa.

Como vê as mudanças que ocorreram nestes últimos anos?
Não ligo muito. À volta pode ter mudado mas a cultura não mudou. As pessoas continuam educadas a seguirem as regras e continua a ser um sitio seguro para viver.

Que sente falta do Irão?
Sinto alguma falta da comida mas também já estou habituado à comida chinesa. Ao princípio era difícil mas agora não. Estou confortável aqui.

Como descreve o Irão nestes dias?
Vai melhor. Mais liberdade que antes. É um pais seguro. Todos os anos levo a equipa a acampar lá. Os pais preocupam-se sempre mas eu tranquilizo-os. As pessoas imaginam que é um sitio perigoso mas não é nada disso.

Se alguém decidir visitar o Irão que aconselha as pessoas a fazer por lá?
A experimentarem a comida, claro, há muitos tipos de grelhados. Mas como é um país muito antigo também há muitos locais históricos para visitar como Pasargadae onde está o túmulo do primeiro rei da Pérsia, há 3000 anos, ou Kashan uma das primeiras cidades no mundo, com 5000 anos de história. Há sítios muito interessantes no Irão e muitas culturas diferentes.

É muçulmano?
Sou.

Como se sente quando se vê a destruição de relíquias museológicas que o Daesh tem feito no Médio Oriente?
Sinto-me perturbado, muito triste por estarem a apagar a história.

Há alguma diferença entre ser persa e iraniano?
Não. É a mesma civilização.

Como começou a praticar karaté?
Comecei com 13 anos, há praticamente 43 anos. Nessa altura visitei um clube no Irão, a luta é muito popular no país, e alguns amigos meus escolheram luta livre, outros boxe, judo, mas quando vi as pessoas entrarem no “tatami”, a fazerem a vénia ao “sensei”, fiquei impressionado, um amigo praticava e disse-me que o respeito pelos outros era um valor fundamental na modalidade e isso interessou-me muito. karaté

E depois? Que aconteceu depois?
Pratiquei até aos 19 anos e depois veio a guerra, mesmo quando eu ia para a equipa nacional. E depois foram 13 anos sem podermos entrar em competições internacionais o que me impediu de seguir uma carreira internacional. Mas fui umas sete ou oito vezes campeão do Irão ou de Teerão. Quando finalmente voltámos a ter competições internacionais já tinha passado o meu tempo de ir à selecção, mas num torneio com oito países organizado no Irão ainda fiz parte da equipa de Kata durante dois anos, tinha 32, e ganhei um segundo e um terceiro lugares. Terminado a carreira como atleta fiquei secretário geral de uma das maiores associações de karaté do Irão, com 30 000 membros dos quais cerca de 8000 cinturões negros, e mais tarde quando o meu sensei saiu do Irão, passei a presidente e depois tornei-me treinador da equipa nacional por cinco anos até vir para Macau.

Qual é o seu lugar preferido em Macau?
À beira mar, a praia de Coloane. Desde o início, desde que cheguei a Macau. Gosto de observar o mar porque aprendo muito com ele. Digo isso muitas vezes aos meus alunos: o karaté é como o mar: nem sempre calmo, nem sempre bravo. Muda. E assim têm de ser os nossos ritmos no karaté, uma alternância de força e pausas. As ondas não são sempre iguais, tal como os nossos movimentos não podem ser.

Vocês criam movimentos novos?
Sim, no Kata não, mas no Kumité criamos muitos movimentos novos, muitos tipos de saltos diferentes.

Comida favorita em Macau?
Chok (canja) e marisco.

Desejo particular?
Conquistar um título mundial para Macau.

22 Fev 2016

Sporting e Ka I empatam (1-1) em jogo sensaborão

Começou com o protesto do Sporting e acabou com protestos do Ka I pela anulação de um golo. De resto foi o Sporting a tentar controlar um jogo que ambas as equipas precisavam de vencer, mas a desperdiçar todas as oportunidades que criou menos uma e o Ka I a chutar lá para frente a ver se pegava, e pegou uma vez. Sorri o Benfica que ao vencer o Lai Chi (3-0) aumentou a diferença para a perseguição e deu mais um passo rumo ao título

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inda o jogo não tinha começado e já havia agitação junto da mesa da com o presidente do Sporting Clube de Macau, António Conceição Júnior a protestar veemente o que, inclusive, viria a resultar num protesto ao jogo (ver caixa). Em causa, na perspectiva do Sporting, a inscrição irregular de dois jogadores do Ka I (William e Fabrício) que, argumentam os queixosos, não possuem cartão azul mas apenas vistos de turista.
Em relação ao jogo propriamente dito, o Sporting entrou agressivo, a tentar controlar as operações com várias triangulações entre os seus jogadores e alternando passes curtos em progressão com passes longos para as alas onde os extremos tentavam servir os avançados com cruzamentos para a área. O Ka I surgia numa postura mais expectante a apostar nos erros do Sporting e, sempre que possível, a chutar lá para a frente para as corridas de Fabrício Lima. Aos três minutos de jogo surgiu a primeira ameaça, que viria a redundar num fora de jogo assinalado ao ataque do Ka I, mas aos nove, o Ka I viria mesmo a marcar com a defesa do Sporting a ficar mal no boneco; uma primeira falha do defesa sportinguista, Fabrício ficou coma bola, livrou-se do guarda-redes, quase chegou à linha de fundo no processo, mas ainda assim conseguiu rematar com sucesso. Dois minutos depois, William remata forte, já dentro da área, com a bola a rasar a barra do guarda-redes leonino.
A partir daí o Sporting voltou encontrar-se sempre a pressionar alto com Ka I a apostar mais no contra-ataque. Ao quarto de hora chegou o golo do Sporting com um cruzamento primoroso da direita, uma primeira cabeçada no miolo de um jogador do Sporting, o guarda-redes do Ka I a ficar fora da jogada e Pio a receber a sobra e a encostar para o empate. A partir daqui o jogo seguiu sem grandes perturbações até que aos 22 minutos o homem mais perigoso do ataque do Ka I, Fabrício, lesiona-se e é substituído por Pang Sio Hong. A partir dessa altura os ataques do Ka I ficaram menos perigosos passando a viver de alguns tímidos rasgos individuais e continuando a abusar dos lançamentos longos do guarda-redes ou dos defesas. Até ao final da primeira parte apenas dois livres perigosos a registar, um para cada lado, mas sem consequências dignas de nota.

Mais do mesmo mas sem golos

O Sporting voltou para a segunda parte com o mesmo espírito da primeira e logo um minuto depois arrancava o primeiro remate. O Ka I só aos 49 minutos conseguiu voltar a ameaçar a área leonina com mais um passe longo do guarda-redes mas William viria a desperdiçar ao cometer falta sobre o defesa do Sporting. Nesta fase do jogo já se destacava a actuação de Rafael Moreira, do Sporting, que aparecia um pouco por todo o lado e, aos 60 minutos, remata mesmo, fortíssimo, mas por cima da barra. Até perto dos 80 minutos, o guarda redes do Sporting foi praticamente um espectador pois só nessa altura o Ka I voltou gerar alguma emoção junto da baliza leonina, mas sem consequências de maior.
À medida que o jogo avançava notava-se que as duas equipas começavam a acusar o esforço e a qualidade decaía. Mesmo assim estavam ainda reservadas algumas emoções para o final. Três para ser mais preciso. A primeira dá-se ao minuto 82 na sequência de um canto do lado direito do ataque do Ka I, um toque de calcanhar e a bola a pingar para a baliza do Sporting. Talvez entrasse, mas pelo sim pelo não, a jogada é finalizada com uma cabeçada de um jogador do Ka I, que parece vir de trás, mas o árbitro decidiu por fora de jogo. Seguiu-se um enorme sururu no banco do Ka I com um dirigente a ser expulso mas recusando-se durante vários minutos a sair do campo, já se ouvindo nas bancadas quem chamasse pela polícia. Logo a seguir Leung Chon In do Sporting comete uma falta para cartão amarelo, mas era o segundo e acabou expulso. O Ka I aproveitou a falta de um homem no Sporting para crescer um pouco mas foi o Sporting, já em cima do minuto 90, quem teve a última oportunidade do encontro: um livre perigoso a uns 10 m da entrada da grande área lado esquerdo do ataque mas o remate saiu fraco para defesa fácil do guarda-redes do Ka I. O jogo viria a terminar dois minutos depois, sob grandes protestos da equipa do Sporting.

Conceição Júnior, Presidente do Sporting: “Nenhum regulamento pode superiorizar-se às leis”

Em declarações ao HM, António Conceição Júnior confirmou que o Sporting jogou sob protesto pois enviaram uma notificação à associação há cerca de uma semana para “dizer que dois jogadores do Ka I iam voltar território e jogar apenas com visto, sem cartão azul.” Um situação que, para Conceição Júnior, é ilegal pois, argumenta o Presidente do Sporting, “em Macau só se pode exercer actividade profissional se se tiver um cartão azul.” O facto da liga não ser profissional não serve de justificação para Conceição Júnior, pois “não interessa que seja profissional ou não o que é certo é que estes jogadores são profissionais. Sempre foram”, rematou. O dirigente reforçou ainda a sua posição afirmando “nenhum regulamento pode superiorizar-se às leis do território”.

João Pegado, treinador do Sporting: “Temos um campeonato triste e vergonhoso”

No final do jogo, João Pegado estava tudo menos feliz. Insatisfeito com o resultado, com a arbitragem mas também com a associação que acusa de ausência perante os problemas fundamentais da modalidade. Fala mesmo de revolta no balneário por causa do esquema de reserva de campos para treinos. Em relação ao jogo, Pegado considera que “acabaram de novo com um empate quando a equipa adversária fez apenas um remate à baliza.” Para o treinador, a equipa do Sporting teve muito mais volume de jogo, à excepção dos minutos após a expulsão onde considera que “o Ka I cresceu” mas no fundo entende que, “a existir um vencedor deveria ser o Sporting”. E daí partiu para as críticas à Associação de Futebol, por não responder à carta sobre esclarecimentos dos vistos mas também no que respeita à conduta dos árbitros, não entendendo como um árbitro tão criticado por ambos durante o ‘Sporting-Monte Carlo’ tenha sido premiado com a arbitragem de um clássico ou por “dar-nos apenas dois minutos quanto o jogo esteve interrompido tanto tempo”, explica. Indignado, João Pegado lamenta ainda que o principal promotor (a Associação) não queira saber de nada, uma situação que, para ele é “triste e vergonhosa, mas é o campeonato que temos”. Para além disso, João Pegado aproveitou para criticar fortemente a política de marcação de campos para treino que, segundo ele, “está a criar uma grande revolta no balneário”. Terminam sempre os treinos à meia noite, quando, garante, “vejo os campos ocupados por meia dúzia de pessoas a marcarem penáltis durante o dia e eu, e os outros, temos de acordar às cinco da manhã para os marcar”. Neste contexto, Pegado lançou ainda uma farpa ao ID quando diz compreender a necessidade do Desporto para Todos mas apelando a mais apoio à competição pois “os clubes investem e têm de ser respeitados”.

Josicler, treinador do Ka I: “O presidente do Sporting não é da Migração”

Ao analisar o jogo, Rosicler reconhece que “Jogámos no erro, mas perdemos um pouco da estrutura com a saída prematura do Fabrício”. Para Josicler é necessário reforçar a actividade do meio campo “para ter força para chegar no ataque pois o William está a jogar muito isolado”. Concorda com a má qualidade da arbitragem que, para o treinador, “teve muitos erros, e tem dificultado muito o nosso trabalho”. De resto considera que o Sporting também jogou bem mas tem dúvidas em relação ao golo anulado nos últimos minutos à sua equipa mas, no fundo, concordou com o empate. Relativamente à polémica da inscrição jogadores, Rosicler disse que “o presidente do Sporting é presidente do Sporting, não trabalha na emigração” e adianta mesmo que “existem muitos jogadores que vêm de HK e doutros lados jogar aqui nessas condições, com contratos para serem aprovados e nunca houve essa regra aqui”, pelo que aconselha Conceição Júnior a “estar bem ciente do que está falando”.

22 Fev 2016

Prova de Fórmula E em Hong Kong terá corrida extra

A moda pegou. A corrida do Campeonato FIA de Fórmula E nas ruas de Hong Kong no próximo mês de Outubro poderá ter uma corrida de celebridades para encher o programa, com viaturas eléctricas conduzidas por artistas e vedetas do mundo social e recreativo da região especial vizinha. A informação foi confirmada ao HM por fonte oficial do campeonato de carros eléctricos promovido pela federação internacional.
“Na nossa prova anterior em Buenos Aires também foi realizada uma corrida de celebridades usando pequenos carros eléctricos. Como campeonato que promove a mobilidade sustentável e tecnologias verdes, qualquer corrida de suporte ou categoria terá que usar carros eléctricos ou outros veículos de energias alternativas”.
Na última conferência de imprensa, dada antes do Ano Novo chinês, a organização do Hong Kong ePrix deu a conhecer os preços dos bilhetes e também deu conta que o evento poderá ter a duração de dois dias, em vez de um só, como na maior parte dos eventos da Fórmula E.
“Neste momento estamos em discussão com os organizadores de Hong Kong sobre o formato do evento. Ainda não tomamos qualquer decisão se o Hong Kong ePrix será disputado em um ou dois dias”, disse fonte oficial da organização da Fórmula E ao HM. “O objectivo do campeonato é minimizar as disfunções da cidade, causadas pelo evento em si, e é por isso que o formato da Fórmula E consiste em ter os treinos-livres, qualificação e corrida a acontecer no mesmo dia”, acrescentou.
O evento irá custar cerca de 300 milhões de dólares de Hong Kong, mas o apoio do governo cinge-se apenas à promoção e facilitação no erguer do circuito. A organização espera conseguir vender 40 mil bilhetes, sendo que 30 mil darão apenas acesso à “eVillage”, localizada em Central, mas não terão vista para a pista, tendo os espectadores que seguir a prova pelos ecrãs gigantes ali colocados.
Estes bilhetes custarão entre 500 e mil dólares de Hong Kong. De acordo com Alan Fang, chefe executivo da Formula Electric Racing (Hong Kong), os bilhetes VIP para a bancadas irão superar os dez mil dólares de Hong Kong.

Pequim em dúvida

O evento de Hong Kong tem já data, 9 de Outubro. Contudo, a prova do território vizinho poderá não ser a prova de abertura do calendário, como inicialmente se esperava. Alejandro Agag, o CEO do campeonato, afirmou a semana transacta à imprensa especializada que o calendário do próximo ano poderá sofrer alterações, estando as provas de Pequim e Punta del Este, no Uruguai, em dúvida.
“Se nós formos a Pequim, essa será a prova de abertura”, verbalizou Agag. “O ano passado tivemos que atrasar a data da prova e quase que gelámos. Tivemos grande sorte em termos uma janela de bom tempo. Não queremos regressar a Pequim em Outubro, a ser, terá que ser em Setembro”.
O Canadá, país candidato a entrar no calendário da temporada 2016/2017, é outra forte possibilidade a abrir as hostilidades.

Mais famosos na Guia?

O programa da 62ª edição do Grande Prémio de Macau incluiu uma corrida de celebridades, com viaturas da marca Lotus e apoio do distribuidor local. Apesar da corrida em pouco contribuir em termos desportivos para o evento e ter sido motivo de chacota nas redes sociais, o HM sabe que o promotor da ideia tem vontade de assegurar novamente a “slot comercial” do programa da edição deste ano. A prova do ano passado foi ganha por Sin Ling Fung de Hong Kong, piloto que não é uma celebridade, mas que aproveitou a oportunidade da prova estar igualmente aberta a quem pudesse comprar um lugar e para subir ao degrau mais alto do pódio do evento.

17 Fev 2016

Leong Ka Hang | Único jogador profissional local chinês: “Faltam condições a ser atleta profissional em Macau”

Leong Ka Hang, o melhor jogador de Macau em 2011 e 2013, joga neste momento no Clube de Futebol de Tai Po, de Hong Kong(HK). O atleta, em declarações ao HM, criticou a falta de condições existentes em Macau como a questão dos campos e das instalações de saúde que impedem que os atletas sejam profissionais. Leong Ka Hang diz que a sua situação profissional é muito dura, mas a paixão pelo futebol não o deixa desistir. Diz ainda que tem muita sorte por jogar fora de Macau

Quais são as maiores dificuldades que enfrenta por jogar em Hong Kong?
A minha situação é muito dura, especialmente nas despesas de transportes em Macau e Hong Kong. São custos muito elevados para mim, e o meu salário não é alto, só 6000 dólares de HK. O Governo não dá qualquer subsídio nem ajudas de custos para os jogadores locais, por isso, não existem atletas profissionais em Macau. Só há um ou dois casos raros, incluído eu.

Que diferenças encontra entre o futebol praticado em Hong Kong e em Macau?
A exigência física das equipas em Hong Kong é muito mais rigorosa. As equipas da Liga da região vizinha preferem ter mais domínio de jogo, são mais organizadas, não só ficam 10 pessoas no seu meio campo a defender, embora as equipas dos últimos lugares da liga também joguem um pouco assim, mas os jogos têm outra exigência física, a luta corporal é mais intensa. Em Macau não existem equipas assim, excepto o Benfica. Tenho a certeza que faltam instalações em Macau, porque Macau é muito pequeno.

Como conjuga os treinos com a actividade em Macau?
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Na última metade do ano, o Tai Po que era a melhor equipa da Liga de Hong Kong, normalmente, tinha de treinar seis dias por semana em Hong Kong, e só tinha um dia para descansar. Alguns dias precisava de treinar duas vezes, ginásio de manhã e treino de futebol à tarde. Por causa da localização do treino, só pude treinar três dias em Hong Kong e o resto de semana praticava ginásio em Macau, tinha aulas na Universidade de Macau, e ainda dava aulas para crianças. Agora dedico-me melhor à carreira profissional de jogador, porque já acabei o curso de comunicação na UM.

Qual é a sua equipa preferida?
Em Macau, prefiro o Lei Chi e o Monte Carlo, porque estas duas equipas cultivam mais jogadores locais, como o Monte Carlo. Embora contratem jogadores estrangeiros, os estrangeiros só ocupam uma pequena parte do plantel, a maioria são residentes locais. Os plantéis destas equipas são mais saudáveis para o futebol de Macau. O facto é que não tenho uma equipa preferida, só tenho um jogador preferido que é o Fernando Torres, o avançado espanhol. A equipa em que ele jogar é a minha equipa.

Como é que vê a Liga de Elite em Macau?
Dez equipas não são suficientes, porque só existem 18 jogos oficiais para cada equipa para além das outras competições em Macau. O número de jogos é baixo, eu prefiro 12 equipas ou mais para a Liga, para que as equipas possam ter mais jogos oficiais e a Liga seja mais competitiva.

Tai Po foi a primeira equipa que o convidou a jogar fora de Macau?
Não, em 2011, tinha a primeira oportunidade de poder jogar fora num outro clube de Hong Kong que se chama South China. Recebi o convite, mas nesse momento eu jogava no Development 18 de Macau que era dirigido pela Associação de Futebol de Macau, e alguns dirigentes da Associação tiveram medo que o desempenho do clube descesse muito com a minha saída e por isso fiquei.

Como é que analisa esta oportunidade de jogar em Hong Kong?
Acho que tenho uma grande sorte para jogar em Hong Kong depois da licenciatura. Posso concentrar-me na minha carreira, caso eu falhe nesta profissão é possível procurar outro emprego. Em Hong Kong, muitos jogadores não têm licenciaturas, e a carreira de jogador muito curta. A licenciatura é muito importante para o meu futuro depois da carreira de jogador. Os meus pais apoiam-me a ser jogador porque terminei do curso.

Acha que no futuro pode vir a ser treinador?
Ainda não tenho nenhuma ideia sobre isso, mas já tenho a licença de treinador no Cargo D. Neste momento estou na idade de jogador, embora dê as aulas a crianças, estas aulas são mantidas em paralelo com o futebol. Ainda não consigo imaginar se poderei vir algum dia a ser treinador.

15 Fev 2016

Kartódromo de Coloane sem provas internacionais

Os dois eventos do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) são por agora as provas mais importantes do calendário de provas do Kartódromo de Coloane para 2016. Como é tradição, a maior competição da disciplina no continente agendou dois eventos para Macau, o primeiro e o último do campeonato composto por cinco etapas. Assim, a caravana do AKOC visita o território nos fins-de-semana de 4 a 5 de Junho e de 10 e 11 de Dezembro. Pelo meio, os participantes nas categorias Cadete, Mini ROK, Júnior 125, Sénior 125, Master 125 e Veteranos 125 vão também correr nas Filipinas (Carmona), Tailândia (Bira) e Singapura. A RAEM recebeu o ano passado uma prova do Campeonato CIK FIA Ásia-Pacifico KZ, no que representou o regresso do Grande Prémio Internacional de Karting ao território, com a participação de 140 pilotos de vários pontos do globo, mas por agora o Kartódromo de Coloane não tem calendarizado nenhum evento de cariz internacional.
“Não há nenhum evento marcado para Macau em 2016 até agora”, disse fonte oficial da Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) ao HM. Porém, o mesmo responsável da federação internacional esclarece que “um evento pode ser proposto à Comissão CIK e depois ao Conselho Mundial da FIA mais tarde no ano, mas sem garantias”.
Para além dos dois eventos asiáticos de 2016, o Kartódromo de Coloane deverá continuar a ser o palco único das provas do Campeonato de Karting de Macau, cujo calendário para esta temporada ainda não foi publicado.

3 Fev 2016

Liga Elite de Macau – Sporting, 8 – C.Portugal, 0

O Sporting de Macau venceu sem dificuldades a casa de Portugal, numa jornada de muitas goleadas. A liderança da Liga continua repartida pelo mesmo trio da semana passada. Num jogo de sentido único em que a Casa de Portugal não fez um único remate à baliza, o Sporting despachou facilmente o assunto com um resultado volumoso que apenas pecou por escasso dada a taxa de desperdício da equipa leonina

[dropcapstyle=’circle’]E[/dropcap]sperava-se que o Sporting dominasse este jogo já que a Casa de Portugal, além de ser uma equipa totalmente amadora, vinha desfalcada de uma série de titulares o que obrigou o treinador da equipa a montar uma equipa praticamente só com defesas pois pouco mais havia no plantel. Conscientes que era um jogo para atacar, o Sporting surgiu num 4-2-4 contra o “todos-lá-atrás-menos-um” da Casa de Portugal (CDP) e logo aos 30 segundos de jogo já surgia o primeiro remate à baliza de Tai Chou Tek. O jogo seguia com o Sporting a insistir e a CDP a resistir e aos 9 minutos, depois de um remate de Pio Júnior que obrigou o guarda redes da CDP a ceder canto, o mesmo Pio atirava a contar – canto da direita apontado por Walter uma primeira cabeça na área de um jogador do Sporting, bola a sobrar para Pio Júnior de cabeça a fazer o primeiro para os verdes. Um minuto depois Walter obrigava Tai Chou Tek a uma defesa apertada para canto e, na sequência, Pio ao primeiro poste, cabeceava por cima da barra marcando o tom para uma série de falhanços da equipa listada que se viriam a repetir partida fora. Aos 13 minutos, uma entrada na área pelo lado esquerdo de Wilson Lay, um dos mais irrequietos em campo, e um desarme na área da CDP que deixou dúvidas pois pareceu uma grande penalidade. O canto que se seguiu não fez história. Um minuto depois, centro com conta peso e medida do lado direito por Lei Seng Wen e bola colocada no miolo da área mas Vitor Emanuel, em posição central para a baliza e com espaço, conseguiu falhar o que parecia o segundo cabeceando por cima. E o jogo continuava com o Sporting a teimar, a falhar ou a ser repelido pela floresta vermelha da CDP que não conseguia, sequer, cruzar a linha de meio campo. Aos 20 minutos, Walter por pouco que não conseguia um canto directo colocando Tai Chou Tek em apuros mas conseguindo dar uma tapinha na bola por cima da barra. O canto que se seguiu foi fatal para as suas cores: Walter marca da direita e Pio, bem posicionado junto ao segundo poste, não falhou e atirou a contar. Aos 25 minutos numa jogada insistência, Pio entrou na área pelo lado direito centrou ao segundo poste para Wilson Lay, apesar da sua baixa estatura, cabecear ao ângulo da baliza da CDP. Estava feito o terceiro. Ainda antes do intervalo o Sporting conseguiu mais um golo com uma entrada de Wilson pelo lado esquerdo que rematou cruzado e rasteiro, o guarda-redes da CDP falhou incrivelmente a intersecção e André Moreira apenas teve de encostar ao segundo poste. A CDP ainda tentou umas tímidas reacções mas sempre que o fez utilizava apenas dois jogadores que eram sempre presa fácil da defesa do Sporting.

Vira o disco e toca o mesmo

Para a segunda parte a CDP tentou adiantar mais alguns jogadores e mudar um pouco as coisas com duas substituições logo aos 52 minutos, entrando José Carneiro e António Pinheiro para os lugares de Scott Tennant e Pedro Lemos mas era o Sporting que continuava a controlar as operações e, aos 56 minutos, Pio recebe um passe para a entrada da área acabando por rematar às malhas lateiras da baliza da CDP que pouco depois esgotava as substituições com a troca de Lee Jung Bum por Mak Gene Yu. Do outro lado, o Sporting tirava Lei Ka Man e fazia entrar Francisco César. Ao minuto 67 uma falta feia sobre Pio Júnior à entrada da área do lado esquerdo. O livre, superiormente marcado por Walter, leva a bola lá para lado direito à entrada da pequena área onde surgiu Vítor Emanuel a marcar o golo da tarde num remate cruzado à meia volta sem hipóteses para Tai Chou Tek. Pouco depois, o Sporting esgotava as substituições com as entradas de Taylor e Lee Keng Pan para os lugares de Manuel Moreira e Jorge Tavares e, aos 76 minutos fazia a meia dúzia de penálti. Um bom passe do turbulento Wilson para a entrada de Walter que viria a ser travado em falta. O mesmo Walter encarregar-se-ia do castigo: guarda redes para um lado, bola para o outro e estava feito o sexto. Já com o jogo quase a terminar, corria o minuto 82 e o recém entrado Taylor Gomes tirou um defesa da frente e rematou forte e colocado para o sétimo do Sporting. Três minutos depois Walter fechava a contagem depois de uma grande confusão na área da CDP e um falhanço incrível do guarda-redes que não conseguiu interceptar o cruzamento praticamente oferecendo o oitavo ao Sporting que Walter agradeceu. Depois deste autêntico passeio, o Sporting enfrenta no próximo dia 3 a equipa do Monte Carlo num jogo que, esse sim, será um verdadeiro teste aos comandados de João Pegado.

João Pegado – treinador do Sporting
“Temos de trabalhar a finalização”

“Já sabíamos quer éramos favoritos e que temos uma equipa superior pois somos profissionais e eles não. Mas o objectivo era ganhar e não sofrer golos e conseguimos ambos. E depois aproveitámos para treinar algumas rotinas de jogo”. Em relação aos falhanços, João Pegado concorda e diz que, “De facto falhámos muito e temos de rectificar para os próximos jogos pois contra as equipas grandes não podemos falhar tantos golos. Vamos ter de trabalhar a finalização para não comprometer os nossos objectivos.
Relativamente a perspectivas para o resto do campeonato, Pegado mantém uma postura prudente: “ Para já entrámos bem com três jogos e três vitórias mas eram equipas fáceis. O próximo jogo (n.d.r. Monte Carlo), esse sim, já é contra uma equipa do nosso campeonato e espero que estejamos à altura. Também temos jogadores a regressarem de lesão e que hoje fizeram alguns minutos, o que é bom para nós.

Pio Júnior – jogador do Sporting
“Objectivos cumpridos”

“Foi um bom jogo e cumprimos o objectivo que era vencer os jogos antes do Monte Carlo. Teoricamente eram jogos fácies mas não podíamos facilitar e foi o que fizemos. Relativamente às oportunidades perdidas neste jogo, Pio considera que “temos de melhorar na finalização porque nos próximos jogos não vamos ter tantas facilidades. Quarta feira temos um jogo difícil, talvez o mesmo o nosso primeiro teste, mas acho que temos tempo para o preparar bem e apresentarmo-nos em condições.”

Pelé – treinador da Casa de Portugal
“É difícil fazer um 11 só com médios e defesas”
Era um Pelé resignado mas ainda assim frustrado que encontrámos no final do jogo: “Já sabíamos que não dava mas também não contava que déssemos tantas facilidades como demos. Sofremos 5 golos de bola parada e eu já os tinha avisado porque o Sporting tem muitos bons jogadores em bolas altas. Também tínhamos de evitar faltas perigosas e cantos, mas não foi assim. Mas pronto, os meus jogadores também não são profissionais e depois a cabeça vai abaixo.” Em relação à postura ultra-defensiva apesar do resultado desde muito cedo desfavorável, Pelé explica assim: “O problema é que temos muitos defesas; uns não estão cá e outros só chegam a partir do Ano Novo Chinês e é difícil fazer um 11 só com médios e defesas. Temos 18 jogadores mas a maioria é pessoal defensivo. Em relação ao futuro, Pelé aguarda que “com a chegada dos outros daqui a um mês a equipa melhore um pouco mas as outras equipas também estão a reforçar-se e têm verbas que nós não temos porque, se tivéssemos, ia buscar dois ou três jogadores para dar uma força à malta. Mas pronto são amadores, têm empregos e só treinam à noite, temos de compreender.”

1 Fev 2016

Pedro Proença em Macau com muita parra mas pouca uva

[dropcap=’circle’]D[/dropcap]epois do seu périplo pela China de sete dias à China, que incluiu a negociação para o eventual patrocínio da II Liga pela empresa chinesa Ledman que fará com que a competição se passe a designar por Ledman LigPro, o Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) passou por Macau onde falou com a imprensa na residência consular. Uma conferência de evasivas e perfumada de desejos onde as principais revelações terão sido que os clubes não vão ser obrigados a incluir os jogadores chineses como inicialmente foi adiantado pela imprensa portuguesa e o seu desejo em trazer a final da Taça da Liga para Macau. Relativamente à ida de jogadores técnicos chineses para Portugal, Pedro Proença disse que “qualquer posicionamento que se possa ter relativamente a estes novos actores é um posicionamento formativo. São os clubes que têm a última palavra relativamente a este sistema”.
Quanto a verbas Pedro Proença disse que o acordo “não representa uma receita directa para os clubes mas sim “a possibilidade de criar condições para que a II Liga possa ter uma sustentabilidade e ter sustentabilidade significa pagar todo um custo de estrutura, que tem de ser pago pela Liga. Aquilo que se pretende é ter uma II Liga que seja atractiva, e ela já é competitiva, e que os clubes possam desenvolver a sua actividade”, salientou.
Em resumo, para Proença o balanço da visita à China positivo: “Com esta viagem, o que conseguimos, e tivemos a percepção clara, é a de que o futebol português tem realmente condições únicas para, se reposicionado, poder alcançar feitos nunca antes alcançados, e enquanto presidente [da LPFP] estou extremamente satisfeito”. Questionado sobre um eventual maior controlo sobre as críticas feitas aos árbitros portugueses, à semelhança do que acontece noutros campeonatos europeus, Pedro Proença defendeu a revisão dos actuais regulamentos.
“Há uma convicção clara de que não poderemos dizer mal do produto que queremos vender. Da minha parte, serei o primeiro a defender esta tese e tudo farei para que os nossos regulamentos penalizem quem não trata bem aquilo que é hoje uma actividade e uma indústria que temos de defender”, afirmou.

Final em Macau? ID tem dúvidas

Em relação à final da Taça da Liga a realizar-se em Macau Pedro Proença manifestou essa intenção no âmbito da estratégia de internacionalização e de sustentabilidade da actual direcção. Todavia, confrontado com esta possibilidade, José Tavares, presidente do Instituto do Desporto (ID) tem dúvidas sobre o potencial de sucesso do projecto adiantando exemplos: “dos jogos internacionais realizados em Macau apenas o China-Portugal teve sucesso mas era a primeira vez que a China ia ao mundial, era a selecção portuguesa, foi uma campanha massiva e gratuita da TVB… já o Manchester se não fosse o Venetian a comprar os bilhetes tinha sido um fracasso e o Chelsea e o Barcelona também não funcionaram”, garante José Tavares.
A grande preocupação deste responsável governativo é, portanto, como se vão preencher os 15.000 lugares do estádio e até que ponto a Liga Portuguesa de futebol tem, ou não, a capacidade de fazer a promoção e garantir os apoios necessários. Da parte do ID existe disponibilidade para apoiar, nomeadamente com a cedência de instalações, mas apenas “se a Associação de Futebol der o aval pois são eles que gerem o futebol em Macau”, salientou José Tavares.

1 Fev 2016

Bonnie Choi atleta de saltos para a água: “Não quero fixar prazos na minha carreira”

[dropcap style=’circle’]B[/dropcap]onnie Choi tem 25 anos e é uma atleta de Macau de saltos para a água. A gestão do tempo parece ser neste momento uma das tarefas mais árduas que enfrenta. Para além da actividade desenvolvida enquanto atleta, a jovem está também a tirar um mestrado para além de ser funcionária da Universidade de Macau (UM). Licenciada no curso de comunicação, continua a tirar um mestrado de educação fiscal e estudos desportivos na UM, trabalhando ainda como funcionária da instituição organizando actividades desportivas para professores, estudantes e trabalhadores. Dos muitos prémios trazidos para Macau, destaca-se a medalha de bronze nos Jogos Asiáticos de 2010 em Guangzhou.

Quando e como é que começou a praticar a modalidade de saltos para a água?
Comecei a praticar quando tinha 13 anos, em 2002. Na altura fazia dança e ginástica mas a minha irmã mais velha praticava natação e eu ia muitas vezes com ela. Uma vez vi um programa na televisão sobre saltos para a água, e este desporto atraiu-me logo. Queria experimentar e por coincidência a Associação Geral de Natação de Macau queria desenvolver esta modalidade, e foi assim que comecei a praticar os saltos. Sou uma das primeiras atletas a ser treinada para esta modalidade em Macau.

Como é que consegue gerir o tempo, porque tem de treinar, trabalhar, e ainda ir às aulas?
Normalmente treino em conjunto com toda a equipa de saltos de Macau em Guangzhou durante os fins de semana, e praticamos também todas as terças e sextas-feiras. Tenho aulas à noite, e trabalho de manhã e à tarde de segunda a sexta. O meu horário é contínuo, sem descanso. Não tenho tempos livres. Estou sempre ocupada mas sinto-me feliz sobre isso porque consigo arranjar sempre maneira de fazer tudo.

Como vê esta modalidade em Macau?
Acho que o caminho tem sido muito positivo, porque Macau só começou a desenvolver esta modalidade há 13 anos. A equipa de saltos tem muitos membros jovens, alguns são das escolas secundárias, mas já participou nos Jogos do Pacífico para Estudantes em Adelaide, na Austrália. A equipa tem tido um bom desempenho, os membros jovens já ganharam vários prémios durante os Jogos. E em Macau, há cada vez mais jovens a inscreveram-se para praticar saltos para a água. A nossa equipa está a desenvolver-se e a evoluir.

E como é que vê a sua carreira de saltadora?
Eu já ouvi muitos atletas a dizer que a carreira é limitada. Normalmente fixam um prazo para terminar as suas carreiras. Mas eu não o vou fazer. Vou rever a minha situação física a cada ano, em paralelo com o meu trabalho e os estudos, e ponderar se quero continuar a saltar ou não. E quando deixar de ser saltadora, posso ser treinadora, vou partilhar a minha experiência e técnica com os saltadores jovens no futuro.

Já participou em muitos jogos. Em que competição teve mais sucesso, ou qual lhe despertou maior interesse?
Participei em jogos que se realizaram um pouco por todo o mundo, na Europa, na Ásia e na China. Quando era estudante, era muito fácil obter uma licença para a participação nos jogos, mas agora já não é assim. Tenho de considerar a importância dos jogos por causa do trabalho. Tenho uma irmã gémea, praticamos salto juntas, e vamos juntas a competições como o trampolim de sincronizadas. Ganhei uma medalha de bronze nos Jogos Asiáticos em Guangzhou, em 2010, e venci no trampolim de 3m individual. Foi um dos meus maiores sucessos individuais. Gosto mais de participar nos jogos internacionais, porque todos os atletas vivem na mesma vila e posso conhecê-los durante os jogos, visitamos juntos a cidade onde os jogos se realizam, é muito interessante.

Já teve momentos menos bons durante a sua carreira?

Sim, com certeza, cada atleta tem os seus altos e baixos durante a carreira. Para mim, o pior momento aconteceu numas Universíadas em 2011. Como já tinha ganho uma medalha em 2010, quis aumentar o meu nível de exigência, mas infelizmente no último salto perdi o equilíbrio durante a corrida no trampolim. O exigido para este salto é duas voltas e meia em parafuso, mas eu só fiz uma volta e meia. Foi péssimo. Obtive nota zero neste salto.

Que planos tem para o futuro?
Penso que talvez venha a desenvolver uma carreira de árbitro de saltos para a água para além de treinadora, mas tenho de fazer o curso de árbitro no estrangeiro e ainda não estou preparada para isso. Tenho de continuar a treinar a trabalhar em Macau.

25 Jan 2016

Benfica derrota Monte Carlo por 1-0 e divide liderança com Sporting e C.P.K

A segunda jornada da Liga de Elite não trouxe surpresas com os favoritos a fazerem jus à sua condição. O C.P.K assinou a goleada da jornada ao vencer o Kei Lun por 6-0, enquanto o Sporting ultrapassou a Polícia com dois golos sem resposta. O Benfica, não obstante as dificuldades, levou a melhor sobre o Monte-Carlo num jogo morno apesar do vento e do frio que se fizeram sentir e que a todos contaminou. Era a partida da jornada, entre dois candidatos ao título, pelo que derrota podia implicar o próprio campeonato. Sorriu a vitória ao Benfica. Podia ter sido ao contrário. Jogo equilibrado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Benfica entrou decidido a controlar o jogo, a pressionar no campo todo e com um jogo apoiado de passe curto para tentar chegar à área do Monte Carlo e assim, logo aos sete minutos surgia um remate perigoso de Filipe Duarte na sequência um canto; aos oito mais um canto e um cabeceamento ao lado. O monte Carlo jogava no contra-ataque com uma linha compacta de cinco defesas e um líbero e três homens no meio campo a apoiarem o avançado Ristof, sempre muito apertado entre os defesas do Benfica. O relvado em bastante mau estado, muito lento, também não dava hipóteses de um futebol muito agradável, obrigando a mais passes longos e menos habilidades no solo. Mas este foi um capítulo menos na equipa do Benfica que falhou muitos passes e recepções.
O primeiro ataque com algum perigo do Monte Carlo surgiu aos 11 minutos numa tentativa de isolamento de Ristof. Na resposta o Benfica tem um remate perigoso na área do Monte Carlo e aos 20 minutos um remate falhado da equipa encarnada permite novo contra-ataque do Monte Carlo mas desperdiçado com um remate de Ristof quase à queima roupa e uma boa defesa de Ricardo Torrão.
O Monte Carlo ainda teve um golo anulado por fora de jogo e, perto da meia hora, uma escapada de Ibe pelo lado direito do ataque do Benfica que aquele culmina com um centro com conta peso e medida para Marco Rios falhar de cabeça à boca da baliza. Aos 36 minutos uma excelente infiltração pelo lado esquerdo de Marco Rios que dá de bandeja a Góis para este rematar ao lado.
O Benfica continuava o seu futebol apoiado alternando com passes para os espaços vazios mas grandes dificuldades de concretização enquanto o Monte Carlo se limitava a aproveitar as hipóteses que ia tendo de contra-ataque com passes longos para um Ristof muito sozinho e que raramente conseguiu incomodar a defesa do Benfica.
A fechar a primeira parte, o Benfica ainda beneficiou de um livre perigoso do lado esquerdo, bola colocada a pingar para área para dois jogadores do Benfica isolados que ainda assim conseguiram falhar de novo.

Canários activos

A segunda parte abriu com um Monte Carlo mais afoito num sistema de 4-3-3 que às vezes se transformava no 3-4-3 e, logo no primeiro minuto de jogo, uma jogada rápida do lado direito do ataque do Monte Carlo com cruzamento perfeito para o segundo poste e, quando tudo indicava que bastava encostar, Julyan a cerca de meio metro da baliza conseguiu atirar ao lado.
O Benfica também trazia alterações tácticas para a segunda parte com uma espécie de 4-1-2-3. Mas o Monte Carlo tinha passado da posição de espectador da primeira parte para activo participante no jogo e aos 58 minutos consegue uma sucessão de cantos e um remate perigoso. O Benfica parecia estar a perder o controlo do meio campo que tinha conseguido na primeira metade e o Monte Carlo ia-se aproximando mais da baliza encarnada; aos 60 minutos beneficia de mais um livre perigoso a cerca de 10 m da entrada área que proporcionou ao guarda redes encarnado a defesa da tarde já que a bola ia direita ao gaveto.
Aos 77 minutos poderá ter acontecido o momento do jogo com a entrada de Adilson a substituir Marco Rios já que três minutos depois o brasileiro acabaria por dar a vitória ao Benfica numa jogada de insistência após um mau alívio da defesa do Monte Carlo. Adilson estava atento, foi por ali dentro, fintou o guarda-redes e atirou a contar.
Até ao final o Monte Carlo continuou a pressionar o Benfica mas já era tarde. As suas aspirações para a vitória do campeonato podem ter ficado comprometidas já que, devido ao reduzido número de equipas em prova, uma derrota com o rival directo, ao que se soma a derrota na primeira jornada, normalmente não permitem grandes ilusões.

Henrique Nunes: “Representar Macau na AFC é o nosso grande objectivo

Relativamente ao jogo, o treinador encarnado considerou que “foi um jogo difícil contra um boa equipa. O vento não ajudou e ambas as equipas tiveram de se adaptar. Estava à espera de passarmos um mau bocado mas acabámos por ser felizes e penso que a existir um vencedor teríamos de ser nós mas tenho de reconhecer que o adversário fez um belíssimo jogo e falhou um golo incrível.”
Henrique Nunes queixa-se das condições de treino, pois só depois do início do campeonato a equipa entrou num campo de 11 com balizas de 11, mas mantém-se positivo: “Reconheço que o Benfica não tem tantas opções como nos anos anteriores mas acredito que podemos chegar ao primeiro lugar e representar Macau na AFC que é o nosso grande objectivo. Ou seja, não temos muitas opções mas boas opções.”

Alison Brito: “Ir para cima deles”

Adilson relata o golo assim: “Foi um ressalto feliz. O meu colega Edgar conseguiu cabecear a bola para trás e eu já sabia que isso acontecer, posicionei-me para receber a bola, fintei o guarda-redes e depois foi só marcar.
Quisemos ainda saber o que lhe disse Henrique Nunes antes de entrar: “pediu-me para me colar ao lado esquerdo para fazer o que tenho feito nos treinos, ou seja, ir para cima do adversário e tentar fazer golos.”

Cláudio Roberto: “Sorte é o encontro da competência com as oportunidades”

O treinador do Monte Carlo alertou para o facto de ser “uma equipa em formação pelo que é natural que as coisas ainda não estejam assim tão bem. Acho que estamos a crescer, não sei se ainda podemos pensar no título mas acreditamos que sim. Confrontado com uma hipotética falta de sorte da equipa, Cláudio Roberto teve uma saída expressiva: “não é uma questão de falta de sorte que temos tido. Para mim sorte é o encontro da competência com as oportunidades. Temos tido as oportunidades não temos tido a competência. Temos de trabalhar mais e ter mais calma. Relativamente à alteração táctica para a segunda parte, Cláudio Roberto justificou da seguinte forma: “estávamos a jogar contra o vento na primeira parte e, por isso, reforçámos a defesa. Na segunda avancei o Anderson, que tem características polivalentes, para termos mais volume de jogo. Mas nem sempre o que idealizas consegue surtir efeito na prática”, lamentou-se.

25 Jan 2016


Automobilismo | Época 2016 começou mais cedo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]temporada de automobilismo no delta do Rio das Pérolas começou como tradicionalmente encerra, com a realização dos 500 quilómetros de Zhuhai. A prova de resistência que habitualmente é a festa de encerramento de temporada foi este ano calendarizada para o segundo fim-de-semana do ano, isto por uma questão de disponibilidade do Circuito Internacional de Zhuhai, a entidade organizadora do evento. A corrida de três horas contou com a participação de um número recorde de quarenta e cinco viaturas, entre carros de Turismo, GT e Protótipos.
Vários pilotos da RAEM marcaram presença num evento animado que pela primeira vez teve cobertura televisiva na íntegra. Kevin Tse foi o melhor classificado entre os pilotos do território, terminando no 2º lugar da geral. O piloto residente em Hong Kong, mas que corre com licença desportiva de Macau, aproveitou para fiabilidade do Porsche 991 GT3 Cup para obter um resultado surpreendente. Também em pista esteve o português Rodolfo Ávila. O vice-campeão do TCR Asia Series foi chamado à última hora para fazer equipa com o piloto chinês Yang Xi num dos dois SEAT Léon TCR da equipa Asia Racing Team.
Ávila – pole-position da edição de 2012 com um Radical SR8 – não participou nos treinos livres, nem na qualificação, e viu o seu companheiro de equipa efectuar o primeiro turno de condução. Após ter partido do décimo segundo posto da grelha de partida, o duo luso-chinês terminou no sexto lugar da geral e terceiro da classe A (para viaturas com motorização 2.000cc ou superior), apenas atrás de um Caterham R500 e de um Lotus Evora, sendo o melhor dos muitos carros de turismo que participaram do evento. Aos comandos de um Honda Integra DC5, Kelvin Leong/So Ieng Hong/Chan Hei foram os 10º classificados e venceram a classe B. Jerónimo Badaraco liderou a ofensiva até ao 15º posto da geral do outro Honda Integra DC5 da David Group Racing Team, fazendo equipa com Chan Weng Tong, So Ieng Hong e Wong Kwai Wah. Com um carro igual, o trio composto por Miguel Kong/Henry Ho/Eurico de Jesus foi o 22º classificado. Já o Honda FD2, com as cores da MRT e Li Tak Wing ao volante, foi o 24º classificado. O veterano Rui Valente fez equipa nesta prova com dois pilotos chineses num Nissan Tiida, mas não terminou, pois um dos seus companheiros de equipa plantou a sua viatura na gravilha da última curva a duas voltas do fim. Filipe Souza esteve inscrito na prova, mas não participou porque um dos seus companheiros de equipa não foi autorizado a correr.
Num final dramático, a corrida foi ganha pelo Lamborghini Húracan SuperTrofeo de Smart Tse e Zhang Jin, dois pilotos da Ilha Formosa, isto após o favorito Audi R8 LMS GT3 da Absolute Racing ter desistido com um problema de caixa-de-velocidades a quatro minutos da bandeirada de xadrez.

Campeonato de Macau já tem datas

Tal como aconteceu em 2015, o circuito permanente da cidade chinesa adjacente a Macau deverá receber as duas habituais provas que compõem Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS) em 2016. Apesar de não existir ainda uma confirmação oficial por parte da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), fazem parte do calendário de provas do Circuito de Zhuhai, publicado nas redes sociais, um “Festival de Corridas de Macau” no fim-de-semana de 28 e 29 de Maio e outro no fim-de-semana de 25 e 26 de Junho. Estes dois eventos, realizados pela primeira vez na época transacta, deverão novamente servir para o apuramento dos pilotos locais de carros de turismo para as provas de suporte da 63ª edição do Grande Prémio de Macau que este ano se disputa de 17 a 20 de Novembro.

19 Jan 2016

Futebol | José Rocha Diniz é o novo treinador da equipa do Consulado

[dropcap style=’circle’]AO[/dropcap]rranca agora o segundo ano para a recentemente formada equipa de jogadores do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e é o ex-futebolista amador José Rocha Diniz quem vai treinar os 21 rapazes e homens que constituem o colectivo. A apresentação da equipa, que decorreu na passada sexta-feira no próprio Consulado, foi feita pelo capitão Vítor Sereno, Cônsul, frente aos também patrocinadores EDP e CESL-Asia.
Para João Costa, representante da EDP em Macau, ser a primeira equipa de futebol a nascer da vontade e paixão de um Consulado pelo desporto é “uma representação não comum” e na qual a EDP “tem a obrigação de participar.
O Cônsul português apresentou a equipa, os novos equipamentos e explicou que este ano traz novidades ao nível da média de idades em campo, mas também da vontade com que se joga.
“À diplomacia política e cultural, juntámos a desportiva”, disse à imprensa, acrescentando que, no ano passado, “a média de idades era de 40 anos”, mas a equipa conseguiu pescar uns quantos talentos jovens e conta agora com desportistas abaixo dos 18 anos.

Um treinador sui generis

Rocha Diniz foi escolhido para a posição de treinador da equipa por, de acordo com o Cônsul, ter já alguma experiência na matéria e partilhar, tal como os restantes 21, uma paixão incondicional pelo desporto.
“O futebol é daquelas mulheres de quem nunca nos separamos”, acrescentou mesmo o também director do Jornal Tribuna de Macau. No entanto, alertou para o facto do lugar que ocupa não querer necessariamente dizer que andará vestido a rigor atrás dos jogadores. “Chamar treinador a quem dirige uma equipa é um sofisma.”
Foi por volta de 1978 que o jornalista era então finalista de História e precisava de uns trocos para pagar os estudos, pelo que começou a jogar. “Foi com o dinheiro do [Clube de Futebol da] Mealhada que consegui acabar o curso”, contou.
Rocha Diniz está certo de que o colectivo vai “subir de divisão”, já que não seria a primeira vez. “Este ano celebramos ter subido da quarta para a terceira [divisão], para o ano será da terceira para a segunda e, no seguinte, da segunda para a primeira”, ditou o capitão da equipa, Vítor Sereno.

18 Jan 2016

Futebol | Liga de Elite arrancou este fim-de-semana

Na primeira jornada da nova época da Liga de Elite, Benfica e e Kai golearam os seus opositores por idêntico resultado: 5-0. No jogo mais equilibrado do fim-de-semana, destaque para a vitória do Chao Pak Kei(C.P.K) sobre o Monte Carlo por 3-2, com o golo da vitória a surgir nos descontos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jogo mais equilibrado da semana que inaugurou a nova época juntou o Monte Carlo , quarto classificado da temporada transacta, e o CPK, que obteve o terceiro lugar. Depois de 40 minutos bem disputados, mas em que não se registou nenhuma oportunidade de golo significativa, a animação chegou em cima do intervalo. Silva Ronieli, inaugurou o marcador para o CPK, aos 42’, depois de receber um passe longo de um colega de equipa. O avançado não desperdiçou a oportunidade e rematou com êxito para as redes dos “canarinhos”. Um minuto depois, num lance desastrado, o guarda-redes do CPK chutou a bola contra o corpo do adversário, o avançado Ristof Amarildo, e esta entrou para dentro da baliza, dando o empate ao Monte Carlo.
No início do segundo tempo o jogo manteve-se dividido sobretudo na zona do meio-campo. Porém aos 56’ o guarda-redes do C.P.K., Domingo Chan, voltou a ser infeliz ao rematar contra um adversário. A bola chegou aos pés de Nunes Jullyan e o jogador do Monte Carlo fez o segundo golo da sua equipa, passando assim para a frente do marcador. No entanto, a vantagem não duraria muito tempo já que no minuto 64 Silva Ronieli bisou na partida, colocando o resultado em 2-2. Resultado que se manteve até perto do fim da partida, quando no segundo minuto do tempo de compensação, Ronald Damian, defensa do C.P.K., recebeu a, marcou de cabeça na sequência de um pontapé de canto.
O C.P.K. acabou por ser a equipa mais feliz amealhando assim os três pontos da vitória
Steven Chao, treinador de C.P.K., estava visivelmente satisfeito com a vitória obtida ao cair do pano.
“A nossa equipa tem capacidade para lutar por títulos, mas os jogadores ainda não estão na melhor forma, só estamos a 70%. Precisamos mais dois ou três jogos oficiais para evoluirmos, mas sinto-me muito satisfeito por termos conseguido os 3 pontos,” afirmou ao HM.
Diego Silva Patriota, jogador do C.P.K. considerado o melhor jogador de Macau de 2015 sublinhou que “o primeiro jogo é muito difícil para os jogadores estrangeiros, como eu e o Ronieli que chegámos a Macau na última sexta. Sinto-me satisfeito com o resultado, e vamos melhorar de jogo para jogo. Para o futuro esperamos uma melhoria progressiva,. Agora vamo-nos entrosar melhor com os outros jogadores, conhecer melhor o estilo de jogo. Acho que vamos melhorar dia após dia,” rematou.

Para crescer

Cláudio Roberto, treinador de Monte Carlo, lamentou a derrota. “Sinto que a derrota foi muito pesada, mas o futebol é assim, às vezes cometes erros, e os erros pagam-se caros. Mas eu acredito que a equipa vai crescer, evoluir. Pelo pouco tempo que estou com a equipa já percebo comportamentos quando treinamos, e isso é muito bom, é muito importante. Não vejo a derrota como o fim da linha. Vamos trabalhar e por isso crescer,” disse ao HM.
O treinador mostrou-se ainda optimista quanto ao futuro da sua equipa na competição. “Temos expectativas positivas, temos vários jogadores jovens e que vão amadurecer com o desenrolar dos jogos. Como equipa vamos crescer, não tenho duvidas disso. Este jogo deu-me demonstrações claras que a nossa equipa vai crescer e com o tempo vamos conseguir bons resultados.”

Outros jogos

O Benfica não teve dificuldades em derrotar a Polícia ganhando por 5-0, com o avançado, Góis Fernandes Leonel a fazer 4 golos no jogo, todos no primeiro tempo. Lei Kam Hong também inscreveu o seu nome na lista de marcadores no segundo tempo.
Com um “hat-trick” de William Carlos Gomes, O Ka I ganhou também por 5-0. A Casa de Portugal empatou com o Chuac Lun por 3-3. O Sporting venceu categoricamente por 4-1 o Lai Chi.
Ao fim da primeira jornada, O Benfica e Ka I lideram a Liga fruto da grande capacidade ofensiva. Seguem-se Sporting e C.P.K. Na próxima jornada o Monte Carlo defronta o bi-campeão e actual líder Benfica, no sábado.

Resultados
Benfica – Polícia
5-0
Chuac Lun- Casa de Portugal
3-3
Kei Lun-Kai I
0-5
Monte Carlo- C.P.K.
2-3
Lai Chi- Sporting
1-4

Classificação
Benfica
3
Kai I
3
Sporting
3
Chao Pak Kei(C.P.K)
3
Chuac Lun
1
Casa de Portugal
1
Monte Carlo
0
Lai Chi
0
Policia
0
Kei Lun
0

18 Jan 2016

Entrevista | Wang Yue, campeão olímpico de Xadrez

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap] este o vaticínio do Grande Mestre Wang Yue em entrevista que teve a simpatia de nos conceder durante a estadia em Macau este fim-de-semana da selecção chinesa de xadrez, actual campeã olímpica e actual campeã mundial de selecções, pela primeira vez, em ambos os casos, na sua história. Foi logo no princípio desta entrevista, ou desta conversa, que Wang Yue surpreendeu pela convicção com que o disse e sem rodeios. Num ambiente relaxado, falamos um pouco de filmes, livros e computadores, do espírito de Macau e do espírito da China, de sonhos – alguns tornados realidade -, do ensino … tudo, claro, à volta do xadrez. Mas o melhor é saborearmos, então, as ideias e discurso deste digno representante da selecção chinesa de xadrez.

Em primeiro lugar, os nossos agradecimentos pela entrevista, apesar de estar muito ocupado com um calendário preenchido aqui em Macau. Quais são as suas impressões acerca do xadrez que tem encontrado em Macau?
Muito positivas. As bases e as fundações do xadrez são melhores em Macau, porque aqui há uma tradição portuguesa e europeia que vem da história de Macau e nota-se que essa diferença atrai mais pessoas para o xadrez do que na China.

Ainda ontem cada um de vocês defrontou ao mesmo tempo 40 jogadores de Macau, numa simultânea no Pavilhão do Tap Seac? Gostaram?
Muito. Grande participação, muitas crianças com os pais, centenas de espectadores, é isso que eu digo: em Macau o xadrez é cada vez mais popular e bem apoiado podemos ver resultados importantes a médio-prazo. Wang Yue

Mas vocês ganharam as 160 partidas, nem sequer um empate para os jogadores de Macau.
É preciso ver que só podiam participar na simultânea jogadores com um “rating” abaixo dos 1800 pontos Elo (nota: sistema similar ao ATP do ténis. Wang Yue tem 2718 pontos), já que se destinava sobretudo às crianças e a promover o interesse pelo xadrez.

E na China há mais o gosto pelo xadrez chinês, o Qianxi?
Sim, sim, entre a população da China conhece-se, pratica-se e dá-se mais atenção ao Qianxi.

Mas vocês recebem apoio do Governo?
Sim, mas mais ao nível da alta competição como no caso das Olimpíadas e do Campeonato Mundial por equipas. A nível de difusão e apoio da aprendizagem do xadrez ainda se está num nível pouco estruturado, pouco generalizado. Em Macau há um maior apoio do Governo com projectos para as escolas e contratação de treinadores, por exemplo da Finlândia e, claro, da China continental. Macau terá o seu próprio Mestre Internacional ou mesmo Grande Mestre dentro dos próximos dez anos, de certeza.

Parabéns pelas vitórias nas olimpíadas e no campeonato mundial de equipas por Países. Penso que até chorou de alegria quando ganhou as olimpíadas. Qual foi o significado para si deste feito histórico batendo equipas de Países onde o xadrez tem grande implantação e patrocínios, tal como a Rússia ou os EUA?
É verdade. Chorei de alegria quando recebemos a medalha de ouro. Era um sonho, um sonho que se tornou realidade. Por outro lado, nas Olimpíadas de 2014 o rating individual dos jogadores chineses não era na altura muito alto, não éramos favoritos; mas eles, nós, soubemos jogar como uma verdadeira equipa. Talvez seja algo como um estilo chinês, o espírito chinês, este saber sermos uma equipa.

Acha que estes bons resultados podem chamar atrair mais apoio do Governo e mais atenção da população chinesa para o xadrez?
Sim, estes resultados vão atrair mais e mais apoios e interesse pelo xadrez. Por exemplo, no meu clube já há muito mais crianças, muito mais jogadores do que antes.

O seu amigo Li Chao, outro grande nome do xadrez, treina crianças. Ele disse numa entrevista que, para ele, os seus estudantes eram família. Para si também?
Sim. Eles são muito acarinhados e através do ensino e da aprendizagem eles e nós próprios evoluímos como xadrezistas e como pessoas. Como acontecia, por exemplo, a Escola de Botwinnik na ex-União Soviética em Leninegrado. Ele próprio evoluía. Sei que quando ensinamos também aprendemos, todos nós evoluímos, como xadrezistas e como pessoas.

Li Chao disse que sonhava que um dia um dos estudantes da vossa escola fosse campeão mundial individual. Acha isso possível?
O nosso clube já tem alguns Mestres Internacionais e Grandes Mestres. Se algum deles poderá vir ser o Campeão do Mundo e quando concretamente é sempre difícil de saber. Por ora, a minha tarefa é formar bons jogadores e esperar que os meus discípulos, pelo menos, me ultrapassem. O importante é dar um passo de cada vez, sempre a melhorar, e um dia, no futuro, talvez…

Alguma comunicação social fala nos seus dois colegas de equipa mais novos, Yu Yangyi (20 anos) e Wey Yi (17 anos) como possíveis candidatos ao título de campeão do mundo, acha possível que isso venha a acontecer com eles ou consigo, ou com outro colega de equipa?
Ainda há uma certa distância entre eles e Magnus Carlsen (nota: Magnus Carlsen, 24 anos, é Campeão do Mundo desde há 3 anos). Na verdade, Magnus é muito, muito forte e ainda é muito novo. Wey Yi e Yu Yangyi são excelentes jogadores. Cada um tem o seu estilo – é muito importante que um jogador tenha o seu próprio estilo -, diferente estilo, tal como Topalov (um ex-campeão do mundo com um estilo de jogo agressivo) e Carlsen (um estilo mais posicional), e isso (ter o seu próprio estilo) já diminui essa certa distância.

O Grande Mestre Wang Yue tem um estilo calmo e posicional e foi assim que há pouco tempo derrotou os seus compatriotas no Grande Torneio de Danzhou, no passado mês de Abril. Acha que é nesse ponto que eles devem melhorar?
Muitos famosos Grandes Mestres, como Kasparov (o mais famoso ex-campeão do mundo da contemporaneidade), são mais tácticos no início e depois evoluem para um xadrez mais posicional, é uma evolução natural, por isso, não é bem esse o ponto a melhorar. Actualmente, aquilo em que estamos a trabalhar é mais no problema que temos e que é muito triste para nós, que é o de sermos muito mais fracos nas partidas rápidas (partidas com cerca de 30 minutos apenas para cada jogador) e nas partidas Blitz (partidas entre 3 a 5 minutos para cada jogador). Sobretudo, nestas últimas a diferença entre o nosso “rating” neste tipo de partidas e o nosso “rating” nas partidas clássicas é muito grande e há muitos torneios em sistema de “knock-out”, onde a passagem à eliminatória acaba por ser desempatada nas partidas Blitz. Temos sofrido amargas experiências por causa deste nosso ponto muito fraco. Os jogadores estrangeiros jogam dez vezes mais partidas Blitz do que nós e é a este ponto que agora temos vindo a dedicar mais atenção nos treinos, tentando melhorá-lo.

Quantas horas mais ou menos treina por dia?
Cerca de 8 horas.

Mas então como é que podia ter mais tempo para treinar jogado partidas Blitz?
Normalmente, estudávamos aberturas, analisávamos partidas e pouco nos preocupávamos com as partidas Blitz. Mas agora mudámos esta preparação porque temos mesmo que melhorar nas partidas rápidas e sobretudo nas partidas Blitz, onde estamos muito abaixo do nível a que estamos nas partidas clássicas, que podem durar várias horas. Quando digo dedicarmos mais tempo, digo mudar este tipo de treino e concentrarmo-nos mais em melhorar o nosso nível de partidas Blitz.

E usa computadores?
Hoje em dia todos temos de usar computadores, especialmente para o estudo das aberturas, certas posições e finais de partidas. Também podemos encontrar facilmente todas as partidas do nosso próximo adversário num torneio nas bases de dados desses computadores. Eu, pessoalmente, também uso, tenho que usar, mas ainda prefiro os livros. Não gosto do computador, mas preciso do computador.

E a nova geração, por exemplo Wei Yi, ainda estuda lendo os grandes clássicos do xadrez?
Acho que não, muito raramente. Estudam quase só através dos computadores.

Acha que ainda é possível um ser humano, por exemplo o campeão mundial, ganhar ao mais forte programa de xadrez? O seu amigo Li Chao, naquela entrevista que referi há pouco, acha que, infelizmente, um humano já não tem qualquer hipótese contra um computador.
Não acho impossível. Em certas posições o computador é muito estúpido. Não as compreende porque privilegia o material, quando por vezes a partida pode estar empatada ou perdida para quem tem material a mais.

Mas então porquê que há mais de 10 anos que nenhum campeão mundial aceita o repto de defrontar o mais forte computador? Acha que, por exemplo, Magnus Carlsen, conseguiria derrotar um computador?
Depende. Acho que se o match for de duas ou poucas partidas, o computador deve ganhar, mas se for um match mais longo, de 10 ou 20 partidas, Carlsen pode ganhar.

Mas num match longo o representante dos humanos vai ficando cada vez mais cansado, ao passo que o computador nunca se cansa!?
É que o computador faz sempre as mesmas jogadas e num match longo pode estudar-se e analisar essas jogadas e acabar por conseguir superar o computador. Nós podemos mudar a abertura, aquele ou o outro lance e ir mudando tudo ao longo do match mas o computador continua sempre a fazer o mesmo tipo de jogadas. Por isso, acho que num match longo a raça humana talvez tenha algumas chances de derrotar a máquina.

E qual é o programa de xadrez que usa e qual é o seu jogador preferido de todos os tempos?
Programa de xadrez, uso o “Stockfish”, agora, qual é o meu jogador preferido de todos os tempos é difícil, há vários. Do tipo de jogo gosto muito de Capablanca e de Kramnik. Capablanca era um génio. E os livros de Capablanca são os mais simples de compreender. Quando ensino xadrez aos meus estudantes, se lhes apresento uma partida de Carlsen eles não a conseguem compreender, mas se for uma de Capabalnca eles percebem, o plano é claro, as jogadas são fáceis de perceber (Capablanca, cubano, foi campeão mundial de xadrez entre 1921 e 1927 e detém, até hoje, o recorde de 8 anos consecutivos sem perder uma partida).

E quem são, para si, os jogadores mais fortes da actualidade?
Carlsen. Anand também é muito forte (Anand perdeu o seu título mundial para Carlsen em 2013).

Num filme de Wolgang Peterson inspirado no xadrez (“Black and white, like day and night”), o campeão mundial diz que o xadrez é “a subtileza de transformar a matemática em arte”. Um conhecido treinador de xadrez na China disse uma vez que de todos os jogadores chineses o Grande Mestre Wang Yue era aquele que melhor compreendia o que era o xadrez. Para si, afinal, o que é o xadrez?
O xadrez é uma fonte de felicidade. Para muitos jogadores profissionais, como Kramnik, o xadrez é principalmente análise, estudo com um computador, transposição dos movimentos e lances para o tabuleiro, adaptados para as partidas, o xadrez é sobretudo uma ciência. Mas, para mim, não é sobretudo uma ciência, mas uma arte e um meio de comunicação. Apreciar o jogo é mais importante do que o torneio.

Naquele filme, o protagonista preferia morrer ou matar a perder uma partida. É mesmo assim? O quê que sente quando perde uma partida num torneio?
Sinto-me mesmo muito mal. Fico zangado. Mas comigo próprio, não com o meu adversário. WY chora de alegria

E o que é que faz para recuperar psicologicamente? Alguns jogadores tentam esquecer vendo filmes, como o seu colega de equipa Li Chao disse naquela entrevista a que me referi antes.
Tento compreender porque é que perdi. Analiso a partida e o meu jogo para que isso não volte a acontecer.

Um outro grande Campeão do Mundo, precisamente aquele que tirou o título a Capablanca, Alexander Alekhine, que por sinal viveu exilado em Portugal onde morreu, disse, numa entrevista à BBC que, na sua opinião, para se ser um jogador de xadrez de topo, não bastava o trabalho árduo ou uma memória prodigiosa. “Tal como um pintor ou um músico, o xadrezista de topo tinha que possuir algo de inato”, que nasceu com ele e que os outros não têm. Concorda com esta opinião? Não é possível a qualquer pessoa medianamente inteligente, com excelente memória, bons nervos e grande capacidade de trabalho, ser um xadrezista de topo?
Acho que sim, que também é preciso um talento natural, com que se nasce. Para além de muito trabalho e capacidade de memorização.

E é muito difícil encontrar esses talentos?
Sim, mas é possível preparar o aparecimento desses talentos e quando se descobrem, despertá-los e proporcionar-lhes boas condições de desenvolvimento, como xadrezistas e como pessoas.

Podem aparecer em Macau?
Podem aparecer em qualquer lugar. Podem perfeitamente aparecer em Macau, onde já se encetou um bom caminho e existem boas condições para o ensino e para a prática do xadrez.

Uma última pergunta: Disse que apreciava muito Capablanca. Há também uma curta-metragem de 1925 onde aparece Capablanca em carne e osso (“Chess Fever”, de Vsevolod Pudovkin). Nesse filme, Capablanca passeava por Moscovo durante uma pausa num torneio de xadrez, quando viu uma bonita jovem moscovita infeliz e a chorar. Capablanca, conhecido pela sua gentileza, aproximou-se e perguntou-lhe porque chorava. O noivo dela tinha ficado obcecado pelo xadrez e nada mais o interessava, tendo-se esquecido do seu próprio casamento. Capablanca promete ajudá-la. Visita o marido e convence-o a desistir do xadrez pelo amor da jovem. Se se visse na mesma situação de Capablanca, o quê que fazia?
Aconselhava-a a aprender a jogar xadrez (risos).

Muito obrigado e espero que gostem da visita que vão agora fazer a algumas escolas de Macau e da vossa estadia em Macau. Agradecia que enviasse o nosso apoio, daqui de Macau, ao jovem Grande Mestre Yu Yangyi, que vai participar num dos mais foretes e prestigiados torneios de xadrez do circuito anual, o “Tata Steel Tournament”, na Holanda, entre 16 e 31 de Janeiro, pela primeira vez. Por cá, fica a promessa de divulgarmos o torneio e analisarmos as melhores partidas à medida que se for desenrolando. Boa sorte.

Muito obrigado, em nome de toda a nossa equipa, pela atenção e pelo apoio.

Perfil:

Wang Yue ( 王玥; nascido a 31 de Março de 1987) tornou-se, em 2004, no 18º GM chinês com a idade de 17 anos. De Março a Dezembro de 2008, Wang Yue esteve 85 jogos consecutivos sem uma derrota, um feito histórico. Foi também o primeiro jogador chinês a entrar no top 10 do xadrez mundial, o que aconteceu em Janeiro de 2010. Foi o tabuleiro nº 1 da selecção olímpica chinesa que ganhou a medalha de ouro em 2014.
Wang é actualmente um estudante de “Estudos de Comunicação” na Faculdade de Artes Liberais da Universidade de Nankai em Tianjin. Fundou uma Escola e um clube com o seu amigo Li Chao, também Grande-Mestre, focada no ensino e prática do xadrez dirigidos principalmente às crianças.

De João Valle Roxo

15 Jan 2016

Xadrez | Equipa chinesa campeã do mundo faz visita a Macau

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ela primeira vez na história do xadrez, a China sagrou-se campeã do mundo, no ano de 2015. E, ocasião única, também pela primeira vez vem esta equipa a Macau. A equipa campeã chega este sábado, 9 de Janeiro, à RAEM, onde permanecerá até segunda-feira, inclusivé, para promover o xadrez, também num acto de amizade da Associação de Xadrez da China para apoiar o trabalho de desenvolvimento de xadrez que está a ser feito pela Associação de Xadrez de Macau, Grupo de Xadrez de Macau.
Trata-se, também, de um exemplo de feliz coordenação do Governo Central com a RAEM. Por um lado, esta equipa é verdadeiramente um dos bons “rostos” da RPC no mundo, numa arena particularmente querida que é a dos jogos mentais. Por outro lado, e verdade seja dita, o xadrez em Macau tem vindo a ser inteligentemente apoiado pelo IDM e este é mais um bom exemplo de visão.
O outro, por enquanto menos visível porque planificado para o médio e longo prazo, é o programa de divulgação do xadrez nas escolas que se encontra em curso desde o ano passado. Efectivamente, a Associação de Xadrez de Macau, assistida pelo Governo, está actualmente envolvida num programa de ensino de xadrez, iniciado em 2015, em 16 escolas, que envolve cerca de 400 estudantes primários e secundários.
Não por acaso, a equipa chinesa vai também visitar algumas das escolas na segunda-feira para compartilhar alguns dos seus conhecimentos e para tirar uma foto com os jovens alunos de xadrez, disseminando ainda mais a sua prática.
Voltando concretamente à delegação chinesa, falamos de um alto dirigente, 4 xadrezistas que fazem parte do lote dos melhores jogadores do mundo e que jogam ao mais alto nível nos mesmos torneios internacionais em que figura, por exemplo, o campeão mundial Magnus Carlsen, bem como toda a elite xadrezística mundial e ainda treinadores, também eles Grandes-Mestres mas menos no activo, antes tendo por missão a preparação física, mental e psicológica da equipa, ao detalhe, à boa maneira chinesa.
A composição da delegação é a seguinte: Capitão: Sra. Tian Hongwei (田红卫), Vice-Delegada Geral da Federação de Xadrez da China; Treinadores: GM Xu Jun (徐俊) e GM Yu Shaoteng (余少 腾);
Jogadores: GM Wang Yue (王 玥), GM Bu Xiangzhi (卜祥志), GM Yu Yangyi (余 泱 漪), GM Wei Yi (韦奕).Estamos na presença de alguns dos mais altos QI’s do mundo.
Os campeões vão jogar este domingo, a partir das 10:00, no pavilhão Desportivo do Tap Seac, uma exibição simultânea de xadrez, gratuita, limitada a 200 jogadores do público que os queiram desafiar, com inscrição e admissão entre as 9h00-9h30. Cada um, irá enfrentar, simultaneamente (daí o nome, “partida simultânea”) 50 adversários e todos estes, cada qual com o seu tabuleiro, cada qual com a sua partida, o enfrentam a ele. Mas, note-se, espera-se uma simultânea eclética onde a par de jogadores oficiais de Macau estarão outros que apenas gostam de jogar.
Também se pretende divulgar a modalidade junto das crianças e dos jovens, tenham muitos ou poucos conhecimentos de xadrez, desde que se interessem. Qualquer pai pode vir com os seus filhos, mesmo que eles só conheçam as regras e os movimentos das peças, desde que gostem de jogar. Entretanto, fica prometida uma entrevista com todos eles para depois desta passagem por Macau, a ser aqui publicada.

Os jogadores

Wang Yue ( 王玥; nascido a 31 de Março de 1987) tornou-se, em 2004, no 18º GM chinês com a idade de 17 anos. De Março a Dezembro de 2008, Wang Yue esteve 85 jogos consecutivos sem uma derrota, um feito histórico. Foi também o primeiro jogador chinês a entrar no top 10 do xadrez mundial, o que aconteceu em Janeiro de 2010. Foi o tabuleiro nº 1 da selecção olímpica chinesa que ganhou a medalha de ouro em 2014. Wang é actualmente um estudante de “Estudos de Comunicação” na Faculdadede de Artes Liberais da Universidade de Nankai em Tianjin.

Yu Yangyi (余泱漪; nascido em 8 de Junho de 1994) chegou a Grande Mestre com 14 anos, 11 meses e 23 dias em 2009. Em Dezembro de 2014, venceu o 1º Open de Mestres do Qatar, tendo vencido, entre outros, o russo Vladimir Kramnik e o holandês Anish Giri, actualmente, os nºs. 2 e 3 do mundo. Em Dezembro passado, no 2º open de Mestres do Qatar terminou em primeiro lugar ex-aequo com o actual campeão do mundo, Magnus Carlsen, tendo este feito juz às suas credenciais de campeão no desempate por partidas Blitz, ao ganhar-lhe por 2-0. Fez parte da equipa da China que venceu os Jogos Olímpicos de xadrez de 2014 e da equipa da China que recentemente venceu o Campeonato Mundial de xadrez por Países em 2015. Foi medalha de ouro individual no tabuleiro nº 3 com a melhor “performance” de todo o evento. Fora do mundo do xadrez, Yu estuda Economia do Desporto na Universidade do Desporto de Pequim.

Bu Xiangzhi (祥志; nascido em 10 de Dezembro de 1985) foi campeão da China em 2004 e também fez parte da selecção nacional que ganhou os jogos Olímpicos de 2014 e o campeonato por Países de 2015. Em 1999, ele tornou-se no 10º Grande Mestre da China com 13 anos, 10 meses e 13 dias, na altura, o mais jovem GM do mundo na história do xadrez. Já esteve em Macau em 2007, por altura dos Jogos Asiáticos, onde me concedeu uma interessante entrevista que aqui foi então publicada.

Wei Yi (韦奕; nascido em 2 de Junho de 1999) é um jovem prodígio do xadrez. Em 1 de Março de 2013 alcançou o título de GM aos 13 anos, 8 meses e 23 dias de idade, sendo, na altura, o quarto mais jovem a consegui-lo na história do xadrez. Em Novembro de 2014, Wei, tornou-se o mais jovem jogador a ultrapassar a barreira dos 2600 pontos “Elo” (Sistema de “rating” do xadrez, semelhante ao “ATP”, do ténis) , quebrando o recorde histórico que era até aí detido pelo filipino naturalizado americano, Wesley So. Wei tem um estilo de jogo audaz, pleno de imaginação e recentemente foi alvo das atenções de todo mundo xadrezístico, incluíndo Garry Kasparov, por uma partida das mais belas da contemporaneidade, por alguns considerada a partida da década, em Danzhou, em 07/04/2015. Foi ao estilo antigo e romântico, com sacrifícios de peças uns atrás dos outros que obrigaram o Rei adversário a fugir por todo o tabuleiro até levar Xeque-Mate, que Wei Yi derrotou o GM cubano Lazaro Bruzon e que espero poder aqui trazer brevemente.

Texto de João Valle-Roxo

8 Jan 2016

GP | Motociclistas acidentados na Guia recuperam bem, mas Mountford desiste de correr

[dropcap style=circle’]R[/dropcap]uss ‘Monty’ Mountford foi um dos dois motociclistas azarados na 49ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. O britânico teve um aparatoso acidente na zona sinuosa do Circuito da Guia durante os primeiros treinos de qualificação, que se saldou em várias fracturas na bacia, externo, perna esquerda e algumas vértebras. Depois de ter sido operado por uma equipa de cirurgiões do Centro Hospitalar Conde de São Januário e após uma semana de convalescença em Macau, Mountford regressou a casa, à cidade de Wigan, onde decidiu colocou colocar um ponto final na sua carreira.
Na véspera de Natal, o motociclista britânico anunciou na rede social Twitter que seguiu o conselho do seu cirurgião. “Decidi retirar-me”, escreveu, para depois falar ao jornal Wigan Today, reforçando a ideia deixada na RAEM, onde afirmou aos jornalistas ter sido este “o acidente mais grave da carreira”. Mountford foi operado novamente à bacia no regresso à terra natal, tendo passado mais duas semanas na Wigan Infirmary, sendo que irá novamente ser intervencionado em breve, pois o dedo mindinho esquerdo precisa de mais uma cirurgia.
Os médicos reconhecem que o motociclista de 33 anos, pai de duas crianças, precisará de mais quatro meses para voltar a caminhar normalmente.
“Já praticamente decidi que acabaram as corridas de estrada para mim. Venho a correr há muito tempo e não será justo colocar a minha família na possibilidade de passar por isto outra vez. Nunca tinha experimentado nada parecido com a quantidade de dor em que tenho estado nas últimas cinco semanas”, afirmou Mountford à publicação de língua inglesa. “Obviamente eu fazia isto para viver e agora terei que encontrar um trabalho. Os próximos seis meses vão ser duros, mas eu quero concentrar-me na minha família”, concluiu Mountford, que antes de enveredar profissionalmente pelas corridas de motos trabalhava numa tipografia.

McHale quer continuar

Pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário também passou Tom McHale, que protagonizou um acidente ainda mais grave. O estreante britânico perdeu o controlo da sua Honda na Curva do Mandarim a mais de 230km/h, batendo com gravidade nas barreiras de protecção. Segundo os pais do motociclista de 31 anos, que assistiram ao acidente através das televisões colocadas nas boxes, este demorou sete dias até reconhecer a família, fracturou vinte e quatro ossos, incluindo cinco vértebras, rasgou o céu da boca e teve um hematoma no cérebro e outro no fígado.
Segundo a equipa responsável do hospital público do território, as lesões mais graves foram mesmo as duas fracturas na coluna vertebral, que poderiam ter consequências nefastas caso não tivessem sido logo tratadas. Contudo, este acidente no Circuito da Guia não tirou pitada de motivação a McHale, que à imprensa do seu país disse que conta os dias para voltar à competição.
“Preciso de esperar para que o meu braço recupere. Se recuperar bem, vou estar de volta no próximo ano. O objectivo é competir nas provas de estrada no próximo ano. Só o movimento das minhas mãos é que me impedirá”, explicou McHale ao jornal North-West Evening Mail, resumindo assim o por quê de tanta pressa em regressar ao activo: “Quando se gosta mesmo de fazer algo, isto torna-se a nossa paixão.”

29 Dez 2015

Automobilismo | Andy Chang e Luís Sá Silva com temporadas incompletas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ndy Chang e Luís Sá Silva são os únicos dois pilotos com licença desportiva de Macau a competir em corridas de monolugares além-fronteiras. Para ambos, 2015 foi um ano difícil e 2016 ainda é uma incerteza. Sem capacidade financeira para cumprir a totalidade do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, Andy Chang, ou Chang Wing Chung como também é conhecido, fez as últimas cinco provas – 14 corridas – da temporada de 2015 com o intuito de preparar a sua participação na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, substituindo na equipa inglesa Fortec Motorsport o chinês Cao Hongwei.
Chang não foi além de um 18º posto como melhor resultado em corridas do europeu este ano, um resultado obtido no Autódromo Internacional do Algarve. No entanto, o piloto de matriz chinesa obteve um satisfatório 14º lugar na corrida rainha da especialidade nas ruas do território, o que lhe certamente dará uma motivação extra para o que há de vir.
Sobre a próxima época, o jovem de 18 anos que reside em Oxford disse ao HM, durante o fim-de-semana do Grande Prémio, que ainda é “cedo para saber o que fazer”, mas confirmou que “gostaria de voltar à F3 ainda que para isso seja preciso encontrar apoios”.
ma temporada ao mais alto nível no europeu de Fórmula 3 nunca ficará por menos de oito milhões de patacas, segundo o que apurou o HM. Pela mesma razão – falta de apoios – o angolano Luís Sá Silva teve igualmente uma época incompleta.
“O Luís teve uma temporada curta uma vez que os apoios no seu país de origem este ano escassearam”, explicou Nuno Pinto, o mentor da carreira do vice-campeão asiático de Fórmula Renault 2.0 em 2009 e da Fórmula Pilota China (Abarth) em 2011. “Ele estava a competir na AutoGP, uma competição interessante com monolugares de elevada performance, mas que foi interrompida a metade do ano por não ter o número de participantes que os organizadores esperavam”.
O treinador de pilotos português, que no passado mês de Novembro esteve em Macau com a equipa vencedora da corrida de F3, a Prema Powerteam, explica que Sá Silva “estava a demonstrar a sua grande evolução e obteve excelentes resultados, acabando mesmo a vencer na última prova disputada em Silverstone”.
Nuno Pinto salienta que o antigo aluno da Escola Portuguesa de Macau “precisa agora de tentar competir numa destas categorias de acesso à Fórmula 1 na próxima temporada” se quiser continuar a lutar pelo sonho de atingir o patamar mais alto do automobilismo, acrescentando que está “agora a trabalhar para que se voltem a reunir condições para que o Luís possa continuar a sua carreira nos monolugares, já que depois de ter passado pela F3 e GP3 e ter testado na Fórmula Renault 3.5 e GP2 com sucesso, para além dos bons resultados nas participações na AutoGP”.

18 Dez 2015

José Mourinho demitido do Chelsea

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] português José Mourinho foi ontem demitido do cargo de treinador do Chelsea, deixando o clube, actual campeão e 16.º classificado da Liga inglesa de futebol, com 16 jornadas. “O clube deixa claro que José [Moutinho] deixa-nos em comum acordo e será sempre recordado como uma pessoa muito querida, respeitada e uma figura de relevo no clube”, refere o comunicado do Chelsea.
Depois de ter regressado ao clube de Londres em 2013, Mourinho conquistou o terceiro título inglês pelos ‘blues’ em 2014/15, tal como a Taça da Liga, o que levou à renovação de contrato até 2019.
Em 16 jogos para a Liga inglesa, o Chelsea tem apenas 15 pontos, equivalentes a quatro vitórias, três empates e nove derrotas, encontrando-se a apenas um ponto de distância da zona de despromoção.
No entanto, a formação londrina assegurou o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, depois de terminar em primeiro lugar no Grupo G, à frente dos ucranianos do Dínamo de Kiev e do FC Porto.
Esta qualificação ficou garantida apenas na última jornada, depois de ter vencido o FC Porto por 2-0, relegando os ‘dragões’ para a Liga Europa.
Depois de a BBC e a Sky Sports terem anunciado o despedimento do treinador do português dos blues, a imprensa inglesa adiantou o nome de Hiddink como treinador da equipa londrina até final desta época. O técnico holandês já orientou a equipa inglesa em 2008/09, numa situação semelhante, quando Scolari foi demitido do comando técnico.
No entanto, anteriormente o Chelsea sondou Juande Ramos para assumir o cargo de treinador interino, caso o clube rescindisse com José Mourinho, segundo publicou o jornal The Times. O espanhol Juande Ramos, 61 anos, ex-técnico do Sevilla, Tottenham Hotspur e Real Madrid, está actualmente sem treinar, depois de ter deixado os ucranianos do Dnipro Dnipropetrovsk.
Segundo, o britânico The Times, o patrão do Chelsea Roman Abramovich era contra a saída de Mourinho, que levou o clube ao título pela segunda vez, mas está preocupado com os maus resultados e teme que a relação entre Mourinho e figuras como Eden Hazard, Diego Costa, Cesc Fàbregas, John Terry ou Nemanja Matic se tenha deteriorado.

18 Dez 2015

Grande Prémio | Mais de 50 milhões em receitas e dois recordes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] 62º Grande Prémio de Macau deu origem a mais de 12,7 milhões de patacas em receitas só na venda de bilhetes. De acordo com um comunicado do Governo, este é um valor recorde, que se inclui num outro recorde nas receitas totais – mais de 40 milhões foram conseguidos também em publicidade e patrocínios, perfazendo um total de 53 milhões de patacas em receitas. A 62ª. Edição do GP contou com a presença de 90 equipas, 221 pilotos oriundos de 31 países e regiões, 49 pilotos locais e oito corridas. Mais de 80 mil pessoas visitaram o território por causa daquele que é, para o Governo, um evento que contribui para a diversificação do sector do turismo. “De acordo com as estatísticas da DST e Corpo de Polícia de Segurança Pública, o território registou, durante os quatro dias do Grande Prémio, 400 mil visitantes e a taxa média de ocupação nos hotéis de três a cinco estrelas foi de 93,47%.”

16 Dez 2015

Grande Prémio Internacional de Kart de Macau já começou

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os motores se ouvem com mais intensidade no Kartódromo de Coloane. Quinta-feira foi dia dos primeiros treinos-livres, antes das mangas de qualificação previstas para amanhã, sendo que as corridas irão animar o fim-de-semana.
O regresso do Grande Prémio Internacional de Kart de Macau tem como cabeça de cartaz o Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ. A prova tutelada pela Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) contará com pilotos de quatro diferentes continentes e conseguiu reunir vinte e dois participantes. Contudo, esta prova só foi possível graças aos apoios colocados à disposição dos pilotos internacionais pela organização da prova a cabo da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC).
“As equipas que mostraram interesse no Campeonato Ásia-Pacífico em Macau não foram todas capazes de garantir um número suficiente de pilotos quando chegou a altura de partirem de casa. A Associação Geral Automóvel de Macau-China fez todos os esforços para cobrir uma parte significativa dos custos, principalmente a acomodação”, explicou a CIK-FIA em comunicado.
O AAMC atribuiu um subsídio de três mil dólares norte-americanos aos participantes na prova, assim como cinco quartos na Pousada Marina Infante e ajuda no transporte local do equipamento. A prova deste ano junta pilotos de várias idades, dos 16 anos até acima dos trinta, alguns com vasta experiência na condução de karts de 125cc de cilindrada com caixa de velocidade, outros estreantes.

Domínio italiano

Destaque para a presença dos italianos Lorenzo Camplese, que começou o fim-de-semana com o pé-direito ao dominar as três sessões de treinos-livres de ontem, e Francesco Celenta, profissionais das corridas de karting e que apostam no conjunto Parolin-TM Racing (chassis-motor) para vencer a prova rainha do karting asiático. O holandês Marijn Kremers (Ricciardo Kart-Parilla) e o jovem francês Hubert Petit (TB Kart-Modena Engines) são outros dos favoritos que representam o “velho continente”.
A Austrália tem em Macau um contingente de dez concorrentes, o maior entre os países participantes, liderado por Joshua Fife (CRG-TM Racing), Cody Gillis (CRGSPA-Maxter), Zane Morse (CRG-Maxter) e Jonathan Mangos (CRG-TM Racing).
João Afonso (Gillard-TM Racing) representará novamente a RAEM na prova, tendo ontem sido 16º, 17º e 19º nas três sessões de treinos.
Para além da prova rainha, quem se deslocar estes dias a Coloane poderá ver também em acção os participantes do Campeonato Open de Karting Asiático, Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos; Rotax Max Júnior e Sénior; Mini Rok; Rok Sénior; Fórmula Cadetes; Taça AAMC (X30 Sénior e Veteranos) e Taça Macau KZ. A prova principal está marcada para as 15h00 de domingo e a entrada no Kartódromo é livre.

11 Dez 2015

Portuguesa vence meia-maratona internacional de Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]portuguesa Carla Martinho ganhou a meia maratona internacional de Macau, prova em que os quatro primeiros lugares foram todos conquistados por atletas de países lusófonos. Carla Martinho fez o percurso em 1:18:56 e cruzou a meta à frente da cabo-verdiana Crisolita Silva, da são-tomense Djamila Tavares e da timorense Natércia Maia.
A atleta disse à Lusa que tinha expectativa de ficar entre as três primeiras, mas “não estava à espera de ganhar” e que o tempo que fez ficou dentro do que tinha pensado (abaixo de uma hora e vinte minutos), atendendo ao percurso e ao clima de Macau.
Já na meia maratona masculina, o português Bruno Silva ficou em quarto lugar, com um tempo de 1:08:24, numa prova que foi ganha pelo queniano Joseph Ngare (1:05:19) e em que o atleta de Cabo Verde Nelson Cruz foi o segundo classificado (1:07:56).
Quanto à maratona, os portugueses Tiago Silva e Miguel Quaresma terminaram em 8.º e 9.º lugar, com tempos de 2:28:58 e 2:29:18, respectivamente.
A edição deste ano da Maratona Internacional de Macau foi ganha pelo ucraniano Vitaliy Shafar, que fez o percurso em 2:14:44.
Na maratona feminina, a portuguesa Luísa Oliveira terminou em 11.º lugar e a ucraniana Olena Shurkhno ganhou, com um tempo de 2:33:24.
O treinador dos atletas portugueses, Américo Brito, disse à Lusa que o balanço da participação nacional nestas provas em Macau é “muito positivo” por terem sido alcançados todos os objectivos iniciais.
A expectativa era, na meia maratona, terminar entre os cinco primeiros lugares e, no caso da maratona masculina, que os dois atletas terminassem entre os dez primeiros, o que aconteceu.
Américo Brito considerou também “óptimo” o resultado de Luísa Oliveira, que terminou em 11.º depois de ter estado “algum tempo sem treinar” devido a uma lesão.

8 Dez 2015

Grande Prémio Internacional de Kart regressa a Coloane

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Grande Prémio Internacional de Kart de Macau de 2015, evento que decorre de 10 a 13 de Dezembro, foi apresentado esta semana. O evento que marca o regresso do Kartódromo de Coloane à ribalta internacional deverá contar com a presença de 140 pilotos provenientes da Austrália, Itália, França, Holanda, EUA, Japão, Malásia, Singapura, Filipinas, Indonésia, Tailândia, China continental, Hong Kong e Macau.
Estes irão competir em sete provas divididas em onze categorias: Campeonato Open de Karting Asiático, Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos; Rotax Max Júnior e Sénior; Mini Rok; Rok Sénior; Fórmula Cadetes; Taça AAMC (X30 Sénior e Veteranos), Taça Macau KZ; e a prova cabeça de cartaz, o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KF.
O evento perdeu duas categorias internacionais por falta de quórum. “Sem o número suficiente de pilotos, o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico Júnior KF e o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KF, inicialmente planeados para Macau de 10 a 13 de Dezembro de 2015, foram cancelados”, anunciou a Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) na sua página electrónica em meados de Novembro.
Devido ao cancelamento da prova de Macau, o japonês Haruyuki Takahashi sagrou-se campeão CIK FIA Asia-Pacifico KF, cuja única prova se realizou em Abril no kartódromo de Sugo, no Japão. A prova do Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KZ em Macau contará com vinte e dois participantes, entre eles um representante da RAEM.

Aperitivo local

O experiente João Afonso, o piloto com mais títulos de Karting em Macau, irá tripular um kart, chassis Gillard e motor TM Racing, da equipa CKS Racing Team. A entrada para os espectadores é gratuita. O evento, que inicialmente estava marcado para Outubro mas, a pedido das entidades locais, foi adiado para Dezembro, é organizado pela Associação Geral Automóvel de Macau – China, Instituto do Desporto de Macau e pela Direcção dos Serviços de Turismo.
Como aperitivo, este fim-de-semana o Kartódromo de Coloane recebe a última jornada de provas dos campeonatos locais de karting e motociclismo.

3 Dez 2015

Futebol | Macau vence Guangdong nas grandes penalidades

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a primeira mão da 13ª Edição do Torneio de futebol de Guangdong-Macau, a selecção local não conseguiu vencer a equipa adversária no tempo útil do jogo, tendo apenas obtido o triunfo nas grandes penalidades, pela margem mínima de 5-4.
Segundo o Jornal Ou Mun, para celebrar o 16° Aniversário do Estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau, o Instituto do Desporto da RAEM, o Instituto de Desporto da Província de Guangdong e as Associações de Futebol de Guangdong e de Macau organizaram conjuntamente a 13ª Edição do Torneio de Futebol de Guangdong-Macau, cuja primeira mão teve lugar no Campo de Futebol da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau(MUST), no sábado passado. futebol macau
Macau, que teve a vantagem de jogar em casa, não conseguiu derrotar Guangdong nos 90 minutos do primeiro jogo. Na parte inicial da partida, depois de um erro da defensa de Guangdong, Mário de Almeida teve uma boa oportunidade para fazer golo, mas a baliza dos opositores mostrou-se impenetrável. Guangdong respondeu em força e ganhou o domínio do jogo, mas não concluiu algumas oportunidade flagrantes devido à boa prestação defensiva da equipa local.
O nulo manteve-se até ao final da partida, seguindo-se a lotaria das grandes penalidades. Guangdong e Macau falharam os dois pontapés iniciais e foi Pak kin Lau, central de Macau, que decidiu o jogo marcando a última penalidade, dando a vitória a Macau.
A próxima partida será realizada no Estádio dos Cidadãos de Guangdong, na cidade de Guangzhou, no próximo dia 4 de Dezembro.

1 Dez 2015

Costa Antunes despede-se satisfeito e pede “boas ideias” para o futuro

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi “um grande sucesso” e as bases para o futuro estão lançadas. Foi assim que João Costa Antunes se despediu da coordenação do Grande Prémio de Macau, que deixa após mais de uma década. No primeiro ano em que Macau recebe a Taça do Mundo de GT, o engenheiro assegurou que há muito potencial para se continuar com um programa de excelência.
“Acho que foi um grande sucesso. Iniciámos este ano um novo programa, que teve realmente um nível desportivo bastante elevado. Todas as entidades envolvidas, em particular a FIA que esteve todo o tempo presente na preparação e na implementação, vieram ter connosco no final para dizer que foi realmente um bom começo”, disse, enquanto assinalava que, agora, é só andar para a frente.
“Estão criadas condições para que seja analisado o trabalho feito até aqui, a grande parte das pessoas que fizeram parte deste sucesso vão continuar nele e portanto diria que é preciso boas ideias, ser criativo e continuar com as coisas boas.”
Após 42 anos de trabalho na Administração, Costa Antunes admite que a sua função no Grande Prémio deixa algumas marcas.
“O Grande Prémio vai deixar saudades na medida em que é um projecto de grande dimensão a que dedicamos muito empenho e paixão. Mas na minha vida profissional, eu diria que há sempre um momento em que e difícil começar e depois é com alegria que vemos os nossos esforços e o trabalho de conjunto de uma equipa a dar frutos. É sempre uma transição.”
O ex-coordenador da Comissão que organiza o maior evento desportivo do território foi açambarcado pelos funcionários e membros da equipa antes de falar com os jornalistas, para estes coleccionaram fotografias com o homem que, disseram ao HM, “deu muito a Macau”. O engenheiro foi aplaudido com entusiasmo nos corredores do edifício do GP, logo após a última corrida do dia – de F3 – que o responsável faz questão de realçar, pela importância que traz à RAEM.
“A corrida de F3 é sempre muito especial e vai assegurar com certeza os futuros campeões do mundo de F1. Convém lembrar que, este ano, entre os 20 corredores no campeonato [de F1], 13 estiveram em Macau. É muito provável que, dentro dos 28 deste ano, alguns se singrem no futuro campeões do mundo.”

Acidentes | Quatro pilotos hospitalizados mas estáveis

hospital_GCSO coordenador da Comissão organizadora do Grande Prémio, João Costa Antunes, disse ontem que quatro pilotos tiveram de ser hospitalizados devido a acidentes, mas o estado clínico é considerado estável. Francisco Mora, o português de 19 anos que corria na Corrida da Guia, ficou ferido, depois de um piloto de Hong Kong, que partiu duas costelas, e de dois pilotos das motas, que tiveram aparatosos acidentes. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, visitou no Hospital Conde de São Januário os pilotos e disse à equipa médica “para não poupar esforços” na ajuda prestada. Tam quis ainda conhecer o ponto de situação do tratamento, tendo dado indicações aos dirigentes do Hospital para “estudar cuidadosamente as formas de tratamento” , já que eles poderão ter de ficar hospitalizados depois do final do Grande Prémio.

23 Nov 2015

Taça do Mundo GT – FIA | Maro Engel faz a festa. Mortara, penalizado, perde segundo lugar

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]aro Engel sagrou-se o primeiro vencedor da Taça do Mundo FIA de GT, vencendo pela segunda vez consecutiva a Taça GT Macau ao volante de um Mercedes-Benz AMG SLS GT3. Numa corrida renhida logo desde início e marcada por acidentes e momentos menos felizes para alguns pilotos – como o caso de André Couto e Renger Van der Zande (Holanda) – o piloto alemão partiu da pole-position, após ter vencido a Corrida de Qualificação de sábado, fruto de uma penalização de dez segundos dada ao vencedor da prova, Stephan Muecke.
Engel largou que nem um foguete, enquanto o seu companheiro de equipa, van der Zande ultrapassava tanto Edoardo Mortara, como Muecke. Mais atrás, Kevin Estre travou tarde de mais para o Lisboa e o seu Mclaren entrou pela traseira do Aston Martin de Richard Lyons, resultando no abandono de ambos.
Assim, na frente, Engel assumiu a dianteira da corrida e por lá manteve-se a seu bel-prazer, enquanto o seu companheiro de equipa fazia de tampão para o grupo perseguidor constituído por Muecke, Mortara e Réne Rast. Maro Engel
A corrida, que vinha a ser uma procissão aborrecida, voltou a ter interesse quando à 12ª volta o Aston Martin de Muecke tocou em Zande, danificando a carroçaria do Mercedes do holandês, que acabou por cair de segundo para sexto.
Quem beneficiou foi Mortara: o “Senhor Macau” consegue, então, ultrapassar também o Aston Martin, ascendendo à segunda posição da geral. Mas, duas horas depois do fim da corrida, Mortara foi penalizado em 20 segundos por o que foi visto como uma falsa partida – desce para sexto e promove Rast a segundo e Muecke a terceiro.

Acidentes e azares

Duas voltas depois o safety-car é chamado à pista para remover um Porsche 911 GT3 R acidentado no Paiol. Quando tudo parecia preparado para um final emocionante desta corrida de 18 voltas, a duas voltas do fim, e com o pelotão a seguir em marcha lenta atrás do carro de segurança, John Shen bateu sozinho nos pneus, o que gerou um toque em cadeia, onde também estiveram envolvidos André Couto, Philip Ma e Jacky Yeung, sendo que o Bentley deste último danificou a suspensão traseira de Couto.
O piloto de Macau, que corria nos top 10, viu o seu carro bater contra as paredes do circuito da Guia, na sexta-feira. A equipa ainda conseguiu reparar o McLaren para, no sábado, o carro apresentar novos problemas. Couto voltou, por isso, à pista no domingo em último lugar, mas conseguia manter-se na 11º posição quando Yeung lhe bateu na traseira. Com a pista bloqueada, a direcção de corrida optou por terminar prematuramente a contenda sob bandeiras vermelhas, com Engel a celebrar mais uma vitória, seguido de Mortara e Rast.
“Estou muito satisfeito por ser o primeiro vencedor desta corrida mas também estou orgulhoso da minha equipa. Vencer aqui hoje é fantástico, eu adoro este lugar e esta pista”, disse o alemão da Mercedes-Benz AMG. “É inacreditável. Estou tão, tão feliz. E tão, tão orgulhoso por ser o primeiro vencer”, frisou.

O melhor tempo – 2m19s736ms (Stephan Mucke)
23 Nov 2015