Estudo | Mais de metade dos residentes tem “confiança total” no Governo Central

Cerca de 8 em cada 10 residentes tem um grau de confiança “alta” ou “total” nas capacidades do Governo Central. Quando a análise é sobre o Executivo local, 7 em cada 10 residentes mostram um grau de confiança “alta” ou “total”

 
[dropcap]M[/dropcap]ais de metade dos residentes locais tem uma “confiança total” no Governo Central, segundo os resultados de um estudo sobre a utilização dos novos média, apresentado ontem pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (conhecida pelo acrónimo em inglês MUST). Quando somado o número de pessoas de Macau com níveis de “confiança total” e “confiança alta” no Governo Central a percentagem sobe para 78 por cento, ou seja 8 em cada 10 residentes.
De acordo com os resultados da pesquisa, que contou com a participação de 1.223 residentes, o Governo Central consegue um nível de confiança superior ao Executivo da RAEM. No que diz respeito ao Governo local, a “confiança total” alcança os 41,70 por cento e o nível de “confiança alta” chega aos 30,58 por cento. Estes números significam que 7 em cada 10 residentes tem um elevado nível de confiança no Governo da RAEM.
No que diz respeito ao desenvolvimento futuro do princípio “Um País, Dois Sistemas”, 74 por cento dos inquiridos estão “muito confiantes”, enquanto 72,28 por cento responderam estar confiantes no desenvolvimento da RAEM. Entre estes, 47 por cento dizem mesmo estar “muito confiantes” com as perspectivas para os próximos anos. A confiança é ainda mais alta quando se trata das perspectivas sobre o futuro da China, em que 78,25 por cento dos inquiridos dizem estar muito confiantes.

O reino do WeChat

O principal objectivo da pesquisa, elaborada em Outubro com o apoio da Fundação Macau, foi analisar actos de consumo dos novos meios de comunicação dos residentes.
A aplicação móvel mais popular em Macau para comunicar e consumir notícias é o WeChat, utilizada por 95,83 por cento dos residentes inquiridos, seguida pelo Facebook, usada por 71,30 por cento dos residentes.
A plataforma chinesa Weibo surge no terceiro lugar, com uma taxa de utilização de 65,66 por cento. Em relação às aplicações de vídeo como TikTok e YouTube a utilização é de 60 por cento.
Já no que concerne aos residentes mais jovens de Macau, as aplicações mais utilizadas são o Facebook, Instagram, Twitter e Youtube. Apesar de ser a aplicação mais popular, o WeChat não é tão utilizado pelos jovens. Quanto às pessoas com um maior elevado grau de qualificação, a tendência é para recorrerem mais ao Twitter e YouTube e a páginas de Facebook com conteúdos locais.
Sobre os objectivos da utilização das aplicações em causa, 80 por cento admitem que as plataformas citadas são o principal meio de socialização com os amigos e ainda a principal fonte de informação.

Saúde | Coutinho quer medidas de combate ao suicídio

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho quer saber as medidas que o Governo está adoptar para combater o suicídio. É este o conteúdo da última interpelação escrita divulgada pelo legislador ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau. Segundo os dados apresentados pelo legislador, só entre Janeiro e Setembro do ano passado houve 49 mortes e 95 tentativas, o que exige uma resposta das autoridades.

“Quantos casos de suicídio são necessários para que o Governo da RAEM dê mais importância ao problema?”, pergunta. “Macau regressou à pátria há 20 anos, mas a taxa de suicídio não diminuiu significativamente, e a taxa de tentativas de suicídio também é muito alta, por isso, o Governo tem uma responsabilidade indeclinável em relação a este assunto. […] Deve encarar mais seriamente este problema, em vez de menosprezar vidas humanas”, é acrescentado.

Saúde | Coutinho quer medidas de combate ao suicídio

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho quer saber as medidas que o Governo está adoptar para combater o suicídio. É este o conteúdo da última interpelação escrita divulgada pelo legislador ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau. Segundo os dados apresentados pelo legislador, só entre Janeiro e Setembro do ano passado houve 49 mortes e 95 tentativas, o que exige uma resposta das autoridades.
“Quantos casos de suicídio são necessários para que o Governo da RAEM dê mais importância ao problema?”, pergunta. “Macau regressou à pátria há 20 anos, mas a taxa de suicídio não diminuiu significativamente, e a taxa de tentativas de suicídio também é muito alta, por isso, o Governo tem uma responsabilidade indeclinável em relação a este assunto. […] Deve encarar mais seriamente este problema, em vez de menosprezar vidas humanas”, é acrescentado.

Função pública | Lei Chan U questiona medidas para melhorar formação

O deputado Lei Chan U interpelou o Governo sobre a necessidade de melhorar a formação dos funcionários públicos, tendo em conta os resultados de dois estudos que apontam para a necessidade de mudanças no actual sistema. Lei Chan U também quer resposta à sua proposta de estabelecer um Instituto de Administração Pública

 

[dropcap]A[/dropcap]s falhas no actual sistema de formação dos funcionários públicos é o tema central da interpelação escrita de Lei Chan U. No documento enviado, o deputado pede respostas às lacunas na formação detectadas em dois estudos.

“Um estudo intitulado ‘Experiência de Macau na realização bem-sucedida de ‘Um País, Dois Sistemas’’ indicou que o sistema de função pública precisa de uma reforma, dando como exemplo a formação recebida pelos funcionários públicos, cujos resultados não se reflectem”, apontou.

Além disso, o mesmo estudo desenvolvido pelo Governo revela que “o número de instituições responsáveis pela formação não é suficiente, existindo falta de professores, além de que os conteúdos ensinados também não são científicos”. Lei Chan U destaca o facto de “um estudo desenvolvido pela Federação das Associações dos Operários de Macau [associação à qual o deputado está ligado] ter resultados semelhantes”.

O legislador questiona se a Universidade de Macau e a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau podem ser as responsáveis pela formação. “Em Agosto de 2019, o Chefe do Executivo [então Chui Sai On] disse que deveria haver um sistema de formação de funcionários públicos, e que essas duas universidades tinham qualidade. Queria saber se estas duas instituições de ensino têm condições para dar formação aos funcionários públicos”, disse Lei Chan U.

E o meu instituto?

O deputado quer também saber se há possibilidade de avançar com uma proposta por si apresentada, respeitante à criação de um instituto de administração pública.

“A proposta foi bem-recebida por várias associações, mas o Governo disse que era necessário estudá-la de forma aprofundada. Queria saber se o Governo tem ou não planos para estabelecer o referido instituto”, frisou.

Notando que, 20 anos depois do estabelecimento da RAEM, a formação dos funcionários públicos continua aquém do desejado, Lei Chan U pretende saber quais os planos concretos do Executivo a curto prazo.

“O Governo já salientou que a revisão e aperfeiçoamento da formação dos funcionários públicos passa pelo estabelecimento de 12 capacidades nucleares como a base essencial dos cursos de formação. Também foi dito que está a ser pensado um plano de recrutamento de docentes. Em que fase está esse processo?”, questionou.

Função pública | Lei Chan U questiona medidas para melhorar formação

O deputado Lei Chan U interpelou o Governo sobre a necessidade de melhorar a formação dos funcionários públicos, tendo em conta os resultados de dois estudos que apontam para a necessidade de mudanças no actual sistema. Lei Chan U também quer resposta à sua proposta de estabelecer um Instituto de Administração Pública

 
[dropcap]A[/dropcap]s falhas no actual sistema de formação dos funcionários públicos é o tema central da interpelação escrita de Lei Chan U. No documento enviado, o deputado pede respostas às lacunas na formação detectadas em dois estudos.
“Um estudo intitulado ‘Experiência de Macau na realização bem-sucedida de ‘Um País, Dois Sistemas’’ indicou que o sistema de função pública precisa de uma reforma, dando como exemplo a formação recebida pelos funcionários públicos, cujos resultados não se reflectem”, apontou.
Além disso, o mesmo estudo desenvolvido pelo Governo revela que “o número de instituições responsáveis pela formação não é suficiente, existindo falta de professores, além de que os conteúdos ensinados também não são científicos”. Lei Chan U destaca o facto de “um estudo desenvolvido pela Federação das Associações dos Operários de Macau [associação à qual o deputado está ligado] ter resultados semelhantes”.
O legislador questiona se a Universidade de Macau e a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau podem ser as responsáveis pela formação. “Em Agosto de 2019, o Chefe do Executivo [então Chui Sai On] disse que deveria haver um sistema de formação de funcionários públicos, e que essas duas universidades tinham qualidade. Queria saber se estas duas instituições de ensino têm condições para dar formação aos funcionários públicos”, disse Lei Chan U.

E o meu instituto?

O deputado quer também saber se há possibilidade de avançar com uma proposta por si apresentada, respeitante à criação de um instituto de administração pública.
“A proposta foi bem-recebida por várias associações, mas o Governo disse que era necessário estudá-la de forma aprofundada. Queria saber se o Governo tem ou não planos para estabelecer o referido instituto”, frisou.
Notando que, 20 anos depois do estabelecimento da RAEM, a formação dos funcionários públicos continua aquém do desejado, Lei Chan U pretende saber quais os planos concretos do Executivo a curto prazo.
“O Governo já salientou que a revisão e aperfeiçoamento da formação dos funcionários públicos passa pelo estabelecimento de 12 capacidades nucleares como a base essencial dos cursos de formação. Também foi dito que está a ser pensado um plano de recrutamento de docentes. Em que fase está esse processo?”, questionou.

Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais recusa críticas de Sulu Sou

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) recusa que o processo de apresentação de queixas contra chamadas telefónicas publicitárias indesejadas crie obstáculos aos residentes. Foi desta forma que o organismo liderado por Yang Chongwei respondeu a uma interpelação escrita do democrata Sulu Sou, que acusa o processo de criar dificuldades acrescidas a residentes.

No entanto, o GPDP respondeu que o processo de queixas não apresenta qualquer tipo de problemas e que a comunidade entre os cidadãos e o gabinete é eficaz. “Apesar do aumento de queixas e denúncias sobre as chamadas telefónicas publicitárias, não se pode dizer que o actual mecanismo de reclamações tenha registado qualquer anormalidade”, consta na resposta enviada ao legislador.

Sulu Sou citava “muitos residentes” a definir o processo de queixa como “muito incomodativo”, o que resultava em dificuldades acrescidas para a eficácia das investigações. Contido, o GPDP negou o cenário e prometeu que o combate às chamadas telefónicas ilegais vai continuar e que os casos penalizados vão ser divulgados.

Cooperação com o exterior

No que diz respeito ao combate ao fenómeno, muitas vezes praticado por salões de beleza fora da RAEM, o GPDP admite que uma das grandes dificuldades se prende as chamadas terem origem fora da RAEM. Por esse motivo, este organismo tutelado pelo Chefe do Executivo vai tentar contactar as autoridades das regiões vizinhas com o objectivo de proceder a operações conjuntas contra o fenómeno e responsabilizar os culpados.

Finalmente, o GPDP admite que a legislação europeia sobre a protecção de dados pode servir como a referência para uma futura revisão do diploma legal em vigor da RAEM. O GPDP reconhece que as directivas europeias são das mais rigorosa e que melhor protecção fornece, todavia é deixado o aviso que é necessário “respeitar a situação concreta de Macau”.

Taiwan | Três candidatos disputam amanhã votos com Pequim à espreita

Tsai Ing-wen do partido democrata, Han Kuo-yu do Kuomitang, e James Soong do People First Party. São estes os três nomes que vão amanhã a votos na Ilha Formosa numa altura em que a relação com Pequim está longe de ser pacífica. Jorge Tavares da Silva, professor da Universidade de Aveiro e investigador sobre Taiwan, faz a análise de umas eleições especiais, tendo em conta os acontecimentos de Hong Kong

 

O que poderemos esperar destes candidatos?

Primeiro de tudo, importa dizer que, embora as eleições em Taiwan sejam sempre importantes para a região, estas particularmente revestem-se de um enorme interesse devido às duradouras manifestações em Hong Kong. De facto, o que se está a passar na antiga colónia inglesa é o factor que mais condiciona e influencia este acto eleitoral.

Em termos de base eleitoral, os dois candidatos principais representam a divisão tradicional entre os que são mais cooperantes com a China continental, ligados ao Kuomintang (KMT), e o Partido Democrático Progressista (PDP), com tendências mais pró-independência, embora não o tenha feito de forma explícita. Han Kuo-yu, o candidato do KMT, tem seguido pela via das promessas eleitorais, em grande escala, algumas com polémica. Estando ligado ao partido mais tradicional, é na geração mais nova que encontra mais dificuldades de penetração. Lembro as manifestações de 2014, conhecido como o Movimento Girassol, que foi destrutivo para a governação do antigo presidente Ma Ying-jeou. Na verdade, os jovens eram pouco adeptos das políticas de excessiva aproximação à China, que lhes prejudicava as aspirações socio-económicas.

Como é que o novo candidato pode mudar esse paradigma?

Han, para captar este eleitorado, promete pagar os estudos aos estudantes no estrangeiro, uma medida algo irrealista. Também promete aumentar o número de visitantes estrangeiros na ilha, o que não foi recebido nada bem na opinião pública. Taiwan tem tido um aumento exponencial de turistas. Só em 2018 foram cerca de 11 milhões. Estas e outras propostas só o estão a prejudicar. É quase certo que perderá as eleições, como mostram as últimas sondagens. O que se poderia esperar dele é uma política de maior aproximação à China continental, agregada aos interesses de uma elite económica que defende uma abertura cada vez maior. O lóbi pró-China é forte em Taiwan e é através deste partido que encontra o seu maior apoio.

Por outro lado, Tsai Ing-wen leva alguma vantagem?

Nas eleições de 2016 tinha a seu favor o desgaste da governação anterior e o facto de ser a primeira mulher a governar a ilha. Mas em pouco tempo também se desgastou, o seu estilo brando não foi capaz de segurar o eleitorado, em queda livre em 2018. Nas eleições para o poder local, neste ano, sofreu uma enorme derrota. O que, de alguma forma, representa uma tradição no sistema político de Taiwan.

Em que sentido?

Há uma enorme volatilidade nas tendências voto em Taiwan, se calhar por ser uma democracia recente. O jornal Liberty Times até lhe chama ao eleitorado taiwanês uma “amante inconstante”, devido à sua imprevisibilidade de ano para ano. As governações do KMT e do PDP governam de forma alternada, se nada interferir no processo. Ora, é o que está a acontecer desta vez, com o “factor Hong Kong”. Desde então, o PDP tem revitalizado, e deverá ganhar as eleições com grande margem.

Caso vença as eleições, o que se pode esperar de Tsai num novo mandato?

Espera-se continuidade no estilo de governação moderada em relação à China. O que parece estar a mudar é que as questões de política interna começam a ser mais decisivas que as relações no estreito de Taiwan, o que também indicia uma maior maturidade do sistema político. Tsai é uma defensora de políticas progressistas, particularmente o casamento de pessoas do mesmo género e outras da mesma natureza. É aqui que reside parte substancial do seu eleitorado.

Depois destas eleições, como será traçado o futuro de Taiwan no que diz respeito à relação com Pequim, e também com Washington?

Com estes dois candidatos não deveremos ter grande hostilidade com a China, o que no máximo quereria dizer a implementação de políticas de tendência pró-independência. Han seguiria pela via da maior cooperação, encontros directos e outras políticas e iniciativas da linha de Ma Ying-jeou. Este, naturalmente, é o candidato preferido de Pequim. Tsai é uma candidata não cooperante, mas também não hostil, como foi o antigo Presidente Chen Shui-bian. No entanto, para os EUA, uma candidata como Tsai é um activo mais interessante, mais valioso no jogo político com a China. De alguma forma, Tsai Ying-wen melhora a posição negocial americana no quadro de jogos políticos e interesses na região. Frontalmente não será bom explorar muito esta via – sensível para a China – mas implicitamente todos sabem que aquela governante estará sempre mais aberta a explorar políticas alinhadas com os interesses de Washington. A venda de armamento americano também tem estado a aumentar, numa altura que o porta-aviões chinês Liaoning cruza as águas junto à ilha. Em cada acto eleitoral há sempre estas tensões. Não será nada de estranhar que perante uma nova vitória de Tsai, nestas eleições, volte a receber uma saudação directa por telefone do Presidente Trump. Pequim não ficará nada agradado.

Há alguma ligação que se possa estabelecer entre Hong Kong e este acto eleitoral?

Antes de responder directamente à questão, importa dizer só que Taiwan tem uma democracia consolidada e que comparar Hong Kong com Taiwan é um erro. Hong Kong tem uma democracia limitada, dirigida por Pequim. Taiwan é um país de facto, não o é de jure, mas com todos os ingredientes de um Estado. A opinião pública é real, há uma sociedade civil em acção, um sistema multipartidário e eleições livres e directas. Hong Kong tem muito menos do que isto.

Pensando na vitória de Tsai, os resultados, no caso de Hong Kong, servirão de apoio à perpetuação das reivindicações políticas. Diga-se que o que alimenta, em ambos os casos – Taiwan e Hong Kong – as acções de rua e o dinamismo político, são precisamente os partidos. São as incubadoras de ideias e de debate. Taiwan não só serve de modelo político para Hong Kong – e não o contrário, como foi planeado no modelo “Um País, Dois Sistemas” – mas de motivador e inspirador para a continuação das reivindicações políticas.

E em relação a Macau?

No caso de Macau, diria que não tem efeito nenhum, o território tem um habitat político muito específico, de acomodação. Macau dorme neste processo.

 

Principais candidatos trocaram ataques durante a campanha

Durante a campanha eleitoral o conceito de “Um País, Dois Sistemas”, levou a uma troca de galhardetes entre os dois principais candidatos, Tsai Ing-wen e Han Kuo-yu. De acordo com a agência Reuters, a líder do PDP chegou a afirmar que o voto no Kuomitang seria a escolha desse modelo para a ilha Formosa, algo que o candidato rejeitou.

Han tem vindo a queixar-se dos “truques sujos” que estão a ser usados para o acusar de se sujeitar à China, sobretudo no que diz respeito às revelações feitas pelos media australianos de que um auto-proclamado espião chinês que disse que a China apoiava Han, algo que o candidato rejeitou.

“Suplico ao povo de Taiwan que, nas eleições presidenciais e parlamentares de 2020, abra os olhos. Espero que a população de Taiwan possa ver estas manchas maliciosas para me pintarem de negro, vermelho e amarelo e tome uma decisão racional”, disse na terça-feira.

Os tempos são de especulação, tendo em conta que não só a população da Formosa parece não aceitar o modelo de integração proposto pelas autoridades chinesas como o parlamento taiwanês aprovou no início do mês uma lei anti-infiltração que visa impedir doações políticas e outros tipos de influências de forças estrangeiras no território. O diploma reflecte a crescente preocupação de Taiwan de que Pequim possa tentar interferir na sua governação.

Hong Kong e EUA

Numa das últimas acções de campanha, Tsai Ing-wen publicou, esta segunda-feira, um vídeo na sua página de Facebook a comparar a liberdade de Taiwan com o que se passa em Hong Kong, com imagens de Xi Jinping e Carrie Lam. “A alguns quilómetros daqui, muitos jovens estão a usar o seu sangue e lágrimas para defender a liberdade”, escreveu a candidata.

Citado pela Reuters, Liu Jieyi, director do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado escreveu no jornal oficial do Partido Comunista Chinês que a população em Taiwan estava a “explorar de forma positiva” o modelo, sem oferecer provas disso.

Mas um oficial chinês, que regularmente reúne com membros do Exército de Libertação Popular, disse à Reuters que os protestos de Hong Kong “aumentaram a dificuldade de fazer Taiwan voltar atrás”. “O que está a acontecer lá [em Hong Kong] está a assustar Taiwan”, disse o oficial, que falou sob anonimato.

Zhou Bou, director do Centro para a Cooperação de Segurança do Ministério da Defesa da China disse ser “claro” que o país quer resolver “a questão de Taiwan” de forma pacífica. Mas, afirmou, a China não pode ficar à espera enquanto Taiwan faz as suas tentativas para se afastar do país, enquanto os EUA deveriam estar alerta. “Não sei se os EUA estão preparados para pagar o preço militar por Taiwan”, disse.

Carlos Gaspar, presidente do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, defendeu ao HM que, no caso da eleição de Tsai Ing-wen os EUA podem “passar a estar mais empenhados em defender a democracia pluralista de Taiwan”.

“Se se confirmarem as sondagens, a reeleição da Presidente Tsai Ing-wen terá beneficiado do ressurgimento do movimento democrático em Hong Kong nos últimos meses e não vai ter nenhum impacto particular em Hong Kong. Pelo contrário, pode reforçar as relações com os Estados Unidos, num momento em que a estratégia de Washington tende a passar de um registo defensivo, dominado pela defesa dos equilíbrios regionais na Ásia Oriental perturbados pela ascensão da China, para um registo ofensivo, em que o objectivo principal é conter, ou travar, a projecção hegemónica da China como a principal potência asiática.”

Newman Lam, especialista em ciência política e ex-professor da Universidade de Macau, lembrou que Tsai Ing-wen vai, muito provavelmente, ganhar, “porque o que tem acontecido em Hong Kong assustou as pessoas em Taiwan e a posição do Kuomitang face à China tornou-se uma responsabilidade”. “Se Tsai ganhar, a China pode reconsiderar a sua estratégia de reunificação e adoptar uma aproximação mais moderada, o que iria obviamente beneficiar o movimento democrático de Hong Kong”, acrescentou.

Ainda assim, Newman Lam acredita que Pequim pode, pelo contrário, adoptar “uma linha mais dura e esse será o caminho para um conflito militar que pode desestabilizar o mundo inteiro, se é que Donald Trump não fez já estragos suficientes. O que Xi Jinping e o Partido Comunista vão fazer a seguir é um elemento muito importante”.

 

Taiwan pede a Pequim para não fazer segundas leituras dos resultados

Joseph Wu, ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, deu uma entrevista à Reuters onde defendeu que a China não deve olhar para os resultados das eleições no território como uma derrota ou vitória para o país. “Penso que a China não deveria olhar para as eleições como uma vitória ou derrota. Se a China fizer uma leitura muito profunda das nossas eleições… pode ser um cenário propenso a mais intimidação militar ou isolamento diplomático, ou podem ser usadas medidas económicas como punição contra Taiwan.”

Tsai Ing-wen tem falado dos receios que existem face às pressões da China nestas eleições, mas Joseph Wu quis estabelecer um distanciamento na entrevista à Reuters. “Estas são as nossas eleições. Esta não é uma eleição da China. São os taiwaneses que vão fazer o julgamento de qual o candidato ou partido político que é melhor para eles. Se a China quer tanto jogar com as democracias de outros países, talvez possam tentar, a certa altura, fazer algo com as eleições do seu próprio país”, frisou.

Taiwan | Três candidatos disputam amanhã votos com Pequim à espreita

Tsai Ing-wen do partido democrata, Han Kuo-yu do Kuomitang, e James Soong do People First Party. São estes os três nomes que vão amanhã a votos na Ilha Formosa numa altura em que a relação com Pequim está longe de ser pacífica. Jorge Tavares da Silva, professor da Universidade de Aveiro e investigador sobre Taiwan, faz a análise de umas eleições especiais, tendo em conta os acontecimentos de Hong Kong

 
O que poderemos esperar destes candidatos?
Primeiro de tudo, importa dizer que, embora as eleições em Taiwan sejam sempre importantes para a região, estas particularmente revestem-se de um enorme interesse devido às duradouras manifestações em Hong Kong. De facto, o que se está a passar na antiga colónia inglesa é o factor que mais condiciona e influencia este acto eleitoral.
Em termos de base eleitoral, os dois candidatos principais representam a divisão tradicional entre os que são mais cooperantes com a China continental, ligados ao Kuomintang (KMT), e o Partido Democrático Progressista (PDP), com tendências mais pró-independência, embora não o tenha feito de forma explícita. Han Kuo-yu, o candidato do KMT, tem seguido pela via das promessas eleitorais, em grande escala, algumas com polémica. Estando ligado ao partido mais tradicional, é na geração mais nova que encontra mais dificuldades de penetração. Lembro as manifestações de 2014, conhecido como o Movimento Girassol, que foi destrutivo para a governação do antigo presidente Ma Ying-jeou. Na verdade, os jovens eram pouco adeptos das políticas de excessiva aproximação à China, que lhes prejudicava as aspirações socio-económicas.
Como é que o novo candidato pode mudar esse paradigma?
Han, para captar este eleitorado, promete pagar os estudos aos estudantes no estrangeiro, uma medida algo irrealista. Também promete aumentar o número de visitantes estrangeiros na ilha, o que não foi recebido nada bem na opinião pública. Taiwan tem tido um aumento exponencial de turistas. Só em 2018 foram cerca de 11 milhões. Estas e outras propostas só o estão a prejudicar. É quase certo que perderá as eleições, como mostram as últimas sondagens. O que se poderia esperar dele é uma política de maior aproximação à China continental, agregada aos interesses de uma elite económica que defende uma abertura cada vez maior. O lóbi pró-China é forte em Taiwan e é através deste partido que encontra o seu maior apoio.
Por outro lado, Tsai Ing-wen leva alguma vantagem?
Nas eleições de 2016 tinha a seu favor o desgaste da governação anterior e o facto de ser a primeira mulher a governar a ilha. Mas em pouco tempo também se desgastou, o seu estilo brando não foi capaz de segurar o eleitorado, em queda livre em 2018. Nas eleições para o poder local, neste ano, sofreu uma enorme derrota. O que, de alguma forma, representa uma tradição no sistema político de Taiwan.
Em que sentido?
Há uma enorme volatilidade nas tendências voto em Taiwan, se calhar por ser uma democracia recente. O jornal Liberty Times até lhe chama ao eleitorado taiwanês uma “amante inconstante”, devido à sua imprevisibilidade de ano para ano. As governações do KMT e do PDP governam de forma alternada, se nada interferir no processo. Ora, é o que está a acontecer desta vez, com o “factor Hong Kong”. Desde então, o PDP tem revitalizado, e deverá ganhar as eleições com grande margem.
Caso vença as eleições, o que se pode esperar de Tsai num novo mandato?
Espera-se continuidade no estilo de governação moderada em relação à China. O que parece estar a mudar é que as questões de política interna começam a ser mais decisivas que as relações no estreito de Taiwan, o que também indicia uma maior maturidade do sistema político. Tsai é uma defensora de políticas progressistas, particularmente o casamento de pessoas do mesmo género e outras da mesma natureza. É aqui que reside parte substancial do seu eleitorado.
Depois destas eleições, como será traçado o futuro de Taiwan no que diz respeito à relação com Pequim, e também com Washington?
Com estes dois candidatos não deveremos ter grande hostilidade com a China, o que no máximo quereria dizer a implementação de políticas de tendência pró-independência. Han seguiria pela via da maior cooperação, encontros directos e outras políticas e iniciativas da linha de Ma Ying-jeou. Este, naturalmente, é o candidato preferido de Pequim. Tsai é uma candidata não cooperante, mas também não hostil, como foi o antigo Presidente Chen Shui-bian. No entanto, para os EUA, uma candidata como Tsai é um activo mais interessante, mais valioso no jogo político com a China. De alguma forma, Tsai Ying-wen melhora a posição negocial americana no quadro de jogos políticos e interesses na região. Frontalmente não será bom explorar muito esta via – sensível para a China – mas implicitamente todos sabem que aquela governante estará sempre mais aberta a explorar políticas alinhadas com os interesses de Washington. A venda de armamento americano também tem estado a aumentar, numa altura que o porta-aviões chinês Liaoning cruza as águas junto à ilha. Em cada acto eleitoral há sempre estas tensões. Não será nada de estranhar que perante uma nova vitória de Tsai, nestas eleições, volte a receber uma saudação directa por telefone do Presidente Trump. Pequim não ficará nada agradado.
Há alguma ligação que se possa estabelecer entre Hong Kong e este acto eleitoral?
Antes de responder directamente à questão, importa dizer só que Taiwan tem uma democracia consolidada e que comparar Hong Kong com Taiwan é um erro. Hong Kong tem uma democracia limitada, dirigida por Pequim. Taiwan é um país de facto, não o é de jure, mas com todos os ingredientes de um Estado. A opinião pública é real, há uma sociedade civil em acção, um sistema multipartidário e eleições livres e directas. Hong Kong tem muito menos do que isto.
Pensando na vitória de Tsai, os resultados, no caso de Hong Kong, servirão de apoio à perpetuação das reivindicações políticas. Diga-se que o que alimenta, em ambos os casos – Taiwan e Hong Kong – as acções de rua e o dinamismo político, são precisamente os partidos. São as incubadoras de ideias e de debate. Taiwan não só serve de modelo político para Hong Kong – e não o contrário, como foi planeado no modelo “Um País, Dois Sistemas” – mas de motivador e inspirador para a continuação das reivindicações políticas.
E em relação a Macau?
No caso de Macau, diria que não tem efeito nenhum, o território tem um habitat político muito específico, de acomodação. Macau dorme neste processo.
 
Principais candidatos trocaram ataques durante a campanha
Durante a campanha eleitoral o conceito de “Um País, Dois Sistemas”, levou a uma troca de galhardetes entre os dois principais candidatos, Tsai Ing-wen e Han Kuo-yu. De acordo com a agência Reuters, a líder do PDP chegou a afirmar que o voto no Kuomitang seria a escolha desse modelo para a ilha Formosa, algo que o candidato rejeitou.
Han tem vindo a queixar-se dos “truques sujos” que estão a ser usados para o acusar de se sujeitar à China, sobretudo no que diz respeito às revelações feitas pelos media australianos de que um auto-proclamado espião chinês que disse que a China apoiava Han, algo que o candidato rejeitou.
“Suplico ao povo de Taiwan que, nas eleições presidenciais e parlamentares de 2020, abra os olhos. Espero que a população de Taiwan possa ver estas manchas maliciosas para me pintarem de negro, vermelho e amarelo e tome uma decisão racional”, disse na terça-feira.
Os tempos são de especulação, tendo em conta que não só a população da Formosa parece não aceitar o modelo de integração proposto pelas autoridades chinesas como o parlamento taiwanês aprovou no início do mês uma lei anti-infiltração que visa impedir doações políticas e outros tipos de influências de forças estrangeiras no território. O diploma reflecte a crescente preocupação de Taiwan de que Pequim possa tentar interferir na sua governação.
Hong Kong e EUA
Numa das últimas acções de campanha, Tsai Ing-wen publicou, esta segunda-feira, um vídeo na sua página de Facebook a comparar a liberdade de Taiwan com o que se passa em Hong Kong, com imagens de Xi Jinping e Carrie Lam. “A alguns quilómetros daqui, muitos jovens estão a usar o seu sangue e lágrimas para defender a liberdade”, escreveu a candidata.
Citado pela Reuters, Liu Jieyi, director do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado escreveu no jornal oficial do Partido Comunista Chinês que a população em Taiwan estava a “explorar de forma positiva” o modelo, sem oferecer provas disso.
Mas um oficial chinês, que regularmente reúne com membros do Exército de Libertação Popular, disse à Reuters que os protestos de Hong Kong “aumentaram a dificuldade de fazer Taiwan voltar atrás”. “O que está a acontecer lá [em Hong Kong] está a assustar Taiwan”, disse o oficial, que falou sob anonimato.
Zhou Bou, director do Centro para a Cooperação de Segurança do Ministério da Defesa da China disse ser “claro” que o país quer resolver “a questão de Taiwan” de forma pacífica. Mas, afirmou, a China não pode ficar à espera enquanto Taiwan faz as suas tentativas para se afastar do país, enquanto os EUA deveriam estar alerta. “Não sei se os EUA estão preparados para pagar o preço militar por Taiwan”, disse.
Carlos Gaspar, presidente do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, defendeu ao HM que, no caso da eleição de Tsai Ing-wen os EUA podem “passar a estar mais empenhados em defender a democracia pluralista de Taiwan”.
“Se se confirmarem as sondagens, a reeleição da Presidente Tsai Ing-wen terá beneficiado do ressurgimento do movimento democrático em Hong Kong nos últimos meses e não vai ter nenhum impacto particular em Hong Kong. Pelo contrário, pode reforçar as relações com os Estados Unidos, num momento em que a estratégia de Washington tende a passar de um registo defensivo, dominado pela defesa dos equilíbrios regionais na Ásia Oriental perturbados pela ascensão da China, para um registo ofensivo, em que o objectivo principal é conter, ou travar, a projecção hegemónica da China como a principal potência asiática.”
Newman Lam, especialista em ciência política e ex-professor da Universidade de Macau, lembrou que Tsai Ing-wen vai, muito provavelmente, ganhar, “porque o que tem acontecido em Hong Kong assustou as pessoas em Taiwan e a posição do Kuomitang face à China tornou-se uma responsabilidade”. “Se Tsai ganhar, a China pode reconsiderar a sua estratégia de reunificação e adoptar uma aproximação mais moderada, o que iria obviamente beneficiar o movimento democrático de Hong Kong”, acrescentou.
Ainda assim, Newman Lam acredita que Pequim pode, pelo contrário, adoptar “uma linha mais dura e esse será o caminho para um conflito militar que pode desestabilizar o mundo inteiro, se é que Donald Trump não fez já estragos suficientes. O que Xi Jinping e o Partido Comunista vão fazer a seguir é um elemento muito importante”.
 

Taiwan pede a Pequim para não fazer segundas leituras dos resultados

Joseph Wu, ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, deu uma entrevista à Reuters onde defendeu que a China não deve olhar para os resultados das eleições no território como uma derrota ou vitória para o país. “Penso que a China não deveria olhar para as eleições como uma vitória ou derrota. Se a China fizer uma leitura muito profunda das nossas eleições… pode ser um cenário propenso a mais intimidação militar ou isolamento diplomático, ou podem ser usadas medidas económicas como punição contra Taiwan.”
Tsai Ing-wen tem falado dos receios que existem face às pressões da China nestas eleições, mas Joseph Wu quis estabelecer um distanciamento na entrevista à Reuters. “Estas são as nossas eleições. Esta não é uma eleição da China. São os taiwaneses que vão fazer o julgamento de qual o candidato ou partido político que é melhor para eles. Se a China quer tanto jogar com as democracias de outros países, talvez possam tentar, a certa altura, fazer algo com as eleições do seu próprio país”, frisou.

Alto do Pina desfila em Macau nas comemorações do Ano Novo chinês

[dropcap]A[/dropcap] Marcha do Alto do Pina participa este mês na parada de celebração do Ano Novo Chinês em Macau, agendada para 27 de Janeiro e 1 de Fevereiro, anunciaram hoje os Serviços de Turismo da região.

Ao todo, 34 grupos de animação participam na Parada de Celebração do Ano do Rato, cujo programa inclui um cortejo de 18 carros alegóricos e o tradicional fogo-de-artifício, indicaram as autoridades, em conferência de imprensa.

Além do grupo lisboeta, estão representados, entre outros países, o Japão, a Malásia e os Estados Unidos, acrescentaram. O primeiro dia do ano novo lunar assinala-se a 25 de janeiro, mas a parada em Macau decorre no terceiro e oitavo dia (27 de Janeiro e 1 de Fevereiro).

O evento está avaliado em 28,3 milhões de patacas, um aumento anual de 3% que os Serviços de Turismo justificaram com a inflação e a participação de mais três grupos locais. O director substituto dos Serviços de Turismo, Cheng Wai Tong, disse esperar um número de espectadores semelhante ao do ano passado: entre 80 mil a 90 mil pessoas.

Crime | Autoridades detectaram prostituição no Iao Hon e Taipa

Onze mulheres, com idades entre os 20 e 30 anos, cobravam até 200 patacas pelos serviços prestados em três apartamentos no Bairro do Iao Hon. Num outro caso, na Taipa, um homem foi detido por gerir um esquema de prostituição em hotéis

 

[dropcap]N[/dropcap]o espaço de quatro dias as autoridades detectaram dois casos de prostituição, um na zona norte da península, no Bairro de Iao Hon e outro num hotel situado na Taipa. Os casos foram revelados ontem pelo jornal Exmoo.

No caso registado na Península de Macau, a Polícia Judiciária procedeu à detenção de 11 mulheres do Interior, com idades entre os 20 e 30 anos, que se suspeita trabalhavam como prostitutas. As jovens ofereciam serviços sexuais a baixo custo em edifícios antigos do Bairro Iao Hon e cobrava entrem 150 e 200 patacas.

Nos últimos tempos têm-se intensificado as queixas por parte de associações locais face à oferta de serviços sexuais no Iao Hon, o que chega a acontecer durante o dia, perto de escolas. Ontem, às 17h30, a PJ identificou três mulheres apanhadas na rua a atrair clientes.

Na sequência da operação foram inspeccionados três apartamentos e detidas mais oito prostituas. Um cliente que se encontrava dentro de um dos apartamentos foi igualmente levado para interrogatório, mas acabou libertado. O mesmo não aconteceu com um portador de bluecard, proveniente do Interior, que as autoridades suspeitam ser o responsável pelos apartamentos onde as prostitutas forneciam os seus serviços.

Além das detenções, foram ainda apreendidos preservativos e lubrificantes. Segundo o Exmoo, as autoridades não excluem a hipótese de haver um grupo organizado a controlar os serviços das 11 jovens.

Prazer no hotel

Num outro caso ocorrido num hotel da Taipa, a 4 de Janeiro, as autoridades prenderam um homem e três mulheres, que trabalhariam como prostitutas, oferecendo serviços de quarto em quarto.

O caso foi denunciado pela segurança do hotel que suspeitou do comportamento do indivíduo que procurava clientes para as três mulheres. Segundo a PSP, o homem confessou depois de detido que tinha chegado a Macau no final de Dezembro e que recebia todos os dias 1000 dólares de Hong Kong para levar as mulheres a quartos de hotel, que depois ofereciam os serviços sexuais a potenciais clientes.

O caso foi entregue ao Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de lenocínio, que é punido com uma pena de 1 a 5 anos de prisão.

Crime | Autoridades detectaram prostituição no Iao Hon e Taipa

Onze mulheres, com idades entre os 20 e 30 anos, cobravam até 200 patacas pelos serviços prestados em três apartamentos no Bairro do Iao Hon. Num outro caso, na Taipa, um homem foi detido por gerir um esquema de prostituição em hotéis

 
[dropcap]N[/dropcap]o espaço de quatro dias as autoridades detectaram dois casos de prostituição, um na zona norte da península, no Bairro de Iao Hon e outro num hotel situado na Taipa. Os casos foram revelados ontem pelo jornal Exmoo.
No caso registado na Península de Macau, a Polícia Judiciária procedeu à detenção de 11 mulheres do Interior, com idades entre os 20 e 30 anos, que se suspeita trabalhavam como prostitutas. As jovens ofereciam serviços sexuais a baixo custo em edifícios antigos do Bairro Iao Hon e cobrava entrem 150 e 200 patacas.
Nos últimos tempos têm-se intensificado as queixas por parte de associações locais face à oferta de serviços sexuais no Iao Hon, o que chega a acontecer durante o dia, perto de escolas. Ontem, às 17h30, a PJ identificou três mulheres apanhadas na rua a atrair clientes.
Na sequência da operação foram inspeccionados três apartamentos e detidas mais oito prostituas. Um cliente que se encontrava dentro de um dos apartamentos foi igualmente levado para interrogatório, mas acabou libertado. O mesmo não aconteceu com um portador de bluecard, proveniente do Interior, que as autoridades suspeitam ser o responsável pelos apartamentos onde as prostitutas forneciam os seus serviços.
Além das detenções, foram ainda apreendidos preservativos e lubrificantes. Segundo o Exmoo, as autoridades não excluem a hipótese de haver um grupo organizado a controlar os serviços das 11 jovens.

Prazer no hotel

Num outro caso ocorrido num hotel da Taipa, a 4 de Janeiro, as autoridades prenderam um homem e três mulheres, que trabalhariam como prostitutas, oferecendo serviços de quarto em quarto.
O caso foi denunciado pela segurança do hotel que suspeitou do comportamento do indivíduo que procurava clientes para as três mulheres. Segundo a PSP, o homem confessou depois de detido que tinha chegado a Macau no final de Dezembro e que recebia todos os dias 1000 dólares de Hong Kong para levar as mulheres a quartos de hotel, que depois ofereciam os serviços sexuais a potenciais clientes.
O caso foi entregue ao Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de lenocínio, que é punido com uma pena de 1 a 5 anos de prisão.

Esquema fraudulento de 55 milhões no Interior recorreu à marca Wynn Macau

[dropcap]A[/dropcap] Polícia da cidade de Qingzhen, na província de Guizhou, desmantelou uma rede criminosa que no espaço de 15 dias burlou mais de 200 pessoas num montante superior a 55 milhões de yuan, ou seja 63,5 milhões de patacas. A informação foi avançada ontem pela agência estatal China News e a marca Wynn Macau foi utilizada para cometer o crime.

De acordo com a informação da polícia do Interior, um grupo liderado por sete indivíduos criou uma aplicação móvel para investimentos online denominada Wynn Macau, a imitar a concessionária da RAEM. Porém, a empresa identificada como proprietária da aplicação em nada estava associada a Macau.

Apesar desse aspecto, mais de 200 pessoas foram enganadas em pouco mais de 15 dias, o que gerou perdas superiores a 63,5 milhões de patacas. As vítimas eram convidadas para este investimento através de grupos de conversação na aplicação WeChat. Às pessoas que abrissem uma conta na aplicação móvel Wynn Macau eram prometidos retornos avultados e rápidos.

Segundo o relato de uma das vítimas, após o primeiro investimento os retornos prometidos foram cumpridos. Este facto fez com que a vítima não só aumentasse o seu investimento como ainda levasse outras pessoas a aderirem à aplicação móvel.

Operação em vários sítios

Na sequência do convite, o grupo de quatro pessoas fez um investimento superior a 250 mil yuan. No entanto, após terem depositado o montante na aplicação começaram a sentir problemas a iniciar a sessão e ficaram impedidos de levantar o montante depositado. Foi por isso que apresentaram queixa junto das autoridades.

Ontem, e depois de uma investigação com alguns meses, a polícia procedeu à detenção dos sete líderes do grupo e à apreensão de 250 mil yuan roubados e duas viaturas das marcas Volkswagen e BMW.

Após serem detidos, os cabecilhas admitiram ter cometido o crime e explicaram que a estratégia para atrair montantes elevados passava por pagar retornos rapidamente nos primeiros investimentos também de forma a conseguir a confiança das vítimas.

A China News avança ainda que a investigação foi altamente complexa uma vez que a diferente proveniência das vítimas levou a buscas em várias locais da China além de Guizhou, como Cantão, Hunan, Shenzhen, entre outros.

MUST | Estudo mostra que confiança dos consumidores regista nova quebra

As incertezas da guerra comercial, a situação de Hong Kong e a desvalorização do renminbi são as causas que justificam a menor disposição dos consumidores locais apurada por um estudo da MUST

 

[dropcap]O[/dropcap]s consumidores de Macau estão cada vez mais desconfiando face à conjuntura actual, revelou o Índice de Confiança dos Consumidores do quarto trimestre do ano passado, compilado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês). O ambiente da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, os acontecimentos de Hong Kong e a desvalorização do renminbi foram as causas apontadas na análise divulgada ontem.

Quando inquiridos sobre a confiança na economia em Macau, numa escala de 0 a 200, as respostas dos consumidores não foram além de uma média de 83,90 pontos, o que revela uma quebra da confiança em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando o valor tinha sido de 85,91 pontos. Face ao período homólogo de 2018, a quebra é ainda mais acentuada de 91,38 pontos para 83,90 pontos. Qualquer valor abaixo de 100 pontos indica falta de confiança, sendo que zero significa mesmo não haver qualquer tipo de confiança.

“Ao longo de 2019, a confiança dos consumidores sofreu quebras em todos os trimestres. A pressão negativa para a economia de Macau ficou a dever-se ao impacto dos vários factores relacionados com a fricção comercial entre a China e os Estados Unidos, a desvalorização do renminbi e os eventos nas cidades vizinhas, que resultaram na redução da confiança”, consta no relatório.

A confiança é medida através de seis factores diferentes, nomeadamente o desempenho da economia, emprego, preços, nível de vida, habitação, investimentos em acções.

Como acontece nos últimos anos, a habitação é sempre o aspecto que menor confiança gera e no último trimestre de 2019 sofreu uma quebra de 5,4 por cento de 63,61 pontos para 60,18 pontos.

Inflação assusta

Também o nível dos preços praticados continua a assustar as pessoas e desta vez houve uma quebra de 4,88 por cento de 70,40 pontos para 66,96 pontos. Sobre esta alteração o relatório refere que a preocupação da população face à inflação subiu de forma assinalável. A inflação acaba mesmo por ser responsável pelas alterações no nível de confiança face ao nível de vida que caiu para 91,11 pontos de 95,63 pontos.

Os indicadores do desempenho económico e a situação do emprego são as áreas que conseguiram classificações positivas, com 101,23 pontos e 101,59 pontos, respectivamente, mesmo assim, houve quebras face a Outubro de 4,31 pontos e 5,66 pontos. Os dados revelam que os residentes têm cada vez mais uma atitude “cautelosa” quando olham para a economia local e para as perspectivas de emprego.

O único indicador em que houve alterações foram os investimentos em bolsa, com uma pontuação de 82,35 pontos, um aumento de 9,33 pontos face ao terceiro trimestre. Esta alteração indica que as pessoas se sentem mais disponíveis para investir nos mercados.

As conclusões do índice dão ainda a receita para aumentar a confiança dos consumidores ao longo deste ano que passa por “promover a diversificação económica”, “expandir a cooperação regional”, “aumentar as oportunidades empresariais e de emprego” e “aumentar as condições de vida” da população.

MUST | Estudo mostra que confiança dos consumidores regista nova quebra

As incertezas da guerra comercial, a situação de Hong Kong e a desvalorização do renminbi são as causas que justificam a menor disposição dos consumidores locais apurada por um estudo da MUST

 
[dropcap]O[/dropcap]s consumidores de Macau estão cada vez mais desconfiando face à conjuntura actual, revelou o Índice de Confiança dos Consumidores do quarto trimestre do ano passado, compilado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês). O ambiente da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, os acontecimentos de Hong Kong e a desvalorização do renminbi foram as causas apontadas na análise divulgada ontem.
Quando inquiridos sobre a confiança na economia em Macau, numa escala de 0 a 200, as respostas dos consumidores não foram além de uma média de 83,90 pontos, o que revela uma quebra da confiança em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando o valor tinha sido de 85,91 pontos. Face ao período homólogo de 2018, a quebra é ainda mais acentuada de 91,38 pontos para 83,90 pontos. Qualquer valor abaixo de 100 pontos indica falta de confiança, sendo que zero significa mesmo não haver qualquer tipo de confiança.
“Ao longo de 2019, a confiança dos consumidores sofreu quebras em todos os trimestres. A pressão negativa para a economia de Macau ficou a dever-se ao impacto dos vários factores relacionados com a fricção comercial entre a China e os Estados Unidos, a desvalorização do renminbi e os eventos nas cidades vizinhas, que resultaram na redução da confiança”, consta no relatório.
A confiança é medida através de seis factores diferentes, nomeadamente o desempenho da economia, emprego, preços, nível de vida, habitação, investimentos em acções.
Como acontece nos últimos anos, a habitação é sempre o aspecto que menor confiança gera e no último trimestre de 2019 sofreu uma quebra de 5,4 por cento de 63,61 pontos para 60,18 pontos.

Inflação assusta

Também o nível dos preços praticados continua a assustar as pessoas e desta vez houve uma quebra de 4,88 por cento de 70,40 pontos para 66,96 pontos. Sobre esta alteração o relatório refere que a preocupação da população face à inflação subiu de forma assinalável. A inflação acaba mesmo por ser responsável pelas alterações no nível de confiança face ao nível de vida que caiu para 91,11 pontos de 95,63 pontos.
Os indicadores do desempenho económico e a situação do emprego são as áreas que conseguiram classificações positivas, com 101,23 pontos e 101,59 pontos, respectivamente, mesmo assim, houve quebras face a Outubro de 4,31 pontos e 5,66 pontos. Os dados revelam que os residentes têm cada vez mais uma atitude “cautelosa” quando olham para a economia local e para as perspectivas de emprego.
O único indicador em que houve alterações foram os investimentos em bolsa, com uma pontuação de 82,35 pontos, um aumento de 9,33 pontos face ao terceiro trimestre. Esta alteração indica que as pessoas se sentem mais disponíveis para investir nos mercados.
As conclusões do índice dão ainda a receita para aumentar a confiança dos consumidores ao longo deste ano que passa por “promover a diversificação económica”, “expandir a cooperação regional”, “aumentar as oportunidades empresariais e de emprego” e “aumentar as condições de vida” da população.

Pneumonia de Wuhan | Governo garante poderes para forçar quarentena

Leong Iek Hou, médica, pediu à população para não ficar nervosa uma vez que ainda não existem provas que a pneumonia de Wuhan se possa transmitir entre humanos

 

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades têm poderes para forçar qualquer turista a ser colocado de quarentena, mesmo que este se oponha. A garantia foi deixada por Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, na manhã de ontem em entrevista ao canal chinês da Rádio Macau.

Segundo a profissional dos Serviços de Saúde, o Governo já tem as leis necessárias para exigir que turistas, ou mesmo residentes, façam exames médicos caso se desconfie de infecções contagiosas. Leong Iek Hou explicou igualmente que as pessoas que apresentem sintomas de febre e tenham estado nos últimos 14 dias na cidade de Wuhan vão ser obrigadas a fazer todos os testes necessários de forma a garantir a segurança pública.

Os responsáveis do Governo estiveram no programa da manhã da TDM a responder às dúvidas dos ouvintes e explicar as diferenças entre a legislação da RAEM e da RAEHK. No caso de Hong Kong, o Executivo não tem ainda mecanismos para forçar os pacientes a serem colocados de quarentena, o que gerou preocupação entre os residentes de Macau.

No entanto, o coordenador do Centro de Controle de Doenças, Lam Chong, clarificou que a lei local permite que as medidas de quarentena e exames forçados sejam adoptadas no caso de se registarem “situações susceptíveis de pôr em risco ou causar prejuízos à saúde individual ou colectiva”.

Sobre as medidas de prevenção, Lam Chong desvalorizou a utilização de máscaras por considerar que a maior parte das que se encontra à venda não permitir evitar a contaminação. O profissional de saúde admitiu que máscaras do tipo N95 podem ser eficazes, mas que estas se destinam principalmente à utilização médica. Ainda em relação a medidas de prevenção, Lam Chong apontou que face às máscaras, a limpeza dos espaços e a lavagem das mãos podem ser mais eficazes.

Sem provas

Por sua vez, o jornal Exmoo cita a médica Leong Iek Hou a pedir à população para não ficar nervosa uma vez que não há provas que a pneumonia de Wuhan seja transmissível entre humanos.

A profissional de saúde afirmou também que as pessoas com boa saúde não precisam de utilizar máscaras, a não ser no caso de se deslocarem a zonas de “alto risco”.

Segundo os dados das autoridades do Interior citados pelo Centro de Controlo de Doença até domingo tinham sido registados 59 casos da pneumonia de Wuhan, entre os quais sete eram graves. A maioria dos pacientes tinham apresentado melhorias, apesar de se desconhecer a origem da doença.

Também ontem foi revelado pelo Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida que a mulher que se encontrava em quarentena com sintomas de gripe teve alta. De acordo com as informações, a mulher não apresentava febre há dois dias, apenas tosse.

Desde o início do ano foram registados oito casos de pessoas em Macau com sintomas de febre que tinham estado em Wuhan. Todas acabaram por ter alta, depois de se excluir a relação com a pneumonia.

Governo nega que máscaras estejam esgotadas

Os Serviços de Saúde emitiram ontem um comunicado a negar que as máscaras estejam esgotadas nas farmácias do território, depois de começar a circular um rumor nesse aspecto. De acordo com os números apresentados, a maioria das 294 farmácias tinha máscaras consideradas em número “suficiente” e apenas oito por cento tinham esgotado este produto, ou seja, cerca de 24 estabelecimentos. O Governo enfatizou também que as pessoas sem complicações de saúde não necessitam de utilizar máscara e que o cuidado principal é prestarem atenção à higiene pessoal.

Pneumonia de Wuhan | Governo garante poderes para forçar quarentena

Leong Iek Hou, médica, pediu à população para não ficar nervosa uma vez que ainda não existem provas que a pneumonia de Wuhan se possa transmitir entre humanos

 
[dropcap]A[/dropcap]s autoridades têm poderes para forçar qualquer turista a ser colocado de quarentena, mesmo que este se oponha. A garantia foi deixada por Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, na manhã de ontem em entrevista ao canal chinês da Rádio Macau.
Segundo a profissional dos Serviços de Saúde, o Governo já tem as leis necessárias para exigir que turistas, ou mesmo residentes, façam exames médicos caso se desconfie de infecções contagiosas. Leong Iek Hou explicou igualmente que as pessoas que apresentem sintomas de febre e tenham estado nos últimos 14 dias na cidade de Wuhan vão ser obrigadas a fazer todos os testes necessários de forma a garantir a segurança pública.
Os responsáveis do Governo estiveram no programa da manhã da TDM a responder às dúvidas dos ouvintes e explicar as diferenças entre a legislação da RAEM e da RAEHK. No caso de Hong Kong, o Executivo não tem ainda mecanismos para forçar os pacientes a serem colocados de quarentena, o que gerou preocupação entre os residentes de Macau.
No entanto, o coordenador do Centro de Controle de Doenças, Lam Chong, clarificou que a lei local permite que as medidas de quarentena e exames forçados sejam adoptadas no caso de se registarem “situações susceptíveis de pôr em risco ou causar prejuízos à saúde individual ou colectiva”.
Sobre as medidas de prevenção, Lam Chong desvalorizou a utilização de máscaras por considerar que a maior parte das que se encontra à venda não permitir evitar a contaminação. O profissional de saúde admitiu que máscaras do tipo N95 podem ser eficazes, mas que estas se destinam principalmente à utilização médica. Ainda em relação a medidas de prevenção, Lam Chong apontou que face às máscaras, a limpeza dos espaços e a lavagem das mãos podem ser mais eficazes.

Sem provas

Por sua vez, o jornal Exmoo cita a médica Leong Iek Hou a pedir à população para não ficar nervosa uma vez que não há provas que a pneumonia de Wuhan seja transmissível entre humanos.
A profissional de saúde afirmou também que as pessoas com boa saúde não precisam de utilizar máscaras, a não ser no caso de se deslocarem a zonas de “alto risco”.
Segundo os dados das autoridades do Interior citados pelo Centro de Controlo de Doença até domingo tinham sido registados 59 casos da pneumonia de Wuhan, entre os quais sete eram graves. A maioria dos pacientes tinham apresentado melhorias, apesar de se desconhecer a origem da doença.
Também ontem foi revelado pelo Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida que a mulher que se encontrava em quarentena com sintomas de gripe teve alta. De acordo com as informações, a mulher não apresentava febre há dois dias, apenas tosse.
Desde o início do ano foram registados oito casos de pessoas em Macau com sintomas de febre que tinham estado em Wuhan. Todas acabaram por ter alta, depois de se excluir a relação com a pneumonia.

Governo nega que máscaras estejam esgotadas

Os Serviços de Saúde emitiram ontem um comunicado a negar que as máscaras estejam esgotadas nas farmácias do território, depois de começar a circular um rumor nesse aspecto. De acordo com os números apresentados, a maioria das 294 farmácias tinha máscaras consideradas em número “suficiente” e apenas oito por cento tinham esgotado este produto, ou seja, cerca de 24 estabelecimentos. O Governo enfatizou também que as pessoas sem complicações de saúde não necessitam de utilizar máscara e que o cuidado principal é prestarem atenção à higiene pessoal.

AL | Governo vai ao hemiciclo explicar novo organismo que fiscaliza empresas

[dropcap]O[/dropcap] Governo estará na segunda-feira representado na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa para dar explicações aos deputados sobre o novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, dirigido pela ex-secretária para a Administração e Justiça Sónia Chan.

Este novo organismo visa assegurar um melhor funcionamento das empresas com capitais públicos, tendo em conta as recentes polémicas com empresas que acabaram por declarar falência sem que se tenha justificada a utilização do erário público. Esta semana a Associação Novo Macau entregou uma petição junto da sede do Governo a pedir legislação específica sobre este tipo de empresas.

O deputado Sulu Sou chegou mesmo a acusar o anterior secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, de “quebrar várias promessas”, além de ter pedido esclarecimentos adicionais sobre o novo gabinete criado pelo Governo de Ho Iat Seng.

AL | Governo vai ao hemiciclo explicar novo organismo que fiscaliza empresas

[dropcap]O[/dropcap] Governo estará na segunda-feira representado na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa para dar explicações aos deputados sobre o novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, dirigido pela ex-secretária para a Administração e Justiça Sónia Chan.
Este novo organismo visa assegurar um melhor funcionamento das empresas com capitais públicos, tendo em conta as recentes polémicas com empresas que acabaram por declarar falência sem que se tenha justificada a utilização do erário público. Esta semana a Associação Novo Macau entregou uma petição junto da sede do Governo a pedir legislação específica sobre este tipo de empresas.
O deputado Sulu Sou chegou mesmo a acusar o anterior secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, de “quebrar várias promessas”, além de ter pedido esclarecimentos adicionais sobre o novo gabinete criado pelo Governo de Ho Iat Seng.

Privacidade | Lam Lon Wai apela à revisão da lei de protecção de dados

Numa interpelação oral dirigida ao Governo e onde aborda temas como a cidade inteligente e o sistema de videovigilância “olhos no céu”, o deputado Lam Lon Wai afirma que a lei da protecção de dados pessoais, que entrou em vigor há 10 anos, “apresenta grande margem de revisão”

 

[dropcap]L[/dropcap]am Lon Wai, deputado à Assembleia Legislativa e presidente da direcção da Associação Choi In Tong Sam dirigiu ao Governo uma interpelação a questionar o Executivo sobre o que está a ser feito na Administração Pública ao nível da “coordenação e cooperação entre serviços”, tendo por base as questões de privacidade emergentes de temáticas como o desenvolvimento do projecto da cidade inteligente e dos sistema de videovigilância “olhos no céu” e de informação e gestão de tráfego. Sobretudo numa altura em que já passaram mais de 10 anos desde a entrada em vigor da lei da protecção de dados pessoais.

“A lei da protecção de dados pessoais, que entrou em vigor há mais de 10 anos, apresenta grande margem para revisão. Com o desenvolvimento da tecnologia informática, a aplicação de mega-dados amadureceu. O desenvolvimento da internet das coisas e blockchain implicam novos desafios para a protecção de dados pessoais, logo há que proceder a um estudo sobre a revisão dessa lei”, justifica o deputado.

Assim sendo, o deputado questionou o Governo se vai proceder àa consulta sobre a revisão da Lei da protecção de dados pessoais, tendo em conta que “muitas das suas disposições estão desactualizadas”.

Convergir é preciso

Lembrando que o Governo assinou inclusivamente um acordo com o Grupo Alibaba para a cooperação estratégica na área da construção da cidade inteligente para impulsionar esta transformação de Macau através da computação em nuvem, Lam Lon Wai referiu também na interpelação que é necessário “que o Governo defina bem o plano, garantindo a sinergia dos serviços públicos para apoiar a governação inteligente, no sentido de conseguir o dobro do resultado com metade do esforço na construção da cidade inteligente”.

Já sobre a coordenação que aponta ser necessária entre “equipamentos com finalidades diferentes”, mas com “componentes e funções semelhantes” como são o caso dos sistemas de videovigilância “olhos no céu” da responsabilidade da polícia, do sistema de informação e gestão de tráfego (DSAT) e ainda uma parede de vídeo e o novo sistema informático no centro de controlo de tráfego (concurso público), o deputado apela ao Governo para que use eficazmente os recursos disponíveis. “Estes três tipos de equipamentos têm finalidades diferentes, mas têm componentes e funções semelhantes (…) porém são da responsabilidade de três serviços”, explicou o deputado. “Assim, os recursos e dados serão partilhados? É possível minimizar a repetição de instalação? Isto depende muito da inteligência do plano do Governo”, acrescentou.

Argumentando que a “falta de comunicação e cooperação entre os serviços públicos (…) resulta em desperdício e baixa produtividade” e que Ho Iat Seng afirmou que a “reforma da Administração Pública ia ser o seu primeiro trabalho”, Lam Lon Wai espera avanços e questiona o Governo como vai melhorar a eficácia ao nível da utilização de recursos.

“Para melhor aproveitar os recursos e elevar o nível da nossa cidade inteligente, em termos de software e hardware, o Governo deve proceder a uma integração das câmaras de vigilância, do centro de controlo de tráfego e dos postes de iluminação inteligentes, a fim de poupar recursos e obter maiores efeitos. Vai fazê-lo?”, pergunta o deputado.

Privacidade | Lam Lon Wai apela à revisão da lei de protecção de dados

Numa interpelação oral dirigida ao Governo e onde aborda temas como a cidade inteligente e o sistema de videovigilância “olhos no céu”, o deputado Lam Lon Wai afirma que a lei da protecção de dados pessoais, que entrou em vigor há 10 anos, “apresenta grande margem de revisão”

 
[dropcap]L[/dropcap]am Lon Wai, deputado à Assembleia Legislativa e presidente da direcção da Associação Choi In Tong Sam dirigiu ao Governo uma interpelação a questionar o Executivo sobre o que está a ser feito na Administração Pública ao nível da “coordenação e cooperação entre serviços”, tendo por base as questões de privacidade emergentes de temáticas como o desenvolvimento do projecto da cidade inteligente e dos sistema de videovigilância “olhos no céu” e de informação e gestão de tráfego. Sobretudo numa altura em que já passaram mais de 10 anos desde a entrada em vigor da lei da protecção de dados pessoais.
“A lei da protecção de dados pessoais, que entrou em vigor há mais de 10 anos, apresenta grande margem para revisão. Com o desenvolvimento da tecnologia informática, a aplicação de mega-dados amadureceu. O desenvolvimento da internet das coisas e blockchain implicam novos desafios para a protecção de dados pessoais, logo há que proceder a um estudo sobre a revisão dessa lei”, justifica o deputado.
Assim sendo, o deputado questionou o Governo se vai proceder àa consulta sobre a revisão da Lei da protecção de dados pessoais, tendo em conta que “muitas das suas disposições estão desactualizadas”.

Convergir é preciso

Lembrando que o Governo assinou inclusivamente um acordo com o Grupo Alibaba para a cooperação estratégica na área da construção da cidade inteligente para impulsionar esta transformação de Macau através da computação em nuvem, Lam Lon Wai referiu também na interpelação que é necessário “que o Governo defina bem o plano, garantindo a sinergia dos serviços públicos para apoiar a governação inteligente, no sentido de conseguir o dobro do resultado com metade do esforço na construção da cidade inteligente”.
Já sobre a coordenação que aponta ser necessária entre “equipamentos com finalidades diferentes”, mas com “componentes e funções semelhantes” como são o caso dos sistemas de videovigilância “olhos no céu” da responsabilidade da polícia, do sistema de informação e gestão de tráfego (DSAT) e ainda uma parede de vídeo e o novo sistema informático no centro de controlo de tráfego (concurso público), o deputado apela ao Governo para que use eficazmente os recursos disponíveis. “Estes três tipos de equipamentos têm finalidades diferentes, mas têm componentes e funções semelhantes (…) porém são da responsabilidade de três serviços”, explicou o deputado. “Assim, os recursos e dados serão partilhados? É possível minimizar a repetição de instalação? Isto depende muito da inteligência do plano do Governo”, acrescentou.
Argumentando que a “falta de comunicação e cooperação entre os serviços públicos (…) resulta em desperdício e baixa produtividade” e que Ho Iat Seng afirmou que a “reforma da Administração Pública ia ser o seu primeiro trabalho”, Lam Lon Wai espera avanços e questiona o Governo como vai melhorar a eficácia ao nível da utilização de recursos.
“Para melhor aproveitar os recursos e elevar o nível da nossa cidade inteligente, em termos de software e hardware, o Governo deve proceder a uma integração das câmaras de vigilância, do centro de controlo de tráfego e dos postes de iluminação inteligentes, a fim de poupar recursos e obter maiores efeitos. Vai fazê-lo?”, pergunta o deputado.

Alto de Coloane | Au Kam San pede ao CCAC que explique estado da investigação

O deputado democrata quer que o Executivo revele como está o processo da recuperação do terreno no Alto de Coloane que colocou sob fogo o influente empresário Sio Tak Hong

 

[dropcap]O[/dropcap] deputado Au Kam San exige ao Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) que se chegue à frente e explique em que fase está a investigação do processo que envolve o projecto de construção no Alto de Coloane. É este o conteúdo de uma interpelação oral do deputado que ainda vai ser apresentada em Plenário.

Em 2018, o CCAC concluiu que a área do terreno reclamado pela Sociedade Win Loyal, ligada ao empresário Sio Tak Hong, estava envolta em várias situações fraudulentas, como erros na demarcação e apropriação de terrenos que pertenciam ao Governo da RAEM. Por isso, o CCAC exigiu que os terrenos destinados a um projecto com uma torre habitacional com 100 metros fossem recuperados e o edifício inviabilizado.

No entanto, o andamento do processo é desconhecido e Au Kam San quer que Governo explique em que ponto se encontra.

“O CCAC comprovou na sua investigação que o terreno do Alto de Coloane, que pertence ao Estado, tinha sido ocupado ilegalmente, mas que se saiba, só após a investigação e a divulgação dos respectivos resultados por parte dos órgãos judiciais é que o Governo pode proceder ao devido tratamento nos termos da legislação em vigor”, começa por ressalvar o deputado. “Então, qual é o ponto da situação daquela investigação? Existe um prazo? Quando é que o Governo pode retomar o terreno nos termos da legislação em vigor?”, questiona.

Esta não é a primeira vez que o democrata foca o assunto. Em Março de 2018, Au Kam San escreveu uma interpelação sobre o caso, mas foi-lhe dito que não seriam revelados pormenores sobre o andamento do processo uma vez que os “serviços de justiça” estavam à espera do fim da investigação para depois “proceder ao agora fortes críticas do legislador: “Uma resposta destas é o mesmo que não dar resposta, pois imputam-se as responsabilidades aos serviços da área da justiça”, acusa. “Passaram-se mais de 20 meses, afinal quais foram os resultados? A investigação por parte daqueles serviços já foi concluída? O público ainda está à espera que as autoridades procedam ao referido tratamento”, é igualmente perguntado.

Empresário influente

Na mesma interpelação Au Kam San recorda ao Executivo a importância dos terrenos para a RAEM e pede que haja uma atitude pró-activa no aproveitamento dos mesmos por parte dos governantes. “Os solos são recursos extremamente preciosos para Macau, que é uma cidade pequena, e é inaceitável que os governantes arrastem a resolução do problema dos terrenos desaproveitados, deixando-os pro aproveitar e tratar”, sublinha.

Além de empresário, Sio Tak Hong chegou a ser uma das figuras mais influentes no panorama local como deputado à Assembleia Popular Nacional e membro do Comité Permanente da Conferência Consultiva do Povo Chinês. O sócio-fundador da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun foi ainda representante de Macau na Conferência Consultiva e membro do Conselho Executivo da RAEM.

Alto de Coloane | Au Kam San pede ao CCAC que explique estado da investigação

O deputado democrata quer que o Executivo revele como está o processo da recuperação do terreno no Alto de Coloane que colocou sob fogo o influente empresário Sio Tak Hong

 
[dropcap]O[/dropcap] deputado Au Kam San exige ao Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) que se chegue à frente e explique em que fase está a investigação do processo que envolve o projecto de construção no Alto de Coloane. É este o conteúdo de uma interpelação oral do deputado que ainda vai ser apresentada em Plenário.
Em 2018, o CCAC concluiu que a área do terreno reclamado pela Sociedade Win Loyal, ligada ao empresário Sio Tak Hong, estava envolta em várias situações fraudulentas, como erros na demarcação e apropriação de terrenos que pertenciam ao Governo da RAEM. Por isso, o CCAC exigiu que os terrenos destinados a um projecto com uma torre habitacional com 100 metros fossem recuperados e o edifício inviabilizado.
No entanto, o andamento do processo é desconhecido e Au Kam San quer que Governo explique em que ponto se encontra.
“O CCAC comprovou na sua investigação que o terreno do Alto de Coloane, que pertence ao Estado, tinha sido ocupado ilegalmente, mas que se saiba, só após a investigação e a divulgação dos respectivos resultados por parte dos órgãos judiciais é que o Governo pode proceder ao devido tratamento nos termos da legislação em vigor”, começa por ressalvar o deputado. “Então, qual é o ponto da situação daquela investigação? Existe um prazo? Quando é que o Governo pode retomar o terreno nos termos da legislação em vigor?”, questiona.
Esta não é a primeira vez que o democrata foca o assunto. Em Março de 2018, Au Kam San escreveu uma interpelação sobre o caso, mas foi-lhe dito que não seriam revelados pormenores sobre o andamento do processo uma vez que os “serviços de justiça” estavam à espera do fim da investigação para depois “proceder ao agora fortes críticas do legislador: “Uma resposta destas é o mesmo que não dar resposta, pois imputam-se as responsabilidades aos serviços da área da justiça”, acusa. “Passaram-se mais de 20 meses, afinal quais foram os resultados? A investigação por parte daqueles serviços já foi concluída? O público ainda está à espera que as autoridades procedam ao referido tratamento”, é igualmente perguntado.

Empresário influente

Na mesma interpelação Au Kam San recorda ao Executivo a importância dos terrenos para a RAEM e pede que haja uma atitude pró-activa no aproveitamento dos mesmos por parte dos governantes. “Os solos são recursos extremamente preciosos para Macau, que é uma cidade pequena, e é inaceitável que os governantes arrastem a resolução do problema dos terrenos desaproveitados, deixando-os pro aproveitar e tratar”, sublinha.
Além de empresário, Sio Tak Hong chegou a ser uma das figuras mais influentes no panorama local como deputado à Assembleia Popular Nacional e membro do Comité Permanente da Conferência Consultiva do Povo Chinês. O sócio-fundador da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun foi ainda representante de Macau na Conferência Consultiva e membro do Conselho Executivo da RAEM.

Médio Oriente | Irão não quer “escalada da guerra”. EUA avaliam retaliações iranianas

O mundo acordou ontem com a confirmação de que o Irão atacou duas bases militares norte-americanas no Iraque. Teerão disse que não deseja uma “escalada de guerra”, mas que irá defender-se “de qualquer agressão”. A comissária europeia Ursula von der Leyen expressou preocupação e afirmou a importância de manter o acordo nuclear

 

Com agências

[dropcap]M[/dropcap]orto e enterrado o general Qassem Soleimani, o Irão deixou ontem bem claro que não pretende ficar de braços cruzados depois da morte ordenada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apesar de não desejar uma “escalada de guerra”, como disse o ministro dos Negócios Estrangeiros. O Pentágono confirmou ontem o ataque a duas bases militares norte-americanas no Iraque, noticiaram agências.

“O Irão disparou mais de uma dúzia de mísseis balísticos contra as forças militares dos Estados Unidos da América e da coligação em Ain Assad e Arbil”, afirmou, em comunicado, um porta-voz do Departamento da Defesa norte-americano, Jonathan Hoffman, citado pela agência France-Presse, acrescentando que “está claro que os mísseis foram disparados” a partir de território iraniano.

A televisão estatal do Irão anunciou depois que dezenas de mísseis iranianos foram lançados contra a base aérea iraquiana de Ain Assad, que alberga tropas norte-americanas. A estação descreveu esta acção, com mísseis terra-terra e desencadeada na madrugada desta quarta-feira, como uma operação de vingança na sequência do ataque de que resultou a morte do general iraniano Qassem Soleimani. Esta operação militar foi designada “Mártir Soleimani” e foi desencadeada pela divisão aeroespacial dos Guardas da Revolução, que controla o programa de mísseis iranianos.

A base aérea de Ain al-Assad foi a primeira utilizada pelos forças militares norte-americanas após a invasão do Iraque em 2003, destinada a derrubar Saddam Hussein. As forças dos EUA permaneceram estacionadas no local quando foi desencadeado o combate no Iraque e na Síria contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico. O Irão ameaçou ainda atacar “no interior dos EUA”, “Israel” e “aliados dos EUA”, segundo os Guardas da Revolução, na eventualidade de haver uma retaliação norte-americana.

EUA avaliam respostas ao Irão

As forças militares dos Estados Unidos não comentaram no imediato esta informação, mas Donald Trump não deixou de tweetar sobre este assunto, tendo feito uma declaração pública ontem.

“Está tudo bem! Mísseis lançados do Irão para duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e danos materiais está em curso. Até agora, está tudo bem”, escreveu o Presidente às 21h45, hora de Washington. Trump frisou ainda que os EUA têm “as mais poderosas e mais bem equipadas forças armadas em todo o mundo, de longe”.

Trump disse posteriormente que Washington ainda está a estudar retaliações pelo ataque iraniano desta madrugada contra instalações norte-americanas no Iraque, mas que quer a paz.

Donald Trump diz que ainda estão em aberto as opções de resposta ao Irão, mas que, para já, os EUA vão intensificar sanções económicas contra o Irão, como retaliação contra os ataques iranianos com mísseis que esta madrugada atingiram duas bases militares que albergam soldados norte-americanos no Iraque.

Durante uma comunicação ao país, ao lado de chefes militares e altos funcionários do seu Governo, Trump disse que os ataques iranianos desta madrugada não provocaram vítimas e fizeram “danos materiais mínimos” e considera que o Irão está a recuar no conflito. “Eles parecem estar a retirar. E isso é bom”, afirmou o Presidente norte-americano.

Palavras de Pompeo

Esta terça-feira, Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, disse aos jornalistas que Soleimani não se encontrava em missão diplomática no Iraque na altura em que foi morto. “Mas alguém aqui acredita nisto? Há algo na História que indica, mesmo sendo uma possibilidade remota, que este senhor estaria numa missão pacífica? Sabemos que isso não é verdade. Trata-se de propaganda iraniana, mas isso não é novidade, uma vez que no passado afirmaram estar em causa missões diplomáticas. Posso garantir que ele [Soleimani] não estava lá [em Bagdade] a representar algum tipo de acordo”, disse, de acordo com o canal Euronews.

Donald Trump admitiu que a morte de Soleimani foi orquestrada para prevenir “ataques iminentes contra diplomatas americanos e pessoal militar”. À luz de uma Resolução de 1973, o Congresso norte-americano deveria ter sido informado de que estava em causa um ataque iminente, mas a informação providenciada pelo Governo de Trump apenas continha documentação confidencial no que diz respeito às provas.

Nancy Pelosi, democrata presidente da Câmara dos Representantes, disse mesmo que a notificação “apresenta mais dúvidas do que respostas”, incluindo “questões sérias e urgentes sobre o tempo, forma e justificação para a decisão da Administração de levar a cabo hostilidades contra o Irão”, escreveu o New York Times.

O senador republicano Lindsey Graham, próximo do Presidente, considerou “um acto de guerra” os disparos de mísseis contra duas bases iraquianas com militares dos EUA e admitiu ataques de represália às instalações petrolíferas iranianas. “Deixem-me dizer isto hoje: se estão a ver televisão no Irão, acabei de falar com o Presidente (Trump) e têm o vosso destino nas vossas mãos, em termos de viabilidade económica do regime. Se (vocês, iranianos) continuarem com isto vão acordar um dia fora do negócio do petróleo”.

Antes, dissera que Trump poderia escolher atacar alvos militares ou petrolíferos. Pompeo admitiu terça-feira que seriam analisados todos os potenciais alvos à luz das leis internacionais.

UE atenta

Na primeira reunião do ano da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, presidente, expressou “as mais profundas condolências” para os familiares das vítimas, tendo lembrado a investigação em curso.

O encontro teve como ponto principal de discussão a crise que se vive entre o Irão e os Estados Unidos. “Esta crise afecta não apenas a região, mas todos nós. E o uso de armas deve parar agora para dar espaço ao diálogo. A União Europeia (UE), de uma maneira muito própria, tem muito a oferecer. Temos vindo a estabelecer relações duradouras com muitos dos actores da região”, disse.

“Vamos fazer tudo para garantir a manutenção do acordo nuclear”, assegurou a presidente da Comissão Europeia. “A comissão também analisou potenciais consequências de uma crise nuclear para a UE. Por exemplo, em áreas como transportes, energias, fronteiras e migração, mas também no que diz respeito ao desenvolvimento económico, estabilização e reconstrução que a UE está a fazer nestas áreas. A UE está dedicada a estas áreas, com as nossas vozes a serem ouvidas. Queremos actuar da forma mais activa possível.”

Josep Borrell, Alto Representante da UE para a Política Externa e vice-presidente da Comissão) sublinhou que “os recentes desenvolvimentos são extremamente preocupantes” e apontou que “os últimos ataques [da passada madrugada] contra bases no Iraque usados pelos Estados Unidos e por forças da coligação [contra o autodenominado Estado Islâmico], entre as quais forças europeias, é mais um exemplo da escalada e confrontação crescente”. “Não é do interesse de ninguém levar esta espiral de violência ainda mais longe”, frisou.

Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, alertou ontem o Irão de que Israel responderá de “forma retumbante” caso o país seja atacado. “Quem nos atacar receberá uma resposta retumbante”, garantiu Netanyahu.

 

Transportes | Companhias aéreas evitam Médio Oriente

Algumas companhias aéreas comerciais redirecionaram ontem os voos que cruzam o Médio Oriente para evitar eventuais perigos no meio da crescente tensão entre os Estados Unidos e o Irão. A transportadora australiana Qantas disse que estava a alterar as suas rotas de Londres para Perth, na Austrália, para evitar o espaço aéreo do Irão e do Iraque até novo aviso. As companhias aéreas Emirates e Flydubai, dos Emirados Árabes Unidos, cancelaram os seus voos para Bagdade nos seus sites na internet.

Fonte da Flightradar, que monitoriza o tráfego aéreo, disse que dois voos da Emirates fizeram uma rota diferente para evitar a passagem pelo Iraque, enquanto um voo da Air Canada para o Dubai foi forçado a redirecionar o trajeto pelo Egipto e Arábia Saudita.

A companhia aérea Malaysia Airlines confirmou que “devido aos recentes acontecimentos”’, os seus aviões evitariam o espaço aéreo iraniano. A Singapore Airlines também disse que os seus voos para a Europa seriam redireccionados para evitar o espaço aéreo do Irão.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA disse que estava a proibir pilotos e transportadoras americanas de voar nalgumas áreas do Iraque, Irão e nalgum espaço aéreo do Golfo Pérsico. A entidade alertou ainda para o “potencial de erro de cálculo ou identificação errónea” de aeronaves civis mo meio da escalada da tensão entre os EUA e o Irão. A FAA disse ainda que as restrições estão a ser emitidas devido a “actividades militares mais activas e aumento das tensões políticas no Médio Oriente, que apresentam um risco para as operações de aviação civil dos EUA”.

Queda de avião de companhia ucraniana e sismo à margem da clima tenso

A tensão internacional que se vive desde a morte de Soleimani agravou-se com a queda de um avião ucraniano em Teerão que provocou a morte de 176 pessoas, a maioria nacionais do Canadá e do Irão. Estas seguiam a bordo do Boeing 737, que se despenhou pouco depois de descolar do aeroporto internacional Imam Khomeini, em Teerão.

De acordo com o jornal The Guardian, citado pela Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Vadym Prystaiko, afirmou em comunicado que a bordo do avião estavam 82 iranianos, 63 canadianos, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos. “Expressamos as nossas condolências. As autoridades ucranianas continuam a investigar”, disse Prystaiko.

Apenas dois passageiros e os nove elementos da tripulação da Ukraine International Airlines eram de nacionalidade ucraniana, indicou. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já apelou para que se evitem especulações sobre a queda do avião ucraniano no Irão.

“Peço a todos que se abstenham de especulações e versões não verificadas do desastre”, escreveu Zelensky na rede social Facebook. Uma informação divulgada anteriormente pela televisão estatal iraniana dava conta de que 180 pessoas seguiam a bordo da aeronave.

Segundo agências internacionais, o avião da Ukraine International Airlines caiu num terreno agrícola a sudoeste de Teerão, para onde já foi mobilizada uma equipa de investigação.
As primeiras indicações disponibilizadas pelas autoridades iranianas apontaram para a existência de problemas mecânicos.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de dezenas de mísseis iranianos contra duas bases em Ain Assad e Arbil, no Iraque, utilizadas pelo exército norte-americano, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

Sismo nuclear

Entretanto, um terramoto de magnitude 4,5 atingiu ontem a região sudoeste do Irão, onde a está situada a central nuclear de Bushehr, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). O sismo foi registado a 10 quilómetros de profundidade, numa área que se situa a 17 quilómetros a sudeste da cidade de Borazjan às 06h49 (hora local), segundo o USGS. O terramoto foi sentido em Bushehr, onde está localizada a única central nuclear iraniana. Não existem informações de vítimas ou danos.

Médio Oriente | Irão não quer “escalada da guerra”. EUA avaliam retaliações iranianas

O mundo acordou ontem com a confirmação de que o Irão atacou duas bases militares norte-americanas no Iraque. Teerão disse que não deseja uma “escalada de guerra”, mas que irá defender-se “de qualquer agressão”. A comissária europeia Ursula von der Leyen expressou preocupação e afirmou a importância de manter o acordo nuclear

 
Com agências
[dropcap]M[/dropcap]orto e enterrado o general Qassem Soleimani, o Irão deixou ontem bem claro que não pretende ficar de braços cruzados depois da morte ordenada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apesar de não desejar uma “escalada de guerra”, como disse o ministro dos Negócios Estrangeiros. O Pentágono confirmou ontem o ataque a duas bases militares norte-americanas no Iraque, noticiaram agências.
“O Irão disparou mais de uma dúzia de mísseis balísticos contra as forças militares dos Estados Unidos da América e da coligação em Ain Assad e Arbil”, afirmou, em comunicado, um porta-voz do Departamento da Defesa norte-americano, Jonathan Hoffman, citado pela agência France-Presse, acrescentando que “está claro que os mísseis foram disparados” a partir de território iraniano.
A televisão estatal do Irão anunciou depois que dezenas de mísseis iranianos foram lançados contra a base aérea iraquiana de Ain Assad, que alberga tropas norte-americanas. A estação descreveu esta acção, com mísseis terra-terra e desencadeada na madrugada desta quarta-feira, como uma operação de vingança na sequência do ataque de que resultou a morte do general iraniano Qassem Soleimani. Esta operação militar foi designada “Mártir Soleimani” e foi desencadeada pela divisão aeroespacial dos Guardas da Revolução, que controla o programa de mísseis iranianos.
A base aérea de Ain al-Assad foi a primeira utilizada pelos forças militares norte-americanas após a invasão do Iraque em 2003, destinada a derrubar Saddam Hussein. As forças dos EUA permaneceram estacionadas no local quando foi desencadeado o combate no Iraque e na Síria contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico. O Irão ameaçou ainda atacar “no interior dos EUA”, “Israel” e “aliados dos EUA”, segundo os Guardas da Revolução, na eventualidade de haver uma retaliação norte-americana.

EUA avaliam respostas ao Irão

As forças militares dos Estados Unidos não comentaram no imediato esta informação, mas Donald Trump não deixou de tweetar sobre este assunto, tendo feito uma declaração pública ontem.
“Está tudo bem! Mísseis lançados do Irão para duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e danos materiais está em curso. Até agora, está tudo bem”, escreveu o Presidente às 21h45, hora de Washington. Trump frisou ainda que os EUA têm “as mais poderosas e mais bem equipadas forças armadas em todo o mundo, de longe”.
Trump disse posteriormente que Washington ainda está a estudar retaliações pelo ataque iraniano desta madrugada contra instalações norte-americanas no Iraque, mas que quer a paz.
Donald Trump diz que ainda estão em aberto as opções de resposta ao Irão, mas que, para já, os EUA vão intensificar sanções económicas contra o Irão, como retaliação contra os ataques iranianos com mísseis que esta madrugada atingiram duas bases militares que albergam soldados norte-americanos no Iraque.
Durante uma comunicação ao país, ao lado de chefes militares e altos funcionários do seu Governo, Trump disse que os ataques iranianos desta madrugada não provocaram vítimas e fizeram “danos materiais mínimos” e considera que o Irão está a recuar no conflito. “Eles parecem estar a retirar. E isso é bom”, afirmou o Presidente norte-americano.

Palavras de Pompeo

Esta terça-feira, Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, disse aos jornalistas que Soleimani não se encontrava em missão diplomática no Iraque na altura em que foi morto. “Mas alguém aqui acredita nisto? Há algo na História que indica, mesmo sendo uma possibilidade remota, que este senhor estaria numa missão pacífica? Sabemos que isso não é verdade. Trata-se de propaganda iraniana, mas isso não é novidade, uma vez que no passado afirmaram estar em causa missões diplomáticas. Posso garantir que ele [Soleimani] não estava lá [em Bagdade] a representar algum tipo de acordo”, disse, de acordo com o canal Euronews.
Donald Trump admitiu que a morte de Soleimani foi orquestrada para prevenir “ataques iminentes contra diplomatas americanos e pessoal militar”. À luz de uma Resolução de 1973, o Congresso norte-americano deveria ter sido informado de que estava em causa um ataque iminente, mas a informação providenciada pelo Governo de Trump apenas continha documentação confidencial no que diz respeito às provas.
Nancy Pelosi, democrata presidente da Câmara dos Representantes, disse mesmo que a notificação “apresenta mais dúvidas do que respostas”, incluindo “questões sérias e urgentes sobre o tempo, forma e justificação para a decisão da Administração de levar a cabo hostilidades contra o Irão”, escreveu o New York Times.
O senador republicano Lindsey Graham, próximo do Presidente, considerou “um acto de guerra” os disparos de mísseis contra duas bases iraquianas com militares dos EUA e admitiu ataques de represália às instalações petrolíferas iranianas. “Deixem-me dizer isto hoje: se estão a ver televisão no Irão, acabei de falar com o Presidente (Trump) e têm o vosso destino nas vossas mãos, em termos de viabilidade económica do regime. Se (vocês, iranianos) continuarem com isto vão acordar um dia fora do negócio do petróleo”.
Antes, dissera que Trump poderia escolher atacar alvos militares ou petrolíferos. Pompeo admitiu terça-feira que seriam analisados todos os potenciais alvos à luz das leis internacionais.

UE atenta

Na primeira reunião do ano da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, presidente, expressou “as mais profundas condolências” para os familiares das vítimas, tendo lembrado a investigação em curso.
O encontro teve como ponto principal de discussão a crise que se vive entre o Irão e os Estados Unidos. “Esta crise afecta não apenas a região, mas todos nós. E o uso de armas deve parar agora para dar espaço ao diálogo. A União Europeia (UE), de uma maneira muito própria, tem muito a oferecer. Temos vindo a estabelecer relações duradouras com muitos dos actores da região”, disse.
“Vamos fazer tudo para garantir a manutenção do acordo nuclear”, assegurou a presidente da Comissão Europeia. “A comissão também analisou potenciais consequências de uma crise nuclear para a UE. Por exemplo, em áreas como transportes, energias, fronteiras e migração, mas também no que diz respeito ao desenvolvimento económico, estabilização e reconstrução que a UE está a fazer nestas áreas. A UE está dedicada a estas áreas, com as nossas vozes a serem ouvidas. Queremos actuar da forma mais activa possível.”
Josep Borrell, Alto Representante da UE para a Política Externa e vice-presidente da Comissão) sublinhou que “os recentes desenvolvimentos são extremamente preocupantes” e apontou que “os últimos ataques [da passada madrugada] contra bases no Iraque usados pelos Estados Unidos e por forças da coligação [contra o autodenominado Estado Islâmico], entre as quais forças europeias, é mais um exemplo da escalada e confrontação crescente”. “Não é do interesse de ninguém levar esta espiral de violência ainda mais longe”, frisou.
Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, alertou ontem o Irão de que Israel responderá de “forma retumbante” caso o país seja atacado. “Quem nos atacar receberá uma resposta retumbante”, garantiu Netanyahu.
 

Transportes | Companhias aéreas evitam Médio Oriente

Algumas companhias aéreas comerciais redirecionaram ontem os voos que cruzam o Médio Oriente para evitar eventuais perigos no meio da crescente tensão entre os Estados Unidos e o Irão. A transportadora australiana Qantas disse que estava a alterar as suas rotas de Londres para Perth, na Austrália, para evitar o espaço aéreo do Irão e do Iraque até novo aviso. As companhias aéreas Emirates e Flydubai, dos Emirados Árabes Unidos, cancelaram os seus voos para Bagdade nos seus sites na internet.
Fonte da Flightradar, que monitoriza o tráfego aéreo, disse que dois voos da Emirates fizeram uma rota diferente para evitar a passagem pelo Iraque, enquanto um voo da Air Canada para o Dubai foi forçado a redirecionar o trajeto pelo Egipto e Arábia Saudita.
A companhia aérea Malaysia Airlines confirmou que “devido aos recentes acontecimentos”’, os seus aviões evitariam o espaço aéreo iraniano. A Singapore Airlines também disse que os seus voos para a Europa seriam redireccionados para evitar o espaço aéreo do Irão.
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA disse que estava a proibir pilotos e transportadoras americanas de voar nalgumas áreas do Iraque, Irão e nalgum espaço aéreo do Golfo Pérsico. A entidade alertou ainda para o “potencial de erro de cálculo ou identificação errónea” de aeronaves civis mo meio da escalada da tensão entre os EUA e o Irão. A FAA disse ainda que as restrições estão a ser emitidas devido a “actividades militares mais activas e aumento das tensões políticas no Médio Oriente, que apresentam um risco para as operações de aviação civil dos EUA”.

Queda de avião de companhia ucraniana e sismo à margem da clima tenso

A tensão internacional que se vive desde a morte de Soleimani agravou-se com a queda de um avião ucraniano em Teerão que provocou a morte de 176 pessoas, a maioria nacionais do Canadá e do Irão. Estas seguiam a bordo do Boeing 737, que se despenhou pouco depois de descolar do aeroporto internacional Imam Khomeini, em Teerão.
De acordo com o jornal The Guardian, citado pela Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Vadym Prystaiko, afirmou em comunicado que a bordo do avião estavam 82 iranianos, 63 canadianos, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos. “Expressamos as nossas condolências. As autoridades ucranianas continuam a investigar”, disse Prystaiko.
Apenas dois passageiros e os nove elementos da tripulação da Ukraine International Airlines eram de nacionalidade ucraniana, indicou. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já apelou para que se evitem especulações sobre a queda do avião ucraniano no Irão.
“Peço a todos que se abstenham de especulações e versões não verificadas do desastre”, escreveu Zelensky na rede social Facebook. Uma informação divulgada anteriormente pela televisão estatal iraniana dava conta de que 180 pessoas seguiam a bordo da aeronave.
Segundo agências internacionais, o avião da Ukraine International Airlines caiu num terreno agrícola a sudoeste de Teerão, para onde já foi mobilizada uma equipa de investigação.
As primeiras indicações disponibilizadas pelas autoridades iranianas apontaram para a existência de problemas mecânicos.
O acidente ocorreu horas depois do lançamento de dezenas de mísseis iranianos contra duas bases em Ain Assad e Arbil, no Iraque, utilizadas pelo exército norte-americano, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

Sismo nuclear

Entretanto, um terramoto de magnitude 4,5 atingiu ontem a região sudoeste do Irão, onde a está situada a central nuclear de Bushehr, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). O sismo foi registado a 10 quilómetros de profundidade, numa área que se situa a 17 quilómetros a sudeste da cidade de Borazjan às 06h49 (hora local), segundo o USGS. O terramoto foi sentido em Bushehr, onde está localizada a única central nuclear iraniana. Não existem informações de vítimas ou danos.