Cavaleiro português aposta na formação de cavalos de competição na China Hoje Macau - 17 Ago 2025 Reportagem de João Pimenta, agência Lusa Passo, trote e galope: numa quinta nos arredores de Pequim, o português João Ruas treina diariamente seis cavalos à prática de dressage, disciplina olímpica equestre que procura expor o máximo das capacidades atléticas do animal. “É uma relação muito própria”, descreveu à agência Lusa o cavaleiro, natural de Lisboa. “Há dias em que somos quase como um pai a ensinar o filho, outros em que é o cavalo que nos ensina a nós. Mas tem de haver sempre respeito mútuo”, frisou. Ruas, de 28 anos, chegou à China há um ano para criar seis cavalos e dar formação em dressage numa quinta em Shunyi, o distrito no nordeste de Pequim onde as aldeias e campos agrícolas lembram mais o interior da China do que a capital de 22 milhões de habitantes. A dez quilómetros do reservatório de Huairou, lago artificial de 12 quilómetros quadrados que abastece Pequim e regula o caudal de rios locais, a quinta está cercada por cursos de água, encostas arborizadas, campos de milho e reservas naturais. No horizonte, as cadeias montanhosas que se erguem a norte dos distritos de Changping e de Huairou completam uma paisagem que contrasta com o emaranhado de torres envidraçadas e blocos de apartamentos da malha urbana de Pequim. “Quando estou aqui não me lembro se estou na China, em Portugal ou na Alemanha”, explicou João Ruas. “Estou numa bolha, digamos assim, e é uma bolha boa”. Sem experiência anterior no país, o português foi surpreendido pela simpatia dos chineses e pelo acolhimento da comunidade local. No dia em que foi entrevistado pela agência Lusa, o seu triciclo de carga avariou a caminho do supermercado. Depressa, os vizinhos acorreram a tentar consertar o veículo. “Sou o único estrangeiro aqui. Comunico por gestos, ainda estou a aprender chinês, mas fui sempre muito bem tratado. Os vizinhos ajudam em tudo”, contou. Apesar do entusiasmo com a vida no campo, o treinador admite dificuldades no exercício da modalidade que pratica desde os nove anos. “Há muito amadorismo, pouca técnica, provas caras e com pouca frequência. E tudo o que envolve cavalos aqui é francamente mais caro do que na Europa”. O cavalo “não se domina pela força: requer paciência, conhecimento e sensibilidade”, realçou. “É como um atleta. Tem dias bons e dias maus. E não fala. Temos de saber ler os sinais. Uma pequena reação pode indicar um problema sério”, observou. Em Portugal, João Ruas estudou na Escola Profissional Agrícola D. Dinis, onde conciliava as aulas com os fins de semana passados com o treinador. Desde então, nunca mais deixou os cavalos. “Comecei com uma vez por semana, depois duas, depois três, até chegar a cinco. Tive de insistir muito com os meus pais para começar”, contou. Na China, trabalha com cavalos europeus, trazidos de propósito para competir em provas de dressage. O objetivo é preparar os animais desde os três anos para competições que começam normalmente aos quatro. “Falta ainda uma tradição de criação com foco desportivo. Criam-se cavalos há muitos anos, mas não com critério seletivo para o desporto”, disse. Xangai, a “capital” económica do país, lidera a prática de dressage no país, com mais provas e melhor infraestrutura. Em Pequim, nota-se um interesse crescente, mas ainda há um longo caminho a percorrer. “Pode ser bom começar assim, quase do zero. Permite fazer as coisas bem. Sem vícios”, refletiu Ruas. Com a chegada de mais um cavalo em breve e a perspetiva de continuar o trabalho na China, João Ruas diz-se realizado. “Vejo-me aqui por muitos mais anos. Só custa a distância. Mas com a tecnologia de hoje, conseguimos encurtá-la”, afirmou. “Há sacrifícios que fazem bem à alma”.
China | Restringida acumulação de terras raras por empresas estrangeiras Hoje Macau - 17 Ago 2025 Pequim pediu a empresas estrangeiras que evitem acumular reservas de terras raras, numa altura em que o receio de restrições às exportações está a aumentar a procura destes metais, cruciais para várias tecnologias estratégicas, informou o Financial Times. Segundo fontes citadas pelo jornal, Pequim avisou que o armazenamento excessivo de terras raras e de produtos derivados, como ímanes usados em motores eléctricos, poderá expor as empresas a maiores riscos de escassez. As autoridades estariam também a limitar deliberadamente os volumes de exportação aprovados para travar a criação de grandes inventários no estrangeiro. A China processa cerca de 90% do fornecimento mundial de terras raras e fabrica 94% dos ímanes permanentes, tendo usado este controlo como instrumento de pressão durante a guerra comercial com os Estados Unidos. Em Abril, colocou sete categorias de terras raras médias e pesadas na lista de controlo de exportações, medida que abrangeu também ímanes permanentes e outros produtos acabados, provocando escassez em sectores como o automóvel. Os esforços para impedir que as empresas acumulem grandes inventários, o que lhes daria mais flexibilidade para responder a escassez e flutuações de preços, mostram a determinação de Pequim em manter a máxima influência no sector, disseram as fontes. A China colocou, em abril, sete categorias de terras raras médias e pesadas numa lista de controlo de exportações, em resposta às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. A medida, que também abrangeu ímanes permanentes e outros produtos acabados, provocou escassez em vários setores, particularmente na indústria automóvel. Embora Washington e Pequim tenham acordado esta semana uma nova extensão de 90 dias na guerra comercial, o controlo chinês sobre o fornecimento de terras raras continua a ser uma parte importante das negociações. Pequim controla a produção de terras raras através de quotas de extração e processamento. No ano passado, apenas duas empresas estatais receberam quotas. A China exportou 3.188 toneladas de ímanes permanentes de terras raras em junho, mais do dobro do volume de maio, mas menos 38% do que no mesmo mês do ano passado. Nos três meses até junho – desde que Pequim impôs as restrições comerciais – as exportações de ímanes ficaram cerca de metade do volume registado no mesmo período do ano anterior. Um estudo do Conselho Empresarial EUA -China, realizado em julho, indicou que metade das empresas inquiridas viu os seus pedidos de exportação pendentes ou rejeitados, sobretudo quando o volume excedia a média histórica.
China | Produção industrial cresceu 5,7% em julho Hoje Macau - 17 Ago 2025 A produção industrial na China cresceu 5,7% em Julho, em termos homólogos, desacelerando face ao mês anterior e ficando abaixo das previsões dos analistas, segundo dados divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas do país asiático. Os analistas esperavam uma descida para 5,9%, após o crescimento homólogo de 6,8% registado em Junho. Entre os três principais sectores considerados no indicador, o sector manufatureiro registou a maior subida (6,2%), seguida da extracção mineira (5%) e da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (3,3%). No acumulado de 2025, a produção industrial aumentou 6,3%. As vendas a retalho, principal indicador do consumo, cresceram 3,7% em julho, abrandando face aos 4,8% de junho. O organismo destacou que a economia “superou um ambiente externo complexo e em mudança”, mas apontou o impacto negativo de “fenómenos meteorológicos extremos” que afetaram várias regiões do país, incluindo chuvas intensas, inundações e secas. A taxa oficial de desemprego urbano situou-se em 5,2% em julho, contra 5% no mês anterior. Já o investimento em ativos fixos aumentou 1,6% nos primeiros sete meses do ano, abaixo dos 2,8% registados até junho e inferior às previsões de 2,7%. Por setores, o investimento no setor manufatureiro cresceu 6,2% e em infraestruturas 3,2%, enquanto o destinado à promoção imobiliária caiu 12%, refletindo a prolongada crise do setor. As vendas comerciais de imóveis, medidas pela área de terreno, recuaram 9,2% no acumulado até julho.
China | Preços das casas caem pelo 26º mês consecutivo Hoje Macau - 17 Ago 2025 Os preços da habitação nova na China caíram pelo vigésimo sexto mês consecutivo em julho, apesar das medidas governamentais para travar a prolongada crise que afeta o setor, segundo dados oficiais divulgados ontem. Nas 70 cidades analisadas, os preços recuaram 0,31% face a junho, de acordo com cálculos feitos com base nos dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas da China, que apontaram uma queda de 0,27% no mês anterior. Sessenta cidades registaram descidas nos preços da habitação nova, contra 56 em junho, enquanto seis – incluindo Xangai – registaram aumentos, menos do que as 14 no mês anterior. Em quatro cidades, os preços permaneceram inalterados. Os cálculos mostram ainda que o preço das habitações em segunda mão caiu 0,51% em julho face a junho, um abrandamento relativamente à descida de 0,61% do mês anterior. Neste segmento, praticamente todas as cidades analisadas registaram quebras, exceto Xining, capital da província de Qinghai (oeste), onde os preços não variaram, e Taiyuan (centro), que registou uma ligeira subida. Nos últimos anos, as autoridades chinesas anunciaram várias medidas para conter o colapso do mercado imobiliário, cuja estabilização é vista como crucial para a estabilidade social, dado que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas. A crise do sector imobiliário, que representa cerca de 30% do produto interno bruto da China, incluindo efeitos indiretos, é apontada como um dos principais factores da recente desaceleração da economia do país.
Xi Jinping felicita Indonésia Hoje Macau - 17 Ago 2025 O Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou ontem o líder indonésio pelo 80.º aniversário da independência da Indonésia e destacou as relações bilaterais, que este ano celebram 75 anos, informou a agência de notícias estatal Xinhua. Xi sublinhou que, nestas oito décadas, a Indonésia alcançou um “desenvolvimento notável” e desempenha “um papel cada vez mais importante” na cena regional e internacional. Em 2025, recordou o dirigente chinês, os dois países celebram 75 anos de laços diplomáticos, tendo as relações alcançado “grandes progressos”, enquanto a amizade tradicional “foi reforçada ao longo do tempo”. Os dois líderes tiveram duas reuniões no ano passado, nas quais chegaram a consensos sobre a construção de uma “comunidade China-Indonésia com um futuro partilhado e influência regional e global”, elevando as relações bilaterais a “um novo nível”, notou ainda o Presidente chinês. O governante afirmou estar disposto a trabalhar com o homólogo indonésio para “novas conquistas” que apoiem a modernização dos dois países e contribuam para a paz, a estabilidade e o desenvolvimento regional e mundial. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, enviou uma mensagem de felicitações ao homólogo indonésio, Sugiono, salientando a “forte dinâmica” dos laços bilaterais. A China e a Indonésia celebram este aniversário depois de terem assinado vários memorandos de entendimento em 2024 em áreas como turismo, agricultura, saúde, investimento e cadeias de abastecimento. Os países cooperam em projetos de alto nível como o desenvolvimento de veículos elétricos e a nova capital da Indonésia, Nusantara.
Trump diz que China não avançará contra Taiwan durante o seu mandato Hoje Macau - 17 Ago 2025 O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que o seu homólogo chinês, Xi Jinping, lhe garantiu que não ordenará qualquer ofensiva contra Taiwan, pelo menos durante o seu mandato na Casa Branca. Numa entrevista à Fox News, Trump descartou que Pequim planeie “avançar” numa ilha que considera estar sob a sua soberania e à qual Washington ofereceu ajuda militar nos últimos anos. “Não acho que isso vá acontecer enquanto estiver aqui”, disse Trump, que adiantou ter garantias expressas do Presidente do gigante asiático. “O Presidente Xi disse-mo”, acrescentou, sem dar detalhes sobre as negociações. Trump e Xi têm falado por telefone desde o regresso do magnata republicano à Casa Branca, em janeiro, mas o último encontro direto entre os dois remonta a 2019. Os dois países têm agora várias frentes políticas em aberto, incluindo a guerra tarifária promovida por Trump e ainda pendente no caso da China. Na semana passada, Washington e Pequim estenderam por mais três meses o prazo para chegar a algum tipo de acordo que evite a imposição de tarifas indiscriminadas sobre o fluxo comercial bilateral. Nos últimos anos, os EUA intensificaram a sua atenção sobre Taiwan, realizando com maior frequência visitas à ilha, vendendo armas e outros equipamentos militares e estimulando em Taipé uma atitude mais musculada em relação a Pequim.
China defende paz interna, reconciliação e harmonia social em Myanmar Hoje Macau - 17 Ago 2025 O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse esperar que as próximas eleições em Myanmar (antiga Birmânia) tragam “paz interna”, “reconciliação nacional” e “harmonia social” ao país, durante um encontro com o homólogo do país vizinho. O encontro decorreu na cidade chinesa de Anning, no âmbito do fórum sub-regional Lancang-Mekong, que reuniu representantes da China, Tailândia, Camboja, Laos, Myanmar e Vietname. Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi afirmou que Pequim “apoia Myanmar na procura de uma via de desenvolvimento adaptada às suas condições nacionais e com o apoio do povo, bem como na proteção da soberania, independência e unidade nacional”. O chefe da diplomacia chinesa garantiu que Pequim “continuará a prestar apoio e assistência a Myanmar dentro das suas possibilidades” e apelou para a elaboração de um plano de reconstrução após o terramoto que abalou o país em março, causando mais de 3.000 mortos. Wang expressou ainda o desejo de que as autoridades birmanesas “continuem a combater o crime transfronteiriço e a manter a paz e estabilidade na fronteira entre os dois países”. Nos últimos anos, grupos criminosos poderosos, muitos com ligações à China, transformaram partes de Myanmar num centro de burlas ‘online’, envolvendo vítimas em vários países, sobretudo na China, o que trouxe tensão às relações bilaterais. “Pequim espera que Myanmar garanta a segurança do pessoal, instituições e projectos chineses no país”, acrescentou o ministro. De acordo com o comunicado, o chefe da diplomacia birmanesa, Than Shwe, “agradeceu à China o valioso apoio e assistência para o desenvolvimento económico e social de Myanmar e para a reconstrução após o terramoto”. “O estado de emergência terminou e Myanmar prepara ativamente as eleições gerais previstas para o final deste ano. O país esforçar-se-á por garantir eleições seguras, estáveis, fluidas e credíveis, e está disposto a convidar uma delegação chinesa para as observar”, afirmou o governante. A oposição considera o sufrágio, agendado para dezembro, uma “farsa”. Com mais de 2.100 quilómetros de fronteira comum, a China mantém uma abordagem pragmática face ao volátil país vizinho, preservando laços com os generais, mas também com grupos rebeldes e a oposição pró-democracia, para assegurar os seus numerosos projetos económicos na região.
China lança programa para atrair “cérebros” estrangeiros Hoje Macau - 17 Ago 2025 A Fundação Nacional de Ciências Naturais da China (NSFC), administrada pelo governo, acaba de abrir um novo lote de oportunidades de financiamento para atrair cientistas de fora da China com doutoramento e menos de 40 anos. O anúncio diz que os candidatos devem ter nascido após 1 de janeiro de 1985, possuir um doutoramento e realizar principalmente investigação em ciências naturais, tecnologia e engenharia. Devem ter 36 meses consecutivos de experiência profissional formal fora da China em universidades, instituições de investigação e departamentos de investigação de empresas de renome após o doutoramento e antes de 15 de setembro de 2025, com requisitos de experiência profissional reduzidos para candidatos excepcionais. Devem, além disso, «ter alcançado resultados científicos ou tecnológicos reconhecidos por pares na área e demonstrar potencial para se tornarem líderes académicos ou talentos de destaque na disciplina», ainda de acordo com o anúncio. O financiamento da NSFC para os candidatos selecionados totaliza entre um milhão de yuans (140 000 dólares) e três milhões de yuans (418 000 dólares) ao longo de três anos. A NSFC lançou o seu programa voltado para cientistas sediados fora da China em 2021. Desde então, geralmente abre oportunidades de financiamento nos primeiros meses do ano, excepto em abril de 2023, quando abriu por uma semana extra para “mitigar o impacto causado pela pandemia da COVID-19”. Após um anúncio de rotina em fevereiro de 2025, a NSFC deixou claro em 30 de julho que a abertura da semana passada é uma «nova ronda» para atrair «mais» cientistas de fora da China. No entanto, o montante exacto do novo financiamento não foi divulgado. Os candidatos inscrevem-se através de uma instituição chinesa anfitriã, normalmente uma universidade ou uma instituição de investigação registada no sistema da NSFC. Após dois níveis de análise, o financiamento é distribuído aos cientistas através da instituição anfitriã, aumentando o orçamento de investigação desta última. Muitas universidades chinesas aderiram ao anúncio, convidando quase simultaneamente cientistas estrangeiros a candidatarem-se ao novo financiamento através delas. Uma lista incompleta das universidades chinesas que fizeram convites públicos inclui a Universidade de Pequim, a Universidade Renmin da China, a Universidade da Academia Chinesa de Ciências, a Universidade de Jilin, etc. A China sofre há muito tempo com o que é frequentemente chamado de “fuga de cérebros” de talentos científicos e técnicos, já que uma proporção muito alta de cientistas nascidos na China que se formam em universidades americanas optam por permanecer nos EUA. Uma pesquisa realizada em 2023 pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA descobriu que 83% dos doutores em ciência e tecnologia nascidos na China que obtiveram seus diplomas nos Estados Unidos entre 2017 e 2019 permaneceram nos Estados Unidos aproximadamente 5 anos após a formatura. O número é “significativamente maior do que a média de todos os países de origem”, afirma o relatório da NSF. O governo chinês lançou várias campanhas para atrair talentos em ciência e tecnologia, incluindo aqueles sem ascendência chinesa, para irem para a China. Os cientistas financiados pelo programa NSFC devem renunciar aos seus empregos no exterior e trabalhar em tempo integral na China, respondendo às preocupações de observadores desconfiados que afirmam que ter dois empregos simultâneos em lados opostos do Pacífico muitas vezes significa que a China está roubando dos Estados Unidos. A nova ronda de financiamento também surge num momento de cortes drásticos no financiamento da investigação científica nos EUA, o que muitos afirmam que ajudará a China a atrair talentos globais.
O inesperado Mestre Mao Qiling Paulo Maia e Carmo - 17 Ago 2025 Xu Zhaohua (1662-1722), que usou expressivos pseudónimos literários como lanchi, ou yibi, «louca por orquídeas» e «jade como mulher», foi uma das reconhecidas poetas que, no início da dinastia Qing, reflectiram sobre o lugar instável das mulheres que, se bem confinadas ao gineceu, possuíam já uma cultura literária que lhes permitia a expressão em forma de poemas, pinturas ou ensaios literários das mais subtis tonalidades da sua apurada sensibidade. O modo como essas mulheres na transição dinástica Ming-Qing, referidas depois como guixiu, «damas cultas» ou cainu, «mulheres de talento», adquiriam esses conhecimentos quando raramente se ausentavam de suas casas, variava. Mas no seu caso, como de outras igualmente ousadas, essa aprendizagem dependia de um homem literato mais velho com o qual não tinha qualquer relação familiar. Mao Qiling (1623-1716), esse seu preceptor, foi uma das mais extraordinárias figuras entre os homens de letras que asseguraram a continuidade da cultura literária. Um destino improvável que partiu, aliás, de uma recusa. Nascido em Xiaoshan (Zhejiang) após a queda dos Ming sentindo-se, como outros literatos e cultores das artes, incomodado pelos novos poderes que pareciam ignorar a tradição milenar, vagueou sem destino pelas regiões do baixo Changjiang. Mas afinal o que receava não se verificou e ele aproveitou uma abertura decretada pelo imperador Kangxi para se apresentar em 1679, já tarde em relação ao habitual, ao exame imperial e a sua vocação aproveitada por exemplo na redação da Mingshi, a «História dos Ming». Participaria noutros projectos imperiais, mas a partir de1687 vai para Hangzhou onde viverá a ambicionada vida retirada dos homens de letras, longe da poeira vermelha das cidades. E, numa das artes que conhecia, a da pintura, figurou esse lugar que era uma disposição do espírito. Mao Qiling alude num rolo vertical designado Pescador solitário numa embarcação, ou Songling yuyin, «Pinheiros na colina, pescador escondido» (tinta sobre papel, 63,5 x 35,6 cm, no Metmuseum) à figura modesta, sem ambições mundanas, do homem solitário que numa embarcação pesca sem isco num rio infindável. Xihe, Rio do Oeste, de resto era um dos seus nomes literários e o que aparece na edição das suas obras completas. E se no vasto Império os rios desaguam no Oriente, no Oeste é que estão as nascentes, ir para lá era regressar às origens. Como filólogo, Mao Qiling estudou a origem de palavras e conceitos antigos, debatendo questões que no seu tempo se colocavam quanto à interpretação dos Clássicos, ou o excesso de antagonismo que os neo-confucianos colocavam entre o desejo humano e o princípio da bondade celeste. Essa clarividência permitia-lhe apreciar a poesia de autoras como Xu Zhaohua que elogiava a longanimidade, a resistência à adversidade, e o jade que toma a temperatura de quem o toca.
Redes sociais | Macau acolhe semana dedicada a influencers digitais Hoje Macau - 17 Ago 2025 O território vai acolher um evento dedicado a influencers digitais entre os dias 24 e 28 de Outubro, intitulado “CreatorWeekMacao 2025”. A iniciativa promete ser “o maior evento internacional de influenciadores digitais da Ásia”, estando prevista a presença de “180 influenciadores digitais de topo”. Por detrás da organização deste evento está a Direcção dos Serviços de Turismo em parceria com uma empresa de produção de conteúdos media, participando também as seis operadoras de jogo. Os 180 influencers convidados têm, no conjunto, 300 milhões de seguidores, além de que serão convidados “líderes do sector e figuras de renome das plataformas de redes sociais para participarem no evento”. A DST pretende recrutar 20 embaixadores locais que sejam criadores de conteúdo a fim de poderem trabalhar na realização dos eventos, e ainda “visitar pontos turísticos e bairros comunitários de Macau em conjunto com os visitantes do Interior da China e do exterior”. Nestas visitas, serão apresentadas as características culturais de Macau e dos seus bairros, a fim de ajudar os influencers de fora a conhecer melhor o território. As inscrições para embaixadores locais começam hoje e decorre até ao dia 12 de Setembro, devendo estes ser residentes de Macau e possuir pelo menos uma conta individual em redes sociais como o Instagram, Facebook, Douyin, TikTok ou Xiaohongshu. Os interessados devem produzir um vídeo original, com a duração máxima de três minutos, subordinado ao tema “One Day in Macao”, apresentando, em inglês, o itinerário de um dia de visita a Macau. O evento “CreatorWeek” realizou-se pela primeira vez em Singapura no ano passado.
História | Exposição sobre vitória dos aliados na II Guerra abre este mês Hoje Macau - 17 Ago 2025 Será inaugurada no próximo dia 25 a exposição que celebra o aniversário da vitória dos aliados e da China contra a ocupação japonesa nos anos da II Guerra Mundial. “Pela Libertação Nacional e pela Paz Mundial – Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista” acontece no edifício do Fórum Macau O edifício do Fórum Macau acolhe, a partir do dia 25 deste mês, uma exposição que celebra os 80 anos em que os aliados se sagraram vencedores da II Guerra Mundial e em que a China conseguiu vencer os japoneses que ocuparam partes do território, bem como Hong Kong, durante alguns anos do conflito. A mostra tem como nome “Pela Libertação Nacional e pela Paz Mundial – Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista” e tem por objectivo “recordar o feito histórico, homenagear os mártires e exaltar os nobres espíritos patrióticos”. Trata-se de um projecto organizado pelo Governo de Macau e Museu Comemorativo da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa. A mostra pode ser vista até ao dia 24 de Setembro, estando aberta a visitas de grupo, por marcação. Além disso, no dia 20 de Setembro decorre no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau um simpósio sobre este tema com organização do Instituto Cultural e Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude. Para esta conferência serão convidados “especialistas e académicos do Interior da China e de Macau para abordarem o significado histórico da vitória na guerra de resistência”. Os especialistas são Wang Xiaoli, professora da Escola do Partido do Comité Provincial de Shaanxi do PCC (Academia de Administração de Shaanxi), Lam Fat Iam, professor e director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Politécnica de Macau, e ainda Lin Guangzhi, professor e director do Instituto de Pesquisa Social e Cultural da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Estes vão “partilhar estudos sobre o envolvimento dos jovens patriotas na revolução e as suas convicções durante a guerra da resistência, bem como os feitos e contribuições de todos os sectores da sociedade de Macau durante a guerra”. História de duros No que diz respeito à exposição, a história deste conflito conta-se em seis partes, com nomes como “A Eclosão da Guerra – Levantar-se pela Salvação Nacional”, “Resistência de Toda a Nação – Lutando Juntos contra a Agressão Japonesa”, “Unidos como Um – Uma Resolução Comum contra os Invasores”, “Entusiasmo Crescente – A Resistência Vermelha em Macau”, “Lutando Juntos contra o Fascismo – O Principal Campo de Batalha Oriental” e ainda “A Grande Vitória – Um Ponto de Viragem para o Rejuvenescimento Nacional”. Com recurso a “uma grande quantidade de imagens e vídeos históricos”, apresenta-se “o árduo percurso de 14 anos da guerra de resistência do povo chinês decorrida entre 1931 e 1945”. Além disso, a mostra conta a história “do apoio prestado por vários sectores da sociedade de Macau na luta contra a agressão japonesa através de angariação de fundos, divulgação de informações sobre a salvação nacional, ajuda aos refugiados e participação na linha de frente”. Tal mostra “o vínculo solidário entre os compatriotas de Macau e o povo do País, unidos por laços de sangue e destino comum”. A inauguração da exposição acontece dia 25 às 15h, podendo esta ser visitada de forma gratuita.
PJ | Detido por burla e branqueamento de capitais Hoje Macau - 17 Ago 2025 A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de Hong Kong por suspeitas de estar envolvido em casos de burlas e branqueamento de capitais. As informações foram divulgadas numa conferência de imprensa na sexta-feira, onde a PJ revelou ter recebido denúncias de duas idosas que foram convencidas a investir em ouro e câmbio, perdendo 5,12 milhões de dólares de Hong Kong e 3,3 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), respectivamente. A PJ identificou o suspeito alegadamente responsável por receber dinheiro em Macau, mais precisamente no seu local de trabalho (um restaurante no NAPE), onde trabalhavam sem habilitação legal. O indivíduo que lhe entregava o dinheiro foi identificado pelas autoridades, mas continua a monte. Após a detenção do suspeito, residente de Hong Kong, a PJ encontrou 1,6 milhões de HKD no restaurante. As autoridades suspeitam que o detido terá começado a receber e lavar dinheiro de burlas desde Junho do ano passado, num valor aproximado de 60 milhões de HKD, através da compra de moedas digitais. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.
Taipa | Rede de drenagem irá abranger área entre Rua de Cunha e Dome Hoje Macau - 17 Ago 2025 Após as graves inundações que afectaram especialmente a Taipa e Coloane na passada quinta-feira, um membro do conselho consultivo para os assuntos municipais deu a conhecer uma renovação na rede de drenagem, um “sistema criado há muitos anos e que não satisfaz as actuais necessidades”. O conselheiro Ao Weng Hei indicou que o Instituto para os Assuntos Municipais irá construir uma estação elevatória de águas pluviais na zona da Avenida dos Jogos da Ásia Oriental. Para esta infra-estrutura, já foi concluído o concurso público. Em declarações ao Canal Macau da TDM, o responsável acrescentou que será criada uma rede de drenagem entre a Fábrica Iec Long e a estação de bomba de água do Dome dos Jogos da Ásia Oriental. O conselheiro apontou também que as obras podem melhorar a drenagem de águas em casos de chuvadas fortes. Porém, destacou que as inundações na semana passada, em particular nos bairros antigas da Taipa, foram agravadas pela condensação de gorduras e acumulação de folhas de árvores nas sarjetas. Como tal, pediu às autoridades para estarem atentas e reforçar os trabalhos de limpeza com mais regularidade, particularmente nos novos pontos negros de inundações.
IAM | Licenças para esplanadas estão de regresso Andreia Sofia Silva e Nunu Wu - 17 Ago 2025 O Instituto para os Assuntos Municipais aceita, desde sexta-feira e a título experimental, novos pedidos de licença para esplanadas. Porém, estas só podem funcionar no período diurno, devendo encerrar às 21h e podendo abrir às 9h do dia seguinte. Responsáveis do sector da restauração aplaudem a medida Depois de uma reunião com a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) decidiu mesmo voltar a emitir licenças para esplanadas, um processo que estava suspenso desde 2009. O pedido de licenças, a título experimental, pode ser feito desde a última sexta-feira, 15. Porém, há muitas regras a cumprir por parte destes estabelecimentos de restauração ou bares, a começar pelo facto de as esplanadas não poderem funcionar durante a noite. Inclui-se “a proibição do funcionamento das esplanadas entre as 21h e as 9h do dia seguinte”, tendo em conta “a situação das esplanadas do Anim’Arte Nam Van ou Pátio do Comandante Mata e Oliveira”. Além disso, não podem ser colocados “altifalantes ou outros equipamentos semelhantes que emitam som na área das esplanadas”, tendo em conta a lei de prevenção e controlo do ruído ambiental, descreve o IAM numa nota. Cabe aos donos dos estabelecimentos “manter a limpeza e higiene da esplanada e do espaço circundante, limpando periodicamente a respectiva área durante o período de funcionamento e arranjando imediatamente o local após a utilização diária”. Devem ser removidas “manchas do chão e retirar imediatamente todos os objectos do local após o encerramento diário” das esplanadas. Há, inclusivamente, regras para o tamanho das mesas e cadeiras a colocar na rua, tendo um custo de 1.200 patacas por cada metro quadrado de espaço que ocupem. Sector dá os parabéns Há 16 anos que o IAM não atribuía novas licenças de esplanadas, e agora pretende voltar a fazê-lo “no intuito de optimizar o ambiente de negócios das pequenas e médias empresas de Macau” e depois de “auscultar as opiniões do sector”. Porém, para avançar nesta decisão, foram tidos em conta “diversos factores como o equilíbrio entre o ambiente comunitário e vida da população”. Tendo em conta que este é um período experimental de emissão de licenças, o IAM promete “monitorizar constantemente a eficácia, criando condições favoráveis para revitalizar a economia comunitária”. Entretanto, os deputados Ngan Iek Hang, Cheung Kin Chung, e alguns conselheiros mostraram-se a favor desta medida, dizendo que a criação de mais esplanadas pode enriquecer as características do turismo de Macau. Em declarações ao jornal Ou Mun, Cheung Kin Chung elogiou que a medida não só enriquece a indústria do turismo cultural de Macau, mas também incentiva a revitalização económica dos bairros comunitários, constituindo-se mais um apoio e motivo de esperança para o sector do turismo. Já Ngan Iek Hang disse que devem ser feitas orientações mais claras, devendo haver uma comunicação mais estreita com o sector. O deputado, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau, alertou ainda que deve ser reforçado o mecanismo de supervisão, a fim de garantir que não há a violação das novas regras das esplanadas, no tocante ao barulho e limpeza dos espaços. Por seu turno, o membro do Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais, Lei Chong In, elogiou que o formato de esplanada é muito popular no interior da China e países estrangeiros, sendo não apenas espaços de restauração, mas também de turismo cultural.
Coloane | Novo parque de estacionamento terá 70 lugares Hoje Macau - 17 Ago 2025 A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) vai criar um parque de estacionamento provisório, com cerca de 70 lugares para carros e motociclos, num terreno onde funcionou o Centro de Formação das Águias Voadoras de Coloane, e que se situa junto à Estrada de Cheoc Van e Rua da Cordoaria. Desta forma, a DSOP pretende “aliviar a insuficiência de lugares de estacionamento nas imediações da Vila de Coloane”, estando actualmente a realizar os “trabalhos relativos ao concurso para a obra de construção do parque”, prevendo-se que as obras arranquem há em Setembro. O respectivo terreno tem uma área de cerca de 5.300 metros quadrados, sendo que o espaço para o parque de estacionamento será de 3.000 metros quadrados.
AMCM | Registado novo crescimento de pagamentos móveis Andreia Sofia Silva - 17 Ago 2025 Dados oficiais da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) descrevem a continuidade do crescimento de pagamentos feitos através de diversas plataformas móveis locais no segundo trimestre deste ano. O aumento foi de 8,4 por cento face ao trimestre anterior, tendo sido registadas 98 milhões de transacções com o montante de 8,1 mil milhões de patacas. O aumento do montante foi de 2,3 por cento face ao primeiro trimestre do ano. Em média, cada pessoa pagou quase 83 patacas por cada transacção. Relativamente aos cartões de crédito, até final de Junho o montante atribuído pelos bancos a este tipo de produto foi de 50,3 mil milhões de patacas, mais 0,5 por cento face ao trimestre anterior. O saldo das dívidas foi, no segundo trimestre, de 2,8 mil milhões de patacas, sendo que o saldo de dívidas com prazos estendidos pelos bancos foi de 741,1 milhões, correspondente a 26,9 por cento. Além disso, o rácio de débito não pago, medido com base no rácio de valores em mora por mais de três meses contra o saldo das dívidas, cifrou-se em 2,8 por cento, ou seja, diminuiu 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
PIB | Economia da RAEM cresceu 5,1% no segundo trimestre Hoje Macau - 17 Ago 2025 O Produto Interno Bruto de Macau cresceu 5,1 por cento no segundo trimestre do ano, em termos homólogos, apoiado pelo aumento dos visitantes no território. Alargando a análise à primeira metade de 2025, os dados oficiais mostram um aumento anual de 1,8 por cento do PIB Entre Abril e Junho deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau aumentou 5,1 por cento face ao mesmo período do ano passado. O PIB atingiu, no segundo trimestre, 100,39 mil milhões de patacas, “equivalendo a 88,8 por cento do volume económico do ano 2019”, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) em comunicado. No segundo trimestre de 2025, a economia “voltou a crescer, devido ao número de visitantes ter aumentado notavelmente, os quais foram atraídos por uma série de medidas, e [a] despesa de consumo privado se ter mantido estável”, lê-se na mesma nota. As exportações globais de serviços, especifica a DSEC no comunicado, aumentaram 6 por cento, em termos anuais, “visto que o número de entradas dos visitantes na RAEM subiu cerca de 20 por cento no segundo trimestre do corrente ano”. As exportações de outros serviços turísticos subiram 5,9 por cento e de serviços do jogo cresceram 9,9 por cento. No que diz respeito ao comércio externo de mercadorias, no segundo trimestre, as exportações e importações de bens caíram 6,6 por cento e 4,1 por cento, respectivamente, face ao mesmo período de 2024. Perspectiva alargada Em termos de procura interna, no trimestre em análise, a despesa de consumo final do Governo e a despesa de consumo privado aumentaram 1 por cento e 0,3 por cento, respectivamente, em termos anuais. “A formação bruta de capital fixo diminuiu 3,7 por cento, em virtude do decréscimo do número de obras de construção privada, apesar dos acréscimos homólogos de 11,7 por cento registados no investimento em equipamento do sector privado, de 19,9 por cento no investimento em construção do sector público e de 83 por cento no investimento em equipamento do sector público”, refere-se ainda no relatório daquela direção. Numa análise semestral, o PIB subiu 1,8 por cento nos seis primeiros meses do ano, quando comparado com o mesmo período do ano transacto. As exportações de serviços, a despesa de consumo final do Governo, a despesa de consumo privado e a formação bruta de capital fixo subiram 1, 1,1, 0,3 e 1,8 por cento, respectivamente, face ao primeiro semestre de 2024. Durante este período, o deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou uma queda anual de 0,5 por cento, referiu ainda a DSEC.
Trânsito | Lei volta à estaca zero e passa para próxima legislatura João Luz - 17 Ago 2025 A revisão da lei do trânsito voltou para a gaveta e o processo legislativo terá de recomeçar na nova legislatura. Em discussão desde o Governo de Chui Sai On, a lei volta à estaca zero, depois de os deputados terem concluído que o diploma não estava em condições para ser votado antes do fim da sétima legislatura A revisão da Lei do trânsito rodoviário atravessou as agendas legislativas dos executivos de Chui Sai On, Ho Iat Seng e voltou a ficar na gaveta no primeiro ano de Sam Hou Fai à frente do Governo. Na passada sexta-feira, a mesa da Assembleia Legislativa (AL) divulgou uma deliberação, assinada pelo presidente da AL, Kou Hoi In, onde é indicado que “a proposta de lei intitulada ‘Lei do trânsito rodoviário’ não reúne os requisitos para votação pelo Plenário”. É acrescentado que “após o termo desta legislatura, o Governo pode renovar a iniciativa quando entender oportuno”. No final do mandato de Chui Sai On, o Governo acabou por retirar a lei da agenda depois de manifestações contra o aumento das multas. Após a extinção das manifestações nas ruas de Macau, a reforma da legislação que regula o trânsito voltou à agenda legislativa do Executivo de Ho Iat Seng, mas acabou mais uma vez por não completar o processo. Quase duas décadas após a sua entrada em vigor, em Outubro de 2007, a lei tem sido alvo de muitas críticas e promessas de actualização. Desta feita, a mesa da AL indica que a comissão parlamentar responsável por analisar na especialidade a lei teve o dia 7 de Agosto como prazo inicial de apreciação fixado, prazo que foi estendido até 15 de Agosto, a sexta-feira passada. Nos dois meses que antecederam o fim do prazo, e dos trabalhos desta legislatura, Kou Hoi In terá contactado o Governo várias vezes para estar a par do andamento da proposta de lei. Idade da razão Apesar dos contactos da AL, a 1ª comissão permanente que analisou o diploma, presidida por Ella Lei, não chegou a receber “a versão alternativa formal e conclusiva e o texto de trabalho e a versão inicial da proposta de lei revelam-se imaturos”, é descrito no texto assinado por Kou Hoi In. O parecer assinado pelos deputados da 1ª comissão permanente destaca que foram realizadas 23 reuniões para discutir o diploma na especialidade, 14 das quais com a participação de representantes do Governo. Porém, a complexidade do diploma acabou por ditar a sua “morte” em sede de especialidade. O Governo propunha a revogação de 39 diplomas legais, incluindo a lei do trânsito rodoviário em vigor, “o que implicava um planeamento legislativo de grande dimensão.” O parecer salienta que “tendo em conta a divergência de opiniões do público em geral sobre as alterações da proposta de lei, é necessário continuar a procurar consenso”, e que “o Governo ainda não respondeu às questões da comissão” e que o “novo texto de trabalho continua a apresentar alguns problemas de princípio”.
Jornalismo | Ron Lam deixa de escrever opinião para o Son Pou Andreia Sofia Silva e Nunu Wu - 17 Ago 2025 O deputado Ron Lam decidiu deixar de escrever opinião para o jornal Son Pou, algo que fazia desde 2017. Esta decisão surge depois de ter anunciado o fim do podcast da Associação Sinergia de Macau, a que pertence, e foi tema da última crónica publicada na edição do semanário Son Pou da última semana. Ron Lam disse que está numa fase em que necessita mudar de carreira, sendo, por isso, “hora de acabar com esta coluna”. O deputado também explicou que a coluna de opinião funcionava como uma espécie de registo do seu trabalho político, em que analisava diversas políticas e medidas do Executivo segundo a sua perspectiva. O responsável adiantou que, nos últimos tempos, os artigos de opinião deixaram de estar em voga, sendo substituídos pela proliferação de vídeos de curta duração nas redes sociais, enfraquecimento dos media mais tradicionais ou a explosão da informação. Porém, Ron Lam sempre quis documentar a história e contexto para algumas políticas do Governo, além de explicar vantagens e desvantagens, para que o público interessado pudesse conhecer os aspectos gerais de alguns assuntos mais específicos.
Ensino superior | CE reúne com ministro da Educação chinês Hoje Macau - 17 Ago 2025 Sam Hou Fai, Chefe do Executivo, reuniu na última quinta-feira, na sede do Governo, com o ministro da Educação da China, Huai Jinpeng, tendo sido discutidos os contornos do projecto da futura cidade universitária a desenvolver em Hengqin, com instituições do ensino superior locais, e que terá o nome de “Cidade (Universitária) de Educação Internacional de Macau e Hengqin”. O dirigente explicou que as autoridades têm promovido “a construção ordenada” desta futura cidade universitária, sendo que “os diversos projectos de construção” estão também a “ser promovidos de forma ordenada”, como é o caso do novo campus da Universidade de Macau, o centro de transferência e transformação de tecnologia das instituições de ensino superior do Estado. Pretende-se ainda que possa entrar em funcionamento, “ainda este ano”, o “subcentro da área de medicina tradicional chinesa”. Na sexta-feira foi a vez de o próprio ministro, acompanhado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, visitar a Zona de Cooperação em Hengqin “para se inteirar sobre o planeamento” da futura cidade universitária.
AL | Sam Hou Fai realça trabalho dos deputados para ordem constitucional João Luz - 17 Ago 2025 Num jantar com todos os deputados, antes da eleição do novo hemiciclo, o Chefe do Executivo enalteceu o trabalho dos legisladores na salvaguarda da “ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”. Entre os deputados presentes esteve Ron Lam, afastado das próximas eleições por não ser fiel à RAEM e à Lei Básica Na sexta-feira, Sam Hou Fai ofereceu um jantar a todos os deputados da 7ª legislatura, que terminará na primeira reunião (em meados de Outubro) do novo elenco de legisladores apurados nas próximas eleições legislativas. O Chefe do Executivo brindou os deputados com elogios e realçou os êxitos alcançados pelos deputados, que “proporcionam alicerces sólidos para a nova legislatura”, na salvaguarda efectiva “da ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”. Segundo um comunicado emitido pelo Gabinete de Comunicação Social, o governante salientou que os deputados asseguraram “o funcionamento eficaz e suave da estrutura com predominância do poder executivo estabelecida pela Lei Básica, apoiou sempre, colaborou e fiscalizou o Governo na governação segundo a lei, exerceu efectivamente os poderes e funções atribuídos pela Lei Básica”. Entre os “resultados frutíferos” dos trabalhos legislativos, Sam Hou Fai destacou a “modernização do sistema jurídico da RAEM”, nomeadamente o aperfeiçoamento do regime jurídico da defesa da segurança do Estado. Participaram no jantar todos os deputados, incluindo os que estão de saída. Um deles foi Ron Lam, que apesar dos elogios de Sam Hou Fai sobre a salvaguarda “da ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”, foi desqualificado das próximas eleições alegadamente por não ser fiel à RAEM e à Lei Básica. No devido lugar No total, durante os quatro anos de actividade, os deputados da sétima legislatura aprovaram 86 leis. Além disso, Sam Hou Fai elogiou os trabalhos dos deputados para a “elevação da capacidade governativa da RAEM, o desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, assim como eu áreas importantes para o bem-estar da população. O Chefe do Executivo indicou que nos últimos quatro anos, o funcionamento da Assembleia Legislativa (AL) proporcionou “três importantes experiências e inspirações”. A primeira foi garantir a implementação firme do princípio “Macau governada por patriotas”. A segunda foi o cumprimento correcto das funções e responsabilidades da AL “para assegurar o funcionamento suave da estrutura com predominância do poder executivo”. A terceira foi a continuidade da melhoria da eficiência e qualidade legislativas “para assegurar a conformidade legal dos projectos da RAEM e salvaguardar o ambiente e o prestígio da Macau alicerçada no Estado de Direito”. Por último, Sam Hou Fai disse esperar que Kou Hoi In, Chui Sai Cheong e os deputados que deixarão o cargo em breve continuem a apoiar o Governo na governação segundo a lei e a contribuir com esforços e sugestões para o desenvolvimento, prosperidade e estabilidade da RAEM a longo prazo.
Teme-se um inverno muito frio Paul Chan Wai Chi - 15 Ago 2025 Depois de ter enviado o artigo “Mega-terramoto” para o jornal Hoje Macau, recebi a notícia de que Ron Lam U Tou, actual deputado da Assembleia Legislativa, tinha sido desqualificado este ano para a corrida à 8 ª eleição legislativa por sufrágio directo. Pensei que como Ron Lam U Tou tinha passado na avaliação da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) para a 7ª eleição à Assembleia Legislativa em 2021, e tendo em conta o seu desempenho como deputado ao longo de quatro anos, e a sua conduta, também como colunista de um certo periódico, tudo estaria normal. Um colunista de um jornal local chegou mesmo a declarar, antes de saber da desqualificação de Lam U Tou, “a lista de candidatura “Poder da Sinergia” tem fortes possibilidades de eleger dois deputados no escrutínio de 2025. De facto, muitos acreditam que. Ian Heng Ut, o segundo candidato da lista ‘Poder da Sinergia’, é hábil, pragmático e apresenta em profundidade e detalhadamente os seus argumentos. Depois de Agnes Lam se ter retirado da corrida à eleição por sufrágio directo, os 3.729 votos que tinha recebido poderão ser deslocados para a ‘Associação da Sinergia de Macau’. Com os 8.700 votos que a ‘Associação da Sinergia de Macau’ já tinha assegurado, se conseguir mais estes 3.729, pode eleger mais um deputado”. Pensei que depois do “Mega-terramoto” que abalou a cena política de Macau em 2021, a sociedade retomaria a estabilidade. Inesperadamente, quatro anos depois, fizeram-se sentir “réplicas”, que levantaram questões sobre o impacto das “ondas de choque” na estabilidade política de Macau e provocando mudanças subsequentes na sociedade, que acredito virão a ser reveladas em breve. No final do meu artigo “Mais um infortúnio”, afirmei que “Evitar a ocorrência de infortúnios é da responsabilidade de todos. A segurança nacional é fundamental, mas os direitos e obrigações dos cidadãos não devem ser negligenciados.’ Inesperadamente, há alguns dias, a Polícia Judiciária declarou estar a investigar o primeiro caso de ameaça à segurança nacional, desde que a “Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado” foi promulgada em 2009. Como o caso transitou para o Ministério Público para continuar a ser investigado e, respeitando o segredo de justiça, não pretendo seguir o exemplo de certos colunistas ou comentar este caso em excesso. Devemos ter fé na lei, e Macau, a ser governado pelo Estado de Direito, tem a base para a implementação bem-sucedida e estável do princípio “Um País, Dois Sistemas”. Recentemente, Macau tem sido afectado por condições climáticas extremas, e o sinal preto de chuva intensa foi içado na sequência da passagem da tempestade tropical “Wipha”. O aparecimento do vírus Chikungunya e da febre causada pelo vírus da dengue tipo 2 (DENV-2) tem provocado esforços intensos para controlar a praga de mosquitos na RAEM. Dado o calor invulgar que se faz sentir em Macau, não pode ser descartado que depois da canícula o próximo Inverno venha a ser mais frio do que o habitual. Com sorte, esta previsão revelar-se-á imprecisa.
Automobilismo: FIA continua a sonhar com uma equipa chinesa na F1 Sérgio Fonseca - 15 Ago 2025 Não é segredo para ninguém: a Federação Internacional do Automóvel (FIA) gostaria de ter uma equipa chinesa no Campeonato do Mundo de F1. O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, é o primeiro a demonstrar essa vontade. Pela primeira vez desde 2015, a F1 vai receber uma 11.ª equipa na grelha de partida já na próxima temporada, com a entrada da Cadillac, colocando fim a uma espera de três anos desde que a equipa norte-americana apresentou a sua candidatura, na sequência do apelo da FIA para manifestações de interesse. Como haverá margem para uma 12.ª equipa, Ben Sulayem está disposto a lançar um novo processo de manifestação de interesse, deixando claro que uma candidatura proveniente da China seria bem-vinda. A entrada de uma equipa chinesa estaria alinhada com os esforços estratégicos da F1 para expandir a sua presença em mercados-chave. O Grande Prémio da China renovou recentemente o seu contrato até 2030, consolidando o papel do país na visão de longo prazo da modalidade. “Temos uma 11.ª equipa [a Cadillac]. Acredito que devemos analisar o desempenho dessa 11.ª equipa e, depois, se houver uma [candidatura] chinesa – e vou agora falar em nome da FOM [Formula One Management] – eles irão aprová-la, porque se trata de sustentar o negócio”, disse o presidente da FIA numa entrevista conjunta com vários jornalistas do sector automóvel. Ben Sulayem deixou claro que não há uma necessidade urgente de ter uma 12.ª equipa. No entanto, dada a trajetória ascendente da F1 nos últimos anos, a adição de mais uma equipa à grelha de partida, especialmente uma proveniente da China, aumentaria ainda mais o apelo da modalidade no maior mercado empresarial do planeta. “Se houver uma equipa da China, digamos, e a FOM a aprovar — e tenho 100 % de certeza de que a aprovará – não se faria mais dinheiro com a entrada da China? Eu acredito que sim”, afirmou. Um enorme mercado por explorar O mercado automóvel chinês é incomparável, produzindo mais de 30 milhões de veículos por ano — mais do que os Estados Unidos da América, Japão e Índia juntos. Além disso, a China tem contribuído para o aumento da base de fãs no desporto, contando com mais de 150 milhões de adeptos e mais de 1 milhão de novos seguidores nas redes sociais chinesas, elevando o total para 4,3 milhões. A própria análise de segmentação de fãs da F1 revelou que mais de metade dos adeptos no país começaram a seguir a modalidade nos últimos quatro anos. Curiosamente, o público é mais jovem do que a média dos adeptos da F1 e mais diversificado, com uma demografia 50 % feminina. Para Ben Sulayem, trata-se de mais do que apenas aumentar o número de equipas: é unir os principais mercados globais sob a bandeira da F1, até porque o número de patrocinadores e parceiros chineses na “classe rainha” do desporto motorizado é atualmente limitado, resumindo-se ao gigante das redes sociais TikTok, parceiro oficial de criação de conteúdos da Aston Martin, e à SenseTime, parceira de tecnologia de IA da Sauber. A presença da marca chinesa Yili, que entretanto saiu, e da SenseTime no universo Sauber esteve, sem dúvida, ligada ao facto de Zhou Guanyu, o primeiro piloto chinês a tempo inteiro na F1, correr pela equipa suíça na altura em que os acordos foram assinados. Geely na pole-position O sonho de uma equipa chinesa pode ainda estar numa fase embrionária, mas com o apoio do presidente da FIA e o crescente foco da modalidade na China, a visão de uma marca chinesa nas grelhas de partida da F1 poderá estar cada vez mais próxima da realidade. Uma marca chinesa como a Geely poderia encaixar naturalmente na F1, tendo em conta a sua presença global e o facto de deter marcas internacionais reputadas como a Volvo ou a Lotus, participações como acionista na Aston Martin e no Mercedes-Benz Group, e joint ventures com a Renault. Vale também a pena referir que, recentemente, a Lotus Cars, propriedade da Geely, recuperou o nome Team Lotus, reunindo os seus programas de competição com apoio oficial, equipas parceiras, campeonatos Lotus Cup e programas de desenvolvimento de pilotos. Segundo a empresa, o renascimento do Team Lotus “significa o nosso compromisso com a competição global e a cultura do desporto motorizado”. Por agora, isto está limitado aos carros GT, mas não se pode deixar de imaginar para onde poderá evoluir no futuro. O Lotus Group é propriedade da Geely desde 2017. A equipa Team Lotus foi uma presença constante na Fórmula 1 entre 1954 e 1994, e houve algumas tentativas de reativar o nome ligado ao seu passado histórico na F1, tentativas essas que terminaram há pouco mais de nove anos. Para além do programa desportivo da Lotus e de outros de cariz regional ou nacional, a Geely está igualmente presente no desporto automóvel com a Lynk & Co, na FIA TCR World Tour, e através da sua parceria com a Renault, como fornecedora de motores, no Campeonato Chinês de F4.
Electrónica | Lucros da Foxconn sobem 27% Hoje Macau - 15 Ago 2025 Os lucros da Foxconn, maior montadora mundial de produtos electrónicos, atingiram 44.361 milhões de dólares taiwaneses (1.265 milhões de euros) no segundo trimestre de 2025, um aumento homólogo de 27%, anunciou a empresa. O resultado, acima das previsões dos analistas, foi impulsionado pela procura global de servidores e produtos na nuvem, que representaram 41% das vendas entre abril e junho, ultrapassando pela primeira vez os produtos electrónicos de consumo (35%). A faturação do trimestre totalizou 1,79 biliões de dólares taiwaneses (51.166 milhões de euros), mais 16% do que no mesmo período do ano anterior, segundo a tecnológica sediada na cidade de Novo Taipé, no norte de Taiwan. Para o resto do ano, o grupo cortou as previsões de receitas na área de dispositivos eletrónicos e componentes, mas manteve expectativas elevadas para o negócio de servidores e melhorou as projeções para produtos de computação. No primeiro semestre, o lucro líquido subiu 51,56% em termos homólogos, para 86.469 milhões de dólares taiwaneses (2.466 milhões de euros), com receitas de 3,43 biliões de dólares taiwaneses (98.089 milhões de euros), mais 19,59%. A Foxconn aposta no fabrico de servidores para inteligência artificial, prevendo que as vendas ultrapassem este ano um bilião de dólares taiwaneses (28.534 milhões de euros), o equivalente a 50% do seu negócio total de servidores. A empresa espera que a receita deste segmento aumente mais de 170% em termos homólogos no terceiro trimestre, face a um crescimento de 60% entre abril e junho. No início do mês, a Foxconn anunciou a venda de uma antiga fábrica de veículos elétricos em Ohio (Estados Unidos) por cerca de 375 milhões de dólares (321 milhões de euros), no âmbito da aposta na inteligência artificial e em centros de dados avançados. Em julho, firmou uma “aliança estratégica” com a TECO Electric, um dos cinco maiores fabricantes de motores industriais, para construir centros de dados de IA e diversificar o negócio para além da produção de eletrónica de consumo, como o iPhone. Fundada em 1974, a Foxconn tem fábricas e centros de investigação na China, Índia, Japão, Vietname e Estados Unidos, entre outros países, e é um dos principais fabricantes dos servidores GB200 da norte-americana Nvidia. As ações da Foxconn fecharam hoje na Bolsa de Taipé a subir 0,5%, para 199,5 dólares taiwaneses (5,69 euros), acumulando uma valorização de 9,32% desde o início do ano.