IAM | Autoridades garantem segurança e saúde de árvores Hoje Macau - 10 Jan 2025 O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) assegurou, em resposta a uma interpelação do deputado Ngan Iek Hang, que tem assegurado a saúde e segurança das árvores, procedendo “ao registo de cada caso de queda de árvores, incluindo o horário do incidente, o local, a espécie de árvore, a análise da causa e a conclusão”. Numa resposta ainda assinada por José Tavares, ex-presidente do IAM, foi ainda garantido que o sistema de gestão de árvores foi actualizado em 2022, tendo sido “optimizado as funções de registo de informações de árvores, gestão, inspecção, manutenção e gestão de adjudicação, entre outras áreas”. Sobre o incidente no Parque Municipal da Colina da Guia, José Tavares explicou ao deputado que foi substituída “a gestão em grupo de árvores nos taludes junto aos passeios pedonais pelo registo individual de árvores no sistema, para efeitos de inspecção e registo pormenorizado”, além de que foi aumentada “a frequência das inspecções”. Segundo o IAM, o acidente que feriu uma pessoa que foi atingida por um tronco de árvore deveu-se ao facto de a Colina da Guia ser uma “zona de alta incidência de podridão radicular e um local com grande fluxo de pessoas”.
Economia | Leong Sun Iok defende modelo do cartão de consumo João Santos Filipe e Nunu Wu - 10 Jan 2025 Com o Interior da China a adoptar incentivos para a compra de novos electrodomésticos e produtos digitais, como forma de promover o consumo, Leong Sun Iok considera que Macau pode seguir o exemplo. Porém, o deputado prefere uma nova ronda de cartão de consumo Leong Sun Iok defende que se o Chefe do Executivo lançar medidas de apoio à economia deve optar por uma nova ronda do cartão de consumo. A opinião do deputado que integra a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) foi partilhada em declarações ao jornal Exmoo. A criação de mais uma ronda do cartão do consumo, uma medida adoptada durante a pandemia, através da qual o Governo distribuiu montantes entre 3 mil e 8 mil patacas aos residentes, foi defendida, depois de o Governo Central ter lançado várias medidas de subsídio à compra de electrodomésticos e equipamentos digitais. Segundo a mais recente medida revelada na quarta-feira pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pelo Ministério das Finanças do Interior, a compra de electrodomésticos e produtos digitais vai ser comparticipada, tal como acontece igualmente no Interior da China com a compra de veículos eléctricos. Neste contexto, o legislador considerou plausível que seja lançada mais uma ronda do cartão de consumo em Macau, até porque o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, admitiu a hipótese de estudar medidas de incentivo ao consumo. Olhar para dentro No entanto, Leong Sun Iok considera que as medidas de incentivo ao consumo precisam ter em conta o contexto de Macau, que é diferente daquele do Interior, porque o tecido económico é diferente. O deputado explicou que o subsídio para aquisição de novos electrodomésticos e equipamentos digitais teriam um impacto mais limitado em Macau, porque não ajudaria alguns sectores importantes económicos, como acontece a restauração. “Para o sector da restauração, o modelo de incentivo à compra de novos produtos não tem utilidade”, afirmou. A restauração no norte da península tem atravessado maiores dificuldades nos últimos meses, devido à maior concorrência do Interior, onde os preços são mais baratos. Em termos da economia local e das medidas implementadas, o deputado fez uma avaliação crítica do Grande Prémio para o Consumo em Macau, uma iniciativa de incentivo ao comércio local que terminou no final do ano passado. Ao abrigo do Grande Prémio para o Consumo, os clientes que utilizassem meios de pagamento electrónicos no comércio local durante a semana ficavam habilitados a participar num sorteio imediato que distribuía cupões com descontos. Esses descontos só podiam ser utilizados no fim-de-semana seguinte, para evitar que as pessoas apenas consumissem no Interior.
Economia | Tai Kin Ip encontrou-se com Associação de Bancos de Macau Hoje Macau - 10 Jan 2025 O secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, pediu aos bancos que continuem “a proporcionar aos seus clientes planos flexíveis de reembolso de empréstimos, a fim de aliviar as pressões financeiras das pequenas e médias empresas”. A solicitação ao sector bancário foi deixada num encontro de quarta-feira entre o governante e a Associação de Bancos de Macau. Em causa, está a medida que tem permitido a algumas PME adiarem o pagamento dos empréstimos feitos durante a pandemia, limitando-se apenas a pagar os juros. Além do apoio com o adiamento do pagamento dos empréstimos, de acordo com a versão oficial do encontro, Tai Kin Ip indicou que “para dar maior suporte ao desenvolvimento das PME, os serviços competentes estão empenhados no planeamento de projectos que visam estimular o desenvolvimento da economia comunitária”. Os projectos não foram revelados, com o director a prometer que a informação vai ser anunciada “em tempo oportuno”. A comitiva liderada pelo secretário foi recebida pelo presidente e presidente executivo da Associação dos Bancos de Macau, Jia Tianbing e Ip Sio Kai, e durante o encontro foram trocadas opiniões sobre “desenvolvimento do sector financeiro de Macau, o desenvolvimento conjunto de Macau-Hengqin, o ambiente de negócios, o apoio às PME e a formação de quadros qualificados”.
Guangzhou | Aprovado financiamento para atrair talentos de Macau Hoje Macau - 10 Jan 2025 As autoridades de Guangzhou lançaram um pacote de medidas destinadas a impulsionar o desenvolvimento através da inovação, com recompensas pecuniárias para colaborações com empresários de Macau e Hong Kong. As medidas têm como objectivo atrair talentos das regiões administrativas especiais para o distrito de Nansha na capital da província vizinha, com particular incidência em sectores estratégicos como tecnologia marinha, tecnologia aeroespacial, biomedicina e economia digital. Segundo a Macau News Agency, será disponibilizado financiamento para projectos e plataformas desenvolvidos em conjunto com Hong Kong e Macau, com os apoios a variarem entre 1 milhão e 5 milhões de renminbis. Os principais destaques das medidas incluem a criação de infra-estruturas tecnológicas adaptadas às necessidades industriais do distrito e à participação em projectos internacionais de megaciência. Neste caso de projectos de grande dimensão, o financiamento pode chegar a 20 milhões de renminbis. As autoridades de Guangzhou vão atribuir por ano até 100 milhões de renminbis para apoiar investimentos de empresas dedicadas à investigação. Além do sector empresarial, também a academia será apoiada, com subsídios a universidades e institutos de investigação.
Seminário | Xia Baolong diz que Macau tem de se adaptar aos tempos João Luz - 10 Jan 2025 Num seminário para estudar a implementação dos “importantes discursos” de Xi Jinping durante a última visita a Macau, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado afirmou que é preciso reconhecer e adaptação aos novos tempos. Xia Baolong sublinhou as elevadas expectativas de Governo Central para Macau e Hong Kong Realizou-se ontem em Pequim o seminário para estudar a implementação dos “importantes discursos” proferidos por Xi Jinping durante a visita a Macau para a celebração dos 25 anos da RAEM. No evento, organizado pela Associação Nacional dos Estudos sobre Hong Kong e Macau, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, vincou a expectativa de que as regiões administrativas especiais reconheçam os novos tempos que se vivem e saibam adaptar-se às mudanças. Num discurso pautado por citações do Presidente Xi Jinping, Xia Baolong vincou que Macau e Hong Kong devem seguir as importantes missões práticas do princípio “Um País, Dois Sistemas”, na nova era, contribuindo para a construção de um país forte e para o rejuvenescimento nacional. O responsável salientou que este é o caminho, “claramente indicado nos importantes discursos do Presidente Xi Jinping”, para atingir “um melhor desenvolvimento”. O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau referiu a importância de cumprir as “três expectativas” apontadas pelo Presidente chinês para Macau, e que estas também se devem aplicar a Hong Kong. Estas expectativas são: o alargamento da visão e do posicionamento da RAEM no desenvolvimento nacional e no plano internacional; persistindo no amor patriótico, ter a abertura para atrair talentos; aproveitar as vantagens institucionais do princípio “Um País, Dois Sistemas”. Para tal, Xia Baolong vincou a necessidade de todos os sectores sociais de Macau e Hong Kong, não só os seus governos, seguirem “a tendência de desenvolvimento dos tempos, reconhecer e responder proactivamente às mudanças, reforçar a aprendizagem mútua, os intercâmbios e a cooperação entre Hong Kong e Macau” e continuar a abertura ao novo mundo. Todos juntos Xia Baolong afirmou ainda que os “importantes discursos” de Xi Jinping sobre “Um País, Dois Sistemas” claramente propõem os valores da paz, tolerância, abertura e partilha, demonstrando o seu “grande significado contemporâneo e importância global”. O director salientou a importância de compreender a “essência espiritual e rica conotação” da aderência de longo prazo ao princípio que concilia os dois sistemas. Como tal, concluiu que o princípio “Um País, Dois Sistemas” está em conformidade com os “interesses fundamentais de Macau e Hong Kong, conta com o sincero apoio dos seus residentes e das mais de 1,4 mil milhões de cidadãos chineses”. “É do interesse dos investidores de todo o mundo e tem recebido apoio internacional”, acrescentou.
Política | Macau retrocede em termos de representação feminina Andreia Sofia Silva - 10 Jan 2025 As deputadas lutam mais por temas relacionados com mulheres do que os seus colegas. A representação feminina na política local, nomeadamente no hemiciclo, continua “abaixo das médias globais e asiáticas”. Esta é uma das conclusões da dissertação de mestrado de Chan Wong Kuan “Participação política das mulheres em Macau: Do ponto de vista de género e de políticas públicas” Macau está ainda aquém em termos de igualdade de géneros na política. Esta é a principal conclusão da dissertação de mestrado de Chan Wong Kuan defendida em Novembro de 2023 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no ramo da Sociologia, e intitulada “Participação política das mulheres em Macau: Do ponto de vista de género e de políticas públicas”. Da análise da académica retira-se a ideia de que em Macau prevalece “uma representação feminina abaixo das médias globais e asiáticas” e, para esta conclusão, foram analisadas 95 interpelações escritas dos deputados na Assembleia Legislativa (AL) “relacionadas com os interesses das mulheres” entre os anos de 1999 e 2022, entre a primeira à sétima legislatura. Assim, “os resultados revelam que o número de deputadas permanece consistentemente num patamar relativamente baixo, mantendo-se em cinco desde 1999 até ao presente”. Segundo a autora do estudo, “embora se tenham registado flutuações ao longo desse período, com um máximo de sete e um mínimo de quatro deputadas, em termos gerais a evolução no número de deputadas tem sido muito limitada”. Salienta-se também que, com o aumento do número de assentos de deputados na AL (33), “a proporção de deputadas em relação ao total tem diminuído”, pelo que “em Macau, as mulheres que constituem metade da população não alcançam um ‘reflexo exacto’ no órgão legislativo”. Constata-se ainda que tem existido uma diminuição, nos últimos anos, da presença feminina no hemiciclo, ao contrário do que se verifica a nível regional e até mundial. “Constatámos que o número de mulheres em órgãos legislativos em muitas regiões está a aumentar, enquanto Macau está a experienciar uma tendência oposta. No caso da AL, o número de lugares ocupados por deputadas não é optimista. Em 1999, com 23 lugares, apenas 5 eram ocupados por mulheres, e quando o número de lugares aumentou para 33 lugares, em 2023, as mulheres continuaram a ocupar apenas 5 lugares.” “Este número pessimista lembra-nos a baixa percentagem de representação descritiva das mulheres no órgão legislativo de Macau, com os homens a ocupar consistentemente o papel predominante neste espaço político”, pode ler-se. Saúde e violência No que diz respeito às interpelações analisadas, abordam “temas como violência doméstica, crimes sexuais, saúde das mulheres e promoção da igualdade de género”, sendo que, “em termos quantitativos, as deputadas adoptam uma posição mais activa em relação a estas questões quando comparadas com os seus colegas do sexo masculino”. Das 95 interpelações, 61 foram apresentadas por deputadas e as restantes por deputados, o que mostram que são elas que “tomam mais acção para as mulheres”. É referido também na dissertação que “nas discussões de políticas, as deputadas abordam estas questões com uma perspectiva de género, destacando as situações específicas enfrentadas pelas mulheres em vários contextos”. É, assim, “mais provável que demonstrem a vida, as perspectivas e as necessidades das mulheres de uma forma específica e multidimensional”. Desta forma, a autora do trabalho académico entende que “são as deputadas que melhor representam os interesses das mulheres”. Em termos do volume de interpelações escritas com questões colocadas ao Governo, a autora conclui que “os deputados masculinos e as deputadas femininas empreendem acções para promover os interesses das mulheres”, mas persistem “nuances relevantes que apoiam a conclusão de que são as deputadas quem melhor representa os interesses das mulheres”. A maioria dos temas das interpelações sobre “questões femininas” incidem sobre “maternidade, violência doméstica, crimes sexuais, saúde das mulheres e promoção da igualdade de género”. Destes, “os três primeiros temas representam aproximadamente quatro quintos de todas as interpelações”. Para a autora, “esse foco reflete a preocupação dos deputados em garantir a protecção dos direitos das gestantes e das mães, bem como a prevenção e o combate à violência e aos crimes sexuais”. O facto de os deputados colocarem estas questões “reflecte uma relativa negligência em relação às questões de saúde das mulheres e promoção da igualdade de género”. Desta forma, verifica-se um “desequilíbrio na atenção dada a diferentes aspectos das questões das mulheres”, algo que se pode relacionar “com estereótipos de género comuns na sociedade”. Falta de perspectiva O estudo analisa também a forma como os temas relacionados com a vida das mulheres são tratados consoante o género dos deputados. Assim, refere-se que “o único campo que não apresenta diferenças significativas é o da violência doméstica”, pois “os deputados e deputadas concentram as suas interpelações em medidas práticas para mitigar os danos causados às vítimas de violência doméstica e contribuem para a formulação de leis para combater e prevenir a violência doméstica”. Porém, “no que diz respeito aos demais temas, as interpelações das deputadas revelam maior diversidade, abordando questões a partir de diversas perspectivas e enfatizando as necessidades e desafios das mulheres em contextos pertinentes”. Um dos exemplos apontados diz respeito às interpelações sobre crimes sexuais, onde “as deputadas salientam a situação das mulheres enquanto vítimas, destacam a existência oculta do assédio sexual e do assédio verbal no local de trabalho, assim como com a ausência de respeito pelas mulheres no discurso das redes sociais em resposta a casos de assédio sexual em espaços públicos”. As diferentes visões dos deputados consoante o género verificam-se no tema da relação da mulher com a maternidade e o mercado de trabalho. Neste caso, “os deputados sublinham a relação entre as mulheres e a reprodução, com foco na maternidade das mulheres”, enquanto “as deputadas destacam as pressões enfrentadas por grávidas no equilíbrio do trabalho e parentalidade, juntamente com as possíveis injustiças no ambiente de trabalho que podem surgir durante esse processo”. As deputadas são ainda “as únicas a demonstrar preocupação com os serviços médicos e a saúde das grávidas”. Mulheres como vítimas Outro tema que a autora procurou analisar foi a forma como as mulheres de Macau são representadas tendo em conta as questões colocadas pelos deputados nas interpelações escritas. Assim, “devido ao destaque conferido aos temas mais discutidos, como maternidade, violência doméstica e crimes sexuais, torna-se evidente que nas discussões de políticas na AL as mulheres são predominantemente associadas à identidade de mães e ao papel de grupos vulneráveis, tais como vítimas de violência doméstica e de crimes sexuais”. Neste contexto, “as mulheres são frequentemente retratadas como vítimas, que precisam de auxílio, geradoras da reprodução humana e mães trabalhadoras que necessitam de equilibrar a vida familiar e profissional”. Chan Wong Kuan diz ter encontrado apenas um exemplo de uma interpelação que encara as mulheres de outra perspectiva, “como tomadoras de decisões, desvinculadas de papéis maternos e laços familiares, representando-as como promotoras do desenvolvimento harmonioso e estável da sociedade”. A interpelação assinada por Iong Weng Ian, a 30 de Dezembro de 2005. Desta forma, a académica entende que “as mulheres são predominantemente retratadas como figuras associadas à maternidade e vulnerabilidade, com poucas representações de outras possibilidades”. “A diversidade das mulheres está negligenciada, uma vez que as declarações dos deputados enfatizam a vulnerabilidade e as necessidades das mulheres em contextos específicos, ao mesmo tempo que negligenciam a multiplicidade de papéis que as mulheres podem desempenhar. As mulheres não se limitam a ser apenas vítimas ou mães; elas também podem actuar como profissionais, líderes, participantes da comunidade, entre outros”, é referido. Assim, a dissertação diz mesmo que os deputados, ao “ignorar essa diversidade” podem contribuir para a “simplificação e perpetuação de estereótipos em relação ao papel das mulheres, o que pode afectar a atenção aos seus direitos integrais”. Destaque ainda para o facto de, em 95 interpelações, a autora ter encontrado apenas uma apresentada por um deputado cuja temática versava sobre a promoção da igualdade de género. Já a deputada Wong Kit Cheng é referida como o exemplo a seguir, pois não só foi “a deputada mais activa” como apresentou interpelações sobre todos os temas acima descritos relacionados com as mulheres. Assim, é destacado “o papel crucial desempenhado pela deputada Wong Kit Cheng como uma protagonista fundamental na promoção dos interesses das mulheres”.
Moeda | Yuan atinge menor valor em 16 meses Hoje Macau - 9 Jan 2025 A moeda chinesa atingiu esta semana um mínimo de 16 meses, apesar dos esforços do banco central da China para acalmar os investidores sobre a possível imposição de taxas alfandegárias punitivas pelos Estados Unidos, sob presidência de Donald Trump. O yuan tem atingido consecutivamente novos mínimos desde que Trump venceu as eleições, com a promessa de taxar até 60 por cento todas as importações oriundas da China. O índice de ações CSI 300, que reúne as maiores empresas do país asiático, também se desvalorizou 4,5 por cento, ao longo do último mês. O índice registou as maiores perdas semanais em mais de dois anos na semana passada, quando caiu 5 por cento. Em resposta, as praças financeiras chinesas pediram a vários grandes fundos de investimento, na semana passada, que restringissem as suas vendas de acções para evitar fortes correções nos mercados, segundo a imprensa internacional. As bolsas de valores de Xangai e Shenzhen também se reuniram recentemente com instituições estrangeiras, informaram ambas as praças financeiras no domingo, para assegurar os investidores que vão continuar a abrir os mercados de capitais da China.
Advogados desmentem fuga de presidente sul-coreano deposto Hoje Macau - 9 Jan 2025 Os advogados do presidente deposto da Coreia do Sul negaram ontem que Yoon Suk-yeol esteja em fuga, como alega a oposição. As declarações da equipa jurídica surgem numa altura em que as autoridades preparam uma segunda operação para tentar deter Yoon, depois da execução de um primeiro mandado de detenção ter falhado, na sexta-feira, devido a um bloqueio da segurança na residência presidencial. Os advogados encontraram-se com Yoon na residência na terça-feira à noite, disse, em conferência de imprensa, a equipa jurídica do presidente deposto, que está a ser investigado por ter declarado lei marcial a 3 de Dezembro. Um dos advogados, Yun Gap-keun, insistiu que a defesa de Yoon continua a recusar-se a acatar uma investigação baseada naquilo a que voltou a chamar de mandado de detenção inválido e ilegal contra o dirigente, destituído pela Assembleia Nacional a 14 de Dezembro. “O que é claro é que se o Gabinete de Investigação da Corrupção [CIO] solicitar o mandado [de detenção] a um tribunal do Distrito Ocidental de Seul, que está fora da jurisdição, não o podemos aceitar”, disse Yun, sublinhando que o poder para julgar a alegada insurreição de Yoon cabe aos tribunais do Distrito Central de Seul, os principais tribunais do país. Yun fez estas declarações depois de, na terça-feira, ter sido concedida ao CIO uma prorrogação do prazo de execução de uma ordem de detenção emitida por um tribunal da área ocidental da capital sul-coreana. Os advogados do presidente deposto também insistiram que a investigação do alegado crime de insurreição não é da responsabilidade do CIO, mas sim do Ministério Público. As divergências entre o gabinete anticorrupção e o Ministério Público remontam ao tempo de Yoon Suk-yeol como procurador-geral. Sem sucesso O CIO foi criado pelo anterior governo liberal, em 2021, para limitar os poderes do Ministério Público na investigação de titulares de altos cargos da administração pública, depois de uma investigação de Yoon ter levado à demissão do então ministro da Justiça. A sucessora no cargo criou então o CIO, que, por sua vez, forçou a demissão do actual presidente deposto. Três meses depois, Yoon candidatou-se pelos conservadores às eleições de 2022, conduzindo ao cenário actual, marcado por um profundo ressentimento entre as agências e os dois principais partidos políticos, o PPP e o Partido Democrático.
A borboleta de Edward Lorenz Olavo Rasquinho - 9 Jan 2025 Há algumas dezenas de anos a previsão meteorológica era feita apenas para um ou dois dias. Os meteorologistas traçavam manualmente as cartas meteorológicas de superfície, de seis em seis horas, e de altitude a vários níveis, de 12 em 12 horas, baseados em observações efetuadas nas estações meteorológicas nas chamadas horas sinóticas. Estas cartas abrangiam áreas muito vastas que se estendiam por regiões continentais e oceânicas. Recorrendo às últimas cartas e a sequências de cartas anteriores, os meteorologistas deduziam a evolução espácio-temporal dos sistemas de pressão e das frentes, traçando cartas de prognóstico. Tudo isto era feito manualmente, não sendo possível, nessa altura, proceder a cálculos baseados nas equações que regulam o comportamento da atmosfera. Claro que os meteorologistas, baseados em conhecimentos físico-matemáticos e na experiência, associavam os centros de ação (anticiclones e depressões), as massas de ar e as frentes a determinadas características de tempo. As equações que traduzem o comportamento da atmosfera já eram bem conhecidas nessa altura, mas a lentidão dos computadores e o fraco poder de cálculo não permitiam ainda produzir cartas de prognóstico com base nas quais se poderiam extrair, em tempo útil, as previsões em linguagem clara. De nada serviria uma previsão que só estivesse pronta depois do período de validade. Claro que isto se fez durante algum tempo, para testar os primeiros modelos de previsão matemática1 do tempo que então ainda eram bastante rudimentares. As primeiras tentativas de previsão numérica do tempo, levadas a cabo por Lewis Fry Richardson2 (1881-1953), foram completamente falhadas. Richardson chegou mesmo a ser ridicularizado pelo facto das suas previsões só estarem prontas bastante tempo depois do período de validade. Os cálculos eram então feitos à mão por colaboradores seus, para regiões restritas. Com o advento dos computadores, nos anos quarenta, as suas experiências começaram a fazer algum sentido, mas ainda longe de resultados satisfatórios. Só em 1950 foi alcançada a primeira previsão matemática do tempo relativamente bem-sucedida, com recurso a um computador eletrónico. A experiência foi levada a cabo com base no trabalho de Richardson. Assim, em 8 de março de 1950, usando o computador “Electronic Numerical Integrator and Computer” (ENIAC), a equipa composta, entre outros, pelo matemático John von Neumann e pelos meteorologistas Jule Charney e Ragnar Fjørtoft, terminou com êxito uma previsão para um dia, mas que demorou cerca de 24 horas a estar disponível. A previsão numérica do tempo progrediu grandemente na década de sessenta, devido ao advento dos satélites meteorológicos e aos modelos de previsão do tempo cada vez mais aperfeiçoados. Computadores com maior poder de cálculo permitiram a resolução rápida das equações complexas que regulam o comportamento da atmosfera, tendo como resultado previsões com maior fiabilidade e para períodos mais longos. Em 1975 foi criado, na Europa, o Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (“European Centre for Medium-Range Weather Forecasts” – ECMWF). Nos Estados Unidos da América, o “Global Forecast System” (GFS) começou a operar na década de 1980. O ECMWF fazia inicialmente previsões para 5 dias, mais tarde para 7 a 10 dias e, desde 1992, para 15 dias. No que se refere ao GFS, o período de validade era inicialmente de 5 a 7 dias, aumentando para 10 dias e, no final da década de 1990, passou para 16 dias. Entre os numerosos produtos destes centros contam-se cartas meteorológicas de 6 em 6 horas, além de produtos para áreas específicas, como navegação aérea e marítima, agricultura, índices de incêndios florestais e de qualidade do ar, etc. Todo este progresso foi devido ao aumento do poder de cálculo dos computadores e a assimilação de dados mais eficiente, obtidos com recurso a estações meteorológicas terrestres e oceânicas, balões meteorológicos, satélites, aviões, navios e boias oceânicas. Há um certo consenso, por parte dos meteorologistas operacionais, que as previsões do ECMWF são mais fiáveis. Estão, no entanto, apenas disponíveis para os países membros. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau, por exemplo, quando a RAEM estava sob administração portuguesa, recebia produtos do ECMWF, o que deixou de acontecer a partir da transição para a administração chinesa. Os americanos disponibilizam as suas previsões sem essas restrições. Poder-se-á perguntar “por que não se fazem previsões para períodos mais longos?”. O determinismo, sendo uma teoria filosófica que sustenta que todos os acontecimentos são causados por eventos anteriores, pode-se aplicar às previsões meteorológicas, na medida em que, uma vez conhecidos os parâmetros que caracterizam o tempo num determinado momento (ou seja, as condições iniciais do estado da atmosfera), a evolução das condições meteorológicas poder-se-ia prever sem quaisquer barreiras. Acontece, porém, que a atmosfera é um sistema caótico, o que implica que, se os valores observados estiverem imbuídos de alguma imprecisão, os erros se repercutem, aumentando em função do tempo (“tempo” aqui refere-se a tempo cronológico). Também as pequenas perturbações na atmosfera, parecendo insignificantes, podem contribuir para grandes alterações no seu comportamento futuro. Daí o meteorologista Edward Lorenz (1917 – 2008) se ter referido a que uma pequena perturbação na atmosfera, como a causada pelo bater das asas de uma borboleta, poder, potencialmente, influenciar o tempo num lugar distante, algum tempo depois. Lorenz introduziu o conceito “efeito borboleta” na apresentação “Predictability: does the flap of a butterfly’s wings in Brasil set off a tornado in Texas?”, realizada em Washington D.C., em 1972. Trata-se de uma metáfora para enfatizar que pequenas alterações nos parâmetros meteorológicos (e.g., temperatura ou pressão atmosférica), podem influenciar eventos futuros num sistema caótico como a atmosfera. Nesta palestra, Edward Lorenz destacou a realidade de que a fiabilidade das previsões tem limites devido ao sistema complexo que é a atmosfera e ao seu caracter caótico. Pequenas alterações nas condições meteorológicas iniciais nos modelos de previsão como, por exemplo, o arredondar dos valores da temperatura, podem induzir alterações nos resultados da previsão. Para tornar as previsões mais fiáveis, os grandes centros mundiais de previsão do tempo recorrem também, além das previsões determinísticas, às previsões “ensemble” (previsões de conjunto), fazendo correr o mesmo modelo de previsão numérica várias vezes, mas com as condições inicias ligeiramente alteradas. O conjunto de resultados permite concluir, em termos probabilísticos, qual o tempo mais provável que ocorrerá num determinado local e num determinado período. Há, portanto, a necessidade de combinar modelos determinísticos com modelos probabilísticos, a fim de que se possa lidar com a incerteza inerente ao sistema atmosférico. As previsões tipo “ensemble” são de grande utilidade para gerir a incerteza sobre a evolução de certas situações meteorológicas. Os resultados destas previsões, que abrangem todo o globo, são disponibilizados aos centros nacionais de previsão do tempo a fim de que os meteorologistas locais as adaptem para as respetivas regiões. Com o avanço da ciência e da tecnologia, poder-se-á perguntar qual o papel que a Inteligência Artificial (IA) terá para melhorar a previsão do tempo. Será que contribuirá significativamente para obstar as dificuldades inerentes ao caos que caracteriza a atmosfera? Entretanto já decorrem estudos sobre a aplicação da IA na tentativa de aumentar o período de validade e a fiabilidade das previsões determinísticas e do tipo “ensemble”. Combinando IA com modelos de previsão do tempo já em uso, e com os avanços no que se convencionou chamar “machine learning”4, espera-se que, num futuro não muito longínquo, se possam detetar de maneira mais eficiente sinais precoces de eventos meteorológicos extremos como, entre outros, ondas de calor, furacões, tufões e tornados. No entanto, a atmosfera nunca deixará de ser um sistema caótico… Meteorologista Referências: Previsão matemática do tempo – também designada por “previsão numérica do tempo”. Lewis Fry Richardson (1881-1950) – Matemático, físico e meteorologista inglês que se salientou por ter sido um dos pioneiros na aplicação da matemática à previsão do tempo. Richardson foi também conhecido como pacifista. Segundo o seu neto, Thomas Körner, Professor de matemática na Universidade de Cambridge, o facto do seu avô ter sido ativista contra a guerra, fez com que destruísse estudos seus que pudessem ser utilizados para maior eficiência de armas químicas, usadas na primeira guerra mundial. Edward Lorenz: Matemático e meteorologista americano.Foi um dos fundadores da moderna teoria do caos, que consiste num ramo da matemática que estuda o comportamento de sistemas dinâmicos altamente sensíveis às condições iniciais. O conceito de “efeito borboleta” tem sido aplicado a muitas situações fora do contexto da meteorologia para ilustrar que uma pequena alteração num determinado comportamento, pode, eventualmente, ser a causa de consequências maiores. “Machine learning” (Aprendizagem automática) – trata-se de um subsistema da IA cujos algoritmos, em vez de seguirem instruções predefinidas, utilizam dados para identificar padrões, construir modelos e melhorar o seu desempenho ao longo do tempo. “Machine learning” (Aprendizagem automática) – trata-se de um subsistema da IA cujos algoritmos, em vez de seguirem instruções predefinidas, utilizam dados para identificar padrões, construir modelos e melhorar o seu desempenho ao longo do tempo.
Geogastronomia e a Ásia Jorge Rodrigues Simão - 9 Jan 2025 “All I ask is that it’s respectful. All I ask is that they pay tribute and understand it and [the food is] an homage to where it came from.” Chef David Chang A relação entre a geografia e a alimentação é reconhecida há séculos. Embora várias culturas tenham desenvolvido práticas culinárias exclusivas das suas regiões, o estudo sistemático destas interacções começou a cristalizar-se no final do século XX. Estudiosos pioneiros, como Claude Lévi-Strauss, lançaram as bases para a compreensão da comida como um símbolo cultural influenciado por factores geográficos e ambientais. Na Ásia, esta relação é particularmente acentuada devido à diversidade de climas, topografias e populações do continente. O contexto histórico da Ásia em termos de comércio e migração influenciou profundamente a sua paisagem culinária. A Rota da Seda, por exemplo, facilitou não só a troca de bens, mas também a partilha de conhecimentos culinários. Especiarias, ervas aromáticas e técnicas culinárias atravessaram grandes distâncias, remodelando as cozinhas regionais. O início da geogastronomia realça a importância destas rotas comerciais históricas e a sua influência duradoura na gastronomia contemporânea e na cultura alimentar local. A geogastronomia revela até que ponto a geografia tem impacto nas práticas culinárias na Ásia. Factores como o clima, os tipos de solo e a disponibilidade de água afectam directamente a agricultura e a produção alimentar. Por exemplo, o arroz, um alimento básico em muitas dietas asiáticas, prospera em condições climáticas específicas e é cultivado extensivamente em regiões como o Sudeste Asiático e a China. O cultivo do arroz liga não só as práticas agrícolas, mas também as identidades culturais e as cozinhas de toda a Ásia. Além disso, a diversidade geográfica da Ásia conduz a uma grande variedade de tradições culinárias. Desde os pratos ricos e condimentados da Índia até aos sabores delicados da cozinha japonesa, a geografia de cada região influencia a sua gastronomia. A disponibilidade de ingredientes autóctones, como as malaguetas no Sudeste Asiático, o marisco nas regiões costeiras e os vários cereais no interior, molda tanto os sabores como as técnicas de confecção exclusivas dessas culturas. Várias personalidades contribuíram substancialmente para a compreensão e o desenvolvimento da geogastronomia na Ásia. Uma dessas figuras é o historiador e investigador alimentar Michael Pollan. O seu trabalho enfatiza a importância dos ingredientes locais e a relação entre ecologia e alimentação. A defesa de Pollan de práticas agrícolas sustentáveis influenciou muitos chefes asiáticos e especialistas em culinária, encorajando o renascimento de métodos de cozinha tradicionais que respeitam tanto o ambiente como o património culinário. Além disso, chefes como David Chang e Nobu Matsuhisa desempenharam um papel crucial na popularização da cozinha asiática a nível mundial. Os seus conceitos de restauração sublinham a importância da aquisição de ingredientes locais e do respeito pelos métodos tradicionais. As suas contribuições ajudam a colmatar o fosso entre a geografia e a gastronomia, mostrando como as práticas baseadas no local inspiram escolhas alimentares inovadoras. A exploração da geogastronomia na Ásia suscita frequentemente diversas perspectivas. Os antropólogos culinários defendem que é essencial compreender o contexto sociocultural da alimentação. O vegetarianismo na Índia, por exemplo, está enraizado nas crenças religiosas e na geografia local, reflectindo uma perspectiva mais ampla do papel da alimentação na sociedade. Para além do mero sustento, a comida serve de veículo à identidade cultural e às relações comunitárias. Por outro lado, alguns críticos argumentam que a globalização ameaça a autenticidade das cozinhas tradicionais. A proliferação de cadeias de “fast food” nas zonas urbanas muda as práticas alimentares e altera as culturas alimentares locais. Esta dualidade suscita debates sobre a autenticidade, a acessibilidade e o futuro das práticas culinárias na Ásia. Ambas as perspectivas são válidas, realçando a relação em constante evolução entre a geografia e a gastronomia. Uma análise contemporânea da geogastronomia na Ásia revela a forma como as práticas culinárias locais se adaptam aos tempos de mudança. Por exemplo, durante a pandemia da COVID-19, muitos chefes de cozinha e cozinheiros domésticos voltaram-se para as receitas e métodos tradicionais, reforçando os laços culturais enquanto enfrentavam a escassez de alimentos. A sua criatividade e resiliência levaram a um renovado apreço pelos ingredientes e práticas locais, ilustrando o poder duradouro da geogastronomia em tempos de crise. (continua)
Brasil | Pequim protege direitos laborais após alegações contra a BYD Hoje Macau - 9 Jan 2025 A diplomacia chinesa afirmou ontem que o país “atribui grande importância à protecção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores”, após a fabricante de automóveis BYD ser acusada no Brasil de manter 163 trabalhadores em condições análogas à escravatura. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, disse em conferência de imprensa que Pequim “sempre exigiu que as empresas financiadas pela China operem de acordo com as leis e regulamentos”. “A China está disposta a continuar a trabalhar com a parte brasileira para reforçar os intercâmbios e a cooperação”, afirmou Guo Jiakun. A cooperação deve ser efectuada “com base no princípio da igualdade e do benefício mútuo e de uma cooperação vantajosa para ambos os lados”, acrescentou o porta-voz. O grupo chinês BYD declarou recentemente em comunicado que “não tolera o desrespeito pela lei brasileira e pela dignidade humana” e assegurou que vai garantir os direitos dos trabalhadores, que estavam a trabalhar na construção de uma nova fábrica de automóveis no município de Camaçari, no estado da Bahia. A empresa chinesa, que está estabelecida no Brasil há 10 anos, reiterou o seu compromisso com a protecção dos direitos dos trabalhadores e garantiu que está a cooperar com os órgãos competentes. Os 163 trabalhadores resgatados, todos de nacionalidade chinesa, viviam e trabalhavam em condições que as autoridades brasileiras qualificaram de “trabalho forçado”. A fábrica da BYD em Camaçari está na fase final de construção e deverá começar a produzir veículos no Brasil a partir do próximo mês de Março. A instalação será a maior e mais avançada da BYD fora da China e deverá produzir 150.000 veículos eléctricos até ao final de 2025.
Ano Novo Lunar | Pequim prevê nove mil milhões de deslocações durante férias Hoje Macau - 9 Jan 2025 A China espera atingir um recorde de nove mil milhões de deslocações internas, durante o período de férias do Ano Novo Lunar de 2025, conhecido como ‘chunyun’, a maior migração anual do mundo. Aquele período decorre este ano entre os dias 14 de Janeiro e 22 de Fevereiro, disseram ontem funcionários do Conselho de Estado, o executivo chinês, em conferência de imprensa. Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, e começa este ano a 28 de Janeiro, sob o signo da serpente, um dos 12 animais do milenar zodíaco chinês. Durante uma semana, o país mais populoso do mundo ficará paralisado, enquanto centenas de milhões de pessoas deslocar-se-ão aos seus locais de origem para dar as boas-vindas ao novo ano, de acordo com tradições ancestrais, uma mistura de superstição e costume, para afastar o infortúnio e atrair prosperidade e abundância. Espera-se que o volume de passageiros por via ferroviária e aérea ultrapasse os 510 milhões e os 90 milhões, respectivamente, embora as viagens rodoviárias representem a maior parte do fluxo. O Governo central apelou ainda a todas as regiões da China para que envidem esforços no sentido de proporcionar à população umas férias “felizes, seguras e pacíficas”. O país asiático ultrapassou as 8,4 mil milhões de deslocações durante o ‘chunyun’ de 2024, embora as previsões de Pequim nesse ano contemplassem ultrapassar os nove mil milhões, valor que não foi alcançado devido ao mau tempo, que provocou atrasos e cancelamentos no serviço de transportes e problemas nas infra-estruturas em várias regiões.
Tibete | Operações de resgate prosseguem após terramoto Hoje Macau - 9 Jan 2025 As equipas de salvamento continuaram ontem à procura de sobreviventes na região gelada e de grande altitude do Tibete abalada por um forte terramoto na terça-feira, que matou pelo menos 126 pessoas e arrasou milhares de casas. Tendas, colchas e outros artigos de socorro foram entregues às pessoas cujas casas passaram a estar inabitáveis ou em risco de ruir. As temperaturas caíram muito abaixo de zero durante a noite, numa área com uma altitude média de cerca de 4.200 metros. O terramoto, que deixou 126 mortos e 188 feridos, segundo as autoridades chinesas, atingiu a cidade de Xigaze, sede tradicional do Panchen Lama, a segunda figura mais importante do budismo tibetano. Não se sabe se Panchen Lama se encontrava no seu mosteiro de Tashi Lhunpo na altura do terramoto ou quais os danos sofridos pela cidade. A distância do epicentro do terramoto a Xigaze, que se estende por uma planície de grande altitude, foi de cerca de 25 quilómetros. Mais de 500 réplicas foram registadas após o terramoto, que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, teve uma magnitude de 7,1. O centro sísmico da China registou uma magnitude de 6,8. O terramoto ocorreu a cerca de 75 quilómetros do Monte Evereste e da fronteira com o Nepal, onde o abalo fez com que as pessoas saíssem a correr das suas casas na capital. Mais de 3.600 casas ruíram, de acordo com um levantamento preliminar, e 30.000 residentes foram realojados, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.
China | Peixes-zebra sobrevivem 43 dias em estação espacial Hoje Macau - 9 Jan 2025 Os peixes-zebra que acompanharam os astronautas na missão Shenzhou-18 na estação espacial da China, no ano passado, estabeleceram um recorde depois de sobreviverem 43 dias no espaço. Sun Yonghua, investigador do Instituto de Hidrobiologia da Academia Chinesa de Ciências, na cidade de Wuhan, no centro do país, afirmou que a longevidade dos peixes no espaço “representa um avanço significativo no cultivo de vertebrados e plantas aquáticas no espaço”, avançou ontem o jornal oficial China Daily. Em Abril, dois peixes-zebra machos e duas fêmeas, juntamente com plantas aquáticas do instituto, foram enviados na missão espacial tripulada Shenzhou-18 para a estação espacial chinesa Tiangong. Na estação, os astronautas recolheram amostras de água e alimentaram os peixes-zebra, observando “comportamentos anómalos”, como nadar de cabeça para baixo ou rodar e girar no ambiente de microgravidade, disse Sun. Os cientistas e investigadores do instituto têm estado a utilizar amostras de água recuperadas e outras amostras de ecossistemas aquáticos fechados para analisar o impacto do ambiente espacial no crescimento, desenvolvimento e comportamento dos vertebrados. A semelhança do genoma entre o peixe-zebra e o ser humano é de 80 por cento, o que o torna uma espécie importante para a investigação de doenças humanas. Segundo Sun, mais de 500 laboratórios em todo o país estão a realizar investigações e estudos sobre os peixes-zebra e outras espécies relacionadas. O especialista Wang Gaohong, também investigador do instituto, salientou que, tal como os seres humanos, os peixes também enfrentam problemas de adaptabilidade quando sobrevivem num ambiente espacial. “Os investigadores trabalharam para criar um ecossistema em que as plantas aquáticas produzem oxigénio através da fotossíntese para fornecer respiração aos peixes, e os excrementos dos peixes fornecem nutrientes às plantas aquáticas”, acrescentou. Sun explicou que a comida dos peixes no espaço “é como pasta de dentes. Espreme-se um pouco na água para os peixes-zebra comerem, tentando não lhes dar demasiado, pois pode piorar a qualidade da água”. Foco espacial O peixe-zebra, também conhecido por ‘zebra danio’, é um tipo de peixe de água doce alongado, aparentado com a carpa e o barbo. Até à data, foram implementados 181 projectos científicos e tecnológicos na Tiangong, que vão desde experiências biológicas ao desenvolvimento de novas tecnologias, informaram recentemente as autoridades do programa espacial chinês. A Tiangong, que funcionará durante cerca de dez anos, poderá em breve tornar-se a única estação espacial do mundo se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada em breve, como planeado. A China investiu fortemente no seu programa espacial e conseguiu aterrar com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado mais distante da lua – feito inédito – e outra sonda em Marte, tornando-se o terceiro país – depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética – a fazê-lo.
República do Congo | MNE chinês promete energia limpa e protecção das florestas Hoje Macau - 9 Jan 2025 Em mais uma paragem do seu périplo africano, Wang Yi reforçou a intenção da China continuar a promover a transição energética através do uso de energias limpas O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse ontem que o seu país vai ajudar a República do Congo a preservar as suas florestas e impulsionar o uso de energia limpa, na segunda paragem de um périplo por África. “Vamos apoiar os esforços congoleses para preservar as suas florestas e recursos hídricos e trabalhar em conjunto com os países africanos para implementar projectos de energia limpa”, disse Wang, num vídeo partilhado na rede social X pela presidência congolesa. O ministro chinês disse que Pequim também quer promover a construção de “uma ‘Cintura Solar Africana’ para que África possa ter um verdadeiro caminho de desenvolvimento verde”, referindo-se ao projecto homónimo do gigante chinês para ajudar na transição energética de África. “Concordámos em consolidar ainda mais a amizade inquebrável entre a China e a República do Congo. Isto exige que nos mantenhamos firmemente unidos em questões que afectam os nossos interesses (…), tais como a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento”, sublinhou o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, durante um encontro com o Presidente Denis Sassou-Nguesso. Wang encontrou-se também com o seu homólogo congolês, Jean-Claude Gakosso, que o recebeu no Aeroporto Internacional Maya-Maya, na capital, Brazzaville. Durante o encontro, o ministro congolês sublinhou a “parceria estratégica” entre a China e a República do Congo e garantiu que os dois países “partilham a mesma visão do multilateralismo”. Visita esperada Antes de chegar a Brazzaville, Wang aterrou no domingo na Namíbia para iniciar uma viagem que o levará também ao Chade e à Nigéria até ao dia 11. Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa sempre o ano com uma viagem ao continente africano. Ao confirmar a viagem de Wang, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, classificou a deslocação a África como uma “excelente tradição”, que procura “aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China-África”. Mao afirmou que a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria são “parceiros de cooperação amigáveis da China” e que Wang tem como objectivo “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África, realizado em Setembro, em Pequim. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu então 360 mil milhões de yuan para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos. Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan. A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares, em 2023. O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares, embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.
Panteão Nacional | Restos mortais de Eça de Queirós trasladados Hoje Macau - 9 Jan 2025 A trasladação dos restos mortais de Eça de Queirós para o Panteão Nacional, em Lisboa, decorreu ontem, numa cerimónia que começou na Assembleia da República e incluiu música e leitura de excertos de obras. A trasladação acontece 125 anos após a morte do escritor, quatro anos depois de aprovada pelo parlamento e quando finalmente terminou uma contenda judicial, na sequência de acções interpostas por alguns dos bisnetos do escritor que não queriam que os restos mortais de Eça de Queirós saíssem da aldeia de Santa Cruz do Douro, no concelho de Baião, onde estão depositados, para o Panteão Nacional. A cerimónia começou com a Banda de Música e Fanfarra da Guarda Nacional Republicana (GNR), na Assembleia da República, onde estiveram os principais representantes da casa da Democracia e dos grupos parlamentares. Além do elogio fúnebre, que esteve a cargo do escritor Afonso Reis Cabral, trineto de Eça de Queirós e presidente da Fundação Eça de Queirós, houve vários momentos musicais e de leitura de excertos de obras. A cerimónia terminou após a assinatura do Termo de Sepultura do Panteão Nacional, altura em que a banda da GNR tocou o hino nacional, seguida do toque de “silêncio”. Nessa altura, a urna foi transportada por militares da GNR até à sala onde se encontra a Arca Tumular, onde ficará depositada.
Livro | Obra de Telma Carvalho explora exemplos de chinês vernacular na literatura Andreia Sofia Silva - 9 Jan 2025 “A Revista Nova Juventude e os Experimentalistas da Literatura Moderna Chinesa” é o mais recente livro editado pelo Centro Científico e Cultural de Macau e a Universidade de Macau da autoria de Telma Carvalho. Nele a autora procurou analisar e traduzir escritos de autores chineses que começaram a usar o chinês vernacular na literatura, publicados na revista Nova Juventude Foi editado, em Dezembro último, o livro “A Revista Nova Juventude e os Experimentalistas da Literatura Moderna Chinesa”, da autoria de Telma Carvalho, licenciada e mestre em Tradução e Interpretação Português-Chinês e Chinês-Português, sendo esta obra resultado do relatório de projecto para a conclusão do mestrado. O livro, editado pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) em parceria com a Universidade de Macau (UM), procura analisar alguns exemplos de chinês vernacular que começaram a ser usados por autores chineses no princípio do século XX, e que pertenceram ao chamado movimento “Nova Cultura”. Depois da queda do regime imperial, com a revolução Republicana de 1911, começou a pensar-se numa forma mais simplificada de usar o idioma, baseado na linguagem falada, ao invés do chinês clássico e literário usado até então. Desta forma, este livro procura caracterizar “as primeiras experiências literárias em chinês vernacular que integraram a revista Nova Juventude”, que foi “uma publicação central no debate cultural durante o movimento Nova Cultura”. “Tendo como ponto de partida as criações literárias que surgem como resposta aos primeiros apelos do movimento”, a autora olhou “para os contextos dos autores e elementos que contribuíram para a construção de uma nova literatura no país”. Além disso, a obra inclui, segundo uma nota oficial, “a análise a algumas mudanças linguísticas manifestas nos textos publicados neste período de revolução linguística e que persistem no chinês de hoje”. No início do século XX, sobretudo com o início do regime republicano, a China “testemunhou profundas transformações políticas e sociais”, sendo a mais marcante no domínio da língua. “Após décadas de crescente contestação ao uso predominante de chinês clássico na escrita, viveu-se na era republicana uma mudança de paradigma, resultante de insistentes apelos a uma generalização do chinês vernacular”, é explicado. Porém, o chamado movimento Nova Cultura não se debruçou apenas sobre o uso da língua, tendo também feito “uma profunda reflexão sobre vários aspectos da cultura e da sociedade”, pelo que se defendeu “a criação de uma nova literatura a partir de uma livre experimentação literária em chinês vernacular”. Desta forma, “a chamada revolução literária em 1917 marcaria o início da literatura moderna chinesa”. Lu Xun e companhia O relatório de projecto, defendido na Universidade de Lisboa para a obtenção do mestrado na área da tradução e interpretação, contém análises e traduções aos escritos de Hu Shi, nomeadamente quanto às suas sugestões para uma reforma da literatura; Chen Duxiu e a sua “chamada para a revolução literária”; Chen Hengzhe, Lu Xun, Zhou Zuoren e Liu Bannong. Conforme explica a autora no referido projecto que dá origem ao livro, “todos os grandes nomes da literatura moderna chinesa haviam presenciado, directa ou indirectamente, um momento marcante na língua e literatura do país”, que foi o Movimento Quatro de Maio. Desta forma, “a afirmação do chinês vernacular na literatura e na sociedade chinesas, no início do século passado, tinha aberto as portas para essas forças criativas”, destacando-se o papel que a revista Nova Juventude teve, ajudando “a moldar o chinês moderno”, tal como o fizeram outras publicações. Telma Carvalho denota ainda que nas páginas desta revista “encontram-se alguns dos experimentalistas que, não constando nas listas de grandes nomes literários chineses, certamente contribuíram para os sucessos da literatura que se desvendariam mais tarde”. Relativamente às mudanças ocorridas na China no início do século XX, Telma Carvalho descreve que “a amálgama de acontecimentos culturais dificultou a delimitação entre a reforma literária e outras restruturações sociais, mas possibilitou um pluralismo de ideias e uma abertura para o diálogo, o que se relaciona com as vidas dos autores e as suas experimentações literárias”. Além do curso de tradução, que incluiu a frequência de alguns semestres em Macau e Pequim, Telma Carvalho viveu durante dez anos em diferentes regiões da China. Nesse período, foi professora universitária nas áreas de português e de tradução e aprofundou os seus conhecimentos sobre a cultura e sociedade chinesas. Em 2020, concluiu o mestrado, e no ano seguinte traduziu para português “O Problema dos Três Corpos”, de Liu Cixin.
Estudo da MUST revela ligeira subida de confiança dos consumidores João Luz - 9 Jan 2025 A Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na siga inglesa) pulicou um inquérito sobre o índice de confiança dos consumidores no quarto trimestre do ano passado, que mostrou um ligeiro aumento da crença dos residentes em relação à sua condição económica e à de Macau. As conclusões do estudo reveladas na terça-feira, mostram que nos últimos três meses de 2024 o índice de confiança era de 102.94, numa escala que vai de 0 a 200. O resultado representa um aumento de 2,54 por cento face ao trimestre anterior quando o índice ficou na fronteira (100.39). O inquérito realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável da MUST tem por base a análise a seis categorias: “nível de preços”, “compra de habitação”, “nível de vida”, “emprego”, “investimentos” e “economia local”. Em relação aos preços, a confiança dos inquiridos subiu 6,38 por cento para terreno neutro (100.35). Também na categoria da compra de casa houve um aumento trimestral de 6,55 por cento, que ainda assim não foi suficiente para sair do espectro de confiança negativa (97.86). O nível de vida manteve-se positivo, com um aumento de 1,08 por cento para 108.53 pontos no índice. Em relação à análise da situação de emprego, praticamente não houve oscilações em relação ao trimestre anterior, com as respostas dos inquiridos a avaliarem a confiança em 104.18 pontos. Lei da gravidade O investimento em acções, que já estava em terreno negativo, caiu ainda mais para 96.31 pontos, o mesmo aconteceu em relação à confiança na economia local, que desceu 3,13 por cento, ficando ainda assim em terreno positivo (103.87 pontos). A equipa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável salientou na conclusão que o índice geral de confiança dos consumidores aumentou, mas que é preciso ter em atenção a visão da população em relação à economia local e aos potenciais riscos e desafios. Além disso, é destacada a fraca dinâmica do crescimento económico a nível mundial, as tendências divergentes de crescimento dos países com as maiores economias, as diversas políticas monetárias e o ciclo de redução das taxas de juro. Os académicos citam também a estabilidade económica na China, apesar da “baixa procura interna e de potenciais riscos escondidos”.
Fim de ano | Sugerido fogo-de-artifício na zona de Nam Van Andreia Sofia Silva e João Luz - 9 Jan 2025 Face à desilusão com a falta de fogo-de-artifício na península de Macau no fim de ano, António Monteiro sugere um espectáculo pirotécnico ou de drones com foco na paisagem urbana de Macau. O membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários lamenta que no réveillon a imagem de Macau no exterior seja a Torre Eiffel do Parisian Macau poderia oferecer mais nas noites de fim de ano, nomeadamente um espectáculo de fogo-de-artifício ou de drones que ilumine a paisagem urbana da península, nomeadamente da zona de Nam Van, ao invés de remeter essa tarefa para as concessionárias de jogo. Este é o entendimento de António Monteiro, expresso ontem na reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários. O responsável realça a desilusão sentida por vários residentes e turistas que esperavam um espectáculo pirotécnico na zona do Nam Van na península de Macau na altura da passagem do ano. Aliás, o desapontamento colectivo correu as redes sociais com a partilha de vídeos de uma pequena multidão a aguardar, de telemóvel em riste, para filmar o fogo-de-artifício. O próprio Instituto Cultural, veio a publicar dar explicações e afirmar que esta não era uma tradição local. Porém, António Monteiro questiona porque se fazem ao longo do ano “várias celebrações, com fogos de artifício, desde o concurso de fogo-de-artifício, o Ano Novo Chinês, celebrações festivas dos dias 1 de Outubro e do dia 20 de Dezembro, mas quando chega o fim do ano, tem-se mostrado alguma hesitação nos últimos anos no lado de Macau”. O conselheiro acrescenta que tal não acontecia antes da pandemia. Copiar e colar António Monteiro, também secretário-geral do Instituto Internacional de Macau, refere ainda que as festividades deste ano não favorecem a reputação do território a nível internacional. “A imagem de Macau no exterior é vista apenas com a Torre Eiffel do Parisian, ao invés da paisagem urbana de Macau ou da sua baía, quando comparamos com as celebrações de contagem do ano em Hong Kong, Dubai, Londres, e a verdadeira Torre Eiffel de Paris, na França”. António Monteiro recorda também a posição de Macau enquanto Centro Mundial de Turismo e Lazer e de “Pérola da Pátria”, como referiu o Presidente Xi Jinping durante a sua última visita à RAEM, algo que não sobressai nas celebrações de fim de ano. A beleza e singularidade da baía e marginal da península, a Torre de Macau e os edifícios distintos como o Grand Lisboa, Hotel Lisboa e outros hotéis, até chegar ao Centro Cultural de Macau e o Centro de Ciência e a Sands Macao, são paisagens que o responsável destaca como possíveis locais a abrilhantar com um fogo-de-artifício de fim de ano. Como tal, António Monteiro sugere um “concurso pirotécnico ou de espectáculo de Drones, com foco na paisagem urbana de Macau e até de Hengqin, incluindo as celebrações habituais na Taipa e no Cotai”.
Gripe | Mulher de 38 anos luta pela vida Hoje Macau - 9 Jan 2025 Os Serviços de Saúde anunciaram a ocorrência de dois casos de gripe considerados graves, em que os infectados correm perigo de vida, devido a infecções do vírus influenza B e influenza A. O comunicado, emitido na noite de terça-feira, em chinês, aponta que uma das ocorrências foi registada numa residente de Macau, com 38 anos, sem historial de doenças graves. Os primeiros sintomas foram apresentados a 29 de Dezembro, com o surgimento de febre e tosse. A paciente deslocou-se a uma clínica privada, não especificada pelos SS, e foi diagnosticada com gripe por infecção do vírus influenza B. Voltou para casa. Como não apresentou melhorias, na segunda-feira a mulher deslocou-se ao Hospital Kiang Wu, por continuar a apresentar dificuldades respiratórias. Acabou por ser transferida para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde foi diagnosticada com pneumonia. Desde a noite de terça-feira que precisou de ser ligada a um ventilador, para conseguir respirar e o seu estado é considerado crítico. O segundo caso, envolve um residente com 57 anos de idade, que tem um historial de doenças crónicas. O homem desenvolveu os primeiros sintomas na segunda-feira, com febre, tosse e dificuldades respiratórias. Quando entrou no Kiang Wu ficou internado para tratamento e diagnosticado com influenza A com pneumonia. Desde ontem que está nos cuidados intensivos ligado ao ventilador em condição crítica.
Desporto | Regata Internacional decorre até domingo Hoje Macau - 9 Jan 2025 Decorre até domingo a Regata Internacional de Macau que conta com o apoio da MGM e é organizada pelo Instituto do Desporto e demais associações e entidades. Segundo um comunicado, a regata deste ano inclui três modalidades em competição, nomeadamente a “World Match Racing Tour – Macao Match Cup”, a “Regata da Taça Flor de Lótus” e “Regata da Taça Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Esperam-se 270 velejadores de 22 países e regiões. Na modalidade “World Match Racing Tour” participam 12 equipas de elite internacionais, incluindo Ian Williams, que recentemente conquistou o seu oitavo título mundial do WMRT. Hoje decorrem as competições das restantes modalidades, esperando-se nove equipas na “Regata da Taça Flor de Lótus” e 11 na “Regata da Taça Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. O público pode ainda desfrutar de eventos paralelos, nomeadamente desfiles de veleiros na Doca dos Pescadores, Centro Ecuménico Kun Iam, ponte Governador Nobre de Carvalho e área marítima da Torre de Macau. No fim-de-semana terá lugar ainda o “Dia de Diversão em Família” na Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam – Cabo da Estrela.
TUI | Chan Iok Lin lidera gabinete do presidente Hoje Macau - 9 Jan 2025 A presidente do Tribunal de Última Instância, Song Man Lei, escolheu Chan Iok Lin como chefe do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância. Este é um cargo que Chan Iok Lin desempenha desde 2016, quando foi nomeada por Sam Hou Fai, então presidente do TUI. Chan Iok Lin é licenciada em Gestão de Empresas, pela Universidade Nacional de Taiwan e tem dois mestrados, um em Gestão de Empresas da Universidade Aberta Internacional da Ásia e outro em Educação, que frequentou na Universidade de Sheffield, Inglaterra. Em 2000, Chan Iok Lin foi nomeada chefe do Departamento Administrativo e Financeiro do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, cargo que desempenhou até 2012, altura em que foi promovida a chefe-adjunta do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância.
Fronteiras | Pedida avaliação de riscos associados a entradas múltiplas Hoje Macau - 9 Jan 2025 Chan Tak Seng, antigo mandatário da candidatura de Chan Meng Kam e ex-membro da Aliança do Povo de Instituição de Macau, defendeu que o Governo deve avaliar o impacto para a segurança das entradas múltiplas dos residentes de Zhuhai em Macau. Esta foi uma medida implementada no início do ano pelo Governo Central, e apresentada como apoio à economia local, que cada vez enfrenta maiores dificuldades, principalmente nos bairros residenciais, devido à concorrência dos espaços comerciais em Zhuhai, que apresentam preços mais baratos. Ouvido pelo jornal Exmoo, Chan Tak Seng argumentou que a avaliação tem de ser feita num período limitado, por exemplo no espaço de três ou seis meses, para se conhecer bem os efeitos das alterações, ao nível do impacto na criminalidade. Chan mostrou-se preocupado com o facto de ser esperado um aumento do número de pessoas em Macau, provenientes de Zhuhai e da Ilha da Montanha, mas este aumento não ser acompanhado pela expansão do número de agentes policiais. Neste sentido, Chan Tak Seng pediu ao Governo para explicar bem os impactos da medida e esclarecer como vai garantir a segurança dos cidadãos. O principal receio a nível de segurança do ex-dirigente associativo prende-se com o aumento das actividades de contrabando de Macau para o Interior.
Universidade | Lançadas orientações para verificar habilitações de candidatos João Luz - 9 Jan 20259 Jan 2025 Na sequência do caso de falsificação de documentos para ingresso na MUST, que resultou na detenção de quatro pessoas, o Governo publicou orientações para a verificação de habilitações académicas e as universidades passaram a verificar a veracidade dos documentos “junto das instituições emissoras” No final de Outubro do ano passado, a Polícia Judiciária deteve quatro alunos candidatos a entrar na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (na sigla em inglês MUST), depois de ter sido descoberto que 24 alunos do Interior da China entregaram diplomas falsos de conclusão do ensino secundário em Hong Kong. Depois do caso ser revelado, o foco incidiu sobre o rigor na verificação de documentos para admissão em instituições de ensino superior de Macau. Nesse sentido, após questões colocadas pelo deputado Lam Lon Wai, o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) revelou ter emitido “orientações sobre o reforço dos trabalhos de admissão de alunos, que incluem conteúdos relativos à verificação de habilitações académicas” destinadas a instituições de ensino superior de Macau. O Governo organizou também reuniões com dirigentes das instituições de ensino superior locais e sessões de intercâmbio com o intuito de implementar uma “verificação mais rigorosa das habilitações académicas dos estudantes”. Na resposta assinada pelo director da DSEDJ, Kong Chi Meng, a 12 de Dezembro, é revelado que “actualmente, as instituições desenvolvem os seus trabalhos de acordo com as respectivas orientações e vão proceder à verificação das habilitações académicas, através de meios directos, junto das instituições emissoras”. Quem te avisa Kong Chi Meng indicou ainda que “três instituições de ensino superior públicas de Macau criaram um sistema externo de consulta por terceiros” para facilitar a consulta de documentos comprovativos das habilitações académicas emitidos nestas instituições. O responsável acrescenta que as restantes instituições de ensino superior de Macau dispõem igualmente de meios de consulta de informações relativas a habilitações académicas. Endereçada a parte institucional, Kong Chi Meng realçou que durante o processo de candidatura de estudantes do exterior, é-lhes recordado para não “encarregarem nenhuma instituição intermediária ou indivíduo de tratar dos trabalhos de admissão, devendo os interessados tratar, directamente, das formalidades de inscrição, com a respectiva instituição”. O director da DSEDJ vincou que se os documentos ou dados submetidos por um aluno aquando da candidatura não passarem no crivo da verificação de autenticidade, “a sua matrícula ou grau académico obtido será anulada pela respectiva instituição de ensino superior local”. Além disso, ser-lhe-á imputada responsabilidade legal.