Espaço | Astronauta local pode ter primeira missão em 2026 João Luz - 24 Abr 2025 Os astronautas de Macau e Hong podem fazer a primeira viagem espacial no próximo ano. Depois de terem sido seleccionados em Julho do ano passado, a Agência Espacial Tripulada da China afirma que os astronautas se integraram rapidamente na equipa e trabalharam com afinco Na véspera do lançamento da nave espacial Shenzhou-20, que irá transportar três astronautas para a Lua, o porta-voz da Agência Espacial Tripulada da China, Lin Xiqiang, confirmou que dois astronautas de Macau e Hong Kong estão em vias de fazer o seu primeiro voo espacial já no próximo ano. A missão irá marcar a estreia de residentes das duas regiões no espaço. O porta-voz da agência disse no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto de Gobi, no nordeste do país, que os astronautas das regiões administrativas especiais (RAE) realizaram uma série de estudos e treinos físicos e psicológicos de acordo com os planos. “Desde que se juntaram ao grupo, os astronautas de Hong Kong e Macau adaptaram-se rapidamente ao ambiente de trabalho e de vida, integraram-se rapidamente na equipa de astronautas, treinaram arduamente e todo o seu progresso de trabalho tem sido tranquilo”, disse, citado pela agência Xinhua. “Actualmente, estão a realizar estudos e formação em tecnologia aeroespacial profissional. Como especialistas em carga útil, espera-se que os astronautas de Hong Kong e Macau realizem a sua primeira missão de voo em 2026, na melhor das hipóteses”, acrescentou Lin Xiqiang. Viagem ao fim da noite Os residentes de Macau e Hong Kong foram seleccionados no quarto lote de astronautas, uma equipa de 10 elementos, oito deles pilotos espaciais e os dois especialistas de carga útil. Num processo que começou há quase um ano, os primeiros residentes das RAE que irão além da orbita terrestre foram escolhidos em Julho do ano passado para integrarem a equipa do quarto lote. Porém, as inscrições arrancaram em Outubro de 2022. Lin referiu ontem que os 10 astronautas vão continuar a receber formação no Centro de Treino e Pesquisa Espacial e que, após completarem a instrução, vão ficar aptos a integrar tripulações de voo. Os especialistas em carga útil são investigadores científicos profissionais responsáveis pela realização de experiências e investigação científica. As suas tarefas incluem também a supervisão de operações diárias nas estações espaciais com outros astronautas.
Primeiro trimestre foi segundo melhor de sempre em número de turistas Hoje Macau - 24 Abr 2025 Macau recebeu até Março 9,86 milhões de visitantes, mais 11,1 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano, foi ontem anunciado. De acordo com dados oficiais, o número de turistas que passou pelo território só foi superado no primeiro trimestre de 2019, quando registou quase 10,4 milhões de visitantes. No entanto, segundo a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), cerca de 59 por cento dos visitantes (5,82 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na cidade. Em 2024, o Governo Central divulgou uma série de medidas de apoio a Macau, como o aumento do limite de isenção fiscal de bens para uso pessoal adquiridos por visitantes da China. Ao mesmo tempo, as autoridades chinesas alargaram a mais 10 cidades da China a lista de locais com “vistos individuais” para visitar Hong Kong e Macau. Além disso, desde 1 de Janeiro passado que os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias. Em resultado, a esmagadora maioria (90,8 por cento) dos turistas que chegaram a Macau nos três primeiros meses do ano vieram do Interior da China ou Hong Kong. Ainda assim, o número de visitantes internacionais cresceu mais depressa, 16,9 por cento em comparação com o primeiro trimestre de 2024, para mais de 682 mil. No entanto, este valor representa uma queda de 20,3 por cento em comparação com o mesmo período de 2019, antes do início da pandemia de covid-19. Grupos alvo Em 10 de Abril, a directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, disse que em 2025 a prioridade vai continuar a ser “captar turistas internacionais”, participando em feiras no estrangeiro e organizando actividades no território. A directora da DST recordou que Macau vai receber em Junho a reunião semianual da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos e, em Dezembro, o congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT). Em Agosto, Senna Fernandes apontou como meta mais de três milhões de visitantes internacionais em 2025. Macau recebeu no ano passado 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8 por cento do que no ano anterior, mas ainda longe do recorde de 39,4 milhões fixado em 2019, antes da pandemia.
Reserva financeira | Melhor arranque desde 2021 Hoje Macau - 24 Abr 2025 Até ao final de Fevereiro, a reserva financeira cresceu 7,17 mil milhões de patacas. No final do segundo mês do ano, o valor total da reserva atingiu 623,4 mil milhões de patacas, ainda longe do pico de 2021, quando era de 663,6 mil milhões de patacas O valor dos activos da reserva financeira de Macau registou até ao final de Fevereiro o maior aumento dos últimos quatro anos, segundo dados oficiais divulgados ontem. A reserva começou 2025 em alta, com o valor dos activos a subir 7,17 mil milhões de patacas nos dois primeiros meses, de acordo com um balanço publicado no Boletim Oficial de Macau. Segundo a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), este é o melhor arranque de ano desde Janeiro e Fevereiro de 2021, período em que a reserva se valorizou em 47,4 mil milhões de patacas. Foi precisamente no final de Fevereiro de 2021 que a reserva atingiu um recorde histórico de 663,6 mil milhões de patacas, apesar do território estar em plena pandemia de covid-19. O valor da reserva financeira cifrou-se em 623,4 mil milhões de patacas no final de Fevereiro passado, ainda longe do pico. Recuperação gradual De acordo com a AMCM, a reserva tinha registado em 2024 o melhor ano desde a pandemia, ao ganhar 35,7 mil milhões de patacas. Este foi o aumento anual mais elevado desde 2019, quando o valor da reserva aumentou em 70,6 mil milhões de patacas. O valor da reserva extraordinária no final de Fevereiro era de 452 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau, era de 164,2 mil milhões de patacas. O orçamento do território para 2025 prevê uma subida de 7 por cento nas despesas totais, para 109,4 mil milhões de patacas. A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 246,5 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 121 mil milhões de patacas e até 249 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados. Em 2024, os investimentos renderam à reserva financeira quase 31 mil milhões de patacas, correspondendo a uma taxa de rentabilidade de 5,3 por cento, disse a AMCM no final de Fevereiro.
FMI | Previsão de crescimento económico cortada para metade João Santos Filipe - 24 Abr 2025 O novo relatório do FMI aponta que o PIB de Macau vai crescer 3,6 por cento em 2025, quando a estimativa inicial indicava um crescimento de 7,3 por cento. As tarifas de Donald Trump são apontadas como a principal razão para as novas previsões O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou para metade a estimativa sobre o crescimento da economia de Macau ao longo deste ano, que deverá ser de 3,6 por cento. A revisão consta no relatório mais recente sobre as expectativas económicas, que foi publicado na terça-feira. Anteriormente, as estimativas do FMI apontavam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau de 7,3 por cento. Contudo. De acordo com a mesma instituição, o cenário para 2026 não é muito melhor, e a estimativa é que o crescimento do PIB da RAEM seja ainda mais lento, de 3,5 por cento. No ano passado, o FMI indica que o território teve um crescimento da economia de 8,8 por cento. A nível de preços, o FMI espera um crescimento no território de 0,9 por cento ao longo deste ano e de 1,3 por cento em 2026. Quanto ao desemprego a expectativa é que tanto neste ano como no próximo a taxa seja de 1,7 por cento, abaixo da taxa de 1,8 por cento de 2024, ainda assim em “terreno” de pleno emprego. Apesar da revisão em baixa, a economia de Macau deverá registar o maior crescimento entre as “economias avançadas” da Ásia, onde se incluem países e regiões como Coreia do Sul, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia, Singapura, Taiwan e ainda a Austrália. A média de crescimento nesta zona é de 1,2 por cento para este ano e 1,4 por cento para o próximo. Em relação à economia do Interior da China, que está integrada no âmbito das economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia, a estimativa é que o crescimento seja de 4 por cento neste ano, e também 4 por cento em 2026. A zona das economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia tem previsto um crescimento médio de 4,5 por cento neste ano e 4 por cento no próximo. Um problema de tarifas Não é só na Ásia que houve uma revisão em baixa das estimativas de crescimento, o mesmo aconteceu para a economia global, em que o crescimento esperado é agora de 2,8 por cento. Anteriormente, em Janeiro, era de 3,3 por cento. Face a 2026, a expectativa é que a economia mundial cresça 3 por cento, quando em Janeiro era de 3,3 por cento. No relatório publicado na terça-feira, o FMI justifica a revisão em baixa das estimativas com as tarifas de Donald Trump e a vontade de redesenhar o comércio global: “Grandes mudanças políticas estão a reiniciar o sistema de comércio global e a dar origem a incertezas que estão, mais uma vez, a testar a resistência da economia global”, é indicado. “Desde Fevereiro, os Estados Unidos anunciaram várias vagas de implementação de tarifas contra parceiros comerciais, alguns dos quais invocaram contra-medidas. Os mercados começaram por aceitar os anúncios com naturalidade, até à aplicação quase universal de tarifas pelos Estados Unidos, a 2 de Abril, o que desencadeou quedas históricas nos principais índices de acções e subidas nas taxas de rendibilidade das obrigações”, foi acrescentado.
Creche Smart | Tribunal aceita providência cautelar Hoje Macau - 24 Abr 2025 Os tribunais aceitaram uma providência cautelar da Creche Smart para impedir o Governo de suspender o financiamento e recuperar as instalações onde está instalada a instituição. A informação foi divulgada pela Creche Smart, através de um comunicado nas redes sociais. “Caros pais, fiquem tranquilos. O tribunal aprovou o procedimento cautelar da Smart, e suspendeu a decisão do Instituto de Acção Social”, pode ler-se na mensagem. “Obrigado por todo o apoio”, foi acrescentado. O anúncio do IAS sobre o fim do financiamento e a recuperação das instalações exploradas pela associação Zonta Club de Macau foi tornado público em Março. Nessa altura, as autoridades apontaram o final de Agosto como a data prevista para o encerramento da creche e a recuperação das instalações, ao mesmo tempo que garantiam que havia lugares na Taipa para todas as crianças afectadas pelo encerramento. Contudo, os motivos desta decisão nunca foram esclarecidos publicamente. O IAS limitou-se a indicar que não foi possível chegar a um acordo com a associação Zonta Club de Macau sobre os moldes em que iria continuar a funcionar a parceria de financiamento. O Governo terá ainda indicado que a falta de acordo visou “princípios básicos” e “importantes aspectos de organização”. Ontem Hon Wai, presidente do IAS, voltou a ser questionado sobre este assunto e reconheceu a decisão de aceitar a providência cautelar. Todavia, para assegurar o normal funcionamento da justiça, recusou fazer comentários sobre a decisão.
Jogo | Seaport estima receitas “mais fracas do que o esperado” Hoje Macau - 24 Abr 2025 A corretora Seaport Research Partners reduziu para mais de metade a estimativa de crescimento das receitas brutas do jogo deste ano para 3 por cento, uma previsão “mais fraca do que o esperado” no início do ano, quando foi projectada uma subida de 6,5 por cento. Num comunicado divulgado na terça-feira, citado pelo portal GGR Asia, o analista Vitaly Umansky mantém a estimativa de crescimento de 7 por cento para os anos 2026 e 2027, com 2027 a ter receitas brutas de jogo que podem ficar a 92 por cento do nível de 2019. “Prevemos um fortalecimento do mercado no final do Verão e no segundo semestre deste ano. Não esperamos que a guerra comercial tenha um impacto negativo significativo em Macau, nesta altura”, apontou o analista. De acordo com a Seaport, os benefícios das mesas digitais ‘inteligentes’ “poderão ser mais fortes do que o esperado e levar a uma revisão em alta das previsões”, principalmente porque as apostas paralelas no bacará estão a aumentar. Recorde-se que nos primeiros três meses de 2025, as receitas brutas dos casinos de Macau foram de cerca de 57,66 mil milhões de patacas, mais 0,6 por cento do que no mesmo período de 2024.
Economia | Alerta para efeitos do proteccionismo Andreia Sofia Silva - 24 Abr 2025 O debate de ontem sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área da Economia e Finanças demonstrou a posição prudente do secretário Tai Kin Ip em relação ao cenário económico local. Numa altura em que o mundo enfrenta um cenário de tarifas impostas pelos EUA e a consequente resposta da China, o governante afirmou que a economia local pode sofrer com esta atitude proteccionista. “O agravamento do unilateralismo e do proteccionismo trazem impactos ao desenvolvimento económico e à estabilidade da cadeia de abastecimento mundial, afectando as actividades económicas, a evolução inflacionária e a direcção das políticas monetárias adoptadas pelos principais bancos centrais, o que dá origem a várias instabilidades e incertezas em termos de perspectivas da economia mundial”. Assim, tendo em conta que “Macau é uma microeconomia orientada para o exterior e altamente aberta, dificilmente consegue isolar-se dos impactos externos”. Tai Kin Ip referiu que, apesar “da situação económica de Macau permanecer geralmente estável”, enfrenta “alguns problemas antigos e novos desafios”. Tal como já referiu no passado, o secretário deixou claro que as receitas brutas do jogo podem não trazer um cenário económico tão desafogado como se pensava. “No primeiro trimestre deste ano as receitas brutas do jogo mantiveram-se praticamente iguais em termos anuais, podendo as receitas financeiras não ser tão optimistas como o previsto”, disse no seu discurso, acrescentando que “o desenvolvimento da diversificação industrial ainda não satisfaz as expectativas da sociedade”. Assim sendo, o secretário para a Economia e Finanças aconselha a “examinar cuidadosamente a situação económica e responder com prudência”.
PME | Novo plano de bonificação de juros Andreia Sofia Silva - 24 Abr 2025 Tai Kin Ip, secretário para a Economia e Finanças, apresentou ontem as principais medidas da sua tutela no âmbito do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. E uma delas prende-se com o lançamento de mais um apoio financeiro às pequenas e médias empresas (PME): o “Plano de bonificação de juros de créditos bancários para as pequenas e médias empresas”. O secretário explicou que esta medida será proporcionada a cada “empresário comercial qualificado”, sendo concedida uma “bonificação de juros de créditos bancários até uma taxa de 4 por cento, para créditos bancários até 5 milhões de patacas, com um prazo de 3 anos”. As empresas elegíveis têm que ter participações superiores a 50 por cento por parte de residentes de Macau, entre outros critérios. Além disso, o apoio governamental estende-se também à banca, com a medida “Pagamento apenas de juros, sem amortização do capital”. A ideia é “aliviar os encargos de juros suportados pelas PME, apoiando as empresas a reforçar a sua liquidez e o desenvolvimento dos seus negócios”, explicou o secretário. Tai Kin Ip lembrou que as PME “são uma importante parte integrante da economia de Macau”, e que será dado todo o apoio “à operação sustentável, desenvolvimento inovador e reforço da capacidade de operação” destas empresas, não apenas com apoios financeiros, mas também com “a expansão da clientela, promoção do consumo e reforço das suas capacidades”. Outra das medidas do foro empresarial apresentada no debate de ontem, visa a expansão dos “Serviços de Apoio à Digitalização das PME 2025”, com o aumento das actuais 900 vagas para 1500.
LAG 2025 | Deputados continuam a alertar sobre desemprego jovem Andreia Sofia Silva - 24 Abr 2025 Vários deputados levaram ontem a questão do desemprego jovem para o debate sectorial das Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças. Lam Lon Wai referiu que “estamos a desenvolver-nos aos poucos [em termos tecnológicos e empresariais], mas as exigências para os jovens entrarem no mercado de trabalho são muitas”. Também Lei Leong Wong frisou esta problemática. “O secretário disse que a situação económica está estável, tudo certo. Mas para os jovens que têm dificuldades em encontrar um emprego a situação não está assim tão boa. Não digo que todos os trabalhadores não residentes têm de sair de Macau, mas é necessário avaliar o número por áreas. Os jovens têm confiança, mas enfrentam muito stress”, referiu. Da parte do Executivo, ficou a promessa de continuidade do apoio ao emprego e formação profissional. “Depois da pandemia muitos jovens não precisavam de realizar estágios, pois encontravam emprego rapidamente. Em 2023 tivemos 213 estagiários nos nossos programas, e em 2024, 197. As entidades que prestam estágios deram oito mil patacas a cada estagiário, e este ano, em Junho, vamos lançar uma nova ronda de estágios. Vamos melhorar o plano em várias áreas”, referiu o director Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, Chan U Tong. Opção Hengqin O director da DSAL adiantou ainda que “o Governo sempre deu importância ao emprego dos jovens”. “Lançamos planos de colocação profissional para jovens e bolsas de contacto com concessionárias. Tivemos 14.699 pessoas em 2024, com 60 por cento, ou seja, 9.239 com menos de 34 anos. No primeiro trimestre deste ano tivemos 2.517 correspondências de emprego bem-sucedidas, sendo que 1.278 pessoas, ou seja, 50 por cento, eram jovens com menos de 34 anos, o que [demonstra] uma alta percentagem de jovens que aderiram ao mercado laboral”, referiu. A grande maioria das vagas preenchidas prendem-se com empregos administrativos ou no sector de vendas, mas Chan U Tong assegurou que faltam pessoas para trabalhos de instalação e na restauração. “Os jovens de Macau podem também tentar encontrar trabalho na Zona de Cooperação em Hengqin. Além disso, queremos estender o plano de estágios às cidades da Grande Baía”, disse. Por sua vez, o secretário Tai Kin Ip referiu que em três anos “temos obtido resultados positivos nas edições dos programas de estágio”. “As empresas participantes, talvez devido à escassez de mão-de-obra, aceitam trabalhadores e não disponibilizam estágios, daí verificar-se uma redução das ofertas. Temos de ver se há possibilidade de antecipar o contacto dos estudantes com a realidade laboral, para que sejam disponibilizados novos postos de trabalho relacionados com tecnologias avançadas e do sector terciário. Estamos a conceber acções de formação nessas áreas em conjugação com associações, sobre o sector de exposições e convenções e turismo”, acrescentou.
Casinos-satélite | Secretário diz que estão a ser eleborados “planos preparatórios” Andreia Sofia Silva - 24 Abr 2025 O debate de ontem sobre as Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças incidiu muito sobre o encerramento dos casinos- satélite, mas o secretário Tai Kin Ip disse apenas que estão a ser pensados “planos preparatórios”. Deputados temem impacto financeiro na banca, nas empresas e mais desemprego São 11 os casinos-satélite que podem fechar portas nos próximos meses, tendo em conta a informação já avançada pelo Governo de que as empresas gestoras destes espaços têm até ao final do ano para terminar este modelo de exploração dos espaços de jogo. Os sinais de alerta quanto ao impacto negativo desta mudança têm surgido nos últimos meses, mas o Governo teima em não dar uma resposta concreta dos planos de coordenação a levar a cabo com as empresas gestoras. Ontem, não foi excepção: foram vários os deputados a colocar questões sobre os casinos-satélite ao secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, no âmbito do debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano, mas a resposta só surgiu bem no final do debate, perto das 20h, tendo em conta que a sessão começou às 9h30 e terminou às 20h. “O Governo sempre agiu de acordo com a lei para regular o sector do jogo. O regime jurídico define três anos de período transitório, e o Executivo vai trabalhar bem nesse sentido e definir planos preparatórios. Estamos a desenvolver esse tipo de trabalho”, disse. Dúvidas e mais dúvidas Um dos deputados a questionar os planos governamentais foi Lei Leong Wong. “Existem 11 casinos-satélite com um total de 13 mil trabalhadores, e se não conseguirmos tratar bem este problema isso vai causar grande impacto na sociedade. O Governo está a coordenar este assunto [do encerramento]? Se apenas pedirmos aos trabalhadores para encontrarem um novo emprego a 31 de Dezembro de 2025, será já demasiado tarde”, apontou. O deputado Lam U Tou foi também um dos intervenientes sobre este assunto. “Como vai resolver a situação de desemprego de dezenas de milhares de trabalhadores dos casinos-satélite? Os locais não conseguem emprego, e como é que as PME vão subsistir?”, inquiriu. Por sua vez, Cheung Kin Chung alertou para o impacto destes encerramentos na banca. “Além de termos de proteger os nossos trabalhadores, se forem encerrados os casinos satélite encerra também a economia dos bairros e tal vai afectar o problema do crédito malparado. Não sei se o Governo tem alguma previsão em relação a esta matéria”, disse. O mesmo deputado referiu que actualmente a fatia do crédito malparado no conjunto global de créditos bancários é de 5,6 por cento, com um risco ainda “controlado”. Porém, “se os casinos-satélite fecharem, a situação dos hotéis piora e isso afecta o crédito malparado”. “Temos de pensar em formas de podermos ajudar mais os nossos bancos”, frisou. Sobre o crédito malparado, Tai Kin Ip mostrou-se optimista. “Nos últimos meses [o crédito malparado] tem estado estável. Se investirmos mais na base [do problema] nos próximos meses podemos manter essa estabilidade”, disse apenas.
Índia | JD Vance reuniu-se com Narendra Modi Hoje Macau - 23 Abr 2025 O vice-Presidente dos Estados Unidos reuniu-se segunda-feira à porta fechada com o primeiro-ministro da Índia, no início de uma visita de quatro dias, em que o comércio bilateral a dominar o encontro. Durante a reunião, JD Vance e Narendra Modi celebraram o progresso em direção a um Acordo Comercial Bilateral e anunciaram formalmente a finalização dos Termos de Referência para as negociações, de acordo com um comunicado oficial da Casa Branca. O acordo tem por objectivo uma estrutura moderna e equilibrada que fortaleça as cadeias de abastecimento e gere benefícios económicos entre os dois países. A visita serviu também para rever o progresso bilateral e foi descrita como uma reunião agradável e produtiva pelo vice-Presidente norte-americano. Esta é a primeira visita de um vice-Presidente dos EUA à Índia em 12 anos, depois da visita de Joe Biden quando era vice de Barack Obama. Vance – que se tinha encontrado com Modi em Fevereiro passado, durante a Cimeira de Ação de Inteligência Artificial, em Paris – viajou para Jaipur, capital do estado ocidental do Rajastão. A Índia está a procurar activamente aumentar o investimento dos EUA em sectores-chave, como a tecnologia, a indústria transformadora, o automóvel e a energia. O Governo indiano também implementou políticas para facilitar o investimento direto estrangeiro e olha para os Estados Unidos como um parceiro estratégico fundamental no seu desenvolvimento económico. O empresário Elon Musk – que colabora com o Governo dos EUA – já anunciou planos para visitar a Índia ainda este ano, após uma conversa telefónica com Modi, sugerindo uma possível entrada no mercado indiano para as empresas Tesla e Starlink.
Gaza | Hamas acusa aviação israelita pela morte de 25 palestinianos Hoje Macau - 23 Abr 2025 A Defesa Civil palestiniana em Gaza acusou Israel de ter matado ontem pelo menos 25 pessoas em vários pontos do enclave, em vários ataques. Mohammed Al-Moughair, responsável pela Defesa Civil em Gaza, organismo controlado pelo Hamas, disse à Agência France Presse que nove pessoas foram mortas e seis outras estão desaparecidas após um bombardeamento israelita que atingiu uma casa no centro de Khan Yuhnis, no sul do território palestiniano. Os ataques aéreos também mataram cinco pessoas no campo de refugiados de Al-Chati, a oeste da cidade de Gaza. Segundo a mesma fonte, cinco pessoas morreram também na sequência de bombardeamentos que atingiram tendas que abrigavam deslocados a nordeste de Jabalia, norte de Gaza. Um ataque aéreo também matou quatro pessoas a oeste do campo de Jabalia, enquanto duas outras pessoas foram mortas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Rompendo uma trégua de quase dois meses, Israel retomou a 18 de Março a ofensiva aérea e terrestre contra o Hamas em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 1.864 palestinianos foram mortos desde 18 de Março, elevando para 51.240 o número de mortos em Gaza desde o início da retaliação militar israelita no final de 2023. No sábado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou estar determinado a continuar com a guerra.
Daniel Pires, editor de Pessanha Duarte Drumond Braga - 23 Abr 2025 O evento que aconteceu no início deste ano na Biblioteca Nacional, Daniel Pires, mestre de investigadores celebrou um percurso discreto, muito ligado a Macau. Não apenas por isso, mas poucos nomes estão tão ligados à figura de Camilo Pessanha quanto o de Daniel Pires, que se tornou, ao longo de décadas, mais do que um leitor e um editor, o generoso construtor de ferramentas com que outros puderam ler o poeta. Quem já leu autores, com vontade de os estudar, sabe o quão precioso é haver em final de livros um índice onomástico. Do reino do papel, quase defunto, foi substituído por outras coisas. Mas diria eu que a principal atividade de Daniel Pires, em torno de Camilo Pessanha, é, sobretudo, a criação de instrumentos de investigação, a exemplo de um índice onomástico. Não são visíveis, não são vistosos, não são sequer autorais muitas vezes, e no entanto são fulcrais. As suas atividades em torno da obra de Pessanha não se encontram encerradas, sempre in fieri. Assim, não diremos “foram”, pois continuam: organizar e editar a prosa, construir uma cronologia da vida e da obra, reunir e catalogar a biblioteca privada do poeta, editar a correspondência. Por exemplo, o trabalho de reconstituição da biblioteca pessoal do poeta, publicado no volume Clepsydra 1920-2020 – Estudos e Revisões (Documenta, 2020), organizado por Catarina Nunes de Almeida, e de que versões prévias haviam saído em outros locais. Já a cronologia da vida e da obra de Pessanha segue um percurso paralelo, iniciado com a Exposição Biobibliográfica Itinerante (1991), organizada por Pires em Macau, onde se publicou o seu catálogo, e aprofundada ao longo dos anos em vários outros suportes, culminando numa versão amadurecida no volume Correspondência, Dedicatória e Outros Textos (BNP, 2012). Essa cronologia — longe de ser uma repetição das que saíram nas edições anteriores —é, na verdade, uma versão cada vez mais alentada. O retrato do poeta que, graças a Daniel Pires, se afastou da figura abúlica com que a crítica tantas vezes nos deixou. Hoje sabemos, com documentos na mão, que Pessanha participou ativamente na vida cívica de Macau, envolveu-se em comissões, foi professor, juiz, tradutor, membro da Sociedade de Geografia (sócio nº 4421, como descobriu o próprio Pires), e manteve uma rede de relações profissionais e políticas que fazem dele um agente do seu tempo. A correspondência editada em 2012 revela, com clareza, o patriotismo republicano e laico de quem denunciou o desinteresse do Estado português por Macau e procurou melhorar o funcionamento do sistema judiciário e pedagógico local. Importa também notar o valor das dedicatórias do poeta, cuidadosamente reunidas por Pires nesse mesmo volume. Num autor de escrita tão contida, essas breves ofertas manuscritas de livro são documentos que ampliam a espessura da obra, revelando muito das redes pessoais e intelectuais de Pessanha. A intervenção de Daniel Pires no domínio editorial inclui ainda a coletânea Homenagem a Camilo Pessanha (1991), organizada com o Instituto Português do Oriente e o Instituto Cultural de Macau, e sobretudo Camilo Pessanha, Prosador e Tradutor (1993), também publicado no território, onde pela primeira vez se reúne de forma sistemática a prosa e as traduções do poeta. Esta edição permanece, ainda hoje, a recolha de referência da prosa de Pessanha — uma obra que merecia ter conhecido edição em Portugal, o que, inexplicavelmente, nunca aconteceu. Apenas os textos sobre a China foram republicados pela Vega, também em 1993, numa edição intitulada “segunda”, embora a primeira tenha saído em 1944, pela Agência Geral das Colónias, e da responsabilidade de outro organizador. Mesmo a Clepsydra, território sensível e disputado por tantos editores, não lhe escapou. Veja-se a sua proposta de edição, publicada pela Livros Horizonte em 2007 com belas ilustrações de Rui Campos Matos. O ouro da Clepsydra foi sempre o mais cobiçado. Mas Daniel Pires mostrou-nos que também na prata da prosa e no bronze dos textos aparentemente secundários como cartas e documentação árida se esconde ouro de não menor fulgor.
FAM | “A Vida de Pi” sobe ao palco do CCM este fim-de-semana Hoje Macau - 23 Abr 2025 O espectáculo de abertura de mais uma edição do Festival de Artes de Macau (FAM) decorre este fim-de-semana, nomeadamente esta sexta-feira e sábado, às 20h, e domingo, às 15h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Trata-se de um espectáculo que o jornal The Guardian descreveu como sendo “uma viagem extraordinária”. É “a magia do teatro” a regressar, apresentando-se em palco “uma espantosa mescla de marionetas e narrativa teatral adaptada pela premiada dramaturga Lolita Chakrabarti”. “A Vida de Pi” apresentou-se no “West End”, em Londres, tendo ganho cinco prémios Olivier, com uma história baseada no livro de Yann Martel. “Quando um cargueiro se afunda na vastidão do Pacífico, um rapaz de 16 anos chamado Pi fica retido num barco salva-vidas com quatro animais selvagens – uma hiena, uma zebra, um orangotango e um tigre de Bengala. Quem sobreviverá à inexorabilidade do tempo e à inclemência da natureza?”, descreve-se na apresentação oficial deste espectáculo, que traz “efeitos visuais de última geração” e uma “encenação e design de luzes fantásticos”. Com encenação de Max Webster, “A Vida de Pi” estreou em 2019 e desde então que “tem sido um enorme sucesso internacional”, tendo feito “furor no Reino Unido”. Houve já apresentações na Broadway, EUA, apresentando-se agora este “clássico moderno contado de forma realista e envolvente” em Macau. As personagens principais deste espectáculo são “Pi”, interpretado por Kashif Ghole; a sua mãe, Aria Prasad e o pai, Ronny Jhutti.
Feiras G2E Asia e Asian IR Expo regressam no próximo mês Hoje Macau - 23 Abr 2025 Decorrem, entre os dias 7 e 9 de Maio, dois grandes eventos ligados à indústria do jogo, no que será um regresso ao território. A G2E Asia e Asian IR Expo acontecem no Venetian, no Cotai, prometendo uma “série de novas iniciativas”, com o lançamento de novos produtos da indústria do jogo e do entretenimento em resorts “que estreiam na Ásia”, destaca-se no comunicado da organização. A feira, com uma dimensão superior a 30 mil metros quadrados, promete “abranger todo o espectro das indústrias do entretenimento e das viagens”, esperando-se mais de dez mil visitantes oriundos de 80 países e regiões a Macau. Haverá, como habitual neste tipo de eventos, várias sessões de networking para que se possam estabelecer mais negócios e parcerias. Das novidades Um dos destaques da G2E Asia é o “Fórum de Inovação no Gaming”, que não é mais do que três dias de sessões onde o público “pode mergulhar nas últimas tendências e tecnologias da área do jogo, apresentadas pelos vencedores e nomeados dos Prémios G2E Asia”. Decorre ainda mais uma edição dos prémios “G2E Asia Awards” que prometem celebrar “a excelência e a inovação na indústria do jogo e do entretenimento”, nomeadamente com cinco categorias: Prémio de Melhor Slot, Prémio de Melhor Jogo de Mesa Electrónico, Prémio de Melhor Jogo de Mesa, Prémio de Melhor Fornecimento de Casino e Prémio de Melhor Solução Tecnológica de IR, com ligação ao mundo virtual. Por sua vez, a Asia IR Expo irá trazer também novidades, com a “Zona de Experiência de Tecnologia de Hospitalidade Inteligente”. Esta promete “oferecer uma experiência imersiva e interactiva”, com “inovações emergentes” apresentadas ao público nas áreas da “recepção, limpeza e hospitalidade inteligentes, com visitas guiadas e demonstrações ao vivo”. Destaque também para o regresso da “Zona de Tecnologia” e as “Tech Talks”, onde se apresentam “os mais recentes avanços de marcas emergentes do sector”. São dois dias em que nas “Tech Talks”, ou palestras sobre tecnologia, estarão “especialistas a abordar tópicos importantes sobre a tecnologia de entretenimento e hospitalidade inteligente”, destaca-se na mesma nota.
Noites de Quiz | Edição especial do 25 de Abril esta quinta-feira Hoje Macau - 23 Abr 2025 O espaço Bookand acolhe esta quinta-feira, a partir das 20h30, uma edição especial da popular iniciativa “Noites de Quiz”. Trata-se de uma edição em que o concurso de perguntas e respostas de cultura geral incidirá apenas sobre os 51 anos da Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal a 25 de Abril de 1974 e os principais acontecimentos deste período histórico Decorre esta quinta-feira uma edição especial do concurso “Noites de Quiz”, no espaço Bookand. Trata-se de uma noite de perguntas e respostas em que as equipas participantes terão de responder às questões sobre os 51 anos do 25 de Abril de 1974, a revolução que, em Portugal, derrubou o regime fascista do Estado Novo, no poder desde 1933. Segundo uma nota da None of Your Business (NOYB), a associação que organiza este evento, que acontece a partir das 20h30, promete-se “uma noite de conhecimento, diversão e celebração da Liberdade”. Nesta que será a 16.ª edição do quiz, “os participantes serão desafiados com 30 perguntas e duas ‘guilhotinas’ com várias questões dedicadas ao 25 de Abril e temas contemporâneos a esta data histórica”. Este é um concurso inteiramente em português, sendo disputado por equipas compostas entre dois a quatro elementos, com um custo de 20 patacas por participante. Como é habitual, haverá diversos prémios para os melhores classificados. O 25 de Abril de 1974 foi o culminar de uma preparação de vários meses da revolução por parte do Movimento das Forças Armadas (MFA), que pretendiam derrubar o regime ditatorial, liderado à data por Marcelo Caetano, e acabar com a Guerra Colonial nas colónias portuguesas em África, que durava desde 1961. O golpe militar decorreu de forma pacífica, com a ocupação de vários pontos estratégicos em Lisboa e outras cidades do país, levando à queda do regime que deixou de ter apoio militar. Marcelo Caetano, então Presidente do Conselho em substituição de Salazar, exilou-se no Brasil. Concurso concorrido As “Noites de Quiz” têm sido um sucesso desde o seu lançamento, a 8 de Agosto do ano passado, realizando-se a cada 15 dias. Até à data já participaram mais de 550 pessoas, tendo sido feitas 450 perguntas “sobre os mais variados temas”, além de que a organização conseguiu estabelecer “diversas parcerias com marcas locais de Macau”. O espaço Bookand, dedicado aos livros e à cultura e situado na zona de São Lourenço, tem acolhido os eventos. Segundo a NOYB, “tem vindo a consolidar-se como um espaço cultural de referência em Macau, com uma programação diversificada e regular ao longo dos últimos meses”.
Empresas mais interessadas no yuan face a incerteza no mercado obrigacionista dos EUA Hoje Macau - 23 Abr 2025 As empresas estão cada vez mais interessadas em utilizar a moeda chinesa, o yuan, na liquidação de pagamentos internacionais, segundo os resultados de um inquérito publicados ontem pelo Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin. O enfraquecimento do domínio do dólar norte-americano, exacerbado por uma série de políticas da nova administração dos Estados Unidos, criou uma “janela de oportunidade” para a internacionalização do yuan, argumentaram os autores. As conclusões da Universidade Renmin, que fica no norte de Pequim, sobre a internacionalização do yuan nos últimos trimestres são coerentes: a percentagem de empresas que planeiam aumentar as transações em yuan subiu de cerca de 21,5 por cento, no segundo trimestre de 2024, para quase 24 por cento, no primeiro trimestre deste ano. Cerca de 68 por cento das empresas inquiridas afirmaram que estão a utilizar o yuan para liquidações comerciais transfronteiriças, enquanto 53 por cento estavam a utilizar a moeda para transações cambiais. “A volatilidade crescente no mercado do Tesouro dos EUA marca um ponto de viragem”, afirmou Yang Changjiang, professor de Finanças, salientando que, ao contrário de anteriores situações de turbulência, desta vez o capital global deixou de fluir para os EUA. Nas últimas duas semanas, registou-se uma venda de obrigações do Tesouro norte-americano, que chegou a fazer subir os juros para títulos com prazo de maturidade a 30 anos em meio ponto percentual, após o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar “tarifas retaliatórias” contra o resto do mundo. A guerra comercial com a China – que viu as tarifas dos EUA sobre produtos chineses aumentarem 145 por cento este ano, contra 125 por cento impostos pela China – intensificou as preocupações sobre o impacto da dissociação EUA-China na economia global. Num documento conhecido como “Acordo de Mar-a-Lago”, Stephen Miran, presidente do Conselho de Conselheiros Económicos da Administração Trump, defendeu um enfraquecimento do dólar norte-americano e a troca de títulos do Tesouro norte-americano de curto prazo por obrigações a 100 anos. “Costumávamos considerar a liquidação do comércio como o principal motor da internacionalização do yuan, mas agora o foco mudou para a possibilidade de o yuan servir como um activo de refúgio”, disse Yang. “Esta é uma oportunidade que temos de aproveitar”, apontou. Mudanças em curso Apesar da crescente inclinação para utilizar a moeda chinesa além-fronteiras, o alcance dessa utilização continua a ser muito inferior ao do dólar norte-americano. O yuan continua a ser a quarta moeda de pagamento mais utilizada, com uma quota de 4,13 por cento em Março, segundo dados do Swift, o sistema que permite transações interbancárias internacionais. Em comparação, a quota do dólar norte-americano está em 49,08 por cento, de longe a mais alta. Tu Yonghong, vice-director do Instituto da Universidade Renmin, afirmou que o sistema monetário mundial irá provavelmente tornar-se mais diversificado, dado o atual panorama mundial, o que beneficiará a utilização da moeda chinesa no estrangeiro.
Shenzhou-20 | Nova tripulação vai ser lançada para o espaço Hoje Macau - 23 Abr 2025 A meta de ter astronautas na lua a médio prazo mantém-se viva na mente das autoridades chinesas A China vai lançar esta semana uma nova missão espacial tripulada, perseguindo o objectivo de enviar astronautas à Lua nos próximos cinco anos. A missão Shenzhou-20 vai descolar do centro de lançamento de Jiuquan, no noroeste do país, transportando três astronautas. O destino da equipa é a estação espacial Tiangong, onde permanecerá durante cerca de seis meses. A missão pretende contribuir para o ambicioso objectivo da China de colocar astronautas na Lua até 2030, seguido da construção de uma base lunar. A nave espacial Shenzhou e o foguetão lançador Longa Marcha-2F já foram transferidos para o local de lançamento e serão lançados “em devido tempo, num futuro próximo”, afirmou a Agência Espacial Chinesa na semana passada. Fotografias publicadas pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua mostram o longo foguetão branco assente num pedestal azul decorado com bandeiras chinesas, rodeado de faixas vermelhas e douradas que saúdam o programa espacial nacional. “Actualmente, as instalações e o equipamento do local de lançamento estão em boas condições. As inspecções funcionais e os testes conjuntos serão realizados como previsto”, declarou a Agência de Voos Espaciais Tripulados da China (CMSA). As autoridades ainda não revelaram a identidade dos astronautas da missão Shenzhou-20, nem as tarefas exactas que irão desempenhar. A tripulação está “em boas condições, precisa nas suas manobras e bem coordenada”, disse apenas Zhou Wenxing, membro do centro de formação de astronautas do país, citado pela televisão estatal CCTV. A anterior missão tripulada da China, a Shenzhou-19, foi lançada em Outubro passado e deverá estar concluída a 29 de Abril. É liderada por Cai Xuzhe, um antigo piloto de caça de 48 anos, que já voou a bordo da estação espacial Tiangong durante a missão Shenzhou-14, em 2022. A tripulação também inclui Wang Haoze, de 35 anos, a única engenheira de voo espacial do país e a terceira mulher chinesa a participar numa missão espacial tripulada. Song Lingdong, um homem de 34 anos, completa o trio. Deixem-me sonhar A equipa da Shenzhou-19 terá realizado experiências para observar como as radiações extremas, a gravidade, a temperatura e outras condições afectam os “tijolos” feitos de materiais que imitam o solo lunar, de acordo com os comunicados de imprensa emitidos aquando do lançamento. Sob a direcção do Presidente chinês, Xi Jinping, a China acelerou a realização do seu “sonho espacial”. O seu programa é o terceiro no mundo a colocar seres humanos em órbita. A China também já colocou sondas em Marte e na Lua. Pequim afirma estar no bom caminho para enviar uma missão tripulada à Lua até 2030. Nas últimas décadas, Pequim investiu milhares de milhões de dólares na construção de um programa espacial de ponta que rivaliza com os dos Estados Unidos e da Europa. Em 2019, conseguiu pousar a sonda Chang’e-4 no lado mais distante da Lua – uma estreia mundial – bem como um pequeno robô em Marte em 2021. A estação Tiangong, cujo módulo central Tianhe foi lançado em 2021, deverá ser utilizada durante cerca de dez anos.
Liu Cai e as flores de pessegueiro caídas na água Paulo Maia e Carmo - 23 Abr 2025 Shen Zhou (1427-1509), o influente mestre das artes do pincel de Suzhou, num rolo de caligrafia aponta um facto para a origem de um famoso intercâmbio de cerca de noventa poemas entre literatos, despertados pela observação das flores caídas, luohua shi: «Na Primavera do ano de 1505 estive doente um mês inteiro. Quando recuperei, as flores das árvores tinham todas caído cobrindo o chão de pétalas vermelhas e brancas. Olhando a sua decadência sem ter presenciado o seu desabrochar, não podia deixar de me sentir triste. Esse encontro com as flores caídas inspirou-me na composição de versos.» E não apenas versos como se pode ver numa página de álbum intitulada Sentimento poético sobre as flores caídas (tinta e cor sobre papel, 35,9 x 60,1 cm, no Museu de Nanquim) onde surpreendemos um literato num promontório de olhar suspenso em distantes montanhas azuis e no chão à sua volta pontos cor-de-rosa, indicando flores que ele já não está a contemplar. Os dez poemas, que iniciaram a longa e florescente conversa, resultado da percepção das pétalas ao vento como uma silenciosa procissão escoltando a partida da Primavera, inseriam-se numa corrente que inspirara, por exemplo, poemas de Du Mu (803-852) e continuaria no paroxismo sentimental da personagem Lin Daiyu do Sonho do quarto vermelho, de Cao Xueqin (1710-1765), que cavou na terra um buraco para sepultar flores mortas. Um pintor da corte do imperador Huizong (r.1100-1125) abrira uma outra perspectiva ao mostrar o que aconteceria quando se, em vez de caírem na terra, as flores caísssem nas águas de um rio. No rolo horizontal Peixes a nadar entre flores caídas (tinta e cor sobre seda, 26,4 x 255,3 cm, no Museu de Arte de St. Louis, Missouri) o pintor inicia essa visão do mundo submerso com um ramo de flores de pessegueiro caído na água. Um literato observando a pintura podia recordar imediatamente a utopia da Fonte das flores de pessegueiro descrita no poema de Tao Yuanming (365-427) e perceber que estava entrando num desconhecido e grato lugar de felicidade. Liu Cai, a quem é atribuído o rolo, distinguiu-se nessa recriação do mundo marinho habitado por peixes e como tal referido em catálogos imperiais. O seu olhar único perduraria além da sua vida como no rolo horizontal Escola de peixes a brincar alegres entre plantas aquáticas (tinta e cor sobre seda, 29,7 x 231,7 cm, no Museu do Palácio Nacional em Taipé) que datará já da dinastia Ming. De ambos os rolos, no entanto, se desprende a mesma sensação de leveza na facilidade dos peixes deslocando-se na água. No rolo de St Louis, depois do ramo de pessegueiro, nota-se um peixe prateado que apanhou na boca uma pétala cor-de-rosa e parece fugir para o fundo, atraindo logo um cardume dos seus iguais que trigosamente o perseguem. Figuras que recuperam a alegria perdida quando as flores caíram.
FDCT | Candidaturas para bolsas no exterior até ao fim do mês Hoje Macau - 23 Abr 2025 O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) anunciou ontem um novo programa de financiamento da investigação científica e tecnológica no exterior, cujas candidaturas decorrem até ao final do mês. Cada um dos projectos aprovados no âmbito do Programa de Financiamento para Cooperação Externa em Ciência e Tecnologia poderá receber até cinco milhões de patacas, acrescentou o fundo. “Tendo em conta que este é o ano inaugural deste programa, o número exacto de projectos a financiar será decidido com base na qualidade e quantidade de candidaturas recebidas”, sublinhou o FDCT. Em Fevereiro, o FDCT indicou à Lusa que “o financiamento está disponível para projectos de investigação em cooperação com qualquer país de língua portuguesa; não é dada preferência a nenhum país em particular”.
Investigação científica | Macau junta-se à cidade brasileira de São Paulo Hoje Macau - 23 Abr 2025 O Governo de Macau anunciou ontem um programa para financiar, com um limite máximo de 255 mil euros, investigação científica conjunta com o estado brasileiro de São Paulo em áreas como a biomedicina, inteligência artificial e ciências espaciais. Num comunicado, o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (FDCT) de Macau indicou que o programa foi lançado com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O FDCT sublinhou que um dos objectivos do programa, cujo período de candidatura está aberto até 13 de Junho, é “encorajar os intercâmbios científicos e tecnológicos entre Macau e os países de língua portuguesa”. O reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau disse à Lusa que o programa, “criado muito recentemente”, reflecte a política do novo Governo local de reforçar os laços com os países lusófonos. Joseph Lee Hun-wei afirmou que o plano nasceu de um acordo de cooperação com a FAPESP, celebrado durante uma viagem ao Brasil de uma delegação do FDCT. O acordo válido por cinco anos, foi assinado em 3 de Abril pelo presidente do FDCT, Alex Che Weng Keong. Segundo um comunicado da FAPESP, o programa vai financiar projectos de investigação conjunta nas áreas da biomedicina, inteligência artificial, tecnologia dos oceanos, ciências espaciais e agricultura. A FAPESP irá financiar com um valor máximo de 600 mil reais (90 mil euros), enquanto o FDCT irá apoiar com até 1,5 milhões de patacas (165 mil euros), durante um período máximo de três anos.
Turismo | Mais de meio milhão de visitantes na Páscoa João Luz - 23 Abr 2025 Ao longo dos quatro dias dos feriados da Páscoa, entre 18 e 21 de Abril, 520.065 turistas entraram em Macau, total que representou uma subida de 28,1 por cento em termos anuais. De acordo com dados revelados na madrugada de ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, quase 63 por cento dos visitantes vieram do Interior da China (cerca de 327.000), enquanto de Hong Kong chegaram 146.000 visitantes, representando 28 por cento de todas as entradas. Entre os mais de 520.000 turistas que visitaram Macau durante os quatro dias, apenas 37.000 eram estrangeiros. Como manda a tradição, o posto fronteiriço por onde entraram mais turistas foram as Portas do Cerco, com pouco mais de 200.000 entradas, seguido do posto da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau com quase 145.000. Alargando o escopo às travessias fronteiriças de residentes de Macau, os quatro dias de fim-de-semana prolongado da Páscoa foram de grande intensidade nas fronteiras, com as entradas e saídas em todos os postos a ultrapassar os 2,8 milhões de travessias, com as Portas do Cerco a registarem quase metade do movimento com 1,4 milhões de travessias.
CBRE | Receios sobre retaliações a concessionárias “exagerados” João Santos Filipe - 23 Abr 2025 Os analistas da empresa de pesquisa de investimentos consideram que, actualmente, os maiores riscos para o sector do jogo decorrem de um potencial abrandamento da economia do Interior e do impacto das tarifas dos EUA nos mercados de Cantão e Hong Kong Os analistas da empresa de pesquisa de investimentos CBRE consideram que “os riscos políticos” enfrentados pelas concessionárias com capital americano no âmbito da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China “parecem exagerados”. A opinião surge no mais recente relatório da CBRE sobre Macau, ontem citado pelo portal GGR Asia, e que tem em conta a importância destas concessionárias para o orçamento da RAEM e o mercado de emprego. “Os riscos políticos, como políticas retaliatórias contra as concessionárias do jogo dos Estados Unidos em Macau são uma preocupação, mas parecem exagerados”, pode ler-se no relatório assinado por John DeCree e Max Marsh. “Os empreendimentos turísticos de Macau são essenciais para a economia da região e contribuem para mais de 80 por cento das receitas do Governo com impostos, e as concessionárias do jogo norte-americanos, sozinhas, empregam 15 por cento da mão-de-obra”, foi acrescentado. Os analistas da CBRE defendem também que “acções directas contra as concessionárias poderiam destabilizar a RAE”, o que nesta perspectiva “faz com que estas movimentações sejam pouco prováveis”. Actualmente, existem três concessionárias onde o capital americano adquire uma maior importância, a MGM China, Wynn Macau e Sands China. Perigos maiores No relatório, consta também que os danos colaterais de “políticas mais abrangentes” como a “desvalorização do yuan ou as restrições ao fluxo de capitais” são actualmente “riscos maiores” para o sector do jogo. “O crescimento das receitas brutas do jogo de Macau tem sido moderado nos meses mais recentes, e agora as perspectivas são mais sombrias, no âmbito de uma guerra comercial disruptiva”, foi justificado. “Os principais mercados dos jogadores em Macau são Cantão e Hong Kong e ambos têm economias que estão altamente dependentes das exportações. Uma guerra comercial prolongada vai ter impacto nesses mercados, e vai ter um impacto na procura em Macau”, foi explicado. Por isso, no entender dos analistas da CBRE “o maior risco a curto prazo para Macau é mais fundamental do que político”. “A trajectória do crescimento em Macau já vinha a moderar-se nos últimos meses [antes da guerra comercial], com o aumento das receitas brutas do jogo a ser apenas de 0,6 por cento em termos homólogos no primeiro trimestre de 2025”, foi argumentado. “No entanto, isto já se tinha reflectido na avaliação do sector antes dos anúncios das tarifas de 2 de Abril. Agora, a avaliação reflecte um risco económico ainda maior, associado a preocupações regulamentares”, foi vincado. O outro lado Quanto aos riscos para Macau, os analistas indicam que existe a possibilidade de haver um abrandamento da economia da China, o que terá impacto no sector do jogo. Todavia, este aspecto não é totalmente visto como negativo para os analistas, dado que poderão acontecer estímulos fiscais no Interior para relançar a economia e gerar uma maior vontade de gastar. “Se as exportações diminuírem, a China poderá ser motivada a fornecer estímulos fiscais adicionais para desbloquear a montanha de poupanças e impulsionar as despesas internas, o que deverá apoiar a procura de jogo de Macau”, acrescentou a instituição. “Embora tenhamos em conta os riscos económicos e políticos com que Macau e a China se confrontam, as actuais condições de mercado criaram uma vez mais uma oportunidade interessante para os investidores a longo prazo [nas acções das concessionárias]” é acrescentado.
Ponte HKZM | Preço do estacionamento foi reduzido Hoje Macau - 23 Abr 2025 A Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou uma redução do preço para os veículos ligeiros que utilizam o estacionamento da Fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau por mais de 12 horas. De acordo com um comunicado da DSAT, e com a informação publicada no Boletim Oficial, o estacionamento ininterrupto por mais de 12 horas e até um máximo de 24 horas vai ser cobrado sempre ao preço de 120 patacas. Antes destas alterações, o estacionamento custava 10 patacas por hora, o que significava que o estacionamento por um período de 24 horas teria um custo de 240 patacas. Se um condutor deixar o veículo ligeiro estacionado naquele local por cinco dias, o preço passa agora a ser de 600 patacas, quando anteriormente era de 1.200 patacas. O modelo de 10 patacas por hora continua a ser aplicado aos estacionamentos com uma duração inferior a 12 horas. Por exemplo, se uma pessoa estacionar naquele local por oito horas, paga 80 patacas. A DSAT justificou a nova medida com a vontade de “utilizar bem os recursos de estacionamento”, “atrair os turistas a prolongarem a estadia em Macau”, “promover o desenvolvimento económico” e “promover um maior intercâmbio com as regiões vizinhas”. O estacionamento máximo permitido é de oito dias, e no caso de haver menos de 600 lugares disponíveis torna-se necessário fazer reserva online.